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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA RENATA ROCHA NOGUEIRA ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR EM UM COMPLEXO QUÍMICO VISANDO SUA OTIMIZAÇÃO Lorena - SP 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

RENATA ROCHA NOGUEIRA

ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR EM UM COMPLEXO QUÍMICO

VISANDO SUA OTIMIZAÇÃO

Lorena - SP

2014

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RENATA ROCHA NOGUEIRA

ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR EM UM COMPLEXO QUÍMICO

VISANDO SUA OTIMIZAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso entregue como

parte do requisito para obtenção do título de

Engenheiro Industrial Químico pela Escola de

Engenharia de Lorena da Universidade de São

Paulo.

Orientador: Dr. Lucrécio Fábio dos Santos

Lorena - SP

2014

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA AFONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Nogueira, Renata Rocha ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR EM UM COMPLEXOQUÍMICO VISANDO SUA OTIMIZAÇÃO / Renata RochaNogueira; orientador Lucrécio Fábio dos Santos. -Lorena, 2014. 53 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaIndustrial Química - Escola de Engenharia de Lorenada Universidade de São Paulo. 2014Orientador: Lucrécio Fábio dos Santos

1. Estudo do sistema de distribuição de vapor deum complexo químico.. 2. Análise dos medidores devazão das linhas de distribuição.. 3. Propostas demelhorias no sistema.. I. Título. II. dos Santos,Lucrécio Fábio, orient.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, José Renato e Maria Aparecida, por acreditarem em mim e me darem amor

incondicional, possibilitando que esta graduação fosse repleta de conquistas.

Ao meu irmão, Rodrigo, que eu tanto amo e que me encorajou durante todos os obstáculos

da minha graduação.

À minha tia Laudelina, que com suas orações teve papel essencial no início da minha

faculdade.

Às minhas amigas que conheci durante os anos da graduação, Andressa Diniz, Beatriz

Freitas, Carolina Marinho, Laura Martins e Mariana Peres, que regaram meus dias com

risadas e intenso crescimento pessoal.

À minha mais nova amiga, Helena Ruiz, por me mostrar que uma grande amizade pode ser

construída em menos de um ano.

Ao time de basquete feminino da Escola de Engenharia de Lorena e à treinadora, Lisa

Antero, por me ensinarem diariamente o real significado da palavra “time” e ainda por me

fazerem acreditar sempre no meu potencial.

Ao professor Lucrécio, por sua orientação impecável, tornando nosso trabalho tranquilo e

repleto de aprendizados técnicos.

A todos meus colegas de trabalho, que acreditaram nas minhas habilidades e me auxiliarem

no meu desenvolvimento pessoal.

A todos que acreditaram em mim e ajudaram na elaboração deste trabalho.

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“A vaidade enlouquece.

A revolta dificulta.

A dor regenera.

A facilidade perturba.

O trabalho educa.

A humildade eleva sempre.”

Chico Xavier

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RESUMO

NOGUEIRA, Renata Rocha. Estudo da distribuição de vapor em um Complexo

Químico visando sua otimização. Lorena. 2014. 53 f. Monografia. Escola de Engenharia

de Lorena da Universidade de São Paulo. Lorena. 2014.

O setor de Energia e Utilidades é responsável por fornecer a energia e as utilidades necessárias para a produção ser efetiva e completa. Uma das utilidades mais requeridas pelas plantas produtivas é o vapor. Diante deste fato, é necessário que a produção de vapor seja monitorada por medidores de vazão. Esta medição além de verificar a quantidade de vapor produzida também controla o consumo das Unidades consumidoras. Monitorar o consumo de vapor é preciso, pois facilita o sistema de rateio dos custos para os processos produtivos da empresa. Foi realizado um levantamento no sistema de distribuição e geração de vapor em um Complexo Químico, localizado no estado de São Paulo, para verificar as possíveis irregularidades, em termos de projeto e manutenção dos medidores de vazão, com vistas a propor melhorias neste sistema. Com esse levantamento, foi possível constatar várias irregularidades, que aumentam o consumo de vapor e elevam o consumo de combustível. Deste modo, foram propostas várias melhorias, tais como: cobertura da caldeira, manutenção da linha de vapor, substituição de purgadores de vapor e instalação de by-pass nos medidores de vazão, a fim de minimizar os custos e dar confiabilidade ao processo.

Palavras-chave: Vapor. Medidor de Vazão. Rateio.

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ABSTRACT

NOGUEIRA, Renata Rocha. Study of steam distribution in a Chemical Complex in

order to have its optimization. Lorena. 2014. 53 p. Monograph. Escola de Engenharia de

Lorena da Universidade de São Paulo. Lorena. 2014.

The Energy and Utilities area is responsible to guarantee the supply of all the energies and utilities to the production to be effective and complete. One of the most required utilities by the productive buildings is the steam. On this fact is needed to monitor the steam production by flow transmitters. This measurement not only presents the quantity of steam produced but also controls this utility consumption. Monitor the steam consumption is necessary, because become easer the apportionment process of the bills to the production processes of the company. It was done one study in the distribution and generation of steam system in a Chemical Complex, in the São Paulo state, to verify possible irregularities, in terms of project and maintenance of flow transmitters, to purpose improvements in this system. With this study, it was possible to find a lot of irregularities that increase the steam and combustible consumption. On this fact, it was suggested a lot of improvements, like: boiler cover, steam pipe maintenance, replacement of steam traps and by-pass installation in the flow transmitters, in order to minimize the costs and give reliability to the process.

Keywords: Steam, Flow Transmitter, Apportionment.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados da Caldeira Aquatubular Compacta ........................................................ 37

Tabela 2 - Levantamento dos medidores de vazão das linhas de vapor .............................. 47

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Purgadores de vapor ......................................................................................... 25

Quadro 2 - Medidores de vazão mais usados ..................................................................... 32

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Caldeira flamotubular de tubos horizontais ........................................................ 17

Figura 2 - Caldeira flamotubular de tubos verticais ............................................................ 17

Figura 3 - Caldeira aquatubular ........................................................................................... 18

Figura 4 - Estação Redutora de Pressão (ERP) .................................................................... 34

Figura 5 - Representação da distribuição de vapor no site estudado ................................... 36

Figura 6 - Vista parcial da caldeira ...................................................................................... 38

Figura 7 - Vista parcial da turbina ....................................................................................... 39

Figura 8 - Vista parcial do medidor de vazão ...................................................................... 41

Figura 9 - Vista parcial do medidor de vazão ...................................................................... 42

Figura 10 - Vista parcial da tubulação de vapor de 20 bar revestida com lã de rocha ........ 44

Figura 11 - Vista parcial da tubulação de vapor de 6 bar revestido com silicato de cálcio . 44

