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Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas Propriedades Mecânicas do PLA João Francisco Miranda Fernandes Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientadores: Prof. Luís Filipe Galrão dos Reis Prof. Marco Alexandre de Oliveira Leite Júri Presidente: Prof. João Orlando Marques Gameiro Folgado Orientador: Prof. Luís Filipe Galrão dos Reis Vogal: Prof. Augusto Manuel Moura Moita de Deus Outubro de 2016

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Page 1: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas Propriedades Mecânicas do PLA

João Francisco Miranda Fernandes

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientadores: Prof. Luís Filipe Galrão dos Reis

Prof. Marco Alexandre de Oliveira Leite

Júri

Presidente: Prof. João Orlando Marques Gameiro Folgado

Orientador: Prof. Luís Filipe Galrão dos Reis

Vogal: Prof. Augusto Manuel Moura Moita de Deus

Outubro de 2016

Page 2: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

I

Agradecimentos

Em primeiro lugar queria agradecer aos meus orientadores, o Professor Marco Leite e o Professor Luís

Reis, pela sua disponibilidade em me ajudar, e pelos conhecimentos transmitidos.

Ao Professor Luís Sousa, por me ter ajudado no processo de utilização da Impressora 3D.

À Professora Maria Vaz, pela ajuda num dos ensaios experimentais.

Por fim, gostava de agradecer aos meus pais por todo o apoio que me têm dado durante estes anos,

particularmente os anos passados no IST.

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II

Resumo

Nesta dissertação pretende-se determinar a influência que alguns parâmetros de impressão 3D

(Densidade de Enchimento, Temperatura de Extrusão, Orientação de Enchimento e Espessura da

Camada) têm em algumas das propriedades mecânicas (Tensão Máxima, Tensão de Cedência,

Módulo de Elasticidade, Extensão de Fratura e Tenacidade) do PLA, depois de este passar pelo

processo de impressão. Pretende-se também perceber a magnitude da quantidade de água que o PLA

absorve, e encontrar uma forma de diminuir essa absorção.

Começa-se por uma revisão bibliográfica da impressão 3D, e depois mais aprofundadamente sobre a

tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em

cada propriedade mecânica, e depois a influência de algumas combinações de parâmetros em cada

propriedade mecânica. Tudo isto é realizado utilizando a análise estatística ANOVA. Em relação aos

ensaios de absorção de água, testam-se dois materiais de revestimento, para se descobrir qual o que

promove a melhor proteção. Por fim, utilizam-se dois métodos para melhorar as propriedades

mecânicas anteriormente obtidas: aumentar a Densidade de Enchimento; aplicar um material de

revestimento.

Conclui-se que, individualmente, existe influência de todos os parâmetros em cada uma das

propriedades mecânicas, mas o mesmo não se pode dizer das combinações de parâmetros. Verificou-

se também para cada valor do parâmetro cada propriedade reage de maneira diferente. Relativamente

à absorção de água, houve um revestimento que se destacou, e é nitidamente o melhor. Em termos

dos métodos de melhoramento das propriedades, concluiu-se que era mais eficiente aumentar a

Densidade de Enchimento.

Palavras-Chave

FDM, PLA, Propriedades Mecânicas, Absorção de Água, Parâmetros de Impressão.

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III

Abstract

This thesis aims to determine the influence that some 3D printing parameters (Filling Density, Extrusion

Temperature, Raster Angle and Layer Thickness) have in some of the mechanical properties (Ultimate

Stress, Yield Stress, Modulus of Elasticity, Elongation at Break and Toughness) of PLA, after it goes

through the printing process. It’s also the aim to find the scale of the amount of water that it’s absorbed

by the PLA, and find a way to reduce this absorption.

It all begins with a literature review of 3D printing, and then focus on FDM technology. In terms of results,

the influences of each printing parameter are determined for each mechanical property, then the

influence of certain combinations of parameters are determined, also for each mechanical property. All

of this is accomplished by using the ANOVA statistical analysis. Regarding water absorption test, two

coating materials were tested, to find out which one promotes better protection. Finally, two different

methods were used to improve the mechanical properties obtained previously: increasing the Filling

Density; coating with a protective material.

We conclude that, individually, there’s influence of all parameters in each of the mechanical properties,

but the same cannot be said about the parameter combinations. It was also found out that for each

parameter value, each mechanical property reacts differently. For the water absorption test, one of the

coatings stood out, and is clearly the best. In terms of the methods for improvement of the properties it

was concluded that increasing the Filling Density was more efficient.

Key-Words

FDM, PLA, Mechanical Properties, Water Absorption, Printing Parameters.

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IV

Índice

Agradecimentos ........................................................................................................................................ I

Resumo ................................................................................................................................................... II

Palavras-Chave ....................................................................................................................................... II

Abstract................................................................................................................................................... III

Key-Words .............................................................................................................................................. III

Índice ...................................................................................................................................................... IV

Índice de Figuras .................................................................................................................................... IX

Índice de Tabelas ................................................................................................................................... XI

Lista de Símbolos ................................................................................................................................. XIII

Abreviações ...................................................................................................................................... XIII

Nomenclatura .................................................................................................................................... XIII

1. Introdução ........................................................................................................................................ 1

1.1. Motivação ................................................................................................................................ 1

1.2. Objetivos .................................................................................................................................. 1

1.3. Estrutura da Dissertação ......................................................................................................... 2

2. Revisão Bibliográfica ........................................................................................................................ 3

2.1. Impressão 3D .......................................................................................................................... 3

2.2. Tecnologia FDM ...................................................................................................................... 4

2.2.1. Enquadramento Histórico ................................................................................................ 4

2.2.2. Funcionamento do Processo ........................................................................................... 4

2.2.3. Resolução da Impressora ................................................................................................ 5

2.2.4. Estruturas de Suporte ...................................................................................................... 5

2.2.5. Etapas do Processo de Impressão .................................................................................. 6

2.2.5.1. Modelação ................................................................................................................... 6

2.2.5.2. Reparação ................................................................................................................... 7

2.2.5.3. Slicing .......................................................................................................................... 7

2.2.5.4. Acabamento ................................................................................................................. 8

2.2.6. Aplicações ....................................................................................................................... 9

2.2.7. Materiais Utilizados ......................................................................................................... 9

2.2.7.1. ABS ............................................................................................................................ 10

2.2.7.2. PLA ............................................................................................................................ 10

2.2.7.3. PC .............................................................................................................................. 11

2.2.7.4. PS .............................................................................................................................. 11

2.2.7.5. PEEK ......................................................................................................................... 11

2.2.8. Empresas Dedicadas à Tecnologia FDM ...................................................................... 12

2.3. Principais Componentes de uma Impressora de FDM ......................................................... 13

2.3.1. Cabeça de Extrusão ...................................................................................................... 13

2.3.2. Cama de Impressão ...................................................................................................... 14

2.3.2.1. Cama de Impressão Aquecida .................................................................................. 15

2.4. Design of Experiments .......................................................................................................... 15

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V

2.4.1. Introdução ao Design of Experiments ........................................................................... 15

2.4.2. Definição dos Aspetos Principais do DOE .................................................................... 15

2.4.3. Quantidade de Experiências ......................................................................................... 16

2.4.4. Princípios do DOE ......................................................................................................... 17

2.4.5. Matriz de Design ............................................................................................................ 17

2.5. Análise de Variância .............................................................................................................. 17

2.5.1. Introdução à Análise de Variância ................................................................................. 17

2.5.2. Erros da ANOVA............................................................................................................ 18

2.5.3. Modelo da ANOVA ........................................................................................................ 18

2.5.4. Etapas da ANOVA ......................................................................................................... 20

2.5.5. Verificações do Modelo ................................................................................................. 21

3. Metodologia Experimental .............................................................................................................. 21

3.1. Seleção dos Ensaios ............................................................................................................. 21

3.1.1. Introdução Teórica dos Ensaios Experimentais ............................................................ 21

3.1.1.1. Ensaio de Tração Uniaxial ......................................................................................... 21

3.1.1.2. Ensaio de Impacto de Charpy ................................................................................... 22

3.1.1.3. Ensaio de Compressão ............................................................................................. 23

3.1.1.4. Ensaio de Absorção de Água .................................................................................... 23

3.1.2. Geometria dos Provetes ................................................................................................ 24

3.1.2.1. Provete para Ensaio de Tração Uniaxial ................................................................... 24

3.1.2.2. Provete para Ensaio de Impacto de Charpy ............................................................. 25

3.1.2.3. Provete para Ensaio de Absorção de Água e de Compressão ................................. 25

3.2. Seleção da Impressora .......................................................................................................... 25

3.3. Seleção do Material ............................................................................................................... 26

3.4. Seleção de Parâmetros ......................................................................................................... 26

3.4.1. Fatores, Níveis e Respostas ......................................................................................... 26

3.4.2. Parâmetros Fixos........................................................................................................... 27

3.4.3. Criação da Matriz de Design ......................................................................................... 29

4. Apresentação dos Resultados Experimentais ............................................................................... 29

4.1. Ensaio de Tração Uniaxial ..................................................................................................... 29

4.1.1. Descrição do Ensaio de Tração Uniaxial ...................................................................... 29

4.1.2. Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial ..................................................................... 30

4.2. Ensaio de Impacto de Charpy ............................................................................................... 32

4.2.1. Descrição e Resposta do Ensaio de Impacto de Charpy .............................................. 32

5. Apresentação dos Resultados Estatísticos .................................................................................... 34

5.1. Tensão Máxima ..................................................................................................................... 34

5.1.1. Verificação das Variâncias da Tensão Máxima ............................................................ 34

5.1.2. ANOVA da Tensão Máxima .......................................................................................... 34

5.1.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tensão Máxima ................................... 36

5.1.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima .................................... 36

5.1.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tensão Máxima ................................... 36

5.1.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tensão Máxima ......................................... 36

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VI

5.1.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima 36

5.1.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão Máxima 37

5.1.3. Melhor Valor da Tensão Máxima ................................................................................... 37

5.2. Tensão de Cedência ............................................................................................................. 38

5.2.1. Verificação das Variâncias da Tensão de Cedência ..................................................... 38

5.2.2. ANOVA da Tensão de Cedência ................................................................................... 38

5.2.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tensão de Cedência ........................... 39

5.2.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência ............................. 39

5.2.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência ........................... 39

5.2.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tensão de Cedência ................................. 39

5.2.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência 40

5.2.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência 40

5.2.2.7. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão de Cedência 40

5.2.2.8. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência 41

5.2.3. Melhor Valor da Tensão de Cedência ........................................................................... 41

5.3. Módulo de Elasticidade ......................................................................................................... 41

5.3.1. Verificação das Variâncias do Módulo de Elasticidade ................................................. 41

5.3.2. ANOVA do Módulo de Elasticidade ............................................................................... 41

5.3.2.1. Influência da Densidade de Enchimento no Módulo de Elasticidade ....................... 43

5.3.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade ......................... 43

5.3.2.3. Influência da Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade ....................... 43

5.3.2.4. Influência da Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade ............................. 43

5.3.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade ................................................................................................................................ 43

5.3.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade ................................................................................................................................ 44

5.3.2.7. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade ................................................................................................................................ 44

5.3.2.8. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade ................................................................................................................................ 45

5.3.3. Melhor Valor do Módulo de Elasticidade ....................................................................... 45

5.4. Extensão de Fratura .............................................................................................................. 45

5.4.1. Verificação das Variâncias da Extensão de Fratura ..................................................... 45

5.4.2. ANOVA da Extensão de Fratura ................................................................................... 45

5.4.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Extensão de Fratura ............................ 47

5.4.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura ............................. 47

5.4.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Extensão de Fratura ............................ 47

5.4.2.4. Influência da Espessura da Camada na Extensão de Fratura .................................. 47

5.4.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura 47

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VII

5.4.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Extensão de Fratura 48

5.4.3. Melhor Valor da Extensão de Fratura............................................................................ 48

5.5. Tenacidade ............................................................................................................................ 49

5.5.1. Verificação das Variâncias da Tenacidade ................................................................... 49

5.5.2. ANOVA da Tenacidade ................................................................................................. 49

5.5.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tenacidade .......................................... 50

5.5.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tenacidade ........................................... 50

5.5.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tenacidade.......................................... 50

5.5.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tenacidade................................................ 50

5.5.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tenacidade .... 51

5.5.2.6. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tenacidade ... 51

5.5.3. Melhor Valor da Tenacidade ......................................................................................... 51

5.6. Energia Absorvida ................................................................................................................. 52

5.6.1. Verificação das Variâncias da Energia Absorvida ......................................................... 52

6. Análise dos Resultados .................................................................................................................. 52

6.1. Fatores ................................................................................................................................... 52

6.1.1. Densidade de Enchimento ............................................................................................ 53

6.1.2. Temperatura de Extrusão .............................................................................................. 53

6.1.3. Orientação de Enchimento ............................................................................................ 55

6.1.4. Espessura da Camada .................................................................................................. 59

6.2. Combinação de Fatores ........................................................................................................ 60

6.2.1. Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão .................................................. 60

6.2.2. Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento ................................................ 61

6.2.3. Densidade de Enchimento*Espessura da Camada ...................................................... 62

6.2.4. Espessura da Camada*Orientação de Enchimento ...................................................... 62

6.3. Melhoramento das Propriedades Mecânicas por Aumento da Densidade de Enchimento .. 63

7. Apresentação e Análise dos Resultados dos Ensaios de Absorção de Água ............................... 64

7.1. Ensaio de Absorção de Água ................................................................................................ 65

7.1.1. Descrição do Ensaio de Absorção de Água .................................................................. 65

7.1.2. Resultados dos Ensaios de Absorção de Água ............................................................ 66

7.1.3. Análise dos Resultados dos Ensaios de Absorção de Água ........................................ 68

7.2. Ensaio de Compressão ......................................................................................................... 69

7.2.1. Descrição do Ensaio de Compressão ........................................................................... 69

7.2.2. Resultados dos Ensaios de Compressão ..................................................................... 70

7.3. Ensaio de Tração Uniaxial Após Revestimento .................................................................... 72

7.3.1. Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial Após Revestimento ..................................... 72

7.3.2. Análise dos Resultados dos Ensaios de Tração Uniaxial Após Revestimento ............. 72

8. Comparação de Resultados ........................................................................................................... 73

9. Conclusão ...................................................................................................................................... 74

9.1. Trabalhos Futuros ................................................................................................................. 75

Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 76

Anexo A: Desenhos Técnicos dos Provetes ......................................................................................... 80

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VIII

Anexo B: Tabela de Distribuição-F ........................................................................................................ 83

Anexo C: Dados Experimentais ............................................................................................................ 84

Anexo D: Gráficos da ANOVA ............................................................................................................... 88

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IX

Índice de Figuras

Figura 1 - Esquema da Cabeça de Extrusão [11] ................................................................................... 4 Figura 2 - Exemplo de Objeto com Estruturas de Suporte [14] .............................................................. 6 Figura 3 - Exemplo de Orientações de um Objeto [18] ........................................................................... 8 Figura 4 - Exemplos de Estruturas de Enchimento com Diferentes Densidades e Orientações [19] ..... 8 Figura 5 - Esquema de uma Cabeça de Extrusão [42] ......................................................................... 13 Figura 6 - Exemplo de Interação de Fatores ......................................................................................... 19 Figura 7 - Provete para Ensaio de Tração Uniaxial [58] ....................................................................... 24 Figura 8 - Provete Utilizado nos Ensaios de Tração Uniaxial [59] ........................................................ 24 Figura 9 - Provete para Ensaio de Impacto de Charpy [60] .................................................................. 25 Figura 10 - Ultimaker 2 [61] ................................................................................................................... 25 Figura 11 - Exemplo das duas Orientações de Enchimento ................................................................. 27 Figura 12 - Máquina de Testes Universal utilizada (esquerda); Provete Pronto a Ser Tracionado (direita) ............................................................................................................................................................... 30 Figura 13 - Provete de Tração Uniaxial com as Zonas de Amarração Destacadas ............................. 30 Figura 14 - Gráfico Tensão Vs. Extensão Obtido num dos Ensaios ..................................................... 31 Figura 15 - Provetes de Tração Uniaxial Fraturados (Após o Ensaio) ................................................. 32 Figura 16 - Máquina Utilizada no Ensaio de Impacto de Charpy (esquerda); Provete Posicionado na Máquina (direita) .................................................................................................................................... 33 Figura 17 - Forma Correta de Posicionamento do Provete do Ensaio de Impacto de Charpy [63] ...... 33 Figura 18 - Gráfico de Interação para a Tensão Máxima ..................................................................... 35 Figura 19 - Gráfico de Interação para a Tensão de Cedência .............................................................. 38 Figura 20 - Gráfico de Interação para o Módulo de Elasticidade .......................................................... 42 Figura 21 - Gráfico de Interação para a Extensão de Fratura .............................................................. 46 Figura 22 - Gráfico de Interação para a Tenacidade ............................................................................ 49 Figura 23 - Efeito da Temperatura de Extrusão na Ligação Entre Camadas ....................................... 54 Figura 24 - Efeito da Viscosidade na Área de Contacto Entre Camadas ............................................. 54 Figura 25 - Fotografia das Camadas Obtida por SEM .......................................................................... 54 Figura 26 - Simulação da Orientação 0º/90º: Tensões X (esquerda); Tensões Y (direita); Tensões XY (centro) .................................................................................................................................................. 55 Figura 27 - Quadrados Elementares para a Orientação 0º/90º: Filamentos 0º (esquerda); Filamentos 90º (direita) ............................................................................................................................................ 56 Figura 28 - Círculos de Möhr para a Orientação 0º/90º: Filamentos 0º (esquerda); Filamentos 90º (direita) ................................................................................................................................................... 56 Figura 29 - Simulação da Orientação -45º/+45º: Tensões X (esquerda); Tensões Y (direita); Tensões XY (centro)............................................................................................................................................. 57 Figura 30 - Quadrado Elementar para a Orientação -45º/+45º: Filamentos +45º ................................ 57 Figura 31 - Círculo de Möhr para a Orientação -45º/+45º: Filamentos +45º ........................................ 57 Figura 32 - Estruturas Deformada e Não-Deformada: Orientação 0º/90º (esquerda); Orientação -45º/+45º (direita) .................................................................................................................................... 58 Figura 33 - Fotografia da Fratura do Provete das Duas Orientações de Enchimento: 0º/90º (esquerda); -45º/+45º (direita)................................................................................................................................... 59 Figura 34 - Esquema da Influência da Espessura da Camada na Qualidade das Ligações entre Camadas: 0.1 mm (superior); 0.2 mm (inferior) .................................................................................... 60 Figura 35 - Estruturas de Enchimento da Orientação 0º/90º para as Diversas Densidades de Enchimento: 20% (esquerda); 40% (centro); 60% (direita) ................................................................... 61 Figura 36 - Estruturas de Enchimento da Orientação -45º/+45º para as Diversas Densidades de Enchimento: 20% (esquerda); 40% (centro); 60% (direita) ................................................................... 62 Figura 37 - Exemplo de Compactação dos Filamentos para as Diferentes Espessuras da Camadas: 0.1 mm (esquerda); 0.2 mm (direita) ........................................................................................................... 63 Figura 38 - Cubos Dentro do Recipiente com Água ............................................................................. 66 Figura 39 - Evolução do Aumento de Peso dos Cubos em Função da Raiz Quadrada do Tempo de Imersão para a Experiência 20 ............................................................................................................. 67 Figura 40 - Evolução do Aumento de Peso dos Cubos em Função da Raiz Quadrada do Tempo de Imersão para a Experiência 21 ............................................................................................................. 67 Figura 41 - Fotografias da Face Lateral do Cubo com uma Espessura da Camada de 0.1 mm Obtida por SEM ................................................................................................................................................. 69 Figura 42 - Fotografias da Face Lateral do Cubo com uma Espessura da Camada de 0.2 mm Obtida por SEM ................................................................................................................................................. 69

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X

Figura 43 - Posicionamento do Cubo na Máquina de Testes Universal: Antes do Ensaio (esquerda); Após o Ensaio (direita) .......................................................................................................................... 70 Figura 44 - Cubo Antes e Após Ensaio de Compressão ...................................................................... 70 Figura 45 - Curvas Tensão Vs. Extensão do Ensaio de Compressão da Experiência 20 .................... 71 Figura 46 - Curvas Tensão Vs. Extensão do Ensaio de Compressão da Experiência 21 .................... 71 Figura 47 - Desenho Técnico do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial ............................................. 80 Figura 48 - Desenho Técnico do Provete do Ensaio de Impacto de Charpy ........................................ 81 Figura 49 - Desenho Técnico do Provete dos Ensaios de Absorção de Água e Compressão ............ 82 Figura 50 - Tabela de Distribuição-F para α = 0.05 .............................................................................. 83 Figura 51 - Verificação das Variâncias para a Tensão Máxima............................................................ 89 Figura 52 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tensão Máxima ................................................ 90 Figura 53 - Verificação das Variâncias para a Tensão de Cedência .................................................... 91 Figura 54 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tensão de Cedência ........................................ 91 Figura 55 - Verificação das Variâncias para o Módulo de Elasticidade ................................................ 92 Figura 56 - Verificação do Modelo da ANOVA para o Módulo de Elasticidade .................................... 93 Figura 57 - Verificação das Variâncias para a Extensão de Fratura .................................................... 94 Figura 58 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Extensão de Fratura ......................................... 94 Figura 59 - Verificação das Variâncias para a Tenacidade .................................................................. 95 Figura 60 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tenacidade ...................................................... 96 Figura 61 - Verificação das Variâncias para a Energia Absorvida ........................................................ 97

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XI

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Tabela Genérica da ANOVA [51] ......................................................................................... 20 Tabela 2 - Fatores e Respetivos Níveis ................................................................................................ 26 Tabela 3 - Matriz de Design do Caso de Estudo................................................................................... 29 Tabela 4 - Valores Experimentais de Todas as Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial .................. 32 Tabela 5 - Valores Experimentais da Resposta do Ensaio de Impacto de Charpy .............................. 33 Tabela 6 - Tabela ANOVA da Tensão Máxima ..................................................................................... 34 Tabela 7 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tensão Máxima .................. 36 Tabela 8 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima .................... 36 Tabela 9 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tensão Máxima .................. 36 Tabela 10 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tensão Máxima ...................... 36 Tabela 11 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima ..................................................................................................................................... 37 Tabela 12 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão Máxima .................................................................................................................................................. 37 Tabela 13 - Melhor Valor Obtido da Tensão Máxima e Níveis dos Fatores Correspondentes ............ 37 Tabela 14 - Tabela ANOVA da Tensão de Cedência ........................................................................... 38 Tabela 15 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tensão de Cedência ......... 39 Tabela 16 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência .......... 39 Tabela 17 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência ........ 39 Tabela 18 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tensão de Cedência .............. 40 Tabela 19 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência ............................................................................................................................. 40 Tabela 20 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência ............................................................................................................................. 40 Tabela 21 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão de Cedência .......................................................................................................................................... 40 Tabela 22 - Comparação de Tukey para Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência .......................................................................................................................................... 41 Tabela 23 - Melhor Valor Obtido da Tensão de Cedência e Níveis dos Fatores Correspondentes ..... 41 Tabela 24 - Tabela ANOVA do Módulo de Elasticidade ....................................................................... 42 Tabela 25 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento no Módulo de Elasticidade ..... 43 Tabela 26 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade ...... 43 Tabela 27 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade .... 43 Tabela 28 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade .......... 43 Tabela 29 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade ......................................................................................................................... 44 Tabela 30 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade ......................................................................................................................... 44 Tabela 31 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade ...................................................................................................................................... 44 Tabela 32 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade ...................................................................................................................................... 45 Tabela 33 - Melhor Valor Obtido do Módulo de Elasticidade e Níveis dos Fatores Correspondentes . 45 Tabela 34 - Tabela ANOVA da Extensão de Fratura ............................................................................ 46 Tabela 35 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Extensão de Fratura ......... 47 Tabela 36 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura ........... 47 Tabela 37 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Extensão de Fratura ......... 47 Tabela 38 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Extensão de Fratura ............... 47 Tabela 39 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura .............................................................................................................................. 48 Tabela 40 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Extensão de Fratura .............................................................................................................................. 48 Tabela 41 - Melhor Valor Obtido da Extensão de Fratura e Níveis dos Fatores Correspondentes ..... 48 Tabela 42 - Tabela ANOVA da Tenacidade .......................................................................................... 49 Tabela 43 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tenacidade ....................... 50 Tabela 44 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tenacidade ........................ 50 Tabela 45 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tenacidade ....................... 50 Tabela 46 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tenacidade ............................. 51

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XII

Tabela 47 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tenacidade ............................................................................................................................................ 51 Tabela 48 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tenacidade ............................................................................................................................................ 51 Tabela 49 - Melhor Valor Obtido da Tenacidade e Níveis dos Fatores Correspondentes ................... 51 Tabela 50 - Respostas das Experiencias 20 e 21 e do Caso com Densidade de Enchimento de 100% ............................................................................................................................................................... 63 Tabela 51 - Aumento de Propriedade Mecânica por Aumento de Massa Quando se Aumenta a Densidade de Enchimento .................................................................................................................... 64 Tabela 52 - Valores de Aumento de Peso, Coeficiente de Absorção e Porosidade para os Casos Com e Sem Revestimento e para as Experiências 20 e 21 .......................................................................... 68 Tabela 53 - Respostas das Experiencias 20 e 21 e do Caso com Revestimento de Poliuretano ........ 72 Tabela 54 - Aumento de Propriedade Mecânica por Aumento de Massa Quando se Aplica um Revestimento ......................................................................................................................................... 73 Tabela 55 – Valores Experimentais da Tensão Máxima e da Extensão de Fratura Referentes aos Três Ensaios .................................................................................................................................................. 84 Tabela 56 - Valores Experimentais da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade Referentes aos Três Ensaios ................................................................................................................................... 84 Tabela 57 - Continuação da Tabela 56 ................................................................................................. 85 Tabela 58 - Valores Experimentais da Tenacidade e da Energia Absorvida Referentes aos Três Ensaios ............................................................................................................................................................... 85 Tabela 59 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade das Experiências 20 e 21 para uma Densidade de Enchimento de 100% 85 Tabela 60 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Extensão de Fratura e da Tenacidade das Experiências 20 e 21 para uma Densidade de Enchimento de 100% .................................................. 86 Tabela 61 - Valores Experimentais das Massas dos Provetes Referentes às Experiências 20 e 21 para Densidades de Enchimento de 60% e 100% ........................................................................................ 86 Tabela 62 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) das Dimensões, da Área e do Volume dos Cubos Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Com e Sem Revestimento .................................. 86 Tabela 63 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Evolução das Massas Com o Tempo dos Cubos Referentes à Experiência 20 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento ........... 86 Tabela 64 - Continuação da Tabela 63 ................................................................................................. 87 Tabela 65 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Evolução das Massas Com o Tempo dos Cubos Referentes à Experiência 21 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento ........... 87 Tabela 66 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade das Experiências 20 e 21 para o Revestimento de Poliuretano ................ 87 Tabela 67 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Extensão de Fratura e da Tenacidade das Experiências 20 e 21 para o Revestimento de Poliuretano .................................................................. 87 Tabela 68 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) do Aumento de Peso, do Coeficiente de Absorção e da Porosidade Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Com e Sem Revestimento ......................................................................................................................................... 88 Tabela 69 - Valores Experimentais das Massas dos Provetes Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento de Poliuretano ..................................................... 88

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XIII

Lista de Símbolos

Abreviações

3D Tridimensional

ABS Acrylonitrile Butadiene Styrene

ANOVA Análise de Variância

ASTM American Society for Testing and Materials

CAD Computer Aided Design

DIW Direct Ink Writing

DMLS Direct Metal Laser Sintering

DOE Design of Experiments

FDM Fused Deposition Molding

H0 Hipótese Nula

H1 Hipótese Alternativa

IST Instituto Superior Técnico

PC Polycarbonate

PEEK Polyether Ether Ketone

PEI Polyetherimide

PLA Polyacitic acid

PS Polystyrene

SEM Scanning Eletron Microscopy

SHS Selective Heat Sintering

SLS Selective Laser Sintering

STL Stereolithograpfy

UV Ultra Violeta

Nomenclatura

α Probabilidade de Ocorrer um Erro Tipo I

β Probabilidade de Ocorrer um Erro Tipo II

Δx Deslocamento do Provete [mm]

Δxmax Deslocamento do Provete Imediatamente Antes da Fratura [mm]

σced Tensão de Cedência [MPa]

σmax Tensão Máxima [MPa]

σx Tensão na Direção X (Orientação de Enchimento 0º/90º) [MPa]

σy Tensão na Direção Y (Orientação de Enchimento 0º/90º) [MPa]

σx’ Tensão na Direção Longitudinal do Filamento (Orientação de Enchimento -45º/+45º) [MPa]

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XIV

σy’ Tensão na Direção Normal do Filamento (Orientação de Enchimento -45º/+45º) [MPa]

εf Extensão de Fratura [%]

ρH2O Densidade da Água [Kg/m3]

τxy Tensão de Corte (Orientação de Enchimento 0º/90º) [MPa]

τxy’ Tensão de Corte (Orientação de Enchimento -45º/+45º) [MPa]

A Área de Secção do Cubo do Ensaio de Absorção de Água [mm2]

Amin Área Mínima da Secção do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial [mm2]

Anom Área Nominal da Secção do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial [mm2]

AP Aumento de Peso [%]

CA Coeficiente de Absorção [g.cm-2.min-1/2]

df1 Grau de Liberdade do Fator

df2 Grau de Liberdade do Resíduo

E Módulo de Elasticidade [GPa]

EA Energia Absorvida [J]

F Força [N]

Fmax Força Máxima [N]

k Número de Níveis

L Comprimento da Zona de Teste do Provete [mm]

M100 Massa dos Provetes Com Densidade de Enchimento de 100% [g]

M60 Massa dos Provetes Com Densidade de Enchimento de 60% [g]

Mc/R Massa dos Provetes Com Revestimento [g]

Ms/R Massa dos Provetes Sem Revestimento [g]

mmol Massa do Cubo a Cada Instante de Tempo [g]

msat Massa do Cubo Saturada [g]

msec Massa do Cubo Seca [g]

N Produto Entre Número de Experiências e o Número de Repetições

NE Número de Experiências

NF Número de Fatores

NN Número de Níveis

n Número de Repetições

P Porosidade [%]

P100 Propriedade Mecânica dos Provetes Com Densidade de Enchimento de 100%

P60 Propriedade Mecânica dos Provetes Com Densidade de Enchimento de 60%

Pc/R Propriedade Mecânica dos Provetes Com Revestimento

Ps/R Propriedade Mecânica dos Provetes Sem Revestimento

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XV

T Tenacidade [J/cm3]

t Espessura do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial [mm]

V Volume do Cubo [mm3]

X̅ Média de Todas as Amostras

X Dado Experimental Individual

W Largura Mínima do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial [mm]

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1

1. Introdução

Nos últimos anos, o uso da impressora 3D tem aumentado significativamente, prevendo-se uma

continuação deste fenómeno. Uma impressora 3D pode ser utilizada, quer numa fase de prototipagem

de um produto, quer numa fase de produção final desse mesmo produto. A impressora 3D está ligada

ao fabrico de uma diversa gama de produtos, que podem ir desde os artigos de lazer, até componentes

da área da medicina.

