estudo da resistÊncia de uniÃo entre dentina e …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf ·...

104
1 CRISTIANO MAGAGNIN ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E RESINA UTILIZANDO A TÉCNICA DE HIBRIDIZAÇÃO E DE DESPROTEINIZAÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Odontologia da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Dentística. Orientadora: Prof. Dra. Simone Beatriz Alberton da Silva Canoas, 2005

Upload: duongmien

Post on 09-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

1

CRISTIANO MAGAGNIN

ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E RESINA

UTILIZANDO A TÉCNICA DE HIBRIDIZAÇÃO E DE

DESPROTEINIZAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Odontologia da Universidade

Luterana do Brasil, como requisito parcial à obtenção

do grau de Mestre em Dentística.

Orientadora:

Prof. Dra. Simone Beatriz Alberton da Silva

Canoas, 2005

Page 2: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

2

A utopia está no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos.

Caminho dez passos e o horizonte se distancia dez passos mais além. Para que

serve a utopia? Serve para isso: para caminhar.

Eduardo Galeano

Page 4: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

3

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Ancilino e Geni pelo amor, carinho e pela abdicação de alguns de

seus sonhos para que eu hoje possa estar realizando um meu. Meu sincero

obrigado.

A minha noiva Nedi, pelo amor, carinho, pelo apoio, paciência e por ter sido a

companheira de sempre durante essa jornada.

Ao Prof. Cezar Augusto Garbin por sempre estar disponível para orientações,

discussões, pelas oportunidades, amizade e por ter contribuído para a realização

desse sonho.

Page 5: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

4

AGRADECIMENTO ESPECIAL

A minha oritentadora Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva pela forma sempre

atenciosa na orientação do trabalho, pela transmissão de serenidade nos momentos

difícies e por ter ajudado de forma inestimável na construção do trabalho.

Page 6: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Adair Luis Stefanello Busato pela amizade, orientação e exemplo do que

significa ser mestre.

Ao Prof. Dr. Alcebíades Nunes Barbosa pela amizade e colaboração em minha

formação.

Ao colega Prof. Ms. Alexandre Severo Masotti por sua contribuição inestimável na

execução desse trabalho.

Aos meus irmãos Fabio e Fernanda que por vezes também abdicaram de

algo para que eu pudesse realizar esse sonho.

Ao meu colega e amigo Téo Mário da Rosa pela ajuda na execução do

presente trabalho.

Ao Leandro do laboratório de Mecânica, pela disponibilidade com que cedeu

o laboratório de mecânica para execução do trabalho.

Ao Laboratório de Microscopia Eletrônica da ULBRA, através do Profa. Ester,

pelo seu apoio na realização deste trabalho.

Aos meus colegas de curso Audrey, Graciela, Guilherme, Luiz Felipe, Rafael,

Valter, Virgínia pela amizade e companheirismo ao longo do mestrado.

A Priscila e Fernanda pelo apoio, pelos favores e amizade.

A Lílian Rigo pela amizade e apoio.

Page 7: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

6

Aos meus colegas das longas viagens Mateus, Flávia e Nelson pela amizade,

convivência e compreensão.

Ao meu colega e amigo Christin Schuh, não só pela amizade, mas pelos

momentos de discussão sempre importantes na construção de um trabalho.

Aos Professores José Roberto Vanni e Volmir Fornari, pela contribuição neste

trabalho.

A Dona Zeli pela acolhida durante o decurso do mestrado.

A Universidade de Passo Fundo pela minha formação acadêmica e

disponibilidade de suas dependências para realização do trabalho.

A Universidade Luterana do Brasil, por possibilitar esse curso de Pós-Graduação.

Aos que agora não me lembro, mas que de alguma forma e em algum momento

participaram da construção desse trabalho e sem os quais essa realização não seria

possível, meu sincero obrigado.

Page 8: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

7

SUMÁRIO

Resumo............................................................................................. 08

Abstract ............................................................................................. 09

Lista de figuras.................................................................................. 10

Lista de tabelas e quadros ................................................................ 11

Lista de abreviaturas e siglas............................................................ 12

1. Introdução ..................................................................................... 14

2. Revisão da literatura ..................................................................... 18

2.1 – Remoção do colágeno ......................................................... 19

2.2 – Ensaios de microtração........................................................ 46

3. Proposição .................................................................................... 51

4. Materiais e métodos...................................................................... 53

4.1 – Confecção das amostras...................................................... 54

4.2 – Preparo dos corpos-de-prova para microtração................... 62

4.3 – Ensaio de microtração.......................................................... 63

4.4 – Avaliação dos padrões de fratura em MO e MEV ................ 66

5. Resultados .................................................................................... 67

5.1 – Ensaios de microtração........................................................ 68

5.2 – Avaliação dos padrões de fratura......................................... 69

6. Discussão...................................................................................... 76

6.1 – Considerações sobre a metodologia .................................... 77

6.2 – Considerações sobre os resultados ..................................... 81

7. Conclusões ................................................................................... 85

8. Referências ................................................................................... 87

Anexos .............................................................................................. 96

Page 9: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

8

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da desproteinização, remoção

do colágeno através do tratamento da dentina com NaOCl, na resistência adesiva à

microtração de três sistemas adesivos monocomponentes. Para isso foram utilizados

terceiros molares humanos, que tiveram as superfícies oclusais planificadas e

padronizadas por lixas #320. Dezoito dentes foram distribuídos em seis grupos da

seguinte forma: nos grupos A (Single Bond), C (Prime & Bond 2.1) e E (One Coat

Bond), a dentina foi condicionada com ácido fosfórico por 15s, lavada pelo mesmo

tempo e o sistema adesivo foi aplicado; nos grupos B (Single Bond/NaOCl), D (Prime

& Bond 2.1/NaOCl) e F (One Coat Bond/NaOCl), a dentina foi condicionada com

ácido fosfórico por 15s, lavada pelo mesmo tempo, secada, tratada com NaOCl a

10% por 60s, lavada por 30s, secada com jatos de ar e o sistema adesivo foi

aplicado. Blocos de resina foram confeccionados sobre a superfície, com 6 mm de

altura. Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de-

prova com dimensões de 0,8 x 0,8 mm. Esses foram fixados por meio de um

dispositivo a máquina de ensaios universais e submetidos ao teste de microtração

com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. Após a fratura, os corpos-de-

prova foram observados em microscópio ótico e microscópio eletrônico de varredura

para avaliação do tipo de fratura. Os resultados obtidos foram: A – 55,35 ± 13,03

MPa; B – 53,87 ±12,45 MPa; C – 20,77 ±10,70 MPa; D – 14,02 ±4,29 MPa; E –

54,46 ±18,36; F – 39,66 ±6,79 MPa. A técnica da desproteinização reduziu os

valores de resistência à microtração para todos os sistemas adesivos, sendo

significativa para os adesivos One Coat Bond e Prime & Bond 2.1.

Palavras-chave: dentina, adesivos dentinários, colágeno,

hipoclorito de sódio.

Page 10: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

9

ABSTRACT

The aim of this work was to evaluate the effects of the deproteinization, displacement

of collagen through the dentin treatment with NaOCl, on the microtensile bond

strength of three different one-bottle-adhesive systems. For this purpose, human third

molars were used, which had the occlusal surfaces made flat and standardized by

sandpaper #320. Eighteen teeth were allocated into 6 groups in the following way: in

groups A (Single Bond), C (Prime & Bond 2.1) and E (One Coat Bond), the dentin

was treated with phosphoric acid for 15s, washed for the same length of time and

then the adhesive system was applied; in groups B (Single Bond/NaOCl), D (Prime &

Bond 2.1/NaOCl) and F (One Coat Bond/NaOCl) dentin was treated with phosphoric

acid for 15s, washed for the same length of time, dried, treated with NaOCl 10% for

60s, washed for 30s, dried with air stream and the adhesive system was applied. Six

milimeters high resin “crowns” were made on the surface. This set was cut in the

shape of toothpicks. Doing so, proof bodies were obtained in a 0,8 X 0,8mm size.

Those, were fixed through a device to a universal tests machine and passed through

a microtensile test with a crosshead speed of 0,5 mm/min. After fracture, the proof

bodies were observed with an optical microscope and a scanning electronic

microscope to evaluate the type of fracture. The obtained results were: A – 55.35 ±

13.03 MPa; B – 53.87 ± 12.45 MPa; C – 20.77 ± 10.70 MPa; D – 14.02 ± 4.29 MPa;

E – 54.46 ± 18.36; F – 39.66 ± 6.79 MPa. The deproteinization technique reduced

the resistance values to microtensile for all adhesive systems, being significant for

One Coat Bond and Prime & Bond 2.1 adhesives.

Key-words: dentin, dentin adhesives, colagen, sodium hypochlorite

Page 11: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema para padronização da quantidade de desgaste................... 58

Figura 2 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste..................... 59

Figura 3 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste..................... 59

Figura 4 – Ilustração de um espécime após a planificação da superfície oclusal. 60

Figura 5 – Ilustração de uma amostra após a confecção da coroa ...................... 65

Figura 6 – Ilustração do dispositivo utilizado para a realização............................ 67

Figura 7 – Ilustração do corpo-de-prova fixado com adesivo ............................... 68

Figura 8 – Gráfico comparativo entre tratamentos e sistemas adesivos .............. 72

Figura 9 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção dentinária.......... 73

Figura 10 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção resinosa.......... 74

Figura 11 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 9, fratura mista...... 74

Figura 12 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção resinosa ......... 75

Figura 13 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção da dentina ...... 75

Figura 14 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção da dentina... 76

Figura 15 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção resinosa...... 76

Figura 16 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 15.......................... 77

Figura 17 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo E), porção resinosa.......... 77

Figura 18 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo E), porção de dentina... 78

Page 12: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

11

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Quadro 1 – Materiais utilizados no estudo ........................................................ 61

Quadro 2 – Composição dos materiais previamente citados ............................ 62

Quadro 3 - Materiais utilizados durante o ensaio de microtração ..................... 67

Tabela 1 – Médias, desvios-padrão dos resultados da microtração em MPa... 71

Page 13: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

12

LISTA DE ABREVITUARAS E SIGLAS

Ø – diâmetro

4-META – 4-metacrloiloxietil trimelitato anidrido

AFM – microscopia por força atômica

ANOVA – análise de variância

Bis-EMA – Bisfenol A-polietilenoglicol diete dimetacrilato

Bis-GMA – bisfenol glicidil metacrilato

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CLSM – microscopia laser confocal

EDTA – ácido etileno-diaminotetracético

fator C – fator de configuração cavitária

h – horas

H3PO4 – ácido fosfórico

HEMA – 2-hidroximetil metacrilato

Kgf – quilograma força

MEV – microscopia eletrônica de varredura

mg – miligramas

min – minutos

ml – mililitros

mm – milímetros

mm/min – milímetros por minuto

mm2 – milímetros quadrados

MPa – megapascal

mW/cm2 – miliwatts por centímetro quadrado

N – Newtons

NaOCl – hipoclorito de sódio

ºC – graus centígrados

PENTA – dipenta eritritol penta-acrilato monofosfato

push out – teste de “extrusão”

s – segundos

UDMA – uretano dimetacrilato

Page 14: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

13

ULBRA – Universidade Luterana do Brasil

�m – micrômetro

Page 15: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

14

1. INTRODUÇÃO

Page 16: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

15

1. Introdução

A odontologia tem como principal objetivo prevenir o desenvolvimento de

doença, em especial a doença cárie. No entanto, quando se está frente a uma

seqüela da doença, precisa-se de materiais restauradores capazes de substituir a

estrutura dental perdida. Esse material deve ser capaz de restaurar o dente,

removendo o mínimo possível de estrutura sadia, devolver a resistência ao dente e

ser o mais durável possível.

O material restaurador, preferencialmente, deveria aderir aos tecidos dentais

duros de tal forma a devolver a resistência do dente hígido, se não de todo, pelo

menos parte dessa resistência. Essa adesão deveria ser estável, resistindo aos

desafios mecânicos, térmicos e químicos presentes no meio oral.

Nesse contexto, a odontologia busca desde a descoberta de Buonocore

aperfeiçoar a adesão aos tecidos dentários no intuito de obter mais sucesso em suas

ações restauradoras. O esmalte, depois de condicionado, apresenta uma superfície

irregular, sendo um substrato excepcional para a adesão com resinas fluidas. No

entanto, o sucesso clínico foi limitado à adesão ao esmalte por décadas (EICK et al,

1991). Já a dentina é um substrato de maior complexidade, composta por 50% de

volume mineral, 20% de água, 30% de matriz orgânica (principalmente colágeno do

tipo I), proteínas não colágenas e outros componentes orgânicos em pequena

quantidade, tornando-se, assim, um substrato mais complexo para se conseguir uma

união, quando comparada ao esmalte (MARSHALL Jr. et al., 1997)

Page 17: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

16

Em 1979 Fusayama propôs o condicionamento do esmalte e dentina

simultaneamente no intuito de facilitar os procedimentos adesivos. Utilizando ácido

fosfórico a 40%, os dois substratos foram condicionados por 30s, lavados com água,

secados com ar e, finalmente, o agente adesivo foi aplicado. Nesse estudo uma boa

resistência adesiva foi conseguida para o esmalte, porém foi baixa em dentina. Essa

diferença de resistência hoje é atribuída ao colapso da rede de fibras colágenas pela

secagem com o ar.

Um grande avanço na adesão à dentina foi alcançada quando Nakabayashi,

Kojima, Masuhara, em 1982, aplicaram monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos (4-

META) sobre a dentina após o condicionamento com ácido cítrico a 10% e cloreto

férrico a 3%. Foi observado que os monômeros eram capazes de se infiltrar no

substrato dentinário e, após polimerizados, formar uma área híbrida composta por

fibras colágenas e polímeros, a qual foi denominada de camada híbrida. Foram

alcançados altos valores de resistência adesiva (18MPa) no mesmo estudo.

Vários estudos se seguiram, juntamente com a produção e comercialização

de inúmeros sistemas adesivos por diversos fabricantes. Atualmente, é difícil, se não

impossível, ter conhecimento sobre a ampla gama de sistemas adesivos disponíveis

comercialmente.

Em 1994 Retief, Mandras e Russell mostraram uma correlação positiva entre

resistência ao cisalhamento e microinfiltração, assim, quanto maior a resistência ao

cisalhamento menor a microinfiltração marginal. Ainda sugeriram que uma

resistência adesiva ao cisalhamento de ±21MPa poderia reduzir a microinfiltração a

níveis próximos de zero. Embora esse assunto não tenha um consenso (NEME,

EVANS E MAXSON, 2000), altos valores de resistência adesiva ainda corroborariam

para uma maior resistência do remanescente dental.

Segundo Busato et al. (2004), a odontologia adesiva está permitindo a

confecção de preparos cada vez mais conservadores, ou seja, a obtenção de

maiores valores de resistência adesiva pelos sistemas adesivos atuais permite que

se preserve a estrutura dental ao mesmo tempo em que lhe é devolvida boa parte de

sua resistência de quando estava íntegra.

Entretanto, a adesão apresenta alguns problemas, principalmente no que se

refere à desidratação da dentina, que causa o colapso da rede de fibras colágenas

expostas durante o condicionamento ácido, fato que diminui a permeabilidade do

substrato dentinário e, conseqüentemente, a penetração dos monômeros para a

Page 18: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

17

formação da camada híbrida (NAKABAYASHI e PASHLEY, 2000). Outro problema

está na incompleta infiltração da rede de fibras colágenas, com o que permanece

uma “faixa” de colágeno não impregnado, o qual é suscetível à degradação e ao

conseqüente enfraquecimento da interface adesiva (GWINNETT, 1994). Van

Meerbeeck et al. (2003), discorrem que a técnica adesiva é complexa e mencionam

o risco de erros durante a manipulação e inserção dos sistemas adesivos. Os

mesmos autores relatam que um problema clínico é a perda da resistência adesiva

em períodos relativamente curtos de tempo em função da microinfiltração, a qual é a

maior causa de curta vida útil de restaurações adesivas.

Aproximadamente há uma década, alguns autores questionaram a

contribuição do colágeno para a resistência adesiva das restaurações de compósitos

(WAKABAYASHI, et al. 1994; GWINNETT, 1994; UNO E FINGER, 1995),

postulando que a remoção da rede de fibras colágenas, através do tratamento com

algum agente desproteinizante, não reduziria a força adesiva, dependendo do

sistema adesivo utilizado. Afirmaram também que a infiltração de monômeros na

trama colágena pode não ser essencial para se alcançar uma união entre resina e

dentina aceitável. Wakabayashi et al. (1994), ainda mostraram com seu estudo que

o tratamento com NaOCl antes da aplicação do adesivo pode resultar numa interface

mais durável.

Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho de três

sistemas adesivos disponíveis comercialmente frente ao tratamento convencional da

dentina com ácido fosfórico e ao tratamento da dentina com hipoclorito de sódio

(desproteinização) após o condicionamento ácido. A avaliação dos adesivos será

realizada através de testes de resistência da união dentina/resina à microtração.

Page 19: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

18

2. REVISÃO DA LITERATURA

Page 20: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

19

2. Revisão da Literatura

2.1 - Remoção do Colágeno

Sakae, Mishima, Kozawa (1988) realizaram um estudo para avaliar as

alterações nos cristais de dentina quando submetidos ao tratamento com NaOCl. O

estudo também objetivou obter algumas informações sobre a natureza dos cristais

dentinários por meio de análise termogravimétrica, análise térmica diferenciada,

espectroscopia por absorção de raios infravermelhos e análise da difração de raios

X. Amostras de dentina radicular foram obtidas de incisivos bovinos e pulverizadas.

Parte do pó de dentina obtido (100mg) foi tratado com 300 ml de NaOCl a 10% por

30min, à temperatura ambiente e sofrendo leve vibração. O pó foi, então, filtrado

através de uma membrana de celulose, lavado com água e seco com ar. A análise

termogravimétrica indicou a remoção da matéria orgânica da amostra tratada com

hipoclorito de sódio. A difração de raios X mostrou alterações nos cristais de dentina

e formação de calcita após o tratamento com NaOCl. A espectroscopia por

infravermelho revelou redução dos íons carbonato e dissolução dos íons magnésio.

Os resultados ainda sugeriram que os cristais de dentina tratados com NaOCl são

similares ao cristais do esmalte dentário do ponto de vista cristalográfico.

Gwinnett (1994) realizou um estudo de resistência adesiva ao cisalhamento

dividido em duas partes. A primeira avaliou a resistência adesiva fornecida por três

adesivos dentinários: All Bond 2 (Bisco - Dental), Optibond Dual Cure (Kerr) e

Page 21: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

20

Scotchbond Multipurpose (3MESPE); utilizados com três diferentes tratamentos da

dentina: 10% de ácido maléico (15s), 10% de ácido fosfórico (20s) e 2,5% de ácido

nítrico. Os resultados dessa primeira parte mostraram não haver diferença

significativa nos valores de resistência ao cisalhamento entre os diferentes ácido

utilizados. Na segunda parte do estudo subgrupos, do tratamento com ácido

fosfórico por 20s foram tratados adicionalmente com NaOCl 5% por 120s.

Novamente não houve diferença na resistência ao cisalhamento deste último para o

grupo tratado apenas com ácido fosfórico da primeira parte do estudo. O autor

conclui que a zona de interdifusão da camada de colágeno com o sistema adesivo

pode não contribuir quantitativamente para a resistência adesiva. Postula, ainda, que

a capacidade dos primers dos sistemas adesivos em se difundir na camada de

dentina desmineralizada é crucial na obtenção de altos valores de resistência

adesiva.

Barbosa, Safavi e Spångberg (1994) estudaram os efeitos do hipoclorito de

sódio em altas concentrações na integridade e permeabilidade da dentina humana.

Para isso, submeteram segmentos de dentes anteriores a 24h à imersão em

hipoclorito de sódio a 5%. Posteriormente, avaliaram o peso e a condutância

hidráulica antes e após a imersão em NaOCl. Os resultados mostraram que o

hipoclorito causa uma perda significativa de substância dentária, principalmente de

matéria orgânica (colágeno), e que a permeabilidade também é significativamente

aumentada após o tratamento com hipoclorito de sódio. Concluem que o NaOCl a

5% altera as características de toda a dentina e leva ao aumento da permeabilidade.

Em 1994, Wakabayashi et al. avaliaram um novo método de tratamento da

superfície dentinária para determinar a resistência adesiva entre dentina e resina. O

estudo avaliou a influência da dissolução do colágeno dentinário após o

condicionamento ácido com hipoclorito de sódio a 10% na resistência adesiva,

comparando este método com a técnica convencional. Foram avaliadas a resistência

adesiva inicial e a durabilidade da adesão. Molares humanos tiveram a superfície

oclusal cortada, deixando-se a dentina exposta, a qual foi polida com lixas abrasivas

(#600). Os dentes foram distribuídos em quatro grupos, e as superfícies dentinárias

expostas receberam os seguintes tratamentos: G1 – a dentina foi condicionada com

ácido fosfórico 40%, por 30s, a superfície foi lavada e secada; no G2 – a dentina foi

condicionada por 30s, lavada, secada e recebeu tratamento com hipoclorito de sódio

a 10% por 60s, sendo novamente lavada e secada; no G3 e no G4 os mesmos

Page 22: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

21

procedimentos foram realizados e os tempos de condicionamento ácido foram de 30

e 60s, respectivamente, e o tratamento com hipoclorito de sódio por 60 e 120s,

respectivamente. Em todos os grupos foi aplicado o sistema adesivo Clearfil New

Bond (Kuraray – Dental). Dispositivos metálicos cilíndricos (∅ 4 mm) foram jateados

com óxido de alumínio e cimentados sobre as superfícies dentinárias com Panavia

EX (Kuraray – Dental). No mesmo estudo o autor confeccionou mais três grupos

experimentais, da mesma maneira que o G2, os quais foram submetidos a ciclagem

térmica (4 ºC a 60 ºC) por 2500, 5000 e 10000 ciclos de 1min cada. Os espécimes

foram submetidos ao teste de tração numa máquina de ensaios universais a uma

velocidade de 2 mm/min. O autor avaliou os tratamentos da dentina através de MEV.

