estudo da aÇÃo antibacteriana do extrato ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. própolis...

58
UNIVERSIDADE TIRADENTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE Enterococcus faecalis ANDERSON LESSA SIQUEIRA Orientador: Profª Drª Juliana Cordeiro Cardoso ARACAJU ABRIL – 2008

Upload: others

Post on 05-Aug-2021

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

UNIVERSIDADE TIRADENTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE

ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO

HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE

Enterococcus faecalis

ANDERSON LESSA SIQUEIRA

Orientador: Profª Drª Juliana Cordeiro Cardoso

ARACAJU

ABRIL – 2008

Page 2: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

UNIVERSIDADE TIRADENTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE

ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO

HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE

Enterococcus faecalis

Dissertação de Mestrado

submetida à banca examinadora

como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em

Saúde e Ambiente, na área de

concentração em Saúde e

Ambiente.

ANDERSON LESSA SIQUEIRA

Orientador: Profª Drª Juliana Cordeiro Cardoso

ARACAJU

ABRIL – 2008

Page 4: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

ii

O AUTOR PERMITE A REPRODUÇÃO DE CÓPIAS OU PARTES DESTA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SOMENTE PARA PROPÓSITOS ACADÊMICOS E CIENTÍFICOS DESDE QUE A FONTE SEJA CITADA.

Ficha catalográfica: Delvânia Rodrigues dos Santos Macêdo

CRB – 5/1425

S618e Siqueira, Anderson Lessa

Estudo da ação antibacteriana do extrato hidroalcoólico de própolis

vermelha sobre enterococcus faecalis / Anderson Lessa Siqueira ;

orientação [de] Juliana Cordeiro Cardoso. – Aracaju : UNIT, 2008.

51 p. : il. ; 30 cm

Inclui bibliografia.

Dissertação(Mestrado em Saúde e ambiente) – Universidade

Tiradentes

1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota

endodôntica 4. Enterococcus faecalis I. Cardoso, Juliana Cordeiro II.

Título.

CDU: 579.61

Page 5: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

iii

ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS

VERMELHA SOBRE Enterococcus faecalis

ANDERSON LESSA SIQUEIRA

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E

AMBIENTE DA UNIVERSIDADE TIRADENTES COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAÚDE E AMBIENTE.

Aprovada por:

________________________________________ Juliana Cordeiro Cardoso, D. Sc.

________________________________________

Francine Ferreira Padilha, D. Sc.

________________________________________ Sara Cuadros Orellana, D. Sc.

________________________________________

Leonardo Rigoldi Bonjardim, D. Sc.

________________________________________ Edílson Divino de Araújo, D. Sc.

________________________________________

Ricardo Luiz C. Albuquerque Júnior, D.Sc.

ARACAJU

ABRIL – 2008

Page 6: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

iv

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS _______________________________________________ v

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES _________________________________ vi

RESUMO ________________________________________________________ 10

ABSTRACT ______________________________________________________ 11

1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 12

2.CAPÍTULO 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ____________________________ 15

2.1 Tratamento Endodôntico _______________________________________ 15

2.2 Própolis _____________________________________________________ 20

2.3 Referências bibliográficas ______________________________________ 25

3. CAPÍTULO 2- ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO

ETANÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE Enterococcus faecalis

34

RESUMO _______________________________________________________ 34

ABSTRACT _____________________________________________________ 34

3.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 35

3.2 MATERIAL E MÉTODOS ________________________________________ 37

3.3 RESULTADOS ________________________________________________ 39

3.4 DISCUSSÃO _________________________________________________ 42

3.5 CONCLUSÕES _______________________________________________ 44

3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________ 45

ANEXO A - Curva padrão de quercetina para determinação do teor de

flavonóides

52

ANEXO B - Termo de consentimento livre e esclarecido 53

ANEXO C – Parecer do Comitê de Ética 54

Page 7: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterização físico-química da própolis vermelha e extrato hidroalcoólico de

própolis vermelha da região de Brejo Grande/SE ____________________________ 40

Tabela 2- Média e desvio padrão dos halos de inibição (em mm) das soluções de própolis

vermelha (EEP), hipoclorito de sódio e água destilada contra Enterococcus faecalis ATCC

29212 ________________________________________________________________ 41

Tabela 3- Avaliação do crescimento bacteriano no ensaio ex vivo _____________ 41

Page 8: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

vi

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AOAC - ASSOCIATION OF ANALYTICAL CHEMISTS

ATCC – AMERICAN TYPE CULTURE COLECTION

BHI – BRAIN HEART INFUSION

CBM – CONCENTRAÇÃO BACTERICIDA MÍNIMA

CEP – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

CIM – CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA

EDTA – ÁCIDO ETILENO DIAMINO TETRACÉTICO

EEP – EXTRATO ETANÓLICO DE PRÓPOLIS

ITP – INSTITUTO DE TECNOLOGIA E PESQUISA

LPNS – LABORATÓRIO DE PRODUTOS NATURAIS E

SINTÉTICOS

Page 9: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

vii

DEDICATÓRIA

A DEUS, pelo amor de Pai, pelo dom da vida, saúde e força nos momentos difíceis.

A meus pais, Antonio e Maria pelo amor, força e coragem e pela educação exemplar que me

deram durante minha vida com exemplos de honestidade, dignidade e bondade. Amo vocês.

À minha amada “Kakau” , pelo exemplo de mulher batalhadora, esposa exemplar, mãe e

profissional dedicada . Essa conquista é nossa. Obrigado pelos momentos desfrutados juntos e

pela paciência nos momentos de estresse. Amo você!

À kamille, luz de minha vida, perdoe-me pelos momentos ausentes e obrigado pelas horas de

paixão e alegria vividos ao seu lado..”Painho” te ama!

A meus irmãos Anselmo e André e suas esposas Mazinha e Izabela pela amizade e

companheirismo. Obrigado pelo apoio

À dona Lucinha e Bisa Neuflides por nos apoiarem ao cuidarem de nosso tesouro.

Page 10: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

viii

AGRADECIMENTOS

À Juliana Cordeiro Cardoso, minha orientadora. “Ju”, obrigado por segurar em minha mão nos

meus momentos de desânimo e me guiar até o fim deste trabalho, sempre com bom humor e

ouvindo minhas constantes reclamações. Sem sua preciosa colaboração nada teria conseguido,

meu mais sincero agradecimento. Serei eternamente grato a ti.

À professora Drª Francine Ferreira meu muito obrigado pelas constantes orientações e pelo

apoio no desenvolver de todo o trabalho.

Ao Prof. Dr Ricardo Albuquerque pelas valiosas aulas, dicas, discussões, orientações que

serviram sempre para amadurecimento enquanto pesquisador. Obrigado por tudo.

Aos amigos Felipe Bittencourt, Alvaci Freitas e André Barreto pelo companheirismo, momentos

de estudo, de alegria, enfim cada momento vivenciado no decorrer deste curso. Que a amizade

verdadeira prevaleça sempre.

Aos colegas da primeira turma de Mestrado em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes:

Alvaci, André, Felipe, Analu, Ana Guedes, Aglaé, Arley, Karynne, Flávia, Juciele, Marcos França

(o homem da info!), Hesmoney, Érika, Marieta, Iandra, Thiago, Simone e Mara Rúbia, pelo

companheirismo, amizade e oportunidade de convivência, meus sinceros agradecimentos.

Ao professor Dr. Leonardo Rigoldi pelo apoio, amizade, aceitação e orientação no início do

curso. você merece todo o sucesso.

Aos professores do ITP, em especial a: Prof. Dr Edílson Divino, Profª. Drª Sara Cuadros e Prof.

Dr Álvaro pelo apoio e por ter cedido as instalações de seus laboratórios bem como o

conhecimento para a execução da pesquisa.

Aos professores do curso de Mestrado em Saúde e Ambiente, por todo o ensino, dedicação e

orientação, meus sinceros agradecimentos. À coordenação e aos funcionários do ITP.

À Universidade Tiradentes pela oportunidade de cursar este Programa de Pós-graduação.

Page 11: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

ix

Aos estagiários do Laboratório de Produtos Naturais e Sintéticos (LPNS) pela ajuda no

desempenho dos meus trabalhos e pela constante e saudável convivência. Obrigado: Ju

Ouriques “Open Bar”, Vandinha, Tamara, Carles, Mateus “MM”, Romeu “Jet Lee”, Aldino.

Aos meus alunos da minha primeira turma de Aperfeiçoamento em Endodontia do CAP, pelo

apoio e confiança depositados em mim.

À professora Derileda, companheira de curso de aperfeiçoamento pelo apoio durante este

último ano.

Às amigas Ana Paula, Yzila Liziane e Luciana pela ajuda constante no desenvolver do trabalho

e apoio.

Aos amigos e compadres Alysson e Déa pelo carinho e amizade ao longo dos últimos 11 anos.

Aos meus amigos de trabalho (CEO) em especial aos doutores José Ubaldo e Dina Faro e às

Acds Andrezza, Joice, Eliúde, Ozória e Marise pelo incentivo constante e companheirismo.

Aos meus compadres Eduardo e Suzanne pelo apoio e palavras de incentivo, bem como pela

compreensão da ausência dos padrinhos de Vini nos últimos meses. Obrigado!

Aos amigos da 19ª CSM em especial ao MAJ Lima, Vieira, Lindaci, Spavier, Noélia, Adriana,

Otávio.

Aos professores Mirabeau, Alaíde Hermínia, Rosa Bragança, Maria Helena e Rogério pelo

apoio constante e estímulo à vida docente.

Ao Professor Celso Kenji pelo apoio, e estímulo a vida docente desde meus tempos de Bauru.

Aos amigos Hair Salas, Giovana Canova e Fábio Sene.

Page 12: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

10

RESUMO

ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE

PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE ENTEROCOCCUS FAECALIS

ANDERSON LESSA SIQUEIRA

A própolis é uma substância resinosa, complexa, produzida pelas abelhas a partir de

substâncias coletadas em ramos, flores, pólen, brotos e exsudatos de árvores. Nos

últimos 20 anos, houve aumento do interesse comercial no uso da própolis, devido às

suas propriedades terapêuticas, tais como, atividade antimicrobiana, antiinflamatória,

cicatrizante, anestésica e anticarcinogênica. Poucos trabalhos existem sobre a

variedade de própolis vermelha, encontrada no Estado de Sergipe. Diante de inúmeros

trabalhos relativos à própolis verde, nos quais observa-se a sua efetividade

antibacteriana, faz-se necessário avaliar se os extratos de própolis vermelha coletada

na região Norte do estado de Sergipe possuem a mesma ação. Sendo assim o trabalho

teve como objetivo: identificar e determinar a qualidade da própolis vermelha; avaliar a

eficácia antibacteriana do extrato hidroalcoólico da própolis vermelha produzida em

Brejo Grande/SE, comparando-a com o hipoclorito de sódio a 2,5% contra

Enterococcus faecalis, utilizando o método de difusão em ágar através de discos

impregnados com as soluções e em dentes humanos unirradiculares extraídos. O

Enterococcus faecalis é uma bactéria anaeróbia facultativa comumente encontrada em

infecções endodônticas recorrentes. A própolis coletada apresentou médio teor de

flavonóides (1,8%) e características físico-químicas compatíveis com os parâmetros

estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. Apresentou boa efetividade antibacteriana

em concentrações de 7,5% e 10% quando comparada ao hipoclorito de sódio a 2,5%

contra Enterococcus faecalis .

Palavras-chave: própolis vermelha, ação antibacteriana, microbiota endodôntica,

Enterococcus faecalis.

Page 13: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

11

ABSTRACT

STUDY OF ACTION OF ANTIBACTERIAL EXTRACT HIDROALCOHOLIC OF RED PROPOLIS ON ENTEROCOCCUS FAECALIS

ANDERSON LESSA SIQUEIRA

Propolis is a complex, resinous substance, produced by bees from the collection of

substances found in the branches, flowers, pollen, shoots and exudates of trees. In the

last 20 years, there was an increase of commercial interest in the use of propolis, due to

its therapeutic properties. It is for their therapeutic properties, such as antibacterial

activity, antiinflammatory, healing, anticarcinogenic and anesthetic. Few studies exist on

the red variety of propolis found in the state of Sergipe. In spite of numerous work on

green propolis, which antibacterial activity has been demonstrated, little is known about

the biological activity of extracts of red propolis collected in the northern state of

Sergipe. Thus the study aimed to: identify and determine the quality of propolis red

assess the effectiveness of antibacterial extract of propolis hydro red produced in Brejo

Grande / SE, comparing it with sodium hypochlorite to 2.5% against Enterococcus

faecalis , using the method of dissemination in agar through discs impregnated with the

solutions and unirradiculares extracted human teeth. Enterococcus faecalis is a

facultative anaerobic bacterium commonly found in recurrent endodontic infections. The

inhibition halo promoted by the extract of propolis was compared with that provided by

the solution of sodium hypochlorite to 2.5%, usually used as a solution in endodontic

irrigant for disinfection of root canals. Propolis collected showed an average content of

flavonoids (1.8%) and physicochemical characteristics consistent to the requirements of

the Ministry of Agriculture. The results indicate a good effectiveness of extracts etanolics

of red propolis in concentrations of 7.5% and 10% compared to sodium hypochlorite to

2.5% against Enterococcus faecalis.

Keywords: red propolis, antibacterial action, endodontic microbiota, Enterococcus

faecalis.

Page 14: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

12

1 INTRODUÇÃO

A Endodontia vem passando por processos de evolução técnico-científica, tentando

estabelecer procedimentos coerentes com os princípios biológicos para favorecer tratamentos

mais confortáveis, eliminando os fatores etiológicos das pulpopatias e periapicopatias, a fim de

manter o dente em função no sistema estomatognático estimulando a reparação dos tecidos

periapicais. As bactérias e seus subprodutos têm importante papel na etiopatogenia das

alterações pulpares e periapicais. O sucesso requer uma adequada limpeza e desinfecção do

sistema de canais radiculares (ESTRELA, 2000).