De todas as tecnologias de impressão 3D, aquela que está mais acessível ao público (e por isso das

mais utilizadas) é a de Fused Deposition Molding (FDM). Isto acontece, não só pelo vasto número de

empresas a desenvolver e comercializar impressoras desta tecnologia, como também pelo baixo custo

relativo destas impressoras. Com base neste ambiente, é deveras assertivo perceber o funcionamento

desta tecnologia, e o que se pode fazer para melhora-la.

1.1. Motivação

Para se imprimir um dado objeto, utilizando a tecnologia FDM, é necessário definir um razoável número

de parâmetros. A grande maioria destes têm a capacidade de influenciar a qualidade do produto final.

É portanto conveniente ter o conhecimento de quais os parâmetros mais importantes.

No entanto, saber apenas qual o parâmetro que mais afeta a impressão não é suficiente. É necessário

também determinar qual o valor (ou gama de valores) que promove os melhores resultados. A

qualidade anteriormente mencionada pode subdividir-se em dois ramos: o aspeto superficial; as

propriedades mecânicas do material. Este último é aquele que mais interesse apresenta, em termos de

engenharia.

O crescimento da tecnologia de FDM deveu-se, em grande parte, à partilha de informações e

experiências entre membros de uma vasta comunidade com interesse em desenvolver esta área

científica. Sendo esta uma área de futuro, é de todo o interesse conhece-la melhor, e se possível

contribuir para o seu desenvolvimento. Qualquer informação (bem fundamentada) obtida com a

realização de uma Dissertação nesta área, será bem recebida pelos membros da comunidade.

Pelas razões expostas nos três parágrafos anteriores, decidiu-se realizar a Dissertação de Mestrado

sobre os temas expostos neste documento.

1.2. Objetivos

Com este trabalho pretende-se determinar a influência que vários parâmetros de impressão 3D têm

nas propriedades mecânicas de um material, depois deste passar pelo processo de impressão. Para

além de se pretender compreender como é que cada parâmetro individualmente está relacionado com

uma dada propriedade mecânica, quer-se também determinar qual a influência de algumas

combinações de parâmetros em cada uma das propriedades. Depois de se obter todas as relações

entre parâmetros e propriedades, pretende-se determinar quais os valores ótimos de cada parâmetro,

de modo a que as propriedades mecânicas sejam as melhores possíveis.

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Nos polímeros, a quantidade de humidade dentro do material não pode ser negligenciada, pois esta

afeta as propriedades mecânicas do mesmo. Para se controlar e diminuir esta humidade, é recorrente

revestir o material polimérico com outro, que previna a penetração de água. Posto isto, um outro

objetivo será a determinação de qual o melhor material de revestimento, entre alguns disponíveis.

Posteriormente irá ser estudado o comportamento mecânico do material com revestimento protetor,

comparando os resultados com aqueles mencionados no parágrafo anterior.

Outro objetivo passa por realizar uma revisão bibliográfica, tal que esta inclua as informações mais

importantes referentes à tecnologia FDM, indo desde a história, o funcionamento e etapas do processo

de impressão, passando pelas aplicações e materiais, e por fim referir os componentes mais

importantes de uma impressora 3D de tecnologia FDM.

1.3. Estrutura da Dissertação

Esta dissertação está dividida em nove capítulos. No primeiro capítulo é feita uma introdução à

dissertação, referindo o porquê de se ter escolhido este tema, e enuncia-se os principais objetivos.

No segundo capítulo é feita uma revisão bibliográfica, primeiro sobre a história da impressão 3D, depois

sobre a tecnologia FDM, e ainda são destacados alguns dos componentes mais importantes de uma

impressora 3D de tecnologia FDM. É feita ainda uma introdução teórica da análise estatística que será

utilizada para dar algum significado aos resultados experimentais obtidos.

O terceiro capítulo trata de toda a preparação efetuada para se realizar este trabalho, passando pela

escolha do material, da impressora, do tipo de provetes, dos parâmetros de impressão e dos seus

valores, e das propriedades mecânicas a estudar. É feita também uma breve introdução teórica dos

ensaios experimentais a realizar.

No quarto capítulo apresentam-se os resultados experimentais dos ensaios mecânicos realizados.

No quinto capítulo são apresentados os resultados estatísticos, após se ter passado os resultados

experimentais pela ANOVA.

No sexto capítulo analisam-se ambos os resultados experimentais e estatísticos, tentando explicar

cientificamente a razão pela qual eles foram obtidos.

No sétimo capítulo apresentam-se e analisam-se os resultados obtidos dos ensaios de absorção de

água.

No oitavo capítulo comparam-se alguns dos resultados com os obtidos por outros investigadores.

Finalmente, no nono capítulo retiram-se as conclusões com base nos resultados obtidos, e dão-se

propostas de possíveis trabalhos futuros, com base no que foi feito no presente trabalho.

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3

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Impressão 3D

Na impressão 3D, também conhecida por manufatura aditiva, um objeto tridimensional é construído

através da sobreposição de várias camadas de um dado material. Este processo de manufatura

possibilita a criação de objetos com geometrias extremamente complexas, que de outro modo não

seriam possíveis de se obter [1].

Originalmente o termo “impressão 3D” referia-se ao processo de, sequencialmente, depositar uma

camada de um material líquido numa de um material em pó. Hoje em dia, o significado deste termo foi

expandido de modo a incorporar outras técnicas (ou modos) de deposição de material, como por

exemplo a extrusão, a polimerização, a sinterização (de camada de pó) e a laminação [1].

Os primeiros equipamentos de impressão 3D começaram a aparecer no início dos anos 80. Em 1981,

Hideo Kodama criou um sistema rudimentar de prototipagem rápida, que utilizava foto-polímeros [2].

Em 1986, Charles Hull inventou e patenteou a técnica de estereolitografia. Esta técnica consiste na

deposição de um material foto-polimérico, seguido da cura do mesmo, com o auxílio de uma luz

ultravioleta [3].

Hoje em dia, estão disponíveis vários processos de impressão 3D. A distinção entre eles reside,

essencialmente, em dois aspetos:

No modo como as camadas de material são depositadas;

No tipo de material utilizado.

Dentro do modo de extrusão destacam-se as tecnologias de Fused Deposition Modeling (FDM) e Direct

Ink Writing (DIW). Estas tecnologias são caracterizadas pela fusão do material, seguida da extrusão do

mesmo através de um nozzle. A grande diferença entre estas duas tecnologias são os tipos de materiais

utilizados. Enquanto no FDM são usados essencialmente termoplásticos e elastómeros, no DIW são

utilizados cerâmicos e ligas metálicas [4].

Em relação ao modo de polimerização, destaca-se a tecnologia de estereolitografia. Esta tecnologia é

caracterizada por o material estar inicialmente no estado líquido, sendo que cada camada é formada

pelo endurecimento deste material através de um feixe de luz ultravioleta [3].

Quanto ao modo de sinterização, existem variadas tecnologias, das quais se pode destacar o Selective

Heat Sintering (SHS), o Selective Laser Sintering (SLS) e o Direct Metal Laser Sintering (DMLS), sendo

que este modo é caracterizado por o material estar na forma de pó. A maneira como o pó é sinterizado

depende da tecnologia usada. No SHS, uma cabeça de impressão térmica gera o calor necessário à

sinterização do material. No SLS e no DMLS, este calor é gerado por um feixe laser. O material utilizado

também depende da tecnologia. No SHS é apenas utilizado o termoplástico. No SLS podem ser usados

termoplásticos, metais e cerâmicos. No DMLS são apenas usadas ligas metálicas [5] [6].

Por fim, refere-se a laminação. Dentro deste modo destaca-se a tecnologia de Laminated Object

Manufacturing. Este modo caracteriza-se por o material ser em forma de folha impregnada com

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4

adesivo, onde cada folha representa uma camada. As folhas são adicionadas à medida que um laser

corta a geometria correspondente a cada camada. Em relação aos materiais utilizados, destacam-se o

papel, o metal e o plástico [7].

2.2. Tecnologia FDM

2.2.1. Enquadramento Histórico

O FDM é uma tecnologia que foi desenvolvida e patenteada pelo inventor S. Scott Crump em 1988. Em

1989 este inventor fundou a empresa Stratasys. Três anos mais tarde, esta empresa começou a

comercializar a primeira impressora de FDM [8].

No início da sua comercialização, as impressoras de FDM não foram muito procuradas e utilizadas.

Isto deveu-se, principalmente, ao fato de esta ser uma tecnologia patenteada, e de existir neste caso

apenas uma empresa a distribui-la, o que levou a uma fraca divulgação da tecnologia. No entanto, anos

mais tarde quando a patente expirou, verificou-se um crescimento acentuado na sua utilização. Hoje

em dia existe uma vasta comunidade de desenvolvimento, o que ajuda a divulgar esta tecnologia. Já

existem também um grande número de empresas a comercializar impressoras de FDM [9].

2.2.2. Funcionamento do Processo

O material utilizado nas impressoras de FDM vem em forma de filamento enrolado em bobine. O

primeiro passo é desenrolar o filamento, e através de rolos movidos por motores de passo, alimenta-lo

à cabeça de extrusão [10].

A cabeça de extrusão é o componente responsável pela transformação de um material solido, num

moldável. O material entra (numa das extremidades deste componente) no estado solido, e por ação

do calor gerado por uma resistência elétrica ele é derretido, sendo seguidamente extrudido pelo nozzle

(subcomponente que se encontra na outra extremidade da cabeça de extrusão) [10]. Na Figura 1

encontra-se um esquema básico da cabeça de extrusão.

Figura 1 - Esquema da Cabeça de Extrusão [11]

Ao mesmo tempo que o material é extrudido pelo nozzle, a cabeça de extrusão e/ou a cama de

impressão deslocam-se no plano cartesiano (X,Y,Z), com o auxílio de sistemas mecânicos, criando um

objeto camada a camada [10].

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5

2.2.3. Resolução da Impressora

O conceito de resolução é dividido em dois ramos [12]:

Resolução horizontal;

Resolução vertical.

A resolução horizontal é o menor movimento, que a cabeça de extrusão e a cama de impressão (no

caso de ela ser dinâmica), conseguem realizar num plano paralelo às camadas (direções X e Y). Uma

boa resolução horizontal permite a produção de detalhes, no objeto, com maior qualidade. Esta

resolução depende, essencialmente, da precisão dos movimentos da cabeça de extrusão e/ou da mesa

de impressão (no caso de ela também ser dinâmica) [12].

A resolução vertical é a menor espessura de camada que a impressora consegue criar, em apenas

uma passagem. Quanto mais pequena for esta espessura, mais suave (ao toque) será a face criada

pelas várias camadas. Para esta resolução, não só a precisão dos movimentos da cabeça de extrusão

e/ou da mesa de impressão é importante, como também o diâmetro do nozzle é um aspeto a ter em

consideração, pois é através deste subcomponente que o fluxo de material depositado é controlado. A

força de ligação entre camadas depende da espessura de camada, sendo que quanto menor esta for,

maior será a força de ligação. Portanto, é útil ter uma boa resolução vertical, que permita criar camadas

com espessura o mais reduzida possível, para se obter objetos mais resistentes, e estruturalmente

mais íntegros [12].

Quanto melhor a resolução, menor é o valor numérico associado. Os valores típicos de resolução (quer

vertical quer horizontal), encontrados em impressoras de FDM comuns, andam à volta dos 0.2 mm ou

0.3 mm. Existem ainda assim impressoras topo de gama, que conseguem garantir uma resolução de

0.02 mm. Por razões óbvias, estas últimas impressoras têm um preço mais elevado [12].

No entanto, boas resoluções implicam tempos de impressão maiores. Por exemplo, quanto menor for

a espessuras de cada camada, maior o número de camadas necessárias (para um objeto com uma

determinada altura), e por consequência mais longo será o tempo de impressão. É então necessário

arranjar um compromisso entre qualidade do objeto e tempo disponível para a impressão. Esta escolha

dependerá, maioritariamente, da aplicação final do objeto.

2.2.4. Estruturas de Suporte

Existem certos objetos, que ao serem manufaturados por técnicas aditivas, necessitam de estruturas

de suporte. Sem estas, estes objetos correm o risco de colapsarem sobre si próprios durante o processo

de fabrico [13].

Geralmente, o filamento utilizado para as estruturas de suporte é de qualidade inferior ao utilizado no

corpo do objeto. Isto acontece pois no fim da impressão estas estruturas são retiradas, não fazendo

parte do objeto final [13]. Na Figura 2 é possível observar um exemplo de uma estrutura de suporte

(vigas verticais que apoiam o objeto).

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Figura 2 - Exemplo de Objeto com Estruturas de Suporte [14]

Existem vários softwares destinados à criação das estruturas de suporte. Para o mesmo objeto, a

geometria da estrutura criada pode variar, pois os algoritmos por detrás de cada software podem ser

diferentes. Dentro do mesmo software e para o mesmo objeto, para diferentes materiais, a estrutura

pode também ser diferente [15].

Na geração de estruturas de suporte é necessário existir um equilíbrio entre volume de material utilizado

e rigidez da estrutura. É importante que a estrutura consiga servir o seu propósito, que é suportando o

objeto, mas também é conveniente que não seja utilizado muito material para o fazer, de modo a que

o desperdício não seja elevado. É necessário ter isto em atenção, quando se introduzem os parâmetros

das estruturas de suporte no software.

2.2.5. Etapas do Processo de Impressão

O processo de impressão 3D está dividido essencialmente em cinco etapas:

Modelação;

Reparação;

Slicing;

Impressão;

Acabamento.

2.2.5.1. Modelação

A modelação pode ser feita através de três métodos:

Software de Computer Aided Design (CAD);

Scanner 3D;

Camara digital em conjunto com um software de fotogrametria.

O primeiro método de modelação é o mais usado, principalmente, por ser o de mais fácil utilização e

por possibilitar a criação de (praticamente) todo o tipo de geometrias desejadas. Este também garante

um modelo final com um número de erros, dimensionais e geométricos, muito reduzido [16].

Existem diversos softwares CAD, sendo que estes podem ser divididos essencialmente entre duas

categorias: os gratuitos; os pagos.

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Geralmente, os gratuitos são de utilização intuitiva (pela sua simplicidade), mas em contra partida não

tem tantas funcionalidades como os pagos. Ainda assim, para o utilizador comum, são suficientes.

Alguns exemplos deste tipo de software são: FreeCAD, OpenSCAD, Google SketchUp e 123D Design.

Em relação aos softwares pagos, estes permitem criações muito mais complexas, não sendo no entanto

tão intuitivos como os anteriores. De seguida enuncia-se alguns exemplos destes softwares: AutoCAD,

SolidWorks, Solid Edge e CATIA.

Os segundo e terceiro métodos, requerem que, fisicamente, o objeto que se pretenda modelar já exista.

Isto introduz uma grande limitação ao que é possível modelar. Ao contrário do software CAD, que é

100% digital, estes dois últimos métodos requerem uma componente manual (humana). Este fato

introduz erros e imprecisões ao modelo [16].

2.2.5.2. Reparação

Depois de feita a modelação, o modelo é guardado num ficheiro STL. Quando isto é feito, geralmente,

são produzidos erros, como furos em faces, faces sobrepostas, entre outros. Existem certos softwares

dedicados a estas reparações, sendo que a grande maioria conseguem realizar a reparação

autonomamente. Noutros, o utilizador tem de corrigir os erros manualmente [17]. De seguida

apresentam-se alguns exemplos de softwares de reparação: Netfabb, MeshFix, ReMESH e MeshLab.

2.2.5.3. Slicing

Agora que o modelo já não apresenta erros, a próxima fase é a passagem por um software de slicing.

Este tipo de software divide o modelo em varias secções transversais, e cria um ficheiro com o código-

G. Este último ficheiro contem todas as informações necessárias, para que a impressora possa imprimir

o modelo.

O número de secções em que o modelo é dividido está relacionado com a resolução da impressora.

Quanto melhor for a resolução, mais pequena é a camada que é possível imprimir, logo maior será o

número de secções em que o modelo será dividido. Uma boa resolução corresponderá a um bom

acabamento superficial.

O software de slicing é também responsável por outras quatro tarefas:

a) Orientar o modelo, colocando-o na posição ótima para ser impresso;

b) Criar estruturas de suporte;

c) Criar estrutura de enchimento;

d) Escolha dos parâmetros de impressão.

Se a tarefa a) for bem realizada, em alguns casos, pode eliminar a necessidade de se realizar a tarefa

b). Por exemplo, se o objeto a imprimir for a letra “T” (tridimensional), existem três posições principais

em que ele pode ser orientado, estando elas representadas na Figura 3. Nas duas últimas orientações

representadas na Figura 3 não são necessárias estruturas de suporte pois cada camada está

devidamente apoiada na anterior. No entanto, na primeira orientação, quando a zona horizontal do “T”

fosse impressa, ela iria colapsar por não existir nenhuma camada inferior que a possa suportar. Assim,

nesta orientação será necessária uma estrutura de suporte.

Page 24: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

8

Figura 3 - Exemplo de Orientações de um Objeto [18]

Por vezes, não há necessidade (de um ponto de vista estrutural) de um dado objeto ter o seu interior

completamente cheio de material. Em vez de preencher o seu interior, os softwares de slicing criam

umas estruturas, que ocupam uma dada percentagem do espaço vazio. A esta percentagem dá-se o

nome de densidade de enchimento. Os casos extremos de 0% e 100% correspondem a objeto oco e

objeto totalmente preenchido, respetivamente. Uma das características destas estruturas é a

orientação das mesmas em relação às paredes do objeto. Outro fator relevante é a espessura da

parede do objeto. A utilização destas estruturas representa não só uma poupança de material, como

também de tempo de impressão. Dependendo da aplicação, a densidade de enchimento, a orientação

da estrutura e a espessura da parede devem ser cuidadosamente selecionadas. Na Figura 4 apresenta-

se, para uma mesma secção transversal de um objeto, casos com estruturas de densidades de

enchimento e orientações diferentes.

Figura 4 - Exemplos de Estruturas de Enchimento com Diferentes Densidades e Orientações [19]

Dependendo dos softwares, a quantidade de parâmetros que é possível alterar é diferente. Os mais

típicos são: espessura da camada; velocidade de impressão; densidade de enchimento; orientação das

estruturas de enchimento; espessura da parede.

Em relação aos softwares mais utilizados, destacam-se os seguintes: Cura, Slic3er, KISSlicer e

Skeinforge.

2.2.5.4. Acabamento

Existem casos em que a resolução da impressora não é suficiente para produzir um acabamento

superficial desejado. Por isso, depois da impressão pode ser necessário melhorar manualmente a

superfície do objeto. Normalmente, isto passa por lixar a peça, até se obter uma superfície suave.

Nas situações em que existem estruturas de suporte, é necessário no fim da impressão, remove-las.

Esta remoção pode ser mecânica (por exemplo através do corte com uma lamina serrilhada), ou

química, no caso do material da estrutura de suporte ser solúvel (alguns dos materiais de suporte são

solúveis em líquidos comuns, como por exemplo água) [13].

Se a peça final requerer uma cor que não esteja disponível para impressão, pode ser necessário pinta-

la manualmente.

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9

2.2.6. Aplicações

Em ambiente industrial, a tecnologia FDM é, predominantemente, utilizada em prototipagem rápida e

em manufatura rápida. Quando um produto está em fase de protótipo, é recorrente realizarem-se testes

e ensaios ao mesmo, de forma iterativa até se obterem os resultados desejados. Por esta razão, é

conveniente que os protótipos sejam fabricados de forma célere. Ao utilizar a tecnologia de FDM, é

possível ter uma fase de prototipagem reduzida (em comparação com outras tecnologias de fabrico),

fazendo com que o produto entre no mercado mais cedo. Destacam-se as algumas das áreas, onde o

uso de FDM é recorrente [20]:

Indústria aeroespacial e automóvel - fabrico de moldes e de protótipos de componentes;

Arquitetura - fabrico de maquetes;

Indústria médica - fabrico de próteses;

Entretenimento - fabrico de adereços.

Para além do uso desta tecnologia na indústria, também se verifica a sua utilização em ambientes

domésticos. Dentro da impressão 3D, a tecnologia FDM é das mais utilizadas (neste ambiente), não só

por as impressoras serem de fácil utilização, como também pelo baixo custo, quer da impressora quer

da matéria-prima (comparado com outras tecnologias). Esta tecnologia é também muito utilizada em

ambientes educacionais, como ferramenta de investigação e aprendizagem [20].

2.2.7. Materiais Utilizados

Os materiais mais utilizados na tecnologia FDM pertencem ao grupo dos termoplásticos. Um

termoplástico é um polímero que a uma certa temperatura (diferente para cada caso) apresenta uma

viscosidade suficiente que lhe permite ser moldado num vasto número de geometrias, mantendo a

mesma depois de arrefecido [21].

Dado que a tecnologia FDM é vastamente utilizada no fabrico de protótipos, é importante que os

materiais possuam boas características mecânicas, porque usualmente os protótipos são submetidos

a testes físicos e de resistência, e portanto convém que eles não sejam destruídos durante o processo.

Propriedades como a tensão de cedência, o módulo de elasticidade, a ductilidade e a dureza, são

habitualmente tidas em consideração, durante a escolha do material. Existem algumas propriedades

menos comuns como a transparência (ou o oposto, a opacidade), a biocompatibilidade e a resistência

UV, que por vezes também são importantes para uma dada aplicação [22].

Para que um material possa ser utilizado numa impressora de FDM, é necessário que ele seja aprovado

em três testes diferentes [23]:

Primeira extrusão – possibilidade de transformar pellets em filamento (formato da matéria-

prima utilizada pela impressora);

Segunda extrusão – capacidade de produzir objetos com qualidade, não só visual como

também física;

Aplicação final – verificar se o objeto impresso consegue desempenhar as funções para as

quais foi fabricado. Uma das formas de verificar, é averiguar a durabilidade do objeto.

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10

Se um material passar o primeiro teste com distinção, geralmente, a empresa responsável pelo seu

desenvolvimento, está disposta a realizar um investimento extra para garantir que o material passa nos

outros testes [23].

Os materiais mais utilizados em impressoras de FDM são o Acrylonitrile Butadiene Styrene (ABS) e o

Polyacitic acid (PLA). Em algumas aplicações também se verifica a utilização de Polycarbonate (PC) e

Polystyrene (PS) [24]. Mais recentemente, a empresa INDMATEC tornou possível o uso de Polyether

Ether Ketone (PEEK) em impressoras de FDM [25].

2.2.7.1. ABS

O ABS é um material que apresenta uma elevada tenacidade à fratura, e também uma grande

resistência ao impacto. Outra característica que promove a sua vasta utilização é a baixa densidade.

O ABS tem também outras boas características não-mecânicas, como por exemplo o fato de ser fácil

pintar. Isto é útil pois em muitos casos não é possível imprimir o objeto da cor pretendida. A cola comum

também interage muito bem com este material, permitindo a impressão de vários componentes, seguido

da montagem permanente dos mesmos, obtendo-se um objeto solido [26]. Destaca-se também que o

ABS é de fácil maquinagem [23].

No entanto, este material tem um aspeto negativo, que é o fato de se degradar com a luz solar. Por

esta razão, é aconselhável que as aplicações onde é utilizado este material sejam, maioritariamente,

interiores [27].

À temperatura ambiente, o ABS é estável e não se decompõe em constituintes que possam ser

prejudiciais à saúde humana. Ainda assim, a elevadas temperaturas (aproximadamente 400ºC), este

material começa a decompor-se em substâncias cancerígenas [28].

Dadas todas as suas características, o ABS é maioritariamente utilizado em aplicações profissionais

[23].

2.2.7.2. PLA

O PLA é um termoplástico biodegradável, obtido a partir de substâncias como o amido de milho, as

raízes de tapioca ou a cana-de-açúcar [29].

As propriedades do PLA variam muito com as condições de impressão. Foi verificado que a

pigmentação usada para dar cor ao PLA, influencia as propriedades mecânicas do mesmo, sendo que

o PLA natural (sem pigmentação) apresenta os melhores resultados. Foi apurado igualmente que a

percentagem de cristalinidade é afetada pela pigmentação, sendo o PLA natural a apresentar o menor

valor [30].

Dado que o PLA é derivado, essencialmente, de açúcares, ao ser impresso liberta um aroma “semi-

doce”, e que não é considerado desagradável. Este fato torna-se relevante (na escolha do material),

tendo em conta que os outros plásticos ao serem extrudidos libertam um cheiro a “plástico queimado”.

O fato de ser derivado de açúcares, faz com que o PLA seja um plástico mais “amigo do ambiente”, em

comparação com os outros que são derivados do petróleo [23].

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11

O PLA quando é derretido, torna-se muito mais fluido do que a maioria dos outros plásticos.

Combinando esta propriedade com um bom processo de arrefecimento, é possível obter detalhes

(como cantos pontiagudos) com muito boa qualidade (em comparação com outros plásticos) [23].

O PLA é mais popular em impressoras domésticas e naquelas com propósitos educacionais [23].

2.2.7.3. PC

Em termos de tensões de cedência e fratura, e de módulo de elasticidade, o PC apresenta valores um

pouco melhores, comparativamente aos materiais anteriormente apresentados. Este plástico consegue

suportar elevadas deformações plásticas sem apresentar fissuras, e até mesmo sem sofrer rotura. Em

alguns casos, é possível processar este material à temperatura ambiente [31].

Este material tem também uma elevada resistência ao impacto. Isto faz com que o PC seja

extremamente durável. Por esta razão ele é utilizado em aplicações que requerem alta fiabilidade, e

cujo tempo de vida está projetado para ser elevado [32].

O PC possui uma característica física pouco comum aos outros plásticos aqui mencionados, que é o

fato de ser altamente transparente a luz visível. Isto aumenta o seu campo de aplicações, relativamente

aos outros plásticos. Outra característica que o distingue dos outros, é o fato de ter uma excelente

resistência ao calor [32].

