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1
CRISTIANO MAGAGNIN
ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E RESINA
UTILIZANDO A TÉCNICA DE HIBRIDIZAÇÃO E DE
DESPROTEINIZAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade
Luterana do Brasil, como requisito parcial à obtenção
do grau de Mestre em Dentística.
Orientadora:
Prof. Dra. Simone Beatriz Alberton da Silva
Canoas, 2005
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2
A utopia está no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte se distancia dez passos mais além. Para que
serve a utopia? Serve para isso: para caminhar.
Eduardo Galeano
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Ancilino e Geni pelo amor, carinho e pela abdicação de alguns de
seus sonhos para que eu hoje possa estar realizando um meu. Meu sincero
obrigado.
A minha noiva Nedi, pelo amor, carinho, pelo apoio, paciência e por ter sido a
companheira de sempre durante essa jornada.
Ao Prof. Cezar Augusto Garbin por sempre estar disponível para orientações,
discussões, pelas oportunidades, amizade e por ter contribuído para a realização
desse sonho.
4
AGRADECIMENTO ESPECIAL
A minha oritentadora Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva pela forma sempre
atenciosa na orientação do trabalho, pela transmissão de serenidade nos momentos
difícies e por ter ajudado de forma inestimável na construção do trabalho.
5
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Adair Luis Stefanello Busato pela amizade, orientação e exemplo do que
significa ser mestre.
Ao Prof. Dr. Alcebíades Nunes Barbosa pela amizade e colaboração em minha
formação.
Ao colega Prof. Ms. Alexandre Severo Masotti por sua contribuição inestimável na
execução desse trabalho.
Aos meus irmãos Fabio e Fernanda que por vezes também abdicaram de
algo para que eu pudesse realizar esse sonho.
Ao meu colega e amigo Téo Mário da Rosa pela ajuda na execução do
presente trabalho.
Ao Leandro do laboratório de Mecânica, pela disponibilidade com que cedeu
o laboratório de mecânica para execução do trabalho.
Ao Laboratório de Microscopia Eletrônica da ULBRA, através do Profa. Ester,
pelo seu apoio na realização deste trabalho.
Aos meus colegas de curso Audrey, Graciela, Guilherme, Luiz Felipe, Rafael,
Valter, Virgínia pela amizade e companheirismo ao longo do mestrado.
A Priscila e Fernanda pelo apoio, pelos favores e amizade.
A Lílian Rigo pela amizade e apoio.
6
Aos meus colegas das longas viagens Mateus, Flávia e Nelson pela amizade,
convivência e compreensão.
Ao meu colega e amigo Christin Schuh, não só pela amizade, mas pelos
momentos de discussão sempre importantes na construção de um trabalho.
Aos Professores José Roberto Vanni e Volmir Fornari, pela contribuição neste
trabalho.
A Dona Zeli pela acolhida durante o decurso do mestrado.
A Universidade de Passo Fundo pela minha formação acadêmica e
disponibilidade de suas dependências para realização do trabalho.
A Universidade Luterana do Brasil, por possibilitar esse curso de Pós-Graduação.
Aos que agora não me lembro, mas que de alguma forma e em algum momento
participaram da construção desse trabalho e sem os quais essa realização não seria
possível, meu sincero obrigado.
7
SUMÁRIO
Resumo............................................................................................. 08
Abstract ............................................................................................. 09
Lista de figuras.................................................................................. 10
Lista de tabelas e quadros ................................................................ 11
Lista de abreviaturas e siglas............................................................ 12
1. Introdução ..................................................................................... 14
2. Revisão da literatura ..................................................................... 18
2.1 – Remoção do colágeno ......................................................... 19
2.2 – Ensaios de microtração........................................................ 46
3. Proposição .................................................................................... 51
4. Materiais e métodos...................................................................... 53
4.1 – Confecção das amostras...................................................... 54
4.2 – Preparo dos corpos-de-prova para microtração................... 62
4.3 – Ensaio de microtração.......................................................... 63
4.4 – Avaliação dos padrões de fratura em MO e MEV ................ 66
5. Resultados .................................................................................... 67
5.1 – Ensaios de microtração........................................................ 68
5.2 – Avaliação dos padrões de fratura......................................... 69
6. Discussão...................................................................................... 76
6.1 – Considerações sobre a metodologia .................................... 77
6.2 – Considerações sobre os resultados ..................................... 81
7. Conclusões ................................................................................... 85
8. Referências ................................................................................... 87
Anexos .............................................................................................. 96
8
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da desproteinização, remoção
do colágeno através do tratamento da dentina com NaOCl, na resistência adesiva à
microtração de três sistemas adesivos monocomponentes. Para isso foram utilizados
terceiros molares humanos, que tiveram as superfícies oclusais planificadas e
padronizadas por lixas #320. Dezoito dentes foram distribuídos em seis grupos da
seguinte forma: nos grupos A (Single Bond), C (Prime & Bond 2.1) e E (One Coat
Bond), a dentina foi condicionada com ácido fosfórico por 15s, lavada pelo mesmo
tempo e o sistema adesivo foi aplicado; nos grupos B (Single Bond/NaOCl), D (Prime
& Bond 2.1/NaOCl) e F (One Coat Bond/NaOCl), a dentina foi condicionada com
ácido fosfórico por 15s, lavada pelo mesmo tempo, secada, tratada com NaOCl a
10% por 60s, lavada por 30s, secada com jatos de ar e o sistema adesivo foi
aplicado. Blocos de resina foram confeccionados sobre a superfície, com 6 mm de
altura. Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de-
prova com dimensões de 0,8 x 0,8 mm. Esses foram fixados por meio de um
dispositivo a máquina de ensaios universais e submetidos ao teste de microtração
com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. Após a fratura, os corpos-de-
prova foram observados em microscópio ótico e microscópio eletrônico de varredura
para avaliação do tipo de fratura. Os resultados obtidos foram: A – 55,35 ± 13,03
MPa; B – 53,87 ±12,45 MPa; C – 20,77 ±10,70 MPa; D – 14,02 ±4,29 MPa; E –
54,46 ±18,36; F – 39,66 ±6,79 MPa. A técnica da desproteinização reduziu os
valores de resistência à microtração para todos os sistemas adesivos, sendo
significativa para os adesivos One Coat Bond e Prime & Bond 2.1.
Palavras-chave: dentina, adesivos dentinários, colágeno,
hipoclorito de sódio.
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ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the effects of the deproteinization, displacement
of collagen through the dentin treatment with NaOCl, on the microtensile bond
strength of three different one-bottle-adhesive systems. For this purpose, human third
molars were used, which had the occlusal surfaces made flat and standardized by
sandpaper #320. Eighteen teeth were allocated into 6 groups in the following way: in
groups A (Single Bond), C (Prime & Bond 2.1) and E (One Coat Bond), the dentin
was treated with phosphoric acid for 15s, washed for the same length of time and
then the adhesive system was applied; in groups B (Single Bond/NaOCl), D (Prime &
Bond 2.1/NaOCl) and F (One Coat Bond/NaOCl) dentin was treated with phosphoric
acid for 15s, washed for the same length of time, dried, treated with NaOCl 10% for
60s, washed for 30s, dried with air stream and the adhesive system was applied. Six
milimeters high resin “crowns” were made on the surface. This set was cut in the
shape of toothpicks. Doing so, proof bodies were obtained in a 0,8 X 0,8mm size.
Those, were fixed through a device to a universal tests machine and passed through
a microtensile test with a crosshead speed of 0,5 mm/min. After fracture, the proof
bodies were observed with an optical microscope and a scanning electronic
microscope to evaluate the type of fracture. The obtained results were: A – 55.35 ±
13.03 MPa; B – 53.87 ± 12.45 MPa; C – 20.77 ± 10.70 MPa; D – 14.02 ± 4.29 MPa;
E – 54.46 ± 18.36; F – 39.66 ± 6.79 MPa. The deproteinization technique reduced
the resistance values to microtensile for all adhesive systems, being significant for
One Coat Bond and Prime & Bond 2.1 adhesives.
Key-words: dentin, dentin adhesives, colagen, sodium hypochlorite
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema para padronização da quantidade de desgaste................... 58
Figura 2 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste..................... 59
Figura 3 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste..................... 59
Figura 4 – Ilustração de um espécime após a planificação da superfície oclusal. 60
Figura 5 – Ilustração de uma amostra após a confecção da coroa ...................... 65
Figura 6 – Ilustração do dispositivo utilizado para a realização............................ 67
Figura 7 – Ilustração do corpo-de-prova fixado com adesivo ............................... 68
Figura 8 – Gráfico comparativo entre tratamentos e sistemas adesivos .............. 72
Figura 9 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção dentinária.......... 73
Figura 10 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção resinosa.......... 74
Figura 11 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 9, fratura mista...... 74
Figura 12 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção resinosa ......... 75
Figura 13 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção da dentina ...... 75
Figura 14 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção da dentina... 76
Figura 15 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção resinosa...... 76
Figura 16 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 15.......................... 77
Figura 17 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo E), porção resinosa.......... 77
Figura 18 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo E), porção de dentina... 78
11
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Quadro 1 – Materiais utilizados no estudo ........................................................ 61
Quadro 2 – Composição dos materiais previamente citados ............................ 62
Quadro 3 - Materiais utilizados durante o ensaio de microtração ..................... 67
Tabela 1 – Médias, desvios-padrão dos resultados da microtração em MPa... 71
12
LISTA DE ABREVITUARAS E SIGLAS
Ø – diâmetro
4-META – 4-metacrloiloxietil trimelitato anidrido
AFM – microscopia por força atômica
ANOVA – análise de variância
Bis-EMA – Bisfenol A-polietilenoglicol diete dimetacrilato
Bis-GMA – bisfenol glicidil metacrilato
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CLSM – microscopia laser confocal
EDTA – ácido etileno-diaminotetracético
fator C – fator de configuração cavitária
h – horas
H3PO4 – ácido fosfórico
HEMA – 2-hidroximetil metacrilato
Kgf – quilograma força
MEV – microscopia eletrônica de varredura
mg – miligramas
min – minutos
ml – mililitros
mm – milímetros
mm/min – milímetros por minuto
mm2 – milímetros quadrados
MPa – megapascal
mW/cm2 – miliwatts por centímetro quadrado
N – Newtons
NaOCl – hipoclorito de sódio
ºC – graus centígrados
PENTA – dipenta eritritol penta-acrilato monofosfato
push out – teste de “extrusão”
s – segundos
UDMA – uretano dimetacrilato
13
ULBRA – Universidade Luterana do Brasil
�m – micrômetro
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1. INTRODUÇÃO
15
1. Introdução
A odontologia tem como principal objetivo prevenir o desenvolvimento de
doença, em especial a doença cárie. No entanto, quando se está frente a uma
seqüela da doença, precisa-se de materiais restauradores capazes de substituir a
estrutura dental perdida. Esse material deve ser capaz de restaurar o dente,
removendo o mínimo possível de estrutura sadia, devolver a resistência ao dente e
ser o mais durável possível.
O material restaurador, preferencialmente, deveria aderir aos tecidos dentais
duros de tal forma a devolver a resistência do dente hígido, se não de todo, pelo
menos parte dessa resistência. Essa adesão deveria ser estável, resistindo aos
desafios mecânicos, térmicos e químicos presentes no meio oral.
Nesse contexto, a odontologia busca desde a descoberta de Buonocore
aperfeiçoar a adesão aos tecidos dentários no intuito de obter mais sucesso em suas
ações restauradoras. O esmalte, depois de condicionado, apresenta uma superfície
irregular, sendo um substrato excepcional para a adesão com resinas fluidas. No
entanto, o sucesso clínico foi limitado à adesão ao esmalte por décadas (EICK et al,
1991). Já a dentina é um substrato de maior complexidade, composta por 50% de
volume mineral, 20% de água, 30% de matriz orgânica (principalmente colágeno do
tipo I), proteínas não colágenas e outros componentes orgânicos em pequena
quantidade, tornando-se, assim, um substrato mais complexo para se conseguir uma
união, quando comparada ao esmalte (MARSHALL Jr. et al., 1997)
16
Em 1979 Fusayama propôs o condicionamento do esmalte e dentina
simultaneamente no intuito de facilitar os procedimentos adesivos. Utilizando ácido
fosfórico a 40%, os dois substratos foram condicionados por 30s, lavados com água,
secados com ar e, finalmente, o agente adesivo foi aplicado. Nesse estudo uma boa
resistência adesiva foi conseguida para o esmalte, porém foi baixa em dentina. Essa
diferença de resistência hoje é atribuída ao colapso da rede de fibras colágenas pela
secagem com o ar.
Um grande avanço na adesão à dentina foi alcançada quando Nakabayashi,
Kojima, Masuhara, em 1982, aplicaram monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos (4-
META) sobre a dentina após o condicionamento com ácido cítrico a 10% e cloreto
férrico a 3%. Foi observado que os monômeros eram capazes de se infiltrar no
substrato dentinário e, após polimerizados, formar uma área híbrida composta por
fibras colágenas e polímeros, a qual foi denominada de camada híbrida. Foram
alcançados altos valores de resistência adesiva (18MPa) no mesmo estudo.
Vários estudos se seguiram, juntamente com a produção e comercialização
de inúmeros sistemas adesivos por diversos fabricantes. Atualmente, é difícil, se não
impossível, ter conhecimento sobre a ampla gama de sistemas adesivos disponíveis
comercialmente.
Em 1994 Retief, Mandras e Russell mostraram uma correlação positiva entre
resistência ao cisalhamento e microinfiltração, assim, quanto maior a resistência ao
cisalhamento menor a microinfiltração marginal. Ainda sugeriram que uma
resistência adesiva ao cisalhamento de ±21MPa poderia reduzir a microinfiltração a
níveis próximos de zero. Embora esse assunto não tenha um consenso (NEME,
EVANS E MAXSON, 2000), altos valores de resistência adesiva ainda corroborariam
para uma maior resistência do remanescente dental.
Segundo Busato et al. (2004), a odontologia adesiva está permitindo a
confecção de preparos cada vez mais conservadores, ou seja, a obtenção de
maiores valores de resistência adesiva pelos sistemas adesivos atuais permite que
se preserve a estrutura dental ao mesmo tempo em que lhe é devolvida boa parte de
sua resistência de quando estava íntegra.
Entretanto, a adesão apresenta alguns problemas, principalmente no que se
refere à desidratação da dentina, que causa o colapso da rede de fibras colágenas
expostas durante o condicionamento ácido, fato que diminui a permeabilidade do
substrato dentinário e, conseqüentemente, a penetração dos monômeros para a
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formação da camada híbrida (NAKABAYASHI e PASHLEY, 2000). Outro problema
está na incompleta infiltração da rede de fibras colágenas, com o que permanece
uma “faixa” de colágeno não impregnado, o qual é suscetível à degradação e ao
conseqüente enfraquecimento da interface adesiva (GWINNETT, 1994). Van
Meerbeeck et al. (2003), discorrem que a técnica adesiva é complexa e mencionam
o risco de erros durante a manipulação e inserção dos sistemas adesivos. Os
mesmos autores relatam que um problema clínico é a perda da resistência adesiva
em períodos relativamente curtos de tempo em função da microinfiltração, a qual é a
maior causa de curta vida útil de restaurações adesivas.
Aproximadamente há uma década, alguns autores questionaram a
contribuição do colágeno para a resistência adesiva das restaurações de compósitos
(WAKABAYASHI, et al. 1994; GWINNETT, 1994; UNO E FINGER, 1995),
postulando que a remoção da rede de fibras colágenas, através do tratamento com
algum agente desproteinizante, não reduziria a força adesiva, dependendo do
sistema adesivo utilizado. Afirmaram também que a infiltração de monômeros na
trama colágena pode não ser essencial para se alcançar uma união entre resina e
dentina aceitável. Wakabayashi et al. (1994), ainda mostraram com seu estudo que
o tratamento com NaOCl antes da aplicação do adesivo pode resultar numa interface
mais durável.
Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho de três
sistemas adesivos disponíveis comercialmente frente ao tratamento convencional da
dentina com ácido fosfórico e ao tratamento da dentina com hipoclorito de sódio
(desproteinização) após o condicionamento ácido. A avaliação dos adesivos será
realizada através de testes de resistência da união dentina/resina à microtração.
18
2. REVISÃO DA LITERATURA
19
2. Revisão da Literatura
2.1 - Remoção do Colágeno
Sakae, Mishima, Kozawa (1988) realizaram um estudo para avaliar as
alterações nos cristais de dentina quando submetidos ao tratamento com NaOCl. O
estudo também objetivou obter algumas informações sobre a natureza dos cristais
dentinários por meio de análise termogravimétrica, análise térmica diferenciada,
espectroscopia por absorção de raios infravermelhos e análise da difração de raios
X. Amostras de dentina radicular foram obtidas de incisivos bovinos e pulverizadas.
Parte do pó de dentina obtido (100mg) foi tratado com 300 ml de NaOCl a 10% por
30min, à temperatura ambiente e sofrendo leve vibração. O pó foi, então, filtrado
através de uma membrana de celulose, lavado com água e seco com ar. A análise
termogravimétrica indicou a remoção da matéria orgânica da amostra tratada com
hipoclorito de sódio. A difração de raios X mostrou alterações nos cristais de dentina
e formação de calcita após o tratamento com NaOCl. A espectroscopia por
infravermelho revelou redução dos íons carbonato e dissolução dos íons magnésio.
Os resultados ainda sugeriram que os cristais de dentina tratados com NaOCl são
similares ao cristais do esmalte dentário do ponto de vista cristalográfico.
Gwinnett (1994) realizou um estudo de resistência adesiva ao cisalhamento
dividido em duas partes. A primeira avaliou a resistência adesiva fornecida por três
adesivos dentinários: All Bond 2 (Bisco - Dental), Optibond Dual Cure (Kerr) e
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Scotchbond Multipurpose (3MESPE); utilizados com três diferentes tratamentos da
dentina: 10% de ácido maléico (15s), 10% de ácido fosfórico (20s) e 2,5% de ácido
nítrico. Os resultados dessa primeira parte mostraram não haver diferença
significativa nos valores de resistência ao cisalhamento entre os diferentes ácido
utilizados. Na segunda parte do estudo subgrupos, do tratamento com ácido
fosfórico por 20s foram tratados adicionalmente com NaOCl 5% por 120s.
Novamente não houve diferença na resistência ao cisalhamento deste último para o
grupo tratado apenas com ácido fosfórico da primeira parte do estudo. O autor
conclui que a zona de interdifusão da camada de colágeno com o sistema adesivo
pode não contribuir quantitativamente para a resistência adesiva. Postula, ainda, que
a capacidade dos primers dos sistemas adesivos em se difundir na camada de
dentina desmineralizada é crucial na obtenção de altos valores de resistência
adesiva.
Barbosa, Safavi e Spångberg (1994) estudaram os efeitos do hipoclorito de
sódio em altas concentrações na integridade e permeabilidade da dentina humana.
Para isso, submeteram segmentos de dentes anteriores a 24h à imersão em
hipoclorito de sódio a 5%. Posteriormente, avaliaram o peso e a condutância
hidráulica antes e após a imersão em NaOCl. Os resultados mostraram que o
hipoclorito causa uma perda significativa de substância dentária, principalmente de
matéria orgânica (colágeno), e que a permeabilidade também é significativamente
aumentada após o tratamento com hipoclorito de sódio. Concluem que o NaOCl a
5% altera as características de toda a dentina e leva ao aumento da permeabilidade.