Com a infecção, não ocorre a deposição de cemento, podendo ocorrer formação de

tecido granulomatoso, sendo necessária a remoção das bactérias, para evitar infecção

secundária (KRONFELD, BOYLE, 1955). Em casos de necrose pulpar, observa-se a infecção

do sistema de canais radiculares, devendo promover uma adequada sanificação através do

preparo químico-mecânico, para alcançar a eliminação quase total dos microrganismos

presentes (SEN et al., 1995).

Dentre os principais requisitos para o sucesso do tratamento endodôntico, destaca-se a

completa eliminação de detritos do sistema de canais, através da neutralização químico-

mecânica, buscando esvaziá-los e alargá-los através da instrumentação associada à solução

irrigadora (BORIN et al., 2007). A redução da carga bacteriana é conseguida através da limpeza

realizada pela instrumentação associada à irrigação com soluções antimicrobianas, bem como

com o auxílio de um curativo antimicrobiano entre sessões (BYSTRÖM; SUNDQVIST, 1981).

Antes da escolha da substância química a ser utilizada na irrigação, deve-se analisar a

situação clínica presente (polpa viva ou necrose pulpar), verificando as propriedades da

solução, tais como: capacidade antimicrobiana, poder de limpeza e adequada tolerância aos

tecidos periapicais. As soluções irrigadoras auxiliam no preparo químico-mecânico, na limpeza

e na desinfecção do sistema de canais. O hipoclorito é a solução de escolha no tratamento de

dentes com polpa necrosada e infectada, por apresentar propriedades, como: atividade

antibacteriana; solvente de matéria orgânica; desodorizante; clareador; lubrificante; baixa

tensão superficial; ação detergente, saponificação (SIQUEIRA Jr, 1997).

Outras substâncias têm sido pesquisadas na intenção de preencher os requisitos de

uma solução antimicrobiana ideal, que tenham efetividade contra algumas cepas bacterianas,

como por exemplo cepas de Enterococcus faecalis. A maioria das infecções endodônticas é

mista e polimicrobiana, com predomínio de anaeróbios estritos. Todavia, tem-se verificado a

Page 15: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

13

presença do Enterococcus faecalis, um facultativo, com certa freqüência em canais infectados,

causando infecções de difícil tratamento. Cepas clínicas de Enterococcus faecalis isoladas de

infecções endodônticas têm demonstrado resistência bacteriana ao regime terapêutico

convencional recomendado para procedimentos odontológicos. NODA et al. (2000) encontraram

cepas resistentes a cefalosporinas, aminoglicosídeos e tetraciclina. PINHEIRO et al. (2003)

encontraram cepas de Enterococcus faecalis resistentes aos macrolídeos: eritromicina e

azitromicina. Portanto, muitos antibióticos, tradicionalmente utilizados nas infecções

odontogênicas, podem ser ineficazes contra Enterococcus faecalis, e informações sobre

fármacos alternativos se tornam necessárias.

Os produtos naturais oferecem um enorme potencial já que produzem substâncias ainda

inéditas e complexas capazes de exibir diferentes atividades biológicas. A própolis já vem

sendo estudada dentro da odontologia apresentando resultados promissores.

A própolis é uma substância resinosa, elaborada pelas abelhas, a partir da coleta de

substâncias secretadas pelas plantas (GAFAR et al., 1986). É encontrada nas colméias, sendo

responsável pela impermeabilização, isolamento térmico, vedação e tratamento antisséptico

(BREYER, 1980; TREVISAN, 1983). Tem sido utilizada como anti-séptico e cicatrizante desde a

antiguidade, sendo ultimamente pesquisada quanto às suas propriedades farmacológicas

(MARCUCCI, 1995). Possui inúmeras propriedades biológicas, atribuídas aos flavonóides e aos

ácidos fenólicos. Dentre estas, destaca-se a ação antimicrobiana (bacteriostático e bactericida),

antiprotozoária, imunomoduladora, antiinflamatória, citotóxica, anticarcinogênica,

antiulcerogênica, anticariogênica, anti-hipotensiva, anestésica, cicatrizante, regeneradora de

tecido cartilaginoso e pulpar dental, hepatoprotetora e antioxidante (ACKERMANN, 1991;

CAPOTE, 2003; ISHIKAWA et al., 2004; JOHNSON et al., 1994; KEDZIA et al., 1990;

MARCUCCI, 1995).

A própolis vermelha é relatada ser típica de Cuba, onde a planta de origem é a Clusia

nemorosa (Clusiaceae) e da Venezuela onde as abelhas coletam a própolis de Clusia

scrobiculata (TRUSHEVA et al., 2006).

Embora estudos científicos tenham comprovado a atividade antibacteriana desta

variedade de própolis, tais propriedades terapêuticas tornam-se variáveis de acordo com a sua

origem botânica, localização geográfica e tonalidade. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi

avaliar a eficácia antibacteriana do extrato de própolis vermelha produzida na região norte do

estado de Sergipe sobre cepas de Enterococcus faecalis, freqüentemente isoladas de canais

radiculares infectados.

Page 16: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

14

Dessa forma, de acordo com as normas do Programa de Pós-graduação em Saúde e

Ambiente da Universidade Tiradentes, o trabalho foi dividido em dois capítulos, onde o primeiro

apresenta uma revisão de literatura relativa ao tema e o segundo a parte experimental deste

trabalho na forma de um artigo científico.

Page 17: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

15

2 CAPÍTULO 1- UTILIZAÇÃO DA PRÓPOLIS EM ODONTOLOGIA - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Tratamento endodôntico

O tratamento endodôntico tem como objetivo manter o dente em função no sistema

estomatognático, estimulando a reparação dos tecidos periapicais, após a máxima eliminação

de bactérias e de seus subprodutos do interior do sistema de canais radiculares, importantes na

produção de problemas clínicos e nos insucessos. O sucesso do tratamento requer uma

adequada limpeza e desinfecção do sistema de canais, pois bactérias localizadas em lacunas

de reabsorção cementária, no cemento, em canais laterais e deltas, em túbulos dentinários e na

lesão periapical podem ser as responsáveis pelo fracasso (ESTRELA, 2000).

A maioria das patologias de origem endodôntica tem como principal causa a presença

de microrganismos no sistema de canais radiculares. Na maioria das vezes os agentes

causadores são as bactérias, embora as leveduras e fungos também sejam relatados. O

sucesso no tratamento da patologia de origem endodôntica depende do controle da infecção

microbiana no sistema de canais radiculares, sendo assim, um entendimento detalhado da

microbiologia das infecções endodônticas é crucial para se obter êxito na terapia endodôntica.

As condições de vida da microbiota infecciosa no sistema de canais radiculares são

provavelmente dependentes do potencial redox (óxido-redução) local, da disponibilidade de

nutrientes e do sistema de defesa do hospedeiro. Em infecções persistentes, provenientes da

necrose pulpar, o teor de oxigênio no canal radicular é baixo, contribuindo para o predomínio de

bactérias anaeróbias e facultativas (LEONARDO, 2005).

Os agentes antimicrobianos, geralmente, atuam pela inibição do crescimento de

microrganismos ou pela destruição destes, tendo como critérios para a sua seleção e utilização:

a susceptibilidade do microrganismo ao método de desinfecção utilizado, o conhecimento da

inter-relação entre patógeno e hospedeiro, a baixa toxicidade do agente antimicrobiano às

células do hospedeiro, a capacidade de penetração do mesmo no sítio de infecção, e o não

desenvolvimento de resistência microbiana. Na polpa necrótica o sistema de defesa tem

possibilidades limitadas de função, devido à ausência do sistema vascular. Essa deficiência,

juntamente com a oferta de nutrientes, predispõe a localização dos microrganismos na luz do

canal principal. As bactérias presentes podem se difundir para os canalículos dentinários e

demais ramificações do canal. Estudos in vitro indicaram que algumas espécies Gram-positivas

Page 18: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

16

penetram mais facilmente que as Gram-negativas (ORSTAVIK; PITT FORD, 2004). Entretanto,

a complexa anatomia dos canais radiculares oferece meios e condições para o crescimento,

multiplicação e interação dos microrganismos causadores de infecções pulpares (ESTRELA et

al., 1998; MARCHESAN et al., 2003; STUART et al., 2006).

A diminuição da infecção, através do preparo químico-mecânico e obturação dos canais

radiculares, propicia um ambiente favorável à manutenção da saúde periapical ou ao reparo de

lesões periapicais pré-existentes. Em alguns casos, quando o tratamento endodôntico fracassa,

o insucesso ocorre devido a procedimentos insatisfatórios de controle e eliminação da infecção

(NAIR et al., 1999). Alguns problemas, como a falta de controle asséptico durante o tratamento,

acesso incorreto à cavidade pulpar, canais não detectados, falhas na instrumentação,

obturações inadequadas, e restaurações coronárias insatisfatórias ou ausentes após o

tratamento endodôntico podem levar ao fracasso da terapia (CHEUNG, 1996).

O primeiro relato na literatura, referente ao papel de microrganismos nas doenças

pulpares e perirradiculares é de Willoughby Dayton Miller, em 1894, considerado o pai da

Microbiologia Oral. Ele demonstrou, por meio de material coletado de canais radiculares, a

associação entre bactérias e as patologias pulpares e periapicais (SIQUEIRA Jr, 1997).

KAKEHASHI et al., (1965), num estudo clássico na literatura endodôntica, expuseram

polpas de ratos convencionais e “germ-free” ao meio bucal. Enquanto nos animais

convencionais foram observadas inflamações severas ou necrose pulpar, associadas a lesões

perirradiculares, nos animais “germ-free” isso não foi observado, sendo que houve, inclusive, o

reparo do tecido pulpar por deposição de dentina neoformada (SIQUEIRA Jr, 1997).

Até os anos 70, acreditava-se que os microrganismos facultativos eram as bactérias

predominantes em canais radiculares infectados. Isso se devia às limitações dos métodos de

cultura empregados até aquela época, uma vez que as colheitas bacteriológicas eram

efetivadas somente em aerobiose. Com a introdução da câmara anaeróbia, na década de 70,

ocorreu um grande desenvolvimento nos métodos da cultura para anaeróbios, estimulando

novas pesquisas microbiológicas, utilizando-se amostras de canais radiculares infectados,

mudando-se, com isso, alguns conceitos existentes em Endodontia, assim como alterando

algumas técnicas e condutas clínicas (SUNDQVIST, 1976).

Após o desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas de isolamento e cultura de

anaeróbios, verificou-se que as bactérias presentes na cavidade endodôntica dos dentes

infectados constituem um grupo restrito quando comparado com mais de 350 espécies que são

encontradas na cavidade oral; 50 dessas espécies podem sobreviver e multiplicar-se no

endodonto, mas apenas de quatro a sete espécies predominam num sistema de canais

Page 19: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

17

radiculares infectados. Os organismos isolados nas infecções endodônticas são, em grande

parte, anaeróbios estritos, independente do quadro clínico dos dentes afetados. Atualmente,

nenhum trabalho sobre infecção endodôntica pode ser realizada sem atenção especial à cultura

anaeróbia. Infecções anaeróbias ocorrem quando existe comprometimento no suprimento

sangüíneo ou infecção antecedente pelas bactérias aeróbias, as quais irão produzir um meio

com baixo potencial de oxigênio. Os anaeróbios estão na flora normal e, assim, tornam-se

invasores secundários. Muitos fatores têm sido implicados na sobrevivência desses

microrganismos nos tecidos, incluindo adesão bacteriana, encapsulação, alterações na forma

dos neutrófilos, resistência à fagocitose (SELTZER, FABER, 1994).

Alguns indicativos para que haja uma seleção na microbiota endodôntica são: fatores

nutricionais, baixo potencial de óxido redução, pH, temperatura, interações positivas,

antagonismos entre os microrganismos e os mecanismos de defesa do hospedeiro (MARSH &

MARTIN, 1992).

Os nutrientes existentes no interior do canal radicular são provenientes dos fluidos

teciduais e da desintegração de células e componentes do tecido conjuntivo, e a sua

disponibilidade é um fator de influência na composição da microbiota nas infecções

endodônticas (SUNDQVIST, 1992).

Para o controle microbiano utiliza-se o processo de desinfecção, através do preparo do

canal radicular, realizando-se o esvaziamento, associado à dilatação, por meio de agentes

químicos e mecânicos (BYSTROM et al., 1987).

MARCHESAN et al., (2003) afirmaram que variações na anatomia interna podem influir

na terapia dos canais radiculares, uma vez que os canais não são cilíndricos, mas sim,

achatados. Por isso, podem permanecer tecidos remanescentes nos istmos, reentrâncias e

ramificações, tornando a instrumentação mais difícil.

Dentre os principais requisitos para obter-se êxito no tratamento endodôntico, destaca-

se a completa eliminação de detritos do sistema de canais radiculares, através do preparo

químico-mecânico, buscando o esvaziamento e alargamento do canal, através da

instrumentação associada à solução irrigadora (BORIN et al., 2007).

Devido à morfologia complexa e variável do sistema de canais radiculares, torna-se

difícil a eliminação completa dos microrganismos presentes, sendo necessário então após a

conclusão do preparo do sistema de canais e conseqüente colocação de curativo de demora,

realizar uma adequada obturação, a fim de impedir a multiplicação e a sobrevivência de

microrganismos que porventura tenham sobrevivido (KOPPER et al., 2007).

Page 20: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

18

Várias substâncias químicas auxiliares têm sido propostas, sendo as mais empregadas

em Endodontia: os compostos halogenados (hipoclorito de sódio), tensoativos (aniônicos,

catiônicos, neutros), quelantes (EDTA), peróxidos, clorexidina e outros (PÉCORA et al., 1999).