Uma das desvantagens deste plástico, é exibir uma dureza inferior (a outros), o que se traduz numa

baixa resistência a riscos e indentações. Dependendo da aplicação, este último fator pode ter um papel

importante. Outro fator negativo, e igualmente importante, é o fato de possuir uma baixa resistência a

ataques químicos, sendo solúvel em muitos compostos químicos (alguns deles orgânicos). Por fim,

destaca-se também como desvantagem, ter um preço relativo elevado [31].

2.2.7.4. PS

Em relação aos materiais apresentados anteriormente, o PS é aquele que apresenta as piores

propriedades mecânicas. É considerado um material frágil, e por isso é utilizado em aplicações que não

estão sujeitas a esforços elevados. Este material é também facilmente inflamável, e tem uma pobre

resistência a ataque químico [33].

A grande vantagem, e a razão principal pela qual este tipo de plástico é muitas vezes utilizado, é o fato

de ter um preço relativo baixo. Em semelhança ao PC, o PS também é naturalmente transparente [33].

Em comparação com outros plásticos, o PS é aquele que apresenta as maiores dificuldades no que

toca a reciclagem. É um processo complicado e que requer um investimento considerável, fazendo com

que este material muitas vezes nem chegue a ser reciclado [33].

2.2.7.5. PEEK

O PEEK é um material que apresenta excelentes propriedades mecânicas, que são mantidas mesmo

a elevadas temperaturas, ao contrário do que se verifica noutros plásticos. Este fato fez com que alguns

subcomponentes de cabeças de extrusão sejam fabricados neste material, mais propriamente num

subcomponente responsável pela isolação térmica da cabeça [34].

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12

Uma das características que distingue o PEEK de outros materiais é o fato de ser biocompatível, sendo

vastamente utilizado em implantes médicos. A juntar ao fabrico de próteses osteopáticas, já realizado

há algum tempo, recentemente este material começou a ser utilizado no fabrico de próteses dentárias

[35].

Destaca-se também a elevada resistência à degradação térmica e a ataques químicos [35]. São poucos

os reagentes químicos capazes de dissolver o PEEK, sendo eles soluções concentradas de acido

nítrico ou de acido sulfúrico [36]. Mesmo quando exposto a uma chama, este material emite uma

quantidade reduzida de fumo e de gases tóxicos. Todos estes fatores fazem com que ele seja ideal em

aplicações em ambientes hostis, como por exemplo em aplicações aeroespaciais [37].

2.2.8. Empresas Dedicadas à Tecnologia FDM

Como referido anteriormente, toda a tecnologia FDM começou com a empresa Stratasys. Inicialmente

(meados dos anos 90), dado que a tecnologia não estava muito avançada, as impressoras eram

volumosas e dispendiosas, pelo que o seu uso apenas fazia sentido em ambientes industriais. Hoje em

dia esta empresa já conta também, no seu portefólio, com impressoras de uso domestico [8].

Só a partir de 2006 é que as impressoras de FDM deixaram de estar apenas “acessíveis” a entidades

ligadas à indústria, e passaram a estar disponíveis ao público geral. Nesse ano foi desenvolvida a

impressora Fab@Home Model 1, por um grupo de alunos da Cornell University, marcando assim o inico

das impressoras de uso domestico. Esta impressora determinou o inico do projeto Fab@Home, que foi

um dos primeiros a ser completamente desenvolvido em open-source. Este termo significa que toda a

informação necessária para construir a impressora (lista de materiais, desenhos das peças, códigos de

programação, etc.) estão disponíveis para acesso público [38]. Isto proporcionou a criação de várias

comunidades online dedicadas ao desenvolvimento e divulgação da tecnologia FDM. Com toda esta

informação disponível, muitas entidades particulares conseguiram criar a sua própria impressora,

sendo que algumas delas deram o próximo passo e estabeleceram a sua própria empresa, dedicada a

esta tecnologia. O objetivo principal deste projeto era a divulgação da tecnologia FDM às massas. Em

2012 este projeto foi encerrado, pois para os seus criadores tornou-se claro que este objetivo já tinha

sido alcançado [39].

Existiu outro projeto também totalmente open-source (também já extinto) chamado RepRap Project,

fundado pelo engenheiro Adrian Bowyer. A ideia principal deste projeto era criar uma impressora capaz

de se imprimir a si própria. Ou seja, construir uma impressora com os componentes básicos (mas

funcional), que depois fosse capaz de imprimir o resto dos seus componentes. De seguida, utilizando

esta nova impressora, pretendia-se imprimir (idealmente) todos os componentes necessários para

construir uma nova impressora (ou quantas fossem desejadas). Juntamente com este projeto foi criado

um sítio na internet (www.reprap.org), que é essencialmente um fórum onde, ainda hoje, são trocadas

ideias e informações acerca da tecnologia FDM [40].

Os dois projetos mencionados anteriormente proporcionaram ao público geral, não só um grande

interesse nesta tecnologia, como também o aparecimento de outros novos projetos e empresas, como

a Fusion3, a Hyrel 3D, a MakerBot Industries, a Printrbot, a Solidoodle, a Ultimaker e a

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13

BEEVERYCREATIVE. Algumas destas empresas comercializam impressoras em kits, que depois são

montados pelos utilizadores (ao contrario de outras impressoras que já vêm todas montadas de fabrica).

Estes kits são maioritariamente procurados por hobbyists e por pessoas interessadas em compreender

o funcionamento do produto (e da sua tecnologia) que acabaram de adquirir. Para os utilizadores que

apenas querem usufruir dos benéficos da impressão 3D, as impressoras previamente montadas são a

melhor escolha.

2.3. Principais Componentes de uma Impressora de FDM

Uma impressora 3D é um sistema complexo composto por inúmeros componentes. De seguida neste

documento, apresentam-se alguns dos componentes que têm maior impacto no estudo estrutural

estático e dinâmico, de uma impressora 3D.

2.3.1. Cabeça de Extrusão

Anteriormente neste documento, foi mencionado muito brevemente a constituição de uma cabeça de

extrusão. De seguida passa-se a examinar melhor o funcionamento deste componente. Este pode ser

subdividido em duas partes: a zona fria e a zona quente [41], como é possível observar na Figura 5.

Figura 5 - Esquema de uma Cabeça de Extrusão [42]

A zona fria é a metade superior da cabeça de extrusão, sendo que é nesta zona onde o filamento entra

na cabeça de extrusão. Nem sempre esta é uma simples zona de entrada. Por vezes contém o

mecanismo que alimenta o filamento à zona quente. Este mecanismo consiste numa roda de atrito

(com uma rotação imposta no seu eixo) e num rolo liso, entre os quais passa o filamento. A distância

entre eles não pode ser nem muito elevada (correndo-se o risco de não haver aderência suficiente e o

filamento não avançar), nem muito baixa (correndo-se o risco de esmagar e deformar o filamento de tal

modo que este não consiga entrar na zona quente). Tem portanto de existir uma distância ótima, para

cada diâmetro de filamento [41]. Nos casos em que este mecanismo não faz parte integral da cabeça

de extrusão, ele é considerado um componente isolado, e situa-se logo antes da cabeça de extrusão.

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14

A zona fria é separada da quente por um isolador térmico. Este tem de ser projetado de tal modo, que

permita a passagem do filamento de um lado para outro, mas ao mesmo tempo que não deixe passar

calor de um lado para o outro. O isolador térmico é, normalmente, fabricado em plástico PEEK com um

revestimento de Polytetrafluoroethylene [41].

Na zona quente é onde o filamento é derretido, e posteriormente extrudido pelo nozzle. Nesta zona, o

furo pelo qual passa o filamento, esta rodeado por uma resistência elétrica, que emite o calor necessário

para o derreter. Entre a resistência elétrica e o nozzle existe um termopar (sensor de temperatura) que

monitoriza continuamente a temperatura associada ao calor promovido pela resistência elétrica. A

informação obtida pelo termopar é alimentada a um circuito elétrico, que verifica se esta temperatura é

a adequada para o material em causa. Caso não seja, este circuito é também capaz de regular a

potência consumida pela resistência, de modo a se obter a temperatura ideal do material [41].

A cabeça de extrusão pode-se movimentar no plano X-Y, no X-Z ou no Y-Z, sendo que a escolha do

plano varia de empresa para empresa, e até mesmo de impressora para impressora (dentro da mesma

empresa).

2.3.2. Cama de Impressão

A cama de impressão é o componente sobre o qual o objeto é impresso. Em algumas impressoras

observa-se uma cama de impressão estacionária, ou seja apenas a cabeça de extrusão move-se, e fa-

lo nas três direções. Noutras, observa-se um movimento num dos eixos do plano X-Y. Por fim, também

existe os casos em que a cama de impressão se movimenta na direção Z. Tal como acontece na cabeça

de extrusão, o movimento da cama de impressão é imposto por um (ou mais) motor(es) de passo.

Usualmente, este componente é composto por duas placas: a inferior e a superior [43].

A placa inferior é a base da cama de impressão, sendo por isso importante que ela seja robusta. Nos

casos em que ela apresenta movimento, o mecanismo que o possibilita está diretamente conectado à

placa inferior [43].

A placa superior é ligada à inferior através de molas ajustáveis por parafusos, para que se possa calibrar

(e nivelar) a placa [43]. Dado que é sobre esta placa que se realiza a impressão, o material de que ela

é fabricada não pode ser escolhido ao acaso. O material tem de satisfazer duas regras que são, de

alguma forma, contraditórias [44]:

O material tem de ser tal, que proporciona uma boa adesão ao plástico que está a ser extrudido

pela impressora. Caso isto não aconteça, existe a possibilidade de o objeto se mover durante

a impressão, provocando imperfeições no mesmo;

O material não pode criar uma ligação muito forte com o plástico extrudido pela impressora. Se

isto não se verificar, a ligação entre os dois materiais será tão forte, que se torna impossível

remover o objeto da cama de impressão, sem danificar um dos dois, ou até ambos.

Obviamente que o material da cama será dependente do material utilizado na impressão. Sendo o ABS

e o PLA os materiais mais utilizados na impressão 3D, apresenta-se de seguida exemplos de materiais

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15

(utilizados no fabrico de camas de impressão) compatíveis com estes dois: Polyetherimide (PEI);

BuildTalk (PEI reforçado com fibra de vidro); acrílico; vidro. Em alguns casos, a placa superior é

fabricada num material não-especificado, sobre o qual é colocada fita de pintor, ou fita adesiva de

escritório, ou ainda fita Kapton (sendo os materiais destas fitas compatíveis com o ABS e o PLA) [44].

2.3.2.1. Cama de Impressão Aquecida

Por vezes o arrefecimento do plástico extrudido dá-se muito rapidamente, o que leva a empenos no

objeto impresso. Os empenos ocorrem devido a contrações não-uniformes ao longo do objeto,

originadas pelo processo de arrefecimento. De modo a contornar este problema, pode ser utilizada uma

cama de impressão aquecida, como placa superior. Este componente faz com que o arrefecimento seja

mais lento e uniforme, diminuindo a probabilidade dos empenos [45]. A cama de impressão aquecida

é, essencialmente, uma placa (fabricada em metal, vidro, ou outro cerâmico) com uma resistência

elétrica colocada sob toda a sua superfície, e com um sensor de temperatura acoplado (para possibilitar

um controlo continuo da temperatura) [46].

2.4. Design of Experiments

2.4.1. Introdução ao Design of Experiments

Ao analisar um dado processo, muitas vezes é necessário realizar experiências, de modo a determinar

o impacto que os diversos inputs da experiencia têm nos outputs da mesma. É importante projetar e

planear estas experiências, para que a sua execução seja o mais eficiente possível, não só a nível de

tempo (obtendo os resultados o mais rápido possível) como também a nível de custo (gastar o mínimo

de recursos monetários ao realizar a experiencia). O Design of Experiments (DOE) é utilizado para o

projeto das experiências. Em termos de área científica, o DOE é um ramo da estatística aplicada, que

lida com o planeamento, a realização, a análise e a interpretação de experiências controladas. Os

procedimentos e as técnicas base utilizadas hoje em dia no DOE foram desenvolvidas no início do séc.

XX por Sir Ronald Fisher. As primeiras implementações do DOE foram na área agrícola, verificando-se

uma expansão para outros setores, nomeadamente o industrial. Hoje em dia, para além da sua

aplicação em problemas de engenharia, verifica-se também o seu uso em ensaios clínicos [47].

2.4.2. Definição dos Aspetos Principais do DOE

É necessário definir três aspetos importantes no DOE, sendo eles os seguintes [47]:

Fator: input da experiência. Variável que irá influenciar os resultados finais da experiência;

Níveis: são as configurações de cada fator, que devem ser devidamente escolhidos em função

da experiência. No mínimo são necessários dois níveis;

Resposta: output da experiência. Parâmetro que se retira dos resultados da experiência. O

número de respostas pode ser maior que um.

Os fatores podem ser classificados como [47]:

Experimentais: aqueles que são especificáveis, e aos quais é possível atribuir níveis. É ainda

possível organiza-los aleatoriamente. Por exemplo a temperatura;

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16

Classificativos: aqueles que não podem ser alterados nem atribuídos aleatoriamente. Por

exemplo a idade de um individuo.

É ainda possível organizar fatores noutras duas categorias [47]:

Quantitativos: aqueles cujos níveis são valores numéricos e específicos. Por exemplo a

percentagem de humidade no ar;

Qualitativos: aqueles que não permitem os seus níveis serem valores numéricos. Por exemplo

diferentes marcas de farinha.

Existem fatores que não são controláveis, na maior parte dos casos por serem naturalmente inerentes

à experiência, e que podem induzir variações nos resultados. Verifica-se também, que em muitas das

ocasiões estes fatores não têm qualquer interesse científico para os investigadores. Estes denominam-

se de fatores de ruido. Eles devem ser de alguma forma contabilizados, de modo a não influenciarem

demasiado a experiência, para não se obterem resultados inesperados [47].

As técnicas do DOE permitem a realização de experiências com a variação de múltiplos fatores em

simultâneo, conseguindo-se identificar as interações entre todos eles. Então, só é justificável a

utilização do DOE quando se prevê que existe mais do que um fator a influenciar a resposta. Muitas

das interações entre fatores poderiam escapar aos investigadores se a experiência fosse efetuada com

a variação de um fator de cada vez [47].

2.4.3. Quantidade de Experiências

A quantidade de experiências (igual ao número de combinações de variação de fatores), que é

necessário realizar para a determinação das interações entre todos os fatores, é função não só do

número de fatores (NF) como também do número de níveis (NN). A quantidade de experiencias (NE) é

então dada por [47]:

𝑁𝐸 = ∏ 𝑁𝑁𝑖

𝑁𝐹

𝑖=1

(1)

Onde NNi é a quantidade de níveis do fator i. Com base na expressão anterior, pode-se afirmar que o

número de experiências aumenta muito rapidamente com ambas as quantidades de fatores e de níveis.

Por exemplo, se tivermos três fatores com três níveis cada um, temos vinte e sete experiências. Mas

se acrescentarmos mais um fator com três níveis, a quantidade de experiências passa a ser oitenta e

uma. No entanto é de salientar, que não é obrigatório que todos os fatores tenham todos a mesma

quantidade de níveis [47].

Denomina-se fatorial completo, quando são realizadas experiências para todas as combinações de

fatores. Por razões de falta de tempo ou recursos, por vezes são apenas realizadas experiências para

apenas uma fração das combinações. Quando isto acontece têm-se um fatorial parcial. Com umas

determinadas equações polinomiais é possível aproximar os resultados de um fatorial completo,

através dos dados de um fatorial parcial [47].

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17

2.4.4. Princípios do DOE

Existem, essencialmente, três princípios a ter em consideração, quando se utilizam as técnicas do DOE,

sendo eles os seguintes [47]:

Princípio da repetição;

Princípio da aleatoriedade;

Princípio dos blocos.

O princípio da repetição declara que se deve realizar a mesma experiência (mantendo o nível de cada

fator constante) múltiplas vezes, para despistar algum acontecimento inesperado e indetetável durante

a experiência. A resposta desta será a média de todas as repetições. Salienta-se, que no valor de NE,

calculado pela expressão (1), não estão contabilizadas as repetições que é necessário realizar segundo

este princípio, sendo que a quantidade final de experiencias a realizar é n vezes maior do que NE

(sendo n a quantidade de repetições) [47].

O princípio da aleatoriedade afirma, que as experiencias das várias combinações, devem ser realizadas

aleatoriamente. Deste modo, reduz-se a possibilidade de uma dada experiência depender da anterior,

e de influenciar a seguinte. Isto ajuda também a eliminar os efeitos de variáveis desconhecidas [47].

O princípio dos blocos consiste em agrupar várias experiências, com características semelhantes, em

vários grupos (ou blocos). É necessário selecionar um fator de bloco, ou como é mais conhecido, fator

de perturbação. Este tipo de fatores, normalmente, tem influência sobre a resposta, mas não é de

interesse principal, ou não se prevê ser o mais importante. Na maior parte dos casos, em cada bloco

de experiências, o fator de perturbação é mantido constante, e todos os outros fatores são variados

[47].

2.4.5. Matriz de Design

A matriz de design é uma tabela onde são apresentadas todas as combinações dos vários níveis entre

os diferentes fatores. No caso de existirem apenas dois níveis para cada fator, designa-se aquele com

o valor mais baixo por “-1” e o outro por “+1”. Quando existem mais do que dois níveis, aquele com o

valor mais baixo designa-se por “0” e os restantes são ordenados por ordem crescente e designados

por números inteiros. Por uma questão de simplificação desta matriz, os fatores são designados por

letras [47].

2.5. Análise de Variância

2.5.1. Introdução à Análise de Variância

Depois de se terem realizado as experiências, é necessário processar a informação recolhida das

respostas, analisá-la e depois tirar conclusões acerca da influência dos fatores nas respostas. Para isto

existem diversos métodos, variando nos mesmos o nível de complexidade e a confiança que se pode

ter nos seus resultados. Posto isto, passa-se a apresentar um dos métodos mais utilizados, a Análise

de Variância (ou como é mais conhecida, ANOVA). A ANOVA é, essencialmente, utilizada como

ferramenta para determinar as relações entre os fatores (e os seus níveis) e as respostas. Ela pertence

a um ramo da estatística, denominado de Teste de Hipóteses [48].

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18

Uma das primeiras tarefas da ANOVA é criar uma Hipótese Nula (H0). Esta afirma que não existe uma

relação entre dois fenómenos, ou entre um fator e uma resposta. Se se conseguir rejeitar a H0, então

pode concluir-se que existe uma relação entre os dois fenómenos. É necessário ainda conceber uma

Hipótese Alternativa (H1), que pode ser uma afirmação específica, ou apenas declarar que a H0 é falsa.

Pode-se então dizer, que o objetivo principal da ANOVA é determinar se a H0 pode ser rejeitada ou

não, sendo que na maior parte dos casos quer-se que ela seja rejeitada [48].

2.5.2. Erros da ANOVA

Nenhum método científico está livre da ocorrência de erros, e a ANOVA não é exceção. Os erros que

podem ocorrer num Teste de Hipóteses estão divididos em duas categorias [49]:

Erro Tipo I: é a incorreta rejeição de uma H0 verdadeira, ou seja, quando se conclui que existe

uma relação entre dois fenómenos, mas na realidade não existe;

Erros Tipo II: é a não-rejeição de uma H0 falsa, ou seja, quando se conclui que não existe uma

relação entre dois fenómenos, mas na verdade existe.

O Erro Tipo I é também conhecido por falso positivo, enquanto o Erro Tipo II é o falso negativo. Todos

os Testes de Hipótese têm a probabilidade de cometer Erros Tipo I e II. A probabilidade de se cometer

um Erro Tipo I é denominada por α, enquanto a probabilidade de um Erro Tipo II ser cometido é

designada por β. Para α, geralmente, utiliza-se o valor de 5% ou de 1%, ou seja, costuma-se aceitar

uma probabilidade de 5% ou 1% para cometer um Erro Tipo I. Tipicamente verifica-se que ao tentar

reduzir um tipo de erro, aumenta-se o outro. A melhor forma para tentar diminuir ambos é aumentando

o número de amostras da experiência. No entanto, isso nem sempre é possível, devido a

constrangimentos monetários (custos de realizar mais experiências) e de tempo (prazos definidos em

que se tem de realizar as experiências) [49].

2.5.3. Modelo da ANOVA

Enquanto outros métodos, para relacionar fatores (e níveis) com respostas, utilizam modelos

polinomiais de grau igual ou superior a dois, a ANOVA faz o uso do modelo mais simples, o linear.

Nomeadamente, este método faz uso da regressão linear, para determinar relações entre fatores e

respostas. Matematicamente, a ANOVA consiste no cálculo das médias e variâncias das respostas,

seguindo-se o cálculo da razão entre pares de variâncias (utilizando todas as combinações possíveis

das mesmas). De seguida, os valores destas razões são comparados com valores tabelados, com o

objetivo de se determinar uma significância estatística entre os resultados. Para a parte estatística

propriamente dita, a ANOVA utiliza a distribuição-F. Para diferentes valores de α, tem-se diferentes

tabelas de distribuição-F [48].

A ANOVA não só avalia o efeito de cada fator nas respostas, como também permite conjugar dois ou

mais fatores, e determinar que influência essa combinação tem nas respostas. No entanto, quando se

estuda uma interação com três ou mais fatores em simultâneo, a probabilidade de se obter um falso

positivo aumenta. Para além disto, os resultados das interações de terceira ordem ou superiores, são

de difícil interpretação. Por estas razões, geralmente, estuda-se apenas a interação de no máximo dois

fatores em simultâneo [48].

Page 35: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

19

Uma das premissas do modelo da ANOVA é igualdade das variâncias da resposta. Antes de se

começar a realizar a ANOVA, é necessário garantir que esta condição é cumprida. Ao realizar esta

verificação, obtém-se um gráfico com intervalos de confiança dos valores do desvio padrão, para cada

nível do fator (ou combinação de fatores). Estes intervalos são construídos com base num nível de

confiança (1-α). Se houver sobreposição de intervalos em todos os níveis, então considera-se que os

desvios padrão são suficientemente semelhantes. Dado que o desvio padrão é a raiz quadrada da

variância, conclui-se que as variâncias são suficientemente semelhantes e o modelo é válido [50].

Figura 6 - Exemplo de Interação de Fatores

Quando se pretende determinar se um fator influencia ou não uma resposta, é comum verificar se as

médias dos valores experimentais, de todos os níveis do fator, são diferentes ou não. Se pelo menos

uma delas for diferente então pode-se esperar que exista realmente uma influência do fator na resposta.

Quando se pretende determinar a influência na resposta por parte da interação entre dois fatores, para

além da diferença de médias, é também necessário que exista interação de fatores. Esta interação é

regida pela seguinte regra: a média da resposta associada a um nível de um fator depende do nível de

outro fator. Para se perceber melhor esta regra, utiliza-se uma ferramenta denominada de Gráfico de

Interação, cujo exemplo se apresenta na Figura 6 [51].

No gráfico da esquerda, apesar do valor da resposta aumentar entre os níveis do fator 2, verifica-se

que este aumento foi muito semelhante em ambos os níveis do fator 1. Ou seja, o fator 2 não influencia

a resposta quando conjugado com o fator 1. Por outro lado, no gráfico da direita, observa-se que o

aumento na resposta no nível 1 do fator 1 provocado pelo fator 2, foi superior em relação ao aumento

na resposta no nível 2 do fator 1. Com isto conclui-se que o fator 2 influencia a resposta quando está

associado ao fator 1. Resumindo, quando as retas são aproximadamente paralelas, considera-se que

não existe interação entre os dois fatores, e quando a inclinação das retas é suficientemente diferente,

considera-se que existe. O estudo de interação de fatores é sensível à ordem de comparação, sendo

que neste exemplo está-se a verificar a influência que o fator 2 tem no fator 1. Se a ordem fosse

invertida, o resultado poderia ser diferente [51].

Normalmente, os casos de estudo envolvem muitos fatores, níveis e respostas, o que torna pouco

prático efetuar todos os cálculos “à mão”. No entanto, existe alguns softwares capazes de realizar todos

os cálculos, e no fim são apresentados os efeitos dos fatores nas respostas [48]. Destaca-se o Minitab,

o Fast Statistics e o XLSTAT, como alguns dos softwares utilizados para a ANOVA.

-1

4

9

14

5 15

Res

po

sta

Niveis F2

N1 - F1

N2 - F1

0

5

10

15

5 15

Res

po

sta

Niveis F2

N1 - F1

N2 - F1

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20

2.5.4. Etapas da ANOVA

Antes de se mencionar as etapas da ANOVA, é conveniente referir a Tabela da ANOVA. Nesta tabela

organiza-se a informação necessária que suporta a decisão de rejeitar ou não a H0. É importante referir

que a variação dos dados experimentais é originada pela influência dos fatores e dos resíduos, sendo

que a tabela será composta por estas fontes de variação [51].

Fonte de

Variação

Soma dos

Quadrados (SS)

Graus de

Liberdade (df)

Médias

Quadradas (MS) F

Fator 𝑆𝑆𝐹

= ∑ 𝑛𝑖( 𝑋𝑖 − 𝑋)2 𝑑𝑓1 = 𝑘 − 1 𝑀𝑆𝐹 =

𝑆𝑆𝐹

𝑑𝑓1

𝐹 =𝑀𝑆𝐹

𝑀𝑆𝐸

Resíduo 𝑆𝑆𝐸

= ∑ ∑( 𝑋 − 𝑋𝑖)2

𝑑𝑓2 = 𝑁 − 𝑘 𝑀𝑆𝐸 =𝑆𝑆𝐸

𝑑𝑓2

_

Total 𝑆𝑆𝐸

= ∑ ∑(𝑋 − 𝑋)2 𝑑𝑓𝑇 = 𝑁 − 1 _ _

Tabela 1 - Tabela Genérica da ANOVA [51]

Define-se agora as variáveis utilizadas nas expressões apresentadas na Tabela (acima): X̅i – média do

nível i; X̅ - média de todas as amostras; X – dado experimental individual; n – quantidade de amostras

por nível (número de repetições); N – produto entre número de experiências e o número de repetições;

k – número de níveis. O df1 corresponde sempre ao fator (ou fatores) e o df2 corresponde sempre ao

resíduo [51].

Para se realizar uma ANOVA é necessário passar-se por quatro etapas principais [51]:

1. Definir as hipóteses (nula e alternativa) e o valor de α;

2. Estabelecimento da regra de decisão. Começa-se por encontrar o valor crítico de F. Este é

determinado através de uma tabela de distribuição-F, utilizando os valores de df1 e df2. A regra

de decisão consiste em rejeitar H0 se o valor de F (calculado na ANOVA) for superior ao valor

crítico de F;

3. Realizar os cálculos e preencher a Tabela da ANOVA;

4. Tirar conclusões acerca da rejeição (ou não-rejeição) de H0.

Com a Tabela ANOVA consegue-se saber se um fator influencia ou não uma resposta. No entanto,

esta tabela não nos dá informação sobre quais os níveis do fator que realmente têm impacto, e quais

os valores da resposta para cada nível. Uma das maneiras de obter estas informações é através da

utilização de um método de comparação. Os mais utilizados são o Método de Tukey e o Método de

Fisher. Estes são essencialmente iguais, sendo que o único aspeto que os distingue é a percentagem

de erro associado a cada um deles. Após os cálculos realizados nestes métodos, são atribuídas letras

às médias da resposta, correspondentes a cada nível do fator. Considera-se que as médias de dois

níveis diferem significativamente, se elas não partilharem a mesma letra. Existe ainda um nível de

confiança individual, que indica a percentagem de confiança que se pode ter, de que duas médias são

realmente diferentes, ou pelo contrário, realmente iguais [52].

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21

2.5.5. Verificações do Modelo

A verificação do Modelo da ANOVA é realizada através da análise de dois gráficos, e com isto pretende-

se verificar a legitimidade dos resultados estatísticos. Ambos os gráficos estão relacionados com o

resíduo. Este é definido como a diferença entre um dado valor experimental e a média calculada

utilizando esse mesmo valor. O primeiro gráfico denomina-se Resíduo Vs. Ordem, e é utilizado para se

verificar se os resíduos são independentes entre eles. Resíduos independentes estão distribuídos

aleatoriamente, sem seguir nenhum tipo de padrão. O segundo gráfico tem o nome de Normalidade

dos Resíduos, e é usado para se verificar se os resíduos seguem uma distribuição normal. Se os

resíduos não estiverem organizados, aproximadamente, sobre a diagonal deste gráfico, poderá ser

indicativo que se está na presença de uma variável desconhecida. É especialmente importante verificar

este gráfico, quando não se tem muitas amostras para cada nível de fator [50].

