estudo da viabilidade da sedaÇÃo consciente com … · fop unicamp pela amizade, e incansável...
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LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS, CD.
ESTUDO DA VIABILIDADE DA SEDAO
CONSCIENTE COM A MISTURA XIDO
NITROSO/OXIGNIO EM SERVIO
ODONTOLGICO PBLICO.
Dissertao apresentada Faculdade de
Odontologia de Piracicaba da
Universidade Estadual de Campinas,
UNICAMP como parte dos requisitos
para obteno do Ttulo de Mestre em
Odontologia em Sade Coletiva
Mestrado Profissional.
PIRACICABA 2008
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS
Cirurgio-Dentista
ESTUDO DA VIABILIDADE DA SEDAO CONSCIENTE
COM A MISTURA XIDO NITROSO/OXIGNIO EM
SERVIO ODONTOLGICO PBLICO.
Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
como parte dos requisitos para obteno do Ttulo de Mestre em
Odontologia em Sade Coletiva Mestrado Profissional.
Orientador: Prof. Doutor Francisco Carlos Groppo
Co-Orientadora: Profa. Doutora Maria Cristina Volpato
PIRACICABA 2008
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FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
Bibliotecrio: Sueli Ferreira Julio de Oliveira CRB-8a. / 2380
C126e
Caldas, Luiz Alberto Ferraz de. Estudo da viabilidade da sedao consciente com a mistura xido nitroso/ oxignio em servio odontolgico pblico. / Luiz Alberto Ferraz de Caldas . -- Piracicaba, SP : [s.n.], 2008. Orientadores: Francisco Carlos Groppo, Maria Cristina Volpato. Dissertao (Mestrado) Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba. 1. Ansiedade - Tratamento. 2. xido nitroso. 3. Emergncias odontolgicas. I. Groppo, Francisco Carlos. II. Volpato, Maria Cristina. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. IV. Ttulo.
(sfjo/fop)
Ttulo em Ingls: The feasibility of the conscious sedation with nitrous oxide/ oxygen in the public health service.
Palavras-chave em Ingls (Keywords): 1. Anxiety - Treatment. 2. Nitrous oxide. 3. Dental
emergencies.
rea de Concentrao: Sade Coletiva
Titulao: Mestre em Odontologia Banca Examinadora: Francisco Carlos Groppo, Vanessa Pardi, Eduardo Dias de Andrade.
Data da Defesa: 27-06-2008 Programa de Mestrado Profissionalizante em Odontologia em Sade Coletiva.
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Aquele que leva a srio o fato histrico,
deve suspeitar de que a cincia no tende ao
ideal sugerido pela imagem que temos de seu
carter cumulativo. As revolues cientficas
determinam mudanas de paradigmas e
quando mudam os paradigmas, muda com
eles o prprio mundo
KUHN
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Dedico este trabalho:
Aos meus pais Horacio Otto Ferraz de Caldas Caldas e Giselle Kirk Amorim Ferraz
de Caldas por terem me cercado de todo o carinho e dedicao em minha infncia
e adolescncia, pocas onde se moldam o carter e a dignidade de um ser
humano.
A Carla minha mulher, cujo amor, dedicao, capacidade incentivadora, e
tenacidade profissional, sobrepujam, o desnimo e o cansao, que s vezes tomam
conta de mim.
A minha filha Jenny, razo maior da minha existncia, me entendendo e me
apoiando nas decises e nos rumos que tomo em minha vida.
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AGRADECIMENTOS:
A Faculdade de Odontologia de Piracicaba, por ter me acolhido nestes 3 anos e
meio de curso, me concedendo a oportunidade do engrandecimento cientifico.
Ao Diretor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Prof. Francisco Haiter Neto.
Ao Vice-diretor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba e professor do curso de
mestrado em sade coletiva Prof. Marcelo de Castro Meneguin, pela oportunidade
concedida e por ter aceitado o convite de participar como membro da banca de
qualificao final.
Ao coordenador do comit de tica e pesquisa da FOP UNICAMP Prof. Dr. Jacks
Jorge Jnior.
Ao professor orientador, presidente da banca de qualificao final e amigo
Francisco Carlos Groppo da rea de Farmacologia, Anestesiologia e Teraputica da
FOP UNICAMP pela amizade, e incansvel pacincia e disponibilidade para orientar,
e dividir seus conhecimentos. Sem o que no teramos concludo esta pesquisa.
A professora Maria Cristina Volpato da rea de Farmacologia, Anestesiologia e
Teraputica da FOP UNICAMP um agradecimento especial, pela co-orientao
deste trabalho e pela incansvel ateno dispensada sempre que solicitada.
Ao professor Antonio Carlos Pereira Coordenador do Programa de Ps Graduao
em Sade Coletiva da FOP UNICAMP, pela brilhante coordenao do curso e por
ter acreditado em ns.
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Ao professor Rogrio Heldio Lopes Motta por ter aceitado o convite de participar
como membro da banca de qualificao final, com sugestes bastante pertinentes
A professora Vanessa Pardi por ter aceitado o convite para compor a banca
examinadora deste trabalho.
Ao professor Eduardo Dias Andrade por ter aceitado o convite para compor a
banca examinadora deste trabalho. Por sua valiosa colaborao e sugestes
fundamentais para a correo final deste trabalho
Aos professores do Programa de Ps Graduao em Sade Coletiva e Odontologia
Social da FOP UNICAMP.
A bibliotecria da FOP UNICAMP Suely Ferreira J. de Oliveira pela busca da
bibliografia solicitada.
A Eliana Aparecida Mnaco secretria do Departamento de Odontologia Social e
Programa de Ps Graduao em Sade Coletiva por sua ateno e pronto
atendimento a todas as nossas solicitaes.
Maria Elisa dos Santos secretria da rea de Farmacologia, Anestesiologia e
Teraputica da FOP UNICAMP por ter nos acolhido cordialmente neste setor
Aos colegas do curso de mestrado, pelo convvio engrandecedor, proporcionando
troca de informaes valiosas.
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Ao Secretrio Municipal de Sade do Municpio de Vassouras Exmo Sr. Dr. Jos
Carlos Vaz de Miranda Netto, por ter apoiado o projeto Vassouras Costurando a
Sade do qual esta pesquisa cientfica um dos trabalhos integrantes.
Ao Chefe de Clnica do CEO professor Dr. Misseno Alves Pereira JR. Pelo apoio e
colaborao.
Ao Chefe administrativo do CEO do HUSS Sr. Flavio Tavares de Almeida Pelo apoio
e colaborao.
A Profa. Maria Cristina Souza, Coordenadora do Curso de Odontologia da
Universidade Severino Sombra pelo apoio na viabilizao do projeto Vassouras
Costurando a Sade.
Ao professor do Curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra Dr. Sileno
Brum, por ter nos acolhido e por ter participado do projeto Vassouras Costurando
a Sade, sem o que a execuo deste projeto no teria sido possvel .
Aos cirurgies-dentistas integrantes e colaboradores desta pesquisa: Adriane
Ferreira, Ccia Aparecida A. Mendes, Carla Cristina Neves Barbosa, Daniele de
Arajo Pereira, Flvia Frana de Oliveira, Flvia de Carvalho Barbosa Brum, Janaina
Franklin Sabino, Jennifer Schauperl Ferraz de Caldas, Joaquim Costa Rodrigues
Filho, Maria Luiza de Souza Azevedo, Miriam Simone Pereira dos Santos, Roberto
Penna Costa Baptista, Patricia Amorim, Rodrigo Flores Costa, Vernica Tancredo
D.M. Massa, Sileno C. Brum..
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A cirurgi-dentista endodontista Jennifer Schauperl Ferraz de Caldas, minha filha
pelo auxlio, na organizao do protocolo endodontico de atendimento e na
compilao e transcrio dos dados levantados no campo da pesquisa.
A cirurgi-dentista, e colega do curso de mestrado Carla Gonalves Gamba, minha
mulher, por estar sempre presente, pelo empenho em prol da captao dos
voluntrios que compuseram a amostra, pela imprescindvel colaborao em todas
as fases do curso de mestrado e desta pesquisa.
A minha irm cirurgi-dentista Helena Cristina Caldas da Costa e marido cirurgio-
dentista Joo Carlos da Costa, pelo empenho maior em nos levar em 2000, a
Loyola University Medical School - Division of Oral and Maxillofacial Surgery and
Dental Medicine Stritch School of Medicine, em Chicago, onde tivemos a
oportunidade nica de participar do curso Conscious Sedation, ministrado por
Mark Steinberg e Staff que nos deu o embasamento inicial necessrios ao
desenvolvimento de nosso aprendizado.
Ao mdico anestesista Dr. lvaro Aguiar Jr. Pelo idealismo e coragem, se
contrapondo at as suas entidades de classe, sofrendo processos ticos injustos,
por integrar a nossa equipe, para ensinar e divulgar com pioneirismo para a classe
odontolgica a tcnica de sedao consciente por via inalatria, nos passando
ensinamentos, fundamentais ao desenvolvimento do espectro de sedao em
odontologia.
Ao amigo e diretor da Mandala Odontomed, representante da Matrx no Brasil,
Aurelius Almeida, por ter nos apoiado desde o incio de nossa trajetria em 2000,
quando ainda voltado apenas para atendimento a rea mdica e hospitalar, decidiu
enfrentar junto conosco a divulgao da tcnica, acreditando em nosso projeto,
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fornecendo todos os equipamentos necessrios para que atravs do Instituto de
Odontologia da PUC do Rio de Janeiro pudssemos realizar com pioneirismo
absoluto, o primeiro curso de habilitao na tcnica de sedao por via inalatria
do Brasil, Nos apoiando ainda na divulgao desta tcnica por todo o Brasil. E
finalmente por nos apoiar incondicionalmente na realizao deste projeto.
Ao professor Ricardo Guimares Fischer, diretor do IOPUC PUC-Rio, por ter nos
acolhido e nos mantido at hoje nesta casa.
Ao Dr. Luciano Artioli Moreira, presidente da ABCD Nacional por sua decisiva
participao em todo o processo de normatizao da tcnica junto ao CFO,
Agencias Estaduais de Vigilncia Sanitria e Agencia Nacional de Vigilncia
Sanitria sem a qual, muito provavelmente no poderamos estar utilizando e
divulgando esta importante ferramenta de trabalho.
Aos funcionrios a Faculdade de Odontologia de Vassouras, do CEO e do Hospital
Universitrio Severino Sombra, pela colaborao.
Aos pacientes atendidos no HUSS, que se propondo a contribuir acreditaram na
proposta e nos resultados desta pesquisa.
Muitas foram as pessoas amigas que me ajudaram na realizao desta pesquisa.
Relacion-las seria correr o risco da omisso involuntria, o que seria imperdovel.