As soluções irrigadoras vão atuar no auxílio do preparo químico-mecânico, na limpeza e

preferencialmente, na desinfecção do sistema de canais radiculares. O hipoclorito é a solução

irrigadora de escolha no tratamento de dentes com polpa necrosada e infectada, por apresentar

algumas propriedades, como: atividade antibacteriana; solvente de matéria orgânica;

desodorizante; clareador; lubrificante; possuir baixa tensão superficial; ação detergente,

saponificando gorduras (SIQUEIRA Jr, 1997).

HELING & CHANDLER (1998) estudaram o papel do hipoclorito de sódio, clorexidina e

peróxido de hidrogênio em várias concentrações, isoladas e combinadas, sobre o Enterococcus

faecalis, concluindo que o emprego do hipoclorito de sódio isoladamente teve uma efetividade

satisfatória diante das outras soluções testadas.

O efeito antibacteriano do hipoclorito de sódio a 0,5%, hipoclorito de sódio a 2,5%,

hipoclorito de sódio a 4%, digluconato de clorexidina a 0,2%, digluconato de clorexidina a 2%,

ácido cítrico a 10% e EDTA a 17%, sobre Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas

gingivalis, Prevotella intermedia, Prevotella nigrescens, Enterococcus faecalis, Streptococcus

mutans, Streptococcus sanguis e Streptococcus sobrinus foi analisado. A análise foi realizada

por difusão em ágar, sendo que os resultados mostraram que o hipoclorito de sódio a 4%

apresentou os melhores resultados (SIQUEIRA Jr et al., 1998).

O teste de difusão em ágar é realizado em placas de Petri contendo meio de cultura

sólido, sobre o qual é semeado o microrganismo indicado para o teste. Os agentes

antimicrobianos testados são colocados em discos de papel ou mesmo em poços feitos no meio

de cultura. O raio formado da zona de inibição adjacente aos discos demonstra a difusão do

agente antimicrobiano. Contudo, o tamanho da zona de inibição estará diretamente relacionada

à solubilidade e a difusibilidade da substância testada, podendo não demonstrar o seu total

potencial (SIQUEIRA Jr et al., 1998; ESTRELA, 2001).

AYHAN et al., (1999) estudaram o efeito do hipoclorito de sódio a 5,25%, a 0,5%,

gluconato de clorexidina a 2%, álcool a 21% e cresofeno sobre Staphylococus aureus,

Enterococcus faecalis, Streptococcus salivarius, Streptococcus pyogenes, Escherichia coli e

Candida albicans. Os autores observaram que o hipoclorito de sódio a 5,25% foi efetivo contra

todos os microrganismos, enquanto a 0,5% apresentou menor efetividade. O álcool apresentou

halos de inibição menores que o gluconato de clorexidina, porém, sem significância estatística.

Page 21: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

19

O cresofeno foi a substância que apresentou os maiores halos, porém é uma substância

citotóxica e possivelmente carcinogência, mutagênica e teratogênica.

SANTA CECÍLIA (1999) verificou o efeito antimicrobiano de uma solução experimental

de hipoclorito de sódio (Clor-in) e do hipoclorito de sódio a 1%, por meio de teste de difusão em

ágar, sobre os microrganismos: Porphyromonas endodontalis, Enterococcus faecalis e

Fusobacterium nucleatum. A solução experimental, tanto a estocada quanto a recém preparada,

apresentou maiores zonas de inibição microbiana quando comparada com a solução de

hipoclorito de sódio a 1%, demonstrando efetividade contra todas as cepas.

PINHEIRO et al. (2003) em um estudo bacteriológico de 30 canais de dentes com

insucesso do tratamento endodôntico concluíram que a microbiota era formada, em sua

maioria, por monoinfecções, composta por bactérias anaeróbias facultativas,

predominantemente Gram-positivas, representadas pelos gêneros Enterococcus e

Streptococcus, e, em segundo plano, por bactérias anaeróbias estritas, em especial as do

gênero Peptostreptococcus. Verificaram que o Enterococcus faecalis foi a espécie bacteriana

mais freqüente, isolada em 45,8% dos canais radiculares infectados.

LOVE (2001) relatou os possíveis mecanismos de resistência do E. faecalis após a

obturação do canal radicular, revelando ser comum aos seres humanos, apresentando-se

adaptado ao ambiente ecologicamente complexo, rico em nutrientes e esgotado de oxigênio

que são encontrados na cavidade oral, no trato gastrointestinal e na mucosa vaginal. Possui

ainda a habilidade de sobreviver como único microrganismo, não necessitando de outras

bactérias, bem como a capacidade de invadir os túbulos dentinários, podendo colonizar os

canalículos dentinários e reinfectar o canal já obturado. Outro fator importante é a capacidade

do E. faecalis aderir nas fibras colágenas desmineralizadas dos túbulos dentinários por meio da

produção de polipepitideos específicos, sendo este um dos fatores que dificultam sua

eliminação.

FIGDOR; DAVIES; SUNDQVIST (2003) estudaram a sobrevivência, o crescimento e a

recuperação do E. faecalis em soro humano, relatando que se o mesmo tiver acesso até a

pouca quantidade de soro humano ou fluido semelhante, mesmo em pequena quantidade de

células, podem obter o suporte nutricional adequado para a sobrevivência e levar a reinfecção

do canal radicular.

O E. faecalis é resistente ao tratamento endodôntico principalmente no que diz respeito

ao crescimento em pH alcalino, pois tal patógeno é capaz de sobreviver em pH na faixa de 2 a

10 (BYSTRON; SUNDQVIST, 1985; WALTIMO et al., 1999; EVANS et al., 2002), podem

sobreviver em ambientes hipotônicos, hipertônicos, ácidos, alcalinos, em ambientes com falta

Page 22: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

20

de nutrientes, além de possuírem mecanismos de aderência nas células do hospedeiro (LOVE,

2001; FIGDOR; DAVIES; SUNDQVIST, 2003).

Além da resistência intrínseca, enterococcos têm adquirido determinantes genéticos

conferindo resistência a várias classes de antibióticos como, tetraciclina, eritromicina,

cloranfenicol e vancomicina (MUNDY et al., 2000; SHEPARD & GILMORE, 2002).

O uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos químicos sintéticos tem levado à

seleção de microrganismos patogênicos mutantes resistentes a esses compostos, tornando o

uso de antimicrobianos de origem natural uma alternativa eficaz, econômica e com menos risco

de desenvolver resistência (CRISAN et al., 1995). O problema da resistência microbiana é

crescente e a perspectiva de uso de drogas antimicrobianas no futuro é incerta, devendo-se

tomar atitudes que possam reduzir este problema como, controlar o uso de antibióticos,

desenvolver pesquisas para melhor compreensão dos mecanismos genéticos de resistência e

continuar o estudo de desenvolvimento de novas drogas, tanto sintéticas como naturais

(NASCIMENTO et al., 2000).

Outras substâncias têm sido pesquisadas na intenção de preencher os requisitos de

uma solução antimicrobiana ideal, sendo algumas destes produtos naturais como por exemplo a

própolis.

2.2 Própolis

A prática das medicinas naturais mostra um grande interesse sobre produtos apícolas. A

própolis, na forma de extratos hidroetanólicos, se destaca tanto pelas suas propriedades

terapêuticas, tais como atividade antimicrobiana, antiinflamatória e anticariogênica, quanto pela

possibilidade de aplicação na indústria farmacêutica e alimentícia (PARK et al., 1998).

Os produtos naturais possuem ampla diversidade molecular, ou seja, inúmeras

substâncias terapêuticas. Possuem similaridade ao metabolismo dos mamíferos, podendo

potencializar o efeito de uma substância natural. Entretanto, as magnitudes do mercado são

imprecisas, com dificuldades de acesso aos produtos naturais. O Brasil possui a maior

biodiversidade vegetal do mundo, em torno de 55.000 espécies, de um total mundial estimado

entre 350.000 a 550.000 espécies, e é desta que se retira a própolis, um dos muitos produtos

naturais utilizados durante séculos pela humanidade, sendo administrada sob diversas formas,

com relatos de seu emprego pelos assírios, gregos, romanos e egípcios, onde era usada para

embalsamar os mortos (SWERTS, 2002).

Page 23: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

21

A própolis é uma substância resinosa, elaborada pelas abelhas, a partir de substâncias

secretadas pelas plantas (GAFAR et al., 1986). É encontrada nas colméias, onde é responsável

pela impermeabilização, isolamento térmico, vedação e tratamento antisséptico (BREYER,

1980; TREVISAN, 1983), sendo comercializada sob a forma de várias preparações

farmacêuticas e cosméticas, tais como, comprimidos, dentifrícios, gomas de mascar, pós,

loções, creme facial, tinturas e ungüentos (HAY e GREIG, 1990). Na odontologia é empregada

no tratamento de abcessos e gengivas hemorrágicas, bem como nos casos de candidíase bucal

e halitoses (NOTHENBERG, 1997).

A coloração da própolis é dependente de sua procedência e pode variar do marrom

escuro passando a uma tonalidade esverdeada até o marrom avermelhado, dependendo da

flora de origem e idade. Possui um odor característico que pode variar de uma amostra para

outra (MARCUCCI, 1996; BURDOCK, 1998). Em termos de composição química, sua

complexidade, foi revelada pela técnica de cromatografia gasosa acoplado a espectrometria de

massa (CG/EM), o que permitiu a detecção de mais de 150 componentes (GREENAWAY,

1991). É considerada uma das misturas mais heterogêneas encontradas em fontes naturais,

onde mais de 300 constituintes já foram identificados e/ou caracterizados em diferentes

amostras de própolis (BURDOCK, 1998).

Além de suas propriedades biológicas deve-se ressaltar a importância econômica da

atividade apícola, onde se observa um interesse global de pesquisas em própolis com duas

justificativas: a primeira devido às suas múltiplas propriedades biológicas e a segunda devido

ao seu alto valor agregado, onde, um frasco do extrato alcoólico é vendido no Brasil por cerca

de 5 a 10 reais, chegando a custar 150 dólares em Tóquio. Este alto valor justifica em parte o

interesse dos japoneses na própolis, principalmente a brasileira. Embora produza de 10 a 15%

da produção mundial, o Brasil atende a cerca de 80% da demanda japonesa (NOTHENBERG,

1997; PEREIRA et al., 2002).

Em se tratando de patentes relacionadas com própolis, em torno de 43% de todas

depositadas são japonesas, sendo que a primeira patente japonesa surgiu somente em 1987

(sobre o uso da própolis no controle de odores). Em relação ao Brasil a primeira surgiu somente

em 1995 para o uso em tratamento odontológico, na prevenção de cáries e gengivites. Até 1999

o Brasil possuía somente três patentes (menos de 2% de todas as patentes depositadas). Até o

início de 1999, em torno de quinze patentes (6,2% do total depositado) referiam-se ao uso da

própolis em tratamentos odontológicos. Essa é uma das aplicações da própolis mais estudada

em todo mundo, tendo relatos científicos desde 1952 (PEREIRA et al., 2002).

Page 24: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

22

A apicultura é hoje considerada uma das grandes opções para a agricultura familiar por

proporcionar o aumento de renda, através da oportunidade de aproveitamento da

potencialidade natural de meio ambiente e de sua capacidade produtiva (MOREIRA, 1996).

No Brasil a colheita de própolis procede-se durante todo o ano, observando-se com isso

variações sazonais na sua composição e atividade, considerando-se a região e o local onde foi

coletada (LABBE et al., 1986). A sua composição química é bastante complexa e variada,

estando intimamente relacionada com a ecologia da flora de cada região visitada pelas abelhas.

De modo geral, contém 50-60% de resinas e bálsamos, 30-40% de ceras, 5-10% de óleos

essenciais, 5% de grãos de pólen, além de micro-elementos como alumínio, cálcio, estrôncio,

ferro, cobre, manganês e pequenas quantidades de vitaminas B1, B2, B6, C e E. A própolis é

conhecida, principalmente, por suas propriedades antimicrobiana, antioxidante, antiinflamatória,

imunomodulatória, hipotensiva, cicatrizante, anestésica, anticâncer e anticariogênica (PARK et

al., 2002).

ROSALEN et al. (2007) e CASTRO et al. (2007) concluíram que, ao longo dos períodos de

safra apícola estudados, a sazonalidade influenciou a atividade antibacteriana das própolis dos

tipos 6 (região nordeste) e 12 (região sudeste), devido, provavelmente, à alteração na

concentração de compostos bioativos oriundos das fontes vegetais, demonstrando que a

atividade antibacteriana das própolis pode variar em função do período de coleta e da

sazonalidade local.

Os compostos fenólicos são seus constituintes principais, sendo representados pelas

agliconas de flavonóides, ácidos fenólicos e seus ésteres, os quais são responsáveis pela

bioatividade contra vários microrganismos patogênicos (BANSKOTA et al., 1998; BURDOCK,

1998). Além disso, fatores associados à técnica de extração, metodologia de condução de

ensaios e época do ano em que foi produzida podem ter influência sobre o maior ou menor grau

de atividade biológica (KOO e PARK, 1997; BANKOVA et al., 2000; BIANCHINI, 1998).

Os flavonóides podem representar uma barreira química de defesa contra

microrganismos, insetos e outros animais herbívoros, atuando também em relacionamentos

harmônicos entre plantas e insetos, atraindo e orientando esses animais até o néctar,

contribuindo enormemente para a polinização (MARCUCCI, 1998). Juntamente com os ácidos

fenólicos e ésteres, aldeídos fenólicos e cetonas são considerados os compostos

antimicrobianos mais importantes da própolis. O mecanismo de ação é complexo, podendo ser

atribuído à interação entre flavonóides, hidroxiácidos e sesquiterpenos (KROL et al., 1993;

CASTALDO & CAPASSO, 2002).