3. Metodologia Experimental

3.1. Seleção dos Ensaios

Como mencionado anteriormente, um dos objetivos deste trabalho é perceber qual a relação entre

certos parâmetros do processo de impressão de FDM e o comportamento mecânico de um objeto

fabricado por este processo. Posto isto, o melhor objeto para imprimir será um provete normalizado

para um ensaio de caracterização mecânica. Dada a vasta variedade de ensaios mecânicos, foi

necessário escolher apenas alguns, sendo que foi selecionado o ensaio de tração uniaxial e o ensaio

de impacto de Charpy (um dos tipos de ensaios de impacto). Será realizado também outro ensaio, o

de absorção de água, com o intuito de se determinar qual o melhor material protetor contra a absorção

de água. Para se averiguar a integridade física do provete após aplicação do material protetor, será

feito um ensaio de compressão.

3.1.1. Introdução Teórica dos Ensaios Experimentais

3.1.1.1. Ensaio de Tração Uniaxial

Num ensaio de tração uniaxial a amostra de teste, ou provete, é submetida a um estado de tração

uniaxial controlado, até à fratura da mesma. O objetivo principal deste tipo de ensaio é a caracterização

mecânica de um dado material [53].

O dimensionamento e a geometria dos provetes deste ensaio têm de seguir uma dada norma, para que

os resultados possam ser corretamente analisados, e posteriormente comparados. Dependendo da

geometria da amostra de material, da qual se está a fabricar os provetes, a secção transversal destes

pode ser retangular ou circular. Os procedimentos do ensaio são também regidos por normas [53].

Para realizar os ensaios é utilizada uma Máquina de Testes Universal. Esta tem uma estrutura em

pórtico, tendo uma amarra (componente da máquina onde é preso o provete) em cada extremidade da

mesma. Geralmente uma das amarras é fixa e a outra é móvel. Ao selecionar uma máquina para um

dado ensaio, é necessário ter em consideração a capacidade de carga e a velocidade da mesma. É

preciso garantir que a máquina é capaz de aplicar a força suficiente para fraturar o provete. É também

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22

conveniente que seja possível efetuar o ensaio à velocidade correta, mais rápido ou mais devagar,

dependendo da aplicação [53].

Geralmente, os parâmetros que se retiram de um ensaio de tração são a força aplicada no provete (F)

e o deslocamento do provete (Δx). Com apenas estes parâmetros é possível determinar propriedades

mecânicas como a Tensão de Cedência (σced), a Tensão Máxima (σmax), a Extensão de Fratura (εf), o

Modulo de Elasticidade (E) e a Tenacidade (T). A Tensão Máxima e a Extensão de Fratura podem ser

facilmente calculadas a partir das seguintes fórmulas [53]:

𝜎𝑚𝑎𝑥 =

𝐹𝑚𝑎𝑥

𝐴𝑛𝑜𝑚

(2)

𝜀𝑓 =

Δ𝑥𝑚𝑎𝑥

𝐿× 100% (3)

Onde Fmax é a força máxima registada, Anom é a área nominal da secção do provete, Δxmax é o

deslocamento registado antes do provete fraturar e L é o comprimento da zona de teste do provete.

Em relação à Tensão de Cedência, ao Modulo de Elasticidade e à Tenacidade, quando se tem dados

experimentais, é comum calcular graficamente estas propriedades mecânicas, utilizando o gráfico

Tensão Vs. Extensão. Estes cálculos têm de ser efetuados segundo normas, que variam dependendo

do tipo de material ensaiado [53].

3.1.1.2. Ensaio de Impacto de Charpy

No Ensaio de Impacto de Charpy o provete é atingido por um pendulo de elevada massa, com o

propósito de se determinar a quantidade de energia absorvida pelo material ao ser deformado (e

possivelmente fraturado). Este é utilizado, essencialmente, para estudar a transição dúctil-frágil [54].

O provete utilizado neste ensaio, tem a particularidade de possuir um entalhe propositado, criado

durante o fabrico do mesmo. As dimensões e a geometria do provete (incluindo do entalhe) são

reguladas por normas [54].

O equipamento utilizado para realizar este tipo de ensaio, consiste basicamente num pendulo de massa

considerável (e conhecida). A estrutura envolvente do pendulo pode variar entre marcas de

equipamentos. Através de sensores incorporados na máquina, é possível determinar-se a quantidade

de energia absorvida pelo provete [54].

O pendulo é libertado de uma cota conhecida. Com esta informação e com a da massa, é possível

saber a energia potencial do pendulo. No momento em que o pendulo atinge o provete, toda a energia

potencial foi convertida em cinética (desprezando perdas), sendo que parte desta energia final é

absorvida pelo provete durante a sua deformação. A Energia Absorvida (EA) é, de certa forma, uma

medida da tenacidade do material. Qualitativamente, é também possível determinar a ductilidade do

material, com este ensaio [54].

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23

3.1.1.3. Ensaio de Compressão

Um ensaio de compressão é similar a um ensaio de tração uniaxial, sendo que neste caso a força é

aplicada no provete no sentido oposto, de modo a comprimir o mesmo. Este ensaio pode também ser

realizado numa Máquina de Testes Universal [55].

O tipo de provetes utilizados neste tipo de ensaio é diferente daquele usado num ensaio de tração

uniaxial, dado que a sua geometria tem de promover alguma estabilidade do próprio provete durante o

ensaio. A geometria dos provetes é tipicamente cilíndrica ou prisma retangular [55].

Os parâmetros que se retiram deste tipo de ensaio, são a força e o deslocamento, tal como no ensaio

de tração uniaxial. A tensão e a extensão podem também ser calculadas através das equações (2) e

(3), respetivamente.

3.1.1.4. Ensaio de Absorção de Água

Um ensaio de absorção de água consiste em submergir provetes de um dado material, durante um

determinado período de tempo, e de seguida determinar qual a quantidade de água absorvida.

Consequentemente, é também habito averiguar mudanças nas propriedades elétricas e mecânicas do

material, e nas dimensões e aparência do provete, que possam ter ocorrido devido ao excesso de água

absorvido pelo provete [56].

Particularmente para polímeros, a penetração de água no provete, pode ser conseguida a partir de dois

mecanismos deferentes: difusão de moléculas de água entre os micro-lacunas das cadeias poliméricas;

transporte capilar nas falhas entre fibras. O primeiro mecanismo é o mais predominante. Idealmente a

difusão de líquidos em polímeros é função da raiz quadrada do tempo de imersão. O período de tempo

até se atingir a saturação depende fortemente da espessura do provete [56].

Uma das maneiras de se determinar a influência da água no provete é através das dimensões do

mesmo. Por esta razão, estas dimensões são medidas antes e depois da imersão, e os valores são

comparados. A outra maneira é através da massa do provete, sendo que esta é também medida antes

e depois da imersão. Mas neste caso, as massas não são comparadas diretamente, mas sim utilizadas

para realizar os cálculos de uns parâmetros, que proporcionam uma melhor imagem do aumento de

massa. Um dos parâmetros é o Aumento de Peso (AP), e pode ser calculado através da seguinte

equação [57]:

𝐴𝑃 =𝑚𝑠𝑎𝑡 − 𝑚𝑠𝑒𝑐

𝑚𝑠𝑒𝑐

× 100% (4)

Onde msat é a massa do provete no fim da experiencia (massa de saturação), e msec é a massa do

provete antes de ser colocado dentro de água (massa seca). O outro parâmetro é o Coeficiente de

Absorção (CA), e o valor deste pode ser aproximado pelo declive inicial de um gráfico onde o aumento

da massa do provete é dado em função da raiz quadrada do tempo de imersão [57].

Existe ainda outro parâmetro é a Porosidade (P), que não é mais do que uns espaços onde não existe

material, dentro do provete. Este parâmetro é calculado a partir da seguinte equação [57]:

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24

𝑃 =

(𝑚𝑠𝑎𝑡 − 𝑚𝑠𝑒𝑐)/𝜌𝐻2𝑂

𝑉× 100% (5)

Onde ρH2O é a densidade da água e V é o volume do provete.

3.1.2. Geometria dos Provetes

Para os ensaios serem válidos, a geometria dos provetes têm de seguir uma dada norma, sendo que

foram escolhidas as normas ASTM. Nestas normas encontram-se provetes com dois tipos de secção

transversal: circular; retangular. Decidiu-se escolher aqueles de secção retangular, pelo fato do seu

processo de impressão ser menos complexo e moroso.

3.1.2.1. Provete para Ensaio de Tração Uniaxial

Na norma ASTM E8M-01 (correspondente a ensaios de tração uniaxial) os provetes de secção

retangular têm a geometria apresentada na Figura 7.

Figura 7 - Provete para Ensaio de Tração Uniaxial [58]

No raio de concordância entre as duas zonas de área constante do provete (destacado com um círculo

vermelho) existe uma concentração de tensões, que aumenta significativamente a probabilidade do

provete quebrar nessa zona (para os outros três raios de concordância verifica-se a mesma situação)..

Na Figura 8 encontra-se o desenho do provete, segundo a norma ASTM E466–96. Observam-se

também as três medidas características.

Figura 8 - Provete Utilizado nos Ensaios de Tração Uniaxial [59]

A norma declara que a relação entre W e t deve ser entre dois e seis, sendo que neste caso escolheu-

se o valor intermedio de quatro. É também especificado que a relação entre o comprimento da zona de

teste (zona curva do provete, que se passa a designar por L) e W deve ser de dois ou três, tendo-se

selecionado o último. A outra especificação é o valor de R ser pelo menos oito vezes maior do que W,

sendo selecionado este valor mínimo. Por fim, é requerido que a área da menor secção transversal do

provete (Amin = W×t) esteja compreendida entre 19.4 mm2 e 645 mm2. Tendo em conta todas as

relações anteriores, decidiu-se definir um valor para W, e calcular as outras dimensões a partir das

mesmas relações. Selecionou-se W = 10 mm, tendo em conta as dimensões da mesa de impressão e

o tempo disponível para impressão. Assim, utilizando as relações anteriores chega-se aos seguintes

valores: t = 2.5 mm, L = 30 mm, R = 80 mm. Em relação à área tem-se: Amin = 25 mm2, o que verifica a

condição. Em Anexo neste documento está um desenho técnico com todas as outras cotas do provete.

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25

3.1.2.2. Provete para Ensaio de Impacto de Charpy

Para o projeto do provete do ensaio de impacto de Charpy foi utilizada a norma ASTM E23–02a.

Existem três tipos principais de provetes para este ensaio: Tipo A, Tipo B e Tipo C. Foi escolhido o do

Tipo A. Nesta norma todas as dimensões do provete são pré-definidas, ao contrario do que acontecia

na norma para o ensaio de tração uniaxial com fadiga. Na Figura 9 está representado o desenho do

provete com todas as suas medidas. Em Anexo encontra-se um desenho técnico deste provete.

Figura 9 - Provete para Ensaio de Impacto de Charpy [60]

3.1.2.3. Provete para Ensaio de Absorção de Água e de Compressão

O provete utilizado para estes ensaios tem uma geometria cubica e uma dimensão de 10 mm. Esta

geometria não segue nenhuma norma em particular. No entanto, foi mencionado anteriormente que a

absorção é dependente da geometria do provete. Posto isto, a melhor maneira de garantir uma

absorção uniforme é utilizando um provete também ele com uma geometria uniforme (dimensões todas

iguais). Em Anexo neste documento está também um desenho técnico deste provete.

A modelação 3D deste provete, e daqueles dos ensaios anteriores, foi feita no software SolidWorks.

3.2. Seleção da Impressora

A impressão dos provetes anteriormente mencionados será realizada na impressora 3D, que pertence

à Área Cientifica de Projeto Mecânico e Materiais Estruturais do Departamento de Engenharia

Mecânica do IST, sendo que essa impressora é uma Ultimaker 2. Na Figura 10 apresenta-se uma

fotografia da mesma. Esta impressora tem o próprio software de slicing, o Cura, e foi este o utilizado.

Figura 10 - Ultimaker 2 [61]

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26

3.3. Seleção do Material

Anteriormente foram mencionados os materiais mais utilizados em FDM. No entanto, dessa lista, a

Ultimaker 2 apenas imprime ABS e PLA. Já existem muitos estudos da influência dos parâmetros de

impressão nas propriedades mecânicas do ABS, ao contrário do que acontece com o PLA. Posto isto,

achou-se interessante utilizar o PLA como material para o presente estudo.

Como mencionado em 2.2.7.2, a cor do PLA influencia as características mecânicas do material. Posto

isto, decidiu-se utilizar sempre a mesma cor, para manter uma coerência nos resultados. A cor

escolhida foi o branco, por uma questão de disponibilidade.

3.4. Seleção de Parâmetros

3.4.1. Fatores, Níveis e Respostas

Anteriormente mencionou-se os três aspetos mais importantes do DOE, sendo que agora é necessário

especifica-los. Em relação aos fatores, selecionaram-se quatro parâmetros de impressão que se prevê

terem influência no comportamento mecânico dos provetes impressos. A decisão de escolher apenas

quatro foi influenciada pelo nível de complexidade que a quantidade de fatores introduz nos ensaios.

Como exposto anteriormente, o número de experiências a realizar cresce muito rápido com o número

de fatores. Posto isto, os fatores escolhidos foram os seguintes: Densidade de Enchimento;

Temperatura de Extrusão; Orientação de Enchimento; Espessura da Camada. Quanto aos níveis, um

dos fatores têm três níveis, enquanto os outros três têm apenas dois níveis. Os níveis são ordenados

por valor crescente, sendo que o primeiro tem a designação de “0” (segundo a terminologia do DOE).

Na Tabela 2 apresentam-se os valores dos níveis de cada fator.

Níveis

Fatores 0 1 2

Densidade de Enchimento (%) 20 40 60

Temperatura de Extrusão (ºC) 200 220

Orientação de Enchimento (º) 0/90 -45/+45

Espessura da Camada (mm) 0.1 0.2

Tabela 2 - Fatores e Respetivos Níveis

Decidiu-se selecionar três níveis para a Densidade de Enchimento, ao contrario dos outros fatores que

têm apenas dois, pois pretende-se determinar se a partir de um dado valor não existe variação da

resposta, ou seja se a relação não é linear. Para atingir este objetivo, apenas dois níveis pareceu pouco.

Se isto acontecer, significa que se pode utilizar o valor mais baixo, poupando tempo e material. Em

relação aos níveis escolhidos para a densidade de enchimento, o nível 0 corresponde ao valor mínimo

que o Cura recomenda para este parâmetro. A escolha do valor do nível 2 residiu no fato de para uma

Densidade de Enchimento muito elevada, o tempo de impressão aumenta muito, tornando todo o

processo pouco pratico, para o tempo disponível. O nível 1 é o valor intermedio entre os outros dois

níveis.

A Temperatura de Extrusão recomendada para o PLA é de cerca de 200ºC, sendo ainda admissível ir

até os 220ºC [62]. Assim, foram escolhidos estes dois valores, para os níveis deste fator.

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27

As estruturas de enchimento criadas pelo Cura têm um padrão quadrangular, sendo que elas fazem

um dado angulo com as paredes interiores dos provetes. Os casos mais interessantes de estudar são

aqueles cuja estrutura está a 0º/90º e aqueles em que está a -45º/+45º. Na primeira orientação, os

filamentos a 0º estão orientados com a força aplicada, e os filamentos a 90º estão perpendiculares à

mesma força. Na segunda orientação, todos os filamentos fazem 45º com o vetor da força aplicada.

Figura 11 - Exemplo das duas Orientações de Enchimento

Como mencionado anteriormente, prevê-se que a Espessura de Camada tenha um impacto na força

de ligação de camadas. Para se verificar este fenómeno, chegou-se à conclusão que apenas dois

valores, distanciados razoavelmente, eram suficientes. A impressora utilizada permite Espessuras de

Camada a variar entre os 0.06 mm e os 0.25 mm. Se for escolhida uma espessura muito diminuta, o

tempo de impressão será muito elevado, fazendo com que seja impossível realizar todas as

experiências em tempo útil. Por outro lado, se escolhermos o valor mais elevado para a espessura, a

qualidade poderá ser afetada. O Cura recomenda o valor de 0.1 mm. Como caso de estudo escolheu-

se esse valor como sendo um dos níveis, sendo que o outro selecionado foi 0.2 mm.

Ainda em relação aos fatores, é possível afirmar que são todos experimentais e quantitativos.

Em termos de respostas, selecionaram-se as propriedades mecânicas mais relevantes de cada um dos

dois ensaios. Do ensaio de tração uniaxial iram ser analisadas as seguintes respostas: Tensão Máxima,

Extensão de Fratura, Modulo de Elasticidade, Tensão de Cedência e Tenacidade. Em relação ao ensaio

de impacto de Charpy, será apenas analisada a Energia Absorvida.

Tendo em consideração o princípio da repetição (mencionado anteriormente), decidiu-se que para este

tipo de experiência, três repetições são suficientes.

3.4.2. Parâmetros Fixos

Os fatores especificados anteriormente, são apenas alguns dos parâmetros de impressão que

influenciam a qualidade do objeto final. No entanto, estes serão os únicos que irão variar entre os vários

provetes impressos, sendo que todos os outros parâmetros serão fixos. É importante referir que o

diâmetro do nozzle utilizado é 0.4 mm (esta informação será útil mais à frente). Muitas vezes serão

utilizados os valores recomendados pelo Cura, pois este tem em consideração não só as características

da impressora, como também as limitações da mesma.

O Cura aconselha que a primeira camada seja um pouco mais espessa que todas as outras. Isto

promove uma maior aderência entre o provete e a cama de impressão, diminuindo a possibilidade de

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28

ele se mover durante o processo de impressão. Um dos parâmetros fixos é, portanto, a espessura da

primeira camada, escolhendo-se o valor recomendado de 0.3 mm para ela.

É necessário definir um valor para a espessura da parede lateral do provete. O Cura está otimizado

para valores, deste parâmetro, que seja um múltiplo do diâmetro do nozzle. Se o valor deste parâmetro

for muito elevado, deixa de ser relevante estudar o impacto da densidade de enchimento e da

orientação das estruturas de enchimento. Tendo este fato em consideração, e dadas as dimensões dos

provetes, decidiu-se que este parâmetro terá uma dimensão de 0.8 mm.

Outro parâmetro importante é a espessura das paredes de topo e de fundo do provete. As estruturas

de enchimento não ocupam a totalidade da altura do provete, sendo que existe uma determinada

espessura em ambas as extremidades da peça, onde cada camada está completamente preenchida

de material. O Cura recomenda que o valor deste parâmetro seja o mais próximo possível do valor da

espessura da parede lateral, para que a rigidez do corpo seja o mais uniforme. No caso do provete para

o ensaio de impacto de Charpy era possível seguir esta recomendação. No entanto, se a aplicarmos

ao provete para o ensaio de tração uniaxial, as estruturas de enchimentos deixam de ser relevantes, já

que este provete tem uma altura pequena. Como se pretende ter todos os parâmetros fixos iguais nos

dois provetes, terá de ser escolhido um valor mais baixo para este parâmetro, que será de 0.4 mm.

Em relação à velocidade de impressão, esta está dividida em cinco tipos de velocidade diferentes. Os

valores que se apresentam de seguida são recomendações do Cura. Temos a:

Velocidade da primeira camada: esta não deve ser muito elevada, para proporcionar uma boa

adesão do material à cama de impressão. Será utilizado o valor de 40 mm/s;

Velocidade de enchimento: corresponde à velocidade de impressão das estruturas de

enchimento. Esta pode ser um pouco mais elevada, sendo utilizado o valor de 80 mm/s;

Velocidade das paredes de topo e de fundo: esta pode ser igual à da primeira camada (40

mm/s);

Velocidade da parede lateral exterior: é aquela referente ao perímetro exterior da espessura

da parede lateral. Esta não deve ser muito elevada, para se obter uma boa qualidade

superficial. Assim, será utilizado o valor de 40 mm/s;

Velocidade da parede lateral interior: é aquela referente aos perímetros interiores que formam

o resto da espessura da parede lateral. Esta deve estar compreendida entre a velocidade de

enchimento e a velocidade da parede lateral exterior. Sendo assim, o valor utilizado será 60

mm/s.

Teoricamente o PLA não necessita de mesa de impressão aquecida, para ser impresso. No entanto,

se ela for utilizada, e com a temperatura adequada, pode trazer benefícios, nomeadamente um

arrefecimento mais controlado. Já que a impressora utilizada tem uma destas mesas, ela será utilizada.

O fabricante do material recomenda uma temperatura de 60ºC para a mesa de impressão, sendo esse

o valor usado.

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29

3.4.3. Criação da Matriz de Design

Antes de desenhar a matriz de design para este caso de estudo, é necessário calcular a quantidade de

experiencias. Fazendo uso da expressão (1), tem-se NE = 3 × 2 × 2 × 2 = 24 experiências. Como vai

ser aplicado o princípio da repetição, na verdade serão realizadas setenta e duas experiencias (24 × 3

= 72).

É necessário ainda atribuir uma letra a cada fator. A atribuição será a seguinte:

A - Densidade de enchimento;

B - Temperatura de extrusão do material;

C - Orientação das estruturas de enchimento;

D - Espessura de camada.

Tendo em conta estas informações, é possível estabelecer a matriz de design para este caso de estudo,

e ela apresenta-se na Tabela 3.

Níveis do Fatores Níveis do Fatores

Experiência nº A B C D Experiência nº A B C D

1 0 0 0 0 13 1 1 0 0

2 0 0 0 1 14 1 1 0 1

3 0 0 1 0 15 1 1 1 0

4 0 0 1 1 16 1 1 1 1

5 0 1 0 0 17 2 0 0 0

6 0 1 0 1 18 2 0 0 1

7 0 1 1 0 19 2 0 1 0

8 0 1 1 1 20 2 0 1 1

9 1 0 0 0 21 2 1 0 0

10 1 0 0 1 22 2 1 0 1

11 1 0 1 0 23 2 1 1 0

12 1 0 1 1 24 2 1 1 1

Tabela 3 - Matriz de Design do Caso de Estudo

4. Apresentação dos Resultados Experimentais

Como mencionado anteriormente, existem três princípios do DOE. O princípio da repetição já foi

abordado em 2.4.4, faltando referir os outros dois. O princípio da aleatoriedade foi aplicado durante o

processo de impressão (a ordem de impressão dos provetes foi diferente daquela apresentada na

Tabela 3, e durante os ensaios mecânicos (a ordem pela qual se realizou os ensaios foi diferente

daquela apresentada na Tabela 3 e diferente da ordem de impressão). O princípio dos blocos não foi

aplicado, pois todos os fatores são de interesse principal.

4.1. Ensaio de Tração Uniaxial

4.1.1. Descrição do Ensaio de Tração Uniaxial

O ensaio de tração uniaxial foi realizado numa Máquina de Testes Universal Instron 3369, e segundo

a norma ASTM D638-02a. O primeiro passo foi especificar o tipo de provete, no software da máquina,

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30

indicando as suas dimensões principais (comprimento, espessura e largura mínima). Foi também

necessário definir uma velocidade de ensaio, ou seja, a velocidade à qual o provete será tracionado.

Com base na norma referida anteriormente neste parágrafo, selecionou-se 1.5 mm/min.

Figura 12 - Máquina de Testes Universal utilizada (esquerda); Provete Pronto a Ser Tracionado (direita)

Nesta máquina, a amarra inferior está fixa e a superior é móvel. Posto isto, começou-se por apertar o

provete na amarra inferior, movendo de seguida a amarra superior, para esta estar na posição ideal

para ser apertada (o provete foi apertado imediatamente atrás das linhas vermelhas, apresentadas na

Figura 13. Após esta tarefa, fez-se o “zero” da extensão e da força, no software da máquina, estando

reunidas todas as condições para começar o ensaio. Depois do ensaio terminar, o provete fraturado é

retirado, e são repetidos todos os passos anteriores, para os restantes provetes.

Figura 13 - Provete de Tração Uniaxial com as Zonas de Amarração Destacadas

4.1.2. Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial

Com o ensaio de tração obtêm-se valores de força e de deslocamento. O software da máquina regista

pares destes valores, para inúmeros pontos ao longo do ensaio. Com estes valores é possível calcular

todos os resultados pretendidos.

Sabendo o valor da Força Máxima e a área nominal da secção transversal do provete (Anom = Amin = 25

mm2), calcula-se a Tensão Máxima utilizando a equação (2). Com o valor do Deslocamento Máximo e

o comprimento inicial da zona de teste (L = 30 mm, ver Figura 13), consegue-se, de um modo

aproximado, calcular a Extensão de Fratura a partir da equação (3).

Em relação ao Modulo de Elasticidade, este será calculado a partir do gráfico Tensão Vs. Extensão.

Os valores registados da força e do deslocamento, são suficientes para desenhar este gráfico. As

equações (2) e (3) são validas para o calculo da Tensão e da Extensão, substituindo Força Máxima e

Deslocamento Máximo, pela força e deslocamento em cada ponto registado, respetivamente. Os

gráficos obtidos têm, em geral, todos a mesma forma. Na Figura 14 apresenta-se um exemplo de um

L

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31

dos gráficos obtidos (não há necessidade de apresentar os outros setenta e um gráficos, por serem

todos muito similares em forma).

Figura 14 - Gráfico Tensão Vs. Extensão Obtido num dos Ensaios

Como se pode observar na Figura 14, a zona inicial do gráfico não é perfeitamente linear (apresenta

uma ligeira curvatura), o que torna mais difícil a determinação do Modulo de Elasticidade pelo método

convencional (selecionar um ponto qualquer da zona linear, e dividir o valor da tensão pelo da extensão

nesse ponto). No entanto, observa-se que a curvatura inicial do gráfico não é muito acentuada. Posto

isto, é possível aproximar esta zona do gráfico a uma reta, através de uma regressão linear. O declive

desta reta corresponderá ao Modulo de Elasticidade. De modo a se obterem resultados fidedignos,

impôs-se a restrição R2 ≥ 0.99, para as regressões lineares (com este valor garante-se que a

distribuição dos pontos é suficientemente “linear”). A Tensão de Cedência será determinada da

seguinte maneira: faz-se um offset da reta obtida para o Módulo de Elasticidade, até uma extensão de

0.2%, e o ponto de interseção desta reta e com o gráfico será a Tensão de Cedência. Como

mencionado anteriormente, a Tenacidade é também calculada através do gráfico Tensão Vs. Extensão.

Como, neste caso, este gráfico é definido por pontos e não por uma equação, não é possível utilizar a

função integral, para calcular a Tenacidade. Posto isto, a maneira mais eficiente de calcular a área do

gráfico, será através do cálculo das áreas de subdivisões do mesmo, e no fim somar todos os valores.

A subdivisão será a distância entre dois pontos consecutivos registados, e a área de cada uma será

aproximada a um trapézio (figura geométrica que melhor representa a área de cada subdivisão).

Na Tabela 4 apresentam-se os valores dos cinco parâmetros calculados, para as vinte e quatro

experiências. Anteriormente mencionou-se que foram realizadas três repetições para cada experiência.

No entanto, aqui apenas se apresentam as médias de cada trio de valores, e em Anexo está uma tabela

com os três resultados de cada experiência. Isto foi igualmente feito para todas as respostas.

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Experiencia nº σmax [MPa] εf [%] E [GPa] σced [MPa] T [J/cm3]

1 20.71 3.33 1.04 17.27 0.46

2 19.09 3.36 0.94 15.71 0.53

3 20.20 4.16 0.93 15.32 0.69

4 17.67 4.40 0.72 10.96 0.74

5 22.63 3.59 1.01 16.49 0.40

6 19.79 3.69 0.93 14.14 0.47

7 21.36 4.33 0.89 12.78 0.58

8 18.20 4.40 0.78 12.73 0.61

9 24.18 4.08 0.95 14.49 0.59

10 22.35 4.61 0.97 14.97 0.67

11 19.91 4.65 1.01 16.74 0.78

12 22.24 4.49 0.91 15.18 0.89

13 24.97 3.51 1.13 19.09 0.49

14 26.14 3.59 1.19 20.07 0.53

15 25.31 4.56 1.06 17.76 0.65

16 24.32 4.46 0.96 15.94 0.74

17 26.23 4.28 1.22 19.05 0.76

18 26.55 5.01 1.23 20.61 0.81

19 29.43 4.87 1.25 21.07 0.95

20 25.22 5.51 1.00 15.99 1.19

21 30.22 4.21 1.32 21.31 0.72

22 28.67 4.45 1.20 19.42 0.77

23 29.43 4.40 1.21 21.27 0.85

24 26.71 4.77 1.09 17.85 1.07

Tabela 4 - Valores Experimentais de Todas as Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial

Figura 15 - Provetes de Tração Uniaxial Fraturados (Após o Ensaio)

4.2. Ensaio de Impacto de Charpy

4.2.1. Descrição e Resposta do Ensaio de Impacto de Charpy

O ensaio de impacto de Charpy foi realizado num equipamento da marca Zwick, seguindo a norma

ASTM E23-02a. Depois de se ligar a máquina e escolher a escala na qual os resultados são registados,

levou-se o pendulo desde a sua posição de repouso até à sua posição de altura máxima.