Figura 12 - Relação dos purgadores analisados ................................................................... 46

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 15

2.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 15

2.2. Objetivo Específico ............................................................................................... 15

3. REVISÃO BIBLIGRÁFICA ..................................................................................... 16

3.1. Caldeiras ................................................................................................................ 16

3.1.1. Tipos de Caldeiras ......................................................................................... 16

3.1.2. Conceitos termodinâmicos relacionados às caldeiras .................................... 18

3.1.3. Classificação de caldeiras .............................................................................. 19

3.1.4. Componentes básicos da caldeira .................................................................. 19

3.1.5. Inspeção e Manutenção .................................................................................. 20

3.2. Cogeração .............................................................................................................. 21

3.3. Turbina a vapor ..................................................................................................... 21

3.4. Características de uma tubulação de vapor ........................................................... 22

3.4.1. Materiais usados nas tubulações de vapor ..................................................... 22

3.4.2. Formação de Condensado .............................................................................. 23

3.4.3. Purgadores de vapor ....................................................................................... 23

3.4.4. Tipos de purgadores de vapor ........................................................................ 24

3.4.5. Isolamento térmico da tubulação de vapor .................................................... 27

3.4.6. Cobertura de alumínio do isolamento térmico ............................................... 28

3.5. Medidor de vazão .................................................................................................. 28

3.5.1. Medidores volumétricos ................................................................................ 29

3.5.2. Medidores de vazão instantânea .................................................................... 29

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3.6. Seleção de um medidor de vazão .......................................................................... 31

3.7. Posição do medidor na tubulação .......................................................................... 32

3.8. Derivação na linha ................................................................................................. 33

4. METODOLOGIA ....................................................................................................... 35

4.1. Características do sistema de produção de vapor do Complexo Químico ............ 35

4.2. Vapor distribuído a trinta e cinco bar .................................................................... 37

4.3. Cogeração no sistema estudado ............................................................................ 39

4.4. Características das linhas de vapor seis e vinte bar ............................................... 40

4.5. Purgadores do sistema estudado ............................................................................ 40

4.6. Isolamento térmico das linhas de vapor ................................................................ 40

4.7. Medidores de vazão nas linhas de seis bar e vinte bar .......................................... 41

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 43

5.1. Caldeira ................................................................................................................. 43

5.2. Linhas de 6 e 20 bar .............................................................................................. 43

5.2.1. Purgadores ..................................................................................................... 45

5.3. Levantamento dos medidores de vazão das linhas de 6 e 20 bar .......................... 46

6. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 51

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, os Complexos Industriais têm aumentado consideravelmente suas

produções, visando obter mais lucros com a venda de seus produtos e menos gastos no

momento da confecção destes. Com as indústrias químicas não é diferente. A busca

incessante por novas tecnologias ambientalmente corretas e que conferem ao processo uma

alta confiabilidade mostra que os industriários não estão mais preocupados somente com

resultados, mas também têm olhado a produção de um determinado produto como um

todo, desde o fornecimento de uma utilidade para funcionamento do equipamento, até o

consumo final do produto.

“Diminuir gastos” são as duas palavras mais usadas nas empresas. E como foi

mencionado, estas estudam os diversos setores que compõem um processo produtivo para

encontrar meios de gastar sempre menos e produzir mais. Dentro deste cenário, as atenções

também são direcionadas à área de Energias e Utilidades. Este setor é o responsável por

fornecer para todo o Complexo Industrial as energias e as utilidades (como exemplo:

energia elétrica, água desmineralizada, água industrial, água potável, vapor, ar comprimido

e gás nitrogênio) para garantir o correto funcionamento da produção. Apesar de esta área

não ter impacto direto na confecção de um material, ela é crucial para que o processo

ocorra satisfatoriamente.

Pensando na redução de gastos, a área de Energias e Utilidades também deve ter sua

participação neste tipo de economia. No entanto, ela encontra dificuldades para atuar,

principalmente pelo fato de ter que inovar constantemente em sua produção energética,

monitorando o fornecimento de utilidades e o consumo destas. Logo, neste trabalho, foi

estudado o processo de distribuição de vapor para propor melhorias neste sistema.

Segundo Gonçalves (2005), o vapor pode ser utilizado em diferentes processos dentro

de uma indústria, tais como: limpeza e aquecimento de equipamentos, aquecimento de

tubulações ou camisas de reatores e, ainda, para acionar uma turbina. Devido o vapor ter

um uso bem amplo, é preciso que ele seja devidamente monitorado, desde sua produção até

seu destino final. Na monografia em questão, foram estudadas as duas linhas principais de

vapor dentro de um Complexo Químico, localizado no interior do estado de São Paulo. As

pressões das linhas são distintas: vinte bar e seis bar. Cada planta produtiva dentro do

Complexo Químico é suprida por uma linha de vapor. Há casos em que as duas linhas de

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vapor atendem uma única planta. Diante deste fato, é extremamente importante fazer o

controle do consumo de vapor. Faz-se necessário, então, a presença de medidores de vazão

nas tubulações.

Neste trabalho, ainda foi estudado o impacto que os medidores de vazão têm no

controle da distribuição do vapor. Foi avaliada a importância destes instrumentos para

realizar o processo de rateio, atividade desenvolvida pela área de Energias e Utilidades, na

qual é alocado a cada planta produtiva o custo equivalente ao seu consumo de vapor. Neste

ponto foi possível discutir oportunidades de contenção de gastos, aplicando um sistema

eficiente de monitoramento do consumo de vapor.

É importante salientar que este trabalho foi feito com o acompanhamento de um

instrumentista da área de Energias e Utilidades. Este colaborador é essencial neste

processo, pois ele tem os conhecimentos necessários para efetuar uma correta avaliação

dos medidores de vazão. Feito este levantamento, foi averiguado o impacto que uma

medição inadequada pode ter no processo de rateio.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Este trabalho visa realizar um estudo do sistema de distribuição de vapor de um

Complexo Químico, localizado na região do Vale do Paraíba.

2.2. Objetivo Específico

Avaliar o sistema de distribuição de vapor;

Explorar os locais onde estão instalados os medidores de vazão;

Avaliar as condições dos medidores;

Propor melhorias no sistema, para redução de custos.

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3. REVISÃO BIBLIGRÁFICA

3.1. Caldeiras

Caldeiras são equipamentos que produzem vapor de água. O processo de geração de

vapor acontece basicamente pela alimentação da caldeira com água, tratada de acordo com

a especificação do equipamento, e no seu interior ocorre o processo de evaporação por

conta do aquecimento da caldeira (fornalha) com algum tipo de combustível.