Page 25: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

23

Alguns trabalhos mostram a similaridade ou relacionam algumas substâncias naturais

das plantas aos componentes encontrados na própolis. No caso do Brasil são descritas

propriedades biológicas e composição química distintas para diferentes amostras coletadas no

país. Essa variação é facilmente explicada pela grande biodiversidade brasileira, assim como,

até certo ponto, a habilidade das abelhas em alterar a composição nativa ou adicionar

componentes próprios à própolis (PEREIRA et al., 2002).

A capacidade da própolis em inibir o crescimento bacteriano é uma das atividades

farmacológicas mais conhecidas e comprovadas cientificamente. A despeito de suas distintas

composições, amostras de própolis da Europa são muito similares em relação à atividade

antimicrobiana quando comparadas com as amostras de própolis provenientes do Brasil

(POPOVA et al., 2004).

Em um estudo endodôntico clínico, comparou-se o uso de tintura de própolis a 50% com

a solução clássica de Walkhoff (PMCC), onde se observou que a própolis foi eficaz em quase

todos os casos resolvidos em duas sessões, enquanto no tratamento clássico necessitou de

três ou quatro sessões, não demonstrando reações alérgicas, tornando-se medicamento de

escolha para os autores nos casos de gangrena pulpar (GAFAR et al., 1986).

A atividade antimicrobiana de extratos de Arnica montana (5 e 10%) e de própolis (10%),

ambos provenientes do estado de Minas Gerais foi avaliada através do método de difusão em

ágar e medição dos halos de inibição de 14 cepas, incluindo o E. faecalis , onde observou que a

própolis inibiu todos os microrganismos testados, ao passo que os extratos de Arnica tiveram

resultados decepcionantes (GOMES et al., 1998).

FERNANDES JR. et al., (2001) comprovaram que a própolis coletada por abelhas Apis

mellifera e por várias espécies de Meliponíneos apresentaram atividade frente à S. aureus,

Escherichia coli e Enterococcus sp. VELIKOVA et al., (2000) demonstraram que 12 diferentes

amostras de própolis coletadas por Meliponíneos tiveram pouca ou nenhuma atividade contra E.

coli e algumas tiveram uma atividade pronunciada sobre Staphylococcus aureus, provavelmente

pelo alto teor de ácidos diterpênicos.

Estudos avaliando os extratos etanólicos contra 161 isolados bacterianos, demonstraram

atividade antibacteriana inibindo o crescimento de 67,7% das bactérias testadas, sendo que

92,6% dos isolados Gram positivos e 42,5% dos Gram negativos foram sensíveis ao extrato. O

extrato alcóolico de própolis avaliado foi capaz de exercer ação antibacteriana efetiva contra a

maioria dos isolados testados (VARGAS et al., 2004).

SILVA et al., (2006), avaliando a própolis produzida por abelhas Apis mellifera L. no

estado da Paraíba, determinaram a atividade antimicrobiana contra Candida albicans e

Page 26: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

24

Staphylococcus aureus, não sendo verificada atividade antimicrobiana para os patógenos

estudados. Porém o trabalho destaca que a composição físico-química varia de acordo com o

período da colheita das amostras, onde observaram que as própolis colhidas em períodos de

maior precipitação apresentaram melhores valores para compostos bioativos.

A importância da própolis em Odontologia pode ser observada em trabalhos pertinentes

às várias especialidades. Alguns estudos mostraram resultados promissores em relação ao

efeito antiplaca e anti-cárie de extratos etanólicos brutos da própolis de Apis mellifera de

algumas regiões do Brasil, particularmente do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais,

classificadas como tipo-3 e tipo-12, respectivamente (HAYACIBARA, 2004).

FERNANDES JÚNIOR et al. (2006) avaliaram a ação antimicrobiana de própolis obtidas

em três regiões do Brasil (Botucatu-SP, Mossoró-RN e Urubici-SC) sobre linhagens isoladas de

infecções clínicas humanas Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Enterococcus sp,

Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans. Foram preparados extratos alcoólicos de

própolis (EAP) e determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM) seguida do cálculo da

CIM 90%. Relataram que a própolis de Botucatu foi a mais eficiente sobre S. aureus,

Enterococcus sp e C. albicans. Para E. coli, a própolis eficiente foi de Urubici e para P.

aeruginosa a de Mossoró. Concluíram que para os microrganismos e amostras de própolis

testadas, há diferenças na atividade antimicrobiana em função do local de produção, devido a

diferença de composição química da própolis.

FARNESI (2007), estudando os efeitos da própolis de abelhas africanizadas e

meliponíneos contra cepas de: Aspergillus nidulans, Trichophyton rubrum, Staphylococcus

aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Micrococcus luteus , concluindo que

nenhuma das amostras de própolis testadas apresentaram atividade anti-fúngica contra

Aspergillus nidulans e a linhagem de fungo Trichophyton rubrum apresentou sensibilidade

principalmente à própolis verde. As própolis testadas apresentaram importante atividade

antibacteriana.

Um novo tipo de própolis brasileira, conhecida popularmente como própolis vermelha foi

analisada quimicamente, observando-se atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus

e Staphylococcus mutans, mostrando também atividades citotóxicas contra células tumorais.

Sete novos compostos químicos foram observados em cromatografia gasosa/massa, sendo que

destes, quatro foram isoflavonas. Os resultados deste trabalho mostraram que a própolis

vermelha possui compostos biológicos ativos que nunca tinham sido encontrados nos doze

tipos de própolis brasileiras já citadas até a presente data (ALENCAR et al., 2007).

Page 27: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

25

DAUGSCH et al. (2006, 2007) concluíram que a principal origem botânica da própolis

vermelha é a Dalbergia ecastophyllum. Coletaram amostras de própolis vermelha de cinco

estados do nordeste brasileiro (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba) comparando-

as através de testes em Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência em Fase

Reversa (RPHPTLC) e Cromatografia Liquida de Alta Eficiência em Fase Reversa (RPHPLC)

com resinas da D. ecastopyllum constatando perfis muito similares. Ainda neste trabalho

testaram extratos hidro-alcoólico da própolis coletadas nos seis estados, através do método do

disco, em Staphylococcus aureus, obtendo halos de inibição favoráveis.

SILVA et al. (2007) avaliaram a origem botânica e a composição química de um tipo de

própolis brasileira, de coloração vermelha, mostrando ser provável que a mesma tenha origem

na Dalbergia ecastophyllum, bem como apresentando um alto percentual de iso-flavonóides.

Apesar da pequena oferta de trabalhos na literatura científica sobre a própolis vermelha

brasileira, os resultados obtidos relativos à suas características composicionais, têm

demonstrado um grande potencial biológico deste tipo de própolis quando comparada com

outros tipos já estudados e relatados.

2.3 Referências bibliográficas

ACKERMANN, T. Fast chromatography study of propolis crudes. Food Chemistry, Oxon, v.42,

n.2, p.135-138, 1991.

ALENCAR, S.M. et al., Chemical composition and biological activity of a new type of Brazilian

propolis: Red propolis, Journal of Ethnopharmacology , 2007.

ALMEIDA, E. C. Evaluation of the anti-inflammatory activity of propolis extracts. J. Venom. Anim.

Toxins, vol.8, no.1, p.183-183, 2002.

AYHAN, H.; SULTAN, M.; ÇIRAK, M.; RUHI, M.Z. et al. Antimicrobial effects of various

endodontic irrigants on selected microorganisms. Int Endod J, v. 32, n. 2, p. 99-102, Mar. 1999.

BANKOVA, V.; CHRISTOV, R.; KUJUMGIEV, A.; MARCUCCI, M. C.; POPOV, S. Chemical

composition and antibacterial activity of Brazilian propolis. Zeitschrift Fur Naturforschung, v.

1995, p. 167-172, 1995.

Page 28: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

26

BANKOVA, V. S.; CASTRO, S. L. ; MARCUCCI, M. C. Propolis: recent advances in chemistry

and plant origin. Apidologie, v. 31, p. 3-15, 2000.

BANSKOTA, A. H., TEZUKA, Y., PRASAIN, J. K., MATSUSHIGE, K., SAIKI, I.; KADOTA, S.

Chemical constituents of Brazilian propolis and their citotoxic activities. Journal of Natural

Products, v. 29, p. 896-900, 1998.

BIANCHINI, L. e BEDENDO, I. P. Efeito antibiótico da própolis sobre bactérias fitopatogênicas.

Sci agric Piracicaba, v. 55, p. 149-152, 1998.

BORIN, G.; BECKER, A. N.; OLIVEIRA, E. P. M. A história do Hipoclorito de sódio e a sua

importância como substância auxiliar no preparo químico mecânico de canais radiculares.

Revista de Endodontia Pesquisa e Ensino On-line- Ano 3, Número 5, Janeiro-Junho, 2007.

BOSIO, K., AVANZINI, C., D'AVOLIO, A., OZINO, O. e SAVOIA, D. In vitro activity of propolis

against Streptococcus pyogenes. Letters in applied Microbiology, v. 31, p. 174-177, 2000.

BREYER, E. U. Abelhas e saúde. União da Vitória, Paraná, Uniporto, p.1-41, 1980.

BURDOCK, G. A. Review of the biological properties and toxicity of bee propolis. Food and

Chemical Toxicology, v. 36, p. 347-363, 1998.

BYSTRÖM, A.; SUNDQVIST, G. Bacteriologic evaluation of the efficacy of mechanical root

canal instrumentation in endodontic therapy. Scand. J. Dent. Res., v. 89, n. 4, p. 321-8, 1981.

BYSTRÖM. A., SUNDQVIST, G. Bacteriologic evaluation of the efficacy of mechanical root

canal instrumentation in endodontic therapy. Scan J Dent Res, v. 89, n.5, p.321-328, 1985.

BYSTRÖM, A.; HAPPONEN, R.P.; SJOGREN, U. et al. Healing of periapical lesions of pulpless

teeth after endodontic treatment with controlled asepsis. Endod Dent Traumatol, v. 3, n.2, p. 58-

63, Apr. 1987.

Page 29: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

27

CAPOTE, M. R. P.; TORRES, C. C. R.; FERNÁNDEZ, O.S. L. ; RODRIGUEZ, S. S.; ALVAREZ,

D.; CASTAÑEDA, J. e VEGA, J. L. Evaluacion Toxicológica de una Tintura de Propóleos. Acta

Farm. Bonaerense. v. 22, n. 1, p. 61-4, 2003.

CASTALDO, S. ; CAPASSO, F. Propolis, an old remedy used in modern medicine. Fitoterapia,

v. 73, suppl. 1, p. S1- S6, 2002.

CASTRO, M.L.; CURY, J.A.; ROSALEN, P.L.; ALENCAR, S.M.; IKEGAKI, M.; DUARTE, S.;

KOO, H. Própolis do sudeste e nordeste do Brasil: influência da sazonalidade na atividade

antibacteriana e composição fenólica. Quím. Nova v.30 n.7 São Paulo, 2007.

CHEUNG, G.S. Endodontic failures – changing the approach. International Dental Journal 46,

131-8, 1996.

CRISAN, I. et al. Natural propolis extract NIVCRISOL in the treatment of acute and chronic

rhinopharyngitis in children. Rom J Virol, Bucareste, v.46, n.3-4, p.115-33, 1995.

DAUGSCH, A.; MORAES, C.S.; FORT, P.; PACHECO, E.; LIMA, I.B.; ABREU, J.A.; PARK, Y.K.

Própolis Vermelha e sua origem botânica. Mensagem Doce n° 89,

nov, 2006.

DAUGSCH, A.; MORAES, C.S.; FORT, P.; PARK, Y.K. Brazilian Red Propolis—Chemical

Composition and Botanical Origin. Advance Access published , 2007.

ESTRELA, C., PIMENTA, F.C., ITO, I.Y., BAMMANN, L.L. In vitro determination of direct

antimicrobial effect of calcium hudroxide. J Endod, v.24, n.1, p.15-17, 1998.

ESTRELA, C.R.A. Eficácia antimicrobiana de soluções irrigadoras de canais radiculares /

Universidade Federal de Goiás - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública – Dissertação

(Mestrado em Microbiologia) – Instituto de Patologia Tropical de Saúde Pública, Universidade

Federal de Goiás, 2000. 88p: ilus.

ESTRELA, C. Metodologia científica. 1ª ed. Artes médicas, São Paulo, 2001.

Page 30: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

28

EVANS, M.; DAVIES, J. K.; SUNDQVIST, G.; FIGDOR, D. Mechanisms involved in the

resistance of Enterococcus faecalis to calcium hydroxide. Int Endod J, v. 35, p. 221-228, 2002.

FARNESI, A.P. Efeitos da própolis de abelhas africanizadas e meliponíneos em

microrganismos. Tese de Mestrado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, 73 p.: il.

Ribeirão Preto, 2007.

FERNANDES JR, A.; LEOMIL, L.; FERNANDES, A.A.H.; SFORCIN, J.M. The antibacterial

activity of propolis produced by Apis mellifera L. and Brazilian stingless bees. Journal of

Venomous Animals and Toxins, v. 7 (2), p. 1-9, 2001.

FERNANDES Jr, A.F.; LOPES, M.M.R.; COLOMBARI, V.; MONTEIRO, A.C.M.; VIEIRA, E.P.

Atividade antimicrobiana de própolis de Apis mellifera obtidas em três regiões do Brasil. Ciência

Rural, Santa Maria, v.36, n.1, p.294-297, jan-fev, 2006.

FIGDOR, D.; DAVIES, J. K.; SUNDQVIST, G. Starvation survival, growth and recovery of

Enterococcus faecalis in human serum. Oral Microbiol Immunol, v. 18, p. 234-239, 2003.

FUNARI, C. S.; FERRO, V. O. Análise de Própolis. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 26(1):

171:178, jan-mar , 2006.

GAFAR, M. et al. Treatment of simple pulp gangrene with the apitherapy product “propolis”.

Stomatologie, v. 33, p. 115- 117, 1986.