Em 1994, Wakabayashi et al. avaliaram um novo método de tratamento da
superfície dentinária para determinar a resistência adesiva entre dentina e resina. O
estudo avaliou a influência da dissolução do colágeno dentinário após o
condicionamento ácido com hipoclorito de sódio a 10% na resistência adesiva,
comparando este método com a técnica convencional. Foram avaliadas a resistência
adesiva inicial e a durabilidade da adesão. Molares humanos tiveram a superfície
oclusal cortada, deixando-se a dentina exposta, a qual foi polida com lixas abrasivas
(#600). Os dentes foram distribuídos em quatro grupos, e as superfícies dentinárias
expostas receberam os seguintes tratamentos: G1 – a dentina foi condicionada com
ácido fosfórico 40%, por 30s, a superfície foi lavada e secada; no G2 – a dentina foi
condicionada por 30s, lavada, secada e recebeu tratamento com hipoclorito de sódio
a 10% por 60s, sendo novamente lavada e secada; no G3 e no G4 os mesmos
21
procedimentos foram realizados e os tempos de condicionamento ácido foram de 30
e 60s, respectivamente, e o tratamento com hipoclorito de sódio por 60 e 120s,
respectivamente. Em todos os grupos foi aplicado o sistema adesivo Clearfil New
Bond (Kuraray – Dental). Dispositivos metálicos cilíndricos (∅ 4 mm) foram jateados
com óxido de alumínio e cimentados sobre as superfícies dentinárias com Panavia
EX (Kuraray – Dental). No mesmo estudo o autor confeccionou mais três grupos
experimentais, da mesma maneira que o G2, os quais foram submetidos a ciclagem
térmica (4 ºC a 60 ºC) por 2500, 5000 e 10000 ciclos de 1min cada. Os espécimes
foram submetidos ao teste de tração numa máquina de ensaios universais a uma
velocidade de 2 mm/min. O autor avaliou os tratamentos da dentina através de MEV.
Os resultados mostraram que um tratamento com ácido fosfórico por 30s seguido de
um tratamento com NaOCl por 60s forneceu uma alta resistência adesiva (9,7 MPa).
Concluíram também que esse novo método mantém uma alta força adesiva (6,2
MPa) mesmo após a ciclagem térmica (10000 ciclos). O estudo por MEV indicou que
60s de tratamento com NaOCl elimina eficientemente o colágeno exposto pelo
condicionamento ácido. O autor finaliza concluindo que a remoção do colágeno
através da aplicação de NaOCl melhora a resistência adesiva entre dentina e resina.
Uno e Finger (1995) realizaram um estudo para avaliar a função da camada
híbrida como um meio de absorção de estresse para restaurações adesivas. Para
isso, os autores investigaram o efeito da remoção do colágeno na micromorfologia
da interface, na resistência adesiva e na adaptação marginal de restaurações de
resina composta. Foram utilizados molares humanos, os quais foram divididos em
três grupos de cinco dentes cada. O esmalte das regiões proximais ou vestibulares
foi removido e a superfície, padronizada por lixas (#240 a 600). No primeiro grupo
(controle), a dentina foi condicionada com ácido fosfórico gel por 30s, lavada com
água deionizada e suavemente seca com ar. O sistema adesivo Gluma (Bayer –
Dental) foi aplicado e fotopolimerizado. No segundo grupo, o tratamento foi
modificado pela aplicação de NaOCl a 10% por 60s após o condicionamento ácido,
seguido de lavagem, secagem e aplicação do sistema adesivo. No terceiro grupo,
em vez de ácido fosfórico gel, foi utilizada uma solução de ácido fosfórico com 5%
de dióxido de silício para condicionamento da dentina, o qual mascara o efeito do
NaOCl. Cilindros de resina composta, Pekafill (Bayer – Dental), foram
confeccionados, os quais possuíam 3,5 mm de diâmetro. Após 24h foi realizado o
teste de resistência ao cisalhamento a uma velocidade de 1 mm/min. Uma avaliação
22
da adaptação de restaurações também foi realizada; para tanto, cavidades
cilíndricas foram confeccionadas, restauradas e avaliadas em microscópio ótico com
800x de aumento. As médias obtidas no teste de cisalhamento são as seguintes:
para o primeiro grupo, 12,7 ±2,0MPa; para o segundo grupo, 16,6 ±3,2MPa; para o
terceiro grupo, 15,4 ±4,4MPa. Através do teste ANOVA não foi encontrada diferença
estatisticamente significativa. O estudo micromorfológico mostrou uma superfície lisa
e com túbulos abertos quando somente o condicionamento com ácido fosfórico foi
realizado; quando o tratamento com hipoclorito foi realizado, o estudo
micromorfológico mostrou uma superfície irregular e com a abertura dos túbulos
maiores. Com a avaliação da adaptação marginal, constatou-se que no grupo no
qual não fora aplicado hipoclorito de sódio a adaptação marginal foi
significativamente melhor. Os autores concluíram que a técnica que remove a rede
de fibras colágenas não pode ser utilizada rotineiramente. Ainda, postulam que
apenas testes de resistência adesiva não são suficientes para avaliar a eficiência
adesiva.
Gwinnett et al. (1996) utilizaram a colagenase para determinar o papel
quantitativo que o colágeno exerce na resistência adesiva dentina/resina de dois
adesivos dentinários comercialmente disponíveis (All-Bond 2 (Bisco – Dental) e
Amalgabond (Parkell)) . Foram utilizados dez dentes para cada um dos quatro
grupos experimentais. Um corte foi realizado aproximadamente na metade da coroa
dentária para expor dentina. Através de uma lixa de granulação #320 e sob
refrigeração com água a smear layer foi simulada. No G1 a dentina foi condicionada
com ácido fosfórico a 10% por 20s recebendo o adesivo All-Bond 2. No G2 a dentina
foi condicionada com ácido cítrico a 10% e cloreto férrico a 3% por 10s, recebendo o
adesivo Amalgabond. Os G3 e G4 foram preparados da mesma maneira que os
grupos 1 e 2, respectivamente, no entanto para estes o protocolo foi alterado,
aplicando-se sobre a dentina colagenase do tipo II numa concentração de 0,1% por
um período de 6h após o condicionamento ácido. A resina composta foi aplicada e
fotopolimerizada em todos os grupos e o teste de resistência ao cisalhamento,
realizado. Uma avaliação através de MEV também foi realizada. Os resultados
obtidos foram: 28,41 MPa ± 3,90 (G1), 19,04 ± 5,96 (G2). Nesses grupos o colágeno
permaneceu sem tratamento. Já, para os grupos nos quais o colágeno foi removido
os seguintes resultados foram obtidos: 26,43 MPa ± 2,90 (G3) e 19,70 MPa ± 4,25
(G4). Não houve diferença estatística entre os grupos nos quais foi ou não usada a
23
colagenase. Em todos os testes poucas fraturas coesivas ocorreram em dentina. A
microscopia eletrônica realizada nas superfícies dentárias nas quais a colagenase foi
aplicada mostrou-se rugosa, irregular e porosa, sem a presença de fibras colágenas.
A MEV realizada após o protocolo adesivo nas amostras desproteinizadas não
mostrou características de hibridização, estando os túbulos e canalículos totalmente
preenchidos por adesivo. Os autores sugerem que a zona parcialmente
desmineralizada (colágeno exposto) pode não ser importante para resistência
adesiva, porém não descartam a sua importância na absorção de estresse.
Comentam, ainda, que o uso clínico da colagenase é impraticável e que a
desproteinização não é necessária, desde que o procedimento adesivo seja
corretamente realizado.
Vargas, Cobb e Armstrong, (1997) avaliaram o efeito do tratamento da
dentina com NaOCl a 5% por 2min após o condicionamento ácido da dentina através
de um teste de resistência ao cisalhamento para dois sistemas adesivos
(Scotchbond Multi-Purpose (3MESPE) e All-Bond 2 (Bisco - Dental). A ultra-estrutura
da interface dentina/resina foi observada. Foram utilizados 28 terceiros molares
humanos sadios. Os dentes foram incluídos em resina acrílica. As faces mesial e
distal de cada dente foram desgastadas e polidas com lixas abrasivas, sendo a
última de granulação #600. As superfícies foram designadas aleatoriamente para
quatro grupos (n = 14). As superfícies dentinárias do grupo 1 foram condicionadas
com ácido fosfórico a 37% por 15s, lavadas com água por 30s e secadas com ar por
1s, para remover o excesso de água, deixando a superfície úmida (tratamento
convencional da dentina) para aplicação do sistema adesivo Scotchbond
Multipurpose. O grupo 2 recebeu o mesmo tratamento do grupo 1, exceto pela
aplicação de hipoclorito de sódio a 5% por 2min após o condicionamento ácido;
neste grupo também foi utilizado o sistema adesivo Scotchbond Multipurpose. O
grupo 3 recebeu tratamento convencional para dentina e o sistema adesivo All-Bond
2 (Bisco - Dental). O grupo 4 recebeu o mesmo tratamento do grupo 2, porém o
sistema adesivo utilizado foi o All-Bond 2. As superfícies foram então “restauradas”
com resina composta Z100 (3MESPE). Após os espécimes foram submetidos ao
ensaio de resistência ao cisalhamento. Em espécimes separados foram realizados
os mesmos tratamentos dos quatro grupos experimentais, os quais foram
observados em MEV. A resistência adesiva média e o respectivo desvio padrão para
os grupos foram: grupo 1 – 17,37 ±1,89; grupo 2 – 16,83 ±2,15; grupo 3 – 14,43
24
±1,86; e grupo 4 – 17,06 ±1,92, sendo somente a média do grupo 3
significativamente menor que a dos outros grupos. Através da MEV os autores
constataram haver maior número de anastomoses preenchidas por resina nos
grupos que haviam recebido tratamento com hipoclorito de sódio. Os autores
postulam que os resultados desse estudo suportam a teoria de que a camada de
colágeno (camada híbrida) pode não ser crucial para o mecanismo de adesão entre
dentina e resina e que a durabilidade da interface de união é facilitada pela remoção
da camada de colágeno.
Kanca III e Sandrik (1998) realizaram um estudo para avaliar o efeito da
presença ou ausência da zona desmineralizada tanto em dentina úmida quanto em
seca, na resistência ao cisalhamento. Os autores realizaram os seguintes
tratamentos: G1 – condicionamento ácido 37%, lavagem e aplicação do adesivo em
dentina úmida; G2 – condicionamento ácido 37%, lavagem e aplicação do adesivo
em dentina seca com ar; G3 – condicionamento ácido 37%, lavagem, tratamento
com NaOCl a 5% por 2min e aplicação do adesivo em dentina úmida; G4 –
condicionamento ácido 37%, lavagem, tratamento com NaOCl a 5% e aplicação do
adesivo em dentina seca com ar; G5 – sem tratamento, apenas aplicação do adesivo
em dentina úmida; G6 – sem tratamento, apenas aplicação do adesivo em dentina
seca com ar; G7 – tratamento com NaOCl por 2 min e aplicação do adesivo em
dentina úmida; G8 – tratamento com NaOCl por 2 min e aplicação do adesivo em
dentina seca com ar. Após cada tratamento foi utilizado o adesivo One Step (Bisco –
Dental) e a resina Bis-Fil (Bisco – Dental). O teste de cisalhamento apresentou os
seguintes resultados: G1 – 32,2 ±2,5MPa; G2 – 8,6 ±2,3MPa; G3 – 30,8 ±4,6MPa;
G4 – 10,1 ±4,0MPa; G5 – 14,9 ±2,6MPa; G6 – 8,2 ±2,7MPa; G7 – 15,9 ±2,2MPa; G8
– 5,6 ±1,2MPa. Porém, G1 e G3 foram significativamente superiores a G4, G5 e G7,
e que por sua vez, superiores a G2, G6 e G8. Os autores concluíram que esse
adesivo específico, que contém a acetona como solvente, tem um desempenho
melhor em dentina úmida mesmo após o colágeno ser removido. Sugerem, ainda,
que não é somente a hidratação da camada desmineralizada que é necessária, mas
também a hidratação da camada não desmineralizada se faz necessária para a
penetração da resina contida no adesivo e a conseqüente obtenção de altos valores
de resistência adesiva.
Inai et al. (1998) avaliaram os efeitos do tratamento com hipoclorito de sódio
para uma variedade de sistemas adesivos (Prime & Bond 2.1 (Dentsply), One Step
25
(Bisco – Dental), Scotchbond MP Plus (3MESPE), Single Bond (3MESPE) e TMG-8
adesivo self-etching experimental). Foram utilizados terceiros molares humanos. As
superfícies dentinárias das faces palatinas e vestibulares foram expostas e o dente,
dividido em duas metades. As superfícies dentinárias foram então padronizadas com
lixas #320. No grupo 1, a dentina recebeu o tratamento recomendado pelo fabricante
(condicionamento com ácido fosfórico); no grupo 2, recebeu somente o tratamento
com NaOCl a 13% por 2min; no grupo 3, recebeu condicionamento com ácido
fosfórico e posterior tratamento com NaOCl a 13% por 2min. Cada sistema adesivo
foi empregado para os três grupos (tratamentos). Através de uma matriz foram
construídos cilindros de resina composta AP-X (Kuraray - Dental). Após 24h em
água destilada a 37 ºC foi realizado o teste de resistência ao cisalhamento a uma
velocidade de 5 mm/min. Amostras de cada tratamento foram preparadas e
observadas em MEV. Os resultados relatados pelo trabalho são descritos a seguir:
Prime & Bond 2.1 – 27,4 (±3,4); One Step – 15,0 (±3,2); Scotchbond MP Plus – 18,2
(±2,8); Single Bond – 30,7 (±2,2); TMG-8 – 22,7 (±2,0), para espécimes que
receberam o tratamento do grupo 1; Prime & Bond 2.1 – 24,2 (±4,2); One Step – 7,4
(±1,2); Scotchbond MP Plus – 1,5 (±0,9); Single Bond 16,3 (±3,2), para espécimes
que receberam o tratamento do grupo 2; Prime & Bond 2.1 – 37,5 (±7,9); One Step –
16,0 (±1,9); Scotchbond MP Plus – 4,2 (±1,5); Single Bond 5,5 (±2,2); TMG-8 – 29,7
(±4,9), para espécimes que receberam o tratamento do grupo 3. O Prime & Bond 2.1
foi significativamente superior quando recebeu o tratamento do grupo 3 em relação
aos grupos 1 e 2. O sistema One Step foi significativamente superior quando
recebeu os tratamentos dos grupos 1 e 3 em relação ao grupo 2. O adesivo
Scotchbond MP Plus apresentou diferença significativa entre os tratamentos. Para o
Single Bond o tratamento do grupo 1 foi superior aos outros dois grupos. As
observações em MEV mostraram que somente o tratamento com NaOCl não foi
capaz de abrir muitos túbulos dentinários. Contrariamente ocorreu quando os dois
tratamentos foram realizados, podendo ser observados vários túbulos abertos e uma
superfície rugosa e porosa com pequenos túbulos na dentina intertubular. A
conclusão dos autores foi que uma adesão aceitável pode ser alcançada após o
tratamento com NaOCl. Embora a durabilidade da adesão realizada com o
tratamento de remoção do colágeno ainda necessite ser determinada, a adesão a
um tecido mineral hipoteticamente seria mais durável.
26
Spencer e Swafford (1999) realizaram um trabalho no qual desenvolveram
uma técnica de coloração não destrutiva para identificar proteína de colágeno
exposto na interface dentina/resina. As características da interface de adesivos de
múltiplos passos foram comparadas àquelas de adesivos de passo único, sendo os
adesivos do mesmo fabricante. Foram utilizados terceiros molares humanos, cujas
coroas foram seccionadas perpendicularmente ao longo eixo e a smear layer foi
padronizada com lixas abrasivas de granulação #600. Foram utilizados os adesivos
Scotchbond Multi-Purpose (SBMP), Scotchbond Multi-Purpose Plus (SBMP+ -
3MESPE) e Single Bond (SB) (3MESPE), aplicados de acordo com as
recomendações do fabricante. Os espécimes foram seccionados em espessuras de
3µm e foi realizada a coloração desses espécimes pela técnica Goldner´s Tricromio.
Através dessa técnica qualquer proteína exposta é corada em vermelho, ao passo
que o mineral é corado em verde. Os espécimes foram então observados em
microscópio; espécimes confeccionados dos mesmos dentes foram também
observados por MEV e MET. Os resultados evidenciaram zonas de proteína
colágena exposta nos três adesivos estudados, com espessuras que variaram de
0,7µm a 2µm, quando observados pela técnica de coloração Goldner´s Tricromio.
Essas zonas de proteínas expostas foram confirmadas através da MEV, porém não
foram identificadas através da MET. Os autores concluem com essa avaliação in
vitro que zonas de colágeno não encapsuladas pelo adesivo estão expostas a
deterioração por enzimas bacterianas. Conseqüentemente essa interface estaria
sujeita a fratura prematura.
Perdigão et al (1999) estudaram a ultramorfologia da dentina humana
superficial e profunda por meio de microscopia de força atômica (AFM),
condicionada com ácido fosfórico a 35% com e sem desproteinização por hipoclorito
de sódio a 5%. A AFM dos espécimes condicionados com ácido e hipoclorito de
sódio revelou a remoção das fibras colágenas. Na dentina superficial, a abertura dos
túbulos tornou-se mais ampla após o tratamento com NaOCl se comparada àqueles
espécimes apenas condicionados com ácido, e pôde se visualizar túbulos
secundários e canalículos. Na dentina profunda, a abertura dos túbulos dentinários
ocupava maior parte da área visível. Os autores concluem que a maior amplitude da
abertura dos túbulos aumentaria a resistência adesiva e que estudos clínicos são
necessários antes de se preconizar o tratamento com NaOCl da superfície dentinária
como rotina.
27
Prati, Chersoni, e Pashley (1999) avaliaram a resistência ao cisalhamento e a
morfologia interfacial de sistemas adesivos em dentina utilizando diferentes
tratamentos dentinários. Para confecção das amostras; o esmalte oclusal de
terceiros molares humanos foi removido e as superfícies oclusais, padronizadas com
lixas #600 por 1min. As superfícies dentinárias receberam os seguintes tratamentos:
a) condicionamento com ácido fosfórico 35% por 20s, lavagem copiosa com água,
suave secagem com bolinhas de algodão, aplicação dos sistemas adesivos de
acordo com as instruções do fabricante; b) condicionamento com ácido fosfórico
35% por 20s, lavagem copiosa com água, suave secagem com seringa de ar,
aplicação de NaOCl a 1,5% por 2min, lavagem com água e secagem com bolinhas
de algodão, aplicação dos sistemas adesivos de acordo com as instruções do
fabricante. Para os dois tratamentos foram utilizados quatro sistemas adesivos
dentinários: Optibond FL (Kerr), Prime & Bond 2.0 (Dentsply), Scotchbond MP Plus
(3MESPE) e Single Bond (3MESPE). Sobre os adesivos foi aplicada a resina
composta Z100 (3MESPE). Cilindros com 3 mm de diâmetro de resina composta
foram confeccionados e o teste de resistência executado. Também foram
confeccionadas amostras para avaliação em MEV. A MEV mostrou espessuras de
camada híbrida entre 2 e 8,5�m; também foram observadas fendas na interface
adesivo/dentina para os espécimes tratados com ácido fosfórico. Já, para aqueles
tratados com ácido fosfórico e NaOCl, não foi observada formação de camada
híbrida; nestes espécimes pôde ser observado um íntimo contato do adesivo com a
resina, sem a penetração da resina na dentina subsuperficial. Pôde ser observado
que os tags de resina foram mais largos nos espécimes tratados com NaOCl,
sugerindo que a desproteinização permite a formação de tags maiores e em maior
número, os quais podem fornecer melhor resistência adesiva. Os testes de
resistência ao cisalhamento relataram os seguintes valores: Optibond FL (H3PO4)
12,7 ± 2,5 MPa; Optibond FL (H3PO4 + NaOCl) 17,9 ± 4,4 MPa, aumento
estatisticamente significativo; Prime & Bond 2.0 (H3PO4) 10,3 ± 2,8 MPa; Prime &
Bond (H3PO4 + NaOCl) 11,3 ± 1,8 MPa, estatisticamente não significativo; Single
Bond (H3PO4) 14,9 ± 3,9 MPa; Single Bond (H3PO4 + NaOCl) 10,6 ± 5,3 MPa
redução estatisticamente significativa; Scotchbond MP Plus (H3PO4) 16,1 ± 10,7
MPa; Scotchbond MP Plus (H3PO4 + NaOCl) 9,6 ± 7,4 MPa, redução
estatisticamente significativa. O estudo conclui que a rede de fibras colágenas pode
não ser necessária para se alcançar altos valores de resistência adesiva. Porém, o
28
uso do NaOCl como procedimento rotineiro não está indicado, apenas foi utilizado
para ilustrar as diferenças na habilidade dos adesivos dentinários sobre os vários
substratos encontrados clinicamente.
