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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) Relatório apresentado à disciplina Laboratório de Engenharia Química II sob orientação dos professores Alexandre Boscaro. Daniela Ferrari 094550039 Isabela Carla Soares 124500065 Kádima Santos 134550001 Tamara Nogueira 114550055 Ouro BrancoMG Abril - 2014

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO JOO DEL-REI

    CAMPUS ALTO PARAOPEBA

    ESTAO DE TRATAMENTO DE GUA (ETA)

    Relatrio apresentado disciplina Laboratrio de

    Engenharia Qumica II sob orientao dos

    professores Alexandre Boscaro.

    Daniela Ferrari 094550039

    Isabela Carla Soares 124500065

    Kdima Santos 134550001

    Tamara Nogueira 114550055

    Ouro BrancoMG

    Abril - 2014

  • 1 INTRODUO

    A gua o constituinte inorgnico mais abundante na matria viva: no homem mais de

    60% do seu peso so constitudos por gua, e em certos animais aquticos esta porcentagem

    sobe para 98%. Fundamental para a manuteno da vida, os 1,36x1018

    m3 de gua disponveis

    no planeta, esto distribudosda seguinte forma: 97,0% gua do mar, 2,2% geleiras e 0,8%

    gua doce, deste 97% so guas subterrneas e 3% gua superficial(SPERLING, 2005).

    Entre as diversas formas de uso da gua, o abastecimento domstico e abastecimento

    industrial, implicam na retirada da gua das colees hdricas onde se encontram, para um

    tratamento prvio em local adequado, atingindo assim os requisitos de qualidade mais

    exigentes.Com o crescente aumento da populao humana, bem como as atividades

    industriais e as atividades agrcolas, sendo esta ltima responsvel pelo consumo de

    aproximadamente 70% de toda a gua disponvel no planeta, eleva-se cada vez mais a presso

    sobre os recursos hdricos (TELLES, 2006).

    A qualidade da gua uma questo planetria abrangendo tanto consideraes de

    sade humana,quanto ambiental. O controle das caractersticas fsico-qumicas da guas,

    juntamente com a ausncia de qumicos nocivos (por exemplo, metal e contaminantes

    orgnicos) e agentes biolgicos (por exemplo, bactrias patognicas e parasitas) so

    necessrios para garantir o seu bom estado ecolgico e sanitrio. (MONTEIRO et. all)

    Segundo Christofidis (2001), a Poltica Nacional de Recursos Hdricos como

    ferramenta de gesto deve revitalizar sua oferta e otimizar sua utilizao, de modo que os

    benefcios possam ser equitativos, atingir o maior nmero de pessoas, evitando o desperdcio

    e a poluio, garantindo, assim, a proteo e o uso mltiplo da gua.

    Para transformar a gua bruta em potvel, as ETAs utilizam processos como

    coagulao, floculao, decantao e filtrao dos resduos, os quais so, normalmente,

    constitudos de partculas coloidais de natureza qumica, fsica e/ou biolgica (TSUTUYA;

    HIRATA, 2001).

  • 2 - OPERAES UNITRIAS DE UMA ESTAO DE TRATAMENTO

    DE GUA (ETA).

    Em uma Estao de Tratamento de gua (ETA), uma seqncia de operaes

    realizada com o intuito de melhorar as caractersticas fsicas, qumicas e bacteriolgicas da

    gua, a fim de que ela se torne adequada ao consumo humano. As etapas so:

    Pr-clorao Primeiramente, o cloro adicionado quando a gua chega estao

    para facilitar a retirada de matria orgnica e metais.

    Pr-alcalinizao-Aps receber o cloro, a gua recebe cal ou soda, que ajustam o pH

    aos valores exigidos nas fases seguintes do tratamento.

    Coagulao Nesta fase, adicionado sulfato de alumnio, cloreto frrico ou outro

    coagulante, seguido de uma forte agitao da gua. Assim, as partculas de sujeira

    ficam eletricamente desestabilizadas e mais fceis de agregar.