Os resultados mostraram que um tratamento com ácido fosfórico por 30s seguido de

um tratamento com NaOCl por 60s forneceu uma alta resistência adesiva (9,7 MPa).

Concluíram também que esse novo método mantém uma alta força adesiva (6,2

MPa) mesmo após a ciclagem térmica (10000 ciclos). O estudo por MEV indicou que

60s de tratamento com NaOCl elimina eficientemente o colágeno exposto pelo

condicionamento ácido. O autor finaliza concluindo que a remoção do colágeno

através da aplicação de NaOCl melhora a resistência adesiva entre dentina e resina.

Uno e Finger (1995) realizaram um estudo para avaliar a função da camada

híbrida como um meio de absorção de estresse para restaurações adesivas. Para

isso, os autores investigaram o efeito da remoção do colágeno na micromorfologia

da interface, na resistência adesiva e na adaptação marginal de restaurações de

resina composta. Foram utilizados molares humanos, os quais foram divididos em

três grupos de cinco dentes cada. O esmalte das regiões proximais ou vestibulares

foi removido e a superfície, padronizada por lixas (#240 a 600). No primeiro grupo

(controle), a dentina foi condicionada com ácido fosfórico gel por 30s, lavada com

água deionizada e suavemente seca com ar. O sistema adesivo Gluma (Bayer –

Dental) foi aplicado e fotopolimerizado. No segundo grupo, o tratamento foi

modificado pela aplicação de NaOCl a 10% por 60s após o condicionamento ácido,

seguido de lavagem, secagem e aplicação do sistema adesivo. No terceiro grupo,

em vez de ácido fosfórico gel, foi utilizada uma solução de ácido fosfórico com 5%

de dióxido de silício para condicionamento da dentina, o qual mascara o efeito do

NaOCl. Cilindros de resina composta, Pekafill (Bayer – Dental), foram

confeccionados, os quais possuíam 3,5 mm de diâmetro. Após 24h foi realizado o

teste de resistência ao cisalhamento a uma velocidade de 1 mm/min. Uma avaliação

Page 23: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

22

da adaptação de restaurações também foi realizada; para tanto, cavidades

cilíndricas foram confeccionadas, restauradas e avaliadas em microscópio ótico com

800x de aumento. As médias obtidas no teste de cisalhamento são as seguintes:

para o primeiro grupo, 12,7 ±2,0MPa; para o segundo grupo, 16,6 ±3,2MPa; para o

terceiro grupo, 15,4 ±4,4MPa. Através do teste ANOVA não foi encontrada diferença

estatisticamente significativa. O estudo micromorfológico mostrou uma superfície lisa

e com túbulos abertos quando somente o condicionamento com ácido fosfórico foi

realizado; quando o tratamento com hipoclorito foi realizado, o estudo

micromorfológico mostrou uma superfície irregular e com a abertura dos túbulos

maiores. Com a avaliação da adaptação marginal, constatou-se que no grupo no

qual não fora aplicado hipoclorito de sódio a adaptação marginal foi

significativamente melhor. Os autores concluíram que a técnica que remove a rede

de fibras colágenas não pode ser utilizada rotineiramente. Ainda, postulam que

apenas testes de resistência adesiva não são suficientes para avaliar a eficiência

adesiva.

Gwinnett et al. (1996) utilizaram a colagenase para determinar o papel

quantitativo que o colágeno exerce na resistência adesiva dentina/resina de dois

adesivos dentinários comercialmente disponíveis (All-Bond 2 (Bisco – Dental) e

Amalgabond (Parkell)) . Foram utilizados dez dentes para cada um dos quatro

grupos experimentais. Um corte foi realizado aproximadamente na metade da coroa

dentária para expor dentina. Através de uma lixa de granulação #320 e sob

refrigeração com água a smear layer foi simulada. No G1 a dentina foi condicionada

com ácido fosfórico a 10% por 20s recebendo o adesivo All-Bond 2. No G2 a dentina

foi condicionada com ácido cítrico a 10% e cloreto férrico a 3% por 10s, recebendo o

adesivo Amalgabond. Os G3 e G4 foram preparados da mesma maneira que os

grupos 1 e 2, respectivamente, no entanto para estes o protocolo foi alterado,

aplicando-se sobre a dentina colagenase do tipo II numa concentração de 0,1% por

um período de 6h após o condicionamento ácido. A resina composta foi aplicada e

fotopolimerizada em todos os grupos e o teste de resistência ao cisalhamento,

realizado. Uma avaliação através de MEV também foi realizada. Os resultados

obtidos foram: 28,41 MPa ± 3,90 (G1), 19,04 ± 5,96 (G2). Nesses grupos o colágeno

permaneceu sem tratamento. Já, para os grupos nos quais o colágeno foi removido

os seguintes resultados foram obtidos: 26,43 MPa ± 2,90 (G3) e 19,70 MPa ± 4,25

(G4). Não houve diferença estatística entre os grupos nos quais foi ou não usada a

Page 24: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

23

colagenase. Em todos os testes poucas fraturas coesivas ocorreram em dentina. A

microscopia eletrônica realizada nas superfícies dentárias nas quais a colagenase foi

aplicada mostrou-se rugosa, irregular e porosa, sem a presença de fibras colágenas.

A MEV realizada após o protocolo adesivo nas amostras desproteinizadas não

mostrou características de hibridização, estando os túbulos e canalículos totalmente

preenchidos por adesivo. Os autores sugerem que a zona parcialmente

desmineralizada (colágeno exposto) pode não ser importante para resistência

adesiva, porém não descartam a sua importância na absorção de estresse.

Comentam, ainda, que o uso clínico da colagenase é impraticável e que a

desproteinização não é necessária, desde que o procedimento adesivo seja

corretamente realizado.

Vargas, Cobb e Armstrong, (1997) avaliaram o efeito do tratamento da

dentina com NaOCl a 5% por 2min após o condicionamento ácido da dentina através

de um teste de resistência ao cisalhamento para dois sistemas adesivos

(Scotchbond Multi-Purpose (3MESPE) e All-Bond 2 (Bisco - Dental). A ultra-estrutura

da interface dentina/resina foi observada. Foram utilizados 28 terceiros molares

humanos sadios. Os dentes foram incluídos em resina acrílica. As faces mesial e

distal de cada dente foram desgastadas e polidas com lixas abrasivas, sendo a

última de granulação #600. As superfícies foram designadas aleatoriamente para

quatro grupos (n = 14). As superfícies dentinárias do grupo 1 foram condicionadas

com ácido fosfórico a 37% por 15s, lavadas com água por 30s e secadas com ar por

1s, para remover o excesso de água, deixando a superfície úmida (tratamento

convencional da dentina) para aplicação do sistema adesivo Scotchbond

Multipurpose. O grupo 2 recebeu o mesmo tratamento do grupo 1, exceto pela

aplicação de hipoclorito de sódio a 5% por 2min após o condicionamento ácido;

neste grupo também foi utilizado o sistema adesivo Scotchbond Multipurpose. O

grupo 3 recebeu tratamento convencional para dentina e o sistema adesivo All-Bond

2 (Bisco - Dental). O grupo 4 recebeu o mesmo tratamento do grupo 2, porém o

sistema adesivo utilizado foi o All-Bond 2. As superfícies foram então “restauradas”

com resina composta Z100 (3MESPE). Após os espécimes foram submetidos ao

ensaio de resistência ao cisalhamento. Em espécimes separados foram realizados

os mesmos tratamentos dos quatro grupos experimentais, os quais foram

observados em MEV. A resistência adesiva média e o respectivo desvio padrão para

os grupos foram: grupo 1 – 17,37 ±1,89; grupo 2 – 16,83 ±2,15; grupo 3 – 14,43

Page 25: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

24

±1,86; e grupo 4 – 17,06 ±1,92, sendo somente a média do grupo 3

significativamente menor que a dos outros grupos. Através da MEV os autores

constataram haver maior número de anastomoses preenchidas por resina nos

grupos que haviam recebido tratamento com hipoclorito de sódio. Os autores

postulam que os resultados desse estudo suportam a teoria de que a camada de

colágeno (camada híbrida) pode não ser crucial para o mecanismo de adesão entre

dentina e resina e que a durabilidade da interface de união é facilitada pela remoção

da camada de colágeno.

Kanca III e Sandrik (1998) realizaram um estudo para avaliar o efeito da

presença ou ausência da zona desmineralizada tanto em dentina úmida quanto em

seca, na resistência ao cisalhamento. Os autores realizaram os seguintes

tratamentos: G1 – condicionamento ácido 37%, lavagem e aplicação do adesivo em

dentina úmida; G2 – condicionamento ácido 37%, lavagem e aplicação do adesivo

em dentina seca com ar; G3 – condicionamento ácido 37%, lavagem, tratamento

com NaOCl a 5% por 2min e aplicação do adesivo em dentina úmida; G4 –

condicionamento ácido 37%, lavagem, tratamento com NaOCl a 5% e aplicação do

adesivo em dentina seca com ar; G5 – sem tratamento, apenas aplicação do adesivo

em dentina úmida; G6 – sem tratamento, apenas aplicação do adesivo em dentina

seca com ar; G7 – tratamento com NaOCl por 2 min e aplicação do adesivo em

dentina úmida; G8 – tratamento com NaOCl por 2 min e aplicação do adesivo em

dentina seca com ar. Após cada tratamento foi utilizado o adesivo One Step (Bisco –

Dental) e a resina Bis-Fil (Bisco – Dental). O teste de cisalhamento apresentou os

seguintes resultados: G1 – 32,2 ±2,5MPa; G2 – 8,6 ±2,3MPa; G3 – 30,8 ±4,6MPa;

G4 – 10,1 ±4,0MPa; G5 – 14,9 ±2,6MPa; G6 – 8,2 ±2,7MPa; G7 – 15,9 ±2,2MPa; G8

– 5,6 ±1,2MPa. Porém, G1 e G3 foram significativamente superiores a G4, G5 e G7,

e que por sua vez, superiores a G2, G6 e G8. Os autores concluíram que esse

adesivo específico, que contém a acetona como solvente, tem um desempenho

melhor em dentina úmida mesmo após o colágeno ser removido. Sugerem, ainda,

que não é somente a hidratação da camada desmineralizada que é necessária, mas

também a hidratação da camada não desmineralizada se faz necessária para a

penetração da resina contida no adesivo e a conseqüente obtenção de altos valores

de resistência adesiva.

Inai et al. (1998) avaliaram os efeitos do tratamento com hipoclorito de sódio

para uma variedade de sistemas adesivos (Prime & Bond 2.1 (Dentsply), One Step

Page 26: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

25

(Bisco – Dental), Scotchbond MP Plus (3MESPE), Single Bond (3MESPE) e TMG-8

adesivo self-etching experimental). Foram utilizados terceiros molares humanos. As

superfícies dentinárias das faces palatinas e vestibulares foram expostas e o dente,

dividido em duas metades. As superfícies dentinárias foram então padronizadas com

lixas #320. No grupo 1, a dentina recebeu o tratamento recomendado pelo fabricante

(condicionamento com ácido fosfórico); no grupo 2, recebeu somente o tratamento

com NaOCl a 13% por 2min; no grupo 3, recebeu condicionamento com ácido

fosfórico e posterior tratamento com NaOCl a 13% por 2min. Cada sistema adesivo

foi empregado para os três grupos (tratamentos). Através de uma matriz foram

construídos cilindros de resina composta AP-X (Kuraray - Dental). Após 24h em

água destilada a 37 ºC foi realizado o teste de resistência ao cisalhamento a uma

velocidade de 5 mm/min. Amostras de cada tratamento foram preparadas e

observadas em MEV. Os resultados relatados pelo trabalho são descritos a seguir:

Prime & Bond 2.1 – 27,4 (±3,4); One Step – 15,0 (±3,2); Scotchbond MP Plus – 18,2

(±2,8); Single Bond – 30,7 (±2,2); TMG-8 – 22,7 (±2,0), para espécimes que

receberam o tratamento do grupo 1; Prime & Bond 2.1 – 24,2 (±4,2); One Step – 7,4

(±1,2); Scotchbond MP Plus – 1,5 (±0,9); Single Bond 16,3 (±3,2), para espécimes

que receberam o tratamento do grupo 2; Prime & Bond 2.1 – 37,5 (±7,9); One Step –

16,0 (±1,9); Scotchbond MP Plus – 4,2 (±1,5); Single Bond 5,5 (±2,2); TMG-8 – 29,7

(±4,9), para espécimes que receberam o tratamento do grupo 3. O Prime & Bond 2.1

foi significativamente superior quando recebeu o tratamento do grupo 3 em relação

aos grupos 1 e 2. O sistema One Step foi significativamente superior quando

recebeu os tratamentos dos grupos 1 e 3 em relação ao grupo 2. O adesivo

Scotchbond MP Plus apresentou diferença significativa entre os tratamentos. Para o

Single Bond o tratamento do grupo 1 foi superior aos outros dois grupos. As

observações em MEV mostraram que somente o tratamento com NaOCl não foi

capaz de abrir muitos túbulos dentinários. Contrariamente ocorreu quando os dois

tratamentos foram realizados, podendo ser observados vários túbulos abertos e uma

superfície rugosa e porosa com pequenos túbulos na dentina intertubular. A

conclusão dos autores foi que uma adesão aceitável pode ser alcançada após o

tratamento com NaOCl. Embora a durabilidade da adesão realizada com o

tratamento de remoção do colágeno ainda necessite ser determinada, a adesão a

um tecido mineral hipoteticamente seria mais durável.

Page 27: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

26

Spencer e Swafford (1999) realizaram um trabalho no qual desenvolveram

uma técnica de coloração não destrutiva para identificar proteína de colágeno

exposto na interface dentina/resina. As características da interface de adesivos de

múltiplos passos foram comparadas àquelas de adesivos de passo único, sendo os

adesivos do mesmo fabricante. Foram utilizados terceiros molares humanos, cujas

coroas foram seccionadas perpendicularmente ao longo eixo e a smear layer foi

padronizada com lixas abrasivas de granulação #600. Foram utilizados os adesivos

Scotchbond Multi-Purpose (SBMP), Scotchbond Multi-Purpose Plus (SBMP+ -

3MESPE) e Single Bond (SB) (3MESPE), aplicados de acordo com as

recomendações do fabricante. Os espécimes foram seccionados em espessuras de

3µm e foi realizada a coloração desses espécimes pela técnica Goldner´s Tricromio.

Através dessa técnica qualquer proteína exposta é corada em vermelho, ao passo

que o mineral é corado em verde. Os espécimes foram então observados em

microscópio; espécimes confeccionados dos mesmos dentes foram também

observados por MEV e MET. Os resultados evidenciaram zonas de proteína

colágena exposta nos três adesivos estudados, com espessuras que variaram de

0,7µm a 2µm, quando observados pela técnica de coloração Goldner´s Tricromio.

Essas zonas de proteínas expostas foram confirmadas através da MEV, porém não

foram identificadas através da MET. Os autores concluem com essa avaliação in

vitro que zonas de colágeno não encapsuladas pelo adesivo estão expostas a

deterioração por enzimas bacterianas. Conseqüentemente essa interface estaria

sujeita a fratura prematura.

Perdigão et al (1999) estudaram a ultramorfologia da dentina humana

superficial e profunda por meio de microscopia de força atômica (AFM),

condicionada com ácido fosfórico a 35% com e sem desproteinização por hipoclorito

de sódio a 5%. A AFM dos espécimes condicionados com ácido e hipoclorito de

sódio revelou a remoção das fibras colágenas. Na dentina superficial, a abertura dos

túbulos tornou-se mais ampla após o tratamento com NaOCl se comparada àqueles

espécimes apenas condicionados com ácido, e pôde se visualizar túbulos

secundários e canalículos. Na dentina profunda, a abertura dos túbulos dentinários

ocupava maior parte da área visível. Os autores concluem que a maior amplitude da

abertura dos túbulos aumentaria a resistência adesiva e que estudos clínicos são

necessários antes de se preconizar o tratamento com NaOCl da superfície dentinária

como rotina.

Page 28: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

27

Prati, Chersoni, e Pashley (1999) avaliaram a resistência ao cisalhamento e a

morfologia interfacial de sistemas adesivos em dentina utilizando diferentes

tratamentos dentinários. Para confecção das amostras; o esmalte oclusal de

terceiros molares humanos foi removido e as superfícies oclusais, padronizadas com

lixas #600 por 1min. As superfícies dentinárias receberam os seguintes tratamentos:

a) condicionamento com ácido fosfórico 35% por 20s, lavagem copiosa com água,

suave secagem com bolinhas de algodão, aplicação dos sistemas adesivos de

acordo com as instruções do fabricante; b) condicionamento com ácido fosfórico

35% por 20s, lavagem copiosa com água, suave secagem com seringa de ar,

aplicação de NaOCl a 1,5% por 2min, lavagem com água e secagem com bolinhas

de algodão, aplicação dos sistemas adesivos de acordo com as instruções do

fabricante. Para os dois tratamentos foram utilizados quatro sistemas adesivos

dentinários: Optibond FL (Kerr), Prime & Bond 2.0 (Dentsply), Scotchbond MP Plus

(3MESPE) e Single Bond (3MESPE). Sobre os adesivos foi aplicada a resina

composta Z100 (3MESPE). Cilindros com 3 mm de diâmetro de resina composta

foram confeccionados e o teste de resistência executado. Também foram

confeccionadas amostras para avaliação em MEV. A MEV mostrou espessuras de

camada híbrida entre 2 e 8,5�m; também foram observadas fendas na interface

adesivo/dentina para os espécimes tratados com ácido fosfórico. Já, para aqueles

tratados com ácido fosfórico e NaOCl, não foi observada formação de camada

híbrida; nestes espécimes pôde ser observado um íntimo contato do adesivo com a

resina, sem a penetração da resina na dentina subsuperficial. Pôde ser observado

que os tags de resina foram mais largos nos espécimes tratados com NaOCl,

sugerindo que a desproteinização permite a formação de tags maiores e em maior

número, os quais podem fornecer melhor resistência adesiva. Os testes de

resistência ao cisalhamento relataram os seguintes valores: Optibond FL (H3PO4)

12,7 ± 2,5 MPa; Optibond FL (H3PO4 + NaOCl) 17,9 ± 4,4 MPa, aumento

estatisticamente significativo; Prime & Bond 2.0 (H3PO4) 10,3 ± 2,8 MPa; Prime &

Bond (H3PO4 + NaOCl) 11,3 ± 1,8 MPa, estatisticamente não significativo; Single

Bond (H3PO4) 14,9 ± 3,9 MPa; Single Bond (H3PO4 + NaOCl) 10,6 ± 5,3 MPa

redução estatisticamente significativa; Scotchbond MP Plus (H3PO4) 16,1 ± 10,7

MPa; Scotchbond MP Plus (H3PO4 + NaOCl) 9,6 ± 7,4 MPa, redução

estatisticamente significativa. O estudo conclui que a rede de fibras colágenas pode

não ser necessária para se alcançar altos valores de resistência adesiva. Porém, o

Page 29: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

28

uso do NaOCl como procedimento rotineiro não está indicado, apenas foi utilizado

para ilustrar as diferenças na habilidade dos adesivos dentinários sobre os vários

substratos encontrados clinicamente.

Pioch et al. (1999) avaliaram a hipótese de que o tratamento com NaOCl após

o condicionamento ácido reduziria a resistência adesiva de resinas à tração. Foram

realizadas observações em MEV e CLSM (Microscopia Laser Confocal). Foram

utilizados molares humanos os quais tiveram as faces oclusais removidas (porção de

esmalte). A dentina foi exposta aproximadamente na metade da distância entre a

câmara pulpar e o esmalte dentário e foi preparada com lixa de granulação #500 por

15s. Foram utilizados os adesivos Syntac (Ivoclar - Vivadent), Gluma CPS (Bayer -

Dental) e Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Para o sistema Syntac, 15 dentes foram

condicionados com ácido fosfórico por 15s, lavados pelo mesmo tempo e secados

com bolinhas de algodão. Outros 15 dentes foram condicionados com ácido fosfórico

por 15s, lavados pelo mesmo tempo, tratados com hipoclorito de sódio a 10% por

60s, secados com bolinhas de algodão e o sistema adesivo Syntac aplicado de

acordo com as instruções dos fabricantes. Para os sistemas adesivos Gluma CPS e

Prime & Bond 2.1, o mesmo número de dentes e os mesmos procedimentos foram

realizados. Após a aplicação dos sistemas adesivos, duas camadas (1 mm cada) da

resina composta recomendada pelo fabricante foi aplicada sobre as superfícies

dentinárias com uma matriz cilíndrica com secção de 12,6 mm2. Finalmente, foi

realizado o teste de resistência à tração a uma velocidade de 5 mm/min, que

apresentou os seguintes resultados para os grupos tratados somente com ácido:

Syntac – 3,89 ± 3,47 MPa; Gluma CPS – 6,57 ± 3,53 MPa; e Prime & Bond 2.1 –

4,06 ± 2,22 Mpa. Para os grupos tratados com ácido fosfórico e NaOCl os

resultados foram os seguintes: Syntac – 1,78 ± 1,43 MPa; Gluma CPS – 2,57 ± 2,91

MPa; e Prime & Bond 2.1 – 7,35 ± 4,57 Mpa. As observações através de MEV

mostraram não haver fibras colágenas nem formação de camada híbrida quando o

tratamento com hipoclorito foi realizado. Através de CLSM pôde se observar nos

grupos tratados com NaOCl largos tags e preenchimento das anastomoses entre os

túbulos preenchidas por resina. Os autores concluem que algumas vantagens

podem ser obtidas com o tratamento com NaOCl, porém na concentração utilizada é

inviável clinicamente. Concluem também que a formulação dos primers poderia ser

melhorada em caso de se utilizar o tratamento com NaOCl.

Page 30: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

29

Toledano et al. (1999) realizaram um estudo para avaliar as alterações na

rugosidade da dentina e na molhabilidade (medida do ângulo de contato) após o

condicionamento ácido e após a desproteinização na dentina superficial e profunda.