Segundo Gonçalves (2005), o vapor gerado é aplicado em diversos processos dentro

das indústrias como: aquecimento de máquinas, tubulações ou camisas de reatores, para

fazer inertização ou limpeza de equipamentos e ainda para colocar em operação uma

turbina.

3.1.1. Tipos de Caldeiras

De acordo com Oddone (2001), existem dois tipos de caldeiras: as flamotubulares e as

aquatubulares.

Flamotubulares: nestas caldeiras a água que se transforma em vapor percorre a área ao

redor dos tubos e os gases de combustão circulam pelo interior destes. Os tubos podem ser

construídos de maneira horizontal ou vertical, conforme mostram as Figuras 1 e 2,

respectivamente.

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Figura 1 - Caldeira flamotubular de tubos horizontais

Fonte: Google Imagens (2014a)

Figura 2 - Caldeira flamotubular de tubos verticais

Fonte: Google Imagens (2014b)

Tubos com gases de

combustão

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Aquatubulares: nestas caldeiras a água percorre o interior dos tubos e os gases de

combustão, gerados na fornalha, passam pelo exterior dos tubos, conforme mostra a Figura

3. A capacidade produtiva das caldeiras aquatubulares é maior que das flamotubulares,

pois possuem maior área de troca térmica.

Figura 3 - Caldeira aquatubular

Fonte: Google Imagens (2014c)

3.1.2. Conceitos termodinâmicos relacionados às caldeiras

Segundo Altafini (2002), quando é iniciada a produção de vapor em uma dada caldeira,

através da queima do combustível e consequentemente pelos gases de combustão, todo o

calor fornecido para a água é usado para elevar sua temperatura. A este calor, usado para

modificar a temperatura da água é dado o nome de calor sensível.

Na caldeira, por ser um equipamento rígido, à medida que o calor é transferido à água,

a temperatura se eleva e paralelamente a pressão aumenta.

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Ainda segundo Altafini (2002), na temperatura de saturação, inicia-se a geração de

vapor com uma intensidade alta e o calor transferido a água é usado para mudança de

estado. Este fato ocorre à pressão e temperatura constantes. O calor que corresponde à

mudança de fase da água é chamado de calor latente.

Caso o vapor, resultante da vaporização, tiver qualidade 100%, seu título é um e este

fluido é chamado de vapor saturado seco. Se a este vapor for fornecido calor, ele terá sua

temperatura aumentada e ocasionará o seu superaquecimento (vapor superaquecido).

3.1.3. Classificação de caldeiras

Com base na NR 13 (Norma Regulamentadora 13: Caldeiras, Vasos de Pressão e

Tubulações - 2014), de acordo com a pressão as caldeiras podem ser classificadas de três

categorias:

- Caldeiras da categoria A: a pressão de operação do equipamento é igual ou superior a

1960 kPa (19,60 bar);

- Caldeiras da categoria C: a pressão de operação é igual ou inferior a 588 kPa (5,88

bar) e volume inferior a 100 litros;

- Caldeiras da categoria B: aquelas que não se enquadram nem na categoria A e nem na

C.

3.1.4. Componentes básicos da caldeira

Ainda segundo a NR 13 (2014), todas as caldeiras devem atender às seguintes

recomendações:

- A válvula de segurança deve ter uma pressão de abertura ajustada igual ou inferior a

pressão máxima de trabalho admissível (PMTA), levando-se em consideração os requisitos

do código de projeto e tolerâncias de calibração;

- Possuir um instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;

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- Conter um injetor ou outro sistema de alimentação de água, independente do

principal, para evitar o superaquecimento da caldeira;

- Possuir sistema de dreno rápido de água em caldeiras de recuperação de álcalis;

- Controle de nível automatizado que intertrave o sistema, caso haja superaquecimento.

- Toda e qualquer caldeira deve conter, em seu corpo, de maneira visível e de fácil

acesso, placa de identificação com: nome do fabricante, número de ordem dado pelo

fabricante da caldeira, ano de fabricação, pressão máxima de trabalho admissível, pressão

de teste hidrostático de fabricação, capacidade de produção de vapor, área de superfície de

aquecimento, código de projeto e ano de edição.

3.1.5. Inspeção e Manutenção

Conforme se encontra na NR 13 (2014), as caldeiras devem ser inspecionadas de três

formas: inicialmente, periódica e extraordinária.

A inspeção de segurança inicial deve ser realizada em caldeiras novas, antes de sua

partida (start up). Este procedimento normalmente é realizado no fabricante.

No caso da inspeção de segurança periódica, a qual compreende avaliações interna e

externa, tem alguns prazos a serem seguidos, a saber:

- Doze meses para as caldeiras A, B e C;

- Quinze meses para caldeiras de recuperação de álcalis e;

- Vinte quatro meses para caldeiras da categoria A, tendo sido testadas as pressões de

abertura das válvulas de segurança aos doze meses.

Por fim, a inspeção de segurança extraordinária precisa ser feita conforme a seguir:

- Quando a caldeira for danificada por acidente ou por outro motivo, que coloque em

risco a segurança do equipamento;

- Sempre que a caldeira sofrer alguma manutenção relevante e que, portanto possa

comprometer suas condições de segurança;

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- Antes de a caldeira ser colocada em funcionamento novamente, se tiver permanecido

inativa por mais de seis meses e;

- Quando acontecer modificação no local de instalação da caldeira.

3.2. Cogeração

Conforme Silva (2003), cogeração é uma tecnologia energética que tem como base

sistemas térmicos; caldeira é um exemplo. Estes sistemas irão produzir o vapor e a energia

térmica resultante será transformada em eletricidade, utilizada posteriormente pela

empresa.

Silva (2003) ainda afirma que este processo proporciona uma redução significativa nos

custos de energia, pois a energia elétrica consumida de uma fornecedora externa é mais

cara que a produzida pela cogeração.

3.3. Turbina a vapor

Um dos equipamentos usados na cogeração é a turbina a vapor. Alcântara (2012)

reporta que este equipamento pode ser configurado das seguintes maneiras:

Contrapressão: esta configuração possibilita a obtenção de vapor que terá diversas

utilidades. Neste caso, a pressão atmosférica é menor do que a pressão do vapor de saída

da turbina

Extração/Condensação: a pressão atmosférica, neste caso, é maior que a pressão do

vapor que sai da turbina.

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3.4. Características de uma tubulação de vapor

Baseado nas ideias de Daumichen (1975), citado por Pederiva e Mattioni (2013), uma

linha que transporta vapor precisa ser dimensionada conforme a perda de carga e a vazão

do fluido. Deve-se levar em consideração também o diâmetro da tubulação, pois este terá

impacto direto na velocidade de escoamento do fluido.