    Floculao Aps a coagulao, h uma mistura lenta da gua, para provocar a

    formao de flocos com as partculas.

    Decantao Neste processo, a gua passa por grandes tanques para separar os flocos

    de sujeira formados na etapa anterior.

    Filtrao Logo depois, a gua atravessa tanques formados por pedras, areia e

    carvo antracito, os quais retm a sujeira restante da fase de decantao.

    Ps-alcalinizao Em seguida, feita a correo final do pH da gua, para evitar a

    corroso ou incrustao das tubulaes.

    Desinfeco feita uma ltima adio de cloro no lquido antes de sua sada da

    Estao de Tratamento, para garantir que a gua fornecida chegue isenta de bactrias e

    vrus at a casa do consumidor.

    Fluoretao O flor tambm adicionado gua. A substncia ajuda a prevenir

    cries.

  • FLUXOGRAMA DO PROCESSO

    Na figura abaixo se encontra um fluxograma do processo de tratamento de gua:

    Figura 1. Diagrama de Blocos do Processo de Tratamento de gua.

    ESTAO DE TRATAMENTO DE GUA E ESGOTO DE BANCADA

    As figuras 2 e 3 demonstram diferentes pontos de vista uma estao de

    tratamento de gua e esgoto de bancada.

    Figura 2. Vista um da estao de tratamento de gua e esgoto de bancada.

  • Figura 3. Vista dois da estao de tratamento de gua e esgoto de bancada.

    Figura 4 - Representao de uma estao de tratamento de gua real.

    Fonte: http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=350&infoid=1468&tpl=section.htm

    Pode-se descrever a funo de cada equipamento apresentado na estao de tratamento de

    gua de bancada.

  • 1. Tanque de homogeneizao:

    um equipamento aplicado para homogeneizao do meio lquido e minimizao de

    picos de vazo existentes no incio do tratamento de efluentes industriais e tratamento de gua

    bruta.

    O tanque de homogeneizao tem a funo de manter a mesma vazo de sada para

    garantir o funcionamento adequado do sistema de tratamento, j que as vazes internas de

    lquido variam de acordo com a entrada. No interior do tanque, o misturador proporciona uma

    agitao vigorosa, garantindo homogeneidade do efluente.

    As trs finalidades bsicas so:

    Minimizar as variaes de vazo de despejos especficos de modo que haja uma vazo

    constante ou quase constante para o tratamento posterior;

    Neutralizar os despejos;

    Minimizar as variaes de concentrao, como a demanda bioqumica de oxignio;

    Figura 5: Tanque de homogeneizao

    Fonte: agetec.com.br

  • 2. Caixa de areia:

    um dispositivo construdo junto s tomadas de gua e que separa por decantao

    areias e outros materiais pesados suspensos no fluxo de gua, com a finalidade de proteger

    bombas, vlvulas e acessrios contra a abraso, alm de evitar o entupimento e assoreamento.

    As caixas de areia podem ser do tipo canal com velocidade constante controlada por

    Calha Parshall, seo quadrada em planta, com remoo mecanizada de lodo ou caixa de areia

    aerada.

    Frequentemente, dever ser feita limpeza na caixa de areia, com a remoo dos slidos

    grosseiros da grade, bem como a retirada da areia depositada.

    Figura 6: Caixa de areia

    Fonte: www.saaeparaisopolis.mg.gov.br

    3. Calha de Parshall:

    um equipamento usado para medio de vazo em canais abertos de lquidos fluindo

    por gravidade, muito utilizado nas estaes de tratamento de gua para medir com relativa

    facilidade e de forma contnua as vazes de entrada e sada de gua e atuar como misturador

    rpido, facilitando a disperso dos coagulantes na gua, durante o processo de coagulao.

    So fabricados em resina polister reforada com fibra de vidro e so projetados para

    resistir aos efeitos corrosivos do lquido a ser mensurado e dos eventuais produtos qumicos

    incorporados ao mesmo.

  • Figura 7: Calha de Parshall

    Fonte: www.levelcontrol.com.br

    4. Tanque pulmo:

    um equipamento que exerce a funo de pulmo: enche quando a vazo produzida

    pela ETA maior que a vazo bombeada, e esvazia quando a vazo produzida pela ETA

    menor que a vazo bombeada, tendo em vista que praticamente impossvel fazer com que a

    vazo das bombas seja igual vazo produzida pela estao de tratamento de gua.

    De modo geral, seu volume til calculado para conter o volume de gua produzido

    pela estao de tratamento de gua durante 30 minutos.

    Figura 8: Tanque pulmo

    Fonte: www.jemp.com.br

  • 5. Aerador:

    Equipamento cuja funo incorporar oxignio gua em tratamento. Essa aerao

    responsvel pelo fornecimento do oxignio necessrio ao desenvolvimento das reaes

    biolgicas do tratamento de efluentes.

    Alm da transferncia de oxignio para a gua, o aerador promove sua circulao,

    fazendo com que o oxignio seja transferido para toda a massa lquida.

    Vantagens atribudas aos sistemas de aerao:

    Reduo de custos;

    Alta eficincia;

    Facilidade de instalao;

    Controle dos odores no tratamento de efluentes;

    Os sistemas de aerao podem ser realizados por meio dos aeradores mecnicos ou por

    ar difuso.

    Figura 9: Aerador

    Fonte: www.revistatae.com.br

  • 6. Coagulador

    Equipamento cuja mistura rpida com a finalidade de dispersar os

    coagulantes rpida e uniformemente na massa lquida, de tal maneira que cada litro de

    gua a tratar receba aproximadamente a mesma quantidade de reagente no menor

    tempo possvel, j que o coagulante se hidrolisa e comea a se polimerizar em frao

    de segundo aps o seu lanamento na gua. Os coagulantes so compostos de

    alumnio ou ferro (sulfatos) geralmente capazes de produzir hidrxidos gelatinosos

    insolveis e englobar as impurezas que, em conjunto com os alcalinizantes (compostos

    qumicos que tm a capacidade de conferir alcalinidade necessria gua), como o

    hidrxido de clcio (cal hidratada), hidrxido de sdio (soda custica) e o carbonato

    de sdio (barilha) e com consumo de energia eltrica associada ao preparo de solues

    e processo de adio. Essa disperso pode ser feita por meios hidrulicos ou

    mecnicos, sob um gradiente de velocidade da ordem de 700 a 2000s-1

    , mais

    comumente 1500s-1

    . Essa mistura tem de ser desenvolvida no menor espao de tempo

    possvel de modo a no possibilitar a reao dos ons coagulantes com as OH-

    pressentes na gua e, assim, no se atingir o objetivo. A prtica moderna recomenda o

    tempo de disperso igual a um segundo, ou menos, tolerando-se o mximo de cinco

    segundos. Por isso mesmo, assume grande importncia a escolha do ponto de

    aplicao do coagulante em relao quele onde se promove a agitao da gua.

    Figura 10. Adio sulfato frrico

    Fonte: http://daev.org.br

  • 7. Floculador

    Compartimento provido de agitadores lentos, que efetuam a mistura

    homognea do Sulfato de Alumnio (produto mais utilizado tantos pelas suas

    propriedades como pelo menor custo) com a gua e suas impurezas. Neste processo

    muito importante o tempo de contato e a velocidade dos agitadores. Como o sulfato de

    alumnio poroso e gelatinoso, as impurezas entram em seus poros, no qual resulta na

    aglomerao das mesmas, formando cogulos, o que facilitar o processo de

    sedimentao, uma vez que estes flocos apresentam massa especfica superior massa

    especfica da gua. Assim sendo, nesta etapa tem-se a remoo de cor e turbidez, carga

    orgnica, organismos patognicos passveis de coagulao, eliminao de algumas

    substncias que conferem sabor e odor.