Pioch et al. (1999) avaliaram a hipótese de que o tratamento com NaOCl após
o condicionamento ácido reduziria a resistência adesiva de resinas à tração. Foram
realizadas observações em MEV e CLSM (Microscopia Laser Confocal). Foram
utilizados molares humanos os quais tiveram as faces oclusais removidas (porção de
esmalte). A dentina foi exposta aproximadamente na metade da distância entre a
câmara pulpar e o esmalte dentário e foi preparada com lixa de granulação #500 por
15s. Foram utilizados os adesivos Syntac (Ivoclar - Vivadent), Gluma CPS (Bayer -
Dental) e Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Para o sistema Syntac, 15 dentes foram
condicionados com ácido fosfórico por 15s, lavados pelo mesmo tempo e secados
com bolinhas de algodão. Outros 15 dentes foram condicionados com ácido fosfórico
por 15s, lavados pelo mesmo tempo, tratados com hipoclorito de sódio a 10% por
60s, secados com bolinhas de algodão e o sistema adesivo Syntac aplicado de
acordo com as instruções dos fabricantes. Para os sistemas adesivos Gluma CPS e
Prime & Bond 2.1, o mesmo número de dentes e os mesmos procedimentos foram
realizados. Após a aplicação dos sistemas adesivos, duas camadas (1 mm cada) da
resina composta recomendada pelo fabricante foi aplicada sobre as superfícies
dentinárias com uma matriz cilíndrica com secção de 12,6 mm2. Finalmente, foi
realizado o teste de resistência à tração a uma velocidade de 5 mm/min, que
apresentou os seguintes resultados para os grupos tratados somente com ácido:
Syntac – 3,89 ± 3,47 MPa; Gluma CPS – 6,57 ± 3,53 MPa; e Prime & Bond 2.1 –
4,06 ± 2,22 Mpa. Para os grupos tratados com ácido fosfórico e NaOCl os
resultados foram os seguintes: Syntac – 1,78 ± 1,43 MPa; Gluma CPS – 2,57 ± 2,91
MPa; e Prime & Bond 2.1 – 7,35 ± 4,57 Mpa. As observações através de MEV
mostraram não haver fibras colágenas nem formação de camada híbrida quando o
tratamento com hipoclorito foi realizado. Através de CLSM pôde se observar nos
grupos tratados com NaOCl largos tags e preenchimento das anastomoses entre os
túbulos preenchidas por resina. Os autores concluem que algumas vantagens
podem ser obtidas com o tratamento com NaOCl, porém na concentração utilizada é
inviável clinicamente. Concluem também que a formulação dos primers poderia ser
melhorada em caso de se utilizar o tratamento com NaOCl.
29
Toledano et al. (1999) realizaram um estudo para avaliar as alterações na
rugosidade da dentina e na molhabilidade (medida do ângulo de contato) após o
condicionamento ácido e após a desproteinização na dentina superficial e profunda.
As superfícies de molares foram desgastadas para expor a dentina e padronizadas
com lixas de granulação #600. Dez espécimes receberam apenas condicionamento
com ácido fosfórico; dez, condicionamento e tratamento com NaOCl (5% por 2 min)
e dez não receberam nenhum tratamento. Sobre as diferentes superfícies foram
depositadas gotas de água deionizada e através de um programa de computador o
ângulo de contato entre a água e a superfície dentinária e entre o primer do sistema
adesivo Scotchbond Multi Purpose (3MESPE) foi verificado. Os mesmos
procedimentos foram realizados em dentina profunda. A rugosidade de cada
espécime foi mensurada através de um perfilômetro. Os resultados permitiram
concluir que o condicionamento com ácido fosfórico 35% produz aumento da
molhabilidade, em razão do aumento da rugosidade, da abertura e da ampliação dos
túbulos. A desproteinização aumenta a molhabilidade embora não aumente a
rugosidade. Alterações foram mais evidentes na dentina profunda do que na dentina
superficial.
Frankenberger et al. (2000) realizaram um estudo no qual avaliaram o
comportamento da adesão dentinária à resina composta direta com e sem o
tratamento intermediário com hipoclorito. Foram utilizados terceiros molares livres de
lesões cariosas. Discos de 2 mm de espessura foram cortados da porção coronal
média, perpendicular ao longo eixo. Nesses discos foram confeccionadas cavidades
cônicas com brocas diamantadas. Foram utilizados os seguintes adesivos: Scotch
Bond Multi-Purpose Plus (3MESPE) (SZ), ESPE Bonding System (ESPE) (EP), Solid
Bond (Heraeus-Kulzer) (SO), Prime & Bond 2.1 (Denstply) (PT), Syntac Sprint
(Ivoclar – Vivadent) (ST). Em 75 cavidades foram realizados os procedimentos
adesivos recomendados pelos fabricantes e, em outras 75, um tratamento adicional
com hipoclorito de sódio a 5% por 60s. As cavidades foram preenchidas com resina
composta e os espécimes foram submetidos a 1150 ciclos térmicos. Os corpos-de-
prova foram posicionados num dispositivo de extrusão e submetidos ao teste push
out a uma velocidade de 0,5 mm/min. Também foi realizada análise das interfaces
por MEV. Os resultados alcançados foram os seguintes: SZ – 30,6 ±4,5 MPa; SZ +
NaOCl – 23,9 ±3,2 MPa; EP – 31,2 ± 3,3 MPa; EP + NaOCl – 23,7 ±3,4 MPa; SO –
27,6 ±3,0 MPa; SO + NaOCl - 22,7 ±3,0 MPa; PT – 26,1 ±5,5 MPa; PT + NaOCl -
30
21,8 ±4,3 MPa; ST – 21,8 ±3,2 MPa; ST + NaOCl – 16,1 MPa. Os adesivos EP e SZ
foram significativamente mais resistentes que SO e PT, que por sua vez foram
significativamente mais do que ST quando utilizadas as recomendações dos
fabricantes. Os grupos onde foi aplicado o hipoclorito foram estatisticamente
diferentes, apresentando-se com menor resistência em relação aos grupos não
tratados com hipoclorito de sódio. O estudo ainda demonstrou, através de MEV,
haver pior adaptação marginal nos grupos tratados com hipoclorito de sódio. Os
autores concluem que o tratamento adicional com hipoclorito de sódio não melhora a
resistência adesiva nem a adaptação marginal.
Ferrari et al. (2000) avaliaram se a camada híbrida contribui significativamente
para o selamento de cavidades classe V em um estudo in vivo e realizaram um
estudo da micromorfologia da superfície através de MEV e outro de resistência
adesiva à extrusão. Para o estudo in vivo, pacientes com dentes incisivos e caninos
comprometidos periodontalmente e com extração planejada tiveram cavidades
classe V preparadas e restauradas utilizando-se dois protocolos adesivos:
convencional (condicionamento ácido e sistema adesivo Scotchbond Multi Purpose
Plus (3MESPE)) e remoção do colágeno (condicionamento ácido, tratamento com
hipoclorito 5% e sistema adesivo Scotchbond Multi Purpose Plus). Os dentes foram
extraídos entre 60 e 90 dias após a confecção da restauração. O estudo da
micromorfologia observou a superfície dentinária após o condicionamento ácido e
posteriormente ao tratamento com hipoclorito de sódio a 5% por 2min. O estudo
micromorfológico foi realizado em molares humanos, nos quais a dentina foi exposta
e recebeu dois protocolos adesivos, um utilizando condicionamento ácido e
tratamento com hipoclorito de sódio e outro apenas o condicionamento ácido. Essas
amostras foram observadas por MEV. No mesmo estudo foi realizado um ensaio de
resistência à extrusão, que consiste na confecção de discos de dentina com uma
perfuração central em forma de cone. Essa “cavidade” foi restaurada seguindo os
dois protocolos adesivos mencionados e submetida ao teste de extrusão, o qual
força a restauração em forma de cone até sua fratura (desprendimento da dentina).
Os resultados demonstraram que o selamento dos grupos tratados com NaOCl foi
pior do que nos grupos em que não se utilizou o tratamento com essa substância. A
MEV mostrou que a profundidade de desmineralização intratubular foi similar para os
dois tratamentos (7�m somente o condicionamento ácido e 6,7�m quando o
tratamento com NaOCl foi realizado) e os tags de resina foram maiores quando
31
somente o condicionamento ácido foi realizado. No teste de resistência à extrusão,
os espécimes que receberam o tratamento adicional com NaOCl apresentaram
maior resistência (20,42 MPa) do que aqueles em que somente o condicionamento
ácido foi realizado (15,23 MPa). Pelos resultados do estudo conclui-se que a
formação da camada híbrida é significante no processo adesivo melhorando a
habilidade de selamento desse.
Saboia, Rodrigues e Pimenta (2000) avaliaram o efeito de aplicação de
hipoclorito de sódio a 10% sobre a dentina após o condicionamento ácido na
resistência ao cisalhamento de dois adesivos de passo único: Prime & Bond 2.1
(Dentsply) e Single Bond (3MESPE). Neste estudo avaliou-se também a ultra-
estrutura da interface dentina/resina. Foram utilizados dentes terceiros molares
humanos extraídos, cujas raízes foram removidas e a coroa, seccionada no sentido
mesiodistal. Os fragmentos foram incluídos em resina acrílica e as faces vestibulares
e linguais, polidas com lixas de granulação #320, #400, #600 sob copiosa irrigação.
A área de dentina para adesão foi determinada através de um filme PVC, com uma
perfuração de 3 mm de diâmetro. O grupo 1 recebeu condicionamento com ácido
fosfórico a 36% por 15s, lavagem e secagem com material absorvente, deixando-se
a superfície úmida, aplicação do sistema adesivo Prime & Bond 2.1 de acordo com
as instruções do fabricante. Uma matriz de teflon com um orifício circular de 3 mm
de diâmetro e 5 de altura foi utilizada para confecção dos cilindros de resina (Z100).
O grupo 2 recebeu os mesmos procedimentos, exceto pelo tratamento com NaOCl a
10% por 1min após o condicionamento ácido. O grupo 3 foi condicionado com ácido
fosfórico 36% por 15s, lavagem e secagem com material absorvente, deixando a
superfície úmida. Imediatamente, o sistema adesivo Single Bond foi aplicado de
acordo com as instruções do fabricante; a confecção dos cilindros de resina foi
idêntica à do grupo 1. O grupo 4 recebeu os mesmos procedimentos do grupo 3
exceto pela aplicação de NaOCl a 10% por 1min após o condicionamento ácido.
Após 24h em água destilada, o teste de resistência ao cisalhamento foi realizado
numa máquina de ensaio universal, com uma velocidade de carregamento de 0,5
mm/min. As medianas dos resultados obtidos em MPa foram: grupo 1 – 15,02; grupo
2 – 21,84; grupo 3 – 15,99; e grupo 4 – 13,82. O grupo 2 apresentou os maiores
resultados, sendo estatisticamente significativo em relação aos demais; os grupos 1
e 3 não mostraram diferença significativa e o grupo 4 foi o que apresentou os
menores resultados. Na dentina condicionada com ácido fosfórico a 36% por 15s
32
abriram-se os túbulos e houve uma grande quantidade de colágeno exposta, ao
passo que o tratamento com hipoclorito de sódio removeu a rede colágena deixando
a dentina intertubular mais irregular. A conclusão a que chegaram os autores é que
a remoção do colágeno pode ser benéfica quando se utiliza um adesivo que contém
como veículo a acetona.
Phrukkanon et al. (2000) realizaram um estudo no qual modificaram a
superfície dentinária de dentes bovinos condicionados com ácido fosfórico pela
aplicação de NaOCl a 12,5% ou colagenase do tipo I, variando os tempos de
aplicação para observar a morfologia, a resistência adesiva e as estruturas das
interfaces aderidas. Incisivos bovinos foram desgastados para expor dentina, que foi
padronizada com lixas de granulação #600. Foram testados dois sistemas adesivos:
Single Bond (3MESPE) e One Coat Bond (Coltène/Whaledent). Foram realizados 14
tratamentos diferentes, sete para cada adesivo. Assim, para o adesivo Single Bond
as superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s (grupo de
controle), condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s e tratadas com
colagenase por 1, 3 e 6h e condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s e
tratadas com NaOCl 12,5% por 30s, 1 e 2min. Posteriormente aos tratamentos, foi
aplicado o sistema adesivo de acordo com as normas do fabricante. Os tratamentos
prévios à aplicação do adesivo One Coat Bond foram os mesmos, com exceção que
o condicionamento foi realizado com ácido fosfórico a 15%. Um cilindro com 3mm de
diâmetro foi construído sobre os tratamentos adesivos com Z100 (3MESPE) e um
reforço metálico, artefato que também possibilitou a tração numa máquina de
ensaios universais a uma velocidade de 1 mm/min. O modo de fratura também foi
avaliado. A microscopia de força atômica dos espécimes tratados com NaOCl e
colagenase apresentou túbulos dentinários amplamente abertos, sendo que, quanto
maior o tempo de exposição a essas substâncias, maior a amplitude dos túbulos. A
superfície dentinária condicionada com 15% de ácido fosfórico mostrou-se mais
rugosa que a tratada com o ácido a 35%. A rugosidade aumentou após os
tratamentos de remoção de colágeno. Os resultados do teste de tração mostraram
que os espécimes que receberam tratamento com NaOCl (30s e 1min) e com
colagenase (1 e 3h) tiveram valores de resistência adesiva significativamente
maiores quando utilizado o sistema Single Bond. Já, para o One Coat Bond,
somente os espécimes que receberam tratamento com NaOCl por 1min e
colagenase por 3h apresentaram valores de resistência adesiva significativamente
33
mais elevados. As falhas foram, predominantemente, do tipo adesivas, entre o
adesivo e a dentina, e coesivas do agente adesivo. A MEV das interfaces adesivas
mostrou uma camada híbrida mais espessa para o Single Bond (2 a 3�m) do que
para o One Coat Bond (1 a 2�m), apresentando zonas porosas na base da zona
híbrida para ambos os adesivos. Quando realizado o tratamento com NaOCl uma
zona híbrida muito delgada foi visualizada, não apresentando nesses casos zonas
porosas. Os resultados do estudo sugerem que a colagenase não é capaz de
remover completamente as fibras colágenas da superfície dentinária. O estudo
mostrou que a resistência adesiva não é dependente da espessura de camada
híbrida e pode ser aumentada com a remoção do colágeno. Os autores ainda
concluem que a resistência adesiva não é somente dependente das fibras
colágenas, mas, também, da rugosidade da dentina, da capacidade de penetração
do adesivo na dentina tratada, da projeção dos cristais de hidroxiapatita e de uma
possível interação química entre resina e dentina. A penetração do adesivo nos
túbulos dentinários e suas anastomoses também podem ser mecanismos de
adesão.
Perdigão et al. (2000), avaliaram os efeitos da aplicação de um gel de
hipoclorito de sódio a 10% na resistência ao cisalhamento de adesivos dentinários
de frasco único e na ultramorfologia dentinária. Neste estudo foram utilizados
incisivos bovinos inferiores. A dentina vestibular foi exposta e padronizada com lixas
de granulação #600. Os espécimes foram divididos para os dois adesivos: Prime &
Bond NT (Dentsply) (NT) e Single Bond (3MESPE) (SB). Assim, para cada adesivo
foram realizados os seguintes tratamentos: condicionamento ácido, lavagem e
aplicação do sistema adesivo (grupo 1 – NT e grupo 5 – SB), condicionamento
ácido, lavagem e aplicação de um gel de hipoclorito de sódio a 10% por 15s (grupo 2
– NT e grupo 6 – SB), por 30s (grupo 3 – NT e grupo 7 – SB) e por 60s (grupo 4 –
NT e grupo 8 – SB). A resina indicada pelo fabricante (Surefil (Dentsply) para o
Prime & Bond NT e Z100 (3MESPE) para o Single Bond) foi aplicada e
fotopolimerizada. Após 24h em água destilada, os espécimes foram termociclados
(500 ciclos) e o teste de resistência ao cisalhamento realizado numa máquina de
ensaios universais a uma velocidade de 0,5 mm/min. O estudo também avaliou a
ultramorfologia após os tratamentos em molares humanos através de microscopia
eletrônica de transmissão. Os resultados do ensaio de cisalhamento foram os
seguintes: grupo 1 – 15,1 ±3,3MPa; grupo 2 – 10,9 ±4,1MPa; grupo 3 – 8,0
34
±4,5MPa; grupo 4 – 4,8 ±2,3MPa; grupo 5 – 25,0 ±4,1Pa; grupo 6 – 21,0 ±5,7MPa;
grupo 7 – 18,5 ±6,8MPa; grupo 8 – 9,7 ±2,4MPa. Para os dois sistemas adesivos o
tratamento com hipoclorito de sódio resultou em redução estatisticamente
significativa dos valores de resistência adesiva ao cisalhamento. O adesivo Single
Bond obteve os valores mais elevados em todos dos tratamentos realizados, o que
foi significativo. Para o adesivo Single Bond, a morfologia após a aplicação de
hipoclorito de sódio manteve-se, exceto para os espaços interfibrilares, que
aumentaram de acordo com o aumento do tempo de aplicação do NaOCl. O mesmo
aconteceu para o adesivo Prime & Bond NT. Os autores concluem que a aplicação
do hipoclorito de sódio resultou em redução da resistência ao cisalhamento para
ambos os adesivos; e, que os efeitos da aplicação do NaOCl a longo prazo não são
claros in vivo e que o uso clínico do hipoclorito de sódio não é recomendado.
Pioch et al. (2001) determinaram a nanoinfiltração após a remoção de
colágeno com hipoclorito de sódio previamente ao procedimento adesivo. Foram
realizadas cavidades classe V padronizadas. Realizou-se o procedimento adesivo
convencional, condicionamento ácido, lavagem, secagem e aplicação do sistema
adesivo. Também foi realizado o tratamento para remoção do colágeno:
condicionamento ácido, lavagem, secagem, tratamento com hipoclorito de sódio a
10% por 1min e aplicação do sistema adesivo. Para ambos os tratamentos foram
testados dois sistemas adesivos: Syntac Classic (Ivoclar – Vivadent) e Gluma CPS
(Bayer – Dental), de acordo com as instruções dos respectivos fabricantes. Após
serem imersas numa solução de nitrato de prata, as amostras foram observadas em
MEV. Todos os espécimes não tratados NaOCl mostraram alguma penetração do
nitrato de prata na interface; ao contrário, os espécimes tratados com NaOCl não
mostraram qualquer indício de penetração do nitrato de prata. Os autores concluem
que, embora o tratamento com NaOCl tenha evitado a nanoinfiltração, como
demonstrado no estudo, os primers poderiam ser otimizados antes da aplicação
dessa técnica como rotina clínica.