GOMES, B.P.F.A.; KOO, H.; ROSALEN, P.L.; CURY, J.A. Atividades antimicrobianas d Arnica

Montana e própolis sobre patógenos orais. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE PESQUISA ODONTOLÓGICA, 15, Águas de São Pedro, 1998. Anais. Águas

de são Pedro, 1998. p. 125.

GREENAWAY, W., MAY, J., SCAYSBROOK, T. e WHATLEY, F. R. Identification by Gas-

Chromatography Mass-Spectrometry of 150 compounds in propolis. Zeitschrift Fur

Naturforschung C, v. 46 c, p. 111-121, 1991.

Page 31: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

29

HAY, K.D. & GREIG, D. E. Propolis allergy: a cause of oral mucositis with ulceration. Oral Surg

Oral Med Oral Pathol, n.70, v.5, p.584-586, Nov 1990.

HAYACIBARA, M. F. Avaliação do potencial anti-cárie e anti-placa de frações isoladas de

Própolis de Apis mellifera selecionadas de duas regiões do Brasil. Tese de Mestrado,

UNICAMP, 60p. Piracicaba, 2004

HELING, I. ; CHANDLER, N. P. Antimicrobial effect of irrigant combinations within dentinal

tubules. Int Endod J, v. 31, n. 1, p. 8-14, Jan. 1998.

ISHIKAWA, M. et al. Inhibition of growth and induction of apoptosis in human cancer cell lines by

Propolis. Journal of Pharmacological Sciences, Kyoto, v.94, p.129-129, 2004.

JOHNSON, K. S. et al. Chemical-compositing of North-American bee propolis and biological-

activity towards larvae of greater wax moth (Lepidoptera, Pyralidae). Journal of Chemical

Ecology, New York, v. 20, n.7, p.1783-1791, 1994.

KAKEHASHI, S.; STANLEY, H. R.; FITZGERALD, R. J. The effects of surgical exposures of

dental pulps in germ-free and conventional laboratory rats. Oral Surgery, 1965; 20:340-9, apud

SIQUEIRA Jr, J. F. Tratamento das Infecções Endodônticas. 1a. ed., Rio de Janeiro: Medsi,

1997.

KEDZIA, B.; GEPPERT, B. e IWASZKIEWICZ, J. Pharmacological investigations of ethanolic

extract of propolis. Phytothérapie, Paris, v. 6, p. 7-10, 1990.

KOO, M. H. e PARK, Y. K. Investigation of flavonoid aglycones in propolis collected by two

different varieties of bees in the same region. Bioscience Biotechnology and Biochemistry, v. 61,

p. 367-369, 1997.

KOPPER, P.M.P; ROSA, R.O.; FIGUEIREDO, J.A.P.; PEREIRA, C.C.; TARTAROTTI, E.;

FILIPPINI, H.F. Avaliação, in vitro, da atividade antimicrobiana de três cimentos endodônticos.

Rev. Odonto Ciência- Fac. Odonto/PUCRS, v.22, n. 56, abr./jun. 2007.

Page 32: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

30

KRONFELD, R.; BOYLE, P.E Histopatologia dos dentes. 3. ed. Rio de Janeiro, Científica, 1955,

apud LEONARDO, M.R.; LEAL, J.M. Tratamento de canais radiculares. 3. ed. São Paulo,

Panamericana, 1998.

LABBE, C.; et al. Secondary metabolites from Chilean Baccharis species. Journal of Natural

Products, Washington n. 49, p. 517, 1986.

LEONARDO, M. R. Endodontia Tratamento de Canais Radiculares. São Paulo, Artmed:

2005.

LOVE, R. M. Enterococcus faecalis a mechanism for its role in endodontic failure. Int Endod J, v.

34, p. 399-405, 2001.

MARCHESAN, M.A., ARRUDA, M.P., SILVA-SOUSA, Y.T.C., SAQUY, P.C., PÉCORA, J.D.,

SOUSA-NETO, M.D. Morfometrical analysis of cleaning capacity using Nickel- Titanium rotatory

instrumentation associated with irrigating solutions in mesio-distal flattened root canals. J Appl

Oral Sci, v.11, n.1, p.55-59, 2003.

MARCUCCI, M.C. Própolis: chemical composition, biological properties, and therapeutic activity.

Apidologie, v. 26, p. 83-99, 1995.

MARCUCCI, M.C. Propriedades biológicas e terapêuticas dos constituintes químicos da

própolis. Química Nova, v. 19 (5), p. 529-535, 1996.

MARCUCCI, M.C.; WOISKY, R.G.; SALATINO, A. Uso de cloreto de alumínio na quantificação

de flavonóides em amostras de própolis. Mensagem doce, v. 46, p. 1998.

MARSH, P.; MARTIN, M. Oral microbiology. 3. ed., London, UK: Champan and Hall, 1992.

MOREIRA, A. S. Apicultura. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1996. 67 p.

(Documento Técnico, 202).

MUNDY, L.M.; SAHAM, D.F.; GILMORE, M. Relationships between enterococcal virulence and

antimicrobial resistance. Clinical Microbiology Reviews 13, 513-22, 2000.

Page 33: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

31

NAIR, P.N.R.; SJÖGREN, U.; FIGDOR, D.; SUNDQVIST, G. Persistent periapical

radiolucencies of root-filled human teeth, failed endodontic treatments, and periapical scars. Oral

Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology , 87, 617-27, 1999.

NASCIMENTO, G.G.F. et al. Antibacterial activity of plant extracts and phytochemicals on

antibiotic-resistant bacteria. Braz J Microbiol, São Paulo, v.31, n.2, p.247–256, 2000.

NODA,M.; KOMATSU, H.; INOUE, S.; SANO, H. Antibiotic susceptibility of bacteria detected

from the root canal exudate of persistent apical periodontitis. JOE 26, 221-4, 2000.

NOTHENBERG, M. Própolis enfrenta bem o desafio das pesquisas. Química e Derivados, v.

348, p. 24-28, 1997.

ORSTAVIK, D., PITT FORD, T. R. Fundamentos de Endodontia: Prevenção e Tratamento

da Periodontite Apical. São Paulo: Ed Santos. 2004.

PARK, Y.K.; ABREU, J.A.S.; IKEGABI, M.; CURY, J.A.; ROSALEN, P. L. Antimicrobial activity

of propolis on oral microorganisms. Current Microbiology, v. 36 (1), p. 24- 29, 1998.

PARK, Y. K. et al. Própolis produzida no sul do Brasil, Argentina e Uruguai: Evidências

fitoquímicas de sua origem vegetal. Ciênc Rural, v.32, n.6, p.997-1003, 2002.

PÉCORA, J.D.; SOUZA NETO, M.D.; ESTRELA, C. Soluções auxiliares do preparo do canal

radicular. In: ESTRELA, C.; FIGUEIREDO, J.A.P. Endodontia: princípios biológicos e

mecânicos. São Paulo: Artes Médicas, 1999. Cap. 16: p. 553-559.

PEREIRA, A. D. S., SEIXAS, F. R. M. S., NETO, F. R. A. Propolis: 100 anos de pesquisa e suas

perspectivas futuras. Química Nova, v. 25, p. 321-326, 2002.

PINHEIRO, E. T.; GOMES, B.P.F.A.; FERRAZ, C.C.R.; TEIXEIRA, F.B.; ZAIA, A.A.; SOUZA

FILHO, F.J. Evaluation of root canal microorganisms isolated from teeth with endodontic failure

and their antimicrobial susceptibility. Oral Microbiology and Immunology 18,100-3, 2003.

Page 34: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

32

POPOVA, M.; BANKOVA, V.; NAYDENSKY, CH.; TSVETKOVA, I.; KUJUMGIEV, A.

Comparative study of the biological activity of propolis from different geographic origin: a

statistical approach. Macedonian Pharmaceutical Bulletin, v.50, p.9-14, 2004.

ROSALEN, P.L. et al. Própolis do Sudeste e Nordeste do Brasil: Influência da sazonalidade na

atividade antibacteriana e composição fenólica. Química Nova, Vol. XY, N. 00, 1-5, 2007.

SANTA-CECÍLIA, M. Avaliação de algumas propriedades fisico-químicas e biológicas de

um solução clorada experimental, para a irrigação de canais radiculares. Tese de

Doutorado, 164 p. - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, 1999.

SELTZER, S.; FARBER, P. A. Microbiologia factor in endodontology. Oral Surgery Oral

Medicine Oral Pathology, 78 (5): 634-45, Nov., 1994.

SEN, B. H.; PISKIN, B.; DERMERCI, T. Observation of bactéria and fungi in infected root canals

and dentinal tubles by SEM. Endod. Dent. Traumatol. 11(1): 6-9, 1995.

SHEPARD, B.D. ; GILMORE, M.S. Antibiotic-resistant enterococci: the mechanisms and

dynamics of drug introduction and resistance. Microbes and Infection, 4, 215-24, 2002.

SILVA, R. A.; RODRIGUES, A. E.; MARCUCCI, M. C. ; CUSTÓDIO, A. R.; ANDRADE, N. E. D.;

PEREIRA, W. E. Caracaterísticas físico-químicas e atividade antimicrobiana de extratos de

própolis da Paraíba, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v. 36, n.6, p. 1842-1848, nov-dez, 2006.

SILVA, B.B.; ROSALEN, P.L.; CURY, J.A.; IKEGAKI, M.; SOUZA, V.C.; ESTEVES, A.;

ALENCAR, S.M. Chemical Composition and Botanical Origin of Red Propolis, a New Type of

Brazilian Propolis. Advance Access published, 2007.

SIQUEIRA Jr, J. F. Tratamento das Infecções Endodônticas. 1ª. ed., Rio de Janeiro: Medsi,

1997.

SIQUEIRA Jr, J. F. ; BATISTA, M. D. M. ; FRAGA, R.C.et al. Antibacterial effects of endodontic

irrigants on black-pigmented Gram-negative anaerobes and facultative bacteria. J Endod, v. 23,

n. 6, June, 1998.

Page 35: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

33

STUART, C.H.; SCHWARTZ, A.S.; BEESON, T.J.; OWATZ, C.B. Enterococcus faecalis: its role

in root canal treatment failure and current concepts in retreatment. J Endod, v.32, n.2, p.93-8,

2006.

SUNDQVIST, G. Ecology of the root canal flora. J Endod., 18:427-30, 1992.

SUNDQVIST, G. Bacteriological studies of necrotic dental pulps. Umea, Sweden: University of

Umea, 1976. Apud SIQUEIRA Jr, J. F. Tratamento das Infecções Endodônticas. 1a. ed., Rio

de Janeiro: Medsi, 1997.

SWERTS, M.S.O.; FREITAS E SILVA, D.S.; MALDONADO, D.V.; TOTTI DA COSTA, J.M.;

MEDEIROS, U.V. de. Atividade antimicrobiana da própolis sobre bactérias bucais. JBE,

Curitiba, v.3, n.10, p.256-261, 2002.

TREVISAN, M. D. P. Própolis. Inf. Agropec, v. 9, p. 50-52, 1983.

TRUSHEVA, B. ; MARCUCCI, M. C. ;POPOLVA, M. ; BANKOVA, V. ; SIMOVA, V. ; MIORIN, P.

L. ; PASIN, F. R. ; TSVETKOVA, I. Bioactive Constituents of Brazilian Red Propolis. e Cam

Evidence Based Complemmentary And Alternative Medicine, v. 3, n. 2, p. 249-254, 2006.

VARGAS, A.C.; LOGUERCIO, A.P.; WITT, N.M.; COSTA, M.M.; SILVA, M.S.; VIANA, L.R.

Atividade antimicrobiana “in vitro” de extrato alcóolico de própolis. Ciência Rural, Santa Maria,

v.34, n.1, p.159-163, 2004.

VELIKOVA, M.; BANKOVA, V.; MARCUCCI, M.C.; TSVETKOVA, I.; KUJUMGIEV, A. Chemical

composition and biological activity of propolis from Brazilian meliponinae. Zeitschrift Fur

Naturforschung C, v. 55, p. 785-789, 2000.

WALTIMO, T.M.T., SIRÉN, E.K., ØRSTAVIK, D., HAAPASSALO, M.P.P. Susceptibility of oral

Candida species to calcium hidroxide in vitro. Int Endod J, v.32, n.2, p.94-98, 1999.

Page 36: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

34

3 CAPÍTULO 2 - ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO

HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA SOBRE Enterococcus faecalis

RESUMO

A própolis é uma substância resinosa, complexa, produzida pelas abelhas ,destacando-

se por suas propriedades terapêuticas, como atividade antimicrobiana, antiinflamatória,

cicatrizante. Poucos trabalhos existem sobre a variedade de própolis vermelha,

encontrada no Estado de Sergipe, o que faz necessário avaliar a ação antimicrobiana

do extrato de própolis vermelha coletada na região Nordeste do estado de Sergipe,

contra cepas de Enterococcus faecalis, através do método do halo de inibição por

discos impregnados com as soluções. O halo de inibição promovido pelo extrato de

própolis foi comparado com o halo da solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, utilizado

como solução irrigadora em endodontia, verificando halos variando entre 12 e 16 mm,

demonstrando boa efetividade contra E. faecalis. A própolis coletada apresentou médio

teor de flavonóides (1,8%) e características físico-químicas coerentes às exigidas pelo

Ministério da Agricultura.

Palavras-chave: própolis vermelha, ação antibacteriana, E. faecalis.

ABSTRACT

Propolis is a complex resinous substance, produced by bees, such for its therapeutic properties,

such as antimicrobial activity, antiinflammatory, healing. Few studies exist on the red variety of

propolis, found in the state of Sergipe, which is necessary to evaluate the antimicrobial action of

the extract of propolis red collected in the northeastern state of Sergipe, against strains of

Enterococcus faecalis, through the halo of inhibition by discs impregnated with solutions. The

Page 37: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

35

halo of inhibition promoted by the extract of propolis was compared with the halo of the solution

of sodium hypochlorite to 2.5%, used as a irrigation solution in endodontic checking halos

ranging between 12 and 16 mm, showing good effectiveness against E. Faecalis. Propolis

collected showed average content of flavonoids (1.8%) and physicochemical characteristics

consistent to those required by the Ministry of Agriculture.