As superfícies de molares foram desgastadas para expor a dentina e padronizadas

com lixas de granulação #600. Dez espécimes receberam apenas condicionamento

com ácido fosfórico; dez, condicionamento e tratamento com NaOCl (5% por 2 min)

e dez não receberam nenhum tratamento. Sobre as diferentes superfícies foram

depositadas gotas de água deionizada e através de um programa de computador o

ângulo de contato entre a água e a superfície dentinária e entre o primer do sistema

adesivo Scotchbond Multi Purpose (3MESPE) foi verificado. Os mesmos

procedimentos foram realizados em dentina profunda. A rugosidade de cada

espécime foi mensurada através de um perfilômetro. Os resultados permitiram

concluir que o condicionamento com ácido fosfórico 35% produz aumento da

molhabilidade, em razão do aumento da rugosidade, da abertura e da ampliação dos

túbulos. A desproteinização aumenta a molhabilidade embora não aumente a

rugosidade. Alterações foram mais evidentes na dentina profunda do que na dentina

superficial.

Frankenberger et al. (2000) realizaram um estudo no qual avaliaram o

comportamento da adesão dentinária à resina composta direta com e sem o

tratamento intermediário com hipoclorito. Foram utilizados terceiros molares livres de

lesões cariosas. Discos de 2 mm de espessura foram cortados da porção coronal

média, perpendicular ao longo eixo. Nesses discos foram confeccionadas cavidades

cônicas com brocas diamantadas. Foram utilizados os seguintes adesivos: Scotch

Bond Multi-Purpose Plus (3MESPE) (SZ), ESPE Bonding System (ESPE) (EP), Solid

Bond (Heraeus-Kulzer) (SO), Prime & Bond 2.1 (Denstply) (PT), Syntac Sprint

(Ivoclar – Vivadent) (ST). Em 75 cavidades foram realizados os procedimentos

adesivos recomendados pelos fabricantes e, em outras 75, um tratamento adicional

com hipoclorito de sódio a 5% por 60s. As cavidades foram preenchidas com resina

composta e os espécimes foram submetidos a 1150 ciclos térmicos. Os corpos-de-

prova foram posicionados num dispositivo de extrusão e submetidos ao teste push

out a uma velocidade de 0,5 mm/min. Também foi realizada análise das interfaces

por MEV. Os resultados alcançados foram os seguintes: SZ – 30,6 ±4,5 MPa; SZ +

NaOCl – 23,9 ±3,2 MPa; EP – 31,2 ± 3,3 MPa; EP + NaOCl – 23,7 ±3,4 MPa; SO –

27,6 ±3,0 MPa; SO + NaOCl - 22,7 ±3,0 MPa; PT – 26,1 ±5,5 MPa; PT + NaOCl -

Page 31: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

30

21,8 ±4,3 MPa; ST – 21,8 ±3,2 MPa; ST + NaOCl – 16,1 MPa. Os adesivos EP e SZ

foram significativamente mais resistentes que SO e PT, que por sua vez foram

significativamente mais do que ST quando utilizadas as recomendações dos

fabricantes. Os grupos onde foi aplicado o hipoclorito foram estatisticamente

diferentes, apresentando-se com menor resistência em relação aos grupos não

tratados com hipoclorito de sódio. O estudo ainda demonstrou, através de MEV,

haver pior adaptação marginal nos grupos tratados com hipoclorito de sódio. Os

autores concluem que o tratamento adicional com hipoclorito de sódio não melhora a

resistência adesiva nem a adaptação marginal.

Ferrari et al. (2000) avaliaram se a camada híbrida contribui significativamente

para o selamento de cavidades classe V em um estudo in vivo e realizaram um

estudo da micromorfologia da superfície através de MEV e outro de resistência

adesiva à extrusão. Para o estudo in vivo, pacientes com dentes incisivos e caninos

comprometidos periodontalmente e com extração planejada tiveram cavidades

classe V preparadas e restauradas utilizando-se dois protocolos adesivos:

convencional (condicionamento ácido e sistema adesivo Scotchbond Multi Purpose

Plus (3MESPE)) e remoção do colágeno (condicionamento ácido, tratamento com

hipoclorito 5% e sistema adesivo Scotchbond Multi Purpose Plus). Os dentes foram

extraídos entre 60 e 90 dias após a confecção da restauração. O estudo da

micromorfologia observou a superfície dentinária após o condicionamento ácido e

posteriormente ao tratamento com hipoclorito de sódio a 5% por 2min. O estudo

micromorfológico foi realizado em molares humanos, nos quais a dentina foi exposta

e recebeu dois protocolos adesivos, um utilizando condicionamento ácido e

tratamento com hipoclorito de sódio e outro apenas o condicionamento ácido. Essas

amostras foram observadas por MEV. No mesmo estudo foi realizado um ensaio de

resistência à extrusão, que consiste na confecção de discos de dentina com uma

perfuração central em forma de cone. Essa “cavidade” foi restaurada seguindo os

dois protocolos adesivos mencionados e submetida ao teste de extrusão, o qual

força a restauração em forma de cone até sua fratura (desprendimento da dentina).

Os resultados demonstraram que o selamento dos grupos tratados com NaOCl foi

pior do que nos grupos em que não se utilizou o tratamento com essa substância. A

MEV mostrou que a profundidade de desmineralização intratubular foi similar para os

dois tratamentos (7�m somente o condicionamento ácido e 6,7�m quando o

tratamento com NaOCl foi realizado) e os tags de resina foram maiores quando

Page 32: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

31

somente o condicionamento ácido foi realizado. No teste de resistência à extrusão,

os espécimes que receberam o tratamento adicional com NaOCl apresentaram

maior resistência (20,42 MPa) do que aqueles em que somente o condicionamento

ácido foi realizado (15,23 MPa). Pelos resultados do estudo conclui-se que a

formação da camada híbrida é significante no processo adesivo melhorando a

habilidade de selamento desse.

Saboia, Rodrigues e Pimenta (2000) avaliaram o efeito de aplicação de

hipoclorito de sódio a 10% sobre a dentina após o condicionamento ácido na

resistência ao cisalhamento de dois adesivos de passo único: Prime & Bond 2.1

(Dentsply) e Single Bond (3MESPE). Neste estudo avaliou-se também a ultra-

estrutura da interface dentina/resina. Foram utilizados dentes terceiros molares

humanos extraídos, cujas raízes foram removidas e a coroa, seccionada no sentido

mesiodistal. Os fragmentos foram incluídos em resina acrílica e as faces vestibulares

e linguais, polidas com lixas de granulação #320, #400, #600 sob copiosa irrigação.

A área de dentina para adesão foi determinada através de um filme PVC, com uma

perfuração de 3 mm de diâmetro. O grupo 1 recebeu condicionamento com ácido

fosfórico a 36% por 15s, lavagem e secagem com material absorvente, deixando-se

a superfície úmida, aplicação do sistema adesivo Prime & Bond 2.1 de acordo com

as instruções do fabricante. Uma matriz de teflon com um orifício circular de 3 mm

de diâmetro e 5 de altura foi utilizada para confecção dos cilindros de resina (Z100).

O grupo 2 recebeu os mesmos procedimentos, exceto pelo tratamento com NaOCl a

10% por 1min após o condicionamento ácido. O grupo 3 foi condicionado com ácido

fosfórico 36% por 15s, lavagem e secagem com material absorvente, deixando a

superfície úmida. Imediatamente, o sistema adesivo Single Bond foi aplicado de

acordo com as instruções do fabricante; a confecção dos cilindros de resina foi

idêntica à do grupo 1. O grupo 4 recebeu os mesmos procedimentos do grupo 3

exceto pela aplicação de NaOCl a 10% por 1min após o condicionamento ácido.

Após 24h em água destilada, o teste de resistência ao cisalhamento foi realizado

numa máquina de ensaio universal, com uma velocidade de carregamento de 0,5

mm/min. As medianas dos resultados obtidos em MPa foram: grupo 1 – 15,02; grupo

2 – 21,84; grupo 3 – 15,99; e grupo 4 – 13,82. O grupo 2 apresentou os maiores

resultados, sendo estatisticamente significativo em relação aos demais; os grupos 1

e 3 não mostraram diferença significativa e o grupo 4 foi o que apresentou os

menores resultados. Na dentina condicionada com ácido fosfórico a 36% por 15s

Page 33: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

32

abriram-se os túbulos e houve uma grande quantidade de colágeno exposta, ao

passo que o tratamento com hipoclorito de sódio removeu a rede colágena deixando

a dentina intertubular mais irregular. A conclusão a que chegaram os autores é que

a remoção do colágeno pode ser benéfica quando se utiliza um adesivo que contém

como veículo a acetona.

Phrukkanon et al. (2000) realizaram um estudo no qual modificaram a

superfície dentinária de dentes bovinos condicionados com ácido fosfórico pela

aplicação de NaOCl a 12,5% ou colagenase do tipo I, variando os tempos de

aplicação para observar a morfologia, a resistência adesiva e as estruturas das

interfaces aderidas. Incisivos bovinos foram desgastados para expor dentina, que foi

padronizada com lixas de granulação #600. Foram testados dois sistemas adesivos:

Single Bond (3MESPE) e One Coat Bond (Coltène/Whaledent). Foram realizados 14

tratamentos diferentes, sete para cada adesivo. Assim, para o adesivo Single Bond

as superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s (grupo de

controle), condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s e tratadas com

colagenase por 1, 3 e 6h e condicionadas com ácido fosfórico 35% por 15s e

tratadas com NaOCl 12,5% por 30s, 1 e 2min. Posteriormente aos tratamentos, foi

aplicado o sistema adesivo de acordo com as normas do fabricante. Os tratamentos

prévios à aplicação do adesivo One Coat Bond foram os mesmos, com exceção que

o condicionamento foi realizado com ácido fosfórico a 15%. Um cilindro com 3mm de

diâmetro foi construído sobre os tratamentos adesivos com Z100 (3MESPE) e um

reforço metálico, artefato que também possibilitou a tração numa máquina de

ensaios universais a uma velocidade de 1 mm/min. O modo de fratura também foi

avaliado. A microscopia de força atômica dos espécimes tratados com NaOCl e

colagenase apresentou túbulos dentinários amplamente abertos, sendo que, quanto

maior o tempo de exposição a essas substâncias, maior a amplitude dos túbulos. A

superfície dentinária condicionada com 15% de ácido fosfórico mostrou-se mais

rugosa que a tratada com o ácido a 35%. A rugosidade aumentou após os

tratamentos de remoção de colágeno. Os resultados do teste de tração mostraram

que os espécimes que receberam tratamento com NaOCl (30s e 1min) e com

colagenase (1 e 3h) tiveram valores de resistência adesiva significativamente

maiores quando utilizado o sistema Single Bond. Já, para o One Coat Bond,

somente os espécimes que receberam tratamento com NaOCl por 1min e

colagenase por 3h apresentaram valores de resistência adesiva significativamente

Page 34: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

33

mais elevados. As falhas foram, predominantemente, do tipo adesivas, entre o

adesivo e a dentina, e coesivas do agente adesivo. A MEV das interfaces adesivas

mostrou uma camada híbrida mais espessa para o Single Bond (2 a 3�m) do que

para o One Coat Bond (1 a 2�m), apresentando zonas porosas na base da zona

híbrida para ambos os adesivos. Quando realizado o tratamento com NaOCl uma

zona híbrida muito delgada foi visualizada, não apresentando nesses casos zonas

porosas. Os resultados do estudo sugerem que a colagenase não é capaz de

remover completamente as fibras colágenas da superfície dentinária. O estudo

mostrou que a resistência adesiva não é dependente da espessura de camada

híbrida e pode ser aumentada com a remoção do colágeno. Os autores ainda

concluem que a resistência adesiva não é somente dependente das fibras

colágenas, mas, também, da rugosidade da dentina, da capacidade de penetração

do adesivo na dentina tratada, da projeção dos cristais de hidroxiapatita e de uma

possível interação química entre resina e dentina. A penetração do adesivo nos

túbulos dentinários e suas anastomoses também podem ser mecanismos de

adesão.

Perdigão et al. (2000), avaliaram os efeitos da aplicação de um gel de

hipoclorito de sódio a 10% na resistência ao cisalhamento de adesivos dentinários

de frasco único e na ultramorfologia dentinária. Neste estudo foram utilizados

incisivos bovinos inferiores. A dentina vestibular foi exposta e padronizada com lixas

de granulação #600. Os espécimes foram divididos para os dois adesivos: Prime &

Bond NT (Dentsply) (NT) e Single Bond (3MESPE) (SB). Assim, para cada adesivo

foram realizados os seguintes tratamentos: condicionamento ácido, lavagem e

aplicação do sistema adesivo (grupo 1 – NT e grupo 5 – SB), condicionamento

ácido, lavagem e aplicação de um gel de hipoclorito de sódio a 10% por 15s (grupo 2

– NT e grupo 6 – SB), por 30s (grupo 3 – NT e grupo 7 – SB) e por 60s (grupo 4 –

NT e grupo 8 – SB). A resina indicada pelo fabricante (Surefil (Dentsply) para o

Prime & Bond NT e Z100 (3MESPE) para o Single Bond) foi aplicada e

fotopolimerizada. Após 24h em água destilada, os espécimes foram termociclados

(500 ciclos) e o teste de resistência ao cisalhamento realizado numa máquina de

ensaios universais a uma velocidade de 0,5 mm/min. O estudo também avaliou a

ultramorfologia após os tratamentos em molares humanos através de microscopia

eletrônica de transmissão. Os resultados do ensaio de cisalhamento foram os

seguintes: grupo 1 – 15,1 ±3,3MPa; grupo 2 – 10,9 ±4,1MPa; grupo 3 – 8,0

Page 35: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

34

±4,5MPa; grupo 4 – 4,8 ±2,3MPa; grupo 5 – 25,0 ±4,1Pa; grupo 6 – 21,0 ±5,7MPa;

grupo 7 – 18,5 ±6,8MPa; grupo 8 – 9,7 ±2,4MPa. Para os dois sistemas adesivos o

tratamento com hipoclorito de sódio resultou em redução estatisticamente

significativa dos valores de resistência adesiva ao cisalhamento. O adesivo Single

Bond obteve os valores mais elevados em todos dos tratamentos realizados, o que

foi significativo. Para o adesivo Single Bond, a morfologia após a aplicação de

hipoclorito de sódio manteve-se, exceto para os espaços interfibrilares, que

aumentaram de acordo com o aumento do tempo de aplicação do NaOCl. O mesmo

aconteceu para o adesivo Prime & Bond NT. Os autores concluem que a aplicação

do hipoclorito de sódio resultou em redução da resistência ao cisalhamento para

ambos os adesivos; e, que os efeitos da aplicação do NaOCl a longo prazo não são

claros in vivo e que o uso clínico do hipoclorito de sódio não é recomendado.

Pioch et al. (2001) determinaram a nanoinfiltração após a remoção de

colágeno com hipoclorito de sódio previamente ao procedimento adesivo. Foram

realizadas cavidades classe V padronizadas. Realizou-se o procedimento adesivo

convencional, condicionamento ácido, lavagem, secagem e aplicação do sistema

adesivo. Também foi realizado o tratamento para remoção do colágeno:

condicionamento ácido, lavagem, secagem, tratamento com hipoclorito de sódio a

10% por 1min e aplicação do sistema adesivo. Para ambos os tratamentos foram

testados dois sistemas adesivos: Syntac Classic (Ivoclar – Vivadent) e Gluma CPS

(Bayer – Dental), de acordo com as instruções dos respectivos fabricantes. Após

serem imersas numa solução de nitrato de prata, as amostras foram observadas em

MEV. Todos os espécimes não tratados NaOCl mostraram alguma penetração do

nitrato de prata na interface; ao contrário, os espécimes tratados com NaOCl não

mostraram qualquer indício de penetração do nitrato de prata. Os autores concluem

que, embora o tratamento com NaOCl tenha evitado a nanoinfiltração, como

demonstrado no estudo, os primers poderiam ser otimizados antes da aplicação

dessa técnica como rotina clínica.

Toledano et al. (2002) avaliaram a microinfiltração de restaurações de resina

composta de classe V condicionando a dentina com 36% de H3PO4 mais o

tratamento com 5% de NaOCl previamente à aplicação do sistema adesivo. No

estudo foram preparadas cavidades classe V padronizadas em dentes molares

humanos nas superfícies vestibulares e linguais. A margem gengival da cavidade

situava-se em dentina e margem oclusal em esmalte. No grupo 1 as cavidades

Page 36: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

35

receberam condicionamento com ácido fosfórico a 36% e aplicação do sistema

adesivo Prime & Bond 2.1 (Dentsply) conforme as normas do fabricante. No grupo 2

as cavidades foram tratadas adicionalmente com NaOCl a 5% por 2min após o

condicionamento com ácido fosfórico; os demais procedimentos foram iguais aos

grupo 1. As cavidades foram restauradas com a resina Prisma TPH (Dentsply). Os

espécimes foram submetidos a 500 ciclos térmicos e imersos em 2% de fucsina

básica por 24h. Os dentes foram seccionados e a microinfiltração, avaliada num

estereomicroscópio com aumento de 16x. Uma avaliação através de microscopia

eletrônica de varredura também foi realizada. Nenhum dos protocolos citados

preveniu completamente a microinfiltração, pois não houve diferença

estatisticamente significativa entre os dois grupos tanto para a margem em esmalte

quanto para a margem em dentina. Quando comparada margem gengival e oclusal,

a última apresentou níveis significativamente menores de microinfiltração. A

observação em MEV demonstrou haver falhas (gaps) nos espécimes de ambos os

grupos. Os autores concluem, dentro das limitações do estudo, que a infiltração

marginal não depende da integridade da camada híbrida, em relação a um adesivo

que utiliza como solvente a acetona.

Saboia, Pimenta e Ambrosano (2002) avaliaram os efeitos da remoção do

colágeno na microinfiltração de restaurações de resina realizadas com dois adesivos

de passo único (Single Bond (3MESPE) e Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Foram

utilizados quarenta terceiros molares humanos. A coroa dos dentes foi removida por

um corte na junção amelo-cementária. Foram confeccionadas duas cavidades de 2

mm de diâmetro em cada raiz. Cada raiz recebeu duas restaurações, uma seguindo

as recomendações do fabricante e outra removendo o colágeno com hipoclorito de

sódio. Os grupos foram designados da seguinte forma: grupo 1 Prime & Bond 2.1;

grupo 2 Prime & Bond 2.1 + NaOCl; grupo 3 Single Bond; grupo 4 Single Bond +

NaOCl. O hipoclorito de sódio a 10% foi aplicado após o condicionamento ácido por

um minuto. Os espécimes foram submetidos a 5000 ciclos térmicos (5 ºC a 55 ºC),

sendo posteriormente armazenados em água por 12 meses. As raízes restauradas

foram imersas em azul de metileno por 4h. Os resultados mostraram menores

índices de infiltração marginal para grupo 2 quando comparado ao grupo 1; não

houve diferença entre os grupos 3 e 4. Os autores concluem que a remoção do

colágeno pode reduzir a infiltração marginal quando se usa um adesivo que contém

Page 37: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

36

acetona, porém não altera os graus de microinfiltração quando se utiliza um adesivo

que tem álcool em sua composição.

Munksgaard (2002) investigou a sensibilidade de vários adesivos por meio de

testes de resistência ao cisalhamento, seguindo diferentes protocolos adesivos. O

trabalho testou os adesivos Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray – Dental), Excite (Ivoclar

– Vivadent), Optibond FL (Kerr – Dental), Optipond Solo Plus (Kerr – Dental), PQ-1

(Ultradent Products), Prime & Bond NT (Dentsply) e ScotchBond 1 (3MESPE) e um

adesivo experimental. Todos os adesivos foram utilizados para a dentina

desmineralizada e úmida; desmineralizada e seca; desmineralizada, desproteinizada

e úmida; desmineralizada, desproteinizada e seca. Os resultados obtidos foram:

Clearfil Liner Bond 2V – 22,2a ±6,06 MPa; Excite – 8,3a ±2,16 MPa; Optibond FL –

21,8a ±3,35 MPa; Optipond Solo Plus – 32,6b ±7,72 MPa; PQ-1 – 23,1b,c ±5,89 MPa;

Prime & Bond NT – 20,0b ±4,46 MPa; ScotchBond 1 – 16,8b ±4,44 MPa; adesivo

experimental – 25,1a ±4,26, para dentina desmineralizada e úmida; Clearfil Liner

Bond 2V – 14,9a ±4,83 MPa; Excite – 7,0a ±4,84 MPa; Optibond FL – 21,0a ±2,85

MPa; Optipond Solo Plus – 28,6a,b ±4,12 MPa; PQ -1 – 8,4a ±6,07 MPa; Prime &

Bond NT – 6,1a ±1,95 MPa; ScotchBond 1 – 2,7a ±1,54 MPa; adesivo experimental –

20,6a ±2,66; para dentina desmineralizada e seca; Clearfil Liner Bond 2V – 19,1a

±2,31 MPa; Excite – 20,3b ±2,91 MPa; Optibond FL – 32,1b ±2,52 MPa; Optipond

Solo Plus – 25,0a,b ±2,02 MPa; PQ -1 – 29,2c ±7,24 MPa; Prime & Bond NT – 24,4b

±3,18 MPa; ScotchBond 1 – 13,1b ±1,90 MPa; adesivo experimental – 36,4b ±6,87;

para dentina desmineralizada, desproteinizada e úmida; Clearfil Liner Bond 2V –

21,1a ±1,34 MPa; Excite – 21,2b ±2,75 MPa; Optibond FL – 38,9b ±4,75 MPa;

Optipond Solo Plus – 21,6a ±4,52 MPa; PQ -1 – 18,8b ±5,60 MPa; Prime & Bond NT

– 21,7b ±5,05 MPa; ScotchBond 1 – 13,3b ±2,63 MPa; adesivo experimental – 30,2a,b

±5,94, para dentina desmineralizada, desproteinizada e seca. Todos os adesivos

mostraram, relativamente, altos valores de resistência adesiva quando a dentina foi

condicionada com ácido, desproteinizada tanto seca quanto úmida. Valores

relativamente baixos de resistência adesiva foram obtidos para o adesivo Excite,

quando a dentina foi somente condicionada com ácido tanto seca quanto úmida. O

autor conclui que a comparação da resistência adesiva ao cisalhamento quando a

dentina é submetida a desmineralização, permanecendo úmida ou então seca, e

quando é submetida a desmineralização e desproteinização, permanecendo seca ou

úmida, pode ser útil para avaliar a eficiência dos adesivos dentinários.