Toledano et al. (2002) avaliaram a microinfiltração de restaurações de resina
composta de classe V condicionando a dentina com 36% de H3PO4 mais o
tratamento com 5% de NaOCl previamente à aplicação do sistema adesivo. No
estudo foram preparadas cavidades classe V padronizadas em dentes molares
humanos nas superfícies vestibulares e linguais. A margem gengival da cavidade
situava-se em dentina e margem oclusal em esmalte. No grupo 1 as cavidades
35
receberam condicionamento com ácido fosfórico a 36% e aplicação do sistema
adesivo Prime & Bond 2.1 (Dentsply) conforme as normas do fabricante. No grupo 2
as cavidades foram tratadas adicionalmente com NaOCl a 5% por 2min após o
condicionamento com ácido fosfórico; os demais procedimentos foram iguais aos
grupo 1. As cavidades foram restauradas com a resina Prisma TPH (Dentsply). Os
espécimes foram submetidos a 500 ciclos térmicos e imersos em 2% de fucsina
básica por 24h. Os dentes foram seccionados e a microinfiltração, avaliada num
estereomicroscópio com aumento de 16x. Uma avaliação através de microscopia
eletrônica de varredura também foi realizada. Nenhum dos protocolos citados
preveniu completamente a microinfiltração, pois não houve diferença
estatisticamente significativa entre os dois grupos tanto para a margem em esmalte
quanto para a margem em dentina. Quando comparada margem gengival e oclusal,
a última apresentou níveis significativamente menores de microinfiltração. A
observação em MEV demonstrou haver falhas (gaps) nos espécimes de ambos os
grupos. Os autores concluem, dentro das limitações do estudo, que a infiltração
marginal não depende da integridade da camada híbrida, em relação a um adesivo
que utiliza como solvente a acetona.
Saboia, Pimenta e Ambrosano (2002) avaliaram os efeitos da remoção do
colágeno na microinfiltração de restaurações de resina realizadas com dois adesivos
de passo único (Single Bond (3MESPE) e Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Foram
utilizados quarenta terceiros molares humanos. A coroa dos dentes foi removida por
um corte na junção amelo-cementária. Foram confeccionadas duas cavidades de 2
mm de diâmetro em cada raiz. Cada raiz recebeu duas restaurações, uma seguindo
as recomendações do fabricante e outra removendo o colágeno com hipoclorito de
sódio. Os grupos foram designados da seguinte forma: grupo 1 Prime & Bond 2.1;
grupo 2 Prime & Bond 2.1 + NaOCl; grupo 3 Single Bond; grupo 4 Single Bond +
NaOCl. O hipoclorito de sódio a 10% foi aplicado após o condicionamento ácido por
um minuto. Os espécimes foram submetidos a 5000 ciclos térmicos (5 ºC a 55 ºC),
sendo posteriormente armazenados em água por 12 meses. As raízes restauradas
foram imersas em azul de metileno por 4h. Os resultados mostraram menores
índices de infiltração marginal para grupo 2 quando comparado ao grupo 1; não
houve diferença entre os grupos 3 e 4. Os autores concluem que a remoção do
colágeno pode reduzir a infiltração marginal quando se usa um adesivo que contém
36
acetona, porém não altera os graus de microinfiltração quando se utiliza um adesivo
que tem álcool em sua composição.
Munksgaard (2002) investigou a sensibilidade de vários adesivos por meio de
testes de resistência ao cisalhamento, seguindo diferentes protocolos adesivos. O
trabalho testou os adesivos Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray – Dental), Excite (Ivoclar
– Vivadent), Optibond FL (Kerr – Dental), Optipond Solo Plus (Kerr – Dental), PQ-1
(Ultradent Products), Prime & Bond NT (Dentsply) e ScotchBond 1 (3MESPE) e um
adesivo experimental. Todos os adesivos foram utilizados para a dentina
desmineralizada e úmida; desmineralizada e seca; desmineralizada, desproteinizada
e úmida; desmineralizada, desproteinizada e seca. Os resultados obtidos foram:
Clearfil Liner Bond 2V – 22,2a ±6,06 MPa; Excite – 8,3a ±2,16 MPa; Optibond FL –
21,8a ±3,35 MPa; Optipond Solo Plus – 32,6b ±7,72 MPa; PQ-1 – 23,1b,c ±5,89 MPa;
Prime & Bond NT – 20,0b ±4,46 MPa; ScotchBond 1 – 16,8b ±4,44 MPa; adesivo
experimental – 25,1a ±4,26, para dentina desmineralizada e úmida; Clearfil Liner
Bond 2V – 14,9a ±4,83 MPa; Excite – 7,0a ±4,84 MPa; Optibond FL – 21,0a ±2,85
MPa; Optipond Solo Plus – 28,6a,b ±4,12 MPa; PQ -1 – 8,4a ±6,07 MPa; Prime &
Bond NT – 6,1a ±1,95 MPa; ScotchBond 1 – 2,7a ±1,54 MPa; adesivo experimental –
20,6a ±2,66; para dentina desmineralizada e seca; Clearfil Liner Bond 2V – 19,1a
±2,31 MPa; Excite – 20,3b ±2,91 MPa; Optibond FL – 32,1b ±2,52 MPa; Optipond
Solo Plus – 25,0a,b ±2,02 MPa; PQ -1 – 29,2c ±7,24 MPa; Prime & Bond NT – 24,4b
±3,18 MPa; ScotchBond 1 – 13,1b ±1,90 MPa; adesivo experimental – 36,4b ±6,87;
para dentina desmineralizada, desproteinizada e úmida; Clearfil Liner Bond 2V –
21,1a ±1,34 MPa; Excite – 21,2b ±2,75 MPa; Optibond FL – 38,9b ±4,75 MPa;
Optipond Solo Plus – 21,6a ±4,52 MPa; PQ -1 – 18,8b ±5,60 MPa; Prime & Bond NT
– 21,7b ±5,05 MPa; ScotchBond 1 – 13,3b ±2,63 MPa; adesivo experimental – 30,2a,b
±5,94, para dentina desmineralizada, desproteinizada e seca. Todos os adesivos
mostraram, relativamente, altos valores de resistência adesiva quando a dentina foi
condicionada com ácido, desproteinizada tanto seca quanto úmida. Valores
relativamente baixos de resistência adesiva foram obtidos para o adesivo Excite,
quando a dentina foi somente condicionada com ácido tanto seca quanto úmida. O
autor conclui que a comparação da resistência adesiva ao cisalhamento quando a
dentina é submetida a desmineralização, permanecendo úmida ou então seca, e
quando é submetida a desmineralização e desproteinização, permanecendo seca ou
úmida, pode ser útil para avaliar a eficiência dos adesivos dentinários.
37
Cederlund, Jonsson e Blomlöf (2002) avaliaram o efeito da remoção das
fibras colágenas com ensaios de resistência ao cisalhamento utilizando o adesivo All
Bond 2 (Bisco – Dental). As faces vestibulares e linguais ou mesiais e distais tiveram
a porção de esmalte removida, expondo o tecido dentinário. A superfície dos grupos
1 e 2 foram tratadas com EDTA a 24% por 30s e, nos grupos 3 e 4, foi realizado o
condicionamento com ácido fosfórico 32% por 15s; ainda, nos grupos 2 e 4 foi
realizado um tratamento adicional com NaOCl a 10% por 60s. Após todos os
tratamentos foi aplicado o sistema adesivo All Bond 2 (Bisco - Dental) para todos os
grupos. Um cilindro de resina foi confeccionado após os procedimentos adesivos;
por fim, foi realizado o teste de resistência ao cisalhamento numa máquina de ensaio
universal a uma velocidade de 1 mm/min. O estudo também avaliou a
micromorfologia das superfícies dentinárias através de MEV. O estudo
micromorfológico mostrou que as superfícies condicionadas com EDTA e ácido
fosfórico estavam livres de smear layer. O condicionamento com EDTA e NaOCl
removeu as fibras colágenas apresentando uma superfície levemente granulosa. Já
o condicionamento com ácido fosfórico e NaOCl determinou uma superfície sem
fibras colágenas, com túbulos amplamente abertos, podendo ser visualizadas
também as anastomoses entre os túbulos dentinários. O ensaio de resistência ao
cisalhamento revelou os seguintes resultados: grupo 1 – 13,3 ± 1,9 Mpa; grupo 2 –
6,5 ± 1,5 MPa; grupo 3 – 10,4 ±3,4; grupo 4 – 7,4 ± 1,1; entre os 60 espécimes
fraturados somente cinco foram fraturas coesivas. O grupo 1 (tratado somente com
EDTA) apresentou o melhor resultado, estatisticamente significativo em relação ao
grupo 2; o grupo 2 foi superior aos grupos 3 e 4. Entre os dois últimos não houve
diferença estatística. Com os presentes resultados os autores concluem que as
fibras colágenas da superfície dentinária aumentam a resistência adesiva quando se
utiliza o All Bond 2.
Toledano et al. (2002) avaliaram o efeito da remoção do colágeno com
hipoclorito de sódio a 5% na resistência ao cisalhamento de um adesivo contendo
acetona em dentina superficial e profunda. No estudo foram utilizados terceiros
molares humanos extraídos, os quais foram incluídos em resina acrílica deixando-se
dois terços das coroas expostas. Uma parte dos dentes foi seccionada na junção
amelo-cementária (dentina superficial) e a outra parte, 1,1 mm abaixo do primeiro
(dentina profunda). Os espécimes (10 para dentina rasa e 10 para dentina profunda)
foram acoplados num dispositivo onde receberam o tratamento para o adesivo Prime
38
& Bond 2.1 (Dentsply) recomendado pelo fabricante. Outros 20 espécimes (10 para
dentina superficial e 10 para dentina profunda) foram condicionados com ácido
fosfórico 35% por 15s, lavagem por 10s, suavemente secos com ar, tratados com
NaOCl a 5% por 2min, com constante agitação e posterior lavagem por 2min com
água destilada; finalmente, o adesivo foi aplicado. Um cilindro de resina composta
(Prisma TPH - Dentsply) com 4 mm de diâmetro foi então confeccionado sobre os
adesivos de todos os espécimes através de uma matriz. Após 24h em água, os
espécimes foram termociclados (500 ciclos) e o teste de resistência ao
cisalhamento, realizado numa máquina de ensaio universal com uma velocidade de
carregamento de 1 mm/min. O modo de fratura foi observado e classificado em
adesivo, coesivo e misto. Os resultados em MPa foram: dentina superficial
9,75(±3,29) MPa; dentina superficial/NaOCl 7,44 (±2,64) ; dentina profunda 6,18
(±1,48); dentina profunda/NaOCl 8,53 (±2,18). Em dentina profunda houve um
aumento significativo estatisticamente quando utilizado o NaOCl; em dentina rasa
houve um decréscimo nos valores, porém significativo estatisticamente. Em 100%
dos casos houve fraturas adesivas. A partir desses resultados os autores concluem
que a remoção do colágeno em dentina profunda facilita a penetração do adesivo na
dentina, o que pode elevar os valores de adesão. Também relatam que, se uma
adesão entre resina e a porção mineral da dentina for obtida, pode ser mais durável.
Osorio et al. (2002) avaliaram o efeito do hipoclorito de sódio no tratamento
da dentina por meio de ensaios de resistência ao cisalhamento, medida do ângulo
de contato do adesivo na dentina e estudo de microinfiltração de um adesivo de
passo único. Para o teste de resistência adesiva ao cisalhamento foram utilizados
molares humanos, os quais tiveram suas superfícies oclusais desgastadas e
padronizadas com lixas de granulação #600. No grupo 1, as superfícies dentinárias
foram condicionadas com ácido fosfórico e, então o sistema adesivo Single Bond
(3MESPE) aplicado de acordo com as normas do fabricante. No grupo 2 as
superfícies dentinárias foram condicionadas com ácido fosfórico, tratadas com
NaOCl a 5% por 2min para, então, aplicar-se o adesivo de acordo com as normas do
fabricante. Ambos os procedimentos foram realizados em dentina superficial (SD) e
profunda (DD). A resina Z100 (3MESPE) foi aplicada e os espécimes foram
submetidos a 500 ciclos térmicos. O teste de cisalhamento foi realizado numa
máquina de ensaios universais com uma velocidade de carregamento de 1 mm/min.
Os autores chegaram aos seguintes resultados para o teste de resistência ao
39
cisalhamento: grupo 1 (SD) 22,5 ±3,4MPa e (DD) 23,4 ±5,5MPa; grupo 2 (SD) 15,7
±7,4MPa e (DD) 12,8 ±5,0MPa. A análise estatística constatou não haver diferença
significativa entre dentina profunda e superficial, porém os valores obtidos quando a
dentina foi tratada com NaOCl foram significativamente menores. O estudo dos
ângulos de contato entre dentina-água e dentina-resina mostrou valores
significativamente menores para dentina profunda, exceto quando o NaOCl foi
utilizado, caso em que não se verificou diferença. O estudo de microinfiltração
mostrou valores mais significativos quando a interface se situava em dentina do que
quando situada em esmalte, não havendo diferença entre os espécimes que
receberam ou não o tratamento com NaOCl. Os autores concluíram que, embora a
molhabilidade tenha aumentado, os valores de resistência ao cisalhamento
diminuíram com o uso do NaOCl. As avaliações de microinfiltração e de
nanoinfiltração mostraram que o uso da substância em questão não apresenta
vantagem alguma sobre o tratamento convencional (apenas condicionamento ácido).
Montes et al. (2003) avaliaram e mensuraram a influência da remoção do
colágeno quando utilizada a técnica do condicionamento ácido total e quando
utilizado um sistema adesivo autocondicionante na adaptação marginal de
restaurações em dentina, de cavidades com fator C alto. Associaram também cada
uma das técnicas ao uso de uma camada intermediária de resina de baixa
viscosidade. As faces vestibulares de incisivos bovinos foram desgastadas com lixas
de granulação #320 para a obtenção de superfícies planas; as superfícies ainda
foram padronizadas com lixas de granulação #600. Foram confeccionadas
cavidades padronizadas com margens em dentina com um fator C de
aproximadamente 4.3. Os dentes foram divididos em dez grupos. No grupo 1
(controle), foi realizado condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15s,
lavagem com água por 20s secagem com papel absorvente e aplicação do adesivo
Prime & Bond 2.1 (Dentsply) de acordo com as instruções do fabricante. No grupo 2,
a mesma seqüência do foi realizada, com exceção da aplicação de uma camada de
Protect Liner F (Kuraray – Dental) (PLF) posteriormente à aplicação do adesivo. No
grupo 3, após o condicionamento ácido, a superfície dentinária foi tratada com uma
solução de NaOCl a 10% por 1min, lavada e secada com papel absorvente,
terminando com aplicação e fotopolimerização do adesivo. No grupo 4, realizou-se a
mesma seqüência do grupo 3, exceto pela aplicação de uma camada de Protect
Liner F após o adesivo. No grupo 5, (controle) foi utilizado o adesivo Clearfil SE
40
Bond (Kuraray – Dental) (CSEB) de acordo com as instruções do fabricante. No
grupo 6, após a aplicação do adesivo, foi aplicada uma camada de PLF. No grupo 7,
previamente à aplicação do adesivo CSEB, a dentina foi tratada com NaOCl como
no grupo 3. O grupo 8, recebeu o mesmo tratamento do grupo 7, porém após a
polimerização do adesivo uma camada de PLF foi aplicada e polimerizada. No grupo
9, o CSEB-primer foi aplicado por 20s sobre a dentina e secado com leves jatos de
ar, sendo então, tratado com NaOCl a 10% por 1min, lavado e secado para,
finalmente, receber o CSEB-adesivo. O grupo 10 recebeu a mesma seqüência do
grupo 9 exceto pela aplicação de uma camada de PLF posterior à polimerização do
adesivo. Todos os grupos foram restaurados com resina composta Z250 (3MESPE).
As restaurações foram polidas com pastas abrasivas, limpas e moldadas com
silicona de adição. A partir da moldagem foram obtidos moldes com resina epóxica,
os quais foram avaliados por MEV. Os resultados demonstraram que os dois
adesivos apresentaram fendas nas margens nos grupos 1 e 5 (controles). O uso do
PLF melhorou significativamente a qualidade das margens para os grupos CSEB,
contudo não teve o mesmo efeito para os grupos em que foi utilizado Prime & Bond
2.1. A remoção do colágeno melhorou a qualidade das margens para o Prime &
Bond 2.1, não influenciando os resultados do sistema CSEB.
Breschi et al. (2003) avaliaram através de MEV a ultra-estrutura da dentina
humana condicionada por diferentes ácidos e posteriormente exposta ao hipoclorito
de sódio a 5% por 2 e 5min. A MEV realizada em dentina tratada com ácido fosfórico
e com hipoclorito de sódio mostrou túbulos dentinários amplamente abertos; mesmo
em grandes magnificações, nenhum vestígio de fibras colágenas foi observado.
Diferentemente, na dentina tratada com ácido oxálico e maléico, foi encontrada uma
pequena quantidade de fibras colágenas ao ser exposta ao NaOCl por apenas 2min.
Os autores concluem que a morfologia dentinária após o tratamento com NaOCl
pode otimizar a resistência adesiva.
Uceda-Gómez et al. (2003) realizaram um estudo para avaliar a resistência
adesiva à microtração de um adesivo de passo único em dentina superficial e
profunda, sendo esta acessada por oclusal e por apical, removendo ou não a
camada colágena com NaOCl. Para este estudo in vitro foram obtidos 18 molares
humanos. As superfícies oclusais de 12 dentes foram desgastadas (lixas #220); em
seis dentes o desgaste deu-se até a remoção total do esmalte e, nos outros seis,
atingiu a dentina profunda sem, contudo, atingir os cornos pulpares. Nos seis dentes
41
remanescentes a dentina profunda foi acessada por apical através da remoção das
raízes e desgaste com lixas. A padronização da smear layer foi realizada com lixas
#600 para todos os dentes. Foram, então, designados três dentes para cada grupo
experimental: dentina superfical oclusal (SUC), dentina profunda oclusal (DOC),
dentina profunda apical (DAC); para estes grupos, foi utilizado o sistema adesivo
One Step (Bisco - Dental) de acordo com as normas do fabricante. Também foram
designados três dentes para cada grupo experimental nos quais se realizou o
tratamento com NaOCl a 10% por 60s, após o condicionamento ácido: dentina
superficial oclusal (SUH), dentina profunda oclusal (DOH), dentina profunda apical
(DAH). Foram confeccionadas “restaurações” em todos os grupos com resina Z100
(3MESPE). Os espécimes foram, então, seccionados paralelamente ao longo eixo
dos dentes e, após foram realizados cortes perpendiculares aos primeiros, obtendo-
se corpos-de-prova em forma de “palito” com uma secção de, aproximadamente, 0,8
mm2. Esses foram acoplados a um dispositivo com adesivo a base de cianocrilato e
tracionados a uma velocidade de 0,6 mm/min. Resultados obtidos: SUC 35,44 ±12,3;
DOC 26,48 ±8,50; DAC 26,13 ±10,2; SUH 28,82 ±12,7; DOH 24,27 ±8,30; 23,52 ±
8,50. A dentina superficial foi estatisticamente superior à dentina profunda, que não
mostrou diferença estatística nas duas formas de acesso (apical e oclusal). Os
espécimes que não receberam o tratamento com hipoclorito de sódio foram
estatisticamente superiores em relação aos que o receberam. Conclui-se neste
estudo que a profundidade dentinária influi na resistência adesiva, sendo sempre
maiores os valores para a dentina superficial. Quanto à desproteinização, o estudo
indicou que o tratamento com hipoclorito de sódio reduz os valores de adesão.