Keywords: red propolis, antibacterial action, E. Faecalis.

3.1 INTRODUÇÃO

A presença de microrganismos no sistema de canais é a principal causa de infecções

endodônticas, sendo a viabilidade destes dependente do potencial de óxido-redução, da

disponibilidade de nutrientes e do sistema de defesa do hospedeiro. Em infecções persistentes,

provenientes da necrose pulpar, o teor de oxigênio no canal é baixo, contribuindo para o

predomínio de bactérias anaeróbias e facultativas (LEONARDO, 2005).

Um dos principais microrganismos envolvidos neste processo infeccioso é o

Enterococcus faecalis, classificado como anaeróbio facultativo, demonstrando mecanismos de

resistência após a obturação do canal radicular, apresentando-se adaptado ao ambiente

complexo, rico em nutrientes e pobre em oxigênio.

O Enteroccus faecalis é resistente ao tratamento endodôntico principalmente no que diz

respeito ao crescimento em pH alcalino, sendo capaz de sobreviver em pH na faixa de 2 a 10

(BYSTRON; SUNDQVIST, 1985; WALTIMO et al., 1999; EVANS et al., 2002), e em ambientes

hipotônicos, hipertônicos, falta de nutrientes, além de mecanismos de aderência nas células do

hospedeiro. A infecção se dá pela invasão do microrganismo nos túbulos dentinários,

colonizando os canalículos e reinfectando o canal já obturado. Além disso, o microrganismo

possui a capacidade de se aderir às fibras colágenas desmineralizadas dos túbulos dentinários,

dificultando sua eliminação (LOVE, 2001; FIGDOR; DAVIES; SUNDQVIST, 2003).

Para a eliminação do microrganismo do sistema de canal radicular, o hipoclorito é a

solução de escolha, principalmente quando se trata de dentes com polpa necrosada e

infectada, por ser antibacteriano, solvente de matéria orgânica, desodorizante, clareador,

lubrificante e detergente (SIQUEIRA Jr, 1997).

Outras substâncias são utilizadas como auxiliar no tratamento de infecções persistentes,

porém a literatura relata casos de resistência do Enterococcus faecalis para diversos

antibióticos, tais como: benzilpenicilina, ampicilina, clindamicina, metronidazol, tetraciclina,

cefalosporinas, aminoglicosídeos, macrolídeos (eritromicina e azitromicina) (DAHLÉN et al. ,

Page 38: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

36

2000 ; NODA et al. , 2000 ; PINHEIRO et al. , 2003), sendo portanto necessárias informações

sobre fármacos alternativos. Diversas substâncias têm sido pesquisadas na intenção de

preencher os requisitos de uma solução antimicrobiana ideal.

A biodiversidade é uma forte aliada quando se procura novas substâncias naturais com

ação biológica, sendo que a pesquisa utilizando esta tem sido uma estratégia de sucesso na

descoberta de novos produtos medicinais como antibióticos, drogas anti tumor e outras ações.

A seleção da própolis foi baseada por se tratar de um produto natural que vem

despertando um interesse cada vez maior. Particularmente a própolis, sob a forma de extratos

hidroalcoólicos, vem se destacando tanto pelas suas propriedades terapêuticas quanto pela

possibilidade de aplicação na indústria farmacêutica, alimentícia e cosmética. Dessa forma

buscou-se estudar um novo tipo de própolis, a vermelha e determinar suas reais

potencialidades em se tratando de atividade antimicrobiana para a cepa estudada, bem como

verificar uma possível alternativa econômica e biologicamente eficaz para sua utilização como

auxiliar no tratamento endodôntico, como uma solução irrigadora ou como curativo de demora.

A própolis vermelha é uma variedade pouco estudada, sendo que no Brasil é

encontrada, até o momento, somente na região Nordeste (TRUSHEVA et al., 2006; SALOMÃO

et al., 2007; ALENCAR et al., 2007; SILVA et al., 2007). A própolis já vem sendo estudada como

solução antimicrobiana, apresentando resultados promissores na área odontológica

(FERREIRA, 1999, FERREIRA et al., 2007, TRUSHEVA et al., 2006). As propriedades

biológicas da própolis são atribuídas aos flavonóides e aos ácidos fenólicos encontrados nas

mesmas, destacando-se a ação antimicrobiana, antiprotozoária, antinflamatória, citotóxica,

anticarcinogênica, antiulcerogênica, anticariogênica, anti-hipotensiva, anestésica, cicatrizante,

regeneradora de tecido cartilaginoso e pulpar dental, hepatoprotetora e antioxidante

(ACKERMANN, 1991; CAPOTE, 2003; ISHIKAWA et al., 2004; JOHNSON et al., 1994; KEDZIA

et al., 1990; MARCUCCI, 1995).

Foi observada a atividade antimicrobiana da variedade vermelha contra Staphylococcus

aureus e Staphylococcus mutans, apresentando resultados positivos, bem como atividade

citotóxica. Sete novos compostos químicos foram observados em cromatografia gasosa/massa,

sendo que destes, quatro foram isoflavonas. Os resultados mostraram que a própolis vermelha

possui compostos biológicos ativos que nunca tinham sido encontrados nos doze tipos de

própolis brasileiras já citadas (ALENCAR et al., 2007).

Estudos recentes apontam que a sua composição química e ação biológica é

dependente da vegetação ao redor dos apiários onde é coletada pelas abelhas. Devido a estas

características peculiares há a necessidade de caracterizar quanto às propriedades físico-

Page 39: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

37

químicas e ação biológica a própolis vermelha coletada na região de Brejo Grande/SE, a fim de

dar subsídios para impulsionar o desenvolvimento de comunidades que trabalham neste setor.

Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a eficácia antibacteriana do extrato de

própolis vermelha produzida na região norte do estado de Sergipe sobre cepa de Enterococcus

faecalis (Streptococcus faecalis) – ATCC 29212, avaliando esta ação in vitro, através do método

de halos de inibição, bem como em canais radiculares de dentes extraídos.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

As amostras de própolis vermelha para análise foram coletadas de colméias de Apis

mellifera L., instaladas no apiário Capivaras, Brejo Grande/SE/Brasil (S 10º26`25``; W

36º26`12``) e armazenado sob refrigeração. Durante todo o trabalho foi utilizada a mesma

amostra para evitar variações ambientais.

O material foi identificado de acordo com a Instrução Normativa nº. 3 (BRASIL, 2001),

segundo suas características sensoriais (cor, aroma, consistência e presença de materiais

estranhos), granulometria e requisitos físico-químicos (perda por dessecação e teor de cinzas).

Os requisitos físico-químicos foram determinados conforme metodologia descrita na A.O.A.C.

(1995).

A extração foi realizada por maceração sob agitação constante durante 24 horas em

temperatura ambiente (FARNESI, 2007). Foram utilizadas amostras de 5 g de própolis vermelha

em 500 mL de uma solução etanol a 70%. Após evaporação do solvente para obtenção do

extrato seco, o material foi pesado e o rendimento calculado em relação a massa inicial utilizada

e expresso em porcentagem.

O teor de flavonóides no extrato seco foi determinado segundo ADELMANN (2005),

tendo flavonas e flavonóides expressos como equivalente de quercetina.

Para a avaliação antimicrobiana, foi utilizado o meio de cultura Brain Heart Infusion

(BHI). Utilizou-se como controle positivo a solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e como

controle negativo a água destilada estéril. A cepa bacteriana de referência utilizada foi

proveniente do Laboratório de materiais de referência da Fundação Oswaldo Cruz – INCQS

(Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) – Enterococcus faecalis (Streptococcus

faecalis) – ATCC 29212.

A cepa liofilizada foi reativada em caldo BHI, obtendo-se uma suspensão das bactérias.

Este material foi incubado em anaerobiose, por 48 horas a 37 ºC e a cultura obtida foi semeada

em placas contendo BHI ágar (AYHAN et al., 1999 ; DOTTO et al., 2006; PAREKH & CHANDA,

2007).

Page 40: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

38

A análise da atividade antimicrobiana dos extratos de própolis contra cepa de

Enterococcus faecalis foi realizada de acordo com o método descrito por KIM, MARSHALL,

WEI, 1995; SIVROPOULOU et al., 1995; SPONCHIADO JÚNIOR, 2006. Amostras de 30 µL de

culturas ativas de Enterococcus faecalis foram incubadas por 24 horas/37ºC de crescimento e

após este período, a turbidez foi ajustada ao tubo 0,5 da escala McFarland (1,5 x 108 UFC) por

diluição em solução salina, sendo em seguida semeadas em placas de BHI ágar. Discos de

papel impregnados com 2 µL de solução de própolis com diferentes concentrações foram

colocados na placa, eqüidistantes e após 24 horas de incubação em anaerobiose a 37 ºC os

resultados foram observados. A massa de própolis em cada disco variou de 20 a 150 µg.

Discos contendo hipoclorito de sódio a 2,5% e água destilada também foram testados como

controle positivo e negativo respectivamente. A atividade inibitória do crescimento foi

determinada pela medição da zona de inibição. Este experimento foi realizado em quintuplicata.

Para determinação da atividade bactericida mínima foram distribuídos 5,0 mL do caldo

BHI em tubos (FERNANDES JÚNIOR et al., 2006) e 4 mL de solução de própolis à 7,5%. Foi

realizada a diluição seriada, obtendo-se após adição de 1 mL de inóculo em cada tubo uma

concentração de própolis entre 1.645 e 34.090 µg/mL. O inóculo adicionado foi proveniente de

uma cultura de 24 horas ajustado a 0,5 da escala de McFarland (1,5 x 108 UFC) (AYHAN et al.,

1999 ; DOTTO et al., 2006; PAREKH & CHANDA, 2007). Após o período de incubação, 100 µL

do inóculo foi transferido para placas (duplicata) contendo BHI ágar, e estas incubadas em

anaerobiose a 37ºC por 24 horas. Após o período de incubação observou-se se houve

crescimento de colônias nas placas, sendo considerada concentração bactericida mínima

(CBM), a menor concentração do produto testado que resultou em menos de sete colônias

(SCHOENKNECHT; SABATH; THORNSBERRY, 1987).

Para o estudo em dentes humanos extraídos, trinta e um dentes unirradiculares foram

utilizados. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n° 020707) da

Universidade Tiradentes/SE .

Os espécimes selecionados tiveram suas coroas seccionadas por meio de um motor de

alta rotação e broca cilíndrica diamantada número 2135,0 sob refrigeração. Com o auxílio de

uma lima tipo K número 10, cada canal foi explorado em toda a sua extensão até que a lima

fosse detectada no forame apical. A partir deste comprimento, o instrumento foi recuado um

milímetro a fim de determinar o comprimento de trabalho. Em seguida, foi iniciado o preparo

biomecânico pela técnica Crown-Down, confeccionando-se o batente apical com a lima tipo K

Page 41: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

39

número 50. O terço cervical foi alargado com brocas Gates-Glidden dois e três. Para a irrigação

foi utilizado, 2 mL de solução salina, sendo a irrigação final realizada com 2 mL de EDTA,

seguida de 2 mL de água destilada. Após o preparo, as amostras foram impermeabilizadas,

com cianoacrilato na região do forame apical, a fim de impedir a saída da suspensão

microbiana e foram esterilizados, em autoclave por 20 minutos a 121ºC (MENEZES et al., 2004;

SPONCHIADO Jr, 2006).

Todos os dentes foram contaminados através da inoculação de amostras de 30 µL de

cultura ativa de Enterococcus faecalis ajustadas ao tubo 0,5 da escala McFarland (1,5 x 108

UFC) e em seguida incubados em anaerobiose por 48 horas. Os dentes contaminados foram

divididos em três grupos com 10 dentes cada. O grupo 1 foi o grupo tratado com própolis a

7,5%, o grupo 2 foi tratado com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e o grupo 3 foi utilizado

como grupo controle e foi tratado apenas com salina estéril.

Cada espécime foi inundado por 2 mL da solução testada por 5 minutos e em seguida

colocou-se um cone de papel estéril 50 em cada, permanecendo por 5 minutos. Após este

período os cones de papel foram distribuídos em cinco placas (dois cones por placa) contendo

o BHI ágar e incubados por 72 horas.

3.3 RESULTADOS

No presente estudo foram avaliadas as características sensoriais e físico-químicas da

própolis vermelha da região de Brejo Grande/SE e ação antimicrobiana do extrato desta

própolis in vivo e ex vivo contra Enterococcus faecalis (Streptococcus faecalis) – ATCC 29212,

por ser este um patógeno de elevado interesse, pois está associado a infecções endodônticas

persistentes.

Os resultados obtidos nas análises de caracterização sensorial, da própolis vermelha

estudada, indicam que a amostra apresentou aroma balsâmico característico, cor vermelha

intensa e consistência rígida à temperatura ambiente, sendo observada ausência de

substâncias estranhas na amostra ou qualquer evidência de abelhas, madeira e vegetais.

Quanto à caracterização físico-química apresentou granulação heterogênea, com fragmentos

grandes. Os resultados das análises de teor de cinzas, perda por dessecação, teor de

flavonóides e rendimento da própolis do extrato hidroalcoólico podem ser observados na Tabela

Page 42: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

40

1, onde se verifica que os valores obtidos estão de acordo com os valores referência da

legislação vigente.

Tabela 1- Caracterização físico-química da própolis vermelha e extrato hidroalcoólico de

própolis vermelha da região de Brejo Grande/SE

Parâmetro estudado Média ± Desvio Padrão Requisitos do Ministério*

Teor de cinzas 4,39 ± 0,67 Máximo de 5%

Perda por dessecação 6,47 ± 1,31 Máximo de 8%

Flavonóides totais 1,87± 0,26 Mínimo de 0,25%

Rendimento 43,5 Mínimo de 35%

* Valores de referência de acordo com legislação vigente (BRASIL, 2001)

Os flavonóides foram extraídos utilizando-se uma solução hidroalcoólica 70%, pois em

estudos prévios verificou-se ser este o solvente com melhor potencial de extração. Os

resultados desta extração classificam esta própolis como de médio teor de flavonóides segundo

a legislação brasileira (BRASIL, 2001).

O extrato hidroalcoólico de própolis vermelha foi avaliado quanto à ação antimicrobiana

frente ao microrganismo Enterococcus faecalis (Streptococcus faecalis) – ATCC 29212. Os

resultados das médias dos halos de inibição estão apresentados na Tabela 2, que variaram

entre 12 e 16 mm em função da concentração de extrato seco de própolis vermelha que variou

de 20 a 150 µg por disco teste. Foi utilizado como controle positivo solução de hipoclorito de

sódio por ser o composto químico com melhor espectro de ação e baixo custo aplicado como

solução irrigadora no tratamento endodôntico.

A solução teste com 150 µg de própolis foi a que apresentou o maior halo de inibição (16

mm), as demais soluções de própolis tiveram o mesmo halo de inibição que a solução de

hipoclorito de sódio utilizada com controle positivo (12 mm).

Page 43: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

41

Tabela 2 - Média e desvio padrão dos halos de inibição (em mm) das soluções de própolis

vermelha (EEP), hipoclorito de sódio e água destilada contra Enterococcus faecalis ATCC

29212

Solução testada Massa aplicada (µg) Média ± Desvio Padrão

EEP 1% 20 12±1,92

EEP 2,5% 50 12±0,89

EEP 5% 100 12±0,89

EEP 7,5% 150 16±2,68

NaOCl 2,5% 50 12±1,67

Água destilada - 0

*Valores médios ± desvio padrão

A partir dos resultados obtidos com o teste de inibição foi utilizada a solução

hidroalcoólica de própolis a 7,5% para os ensaios ex vivo. Neste ensaio foram utilizados dentes

unirradiculares selecionados e esterilizados. Os dentes foram divididos em três grupos a fim de

avaliar a ação da própolis em dentes infectados com Enterococcus faecalis simulando o

ambiente oral.

Os resultados obtidos, neste ensaio, mostram que não houve crescimento de

microrganismo quando se utilizou o extrato de própolis a 7,5% ou a solução de hipoclorito de

sódio a 2,5% como solução irrigadora nos dentes infectados (Tabela 3).

Tabela 3- Avaliação do crescimento bacteriano no ensaio ex vivo

SOLUÇÕES PLACA 1 PLACA 2 PLACA 3 PLACA 4 PLACA 5

EEP 7,5% - - - - -

Page 44: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

42

NaOCl 2,5% - - - - -

SALINA - + + + +

- Ausência de crescimento bacteriano. + Presença de crescimento bacteriano.

3.4 DISCUSSÃO

O reconhecimento da etiologia microbiana das infecções endodônticas, estimulou a

busca de avanços farmacológicos e técnico-científicos, a fim de facilitar a identificação de novas

condutas terapêuticas, melhorando as perspectivas, especialmente no que se refere ao controle

microbiano no canal e tecidos periapicais. A seleção da cepa bacteriana desta pesquisa

baseou-se na observação de que, na maioria das vezes, o fracasso no tratamento endodôntico

está relacionado à presença de E. faecalis (HAAPASALO; ØRSTAVIK, 1987; ESTRELA et al.,

1999; PERIN, 2001; SUNDE et al., 2002; EVANS et al., 2003; PINHEIRO et al., 2004; GOMES

et al., 2004, SIREN et al., 2004; GOMES et al., 2006; PEREIRA, 2004; PEREIRA et al., 2005;

SEDGLEY et al., 2005; GENTIL et al., 2006; STUART et al., 2006; ZOLETTI et al., 2006).

A identificação dos microrganismos predominantes nas infecções possibilita a adoção de

medidas destinadas à sua eliminação no interior do canal. Sabe-se que a instrumentação

isoladamente, não garante a completa remoção ou inativação destes nos canais infectados,

sendo importante a irrigação e medicação, associando a limpeza mecânica com a utilização de

agentes antibacterianos, para melhorar a efetividade do tratamento (BYSTRÖM & SUNDQVIST,

1981, 1987). Inúmeras substâncias químicas vêem sendo estudadas para serem utilizadas

como soluções irrigadoras, pois estas auxiliam no preparo químico-mecânico, na limpeza e na

desinfecção do sistema de canais radiculares.

Atualmente, o hipoclorito é a solução irrigadora mais utilizada no tratamento de dentes

com polpa necrosada e infectada, por apresentar algumas propriedades, como: atividade

antibacteriana; solvente de matéria orgânica; desodorizante; clareador; lubrificante; possuir

baixa tensão superficial; ação detergente, saponificando gorduras (SIQUEIRA Jr, 1997).

Entretanto, há relatos de processos alérgicos decorrentes de sua utilização, bem como pode

causar necrose tecidual em casos de extravasamento acidental, aliado ao fator de deixar sabor

residual e odor desagradável. Devido a estes fatores, há a necessidade de buscar novas

substâncias que atuem como soluções irrigadoras e com ação antimicrobiana.

Page 45: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

43

De acordo com CASTRO et al. 2007, em estudo da influência da sazonalidade na

atividade antibacteriana da própolis do Sudeste e Nordeste, ao longo dos períodos de safra

apícola estudados, a sazonalidade influenciou a atividade antibacteriana das própolis dos tipos

6 (região nordeste) e 12 (região sudeste), devido, provavelmente, à alteração na concentração

de compostos bioativos oriundos das fontes vegetais destas própolis, demonstrando variação

da atividade antibacteriana em função do período de coleta sazonalidade. Portanto, o teor de

flavonóides, bem como o conteúdo de cinzas e umidade, traz informações sobre a qualidade da

própolis estudada.

Os resultados obtidos, nas análises de cinzas e perda por dessecação, indicam

conformidade com a legislação brasileira, o parâmetro de teor de flavonóides a enquadra como

própolis com teor médio de flavonóides (BRASIL, 2001). A perda por dessecação a 105ºC

demonstra o teor de umidade presente na amostra. Neste caso, amostras com alto teor de

umidade podem ser menos estáveis e dificultar sua manutenção durante estocagem.

Após a evaporação do solvente observou-se um rendimento de flavonóides de cerca

1,87% no processo de extração dos constituintes da própolis. O rendimento da extração

apresentou-se maior do que o valor preconizado pela legislação. A evaporação do solvente

muitas vezes se torna difícil devido a característica resinosa e higroscópica do material,

podendo gerar uma massa maior e conseqüentemente alterando o valor do rendimento. Porém,

foi evidenciada durante o experimento a alta solubilidade do produto no solvente utilizado,

demonstrando que o rendimento esperado da extração é alto.

Entretanto, o teor de flavonóides e rendimento pode ser influenciado não somente pela

biodiversidade de onde esta própolis foi coletada, mas também pelo método de extração

aplicado (SAWAYA et al., 2004). Em estudo realizado por FARNESI (2007) foi aplicada a

extração a frio utilizando solução hidroalcoólica a 70% por ser esta condição a que proporciona

o melhor rendimento de flavonóides. Os flavonóides são os principais marcadores químicos

encontrados na própolis e diversos autores já relatam sua relação com diversas atividades

biológicas (ROSALEN et al. ,2007; CASTRO et al. ,2007).

As condições de extração também influenciam na ação biológica, sendo que alguns

estudos apontam que a própolis verde apresenta potencial antimicrobiano contra E. faecalis

podendo ser utilizada como medicamento intracanal (FERREIRA, 1999; ONCAG et al., 2006;

FERREIRA et al., 2007).

Para se avaliar o potencial dos extratos hidroalcoólicos de própolis vermelha,

primeiramente foi avaliada a ação antimicrobiana pela presença de halos de inibição. Conforme

FONTANA et al. (2004) a metodologia de difusão em disco em meio sólido, apesar de limitada

Page 46: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

44

pela solubilidade dos compostos testados, permite a detecção de várias amostras

simultaneamente em uma mesma placa de Petri. Pela simplicidade desta metodologia, a

atividade antimicrobiana do extrato etanólico de própolis foi testada através do método de

difusão em disco.

Pode-se verificar que a solução a 7,5% de própolis (150 µg) foi a concentração que

apresentou maior halo de inibição (16 mm). O hipoclorito de sódio a 2,5%, bem como as demais

concentrações testadas apresentaram halo de inibição próximos à 12 mm. Este resultado

demonstra que a solução de própolis, mesmo em concentrações mais baixas pode ter ação

comparada à do hipoclorito de sódio, o qual neste experimento foi utilizado como controle

positivo. No trabalho de DOTTO et al. (2006), os resultados mostraram halos de inibição

variando de 0 a 13,5 mm, dependendo do tipo de medicamento utilizado contra cepa de E.

faecalis com ATCC 29212, semelhante ao estudado em nosso trabalho, demonstrando que a

própolis vermelha apresenta um maior potencial inibidor que as soluções testadas.

A concentração bactericida mínima da própolis verde, para anaeróbios como o

Clostridium perfringens, Actinomyces israelil e para Prevotella intermedia foi de 25 mg/ mL,

6,25mg/ml e 6,25 mg/mL respectivamente (FERREIRA, 1999). Os resultados mostraram que a

concentração de própolis vermelha é maior que 18 mg/mL, porém na concentração de 34,09

mg/mL inibiu totalmente o crescimento da cepa de E. faecalis.

Aliado aos resultados da ação bactericida foi realizada a avaliação destas substâncias

através de estudos ex vivo. MENEZES et al. (2004) avaliaram a efetividade do hipoclorito de

sódio e da clorexidina, bem como de medicamentos utilizados como curativo de demora contra

cepas de Cândida albicans e Enterococcus faecalis em dentes extraídos, concluindo que a

pasta de hidróxido de cálcio associada ao paramono-cloro-fenol-canforado foi o medicamento

de demora mais efetivo na eliminação dos dois microrganismos e a solução de clorexidina a

2,0% foi mais efetiva do que a de hipoclorito de sódio a 2,5% contra o Enterococcus faecalis.

No presente estudo pôde-se observar que houve a inibição total do E. faecalis utilizando

massa igual a 150 mg do produto, porém, provavelmente pela alta concentração do extrato

verifica-se a alteração cromática dos espécimes dentários estudados, o que pode ser

considerado um grande inconveniente. Outros estudos devem ser feitos com concentrações

menores para verificar a sua efetividade sem provocar manchas nos dentes.

3.5 CONCLUSÕES

Page 47: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

45

- A própolis vermelha coletada na região de Brejo Grande-SE, apresenta características

de identidade e qualidade compatíveis com os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da

Agricultura;

- Apresentou potencial atividade antimicrobiana contra E. faecalis, podendo com estudos

mais aprofundados se transformar em um valioso auxiliar no tratamento endodôntico,

provavelmente devido ao teor médio de flavonóides encontrado neste produto, podendo

favorecer essa atividade biológica;

- Outros parâmetros, como toxicidade aos tecidos pulpares e estabilidade do produto,

bem como a viabilidade econômica devem ser avaliados.

3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKERMANN, T. Fast chromatography study of propolis crudes. Food Chemistry, Oxon, v.42,

n.2, p.135-138, 1991.

ADELMANN, J. Própolis: Variabilidade composicional, correlação com a flora e bioatividade

antimicrobiana/antioxidante. Curitiba, Dissertação de Mestrado(Ciências Farmacêuticas). UFPR,

2005.

ALENCAR, S.M. et al., Chemical composition and biological activity of a new type of Brazilian

propolis: Red propolis, Journal of Ethnopharmacology , 2007.

AOAC. Official methods of analysis of the Association of analytical chemists, 16th Edition, cap.

4.1.03, 1995.

AYHAN, H.; SULTAN, M.; ÇIRAK, M.; RUHI, M.Z. et al. Antimicrobial effects of various

endodontic irrigants on selected microorganisms. Int Endod J, v. 32, n. 2, p. 99-102, Mar. 1999.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Anexo VI- Regulamento técnico para fixação de

identidade e qualidade de própolis. Brasília, DF: Ministério da agricultura, 2001.

BYSTRÖM. A., SUNDQVIST, G. Bacteriologic evaluation of the efficacy of mechanical root

canal instrumentation in endodontic therapy. Scan J Dent Res, v.89, n.5, p.321-328, 1985.

Page 48: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

46

BYSTRÖM, A.; HAPPONEN, R.P.; SJOGREN, U. et al. Healing of periapical lesions of pulpless

teeth after endodontic treatment with controlled asepsis. Endod Dent Traumatol, v. 3, n.2, p. 58-

63, Apr. 1987.

CAPOTE, M. R. P.; TORRES, C. C. R.; FERNÁNDEZ, O.S. L. ; RODRIGUEZ, S. S.; ALVAREZ,

D.; CASTAÑEDA, J. e VEGA, J. L. Evaluacion Toxicológica de una Tintura de Propóleos. Acta

Farm. Bonaerense. v. 22, n. 1, p. 61-4, 2003.

CASTRO,M.L.; CURY, J.A.; ROSALEN, P.L.; ALENCAR, S.M.; IKEGAKI, M.; DUARTE, S.;

KOO, H. Própolis do sudeste e nordeste do Brasil: influência da sazonalidade na atividade

antibacteriana e composição fenólica. Quím. Nova v.30 n.7 São Paulo , 2007.

DAHLÉN G, SAMUELSSON W, MOLANDER A, REIT C. Identification and antimicrobial

susceptibility of enterococci isolated from the root canal. Oral Microbiology and Immunology 15,

309-12. 2000.

DOTTO, S.R.; TRAVASSOS, R.M.C.; FERREIRA, R.; SANTOS, R.; WAGNER, M. Avaliação da

ação antimicrobiana de diferentes medicações usadas em endodontia. Revista Odonto Ciência.

Fac. Odonto/ PUCRS, v. 21, n. 53, jul/set. 2006.

ESTRELA, C., PIMENTA, F.C., ITO, I.Y., BAMMANN, L.L. In vitro determination of direct

antimicrobial effect of calcium hudroxide. J Endod, v.24, n.1, p.15-17, 1999.

EVANS, M.; DAVIES, J. K.; SUNDQVIST, G.; FIGDOR, D. Mechanisms involved in the

resistance of Enterococcus faecalis to calcium hydroxide. Int Endod J, v. 35, p. 221-228,

2002.

EVANS, M.D., BAUMGARTNER, J.C., KHEMALEELAKUL, S., XIA, T. Efficacy of calcium

hydroxide: Chlorhexidine paste as a intracanal medication in bovine dentin. J Endod, v.29, n.5,

p.238-239, 2003.

FARNESI, A.P. Efeitos da própolis de abelhas africanizadas e meliponíneos em

microrganismos. Tese de Mestrado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, 73 p.: il.

Ribeirão Preto, 2007.

Page 49: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

47

FERNANDES Jr, A.; LOPES, M.M.R.; COLOMBARI, V.; MONTEIRO, A.C.M.; VIEIRA, E.P.

Atividade antimicrobiana de própolis de Apis mellifera obtidas em três regiões do Brasil. Ciência

Rural, Santa Maria, v.36, n.1, p.294-297, jan-fev, 2006.

FERREIRA, F.B.A. Estudo in vitro do efeito antimicrobiano do extrato etanólico de

própolis e de outros medicamentos usados em endodontia sobre microrganismos

anaeróbios. Tese de Mestrado, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, 149 p.: il. Bauru,

1999.

FERREIRA, F.B.A.; TORRES, S.A.; ROSA, O.P.S.; FERREIRA, C.M.; GARCIA, R.B.;

MARCUCCI, M.C.; GOMES, B.P.F.A. Antimicrobial effect of propolis and other substances

against selected endodontic pathogens. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod.

104:709-16, 2007

FIGDOR, D.; DAVIES, J. K.; SUNDQVIST, G. Starvation survival, growth and recovery of

Enterococcus faecalis in human serum. Oral Microbiol Immunol, v. 18, p. 234-239, 2003.

FONTANA, J. D.; ADELMANN, J.; PASSOS, M.; MARASCHIN, M.; LACERDA, C. A. de ;

LANÇAS, F. M. Propolis: chemical micro-heterogeneity and bioactivity. In: New Jersey: Humana

press, p. 203-218. 2004.

FUNARI, C. S.; FERRO, V. O. Análise de Própolis. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 26(1):

171:178, jan-mar , 2006.

GENTIL M, PEREIRA JV, SOUSA YT, PIETRO R, NETO MD, VANSAN LP, DE CASTRO

FRANCA S. In vitro evaluation of the antibacterial activity of Arctium lappa as a phytotherapeutic

agent used in intracanal dressings. Phytother Res, v. 20, n.3, p.184-6, 2006.

GOMES, B.P., PINHEIRO, E.T., GADE-NETO, C.R., SOUSA, E.L.,FERRAZ,C.C., ZAIA, A.A.,

TEIXEIRA, F.B., SOUZA-FILHO, F.J. Microbiological examination of infected dental root canals.

Oral Microbiol Immunol, v.19, n.2, p.71-76, 2004.

Page 50: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

48

GOMES B.P; PINHEIRO E.T; SOUZA E.L; JACINTO R.C; ZAIA A.A; FERRAZ C.C; SOUZA

FILHO F.J. Enterococcus faecalis in dental root canals detected by culture and by polymerase

chain reaction analysis. Oral Surg Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.102, n.2, p. 247-53,

2006.

HAAPASALO, M., ØRSTAVIK, D. In vitro infection and desinfection of dentinal tubules. J Dent

Res, v.66, n.8, p.1375-1379, 1987.

ISHIKAWA, M. et al. Inhibition of growth and induction of apoptosis in human cancer cell lines by

Propolis. Journal of Pharmacological Sciences, Kyoto, v.94, p.129-129, 2004.

JOHNSON, K. S. et al. Chemical-compositing of North-American bee propolis and biological-

activity towards larvae of greater wax moth (Lepidoptera, Pyralidae). Journal of Chemical

Ecology, New York, v. 20, n.7, p.1783-1791, 1994.

KEDZIA, B.; GEPPERT, B. e IWASZKIEWICZ, J. Pharmacological investigations of ethanolic

extract of propolis. Phytothérapie, Paris, v. 6, p. 7-10, 1990.

KIM, J.; MARSHALL, M. R.; WEI, C. Antibacterial activity of some essential oil components

against five foodborne pathogens. Journal Agriculture Food Chemistry, v.43, n.11, p.2839-2845,

1995.

LEONARDO, M. R. Endodontia Tratamento de Canais Radiculares. São Paulo, Artmed:

2005.

LOVE, R. M. Enterococcus faecalis a mechanism for its role in endodontic failure. Int Endod J, v.

34, p. 399-405, 2001.

MARCUCCI, M.C. Própolis: chemical composition, biological properties, and therapeutic activity.

Apidologie, v. 26, p. 83-99, 1995.

MENEZES, M.M.; VALERA, M.C.; JORGE, A.O.C.; CAMARGO, C.H.R.; MANCINI, M.N.G. In

vitro evaluation of the effectiveness of irrigants intracanal medicaments on microorganisms

within root canals. Int. Endod. Journal, 37, 311-319, 2004.

Page 51: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

49

NODA, M.; KOMATSU, H.; INOUE, S.; SANO, H. Antibiotic susceptibility of bacteria detected

from the root canal exudate of persistent apical periodontitis. Journal of Endodontics 26, 221-4,

2000.

PAREKH, J.; CHANDA, S. In vitro antibacterial activity of the crude methanol extract of

Woodfordia fruticosa kurz. Flower (Lythraceae). Brazilian Journal of Microbiology , 38:204-207 ,

2007.

PEREIRA, A. D. S., SEIXAS, F. R. M. S., NETO, F. R. A. Propolis: 100 anos de pesquisa e suas

perspectivas futuras. Quimica Nova, v. 25, p. 321-326, 2002.

PEREIRA J.V, BERGAMO D.C, PEREIRA J.O, FRANCA S. C., PIETRO R.C, SILVASOUSA

Y.T. Antimicrobial activity of Arctium lappa constituents against microorganisms commonly found

in endodontic infections. Braz Dent J., v.16, n.3, p.192-6, 2005.

PERIN, F.M., FRANÇA, S., SAQUY, P.C., SOUSA-NETO, M.D. Avaliação antimicrobiana in

vitro de extratos aquosos fitoterápicos para uso endodôntico. Pesq Odontol Bras, v,15, n.1,

p.144, 2001.

PINHEIRO, E. T.; GOMES, B.P.F.A.; FERRAZ, C.C.R.; TEIXEIRA, F.B.; ZAIA, A.A.; SOUZA

FILHO, F.J. Evaluation of root canal microorganisms isolated from teeth with endodontic failure

and their antimicrobial susceptibility. Oral Microbiology and Immunology 18,100-3, 2003.

PINHEIRO, E.T., GOMES, B.P.F.A, DRUCKER, D.B. Identification on Entecocci isolated from

canals of root filled teeth with periapical lesions and their antimicrobial susceptibility to different

antibiotics. Int Endod J, v.37, p.346-347, 2004.

ROSALEN, P.L. et al. Própolis do Sudeste e Nordeste do Brasil: Influência da sazonalidade na

atividade antibacteriana e composição fenólica. Química Nova, Vol. XY, N. 00, 1-5, 2007.

SALOMÃO, K. et.al. Brazilian Propolis: Correlation Between Chemical Composition and

Antimicrobial Activity. Oxford Jornals. eCAM Advance Access published online on June 11,

2007.

Page 52: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

50

SCHOENKNECHT, F.D.; SABATH, L.D.; THORNSBERRY, C. Pruebas especiales de

susceptibilidad. In: LENNETTE, E.H. et al. Manual de microbiologia clínica. 4. ed. Buenos

Aires, Panamericana, 1987. Cap. 103. p. 1225-8.

SEDGLEY, C. M.; MOLANDER, A.; FLANNAGAN, S. E.; NAGEL, A. C.; APPELBE, O.K.;

CLEWELL, D. B.; DAHLÉN, G. Virulence, phenotype and genotype characteristics of endodontic

Enterococcus spp. Oral Microbiol Immunol, v. 20, p. 10-19, 2005.

SIQUEIRA Jr, J. F. Tratamento das Infecções Endodônticas. 1a. ed., Rio de Janeiro: Medsi,

1997.

SIRÉN, E.K., HAAPASALO M.P.P., WALTIMO, T.M.T. ORTAVIK, D. In vitro antibacterial effect

of calcium hydroxide combined with chlorhexidine or iodine potassium iodide on Enterococcus

faecalis. Eur J Oral Sci, V.112, p.326-331, 2004.

SIVROPOULOU, A.; KOKKINI, S.; LANARAS, T.; ARSENAKIS, M. Antimicrobial activity of mint

essential oils. Journal Agriculture Food Chemistry, v.43, n.9, p.2384-2388, 1995.

SPONCHIADO JÚNIOR, E. C.. Atividade antibacteriana contra o Enterococcus faecalis de

uma medicação intracanal contendo ativos fitoterápicos de Pothomorphe umbellata. Tese

(doutorado) - Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Biotecnologia, área da saúde. 136 p.

ilust. Manaus, 2006.

STUART, CH, SCHWARTZ, AS, BEESON, TJ, OWATZ, CB. Enterococcus faecalis: its role in

root canal treatment failure and current concepts in retreatment. J Endod, v.32, n.2, p.93-8,

2006.

SUNDE, P.T.,OLSEN, I., DEBELIAN, G.J., TRONSTAD, L. Microbiota of periapical lesions

refractory to endodontic therapy. J Endod, v.28, n.4, p.304-310, 2002.

TRUSHEVA, B. ; MARCUCCI, M. C. ;POPOLVA, M. ; BANKOVA, V. ; SIMOVA, V. ; MIORIN, P.

L. ; PASIN, F. R. ; TSVETKOVA, I. . Bioactive Constituents of Brazilian Red Propolis. e Cam

Evidence Based Complemmentary And Alternative Medicine, v. 3, n. 2, p. 249-254, 2006.

Page 53: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

51

WALTIMO, T.M.T., SIRÉN, E.K., ØRSTAVIK, D., HAAPASSALO, M.P.P. Susceptibility of oral

Candida species to calcium hidroxide in vitro. Int Endod J, v.32, n.2, p.94-98, 1999.

WOISKY, R. G. do Rio. Métodos de controle químico de amostras de própolis. São Paulo,

1996, 74 f. Dissertação (mestrado)-Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São

Paulo.

ZOLETTI, G.O; SIQUEIRA JR, J.F; SANTOS, K.R. Identification of Enterococcus faecalis in

Root-filled Teeth with or Without Periradicular lesions by culture-dependent and independent

appraches. J Endod, v. 32, n.8, p. 722-6, 2006.

Page 54: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

52

ANEXO A

y = 0,0046x - 0,0409R = 0,993076

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 20 40 60 80 100 120 140

Concentração (mcg/mL)

Ab

sorv

ânci

a

Curva padrão de quercetina para determinação do teor de flavonóides

Page 55: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

53

ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, __________________________________________, RG_______________, abaixo

qualificado, DECLARO para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido do Projeto

de Pesquisa intitulado: “Avaliação da atividade antibacteriana do extrato de própolis vermelha

sobre microrganismos anaeróbios presentes na microbiota endodôntica” desenvolvido pela Profa.

Dra. Juliana Cordeiro Cardoso do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Universidade Tiradentes.

Estou ciente que o meu dente após extraído com a devida indicação será utilizado como objeto na pesquisa acima relatada sem causar nenhum prejuízo à minha integridade física e psicológica.

Fui informado(a) que se não me sentir a vontade para participar poderei desistir sem nenhum problema, mesmo que já tenha autorizado.

Estes procedimentos serão realizados por profissional odontólogo qualificado e somente dentes com real indicação para exodontia serão utilizados. O responsável pela pesquisa estará sempre disponível para eliminar qualquer dúvida. Estou ciente que não haverá nenhuma forma de remuneração ou indenização, sendo os participantes voluntários. Não haverá nenhuma despesa para o voluntário. DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o

que me foi explicado, consinto voluntariamente a utilização de meu dente após a extração nesta pesquisa.

Aracaju, ___ de ________ de 200_

QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Objeto da Pesquisa (Nome):............................................................................................

RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ...... Sexo: M ( ) F ( )

Objeto da Pesquisa (Nome):............................................................................................

RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ...... Sexo: M ( ) F ( )

Representante legal:..........................................................................................................

Natureza da Representação:

RG:................................. Data de nascimento:......./........./...... Sexo: M ( ) F ( )

Endereço:.....................................................nº................................Apto:.......................

Bairro:....................................... Cidade:.......................Cep:..............Tel.:.....................

______________________________

Assinatura do Declarante

Page 56: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

54

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas nas alíneas acima elencadas e que

obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima

qualificado para a realização desta pesquisa.

Aracaju, __ de _____ de 200_.

_____________________________

Assinatura do Pesquisador

Page 57: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 58: ESTUDO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ...livros01.livrosgratis.com.br/cp084492.pdf1. Própolis vermelha. 2. Ação antibacteriana. 3. Microbiota endodôntica 4. Enterococcus faecalis

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo