estudo da utilizaÇÃo de lodo de eta como material

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Pollyanna Zenaide Paiva ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE LODO DE ETA COMO MATERIAL ALTERNATIVO NA ESTABILIZAÇÃO DE SOLO PARA PAVIMENTAÇÃO Palmas TO 2017

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Pollyanna Zenaide Paiva

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE LODO DE ETA COMO MATERIAL ALTERNATIVO

NA ESTABILIZAÇÃO DE SOLO PARA PAVIMENTAÇÃO

Palmas – TO

2017

Pollyanna Zenaide Paiva

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO LODO DE ETA COMO MATERIAL ALTERNATIVO

NA ESTABILIZAÇÃO DE SOLO PARA PAVIMENTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) I elaborado e

apresentado como requisito parcial para obtenção do

título de bacharel em Engenharia Civil pelo Centro

Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Especialista Fernando Moreno Suarte

Junior.

Palmas – TO

2017

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estação de Tratamento de Água .............................................................................. 11

Figura 3 - Classes texturais do material constitutivo de horizontes e perfis de solos .............. 17

Figura 4 - Distribuição de tensões nas camadas do pavimento ................................................ 21

Figura 5 - Compactação dos solos ............................................................................................ 23

Figura 6 - Vista superior da Estação de tratamento de água (ETA-006) .................................. 25

Figura 7 - Aparelho de Casagrande .......................................................................................... 29

Figura 8 - Procedimento para obter o índice de plasticidade ................................................... 30

Figura 9 - Gráfico de compactação .......................................................................................... 31

Figura 10 - Prensa para Índice de Suporte Califórnia .............................................................. 32

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Terminologia do sistema unificado ......................................................................... 15

Tabela 2 - Normas Referentes aos ensaios ............................................................................... 28

Tabela 3 - Granulometria .......................................................................................................... 33

Tabela 4 - Correlação das aberturas das peneiras em polegadas e milímetros ......................... 33

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBR Índice de Suporte Califórnia

CEULP Centro Universitário Luterano de Palmas

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT

DNPM

EMBRAPA

ETA

LETA

NBR

MERCOSUL

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

Departamento Nacional de Produção Mineral

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Estação de Tratamento de Água

Lodo de Estação de Tratamento de Água

Norma Brasileira Aprovada pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas

Mercado Comum do Sul

ULBRA

Universidade Luterana do Brasil

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................................. 8

1.2 HIPÓTESES ......................................................................................................................... 8

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 8

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 8

1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 9

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 10

2.1. TRATAMENTO DE ÁGUA ............................................................................................. 10

2.1.1. Tratamento de resíduo sólido ...................................................................................... 11

2.1.2. Resíduos sólidos da Estação de Tratamento de Água (ETA) ................................... 13

2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS ..................................................................................... 13

2.2.1. Classificação de solos utilizados nos levantamentos pedológicos do Brasil ............. 14

2.2.2. Classificação Unificada ................................................................................................ 15

2.2.3. Fatores de formação dos solos .......................................... Erro! Indicador não definido.

2.2.4. Constituintes do solo ..................................................................................................... 16

2.2.5. Principais atributos do solo ......................................................................................... 17

2.3. PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA .................................................................................... 20

2.3.1. Definição de pavimentação asfáltica ........................................................................... 20

2.3.2. Classificação dos pavimentos ....................................................................................... 20

2.3.3. Base de solo estabilizado .............................................................................................. 21

2.4. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS ...................................................................................... 22

2.5. ESTABILIZAÇÃO DOS SOLOS ..................................................................................... 23

2.6. SOLO CIMENTO ............................................................................................................. 24

3.1 DESENHO DO ESTUDO .................................................................................................. 25

3.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................. 25

3.3 OBJETO DE ESTUDO ...................................................................................................... 25

3.3.1. Fluxograma ................................................................................................................... 26

3.3.2. Método ........................................................................................................................... 28

3.4 VARIÁVEIS A SER ESTUDADO .................................................................................... 28

3.5 ENSAIO A SER REALIZADO ......................................................................................... 29

3.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................................. 34

3.7 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS .................................................................. 34

4 CRONOGRAMA ................................................................................................................. 35

5. ORÇAMENTO ................................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 37

APÊNDICES ........................................................................................................................... 40

1 INTRODUÇÃO

Com o constante desenvolvimento da construção civil o meio ambiente vem

transformando-se levando em consideração as mudanças ocasionadas a partir das suas

atividades impactante.

O Politica Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010 responsabiliza o setor

gerador pela a busca de soluções de reciclagem destes resíduos, bem como a resolução

CONAMA 307/2002 que obriga a elaboração e a implantação de uma proposta para minimizar

os problemas relacionados, desta maneira, é fundamental que o setor responsável contribua com

o desenvolvimento sustentável. A prática do reuso dos resíduos gerados na construção civil é

um caminho para minimizar os problemas ecológicos e econômicos acarretados por essas

atividades.

Estação de Tratamento de Água é um setor responsável pela a purificação da água, onde

as impurezas da água bruta passam por processos de tratamentos, que através da aplicação de

produtos químicos e separação das partículas tornam esta água potável pronta para consumo e

utilização. De acordo com a NBR 10004/2004, o lodo de ETA é um material inerte e

classificado segundo o Art. 13 da Lei 12.305/2010 do Politica Nacional de Resíduos Sólidos

como resíduos de serviços públicos de saneamento básico. Este lodo é gerado a partir dos

diversos resíduos que são removidos da água durante o tratamento e formado através da

sedimentação e filtração, principalmente nos decantadores. Porém, é um resíduo sólido que não

possui aplicação de destinação final efetiva na construção civil, gerando gastos com

armazenamento ou sendo apenas dispostos em cursos de água sem nenhum tratamento, gerando

questionamento dos possíveis riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

O presente trabalho propõe a reutilização do resíduo sólido gerado na Estação de

Tratamento de Água (ETA 006) localizada na rodovia TO-050 em Palmas, capital do estado do

Tocantins que de acordo com o IBGE (2016) possui uma população de 265.409 habitantes.

O objetivo deste trabalho é reutilizar o lodo de ETA como um material alternativo na

estabilização de solo para pavimentação, como destinação final de um resíduo sólido e usufruir

das suas propriedades para proporcionar melhorias no desempenho do solo, atendendo os

limites necessários exigidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte

(DNIT), assim como promover a economia em serviços de terraplenagem, a partir da

substituição da matéria-prima extraída das jazidas através do licenciamento ambiental

registrado no DNPM, que permite a extração minerais para emprego da construção civil, como

é estabelecido no Decreto 3.358, de 2 de fevereiro de 2000, pelo o lodo de ETA.

8

Portanto, a reutilização do lodo torna-se ainda mais viável ao ser empregado como

material alternativo na estabilização de solo, visando as vantagens quanto a localização da fonte

e isenção do custo do material, bem como os benefícios por desenvolver e aprimorar a

tecnologia do reuso de resíduos sólidos como uma forma de minimizar os impactos ambientais

gerados pelo o setor da construção civil.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

O lodo é um resíduo sólido proveniente da estação de tratamento de água que atualmente

não tem funcionalidade técnica e econômica, além de agredir o meio ambiente e a saúde pública.

Este material apresenta alguma propriedade física que possa ser reutilizado na adição de um

determinado traço que proporcione o aumento da resistência na estabilização dos solos para

pavimentação?

1.2 HIPÓTESES

Na estabilização dos solos para pavimentação são utilizados alguns materiais que

reforçam e auxiliam no ganho de resistência. Ao utilizar o LETA, será possível atingir

resultados satisfatórios, reduzindo os serviços de terraplenagem, determinando um traço que

reduza um percentual de solo e introduza a utilização do resíduo sólido como material

alternativo.

Entretanto pode não apresentar ganho significativo na resistência para fins de

estabilização do solo, apresentando desta forma apenas uma solução de destino final para o lodo

da estação de tratamento de água.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Estudar a utilização do lodo de ETA como material alternativo para estabilização de

solo para pavimentação.

9

1.3.2 Objetivos Específicos

Estudar o lodo de ETA e suas propriedades físicas;

Definir teores de substâncias e caracterizar as propriedades do solo referência e das

misturas de acordo com as proporções definidas de traço natural, com adição de LETA

e com adição de cimento Portland;

Estudo de caso para um trecho rodoviário dos solos determinados no estudo;

Determinar através dos resultados dos corpos de provas a camada que este solo pode ser

utilizado de acordo com o CBR.

1.4 JUSTIFICATIVA

A qualidade da distribuição do abastecimento de água a população está tornando-se cada

vez mais rigoroso em relação a qualidade do produto distribuído nas grandes cidades.

Porém, a qualidade da água bruta está caindo e esse comportamento exige uma

concentração maior de produtos químicos utilizados para o tratamento. Mas como

consequência, gera um aumento significativo na quantidade de lodo que é gerado nos

decantadores das estações de tratamento de água (ETA). A NBR 10004/2004 classifica este

lodo como “resíduo sólido”, portanto conforme as exigências dos órgãos regulamentadores esse

material deve ser tratado e disposto de acordo com o que é previsto.

Para AWWA (1995), o lodo de ETA possui características similares aos solos, já o lodo

do esgoto não possui essas similaridades se comparado ao LETA.

Desta maneira, será realizado um estudo para certificar que esse resíduo sólido apresente

propriedades físicas que otimizem a estabilização dos solos para pavimentação rodoviária.

10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. TRATAMENTO DE ÁGUA

O tratamento de água de abastecimento público originou-se na Escócia, onde John Gibb

construiu o primeiro filtro lento. A filtração rápida foi iniciada na instalação pioneira no mundo,

construída na cidade de Campos, Rio de Janeiro, em 1980. Em 1900 existiam nos Estados

Unidos apenas10 estações purificadoras, com filtros lentos. Hoje no Brasil mais de mil estações

de tratamento de água, algumas delas entre as maiores do mundo. (Richter, Carlos et. al.,1991).

Apesar dos grandes avanços no desenvolvimento de tecnologias para o tratamento de

águas para abastecimento público nos últimos 100 anos, muito há por se caminhar na busca por

soluções seguras para garantir a produção de água potável a partir de mananciais de superfície.

O desafio mantém-se inalterado, talvez maior, frente às descobertas de que vários compostos

naturais industrialmente produzidos e, até mesmo, gerados durante o próprio tratamento da

água, podem vir a manifestar em concentrações potencialmente perigosas para a saúde pública

(Pádua, Valter 2006).

Segundo TSUTIYA, Hirata (2001), a Estação de Tratamento de Água (ETA) utiliza

processos de coagulação, floculação, decantação e filtração como processo de tratamento para

transformar a água bruta em água potável para consumo humano. O lodo é formado através de

diversos resíduos que são removidos através da sedimentação e filtração, principalmente nos

decantadores.

11

Figura 1 - Estação de Tratamento de Água

Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47 , acessado 29 de

outubro de 2017.

2.1.1. Tratamento de resíduo sólido

De acordo com a Norma Brasileira ABNT NBR 10004/2004:

Os resíduos sólidos ou semi-sólidos, que resultam de atividades industriais,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição. Ficam incluídos

então nessa definição os lodos provenientes dos sistemas de tratamentos de água,

aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição.

Para o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, a grande quantidade de resíduo sólido

perigoso é de origem industrial, que devido a seu alto potencial de impacto a saúde e ambiente

necessita de tratamento especial.

Conforme a CONAMA nº 313/2002, Resíduo Sólido Industrial é todo resíduo que

resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso e

líquido. Onde seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpo d’água tornam-se inviável

devido suas particularidades, e a tecnologia disponível para esse tratamento exige soluções

técnica e de custo muito elevado.

12

Para Norma Brasileira ABNT NBR 10004:2004:

A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes

deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes

com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é

conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do

resíduo deve criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, ou insumos

e o processo que lhe deu origem.

Para efeitos da norma 10004/2004, os resíduos são classificados em:

Resíduos classe I – Perigosos: São aqueles que apresentam periculosidade,

características apresentadas por um resíduo que, em função as suas propriedades

físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar risco a saúde pública,

provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices.

Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

Resíduo classe II - Não perigosos: São resíduos de restaurantes, sucata de metais

ferrosos e não ferrosos, papel e papelão, plástico polimerizado, borracha,

madeira, matérias têxteis, minerais não metálicos, areia de fundição, bagaço de

cana e outros resíduos não perigosos.

Resíduos de classe II A – Não inertes: Apresentam propriedade, tais como

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos de classe II B – Inertes: Qualquer resíduo que, quando amostrado de

uma forma representativa, e submetidos a um contato dinâmico e estático com

água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de

seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de

potabilidade de água excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei 12.305/2010 define que os

resíduos sólidos são: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades

humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder, nos estados

sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos

d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor

tecnologia disponível.

A classificação dos resíduos sólidos quanto à origem, identifica os responsáveis pelo

seu gerenciamento, que se tornam obrigados a desenvolver soluções sustentáveis, ou seja, na

gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:

não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição

final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Segundo a Política Nacional de Resíduo Sólido, Art. 13 da Lei 12.305/2010 este

material é classificado como resíduos dos serviços públicos de saneamento básico e não inerte

de acordo a NBR 10004/2004.

13

2.1.2. Resíduos sólidos da Estação de Tratamento de Água (ETA)

De acordo com ACHON et. al. (2013), no processo de produção de água potável,

considerado como uma das etapas da indústria da água há geração de resíduos devido à presença

de impurezas na água bruta e aplicação de produtos químicos. Esses resíduos apresentam

características e propriedades diversas e geralmente desconhecidas, dificultando a solução do

problema. Os principais resíduos gerados nas ETA’s que possuem tecnologia de ciclo completo,

são os lodos de decantadores e a água de lavagem de filtros.

Para transformar a água bruta em água potável para consumo humano, a Estação de

Tratamento de Água (ETA) utiliza os processos de coagulação, floculação, decantação e

filtração, adicionados de diversos componentes formando resíduos que serão removidos por

sedimentação e filtração principalmente nos decantadores, sendo estes resíduos chamados de

lodo de ETA (TSUTIYA 2001).

O lodo de ETA é constituído de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos provenientes

da água bruta, como as algas, bactérias, vírus, partículas orgânicas em suspensão, coloides,

areais, argilas, siltes, cálcio, magnésio, ferro, manganês, etc (GRANDIN, et al. 1993).

O lodo de ETA é caracterizado como um fluído não newtoniano segundo SILVA (2002),

sendo volumoso e tixotrópico, assumindo um comportamento de gel quando se encontra em

repouso e liquido quando é agitado.

De acordo com SARON; LEITE (2001), as características que os lodos apresentam

podem variar conforme função tecnológica utilizada no tratamento de água. Segundo

CORDEIRO (2000), acredita-se que além dos parâmetros tradicionais do saneamento, para o

lodo de ETA devem ser considerados tanto a concentração quanto ao tipo e o tamanho das

partículas.

Conforme AWWA (1995), o lodo de ETA possui uma característica mais similar aos

solos quando se comparado com o lodo de esgoto.

2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

De acordo com PINTO (2000), a enorme diferença e a diversidade de comportamento

que é apresentado por diversos tipos de solos perante as solicitações de interesses da engenharia

14

levaram ao um agrupamento natural em conjuntos diversos, aos quais podem ser atribuídas

determinadas propriedades.

O objetivo da classificação dos solos, no ponto de vista da engenharia, é de poder definir

o provável comportamento do solo ou, pelo menos, o de orientar o programa de investigação

necessário para permitir a adequada análise de um problema.

Para PRADO (1996), a classificação de solos é importante, principalmente porque

organiza cientificamente os conhecimentos. Estes conhecimentos servem tanto para auxiliar

estudos pedogêneses como para orientar na utilização das terras. A classificação de um solo

torna possível prever o comportamento pela a obtenção de dados experimentais em um

determinado local e sua extrapolação para outros, se as condições forem semelhantes em relação

ao solo, clima e manejo. Para se executar o levantamento de solo, é necessário classifica-lo

dentro de um sistema taxonômico e, portanto, conhecer os vários critérios inerentes a esse

sistema.

Segundo PINTO (2000), existem várias maneiras de classificar os solos, podendo ser

por sua origem, por sua evolução, de acordo com a presença ou não de matéria orgânica, por

sua estrutura, ou pelo preenchimento dos vazios. Os sistemas que são baseados tanto no tipo

como e no comportamento das partículas continuem os solos são os mais conhecidos na

engenharia dos solos. Deve-se levar em conta que outras classificações, que levam em

consideração a origem do solo e sua evolução natural, são muito úteis, como informações

complementares que, em certos casos, são bastante relevantes, razão pela qual serão brevemente

apresentadas mais adiante.

2.2.1. Classificação de solos utilizados nos levantamentos pedológicos do Brasil

A classificação taxonômica baseia-se nas características morfogenéticas dos solos e

utiliza os horizontes diagnosticados para classificá-los. Uma vez classificados, os solos podem

ser mapeados, constituindo, portanto, uma das etapas do levantamento pedológico, cujo mapa

pode ser desdobrado em vários mapas interpretativos. A classificação taxonômica é feita para

fins gerais, enquanto que as classificações interpretativas e técnicas têm finalidade específica

(PRADO, 1996).

15

2.2.2. Classificação Unificada

Conforme PINTO (2000), este sistema foi elaborado e classificado por Casagrande. Os

solos são identificados por um conjunto de duas letras. As letras indicam o tipo principal de

solo e segunda letra identifica dados complementares deste solo.

Tabela 1 - Terminologia do sistema unificado

G pedregulho

S Areia

M Silte

C argila

O solo orgânico

W bem graduado

P mal graduado

H alta compressibilidade

L baixa compressibilidade

Pt Turfas

Fonte: PINTO (2000).

Para PINTO (2000), a classificação por este sistema é considerada a porcentagem de

solo fino presente na amostra, ao considerar os finos o material que passa na peneira de

0,075mm.

O solo granular de granulação grosseira é classificado como areia (S) ou pedregulho

(G), esta determinação ocorre de acordo com qual granulometria é predominante entre os dois

tipos. Os solos granulares podem ser bem graduados ou mal graduados, depende apenas dos

grãos com diversos diâmetros, sob o ponto de vista da engenharia, as partículas quando menores

preenchem os vazios que correspondem aos maiores, criando um entrosamento, resultando

menor compressibilidade e maior resistência.

16

Já a granulação fina PINTO (2000), define que pode ser silte ou argila e sua classificação

não depende do percentual predominante, este solo será determinado como silte (M), argila (C),

ou orgânico (O), a partir do comportamento argiloso do solo, de acordo com sua atividade

através dos índices de consistência que melhor indicam o comportamento argiloso.

2.2.3. Constituintes do solo

Os principais constituintes do solo são as partículas minerais e orgânicas. A fase gasosa

(água e ar) constantemente está variando no espaço poroso entre as referidas partículas

(PRADO, 1996).

São chamados solos orgânicos aqueles que contêm uma quantidade apreciável de

matéria decorrente de decomposição de origem vegetal ou animal, em vários estágios de

decomposição. Geralmente argilas ou areias finas, os solos orgânicos são de fácil identificação,

pela cor escura e pelo odor característico (PINTO, 2000).

De acordo PRADO (1996), a fase sólida mineral é constituída por minerais primários e

secundários. Onde mineral primário é o que fez parte da rocha, enquanto o mineral secundário

resulta da transformação do mineral primário por processos pedogenéticos.

Ainda de acordo com PRADO (1996), a fração sólida mineral normalmente é

heterogênea, podendo predominar partículas mais finas ou mais grosseiras conforme a sua

proporção. Essa proporção é determinada no laboratório que através da análise granulométrica,

a qual considera:

Argila a partícula com diâmetro inferior a 0,002mm;

Silte, a fração com diâmetro entre 0,002-0,053mm (quando se considera o sistema

americano);

Areia fina a fração a fração com diâmetro entre 0,053-0,2mm;

Areia grossa, a fração com diâmetro entre 0,2-2 mm;

O cascalho (fração entre 2mm-20cm).

17

2.2.4. Principais atributos do solo

Segundo PRADO (1996) a cor é a sensação visual que se manifesta na presença da luz,

refletindo a quantidade de matéria orgânica e óxidos de ferro, além da classe de drenagem do

solo.

Em que as cores vermelhas do solo são normalmente devidas à contribuição de hematita

e dos baixos teores de goetia, e este último mineral tem o poder de colorir o solo de amarelo. A

coloração clara do solo é devida a presença de vários componentes, entre os quais o quartzo, o

carbonato de cálcio, etc. Por outro lado as cores cinzenta, azulada, esverdeada ou olivácea

indicam que o ferro no solo está na forma bivalente devido ao ambiente redutor, pois solos com

restrição de drenagem apresentam mosqueamento ou cor variegada.

O mesmo autor afirma que a cor do solo varia de acordo o teor de umidade, e na anotação

da cor deve-se registrar se ela foi feita no estado úmido ou seco.

A textura para PRADO (1996) constitui a fase mineral sólida do solo é medida em

porcentagem as proporções de argila, silte e areia, onde tem sido utilizada como sinônimo de

granulometria do solo. As diferentes proporções desses constituintes são agrupadas em classes

texturais e representados no triângulo de classificação textural.

Figura 2 - Classes texturais do material constitutivo de horizontes e perfis de solos

Fonte: LEMOS & SANTOS (1984)

18

A estrutura de acordo PRADO (1996), as partículas de argila, silte e areia, geralmente

estão reunidos, formando agregados, separados por superfícies de fraqueza. A estrutura refere-

se ao arranjo dessas partículas e é definida em termos de tipo, classe e grau de desenvolvimento:

Laminar: Onde as partículas do solo estão arranjadas em torno de um plano

horizontal. As umidades estruturais têm aspecto de lâminas de espessura variável,

porém a linha horizontal é sempre maior.

Prismática: A estrutura é em forma de prisma, quando as partículas do solo estão

arranjadas em torno de uma linha vertical dominante. Essa estrutura pode ter dois

subtipos: prismático e colunar.

Bloco (poliédrica): Possui três dimensões da unidade estrutural que são

aproximadamente iguais e pode ser subdividida em blocos angulares e subangulares.

A diferença está nas faces dessas unidades. As de blocos angulares são aquelas em

que as faces são planas e a maioria dos vértices, com ângulos vivos, as subangulares

têm mistura de faces arredondadas e planas com muitos vértices arredondados.

Granular: Suas partículas arranjadas apresentam-se em torno de um ponto, como na

estrutura em blocos. A estrutura granular tem a forma e o aspecto arredondados,

porém não apresenta faces de contatos.

Classe – As classes de estrutura são definidas em função do tamanho: muito

pequena, média, grande e muito grande.

Grau – Refere-se à manifestação das condições de coesão dentro e fora dos

agregados.

Segundo PRADO (1996), sem estrutura é grãos simples (não coerente) e maciços

(coerente). No caso de ausência de estrutura bem definida, e quando o material for maciço,

conforme se apresenta exposto na face do horizonte, procurar registrar descritivamente as

feições dos torrões (informações sobre forma, dimensões e coesão) que se formam por

desagregação na remoção do material do horizonte. E quando apresenta estrutura, suas

características são fracas, moderadas e fortes.

A consistência do solo ocorre em função das forças de adesão e coesão, que variam com

o grau de umidade do solo. A força de adesão refere-se à atração das moléculas de água pela

superfície das partículas sólidas, e as moléculas de água são atraídas pelas forças eletrostáticas

que se manifestam à superfície do coloide. A força de coesão refere-se à atração das moléculas

19

de água por outras moléculas de água ou, então, de partículas sólidas com partículas sólidas. É

a força de coesão que permite o espessamento dos filmes de água em torno das superfícies

sólidas até dimensões macroscópicas (PRADO, 1996).

A consistência inclui propriedades como resistência à compressão e ao esboroamento,

friabilidade, plasticidade e pegajosidade. Ela sofre variações de acordo com a textura,

quantidade de matéria orgânica, quantidade, natureza coloidal, e teor de água. A plasticidade é

a propriedade daquele que é plástico, ou seja, é a qualificação de consistência em que o material

do solo é capaz de ser moldado ou deformado continua e permanentemente, pela aplicação de

pressão relativamente moderada em várias formas (CURI et. al., 1993). A pegajosidade é a

propriedade de maior ou menos aderência da massa do solo.

Para PRADO (1996), em uma descrição morfológica, a consistência é descrita nos

estados seco, úmido e molhado. Onde no estado seco se considera o solo está estado seco

quando o teor de umidade está em equilíbrio com o ar. Enquanto no estado úmido o solo

apresenta a friabilidade, que é a capacidade de se esboroar (desfazer-se) com a umidade, entre

os estados seco ao ar e capacidade de campo. E no estado molhado o solo apresenta teor de

água ligeiramente superior ao da capacidade de campo. As propriedades que o caracterizam

nesse estado são de plasticidade e a pegajosidade (ou aderência).

Para EMBRAPA (1997), o limite de pegajosidade é quando o teor de umidade de um

solo encontra-se no momento em que a pasta saturada com água apresenta aderência máxima a

uma superfície estranha, indicando que o solo se encontra no estado plástico.

De acordo PRADO (1996), pegajosidade é a propriedade que pode apresentar a massa

do solo de aderir a outros objetos. Para avaliação de campo de pegajosidade, a massa do solo,

quando molhada e homogeneizada, é comprimida entre o indicador e o polegar, e a aderência é

então observada. Os graus de pegajosidade são descritos da seguinte forma:

Não pegajoso: após cessar a pressão, não se verifica, praticamente, nenhuma

aderência da massa ao polegar e indicador;

Ligeiramente pegajoso: após cessar a pressão, o material adere a ambos os dedos,

mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há apreciável esticamento ou

alongamento quando os dedos são afastados;

Pegajoso: após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos e, quando

estes são afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, ao invés de

desprender-se de qualquer um dos dedos;

20

Muito pegajoso: após a compressão, o material adere fortemente a ambos os dedos

e alonga-se perceptivelmente quando eles são afastados.

2.3. PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA

2.3.1. Definição de pavimentação asfáltica

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída sobre

a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços

oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições

de rolamento, com conforto, economia e segurança (BERNUCCI, et. al. 2008).

De acordo com SENÇO (2007), o pavimento é um sistema de várias camadas de

espessura finitas que se assenta sobre um semi-espaço infinito e exerce a função de fundação

da estrutura, chamado de subleito. A estrutura é construída sobre a terraplenagem, tendo como

função técnica e econômica, a resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-los,

melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança e resistir aos esforços

horizontais (desgaste), tornando mais durável a superfície de rolamento.

Segundo BERNUCCI, et. al. (2008), o revestimento é a camada que se destina a receber

a carga dos veículos e a ação climática. Portanto, essa camada deve ser impermeável e resistente

aos esforços de contato pneu-pavimento em movimento, que são variados conforme a carga e

a velocidade dos veículos.

2.3.2. Classificação dos pavimentos

O pavimento rodoviário classifica-se tradicionalmente em dois tipos básicos: rígidos e

flexíveis (BERNUCCI, et. al. 2008).

De acordo com SENÇO (2007), os pavimentos rígidos são aqueles que pouco deforma,

são constituídos principalmente de concreto de cimento. Rompem por tração na flexão, quando

sujeitos a deformações. Enquanto os pavimentos flexíveis são aqueles em que as deformações,

21

até certo limite, não levam ao rompimento. São dimensionados normalmente a compressão e a

tração na flexão, que é provocada pelas deformações sob as rodas dos veículos, que levam a

estrutura a deformações permanentes, e ao rompimento por fadiga.

Figura 3 - Distribuição de tensões nas camadas do pavimento

Fonte: https://ideiasesquecidas.com/2016/05/23/pavimentos-de-concreto-e-estruturas-

de-dados/comment-page-1/ , acessado 28 de Outubro de 2017.

2.3.3. Base de solo estabilizado

Segundo SENÇO (2007), base é uma camada construída com solo satisfazendo

determinadas especificações, atendendo granulometria, limite de liquidez e índice de

plasticidade. A estabilização pode ser conseguida de forma natural ou artificial.

De acordo com SENÇO (2007), quando essa estabilização é feita com a própria

distribuição granulométrica dos seus grãos, apresentando uma base densa e relativamente

impermeável é uma base estabilizada granulométricamente. Mas quando não apresenta uma

granulometria ideal, pode ser adquirida por adição de pedra britada para suprir a ausência de

material graúdo, então essa base recebe o nome de solo brita. Mas essa estabilização também

pode ser obtida, através de adição de aglomerante (asfalto), recebendo o nome de solo asfalto

ou solo betume.

22

2.4. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS

A compactação de uma camada asfáltica de revestimento aumenta a estabilidade da

mistura asfáltica, reduz seu índice de vazios, proporciona uma superfície suave e desempenada

e aumenta sua vida útil (BERNUCCI, et. al. 2008).

Ralph R. Proctor, em 1933, na Califórnia observou que a densidade atingida na operação

de compactação dependia da umidade do solo, quando da compactação. Essa observação serviu

de base para a construção de toda uma técnica de compactação e a prévia determinação de qual

a umidade mais conveniente para se obtiver um máximo de compactação para uma determinada

energia (SENÇO, 2007). Segundo PINTO (2000), quando compacta com umidade baixa, o

atrito entre as partículas é muito alto e não se consegue reduzir os vazios. Para umidades mais

elevadas, a água provoca certo efeito de lubrificação entre as partículas, que deslizam entre si,

acomodando-se num arranjo mais compacto.

De acordo com SENÇO (2001), a mistura solo-cimento compactada pode ser usada

tanto como base quanto como sub-base de pavimentos. Para que essa mistura possa ser

considerada solo-cimento, é necessário que apresente condições específicas de resistência e

durabilidade. A adição de cimento a um solo pode alterar o seu teor de argila, assim como sua

expansão e outras propriedades, portanto as propriedades mais pretendidas com a adição do

cimento é a redução da plasticidade, podendo adequar o índice de plasticidade ao que se deseja.

23

Figura 4 - Compactação dos solos

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/312584281_fig32_Figura-41-

Representacao-esquematica-do-solo-sob-diversas-condicoes-de-compactacao , acessado 28 de

Outubro de 2017.

2.5. ESTABILIZAÇÃO DOS SOLOS

Segundo SENÇO (2001), a estabilização de um solo consiste em dotá-lo de condições

que resista às deformações e ruptura durante o período em que estiver exercendo funções que

exigem essas características, em um pavimento ou outra obra qualquer. A regra é bastante

simples quando se associa a ideia de estabilização ao desempenho das estradas de terra.

Entre as características que um solo estabilizado deve apresentar ressaltam- se a

resistência ao cisalhamento e a resistência à deformação. A condição de resistência ao

cisalhamento deve fazer com que o solo, quando sujeito às tensões oriundas da passagem dos

veículos, resista, sem se romper, a deformações além de certos limites considerados ainda

compatíveis com as necessidades do tráfego (SENÇO, 2001).

Para KEZDI (1979), existem métodos para classificar a melhoria das propriedades

físicas dos solos e a estabilização das propriedades favoráveis. Esses métodos podem ser

classificados, em três categorias especiais:

24

- Métodos mecânicos que asseguram ao solo estabilizado sem a mistura de aditivos.

Assim, as propriedades do solo podem ser melhoradas por compactação, drenagem e/ou pela

mistura de diferentes tipos de solos. Deve-se salientar que essas técnicas são geralmente

combinadas uma vez que, por exemplo, a compactação é necessária quase sempre.

- Métodos físicos estabilização incluem: evaporação e adsorção. Mudança às reações

físicas que conduzem à de temperatura, a hidratação, evaporação e adsorção.

- Métodos químicos. As reações químicas que proporcionam a estabilização do solo são

a troca de íons, a precipitação, a polimerização e a oxidação.

Para SENÇO (2001), a mistura de solos para obtenção dos limites necessários deve ser

feita em porcentagens calculadas por métodos, que incluem o método das tentativas, o

algébrico, o do gráfico de Rothfuchs e o método do Instituto do Asfalto. Por qualquer desses

métodos, podem-se determinar os valores das porcentagens a misturar dos materiais que se

pretende utilizar.

2.6. SOLO CIMENTO

É uma mistura de solo escolhido, cimento e água, em proporções convenientes e

previamente determinados, mistura essa que, convenientemente uniformizada e compactada,

satisfaz as condições exigidas para funcionar como base de pavimento (SENÇO, 2007).

A estabilização química de solos com cimento Portland pode se dar de duas formas

distintas a depender do objetivo: no caso de objetivar-se um enrijecimento significativo do solo,

empregam-se percentuais em massa em geral acima de 5% e denomina-se esta mistura de solo-

cimento (DNER-ES 305 – DNER, 1997f); no caso de melhoria parcial das propriedades,

principalmente trabalhabilidade conjugada com certo aumento de capacidade de suporte,

empregam-se percentuais baixos, da ordem de 3%, denominando- se neste caso a mistura de

solo melhorado com cimento (DNER-ES 304 – DNER, 1997e) (BERNUCCI, et. al. 2008).

25

3 METODOLOGIA

3.1 DESENHO DO ESTUDO

Esta pesquisa classifica-se como de natureza quali-quantitativa. Os procedimentos

metodológicos adotados foram de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Quanto à realização

da pesquisa bibliográfica, foi feita com o auxílio de livros, teses de doutorado, dissertações de

mestrado, monografias de especializações, artigos técnicos, normas técnicas e leis.

3.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA

O material que será estudado para estabilização de solo utilizando o lodo de ETA como

material alternativo para pavimentação, será fornecido pela a Estação de Tratamento de Água

(ETA-006), localizada na TO-050 na cidade Palmas. O solo que será estabilizado é proveniente

do estacionamento privado do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP ULBRA.

Figura 5 - Vista superior da Estação de tratamento de água (ETA-006)

Fonte: Google Earth, adaptado (2017)

3.3 OBJETO DE ESTUDO

26

Para a determinação dos ensaios relacionados ao comportamento do solo e a resistência

de sua mistura com o lodo de ETA e cimento Portland, conforme as normas vigentes, será

necessário:

Coletar o solo in situ no estacionamento privado do CEULP ULBRA;

Coletar Lodo proveniente da Estação de Tratamento de Água (ETA-006);

Fazer adição de Cimento Portland.

Após coleta dos materiais, será realizado a dosagem dos teores para os corpos de provas.

- SN

- SN + 10% LETA

- SN + 20% LETA

- SN + 10% LETA + 3% CIM

- SN + 20 LETA + 3% CIM

Sendo:

SN – Solo Natural

LETA – Lodo da Estação de Tratamento de Água

CIM – Cimento Portland

Para cada dosagem, será executado 5 corpos de provas.