Para Makarenko (1975), citado por Pederiva e Mattioni (2013), o vapor que percorre a

tubulação sofre condensação. Isto acontece por perdas de calor por radiação. Diante deste

fato, é necessário que este condensado seja extraído da tubulação, o que se consegue com

um bom dimensionamento da linha de distribuição. Uma maneira simples de remover este

fluido condensado é garantir que a tubulação de vapor esteja no mínimo 0,5% inclinada no

sentido do fluxo de vapor.

A drenagem do condensado formado na linha de vapor pode ser realizada pela

instalação de purgadores de vapor na tubulação. Para Sarco (2005), escolher um purgador

de maneira correta não é garantia de que o condensado será drenado de forma eficaz da

linha. Para tanto, deve-se combinar vários quesitos para se obter um bom dimensionamento

de uma tubulação de vapor.

Uma forma de diminuir a condensação em uma linha de vapor é a presença de

isolamento térmico. Para Zattoni (2008), citado por Pederiva e Mattioni (2013), além deste

benefício de não haver tanta perda de calor para o meio externo, o isolamento térmico

ainda contribui para a segurança em termos de proteção pessoal.

3.4.1. Materiais usados nas tubulações de vapor

Pederiva e Mattioni (2013) explicam que o aço-carbono é o material mais usado para

confeccionar tubulações industriais, excetuando-se situações específicas. Este material

oferece baixo custo, é de fácil conformação e tem boas qualidades mecânicas. Os tubos de

aço-carbono podem ser utilizados para transporte de água, vapor, condensado, ar

comprimido, óleo, gases e fluidos pouco corrosivos, desde temperaturas baixíssimas (-

45ºC) e sob quaisquer pressões.

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Makarenko (1975) explica que as tubulações feitas de aço, usadas para transporte de

vapor, são fabricadas em diâmetros nominais e a unidade de medida é normalmente em

polegadas.

3.4.2. Formação de Condensado

De acordo com Serra (2006), a tubulação de vapor tende a perde energia para o

ambiente, e esta situação favorece a formação de condensado na linha. Este condensado

formado necessita ser drenado, fato que se consegue com inclinação da linha de

distribuição de vapor e instalação de purgadores de vapor.

É sabido que o condensado é água desmineralizada que alimentou a caldeira,

transformou-se em vapor e se liquefez. Portanto, a presença de uma linha de retorno de

condensado para a caldeira confere ao sistema maior eficiência energética.

Como Costa (2006) deixa claro, há diferença entra a qualidade da água que alimenta a

caldeira e a água presente na linha de retorno de condensado. No entanto, mesmo que seja

preciso tratar este condensado, é mais viável do que produzir água desmineralizada.

3.4.3. Purgadores de vapor

Segundo Marques (2012), purgadores de vapor são dispositivos responsáveis por

separar o vapor do condensado formado na tubulação. Estes dispositivos têm ainda a

finalidade de eliminar o condensado da linha para que este não se acumule no sistema e

não comprometa a vazão de vapor e a própria linha de distribuição.

Marques (2012) ainda explica que um purgador que funciona de maneira certa

permanece fechado enquanto o vapor passa por ele, no entanto, na presença de

condensado, o equipamento é aberto para fazer a drenagem de forma correta.

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3.4.4. Tipos de purgadores de vapor

Segundo Ferreira (2009), explica que os purgadores de vapor podem ser classificados

em três grupos diferentes:

- Purgadores mecânicos: este tipo de purgador age por diferença de densidade.

Exemplos: Purgadores de bóia, de panela invertida, de panela aberta;

- Purgadores termostáticos: são aqueles que agem por diferença de temperatura.

Exemplos: Purgadores de expansão metálica, de expansão líquida e de expansão

balanceada;

- Purgadores especiais: purgadores termodinâmicos e de impulso.

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Os purgadores citados estão no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1 - Purgadores de vapor

Tipo de purgador Figura

Mecânico

Termostático

Termodinâmico

Fonte: TLV, 2014

Ainda segundo Ferreira (2009), existem alguns tipos de purgadores que são mais

utilizados. O purgador de bóia é um destes, e ele é formado por uma entrada de vapor e

uma saída de condensado. Na saída do condensado há uma bóia, quando o purgador está

repleto de condensado, a bóia flutua e faz a válvula se abrir para drenar o fluido. Este tipo

de purgador não é muito sensível as variações de pressão e vazão de vapor. E ainda,

dependendo da quantidade de condensado drenada, pode-se fazer uma descarga contínua e

uma descontínua.

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Já o purgador de panela invertida, frequentemente usado em tubulações de vapor,

dentro do local onde entra o vapor e sai o condensado há uma panela com o fundo para

cima, a qual comanda a válvula de dreno de condensado. Este purgador tem a necessidade

de estar escorvado para iniciar sua operação.

O purgador de expansão metálica é composto por um conjunto de lâminas bimetálicas,

as quais por terem coeficientes de dilatação diferentes, curvam-se com o aquecimento.

Já no purgador termostático existe uma caixa que contém em seu interior um fole que

comanda a válvula de saída do condensado. No fole há um líquido com ponto de ebulição

menor que o da água. Este tipo de purgador não deve ser empregado para dreno de vapor

superaquecido.

Por último, o purgador termodinâmico. Neste equipamento há apenas uma peça móvel

(disco) que abre ou fecha, sincronizada com a entrada e saída de vapor no aparelho. Este

tipo de purgador é empregado de maneira significativa em linhas de vapor, pois é simples e

demanda pouca manutenção.

Diante destes tipos de purgadores, Ferreira (2009) diz que é importante saber quais os

pontos deve-se atentar para a escolha adequada de um purgador:

- Finalidade do purgador de vapor e natureza da instalação;

- Pressão e temperatura do vapor em contato com o purgador;

- Descarga do condensado: para uma linha de retorno de condensado ou para a atmosfera;

- Quantidade de condensado eliminada;

- Deve haver ou não descarga contínua e rápida;

- Perda de vapor vivo;

- Quantidade de outros gases e ar no vapor;

- Golpes de aríete na tubulação;

- Corrosão ou erosão realizada pelo vapor ou condensada;

- Facilidades de manutenção;

- Custo.

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3.4.5. Isolamento térmico da tubulação de vapor

Para Zattoni (2008), citado por Pederiva e Mattioni (2013), o isolamento térmico de

uma dada tubulação tem como objetivo primordial conservar a energia nas linhas que

trabalham em baixa ou alta temperatura.

Pagy (1975), citado por Pederiva e Mattioni (2013), explica que o condensado,

formado na tubulação de vapor, está intimamente ligado com o isolamento térmico e ainda

impacta diretamente na eficiência do sistema. Isto porque a presença de isolamento térmico

na linha de vapor garante uma diminuição da perda de energia ao longo da tubulação,

evitando uma alta condensação de vapor.