Bezzon et al. (2003) avaliaram a resistência à união entre dentina e resina
composta utilizando três diferentes adesivos (Gluma Comfort Bond (Bayer – Dental)
e Bond One (Jeneric-Pentron)), três concentrações de NaOCl (1, 5 e 10%) com três
intervalos de aplicação diferentes (15s, 30 e 60s), através de teste de microtração
em dentes bovinos. As superfícies dentinárias foram condicionadas com 37% de
ácido fosfórico e, posteriormente, receberam um tratamento com NaOCl nos tempos
supracitados. Os dois adesivos foram aplicados para todos os tempos e
concentrações de tratamento com NaOCl. As amostras foram restauradas com
resina composta e cortadas em fatias entre 0,7 e 1 mm de espessura e,
posteriormente, foram realizados entalhes tipo ampulheta determinando uma área de
interface adesiva entre 0,7 e 1 mm2. O teste de microtração foi realizado a uma
42
velocidade de 0,5 mm/min. A análise estatística não demonstrou haver diferença
significativa entre os adesivos e as concentrações de NaOCl, mas haver diferença
estatística entre os tempos de aplicação do NaOCl, visto que a resistência diminuía
com o aumento do tempo. Conclui-se que a utilização das diferentes concentrações
não melhoraram os valores de resistência à união, mas o aumento do tempo de
exposição reduziu esses valores.
Demoliner et al. (2003) avaliaram o selamento marginal de restaurações de
resina composta quando o NaOCl é aplicado antes (tratamento endodôntico) ou
após o condicionamento ácido (desproteinização) em dentes bovinos. Cavidades
classe V foram preparadas e restauradas com o sistema adesivo Prime & Bond NT
(Dentsply) e a resina Esthet X (Dentsply). As restaurações receberam 800 ciclos
térmicos, foram imersas em azul de metileno e a microinfiltração foi avaliada em
microscópio de 14x de aumento por três avaliadores. Os autores concluíram que a
aplicação do NaOCl antes e após o condicionamento ácido não interferiu no
selamento marginal desse sistema adesivo.
Pucci e Araújo (2003) avaliaram a resistência ao cisalhamento de sistemas
adesivos convencionais com e sem a remoção do colágeno e adesivos
autocondicionantes. Molares humanos foram seccionados em duas metades,
incluídos em resina acrílica e tiveram o esmalte removido para expor dentina. A área
adesiva foi delimitada em 3 mm de diâmetro. Foram testados os adesivos
autocondicionantes One-Up Bond (J. Morita) e Clearfil SE Bond (Kuraray - Dental), e
os adesivos Single Bond (3MESPE) e Scotchbond Multipurpose (3MESPE), para os
quais, após o condicionamento ácido, foi realizado um tratamento com hipoclorito de
sódio a 10% por um minuto. A resina composta foi inserida através de uma matriz
metálica. O teste de cisalhamento foi realizado a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os
autores concluíram que o adesivo Clearfil SE Bond apresentou significativamente
maior resistência que os adesivos One-Up Bond e Scotchbond Multi Purpose e,
ainda, que o tratamento com NaOCl não aumentou significativamente a resistência
adesiva desses adesivos convencionais ao cisalhamento.
Correr et al. (2003) avaliaram o efeito da aplicação do NaOCl na resistência
ao cisalhamento de três sistemas adesivos (Single Bond (3MESPE) – SB, Prime &
Bond 2.1 (Dentsply) – PB e Clearfil SE Bond (Kuraray- Dental) – CSEB) aplicados à
dentina decídua. Os dentes foram seccionados em duas metades, inclusos em
resina acrílica e a dentina foi exposta por desgaste. As amostras foram então
43
distribuídas em seis grupos (n = 15): G1 – SB; G2 – NaOCl + SB; G3 – PB; G4 –
NaOCl + PB; G5 – CSE; G6 – NaOCl + CSEB. Os sistemas adesivos foram
aplicados de acordo com as normas dos respectivos fabricantes, exceto nos grupos
com NaOCl, nos quais uma solução a 10% dessa substância foi aplicada após o
condicionamento ácido nos grupos 2 e 4 e previamente à aplicação do sistema de
união. A resina composta Z250 (3MESPE) foi inserida em incrementos através de
uma matriz metálica e o teste de resistência ao cisalhamento foi realizado a uma
velocidade de 0,5 mm/min. Os valores obtidos em MPa foram: G1 – 3,17 ±1,97; G2 –
2,93 ± 1,36; G3 – 2,04 ±0,27; G4 – 1,91±0,74; G5 – 2,67 ±1,22; G6 – 2,14 ±1,10.
Não foi constatada diferença estatística nos grupos com e sem tratamento com
NaOCl, independentemente do material utilizado. Houve diferença estatística entre
os materiais utilizados, sendo que o SB apresentou a maior resistência, seguido pelo
CSEB; e, por fim, apresentando os menores valores o sistema de união PB. Os
autores concluíram não ter havido influência do NaOCl independentemente do
adesivo utilizado.
Arias, Bedran-De-Castro e Pimenta avaliaram, em 2004, o efeito do
tratamento da dentina com hipoclorito de sódio gel e solução a 10% por 60s na
resistência adesiva ao cisalhamento de quatro adesivos dentinários: Gluma One
Bond (Bayer – Dental), Prime & Bond 2.1 (Dentsply), Single Bond (3MESPE) e Prime
& Bond NT (3MESPE). Somente o grupo que utilizou o Gluma One Bond e o
tratamento com 10% NaOCl mostrou aumento significativo na resistência ao
cisalhamento. O gel de hipoclorito de sódio a 10% foi menos eficiente em remover o
colágeno do que a solução. A conclusão foi que a influência da remoção do
colágeno depende do sistema adesivo, no qual o solvente e o monômero podem
influenciar os resultados.
Silva e Torres (2004) avaliaram a influência do uso do primer em dentina que
sofreu condicionamento ácido e desproteinização na infiltração marginal de
cavidades classe V. O estudo foi realizado em dentes bovinos, nos quais foram
confeccionadas as cavidades. O grupo C recebeu o tratamento convencional, ácido
fosfórico 35% (15s); o grupo H recebeu o mesmo tratamento do grupo C além de um
tratamento adicional com hipoclorito de sódio a 10% por 1min. Cada um desses
grupos foi subdividido em três subgrupos: no primeiro, foi aplicado o primer e
adesivo do sistema Scotchbond Multipurpose Plus (3MESPE); no segundo, somente
o adesivo e, no terceiro, o adesivo para esmalte Magic Bond (Vigodent). As
44
cavidades foram restauradas com Z250 (3MESPE), temocicladas (500 ciclos). Os
autores concluíram que os grupos que receberam o primer mostraram melhor
selamento marginal e que a desproteinização não teve influência na microinfiltração.
Corniati, Rodrigues e Torres (2004) avaliaram a influência da
desproteinização utilizando dois sistemas adesivos: um convencional (Prime & Bond
NT (Dentsply)) e um autocondicionante (One Up Bond F (Kuraray)). O estudo
realizou um teste de cisalhamento em dentes bovinos. Os dentes foram divididos em
quatro grupos: G1 - recebeu o sistema One Up Bond F; G2 - condicionamento com
H3PO4 a 35%, por 15s, lavagem e o sistema Prime & Bond NT; G3 -
condicionamento com H3PO4 a 35%, por 15s, tratamento com NaOCl a 10% por 1
min e o adesivo One Up Bond F; G4 - o mesmo tratamento do G3, porém o adesivo
Prime & Bond NT. Foram confeccionados cilindros de resina sobre os espécimes
com a resina Z250. Os resultados do ensaio de cisalhamento foram os seguintes: G4
- 12,29 ±5,10, G3 - 8,23 ±1,49, G1 - 8,23 ±3,2, G2 - 8,04 ±2,47, sendo apenas o G4
significativamente superior aos demais grupos. Os autores concluíram que a
desproteinização elevou a resistência adesiva do adesivo Prime & Bond NT, porém
não exerceu influência sobre o One Up Bond F.
Maior et al. (2004) avaliaram o efeito da remoção das fibras colágenas na
infiltração marginal de três sistemas adesivos: Single Bond (3MESPE), Prime &
Bond NT (Dentsply) e One Coat Bond (Coltène/Whaledent) em cavidades classe V
de pré-molares humanos. Cada adesivo foi empregado em dois grupos, um com o
tratamento recomendado pelo fabricante e outro com a remoção das fibras
colágenas (condicionamento ácido total + hipoclorito de sódio a 5% por 2min +
aplicação do adesivo). Os espécimes foram termociclados (500 ciclos), imersos em
fucsina básica, seccionados e a micronifiltração marginal foi avaliada. Os autores
concluíram que a remoção das fibras colágenas melhorou significativamente o
selamento marginal dos adesivos Prime & Bond NT e One Coat Bond.
Saboia et al. (2004), avaliaram o efeito da remoção do colágeno da dentina no
comportamento clínico de restaurações de lesões cervicais de erosão/abrasão
quando empregados os adesivos Prime & Bond 2.1 (Dentsply) e Single Bond
(3MESPE). Foram selecionadas 56 lesões cervicais em oito pacientes, as quais
foram divididas em quatro grupos com os respectivos tratamentos. Para G1 – as
lesões foram condicionadas com ácido fosfórico 37%, por 15s, lavadas e sistema
adesivo Prime & Bond 2.1 aplicado; G2 – foi realizado o mesmo tratamento de G1,
45
exceto pelo tratamento adicional com hipoclorito de sódio a 10% por 60s; G3 –
recebeu os mesmos procedimentos do G1, porém foi utilizado o adesivo Single
Bond; G4 – recebeu os mesmos procedimentos do G2, porém o adesivo Single Bond
foi utilizado. As restaurações foram realizadas com a resina Z250 (3MESPE). Os
pacientes foram chamados após um e dois anos para avaliação das restaurações.
Os autores concluíram que a remoção do colágeno não influenciou o
comportamento clínico das restaurações.
Souza et al. (2004) avaliaram a influência da remoção das fibras colágenas
dentinárias através de um teste de microtração. Foram utilizados 36 molares
humanos, que tiveram a dentina superficial oclusal exposta e receberam os
seguintes sistemas adesivos: GA – (Single Bond + Z250) (3MESPE); GB (Prime &
Bond NT + Esthet X) (Densply); GC (One Coat Bond (Coltène/Whaledent) + Fill
Magic (Vigodent)). Cada grupo foi dividido em dois subgrupos: o subgrupo 1 recebeu
o protocolo adesivo recomendado pelo fabricante e o 2, o protocolo para remoção do
colágeno (condicionamento ácido + NaOCl a 5% por 2min + aplicação do adesivo).
Cada espécime foi seccionado de forma a obter corpos-de-prova com uma área de
0,8 mm2. O ensaio de microtração foi realizado com uma velocidade de
carregamento de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste ANOVA e
ao teste de Tukey. Os resultados foram os seguintes: GA1 – 60,70 ±10,18MPa; GA2
– 39,08 ±10,79MPa; GB1 – 31,73 ±6,91; GB2 – 61,53 MPa ±5,85MPa; GC1 – 54,30
±8,4MPa; GC2 – 51,24 ±11,32MPa. Os autores concluíram que o tratamento com
hipoclorito de sódio melhorou os valores de resistência à microtração para o adesivo
Prime & Bond NT e reduziu os valores para o adesivo Single Bond.
Coelho, Araújo e Balducci (2004) avaliaram o efeito do tratamento da dentina
com hipoclorito de sódio a 10% por 1min na resistência ao cisalhamento de um
adesivo monocomponente (Single Bond – 3MESPE) e de um autocondicionante
(Clearfil SE Bond – Kuraray - Dental). Foram utilizados dentes bovinos, nos quais a
dentina vestibular foi exposta e recebeu os seguintes tratamentos: G1 – protocolo
adesivo recomendado pelo fabricante + Single Bond; G2 – protocolo adesivo
recomendado pelo fabricante + Clearfil SE Bond; G3 – condicionamento com ácido
fosfórico, lavagem, secagem e aplicação de NaOCl, a 10%, por 1min e aplicação do
sistema adesivo Single Bond; G4 – idem ao G3, porém recebeu o adesivo Clearfil
SE Bond. Os autores concluíram que a aplicação do hipoclorito de sódio elevou os
valores de resistência ao cisalhamento para o adesivo autocondicionante.
46
2.2 - Ensaios de Microtração
Sano et al. (1994) propuseram que era necessário medir a resistência adesiva
de pequenas áreas e, para isso, desenvolveram um teste de tração em miniatura. No
estudo em que descreveram tal técnica avaliaram a relação entre a área da
superfície de adesão e a resistência adesiva a tração. Terceiros molares humanos
tiveram o esmalte oclusal removido e a superfície resultante foi polida com lixas de
granulação #600. As superfícies foram então tratadas com um dos dois adesivos,
Scotchbond Multi Purpose (3MESPE) e Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray - Dental), e
um ionômero de vidro modificado por resina, Vitremer (3MESPE). Os materiais
foram utilizados de acordo com as normas dos fabricantes. Foram construídas
“coroas” com altura de 3-5 mm posteriormente à aplicação dos adesivos com resina
composta e com ionômero de vidro para o grupo desse material. Esse conjunto foi
seccionado em fatias de 0,5 a 3 mm de espessura paralelamente ao longo eixo do
dente. A região da interface adesiva foi reduzida por desgaste com pontas
diamantadas, deixando a interface adesiva com uma secção de aproximadamente
0,5 x 0,5 mm a 3 x 3 mm. Esses espécimes preparados foram então fixados a um
dispositivo com adesivo a base de cianocrilato e submetidos ao teste de tração a
uma velocidade de 1 mm/min. O modo de fratura de cada espécime foi avaliado em
um microscópio de 10x de aumento. Os resultados mostraram haver uma relação
inversa entre a resistência adesiva à tração e a área aderida para os três adesivos.
Assim, os espécimes com menor área adesiva apresentaram maiores valores de
resistência à tração ao passo que nos espécimes maiores os valores de resistência
foram menores. Os autores explicam esse fenômeno através da teoria de Griffith`s
1920, a qual atribui os menores valores de resistências em espécimes maiores ao
maior número de defeitos existentes nesses, os quais iniciam e propagam a fratura.
Levando isso em conta, deduz-se que em espécimes menores a probabilidade de
defeitos é menor e, assim, menor a chance de um defeito iniciar uma fratura. Os
autores concluem que o teste de tração em pequenas áreas é útil, pois mostrou
maior número de falhas adesivas em comparação com os testes tradicionais que
utilizam uma área de interface adesiva maior. Ainda atribuem ao teste de
microtração a possibilidade de se avaliar áreas regionais (dentina cariada,
esclerosada).
47
Carvalho et al. (1994) realizaram um estudo para avaliar um novo método de
microtração para determinação da resistência de união de um sistema adesivo
(Scotchbond Multi Purpose – 3MESPE) e um cimento de ionômero de vidro
(Variglass – Caulk Dentsply) à dentina. Foram utilizados terceiros molares humanos.
O esmalte oclusal foi removido por um corte transversal ao longo eixo do dente,
utilizando-se um disco de diamante. As superfícies oclusais foram polidas com lixas
de granulação #600. Dois adesivos foram aplicados de acordo com as instruções
dos fabricantes e sobre essas superfícies foram confeccionadas “coroas” de 5 mm
em resina composta ou ionômero de vidro. Fatias com espessura de 0,5 a 3 mm
foram obtidas e a região da interface adesiva foi reduzida com pontas diamantadas.
Os espécimes foram, então, fixados a um dispositivo através de uma cola de
cianocrilato e tracionados a uma velocidade de 1 mm/min. A força necessária para
romper a adesão, em quilogramas, foi dividida pela área da secção transversal para
a obtenção dos valores de resistência adesiva, a qual foi expressa em MPa. Os
autores encontraram uma relação inversa entre a resistência à tração e a área de
superfície adesiva. O Scotchbond apresentou maior força adesiva que o Variglass.
Os autores concluíram que a técnica de microtração apresenta vantagens como:
possibilidade de testar a resistência adesiva em pequenas áreas, poder comparar
diferenças regionais (diferentes paredes dentinárias) de resistência adesiva e se
obter vários espécimes com apenas um dente.
Phrukkanon et al. (1998) compararam diferentes secções transversais para o
teste de microtração, cilíndrica e retangular, com áreas de união diferentes para
cada uma das formas. A porção do esmalte oclusal de molares humanos foi
removida expondo uma superfície plana de dentina. A superfície de dentina foi então
padronizada com lixas de granulação #600 para simular a smear layer. Foram
utilizados quatro sistemas adesivos: Scotchbond Multi Purpose Plus (3MESPE),
Optipbond FL (Kerr), Optibond Solo (Kerr), One Step (Bisco Dental), todos de acordo
com as instruções fornecidas pelos fabricantes. Posteriormente à aplicação e
fotopolimerização do adesivo, um bloco de resina de 5 mm de altura foi
confeccionado sobre o adesivo. Para cada adesivo foram preparados espécimes
com a secção da superfície adesiva cilíndrica e com áreas de 1,1, 1,5 e 3,1 mm2 e
com superfície adesiva retangular com as áreas idênticas as anteriores. Os
espécimes foram fixados em dispositivos e tracionados com uma velocidade de
carregamento de 1 mm/min. Neste estudo, os autores ainda realizaram uma análise
48
através de elemento finito para avaliar a distribuição de estresse nos espécimes. A
análise estatística mostrou não haver diferença significativa nos valores de
resistência adesiva à tração entre os espécimes retangulares e cilíndricos. Os
espécimes com área de 1,1 mm2 apresentaram valores significativamente maiores
daqueles com área de 3,1 mm2 em todos dos grupos, exceto para os adesivos
Scotchbond Multi Purpose e One Step. A análise de elemento finito mostrou que o
maior estresse localiza-se na periferia dos espécimes cilíndricos e nos ângulos
(cantos) dos espécimes retangulares. Esse modelo de elemento finito mostrou haver
um mínimo de estresse no centro de todos os corpos de prova. Os autores concluem
recomendando a forma cilíndrica com área de adesão de 1,5 mm2 como a mais
apropriada para testes de microtração, por ser mais fácil de produzir os espécimes,
haver perda mínima durante a confecção dos espécimes e por ocorrerem mais
fraturas adesivas do que coesivas.
Armstrong, Boyer e Keller realizaram um estudo em 1998 para medir a
resistência à microtração de dois sistemas adesivos comercialmente disponíveis e
observar o modo de fratura através de MEV. Seis molares humanos tiveram o
esmalte oclusal removido por desgaste sob irrigação com água e as superfícies
também foram padronizadas com lixas de granulação #600. As superfícies foram
condicionadas com ácido fosfórico 32%, lavadas com água por 15s e secas com
papel absorvente. Em três molares foi aplicado o sistema adesivo All Bond 2 (Bisco -
Dental) e, nos outros três, o sistema Optibond FL (Kerr). Uma coroa de 6 mm foi
confeccionada sobre as superfícies de todos os molares. Cortes paralelos ao longo
eixo do dente foram realizados para obtenção de fatias com espessura de 0,8 a 0,9
mm. Com pontas diamantadas foram realizados desgastes até a região adesiva
possuir 0,5 mm2. Os espécimes foram fixados a um dispositivo com cola a base de
cianocrilato e submetidos à tração com uma velocidade de carregamento de 1
mm/min até a fratura. Depois de fraturados, os espécimes foram preparados para
MEV. O adesivo All Bond 2 apresentou uma média de 40,7 ±9,0MPa de resistência
adesiva, a passo que o Optibond FL alcançou uma média de 34,0 ±7,7MPa, não
havendo diferença estatisticamente significativa. Ocorreram 21 fraturas coesivas e
19, adesivas ou mistas. Os autores concluíram que a espessura de dentina
remanescente não afeta a resistência à tração. Os modos de falha produzidos pelo
estudo não representam a verdadeira resistência da interface adesiva.