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Figura 16 - Máquina Utilizada no Ensaio de Impacto de Charpy (esquerda); Provete Posicionado na Máquina (direita)

O provete tem de ser colocado na máquina com uma orientação específica, para promover a

propagação de fissuras no entalhe. Na Figura 17 apresenta-se um esquema com a maneira correta de

orientação do provete.

Figura 17 - Forma Correta de Posicionamento do Provete do Ensaio de Impacto de Charpy [63]

Com o provete bem colocado, acionou-se o mecanismo de libertação do pendulo, terminando o ensaio

com o impacto do pendulo no provete. Depois de se registar o valor da Energia Absorvida, voltou-se a

colocar o pendulo na posição de altura máxima, e repetiu-se o processo para todos os outros provetes.

Na escala escolhida, o valor da Energia Absorvida (EA) apresentado no display do equipamento, era

uma percentagem da energia máxima inerente ao pendulo, sendo esta de 50 J. Assim, o valor da

Energia Absorvida pode ser calculado pela seguinte equação:

𝐸𝐴 =

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑚 %

100%× 50 (6)

Na Tabela 5 apresentam-se os dados obtidos dos ensaios de Charpy.

Experiencia nº EA [J] Experiencia nº EA [J] Experiencia nº EA [J]

1 0.10 9 0.10 17 0.17

2 0.13 10 0.13 18 0.20

3 0.10 11 0.13 19 0.10

4 0.10 12 0.10 20 0.10

5 0.10 13 0.13 21 0.20

6 0.10 14 0.17 22 0.17

7 0.10 15 0.13 23 0.10

8 0.10 16 0.13 24 0.10

Tabela 5 - Valores Experimentais da Resposta do Ensaio de Impacto de Charpy

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34

5. Apresentação dos Resultados Estatísticos

Agora que se tem os resultados experimentais, já é possível realizar a ANOVA. A realização dos

cálculos e a elaboração dos gráficos foi feita através do software Minitab. Pelas razões mencionadas

em 2.5.3, não se realizou análises a combinações com mais do que dois fatores em simultâneo.

As Hipóteses Nula e Alternativa, e o valor de α, serão iguais para as ANOVA de todas as respostas.

Para evitar repetições, de seguida estabelecem-se estes conceitos para o caso de estudo. Selecionou-

se o valor de 5% para o parâmetro α. De seguida estabelece-se a hipótese nula e a alternativa:

H0: todas as médias são iguais;

H1: pelo menos uma das médias é diferente.

5.1. Tensão Máxima

5.1.1. Verificação das Variâncias da Tensão Máxima

Como mencionado anteriormente, é necessário verificar a igualdade das variâncias, antes de se

começar a ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para

os fatores e combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Observando estes gráficos,

verifica-se que em qualquer uma das situações existe uma sobreposição de intervalos de valores, o

que significa que as variâncias são suficientemente semelhantes, e portanto pode-se continuar a

análise.

5.1.2. ANOVA da Tensão Máxima

Na Tabela 6 apresenta-se a Tabela ANOVA da Tensão Máxima. Por uma questão de simplificar esta

tabela, volta-se a utilizar as abreviações dos fatores, utilizadas na Matriz de Design.

Fonte de Variação SS df MS F

A 740.523 2 370.262 281.58

B 71.827 1 71.827 54.62

C 16.595 1 16.595 12.62

D 38.874 1 38.874 29.56

A*B 11.327 2 5.664 4.31

A*C 5.158 2 2.579 1.96

A*D 24.847 2 12.424 9.45

D*B 0.809 1 0.809 0.62

D*C 3.042 1 3.042 2.31

C*B 0.885 1 0.885 0.67

Resíduo 74.952 57 1.315 -

Total 988.840 71 - - Tabela 6 - Tabela ANOVA da Tensão Máxima

Dados os níveis de cada fator, tem-se apenas dois valores diferentes para os graus de liberdade dos

fatores (df1), logo só é necessário calcular dois valores críticos de F. Com estes valores e com o do

grau de liberdade do resíduo (df2) determina-se os de F crítico através da Tabela de Distribuição-F, que

se encontra em Anexo, sendo eles os seguintes:

F crítico (df1 = 1) = 4.04

F crítico (df1 = 2) = 3.19

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35

Dado que os fatores e os seus níveis serão sempre os mesmos para todas as respostas, os valores de

df1 serão também os mesmos para todas as respostas. O valor de df2 é também igual para todas as

respostas.

Tendo em conta os valores de F e F crítico, e tendo em consideração as regras de rejeição de H0

mencionadas anteriormente, é possível concluir que os seguintes fatores influenciam a Tensão

Máxima: Densidade de Enchimento (A); Temperatura de Extrusão (B); Orientação de Enchimento (C);

Espessura da Camada (D). Em relação às combinações de fatores, com a informação da Tabela 6

conclui-se que é relevante a interação das seguintes combinações: Densidade de

Enchimento*Temperatura de Extrusão (A*B); Densidade de Enchimento*Espessura da Camada (A*D).

Na Figura 18 apresenta-se o Gráfico de Interação de todas as combinações, e confirma-se que não

existe interação para as combinações Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento (A*C),

Espessura de Camada*Temperatura de Extrusão (D*B), Espessura de Camada*Orientação de

Enchimento (D*C) e Orientação de Enchimento*Temperatura de Extrusão (C*B), pois as retas têm

declives semelhantes.

Figura 18 - Gráfico de Interação para a Tensão Máxima

De seguida realizam-se as verificações do modelo da ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos

de Resíduos Vs. Ordem e de Normalidade de Resíduos. Com base nestes gráficos é possível afirmar

que os resíduos estão distribuídos aleatoriamente, e que seguem, satisfatoriamente, uma distribuição

normal. Estas informações dão a confiança de que os resultados obtidos até agora são fidedignos. Com

a informação que se possui até o momento, é possível rejeitar H0, e concluir que a Tensão Máxima é

influenciada por pelo menos um dos quatro fatores.

Passa-se agora a fazer uma análise específica para os fatores e combinações de fatores, sendo que

esta será apenas realizada para os fatores cuja influência foi confirmada pela Tabela ANOVA, e para

as combinações cuja interação foi evidenciada na mesma tabela.

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36

5.1.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tensão Máxima

O método de comparação escolhido para realizar esta análise de influência (e todas as outras que se

seguem) foi o de Tukey. Na Tabela 7 apresenta-se a média de cada nível do fator e as letras atribuídas

a cada média. Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.05%.

Densidade de Enchimento [%] Média [MPa] Grupo

60 27.808 a

40 23.678 b

20 19.956 c Tabela 7 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tensão Máxima

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Densidade de Enchimento de 60%.

De uma Densidade de Enchimento de 20% para 40% verifica-se um aumento de 3.732 MPa, e de 40%

para 60% verifica-se um aumento de 4.130 MPa.

5.1.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Temperatura de Extrusão [ºC] Média [MPa] Grupo

220 24.813 a

200 22.815 b Tabela 8 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima

Constata-se que a resposta é superior quando a Temperatura de Extrusão é 220ºC.

5.1.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tensão Máxima

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Orientação de Enchimento [º] Média [MPa] Grupo

0/90 24.294 a

-45/+45 23.334 b Tabela 9 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tensão Máxima

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

5.1.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tensão Máxima

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Espessura da Camada [mm] Média [MPa] Grupo

0.1 24.549 a

0.2 23.079 b Tabela 10 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tensão Máxima

Constata-se que a resposta é superior quando a Espessura da Camada é 0.1 mm.

5.1.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima

Agora que se entrou na combinação de fatores, a análise passa por isolar o nível de um fator, e estudar

a diferença de médias em relação aos níveis do outro fator. Nesta comparação obteve-se um nível de

confiança individual de 99.54%.

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37

Densidade de Enchimento [%] Temperatura de Extrusão [ºC] Média [MPa] Grupo

60 220 28.757 a

60 200 26.859 b

40 220 25.185 c

40 200 22.170 d

20 220 20.496 e

20 200 19.416 e Tabela 11 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tensão Máxima depende da Temperatura de Extrusão

apenas para 60% e 40% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Temperatura de Extrusão de 220ºC. Para uma

Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas temperaturas é de 1.898 MPa,

enquanto em 40% a diferença é de 3.015 MPa.

5.1.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão Máxima

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Espessura da Camada [mm] Média [MPa] Grupo

60 0.1 28.829 a

60 0.2 26.788 b

40 0.2 23.761 c

40 0.1 23.594 c

20 0.1 21.224 d

20 0.2 18.689 e Tabela 12 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão Máxima

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tensão Máxima depende da Espessura da Camada

apenas para 60% e 20% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Espessura da Camada de 0.1 mm. Para uma

Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas espessuras é de 1.501 MPa,

enquanto em 20% a diferença é de 2.535 MPa.

5.1.3. Melhor Valor da Tensão Máxima

Para esta resposta, o melhor valor obtido será aquele que corresponde ao máximo, pois o objetivo é

ter a Tensão Máxima mais elevada possível. Foi efetuada a média dos três valores de cada experiência,

e determinado qual a mais elevada, dentro das vinte e quatro experiências realizadas. O valor máximo

da Tensão Máxima, e os níveis dos fatores da experiência correspondente, estão apresentados na

Tabela 13.

Tensão Máxima [MPa]

Densidade de Enchimento [%]

Temperatura de Extrusão [ºC]

Orientação de Enchimento [º]

Espessura da Camada [mm]

30.22 60 220 0/90 0.1 Tabela 13 - Melhor Valor Obtido da Tensão Máxima e Níveis dos Fatores Correspondentes

Apesar das análises realizadas anteriormente apresentarem apenas valores médios, elas contêm bons

indicadores de quais os níveis dos fatores, que promovem a melhor resposta. Nas análises de influência

individual a cada fator, verificou-se que as médias mais elevadas da Tensão Máxima correspondiam a

uma Densidade de Enchimento de 60%, a uma Temperatura de Extrusão de 220ºC, a uma Orientação

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de Enchimento de 0º/90º e a uma Espessura de Camada de 0.1 mm. Como se pode observar na Tabela

13, estes são os níveis dos fatores da experiência cujo valor médio é o mais elevado.

5.2. Tensão de Cedência

5.2.1. Verificação das Variâncias da Tensão de Cedência

Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para os fatores e

combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Observando estes gráficos, verifica-se que

em qualquer uma das situações existe uma sobreposição de intervalos de valores, o que significa que

as variâncias são suficientemente semelhantes, e portanto pode-se continuar a análise.

5.2.2. ANOVA da Tensão de Cedência

Na Tabela 14 apresenta-se a Tabela ANOVA da Tensão de Cedência.

Fonte de Variação SS df MS F

A 304.605 2 152.302 100.86

B 10.284 1 10.284 6.81

C 46.525 1 46.525 30.81

D 41.186 1 41.186 27.27

A*B 42.944 2 21.472 14.22

A*C 16.868 2 8.434 5.59

A*D 9.619 2 4.809 3.18

D*B 2.402 1 2.402 1.59

D*C 21.995 1 21.995 14.57

C*B 6.027 1 6.327 3.99

Resíduo 86.074 57 1.510 -

Total 588.529 71 - - Tabela 14 - Tabela ANOVA da Tensão de Cedência

Tendo em conta os valores de F e F crítico, e tendo em consideração as regras de rejeição de H0

mencionadas anteriormente, é possível concluir que os seguintes fatores influenciam a Tensão de

Cedência: Densidade de Enchimento (A); Temperatura de Extrusão (B); Orientação de Enchimento (C);

Espessura da Camada (D).

Figura 19 - Gráfico de Interação para a Tensão de Cedência

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Em relação às combinações de fatores, com a informação da Tabela 14 conclui-se que é relevante a

interação das seguintes combinações: Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão (A*B);

Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento (A*C); Densidade de Enchimento*Espessura da

Camada (A*D); Espessura de Camada*Orientação de Enchimento (D*C). Na Figura 19 apresenta-se o

Gráfico de Interação de todas as combinações, e confirma-se que não existe interação para as

combinações Espessura de Camada*Temperatura de Extrusão (D*B) e Orientação de

Enchimento*Temperatura de Extrusão (C*B), pois as retas têm declives semelhantes.

De seguida realizam-se as verificações do modelo da ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos

de Resíduos Vs. Ordem e de Normalidade de Resíduos. Com base nestes gráficos é possível afirmar

que os resíduos estão distribuídos aleatoriamente, e que seguem, muito satisfatoriamente, uma

distribuição normal. Estas informações dão a confiança de que os resultados obtidos até agora são

fidedignos. Com a informação que se possui até o momento, é possível rejeitar H0, e concluir que a

Tensão de Cedência é influenciada por pelo menos um dos quatro fatores.

5.2.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.05%.

Densidade de Enchimento [%] Média [MPa] Grupo

60 19.460 a

40 16.779 b

20 14.425 c Tabela 15 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tensão de Cedência

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Densidade de Enchimento de 60%.

De uma Densidade de Enchimento de 20% para 40% verifica-se um aumento de 2.354 MPa, e de 40%

para 60% verifica-se um aumento de 2.681 MPa.

5.2.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Temperatura de Extrusão [ºC] Média [MPa] Grupo

220 17.266 a

200 16.510 b Tabela 16 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência

Constata-se que a resposta é superior quando a Temperatura de Extrusão é 220ºC.

5.2.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Orientação de Enchimento [º] Média [MPa] Grupo

0/90 17.692 a

-45/+45 16.084 b Tabela 17 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

5.2.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Page 56: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

40

Espessura da Camada [mm] Média [MPa] Grupo

0.1 17.644 a

0.2 16.132 b Tabela 18 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tensão de Cedência

Constata-se que a resposta é superior quando a Espessura da Camada é 0.1 mm.

5.2.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Temperatura de Extrusão [ºC] Média [MPa] Grupo

60 220 19.547 a

60 200 19.372 a

40 220 18.214 a

40 200 15.344 b

20 200 14.814 b

20 220 14.036 b Tabela 19 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Tensão de

Cedência

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tensão de Cedência depende da Temperatura de

Extrusão apenas para 40% de Densidade de Enchimento. Para este nível de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Temperatura de Extrusão de 220ºC.

5.2.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Orientação de Enchimento [º] Média [MPa] Grupo

60 0/90 20.017 a

60 -45/+45 18.903 a

40 0/90 17.153 b

40 -45/+45 16.405 b

20 0/90 15.905 b

20 -45/+45 12.945 c Tabela 20 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento na Tensão de

Cedência

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tensão de Cedência apenas depende da Orientação

de Enchimento para 20% de Densidade de Enchimento. Para este nível de Densidade de Enchimento

constata-se que a resposta é mais elevada para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

5.2.2.7. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Espessura da Camada [mm] Média [MPa] Grupo

60 0.1 20.449 a

60 0.2 18.470 b

40 0.1 17.019 b c

40 0.2 16.539 c d

20 0.1 15.464 d

20 0.2 13.386 e Tabela 21 - Comparação de Tukey para Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tensão de Cedência

Page 57: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

41

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tensão de Cedência depende da Espessura da

Camada apenas para 60% e 20% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de

Enchimento verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Espessura da Camada de 0.1 mm.

Para uma Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas espessuras é de

1.979 MPa, enquanto em 20% a diferença é de 2.078 MPa.

5.2.2.8. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.95%.

Espessura da Camada [mm] Orientação de Enchimento [º] Média [MPa] Grupo

0.1 0/90 17.895 a

0.2 0/90 17.488 a

0.1 -45/+45 17.393 a

0.2 -45/+45 14.775 b Tabela 22 - Comparação de Tukey para Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência

A relação entre a Espessura da Camada e a Tensão de Cedência apenas depende da Orientação de

Enchimento para 0.2 mm de Espessura da Camada. Para este nível de Espessura da Camada

constata-se que a resposta é mais elevada para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

5.2.3. Melhor Valor da Tensão de Cedência

Para esta resposta, o melhor valor obtido será aquele que corresponde ao máximo, pois o objetivo é

ter a Tensão de Cedência mais elevada possível. O valor máximo da Tensão de Cedência, e os níveis

dos fatores da experiência correspondente, estão apresentados na Tabela 23.

Tensão de Cedência [MPa]

Densidade de Enchimento [%]

Temperatura de Extrusão [ºC]

Orientação de Enchimento [º]

Espessura da Camada [mm]

21.31 60 220 0/90 0.1 Tabela 23 - Melhor Valor Obtido da Tensão de Cedência e Níveis dos Fatores Correspondentes

Nas análises de influência individual a cada fator, verificou-se que as médias mais elevadas da Tensão

de Cedência correspondiam a uma Densidade de Enchimento de 60%, a uma Temperatura de Extrusão

de 220ºC, a uma Orientação de Enchimento de 0º/90º e a uma Espessura de Camada de 0.1 mm.

Como se pode observar na Tabela 23, estes são os níveis dos fatores da experiência cujo valor médio

é o mais elevado.

5.3. Módulo de Elasticidade

5.3.1. Verificação das Variâncias do Módulo de Elasticidade

Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para os fatores e

combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Observando estes gráficos, verifica-se que

em qualquer uma das situações existe uma sobreposição de intervalos de valores, o que significa que

as variâncias são suficientemente semelhantes, e portanto pode-se continuar a análise.

5.3.2. ANOVA do Módulo de Elasticidade

Na Tabela 24 apresenta-se a Tabela ANOVA do Módulo de Elasticidade.

Page 58: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

42

Fonte de Variação SS df MS F

A 0.978 2 0.489 163.00

B 0.044 1 0.044 14.66

C 0.211 1 0.211 70.33

D 0.153 1 0.153 51.00

A*B 0.054 2 0.027 9.00

A*C 0.027 2 0.014 4.67

A*D 0.033 2 0.016 5.33

D*B 0.003 1 0.003 1.00

D*C 0.059 1 0.059 19.66

C*B 0.007 1 0.007 2.33

Resíduo 0.185 57 0.003 -

Total 1.754 71 - - Tabela 24 - Tabela ANOVA do Módulo de Elasticidade

Tendo em conta os valores de F e F crítico, e tendo em consideração as regras de rejeição de H0

mencionadas anteriormente, é possível concluir que os seguintes fatores influenciam o Módulo de

Elasticidade: Densidade de Enchimento (A); Temperatura de Extrusão (B); Orientação de Enchimento

(C); Espessura da Camada (D). Em relação às combinações de fatores, com a informação da Tabela

24 conclui-se que é relevante a interação das seguintes combinações: Densidade de

Enchimento*Temperatura de Extrusão (A*B); Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento

(A*C); Densidade de Enchimento*Espessura de Camada (A*D); Espessura de Camada*Orientação de

Enchimento (D*C). Na Figura 20 apresenta-se o Gráfico de Interação de todas as combinações, e

confirma-se que não existe interação para as combinações Espessura de Camada* Temperatura de

Extrusão (D*B) e Orientação de Enchimento*Temperatura de Extrusão (C*B), pois as retas têm declives

semelhantes.

Figura 20 - Gráfico de Interação para o Módulo de Elasticidade

De seguida realizam-se as verificações do modelo da ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos

de Resíduos Vs. Ordem e de Normalidade de Resíduos. Com base nestes gráficos é possível afirmar

que os resíduos estão distribuídos aleatoriamente, e que seguem, satisfatoriamente, uma distribuição

normal. Estas informações dão a confiança de que os resultados obtidos até agora são fidedignos. Com

Page 59: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

43

a informação que se possui até o momento, é possível rejeitar H0, e concluir que o Módulo de

Elasticidade é influenciado por pelo menos um dos quatro fatores.

5.3.2.1. Influência da Densidade de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.05%.

Densidade de Enchimento [%] Média [GPa] Grupo

60 1.189 a

40 1.022 b

20 0.905 c Tabela 25 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Densidade de Enchimento de 60%.

De uma Densidade de Enchimento de 20% para 40% verifica-se um aumento de 0.117 GPa, e de 40%

para 60% verifica-se um aumento de 0.167 GPa.

5.3.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Temperatura de Extrusão [ºC] Média [GPa] Grupo

220 1.063 a

200 1.014 b Tabela 26 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade

Constata-se que a resposta é superior quando a Temperatura de Extrusão é 220ºC.

5.3.2.3. Influência da Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Orientação de Enchimento [º] Média [MPa] Grupo

0/90 1.093 a

-45/+45 0.984 b Tabela 27 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

5.3.2.4. Influência da Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Espessura da Camada [mm] Média [GPa] Grupo

0.1 1.085 a

0.2 0.992 b Tabela 28 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade

Constata-se que a resposta é superior quando a Espessura da Camada é 0.1 mm.

5.3.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Page 60: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

44

Densidade de Enchimento [%] Temperatura de Extrusão [ºC] Média [GPa] Grupo

60 220 1.205 a

60 200 1.173 a

40 220 1.084 b

40 200 0.960 c

20 200 0.908 c

20 220 0.901 c Tabela 29 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão no Módulo de

Elasticidade

A relação entre a Densidade de Enchimento e o Módulo de Elasticidade depende da Temperatura de

Extrusão apenas para 40% de Densidade de Enchimento. Para este nível de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Temperatura de Extrusão de 220ºC.

5.3.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Orientação de Enchimento [º] Média [GPa] Grupo

60 0/90 1.241 a

60 -45/+45 1.136 b

40 0/90 1.058 c

40 -45/+45 0.986 d

20 0/90 0.979 d

20 -45/+45 0.830 e Tabela 30 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento no Módulo de

Elasticidade

A relação entre a Densidade de Enchimento e o Módulo de Elasticidade depende da Orientação de

Enchimento para 20%, 40% e 60% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de

Enchimento constata-se que a resposta é mais elevada para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

Para uma Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas orientações é de

0.105 GPa, para 40% a diferença é de 0.072 GPa e para 20% a diferença é de 0.149 GPa.

5.3.2.7. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Espessura da Camada [mm] Média [GPa] Grupo

60 0.1 1.247 a

60 0.2 1.130 b

40 0.1 1.038 c

40 0.2 1.006 c d

20 0.1 0.969 d

20 0.2 0.840 e Tabela 31 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada no Módulo de

Elasticidade

A relação entre a Densidade de Enchimento e o Módulo de Elasticidade depende da Espessura da

Camada apenas para 60% e 20% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de

Enchimento verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Espessura da Camada de 0.1 mm.

Para uma Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas espessuras é de

0.117 GPa, enquanto em 20% a diferença é de 0.129 GPa.

Page 61: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

45

5.3.2.8. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.95%.

Espessura da Camada [mm] Orientação de Enchimento [º] Média [GPa] Grupo

0.1 0/90 1.110 a

0.2 0/90 1.075 a b

0.1 -45/+45 1.059 b

0.2 -45/+45 0.909 c Tabela 32 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada*Orientação de Enchimento no Módulo de

Elasticidade

A relação entre a Espessura da Camada e o Módulo de Elasticidade depende da Orientação de

Enchimento para 0.1 mm e 0.2 mm de Espessura da Camada. Para estes níveis de Espessura da

Camada constata-se que a resposta é mais elevada para uma Orientação de Enchimento de 0º/90º.

Para uma Espessura da Camada de 0.1 mm a diferença na resposta entre as duas orientações é de

0.051 GPa, e para 0.2 mm a diferença é de 0.166 GPa.

5.3.3. Melhor Valor do Módulo de Elasticidade

Para esta resposta, o melhor valor obtido será aquele que corresponde ao máximo, pois o objetivo é

ter o Módulo de Elasticidade mais elevado possível. O valor máximo do Módulo de Elasticidade, e os

níveis dos fatores da experiência correspondente, estão apresentados na Tabela 33.

Módulo de Elasticidade [GPa]

Densidade de Enchimento [%]

Temperatura de Extrusão [ºC]

Orientação de Enchimento [º]

Espessura da Camada [mm]

1.32 60 220 0/90 0.1 Tabela 33 - Melhor Valor Obtido do Módulo de Elasticidade e Níveis dos Fatores Correspondentes

Nas análises de influência individual a cada fator, verificou-se que as médias mais elevadas do Módulo

de Elasticidade correspondiam a uma Densidade de Enchimento de 60%, a uma Temperatura de

Extrusão de 220ºC, a uma Orientação de Enchimento de 0º/90º e a uma Espessura de Camada de 0.1

mm. Como se pode observar na Tabela 33, estes são os níveis dos fatores da experiencia cujo valor

médio é o mais elevado.

5.4. Extensão de Fratura

5.4.1. Verificação das Variâncias da Extensão de Fratura

Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para os fatores e

combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Observando estes gráficos, verifica-se que

em qualquer uma das situações existe uma sobreposição de intervalos de valores, o que significa que

as variâncias são suficientemente semelhantes, e portanto pode-se continuar a análise.

5.4.2. ANOVA da Extensão de Fratura

Na Tabela 34 apresenta-se a Tabela ANOVA da Extensão de Fratura.

Page 62: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

46

Fonte de Variação SS df MS F

A 6.968 2 3.484 40.90

B 0.850 1 0.850 9.98

C 6.913 1 6.913 81.15

D 1.045 1 1.045 12.27

A*B 1.495 2 0.747 8.78

A*C 0.476 2 0.238 2.80

A*D 0.761 2 0.380 4.47

D*B 0.271 1 0.271 3.18

D*C 0.076 1 0.076 0.89

C*B 0.009 1 0.009 0.11

Resíduo 4.856 57 0.085 -

Total 23.724 71 - - Tabela 34 - Tabela ANOVA da Extensão de Fratura

Tendo em conta os valores de F e F crítico, e tendo em consideração as regras de rejeição de H0

mencionadas anteriormente, é possível concluir que os seguintes fatores influenciam a Extensão de

Fratura: Densidade de Enchimento (A); Temperatura de Extrusão (B); Orientação de Enchimento (C);

Espessura da Camada (D). Em relação às combinações de fatores, com a informação da Tabela 34

conclui-se que é relevante a interação das seguintes combinações: Densidade de

Enchimento*Temperatura de Extrusão (A*B); Densidade de Enchimento*Espessura da Camada (A*D).

Na Figura 21 apresenta-se o Gráfico de Interação de todas as combinações, e confirma-se que não

existe interação para as combinações Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento (A*C),

Espessura de Camada*Temperatura de Extrusão (D*B), Espessura de Camada*Orientação de

Enchimento (D*C) e Orientação de Enchimento*Temperatura de Extrusão (C*B), pois as retas têm

declives semelhantes.

Figura 21 - Gráfico de Interação para a Extensão de Fratura

De seguida realizam-se as verificações do modelo da ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos

de Resíduos Vs. Ordem e de Normalidade de Resíduos. Com base nestes gráficos é possível afirmar

que os resíduos estão distribuídos aleatoriamente, e que seguem, muito satisfatoriamente, uma

distribuição normal. Estas informações dão a confiança de que os resultados obtidos até agora são

Page 63: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

47

fidedignos. Com a informação que se possui até o momento, é possível rejeitar H0, e concluir que a

Extensão de Fratura é influenciada por pelo menos um dos quatro fatores.

5.4.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.05%.

Densidade de Enchimento [%] Média [%] Grupo

60 4.669 a

40 4.244 b

20 3.908 c Tabela 35 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Extensão de Fratura

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Densidade de Enchimento de 60%.

De uma Densidade de Enchimento de 20% para 40% verifica-se um aumento de 0.336%, e de 40%

para 60% verifica-se um aumento de 0.425%.

5.4.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Temperatura de Extrusão [ºC] Média [%] Grupo

200 4.382 a

220 4.165 b Tabela 36 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura

Constata-se que a resposta é superior quando a Temperatura de Extrusão é 200ºC.

5.4.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Orientação de Enchimento [º] Média [%] Grupo

-45/+45 4.584 a

0/90 3.964 b Tabela 37 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Extensão de Fratura

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Orientação de Enchimento de -

45º/+45º.

5.4.2.4. Influência da Espessura da Camada na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Espessura da Camada [mm] Média [%] Grupo

0.2 4.394 a

0.1 4.153 b Tabela 38 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Extensão de Fratura

Constata-se que a resposta é superior quando a Espessura da Camada é 0.2 mm.