Telles (1987), citado por Pederiva e Mattioni (2013) comenta quais os fatores que se

deve levar em consideração para escolha de um isolamento térmico adequado para uma

tubulação de vapor: diâmetro da linha e temperatura do fluido.

Nogueira (2005), citado por Mattioni (2013) diz quais os isolantes mais utilizados:

- Refletivos: possuem grande poder refletor de ondas de calor;

- Fibrosos: lãs de rocha, de escória e de vidro, abesto, feltro e madeira. Estes não

proporcionam condução e convecção;

- Granulares: silicato de cálcio, magnésia, diatomita, e a cortiça. Prendem o ar,

dificultando seu movimento;

- Celulares: espumas de borracha, de vidro, plásticas e o aerogel de sílica. Constituídos

por poros impermeáveis.

Independente da escolha do isolante térmico este deve ser protegido contra intempéries

por uma cobertura de alumínio, que pode ser corrugado ou liso.

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3.4.6. Cobertura de alumínio do isolamento térmico

De acordo com Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o alumínio é um material

amplamente usado pela sociedade atualmente por possuir características químicas e físicas

que lhe conferem versatilidade.

Na aplicação de cobertura do isolante térmico de uma tubulação de vapor, aproveitam-

se duas propriedades do alumínio: característica de barreira e baixa emissividade

(capacidade de emitir radiação eletromagnética).

Em relação à primeira característica, o alumínio consegue barrar a luz, é impermeável à

ação da umidade e do oxigênio.

Quanto a baixa emissividade do alumínio, torna-se possível utilizar este material em

tubulações de vapor fazendo com que a energia que está dentro da linha seja conservada.

Além destas características o alumínio é um material de baixo custo e de fácil

conformação.

3.5. Medidor de vazão

A Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10396: Medidores de vazão de

fluidos (ABNT 1988), define medidor de vazão como um “Instrumento usado para medir a

quantidade de fluido que escoa em um determinado elemento condutor na unidade de

tempo.”.

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3.5.1. Medidores volumétricos

Ainda conforme a NBR 10396: Medidores de vazão de fluidos (ABNT 1988),

medidores volumétricos são instrumentos que medem a quantidade de fluido que passa por

eles, ao encher e esvaziar uma câmara de volume pré-estabelecido.

Medidor de diafragma: este tipo de medidor move a parede da câmara a partir

de quantidades específicas de fluido;

Medidor de palheta: a mobilidade das palhetas do rotor move a porção

determinada de fluido;

Medidor de pistão rotativo: o fluido que passa por este medidor é movido de

maneira excêntrica por um cilindro;

Medidor de pistão recíproco: em uma câmara de capacidade pré-estabelecida

um ou mais pistões se movem;

Medidor de multirrotor: movendo quantidade pré-estabelecida de volume dois

ou mais rotores deslocam-se de forma sincronizada;

Medidor de disco de nutação: um volume de fluido pré-estabelecido é movido

por um disco com movimento mutante;

Medidor semi-submerso: as câmaras do rotor movem porções definidas de

volume de gás, estando semi-submerso em líquido selante.

3.5.2. Medidores de vazão instantânea

A NBR 10396: Medidores de vazão de fluidos (ABNT 1988),determina também que

medidores de vazão instantânea são aqueles que geram uma indicação instantânea que

equivale proporcionalmente à variação de vazão. Neste medidor, o fluido passa de maneira

contínua.

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Medidor de pressão diferencial: a vazão neste caso é calculada a partir de uma

diferença de pressão criada dentro da tubulação, levando-se em consideração as

características da linha e do fluido que nela percorre;

Medidor de área variável: uma peça que possui mobilidade, instalada em algum

local da tubulação de seção variável, fornece a vazão quando está em sua

posição de equilíbrio;

Medidor de velocidade: o elemento primário está imerso em um fluido, e a

vazão é medida devido a rotação que este elemento sofre por causa do

escoamento do material dentro da tubulação;

Medidor de canal aberto: a vazão é medida baseada na variação de nível de

fluido dentro da tubulação;

Medidor de força: a força exercida pelo fluido em um dispositivo dentro da

linha é comparada a vazão;

Medidor de vórtice: os vórtices formados dentro do fluido são relacionados à

vazão;

Medidor térmico: os princípios da transferência de calor são usados para

fornecer a vazão do fluido;

Medidor ultra-sônico: a quantidade de ondas ultra-sônicas é comparada à vazão

do fluido;

Medidor eletromagnético: um fluido condutor se desloca de forma

perpendicular por um campo magnético. Uma força eletromotriz é induzida e

esta é proporcional à velocidade com que o fluido percorre a linha;

Medidor coriolis: o fluido sofre, ao mesmo tempo, movimentos de translação e

rotação. Estes conferem ao fluido uma aceleração adicional, gerando uma força

dependente da vazão em massa.

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3.6. Seleção de um medidor de vazão

De acordo com Ribeiro (2003), para realizar uma escolha adequada de qual medidor de

vazão se usar em uma tubulação, deve-se atentar para vários aspectos que envolvem o

sistema, o que torna esta tarefa bem difícil e complexa.

Segundo Ribeiro (2003), os parâmetros que devem ser levados em conta no momento

da seleção do melhor medidor para uma dada tubulação são:

- Vazão da linha: tamanho da tubulação, a faixa de medição de vazão mínima, máxima

e nominal, a precisão que se necessita, função do instrumento, responsabilidade e

integridade do medidor, o tipo de vazão, as características e qual o fluido medido e efeitos

de corrosão do fluido;

- Custo: Dimensionamento, instalação do medidor, transmissor pneumático, eletrônico,

convencional ou inteligente, tomada do transmissor à tubulação, escala do medidor

receptor, trecho retificado na linha;

- Função: qual a finalidade da medição, indicação instantânea, registro para consulta

posterior ou para verificação, controle contínuo ou descontínuo, no local ou por meio de

remotas;

- Desempenho: precisão (exemplo: rangeabilidade) e exatidão (exemplo: calibração) do

medidor;

- Geometria: projeto da tubulação na qual será instalado o medidor, se esta é fechada,

esteira, canal aberto ou retilíneo;

- Instalação: análise da linha para verificar as condições de instalação do medidor;

- Faixa de medição: faixa máxima e mínima de medição, largura da faixa, condições de

pressão estática e a temperatura do fluido na linha;

- Fluido: propriedades químicas e físicas do fluido medido;

- Perda de carga: queda na pressão provocada pelo medidor na pressão estática da

tubulação;

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- Tecnologia: relacionada à manutenção, tradição e quantidade de peças para serem

repostas.

Diante destes quesitos, conclui-se que não há um medidor ideal, isto é, um medidor que

pode ser aplicado em quaisquer situações. A combinação de mais de um parâmetro, levará

à seleção do instrumento mais apropriado.

Dentre os medidores de vazão mais usados atualmente estão o gerador de vórtices de

Von Karmann e o mássico Coriolis, os quais podem ser vistos no Quadro 2. Este último

possui custo muito mais elevado do que os outros medidores em geral, no entanto, dependo

de sua aplicação, conferirá uma medição mais precisa.

Quadro 2 - Medidores de vazão mais usados

Medidor Figura

Mássico

Vórtex

Fonte: ECR, 1993

3.7. Posição do medidor na tubulação

Ribeiro (2003) afirma que se devem levar em conta algumas recomendações para

instalação do medidor de vazão de vapor em qualquer ponto da tubulação, como

manipulação futura do instrumento.

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De acordo com o Manual de Operação e Instalação da Incontrol® Intelligent control

(2010), deve-se seguir as orientações abaixo para uma correta instalação de medidor de

vazão:

- O instrumento deve ser instalado em um ponto da linha na qual fique preenchido

constantemente com o fluido medido;

- Deve haver um trecho reto de tubo em ambos os lados do medidor;

- Instalar o instrumento distante de qualquer bomba ou fluxo pulsante;

- Não colocá-lo exposto a intempéries;

- Não instalá-lo onde há interferência eletromagnética ou atmosfera corrosiva.

3.8. Derivação na linha

Como mostrado no site da empresa especializada em vapor (TLV), em ramais

principais de distribuição de vapor, usualmente são instaladas estações redutoras de

pressão (ERP). Isso normalmente ocorre para reduzir a pressão de acordo com a demanda

da Unidade consumidora. Um esquema de uma ERP é apresentado na Figura 4.

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Figura 4 - Estação Redutora de Pressão (ERP)

Fonte: TLV, 2014

Sistema semelhante ao que foi representado na Figura 4 é recomendável no momento

da instalação de medidores de vazão. Isso possibilita a remoção do instrumento para

efetuar calibrações periódicas, necessárias para manter a eficiência nas medições.

By-pass Tubulação principal de

vapor

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4. METODOLOGIA

O método de pesquisa adotado no presente trabalho foi um estudo de caso, realizado

em um Complexo Químico, localizado na região do Vale do Paraíba. O foco foi o sistema

de geração de vapor, com ênfase nas linhas de distribuição e nos medidores de vazão de

vapor.

4.1. Características do sistema de produção de vapor do Complexo Químico

A caldeira responsável pela produção de vapor do Complexo Químico em questão é do

tipo aquatubular e produz vapor superaquecido a trinta e cinco bar de pressão (R1). A linha

principal de vapor possui dois ramais:

R2 (Tubulação de vapor a vinte bar de pressão);

R3 (Tubulação de vapor a seis bar de pressão).

R2 e R3 derivam de R1 e atendem às demandas das plantas produtivas. Dependendo da

demanda do processo do prédio, a ele é fornecido vapor apenas por um ramal, ou pelos

dois. Isto ocorre, pois no site estudado, existem mais de dez prédios produtivos e, portanto

há uma grande variedade de produções (exemplo: dispersões plásticas, tintas, defensivos

agrícolas, entre outros). A Figura 5 apresenta o esquema de distribuição de vapor do

Complexo Químico avaliado.

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Figura 5 - Representação da distribuição de vapor no site estudado

Legenda: R1 (Tubulação de vapor com vapor a 35 bar); R2 (vapor a 20 bar); R3 (vapor

a 6 bar); A (turbina); B (estação redutora de pressão de 6 bar); C e D (estações redutoras de

pressão de 20 bar; B101, B141, B255, C141, E121, E150, F145, F250, F265, G60, G200,

H220, J350 e J375 (identificação dos prédios do site).

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4.2. Vapor distribuído a trinta e cinco bar

Como mencionado, a caldeira aquatubular produz vapor a trinta e cinco bar de pressão.

O vapor nesta pressão está no estado superaquecido, ou seja, não possui nem um resquício

de umidade. Este requisito é necessário porque o vapor supre uma turbina após a caldeira.

A Tabela 1 apresenta os dados da caldeira em questão.

Tabela 1 - Dados da Caldeira Aquatubular Compacta

Parâmetros Valores Unidade

Capacidade

47

t/h

Pressão de operação (vapor principal) 35,0

35,7

bar

kgf/cm²

Temperatura de operação (vapor principal) 350 °C

Pressão de projeto 42

42,8

bar

kgf/cm²

Pressão máxima admissível de trabalho 42 bar

Pressão de teste hidrostático 63 bar

Temperatura de projeto (caldeira) 448 °C

Temperatura da água de combustão 105 °C

Fonte: Manual interno de operação da caldeira

A caldeira estudada foi fabricada pela empresa CBC (Figura 6) e o tipo de combustível

utilizado é o gás natural. Atualmente, as linhas de distribuição de vapor operam com as

pressões de 6 e 20 bar e vazão de vapor de 21t/h e 8t/h, respectivamente.

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Figura 6 - Vista parcial da caldeira

Fonte: Do Autor

A turbina faz parte do projeto de cogeração de energia. Este equipamento funciona

como uma estação redutora de pressão, paralela a outra estação redutora da linha de vapor

de seis bar.

Para garantir o correto funcionamento da turbina, o vapor deve ser superaquecido. De

acordo com Júnior (2007), o vapor superaquecido, aliado com a água desmineralizada que

alimenta a caldeira, garantem as características essenciais para o bom desempenho da

turbina, pois estes dois fatores irão garantir isenção de umidade e incrustações nas palhetas

do equipamento, minimizando os efeitos de corrosão.

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4.3. Cogeração no sistema estudado

Barja (2006) reporta que o processo de cogeração consiste em se produzir simultânea e

sequencialmente energia térmica e eletromecânica. No caso do sistema estudado, o vapor

produzido a trinta e cinco bar de pressão expande-se no interior da turbina e a energia

térmica é transformada em energia cinética, a qual fará as palhetas do equipamento saírem

da inércia. Ao sair da turbina, neste caso, o vapor terá seis bar de pressão e o restante da

energia será convertida em energia elétrica.

No caso deste Complexo Químico, a turbina (Figura 7) não funciona de maneira

contínua. Isto ocorre, porque este equipamento necessita de uma vazão mínima para

operar. Se houver alguma oscilação na demanda de vapor da fábrica pela linha de seis bar,

a turbina sofrerá este efeito e desarmará por baixa pressão.

Figura 7 - Vista parcial da turbina

Fonte: Acervo

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4.4. Características das linhas de vapor seis e vinte bar

A linha de trinta e cinco bar de pressão, que sai da caldeira é reduzida para seis bar e

vinte bar de pressão. A linha de vinte bar conta com duas estações redutoras de pressão,

isto é, o vapor passa por estas estações e tem sua pressão diminuída de trinta e cinco para

vinte bar. Apenas uma delas permanece em operação, a outra funciona como reserva da

primeira. Caso a redutora que está operando precise passar por manutenção ou por algum

motivo ela esteja com seu funcionamento comprometido, a outra estação entra em

operação. No caso da linha de seis bar, tem-se uma estação redutora de pressão e a turbina.

Nesta situação, a linha que possui a redutora permanece em operação e caso haja condições

adequadas, a turbina pode entrar em funcionamento, transformando o vapor de trinta e

cinco bar para seis bar, assim como opera a estação redutora.

4.5. Purgadores do sistema estudado

O sistema de distribuição estudado conta com um total de 89 purgadores de vapor do

tipo termostático. Destes somente 43% operam de maneira eficiente na descarga do

condensado. Os dados em relação aos purgadores de vapor foram obtidos a partir de um

relatório emitido por uma empresa especializada nestes dispositivos. A empresa foi

contratada para fazer uma análise minuciosa em todos os purgadores de vapor das linhas de

distribuição do Complexo Químico a fim de explicitar pontos de melhorias.

4.6. Isolamento térmico das linhas de vapor

As tubulações de vapor de 6 e 20 bar possuem dois tipos de isolamento térmico:

silicato de cálcio e lã de rocha. O primeiro é o material que está presente em 70% das

linhas de distribuição.

A caldeira estudada foi implantada no Complexo Químico em questão no ano de 2011

e as linhas de vapor foram construídas com isolamento térmico de silicato de cálcio. Após

a instalação da caldeira CBC, houve necessidade de interligação do local da caldeira até o

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trecho existente de tubulação. Este trecho adicional foi construído com isolamento de lã de

rocha.

É importante ressaltar que estes dois isolamentos foram utilizados por serem os

mesmos que compõem o isolamento interno das caldeiras.

4.7. Medidores de vazão nas linhas de seis bar e vinte bar

Atualmente, no Complexo Químico em questão, existem vinte e três medidores de

vazão instalados na linha de vapor, assim distribuídos: onze medidores na linha de vinte

bar e doze na de seis. O levantamento foi baseado nestes instrumentos e na possibilidade

de novos pontos de medição. É importante frisar que os medidores das linhas de vapor

analisadas são todos do tipo vórtice.

A Figura 8 apresenta um medidor de vazão do tipo Vórtex, de 6 polegadas, instalado na

linha de 20 bar.

Figura 8 - Vista parcial do medidor de vazão

Fonte: Acervo

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A Figura 9 apresenta um medidor de vazão do tipo Vórtex, de 4 polegadas, instalado na

linha de 6 bar.

Figura 9 - Vista parcial do medidor de vazão

Fonte: Acervo

Durante o levantamento sobre as condições dos medidores de vazão das linhas de

vapor foram observados os seguintes quesitos:

- Tipo de medidor;

- Posição do medidor na linha, de acordo com a recomendação dos fabricantes;

- Presença ou não de válvula by-pass.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Caldeira

Conforme apresentado no item 4.2., a caldeira, objeto de estudo, não apresenta

cobertura, o que é bastante prejudicial para o equipamento. Segundo o fabricante, a vida

útil deste tipo de equipamento é em torno de 30 anos. Porém, na situação em que se

encontra a caldeira do Complexo Químico sua vida útil poderá ser reduzida por conta das

intempéries.

Também, a falta de cobertura do equipamento proporciona uma maior dissipação de

calor para o meio ambiente, fazendo que haja perda de energia do vapor produzido.

5.2. Linhas de 6 e 20 bar

As duas linhas de distribuição de vapor têm aproximadamente 2 quilômetros de

comprimento cada uma, incluindo linhas principais e ramais. Não existem registros

precisos no setor de Projetos da empresa, pois parte dos fluxogramas estão em fase de

atualização, devido à instalação recente da caldeira CBC. A linha de 6 bar possui 8

polegadas de diâmetro e a de 20 bar 6 polegadas. As tubulações são de aço carbono e,

como dito anteriormente, são usados silicato de cálcio e lã de rocha como isolantes

térmicos.

Ao inspecionar a linha, foram verificados vários pontos sem isolamentos e outros com

isolamentos defeituosos, bem como pontos sem a cobertura de proteção de alumínio, o que

aumenta o desperdício de vapor e, consequentemente provoca o aumento no consumo de

combustível. Pelas Figuras (10 e 11) é possível observar porque há esta perda considerável

de energia. Em alguns trechos o isolamento está totalmente exposto. Este cenário favorece

ainda mais o desgaste do isolante, acarretando a perda de vapor vivo pelo sistema.

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Figura 10 - Vista parcial da tubulação de vapor de 20 bar revestida com lã de rocha

Fonte: Acervo

Figura 11 - Vista parcial da tubulação de vapor de 6 bar revestido com silicato de cálcio

Fonte: Acervo

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O fato de ter isolamentos diferentes nas tubulações não compromete o fluxo de vapor

pelo sistema, no entanto, cada material isolante possui algumas características que valem

ser ressaltadas.

Silicato de cálcio: altas propriedades mecânicas, excelente desempenho térmico, isento

de amianto (exigência de segurança), inércia química, resistência ao fogo e facilidade nas

instalações.

Lã de rocha: ampla faixa de temperatura de operação (-200C a 750C),

incombustibilidade, não queima, redução sonora de ruídos e quimicamente inerte.

Porém, se não forem seguidas as recomendações de projeto e não forem realizadas

manutenções preventivas, não se obterá o resultado esperado do isolante.

5.2.1. Purgadores

Para análise das condições dos purgadores presentes nas linhas de distribuição de vapor

foram analisadas fichas de manutenção dos dispositivos. Posteriormente um levantamento

detalhado sobre os purgadores foi realizado por uma empresa contratada e este trabalho foi

acompanhado.

Dos 89 purgadores apenas 71 foram avaliados. Isto porque 12 encontram-se

desativados e os outros 6 estavam passando por manutenção. Ainda foram identificados

purgadores com baixa temperatura (9), isto é, temperatura abaixo da temperatura de

trabalho do equipamento e purgadores bloqueados (11), os quais bloqueiam a descarga de

condensado. Dentre os 71, 13 estão com vazamento de vapor vivo.

A Figura 12 apresenta a relação dos purgadores analisados.