49
Koibuchi, Yasuda e Nakabayashi (2001) avaliaram o efeito da smear layer na
adesão à dentina humana para determinar a viabilidade do uso clínico de adesivos
autocondicionantes. Nesse estudo também foi avaliada a influência da smear layer
mais “grossa” em relação a uma “fina”. Quinze molares humanos foram divididos em
dois grupos: no primeiro, a smear layer foi simulada com lixa de granulação #180
(grossa); no segundo, foi simulada com lixas #600 (fina). Em ambos os grupos foi
utilizado o sistema adesivo Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray – Dental). Resina
composta foi aplicada sobre as superfícies que previamente receberam o adesivo.
Os dentes foram, então, seccionados em fatias de 2 mm de espessura e a região da
interface adesiva foi reduzida através de pontas diamantadas ultrafinas, deixando
uma área de interface de 3,0 x 2,0 mm. Os espécimes foram então submetidos ao
teste de tração a uma velocidade de 1 mm/min. O resultado obtido para o primeiro
grupo (smear layer produzida pela lixa #180) foi de 10,0 ±7,2MPa e, para o segundo
grupo (smear layer produzida pela lixa #600) foi de 28,5 ±5,2Mpa. Submetidos à
análise estatística, esses resultados foram significativamente diferentes. Os autores
concluíram que a dentina pôde de fato ser hibiridizada mesmo sobre a smear layer,
o que pode ser benéfico em se tratando de toxicidade ao complexo dentino-pulpar.
Concluíram também que a padronização da superfície dentinária com lixas de
granulação #600 produz valores mais altos de resistência à tração quando
comparado à lixa #180, afirmando que esta última está mais próxima da rugosidade
produzida por brocas clinicamente.
Perdigão et al. (2002) avaliaram três adesivos aplicados sobre dentina úmida
ou seca com ar por 5s através de um teste de resistência à microtração. Vinte e
quatro pré-molares com extração indicada por razões ortodônticas foram
restaurados utilizando-se três sistemas adesivos dentinários: Excite (Ivoclar –
Vivadent), Prime & Bond NT (Dentsply) e Single Bond (3MESPE). Os dentes foram
restaurados com dois diferentes graus de umidade (úmida – a dentina foi seca com
bolinhas de algodão; seca – a dentina foi seca com jatos de ar) na superfície
dentinária previamente à aplicação do sistema adesivo. Foram confeccionadas
amplas cavidades oclusais, as quais foram restauradas com resina composta Z250
(3MESPE). Após a extração, os dentes foram seccionados em espessuras de 0,7
±0,2 mm paralelamente ao longo eixo e, posteriormente, foram realizadas secções
da mesma espessura perpendiculares às primeiras. Assim, obtiveram-se “palitos”
com secção de 0,7 ±0,2 mm2. Os espécimes foram fixados no dispositivo de
50
Geraldeli e tracionados a uma velocidade constante de 1 mm/min. A média e desvio-
padrão dos resultados são apresentados a seguir: Single Bond (úmida) – 38,4
±13,9MPa; Single Bond (seca) – 30,9 ±11,8MPa; Prime & Bond NT (seca) – 30,4
±12,9MPa; Prime & Bond NT (úmida) – 29,4 ±9,9MPa; Excite (seca) – 25,4
±10,5MPa; Excite (úmida) – 23,3 ±12,8MPa. Não houve diferença estatisticamente
significativa entre técnica úmida e seca para nenhum dos adesivos. Os autores
concluíram que o grau de umidade não influencia os valores de resistência à
microtração quando o procedimento é realizado in vivo.
Sadek et al. (2004) avaliaram a influência da geometria dos espécimes em
dentina e esmalte no teste de microtração. Foram utilizados molares humanos
íntegros. Para o teste em dentina a porção de esmalte oclusal foi removida com um
disco de diamante, ao passo que, para o teste em esmalte a superfície vestibular foi
planificada com lixa de granulação #180. As superfícies foram padronizadas pela
asperização com lixas. As superfícies foram lavadas e um sistema adesivo
experimental ABF (Kuraray Medical Inc., Osaka, Japan) foi aplicado de acordo com
as instruções do fabricante. Sobre o adesivo foram construídos blocos de resina de
aproximadamente 5 x 5 x 5 mm. Os conjuntos dente/adesivo/resina foram
seccionados em forma de ampulheta e em forma de palito com secções de interface
adesiva de 0,5 mm2 e 1,0 mm2 para os dois substratos. Os espécimes foram
aderidos a um dispositivo com um adesivo a base de cianocrilato e o teste de
microtração, realizado com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. A
análise estatística mostrou haver diferença significativa entre os substratos, os
formatos e as áreas. Assim, a dentina (51,24MPa) obteve maiores valores de
resistência quando comparada ao esmalte (41,97). Os corpos-de-prova (51,54MPa)
em forma de palito apresentaram valores de resistência significativamente maiores
que os em forma de ampulheta (41,66MPa). Ainda, os corpos-de-prova com menor
área de união forneceram valores de resistência significativamente maiores.
Observações em MEV mostraram haver freqüentes linhas de fratura nos espécimes
em forma de ampulheta, as quais podem sugerir uma maior fragilidade desse tipo de
corpo-de-prova. Os autores concluíram que os corpos-de-prova em forma de palito
são mais adequados para o teste de microtração, principalmente quando o teste é
realizado em esmalte, por apresentar menos trincas na interface e sofrer menor
quantidade de estresse durante sua confecção.
51
3. PROPOSIÇÃO
52
3. Proposição
Este estudo tem os seguintes objetivos:
- avaliar a influência da remoção do colágeno com hipoclorito de sódio após o
condicionamento com ácido fosfórico na resistência adesiva à microtração entre
dentina/resina, quando empregados três sistemas adesivos disponíveis
comercialmente;
- avaliar o padrão de fratura após os ensaios de resistência através de
microscopia ótica;
- avaliar qualitativamente, através de microscopia eletrônica de varredura, os
padrões de fratura.
53
4. MATERIAIS E MÉTODOS
54
4. Materiais e Métodos
Este projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em
Seres Humanos e Animais, sob o protocolo CEP-ULBRA de número 2003-159H,
conforme Anexo B.
4.1 - Confecção das Amostras
Para este estudo foram utilizados 18 terceiros molares humanos extraídos por
razões terapêuticas de pacientes com idades entre 18 e 28 anos, que estavam
inclusos ou parcialmente inclusos no momento da extração.
Os dentes foram inicialmente armazenados em formalina a 10% por uma
semana, para ocorrer a esterilização. Após o período inicial de armazenagem, os
dentes foram limpos com curetas periodontais para remoção de tecidos aderidos.
Também foram limpos com taça de borracha acoplada a um micromotor, pedra
pomes e água.
Após a limpeza, os dentes foram armazenados em água destilada, sob
refrigeração ±4 ºC, por até três meses. Três elementos dentários foram distribuídos
aleatoriamente para cada um dos seis grupos experimentais.
Primeiramente, os 18 dentes foram radiografados para se verificar a distância
entre o teto da câmara pulpar. Duas linhas imaginárias foram traçadas a primeira
55
paralelamente à porção mais apical de esmalte oclusal, e a segunda paralelamente
a porção mais oclusal dos cornos pulpares, como demonstra a Figura 1. Uma
terceira linha foi, então, traçada no centro entre as duas linhas anteriormente
citadas. A medida entre a terceira linha e o vértice das cúspides oclusais foi anotada
para cada dente, sendo posteriormente, utilizada para determinar a quantidade de
desgaste da superfície oclusal.
Figura 1 – Esquema para padronização da quantidade de desgaste
Os dentes foram incluídos, em sua porção radicular, com resina acrílica
(Acrílico Autopolimerizável Pó - Líquido, JET, Artigos Odontológicos Clássico, São
Paulo, Brasil) em tubos de filme fotográfico os quais possuem diâmetro interno de 30
mm. Para inclusão na resina acrílica, os dentes foram posicionados com o seu longo
eixo perpendicular ao plano horizontal. Para isso, utilizou-se um delineador com uma
ponta específica, a qual possuía um anteparo plano para a fixação dos dentes com
cera número 7. Foi tomado o devido cuidado para que o ápice do dente atingisse o
fundo do tubo antes da inclusão, com o intuito de não haver distorções nas medidas
para o desgaste oclusal. Posteriormente à polimerização da resina acrílica, o
conjunto dente/resina acrílica foi removido do tubo.
Essa base de resina acrílica serviu para acoplar o dente a um dispositivo
metálico posicionador de desgaste, de forma que permanecesse fixo na posição em
que fora colocado durante o desgaste. Tal dispositivo possuía um orifício central com
56
diâmetro interno de 32 mm e parafuso para fixação do dente através da resina
acrílica, como demonstram as Figuras 2 e 3.
Figura 2 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste
A) parafuso; B) orifício para posicionamento do bloco de resina;
C) borda elevada para facilitar o desgaste; D) base metálica
Figura 3 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste
57
Através do dispositivo ilustrado a amostra foi então fixada por um parafuso.
As medidas previamente obtidas através de tomadas radiográficas foram utilizadas
nesse momento para determinar a quantidade de desgaste da superfície oclusal. O
dispositivo permitiu a obtenção de superfícies oclusais perfeitamente planas e
aproximadamente perpendiculares ao longo eixo do dente.
Devidamente acoplados ao dispositivo, os dentes tiveram suas superfícies
desgastadas com de lixas de óxido de alumínio (Lixa Acqua-Flex Norton Abrasivos,
São Paulo) em uma politriz (Abramin - Struers, Ballerup, Dinamarca), com copiosa
refrigeração por água. Inicialmente utilizou-se uma lixa de granulação mais grossa
#180, para remoção de todo o esmalte oclusal. Quando em dentina, passou-se a
utilizar uma lixa de granulação mais fina #320 por 30s, o que também serviu para
simular a produção de lama dentinária sobre a superfície dentária. A superfície
dentinária preparada pode ser vista na Figura 4. Como já relatado, o dispositivo
posicionador de desgaste permitiu, a obtenção de superfícies planas e
perpendiculares ao longo eixo do ente. Após esse procedimento, os espécimes
permaneceram em água destilada até a confecção das “restaurações”, sempre sob
refrigeração (± 4 ºC).
Figura 4 – Ilustração de um espécime após a planificação da superfície oclusal.
58
Os materiais utilizados neste estudo estão descritos no Quadro 1 e as
respectivas composições encontram-se no Quadro 2:
Quadro 1 – Materiais utilizados no estudo
Material Utilizado Marca Comercial Fabricante Nº de Série/Lote
Resina Composta Filtek Z250 – A2
3M Espe Dental
Products – St. Paul
– MN – EUA
4CC
Adesivo Dentário Single Bond
3M Espe Dental
Products – St. Paul
– MN – EUA
4JU
Adesivo Dentário Prime & Bond 2.1
Dentsply De Trey
GmbH D – 78467
Konstanz
298 14
Adesivo Dentário One Coat Bond
Coltène
Feldwiesenstrasse
20 – 9450 Altstãtten
- Suiça
527 02
Solução de NaOCl
a 10% ---
Farmácia de
Manipulação
Nathupharma
Passo Fundo - RS
---
59
Quadro 2 – Composição dos materiais previamente citados.
Marca Comercial Composição
Z250 BIS-GMA, UDMA, BIS-EMA, Zircônia/Sílica
Single Bond água, etanol, BIS-GMA, HEMA, dimetacrilatos,
fotoiniciador, ácido poliacrílico e politacônico
Prime & Bond 2.1
Resinas dimetacrilatos elastomêricas, PENTA,
fotoiniciadores, estabilizadores, hidrofluoreto de
cetilamina, acetona
One Coat Bond
Éster de ácido metacrílico, polímero metacrilizado,
glycerol dimetacrilato, uretano dimetacrilato, ácido silícico
amorfo
Assim, após a exposição da dentina e obtenção de uma superfície plana,
procedeu-se aos tratamentos de superfície como descrito abaixo:
GRUPO A – Single Bond: as superfícies dentinárias foram condicionadas
com ácido fosfórico gel a 37% por 15s e lavadas com spray de ar/água livre de óleo
pelo mesmo tempo. Com discos de papel absorvente removeu-se o excesso de
água deixando a superfície de dentina úmida. Utilizando-se um aplicador descartável
(Microbrush – Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Single Bond foi
aplicado sobre a dentina duas vezes consecutivas, conforme recomenda o
fabricante. Um período de aproximadamente 5s foi aguardado. O adesivo foi, então,
polimerizado por 10 segundos.
GRUPO B – Single Bond / NaOCl: as superfícies dentinárias foram
condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s, lavadas com spray de ar/água
livre de óleo por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre
a superfície. Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10%
(Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e
novamente a superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a
superfície foi seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush –
Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Single Bond foi aplicado sobre a
60
dentina duas vezes consecutivas, conforme recomenda o fabricante. Um período de
aproximadamente 5s foi aguardado. O adesivo foi, então, polimerizado por 10
segundos.
GRUPO C – Prime & Bond 2.1: as superfícies dentinárias foram
condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s e lavadas com spray de
ar/água livre de óleo pelo mesmo tempo. Com discos de papel absorvente removeu-
se o excesso de água deixando a superfície de dentina úmida. Utilizando-se um
aplicador descartável (Microbrush – Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o
adesivo Prime & Bond 2.1 foi aplicado de forma generosa e um período de 20s foi
aguardado para posterior polimerização por 10s. Como recomenda o fabricante, se a
superfície não apresentava brilho uniforme em toda a superfície dentinária, uma
nova aplicação era realizada.
GRUPO D – Prime & Bond 2.1 / NaOCl: as superfícies dentinárias foram
condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s, lavadas com spray de ar/água
livre de óleo por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre
a superfície. Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10%
(Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e
novamente a superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a
superfície foi seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush –
Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Prime & Bond 2.1 foi aplicado de
forma generosa e um período de 20 s foi aguardado para posterior polimerização por
10s. Conforme recomenda o fabricante se a superfície não apresentava brilho
uniforme em toda a superfície dentinária, uma nova aplicação foi realizada.
GRUPO E – One Coat Bond: as superfícies dentinárias foram condicionadas
com ácido fosfórico gel a 15% (Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo
Fundo, RS) por 30s e lavadas com spray de ar/água livre de óleo por 20s. Com
discos de papel absorvente removeu-se o excesso de água deixando a superfície de
dentina úmida. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush – Microbrush
Corporation, Grifton, EUA), o adesivo One Coat Bond foi aplicado e esfregado na
cavidade durante 20s e, posteriormente, fotopolimerizado por 30s, de acordo com as
instruções do fabricante.
61
GRUPO F – One Coat Bond / NaOCl: as superfícies dentinárias foram
condicionadas com ácido fosfórico gel a 15% (Farmácia de Manipulação
Natupharma, Passo Fundo, RS) por 30s, lavadas com spray de ar/água livre de óleo
por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre a superfície.
Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10% (Farmácia de
Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e novamente a
superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a superfície foi
seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush – Microbrush
Corporation, Grifton, EUA), o adesivo One Coat Bond foi aplicado e esfregado na
cavidade durante 20s e, posterioremente, fotopolimerizado por 30s, de acordo com
as instruções do fabricante.
A fotopolimerização dos adesivos foi realizada através de um aparelho
fotopolimerizador KONDORTEC CL-K50 (Kondortech, São Carlos, SP), de lâmpada
halógena, o qual foi aferido previamente através de um radiômetro Gnatus (Gnatus
Equip. Médico-Odontológicos, Ribeirão Preto, SP), verificando-se uma intensidade
de luz de aproximadamente 570 ±20 mW/cm2.
Com os grupos determinados, os respectivos tratamentos superficiais de
dentina realizados e os adesivos aplicados, procedeu-se à confecção das “coroas”
de resina (blocos de resina composta), realizadas com a resina Filtek Z250
(3MESPE). Foram aplicadas sobre as superfícies dentinárias camadas de
aproximadamente 1,5 a 2 mm até se atingir uma altura média de 6 mm. Cada
camada foi fotopolimerizada por 40s com o mesmo fotopolimerizador utilizado para
os adesivos. Cada amostra recebeu o tratamento e o adesivo de acordo com o seu
grupo, sendo confeccionada, imediatamente após, a “coroa” de resina composta. A
forma final das amostras pode ser vista na Figura 5.
62
Figura 5 – Ilustração de uma amostra após a confecção da “coroa” de resina
composta.
4.2 - Preparo dos Corpos-de-Prova para Microtração
Após 72 horas em água destilada e temperatura ambiente, as amostras foram
completamente incluídas em resina acrílica de cor rosa, com o intuito de ser
facilmente diferenciada após o corte do dente.
Uma vez incluídas, as amostras foram seccionadas paralelamente ao longo
eixo do dente e, posteriormente, foram realizados cortes perpendiculares aos
primeiros, também paralelos ao longo eixo do dente, para a obtenção de “palitos”.
Os cortes foram realizados numa máquina de corte laboratorial Labcut 1010 (Extec)
à velocidade de 400rpm, com disco diamantado de alta concentração (12200
Diamond Wafering Blade, Extec) sob refrigeração (12065 Water Soluble Cutting
Fluid, Extec). Assim, foram criados “palitos” de aproximadamente 0,8 x 0,8 mm (±
0,2 mm), medidos com um espessímetro, tais medidas podem ser vistas no Anexo
A. Esses palitos eram compostos de uma parte de resina composta e outra de
dentina. Palitos com o remanescente de dentina menor que 1,5 mm foram
descartados por dificuldades de manipulação.
Os “palitos” foram examinados com lupa de 4x de magnificação para se
verificar eventual presença de defeitos na região adesiva, presença de esmalte ou
63
resina acrílica proveniente da inclusão das amostras e os que apresentaram tais
características foram descartados.
4.3 - Ensaio de Microtração
Para a realização do ensaio de tração, foi utilizado o dispositivo mostrado na
Figura 6, o qual foi acoplado a uma máquina de ensaios universais VERSAT 502M
(Panambra Industrial e Técnica, São Paulo, SP), que possui uma célula de carga de
50Kgf.
Com o dispositivo de Geraldeli que pode ser visto na Figura 6 (Perdigão, et
al., 2002), acoplado à máquina de ensaios universais, os palitos foram fixados a
esse dispositivo, através de um adesivo de cianocrilato em gel (Super Bonder), para
maior controle durante a fixação dos corpos-de-prova. A porção de dentina dos
espécimes foi aderida à porção superior do dispositivo, e a porção de resina, à
porção inferior do dispositivo metálico, como pode ser visualizado na Figura 7.
Deixou-se um vão de aproximadamente 1,5 mm entre as duas porções do
dispositivo para a visualização da interface de união dente/resina. O dispositivo
metálico utilizado para os ensaios de tração possui ainda um entalhe, o qual
proporcionou melhor retenção e um melhor alinhamento do palito. O dispositivo
metálico só permitiu o deslocamento no sentido vertical (tração), evitando, assim,
eventuais movimentos de torção, por possuir um sistema de encaixe tipo
macho/fêmea duplo.
64
Quadro 3 - Materiais utilizados durante o ensaio de microtração.
Material
Utilizado
Marca
Comercial
Fabricante Nº de Série/Lote Composição
Adesivo
Instantâneo
Universal
Super
Bonder
Gel
Loctite MAIO5EB
Éster de
cianocrilato
Acrílico Auto
Polimeriz -
Líquido
JET
Artigos
Odontológicos
Clássico
Não informado
Monômero de
metilmetacrilato,
DMT
Figura 6 – Ilustração do dispositivo utilizado para a realização do ensaio de
microtração;
65
Figura 7 – Ilustração do corpo-de-prova fixado com adesivo de cianocrilato ao
dispositivo de microtração
Os testes foram realizados em aproximadamente 35 corpos-de-prova por
grupo experimental, com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min até a
ruptura do espécime.
A máquina de ensaios universais possui um display digital no qual os valores
de resistência à tração eram visualizados e anotados para cada corpo-de-prova em
Newtons. Como as amostras dos grupos experimentais eram identificados, os
valores de resistência à tração de cada corpo-de-prova foram anotados com a
identificação do elemento dentário (Anexo A).
66
De posse dos valores de resistência à tração em Newtons, aplicou-se a
seguinte fórmula:
2mmN
MPa = ,
para obtenção dos valores em MPa (Craig, Powers e Watha, 2002). A fórmula foi
aplicada individualmente para cada corpo-de-prova com a respectiva área e valor de
resistência adesiva obtido no ensaio de microtração.
Os resultados foram submetidos ao teste de ANOVA two way, para avaliar se
existiam diferenças significativas entre os grupos experimentais, e, posteriormente,
ao teste de Tukey (nível de significância 5%), para verificar onde se encontravam
tais diferenças. A análise estatística foi realizada com o software estatístico SPSS
10.0.
4.4 - Avaliação dos Padrões de Fratura em Microscopia Ótica e
Microscopia Eletrônica de Varredura
Para avaliação dos padrões de fratura, todos os espécimes foram observados
em microscópio estereoscópio (D.F. Vasconcellos 900, São Paulo, SP) com uma
magnificação de 40x.
Ainda foram selecionados três corpos-de-prova de cada grupo experimental,
ou seja, um de cada elemento dentário, para avaliação do padrão de fratura através
de microscopia eletrônica de varredura.
Para avaliação em microscopia eletrônica de varredura, os palitos foram
colados em stubs metálicos com a face fraturada voltada para cima. Após
desidratados, os corpos-de-prova foram metalizados com uma liga de ouro/paládio
com uma camada de 200 Aº (Angstrons). Por fim, os corpos-de-prova foram
visualizados em um microscópio eletrônico de varredura (Philips XL 20, Eindhoven,
Netherlands).
67
5. RESULTADOS
68
5. Resultados
5.1 - Ensaios de Microtração
Os dados referentes a cada corpo-de-prova, incluindo resistência adesiva à
microtração, área da interface adesiva dos corpos-de-prova, tipo de fratura, estão
listados no Anexo A. Na manipulação dos corpos-de-prova durante a sua colagem
no dispositivo de microtração, alguns corpos-de-prova foram perdidos (falha), o que
está citado no Anexo A.
As médias e desvios-padrão dos resultados obtidos no teste de microtração
em MPa estão descritos na Tabela 1 e na Figura 8.
Tabela 1 – Médias, desvios-padrão dos resultados da microtração em MPa e número
de corpos-de-prova em cada grupo.
Adesivo Ácido fosfórico Ácido fosfórico + NaOCl 10%
Single Bond A 55,35 ±13,03 a (39) A 53,87 ±12,45 a (36)
Prime & Bond 2.1 A 20,77 ±10,70 b (32) B 14,02 ±4,29 c (37)
One Coat Bond* A 54,46 ±10,70 a (35) B 39,66 ±6,79 b (43)
- Médias seguidas de letras minúsculas comparam na coluna e antecedidas de letras maiúsculas comparam na linha (p<0,05). * No protocolo adesivo desse sistema adesivo foi utilizado ácido fosfórico a 15%. - Entre parênteses os números de corpos-de-prova utilizados no ensaio de microtração.
69
55,35
20,77
54,4653,87
14,02
39,66
0
10
20
30
40
50
60
SB PB OCB
MP
a Ác. Fosf.Ác. Fosf./NaOCl
Figura 8 – Gráfico comparativo entre tratamentos e sistemas adesivos
A análise estatística mostrou que o tratamento com hipoclorito de sódio
reduziu significativamente os valores de resistência à microtração quando se
utilizaram os adesivos Prime & Bond 2.1 e One Coat Bond. Quando o sistema
adesivo Single Bond foi utilizado, os valores de resistência à microtração foram
ligeiramente menores, porém essa diferença não foi significativa (Tabela 1).
Em relação aos adesivos, quando utilizado o protocolo preconizado pelo
fabricante, os adesivos Single Bond e One Coat Bond mostraram-se
estatisticamente iguais e o adesivo Prime & Bond 2.1 foi significativamente inferior
aos dois primeiros.
Quando se procedeu ao tratamento adicional com hipoclorito de sódio o
sistema adesivo Single Bond apresentou os valores de resistência à microtração
mais elevados; o sistema adesivo One Coat Bond apresentou um valor inferior ao
Single Bond e superior ao sistema adesivo Prime & Bond 2.1, sendo os valores para
os três sistemas adesivos diferentes estatisticamente.
5.2 - Avaliação dos Padrões de Fratura
A avaliação do tipo de fratura em microscópio ótico mostrou fraturas
predominantemente adesivas 94,6% (em 210 corpos-de-prova). Somente 5,4% (em
12 corpos-de-prova) das fraturas apresentaram-se do tipo coesivas ou mistas.
70
A avaliação em MEV mostrou que a avaliação do padrão de fratura através da
visualização por microscópio ótico é um método subjetivo, pois, embora, ao
microscópio ótico, as fraturas aparentem ser do tipo adesiva, quando visualizadas ao
microscópio eletrônico de varredura, podem mostrar-se do tipo mistas ou até
coesivas. As imagens realizadas através de microscopia eletrônica de varredura
podem ser vistas a seguir.
Figura 9 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção dentinária do corpo
de prova
71
Figura 10 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção resinosa do corpo
de prova da Figura 9
Figura 11 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 9, fratura mista,
(A – dentina; B – resina)
72
Figura 12 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção resinosa,
(A – fratura coesiva em dentina)
Figura 13 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção da dentina,
(A – fratura coesiva em dentina)
73
Figura 14 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção da dentina
Figura 15 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção resinosa da
Figura 14
74
Figura 16 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 15
(A – tags “arrancados” dos túbulos)
Figura 17 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo E), porção resinosa,
(A – fratura coesiva em resina)
75
Figura 18 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo E), porção de dentina, da
Figura 16 (A – fratura coesiva em resina)
76
6. DISCUSSÃO
77
6. Discussão
6.1 - Considerações Sobre a Metodologia
O estudo que sugeriu condicionar o esmalte dentário com ácido fosfórico para
se obter força adesiva para reter restaurações na estrutura dentária sem a
necessidade de um preparo geométrico impulsionou a odontologia para uma nova
era (BUONOCORE, 1955). Mais tarde, a mesma tentativa foi feita para se aderir
resinas acrílicas à dentina. Esse objetivo só seria alcançado três décadas depois,
quando, além do condicionmaneto ácido, foram utilizados monômeros hidrofílicos e
hidrofóbicos (NAKABAYASHI, KOJIMA e MASUHARA, 1982). Com isso novos
materiais surgiram, com características melhores, entre as quais a durabilidade, a
resistência e a estética.
Até os dias atuais, a adesão ao tecido dentinário é amplamente pesquisada
na tentativa de se alcançar uma forma de adesão à dentina tão eficiente e estável
quanto aquela conseguida no esmalte dentário. Os estudos empregam vários testes
para avaliar a adesão, dos quais se podem citar os testes de resistência mecânica,
de microinfiltração e de avaliação micro ou ultra-estrutural. Particularmente, entre os
testes de resistência mecânica, os mais empregados são os de resistência ao
cisalhamento (OSÓRIO et al., 2002; TOLEDANO, et al., 2002; MUNKSGAARD,
2002; CEDERLUND, JONSSON e BLOMLÖF, 2002; SABOIA, RODRIGUES e
PIMENTA, 2000; PERDIGÃO et al., 2000; PRATI, CHERSONI e PHASLEY, 1999;
78
INAI, et al., 1998; VARGAS, COBB e ARMSTRONG, 1997; GWINNETT et al., 1996;
UNO E FINGER, 1995) e resistência à tração (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003; ;
PHRUKKANON et al., 2000; PIOCH et al., 1999; WAKABAYASHI et al., 1994). Em
1994 foi introduzido o teste de microtração, o qual utiliza uma área de superfície
aderida menor que as habituais utilizadas nos testes de tração convencionais (SANO
et al., 1994).
Desde então, os ensaios de microtração têm sido cada vez mais empregados
na avaliação da resistência de união dentina/resina (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003;
PERDIGÃO et al., 2002; ARMASTRONG, BOYER e KELLER, 1998;
PHRUKKANON, BURROW e TYAS, 1998). No presente estudo optou-se pelo teste
de microtração por ser superior em alguns aspectos: a distribuição do estresse sobre
a interface adesiva é mais uniforme durante a aplicação da carga; menor quantidade
de dentes extraídos é necessária para realização dos testes; o teste de microtração
resulta em maior número de fraturas do tipo adesivas; é possível avaliar regiões
diferentes em um mesmo dente (PASHLEY et al., 1999).
Quanto ao armazenamento, os dentes foram colocados em formalina (formol
10%) por 15 dias, tempo que determina a sua desinfecção e esterelização
(DOMINICI et al., 2001; TATE e WHITE, 1991). A formalina foi utilizada por não
influenciar significativamente os estudos de adesão, quando utilizada por um período
inferior a trinta dias (DEWALD, 1997). O armazenamento foi feito em água destilada
sob refrigeração por não provocar alterações significativas em curtos espaços de
tempo (ISO 11405).
A inclusão dos dentes em resina acrílica em tubos conformadores foi
realizada para possibilitar a apreensão do dente num bloco metálico posicionador,
no qual a manipulação durante o desgaste do esmalte oclusal e a simulação de
smear layer foram facilitadas e, de certa forma, padronizadas, uma vez que o dente
permanecia fixo através de um parafuso presente no dispositivo citado. O bloco
posiciondador determinava a quantidade de desgaste e a posição perpedicular do
dente em relação à superfície de desgaste. Assim, foram obtidas superfícies oclusais
planas e perpendiculares ao longo eixo do dente.
A remoção do esmalte oclusal foi realizada através de desgaste com lixas de
granulação mais espessa #180 e a smear layer padronizada com lixas mais finas
#320 (INAI et al., 1998; GWINNET et al., 1996). Segundo Pashley et al. (1999), a
79
superfície dentinária destinada a testes de microtração pode ser uma superfície
fraturada, polida ou cortada por meio de brocas ou discos.
O condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15s foi utilizado por ser
amplamente aceito como tratamento prévio à aplicação do sistema adesivo,
removendo a smear layer, abrindo os túbulos dentinários, expondo fibras colágenas
e aumentando a permeabilidade da dentina, possibilitando, assim, a penetração dos
monômeros hidrofílicos entre os espaços existentes na rede de fibras colágenas e
penetração nos túbulos dentinários. A posterior polimerização desses monômeros
formará a camada híbrida e os tags de resina (NAKABAYASHI, KOJIMA e
MASUHARA, 1982). Em relação aos dois grupos que utilizaram o sistema adesivo
One Coat Bond, foi opção por se utilizar o ácido fosfórico a 15%, uma vez que isso é
recomendado pelo fabricante. Embora utilizar um ácido de concentração diferente
signifique a introdução de mais uma variável, no estudo, acredita-se que, em razão
da maior viscosidade do adesivo One Coat Bond, este seja capaz de se difundir
menos sobre a superfície dentinária desmineralizada; por isso, a utilização de um
ácido mais fraco e com conseqüente menor profundidade de desmineralização
corrobora para que o adesivo preencha toda a camada desmineralizada. Segundo o
fabricante a utilização de um ácido mais fraco se deve a presença de ácidos no
produto que também promovem um pequeno grau de desmineralização.
O hipoclorito de sódio é um agente desproteinizante não específico, utilizado
há bastante tempo na odontologia nos procedimentos endodônticos e, mais
recentemente, como auxiliar na remoção química de cárie dentinária (MARSHALL et
al., 2001). Assim, o NaOCl possui a capacidade de remover o colágeno exposto pelo
condicionamento ácido, como demonstram alguns estudos de MEV (BRESCHI et al.,
2003; PIOCH et al., 1999; PERDIGÃO et al., 1999; INAI et al., 1998; VARGAS,
COBB e ARMSTRONG, 1997; GWINNETT et al., 1996). Marshall et al. (2001)
relatam que as alterações causadas pelo tratamento da dentina com hipoclorito não
ultrapassam 900nm e ocorrem nos primeiros 5min de exposição à solução, não
ocorrendo maiores alterações em profundidade mesmo após 30min de exposição.
Dessa forma, entende-se, teoricamente, que sua ação é limitada pela barreira de
tecido mineralizado.
O hipoclorito foi utilizado em concentrações de 1,5% (PRATI et al., 1999) 5%,
10% (SABOIA, RODRIGUES e PIMENTA, 2000; PIOCH et al., 1999; VARGAS,
COBB e ARMSTRONG, 1997; WAKABAYASHI et al., 1994) e até 13% (INAI et al.,
80
1998) em intervalos de tempos variáveis. No presente trabalho optamos por utilizar a
concentração de 10% por 60s, pois Takana e Nakai et al., (1993), relataram que o
tratamento com NaOCl eleva os valores de resistência adesiva proporcionalmente
ao aumento da concentração do hipoclorito utilizado, até se alcançar um platô
(máximo) com a concentração de 10%.
No caso dos grupos em que foi realizado o tratamento com hipoclorito de
sódio, optou-se por não manter a umidade, secando a superfície com jatos de ar.
Teoricamente, com a remoção das fibras colágenas, não existe mais a necessidade
de se manter uma quantidade ótima de umidade, por não ser necessário impedir o
colapso das fibras colágenas uma vez que foram removidas pelo hipoclorito de
sódio. Assim, a adesão dar-se-ia apenas por embricamento mecânico do adesivo
com as irregularidades (porção inorgânica da dentina) criadas na dentina pelo
condicionamento ácido e pelo tratamento com hipoclorito. Acredita-se que a
utilização de uma técnica adesiva em dentina seca, ou seja, que não precisa de uma
quantidade ótima de água, seria mais fácil de ser executada clinicamente.
Em relação à questão da profundidade da dentina, optou-se neste estudo por
utilizar a dentina de profundidade média por ser cientificamente comprovado que
existem diferenças significativas na resistência adesiva entre dentina rasa e
profunda (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003; TOLEDANO et al., 2002; OSÓRIO et al.,
2002; YOSHIYAMA et al., 1995; PASHLEY et al., 1993).
A velocidade de carregamento utilizada para o teste de microtração, neste
estudo foi de 0,5 mm/min, por estar dentro dos parâmetros especificados pela ISO
TR11405 (0,75 mm/min ±0,30 mm/min) e por a velocidade de carregamento não
influenciar significativamente os valores de resistência adesiva (MASOTTI, 2002).
A escolha dos adesivos utilizados neste trabalho deve-se às suas diferentes
composições, principalmente no que se refere ao solvente contido em cada um.
Segundo os respectivos fabricantes, o adesivo dentinário Single Bond está diluído
em água e etanol; já o Prime & Bond 2.1 possui acetona como solvente e o One
Coat Bond não contém nenhum tipo de solvente em sua composição. Utilizando-se
esses três adesivos conseguiu-se testar o desempenho de cada um frente aos dois
diferentes tratamentos empregados, no estudo.
81
6.2 - Considerações Sobre os Resultados
O objetivo deste trabalho foi avaliar se a remoção do colágeno com hipoclorito
de sódio pode alterar os valores de resistência à microtração. Gwinnet et al. (1996)
realizaram um estudo no qual avaliaram a contribuição do colágeno para a
resistência adesiva, concluindo que a presença do colágeno pode não ser
importante para a resistência adesiva. No presente estudo, a remoção do colágeno
com hipoclorito de sódio reduziu significativamente os valores de resistência adesiva
para os adesivos One Coat Bond e Prime & Bond 2.1, não influenciando os valores
de resistência do adesivo Single Bond. Assim, esse estudo contraria parte da teoria
de Gwinnett, uma vez que a presença de fibras colágenas pode influenciar ou não a
resistência adesiva, dependendo do sistema adesivo utilizado.
No presente estudo, os valores da resistência adesiva à microtração foram
significativamente reduzidos para o sistema adesivo Prime & Bond 2.1 quando se
realizou o tratamento com NaOCl. Essa redução na resistência também pode ser
vista em outros estudos (ÚCEDA-GOMEZ et al., 2003; CEDERLUND, JONSSON e
BLOMLÖF, 2002; OSÓRIO, et al.,2002; PERDIGÃO et al., 2000; KANCA III e
SANDRIK, 1998). Kanca III e Sandrik (1998) atribuíram a redução à ação da
acetona, que é mais eficiente em meio úmido do que em meio seco. Como, no
presente estudo, a superfície tratada com NaOCl foi secada com jatos de ar, a
redução seria justificável pela acetona não fornecer altos valores de resistência
adesiva em meio seco. Ainda, pode-se especular a hipótese de que, em razão da
alta volatilidade da acetona, uma camada muito delgada de adesivo tenha se
formado, dificultando, assim, a adesão da resina a essa camada. Em contrapartida,
estudos que utilizaram sistemas adesivos contendo acetona (SABOIA, RODRIGUES
e PIMENTA, 2000; PIOCH et al., 1999; INAI et al,. 1998; VARGAS, COBB e
ARMSTRONG, 1997) em dentina úmida após a desproteinização, obtiveram valores
de resistência adesiva significativamente mais elevados. Assim, parecendo que,
para sistemas adesivos contendo acetona, a manutenção ou a remoção das fibras
colágenas tem menor influência nos valores de resistência de união do que o grau
de umidade no momento da aplicação do adesivo.
Igualmente ao sistema adesivo Prime & Bond 2.1, os valores de resistência à
microtração do sistema adesivo One Coat Bond foram reduzidos significativamente
82
quando utilizado o tratamento com NaOCl. Os dados deste estudo estão de acordo
com os do estudo de Souza et al. (2004), que relataram menores valores para o
adesivo One Coat Bond quando realizado o tratamento com NaOCl, ainda que a
diferença não tenha sido significativa. Contrariamente encontra-se o estudo de
Phrukkanon et al. (2000), que encontraram valores significativamente maiores para o
mesmo adesivo ao utilizarem o tratamento com NaOCl a 12,5% pelo mesmo tempo
do presente estudo. Para o One Coat Bond, que é livre de solvente (AW et al.,
2004), uma possível explicação para a redução nos valores de resistência à
microtração pode estar na utilização de um ácido fosfórico mais fraco, ou seja, a
15%. Dessa forma, como o hipoclorito de sódio remove a camada de colágeno e,
teoricamente, a adesão se dá apenas em tecido mineral (UNO E FINGER, 1995),
essa camada mineral impregnada por adesivo é pouco profunda, reduzindo, assim,
os valores de resistência à tração.
Em relação ao adesivo Single Bond, no qual o tratamento ou não com NaOCl
não provocou alterações nos valores de resistência à microtração, acredita-se que
em razão desse sistema adesivo possuir água e etanol como solvente, a sua
sensibilidade frente à presença ou não de umidade seja menor se comparada à dos
outros dois sistemas adesivos utilizados no presente estudo. Apenas o estudo de
Munksgaard (2002) que utilizou o sistema adesivo Single Bond em dentina
desproteinizada e seca, encontrou resultados semelhantes aos do presente estudo.
No estudo deste autor o sistema adesivo Single Bond mostrou redução nos valores
de resistência adesiva porém não significativos. Outros estudos (OSÓRIO et al.,
2002; PERDIGÃO et al., 2000; PRATI et al., 1999; INAI et al., 1998) encontraram
redução significativa nos valores de resistência adesiva para o sistema Single Bond
após o tratamento da dentina com NaOCl, ainda que todos tenham aplicado o
adesivo sobre dentina úmida. Atribuiram-se os achados do presente estudo, ou seja,
a não-alteração dos valores de resistência adesiva, à aplicação do adesivo Single
Bond sobre dentina seca à semelhança dos resultados encontrados por Munksgaard
(2002).