    Figura 11. Floculador

    Fonte: www.sigma.ind.br

  • 8. Decantador

    Equipamento cuja a principal funo a de receber todos os flocos oriundos do

    floculador. composto por um tanque contendo placas inclinadas num ngulo de 60,

    que aumentam a rea de contato e foram a diminuio da tenso superficial da gua.

    Seu fundo tem a forma cnica que facilita a remoo do lodo, que realizada com

    descargas intermitentes. Ou seja, nesta etapa que ocorre a separao (fsica) das

    partculas suspensas mais pesadas formadas durante a floculao (flocos) no meio

    lquido, as quais pela fora da gravidade apresentam um movimento descendente,

    depositando-se no fundo dos tanques decantadores formando uma massa slida

    denominada lodo. A decantao das partculas suspensas propicia a clarificao da

    gua pela separao da fase slida ao mesmo tempo em que a camada de lodo formada

    no fundo do decantador precisa ser removida periodicamente.

    Figura 12. Decantador

    Fonte: WWW.daev.org.br

  • 9. Tanque de soda custica

    Uma vez que cinquenta a sessenta por cento das impurezas ficam retidas no

    decantador, gua com o restante das impurezas, flocos mais leves e partculas no

    floculadas, saem dos decantadores e seguem para o tangue de soda custica. A soda

    custicas utilizada para reduo da acidez da gua e, diferentemente do NaOH, os

    hidrxidos da maioria dos metais so insolveis, e portanto o hidrxido de sdio pode

    ser usado para precipitar hidrxidos de diversos metais, sendo um destes hidrxidos

    o hidrxido de alumnio, usados para a floculao de partculas.

    Figura 13. Tanque de soda custica (segunda direita)

    Fonte: www.jie.itaipu.gov.br

    10. Tanque de cloro

    Aps efetuar o tratamento fsico-qumico da gua deve-se desinfet-la, isto , eliminar

    os organismos patognico. O desinfetante mais usado o cloro ou seus compostos, apesar de

    ser possvel a desinfeco por oznio, raios ultravioleta e perxido de hidrognio (gua

    oxigenada), por exercer ao eficaz sobre as bactrias na gua. A grande vantagem da

    utilizao dos produtos qumicos base de cloro como agentes desinfetantes que os

    mesmos, quando adicionados gua, apresentam concentraes residuais de cloro que

    permanecem na gua at esta chegar casa do consumidor final garantindo, desta forma, o

  • padro microbiolgico da mesma. Isto no acontece com o oznio e com a radiao

    ultravioleta, por exemplo. Outras vantagens que podem ser mencionadas que os produtos

    base de cloro so adquiridos prontos para utilizao sob a forma lquida (atravs de solues

    aquosas), slida (atravs de pastilhas) e/ou gasosa (confinados em cilindros), alm de

    apresentarem relao custo/benefcio adequada.

    Figura 14. Tanque de cloro

    Fonte: www.coden.com.br

    11. Tanque de sulfato de Alumnio

    O Sulfato de Alumnio, primeiro produto a ser colocado na gua para o tratamento,

    atua como coagulante no processo. Possui propriedades que ajudam a formar flocos

    gelatinosos e nesse momento so utilizados floculadores para agitar a mistura. O pH do

    sulfato de alumnio est em torno de 2,0 a 3,0, ento para facilitar a floculao adiciona-se cal

    hidratado para diminuir o pH, deixando-o em torno de 6,5 que considerado ideal para uma

  • boa floculao. As doses mdias de sulfato de alumnio, utilizada encontra-se na faixa de 25 a

    35 mg/l (PPM).