5.4.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Page 64: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

48

Densidade de Enchimento [%] Temperatura de Extrusão [ºC] Média [%] Grupo

60 200 4.875 a

60 220 4.463 b

40 200 4.459 b

40 220 4.029 c

20 220 4.003 c

20 200 3.813 c Tabela 39 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão na Extensão de

Fratura

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Extensão de Fratura depende da Temperatura de

Extrusão apenas para 60% e 40% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de

Enchimento verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Temperatura de Extrusão de 200ºC.

Para uma Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas temperaturas é de

0.412%, enquanto em 40% a diferença é de 0.43%.

5.4.2.6. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Extensão de Fratura

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Espessura da Camada [mm] Média [%] Grupo

60 0.2 4.935 a

60 0.1 4.403 b

40 0.2 4.287 b c

40 0.1 4.201 b c d

20 0.2 3.961 c d

20 0.1 3.855 d Tabela 40 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Extensão de

Fratura

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Extensão de Fratura depende da Espessura da

Camada apenas para 60% de Densidade de Enchimento. Para este nível de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Espessura da Camada de 0.2 mm.

5.4.3. Melhor Valor da Extensão de Fratura

Para esta resposta, o melhor valor obtido será aquele que corresponde ao máximo, pois o objetivo é

ter a Extensão de Fratura mais elevada possível. O valor máximo da Extensão de Fratura, e os níveis

dos fatores da experiência correspondente, estão apresentados na Tabela 41.

Extensão de Fratura [%]

Densidade de Enchimento [%]

Temperatura de Extrusão [ºC]

Orientação de Enchimento [º]

Espessura da Camada [mm]

5.51 60 200 -45/+45 0.2 Tabela 41 - Melhor Valor Obtido da Extensão de Fratura e Níveis dos Fatores Correspondentes

Nas análises de influência individual a cada fator, verificou-se que as médias mais elevadas da

Extensão de Fratura correspondiam a uma Densidade de Enchimento de 60%, a uma Temperatura de

Extrusão de 200ºC, a uma Orientação de Enchimento de -45º/+45º e a uma Espessura de Camada de

0.2 mm. Como se pode observar na Tabela 41, estes são os níveis dos fatores da experiencia cujo

valor médio é o mais elevado.

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49

5.5. Tenacidade

5.5.1. Verificação das Variâncias da Tenacidade

Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para os fatores e

combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Observando estes gráficos, verifica-se que

em qualquer uma das situações existe uma sobreposição de intervalos de valores, o que significa que

as variâncias são suficientemente semelhantes, e portanto pode-se continuar a análise.

5.5.2. ANOVA da Tenacidade

Na Tabela 42 apresenta-se a Tabela ANOVA da Tenacidade.

Fonte de Variação SS df MS F

A 1.355 2 0.678 678.00

B 0.170 1 0.170 170.00

C 0.813 1 0.813 813.00

D 0.155 1 0.155 155.00

A*B 0.006 2 0.003 3.00

A*C 0.006 2 0.003 3.00

A*D 0.023 2 0.012 12.00

D*B 0.001 1 0.001 1.00

D*C 0.017 1 0.017 17.00

C*B 0.003 1 0.003 3.00

Resíduo 0.097 57 0.001 -

Total 2.646 71 - - Tabela 42 - Tabela ANOVA da Tenacidade

Tendo em conta os valores de F e F crítico, e tendo em consideração as regras de rejeição de H0

mencionadas anteriormente, é possível concluir que os seguintes fatores influenciam a Tenacidade:

Densidade de Enchimento (A); Temperatura de Extrusão (B); Orientação de Enchimento (C);

Espessura da Camada (D). Em relação às combinações de fatores, com a informação da Tabela 42

conclui-se que é relevante a interação das seguintes combinações: Densidade de

Enchimento*Espessura da Camada (A*D); Espessura de Camada*Orientação de Enchimento (D*C).

Figura 22 - Gráfico de Interação para a Tenacidade

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50

Na Figura 22 apresenta-se o Gráfico de Interação de todas as combinações, e confirma-se que não

existe interação para as combinações Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão (A*B),

Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento (A*C), Espessura de Camada*Temperatura de

Extrusão (D*B) e Orientação de Enchimento*Temperatura de Extrusão (C*B), pois as retas têm declives

semelhantes.

De seguida realizam-se as verificações do modelo da ANOVA. Em Anexo apresentam-se os gráficos

de Resíduos Vs. Ordem e de Normalidade de Resíduos. Com base nestes gráficos é possível afirmar

que os resíduos estão distribuídos aleatoriamente, e que seguem, razoavelmente, uma distribuição

normal. Estas informações dão a confiança de que os resultados obtidos até agora são fidedignos. Com

a informação que se possui até o momento, é possível rejeitar H0, e concluir que a Tenacidade é

influenciada por pelo menos um dos quatro fatores.

5.5.2.1. Influência da Densidade de Enchimento na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.05%.

Densidade de Enchimento [%] Média [J/cm3] Grupo

60 0.889 a

40 0.668 b

20 0.559 c Tabela 43 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento na Tenacidade

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Densidade de Enchimento de 60%.

De uma Densidade de Enchimento de 20% para 40% verifica-se um aumento de 0.109 J/cm3, e de 40%

para 60% verifica-se um aumento de 0.221 J/cm3.

5.5.2.2. Influência da Temperatura de Extrusão na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Temperatura de Extrusão [ºC] Média [J/cm3] Grupo

200 0.754 a

220 0.657 b Tabela 44 - Comparação de Tukey para a Temperatura de Extrusão na Tenacidade

Constata-se que a resposta é superior quando a Temperatura de Extrusão é 200ºC.

5.5.2.3. Influência da Orientação de Enchimento na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

Orientação de Enchimento [º] Média [J/cm3] Grupo

-45/+45 0.812 a

0/90 0.599 b Tabela 45 - Comparação de Tukey para a Orientação de Enchimento na Tenacidade

Verifica-se que a resposta apresenta valores superiores para uma Orientação de Enchimento de -

45º/+45º.

5.5.2.4. Influência da Espessura da Camada na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 95%.

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51

Espessura da Camada [mm] Média [J/cm3] Grupo

0.2 0.752 a

0.1 0.659 b Tabela 46 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada na Tenacidade

Constata-se que a resposta é superior quando a Espessura da Camada é 0.2 mm.

5.5.2.5. Influência da Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 99.54%.

Densidade de Enchimento [%] Espessura da Camada [mm] Média [J/cm3] Grupo

60 0.2 0.960 a

60 0.1 0.818 b

40 0.2 0.708 c

40 0.1 0.628 d

20 0.2 0.588 d

20 0.1 0.531 e Tabela 47 - Comparação de Tukey para a Densidade de Enchimento*Espessura da Camada na Tenacidade

A relação entre a Densidade de Enchimento e a Tenacidade depende da Espessura da Camada apenas

para 20%, 40% e 60% de Densidade de Enchimento. Para estes níveis de Densidade de Enchimento

verifica-se que a resposta é mais elevada para uma Espessura da Camada de 0.2 mm. Para uma

Densidade de Enchimento de 60% a diferença na resposta entre as duas espessuras é de 0.142 J/cm3,

para 40% a diferença é de 0.080 J/cm3e para 20% a diferença é de 0.057 J/cm3.

5.5.2.6. Influência da Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tenacidade

Nesta comparação obteve-se um nível de confiança individual de 98.95%.

Espessura da Camada [mm] Orientação de Enchimento [º] Média [J/cm3] Grupo

0.2 -45/+45 0.874 a

0.1 -45/+45 0.750 b

0.2 0/90 0.630 c

0.1 0/90 0.568 d Tabela 48 - Comparação de Tukey para a Espessura da Camada*Orientação de Enchimento na Tenacidade

A relação entre a Espessura da Camada e a Tenacidade depende da Orientação de Enchimento para

0.1 mm e 0.2 mm de Espessura da Camada. Para estes níveis de Espessura da Camada verifica-se

que a resposta é mais elevada para uma Orientação de Enchimento de -45º/+45º. Para uma Espessura

de Camada de 0.2 mm a diferença na resposta entre as duas orientações é de 0.244 J/cm3, enquanto

em 0.1 mm a diferença é de 0.182 J/cm3.

5.5.3. Melhor Valor da Tenacidade

Para esta resposta, o melhor valor obtido será aquele que corresponde ao máximo, pois o objetivo é

ter a Tenacidade mais elevada possível. O valor máximo da Tenacidade, e os níveis dos fatores da

experiência correspondente, estão apresentados na Tabela 49.

Tenacidade [J/cm3]

Densidade de Enchimento [%]

Temperatura de Extrusão [ºC]

Orientação de Enchimento [º]

Espessura da Camada [mm]

1.19 60 200 -45/+45 0.2 Tabela 49 - Melhor Valor Obtido da Tenacidade e Níveis dos Fatores Correspondentes

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52

Nas análises de influência individual a cada fator, verificou-se que as médias mais elevadas da Tensão

de Cedência correspondiam a uma Densidade de Enchimento de 60%, a uma Temperatura de Extrusão

de 200ºC, a uma Orientação de Enchimento de -45º/+45º e a uma Espessura de Camada de 0.2 mm.

Como se pode observar na Tabela 49, estes são os níveis dos fatores da experiencia cujo valor médio

é o mais elevado.

5.6. Energia Absorvida

5.6.1. Verificação das Variâncias da Energia Absorvida

Em Anexo apresentam-se os gráficos dos intervalos de desvio padrão, obtidos para os fatores e

combinações de fatores, cujas análises irão ser efetuadas. Verifica-se que alguns dos intervalos não

se sobrepõem, o que significa que nesses casos o princípio de igualdade de variâncias não é verificado,

e por isso não são validos os resultados da ANOVA. Note-se que o software nem foi capaz de

determinar os intervalos de desvio padrão para a combinação Espessura da Camada*Orientação de

Enchimento. Assim, não serão realizadas análises para a Energia Absorvida.

6. Análise dos Resultados

É importante referir os níveis de confiança individuais obtidos nas análises de fatores e combinações

de fatores. No geral foram obtidos valores elevados, variando entre 95% e 99.54%. Com esta

informação pode-se ter confiança nas conclusões tiradas acerca da influência que os fatores e

combinações de fatores têm nas respostas.

Não se conseguiu realizar a análise estatística para a Energia Absorvida, pois os resultados obtidos

nem permitiram que fosse validada a verificação inicial. Se observarmos a tabela referente aos valores

desta resposta, que se encontra em Anexo, constata-se que os valores são muito parecidos, variando

apenas entre 0.1 J e 0.2 J. A máquina onde foram realizados os ensaios de impacto de Charpy não

tem resolução suficiente no seu mostrador digital, para valores decimais. Isto fez com que os valores

fossem apenas os dois mencionados. Apesar de não se ter conseguido tirar conclusões sobre a Energia

Absorvida, conseguiu-se para a Tenacidade, que de certa forma é um parâmetro equivalente (ambos

relacionados com a energia que o material consegue absorver durante a sua deformação mecânica).

Numa situação de tração (de um polímero) existem, tipicamente, duas fases após se atingir a força

máxima. Na primeira observa-se uma redução na capacidade do material suportar carga. Na segunda

observa-se uma fratura rápida (característica de um comportamento mecânico frágil) [64]. Observando

a curva Tensão Vs. Extensão obtida (Figura 14), consegue-se verificar a existência destas duas fases.

6.1. Fatores

Verifica-se que os melhores valores da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de

Elasticidade correspondem à mesma experiência (número 21), com: 60% de Densidade de

Enchimento; 220ºC de Temperatura de Extrusão; 0º/90º de Orientação de Enchimento; 0.1 mm de

Espessura da Camada.

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53

Em relação aos melhores valores da Extensão de Fratura e da Tenacidade, correspondem ambos à

mesma experiência (número 20), com: 60% de Densidade de Enchimento; 200ºC de Temperatura de

Extrusão; -45º/+45º de Orientação de Enchimento; 0.2 mm de Espessura da Camada. O fato destas

duas propriedades mecânicas estarem associadas aos mesmos parâmetros de impressão, não é de

todo inesperado. Depois de se atingir a Tensão Máxima, quanto mais tempo o material conseguir

elongar (aumento da extensão), maior será a energia absorvida pelo mesmo material (aumento da

tenacidade).

Constata-se que apenas o nível da Densidade de Enchimento é comum aos dois “grupos” de respostas

(60%). Se apenas forem observadas as respostas para este nível, verifica-se que o menor valor da

Tensão Máxima corresponde à experiência 20, e o menor valor da Extensão de Fratura corresponde à

experiência 21 (ver na Tabela 4 os valores correspondentes da experiencia 17 à 24, para estas duas

respostas). Com esta informação pode-se afirmar que a relação entre a Tensão Máxima e a Extensão

de Fratura é inversamente proporcional.

6.1.1. Densidade de Enchimento

Em todas as respostas verifica-se aumento das mesmas com a Densidade de Enchimento. Este fato é

plausível, pois ao se ter mais material é de esperar que, em geral, as propriedades mecânicas

melhorem.

O objetivo principal do estudo da Densidade de Enchimento era determinar se, para um dado nível

deste fator, a resposta já não melhorava significativamente, comparativamente com o nível anterior. No

entanto não foi isto que se observou. Em todas as respostas, verifica-se um maior aumento das

respostas quando se passa de 40% para 60%, relativamente à transição de 20% para 40%. Ou seja,

para estes níveis, quanto maior a Densidade de Enchimento, maior é o crescimento da resposta.

6.1.2. Temperatura de Extrusão

As ligações entre camadas são proporcionadas pela energia térmica do material extrudido, e consistem

nas ligações das cadeias moleculares de cada par de camadas. Quando uma camada é depositada

sobre outra, a camada inferior irá, localmente, voltar a fundir devido ao calor emitido pela camada

superior. Este fenómeno promove uma difusão molecular, local, entre as duas camadas, criando uma

ligação física entre as mesmas [65]. A qualidade da ligação depende não só da difusão molecular,

como também da aleatoriedade das cadeias poliméricas nas superfícies de interface das duas camadas

[66]. Quanto mais elevada a Temperatura de Extrusão, menor é a viscosidade do polímero, e por

consequência, as conexões entre cadeias poliméricas são mais fracas. Isto faz com que seja mais fácil

as cadeias moleculares de uma camada ligarem-se às da outra camada. Esta facilidade significa que

o número de ligações é maior, e portanto a união das duas camadas é mais forte [65]. Na Figura 23

apresenta-se esquematicamente o efeito da Temperatura de Extrusão na ligação entre camadas, sendo

que à esquerda apresenta-se o caso de temperatura mais baixa (com menos ligações moleculares

entre as duas camadas).

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54

Figura 23 - Efeito da Temperatura de Extrusão na Ligação Entre Camadas

A diminuição da viscosidade (derivada do aumento da temperatura) faz com que o fio de material

depositado perca o perfil circular, adquirido durante a passagem pelo nozzle, e adote um perfil oval.

Este perfil oval proporciona uma maior área de contacto entre duas camadas [67]. Na Figura 24

apresenta-se esquematicamente os dois tipos de perfis. No caso da menor temperatura verifica-se que

a área de contacto (representada pela linha vermelha) é menor, em comparação com o caso da

temperatura mais elevada. Com todas as informações anteriores pode-se concluir que a ligação entre

camadas melhora com o aumento da temperatura. Na Figura 25 apresenta-se uma fotografia

microscópica de umas camadas de um provete do ensaio de tração uniaxial, obtidas por Scanning

Eletron Microscopy (SEM).

Figura 24 - Efeito da Viscosidade na Área de Contacto Entre Camadas

Figura 25 - Fotografia das Camadas Obtida por SEM

Quanto mais lento for o arrefecimento (ou quanto maior for a diferença entre a Temperatura de Extrusão

e a temperatura ambiente), mais tempo as cadeias moleculares, de cada camada, têm para se

orientarem, e por consequência mais cristalina será a estrutura do polímero. Por sua vez, para uma

cristalinidade mais elevada, o material apresenta um comportamento mecânico mais frágil [68].

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55

O fato de as ligações entre camadas serem mais fortes para uma temperatura mais elevada, pode

explicar o fato de se ter obtido o melhor valor da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo

de Elasticidade, para a Temperatura de Extrusão mais elevada (220ºC). Se as ligações são mais fortes,

então é de esperar que o material consiga suportar cargas mais elevadas, e que a sua rigidez seja

maior. Por outro lado, a elevada temperatura torna o material mais frágil, o que pode explicar as baixas

Extensão de Fratura e Tenacidade observadas para esta temperatura.

Observam-se os melhores valores da Extensão de Fratura e Tenacidade, para a Temperatura de

Extrusão mais baixa (200ºC). A esta temperatura está inerente um comportamento mais dúctil, o que

pode explicar os elevados valores destas respostas. Para esta temperatura mais baixa sabe-se que as

ligações entre camadas não são tão resistentes, o que pode explicar os menores valores de Tensão

Máxima, Tensão de Cedência e Modulo de Elasticidade, apresentados para esta temperatura.

6.1.3. Orientação de Enchimento

Durante a tração uniaxial de um polímero, as cadeias moleculares começam a se desenrolar e a

escorregar entre si, com tendência a ficar alinhadas na direção de aplicação da carga. Com uma

persistência na aplicação da carga, este fenómeno prossegue (com um contínuo elongamento do

material), até que praticamente todas as cadeias moleculares estejam alinhadas de forma anisotrópica.

Atingido este ponto, a carga passa a ser resistida pelas ligações moleculares primárias. A carga

suportada continua a aumentar, até que a força máxima suportada pelas ligações moleculares primárias

é atingida, e estas quebram-se. A partir deste ponto, observa-se uma fratura rápida do material [69].

Figura 26 - Simulação da Orientação 0º/90º: Tensões X (esquerda); Tensões Y (direita); Tensões XY (centro)

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56

Para facilitar a análise deste fator, será realizada uma simulação de elementos finitos, para se perceber

a distribuição de tensões nas duas orientações. Para se poder comparar as duas situações, as

dimensões e as forças aplicadas são iguais nas duas situações. Começa-se por apresentar os

resultados para a orientação 0º/90º, na Figura 26.

Para as análises que serão realizadas de seguida, a zona e material a ter em conta será aquela

representada pelos pontos vermelhos. Os valores das tensões serão apenas utilizados

qualitativamente, para comparação com a outra orientação. Para os filamentos com orientação de 0º,

as tensões na direção y e as tensões de corte são negligenciáveis. Para os filamentos com orientação

90º, as tensões em qualquer uma das direções e as de corte são negligenciáveis. Com estas

informações, é possível representar as tensões nos quadrados elementares (Figura 27), e os círculos

de Möhr (Figura 28).

Figura 27 - Quadrados Elementares para a Orientação 0º/90º: Filamentos 0º (esquerda); Filamentos 90º (direita)

Figura 28 - Círculos de Möhr para a Orientação 0º/90º: Filamentos 0º (esquerda); Filamentos 90º (direita)

Com base na Figura 29 constata-se que os esforços suportados pela orientação -45º é igual aos

suportados pela orientação +45º. Este resultado era esperado, dada a simetria geométrica desta

orientação, em relação à direção da força aplicada. Por esta razão, apenas será necessário focar a

análise numa das orientações, tendo sido escolhida a +45º, e cuja zona de análise está representada

pelos pontos vermelhos. Nesta orientação verifica-se que existem tensões nas direções x e y, e existem

também tensões de corte. De seguida representam-se tensões nos quadrados elementares (Figura

30), e os círculos de Möhr (Figura 31).

(σy)90 = 0

(σx)90 = 0

(τxy)90 = 0

(τyx)90 = 0

(σy)0 = 0

(σx)0

(τxy)0 = 0

(τyx)0 = 0

σ σ

τ τ

(σx)0, (τxy)0 (σy)0, (τyx)0 (σx)90, (τxy)90

(σy)90, (τyx)90

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57

Figura 29 - Simulação da Orientação -45º/+45º: Tensões X (esquerda); Tensões Y (direita); Tensões XY (centro)

Figura 30 - Quadrado Elementar para a Orientação -45º/+45º: Filamentos +45º

Figura 31 - Círculo de Möhr para a Orientação -45º/+45º: Filamentos +45º

(σy)-45/+45

(σx)-45/+45

(τxy)-45/+45

(τyx)-45/+45

σ

τ

(σx)-45/+45, (τxy)-45/+45

(σy)-45/+45, (τyx)-45/+45 P

(σy)’-45/+45, (τyx)’-45/+45

(σx)’-45/+45, (τxy)’-45/+45

45º

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58

Com as tensões do quadrado elementar determinou-se o polo do Círculo de Möhr, e de seguida

determinaram-se as tensões tais que o quadrado elementar tem a mesma orientação que o filamento.

A tensão σx’ tem a direção longitudinal (do filamento) e a tensão σy’ tem a direção normal (do filamento).

As tensões σx e σx’ são as responsáveis por alinhar as cadeias moleculares. Na orientação 0º/90º

apenas existem tensões na direção de alinhamento das cadeias moleculares, ou seja só se começam

a quebrar ligações intermoleculares importantes depois de se “esgotar” o alinhamento das cadeias

moleculares, fazendo com seja possível se atingir tensões mais elevadas. No caso da orientação -

45º/+45º, ao mesmo tempo que se alinham as cadeias moleculares (pelas tensões σx’), existem tensões

normais e de corte (σy’ e τxy’), que enfraquecem (ou até mesmo quebram) as ligações intermoleculares,

limitando a magnitude de tensões que o material consegue suportar. Estas circunstâncias podem

explicar o fato de se ter observado os maiores valores de Tensão Máxima e Tensão de Cedência para

a Orientação de Enchimento de 0º/90º, e os menores valores destas respostas para a Orientação de

Enchimento de -45º/+45º. Na Figura 32 apresentam-se as estruturas deformadas no plano de trás, e

as estruturas não-deformadas no plano da frente.

Figura 32 - Estruturas Deformada e Não-Deformada: Orientação 0º/90º (esquerda); Orientação -45º/+45º (direita)

Verifica-se que a estrutura com a orientação -45º/+45º foi mais deformada (tanto a nível visual com a

nível de valores) do que a outra, quando aplicada a mesma carga. De certa maneira, houve mais

“facilidade” em deformar esta estrutura, ou seja, é uma estrutura menos rígida. Isto pode explicar o fato

de se ter obtido o maior valor do Módulo de Elasticidade para a Orientação de Enchimento de 0º/90º,

e o menor para a Orientação de Enchimento de -45º/+45º. Note-se que o conceito de rigidez utilizado

neste parágrafo, não é referente a uma rigidez material, mas sim geométrica. Dado que a Orientação

de Enchimento está relacionada com uma mudança geométrica das estruturas de enchimento

relativamente à direção de aplicação da força, prevê-se que a razão aqui apresentada para explicar o

maior valor do Módulo de Elasticidade seja válida.

Ao analisar a Figura 32 verifica-se que fisicamente a Orientação de Enchimento de -45º/+45º tem mais

predisposição para se deformar, ou por outras palavras tem mais facilidade em se deformar. Constata-

se também que, numericamente, existe uma maior deformação na orientação -45º/+45º, confirmando

o que foi dito anteriormente. Com isto pode-se esperar que quando o material romper, este já tenha um

nível de deformação elevado. Sem querer utilizar a expressão indevidamente, pode-se dizer que esta

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59

orientação proporciona um comportamento mais “dúctil”. Isto pode explicar o fato de se ter obtido os

maiores valores da Extensão de Fratura e Tenacidade para a Orientação de Enchimento de -45º/+45º,

e os menores valores destas respostas para a Orientação de Enchimento de 0º/90º.

Ao analisar a Figura 26 e Figura 29, verifica-se que, em ambos os casos, as tensões mais elevadas

estão localizadas nas zonas de interseção dos filamentos. Posto isto, pode-se esperar que seja nestas

zonas que se de a fratura do provete. Observando a Figura 33, confirma-se que foi numa destas zonas

que ocorreu a fratura do provete, em ambas as Orientações de Enchimento.

Figura 33 - Fotografia da Fratura do Provete das Duas Orientações de Enchimento: 0º/90º (esquerda); -45º/+45º (direita)

6.1.4. Espessura da Camada

A Espessura da Camada é controlada, essencialmente, pela distância entre a ponta do nozzle e o

objeto a ser impresso, e quanto menor for a Espessura da Camada, menor será esta distância. Isto

implica que a nova camada é mais “comprimida” contra a camada existente, aumentando a área de

contacto entre as duas, e por consequência melhorando a adesão das camadas. Para além do

melhoramento da adesão das camadas, existe outro benefício de se ter uma área de contacto superior.

Quanto maior a área, melhor é a dissipação de calor ao longo da altura do provete, diminuindo os

gradientes de temperatura. Quer-se estes gradientes o mais baixo possíveis, pois a eles estão

associadas distorções nos filamentos, que enfraquecem as ligações entre camadas [70].

Se a adesão entre camadas é superior, então o provete aproxima-se mais de um corpo solido uniforme

(em vez de seccionado horizontalmente), que pode ser, por exemplo, obtido pelas técnicas de extrusão

ou injeção de plásticos. Isto significa que os filamentos serão “todos” utilizados durante o ensaio de

tração, fazendo com que o material consiga suportar cargas mais elevadas, e que a sua rigidez seja

maior. O fato de a adesão das camadas ser superior para uma espessura mais baixa, pode ser a razão

de se ter obtido o melhor valor da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade,

para o valor mais baixo da Espessura da Camada (0.1 mm). Como se esperam distorções menos

significantes, espera-se também que as ligações entre camadas são mais fortes. Posto isto, há uma

maior probabilidade dos filamentos serem tracionados uniformemente, e consequentemente romperem

(quase) todos em simultâneo. Nesta situação pode-se considerar que se está perante um

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comportamento frágil, ao qual está associado uma baixa deformação. Isto pode explicar o fato de se

ter observado os menores valores da Extensão de Fratura e da Tenacidade, para a Espessura da

Camada menor.

Observam-se os melhores valores da Extensão de Fratura e Tenacidade, para a Espessura da Camada

mais elevada (0.2 mm). Para um valor de espessura mais elevado, dadas as elevadas distorções, é de

esperar que as ligações entre camadas não sejam tão resistentes. Assim, mesmo que alguns filamentos

rompam, como estes estão fracamente ligados entre si, existe uma grande possibilidade de os outros

continuarem a elongar. É possível considerar que este é um comportamento dúctil, ao qual se associa

uma deformação elevada. Pode assim ficar explicado fato de se ter observado os maiores valores da

Extensão de Fratura e da Tenacidade. Para uma espessura mais elevada prevê-se que a adesão das

camadas não seja tão boa. Isto leva a que alguns filamentos se descolem dos outros, fazendo com eles

não sejam aproveitados para suportar as cargas, e diminuindo a rigidez do conjunto de filamentos. Isto

pode explicar os baixos valores de Tensão Máxima, Tensão de Cedência e Módulo de Elasticidade,

apresentados para esta espessura.

Na Figura 34 apresenta-se esquematicamente a influencia que a qualidade das ligações entre camadas

tem na ductilidade/fragilidade do material.

Figura 34 - Esquema da Influência da Espessura da Camada na Qualidade das Ligações entre Camadas: 0.1 mm (superior); 0.2 mm (inferior)

6.2. Combinação de Fatores

Para as combinações Espessura da Camada*Temperatura de Extrusão e Orientação de

Enchimento*Temperatura de Extrusão não se verificou, estatisticamente, influência com nenhuma

resposta.

6.2.1. Densidade de Enchimento*Temperatura de Extrusão

Quanto maior for a Densidade de Enchimento, mais difícil é a dissipação de calor, pois a elevada

quantidade de material restringe a dissipação de calor por convecção. Isto afeta negativamente o modo

de arrefecimento, aumentando a probabilidade de se criarem gradientes de temperatura, que por sua

vez fazem aparecerem tensões residuais nos filamentos [65]. Se as tensões residuais forem positivas

(tensões de tração), é de esperar que se observe uma redução das propriedades mecânicas do material

[71].

F F F F

F F F F

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61

Como reportado anteriormente, um aumento na Temperatura de Extrusão provoca uma melhoria nas

ligações entre camadas, que por sua vez aumenta a capacidade que o conjunto de filamentos tem para

resistir às cargas, e a sua rigidez. Observou-se que quando se aumenta a temperatura, o maior

aumento da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade, aconteceu para

uma Densidade de Enchimento de 40%. Isto pode ser explicado pelo fato de, para uma Densidade de

Enchimento mais elevada (60%), os efeitos negativos das tensões residuais (provocadas por uma má

dissipação de calor) desvalorizam os efeitos positivos de uma Temperatura de Extrusão mais elevada.

Neste caso, torna-se menos relevante ter uma Temperatura de Extrusão mais elevada,

comparativamente com a mais baixa. Pode-se então concluir que para estas respostas só compensa

gastar mais energia e o tempo para elevar a Temperatura de Extrusão de 200ºC para 220ºC, quando

se tem uma Densidade de Enchimento de 40%.

6.2.2. Densidade de Enchimento*Orientação de Enchimento

O que foi mencionado acerca da distribuição de tensões nas diferentes Orientações de Enchimento é

cada vez mais relevante, quanto menor for a Densidade de Enchimento. Ou seja, quanto menos

material existir dentro do provete para resistir às cargas, mais importantes são as distribuições de

tensões nos filamentos. Todas as variações de tensões nos filamentos, mesmo que pequenas, fazem

diferença, pois cada filamento que se rompe implica um impacto maior. Isto pode explicar o fato de na

Tensão de Cedência, a Orientação de Enchimento apenas ter um impacto significativo, para uma

Densidade de Enchimento de 20%.

Com a diminuição da Densidade de Enchimento o número de filamentos por camada diminui, fazendo

com que a resistência da estrutura diminua também. Então, para uma Densidade de Enchimento

menor, as diferentes orientações terão mais impacto na rigidez. Isto pode explicar o fato de se ter

observado uma maior influência da Orientação de Enchimento no Módulo de Elasticidade, para uma

Densidade de Enchimento de 20%.

Figura 35 - Estruturas de Enchimento da Orientação 0º/90º para as Diversas Densidades de Enchimento: 20% (esquerda); 40% (centro); 60% (direita)

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62

Figura 36 - Estruturas de Enchimento da Orientação -45º/+45º para as Diversas Densidades de Enchimento: 20% (esquerda); 40% (centro); 60% (direita)

Como se pode observar na Figura 35 e Figura 36, para Densidades de Enchimento de 40% e 60%, a

estruturas estão tão “compactas”, que é de esperar que não exista muita diferença entre as duas

Orientações de Enchimento, sendo que o mesmo já não se pode dizer do caso da Densidade de

Enchimento de 20%.

6.2.3. Densidade de Enchimento*Espessura da Camada

Mais uma vez a falta de material faz com que outros aspetos ganhem importância, relativamente ao

comportamento mecânico do material. Se existe menos material para suportar as cargas, faz sentido

que a qualidade da adesão das ligações entre camadas tenha um papel mais importante, e qualquer

melhoramento que se possa aplicar nela (nomeadamente diminuindo a Espessura da Camada) irá fazer

toda a diferença. Para uma Densidade de Enchimento menor (0.1 mm), o conceito de corpo solido

uniforme (referido anteriormente) tem então mais importância, pois a capacidade que o material tem

para suportar cargas será muito dependente deste conceito. Pode ficar assim explicado o fato de se

ter obtido uma maior influência da Espessura da Camada na Tensão Máxima, na Tensão de Cedência

e no Módulo de Elasticidade para uma Densidade de Enchimento de 20%.

Como concluído anteriormente, o comportamento dúctil ou frágil é, de certa forma, originado por o quão

bem o calor é dissipado pela espessura de camada. O fato de se ter menos material no interior do

provete, significa que existe uma maior distância lateral entre as estruturas de enchimento (tal como se

pode observar na Figura 35 e Figura 36). Nestas condições, e dado que os polímeros não são bons

condutores de calor, então a dissipação de calor será, maioritariamente, realizada por convecção

(lateralmente para o ar), e pouco realizada por condução (através das camadas). Posto isto, para uma

Densidade de Enchimento inferior, pode-se esperar que a dissipação de calor através da espessura,

seja semelhante em ambas as Espessuras da Camada. Ou seja, só a partir de uma determinada

Densidade de Enchimento é que as condições de convecção são tão precárias, que a dissipação de

calor será principalmente por condução. Isto pode explicar o fato de se ter observado a maior influência

da Espessura da Camada na Extensão de Fratura e na Tenacidade, para uma Densidade de

Enchimento de 60%.

6.2.4. Espessura da Camada*Orientação de Enchimento

Com o aumento da Espessura da Camada, a compactação dos filamentos torna-se mais difícil. Uma

das consequências de uma má compactação é o aumento do raio de curvatura dos filamentos, nas

regiões de cruzamento dos mesmos [72]. Observe-se a Figura 37, para melhor se perceber este

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63

conceito. Para uma fácil representação, escolheu-se a Orientação de Enchimento 0º/90º, sendo que os

filamentos a cor preta representam a orientação 0º, e os filamentos a cor vermelha representam a

orientação 90º.

Figura 37 - Exemplo de Compactação dos Filamentos para as Diferentes Espessuras da Camadas: 0.1 mm (esquerda); 0.2 mm (direita)

As regiões curvas (de interseção entre os dois filamentos) tendem a ser uma zona de concentração de

tensões. Geralmente, quando existem zonas de concentração de tensões, verificam-se mudanças na

capacidade do material resistir às cargas, na resistência mecânica do material e na ductilidade [73].

Como se viu anteriormente, as diferentes Orientações de Enchimento dão origem a diferentes estados

de tensão nos filamentos, que por sua vez criam, nas zonas de concentração de tensões de diferentes

magnitudes. Verificou-se que a Orientação de Enchimento influencia a Tensão de Cedência, o Módulo

de Elasticidade e a Tenacidade apenas para a Espessura da Camada mais elevada (0.2 mm). Este

fenómeno pode ser explicado pelo fato de na Espessura da Camada mais baixa (0.1 mm), as zonas de

concentração de tensões serem tão pequenas, que a magnitude das tensões criadas pelas diferentes

orientações acabam por ser pouco distintas, provocando efeitos semelhantes.

6.3. Melhoramento das Propriedades Mecânicas por Aumento da Densidade de Enchimento

Como concluído anteriormente, quanto maior a Densidade de Enchimento, melhores serão as

propriedades mecânicas (pois tem-se mais material dentro do provete a resistir à carga aplicada). No

entanto, no presente estudo não se levou este fator ao seu limite. Tendo-se determinado quais os níveis

dos outros fatores, que promovem as melhores propriedades mecânicas (os níveis correspondentes à

experiência 20 para a Extensão de Fratura e a Tenacidade, e os níveis correspondentes à experiência

21 para a Tensão Máxima, a Tensão de Cedência e o Módulo de Elasticidade), seria interessante

manter os mesmos constantes com excepção da Densidade de Enchimento, elevando-a ao seu valor

máximo (100%). Assim, fica-se com uma ideia do limite máximo das propriedades mecânicas para o

PLA, nas condições do presente estudo. Na Tabela 50 apresentam-se as propriedades mecânicas para

ambas as experiências mas já com uma Densidade de Enchimento de 100%, e também aquelas obtidas

previamente (com Densidade de Enchimento de 60%), para termos de comparação.

Experiencia nº

Densidade de Enchimento [%]

σmax [MPa] σced [MPa] E [GPa] εf [%] T [J/cm3]

20 60 25.22 15.99 1.00 5.51 1.19

100 54.97 23.64 1.65 7.72 2.41

21 60 30.22 21.31 1.32 4.21 0.72

100 58.18 29.16 1.82 6.11 1.63

Tabela 50 - Respostas das Experiencias 20 e 21 e do Caso com Densidade de Enchimento de 100%

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64

Verifica-se um aumento em todas as respostas, em ambas as experiências, ao se utilizar uma

Densidade de Enchimento mais elevada, comparativamente com o nível inferior deste fator. No entanto,

para a experiência 20 apenas é relevante analisar os valores da Extensão de Fratura e da Tenacidade

(por se terem observado anteriormente que os melhores valores destas respostas correspondem a esta

experiência) e para a experiência 21 é apenas relevante a análise dos valores da Tensão Máxima, da

Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade (pelas mesmas razões). Um dos aspetos menos

positivos de se ter uma Densidade de Enchimento mais elevada, é o fato de ser necessário utilizar mais

material, e por consequência aumentar o peso do produto final. Posto isto, seria interessante verificar

o aumento de cada propriedade (quando se aumenta a Densidade de Enchimento) por cada unidade

de massa extra. Para isto utiliza-se a seguinte fórmula:

𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒

𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎=

𝑃100 − 𝑃60

𝑀100 − 𝑀60

(7)

Onde P100 e P60 são os valores de cada propriedade mecânica, para uma Densidade de Enchimento

de 100% e 60%, respetivamente, e M100 e M60 são os valores da massa do provete quando a Densidade

de Enchimento é 100% e 60%, respetivamente. Os valores das propriedades e das massas são na

realidade os valores médios dos três ensaios realizados para cada caso. Na Tabela 51 apresentam-se

os valores de Aumento Propriedade/Aumento Massa. Em Anexo apresentam-se todos os valores

utilizados para realizar estes cálculos.

Experiencia nº σmax [MPa/g] σced [MPa/g] E [GPa/g] εf [%/g] T [(J/cm3)/g]

20 - - - 2.80 1.55

21 40.65 11.40 0.74 - -

Tabela 51 - Aumento de Propriedade Mecânica por Aumento de Massa Quando se Aumenta a Densidade de Enchimento

Estes valores serão posteriormente comparados com aqueles obtidos para outro método de

melhoramento das propriedades mecânicas. Outro aspeto menos bom, proveniente de uma Densidade

de Enchimento mais elevada é o tempo de impressão. Se existe mais material para depositar, é normal

que o tempo do processo seja mais elevado. Na experiência 20, quando se passa de uma Densidade

de Enchimento de 60% para 100%, o tempo de impressão aumenta de 11 minutos para 16 minutos, e

na experiência 21, o tempo de impressão aumenta de 19 minutos para 29 minutos. Pode-se dizer que

em ambas as experiências o aumento não é muito expressivo, sendo de apenas alguns minutos.

7. Apresentação e Análise dos Resultados dos Ensaios de Absorção de Água

É sabido que o conteúdo húmido dentro de um material polimérico, afeta as suas propriedades

mecânicas. Para combater este problema, pode-se revestir o material polimérico com outro material

que limite a quantidade de água que é absorvida. Para se escolher qual o material de revestimento

mais adequado, irão realizar-se ensaios de absorção de água. Para se determinar qual o melhor

revestimento, os resultados serão comparados com aqueles de provetes sem material de revestimento.

Irão também ser realizados ensaios de compressão, para verificar a integridade dos provetes após

serem revestidos, pois o material de revestimento pode, de certa forma, deteriorar o material polimérico.

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65

O revestimento que apresentar os melhores resultados entre os ensaios de absorção de água e os de

compressão, será aplicado em provetes de tração uniaxial. Por fim, os resultados do ensaio de tração

uniaxial serão comparados com aqueles obtidos para os provetes sem revestimento, de modo a ser

determinado se para além de proteger contra a água, o material de revestimento ajuda a melhorar as

propriedades mecânicas do material polimérico.

Estes ensaios não serão realizados para as vinte e quatro experiências, como anteriormente. Serão

apenas efetuados para aquelas que estão associadas aos melhores resultados das respostas, o que

significa que serão utilizados os parâmetros de impressão (níveis dos fatores) correspondentes às

experiências número 20 (melhor resultado para Extensão de Fratura e Tenacidade) e 21 (melhor

resultado para Tensão Máxima, Tensão de Cedência e Módulo de Elasticidade). O principio da

repetição voltou a ser aplicado, sendo que foram realizadas três experiencias para cada caso diferente.

7.1. Ensaio de Absorção de Água

7.1.1. Descrição do Ensaio de Absorção de Água

Durante o processo de impressão, pode existir alguma expansão do material, ou a impressora pode

não estar perfeitamente calibrada, fazendo com que as dimensões do provete não sejam iguais às do

modelo CAD. Antes de se realizar o ensaio, foram medidas as dimensões dos provetes com um

paquímetro. É importante utilizar as dimensões reais dos cubos neste ensaio, pois a magnitude da

quantidade de água absorvida é tão pequena, que qualquer variação do volume de material terá um

impacto significante. É interessante realçar que a maior variação de dimensão registada foi de 4%,

comparativamente com os valores teóricos. Nos cálculos realizados mais à frente, onde são

necessárias as dimensões dos cubos, serão utilizadas as dimensões reais. Em Anexo encontram-se

as dimensões para cada provete.

Os ensaios de absorção de água foram realizados segundo a norma ASTM D570-98. Para que os

resultados sejam os mais corretos possíveis, antes de se começar os ensaios, os provetes foram

colocados num forno a 50ºC durante 24 horas, para que seja retirada qualquer humidade que possa

estar no interior dos mesmos. Assim, quando os ensaios começarem, todos os provetes têm a mesma

quantidade de água (teoricamente). Logo a seguir a saírem do forno, foram aplicados os materiais de

revestimento. Foram selecionados dois, sendo que a única razão da sua escolha foi a disponibilidade

dos mesmos, no laboratório. Estes materiais foram aplicados nos provetes com ajuda de um pincel.

Um dos materiais é um selante de madeira de poliuretano, Lakeone, e este foi aplicado apenas uma

vez. O outro material é um verniz aquoso de acrílico, Luxens, e este foi aplicado duas vezes, com um

intervalo de 2 horas entre cada aplicação. Deixou-se secar os revestimentos, à temperatura ambiente,

antes de se realizarem os ensaios.

Antes dos provetes serem colocados dentro de água, estes foram pesados numa balança, e registou-

se a sua massa seca (valores referentes ao tempo de imersão de 0 minutos, que se encontram em

Anexo). Dentro de um recipiente foi colocado papel de filtro, e sobre esse papel foram colocados os

cubos. Ao utilizar papel de filtro garante-se que existe sempre água em contacto com a face inferior do

cubo. De seguida encheu-se o recipiente com água até metade da altura do provete estar submersa.

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66

Em determinados intervalos de tempo, cada cubo foi retirado do recipiente, a água excedente no seu

exterior foi seca com papel, a sua massa foi medida, e por fim ele foi colocado de novo dentro de água.

Este processo foi repetido de 30 em 30 minutos, durante as primeiras 4 horas do ensaio, de 1 em 1

hora, durante as seguintes 4 horas, e de 24 em 24 horas, durante os seguintes 4 dias. No total, os

provetes tiveram a absorver água durante 104 horas. Periodicamente, foi adicionada água ao recipiente

para compensar aquela que foi absorvida, e alguma que pudesse ter sido evaporada.

Figura 38 - Cubos Dentro do Recipiente com Água

7.1.2. Resultados dos Ensaios de Absorção de Água

O Aumento de Peso (AP) e a Porosidade (P) foram calculadas utilizando as equações (4) e (5),

respetivamente. A massa saturada, utilizada em ambas as equações, corresponde à massa da última

medição (ao fim das 104 horas). Para a densidade da água (utilizada na equação da Porosidade) o

valor escolhido foi de 1000 kg/m3. Na realidade este valor corresponde à água a 0ºC, mas como foi

utilizada água fria, este valor será uma boa aproximação. O Coeficiente de Absorção (CA) é calculado

graficamente. No eixo das abcissas deste gráfico está representada a raiz quadrada do tempo de

imersão, e no eixo das ordenadas está representado o aumento de massa por unidade de área, que

pode ser calculado pela seguinte fórmula:

𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎

𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 Á𝑟𝑒𝑎=

𝑚𝑚𝑜𝑙 − 𝑚𝑠𝑒𝑐

𝐴 (8)

Onde mmol é a massa do provete para um determinado instante de tempo, e A é a área da secção do

provete. O Coeficiente de Absorção é o declive inicial do gráfico. Os valores de volume e área de cada

provete estão apresentados em Anexo. Em Anexo apresentam-se também os valores da massa em

cada instante de tempo registado. Todos os valores que se apresentaram de seguida são as médias

de três ensaios realizados para cada caso, e em Anexo apresentam-se os valores de cada três ensaios.

Na Figura 39 e na Figura 40 apresentam-se as evoluções do aumento de peso em função da raiz

quadrada do tempo de imersão, para os cubos correspondentes às experiências número 20 e 21,

respetivamente.

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67

Figura 39 - Evolução do Aumento de Peso dos Cubos em Função da Raiz Quadrada do Tempo de Imersão para a Experiência 20

Figura 40 - Evolução do Aumento de Peso dos Cubos em Função da Raiz Quadrada do Tempo de Imersão para a Experiência 21

Em ambos os casos, parece que o revestimento de poliuretano será o melhor para diminuir a absorção

de água por parte do PLA, pois neste revestimento, em cada instante de tempo, os valores de Aumento

de Massa/Unidade de Área são os menores (o que significa que a quantidade de água absorvida é

menor), comparativamente com o revestimento de acrílico. Na Tabela 52 apresentam-se os valores de

Aumento de Peso, Coeficiente de Absorção e Porosidade, para se confirmar este fenómeno.

0

0,001

0,002

0,003

0 10 20 30 40 50 60 70 80

AM

/UA

[g/

cm2]

√t [min1/2]

Sem Revestimento

Poliuretano

Acrilico

0

0,001

0,002

0,003

0 10 20 30 40 50 60 70 80

AM

/UA

[g/

cm2 ]

√t [min1/2]

Sem Revestimento

Poliuretano

Acrilico

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68

Experiência 20 Experiência 21

Revestimento AP [%] CA [g.cm-2.min-1/2] P [%] AP [%] CA [g.cm-2.min-1/2] P [%]

Nenhum 0.308 1.157×10-4 0.277 0.326 1.369×10-4 0.315

Poliuretano 0.175 5.974×10-5 0.161 0.208 7.333×10-5 0.205

Acrílico 0.245 1.095×10-4 0.234 0.266 1.213×10-4 0.264 Tabela 52 - Valores de Aumento de Peso, Coeficiente de Absorção e Porosidade para os Casos Com e Sem

Revestimento e para as Experiências 20 e 21

Com a informação da Tabela 52 verifica-se que houve uma diminuição no Aumento de Peso, no

Coeficiente de Absorção e na Porosidade, quando se utilizam revestimentos. Confirma-se que a melhor

proteção foi obtida com o revestimento de poliuretano, pois apresenta os menores valores para os três

parâmetros.

7.1.3. Análise dos Resultados dos Ensaios de Absorção de Água

Quanto mais poroso for o material, é de esperar que mais água seja absorvida. Observando a Tabela

52 constata-se que, em ambas as experiências, os valores mais elevados de Porosidade estão

associados aos valores mais elevados de Aumento de Peso, tal como seria de esperar. A mesma ideia

se aplica ao Coeficiente de Absorção, e também os valores mais elevados desta propriedade estão

associados aos valores mais elevados de Aumento de Peso.

A molhabilidade é a capacidade que um líquido tem para manter o contacto com uma superfície sólida.

Quanto melhor for a molhabilidade, maior será a área de contacto entre sólido e líquido. O efeito da

molhabilidade faz com que o liquido se “espalhe” sobre a superfície solida, cobrindo uma maior área

do que aquela que inicialmente se poderia esperar [74]. No caso do presente estudo, os cubos foram

submersos em água apenas até metade da sua altura. No entanto, devido à propriedade de

molhabilidade, a área de contacto acaba por ser superior àquela correspondente a metade da altura.

Sabe-se também que numa superfície mais rugosa a molhabilidade é maior [75]. Quanto menor for a

Espessura da Camada, maior será o número de camadas (para uma dada altura do objeto). Logo, por

unidade de comprimento, existem mais camadas quando a Espessura da Camada é menor.

Exteriormente, estas camadas representam a rugosidade superficial do cubo. Conclui-se então, que

quanto menor for a Espessura da Camada, mais rugosa é a superfície, e com base na informação

anterior, melhor será a molhabilidade desta. Ou seja, para uma Espessura da Camada baixa o cubo

terá uma maior área da sua superfície coberta por água, logo é de esperar que a quantidade de água

absorvida seja superior. Observando a Figura 39 e a Figura 40, e os valores de AP, constata-se que,

quer no caso sem revestimento quer nos casos com revestimento, foi absorvida uma maior quantidade

de água nos cubos referentes à experiência 21, cuja Espessura da Camada é a mais baixa (0.1 mm).

Este fenómeno poderá ser explicado pelas informações apresentadas anteriormente. Observando a

Figura 41 e a Figura 42 verifica-se que é no caso de Espessura da Camada de 0.1 mm que a rugosidade

superficial é superior, pois verifica-se uma maior quantidade de picos e vales.

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Figura 41 - Fotografias da Face Lateral do Cubo com uma Espessura da Camada de 0.1 mm Obtida por SEM

Figura 42 - Fotografias da Face Lateral do Cubo com uma Espessura da Camada de 0.2 mm Obtida por SEM

Como mencionado anteriormente, o principal mecanismo de penetração de água nos polímeros é a

difusão de moléculas de água entre as micro-lacunas das cadeias poliméricas. É sabido que a

temperatura de processamento (neste caso a Temperatura de Extrusão) afeta a organização das

cadeias poliméricas, que por sua vez rege a criação das micro-lacunas nestas cadeias [76]. E quanto

maior for o número de micro-lacunas, maior será a quantidade de água que é possível penetrar e alojar-

se dentro do polímero. De certa maneira, estas micro-lacunas poderão estar associadas à Porosidade.

Neste caso verificou-se que foi a maior Temperatura de Extrusão (220ºC) que gerou o maior número

de micro-lacunas, pois foi na experiência 21 (cuja Temperatura de Extrusão é 220ºC) que se verificaram

os maiores valores de Porosidade, e que por consequência levou a uma maior quantidade de água

absorvida.

7.2. Ensaio de Compressão

7.2.1. Descrição do Ensaio de Compressão

Os ensaios de compressão foram realizados numa Máquina de Testes Universal Instron 3369. Tal como

nos ensaios de tração, foi necessário especificar o tipo de provete no software da máquina, indicando

as suas dimensões principais (comprimento, espessura e largura). Com base na norma ASTM E9-09

(correspondente a ensaios de compressão), definiu-se como velocidade de ensaio 1 mm/min.

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70

Para efetuar os ensaios de compressão, os cubos foram posicionados entre as amarras da máquina

de ensaios, mas dada a geometria destas, foi necessário colocar duas placas metálicas nas interfaces

cubo/amarra, para se obter uma distribuição de forças o mais uniforme possível. Esta configuração

pode ser observada na Figura 43.

Figura 43 - Posicionamento do Cubo na Máquina de Testes Universal: Antes do Ensaio (esquerda); Após o Ensaio (direita)

Figura 44 - Cubo Antes e Após Ensaio de Compressão

7.2.2. Resultados dos Ensaios de Compressão

Do ensaio de compressão obtêm-se valores de força, de deslocamento e do tempo de ensaio. Foram

registados valores de força e deslocamento em intervalos de tempo iguais (de 0.04 s), sendo que a

cada par de valores está associado um valor temporal, que corresponde ao tempo decorrido desde o

início do ensaio até o instante de registo dos valores. O software da máquina regista estes valores,

para inúmeros pontos ao longo do ensaio. Utilizando as formulas (2) e (3), com A = 100 mm2 e L = 10

mm, calculam-se os valores de Tensão e Extensão para cada ponto registado, e juntando todos estes

pontos obtêm-se um gráfico Tensão Vs. Extensão. Neste caso não foram utilizadas as dimensões reais

de cada provete pois dada a magnitude dos valores e Tensão e Extensão, o impacto seria desprezável.

Durante os ensaios verificou-se que os cubos não sofriam fratura, mesmo para extensões elevadas

(mais de 80%), e caso fosse permitido, prevê-se que eles continuariam a deformar-se até terem uma

altura extremamente pequena. Posto isto foi adotado um critério de paragem para uma extensão com

o valor de 55%, por se considerar que este já seria um excelente nível de deformação. Foi necessária

a criação deste critério, para se poderem comparar os diversos resultados.

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71

Figura 45 - Curvas Tensão Vs. Extensão do Ensaio de Compressão da Experiência 20

Figura 46 - Curvas Tensão Vs. Extensão do Ensaio de Compressão da Experiência 21

No caso da experiência 20, verifica-se que os revestimentos não danificaram estruturalmente o

material, e ainda melhoraram algumas das suas propriedades mecânicas. Para a mesma extensão, os

cubos revestidos apresentam uma tensão máxima superior, comparativamente com aqueles sem

revestimento. Verifica-se ainda uma melhoria no módulo de elasticidade (os declives iniciais das curvas

são mais acentuados). No caso da experiência 21, também não existiu degradação do PLA, após

revestimento, pois as curvas são muito idênticas, e a tensão máxima e o módulo de elasticidade são

semelhantes. Assim, pode-se concluir que em nenhum dos casos, os revestimentos afetaram

negativamente a integridade do PLA.

Com esta última informação, e com aquela obtida dos ensaios de absorção, pode-se afirmar que o

melhor material de revestimento será o selante de madeira de poliuretano. Posto isto, provetes de

tração foram revestidos com este material, e foram realizados ensaios de tração uniaxial.

0

10

20

30

40

50

60

70

0 10 20 30 40 50 60

Ten

são

[M

Pa]

Extensão [%]

NenhumaPoliuretanoAcrilico

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 10 20 30 40 50 60

Ten

são

[M

Pa]

Extensão [%]

NenhumaPoliuretanoAcrilico

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72

7.3. Ensaio de Tração Uniaxial Após Revestimento

Tudo o que foi mencionado para os ensaios de tração uniaxial, em termos de preparação, obtenção de

dados, e cálculos das propriedades mecânicas, continua a ser válido, sendo que todos os

procedimentos realizados foram os mesmos para este caso.

7.3.1. Respostas do Ensaio de Tração Uniaxial Após Revestimento

Na Tabela 53 apresentam-se os valores das cinco respostas para os provetes revestidos com o selante

de madeira de poliuretano, correspondentes às experiências 20 e 21. Voltam a apresentar-se os valores

das respostas correspondentes às mesmas experiências, mas sem o revestimento, para termos de

comparações.

Experiencia nº Revestimento σmax [MPa] σced [MPa] E [GPa] εf [%] T [J/cm3]

20 Nenhum 25.22 15.99 1.00 5.51 1.19

Poliuretano 30.10 17.11 1.15 7.14 1.39

21 Nenhum 30.22 21.31 1.32 4.21 0.72

Poliuretano 36.37 22.79 1.40 5.67 0.91

Tabela 53 - Respostas das Experiencias 20 e 21 e do Caso com Revestimento de Poliuretano

Verifica-se um aumento em todas as respostas, em ambas as experiências, ao utilizar um revestimento

de poliuretano, comparativamente com o caso de nenhum revestimento. Volta-se a realçar, que na

experiência 20 apenas é relevante os valores da Extensão de Fratura e da Tenacidade (por se terem

observado anteriormente que os melhores valores destas respostas correspondem a esta experiência)

e para a experiência 21 é apenas relevante os valores da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e

do Módulo de Elasticidade (pelas mesmas razões).

7.3.2. Análise dos Resultados dos Ensaios de Tração Uniaxial Após Revestimento

Ao aplicar um material de revestimento, parte dele fica apenas à superfície, e a outra parte é absorvida.

Esta última é a que realmente importa, pois o material que é absorvido acaba por preencher alguns dos

espaços vazios deixados durante o processo de impressão. Ou seja, acaba-se por ter um provete um

pouco mais “solido” (e menos “oco”), logo é normal que os valores das propriedades mecânicas

aumentem. Em princípio o material de revestimento não terá propriedades mecânicas muito elevadas

(comparativamente com as do material base onde ele está a ser aplicado), logo é de esperar que os

melhoramentos nas propriedades mecânicas do produto final, não sejam muito expressivos.

Tal como no método anteriormente utilizado, para elevar as propriedades mecânicas, neste também

existe um aumento de massa inerente. Posto isto, e para se poderem comparar as melhorias nas

propriedades obtidas neste método, com aquelas obtidas no método anterior, volta-se a calcular o

aumento de cada propriedade por cada unidade de massa extra, e utiliza-se a seguinte fórmula:

𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒

𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎=

𝑃𝑐/𝑅 − 𝑃𝑠/𝑅

𝑀𝑐/𝑅 − 𝑀𝑠/𝑅

(9)

Onde Pc/R e Ps/R são os valores de cada propriedade mecânica, quando os provetes têm ou não

revestimento, respetivamente, e Mc/R e Ms/R são os valores da massa do provete quando os provetes

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73

têm ou não revestimento, respetivamente. Em Anexo apresentam-se todos os valores utilizados para

realizar estes cálculos.