Embora vários estudos já tenham sido realizados para avaliar a contribuição
da camada híbrida na resistência adesiva, não existe ainda um consenso na
literatura. Segundo Perdigão et al. (2000), dependendo da metodologia e dos
sistemas adesivos empregados em cada estudo, os valores de resistência adesiva
podem aumentar ou diminuir. Isso pode ser comprovado pela grande divergência
83
encontrada nos resultados dos estudos que avaliam os efeitos do tratamento com
NaOCl. Portanto, seu uso como rotina clínica é desaconselhável.
Os trabalhos científicos que abordam a questão da infiltração marginal em
restaurações adesivas diretas quando o colágeno é removido ou não, igualmente à
questão da resistência adesiva, não chegam a um consenso comum. Montes et al.
(2003), Saboia, Rodrigues e Pimenta (2002), e Pioch et al. (1999), em estudos in
vitro sobre microinfiltração marginal de restaurações adesivas que trataram a dentina
para remover o colágeno, relatam redução da microinfiltração ao utilizarem os
adesivos Prime & Bond 2.1, Syntac Classic e Gluma. Contrariamente, outros
trabalhos (TOLEDANO et al., 2000; FRANKENBERGER et al., 2000; UNO e
FINGER 1995) mostram que o tratamento da dentina com hipoclorito de sódio
previamente à aplicação do agente adesivo, aumenta os índices de infiltração
marginal. Em recentes estudos in vivo, Saboia et al. (2004) e Ferrari et al. (2000)
relatam que o NaOCl não influenciou os níveis de microinfiltração.
Em relação ao tipo de fratura (94,6% de fraturas adesivas, 5,4% de fraturas
coesivas) ocorrido e ao respectivo método de avaliação, acredita-se que, embora a
visualização em microscópio ótico não consiga precisar exatamente o tipo de fratura,
esse método de avaliação consegue determinar se a fratura ocorreu na região da
interface adesiva, totalmente em resina, totalmente em dentina e, em alguns, se
envolveu ambos os componentes. Assim, é possível realizar, ainda que
subjetivamente, uma avaliação dos tipos de fraturas obtidos no estudo com um
método de relativa facilidade e pouco dispendioso financeiramente. Reconhece-se
que a avaliação do tipo de fratura através da microscopia eletrônica de varredura
possui maior precisão para esse fim. Idealmente, a microscopia eletrônica de
varredura deveria ser utilizada para todos os corpos-de-prova, visando a uma maior
precisão na avaliação do tipo de fratura.
Com os resultados obtidos no presente estudo, ressalta-se que a presença
do colágeno tem importante papel na união entre dentina e resina, considerando-se
os sistemas adesivos utilizados. Nesse momento, cabe o comentário feito por Pioch
et al. (2001) de que os primers, ou sistemas adesivos, poderiam ser otimizados
(desenvolvidos) para essa técnica, na qual o colágeno é removido. Ainda se
acrescentaria que uma nova técnica, como a da desproteinização, a qual envolveria
mais um passo clínico e, portanto, maior dificuldade para execução, só deveria ser
empregada se realmente trouxesse algum benefício (aumento da resistência
84
adesiva, redução da microinfiltração marginal, redução da sensibilidade da técnica
adesiva, maior estabilidade para a interface adesiva).
Portanto, a utilização clínica do tratamento da dentina com hipoclorito de
sódio, depende de mais estudos, sobretudo de biocompatibilidade e de natureza
clínica, para que uma avaliação mais fidedigna dos pontenciais benefícios dessa
técnica possam ser esclarecidos.
85
7. CONCLUSÕES
86
7. Conclusões
1. A remoção do colágeno através do tratamento da dentina com hipoclorito
de sódio reduziu significativamente os valores de resistência adesiva à microtração
entre dentina e resina para os adesivos Prime & Bond 2.1, One Coat Bond. A
redução dos valores para o adesivo Single Bond não foi significativa. Assim, para
esses adesivos, o colágeno e, conseqüentemente, a formação da camada híbrida
têm um importante papel na obtenção de altos valores de resistência adesiva.
2. Ao microscópio ótico o padrão de fratura foi predominantemente adesivo,
visto que menos de 6% dos espécimes apresentaram fraturas do tipo coesivas.
3. A observação através de microscopia eletrônica de varredura mostrou que
nem sempre existe uma coincidência entre os padrões de fratura observados em
microscopia ótica e microscopia eletrônica de varredura.
87
8. REFERÊNCIAS
88
8. Referências
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96
ANEXOS
Anexo A
Informações sobre os corpos-de prova.
GRUPO Nº DENTE Nº CP L1 L2 ÁREA RESISTÊNCIA EM NEWTONS
RESISTÊNCIA EM Mpa
TIPO DE FRATURA
CP PARA MEV
A 5 1 1,1 0,9 0,99 37,97 38,35 A
A 5 2 0,9 0,9 0,81 35,72 44,10 A MEV
A 5 3 0,8 1,1 0,88 54,67 62,13 A
A 5 4 0,8 1,1 0,88 35,62 40,48 C dentina
A 5 5 0,9 0,9 0,81 35,45 43,77 A
A 5 6 0,8 0,9 0,72 34,48 47,89 A
A 5 7 1 0,9 0,9 34,50 38,33 A
A 5 8 1 0,8 0,8 62,09 77,61 A
A 5 9 0,8 0,9 0,72 33,65 46,74 A
A 5 10 0,8 0,9 0,72 54,65 75,90 A
A 5 11 0,9 0,8 0,72 41,29 57,35 A
A 9 1 0,9 0,9 0,81 53,13 65,59 A
A 9 2 0,8 0,9 0,72 51,01 70,85 A
A 9 3 0,9 0,9 0,81 63,51 78,41 A
A 9 4 0,8 0,9 0,72 40,80 56,67 A
A 9 5 0,9 0,9 0,81 40,04 49,43 A
A 9 6 0,9 0,9 0,81 45,29 55,91 A
A 9 7 1 0,9 0,9 39,65 44,06 A
A 9 8 0,9 0,8 0,72 49,92 69,33 A
A 9 9 0,8 0,9 0,72 54,96 76,33 A MEV
A 18 1 0,9 0,9 0,81 31,67 39,10 A
A 18 2 0,9 0,9 0,81 43,07 53,17 A
A 18 3 1 0,9 0,9 50,57 56,19 C dentina
A 18 4 0,9 1 0,9 35,75 39,72 A
A 18 5 0,9 0,9 0,81 49,84 61,53 A
A 18 6 0,8 0,9 0,72 35,14 48,81 A
A 18 7 0,8 1 0,8 59,50 74,38 A
A 18 8 0,9 0,9 0,81 46,39 57,27 A
A 18 9 0,9 0,8 0,72 53,47 74,26 A MEV
A 18 10 0,9 0,9 0,81 50,59 62,46 A
A 18 11 1 0,9 0,9 59,29 65,88 A
A 18 12 0,9 0,8 0,72 26,93 37,40 C dentina
A 18 13 0,9 0,9 0,81 51,89 64,06 A
A 18 14 0,9 0,9 0,81 42,29 52,21 A
A 18 15 0,8 0,9 0,72 34,30 47,64 A
A 18 16 0,8 0,9 0,72 41,58 57,75 C dentina
A 18 17 0,8 0,9 0,72 28,76 39,94 A
A 18 18 0,8 0,9 0,72 25,03 34,76 A
A 18 19 0,8 0,8 0,64 33,96 53,06 A
97
B 6 1 0,9 0,8 0,72 29,42 40,86 A
B 6 2 0,8 0,9 0,72 32,72 45,44 A
B 6 3 0,9 0,9 0,81 33,28 41,09 A
B 6 4 0,9 0,8 0,72 53,57 74,40 A
B 6 5 0,9 1 0,9 41,75 46,39 A
B 6 6 0,8 0,9 0,72 22,49 31,24 A MEV
B 6 7 0,8 0,9 0,72 35,45 49,24 A
B 6 8 0,8 0,9 0,72 39,26 54,53 A
B 6 9 0,8 0,9 0,72 34,33 47,68 A
B 19 1 0,9 0,9 0,81 56,82 70,15 A
B 19 2 0,9 0,9 0,81 40,90 50,49 A
B 19 3 0,8 0,9 0,72 39,73 55,18 A
B 19 4 0,8 0,9 0,72 44,39 61,65 A
B 19 5 0,8 1 0,8 39,12 48,90 A
B 19 6 0,8 0,8 0,64 36,06 56,34 M
B 19 7 0,8 0,9 0,72 45,22 62,81 A
B 19 8 0,8 1 0,8 46,17 57,71 A
B 19 9 1 0,9 0,9 44,49 49,43 A
B 19 10 1 0,8 0,8 26,20 32,75 M
B 19 11 0,8 0,9 0,72 35,40 49,17 A
B 19 12 1 0,8 0,8 35,43 44,29 A MEV
B 19 13 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA
B 19 14 0,8 0,9 0,72 39,43 54,76 A
B 19 15 0,8 0,8 0,64 46,81 73,14 C resina
B 19 16 1 0,9 0,9 50,50 56,11 A
B 20 1 1,1 0,9 0,99 73,82 74,57 A MEV
B 20 2 1,1 0,9 0,99 38,29 38,68 C resina
B 20 3 0,8 0,8 0,64 29,93 46,77 A
B 20 4 1 0,8 0,8 58,92 73,65 A
B 20 5 0,8 0,9 0,72 55,23 76,71 A
B 20 6 0,9 0,9 0,81 29,35 36,23 A
B 20 7 0,9 0,8 0,72 39,02 54,19 A
B 20 8 0,9 1,1 0,99 54,62 55,17 A
B 20 9 0,9 0,9 0,81 43,51 53,72 A
B 20 10 0,9 1 0,9 58,14 64,60 A
B 20 11 0,8 1 0,8 31,96 39,95 C dentina
B 20 12 0,8 1 0,8 57,16 71,45 A
C 8 1 0,9 1,1 0,99 13,80 13,94 A
C 8 2 1,1 1 1,1 17,70 16,09 A
C 8 3 0,8 0,9 0,72 9,00 12,50 A
C 8 4 1,1 1,1 1,21 10,20 8,43 A
C 8 5 1 1 1 6,90 6,90 A
C 8 6 1 1,1 1,1 20,00 18,18 A
C 8 7 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA
C 8 8 0,9 0,9 0,81 22,70 28,02 A
C 8 9 1 0,9 0,9 4,00 4,44 A
C 8 10 0,9 1,1 0,99 18,50 18,69 A MEV
C 8 11 1 0,9 0,9 12,40 13,78 A
98
C 11 1 0,9 0,8 0,72 20,21 28,07 A
C 11 2 0,9 0,8 0,72 11,92 16,56 A
C 11 3 0,9 1 0,9 19,58 21,76 A
C 11 4 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA
C 11 5 0,9 0,9 0,81 19,16 23,65 A MEV
C 11 6 0,9 1 0,9 16,77 18,63 A
C 11 7 0,9 0,9 0,81 43,00 53,09 A
C 11 8 0,9 0,8 0,72 30,30 42,08 A
C 11 9 0,8 0,9 0,72 30,01 41,68
C 21 1 0,9 0,8 0,72 19,38 26,92 A
C 21 2 1 0,9 0,9 11,47 12,74 A
C 21 3 0,9 0,8 0,72 13,43 18,65 A MEV
C 21 4 0,9 0,9 0,81 10,56 13,04 A
C 21 5 0,9 0,9 0,81 11,14 13,75 A
C 21 6 0,9 0,8 0,72 24,51 34,04 A
C 21 7 0,9 0,9 0,81 15,95 19,69 A
C 21 8 0,9 0,9 0,81 14,48 17,88 A
C 21 9 0,9 0,9 0,81 21,50 26,54 A
C 21 10 1 0,9 0,9 21,00 23,33 A
C 21 11 0,9 0,9 0,81 22,80 28,15 A
C 21 12 0,9 0,8 0,72 14,80 20,56 A
C 21 13 0,9 0,9 0,81 9,60 11,85 A
C 21 14 0,9 0,9 0,81 8,92 11,01 A
D 1 1 1 0,9 0,9 11,70 13,00 A
D 1 2 1,1 0,9 0,99 17,60 17,78 A
D 1 3 0,9 0,9 0,81 8,90 10,99 A
D 1 4 1,1 1,2 1,32 13,90 10,53 A
D 1 5 0,9 1,1 0,99 14,40 14,55 A
D 1 6 1,2 1,1 1,32 23,61 17,89 A
D 1 7 0,8 1,1 0,88 15,09 17,15 A
D 1 8 0,9 1 0,9 8,79 9,77 A
D 1 9 0,9 0,9 0,81 8,40 10,37 A
D 1 10 0,9 1 0,9 12,74 14,16 A
D 1 11 1,2 1 1,2 15,31 12,76 A MEV
D 1 12 0,9 0,9 0,81 7,32 9,04 A
D 1 13 0,8 1,1 0,88 19,25 21,88 A
D 1 14 0,8 0,8 0,64 11,86 18,53 A
D 1 15 1 0,9 0,9 11,34 12,60 A
D 1 16 0,9 0,8 0,72 7,57 10,51 A
D 12 1 0,9 0,9 0,81 11,20 13,83 A
D 12 2 1 1 1 18,30 18,30 A
D 12 3 1 0,9 0,9 16,60 18,44 A
D 12 4 1 1 1 16,90 16,90 A
D 12 5 1 0,8 0,8 8,60 10,75 A
D 12 6 1,2 0,9 1,08 23,60 21,85 A
D 12 7 1,3 0,9 1,17 27,10 23,16 A
D 12 8 1 0,8 0,8 15,70 19,63 A
99
D 12 9 1 1,1 1,1 10,30 9,36 A
D 12 10 1,1 0,8 0,88 14,80 16,82 A
D 12 11 1 1 1 7,80 7,80 A
D 12 12 0,9 0,9 0,81 15,60 19,26 A
D 13 1 0,9 0,9 0,81 6,83 8,43 A MEV
D 13 2 1 0,9 0,9 7,53 8,37 A
D 13 3 0,9 0,9 0,81 7,21 8,90 A
D 13 4 0,9 0,9 0,81 10,75 13,27 A
D 13 5 0,9 1 0,9 9,60 10,67 A
D 13 6 1 0,8 0,8 8,72 10,90 A
D 13 7 0,9 0,9 0,81 9,32 11,51 A
D 13 8 1 0,9 0,9 13,63 15,14 A
D 13 9 0,8 0,9 0,72 10,01 13,90 A
E 15 1 1 1,1 1,1 65,59 59,63 A
E 15 2 0,8 0,9 0,72 32,77 45,51 A
E 15 3 0,8 1,1 0,88 21,02 23,89 A
E 15 4 0,9 0,9 0,81 24,51 30,26 A
E 15 5 0,8 0,9 0,72 39,48 54,83 A
E 15 6 0,8 0,9 0,72 30,69 42,63 A
E 15 7 0,9 0,9 0,81 29,05 35,86 A MEV
E 15 8 0,8 0,8 0,64 42,05 65,70 A
E 15 9 0,9 1 0,9 72,60 80,67 A
E 15 10 0,9 0,9 0,81 66,15 81,67 A
E 15 11 1 0,9 0,9 50,20 55,78 A
E 16 1 0,9 1 0,9 43,95 48,83 A
E 16 2 0,9 1 0,9 45,35 50,39 A
E 16 3 0,9 1,1 0,99 42,02 42,44 A
E 16 4 1,1 0,8 0,88 55,65 63,24 A
E 16 5 1 1,1 1,1 68,84 62,58 A
E 16 6 0,9 1 0,9 26,78 29,76 A
E 16 7 0,9 0,9 0,81 46,81 57,79 A
E 16 8 0,8 1,1 0,88 29,27 33,26 A
E 16 9 0,9 0,8 0,72 34,67 48,15 A
E 16 10 0,9 0,9 0,81 65,68 81,09 C resina
E 16 11 0,8 0,9 0,72 41,14 57,14 A
E 16 12 0,9 0,9 0,81 49,67 61,32 A
E 16 13 0,8 0,9 0,72 17,14 23,81 C dentina
E 16 14 0,9 1,1 0,99 72,94 73,68 A
E 16 15 0,8 1 0,8 37,28 46,60 A
E 16 16 0,8 1,1 0,88 71,69 81,47 A MEV
E 17 1 0,9 1,1 0,99 23,02 23,25 A
E 17 2 0,9 0,9 0,81 43,32 53,48 A
E 17 3 0,9 1,1 0,99 73,50 74,24 A
E 17 4 1 0,9 0,9 67,78 75,31 A
E 17 5 0,9 1 0,9 24,32 27,02 A
E 17 6 0,8 1,1 0,88 62,17 70,65 A
E 17 7 0,9 1,1 0,99 66,49 67,16 A
100
E 17 8 0,9 1,1 0,99 76,11 76,88 A MEV
F 4 1 0,8 0,9 0,72 23,14 32,14 A
F 4 2 0,9 0,9 0,81 32,28 39,85 A
F 4 3 0,9 0,9 0,81 25,46 31,43 A
F 4 4 0,9 0,8 0,72 35,60 49,44 A
F 4 5 0,8 0,9 0,72 34,40 47,78 A
F 4 6 0,9 0,9 0,81 32,11 39,64 A
F 4 7 0,8 0,9 0,72 34,87 48,43 A
F 4 8 0,8 1 0,8 26,17 32,71 A
F 4 9 0,8 0,9 0,72 21,04 29,22 A
F 4 10 0,8 0,9 0,72 23,15 32,15 A MEV
F 4 11 0,9 0,8 0,72 19,58 27,19 A
F 4 12 0,9 0,9 0,81 27,47 33,91 A
F 4 13 0,9 1 0,9 32,89 36,54 A
F 4 14 0,9 1 0,9 36,48 40,53 A
F 4 15 1 0,9 0,9 33,33 37,03 A
F 7 1 0,9 1 0,9 43,76 48,62 A
F 7 2 0,8 0,9 0,72 23,45 32,57 A
F 7 3 0,8 0,9 0,72 29,45 40,90 A
F 7 4 0,9 0,8 0,72 32,25 44,79 A
F 7 5 1 0,9 0,9 40,48 44,98 A
F 7 6 0,9 1 0,9 30,74 34,16 A
F 7 7 0,9 0,9 0,81 29,57 36,51 A MEV
F 7 8 0,8 0,9 0,72 23,02 31,97 A
F 7 9 0,8 0,9 0,72 31,81 44,18 A
F 7 10 0,9 0,8 0,72 24,12 33,50 A
F 7 11 0,8 0,8 0,64 26,77 41,83 A
F 10 1 0,8 0,9 0,72 30,98 43,03 A
F 10 2 0,8 0,8 0,64 29,42 45,97 A
F 10 3 0,8 0,9 0,72 35,41 49,18 A
F 10 4 0,8 1 0,8 39,85 49,81 A MEV
F 10 5 0,9 0,9 0,81 30,64 37,83 A
F 10 6 0,9 1 0,9 44,12 49,02 A
F 10 7 0,9 0,9 0,81 40,75 50,31 A
F 10 8 0,9 0,8 0,72 28,40 39,44 A
F 10 9 0,9 0,9 0,81 29,81 36,80 A
F 10 10 0,8 0,8 0,64 20,70 32,34 A
F 10 11 0,8 0,9 0,72 32,40 45,00 A
F 10 12 0,8 0,9 0,72 32,42 45,03 A
F 10 13 0,8 1,1 0,88 34,09 38,74 A
F 10 14 0,9 0,9 0,81 26,98 33,31 A
F 10 15 0,9 0,8 0,72 32,84 45,61 A
F 10 16 0,9 1,1 0,99 43,80 44,24 A
F 10 17 0,8 1,1 0,88 24,51 27,85 M
101
Anexo B
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
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