Page 38: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

37

Cederlund, Jonsson e Blomlöf (2002) avaliaram o efeito da remoção das

fibras colágenas com ensaios de resistência ao cisalhamento utilizando o adesivo All

Bond 2 (Bisco – Dental). As faces vestibulares e linguais ou mesiais e distais tiveram

a porção de esmalte removida, expondo o tecido dentinário. A superfície dos grupos

1 e 2 foram tratadas com EDTA a 24% por 30s e, nos grupos 3 e 4, foi realizado o

condicionamento com ácido fosfórico 32% por 15s; ainda, nos grupos 2 e 4 foi

realizado um tratamento adicional com NaOCl a 10% por 60s. Após todos os

tratamentos foi aplicado o sistema adesivo All Bond 2 (Bisco - Dental) para todos os

grupos. Um cilindro de resina foi confeccionado após os procedimentos adesivos;

por fim, foi realizado o teste de resistência ao cisalhamento numa máquina de ensaio

universal a uma velocidade de 1 mm/min. O estudo também avaliou a

micromorfologia das superfícies dentinárias através de MEV. O estudo

micromorfológico mostrou que as superfícies condicionadas com EDTA e ácido

fosfórico estavam livres de smear layer. O condicionamento com EDTA e NaOCl

removeu as fibras colágenas apresentando uma superfície levemente granulosa. Já

o condicionamento com ácido fosfórico e NaOCl determinou uma superfície sem

fibras colágenas, com túbulos amplamente abertos, podendo ser visualizadas

também as anastomoses entre os túbulos dentinários. O ensaio de resistência ao

cisalhamento revelou os seguintes resultados: grupo 1 – 13,3 ± 1,9 Mpa; grupo 2 –

6,5 ± 1,5 MPa; grupo 3 – 10,4 ±3,4; grupo 4 – 7,4 ± 1,1; entre os 60 espécimes

fraturados somente cinco foram fraturas coesivas. O grupo 1 (tratado somente com

EDTA) apresentou o melhor resultado, estatisticamente significativo em relação ao

grupo 2; o grupo 2 foi superior aos grupos 3 e 4. Entre os dois últimos não houve

diferença estatística. Com os presentes resultados os autores concluem que as

fibras colágenas da superfície dentinária aumentam a resistência adesiva quando se

utiliza o All Bond 2.

Toledano et al. (2002) avaliaram o efeito da remoção do colágeno com

hipoclorito de sódio a 5% na resistência ao cisalhamento de um adesivo contendo

acetona em dentina superficial e profunda. No estudo foram utilizados terceiros

molares humanos extraídos, os quais foram incluídos em resina acrílica deixando-se

dois terços das coroas expostas. Uma parte dos dentes foi seccionada na junção

amelo-cementária (dentina superficial) e a outra parte, 1,1 mm abaixo do primeiro

(dentina profunda). Os espécimes (10 para dentina rasa e 10 para dentina profunda)

foram acoplados num dispositivo onde receberam o tratamento para o adesivo Prime

Page 39: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

38

& Bond 2.1 (Dentsply) recomendado pelo fabricante. Outros 20 espécimes (10 para

dentina superficial e 10 para dentina profunda) foram condicionados com ácido

fosfórico 35% por 15s, lavagem por 10s, suavemente secos com ar, tratados com

NaOCl a 5% por 2min, com constante agitação e posterior lavagem por 2min com

água destilada; finalmente, o adesivo foi aplicado. Um cilindro de resina composta

(Prisma TPH - Dentsply) com 4 mm de diâmetro foi então confeccionado sobre os

adesivos de todos os espécimes através de uma matriz. Após 24h em água, os

espécimes foram termociclados (500 ciclos) e o teste de resistência ao

cisalhamento, realizado numa máquina de ensaio universal com uma velocidade de

carregamento de 1 mm/min. O modo de fratura foi observado e classificado em

adesivo, coesivo e misto. Os resultados em MPa foram: dentina superficial

9,75(±3,29) MPa; dentina superficial/NaOCl 7,44 (±2,64) ; dentina profunda 6,18

(±1,48); dentina profunda/NaOCl 8,53 (±2,18). Em dentina profunda houve um

aumento significativo estatisticamente quando utilizado o NaOCl; em dentina rasa

houve um decréscimo nos valores, porém significativo estatisticamente. Em 100%

dos casos houve fraturas adesivas. A partir desses resultados os autores concluem

que a remoção do colágeno em dentina profunda facilita a penetração do adesivo na

dentina, o que pode elevar os valores de adesão. Também relatam que, se uma

adesão entre resina e a porção mineral da dentina for obtida, pode ser mais durável.

Osorio et al. (2002) avaliaram o efeito do hipoclorito de sódio no tratamento

da dentina por meio de ensaios de resistência ao cisalhamento, medida do ângulo

de contato do adesivo na dentina e estudo de microinfiltração de um adesivo de

passo único. Para o teste de resistência adesiva ao cisalhamento foram utilizados

molares humanos, os quais tiveram suas superfícies oclusais desgastadas e

padronizadas com lixas de granulação #600. No grupo 1, as superfícies dentinárias

foram condicionadas com ácido fosfórico e, então o sistema adesivo Single Bond

(3MESPE) aplicado de acordo com as normas do fabricante. No grupo 2 as

superfícies dentinárias foram condicionadas com ácido fosfórico, tratadas com

NaOCl a 5% por 2min para, então, aplicar-se o adesivo de acordo com as normas do

fabricante. Ambos os procedimentos foram realizados em dentina superficial (SD) e

profunda (DD). A resina Z100 (3MESPE) foi aplicada e os espécimes foram

submetidos a 500 ciclos térmicos. O teste de cisalhamento foi realizado numa

máquina de ensaios universais com uma velocidade de carregamento de 1 mm/min.

Os autores chegaram aos seguintes resultados para o teste de resistência ao

Page 40: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

39

cisalhamento: grupo 1 (SD) 22,5 ±3,4MPa e (DD) 23,4 ±5,5MPa; grupo 2 (SD) 15,7

±7,4MPa e (DD) 12,8 ±5,0MPa. A análise estatística constatou não haver diferença

significativa entre dentina profunda e superficial, porém os valores obtidos quando a

dentina foi tratada com NaOCl foram significativamente menores. O estudo dos

ângulos de contato entre dentina-água e dentina-resina mostrou valores

significativamente menores para dentina profunda, exceto quando o NaOCl foi

utilizado, caso em que não se verificou diferença. O estudo de microinfiltração

mostrou valores mais significativos quando a interface se situava em dentina do que

quando situada em esmalte, não havendo diferença entre os espécimes que

receberam ou não o tratamento com NaOCl. Os autores concluíram que, embora a

molhabilidade tenha aumentado, os valores de resistência ao cisalhamento

diminuíram com o uso do NaOCl. As avaliações de microinfiltração e de

nanoinfiltração mostraram que o uso da substância em questão não apresenta

vantagem alguma sobre o tratamento convencional (apenas condicionamento ácido).

Montes et al. (2003) avaliaram e mensuraram a influência da remoção do

colágeno quando utilizada a técnica do condicionamento ácido total e quando

utilizado um sistema adesivo autocondicionante na adaptação marginal de

restaurações em dentina, de cavidades com fator C alto. Associaram também cada

uma das técnicas ao uso de uma camada intermediária de resina de baixa

viscosidade. As faces vestibulares de incisivos bovinos foram desgastadas com lixas

de granulação #320 para a obtenção de superfícies planas; as superfícies ainda

foram padronizadas com lixas de granulação #600. Foram confeccionadas

cavidades padronizadas com margens em dentina com um fator C de

aproximadamente 4.3. Os dentes foram divididos em dez grupos. No grupo 1

(controle), foi realizado condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15s,

lavagem com água por 20s secagem com papel absorvente e aplicação do adesivo

Prime & Bond 2.1 (Dentsply) de acordo com as instruções do fabricante. No grupo 2,

a mesma seqüência do foi realizada, com exceção da aplicação de uma camada de

Protect Liner F (Kuraray – Dental) (PLF) posteriormente à aplicação do adesivo. No

grupo 3, após o condicionamento ácido, a superfície dentinária foi tratada com uma

solução de NaOCl a 10% por 1min, lavada e secada com papel absorvente,

terminando com aplicação e fotopolimerização do adesivo. No grupo 4, realizou-se a

mesma seqüência do grupo 3, exceto pela aplicação de uma camada de Protect

Liner F após o adesivo. No grupo 5, (controle) foi utilizado o adesivo Clearfil SE

Page 41: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

40

Bond (Kuraray – Dental) (CSEB) de acordo com as instruções do fabricante. No

grupo 6, após a aplicação do adesivo, foi aplicada uma camada de PLF. No grupo 7,

previamente à aplicação do adesivo CSEB, a dentina foi tratada com NaOCl como

no grupo 3. O grupo 8, recebeu o mesmo tratamento do grupo 7, porém após a

polimerização do adesivo uma camada de PLF foi aplicada e polimerizada. No grupo

9, o CSEB-primer foi aplicado por 20s sobre a dentina e secado com leves jatos de

ar, sendo então, tratado com NaOCl a 10% por 1min, lavado e secado para,

finalmente, receber o CSEB-adesivo. O grupo 10 recebeu a mesma seqüência do

grupo 9 exceto pela aplicação de uma camada de PLF posterior à polimerização do

adesivo. Todos os grupos foram restaurados com resina composta Z250 (3MESPE).

As restaurações foram polidas com pastas abrasivas, limpas e moldadas com

silicona de adição. A partir da moldagem foram obtidos moldes com resina epóxica,

os quais foram avaliados por MEV. Os resultados demonstraram que os dois

adesivos apresentaram fendas nas margens nos grupos 1 e 5 (controles). O uso do

PLF melhorou significativamente a qualidade das margens para os grupos CSEB,

contudo não teve o mesmo efeito para os grupos em que foi utilizado Prime & Bond

2.1. A remoção do colágeno melhorou a qualidade das margens para o Prime &

Bond 2.1, não influenciando os resultados do sistema CSEB.

Breschi et al. (2003) avaliaram através de MEV a ultra-estrutura da dentina

humana condicionada por diferentes ácidos e posteriormente exposta ao hipoclorito

de sódio a 5% por 2 e 5min. A MEV realizada em dentina tratada com ácido fosfórico

e com hipoclorito de sódio mostrou túbulos dentinários amplamente abertos; mesmo

em grandes magnificações, nenhum vestígio de fibras colágenas foi observado.

Diferentemente, na dentina tratada com ácido oxálico e maléico, foi encontrada uma

pequena quantidade de fibras colágenas ao ser exposta ao NaOCl por apenas 2min.

Os autores concluem que a morfologia dentinária após o tratamento com NaOCl

pode otimizar a resistência adesiva.

Uceda-Gómez et al. (2003) realizaram um estudo para avaliar a resistência

adesiva à microtração de um adesivo de passo único em dentina superficial e

profunda, sendo esta acessada por oclusal e por apical, removendo ou não a

camada colágena com NaOCl. Para este estudo in vitro foram obtidos 18 molares

humanos. As superfícies oclusais de 12 dentes foram desgastadas (lixas #220); em

seis dentes o desgaste deu-se até a remoção total do esmalte e, nos outros seis,

atingiu a dentina profunda sem, contudo, atingir os cornos pulpares. Nos seis dentes

Page 42: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

41

remanescentes a dentina profunda foi acessada por apical através da remoção das

raízes e desgaste com lixas. A padronização da smear layer foi realizada com lixas

#600 para todos os dentes. Foram, então, designados três dentes para cada grupo

experimental: dentina superfical oclusal (SUC), dentina profunda oclusal (DOC),

dentina profunda apical (DAC); para estes grupos, foi utilizado o sistema adesivo

One Step (Bisco - Dental) de acordo com as normas do fabricante. Também foram

designados três dentes para cada grupo experimental nos quais se realizou o

tratamento com NaOCl a 10% por 60s, após o condicionamento ácido: dentina

superficial oclusal (SUH), dentina profunda oclusal (DOH), dentina profunda apical

(DAH). Foram confeccionadas “restaurações” em todos os grupos com resina Z100

(3MESPE). Os espécimes foram, então, seccionados paralelamente ao longo eixo

dos dentes e, após foram realizados cortes perpendiculares aos primeiros, obtendo-

se corpos-de-prova em forma de “palito” com uma secção de, aproximadamente, 0,8

mm2. Esses foram acoplados a um dispositivo com adesivo a base de cianocrilato e

tracionados a uma velocidade de 0,6 mm/min. Resultados obtidos: SUC 35,44 ±12,3;

DOC 26,48 ±8,50; DAC 26,13 ±10,2; SUH 28,82 ±12,7; DOH 24,27 ±8,30; 23,52 ±

8,50. A dentina superficial foi estatisticamente superior à dentina profunda, que não

mostrou diferença estatística nas duas formas de acesso (apical e oclusal). Os

espécimes que não receberam o tratamento com hipoclorito de sódio foram

estatisticamente superiores em relação aos que o receberam. Conclui-se neste

estudo que a profundidade dentinária influi na resistência adesiva, sendo sempre

maiores os valores para a dentina superficial. Quanto à desproteinização, o estudo

indicou que o tratamento com hipoclorito de sódio reduz os valores de adesão.

Bezzon et al. (2003) avaliaram a resistência à união entre dentina e resina

composta utilizando três diferentes adesivos (Gluma Comfort Bond (Bayer – Dental)

e Bond One (Jeneric-Pentron)), três concentrações de NaOCl (1, 5 e 10%) com três

intervalos de aplicação diferentes (15s, 30 e 60s), através de teste de microtração

em dentes bovinos. As superfícies dentinárias foram condicionadas com 37% de

ácido fosfórico e, posteriormente, receberam um tratamento com NaOCl nos tempos

supracitados. Os dois adesivos foram aplicados para todos os tempos e

concentrações de tratamento com NaOCl. As amostras foram restauradas com

resina composta e cortadas em fatias entre 0,7 e 1 mm de espessura e,

posteriormente, foram realizados entalhes tipo ampulheta determinando uma área de

interface adesiva entre 0,7 e 1 mm2. O teste de microtração foi realizado a uma

Page 43: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

42

velocidade de 0,5 mm/min. A análise estatística não demonstrou haver diferença

significativa entre os adesivos e as concentrações de NaOCl, mas haver diferença

estatística entre os tempos de aplicação do NaOCl, visto que a resistência diminuía

com o aumento do tempo. Conclui-se que a utilização das diferentes concentrações

não melhoraram os valores de resistência à união, mas o aumento do tempo de

exposição reduziu esses valores.

Demoliner et al. (2003) avaliaram o selamento marginal de restaurações de

resina composta quando o NaOCl é aplicado antes (tratamento endodôntico) ou

após o condicionamento ácido (desproteinização) em dentes bovinos. Cavidades

classe V foram preparadas e restauradas com o sistema adesivo Prime & Bond NT

(Dentsply) e a resina Esthet X (Dentsply). As restaurações receberam 800 ciclos

térmicos, foram imersas em azul de metileno e a microinfiltração foi avaliada em

microscópio de 14x de aumento por três avaliadores. Os autores concluíram que a

aplicação do NaOCl antes e após o condicionamento ácido não interferiu no

selamento marginal desse sistema adesivo.

Pucci e Araújo (2003) avaliaram a resistência ao cisalhamento de sistemas

adesivos convencionais com e sem a remoção do colágeno e adesivos

autocondicionantes. Molares humanos foram seccionados em duas metades,

incluídos em resina acrílica e tiveram o esmalte removido para expor dentina. A área

adesiva foi delimitada em 3 mm de diâmetro. Foram testados os adesivos

autocondicionantes One-Up Bond (J. Morita) e Clearfil SE Bond (Kuraray - Dental), e

os adesivos Single Bond (3MESPE) e Scotchbond Multipurpose (3MESPE), para os

quais, após o condicionamento ácido, foi realizado um tratamento com hipoclorito de

sódio a 10% por um minuto. A resina composta foi inserida através de uma matriz

metálica. O teste de cisalhamento foi realizado a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os

autores concluíram que o adesivo Clearfil SE Bond apresentou significativamente

maior resistência que os adesivos One-Up Bond e Scotchbond Multi Purpose e,

ainda, que o tratamento com NaOCl não aumentou significativamente a resistência

adesiva desses adesivos convencionais ao cisalhamento.

Correr et al. (2003) avaliaram o efeito da aplicação do NaOCl na resistência

ao cisalhamento de três sistemas adesivos (Single Bond (3MESPE) – SB, Prime &

Bond 2.1 (Dentsply) – PB e Clearfil SE Bond (Kuraray- Dental) – CSEB) aplicados à

dentina decídua. Os dentes foram seccionados em duas metades, inclusos em

resina acrílica e a dentina foi exposta por desgaste. As amostras foram então

Page 44: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

43

distribuídas em seis grupos (n = 15): G1 – SB; G2 – NaOCl + SB; G3 – PB; G4 –

NaOCl + PB; G5 – CSE; G6 – NaOCl + CSEB. Os sistemas adesivos foram

aplicados de acordo com as normas dos respectivos fabricantes, exceto nos grupos

com NaOCl, nos quais uma solução a 10% dessa substância foi aplicada após o

condicionamento ácido nos grupos 2 e 4 e previamente à aplicação do sistema de

união. A resina composta Z250 (3MESPE) foi inserida em incrementos através de

uma matriz metálica e o teste de resistência ao cisalhamento foi realizado a uma

velocidade de 0,5 mm/min. Os valores obtidos em MPa foram: G1 – 3,17 ±1,97; G2 –

2,93 ± 1,36; G3 – 2,04 ±0,27; G4 – 1,91±0,74; G5 – 2,67 ±1,22; G6 – 2,14 ±1,10.

Não foi constatada diferença estatística nos grupos com e sem tratamento com

NaOCl, independentemente do material utilizado. Houve diferença estatística entre

os materiais utilizados, sendo que o SB apresentou a maior resistência, seguido pelo

CSEB; e, por fim, apresentando os menores valores o sistema de união PB. Os

autores concluíram não ter havido influência do NaOCl independentemente do

adesivo utilizado.

Arias, Bedran-De-Castro e Pimenta avaliaram, em 2004, o efeito do

tratamento da dentina com hipoclorito de sódio gel e solução a 10% por 60s na

resistência adesiva ao cisalhamento de quatro adesivos dentinários: Gluma One

Bond (Bayer – Dental), Prime & Bond 2.1 (Dentsply), Single Bond (3MESPE) e Prime

& Bond NT (3MESPE). Somente o grupo que utilizou o Gluma One Bond e o

tratamento com 10% NaOCl mostrou aumento significativo na resistência ao

cisalhamento. O gel de hipoclorito de sódio a 10% foi menos eficiente em remover o

colágeno do que a solução. A conclusão foi que a influência da remoção do

colágeno depende do sistema adesivo, no qual o solvente e o monômero podem

influenciar os resultados.

Silva e Torres (2004) avaliaram a influência do uso do primer em dentina que

sofreu condicionamento ácido e desproteinização na infiltração marginal de

cavidades classe V. O estudo foi realizado em dentes bovinos, nos quais foram

confeccionadas as cavidades. O grupo C recebeu o tratamento convencional, ácido

fosfórico 35% (15s); o grupo H recebeu o mesmo tratamento do grupo C além de um

tratamento adicional com hipoclorito de sódio a 10% por 1min. Cada um desses

grupos foi subdividido em três subgrupos: no primeiro, foi aplicado o primer e

adesivo do sistema Scotchbond Multipurpose Plus (3MESPE); no segundo, somente

o adesivo e, no terceiro, o adesivo para esmalte Magic Bond (Vigodent). As

Page 45: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

44

cavidades foram restauradas com Z250 (3MESPE), temocicladas (500 ciclos). Os

autores concluíram que os grupos que receberam o primer mostraram melhor

selamento marginal e que a desproteinização não teve influência na microinfiltração.

Corniati, Rodrigues e Torres (2004) avaliaram a influência da

desproteinização utilizando dois sistemas adesivos: um convencional (Prime & Bond

NT (Dentsply)) e um autocondicionante (One Up Bond F (Kuraray)). O estudo

realizou um teste de cisalhamento em dentes bovinos. Os dentes foram divididos em

quatro grupos: G1 - recebeu o sistema One Up Bond F; G2 - condicionamento com

H3PO4 a 35%, por 15s, lavagem e o sistema Prime & Bond NT; G3 -

condicionamento com H3PO4 a 35%, por 15s, tratamento com NaOCl a 10% por 1

min e o adesivo One Up Bond F; G4 - o mesmo tratamento do G3, porém o adesivo

Prime & Bond NT. Foram confeccionados cilindros de resina sobre os espécimes

com a resina Z250. Os resultados do ensaio de cisalhamento foram os seguintes: G4

- 12,29 ±5,10, G3 - 8,23 ±1,49, G1 - 8,23 ±3,2, G2 - 8,04 ±2,47, sendo apenas o G4

significativamente superior aos demais grupos. Os autores concluíram que a

desproteinização elevou a resistência adesiva do adesivo Prime & Bond NT, porém

não exerceu influência sobre o One Up Bond F.

Maior et al. (2004) avaliaram o efeito da remoção das fibras colágenas na

infiltração marginal de três sistemas adesivos: Single Bond (3MESPE), Prime &

Bond NT (Dentsply) e One Coat Bond (Coltène/Whaledent) em cavidades classe V

de pré-molares humanos. Cada adesivo foi empregado em dois grupos, um com o

tratamento recomendado pelo fabricante e outro com a remoção das fibras

colágenas (condicionamento ácido total + hipoclorito de sódio a 5% por 2min +

aplicação do adesivo). Os espécimes foram termociclados (500 ciclos), imersos em

fucsina básica, seccionados e a micronifiltração marginal foi avaliada. Os autores

concluíram que a remoção das fibras colágenas melhorou significativamente o

selamento marginal dos adesivos Prime & Bond NT e One Coat Bond.