Experiencia nº σmax

[MPa/g] σced

[MPa/g] E

[GPa/g] εf [%/g]

T [(J/cm3)/g]

20 - - - 9.63 1.18

21 36.05 8.66 0.49 - -

Tabela 54 - Aumento de Propriedade Mecânica por Aumento de Massa Quando se Aplica um Revestimento

Comparando os valores da Tabela 54 com os da Tabela 51, pode-se afirmar que o método de se

aumentar a Densidade de Enchimento é melhor do que o de utilizar um material de revestimento. À

excepção da Extensão de Fratura, o aumento de cada propriedade mecânica relativamente ao peso

extra inerente, é maior para o método de aumentar a Densidade de Enchimento. Ou seja, quando em

ambos os métodos a massa do provete aumenta um grama, o maior aumento (na maioria) das

propriedades mecânicas ocorre no método de aumentar a Densidade de Enchimento.

Relativamente ao tempo extra que é necessário para revestir os provetes, ele divide-se em duas

parcelas: a primeira refere-se ao tempo para aplicar o material de revestimento, e por cada provete é

cerca de 30 segundos; a segunda refere-se ao tempo necessário para o revestimento secar, para que

se possa manusear o provete, e este é de 24 horas. Este último tem uma importância especial, pois é

durante o qual o material de revestimento é absorvido, preenchendo os espaços vazios e melhorando

as propriedades mecânicas. Tendo em conta que o tempo de impressão de um provete com Densidade

de Enchimento de 100%, das experiências 20 e 21 são 16 minutos e 29 minutos, respetivamente, o

fato de se ter de esperar 24 horas para se tirar partido dos benefícios do revestimento, torna este

método menos atraente.

8. Comparação de Resultados

É interessante comparar os resultados obtidos com aqueles de outros investigadores.

Wittbrodt et al. (2015) concluíram que a Tensão Máxima e a Tensão de Cedência aumentam com a

Temperatura de Extrusão. O mesmo foi verificado no presente estudo [26].

Tymrak et al. (2014) concluíram que a Tensão Máxima aumenta com a diminuição da Espessura da

Camada. Concluíram também que esta resposta é superior para uma Orientação de Enchimento de

0º/90º, comparativamente com uma de -45º/+45º. Todos estes resultados foram verificados no presente

estudo [77].

Lanzotti et al. (2015) concluíram que a Tensão Máxima e o Módulo de Elasticidade aumentam com a

diminuição da Espessura da Camada, e o aumento deste fator provoca um aumento na Extensão de

Fratura. Todos estes resultados foram verificados no presente estudo [78].

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74

9. Conclusão

Quando se variam os valores dos parâmetros de impressão, e se verifica a sua influência nas

propriedades mecânicas do material, há a possibilidade da existência de inúmeros fenómenos que

podem explicar os resultados obtidos. No entanto, existe também a possibilidade destes fenómenos

atuarem de maneira diferente, consoante os valores dos parâmetros de impressão. Ou seja, não é

possível garantir que ao extrapolar os resultados, para níveis superiores ou inferiores aos aqui

estudados, as relações entre fatores e respostas se mantenham as mesmas. Nos próximos parágrafos,

quando se mencionar que ao aumentar ou diminuir o nível de um certo fator se obtém um determinado

resultado, está-se apenas a referir aos níveis estudados, e não a uma generalização.

É de salientar, que todos os fatores aqui estudados influenciam individualmente cada resposta. Para a

Densidade de Enchimento, verificou-se que o aumento das respostas é cada vez expressivo, com o

aumento deste fator. Se houver disponibilidade de material e de tempo, é aconselhável utilizar a maior

Densidade de Enchimento possível, para se obter as melhores propriedades mecânicas. Na Densidade

de Enchimento verificou-se que os melhores valores de todas as respostas, foram obtidos para o

mesmo nível deste fator (60%). No entanto, nos outros fatores esta tendência não se manteve. A

Tensão Máxima, a Tensão de Cedência e o Módulo de Elasticidade são favorecidos por Temperatura

de Extrusão mais elevada (220ºC), por uma Orientação de Enchimento de 0º/90º e por uma Espessura

da Camada mais baixa (0.1 mm). Por outro lado, a Extensão de Fratura e a Tenacidade beneficiam

quando se tem uma Temperatura de Extrusão mais baixa (200ºC), uma Orientação de Enchimento de

-45º/+45º e uma Espessura da Camada mais elevada (0.2 mm).

Antes de se avançar para as combinações de fatores, salienta-se que em nenhuma resposta se

observou a influência de todas as combinações, e o máximo que se obteve foi a influência de quatro

combinações na Tensão de Cedência e no Módulo de Elasticidade. Verificou-se que a maior influência

da Temperatura de Extrusão na Tensão Máxima, na Tensão de Cedência, no Módulo de Elasticidade

e na Extensão de Fratura foi conseguida para o nível intermédio da Densidade de Enchimento (40%).

Mas o mesmo não aconteceu com os outros fatores, quando combinados com a Densidade de

Enchimento. A influência da Orientação de Enchimento na Tensão de Cedência e no Módulo de

Elasticidade foi mais pronunciada para a menor Densidade de Enchimento (20%). A influência da

Espessura da Camada na Tensão Máxima, na Tensão de Cedência e no Módulo de Elasticidade foi

também mais acentuada para a menor Densidade de Enchimento (20%), mas na Extensão de Fratura

e na Tenacidade verificou-se o oposto, sendo mais acentuada para a maior Densidade de Enchimento

(60%). Por fim, constatou-se que a Orientação de Enchimento tem uma influência mais expressiva na

Tensão de Cedência, no Módulo de Elasticidade e na Tenacidade, quando a Espessura da Camada é

superior (0.2 mm). Em nenhuma resposta foi possível concluir se existe influência da Temperatura de

Extrusão, quando combinada com a Espessura da Camada ou com a Orientação de Enchimento.

Relativamente aos ensaios de absorção de água, verificou-se a menor quantidade de água absorvida

no caso em que se utilizou a maior Espessura da Camada (0.2 mm) e a menor Temperatura de Extrusão

(200ºC). Nada se pode concluir acerca da Densidade de Enchimento, pois esta foi mantida constante

Page 91: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

75

em todos os casos de estudo. Apesar de se ter variado a Orientação de Enchimento, não foi possível

arranjar provas cientificas que comprovem que uma dada orientação impede mais a absorção de água,

do que a outra. Foram utilizados dois materiais de revestimento, um acrílico e outro à base de

poliuretano, para proteger o PLA contra a absorção de água, e concluiu-se que o de poliuretano

proporcionou a melhor proteção.

Foram utilizados dois métodos para melhorar as propriedades mecânicas. Um consistiu na aplicação

do material de revestimento (neste caso o utilizado foi o de poliuretano), com o propósito de preencher

os espaços vazios deixados pelo processo de impressão, e consequentemente aumentar os valores

das propriedades mecânicas. O outro passou por aumentar a Densidade de Enchimento para o seu

valor máximo (100%). Em ambos os métodos verificou-se um aumento de todas as propriedades

mecânicas. No entanto, a ambos os métodos está inerente um aumento da massa do provete, e um

aumento no tempo necessário para elevar as propriedades. Com base nestes dois critérios, conclui-se

que o melhor método é o de aumentar a Densidade de Enchimento para 100%, pois apresenta o maior

aumento de cada propriedade por cada grama extra no peso final do provete, e apresenta o menor

tempo decorrido até que se verifique o aumento das propriedades.

9.1. Trabalhos Futuros

Em termos de parâmetros de impressão, seria interessante estudar a influência da velocidade de

impressão, para se saber a partir de que magnitude, os movimentos são tão rápidos que afetam a

qualidade da deposição de material, possivelmente prejudicando as ligações entre camadas. Seria

também interessante estudar a influência da espessura da parede, para se perceber qual o valor

mínimo que se poderia ter sem comprometer a integridade física do objeto. Isto é importante, pois por

recomendação do Cura, a velocidade de impressão da parede tem de ser menor do que a da estrutura

de enchimento. Se se conseguir utilizar a uma parede mais fina, reduz-se o tempo de impressão.

É também importante continuar o estudo dos parâmetros utilizados neste trabalho, mas para outros

valores. Como mencionado anteriormente, é difícil extrapolar resultados, pois existem muitos

fenómenos que podem ser desconhecidos, fazendo com que as relações obtidas deixem de ser válidas.

Poder-se-ia então estudar valores de Espessura da Camada superiores a 0.2 mm e inferiores a 0.1

mm, para se verificar se as relações entre este fator e as respostas se mantêm ou não. Seria também

interessante saber até que ponto se pode baixar a Temperatura de Extrusão, sem que as propriedades

mecânicas sejam muito afetadas. Quanto mais baixa se conseguir ter a Temperatura de Extrusão,

menos energia e tempo se gasta. No entanto, é necessário também ter em atenção que se a

Temperatura de Extrusão for muito baixa, o material fica com dificuldades em passar pelo nozzle. É

preciso arranjar um ponto ótimo.

Existem muitos outros materiais de revestimento que poderiam ter sido utilizados. Poder-se-ia então

tentar encontrar um que proteja ainda mais contra a absorção de água, e que promova ainda melhores

propriedades mecânicas, que compensem o peso extra e o tempo de processamento.

Page 92: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

76

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80

Anexo A: Desenhos Técnicos dos Provetes

Figura 47 - Desenho Técnico do Provete do Ensaio de Tração Uniaxial

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81

Figura 48 - Desenho Técnico do Provete do Ensaio de Impacto de Charpy

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82

Figura 49 - Desenho Técnico do Provete dos Ensaios de Absorção de Água e Compressão

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83

Anexo B: Tabela de Distribuição-F

Figura 50 - Tabela de Distribuição-F para α = 0.05

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84

Anexo C: Dados Experimentais

σmax [MPa] εf [%]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

1 20.420 20.769 20.930 3.324 3.592 3.085

2 18.269 18.364 20.642 3.211 3.310 3.559

3 20.202 20.184 20.224 3.876 4.260 4.355

4 17.997 17.316 17.688 4.340 4.252 4.601

5 24.806 21.657 21.432 3.942 3.547 3.287

6 19.828 19.954 19.602 3.804 3.339 3.917

7 21.431 21.358 21.280 4.390 4.431 4.182

8 17.408 18.900 18.303 4.145 4.076 4.987

9 23.648 24.196 24.698 3.816 4.499 3.926

10 21.412 23.588 22.045 4.534 4.646 4.661

11 21.360 17.969 20.414 4.584 4.655 4.711

12 22.430 22.715 21.572 4.431 4.412 4.641

13 24.657 25.209 25.050 3.280 3.661 3.603

14 25.549 25.836 27.028 3.345 3.459 3.953

15 25.588 25.538 24.805 4.196 4.703 4.789

16 25.564 23.114 24.287 4.145 4.709 4.512

17 26.269 26.426 25.992 4.189 4.230 4.407

18 26.068 27.822 25.772 4.938 4.941 5.151

19 29.460 29.600 29.240 4.908 4.872 4.829

20 25.208 25.359 25.098 5.831 5.685 5.021

21 29.362 31.608 29.700 4.320 4.221 4.075

22 28.974 28.421 28.602 4.507 4.255 4.582

23 29.051 29.792 29.448 4.585 4.393 4.211

24 27.099 26.645 26.390 4.707 4.727 4.875

Tabela 55 – Valores Experimentais da Tensão Máxima e da Extensão de Fratura Referentes aos Três Ensaios

σced [MPa] E [GPa]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

1 17.096 17.002 17.714 1.045 1.010 1.077

2 14.942 16.271 15.929 0.926 0.915 0.981

3 15.572 15.374 14.999 0.933 0.947 0.919

4 10.285 11.671 10.914 0.727 0.733 0.691

5 16.380 16.792 16.312 1.005 1.015 1.002

6 13.393 14.640 14.395 0.885 0.987 0.903

7 12.912 12.327 13.096 0.861 0.870 0.948

8 12.631 13.604 11.957 0.740 0.840 0.761

9 14.867 13.751 14.844 0.981 0.893 0.971

10 14.271 14.780 15.861 0.956 0.966 0.981

11 16.852 15.954 17.415 1.015 0.975 1.046

12 15.760 14.529 15.252 0.958 0.868 0.915

13 18.439 20.066 18.767 1.141 1.225 1.019

14 19.718 19.973 20.509 1.172 1.173 1.221

Tabela 56 - Valores Experimentais da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade Referentes aos Três Ensaios

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85

σced [MPa] E [GPa]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

15 17.979 17.652 17.650 1.075 1.058 1.060

16 16.137 15.214 16.468 0.963 0.909 0.996

17 19.414 18.212 19.526 1.355 1.116 1.186

18 21.312 21.104 19.424 1.263 1.267 1.159

19 21.163 21.589 20.744 1.246 1.261 1.237

20 16.107 16.583 15.290 0.991 1.047 0.951

21 21.580 20.744 21.617 1.395 1.234 1.317

22 19.640 18.781 19.851 1.198 1.205 1.203

23 21.368 21.956 20.479 1.177 1.210 1.238

24 17.504 17.953 18.099 1.091 1.085 1.107 Tabela 57 - Continuação da Tabela 56

T [J/cm3] EA [J]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

1 0.442 0.475 0.457 0.100 0.100 0.100

2 0.550 0.510 0.532 0.100 0.200 0.100

3 0.626 0.713 0.725 0.100 0.100 0.100

4 0.756 0.774 0.701 0.100 0.100 0.100

5 0.393 0.408 0.385 0.100 0.100 0.100

6 0.495 0.432 0.471 0.100 0.100 0.100

7 0.571 0.630 0.551 0.100 0.100 0.100

8 0.610 0.607 0.622 0.100 0.100 0.100

9 0.596 0.589 0.571 0.100 0.100 0.100

10 0.665 0.649 0.699 0.200 0.100 0.100

11 0.747 0.808 0.793 0.200 0.100 0.100

12 0.896 0.866 0.897 0.100 0.100 0.100

13 0.435 0.527 0.522 0.100 0.100 0.200

14 0.528 0.561 0.508 0.200 0.200 0.100

15 0.634 0.629 0.696 0.100 0.100 0.200

16 0.774 0.727 0.731 0.200 0.100 0.100

17 0.723 0.757 0.797 0.200 0.100 0.200

18 0.804 0.831 0.809 0.200 0.200 0.200

19 0.961 0.957 0.922 0.100 0.100 0.100

20 1.291 1.141 1.137 0.100 0.100 0.100

21 0.714 0.667 0.782 0.200 0.200 0.200

22 0.768 0.770 0.768 0.200 0.100 0.200

23 0.876 0.857 0.811 0.100 0.100 0.100

24 1.096 1.061 1.051 0.100 0.100 0.100

Tabela 58 - Valores Experimentais da Tenacidade e da Energia Absorvida Referentes aos Três Ensaios

100% σmax [MPa] σced [MPa] E [GPa]

Experiencia nº

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

20 55.162 54.478 55.277 23.592 21.691 25.630 1.639 1.640 1.664

21 56.559 59.352 58.640 30.486 28.863 28.127 1.906 1.829 1.729

Tabela 59 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade das Experiências 20 e 21 para uma Densidade de Enchimento de 100%

Page 102: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

86

100% εf [%] T [J/cm3]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

20 7.119 7.443 8.583 2.469 2.490 2.266

21 5.084 6.397 6.841 1.734 1.506 1.638

Tabela 60 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Extensão de Fratura e da Tenacidade das Experiências 20 e 21 para uma Densidade de Enchimento de 100%

Dimensões [mm]

Experiencia nº

Revestimento Ensaio

nº Direção

X Direção

Y Direção

Z Área [mm2]

Volume [mm3]

20

Nenhum

1 10.25 10.30 10.10 105.575 1066.308

2 10.30 10.30 10.05 106.09 1066.205

3 10.35 10.20 10.20 105.57 1076.814

Poliuretano

1 10.30 10.40 10.10 107.120 1081.912

2 10.30 10.30 10.05 106.090 1066.205

3 10.25 10.35 10.15 106.087 1076.788

Acrílico

1 10.25 10.30 10.05 105.575 1061.029

2 10.30 10.25 10.10 105.575 1066.308

3 10.35 10.35 10.05 107.122 1076.581

21

Nenhum

1 10.25 10.25 10.00 105.062 1050.625

2 10.25 10.20 10.00 104.550 1045.500

3 10.25 10.25 10.00 105.062 1050.625

Poliuretano

1 10.30 10.25 10.00 105.575 1055.750

2 10.30 10.25 10.00 105.575 1055.750

3 10.30 10.25 10,05 105.575 1061.029

Acrílico

1 10.25 10.30 10.00 105.575 1055.750

2 10.30 10.30 10.00 106.090 1060.900

3 10.30 10.30 10.00 106.090 1060.900 Tabela 62 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) das Dimensões, da Área e do Volume dos Cubos

Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Com e Sem Revestimento

20 Massa [g]

Revestimento Nenhum Poliuretano Acrílico

Tempo Imersão

[min.]

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

0 0.9638 0.9715 0.9589 0.9979 0.9877 0.9915 1.0253 1.0178 1.0177

30 0.9644 0.9723 0.9599 0.9981 0.9880 0.9918 1.0259 1.0183 1.0181

60 0.9649 0.9725 0.9602 0.9983 0.9882 0.9919 1.0262 1.0187 1.0185

90 0.9650 0.9728 0.9604 0.9984 0.9883 0.9920 1.0264 1.0190 1.0187

120 0.9652 0.9731 0.9605 0.9985 0.9884 0.9921 1.0266 1.0191 1.0190

150 0.9653 0.9732 0.9605 0.9986 0.9886 0.9922 1.0267 1.0192 1.0191

180 0.9653 0.9732 0.9607 0.9987 0.9887 0.9923 1.0268 1.0194 1.0192

210 0.9654 0.9733 0.9608 0.9987 0.9887 0.9923 1.0269 1.0194 1.0193

240 0.9655 0.9733 0.9609 0.9988 0.9888 0.9924 1.0270 1.0195 1.0193 Tabela 63 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Evolução das Massas Com o Tempo dos Cubos

Referentes à Experiência 20 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento

Massa [g]

Experiencia nº

Densidade de Enchimento [%]

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Média

20 60 2.7073 2.7824 2.6990 2.730

100 3.5676 3.4872 3.4925 3.516

21 60 2.8880 2.9216 2.8688 2.893

100 3.6292 3.5483 3.5646 3.581

Tabela 61 - Valores Experimentais das Massas dos Provetes Referentes às Experiências 20 e 21 para Densidades de Enchimento de 60% e 100%

Page 103: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

87

20 Massa [g]

Revestimento Nenhum Poliuretano Acrílico

Tempo Imersão

[min.]

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

300 0.9656 0.9734 0.9610 0.9988 0.9888 0.9925 1.0271 1.0196 1.0194

360 0.9657 0.9734 0.9610 0.9989 0.9889 0.9925 1.0272 1.0197 1.0195

420 0.9657 0.9735 0.9611 0.9989 0.9890 0.9926 1.0273 1.0198 1.0196

480 0.9658 0.9735 0.9612 0.9990 0.9891 0.9926 1.0274 1.0199 1.0197

1920 0.9662 0.9740 0.9615 0.9993 0.9893 0.9929 1.0275 1.0201 1.0199

3360 0.9665 0.9742 0.9618 0.9994 0.9895 0.9931 1.0275 1.0202 1.0201

4800 0.9666 0.9744 0.9620 0.9995 0.9896 0.9932 1.0276 1.0204 1.0202

6240 0.9666 0.9744 0.9621 0.9995 0.9896 0.9932 1.0277 1.0204 1.0202 Tabela 64 - Continuação da Tabela 63

21 Massa [g]

Revestimento Nenhum Poliuretano Acrílico

Tempo Imersão

[min.]

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

0 1.0173 1.0178 1.0009 1.0403 1.0401 1.0492 1.0438 1.0576 1.0555

30 1.0184 1.0180 1.0019 1.0406 1.0403 1.0494 1.0443 1.0582 1.0560

60 1.0186 1.0185 1.0025 1.0408 1.0406 1.0496 1.0447 1.0585 1.0564

90 1.0190 1.0187 1.0027 1.0410 1.0407 1.0497 1.0450 1.0588 1.0568

120 1.0192 1.0188 1.0029 1.0412 1.0408 1.0499 1.0451 1.0590 1.0570

150 1.0193 1.0191 1.0030 1.0413 1.0410 1.0500 1.0452 1.0591 1.0573

180 1.0194 1.0192 1.0031 1.0413 1.0411 1.0501 1.0453 1.0592 1.0574

210 1.0195 1.0195 1.0032 1.0414 1.0412 1.0502 1.0454 1.0593 1.0575

240 1.0198 1.0197 1.0034 1.0414 1.0414 1.0503 1.0456 1.0594 1.0576

300 1.0200 1.0198 1.0035 1.0415 1.0415 1.0505 1.0457 1.0596 1.0577

360 1.0200 1.0200 1.0037 1.0416 1.0415 1.0507 1.0458 1.0597 1.0578

420 1.0201 1.0202 1.0038 1.0417 1.0416 1.0507 1.0459 1.0598 1.0579

480 1.0202 1.0203 1.0040 1.0417 1.0417 1.0508 1.0460 1.0600 1.0580

1920 1.0204 1.0205 1.0042 1.0421 1.0419 1.0512 1.0463 1.0602 1.0581

3360 1.0205 1.0206 1.0043 1.0422 1.0421 1.0514 1.0464 1.0603 1.0582

4800 1.0206 1.0207 1.0045 1.0423 1.0422 1.0515 1.0465 1.0604 1.0583

6240 1.0206 1.0208 1.0045 1.0423 1.0422 1.0516 1.0465 1.0605 1.0583 Tabela 65 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Evolução das Massas Com o Tempo dos Cubos

Referentes à Experiência 21 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento

Poliuretano σmax [MPa] σced [MPa] E [GPa]

Experiencia nº

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

Ensaio 1

Ensaio 2

Ensaio 3

20 30.666 29.296 30.350 17.857 16.997 16.483 1.181 1.007 1.273

21 36.589 35.493 37.034 22.955 22.142 23.278 1.379 1.414 1.404

Tabela 66 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Tensão Máxima, da Tensão de Cedência e do Módulo de Elasticidade das Experiências 20 e 21 para o Revestimento de Poliuretano

Poliuretano εf [%] T [J/cm3]

Experiencia nº Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

20 7.205 7.901 6.303 1.161 1.320 1.686

21 5.914 5.262 5.830 0.822 1.005 0.898

Tabela 67 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) da Extensão de Fratura e da Tenacidade das Experiências 20 e 21 para o Revestimento de Poliuretano

Page 104: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

88

Experiencia nº Revestimento Ensaio nº AP [%] CA [g.cm-2.min-1/2] P [%]

20

Nenhum

1 0.291 1.079×10-4 0.263

2 0.299 1.208×10-4 0.272

3 0.334 1.184×10-4 0.297

Poliuretano

1 0.160 5.583×10-5 0.148

2 0.192 6.925×10-5 0.178

3 0.171 5.415×10-5 0.158

Acrílico

1 0.234 1.066×10-4 0.226

2 0.255 1.115×10-4 0.244

3 0.246 1.102×10-4 0.232

21

Nenhum

1 0.324 1.444×10-4 0.314

2 0.295 1.139×10-4 0.287

3 0.360 1.526×10-4 0.343

Poliuretano

1 0.192 7.675×10-5 0.189

2 0.202 7.497×10-5 0.199

3 0.229 6.826×10-5 0.226

Acrílico

1 0.259 1.090×10-4 0.256

2 0.274 1.147×10-4 0.273

3 0.265 1.403×10-4 0.264 Tabela 68 - Valores Experimentais (dos Três Ensaios) do Aumento de Peso, do Coeficiente de Absorção e da

Porosidade Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Com e Sem Revestimento

Massa [g]

Experiencia nº Revestimento Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Média

20 Nenhum 2.7073 2.7824 2.6990 2.730

Poliuretano 2.8779 2.9800 2.8365 2.898

21 Nenhum 2.8880 2.9216 2.8688 2.893

Poliuretano 3.0466 3.0952 3.0483 3.063

Tabela 69 - Valores Experimentais das Massas dos Provetes Referentes às Experiências 20 e 21 para os Casos Sem Revestimento e Com Revestimento de Poliuretano

Anexo D: Gráficos da ANOVA

60

40

20

3,253,002,752,502,252,001,751,50

DE

220

200

4,44,24,03,83,63,43,23,0

TE

Page 105: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

89

OE TE

45

0

220

200

220

200

65432

EC OE

0,2

0,1

45

0

45

0

5,55,04,54,03,53,02,5

Figura 51 - Verificação das Variâncias para a Tensão Máxima

45

0

4,64,44,24,03,83,63,43,23,0

OE

0,2

0,1

4,34,24,14,03,93,83,73,63,53,4

EC

DE TE

60

40

20

220

200

220

200

220

200

4,03,53,02,52,01,51,00,5

DE OE

60

40

20

45

0

45

0

45

0

54321

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,1

876543210

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

5,55,04,54,03,53,0

Page 106: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

90

Figura 52 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tensão Máxima

60

40

20

2,752,502,252,001,751,50

DE

220

200

3,503,253,002,752,50

TE

45

0

3,63,43,23,02,82,62,42,2

OE

0,2

0,1

3,503,253,002,752,50

EC

DE TE

60

40

20

220

200

220

200

220

200

54321

Page 107: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

91

OE TE

45

0

220

200

220

200

5,55,04,54,03,53,02,52,0

EC OE

0,2

0,1

45

0

45

0

4,54,03,53,02,52,0

Figura 53 - Verificação das Variâncias para a Tensão de Cedência

Figura 54 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tensão de Cedência

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,1

4,54,03,53,02,52,01,51,0

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

4,54,03,53,02,52,0

60

40

20

0,150,140,130,120,110,100,090,08

DE

220

200

0,190,180,170,160,150,140,13

TE

Page 108: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

92

OE TE

45

0

220

200

220

200

0,260,240,220,200,180,160,140,120,10

EC OE

0,2

0,1

45

0

45

0

0,220,200,180,160,140,120,10

Figura 55 - Verificação das Variâncias para o Módulo de Elasticidade

45

0

0,180,170,160,150,140,130,12

OE

0,2

0,1

0,190,180,170,160,150,140,130,12

EC

DE TE

60

40

20

220

200

220

200

220

200

0,250,200,150,100,05

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,1

0,250,200,150,100,05

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

0,240,220,200,180,160,140,120,10

Page 109: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

93

Figura 56 - Verificação do Modelo da ANOVA para o Módulo de Elasticidade

60

40

20

0,700,650,600,550,500,450,40

DE

220

200

0,80,70,60,50,4

TE

0,2

0,1

0,80,70,60,50,4

EC

Page 110: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

94

Figura 57 - Verificação das Variâncias para a Extensão de Fratura

Figura 58 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Extensão de Fratura

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,1

1,00,90,80,70,60,50,40,30,2

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

1,21,11,00,90,80,70,60,50,40,3

60

40

20

0,240,220,200,180,160,140,120,10

DE

220

200

0,240,230,220,210,200,190,180,170,160,15

TE

Page 111: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

95

OE TE

45

0

220

200

220

200

0,300,250,200,150,10

EC OE

0,2

0,1

45

0

45

0

0,300,250,200,150,10

Figura 59 - Verificação das Variâncias para a Tenacidade

45

0

0,220,200,180,160,140,12

OE

0,2

0,1

0,2750,2500,2250,2000,1750,150

EC

DE TE

60

40

20

220

200

220

200

220

200

0,400,350,300,250,200,150,10

DE OE

60

40

20

45

0

45

0

45

0

0,300,250,200,150,100,050,00

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,1

0,300,250,200,150,10

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

0,350,300,250,200,150,10

Page 112: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

96

Figura 60 - Verificação do Modelo da ANOVA para a Tenacidade

60

40

20

0,070,060,050,040,030,020,01

DE

220

200

0,0550,0500,0450,0400,035

TE

If intervals do not overlap, the corresponding stdevs are significantly different.

45

0

0,060,050,040,030,02

OE

0,2

0,1

0,0550,0500,0450,0400,035

EC

DE TE

60

40

20

220

200

220

200

200

0,100,090,080,070,060,050,040,030,020,01

DE OE

60

40

20

0

45

0

0

0,100,090,080,070,060,050,040,030,020,01

Page 113: Estudo da Influência de Parâmetros de Impressão 3D nas … · tecnologia FDM. Em termos de resultados, são determinadas as influências de cada parâmetro em cada propriedade

97

Figura 61 - Verificação das Variâncias para a Energia Absorvida

DE EC

60

40

20

0,2

0,1

0,2

0,1

0,2

0,100,090,080,070,060,050,040,030,020,01

EC TE

0,2

0,1

220

200

220

200

0,070,060,050,040,030,02

OE TE

45

0

220

200

220

200

0,080,070,060,050,040,030,020,01