    Sua utilizao consiste na diluio concentrada da substncia em uma soluo,

    geralmente com 10%, para realizao das dosagens, este processo ocorre no tanque de sulfato

    de Alumnio.

    12. Bomba

    Equipamento encarregado de succionar a gua retirando-a do reservatrio e

    pressurizando atravs de seu rotor, que a impulsiona para o reservatrio ou ponto de recalque.

    As bombas podem ser classificadas de uma maneira geral em:Turbobombas ou bombas

    hidrodinmicas (bombas radiais ou centrfugas, as mais usadas para abastecimento pblico de

    gua; bombas axiais; bombas diagonais ou de fluxo misto). Bombas volumtricas, de uso

    comum na extrao de gua de cisterna (bombas de mbolo ou bombas de cilindro de pisto).

    Utilizadas em diversas partes do processo as bombas desempenha funo como:

    transferncia de fludos; alimentao e descarregamento de tanques, captao da gua nos

    mananciais, controle dosagem volumtricas, na qual as bombas dosadoras aspiram um

    determinado volume de lquido e pressionam-no para a linha de dosagem atravs de pulsos. A

    capacidade de dosagem poder ser regulada atravs do ajuste do volume do pulso e do

    nmero de pulsos por unidade de tempo, deste modo, encontrada uma dosagem constante e

    exata mesmo se houver variaes na contrapresso.

    Ao final do tratamento as bombas de recalque fazem o bombeamento da gua tratada

    diretamente para o reservatrio. De l, a gua segue para o consumo dos demais reservatrios

    distribudos em toda cidade, bem como para as caixas d'gua domiciliares.

    13. Reservatrio

    Nos esquema representativo utilizadono laboratrio o reservatrio representa as

    possveis fontes para a captar gua. A captao tem por finalidade criar condies para que a

    gua seja retirada do manancial abastecedor em quantidade e qualidade capaz de atender o

  • consumo. , portanto, a unidade de extremidade do sistema. Chama-se de manancial

    abastecedor a fonte de onde se retira a gua com condies sanitrias adequadas e vazo

    suficiente para atender a demanda.

    Os mananciais, utilizadosso classificados em: guas meterica (gua de chuva), guas

    de superfcie (rios e drenos), reservatrios de acumulao (lagos) e guas subterrneas (poos

    semi-profundos e profundos).

    Cada ETA possui um laboratrio que processa anlises e exames fsico-qumicos e

    bacteriolgicos destinados avaliao da qualidade da gua desde o manancial at o sistema

    de distribuio. Alm disso, existe um laboratrio central que faz a aferio de todos os

    sistemas e tambm realiza exames especiais como: identificao de resduos de pesticidas,

    metais pesados e plancton. Esses exames so feitos na gua bruta, durante o tratamento e em

    pontos da rede de distribuio, de acordo com o que estabelece a legislao em vigor.

    14. Tanque de lama

    As lamas podem ser geradas em vrias etapas do processo de tratamento de gua, tais

    como a pr sedimentao, coagulao, remoo de Ferro e Mangans, guas de lavagem dos

    filtros e as lamas so recolhidas e enviadas aos tanques de lama onde ocorre o tratamento em

    duas etapas: espessamento e centrifugao. A gua recuperada durante este processo

    reencaminhada para o reservatrio de gua bruta, ou seja, para o incio do processo de

    tratamento de gua.

    Essa lama formado por slidos e precipitados qumicos, constituindo uma massa de

    partculas orgnicas e inorgnicas, densa e viscosa.As caractersticas do material gerado

    podem variar conforme o gerenciamento do processo de tratamento, periodicidade de limpeza

    dos decantadores e filtros e da dosagem de produtos qumicos utilizados nos processos de

    tratamentos, que funo das caractersticas fsico-qumicas da gua de captao, ao uso e a

    ocupao do solo da rea da bacia hidrogrca e ao ciclo hidrolgico caracterstico regional.

    Normalmente contm concentraes elevadas de elementos qumicos (Al, Fe, Si, Ti, Mg,

    entre outros) que, quando dispostos de forma inadequada, podem gerar impactos de ordem

    ambiental e social.

    Alguns processos para o tratamento da lama:

  • Espessamento: Processo de concentrao de slidos em uma corrente residual, que reduz

    o volume antes de um posterior tratamento ou descarte;

    Recuperao do coagulante: Tcnica de tratamento que admite a desidratao e

    diminuio da concentrao em metais nas lamas;

    Condicionamento: Adio de um qumico a um resduo para alterao da sua natureza

    fsica, geralmente utilizado como mtodo de otimizao de um processo de desidratao.

    Desidratao: Similar ao espessamento, j que ambos os processos envolvem separao

    slido-lquido, com o objetivo de minimizar os resduos que sero rejeitados. A desidratao

    caracterizada pelo aumentoda concentrao de slidos nas lamas entre 10 a 20%.

    Secagem: Separao slido-lquido que aborda aspectos do espessamento e da

    desidratao. Na secagem a concentrao de slidos nas lamas aumenta mais de 35%.

    Descarte e reutilizao: Remoo dos resduos dasETAs ou armazenamento permanente

    dos resduos nas instalaes da ETA. Esta categoria inclui a descarga em lixeiras, esgotos

    municipais, aterros, cursos de gua, aplicao nos solos e vrias opes de reutilizao como

    suplemento nos solos, fabrico de tijolos, entre outros.

    15. Tanque de gua clarificada

    Terminada a etapa da decantao o resultado uma fase lquida sobrenadante (gua

    clarificada) e uma fase slida decantada (lama). Esta gua clarificada ento conduzida para

    o tanque de gua clarificada e posteriormente para os filtros de areia com o objetivo de

    remover os flocos mais finos e leves que no so retidos nos decantadores.

    Entretanto, a gua clarificada, apesar de parecer limpa e livre de impurezas, contm

    ainda muitos microrganismos nocivos ao ser humano, podendo tornar-se um meio de

    transmisso de vrias doenas. Para a destruio destes microrganismos, tem-se ainda a etapa

    denominada desinfeco, posterior ao filtro de areia.

  • 16. Filtro de areia

    Aps passar pelo tanque de gua clarificada, a gua passa ento por um filtro de areia. Foi

    verificado por experincia que na filtrao em areia a matria em suspenso e a matria

    coloidal so quase completamente removidos, os componentes qumicos so alterados e o

    nmero de bactrias reduzido. Esses fenmenos so explicados tendo como base quatro

    aes: filtrao mecnica, sedimentao e adsoro, efeitos eltricos e, em menor grau,

    alteraes biolgicas.

    A filtrao mecnica responsvel pela remoo de grandes partculas de matria na

    superfcie da areia. A sedimentao, a adsoro e a atrao eletrosttica contribuem para a

    remoo de algumas partculas pequenas de matria em suspenso e de algumas bactrias.

    A maior parte da ao filtrante num filtro lento de areia ocorre numa camada delgada de

    areia e de material depositado prximo ou na superfcie do filtro. Num filtro rpido de areia,

    entretanto, a ao filtrante distribuda em toda a profundidade do leito de areia, a maior

    parcela da ao filtrante ocorrendo na parte superior do filtro. Em ambos os filtros porm

    especialmente no filtro lento de areia h uma camada gelatinosa sobre a superfcie, na qual

    as atividades biolgicas, a filtrao mecnica e os efeitos adsortivos so os maiores do filtro.

    Figura 15. Filtro de areia

    Fonte: http://www.comusa.rs.gov.br/index.php/saneamento/tratamentoagua

  • 17. Tanque de desinfeco

    A gua que chega ao tanque de desinfeco apesar de ainda no se encontrar adequada

    para o consumo humano, j limpa o suficiente para o processo. Ela ento desinfetada para

    eliminar organismos patognicos e, consequentemente, evitar doenas de origem hdrica. A

    desinfeco no um substituto para as outras formas de tratamento e pode ser realizada pela

    clorao, adio de oznio, exposio aos raios ultra violetetas, aquecimento, adio de cal,

    adio de bromina e iodina, exposio prata coloidal e por outros mtodos. Na sua forma

    mais comum, gua recebe a adio de uma quantidade mnima necessria de cloro, que

    elimina os germes nocivos sade, garantindo tambm a qualidade da gua nas redes de

    distribuio e nos reservatrios domiciliares.

    Figura 16. Tanque de desinfeco

    Fonte: http://www.hidrosulminas.com.br/equip_tanques_td.html

  • 18 Tanque de correo de pH

    Depois que a gua j passou pelas principais etapas do tratamento dentro da ETA, ela

    recebe, ento, a adio de cal hidratada ou carbonato de sdio para corrigir sua alcalinidade

    (pH). A correo do pH necessria para se preservar a rede de encanamento que ir

    distribu-la, evitando assim possveis corroses nas tubulaes.

    Figura 17. Tanque de correo de pH

    Fonte: http://www.ambsc.com.br/serv_agua.htm

    19 Adsorvedor

    Em seguida, a gua passa por um adsorvedor, que contm carvo ativo removendo o

    excesso de cloro presente na gua. Uma segunda aplicao dos adsorvedores a produo de

    uma gua que seja esteticamente agradvel, especialmente com respeito remoo de

    compostos orgnicos causadores de gosto e odor. Os processos de adsoro em carvo ativado

    em p e granular, combinados ou no com processos oxidativos, tem sido as melhores

    alternativas tecnolgicas para a produo de uma gua como tal.

  • Figura 18. Imagem representativa de um adsorvedor real.

    Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/

    20 Tanque de gua tratada

    Nesta etapa a gua j est limpa e pronta para o consumo humano. Ela pode agora

    passar por uma etapa de fluoretao, em que recebe a aplicao de uma dosagem de um

    composto de flor, que contribui no combate s cries. Estes tanques de armazenamento de

    gua tratada so necessrios tambm para abastecer a populao em horrios em que o

    consumo maior que o volume de gua tratada produzida.

    Figura 19. Tanque de gua tratada.

    Fonte: http://petquimicaefisica.blogspot.com.br/2012/02/visita-tecnica-sabesp-de-presidente.html

  • 3 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. SPERLING, M.V. Introduo qualidade das guas e ao tratamento de esgotos. Belo

    Horizonte: Editora UFMG, 2005, 452 p.

    2. MONTEIRO, Regina Teresa Rosim et al .Chemical and ecotoxicological assessments

    of water samples before and after being processed by a Water Treatment Plant. Rev.

    Ambient. gua, Taubat , v. 9, n. 1, Mar. 2014 .

    3. TELLES, D.A. gua na agricultura e pecuria. In: Reboas, A.C.; Braga, B.; Tundisi,

    J.G. (Orgs.) guas doces no Brasil: capital ecolgico, uso e conservao. So Paulo:

    Escrituras. p. 305-337. 2006.

    4. CHRISTOFIDIS, D. Consideraes sobre conflitos e uso sustentvel em recursos

    hdricos. In: Theodoro, S.H. (org.) Conflitos e Uso sustentvel dos Recursos Naturais. Rio

    de Janeiro: Ed. Garamond. 2002.

    5. TSUTUYA, M. T.; HIRATA, A. Y.; Anais do Congresso Brasileiro de Engenharia

    Sanitria e Ambiental, Joo Pessoa, Brasil, 2001.

    6. Acesso em:17/04/2014

    7. Acesso em:17/04/2014

    8. Acesso

    em:17/04/2014

    9. Acesso em:17/04/2014

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