3.3.1. Fluxograma

27

ESTUDO DOS

MATERIAIS

COM TEORES

DEFINIÇÃO DO

USO

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

MÉTODOLOGIA

DOSAGENS RESULTADOS

SOLO

Índice de Atterberg

Compactação

CBR

Granulométria

Massa Unitária

Massa Específica

INSUMOS

DEFINIÇÃO DOS TEORES

MOLDAGEM NO LABORATÓRIO

LETA

Índice de Atterberg

Compactação

CBR

Granulométria

Massa Unitária

Massa Específica

Índice de Atterberg

Compactação

CBR

Granulométria

Massa Unitária

Massa Específica

Base ≥ 80%

Base ≥ 60%

Sub Base ≥

20%

28

3.3.2. Método

De acordo com o Fluxograma, será realizado ensaios para determinar as características

dos materiais envolvidos no estudo, os ensaios, equipamentos e procedimentos que será

necessário para o estudo do solo e do lodo de ETA.

Etapa I – Realizar os ensaios geotécnicos para definir os índices de Atterberg, que serão

Limite Liquidez, Limite de Plasticidade e através dos dois determinar o Índice de Consistência.

Etapa II – Realizar os ensaios geotécnicos necessários para definir a compactação do

solo que será coletado e verificar se esse solo atende as especificações técnicas para o emprego

de estabilização de solo para pavimentação.

Etapa III – Realizar os ensaios geotécnicos para definir o Índice de Suporte Califórnia

(CBR) de acordo com a norma vigente e analisar de acordo com sua característica qual camada

pode ser empregado.

Etapa IV - Realizar os ensaios de caracterização da composição granulométrica de

acordo com norma vigente.

Etapa V – Determinar a característica do solo de acordo as normas de Massa Unitária e

Massa Específica.

Etapa VI – Determinar a dosagem adequada para atender de maneira mais eficiente os

ensaios que serão realizados, afim de atingir o melhor resultado.

3.4 VARIÁVEIS A SEREM ESTUDADOS

Tabela 2 - Normas Referentes aos ensaios

ENSAIO NORMA ABNT

Limite Liquidez DNER-ME 122/94

Limite de Plasticidade DNER 084/95

Compactação DNER 129/94

CBR DNIT 172/2016 - ME

Granulométria DNER-ME 080/94

Massa unitária NBR NM 45/2006

Massa Específica DNER-ME 194/98

Fonte: Autora, (2017).

29

3.5 ENSAIO A SER REALIZADO

Limite de Liquidez

Através da Norma DNER-ME 122/94, será realizado o ensaio para determinação do

Limite de Liquidez, conforme o método de Casagrande. Este ensaio irá apresentar o Limite de

Liquidez e a Curva de Fluidez.

O método de Casagrande consiste em uma concha metálica que acionada a uma

manivela e golpeia a base do aparelho. O ensaio utiliza uma amostra representativa do solo que

passa na peneira de 0,42 mm de abertura de malha, peneira de n° 40.

Figura 6 - Aparelho de Casagrande

Fonte: http://www.kamacha.ind.br/construcao-civil.php , acessado 28 de outubro de

2017.

30

Limite de Plasticidade

Para determinar o Limite de Plasticidade do solo, será utilizado a Norma DNER 084/95.

O ensaio é realizado com uma amostra do solo que passe na peneira de 0,42 mm de

abertura na malha, é utilizado aproximadamente 50g.

Figura 7 - Procedimento para obter o índice de plasticidade

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/312584281_fig21_Figura-37-

Determinacao-do-Limite-de-Plasticidade-o-solo-umedecido-e-rolado-entre-a , acessado 28 de

outubro de 2017.

Compactação

O ensaio de compactação de solos será realizado de acordo com a Norma DNER-ME

129/94. O ensaio de Proctor determina a umidade ótima e massa específica aparente seca

máxima de um solo, através de uma amostra dentro de um recipiente cilíndrico de 1000 cm³

aproximadamente, em três camadas sucessivas através de um soquete de 2,5 kg, caindo de uma

altura de 30 cm, sob 25 golpes.

31

Figura 8 - Gráfico de compactação

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/274068225_fig1_Figura-1-Curva-de-

densidade-maxima-Na-atividade-de-compactacao-assim-como-na-de-corte-o , acessado 28 de

outubro de 2017.

Índice de Suporte Califórnia (CBR)

Segundo a Norma DNIT 172/2016 – ME, será realizado os procedimentos para

determinar o Índice de Suporde Califórnia (CBR) de solos em laboratório, utilizando amostras

deformadas e não trabalhadas de material que passa na peneira de 19 mm. Este ensaio irá

determinar o cálculo de expansão, as condições para obter resultados e a curva de compactação.

Este ensaio consiste em determinar a relação entre a pressão necessária para produzir a

penetração do pistão no solo e a mesma pressão para produzir a mesma penetração em uma

brita padronizada. O valor é expresso em percentual e por meio de equação empírica a

determinação da espessura do pavimento flexível que será necessário em função do tráfego.

32

Figura 9 - Prensa para Índice de Suporte Califórnia

Fonte: http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/prestadores-de-

servicos/calibrario-servicos-de-calibracao/produtos/servicos/calibracao-prensa-cbr , acessado

28 de outubro de 2017.

Granulometria

O ensaio determinação da composição granulométrica dos agregados miúdos e graúdos,

será realizado segundo a DNER-ME 080/94. Onde através de uma série de peneiras normal e

intermediário, será determinado a dimensão máxima característica, módulo de finura e material

pulverulento.

O ensaio consiste em determinar o percentual, em peso, das frações diferentes que

constituem a fase sólida do solo. É realizado em partículas que apresentarem tamanhos maiores

que 0,075 mm (peneira n° 200), onde a amostra passa por uma série de peneiras de malhas

quadradas e dimensões padronizadas. Todo o material retido em cada peneira é pesado e calcula

o percentual passante.

33

Tabela 3 - Granulometria

n° Abertura

mm

200 0,075

100 0,15

40 0,42

10 2,09

4 4,8

Fonte: Manual de pavimentação, DNIT (2006)

Tabela 4 - Correlação das aberturas das peneiras em polegadas e milímetros

Abertura Pol

Abertura mm

3/8" 9,5

3/4" 19,1

1" 25,4

1 1/2" 38,1

2" 50,8

Fonte: Manual de pavimentação, DNIT (2006)

Massa Unitária

Será realizado o ensaio para definir a massa unitária e o volume de vazios, conforme a

NBR NM 45/2006. Esta norma MERCOSUL estabelece o método para determinar a densidade

a granel e do volume de vazios dos agregados miúdos, graúdos ou de mistura dos dois, em

estado compactado ou solto.

Massa Específica

De acordo com a DNER-ME 194/98, será realizado o ensaio de determinação da massa

específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapman.

34

Os ensaios descritos serão realizados para todos os insumos (Solo e LETA), com a

finalidade de avaliação de desempenho individual a princípio. Após caracterização, de acordo

com os teores de dosagem determinados no item 3.3., será realizado uma análise do

desempenho apresentado de acordo com cada corpo de prova.

3.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

O solo in situ para ensaio será coletado no estacionamento privado do CEULP

ULBRA.

O lodo proveniente da Estação de Tratamento de Água, será coletado na (ETA 006),

situado na TO-050.

Os ensaios para determinar as propriedades e avaliar as características desse material

será realizado no Laboratório de solos do CEULP ULBRA.

3.7 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS

O Excel será a ferramenta fundamental para a avaliação desse estudo. Será utilizado

para apresentar os dados obtidos através dos ensaios, em formas de tabelas e gráficos

comparativos.

Apresentando através das amostras seus resultados e análise do material.

35

4 CRONOGRAMA

ETAPAS 2017 2018

AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN

Escolha do tema X

Levantamento

bibliográfico para

construção do Projeto X X X X

Elaboração do Projeto X

Apresentação do Projeto X

Coleta de Dados X

Análise dos Dados X X

Redação do trabalho X X

Revisão e redação final X X

Entrega do TCC para

Banca X

Defesa do TCC em Banca X

Correções e adequações

sugeridas pela Banca X

Entrega do trabalho final X

36

5. ORÇAMENTO

DESPESAS

1. Materiais de Consumo e

Serviços Quant.

Valor

Unitário Valor Total

* Folhas de Papel A4 11 folhas R$ 0,04 R$ 0,44

* Caneta Esferográfica 1 unidade R$ 1,50 R$ 1,50

Impressão 235 unidade R$ 0,35 R$ 82,25

Encadernação 4 unidades R$ 2,50 R$ 10,00

Gasolina para orientações

(ida e volta) 24 viagens R$ 1,62 R$ 38,88

Sala para reuniões e execução

do trabalho Disponibilizada pela instituição

R$ 133,07

TOTAL DAS DESPESAS

37

REFERÊNCIAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos

sólidos – classificação. Rio de Janeiro. 2004. 71 p.

_____. NBR NM 45: Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios.

Rio de Janeiro, 2006.

ACHON, C. L.; BARROSO, M. M.; CORDEIRO, J. S. Resíduos de estações de tratamento

de água e a ISO 24512: desafio do saneamento brasileiro. Eng. Sanit. Ambient., Rio de

Janeiro, v.18, n.2, p.115-122, abr./jun. 2013.

ASCE; AWWA; U.S. EPA. Technology transfer handbook: management of water

treatment plant residuals. New York: ASCE; Denver, CO: AWWA, 1996.

BERNUCCI, L.B. et. al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. 3 ed.

Rio de Janeiro. PETROBRÁS: ABEDA. 2006.

BOTERO, W. G. et al. Caracterização de lodo gerado em estações de tratamento de água:

perspectivas de aplicação agrícola. Quím. Nova, São Paulo, v. 32, n. 8, p. 2018-2022, 2009.

Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2009/vol32n8/06-AR08376.pdf>.

Acesso em: 11 set. 2017.

CLAESSEN, M. E. C. et. al. Manual de métodos de análise de solo. 2 ed. Rio de Janeiro.

EMBRAPA. 1997.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 307, de 5 de

julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da

construção civil. Disponível em

http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030504.pdf. Acesso 11

setembro de 2017.

38

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 313, de 29

de outubro de 2002. Dispõe sobre o inventário nacional de resíduos sólidos industriais.

Disponível em

http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_2002_313.pdf ,

Acesso 29 outubro de 2017.

CORDEIRO, J. S. Processamento de lodos de estações de tratamento de água (ETAs). In:

ANDREOLI, C.V. (Coord.) Resíduos sólidos do saneamento: processamento, reciclagem e

disposição final. Projeto PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 2001.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER 084/95:

Agregado miúdo – determinação da densidade real. Rio de Janeiro, 1995.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER 129/94: Solos –

compactação utilizando amostras não trabalhadas. Rio de Janeiro, 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 080/94:

Solos – análise granulométrica por peneiramento. Rio de Janeiro, 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 122/94:

Solos – determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 194/98:

Agregados – determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco de

Chapman. Rio de Janeiro, 1998.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. DNIT

172/16: Solos – determinação do índice de suporte Califórnia utilizando amostras não

trabalhadas. Brasília, 2016.

PÁDUA, V.L. Contribuição ao estudo da remoção de cianobactérias e

microcontaminantes orgânicos por meio de técnicas de tratamento de água para

consumo humano. Belo Horizonte. 2006.

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PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos. São Paulo. Oficina de textos. 2000.

PLANO NACIONAL DE RESIDUOS SÓLIDOS. Lei 12.305/2010, art. 13, 2 de agosto de

2010. Classificação dos resíduos sólidos. Disponível em

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636 , acesso 29 de outubro de

2017.

PRADO, H. Manual de classificação de solos do Brasil. 3 ed. Jaboticabal. FUNEP. 1996.

RICHTER, C.A.; NETTO, J.M.A. Tratamento de água. 4 ed. São Paulo. Edgard Blücher.

1991.

RICHTER, C. A. Tratamento de lodos de estações de tratamento de água. 1.ed. São Paulo:

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SENÇO, W. Manual de técnicas de pavimentação. 2 ed. São Paulo. PINI. 2007.

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TSUTIYA, M. T.; HIRATA, A. Y. Aproveitamento e disposição final de lodo de estações

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