Desta maneira agradeo incondicionalmente a todos os que direta ou
indiretamente nos apoiaram contribuindo com esta pesquisa cientfica agradeo,
incondicionalmente a todos.
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xi
RESUMO
Foi objetivo deste estudo, avaliar a eficcia e a viabilidade da tcnica de sedao
por via inalatria com a mistura N2O/O2, no atendimento odontolgico pblico. O
estudo foi aberto, com 100 voluntrios (54 homens e 46 mulheres), adultos, com
idades compreendidas entre 18 e 50 anos, realizado no servio de urgncia do
Hospital Universitrio Severino Sombra, no municpio de Vassouras. Todos
apresentaram quadro de pulpite aguda irreversvel em dentes superiores. A dor
(escala de 11 pontos em caixa - E11) e a ansiedade (auto-declarao) dos sujeitos
foram quantificados previamente ao procedimento. Os sujeitos foram divididos em
dois grupos: G1 - sedao por via inalatria e G2 (controle) - nenhuma forma de
sedao. A anestesia local foi feita pela injeo infiltrativa de 1.8 ml de uma
soluo de lidocana a 2% com epinefrina 1:100.000. A presso arterial sistlica e
diastlica (PAS e PAD), a saturao de oxignio (SpO2), a freqncia cardaca (FC)
e respiratria (FC) foram monitorados antes do atendimento, no momento em que
o voluntrio se sentava cadeira odontolgica, logo aps a anestesia, 10 minutos
aps a anestesia e aps encerrar os procedimentos. O tempo de atendimento (TA)
foi medido a partir do posicionamento na cadeira odontolgica e do fim do
procedimento clnico, quando uma nova E11, o conforto e a opinio sobre a
tcnica (operador e voluntrio) foram avaliados. Nos pacientes do G1 foram
aplicados trs testes de avaliao Trieger em trs momentos distintos: antes do
incio da sedao, durante a sedao, e aps o trmino da sedao. O TA
(mediana; 1- 3 quartis) foi menor (Mann-Whitney, p=0,0167) para o G1 (58;
5091,3 min) do que para G2 (67; 55,3127,5 min). No houve diferenas (Mann-
Whitney, p>0,05) em relao aos grupos ou aos gneros considerando o nvel de
ansiedade e de dor. As concentraes de N2O no mostraram relao com o nvel
de ansiedade (Kruskal-Wallis, p=0,2200), dor (Kruskal-Wallis, p=0,3185) e gnero
(Mann-Whithney, p=0,8027). Tanto o tempo quanto o nmero de pontos errados
para o teste de Trieger foram maiores (Friedman, p
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xii
G1, indicando estado alterado de conscincia nos voluntrios. A PAS dos
voluntrios sedados diminuiu significativamente (Kruskal-Wallis, p
-
xiii
ABSTRACT
The aim of the present study was to evaluate the conscious sedation performed by
nitrous oxide/oxygen (N2O/O2) at the dental public service. The study was open,
with 100 subjects (54 male and 46 female), adults, from the dental emergency
service of Severino Sombra University-Hospital, in the Vassouras city. All subjects
presented irreversible-acute pulpitis in at least one maxillary tooth. The pain (11
box scale E11) and the anxiety (auto-declaration scale) were both measured
previously the treatment. The subjects were than divided into two groups: G1
conscious sedation and G2 (control) no sedation. Local anesthesia (LA) was
performed by infiltration of 1.8 ml 2% lidocaine with 1:100.000 epinephrine.
Systolic and diastolic blood pressure (PAS e PAD), oxygen saturation (SpO2),
cardiac (FC) and respiratory (FC) frequencies were monitored before the dental
procedures, when the subject was sit on the chair, right after LA, 10 minutes after
LA and after the end of the dental procedures. The time for dental procedures (TA)
was measured from the moment when the subject was sit on the dental chair and
at the end of the dental procedure. A new E11, the comfort and the opinion of the
subjects and operators regarding the techniques were also evaluated at the end of
procedures. G1 volunteers were submitted to three Triegers test: before, during
and after sedation. TA (median; 1- 3 quartiles) was lower (Mann-Whitney,
p=0.0167) for G1 (58; 5091.3 min) than G2 (67; 55.3127.5 min). There were no
differences (Mann-Whitney, p>0.05) regarding the groups or genders considering
anxiety and pain levels. Nitrous oxide concentration did not show relation with
anxiety (Kruskal-Wallis, p=0.2200), pain (Kruskal-Wallis, p=0.3185) and gender
(Mann-Whithney, p=0.8027). Both time and the number of wrong points of the
Trieger test were higher (Friedman, p
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xiv
G2 significantly increased (Kruskal-Wallis, p
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LISTA DE ABREVIATURAS
ASA Americam Society of Anesthesiology
CEO Centro de Especialidades Odontolgicas
CFO Conselho Federal de odontologia
DOU Dirio Oficial da Unio
DPOC Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica
FC Freqncia Cardaca
FR Freqncia Respiratria
N2O xido Nitroso
O2 Oxignio
PAD Presso Arterial Diastlica
PAS Presso Arterial Sistlica
SNC Sistema Nervoso Central
SpO2 Saturao da Hemoglobina Perifrica
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xvi
LISTA DE TABELAS
Pg.
Tabela 1. Distribuio dos 100 voluntrios dentro dos dois grupos em estudo. 31
Tabela 2. Distribuio dos dentes com pulpite dentro dos dois grupos em
estudo. 31
Tabela 3. Nvel de ansiedade declarado e dor (escala de 11 pontos em caixa)
de acordo com os grupos em estudo e com o gnero dos indivduos. 33
Tabela 4. Mediana (primeiro e terceiro quartis) dos parmetros fisiolgicos
observados durante os cinco momentos operatrios. 36
Tabela 5. Proporo (em porcentagem) das respostas s questes dos
questionrios preenchidos pelos sujeitos da pesquisa. 41
Tabela 6. Proporo (em porcentagem) das respostas s questes dos
questionrios preenchidos pelos operadores. 42
Tabela 7. Proporo (em porcentagem) da opinio dos operadores s
questes dos questionrios sobre a sedao. 43
Tabela 8. Relao entre as opinies do operador e do voluntrio quanto ao
nvel de ansiedade antes do tratamento. 44
Tabela 9. Relao entre as opinies do operador e do voluntrio quanto ao
nvel de ansiedade durante a anestesia. 45
Tabela 10. Relao entre as opinies do operador e do voluntrio quanto ao
nvel de ansiedade durante o tratamento. 46
Tabela 11. Relao entre as opinies do operador e do voluntrio quanto ao
nvel de ansiedade ao final do tratamento. 46
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xvii
LISTA DE FIGURAS
Pg.
Figura 1. Escala de onze pontos em caixa. 24
Figura 2. Teste de Trieger. 25
Figura 3. Tempo total gasto no procedimento clnico em ambos os grupos.
A linha central representa a mediana, a caixa representa o 1 e 3 quartis e as
suas representam os valores mximo e mnimo.
32
Figura 4. Distribuio dos sujeitos de acordo com a porcentagem de N2O
na mistura com O2 necessria para sed-los. A linha vermelha
representa a curva de tendncia.
33
Figura 5. Concentrao de N2O na mistura necessria para sedar os
sujeitos de acordo com o nvel de sedao e de dor observados
inicialmente.
34
Figura 6. Tempo necessrio ao preenchimento e nmero de pontos errados
durante o teste de Trieger. A linha central representa a mediana, a caixa
representa o 1 e 3 quartis e as suas representam os valores mximo e
mnimo.
35
Figura 7. Presso arterial (mediana; 1 e 3 quartis) sistlica (linhas
cheias) e diastlica (linhas pontilhadas) dos sujeitos dos grupos 1
(linhas verdes) e 2 (linhas vermelhas) nos cinco tempos
operatrios.
38
Figura 8. Freqncia cardaca (mediana; 1 e 3 quartis) dos sujeitos dos
grupos 1 (linha verde) e 2 (linha vermelha) nos cinco tempos
operatrios.
38
Figura 9. Freqncia respiratria (mediana; 1 e 3 quartis) dos sujeitos
dos grupos 1 (linha verde) e 2 (linha vermelha) nos cinco tempos
operatrios.
39
Figura 10. Presso parcial de oxignio (SpO2) no sangue (mediana; 1 e 3
quartis) dos sujeitos dos grupos 1 (linha verde) e 2 (linha
vermelha) nos cinco tempos operatrios.
39
Figura 11. Mostra o custo da sedao em funo do tempo pelo qual o
sujeito permaneceu sedado. 40
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xviii
LISTA DE ANEXOS
Pg.
ANEXO 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme
resoluo no 196/96 do CONEP/MS. 73
ANEXO 2. Ficha endodontica. 77
ANEXO 3. Ficha de anamese. 79
ANEXO 4. Questionrio a ser respondido pelo voluntrio. 81
ANEXO 5. Questionrio a ser respondido pelo operador 2. 82
ANEXO 6. Teste de Trieger. 84
ANEXO 7. Organograma 85
ANEXO 8. Aprovao do comit de tica. 86
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xix
SUMRIO
1. INTRODUO 1
2. REVISO DA LITERATURA 3
3. PROPOSIO 21
4. MATERIAL E MTODOS 22
5. RESULTADOS 31
6. DISCUSSO 47
7. CONCLUSO 55
8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 56
ANEXO 73
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1 - INTRODUO
Embora a dor seja um dos principais motivos de procura pelo
tratamento odontolgico, o medo ao tratamento dentrio ainda a principal causa
de averso procura pelos profissionais. Infelizmente, esta ainda uma realidade
atual. Estudos sobre o assunto apontam que uma porcentagem significativa da
populao relata sentimentos de averso ao tratamento dentrio (Milgron, 1988).
Os efeitos multiplicativos da ansiedade e do estresse sobre a dor e os
fenmenos fisiolgicos decorrentes tambm so bem conhecidos (Arora, 1999;
Borsatti, 1999).
Em alguns casos, o medo to intenso que se instala a fobia, levando
ao paciente a evitar qualquer tipo de interveno odontolgica, mesmo na
presena de sintomas significativos de doena (Berggren, 1984; Woolgrove, 1986).
Para complicar ainda mais o quadro clnico, sabido que a anestesia
local agrava ainda mais a ansiedade e fobia dos pacientes, sendo motivo de
apreenso at mesmo nos pacientes mais tranqilos. O efeito desse aumento da
ansiedade ocasionado pelo procedimento pode ser devastador e , sem dvida,
um dos grandes responsveis pelas urgncias mdicas ocorridas durante o
tratamento odontolgico (Nicholson et al., em 2001).
Uma das formas mais antigas e conhecidas de sedao em odontologia
sedao consciente por via inalatria, utilizando a mistura xido nitroso e
oxignio. Esta tcnica vem sendo amplamente empregada com expressiva
efetividade em diversos tipos de servios (Kalach et al., 2002; Paterson &
Tahmasseb, 2003; Malamed, 2003; Clark & Brunick, 2003; Foley, 2005) em vrios
pases.
O sucesso da tcnica de sedao por via inalatria em Odontologia
devido, entre outros fatores, a sua eficcia, ao baixo risco para o paciente e a
ausncia de efeitos colaterais, podendo ser indicada quando outras drogas esto
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Paterson+SA%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Tahmassebi+JF%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Foley+J%22%5BAuthor%5D
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2
contra-indicadas. Alm disso, disponibiliza no mnimo 30% de oxignio, o que
importante em vrias situaes emergenciais (Peterson et al., 2000).
Embora no existam dados confiveis sobre o contexto do estresse no
servio de atendimento odontolgico pblico no Brasil, ele tem sido apontado
como o maior obstculo ao tratamento odontolgico em sade pblica nos EUA
(Malamed, 2003), certamente contribuindo para o aumento dos ndices de doenas
bucais e suas manifestaes.
Em contrapartida, as Diretrizes de Poltica de Sade Bucal brasileiras
orientam que sejam utilizados todos os recursos existentes para preveno,
promoo e recuperao da sade bucal, particularmente nos casos de dor,
infeco e sofrimento.
A tcnica de sedao por via inalatria foi normatizada no Brasil
recentemente (resoluo CFO 51/2004 publicada no D.O.U. em 12/05/2004). A
partir desta data, a tcnica vem sendo utilizada regularmente por um nmero
crescente de cirurgies-dentistas em clnica privada, embora no se tenham dados
confiveis sobre o nmero de profissionais que a utilizam.
Face s vantagens e benefcios que a sedao por via inalatria poderia
trazer ao atendimento odontolgico, o propsito deste estudo foi avaliar a eficcia
e viabilidade desta tcnica em servio pblico de atendimento a urgncias
odontolgicas.
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3
2 - REVISO DA LITERATURA
ESTRESSE E DOR NA ODONTOLOGIA
O estresse, o medo e a ansiedade ao tratamento dentrio acometem
grande parte da populao estando normalmente relacionados a experincias
traumticas anteriores, desinformao em relao aos procedimentos e,
principalmente, dor instalada ou inesperada. Entretanto, a dor um dos
principais motivos de procura pelo tratamento odontolgico (Vassend, 1993).
Estudos indicam que cerca de 75% da populao relata sentir algum medo ou
ansiedade associados ao tratamento dentrio (Seeman, 1976; Scott & Hirschmann,
1982; Milgron, 1988).
Nos EUA, 14 milhes de cidados americanos evitam voluntariamente a
visita ao dentista e 45 milhes (cerca de 40% da populao) deles se consideram
nervosos ou ansiosos quando necessitam ir ao dentista e, assim, no recebem
cuidados odontolgicos de rotina, gerando significativo um aumento da prevalncia
de doenas bucais, e suas conseqncias sistmicas (Dione et al., 1998; De Jonhg
et al., 2005a, De Jonhg et al., 2005b).
Poulton et al. (1998) investigaram a possvel causa do medo na
odontologia, acompanhando um grupo de pessoas desde a infncia (3 anos) at a
idade adulta (26 anos). O resultado desse estudo corrobora os anteriores,
indicando que o medo do tratamento odontolgico em adultos est realmente
relacionado a eventos aversivos condicionados. Esse estudo sugeriu tambm que
nos casos de vulnerabilidade pessoal (origem endgena), o medo do tratamento
odontolgico manifestado junto a outras fobias. Entretanto, a maior parte dos
pacientes com medo ao tratamento dentrio relata tratar-se de um medo
especfico, sendo a primeira experincia relevante no desenvolvimento desse tipo
de medo.
Uma das dificuldades encontradas pelo clnico durante o atendimento
odontolgico o medo que alguns pacientes manifestam sentir em relao aos
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4
procedimentos que tero curso durante a sesso. O comparecimento para
tratamento odontolgico pode representar um grande problema para esses
pacientes (Kanegane et al., 2003). Alm disso, a falta do controle da ansiedade
seria um fator que dificulta o procedimento odontolgico, aumentando o risco de
emergncias mdicas, alm de aumentar o tempo de trabalho e diminuir a auto-
estima do paciente (Smyth, 1993).
Schuurs et al. (1985), Hagglin et al. (1996) e Skaret et al. (1999)
observaram que a ansiedade frente ao tratamento odontolgico foi a principal
causa de desmarcaes das consultas e de faltas s mesmas, entre os pacientes
adolescentes.
O medo do dentista pode derivar de vrias fontes, como experincias
traumticas passadas, preocupaes quanto possibilidade de mutilao; a
observao da ansiedade, do medo e do evitamento, manifestados por outras
pessoas, que esto se submetendo a tratamento odontolgico, ou que reportaram
alguma experincia negativa durante algum tratamento realizado, o medo da
"anestesia, da injeo e da caneta de alta rotao, so os mais comuns.
Quando o paciente experimenta o medo ou a ansiedade, o estresse se instala,
sendo o estresse um conjunto de adaptaes fisiolgicas que tendem a buscar o
restabelecimento do equilbrio orgnico (Little et al., 2002).
A ansiedade pode provocar uma reduo na tolerncia dor, a qual
eleva ainda mais o nvel de estresse estabelecendo-se, ento, um crculo vicioso,
onde os agentes anestsicos locais podem no atuar eficientemente (Meyer, 1987;
Brand et al., 1995; Pereira et al., 1995; Arora, 1999; Borsatti, 1999).
Em alguns casos, o medo to intenso que leva o paciente a evitar
qualquer tipo de interveno odontolgica (Milgron et al., 1988; Rubin, 1988).
Kaufman et al. (1984) definem a fobia como sendo um medo persistente e
irracional que resulta na compulso para evitar um objeto ou uma situao
especfica. A expectativa da dor, em odontologia, contribui significativamente para
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5
o desenvolvimento do quadro de ansiedade de estresse, o que contribui para a
diminuio da tolerncia a dor. Em certos casos, estmulos incuos, em pacientes
ansiosos, podem ser interpretados como dor. A ansiedade de acordo ainda com os
autores, pode ser a responsvel, por casos de falha no bloqueio anestsico tronco
mandibular, reaes adversas, s vezes diagnosticadas erroneamente como
reaes alrgicas ou txicas ao sal anestsico, ou ainda ao vasoconstritor, so
devidas a ansiedade e ao estresse no controlada do paciente. Por esta razo,
estes autores, recomendam um controle abrangente da dor, com tratamento do
medo e da ansiedade.
A fobia odontolgica classificada como uma fobia especfica no
Manual de Diagnstico e Estatsticas das Desordens Mentais. A principal diferena
entre o medo odontolgico severo e a fobia est relacionada ao impacto que estes
tm no funcionamento fisiolgico do indivduo. Para ser classificada como fobia, a
relutncia, a antecipao ansiosa ou o distress desenvolvido frente situao
temida tem que interferir significantemente com a rotina normal deste indivduo,
ou seja, com a funo ocupacional (ou acadmica), com as atividades sociais, com
os relacionamentos interpessoais. O humor e o significativo aumento na secreo
de substncias endgenas so as desordens mais freqentes que coexistem em
pacientes portadores de desordens ansiosas (Kvale et al., 2002; Kvale et al.,
2004).
Embora o medo e a ansiedade moderada possam no ter um impacto
importante sobre a sade bucal, a ocorrncia de fobia ou ansiedade intensa e
generalizada, podem levar o paciente a evitar definitivamente o tratamento
odontolgico, mesmo na presena de sintomas significativos de doena, e das
conseqncias sade geral (Berggren, 1984; Woolgrove, 1986). Cerca de 40%
da populao dos EUA no recebe ateno preventiva odontolgica devido
apreenso, como causa mais comum (Ayer, 1983).
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6
A expectativa de dor ou de procedimentos que causam dor, juntamente
com a ansiedade, so apontados como sendo a maior barreira visita ao dentista.
Altos nveis de ansiedade esto associados com histrias dolorosas em tratamentos
passados ou a expectativa de procedimentos dolorosos no futuro (Vassend, 1993).
A prtica clnica sugere que os nveis de ansiedade e medo em pacientes que
procuram atendimento de urgncia so maiores do que na populao em geral
(Kanegane et al., 2003).
De acordo com Van Wijk & Hoogstraten (2003), a ansiedade ou o medo
desenvolvidos pelo indivduo frente ao tratamento odontolgico, podem
desencadear um aumento da dor, interferindo assim no estmulo doloroso ou nas
sensaes de dor referida. Conseqentemente, situaes dolorosas, aversivas ou
extremamente aterrorizantes servem como experincias condicionadoras e alm do
mais desempenham um papel importante na aquisio de ansiedade ao tratamento
odontolgico (De Jongh et al., 2005).
Nicholson et al., em 2001, observaram que o estresse fsico e
psicolgico relacionados anestesia local pode complicar o tratamento
odontolgico. Relataram ainda que estudos de urgncias mdicas ocorridas
durante o tratamento odontolgico indicam que 55% destas urgncias so devido
ao estresse psicognico ou pela captao excessiva do anestsico pelo sistema
cardiovascular, logo aps a anestesia.
Poulton et al., em 1998, avaliaram um grupo de jovens em relao ao
medo e a ansiedade desenvolvidos durante a injeo da anestesia local, a
visualizao de sangue e a correlao entre estes fatores. Observaram que a
ansiedade resultou de experincias pregressas ou, ainda, fazia parte de um quadro
de ansiedade generalizada. Poulton assinala que os resultados obtidos foram
indicativos de que a fobia frente ao atendimento odontolgico seria exacerbada
pelo medo da injeo da anestesia local e tambm pela visualizao do sangue. A
anestesia local foi, entretanto, a etapa que mais gerou desconforto medo e
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7
ansiedade. Resultados similares aos de Poulton foram observados por Kaakko et al.
(1998), os quais concluram que o medo a anestesia local foi um dos maiores
fatores de medo e evitamento ao tratamento odontolgico, seguido pelos
procedimentos de extrao dentria e tratamentos de canal. Alm disso, os
autores observaram tambm que os indivduos que nunca receberam anestesia
local, se mostraram mais ansiosos do que aqueles que j haviam sido anestesiados
anteriormente.
A dor um fenmeno subjetivo, definida usualmente como sendo uma
experincia desagradvel, a qual primariamente est associada com dano tecidual.
A ansiedade aumenta a atividade simptica e, conseqentemente, a produo de
epinefrina que contribui na ativao os nociceptores, aumentando a dor (Pereira et
al., 1995). A atividade simptica aumentada pode se traduzir em aumento da
freqncia de emergncias mdicas dentro do consultrio odontolgico. As mais
freqentes (causadas pelo estresse agudo, aliado a dor odontognica) podem
incluir: angina pectoris, infarto do miocrdio, broncoespasmo asmtico,
insuficincia adrenal aguda, hipertenso grave, crise tireoideana, choque insulnico,
lipotmia, choque cardiognico, hiperventilao e crise epiltica (Peterson et al.,
2000). Assim, nos pacientes muito ansiosos e, principalmente naqueles com pouca
capacidade adaptativa, como por exemplo, diabticos e hipertensos, o estresse
pode levar ao aparecimento de quadros de perda sbita ou transitria da
conscincia (lipotimia) ou, nos casos mais graves, ao choque cardiognico, com
parada crdio-respiratria (Malamed, 2000).
Malamed (1993) apresentou dois levantamentos epidemiolgicos
realizados com 4309 dentistas americanos que relataram 30608 episdios de
emergncias mdicas durante um perodo de 10 anos. Deste total, grande parte
foram manifestaes freqentemente associadas falta de controle do estresse:
15407 lipotmias, 1326 casos de hiperventilao e cerca de 3000 alteraes
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cardiovasculares. Do total, 54,9% das emergncias ocorreram durante ou
imediatamente aps a anestesia local.
Anderson & Reagan (1993), observam que a liberao endgena de
epinefrina/norepinefrina pode estar aumentada em at vrias vezes a sua liberao
basal (0,17 a 0,54 g/min) em resposta ao estresse agudo oriundo dos
procedimentos odontolgicos (epinefrina: aumenta de 1 a 3 vezes; norepinefrina:
no se altera), na dor ps-operatria aguda (epinefrina: aumenta em at 1 vez;
noepinefrina: aumenta de 1 a 2 vezes).
A liberao de catecolaminas na corrente circulatria promove a
diminuio da resistncia vascular perifrica e o aumento do fluxo sangneo de
vrios tecidos e dos msculos esquelticos. Nas situaes em que a atividade
muscular perifrica no ocorre, como no caso do paciente na cadeira do dentista, o
sangue acumulado nas extremidades no retorna para o corao, acarretando um
decrscimo no volume de sangue circulante. Ocorre queda da PA, diminuio do
aporte de sangue no crebro, e conseqente diminuio da oxigenao, gerando a
perda sbita da conscincia. Este quadro clnico denomina-se lipotimia, a qual
uma emergncia mdica leve que, se no tratada, poder evoluir para uma
depresso cardiovascular importante (Saueressig & Pagnoncelli, 2004). Assim,
mesmo em pacientes sem complicaes sistmicas, o estresse odontolgico, pode
desencadear quadros clnicos de emergncia mdica (Ranali, 2000; Malamed,
2000; Little et al., 2000; Sonnis & Fang, 2000).
Bergdahl & Bergdahl (2003) demonstraram que a maioria da populao
desenvolve algum grau de ansiedade quando se submetem a procedimentos
cirrgicos ou endodnticos. Observaram ainda que a etiologia da ansiedade severa
ao tratamento odontolgico tem uma variedade de fatores, e que os pacientes no
formam um grupo homogneo. Muitos indivduos relataram que seus problemas
esto ligados a experincias traumticas adquiridas na infncia. Pacientes que
desenvolvem ansiedade frente ao tratamento odontolgico geralmente faltam s
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9
consultas odontolgicas e so aqueles que mais necessitam de atendimento
odontolgico imediato. Em muitos casos, eles somente comparecem ao consultrio
quando impelidos frente dor severa, o que resulta na dificuldade do
atendimento, devido complexidade do condicionamento e do manejo deste
paciente, aumentando o risco.
De acordo com Raab et al., em 1998, a reduo do estresse e da
ansiedade so importantes no manejo do paciente durante o tratamento
odontolgico, isto porque muitos pacientes cardacos ou portadores de
necessidades especiais, so geralmente submetidos a tratamentos de menor ou
maior grau de invasividade, e estes procedimentos quando executados sob o
controle da dor, do medo e da ansiedade, os submetero a cargas psicolgicas e
fisiolgicas menores.
A dor experimentada durante o tratamento odontolgico pode ser
primariamente determinada pela ansiedade, embora outros fatores como idade,
etnia e gnero possam estar envolvidos. Pessoas com culturas que praticam o
autoflagelo, por exemplo, tendem a ser mais tolerantes dor queles com culturas
que expressam suas emoes e, alm disso, os homens tendem a ser mais
tolerantes dor do que as mulheres (Foreman, 1979). Em experimentos com
estmulos agudos somticos, como na pele, as mulheres realmente apresentaram
menor limiar e maior capacidade de discriminao e mensurao da dor e, ainda,
menor capacidade de suportar estmulos nocivos que os homens. Estas diferenas
existem para algumas formas de estmulos, como eltricos e de presso, mas so
influenciados por diversas variveis como rotina diria, local do experimento,
gnero do experimentador e estado nutritivo (Berkley, 1997). Taani, em 2001,
constatou que as mulheres demonstraram maiores nveis de ansiedade ao
tratamento odontolgico em relao aos homens, porm este aumento, embora
significativo, foi sutil. O autor relata ainda que, entre os diferentes procedimentos
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odontolgicos, a anestesia local e o motor de alta rotao foram os que mais
comumente causaram medo.
Schuller (2003) observou que os indivduos os quais a ltima visita
odontolgica foi h trs anos atrs ou mais, podem ser considerados como
indivduos com comportamento de averso ao tratamento odontolgico. Observou
tambm que as mulheres desenvolvem nveis mais altos de medo ansiedade e
comportamento aversivo ou de evitamento frente ao tratamento odontolgico do
que os homens, de maneira similar a outros estudos semelhantes publicados sobre
o assunto.
A dor difcil de ser mensurada por respostas subjetivas. O mtodo de
avaliao atravs da Escala Analgica Visual (EAV) um mtodo fidedigno e
sensvel na avaliao de dor crnica (Joyce et al., 1975). A apurao correta da
ansiedade ao tratamento odontolgico tambm tem se mostrado subjetiva. Dentre
a variedade de questionrios de ansiedade ao tratamento odontolgico disponveis,
provavelmente, o mais conhecido a Escala de Ansiedade Odontolgica de Corah
(Dailey et al., 2001).
Em um estudo sobre a imagem dos cirurgies-dentistas, Cruz et al.
(1997) concluram que o medo (relacionado ao instrumental e ao tratamento) est
fortemente associado imagem do cirurgio-dentista, aparecendo como resultado
de experincias prprias ou de outrem. Alm disso, observaram que a dor est
associada imagem do dentista com uma elevada freqncia, sendo que o CD
referido como um mal necessrio, castigo, alm de ser associado a sensaes
de estresse e ansiedade. Dentre caractersticas apontadas na definio de um
cirurgio-dentista ideal, os autores encontraram: calma, pacincia e
capacidade de informao e comunicao. Alm disso, um dos fatores
determinantes na escolha do cirurgio-dentista pelo paciente o adequado
controle da dor que este realiza (Arora, 1999).
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A SEDAO CONSCIENTE PELA VIA INALATRIA
A eficcia da sedao consciente por via inalatria, utilizando a mistura
xido nitroso e oxignio, para o controle da dor do medo e da ansiedade foi
comprovada por diversos autores, em vrios pases, nos quais a tcnica vem sendo
amplamente empregada com expressiva efetividade, tanto em clnica privada,
quanto em servios pblicos (Kalach et al., 2002; Paterson & Tahmasseb, 2003);
no atendimento ambulatorial (Malamed, 2003; Clark & Brunick, 2003; Foley,
2005).
O xido nitroso um gs incolor, no-irritante e de cheiro adocicado.
o nico composto inorgnico, alm do CO2, que tem propriedade de deprimir o
SNC. tambm considerado o menos potente dos gases anestsicos sendo que a
concentrao alveolar mnima para obter anestesia geral 104/105%, o que
significa que o N2O incapaz de produzir anestesia adequada, exceto se
administrado em condies hiperbricas ou quando associado s outras drogas
(Miller, 2000; Manica, 2004).
A tcnica de sedao por via inalatria utilizada dentro da Odontologia
eficaz, no oferece riscos para o paciente e no apresenta efeitos colaterais
importantes. Pode ser indicada quando outras drogas esto contra-indicadas. Por
disponibilizar no mnimo 30% de O2 durante o procedimento, a tcnica indicada
para pacientes que apresentam dficit de oxignio, como por exemplo, nos casos
de coronariopatias (Eker et al., 1972; Thompson, 1976).
Ruben (1972) constatou que 3700 cirurgies-dentistas da Dinamarca
empregaram a sedao por via inalatria durante aproximadamente um milho de
horas, correspondentes a aproximadamente 15 anos de utilizao da tcnica, sem
que tivesse sido relatado nenhuma ocorrncia de morbidade importante em
conseqncia dos procedimentos de sedao. De acordo ainda com os autores, a
analgesia e a sedao produzidas pela mistura xido nitroso e oxignio, melhoram
substancialmente qualquer desconforto durante o tratamento, aumentando o
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Paterson+SA%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Tahmassebi+JF%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Search&term=%22Foley+J%22%5BAuthor%5D
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aporte de oxignio no crebro e no corao, e produzindo discreta diminuio nos
nveis pressricos e da freqncia cardaca.
De acordo com a ADA Survey em 1994, a tcnica bastante utilizada
nos Estados Unidos, onde se originou, sendo empregada por 56% dos clnicos
gerais, 85% dos cirurgies buco-maxilo-faciais e 88% dos odontopediatras. O
xido nitroso tambm comumente empregado na Austrlia, Nova Zelndia,
Israel, Japo, Polnia, frica do Sul, Koreia, Reino Unido e Escandinvia.
A analgesia inalatria com N2O/O2 a nica tcnica de sedao que
permite a completa recuperao do paciente em curto espao de tempo ps-
sedao, entre 3 a 5 minutos. O paciente estar apto em 98% dos casos, a
retornar as suas atividades, inclusive dirigindo ou operando mquinas. A quase
totalidade (99%) do xido nitroso exalado do organismo atravs da respirao
(MacCafery, 1989). Em concentraes variando entre 10% a 70% de N2O, na
mistura ao O2, os reflexos protetores esto preservados. No necessita de
acompanhante, sendo por isso a tcnica escolhida neste estudo contrapondo-se a
via oral com benzodiazepnicos, pois estes no prescindiriam da presena do
acompanhante. Vale ressaltar que em atendimento no eletivo a presena do
acompanhante nem sempre possvel. Sendo assim, o efeito analgsico e
ansioltico, fazem deste frmaco a droga de escolha no controle da ansiedade no
tratamento emergencial dos pacientes portadores de pulpite. Desta forma os
pacientes se submetem ao procedimento emergencial sem que haja as
manifestaes de ansiedade anteriormente relatadas, diminuindo tambm as
possibilidades de emergncias mdicas trans-operatrias vinculadas ansiedade.
O xido nitroso tem efeito analgsico e sedativo, potencializando o
efeito do anestsico local, no induz a dependncia farmacolgica e, como no
metabolizado pelo organismo, no tem efeito txico (Eger, 1990). Em termos de
segurana, a tcnica considerada o procedimento mais seguro de sedao
medicamentosa (Malamed, 2003).
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Clark & Brunick (2003) e Malamed (2003), assinalam que o xido
nitroso atravessa a barreira placentria, embora o mesmo no seja metabolizado
pelo feto. De acordo com os autores, a gravidez no contra-indica o uso de
sedao inalatria com N2O-O2. Entretanto recomendam como medida de
segurana, que tanto o uso do xido nitroso quanto qualquer outro tratamento
eletivo em Odontologia, deva ser evitado no primeiro trimestre da gravidez.
Jastak (1989) sedou 960 pacientes, e concluiu que 64% deles foram
sedados com percentagens de N2O entre 29% e 45%, 24% foram sedados entre
43% e 50% de N2O, 11% com percentagens de N2O entre 10% e 25% e 4% entre
51% e 80% de N2O. Segundo Malamed (1995), em 5000 procedimentos a
resposta sedao com N2O/O2 foi varivel, sendo que 70% atingiram sedao
clinicamente ideal com percentagens de N2O entre 30% e 40%, 27% com
percentagens entre 50% e 70% e 3% no alcanaram nveis ideais de sedao.
MECANISMO DE AO
O xido nitroso atua deprimindo o SNC em nvel do crtex cerebral. O
seu mecanismo de ao, ainda no totalmente conhecido. um potente e
seletivo inibidor das correntes ativadas pelos receptores N-metil-D-aspartato
(NMDA) do neurotransmissor excitatrio glutamato, sugerindo que possam causar
sedao por meio de ao nestes receptores, que interferem a mdio prazo na
modulao das sinapses (Menerick, 1998).
No hipntico e pode ter ao hilariante. Pode produzir excitao
atuando como depressor em reas do SNC que tem funo inibidora, liberando
outras reas que tem funo excitatria, desencadeando uma reao tipicamente
extrapiramidal (Costa & Saraiva, 2002). Estudos demonstram que o N2O tem
propriedades analgsicas e ansiolticas, pois alm de interferir na transmisso da
dor alterando a sntese, liberao ou metabolismo dos neurotransmissores, poderia
estimular a liberao endgena de substncias analgsicas com propriedades
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semelhantes aos opiceos, reduzindo a dor ocasional envolvida com os
procedimentos operatrios rotineiros (Menerick, 1998; Berkowitz, 1977). HODGES
(1994) e Cahhil (2000) observam que o xido nitroso capaz tambm de estimular
a produo de opiides endgenos tais como as encefalinas e as dinorfinas
(endorfinas), mas que, entretanto, no tem efeito neuronal na liberao das beta-
endorfinas (Hodges, 1994).
Quase todas as formas de percepo so deprimidas (viso, audio,
toque e dor, sensao temporal). A memria, a capacidade de se concentrar e
desempenhar atos que necessitem de raciocnio no so afetadas (Malamed,
2003). Segundo Parbrook (1968), o xido nitroso atuaria tambm produzindo uma
desativao em nvel de crtex cingular posterior e visual associativo, que
explicaria a induo do dficit da funo cognitiva e nas alteraes visuais
presentes nos indivduos sob sedao consciente com xido nitroso. De acordo
ainda com o autor, o xido nitroso poderia inibir parcialmente a memria, atravs
da depresso produzida sobre a zona do hipocampo e sobre o girus do hipocampo.
Cavalcanti (2003) observou que o N2O promove ao acentuada nas
estruturas corticais e que, em concentraes de 30, 50 e 60%, no desenvolve
ao nas estruturas nervosas que possam inibir ou liberar neurotransmissores
autonmicos capazes de promover alteraes cardiovasculares importantes e to
pouco inibir o automatismo respiratrio causando hipoventilao alveolar.
Embora o xido nitroso tenha propriedades depressoras do miocrdio,
este efeito no tem nenhum significado na prtica clnica (Manica, 2004). Tem
propriedades broncodilatadoras e no lesivo ao epitlio pulmonar (Malamed,
2003; Clark & Brunick, 2003) e, por esta razo, pode ser administrado a pacientes
com asma sem nenhum risco de broncoespasmo (Pasternack, 1993).
O xido nitroso no produz aes clinicamente significativas sobre o
tubo digestivo e seus anexos, sobre os rins e sobre a musculatura esqueltica. Na
presena de disfuno heptica, xido nitroso pode ainda ser usado sem nenhum
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risco de reaes adversas. Mesmo na gravidez no contra-indicado o uso de
sedao inalatria com N2O-O2. Entretanto, como medida de segurana, seu uso
deve ser evitado (Clark & Brunick, 2003).
EFEITOS ADVERSOS
O xido nitroso oxida o on cobalto da vitamina B12, inibindo assim a
sntese da metionina sintetase, o que pode acarretar o mau funcionamento da
medula ssea. Isto pode levar a um quadro similar ao da anemia perniciosa em
animais de laboratrio expostos por perodos prolongados. Nos animais submetidos
a exposies crnicas, a inibio da sntese da metionina sintetase, ocorre de
maneira reversvel (Nunn, 1985).
A exposio ao xido nitroso por longo prazo pode produzir inibio
transitria da medula ssea. Todos os casos relatados na literatura, envolveram
exposies por mais de 24 horas seguidas.
Lacassie et al. (2006) apresentaram relato clnico sobre um paciente
submetido exposio ao xido nitroso em dois perodos de 8 semanas e que
conseqentemente apresentou um quadro de mielopatia difusa, doena que se
caracteriza por parestesia das extremidades na parte superior do corpo, pequena
paraplegia de membros inferiores e sintomas na bexiga. De acordo com o autor, os
exames laboratoriais demonstraram o aumento de homocistena e nveis baixos de
vitamina B12. Os autores analisaram tambm atravs de exames especficos, o DNA
do paciente e verificaram a existncia de polimorfismo do gene MTHFR, que est
associado isoforma termolbil do 5-10-metil-ene-tetrahidrofolato-redutase,
enzima tambm responsvel pelo quadro de mielopatia desenvolvido pelo
paciente. De acordo ainda com o autor, to logo foi iniciado o tratamento com o
acido flico e vitamina B12, os sintomas neurolgicos cederam progressivamente,
at a cura completa.
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Szymanska (2001) concluiu que os potenciais efeitos deletrios
atribudos a exposio crnica ao xido nitroso, administrado como agente nico,
produzidos nos sistemas reprodutor, neurolgico e hematopoitico no so
conclusivos e necessitam de maiores evidncias.
Em 1995, Malamed fez uma ampla reviso da literatura, sobre os efeitos
deletrios do xido nitroso. Nesta oportunidade, o autor revisou 850 artigos, dos
quais 23 receberam o mrito cientfico. A concluso foi a de que no existem bases
cientficas que estabeleam limites mximos de exposio ao xido nitroso, para
consultrios odontolgicos e salas cirrgicas de hospitais. De acordo com o autor,
devido a esta controvrsia, representantes da odontologia, governo e fabricantes,
nos Estados Unidos da Amrica, reuniram-se em setembro de 1995, para um
encontro que foi patrocinado pela American Dental Associations Council of
Scientific Affairs and Council of Dental Practice e a posio formal dessas entidades
foi a de que o limite mximo de exposio ao xido nitroso no est ainda
comprovada. Malamed (2003).
CONTRA-INDICAES
De acordo com Malamed (2003) e Clark & Brunick (2004), as contra-
indicaes ao emprego da tcnica so relativas e no absolutas. Assim, o uso da
tcnica pode no estar indicada para pacientes com personalidade compulsiva,
claustrofbicos, crianas com severos desvios de comportamento, pacientes com
severas desordens de personalidade e portadores de doena pulmonar obstrutiva
crnica (DPOC - enfisema pulmonar, fibrose cstica, bronquite crnica, embolia
pulmonar ou pneumotrax).
De acordo com Malamed, em 1995, estas patologias, no so
evidenciadas na clnica odontolgica pois s ocorrem em pacientes classificados
em Asa IV, portanto no aptos ao atendimento odontolgico ambulatorial.
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Em pacientes idosos sob uso de sulfato de bleomicina (um agente
antineoplsico) com histria pregressa de DPOC, o O2 em concentraes
superiores a 30% pode contribuir para o aumento da incidncia de fibrose
pulmonar, devendo a tcnica ser contra-indicada (Fleming et al., 1998; Yagiela,
2000; Clark & Brunick, 2003). No deve ser administrada tambm, em pacientes
com histria recente de cirrgias otolgicas do tipo tmpanoplastia, mastoidectomia
fechada e etapedectomia (Katayama et al., 1992).
A SEDAO CONSCIENTE NO CONTEXTO DA SADE PBLICA
O impacto do medo, da ansiedade e da fobia frente ao tratamento
odontolgico, tem sido objeto de estudos h vrias dcadas. Estes fatores tm sido
apontados em pesquisas recentes em vrios pases, como causadores de um
grande ndice de doenas bucais e manifestaes sistmicas, que se tornaram um
problema de sade pblica, apesar de todo o avano tcnico-cientfico dentro da
Odontologia (Touyz & Lamontagne, 2004; Barbera & Fernandz, 2004; Krueger et
al., 2005; De Jongh el al., 2005).
O estresse o maior obstculo ao tratamento odontolgico em sade
pblica, dentro dos EUA, contribuindo sobremaneira para o aumento dos ndices
de doenas bucais e suas manifestaes (Malamed, 2003).
No Brasil, as Diretrizes de Poltica de Sade Bucal de 2004, orientam
para que sejam utilizados todos os recursos existentes para preveno, promoo
e recuperao da sade bucal. Prioridade absoluta deve ser dada aos casos de dor,
infeco e sofrimento. Mas num curto prazo, muito ainda dever ser feito no que
tange a sistematizao destes servios, focando a ateno nos cuidados que
devero ser tomados, para que tenhamos o mximo de segurana durante este
atendimento, particularmente naqueles pacientes com comprometimento
fisiolgico. No Brasil, a tcnica de sedao por via inalatria foi normatizada
somente no ano de 2004 pelo Conselho Federal de Odontologia atravs da
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resoluo CFO 51/2004 publicada no D.O.U. em 12/05/2004, muito embora j
fosse regulamentada atravs do decreto lei 5081, de 24 de agosto de 1961. A
partir de 2004, a tcnica vem sendo utilizada regularmente por um nmero
crescente de cirurgies-dentistas em clnica privada.
Na medicina, vrios estudos demonstram que a sedao consciente por
via inalatria vem sendo utilizada em diversos procedimentos clnico-cirrgico-
ambulatoriais seja pela induo com mistura pr-fixada (por ex: o Etanox, o
Kalinox), seja por meio da mistura titulada, como droga alternativa ou substituta
na maioria dos casos, aos benzodiazepnicos, derivados sintticos da morfina e a
outros frmacos depressores do SNC (Waters, 1995; Michaud, 2000; McIntyre,
2003; Abdelkefi, 2004; Ujhelyi, 2004; Akrofi 2005). Vem sendo utilizada em
ambulncias UTIs mveis, em pacientes com infarto agudo do miocrdio e nas
manobras de cardioverso, em funo da disponibilizao de O2 e das
propriedades analgsicas e sedativas do N2O (Basket, 1970; Foley, 1986; Clark &
Brunick, 2003; Malamed, 2003).
tambm considerada como uma alternativa a anestesia geral, no
atendimento a pacientes fbicos ou portadores de necessidades especiais,
diminuindo assim os riscos inerentes ao procedimento a ser realizado, seus custos
e a complexidade do tratamento (Paterson & Tahmassebi, 2003).
O atendimento emergencial dos pacientes com pulpite se constitui em
odontologia, em um dos procedimentos no eletivos sujeitos a maior incidncia de
emergncias mdicas, em funo da dor, da ansiedade, do desgaste fsico e
emocional, e da alimentao deficiente, por vezes envolvendo noite de sono
descontinuado. Nestes pacientes via de regra os parmetros hemodinmicos e
respiratrios estaro significativamente alterados.
Saito et al.(1990) atenderam 160 pacientes com necessidades especiais
sob sedao por via inalatria. Estes pacientes em sua maioria, eram portadores
de doenas cardiovasculares, com idades iguais ou superiores a 65 anos,
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portadores de hipertenso ou de algum grau de doena cardaca isqumica. Os
pacientes foram atendidos em procedimentos cirrgicos de emergncia, sendo que
a utilizao da sedao por via inalatria se mostrou um procedimento seguro,
eficaz e indicado. Wynne et al., (1980) estudou um grupo de 24 pacientes com
histria de doena coronria obstrutiva, apresentando dor no peito. Os autores
demonstraram que a administrao de xido nitroso em pacientes submetidos a
cateterismo cardaco, com angiocoronarioplastia, diminui o consumo de oxignio
no miocrdio e atua favoravelmente no balano entre a necessidade de oxignio
do miocrdio e a sua demanda, alm de diminuir a freqncia cardaca e a presso
arterial, atravs de inibio da modulao simptica.
Outros autores observaram recomendaes similares. Muzyka (1999)
recomendou a utilizao de xido nitroso para os pacientes portadores de
fibrilao atrial, que necessitam ser submetidos a tratamento dentrio. Zhang et al.
(2002) observou que a administrao de 50% de xido nitroso mantm a
estabilidade do sistema cardiovascular e seria o mtodo de sedao mais indicado
para pacientes portadores de hipertenso e outras alteraes dos parmetros
cardiovasculares durante as extraes dentrias. Kerr (1972), Thompson et al.
(1976), Amey et al. (1981) e OLeary et al. (1987) indicaram a sedao consciente
com xido nitroso, no pr atendimento hospitalar nos pacientes com infarto agudo
do miocrdio, pois alm do efeito analgsico, a mistura O2/N2O propiciaria
oxigenao para o miocrdio e a reduo da ansiedade que acompanha este
quadro.
Na Inglaterra, um estudo retrospectivo demonstra que a sedao
consciente com a mistura N2O/O2 vem sendo utilizada com sucesso em sade
pblica, nas clnicas de atendimento comunitrio, no manejo de crianas fbicas.
Em sade coletiva, cada vez maior o interesse em se manter os pacientes em
atendimento em postos de atendimento de baixa complexidade, diminuindo-se na
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medida do possvel o encaminhamento e a demanda para os atendimentos de alta
complexidade (Bryan, 2002).
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3 - PROPOSIO
Este trabalho tem por objetivo avaliar a eficcia e a viabilidade da
tcnica de sedao com xido nitroso e oxignio por via inalatria no pronto
atendimento de urgncia em servio odontolgico pblico.
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4 - MATERIAL E MTODOS
Seleo dos voluntrios
O estudo s foi iniciado aps aprovao pelo Comit de tica em Pesquisa
da FOP/UNICAMP e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(ANEXO 1), conforme resoluo no 196/96 do CONEP/MS. O Protocolo foi aprovado
sob nmero 100/2006 (ANEXO 8).
Participaram do estudo, 100 voluntrios, de ambos os sexos, com faixa
etria entre 18 e 50 anos, do servio odontolgico encaminhados pela rede pblica
tanto do municpio de Vassouras, quanto dos municpios vizinhos, 20 cirurgies-
dentistas, 5 Auxiliares de Consultrio Dentrio que atendem no CEO do Hospital da
Universidade Severino Sombra, na cidade do Rio de Janeiro.
O estudo foi aberto, dividido em 2 grupos de 50 voluntrios, os quais, aps
preencherem formulrio prprio com os dados para a pesquisa, foram
aleatoriamente (atravs de sorteio prvio) submetidos ou no ao procedimento de
sedao.
Foram considerados os seguintes critrios de excluso:
1. portadores de personalidade compulsiva;
2. portadores de claustrofobia;
3. portadores de desordens de personalidade severas (manacos, depressivos,
etc);
4. portadores de doenas pulmonares obstrutivas crnicas, tais como enfisema
pulmonar, fibrose cstica, bronquite crnica, embolia pulmonar ou
pneumotrax;
5. idosos sob uso de sulfato de Bleomicina ou usurios do frmaco por um
perodo superior a um ano;
6. histria recente de cirurgias otolgicas do tipo timpanoplastia,
mastoidectomia fechada e etapedectomia;
-
23
7. usurios de quaisquer outras drogas depressoras do Sistema Nervoso
Central;
8. usurios que tiverem utilizado qualquer tipo de analgsico ou
antiinflamatrio no perodo de 1 semana antes do procedimento
odontolgico;
9. ex-adictos (ex-cocainomanos, ex-alcolatras, etc);
10. gestantes.
Os voluntrios foram avaliados por meio da anamnese prvia e apresentaram
bom estado geral de sade, porm apresentavam quadro de pulpite irreversvel,
em um ou mais dentes superiores.
Os seguintes equipamentos e material foram utilizados:
1- Monitor para a verificao de parmetros hemodinmicos, marca Emai
modelo PX 200, composto de Oxmetro de pulso, dotado de sensor digital com
luz vermelha e infravermelha para monitorao da saturao de O2 da
oxihemoglobina perifrica, e da freqncia cardaca, com sistema de verificao
da presso arterial no invasiva (PANI), e mdia das presses sistlicas e
diastlicas. Dotado de esfigmomanmetro digital, manguito e bomba de
insuflar eletromecnica automtica. Registro ANVISA NO 80052640013, aferido
de acordo com a portaria INMETRO N0 24, 22/02/1996 que estabelece as
normas de fabricao e calibrao dos esfigmomanmetros;
2- Aparelho de sedao consciente marca MATRX modelo MDM, composto de
dois fluxmetros, sendo um de oxignio e o outro de xido nitroso, sistema de
segurana anti-hipxia, dispensao mxima de 70% de xido nitroso e vlvula
de liberao de oxignio com a vazo de 30L/min. Registro ANVISA No.
80040730008.
Procedimentos Pr-Consulta
-
24
Previamente ao atendimento clnico e ainda na sala de espera, ao paciente
era informado sobre a pesquisa e, se de acordo, assinava o TCLE, sendo ento
considerado como voluntrio. Logo a seguir o mesmo preenchia uma escala de 11
pontos em caixa (E11), quantificando sua dor, como mostra a Figura 1. Esta escala
constituda de 11 caixas contendo nmeros de 0 a 10, na qual o zero (0) significa
nenhuma dor e o dez (10) a pior dor possvel.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Figura 1. Escala de onze pontos em caixa.
Neste momento, o voluntrio declarava a sua condio de ansiedade frente
ao tratamento odontolgico dentre uma das seguintes opes:
1. Absolutamente tranqilo;
2. Ligeiramente nervoso;
3. Nervoso;
4. Extremamente nervoso.
Em seguida, era solicitado ao voluntrio que preenchesse o teste de
Triegger inicial (Figura 2, ANEXO 6). Este teste visa identificar o grau de
recuperao psicomotora do paciente, atravs de observao comparativa entre o
teste inicial, feito antes do procedimento de sedao, o intermedirio realizado
aps o paciente ter atingido o nvel ideal de sedao e o final, aplicado logo aps
o trmino da sedao. A preciso (nmero de pontos errados) e o tempo gasto
com o preenchimento do pontilhado do teste inicial foram comparados ao do teste
intermedirio e ao do teste final. Se o tempo e a preciso foram aproximadamente
iguais entre os testes inicial e final, significa que o voluntrio apresenta
recuperao psicomotora, o que compatvel com a sua pronta liberao. Caso os
-
25
Nome: ______________________________________________
Data: ___/___/____ Teste no ___________
no pontos _________ tempo ________
Instrues: Por favor, conecte os pontos da figura abaixo.
Nome: ______________________________________________
Data: ___/___/____ Teste no ___________
no pontos _________ tempo ________
Instrues: Por favor, conecte os pontos da figura abaixo.
testes apresentem diferenas, o voluntrio ainda apresenta algum nvel de sedao
e dever permanecer por mais cinco minutos sob oxignio a 100%.
Figura 2. Teste de Trieger.
Grupos de Estudo
Previamente ao atendimento, o voluntrio era submetido a uma anamnese
bsica direcionada ao procedimento de sedao, preenchido pelo voluntrio e pelo
pesquisador (operador 1) simultaneamente, isto na forma de pergunta e
resposta, (ANEXO 2). A seguir, era instalado e monitorado sempre pelo
pesquisador o oxmetro de pulso com esfigmomanmetro (modelo PX200
registrado na ANVISA sob o NO 80052640013) no polegar e no brao do voluntrio.
Atravs do oxmetro com PANI model PX 200, o voluntrio foi submetido
verificao/monitorao simultnea dos seguintes parmetros: freqncia cardaca
saturao perifrica da hemoglobina ( SpO2), presso arterial sistlica e presso
arterial diastlica.
Procedimentos do estudo
-
26
Todos os voluntrios que fizeram parte da amostra foram submetidos a
uma sistemtica rotina de atendimento que era composta dos seguintes
procedimentos:
1- Os pacientes chegavam ao servio de emergncia, encaminhados pela rede por
um formulrio prprio (ANEXO 2), com a queixa de odontalgia. Preenchiam,
ento, um questionrio de orientao diagnstica (ANEXO 3) de acordo com
Lopes & Siqueira (2004) com a finalidade de uniformizar a busca e o
diagnstico da patologia objeto do estudo (pulpite);
2- Posteriormente os voluntrios eram examinados por um dos 20 dentistas, para
a concluso do diagnstico. Os dentistas eram treinados previamente dentro da
metodologia para que os procedimentos de acesso endodntico e de
biomecnica fossem executados de maneira padronizada, estabelecendo-se que
a instrumentao intra radicular (biomecnica) em seo nica seria concluda.
A tcnica anestsica, buscando tambm a uniformidade, estabeleceu o tempo
de 2 minutos para a injeo de todo o contedo do tubete conforme
preconizado Malamed (2005). Os pacientes que preenchiam os quesitos desta
pesquisa foram ento selecionados e convidados a participarem. Todos os
pacientes convidados concordaram em participar;
3- Quando de acordo, os voluntrios assinavam o TCLE sendo ento considerados
sujeitos da pesquisa;
4- Iniciando a pesquisa, o sujeito preenchia uma escala de 11 pontos em caixa e
declarava tambm a seu grau de ansiedade frente ao tratamento odontolgico
dentre as seguintes opes j descritas;
5- Os voluntrios eram avaliados por meio da anamnese pelo questionrio de
sade (ANEXO 3), preenchido pelo pesquisador (operador 1);
6- Em seguida, independente do grupo a que o voluntrio pertencia, o
esfigmomanmetro era posicionado na posio proximal do membro superior
esquerdo para a obteno dos valores das presses sistlica e diastlica. O
-
27
sensor digital do oxmetro de pulso era posicionado no dedo polegar direito
para a verificao da freqncia cardaca e da saturao da hemoglobina
perifrica (SpO2), a freqncia respiratria FR era quantificada indiretamente,
atravs do movimento torcico do voluntrio. Todos os parmetros
hemodinmicos e respiratrios de todos os voluntrios foram colhidos,sempre
pelo pesquisador em quatro momentos distintos - M1, M2, M3 e M4, sendo M1
antes do incio do procedimento; M2 logo aps a aplicao do anestsico local;
M3 10 min aps a aplicao do anestsico local e M4 aps o trmino do
procedimento.
7- A seguir, os voluntrios eram sorteados em uma das seguintes alternativas de
tratamento:
Grupo 1 Consistiu da explicao ao voluntrio acerca da patologia e dos
procedimentos a serem realizados. Atendimento sob sedao consciente com a
administrao da mistura gasosa de xido Nitroso (N2O) e Oxignio (O2). A
sedao foi iniciada pela administrao de N2O em doses incrementais
(titulao) a partir de 0% (100% de O2) e no mximo de 70% (30% de O2),
at que as respostas clnicas quanto ao nvel ideal de sedao fossem
alcanados. Foram observados os seguintes sinais e sintomas para orientar a
sedao ideal do voluntrio:
a) O voluntrio tende a manter silncio;
b) O voluntrio relata estar relaxado e confortvel;
c) Reduo dos movimentos palpebrais;
d) Reduo dos movimentos espontneos;
e) Anestesia/analgesia dos tecidos moles intra-orais;
f) Sensao de calor;
g) Parestesia e/ou formigamento de ps e/ou mos;
h) Audio alterada;
i) Sensao de leve euforia.
-
28
Foram considerados como sinais e sintomas da sobre-sedao:
a) Nusea, seguida ou no de vmitos;
b) Movimentos descoordenados;
c) Frases incoerentes e desconexas;
d) Paciente no cooperador;
e) Perda progressiva da conscincia.
Quando o voluntrio exibia um ou mais destes sinais, o tratamento era
interrompido. No entanto, no houve nenhum caso que pudesse ser
identificado como sobre-sedao;
Grupo 2 Consistiu da explicao ao voluntrio acerca da patologia e dos
procedimentos a serem realizados (iatrosedao) e o tratamento foi executado
com o voluntrio sob idntica monitorao empregada nos voluntrios do grupo
1, porem sem a administrao da sedao consciente;
8- A anestesia local foi realizada em todos os voluntrios de ambos os grupos,
empregando-se a tcnica de injeo infiltrativa subperistica, sendo injetado
lentamente, durante dois minutos, um tubete de 1,8 mL de lidocana a 2% com
epinefrina 1:100.000 (DFL Ind. e Com., Rio de Janeiro, RJ).
9- A sedao dos voluntrios do grupo 1 foi feita sempre pelo pesquisador
(operador 1), atravs de um equipamento de sedao marca Matrx, modelo
MDM, importado dos EUA por Mandala Odontomed LTDA. A verificao da
freqncia cardaca (FC) da presso arterial sistlica diastlica e da taxa de
saturao da hemoglobina perifrica (SpO2), foram realizadas em ambos os
grupos, sempre por um nico monitor EMAI, PX2000. Durante toda a fase de
coleta de dados para a pesquisa, foram sempre utilizados os mesmos aparelhos
e instrumentos. O operador 1 foi um cirurgio-dentista que concluiu o mdulo
de sedao consciente pela Universidade de Loyola, habilitado em sedao por
via inalatria pelo Conselho Federal de Odontologia, com experincia clnica e
no ensino da tcnica desde o ano de 2000 e, portanto, capaz de induzir e
-
29
manter os nveis ideais de sedao de cada voluntrio, alm de saber
reconhecer e identificar os sinais e sintomas do nvel ideal de sedao e o
nvel de sobre-sedao;
10- Aps a aplicao do anestsico local em ambos os grupos, o operador 2
realizou o procedimento indicado no paciente;
11- Previamente anestesia local dos sujeitos sorteados para se submeterem ao
tratamento sob sedao (Grupo 1) e com o paciente j sob monitorao, o
operador 1 verificou e anotou os parmetros cardiovasculares e respiratrios
em M1, sendo solicitado ao sujeito que preenchesse o teste de Trieger inicial. O
pesquisador (operador 1) colocou e ajustou a mscara nasal, iniciando a
sedao. Aps ser constatado, atravs das respostas clnicas do voluntrio, que
este estava no estgio ideal de sedao, foi solicitado ao voluntrio que
preenchesse o segundo teste de Trieger;
12- Atingido o nvel ideal de sedao, a anestesia local foi aplicada;
13- Terminado o procedimento clnico de pulpectomia e biomec6anica dos canais
radiculares, o voluntrio do grupo 1 recebeu 5 minutos de oxigenao extra
(100% de O2). Aps este perodo, o teste Trieger final tambm foi preenchido
pelo voluntrio do grupo 1.
Parmetros de efetividade, economia e performance do operador
Assim que o voluntrio entrou no consultrio odontolgico um cronmetro
foi acionado, sendo outro cronmetro acionado logo aps a anestesia. O primeiro e
o segundo cronmetro eram desligados, respectivamente, assim que o voluntrio
deixava o consultrio e quando o voluntrio sorteado para o grupo 1 terminava de
receber a oxigenao final. O tempo marcado pelo primeiro cronmetro foi
considerado como perodo total de consulta e aquele marcado pelo segundo
cronmetro foi considerado como perodo total de sedao. Foi anotado, ainda, o
volume/minuto administrado dos gases utilizados durante o procedimento.
-
30
O custo da sedao foi computado atravs do perodo total de sedao
multiplicado pelo volume/minuto individual, o qual foi multiplicado pelo custo do
metro cbico dos gases utilizados. Para este estudo, os valores considerados foram
R$ 12,00 por metro-cbico (1000 litros) de oxignio e R$ 30,00 por quilo (1 kg =
540 litros de gs) de xido nitroso.
O perodo total de consulta foi registrado, para se estimar a performance
do operador 2 em termos de tempo gasto durante o atendimento. A eficcia do
tratamento foi analisada pelas respostas obtidas no questionrio (ANEXO 4) do
voluntrio e pelo questionrio respondido pelo operador 2 (ANEXO 5).
O ANEXO 7 mostra o fluxograma proposto para a pesquisa.
Forma de anlise dos resultados
Os dados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis e comparaes
mltiplas (teste de Dunn), Friedman e de Mann-Whitney. O nvel de significncia
foi fixado em 5%.
Foram comparados os resultados referentes aos dois grupos considerando
individualmente os parmetros E11 inicial, E11 final, condio de ansiedade, PAS,
PAD, FC, FR, SpO2 e teste de Trieger inicial e final. Estes foram submetidos ao de
Mann-Whitney ( =0,05).
Os parmetros de efetividade, economia e performance do operador foram
analisados pelo teste de Mann-Whitney ( =0,05). Os dados demogrficos dos
voluntrios foram computados em tabelas descritivas.
-
31
5 - RESULTADOS
A Tabela 1 mostra as caractersticas dos dois grupos. Os voluntrios de
ambos os grupos eram na sua maioria ASA I, sendo que 4 e 5 voluntrios foram
classificados como ASA II nos grupos 1 e 2, respectivamente.
Tabela 1. Distribuio dos 100 voluntrios dentro dos dois grupos em
estudo.
Grupo Mulheres Homens
N Sedados 19 31
No sedados 27 23
Idade (anos) Sedados 37,2 (10,6) 39,5 (8,7)
No sedados 40 (8,2) 38,2 (9,4)
IMC (kg/m) Sedados 23,8 (3,9) 25 (3,9)
No sedados 25,5 (2,7) 27,2 (3,4)
O grau de instruo dos voluntrios foi o mesmo dentro de cada grupo
em estudo (32 voluntrios com primeiro grau, 15 com segundo grau e 3 com
terceiro grau).
A Tabela 2 mostra o nmero de dentes superiores que apresentavam
pulpite irreversvel durante o atendimento inicial aos voluntrios.
Tabela 2. Distribuio dos dentes com pulpite irreversvel dentro dos
dois grupos em estudo.
Dentes afetados Sedados No sedados
Caninos 8 7
Incisivos 9 12
Molares 13 14
Pr-molares 20 17
-
32
Sedados No sedados0
25
50
75
100
125
150
175
Te
mp
o (
em
min
)
Todos os voluntrios foram submetidos ao mesmo procedimento clnico,
sendo que o tempo total (mediana 1 e 3 quartis) de atendimento quando os
voluntrios foram sedados (grupo 1) foi 58 (50 91,25) minutos e 67 (55,25
127,5) minutos quando no foram sedados (grupo 2). Estes valores mostraram
diferenas estatisticamente significantes (Mann-Whitney, p=0,0167) entre si e so
demonstrados na Figura 3.
Os voluntrios do grupo 1 permaneceram durante, em mdia, 53,3
(29,2) minutos sedados sem que houvesse quaisquer efeitos adversos, sendo
necessrio em mdia 6,0 (1,5) minutos para ocorrer a induo da sedao e, em
mdia, 6,3 (1,5) minutos para oxigenar os voluntrios aps o procedimento.
Comparando-se apenas o tempo de sedao, ou seja, o perodo de tempo em que
os voluntrios do grupo 1 foram efetivamente tratados, e comparando-o com o
tempo total gasto para o tratamento dos voluntrios do grupo 2 foi possvel
observar uma diferena ainda maior e altamente significante (Mann-Whithney,
p
-
33
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
25 40 45 50 60 65 70
Porcentagem de N2O na mistura
N
mero
de in
div
du
os
A Tabela 3 mostra o nvel de ansiedade e de dor que os indivduos
apresentavam antes do procedimento clnico.
Tabela 3. Nvel de ansiedade declarado e dor (escala de 11 pontos em
caixa) de acordo com os grupos em estudo e com o gnero dos indivduos.
Declarao de ansiedade
Mediana (1 - 3 quartis)
p
(Mann-Whitney)
Escala 11 pontos
Mediana (1 - 3 quartis)
p
(Mann-Whitney)
Sedados 2,5 (2 - 3) 0,9313
6 (5 - 7) 0,3610
No sedados 2,5 (2 - 3) 6 (6 - 7)
Mulheres 3 (2 - 3) 0,8356
6 (6 - 7) 0,2132
Homens 2 (2 - 3) 6 (5 - 7)
Como pode ser observado na Tabela 3, no houve diferenas
estatisticamente significantes em relao aos grupos ou aos gneros considerando
o nvel de ansiedade e de dor.
A Figura 4 mostra a distribuio dos voluntrios do Grupo 1 de acordo
com a concentrao de N2O necessria para sedar os voluntrios.
Figura 4. Distribuio dos sujeitos de acordo com a porcentagem de
N2O na mistura com O2 necessria para sed-los. A linha vermelha representa a
curva de tendncia.
-
34
Absoluta/e tranqilo
0
10
20
30
40
50
60
70
Concentr
ao d
e N
2O
na m
istu
ra
Ligeira/e nervoso
Nervoso Extrema/e nervoso
4 a 5 6 a 7 8 a 9
Nvel de sedao declarada Nvel de dor
A curva observada na Figura 4 mostra que houve uma tendncia em se
utilizar concentraes maiores do que 30% de N2O na mistura nos voluntrios do
estudo.
A Figura 5 mostra a distribuio das porcentagens de N2O necessrias
para sedar os voluntrios do Grupo 1 de acordo com o nvel inicial de ansiedade e
com o nvel de dor medido pela escala de 11 pontos em caixa.
Figura 5. Concentrao de N2O na mistura necessria para sedar os
sujeitos de acordo com o nvel de sedao e de dor observados inicialmente.
A anlise dos dados revelou que no houve diferenas estatisticamente
significantes entre as concentraes de N2O necessrias para sedar os sujeitos em
relao ao nvel de ansiedade (Kruskal-Wallis, p=0,2200) ou de dor (Kruskal-
Wallis, p=0,3185) que apresentavam inicialmente. O gnero dos sujeitos tambm
no afetou (Mann-Whithney, p=0,8027) as concentraes de N2O necessrias
para sed-los, sendo que a mediana (1 e 3 quartis) foi de 62% (50 66) para as
mulheres e de 58% (48 66) para os homens.
-
35
A Figura 6 representa o tempo necessrio para o preenchimento e o
nmero de pontos que os sujeitos do Grupo 1 erraram durante o teste de Trieger,
avaliado em trs perodos operatrios (pr, trans e ps).
Figura 6. Tempo necessrio ao preenchimento e nmero de pontos
errados durante o teste de Trieger. A linha central representa a mediana, a caixa
representa o 1 e 3 quartis e as suas representam os valores mximo e mnimo.
A anlise estatstica revelou que, tanto o tempo quanto o nmero de
pontos errados, foram maiores (Friedman, p
-
36
Tabela 4. Mediana (primeiro e terceiro quartis) dos parmetros
fisiolgicos observados durante os cinco momentos operatrios.
Parmetros fisiolgicos
Grupos Inicial Cadeira Ps-
Anestesia 10 min ps-anestesia
Final
Presso sistlica
(mmHg)
Sedados 137.5
(130 - 150)
130
(120 - 140)
120
(120 - 130)
125
(120 - 130)
130
(120 - 130)
No
sedados 140
(130 - 143.7)
140
(140 - 145)
150
(145 - 150)
145
(140 - 150)
130
(130 - 140)
Presso
diastlica (mmHg)
Sedados 80
(80 - 90) 80
(80 - 85) 80
(80 - 85) 80
(80 - 85) 80
(80 - 80)
No sedados
80 (72.5 - 83.7)
80 (80 - 83.7)
80 (80 - 85)
80 (80 - 85)
80 (80 - 83.7)
Freqncia cardaca
Sedados 107
(100 - 113) 97.5
(85 - 100) 80
(75 - 80.7) 65
(62 - 68) 78
(70 - 80)
No
sedados 110
(101 - 114.7) 100
(98 - 102) 123
(120 - 126) 110
(100 - 117.2) 90
(80 - 97.7)
Freqncia
respiratria
Sedados 18
(17 - 19)
16.5
(15 - 18)
14
(13 - 15)
13
(12 - 14)
15
(14 - 17.7)
No
sedados 18
(16.2 - 19)
17
(15 - 18)
20
(18.2 - 22)
18
(17 - 19)
17
(15.2 - 18)
Presso parcial de oxignio
(SpO2)
Sedados 95
(94 - 96) 100
(100 - 100) 100
(100 - 100) 100
(100 - 100) 96.5
(96 - 98)
No
sedados 95
(93.2 - 96)
94
(92.2 - 95)
91
(90 - 92)
91.5
(90 - 93)
95
(95 - 96)
A anlise estatstica mostrou que a presso sistlica dos voluntrios
sedados diminuiu significativamente (Kruskal-Wallis, p
-
37
observados partir da segunda aferio entre os dois grupos, considerando cada
perodo estudado.
No houve diferenas estatisticamente significantes (Kruskal-Wallis,
p=0,6899) entre os grupos, nem entre os diferentes perodos, com relao s
presses diastlicas.
As freqncias cardacas e respiratrias seguiram aproximadamente o
mesmo padro observado para a presso sistlica, observando-se uma diminuio
significativa (Kruskal-Wallis, p
-
38
60
80
100
120
140
160
Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final
Sedados No sedados
Pre
sso
art
eri
al (
mm
Hg
)
50
70
90
110
130
150
Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final
Sedados No sedados
Fre
q
n
cia
card
aca (
bat/
min
)
Figura 7. Presso arterial (mediana; 1 e 3 quartis) sistlica (linhas
cheias) e diastlica (linhas pontilhadas) dos sujeitos dos grupos 1 (linhas verdes) e
2 (linhas vermelhas) nos cinco tempos operatrios.
Figura 8. Freqncia cardaca (mediana; 1 e 3 quartis) dos sujeitos
dos grupos 1 (linha verde) e 2 (linha vermelha) nos cinco tempos operatrios.
-
39
85
90
95
100
Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final
Sedados No sedados
Sp
O2
(%)
10
15
20
25
Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final Inicial Cadeira Ps-
Anestesia
10 min ps-
anestesia
Final
Sedados No sedados
Fre
q
n
cia
re
sp
ira
tri
a (
mo
v/m
in)
Figura 9. Freqncia respiratria (mediana; 1 e 3 quartis) dos sujeitos
dos grupos 1 (linha verde) e 2 (linha vermelha) nos cinco tempos operatrios.
Figura 10. Presso parcial de oxignio (SpO2) no sangue (mediana; 1 e
3 quartis) dos sujeitos dos grupos 1 (linha verde) e 2 (linha vermelha) nos cinco
tempos operatrios.
-
40
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 30 60 90 120 150
Tempo de sedao (minutos)
Custo
(R
$)
Para observar a relao custo por hora trabalhada, foram computados
os gastos e o tempo total de atendimento aos voluntrios, de maneira individual. A
Figura 11 mostra o custo da sedao em funo do tempo pelo qual o sujeito
permaneceu sedado.
Figura 11. Custo da sedao em funo do tempo da mesma. A reta
azul mostra a curva de tendncia.
Os resultados expressos na Figura 11, quando analisados pela
correlao de Pearson, mostraram uma correlao alta (r=0,9236) e significante
(p
-
41
Tabela 5. Proporo (em porcentagem) das respostas s questes dos
questionrios preenchidos pelos sujeitos da pesquisa.
Pergunta Grupo Absolutamente
tranqilo Ligeiramente
nervoso Nervoso
Extremamente nervoso
Antes do tratamento,
voc se sentiu:
Sedados 10 23 11 6
No
sedados 11 18 17 4
Durante a anestesia, voc se sentiu:
Sedados 38 12 0 0
No sedados
0 20 30 0
Durante o tratamento,
voc se sentiu:
Sedados 50 0 0 0
No sedados
40 10 0 0
Quando o tratamento
terminou, voc se sentiu:
Sedados 50 0 0 0
No sedados
40 10 0 0
No houve diferena estatisticamente significante (Mann-Whithney,
p=0,7029) entre os grupos em relao pergunta Antes do tratamento, voc se
sentiu. Entretanto, foram observadas diferenas estatsticas significantes em
relao s perguntas Quando o tratamento terminou, voc se sentiu (exato de
Fisher, p=0,012), Durante a anestesia, voc se sentiu (Mann-Whithney,
p
-
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Tabela 6. Proporo (em porcentagem) das respostas s questes dos
questionrios preenchidos pelos operadores.
Pergunta Grupo Absolutamente
tranqilo Ligeiramente
nervoso Nervoso
Extremamente nervoso
Antes do
tratamento, voc acha que o
paciente estava:
Sedados 1 30 17 2
No sedados
1 27 21 1
Durante a
anestesia, voc acha que o
paciente estava:
Sedados 38 12 0 0
No sedados
1 30 19 0
Durante o tratamento,
voc acha que o
paciente estava:
Sedados 50 0 0 0
No sedados
7 43 0 0
Quando o tratamento
terminou voc acha que o paciente estava:
Sedados 50 0 0 0
No
sedados 40 10 0 0
No houve diferena estatisticamente significante (Mann-Whithney,
p=0,6741) entre os grupos em relao pergunta Antes do tratamento, voc
acha que o paciente estava?. Entretanto, foram observadas diferenas estatsticas
significantes em relao s perguntas Quando o