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Figura 12 - Relação dos purgadores analisados

Fonte: Manual Interno de Operações

Para saber a quantidade de vapor perdida por estes purgadores com vazamento,

analisaram-se as quantidades de vapor produzidas durante os quatro anos anteriores ao

levantamento, quando os purgadores haviam passado por outra análise e encontravam-se

operando dentro da normalidade. Encontrou-se então um total de 1130,02 toneladas de

vapor perdidas em um ano. Sabendo que o custo para gerar uma tonelada de vapor é R$

130,00 (dado fornecido pelo setor responsável pelos custos de Energias e Utilidades),

perde-se por ano um total de R$ 146902,60 (1130,02.R$130,00).

Criou-se então um Plano de Manutenção Corretiva para avaliar a troca destes

purgadores. A empresa contratada fez um orçamento de R$ 27709, 09 para executar a

substituição dos purgadores, e sabendo que em um mês perde-se R$ 12241,88 (R$

146902,69/12), calculou-se um Payback de 2,26 meses (R$ 27709, 09/R$ 12241,88).

5.3. Levantamento dos medidores de vazão das linhas de 6 e 20 bar

Na Tabela 2 foram relacionadas as condições dos medidores de vazão, observadas

durante o levantamento executado.

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Tabela 2 - Levantamento dos medidores de vazão das linhas de vapor

Medidores de vazão

Prédio TAG Tipo de Instrumento Vapor

(bar)

Situação do medidor

B101 F 1000 Vortex 6 Ok

B141 F 1901 Vortex 6 Ok

B255 F 1000 Vortex 6 Ok

C141 F 0701 Vortex 6 Sem by pass

E121 F 1014 Vortex 20 Ok

E121 F 1010 Vortex 6 Ok

E150 F 0107 Vortex 20 Ok

E150 F 0120 Vortex 20 Ok

E150 F 0130 Vortex 20 Ok

E150 F 0131 Vortex 6 Ok

F145 F 0801 Vortex 20 Produção não iniciada

F250 F 1001 Vortex 20 Prédio desativado

F250 F 1000 Vortex 6 Prédio desativado

F265 F 90107 Vortex 20 Ok

F265 F 90106 Vortex 6 Ok

G200 F 39251 Vortex 20 Manutenção (Sem by

pass)

G200 F 8420 Vortex 6 Ok

G060 F11001 Vortex 6 Ok

H220 F 33001 Vortex 20 Ok

H220 F 33002 Vortex 6 Ok

J350 F 0176 Vortex 20 Ok

J375 F7105 Vortex 20 Ok

J375 F7106 Vortex 6 Ok

Fonte: Levantamento de dados pela autora

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Para discutir as situações dos medidores, retomam-se os quesitos analisados durante o

levantamento:

- Tipo de medidor;

- Posição do medidor na linha, de acordo com a recomendação dos fabricantes;

- Presença ou não de válvula by-pass.

Tipo de medidor

Durante o estudo constatou-se que todos os medidores, tanto os da linha de 6 bar

quanto os da de 20 bar, são do tipo vórtex. Este tipo de instrumento atende as

características da linha e do fluido. Outros tipos de medidores, como o mássico, também

poderiam ser usados para fazer a medição de vapor, mas nos casos estudados o vórtex foi

adotado por ser um dos medidores mais encontrados no mercado e de menor custo.

Do total de medidores avaliados, um estava em processo de manutenção. Os demais

estavam funcionando normalmente, conforme o esperado.

Posição do medidor na linha, de acordo com a recomendação dos fabricantes

No manual de operação e instalação de medidores de vazão é recomendado que estes

sejam instalados virados para baixo na tubulação de vapor. A instalação feita desta forma

garante um aumento de vida útil para a parte eletrônica do instrumento, mas não há ganho

ou perda na qualidade da medição.

No presente trabalho, não foi constatado nenhum instrumento instalado em desacordo

com as recomendações.

Presença ou não de válvula by-pass.

A presença da válvula by-pass na linha derivada da tubulação de fornecimento de vapor

é de suma importância. Esta válvula permite que o medidor de vazão seja retirado e o fluxo

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de vapor desviado para a linha derivada. A retirada do instrumento é feita para que sejam

executadas calibrações periódicas no medidor e assim garantir a excelência na medição.

No presente estudo, foram encontrados dois medidores que não possuíam o by-pass.

Quando a planta produtiva consome o vapor de maneira descontínua consegue-se executar

calibrações nos instrumentos, mesmo não havendo uma derivação da linha de vapor. No

entanto, este cenário não ocorre com as Unidades produtivas para as quais o fornecimento

de vapor é ininterrupto. Os dois instrumentos sem a derivação estão instalados exatamente

em linhas como estas, fazendo com que suas calibrações fiquem comprometidas.

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6. CONCLUSÕES

Diante dos pontos abordados, conclui-se que o sistema de distribuição de vapor do

Complexo Químico estudado pode ser melhorado, para aumentar a eficiência no processo

de geração e distribuição de vapor.

Sobre o equipamento caldeira verificou-se que ela está exposta a intempéries e há uma

maior dissipação de calor para o meio ambiente, pois não está em local coberto.

Recomenda-se, então, que seja feita uma estrutura para cobrir a caldeira, a fim de

conservá-la.

Sobre a inclinação de 0,5% da linha de vapor no sentido do fluxo de vapor, foi

verificado que as linhas atendem a esta recomendação.

Na questão dos purgadores de vapor, foi discutido anteriormente que 18,31% dos

analisados estão com vazamento de vapor vivo e com isso contribuem com uma perda

significativa de vapor e de dinheiro investido (R$ 146902,60 por ano). Portanto, é de

fundamental importância que estes equipamentos sejam substituídos por novos. Com um

investimento de R$ 27709, 09, o Payback será de 2,26 meses. Desta maneira, a distribuição

de vapor ganhará confiabilidade. Ainda como continuidade deste trabalho, recomenda-se

realizar um estudo para implementação de linhas de retorno de condensado, para garantir

eficiência energética ao processo.

No levantamento dos medidores de vazão constatou-se que o tipo de medidor ideal

para tubulações de vapor depende, entre tantos fatores apresentados durante o trabalho, da

especificação do processo e da linha. O tipo do medidor usado no Complexo Químico é

adequado, pois atende as necessidades de controle.

O caso da falta de válvulas by-pass em dois medidores deve ser levado em

consideração. Como os prédios que recebem o vapor medido por estes instrumentos têm

operações contínuas, será preciso planejar uma parada de produção para instalar estas

válvulas, fato que proporcionará a retirada dos medidores para efetuar calibrações

periódicas, de acordo com a recomendação do fornecedor. Esta prática também garantirá

confiabilidade ao processo.

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