Saboia et al. (2004), avaliaram o efeito da remoção do colágeno da dentina no

comportamento clínico de restaurações de lesões cervicais de erosão/abrasão

quando empregados os adesivos Prime & Bond 2.1 (Dentsply) e Single Bond

(3MESPE). Foram selecionadas 56 lesões cervicais em oito pacientes, as quais

foram divididas em quatro grupos com os respectivos tratamentos. Para G1 – as

lesões foram condicionadas com ácido fosfórico 37%, por 15s, lavadas e sistema

adesivo Prime & Bond 2.1 aplicado; G2 – foi realizado o mesmo tratamento de G1,

Page 46: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

45

exceto pelo tratamento adicional com hipoclorito de sódio a 10% por 60s; G3 –

recebeu os mesmos procedimentos do G1, porém foi utilizado o adesivo Single

Bond; G4 – recebeu os mesmos procedimentos do G2, porém o adesivo Single Bond

foi utilizado. As restaurações foram realizadas com a resina Z250 (3MESPE). Os

pacientes foram chamados após um e dois anos para avaliação das restaurações.

Os autores concluíram que a remoção do colágeno não influenciou o

comportamento clínico das restaurações.

Souza et al. (2004) avaliaram a influência da remoção das fibras colágenas

dentinárias através de um teste de microtração. Foram utilizados 36 molares

humanos, que tiveram a dentina superficial oclusal exposta e receberam os

seguintes sistemas adesivos: GA – (Single Bond + Z250) (3MESPE); GB (Prime &

Bond NT + Esthet X) (Densply); GC (One Coat Bond (Coltène/Whaledent) + Fill

Magic (Vigodent)). Cada grupo foi dividido em dois subgrupos: o subgrupo 1 recebeu

o protocolo adesivo recomendado pelo fabricante e o 2, o protocolo para remoção do

colágeno (condicionamento ácido + NaOCl a 5% por 2min + aplicação do adesivo).

Cada espécime foi seccionado de forma a obter corpos-de-prova com uma área de

0,8 mm2. O ensaio de microtração foi realizado com uma velocidade de

carregamento de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste ANOVA e

ao teste de Tukey. Os resultados foram os seguintes: GA1 – 60,70 ±10,18MPa; GA2

– 39,08 ±10,79MPa; GB1 – 31,73 ±6,91; GB2 – 61,53 MPa ±5,85MPa; GC1 – 54,30

±8,4MPa; GC2 – 51,24 ±11,32MPa. Os autores concluíram que o tratamento com

hipoclorito de sódio melhorou os valores de resistência à microtração para o adesivo

Prime & Bond NT e reduziu os valores para o adesivo Single Bond.

Coelho, Araújo e Balducci (2004) avaliaram o efeito do tratamento da dentina

com hipoclorito de sódio a 10% por 1min na resistência ao cisalhamento de um

adesivo monocomponente (Single Bond – 3MESPE) e de um autocondicionante

(Clearfil SE Bond – Kuraray - Dental). Foram utilizados dentes bovinos, nos quais a

dentina vestibular foi exposta e recebeu os seguintes tratamentos: G1 – protocolo

adesivo recomendado pelo fabricante + Single Bond; G2 – protocolo adesivo

recomendado pelo fabricante + Clearfil SE Bond; G3 – condicionamento com ácido

fosfórico, lavagem, secagem e aplicação de NaOCl, a 10%, por 1min e aplicação do

sistema adesivo Single Bond; G4 – idem ao G3, porém recebeu o adesivo Clearfil

SE Bond. Os autores concluíram que a aplicação do hipoclorito de sódio elevou os

valores de resistência ao cisalhamento para o adesivo autocondicionante.

Page 47: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

46

2.2 - Ensaios de Microtração

Sano et al. (1994) propuseram que era necessário medir a resistência adesiva

de pequenas áreas e, para isso, desenvolveram um teste de tração em miniatura. No

estudo em que descreveram tal técnica avaliaram a relação entre a área da

superfície de adesão e a resistência adesiva a tração. Terceiros molares humanos

tiveram o esmalte oclusal removido e a superfície resultante foi polida com lixas de

granulação #600. As superfícies foram então tratadas com um dos dois adesivos,

Scotchbond Multi Purpose (3MESPE) e Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray - Dental), e

um ionômero de vidro modificado por resina, Vitremer (3MESPE). Os materiais

foram utilizados de acordo com as normas dos fabricantes. Foram construídas

“coroas” com altura de 3-5 mm posteriormente à aplicação dos adesivos com resina

composta e com ionômero de vidro para o grupo desse material. Esse conjunto foi

seccionado em fatias de 0,5 a 3 mm de espessura paralelamente ao longo eixo do

dente. A região da interface adesiva foi reduzida por desgaste com pontas

diamantadas, deixando a interface adesiva com uma secção de aproximadamente

0,5 x 0,5 mm a 3 x 3 mm. Esses espécimes preparados foram então fixados a um

dispositivo com adesivo a base de cianocrilato e submetidos ao teste de tração a

uma velocidade de 1 mm/min. O modo de fratura de cada espécime foi avaliado em

um microscópio de 10x de aumento. Os resultados mostraram haver uma relação

inversa entre a resistência adesiva à tração e a área aderida para os três adesivos.

Assim, os espécimes com menor área adesiva apresentaram maiores valores de

resistência à tração ao passo que nos espécimes maiores os valores de resistência

foram menores. Os autores explicam esse fenômeno através da teoria de Griffith`s

1920, a qual atribui os menores valores de resistências em espécimes maiores ao

maior número de defeitos existentes nesses, os quais iniciam e propagam a fratura.

Levando isso em conta, deduz-se que em espécimes menores a probabilidade de

defeitos é menor e, assim, menor a chance de um defeito iniciar uma fratura. Os

autores concluem que o teste de tração em pequenas áreas é útil, pois mostrou

maior número de falhas adesivas em comparação com os testes tradicionais que

utilizam uma área de interface adesiva maior. Ainda atribuem ao teste de

microtração a possibilidade de se avaliar áreas regionais (dentina cariada,

esclerosada).

Page 48: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

47

Carvalho et al. (1994) realizaram um estudo para avaliar um novo método de

microtração para determinação da resistência de união de um sistema adesivo

(Scotchbond Multi Purpose – 3MESPE) e um cimento de ionômero de vidro

(Variglass – Caulk Dentsply) à dentina. Foram utilizados terceiros molares humanos.

O esmalte oclusal foi removido por um corte transversal ao longo eixo do dente,

utilizando-se um disco de diamante. As superfícies oclusais foram polidas com lixas

de granulação #600. Dois adesivos foram aplicados de acordo com as instruções

dos fabricantes e sobre essas superfícies foram confeccionadas “coroas” de 5 mm

em resina composta ou ionômero de vidro. Fatias com espessura de 0,5 a 3 mm

foram obtidas e a região da interface adesiva foi reduzida com pontas diamantadas.

Os espécimes foram, então, fixados a um dispositivo através de uma cola de

cianocrilato e tracionados a uma velocidade de 1 mm/min. A força necessária para

romper a adesão, em quilogramas, foi dividida pela área da secção transversal para

a obtenção dos valores de resistência adesiva, a qual foi expressa em MPa. Os

autores encontraram uma relação inversa entre a resistência à tração e a área de

superfície adesiva. O Scotchbond apresentou maior força adesiva que o Variglass.

Os autores concluíram que a técnica de microtração apresenta vantagens como:

possibilidade de testar a resistência adesiva em pequenas áreas, poder comparar

diferenças regionais (diferentes paredes dentinárias) de resistência adesiva e se

obter vários espécimes com apenas um dente.

Phrukkanon et al. (1998) compararam diferentes secções transversais para o

teste de microtração, cilíndrica e retangular, com áreas de união diferentes para

cada uma das formas. A porção do esmalte oclusal de molares humanos foi

removida expondo uma superfície plana de dentina. A superfície de dentina foi então

padronizada com lixas de granulação #600 para simular a smear layer. Foram

utilizados quatro sistemas adesivos: Scotchbond Multi Purpose Plus (3MESPE),

Optipbond FL (Kerr), Optibond Solo (Kerr), One Step (Bisco Dental), todos de acordo

com as instruções fornecidas pelos fabricantes. Posteriormente à aplicação e

fotopolimerização do adesivo, um bloco de resina de 5 mm de altura foi

confeccionado sobre o adesivo. Para cada adesivo foram preparados espécimes

com a secção da superfície adesiva cilíndrica e com áreas de 1,1, 1,5 e 3,1 mm2 e

com superfície adesiva retangular com as áreas idênticas as anteriores. Os

espécimes foram fixados em dispositivos e tracionados com uma velocidade de

carregamento de 1 mm/min. Neste estudo, os autores ainda realizaram uma análise

Page 49: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

48

através de elemento finito para avaliar a distribuição de estresse nos espécimes. A

análise estatística mostrou não haver diferença significativa nos valores de

resistência adesiva à tração entre os espécimes retangulares e cilíndricos. Os

espécimes com área de 1,1 mm2 apresentaram valores significativamente maiores

daqueles com área de 3,1 mm2 em todos dos grupos, exceto para os adesivos

Scotchbond Multi Purpose e One Step. A análise de elemento finito mostrou que o

maior estresse localiza-se na periferia dos espécimes cilíndricos e nos ângulos

(cantos) dos espécimes retangulares. Esse modelo de elemento finito mostrou haver

um mínimo de estresse no centro de todos os corpos de prova. Os autores concluem

recomendando a forma cilíndrica com área de adesão de 1,5 mm2 como a mais

apropriada para testes de microtração, por ser mais fácil de produzir os espécimes,

haver perda mínima durante a confecção dos espécimes e por ocorrerem mais

fraturas adesivas do que coesivas.

Armstrong, Boyer e Keller realizaram um estudo em 1998 para medir a

resistência à microtração de dois sistemas adesivos comercialmente disponíveis e

observar o modo de fratura através de MEV. Seis molares humanos tiveram o

esmalte oclusal removido por desgaste sob irrigação com água e as superfícies

também foram padronizadas com lixas de granulação #600. As superfícies foram

condicionadas com ácido fosfórico 32%, lavadas com água por 15s e secas com

papel absorvente. Em três molares foi aplicado o sistema adesivo All Bond 2 (Bisco -

Dental) e, nos outros três, o sistema Optibond FL (Kerr). Uma coroa de 6 mm foi

confeccionada sobre as superfícies de todos os molares. Cortes paralelos ao longo

eixo do dente foram realizados para obtenção de fatias com espessura de 0,8 a 0,9

mm. Com pontas diamantadas foram realizados desgastes até a região adesiva

possuir 0,5 mm2. Os espécimes foram fixados a um dispositivo com cola a base de

cianocrilato e submetidos à tração com uma velocidade de carregamento de 1

mm/min até a fratura. Depois de fraturados, os espécimes foram preparados para

MEV. O adesivo All Bond 2 apresentou uma média de 40,7 ±9,0MPa de resistência

adesiva, a passo que o Optibond FL alcançou uma média de 34,0 ±7,7MPa, não

havendo diferença estatisticamente significativa. Ocorreram 21 fraturas coesivas e

19, adesivas ou mistas. Os autores concluíram que a espessura de dentina

remanescente não afeta a resistência à tração. Os modos de falha produzidos pelo

estudo não representam a verdadeira resistência da interface adesiva.

Page 50: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

49

Koibuchi, Yasuda e Nakabayashi (2001) avaliaram o efeito da smear layer na

adesão à dentina humana para determinar a viabilidade do uso clínico de adesivos

autocondicionantes. Nesse estudo também foi avaliada a influência da smear layer

mais “grossa” em relação a uma “fina”. Quinze molares humanos foram divididos em

dois grupos: no primeiro, a smear layer foi simulada com lixa de granulação #180

(grossa); no segundo, foi simulada com lixas #600 (fina). Em ambos os grupos foi

utilizado o sistema adesivo Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray – Dental). Resina

composta foi aplicada sobre as superfícies que previamente receberam o adesivo.

Os dentes foram, então, seccionados em fatias de 2 mm de espessura e a região da

interface adesiva foi reduzida através de pontas diamantadas ultrafinas, deixando

uma área de interface de 3,0 x 2,0 mm. Os espécimes foram então submetidos ao

teste de tração a uma velocidade de 1 mm/min. O resultado obtido para o primeiro

grupo (smear layer produzida pela lixa #180) foi de 10,0 ±7,2MPa e, para o segundo

grupo (smear layer produzida pela lixa #600) foi de 28,5 ±5,2Mpa. Submetidos à

análise estatística, esses resultados foram significativamente diferentes. Os autores

concluíram que a dentina pôde de fato ser hibiridizada mesmo sobre a smear layer,

o que pode ser benéfico em se tratando de toxicidade ao complexo dentino-pulpar.

Concluíram também que a padronização da superfície dentinária com lixas de

granulação #600 produz valores mais altos de resistência à tração quando

comparado à lixa #180, afirmando que esta última está mais próxima da rugosidade

produzida por brocas clinicamente.

Perdigão et al. (2002) avaliaram três adesivos aplicados sobre dentina úmida

ou seca com ar por 5s através de um teste de resistência à microtração. Vinte e

quatro pré-molares com extração indicada por razões ortodônticas foram

restaurados utilizando-se três sistemas adesivos dentinários: Excite (Ivoclar –

Vivadent), Prime & Bond NT (Dentsply) e Single Bond (3MESPE). Os dentes foram

restaurados com dois diferentes graus de umidade (úmida – a dentina foi seca com

bolinhas de algodão; seca – a dentina foi seca com jatos de ar) na superfície

dentinária previamente à aplicação do sistema adesivo. Foram confeccionadas

amplas cavidades oclusais, as quais foram restauradas com resina composta Z250

(3MESPE). Após a extração, os dentes foram seccionados em espessuras de 0,7

±0,2 mm paralelamente ao longo eixo e, posteriormente, foram realizadas secções

da mesma espessura perpendiculares às primeiras. Assim, obtiveram-se “palitos”

com secção de 0,7 ±0,2 mm2. Os espécimes foram fixados no dispositivo de

Page 51: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

50

Geraldeli e tracionados a uma velocidade constante de 1 mm/min. A média e desvio-

padrão dos resultados são apresentados a seguir: Single Bond (úmida) – 38,4

±13,9MPa; Single Bond (seca) – 30,9 ±11,8MPa; Prime & Bond NT (seca) – 30,4

±12,9MPa; Prime & Bond NT (úmida) – 29,4 ±9,9MPa; Excite (seca) – 25,4

±10,5MPa; Excite (úmida) – 23,3 ±12,8MPa. Não houve diferença estatisticamente

significativa entre técnica úmida e seca para nenhum dos adesivos. Os autores

concluíram que o grau de umidade não influencia os valores de resistência à

microtração quando o procedimento é realizado in vivo.

Sadek et al. (2004) avaliaram a influência da geometria dos espécimes em

dentina e esmalte no teste de microtração. Foram utilizados molares humanos

íntegros. Para o teste em dentina a porção de esmalte oclusal foi removida com um

disco de diamante, ao passo que, para o teste em esmalte a superfície vestibular foi

planificada com lixa de granulação #180. As superfícies foram padronizadas pela

asperização com lixas. As superfícies foram lavadas e um sistema adesivo

experimental ABF (Kuraray Medical Inc., Osaka, Japan) foi aplicado de acordo com

as instruções do fabricante. Sobre o adesivo foram construídos blocos de resina de

aproximadamente 5 x 5 x 5 mm. Os conjuntos dente/adesivo/resina foram

seccionados em forma de ampulheta e em forma de palito com secções de interface

adesiva de 0,5 mm2 e 1,0 mm2 para os dois substratos. Os espécimes foram

aderidos a um dispositivo com um adesivo a base de cianocrilato e o teste de

microtração, realizado com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. A

análise estatística mostrou haver diferença significativa entre os substratos, os

formatos e as áreas. Assim, a dentina (51,24MPa) obteve maiores valores de

resistência quando comparada ao esmalte (41,97). Os corpos-de-prova (51,54MPa)

em forma de palito apresentaram valores de resistência significativamente maiores

que os em forma de ampulheta (41,66MPa). Ainda, os corpos-de-prova com menor

área de união forneceram valores de resistência significativamente maiores.

Observações em MEV mostraram haver freqüentes linhas de fratura nos espécimes

em forma de ampulheta, as quais podem sugerir uma maior fragilidade desse tipo de

corpo-de-prova. Os autores concluíram que os corpos-de-prova em forma de palito

são mais adequados para o teste de microtração, principalmente quando o teste é

realizado em esmalte, por apresentar menos trincas na interface e sofrer menor

quantidade de estresse durante sua confecção.

Page 52: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

51

3. PROPOSIÇÃO

Page 53: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

52

3. Proposição

Este estudo tem os seguintes objetivos:

- avaliar a influência da remoção do colágeno com hipoclorito de sódio após o

condicionamento com ácido fosfórico na resistência adesiva à microtração entre

dentina/resina, quando empregados três sistemas adesivos disponíveis

comercialmente;

- avaliar o padrão de fratura após os ensaios de resistência através de

microscopia ótica;

- avaliar qualitativamente, através de microscopia eletrônica de varredura, os

padrões de fratura.

Page 54: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

53

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Page 55: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

54

4. Materiais e Métodos

Este projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em

Seres Humanos e Animais, sob o protocolo CEP-ULBRA de número 2003-159H,

conforme Anexo B.

4.1 - Confecção das Amostras

Para este estudo foram utilizados 18 terceiros molares humanos extraídos por

razões terapêuticas de pacientes com idades entre 18 e 28 anos, que estavam

inclusos ou parcialmente inclusos no momento da extração.

Os dentes foram inicialmente armazenados em formalina a 10% por uma

semana, para ocorrer a esterilização. Após o período inicial de armazenagem, os

dentes foram limpos com curetas periodontais para remoção de tecidos aderidos.

Também foram limpos com taça de borracha acoplada a um micromotor, pedra

pomes e água.

Após a limpeza, os dentes foram armazenados em água destilada, sob

refrigeração ±4 ºC, por até três meses. Três elementos dentários foram distribuídos

aleatoriamente para cada um dos seis grupos experimentais.

Primeiramente, os 18 dentes foram radiografados para se verificar a distância

entre o teto da câmara pulpar. Duas linhas imaginárias foram traçadas a primeira

Page 56: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

55

paralelamente à porção mais apical de esmalte oclusal, e a segunda paralelamente

a porção mais oclusal dos cornos pulpares, como demonstra a Figura 1. Uma

terceira linha foi, então, traçada no centro entre as duas linhas anteriormente

citadas. A medida entre a terceira linha e o vértice das cúspides oclusais foi anotada

para cada dente, sendo posteriormente, utilizada para determinar a quantidade de

desgaste da superfície oclusal.

Figura 1 – Esquema para padronização da quantidade de desgaste

Os dentes foram incluídos, em sua porção radicular, com resina acrílica

(Acrílico Autopolimerizável Pó - Líquido, JET, Artigos Odontológicos Clássico, São

Paulo, Brasil) em tubos de filme fotográfico os quais possuem diâmetro interno de 30

mm. Para inclusão na resina acrílica, os dentes foram posicionados com o seu longo

eixo perpendicular ao plano horizontal. Para isso, utilizou-se um delineador com uma

ponta específica, a qual possuía um anteparo plano para a fixação dos dentes com

cera número 7. Foi tomado o devido cuidado para que o ápice do dente atingisse o

fundo do tubo antes da inclusão, com o intuito de não haver distorções nas medidas

para o desgaste oclusal. Posteriormente à polimerização da resina acrílica, o

conjunto dente/resina acrílica foi removido do tubo.

Essa base de resina acrílica serviu para acoplar o dente a um dispositivo

metálico posicionador de desgaste, de forma que permanecesse fixo na posição em

que fora colocado durante o desgaste. Tal dispositivo possuía um orifício central com

Page 57: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

56

diâmetro interno de 32 mm e parafuso para fixação do dente através da resina

acrílica, como demonstram as Figuras 2 e 3.

Figura 2 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste

A) parafuso; B) orifício para posicionamento do bloco de resina;

C) borda elevada para facilitar o desgaste; D) base metálica

Figura 3 – Ilustração do posicionador para realização do desgaste

Page 58: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

57

Através do dispositivo ilustrado a amostra foi então fixada por um parafuso.

As medidas previamente obtidas através de tomadas radiográficas foram utilizadas

nesse momento para determinar a quantidade de desgaste da superfície oclusal. O

dispositivo permitiu a obtenção de superfícies oclusais perfeitamente planas e

aproximadamente perpendiculares ao longo eixo do dente.

Devidamente acoplados ao dispositivo, os dentes tiveram suas superfícies

desgastadas com de lixas de óxido de alumínio (Lixa Acqua-Flex Norton Abrasivos,

São Paulo) em uma politriz (Abramin - Struers, Ballerup, Dinamarca), com copiosa

refrigeração por água. Inicialmente utilizou-se uma lixa de granulação mais grossa

#180, para remoção de todo o esmalte oclusal. Quando em dentina, passou-se a

utilizar uma lixa de granulação mais fina #320 por 30s, o que também serviu para

simular a produção de lama dentinária sobre a superfície dentária. A superfície

dentinária preparada pode ser vista na Figura 4. Como já relatado, o dispositivo

posicionador de desgaste permitiu, a obtenção de superfícies planas e

perpendiculares ao longo eixo do ente. Após esse procedimento, os espécimes

permaneceram em água destilada até a confecção das “restaurações”, sempre sob

refrigeração (± 4 ºC).

Figura 4 – Ilustração de um espécime após a planificação da superfície oclusal.

Page 59: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

58

Os materiais utilizados neste estudo estão descritos no Quadro 1 e as

respectivas composições encontram-se no Quadro 2:

Quadro 1 – Materiais utilizados no estudo

Material Utilizado Marca Comercial Fabricante Nº de Série/Lote

Resina Composta Filtek Z250 – A2

3M Espe Dental

Products – St. Paul

– MN – EUA

4CC

Adesivo Dentário Single Bond

3M Espe Dental

Products – St. Paul

– MN – EUA

4JU

Adesivo Dentário Prime & Bond 2.1

Dentsply De Trey

GmbH D – 78467

Konstanz

298 14

Adesivo Dentário One Coat Bond

Coltène

Feldwiesenstrasse

20 – 9450 Altstãtten

- Suiça

527 02

Solução de NaOCl

a 10% ---

Farmácia de

Manipulação

Nathupharma

Passo Fundo - RS

---

Page 60: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

59

Quadro 2 – Composição dos materiais previamente citados.

Marca Comercial Composição

Z250 BIS-GMA, UDMA, BIS-EMA, Zircônia/Sílica

Single Bond água, etanol, BIS-GMA, HEMA, dimetacrilatos,

fotoiniciador, ácido poliacrílico e politacônico

Prime & Bond 2.1

Resinas dimetacrilatos elastomêricas, PENTA,

fotoiniciadores, estabilizadores, hidrofluoreto de

cetilamina, acetona

One Coat Bond

Éster de ácido metacrílico, polímero metacrilizado,

glycerol dimetacrilato, uretano dimetacrilato, ácido silícico

amorfo

Assim, após a exposição da dentina e obtenção de uma superfície plana,

procedeu-se aos tratamentos de superfície como descrito abaixo:

GRUPO A – Single Bond: as superfícies dentinárias foram condicionadas

com ácido fosfórico gel a 37% por 15s e lavadas com spray de ar/água livre de óleo

pelo mesmo tempo. Com discos de papel absorvente removeu-se o excesso de

água deixando a superfície de dentina úmida. Utilizando-se um aplicador descartável

(Microbrush – Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Single Bond foi

aplicado sobre a dentina duas vezes consecutivas, conforme recomenda o

fabricante. Um período de aproximadamente 5s foi aguardado. O adesivo foi, então,

polimerizado por 10 segundos.

GRUPO B – Single Bond / NaOCl: as superfícies dentinárias foram

condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s, lavadas com spray de ar/água

livre de óleo por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre

a superfície. Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10%

(Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e

novamente a superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a

superfície foi seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush –

Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Single Bond foi aplicado sobre a

Page 61: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

60

dentina duas vezes consecutivas, conforme recomenda o fabricante. Um período de

aproximadamente 5s foi aguardado. O adesivo foi, então, polimerizado por 10

segundos.

GRUPO C – Prime & Bond 2.1: as superfícies dentinárias foram

condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s e lavadas com spray de

ar/água livre de óleo pelo mesmo tempo. Com discos de papel absorvente removeu-

se o excesso de água deixando a superfície de dentina úmida. Utilizando-se um

aplicador descartável (Microbrush – Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o

adesivo Prime & Bond 2.1 foi aplicado de forma generosa e um período de 20s foi

aguardado para posterior polimerização por 10s. Como recomenda o fabricante, se a

superfície não apresentava brilho uniforme em toda a superfície dentinária, uma

nova aplicação era realizada.

GRUPO D – Prime & Bond 2.1 / NaOCl: as superfícies dentinárias foram

condicionadas com ácido fosfórico gel a 37% por 15s, lavadas com spray de ar/água

livre de óleo por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre

a superfície. Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10%

(Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e

novamente a superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a

superfície foi seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush –

Microbrush Corporation, Grifton, EUA), o adesivo Prime & Bond 2.1 foi aplicado de

forma generosa e um período de 20 s foi aguardado para posterior polimerização por

10s. Conforme recomenda o fabricante se a superfície não apresentava brilho

uniforme em toda a superfície dentinária, uma nova aplicação foi realizada.

GRUPO E – One Coat Bond: as superfícies dentinárias foram condicionadas

com ácido fosfórico gel a 15% (Farmácia de Manipulação Natupharma, Passo

Fundo, RS) por 30s e lavadas com spray de ar/água livre de óleo por 20s. Com

discos de papel absorvente removeu-se o excesso de água deixando a superfície de

dentina úmida. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush – Microbrush

Corporation, Grifton, EUA), o adesivo One Coat Bond foi aplicado e esfregado na

cavidade durante 20s e, posteriormente, fotopolimerizado por 30s, de acordo com as

instruções do fabricante.

Page 62: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

61

GRUPO F – One Coat Bond / NaOCl: as superfícies dentinárias foram

condicionadas com ácido fosfórico gel a 15% (Farmácia de Manipulação

Natupharma, Passo Fundo, RS) por 30s, lavadas com spray de ar/água livre de óleo

por 15s e secas com breves jatos de ar até não se observar água sobre a superfície.

Através de uma seringa hipodérmica aplicou-se o NaOCl a 10% (Farmácia de

Manipulação Natupharma, Passo Fundo, RS) por um período de 60s e novamente a

superfície foi copiosamente lavada por 30s. Com suaves jatos de ar a superfície foi

seca durante 5s. Utilizando-se um aplicador descartável (Microbrush – Microbrush

Corporation, Grifton, EUA), o adesivo One Coat Bond foi aplicado e esfregado na

cavidade durante 20s e, posterioremente, fotopolimerizado por 30s, de acordo com

as instruções do fabricante.

A fotopolimerização dos adesivos foi realizada através de um aparelho

fotopolimerizador KONDORTEC CL-K50 (Kondortech, São Carlos, SP), de lâmpada

halógena, o qual foi aferido previamente através de um radiômetro Gnatus (Gnatus

Equip. Médico-Odontológicos, Ribeirão Preto, SP), verificando-se uma intensidade

de luz de aproximadamente 570 ±20 mW/cm2.

Com os grupos determinados, os respectivos tratamentos superficiais de

dentina realizados e os adesivos aplicados, procedeu-se à confecção das “coroas”

de resina (blocos de resina composta), realizadas com a resina Filtek Z250

(3MESPE). Foram aplicadas sobre as superfícies dentinárias camadas de

aproximadamente 1,5 a 2 mm até se atingir uma altura média de 6 mm. Cada

camada foi fotopolimerizada por 40s com o mesmo fotopolimerizador utilizado para

os adesivos. Cada amostra recebeu o tratamento e o adesivo de acordo com o seu

grupo, sendo confeccionada, imediatamente após, a “coroa” de resina composta. A

forma final das amostras pode ser vista na Figura 5.

Page 63: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

62

Figura 5 – Ilustração de uma amostra após a confecção da “coroa” de resina

composta.

4.2 - Preparo dos Corpos-de-Prova para Microtração

Após 72 horas em água destilada e temperatura ambiente, as amostras foram

completamente incluídas em resina acrílica de cor rosa, com o intuito de ser

facilmente diferenciada após o corte do dente.

Uma vez incluídas, as amostras foram seccionadas paralelamente ao longo

eixo do dente e, posteriormente, foram realizados cortes perpendiculares aos

primeiros, também paralelos ao longo eixo do dente, para a obtenção de “palitos”.

Os cortes foram realizados numa máquina de corte laboratorial Labcut 1010 (Extec)

à velocidade de 400rpm, com disco diamantado de alta concentração (12200

Diamond Wafering Blade, Extec) sob refrigeração (12065 Water Soluble Cutting

Fluid, Extec). Assim, foram criados “palitos” de aproximadamente 0,8 x 0,8 mm (±

0,2 mm), medidos com um espessímetro, tais medidas podem ser vistas no Anexo

A. Esses palitos eram compostos de uma parte de resina composta e outra de

dentina. Palitos com o remanescente de dentina menor que 1,5 mm foram

descartados por dificuldades de manipulação.

Os “palitos” foram examinados com lupa de 4x de magnificação para se

verificar eventual presença de defeitos na região adesiva, presença de esmalte ou

Page 64: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

63

resina acrílica proveniente da inclusão das amostras e os que apresentaram tais

características foram descartados.

4.3 - Ensaio de Microtração

Para a realização do ensaio de tração, foi utilizado o dispositivo mostrado na

Figura 6, o qual foi acoplado a uma máquina de ensaios universais VERSAT 502M

(Panambra Industrial e Técnica, São Paulo, SP), que possui uma célula de carga de

50Kgf.

Com o dispositivo de Geraldeli que pode ser visto na Figura 6 (Perdigão, et

al., 2002), acoplado à máquina de ensaios universais, os palitos foram fixados a

esse dispositivo, através de um adesivo de cianocrilato em gel (Super Bonder), para

maior controle durante a fixação dos corpos-de-prova. A porção de dentina dos

espécimes foi aderida à porção superior do dispositivo, e a porção de resina, à

porção inferior do dispositivo metálico, como pode ser visualizado na Figura 7.

Deixou-se um vão de aproximadamente 1,5 mm entre as duas porções do

dispositivo para a visualização da interface de união dente/resina. O dispositivo

metálico utilizado para os ensaios de tração possui ainda um entalhe, o qual

proporcionou melhor retenção e um melhor alinhamento do palito. O dispositivo

metálico só permitiu o deslocamento no sentido vertical (tração), evitando, assim,

eventuais movimentos de torção, por possuir um sistema de encaixe tipo

macho/fêmea duplo.

Page 65: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

64

Quadro 3 - Materiais utilizados durante o ensaio de microtração.

Material

Utilizado

Marca

Comercial

Fabricante Nº de Série/Lote Composição

Adesivo

Instantâneo

Universal

Super

Bonder

Gel

Loctite MAIO5EB

Éster de

cianocrilato

Acrílico Auto

Polimeriz -

Líquido

JET

Artigos

Odontológicos

Clássico

Não informado

Monômero de

metilmetacrilato,

DMT

Figura 6 – Ilustração do dispositivo utilizado para a realização do ensaio de

microtração;

Page 66: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

65

Figura 7 – Ilustração do corpo-de-prova fixado com adesivo de cianocrilato ao

dispositivo de microtração

Os testes foram realizados em aproximadamente 35 corpos-de-prova por

grupo experimental, com uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min até a

ruptura do espécime.

A máquina de ensaios universais possui um display digital no qual os valores

de resistência à tração eram visualizados e anotados para cada corpo-de-prova em

Newtons. Como as amostras dos grupos experimentais eram identificados, os

valores de resistência à tração de cada corpo-de-prova foram anotados com a

identificação do elemento dentário (Anexo A).

Page 67: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

66

De posse dos valores de resistência à tração em Newtons, aplicou-se a

seguinte fórmula:

2mmN

MPa = ,

para obtenção dos valores em MPa (Craig, Powers e Watha, 2002). A fórmula foi

aplicada individualmente para cada corpo-de-prova com a respectiva área e valor de

resistência adesiva obtido no ensaio de microtração.

Os resultados foram submetidos ao teste de ANOVA two way, para avaliar se

existiam diferenças significativas entre os grupos experimentais, e, posteriormente,

ao teste de Tukey (nível de significância 5%), para verificar onde se encontravam

tais diferenças. A análise estatística foi realizada com o software estatístico SPSS

10.0.

4.4 - Avaliação dos Padrões de Fratura em Microscopia Ótica e

Microscopia Eletrônica de Varredura

Para avaliação dos padrões de fratura, todos os espécimes foram observados

em microscópio estereoscópio (D.F. Vasconcellos 900, São Paulo, SP) com uma

magnificação de 40x.

Ainda foram selecionados três corpos-de-prova de cada grupo experimental,

ou seja, um de cada elemento dentário, para avaliação do padrão de fratura através

de microscopia eletrônica de varredura.

Para avaliação em microscopia eletrônica de varredura, os palitos foram

colados em stubs metálicos com a face fraturada voltada para cima. Após

desidratados, os corpos-de-prova foram metalizados com uma liga de ouro/paládio

com uma camada de 200 Aº (Angstrons). Por fim, os corpos-de-prova foram

visualizados em um microscópio eletrônico de varredura (Philips XL 20, Eindhoven,

Netherlands).

Page 68: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

67

5. RESULTADOS

Page 69: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

68

5. Resultados

5.1 - Ensaios de Microtração

Os dados referentes a cada corpo-de-prova, incluindo resistência adesiva à

microtração, área da interface adesiva dos corpos-de-prova, tipo de fratura, estão

listados no Anexo A. Na manipulação dos corpos-de-prova durante a sua colagem

no dispositivo de microtração, alguns corpos-de-prova foram perdidos (falha), o que

está citado no Anexo A.

As médias e desvios-padrão dos resultados obtidos no teste de microtração

em MPa estão descritos na Tabela 1 e na Figura 8.

Tabela 1 – Médias, desvios-padrão dos resultados da microtração em MPa e número

de corpos-de-prova em cada grupo.

Adesivo Ácido fosfórico Ácido fosfórico + NaOCl 10%

Single Bond A 55,35 ±13,03 a (39) A 53,87 ±12,45 a (36)

Prime & Bond 2.1 A 20,77 ±10,70 b (32) B 14,02 ±4,29 c (37)

One Coat Bond* A 54,46 ±10,70 a (35) B 39,66 ±6,79 b (43)

- Médias seguidas de letras minúsculas comparam na coluna e antecedidas de letras maiúsculas comparam na linha (p<0,05). * No protocolo adesivo desse sistema adesivo foi utilizado ácido fosfórico a 15%. - Entre parênteses os números de corpos-de-prova utilizados no ensaio de microtração.

Page 70: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

69

55,35

20,77

54,4653,87

14,02

39,66

0

10

20

30

40

50

60

SB PB OCB

MP

a Ác. Fosf.Ác. Fosf./NaOCl

Figura 8 – Gráfico comparativo entre tratamentos e sistemas adesivos

A análise estatística mostrou que o tratamento com hipoclorito de sódio

reduziu significativamente os valores de resistência à microtração quando se

utilizaram os adesivos Prime & Bond 2.1 e One Coat Bond. Quando o sistema

adesivo Single Bond foi utilizado, os valores de resistência à microtração foram

ligeiramente menores, porém essa diferença não foi significativa (Tabela 1).

Em relação aos adesivos, quando utilizado o protocolo preconizado pelo

fabricante, os adesivos Single Bond e One Coat Bond mostraram-se

estatisticamente iguais e o adesivo Prime & Bond 2.1 foi significativamente inferior

aos dois primeiros.

Quando se procedeu ao tratamento adicional com hipoclorito de sódio o

sistema adesivo Single Bond apresentou os valores de resistência à microtração

mais elevados; o sistema adesivo One Coat Bond apresentou um valor inferior ao

Single Bond e superior ao sistema adesivo Prime & Bond 2.1, sendo os valores para

os três sistemas adesivos diferentes estatisticamente.

5.2 - Avaliação dos Padrões de Fratura

A avaliação do tipo de fratura em microscópio ótico mostrou fraturas

predominantemente adesivas 94,6% (em 210 corpos-de-prova). Somente 5,4% (em

12 corpos-de-prova) das fraturas apresentaram-se do tipo coesivas ou mistas.

Page 71: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

70

A avaliação em MEV mostrou que a avaliação do padrão de fratura através da

visualização por microscópio ótico é um método subjetivo, pois, embora, ao

microscópio ótico, as fraturas aparentem ser do tipo adesiva, quando visualizadas ao

microscópio eletrônico de varredura, podem mostrar-se do tipo mistas ou até

coesivas. As imagens realizadas através de microscopia eletrônica de varredura

podem ser vistas a seguir.

Figura 9 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção dentinária do corpo

de prova

Page 72: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

71

Figura 10 – Aspecto em MEV (grupo B) de fratura mista, porção resinosa do corpo

de prova da Figura 9

Figura 11 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 9, fratura mista,

(A – dentina; B – resina)

Page 73: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

72

Figura 12 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção resinosa,

(A – fratura coesiva em dentina)

Figura 13 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo C), porção da dentina,

(A – fratura coesiva em dentina)

Page 74: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

73

Figura 14 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção da dentina

Figura 15 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo D), porção resinosa da

Figura 14

Page 75: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

74

Figura 16 – Aspecto em MEV de grande aumento da Figura 15

(A – tags “arrancados” dos túbulos)

Figura 17 – Aspecto em MEV de fratura mista (grupo E), porção resinosa,

(A – fratura coesiva em resina)

Page 76: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

75

Figura 18 – Aspecto em MEV de fratura adesiva (grupo E), porção de dentina, da

Figura 16 (A – fratura coesiva em resina)

Page 77: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

76

6. DISCUSSÃO

Page 78: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

77

6. Discussão

6.1 - Considerações Sobre a Metodologia

O estudo que sugeriu condicionar o esmalte dentário com ácido fosfórico para

se obter força adesiva para reter restaurações na estrutura dentária sem a

necessidade de um preparo geométrico impulsionou a odontologia para uma nova

era (BUONOCORE, 1955). Mais tarde, a mesma tentativa foi feita para se aderir

resinas acrílicas à dentina. Esse objetivo só seria alcançado três décadas depois,

quando, além do condicionmaneto ácido, foram utilizados monômeros hidrofílicos e

hidrofóbicos (NAKABAYASHI, KOJIMA e MASUHARA, 1982). Com isso novos

materiais surgiram, com características melhores, entre as quais a durabilidade, a

resistência e a estética.

Até os dias atuais, a adesão ao tecido dentinário é amplamente pesquisada

na tentativa de se alcançar uma forma de adesão à dentina tão eficiente e estável

quanto aquela conseguida no esmalte dentário. Os estudos empregam vários testes

para avaliar a adesão, dos quais se podem citar os testes de resistência mecânica,

de microinfiltração e de avaliação micro ou ultra-estrutural. Particularmente, entre os

testes de resistência mecânica, os mais empregados são os de resistência ao

cisalhamento (OSÓRIO et al., 2002; TOLEDANO, et al., 2002; MUNKSGAARD,

2002; CEDERLUND, JONSSON e BLOMLÖF, 2002; SABOIA, RODRIGUES e

PIMENTA, 2000; PERDIGÃO et al., 2000; PRATI, CHERSONI e PHASLEY, 1999;

Page 79: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

78

INAI, et al., 1998; VARGAS, COBB e ARMSTRONG, 1997; GWINNETT et al., 1996;

UNO E FINGER, 1995) e resistência à tração (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003; ;

PHRUKKANON et al., 2000; PIOCH et al., 1999; WAKABAYASHI et al., 1994). Em

1994 foi introduzido o teste de microtração, o qual utiliza uma área de superfície

aderida menor que as habituais utilizadas nos testes de tração convencionais (SANO

et al., 1994).

Desde então, os ensaios de microtração têm sido cada vez mais empregados

na avaliação da resistência de união dentina/resina (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003;

PERDIGÃO et al., 2002; ARMASTRONG, BOYER e KELLER, 1998;

PHRUKKANON, BURROW e TYAS, 1998). No presente estudo optou-se pelo teste

de microtração por ser superior em alguns aspectos: a distribuição do estresse sobre

a interface adesiva é mais uniforme durante a aplicação da carga; menor quantidade

de dentes extraídos é necessária para realização dos testes; o teste de microtração

resulta em maior número de fraturas do tipo adesivas; é possível avaliar regiões

diferentes em um mesmo dente (PASHLEY et al., 1999).

Quanto ao armazenamento, os dentes foram colocados em formalina (formol

10%) por 15 dias, tempo que determina a sua desinfecção e esterelização

(DOMINICI et al., 2001; TATE e WHITE, 1991). A formalina foi utilizada por não

influenciar significativamente os estudos de adesão, quando utilizada por um período

inferior a trinta dias (DEWALD, 1997). O armazenamento foi feito em água destilada

sob refrigeração por não provocar alterações significativas em curtos espaços de

tempo (ISO 11405).

A inclusão dos dentes em resina acrílica em tubos conformadores foi

realizada para possibilitar a apreensão do dente num bloco metálico posicionador,

no qual a manipulação durante o desgaste do esmalte oclusal e a simulação de

smear layer foram facilitadas e, de certa forma, padronizadas, uma vez que o dente

permanecia fixo através de um parafuso presente no dispositivo citado. O bloco

posiciondador determinava a quantidade de desgaste e a posição perpedicular do

dente em relação à superfície de desgaste. Assim, foram obtidas superfícies oclusais

planas e perpendiculares ao longo eixo do dente.

A remoção do esmalte oclusal foi realizada através de desgaste com lixas de

granulação mais espessa #180 e a smear layer padronizada com lixas mais finas

#320 (INAI et al., 1998; GWINNET et al., 1996). Segundo Pashley et al. (1999), a

Page 80: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

79

superfície dentinária destinada a testes de microtração pode ser uma superfície

fraturada, polida ou cortada por meio de brocas ou discos.

O condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15s foi utilizado por ser

amplamente aceito como tratamento prévio à aplicação do sistema adesivo,

removendo a smear layer, abrindo os túbulos dentinários, expondo fibras colágenas

e aumentando a permeabilidade da dentina, possibilitando, assim, a penetração dos

monômeros hidrofílicos entre os espaços existentes na rede de fibras colágenas e

penetração nos túbulos dentinários. A posterior polimerização desses monômeros

formará a camada híbrida e os tags de resina (NAKABAYASHI, KOJIMA e

MASUHARA, 1982). Em relação aos dois grupos que utilizaram o sistema adesivo

One Coat Bond, foi opção por se utilizar o ácido fosfórico a 15%, uma vez que isso é

recomendado pelo fabricante. Embora utilizar um ácido de concentração diferente

signifique a introdução de mais uma variável, no estudo, acredita-se que, em razão

da maior viscosidade do adesivo One Coat Bond, este seja capaz de se difundir

menos sobre a superfície dentinária desmineralizada; por isso, a utilização de um

ácido mais fraco e com conseqüente menor profundidade de desmineralização

corrobora para que o adesivo preencha toda a camada desmineralizada. Segundo o

fabricante a utilização de um ácido mais fraco se deve a presença de ácidos no

produto que também promovem um pequeno grau de desmineralização.

O hipoclorito de sódio é um agente desproteinizante não específico, utilizado

há bastante tempo na odontologia nos procedimentos endodônticos e, mais

recentemente, como auxiliar na remoção química de cárie dentinária (MARSHALL et

al., 2001). Assim, o NaOCl possui a capacidade de remover o colágeno exposto pelo

condicionamento ácido, como demonstram alguns estudos de MEV (BRESCHI et al.,

2003; PIOCH et al., 1999; PERDIGÃO et al., 1999; INAI et al., 1998; VARGAS,

COBB e ARMSTRONG, 1997; GWINNETT et al., 1996). Marshall et al. (2001)

relatam que as alterações causadas pelo tratamento da dentina com hipoclorito não

ultrapassam 900nm e ocorrem nos primeiros 5min de exposição à solução, não

ocorrendo maiores alterações em profundidade mesmo após 30min de exposição.

Dessa forma, entende-se, teoricamente, que sua ação é limitada pela barreira de

tecido mineralizado.

O hipoclorito foi utilizado em concentrações de 1,5% (PRATI et al., 1999) 5%,

10% (SABOIA, RODRIGUES e PIMENTA, 2000; PIOCH et al., 1999; VARGAS,

COBB e ARMSTRONG, 1997; WAKABAYASHI et al., 1994) e até 13% (INAI et al.,

Page 81: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

80

1998) em intervalos de tempos variáveis. No presente trabalho optamos por utilizar a

concentração de 10% por 60s, pois Takana e Nakai et al., (1993), relataram que o

tratamento com NaOCl eleva os valores de resistência adesiva proporcionalmente

ao aumento da concentração do hipoclorito utilizado, até se alcançar um platô

(máximo) com a concentração de 10%.

No caso dos grupos em que foi realizado o tratamento com hipoclorito de

sódio, optou-se por não manter a umidade, secando a superfície com jatos de ar.

Teoricamente, com a remoção das fibras colágenas, não existe mais a necessidade

de se manter uma quantidade ótima de umidade, por não ser necessário impedir o

colapso das fibras colágenas uma vez que foram removidas pelo hipoclorito de

sódio. Assim, a adesão dar-se-ia apenas por embricamento mecânico do adesivo

com as irregularidades (porção inorgânica da dentina) criadas na dentina pelo

condicionamento ácido e pelo tratamento com hipoclorito. Acredita-se que a

utilização de uma técnica adesiva em dentina seca, ou seja, que não precisa de uma

quantidade ótima de água, seria mais fácil de ser executada clinicamente.

Em relação à questão da profundidade da dentina, optou-se neste estudo por

utilizar a dentina de profundidade média por ser cientificamente comprovado que

existem diferenças significativas na resistência adesiva entre dentina rasa e

profunda (UCEDA-GÓMEZ et al., 2003; TOLEDANO et al., 2002; OSÓRIO et al.,

2002; YOSHIYAMA et al., 1995; PASHLEY et al., 1993).

A velocidade de carregamento utilizada para o teste de microtração, neste

estudo foi de 0,5 mm/min, por estar dentro dos parâmetros especificados pela ISO

TR11405 (0,75 mm/min ±0,30 mm/min) e por a velocidade de carregamento não

influenciar significativamente os valores de resistência adesiva (MASOTTI, 2002).

A escolha dos adesivos utilizados neste trabalho deve-se às suas diferentes

composições, principalmente no que se refere ao solvente contido em cada um.

Segundo os respectivos fabricantes, o adesivo dentinário Single Bond está diluído

em água e etanol; já o Prime & Bond 2.1 possui acetona como solvente e o One

Coat Bond não contém nenhum tipo de solvente em sua composição. Utilizando-se

esses três adesivos conseguiu-se testar o desempenho de cada um frente aos dois

diferentes tratamentos empregados, no estudo.

Page 82: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

81

6.2 - Considerações Sobre os Resultados

O objetivo deste trabalho foi avaliar se a remoção do colágeno com hipoclorito

de sódio pode alterar os valores de resistência à microtração. Gwinnet et al. (1996)

realizaram um estudo no qual avaliaram a contribuição do colágeno para a

resistência adesiva, concluindo que a presença do colágeno pode não ser

importante para a resistência adesiva. No presente estudo, a remoção do colágeno

com hipoclorito de sódio reduziu significativamente os valores de resistência adesiva

para os adesivos One Coat Bond e Prime & Bond 2.1, não influenciando os valores

de resistência do adesivo Single Bond. Assim, esse estudo contraria parte da teoria

de Gwinnett, uma vez que a presença de fibras colágenas pode influenciar ou não a

resistência adesiva, dependendo do sistema adesivo utilizado.

No presente estudo, os valores da resistência adesiva à microtração foram

significativamente reduzidos para o sistema adesivo Prime & Bond 2.1 quando se

realizou o tratamento com NaOCl. Essa redução na resistência também pode ser

vista em outros estudos (ÚCEDA-GOMEZ et al., 2003; CEDERLUND, JONSSON e

BLOMLÖF, 2002; OSÓRIO, et al.,2002; PERDIGÃO et al., 2000; KANCA III e

SANDRIK, 1998). Kanca III e Sandrik (1998) atribuíram a redução à ação da

acetona, que é mais eficiente em meio úmido do que em meio seco. Como, no

presente estudo, a superfície tratada com NaOCl foi secada com jatos de ar, a

redução seria justificável pela acetona não fornecer altos valores de resistência

adesiva em meio seco. Ainda, pode-se especular a hipótese de que, em razão da

alta volatilidade da acetona, uma camada muito delgada de adesivo tenha se

formado, dificultando, assim, a adesão da resina a essa camada. Em contrapartida,

estudos que utilizaram sistemas adesivos contendo acetona (SABOIA, RODRIGUES

e PIMENTA, 2000; PIOCH et al., 1999; INAI et al,. 1998; VARGAS, COBB e

ARMSTRONG, 1997) em dentina úmida após a desproteinização, obtiveram valores

de resistência adesiva significativamente mais elevados. Assim, parecendo que,

para sistemas adesivos contendo acetona, a manutenção ou a remoção das fibras

colágenas tem menor influência nos valores de resistência de união do que o grau

de umidade no momento da aplicação do adesivo.

Igualmente ao sistema adesivo Prime & Bond 2.1, os valores de resistência à

microtração do sistema adesivo One Coat Bond foram reduzidos significativamente

Page 83: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

82

quando utilizado o tratamento com NaOCl. Os dados deste estudo estão de acordo

com os do estudo de Souza et al. (2004), que relataram menores valores para o

adesivo One Coat Bond quando realizado o tratamento com NaOCl, ainda que a

diferença não tenha sido significativa. Contrariamente encontra-se o estudo de

Phrukkanon et al. (2000), que encontraram valores significativamente maiores para o

mesmo adesivo ao utilizarem o tratamento com NaOCl a 12,5% pelo mesmo tempo

do presente estudo. Para o One Coat Bond, que é livre de solvente (AW et al.,

2004), uma possível explicação para a redução nos valores de resistência à

microtração pode estar na utilização de um ácido fosfórico mais fraco, ou seja, a

15%. Dessa forma, como o hipoclorito de sódio remove a camada de colágeno e,

teoricamente, a adesão se dá apenas em tecido mineral (UNO E FINGER, 1995),

essa camada mineral impregnada por adesivo é pouco profunda, reduzindo, assim,

os valores de resistência à tração.

Em relação ao adesivo Single Bond, no qual o tratamento ou não com NaOCl

não provocou alterações nos valores de resistência à microtração, acredita-se que

em razão desse sistema adesivo possuir água e etanol como solvente, a sua

sensibilidade frente à presença ou não de umidade seja menor se comparada à dos

outros dois sistemas adesivos utilizados no presente estudo. Apenas o estudo de

Munksgaard (2002) que utilizou o sistema adesivo Single Bond em dentina

desproteinizada e seca, encontrou resultados semelhantes aos do presente estudo.

No estudo deste autor o sistema adesivo Single Bond mostrou redução nos valores

de resistência adesiva porém não significativos. Outros estudos (OSÓRIO et al.,

2002; PERDIGÃO et al., 2000; PRATI et al., 1999; INAI et al., 1998) encontraram

redução significativa nos valores de resistência adesiva para o sistema Single Bond

após o tratamento da dentina com NaOCl, ainda que todos tenham aplicado o

adesivo sobre dentina úmida. Atribuiram-se os achados do presente estudo, ou seja,

a não-alteração dos valores de resistência adesiva, à aplicação do adesivo Single

Bond sobre dentina seca à semelhança dos resultados encontrados por Munksgaard

(2002).

Embora vários estudos já tenham sido realizados para avaliar a contribuição

da camada híbrida na resistência adesiva, não existe ainda um consenso na

literatura. Segundo Perdigão et al. (2000), dependendo da metodologia e dos

sistemas adesivos empregados em cada estudo, os valores de resistência adesiva

podem aumentar ou diminuir. Isso pode ser comprovado pela grande divergência

Page 84: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

83

encontrada nos resultados dos estudos que avaliam os efeitos do tratamento com

NaOCl. Portanto, seu uso como rotina clínica é desaconselhável.

Os trabalhos científicos que abordam a questão da infiltração marginal em

restaurações adesivas diretas quando o colágeno é removido ou não, igualmente à

questão da resistência adesiva, não chegam a um consenso comum. Montes et al.

(2003), Saboia, Rodrigues e Pimenta (2002), e Pioch et al. (1999), em estudos in

vitro sobre microinfiltração marginal de restaurações adesivas que trataram a dentina

para remover o colágeno, relatam redução da microinfiltração ao utilizarem os

adesivos Prime & Bond 2.1, Syntac Classic e Gluma. Contrariamente, outros

trabalhos (TOLEDANO et al., 2000; FRANKENBERGER et al., 2000; UNO e

FINGER 1995) mostram que o tratamento da dentina com hipoclorito de sódio

previamente à aplicação do agente adesivo, aumenta os índices de infiltração

marginal. Em recentes estudos in vivo, Saboia et al. (2004) e Ferrari et al. (2000)

relatam que o NaOCl não influenciou os níveis de microinfiltração.

Em relação ao tipo de fratura (94,6% de fraturas adesivas, 5,4% de fraturas

coesivas) ocorrido e ao respectivo método de avaliação, acredita-se que, embora a

visualização em microscópio ótico não consiga precisar exatamente o tipo de fratura,

esse método de avaliação consegue determinar se a fratura ocorreu na região da

interface adesiva, totalmente em resina, totalmente em dentina e, em alguns, se

envolveu ambos os componentes. Assim, é possível realizar, ainda que

subjetivamente, uma avaliação dos tipos de fraturas obtidos no estudo com um

método de relativa facilidade e pouco dispendioso financeiramente. Reconhece-se

que a avaliação do tipo de fratura através da microscopia eletrônica de varredura

possui maior precisão para esse fim. Idealmente, a microscopia eletrônica de

varredura deveria ser utilizada para todos os corpos-de-prova, visando a uma maior

precisão na avaliação do tipo de fratura.

Com os resultados obtidos no presente estudo, ressalta-se que a presença

do colágeno tem importante papel na união entre dentina e resina, considerando-se

os sistemas adesivos utilizados. Nesse momento, cabe o comentário feito por Pioch

et al. (2001) de que os primers, ou sistemas adesivos, poderiam ser otimizados

(desenvolvidos) para essa técnica, na qual o colágeno é removido. Ainda se

acrescentaria que uma nova técnica, como a da desproteinização, a qual envolveria

mais um passo clínico e, portanto, maior dificuldade para execução, só deveria ser

empregada se realmente trouxesse algum benefício (aumento da resistência

Page 85: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

84

adesiva, redução da microinfiltração marginal, redução da sensibilidade da técnica

adesiva, maior estabilidade para a interface adesiva).

Portanto, a utilização clínica do tratamento da dentina com hipoclorito de

sódio, depende de mais estudos, sobretudo de biocompatibilidade e de natureza

clínica, para que uma avaliação mais fidedigna dos pontenciais benefícios dessa

técnica possam ser esclarecidos.

Page 86: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

85

7. CONCLUSÕES

Page 87: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

86

7. Conclusões

1. A remoção do colágeno através do tratamento da dentina com hipoclorito

de sódio reduziu significativamente os valores de resistência adesiva à microtração

entre dentina e resina para os adesivos Prime & Bond 2.1, One Coat Bond. A

redução dos valores para o adesivo Single Bond não foi significativa. Assim, para

esses adesivos, o colágeno e, conseqüentemente, a formação da camada híbrida

têm um importante papel na obtenção de altos valores de resistência adesiva.

2. Ao microscópio ótico o padrão de fratura foi predominantemente adesivo,

visto que menos de 6% dos espécimes apresentaram fraturas do tipo coesivas.

3. A observação através de microscopia eletrônica de varredura mostrou que

nem sempre existe uma coincidência entre os padrões de fratura observados em

microscopia ótica e microscopia eletrônica de varredura.

Page 88: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

87

8. REFERÊNCIAS

Page 89: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

88

8. Referências

ARIAS V.G.; BEDRAN-DE-CASTRO A. K.; PIMENTA L. A. Effects of sodium

hypochlorite gel and sodium hypochlorite solution on dentin bond strength. J Biomed

Mater Res v.72B, n.2, p.339-44, Oct. 2004. (Abstract do site:

http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/abstract/109712641/ visitado em

03/01/2005.

ARMSTRONG, S. R.; BOYER, D. B.; KELLER, J. C. Microtensile bond strength

testing and failure analysis of two dentin adhesives. Dent Mater, Manchester, UK, v.

14, n. 1, p. 44-50, Jan. 1998.

AW, T. C. et al. One year clinical evaluation of an ethanol-based and a solvent-free

dentin adhesive. Am J Dent, Weston, USA, v.17, n 6, p.451-56, Dec. 2004.

BARBOSA S. V.; SAFAVI K. E.; SPANGBERG S. W. Influence of sodium

hypochlorite on the permeability and structure of cervical human dentine. Int Endod J,

Farmington, Connecticut, USA, v.27; n.6, p.309-12, Nov. 1994.

BEZZON, F. et al. Avaliação da resistência à microtração de sistemas adesivos,

utilizando-se concentrações e tempos de aplicação de NaOCL. Pesquisa

Odontológica Brasileira, São Paulo, Brasil, v. 17, s.2, p. 71, 2003.

BRESCHI, L. et al. Effects of different acid and sodium hypochlorite treatments on

dentin collagen: A FEISEM analysis. Am J Dent, Weston, FL, USA v. 16, p. 77A-81A,

Sep. 2003.

BUONOCORE, M. G. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling

materials to enamel surfaces. J Dent Res, Alexandria, VA, USA, v.34, n.6, p.849-53,

Dec. 1955.

BUSATO, A. S. et al. Dentística: novos princípios restauradores: São Paulo: Artes

Médicas, 2004.

Page 90: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

89

CARVALHO, R. et al. Determinação da resistência adesiva a dentina através de um

dispositivo de micro-tração. Revista da FOB, Bauru, SP, Brasil, v. 2, n. 3, p. 77-82,

Set. 1994.

CEDERLUND, A; JONSSON, B.; BLOMLÖF, J. Do intact collagen fibers increase

dentin bond strength? Swed Dent J, Stockholm, Sweden, v. 26, n. 4, p. 159-166,

2002.

COELHO, L. G. C.; ARAÚJO, M. A. M.; BALDUCCI, I. Estudo comparativo da

resistência adesiva entre sistemas adesivos e tratamento dentinário com hipoclorito

de sódio. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, SP, Brasil, v. 18, p. 234, Set.

2004.

CORNIATI, F. A.; RODRIGUES J. R.; TORRES, C. R. G. Interação entre os

sistemas adesivos convencionais e autocondicionantes e a dentina desproteinizada.

Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, SP, Brasil, v. 18, p. 59, Set. 2004.

CORRER, G. M. et al. Efeito do hipoclorito de sódio na resistência da união

compósito/dentina ao cisalhamento em dentes decíduos. Pesquisa odontológica

brasileira, São Paulo, SP, Brasil, v. 17, p. 133, Ago. 2003.

CRAIG, R.; POWERS, J. N.; WATHA, J. C. Materiais dentários: Propriedades e

manipulação. São Paulo: Editora Santos, 2002.

DEMOLINER, N. et al. Efeito do NaOCL a 5% sobre a adesão radicular quando

utilizado antes ou após o condicionamento ácido. Pesquisa Odontológica Brasileira,

São Paulo, SP, Brasil, v.17, p. 97, Ago. 2003.

DEWALD J. P. The use of extracted teeth for in vitro bonding studies: a review of

infection control considerations. Dent Mater, Manchester, UK, v.13, n.2, p.74-81,

mar. 1997. Abstract. Visitado em www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez dia 29/12/2004.

Page 91: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

90

DOMINICI, J. T. et al. Disinfection/sterilization of extracted teeth for dental student

use. J Dent Educ, Louisville, KY, USA, V.65, n.11, p.1278-80, Nov. 2001.

EICK, J. D., et al. The dentinal surface: its influence on dentinal adhesion. Part I.

Quintes Internat, Carol Stream, Illinois, USA, v.22, n.2, p.967-977, Dec.1991.

FERRARI, M., et al. Role of hybridization on marginal leakage and bond strength. Am

J Dent, Weston, FL, USA, v. 13, n. 6, p. 329-336, Dec. 2000.

FRANKENBERGER, R. et al. Dentin bond strength and marginal adaption after

NaOCl pre-treatment. Oper Dent, Gainesville, FL, USA, v. 25, n. 1, p. 40-45, Jan-

Feb. 2000.

FUSAYAMA, T., et al. Non-pressure adhesion of a new adhesive restorative resin. J

Dent Res, Alexandria, VA, USA, v.58, n.4, p.1364-70, Apr. 1979.

GWINNETT, J. A. Altered tissue contribution to interfacial bond strength with acid

conditioned dentin. Am J Dent, Weston, FL USA, v.7, n.5, p.243-246, Oct. 1994

GWINNETT, J. et al. Quantitative contribution of the collagen network in dentin

hybridization. Am J Dent, Weston, FL, USA, v. 9, n. 4, p. 140-144, Aug. 1996.

INAI, N., et al. Adhesion between collagen depleted dentin and dentin adhesives. Am

J Dent, Weston, FL, USA, v. 11, n. 3, p. 123-127, June. 1998.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO TR 11405:

Dental Materials – Guidance on testing of adhesion on tooth structure. Oslo,

Noruega. 1994.

KANCA III J.; SANDRIK J. Bonding to dentin. Clues to the mechanism of adhesion.

Am J Dent, Weston, FL, USA, v.11, n.4, p.154-9, Aug. 1998.

Page 92: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

91

KOIBUCHI, H.; YASUDA, N.; NAKABAYASHI, N. Bonding to dentin with a self-

etching primer: the effect of smear layers. Dent Mat, Manchester, UK, v. 17, p. 122-

126, 2001.

MAIOR, J. R. S. et al. Efeito da remoção do colágeno sobre o selamento marginal de

restaurações adesivas. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, Brasil v. 18, p.

104, Set. 2004.

MARSHALL Jr., G. W. et al. The dentin substrate: structure and properties related to

bonding. J Dent, Kidlington, Oxford, USA, v.25, n.6, p.441-58, 1997.

MARSHALL, Jr., G. W. et al. Sodium hypochlorite alterations of dentin and dentin

collagen. Surf Sci, Seattle, WA, USA, n. 491, n.3, p.444-445, Oct. 2001.

MASOTTI, A. S. Influência da velocidade de carregamento na resistência de união à

dentina e modo de falha no ensaio de microtração. Dissertação . Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, p.139, Dez. 2002.

MONTES, M.A.J.R. et al. The effect of collagen removal and the use of a low-

viscosity resin liner on marginal adaptation of resin composite restorations with

margins in dentin. Oper Dent, Gainesville, FL, USA, v. 28, n. 4, p. 378-387, Jul-Aug.

2003.

MUNKSGAARD, E. C. Wet or dry, normal or deproteinized dentin surfaces as

substrate for dentin adhesives. Acta Odontol Scan, Copenhagen, v. 60, n. 60, p. 60-

64, Aug. 2002.

NAKABAYASHI, N.; KOJIMA, K.; MASUHARA, E. The promotion of adhesion by the

infiltration of monomers into tooth substrates. J Biomed Mater, Springfield, NJ, USA,

v.16, n.3, p.265-73, May. 1982.

NAKABAYASHI, N.; PASHLEY, D. H. Hybridization of Dental Hard Tisúes

(Hibridização dos tecidos dentais duros). Tradução Sylvio Monteiro Jr. e Luiz Narciso

Baratieri. Ed Quintessence, 2000.

Page 93: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

92

NEME, A. L.; EVANS, D. B.; MAXSON, B. B. Evaluation of dental adhesive systems

with amalgam and resin composite restorations: comparison of microleakage and

bond strength results. Oper Dent, Gainesville, FL, USA, v.25, n.6, p.512-9, Nov.

2000.

OSORIO, R. et al. Effect of sodium hypochlorite on dentin bonding with a

polyalkenoic acid-containing adhesive system. J Biomed Mater Res, Springfield, NJ,

USA, v. 60, n. 2, p. 316-24, May. 2002.

PASHLEY, D. H. et. al. The microtensile bond test: a review. J Adhes Dent, Berlin,

Germany, v. 1, n.4. p.299-309, Winter. 1999.

PASHLEY, E. L. et al. Bond strengths to superficial, intermediate and deep dentin in

vivo with four dentin bonding systems. Dent Mater, Manchester, UK, v. 9, n. 1, p. 19-

22, Jan. 1993.

PERDIGÃO, J. et al. An ultra-morphological characterization of collagen-depleted

etched dentin. Am J Dent, Weston, FL, USA, v. 12, n. 5, p. 250-255, Oct. 1999.

PERDIGÃO, J. et al. Effect of sodium hypochlorite gel on dentin bonding. Dent Mater

Manchester, UK, v. 16, n. 5, p. 311-323, Sep. 2000.

PERDIGÃO, J. et al. In vivo influence of residual moisture on microtensile bond

strengths of one-bottle adhesives. J Esthet Rest Dent, Chapel Hill, NC, USA, v. 14,

n. 1, p. 31-38, 2002.

PHRUKKANON, S. et al. The influence of the modification of etched bovine dentin on

bond strengths. Dent Mater, Manchester, UK, v. 16, n. 4, p.255-265, July. 2000.

PHRUKKANON, S.; BURROW, M.; TYAS, M. J. The influence of cross-sectional

share and surface area in the microtensile bond test. Dent Mater, Manchester, UK, v.

14, p. 212-221, June. 1998.

Page 94: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

93

PIOCH, T. et al. Interfacial micromorphology and tensile bond strength of dentin

bonding systems after NaOCl treatment. J Adhes Dent, Berlin, Germany, v. 1, n.2, p.

135-142, Summer. 1999.

PIOCH, T., et al. The effect of NaOCl dentin treatment on nanoleakage formation. J

Biomed Mater Res, Springfield, NJ, USA, v. 15, n. 56, p. 578-583, Sep. 2001.

PRATI, C; CHERSONI, S; PASHLEY, D.H; Effect of removal of surface collagen

fibrils on resin-dentin bonding. Dent Mater, Manchester, UK, v. 15, n. 5, p. 323-331,

Sep. 1999.

PUCCI, C. R.; ARAÚJO, M. A. M. Resistência ao cisalhamento em dentina humana:

remoção do colágeno com hipoclorito de sódio ou adesivo autocondicionante.

Pesquisa odontológica brasileira, São Paulo, Brasil, v. 17, p. 105, Ago. 2003.

RAUBER, J. J. et al. Apresentação de trabalhos científicos: normas e orientações

práticas. Passo Fundo: UPF Editora, 2003.

RETIEF, D. H.; MANDRAS, R. S.; RUSSELL, C. M. Shear bond strength required to

prevent microleakage of the dentin/restoration interface. Am J Dent, Weston, FL,

USA, v.7, n.1, p.44-6, Feb. 1994.

SABOIA, V. P. A.; PIMENTA, L. A. F.; AMBROSANO, G. M. B. Effect of collagen

removal on microleakage of resin composite restorations. Oper Dent, Gainesville, FL,

USA, v. 27, n. 1, p. 38-43, Jan-Feb. 2002.

SABOIA, V. P. A.; RODRIGUES, AL; PIMENTA, L. A. F. Effect of collagen removal

on shear bond strength of two single-bottle adhesive systems. Oper Dent,

Gainesville, FL, USA, v. 25, n. 5, p. 395-400, Sep-Oct. 2000.

SABOIA, V. P. A. et al. Efeito da remoção do colágeno da dentina no

comportamento clínico de restaurações de lesões de erosão/abrasão. Pesquisa

Odontológica Brasileira, São Paulo, Brasil, v. 18, p. 140, Set. 2004.

Page 95: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

94

SADEK, F. T. et al. Influência da geometria dos espécimes em dentina e esmalte no

teste de microtração: análise da resistência de união e microscopia eletrônica de

varredura. J Bras Dent Estet, Curitiba, PR, Brasil, v. 3, n. 9, p. 81-93, Mar. 2004.

SAKAE, T; MISHIMA, H; KOZAWA, Y. Changes in bovine dentin mineral with sodium

hypoclorite treatment. J Dent Res, Kidlington, Oxford, USA, v. 67, n. 9, p. 1229-1234,

Sep. 1988.

SANO, H. et al. Relationship between surface area for adhesion and tensile bond

strength-Evaluation of a micro-tensile bond test. Dent Mater, Manchester, UK, v. 10,

n. 4, p. 236-240, July. 1994.

SILVA, A. P.; TORRES, C. R. G. Interação dos sistemas adesivos com o substrato

dental desproteinizado. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, Brasil, v. 18, p.

57, Set. 2004.

SOUZA, F. B. et al. Remoção do colágeno dentinário: influência sobre a resistência à

microtração de três sistemas restauradores adesivos. Pesquisa Odontológica

Brasileira, São Paulo, Brasil, v. 18, p. 227, Set. 2004.

SPENCER, P.; SWAFFORD, J. R. Unprotected protein at the dentin-adhesive

interface. Quintes Internat, Carol Stream, Illinois, USA, v. 30, n. 7, p. 501-507, July.

1999.

TANAKA, J.; NAKAI, H. Application of root canal cleaning agents having dissolving

abilities of collagen to the surface treatment for enhanced bonding of resin to dentin.

Dent Mater, Manchester, UK, v. 12, n. 2, p. 196-208, Dec. 1993.

TATE, W. H.; WHITE R. R. Disinfection of human teeth for educational purposes. J

Dent Educ, San Antonio, Texas, USA, 1991 v.55 n.9 p.583-5, Sep. 1991.

TOLEDANO, M. et al. Effect of dentin deproteinization on microleakage of class V

composite restorations. Oper Dent, Gainesville, FL, USA, v. 25, n. 6, p. 497-504,

Nov-Dec. 2000.

Page 96: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

95

TOLEDANO, M. et al. Effect of acid etching and collagen removal on dentin

wettability and roughness. J Biomed Mater Res, Springfield, NJ, USA, v. 47, n. 2,

Nov. 1999.

TOLEDANO, M. et al. Influence of NaOCl deporteinization on shear bond strength in

function of dentin depth. Am J Dent, Weston, FL, USA, v. 15, n. 4, p. 252-255, Aug.

2002.

UCEDA-GÓMEZ, N. et al. Effect of sodium hypochlorite on the bond strength of an

adhesive system to superficial and deep dentin. J Appl Oral Sci, Bauru, SP, Brasil,

v.11, n. 3, p. 223-228, 2003.

UNO, S; FINGER, W J. Function of the hybrid zone as a stress-absorbing layer in

resin-dentin bonding. Quintes Internat, Carol Stream, Illinois, USA, v. 26, n. 10, p.

733-738, Oct. 1995.

VAN MEERBEECK, B. et al. Adhesion to enamel and dentin: current status and

future challenges. Oper Dent, Gainesville, FL, USA, v. 28, n. 3, p. 215-235, 2003.

VARGAS, M.A; COBB, D.S; ARMSTRONG, S.R. Resin-dentin shear bond strength

and interfacial ultrastructure with and without a hybrid layer. Oper Dent, Gainesville,

FL, USA, v. 22, p. 159-166, Jul-Aug. 1997.

WAKABAYASHI, Y. et al. Effect of dissolution of collagen on adhesion to dentin. Int J

Prosthodont, Toronto, Canada, v. 7, n. 4, p. 302-306, July-Aug. 1994.

YOSHIYAMA, M. et al. Interfacial morphology and strength of bonds made to

superficial versus deep dentin. Am J Dent, Weston, FL, USA, v.8, n.6, p.297-302,

Dec. 1995.

Page 97: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

96

ANEXOS

Anexo A

Informações sobre os corpos-de prova.

GRUPO Nº DENTE Nº CP L1 L2 ÁREA RESISTÊNCIA EM NEWTONS

RESISTÊNCIA EM Mpa

TIPO DE FRATURA

CP PARA MEV

A 5 1 1,1 0,9 0,99 37,97 38,35 A

A 5 2 0,9 0,9 0,81 35,72 44,10 A MEV

A 5 3 0,8 1,1 0,88 54,67 62,13 A

A 5 4 0,8 1,1 0,88 35,62 40,48 C dentina

A 5 5 0,9 0,9 0,81 35,45 43,77 A

A 5 6 0,8 0,9 0,72 34,48 47,89 A

A 5 7 1 0,9 0,9 34,50 38,33 A

A 5 8 1 0,8 0,8 62,09 77,61 A

A 5 9 0,8 0,9 0,72 33,65 46,74 A

A 5 10 0,8 0,9 0,72 54,65 75,90 A

A 5 11 0,9 0,8 0,72 41,29 57,35 A

A 9 1 0,9 0,9 0,81 53,13 65,59 A

A 9 2 0,8 0,9 0,72 51,01 70,85 A

A 9 3 0,9 0,9 0,81 63,51 78,41 A

A 9 4 0,8 0,9 0,72 40,80 56,67 A

A 9 5 0,9 0,9 0,81 40,04 49,43 A

A 9 6 0,9 0,9 0,81 45,29 55,91 A

A 9 7 1 0,9 0,9 39,65 44,06 A

A 9 8 0,9 0,8 0,72 49,92 69,33 A

A 9 9 0,8 0,9 0,72 54,96 76,33 A MEV

A 18 1 0,9 0,9 0,81 31,67 39,10 A

A 18 2 0,9 0,9 0,81 43,07 53,17 A

A 18 3 1 0,9 0,9 50,57 56,19 C dentina

A 18 4 0,9 1 0,9 35,75 39,72 A

A 18 5 0,9 0,9 0,81 49,84 61,53 A

A 18 6 0,8 0,9 0,72 35,14 48,81 A

A 18 7 0,8 1 0,8 59,50 74,38 A

A 18 8 0,9 0,9 0,81 46,39 57,27 A

A 18 9 0,9 0,8 0,72 53,47 74,26 A MEV

A 18 10 0,9 0,9 0,81 50,59 62,46 A

A 18 11 1 0,9 0,9 59,29 65,88 A

A 18 12 0,9 0,8 0,72 26,93 37,40 C dentina

A 18 13 0,9 0,9 0,81 51,89 64,06 A

A 18 14 0,9 0,9 0,81 42,29 52,21 A

A 18 15 0,8 0,9 0,72 34,30 47,64 A

A 18 16 0,8 0,9 0,72 41,58 57,75 C dentina

A 18 17 0,8 0,9 0,72 28,76 39,94 A

A 18 18 0,8 0,9 0,72 25,03 34,76 A

A 18 19 0,8 0,8 0,64 33,96 53,06 A

Page 98: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

97

B 6 1 0,9 0,8 0,72 29,42 40,86 A

B 6 2 0,8 0,9 0,72 32,72 45,44 A

B 6 3 0,9 0,9 0,81 33,28 41,09 A

B 6 4 0,9 0,8 0,72 53,57 74,40 A

B 6 5 0,9 1 0,9 41,75 46,39 A

B 6 6 0,8 0,9 0,72 22,49 31,24 A MEV

B 6 7 0,8 0,9 0,72 35,45 49,24 A

B 6 8 0,8 0,9 0,72 39,26 54,53 A

B 6 9 0,8 0,9 0,72 34,33 47,68 A

B 19 1 0,9 0,9 0,81 56,82 70,15 A

B 19 2 0,9 0,9 0,81 40,90 50,49 A

B 19 3 0,8 0,9 0,72 39,73 55,18 A

B 19 4 0,8 0,9 0,72 44,39 61,65 A

B 19 5 0,8 1 0,8 39,12 48,90 A

B 19 6 0,8 0,8 0,64 36,06 56,34 M

B 19 7 0,8 0,9 0,72 45,22 62,81 A

B 19 8 0,8 1 0,8 46,17 57,71 A

B 19 9 1 0,9 0,9 44,49 49,43 A

B 19 10 1 0,8 0,8 26,20 32,75 M

B 19 11 0,8 0,9 0,72 35,40 49,17 A

B 19 12 1 0,8 0,8 35,43 44,29 A MEV

B 19 13 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA

B 19 14 0,8 0,9 0,72 39,43 54,76 A

B 19 15 0,8 0,8 0,64 46,81 73,14 C resina

B 19 16 1 0,9 0,9 50,50 56,11 A

B 20 1 1,1 0,9 0,99 73,82 74,57 A MEV

B 20 2 1,1 0,9 0,99 38,29 38,68 C resina

B 20 3 0,8 0,8 0,64 29,93 46,77 A

B 20 4 1 0,8 0,8 58,92 73,65 A

B 20 5 0,8 0,9 0,72 55,23 76,71 A

B 20 6 0,9 0,9 0,81 29,35 36,23 A

B 20 7 0,9 0,8 0,72 39,02 54,19 A

B 20 8 0,9 1,1 0,99 54,62 55,17 A

B 20 9 0,9 0,9 0,81 43,51 53,72 A

B 20 10 0,9 1 0,9 58,14 64,60 A

B 20 11 0,8 1 0,8 31,96 39,95 C dentina

B 20 12 0,8 1 0,8 57,16 71,45 A

C 8 1 0,9 1,1 0,99 13,80 13,94 A

C 8 2 1,1 1 1,1 17,70 16,09 A

C 8 3 0,8 0,9 0,72 9,00 12,50 A

C 8 4 1,1 1,1 1,21 10,20 8,43 A

C 8 5 1 1 1 6,90 6,90 A

C 8 6 1 1,1 1,1 20,00 18,18 A

C 8 7 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA

C 8 8 0,9 0,9 0,81 22,70 28,02 A

C 8 9 1 0,9 0,9 4,00 4,44 A

C 8 10 0,9 1,1 0,99 18,50 18,69 A MEV

C 8 11 1 0,9 0,9 12,40 13,78 A

Page 99: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

98

C 11 1 0,9 0,8 0,72 20,21 28,07 A

C 11 2 0,9 0,8 0,72 11,92 16,56 A

C 11 3 0,9 1 0,9 19,58 21,76 A

C 11 4 XXX XXX XXX XXX XXX FALHA

C 11 5 0,9 0,9 0,81 19,16 23,65 A MEV

C 11 6 0,9 1 0,9 16,77 18,63 A

C 11 7 0,9 0,9 0,81 43,00 53,09 A

C 11 8 0,9 0,8 0,72 30,30 42,08 A

C 11 9 0,8 0,9 0,72 30,01 41,68

C 21 1 0,9 0,8 0,72 19,38 26,92 A

C 21 2 1 0,9 0,9 11,47 12,74 A

C 21 3 0,9 0,8 0,72 13,43 18,65 A MEV

C 21 4 0,9 0,9 0,81 10,56 13,04 A

C 21 5 0,9 0,9 0,81 11,14 13,75 A

C 21 6 0,9 0,8 0,72 24,51 34,04 A

C 21 7 0,9 0,9 0,81 15,95 19,69 A

C 21 8 0,9 0,9 0,81 14,48 17,88 A

C 21 9 0,9 0,9 0,81 21,50 26,54 A

C 21 10 1 0,9 0,9 21,00 23,33 A

C 21 11 0,9 0,9 0,81 22,80 28,15 A

C 21 12 0,9 0,8 0,72 14,80 20,56 A

C 21 13 0,9 0,9 0,81 9,60 11,85 A

C 21 14 0,9 0,9 0,81 8,92 11,01 A

D 1 1 1 0,9 0,9 11,70 13,00 A

D 1 2 1,1 0,9 0,99 17,60 17,78 A

D 1 3 0,9 0,9 0,81 8,90 10,99 A

D 1 4 1,1 1,2 1,32 13,90 10,53 A

D 1 5 0,9 1,1 0,99 14,40 14,55 A

D 1 6 1,2 1,1 1,32 23,61 17,89 A

D 1 7 0,8 1,1 0,88 15,09 17,15 A

D 1 8 0,9 1 0,9 8,79 9,77 A

D 1 9 0,9 0,9 0,81 8,40 10,37 A

D 1 10 0,9 1 0,9 12,74 14,16 A

D 1 11 1,2 1 1,2 15,31 12,76 A MEV

D 1 12 0,9 0,9 0,81 7,32 9,04 A

D 1 13 0,8 1,1 0,88 19,25 21,88 A

D 1 14 0,8 0,8 0,64 11,86 18,53 A

D 1 15 1 0,9 0,9 11,34 12,60 A

D 1 16 0,9 0,8 0,72 7,57 10,51 A

D 12 1 0,9 0,9 0,81 11,20 13,83 A

D 12 2 1 1 1 18,30 18,30 A

D 12 3 1 0,9 0,9 16,60 18,44 A

D 12 4 1 1 1 16,90 16,90 A

D 12 5 1 0,8 0,8 8,60 10,75 A

D 12 6 1,2 0,9 1,08 23,60 21,85 A

D 12 7 1,3 0,9 1,17 27,10 23,16 A

D 12 8 1 0,8 0,8 15,70 19,63 A

Page 100: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

99

D 12 9 1 1,1 1,1 10,30 9,36 A

D 12 10 1,1 0,8 0,88 14,80 16,82 A

D 12 11 1 1 1 7,80 7,80 A

D 12 12 0,9 0,9 0,81 15,60 19,26 A

D 13 1 0,9 0,9 0,81 6,83 8,43 A MEV

D 13 2 1 0,9 0,9 7,53 8,37 A

D 13 3 0,9 0,9 0,81 7,21 8,90 A

D 13 4 0,9 0,9 0,81 10,75 13,27 A

D 13 5 0,9 1 0,9 9,60 10,67 A

D 13 6 1 0,8 0,8 8,72 10,90 A

D 13 7 0,9 0,9 0,81 9,32 11,51 A

D 13 8 1 0,9 0,9 13,63 15,14 A

D 13 9 0,8 0,9 0,72 10,01 13,90 A

E 15 1 1 1,1 1,1 65,59 59,63 A

E 15 2 0,8 0,9 0,72 32,77 45,51 A

E 15 3 0,8 1,1 0,88 21,02 23,89 A

E 15 4 0,9 0,9 0,81 24,51 30,26 A

E 15 5 0,8 0,9 0,72 39,48 54,83 A

E 15 6 0,8 0,9 0,72 30,69 42,63 A

E 15 7 0,9 0,9 0,81 29,05 35,86 A MEV

E 15 8 0,8 0,8 0,64 42,05 65,70 A

E 15 9 0,9 1 0,9 72,60 80,67 A

E 15 10 0,9 0,9 0,81 66,15 81,67 A

E 15 11 1 0,9 0,9 50,20 55,78 A

E 16 1 0,9 1 0,9 43,95 48,83 A

E 16 2 0,9 1 0,9 45,35 50,39 A

E 16 3 0,9 1,1 0,99 42,02 42,44 A

E 16 4 1,1 0,8 0,88 55,65 63,24 A

E 16 5 1 1,1 1,1 68,84 62,58 A

E 16 6 0,9 1 0,9 26,78 29,76 A

E 16 7 0,9 0,9 0,81 46,81 57,79 A

E 16 8 0,8 1,1 0,88 29,27 33,26 A

E 16 9 0,9 0,8 0,72 34,67 48,15 A

E 16 10 0,9 0,9 0,81 65,68 81,09 C resina

E 16 11 0,8 0,9 0,72 41,14 57,14 A

E 16 12 0,9 0,9 0,81 49,67 61,32 A

E 16 13 0,8 0,9 0,72 17,14 23,81 C dentina

E 16 14 0,9 1,1 0,99 72,94 73,68 A

E 16 15 0,8 1 0,8 37,28 46,60 A

E 16 16 0,8 1,1 0,88 71,69 81,47 A MEV

E 17 1 0,9 1,1 0,99 23,02 23,25 A

E 17 2 0,9 0,9 0,81 43,32 53,48 A

E 17 3 0,9 1,1 0,99 73,50 74,24 A

E 17 4 1 0,9 0,9 67,78 75,31 A

E 17 5 0,9 1 0,9 24,32 27,02 A

E 17 6 0,8 1,1 0,88 62,17 70,65 A

E 17 7 0,9 1,1 0,99 66,49 67,16 A

Page 101: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

100

E 17 8 0,9 1,1 0,99 76,11 76,88 A MEV

F 4 1 0,8 0,9 0,72 23,14 32,14 A

F 4 2 0,9 0,9 0,81 32,28 39,85 A

F 4 3 0,9 0,9 0,81 25,46 31,43 A

F 4 4 0,9 0,8 0,72 35,60 49,44 A

F 4 5 0,8 0,9 0,72 34,40 47,78 A

F 4 6 0,9 0,9 0,81 32,11 39,64 A

F 4 7 0,8 0,9 0,72 34,87 48,43 A

F 4 8 0,8 1 0,8 26,17 32,71 A

F 4 9 0,8 0,9 0,72 21,04 29,22 A

F 4 10 0,8 0,9 0,72 23,15 32,15 A MEV

F 4 11 0,9 0,8 0,72 19,58 27,19 A

F 4 12 0,9 0,9 0,81 27,47 33,91 A

F 4 13 0,9 1 0,9 32,89 36,54 A

F 4 14 0,9 1 0,9 36,48 40,53 A

F 4 15 1 0,9 0,9 33,33 37,03 A

F 7 1 0,9 1 0,9 43,76 48,62 A

F 7 2 0,8 0,9 0,72 23,45 32,57 A

F 7 3 0,8 0,9 0,72 29,45 40,90 A

F 7 4 0,9 0,8 0,72 32,25 44,79 A

F 7 5 1 0,9 0,9 40,48 44,98 A

F 7 6 0,9 1 0,9 30,74 34,16 A

F 7 7 0,9 0,9 0,81 29,57 36,51 A MEV

F 7 8 0,8 0,9 0,72 23,02 31,97 A

F 7 9 0,8 0,9 0,72 31,81 44,18 A

F 7 10 0,9 0,8 0,72 24,12 33,50 A

F 7 11 0,8 0,8 0,64 26,77 41,83 A

F 10 1 0,8 0,9 0,72 30,98 43,03 A

F 10 2 0,8 0,8 0,64 29,42 45,97 A

F 10 3 0,8 0,9 0,72 35,41 49,18 A

F 10 4 0,8 1 0,8 39,85 49,81 A MEV

F 10 5 0,9 0,9 0,81 30,64 37,83 A

F 10 6 0,9 1 0,9 44,12 49,02 A

F 10 7 0,9 0,9 0,81 40,75 50,31 A

F 10 8 0,9 0,8 0,72 28,40 39,44 A

F 10 9 0,9 0,9 0,81 29,81 36,80 A

F 10 10 0,8 0,8 0,64 20,70 32,34 A

F 10 11 0,8 0,9 0,72 32,40 45,00 A

F 10 12 0,8 0,9 0,72 32,42 45,03 A

F 10 13 0,8 1,1 0,88 34,09 38,74 A

F 10 14 0,9 0,9 0,81 26,98 33,31 A

F 10 15 0,9 0,8 0,72 32,84 45,61 A

F 10 16 0,9 1,1 0,99 43,80 44,24 A

F 10 17 0,8 1,1 0,88 24,51 27,85 M

Page 102: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

101

Anexo B

Page 103: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 104: ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE DENTINA E …livros01.livrosgratis.com.br/cp065375.pdf · Esse conjunto foi seccionado em forma de palitos, obtendo-se corpos-de- ... mW/cm2

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo