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  • ESTUDO COMPARATIVO DO MTODO

    RADIOGRFICO UTILIZANDO FILMES DE DIFERENTES

    SENSIBILIDADES E O SISTEMA DIGITAL DIGORA, NO

    DIAGNSTICO DE LESES DE CRIE EM SUPERFCIE

    PROXIMAL DE MOLARES DECDUOS.

    MAXIMIANO FERREIRA TOVO

    Tese apresentada Faculdade de

    Odontologia de Bauru, da

    Universidade de So Paulo, como

    parte dos requisitos para obteno do

    ttulo de Doutor em Odontologia, rea

    de Odontopediatria.

    BAURU

    1998

  • ESTUDO COMPARATIVO DO MTODO

    RADIOGRFICO UTILIZANDO FILMES DE DIFERENTES

    SENSIBILIDADES E O SISTEMA DIGITAL DIGORA, NO

    DIAGNSTICO DE LESES DE CRIE EM SUPERFCIE

    PROXIMAL DE MOLARES DECDUOS.

    MAXIMIANO FERREIRA TOVO

    Tese apresentada Faculdade de

    Odontologia de Bauru, da

    Universidade de So Paulo, como

    parte dos requisitos para obteno do

    ttulo de Doutor em Odontologia, rea

    de Odontopediatria.

    Orientador: Prof. Dr. Bernardo Gonzalez Vono

    BAURU 1998

  • Tovo, Maximiano Ferreira T649e Estudo comparativo do mtodo radiogrfico utilizando

    filmes de diferentes sensibilidades e o sistema digital Digora, no diagnstico de leses de crie, em superfcie proximal de molares decduos./ Maximiano Ferreira Tovo. -- Bauru, 1998.

    157p. : il. ; 30cm.

    Tese. (Doutorado) -- Faculdade de Odontologia de Bauru. USP.

    Orientador: Prof. Dr. Bernardo Gonzalez Vono

  • ii

    MAXIMIANO FERREIRA TOVO

    22 de agosto de 1964 Nascimento Porto Alegre - RS

    1985-1988 1989-1990 1989-1991 1992-1996 1995-1998 Associaes

    Curso de Odontologia - Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Curso de Internato (Odontopediatria)-FO/UFRGS Oficial do Exrcito Brasileiro-cirurgio-dentista (PMPA) Curso de Ps-Graduao em Odontopediatria -Mestrado- Faculdade de Odontologia de Bauru/USP Curso de Ps-Graduao em Odontopediatria -Doutorado- Faculdade de Odontologia de Bauru/USP ABO-Associao Brasileira de Odontologia-seco RS ABOPREV-Associao Brasileira de Odontologia Preventiva GRUPO-Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria SBPqO-Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontolgica AGOPED-Associao Gacha de Odontopediatria

  • iii

    (...)

    Todo mundo ama um dia

    Todo mundo chora

    Um dia a gente chega

    E o outro, vai embora

    Cada um de ns

    Compe a sua histria

    Cada ser em si

    Carrega o dom de ser capaz

    De ser feliz (...)

    Almir Sater/Renato Teixeira

  • iv

    minha esposa, Aline

    Quem soube entender

    E acreditar

    Quando no

    A me guiar

    Voc

    Serena e bela

    Porto e leme

    Sem voc

    No h...

    Dedico este trabalho

  • v

    Agradecimento Especial

    Aos meus pais, Luiz Carlos e Synara,

    pelo amor e a dedicao,

    a ddiva de ser filho

    Ao meu irmo, Marcelo,

    amigo e companheiro

    A minha av, Jandyra,

    pelo carinho especial

    Obrigado a Deus, por t-los.

  • vi

    Ao Professor

    Dr. Bernardo Gonzalez Vono

    Mestre primordial em nossa formao de ps-graduao. O convvio

    revelou-se um privilgio e cristalizou a admirao ao profissional elevado e a

    quem, permanentemente, escreve a histria da Odontopediatria em nosso pas.

    Obrigado pela confiana e amizade.

  • vii

    Ao Professor

    Dr. Orivaldo Tavano

    Sua especial presena, solcita e doutrinria, fez-nos conhecer um

    pesquisador de capacidade mpar. As oportunidades proporcionadas e os

    ensinamentos precisos refletem seu elevado esprito cientfico. Sua abnegao,

    bondade pura.

    Obrigado pela confiana e amizade.

  • viii

    Agradecimentos famlia Stern, pelo carinho e incentivo. s famlias Carvalho, Carrara e Chimbo, a nossa famlia. Aos compadres Cadu e Cleide, e seus filhos Marina e Eduardo,

    pelo carinho fraterno e amabilidade. Aos amigos Srgio e Regina Belluzzo, pela agradvel convivncia. Aos professores do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia,

    Dr. Aymar, Dra. Maria Aparecida, Dr. Jos Eduardo, Dra. Maria Francisca, Dr. Ruy, Dra. Salete e Dr. Vono, pela confiana e ensinamentos transmitidos.

    Aos professores Dr. Srgio Freitas, Dr. Grson Francisco de Assis e

    Dr. Joo Adolfo Caldas Navarro, pela ateno e ensinamentos que muito contriburam para este trabalho.

    Direo da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de

    So Paulo, na pessoa do Professor Dr. Aymar Pavarini. Comisso de Ps-Graduao desta Faculdade, na pessoa do

    Professor Dr. Luiz Fernando Pegoraro. Aos colegas do curso de Doutorado em Odontopediatria da

    FOB/USP, Bia, Cadu, Nildinha e Valria, pelo crescimento e felicidade gerados do convvio.

    Aos funcionrios do Departamento, Da. Wilma, Estela, Lilian, Da.

    Lia, Ftima e Paulo, pela alegria e solicitude. Aos funcionrios da Radiologia, Clio, Valderez, Jos Messias,

    Marlia, Gilberto, Lgia e Fernanda, pela camaradagem e recepo. Aos funcionrios do SBD (Biblioteca), cnscios de suas elevadas

    responsabilidades e cumpridores exmios de suas funes. So todos grandes amigos!

  • ix

    Ao Professor Dr. Fernando Borba de Arajo, pela formao propiciada e oportunidades geradas, pelo exemplo de excelncia, estmulo e amizade.

    Ao CNPq, rgo fomentador que agraciou-me com a bolsa de

    Doutorado, tornando vivel este trabalho.

  • xi

    A Deus:

    Sua vontade nunca nos enviar aonde Seu amor no pode nos

    proteger.

  • SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ................................................................................... xi

    LISTA DE TABELAS ................................................................................ xiv

    RESUMO ................................................................................................... xvii

    1- INTRODUO ......................................................................................... 1

    2- REVISO DE LITERATURA ................................................................. 5

    3- PROPOSIO ........................................................................................ 60

    4- MATERIAL e MTODOS ..................................................................... 62

    4.1- Os Exames Radiogrficos................................................................. 64

    4.2- Anlise Microscpica ....................................................................... 69

    4.3- Validao dos Dados ........................................................................ 70

    5- RESULTADOS ....................................................................................... 79

    6- DISCUSSO ......................................................................................... 101

    7- CONCLUSES ..................................................................................... 133

    ANEXOS ................................................................................................... 137

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................... 143

    ABSTRACT ............................................................................................... 156

  • xi

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 4.1 - A) Vedamento da placa ptica com envoltrio plstico original; B) aps utilizao da placa, abertura do invlucro para o preparo da leitura a laser

    75

    FIGURA 4.2 - A) Insero da placa ptica no compartimento de leitura a laser; B) placa totalmente acoplada para a leitura

    75

    FIGURA 4.3 - A) Incio da leitura: surgimento parcial da imagem; B) leitura finalizada: visualizao total da imagem

    75

    FIGURA 4.4 - Imagem da radiografia convencional com filme AGFA (A) e EKTA (B), expostas a 70 kV

    76

    FIGURA 4.5 - Imagem padro obtida com o sistema Digora (D), manipulada com o recurso 3D (C) e com o Negativo (E), em 70 kV

    76

    FIGURA 4.6 - Imagem obtida com o sistema Digora (x2), e a caixa de ferramentas disponvel no software

    77

    FIGURA 4.7 - Filmes (D e E) e o sistema Digora, sob a mesma quilovoltagem (50 kV)

    78

    FIGURA 4.8 - Filmes (D e E) e o sistema Digora, sob a mesma quilovoltagem (70 kV)

    78

    FIGURA 4.9 - Filmes (D e E) e o sistema Digora, sob a mesma quilovoltagem (90 kV)

    78

    FIGURA 5.1 - Porcentagens (%) e freqncias do resultado da anlise microscpica dos stios especificados para exame, nas superfcies proximais de molares decduos

    80

    FIGURA 5.2 - Valores percentuais de sensibilidade dos filmes Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    83

  • xii

    FIGURA 5.3 - Valores percentuais de especificidade dos filmes

    Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    83

    FIGURA 5.4 - Valores percentuais de sensibilidade dos filmes Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    84

    FIGURA 5.5 - Valores percentuais de especificidade dos filmes Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    84

    FIGURA 5.6 - Valores percentuais de acurcia dos filmes Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    85

    FIGURA 5.7 - Valores percentuais de acurcia dos filmes Agfa Dentus M2 e Ektaspeed plus, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    85

    FIGURA 5.8 - Valores percentuais de sensibilidade do sistema digital Digora, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    90

    FIGURA 5.9 - Valores percentuais de especificidade do sistema digital Digora, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    90

    FIGURA 5.10 - Valores percentuais de sensibilidade do sis tema digital Digora, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    91

    FIGURA 5.11 - Valores percentuais de especificidade do sistema digital Digora, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    91

  • xiii

    FIGURA 5.12 - Valores percentuais de acurcia do sistema digital

    Digora, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    92

    FIGURA 5.13 - Valores percentuais de acurcia do sistema digital Digora, referentes ao cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    92

    FIGURA 5.14 - Valores percentuais de acurcia mdia do sistema Digora e filmes, referentes ao cut-off todas as leses (hgido/leso), nas diferentes quilovoltagens

    93

    FIGURA 5.15 - Valores percentuais de acurcia mdia do sistema Digora e filmes, referentes ao cut-off leso em dentina (presena/ausncia de leso dentinria), nas diferentes quilovoltagens

    93

    FIGURA 5.16 - Fotomicrografias dos cinco nveis de profundidade observados na anlise microscpica das leses (aumento x40): em esmalte, escore 1 (A); 2 (B) e 3 (C); em dentina, escore 4 (D) e 5 (E)

    100

  • xiv

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 4.1 - Matriz de decises

    71

    TABELA 5.1 - Correlao entre o exame clnico visual (macroscpico) dos stios proximais e a anlise microscpica

    80

    TABELA 5.2 - Comparao entre os resultados expressos pelo filme radiogrfico Agfa Dentus M2 e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso cariosa)

    81

    TABELA 5.3 - Comparao entre os resultados expressos pelo filme radiogrfico Ektaspeed plus e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso cariosa)

    81

    TABELA 5.4 - Comparao entre os resultados expressos pelo filme radiogrfico Agfa Dentus M2 e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso dentinria)

    82

    TABELA 5.5 - Comparao entre os resultados expressos pelo filme radiogrfico Ektaspeed plus e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso dentinria)

    82

    TABELA 5.6 - Valores percentuais de Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do filme radiogrfico Agfa Dentus M2, nas diferentes quilovoltagens

    86

    TABELA 5.7 - Valores percentuais de Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do filme radiogrfico Ektaspeed plus, nas diferentes quilovoltagens

    86

    TABELA 5.8 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso cariosa)

    87

  • xv

    TABELA 5.9 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso cariosa)

    87

    TABELA 5.10 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso cariosa)

    88

    TABELA 5.11 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso dentinria)

    88

    TABELA 5.12 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso dentinria)

    89

    TABELA 5.13 - Comparao entre os resultados expressos pelo sistema radiogrfico digital Digora e a validao dada pelo exame microscpico (presena ou ausncia de leso dentinria)

    89

    TABELA 5.14 - Valores percentuais de Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do sistema digital Digora, em 50 kV

    94

    TABELA 5.15 - Valores percentuais de Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do sistema digital Digora, em 70 kV

    94

    TABELA 5.16 - Valores percentuais de Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do sistema digital Digora, em 90 kV

    95

    TABELA 5.17 - Intervalos expressos em porcentagem, referentes variao da Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do sistema digital Digora, no cut-off todas as leses (hgido/leso)

    95

  • xvi

    TABELA 5.18 - Intervalos expressos em porcentagem, referentes variao da Sensibilidade, Especificidade e Acurcia do sistema digital Digora, no cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria)

    96

    TABELA 5.19 - Acurcia mdia do sistema digital Digora, obtida com os valores expressos pelos recursos de modificao de imagem (x0,5, x1, x2, Negativo e 3D)

    96

    TABELA 5.20 - Intervalos numricos e qualitativos, referentes variao dos resultados do kappa no-ponderado, na validao do sistema digital Digora (cut-off todas as leses)

    97

    TABELA 5.21 - Intervalos numricos e qualitativos, referentes variao dos resultados do kappa no-ponderado, na validao do sistema digital Digora (cut-off leso em dentina)

    97

    TABELA 5.22 - Valores do kappa no-ponderado (unweighted kappa; ), expressos no cut-off todas as leses (hgido/leso)

    98

    TABELA 5.23 - Valores do kappa no-ponderado (unweighted kappa; ), expressos no cut-off leso em dentina (presena ou ausncia de leso dentinria)

    99

  • 1- INTRODUO

  • Introduo 2

    1- INTRODUO

    A imagem radiogrfica interproximal permite uma

    condio informativa diferenciada e indispensvel para a avaliao do

    paciente, quando perscrutamos leses da doena crie localizadas em

    superfcies dentrias contguas, inacessveis ao diagnstico clnico visual.19,

    34, 38, 41, 47, 49, 50, 62, 71, 74

    Ao abordar este tema, a Radiologia Odontolgica tem

    demonstrado ser essencialmente biotica, com a busca incessante de

    conhecimentos que culminem em uma menor dose de radiao aplicada ao

    paciente aliada qualidade dos dados obtidos. Exemplo deste propsito o

    desenvolvimento de filmes de sensibilidade crescente, a despeito da

    inexorvel e to discutida perda da nitidez da imagem.24, 25, 35, 36, 42, 79, 95

    A Odontologia registra em sua histria a parceria com

    as mais diversas reas de desenvolvimento tecnolgico. Este comensalismo

    cientfico estendeu-se por todo o sculo XX e respaldou os referenciais da

    profisso desde a sua gnese. Nas duas ltimas dcadas, ao incorporar

    recursos da computao digital, a Radiologia Odontolgica demonstrou uma

    notvel diferenciao tecnolgica e potencializou sua condio de um

    importante recurso diagnstico auxiliar.5, 11, 17, 21, 32, 39, 48, 59, 63, 82, 87, 89, 90, 94

  • Introduo 3

    Inicialmente, as avaliaes concernentes ao uso de

    imagens digitais no diagnstico de leses de crie referiam-se tcnica

    indireta, na qual imagens radiogrficas convencionais eram digitalizadas por

    meio de cmeras filmadoras ou scanners.8, 15, 31, 33, 52, 60, 61, 64, 83 Atualmente, as

    imagens radiogrficas podem ser obtidas por mtodos digitais diretos, os

    quais dispensam a utilizao de filmes.10, 51, 53, 54, 73, 77, 85, 86, 89, 90, 93, 94

    Um dos mtodos digitais estudados em recentes

    pesquisas o sistema Digora.10, 27, 28, 30, 51, 53, 54, 77, 86, 90, 93, 94 Neste sistema, a

    captura da informao radiogrfica realizada por uma placa ptica. A placa

    consiste em partculas fluorescentes inseridas em uma camada de polmero, a

    qual cobre uma base plstica. Ao ser sensibilizada, a placa armazena energia

    advinda da radiao X, resultando na imagem latente.

    A estimulao das partculas fluorescentes, por meio

    de um comprimento de onda determinado (laser), libera a energia armazenada

    em forma de luz, a qual proporcional quantidade de energia absorvida

    (radiao X). Estes sinais luminosos so captados por um foto-detector e

    digitalizados, resultando em um determinado nmero de pixels ou elementos

    de imagem por linha. Cada pixel, ao variar o contraste do branco ao preto,

    pode revelar at 256 tonalidades de cinza.

  • Introduo 4

    Sumariamente, portanto, a imagem observada com o

    uso do referido sistema digital compe-se de vrios pontos com diferentes

    tonalidades de cinza, resultantes da leitura a laser de uma placa ptica

    exposta radiao X.12

    A conquista desta etapa tecnolgica, por si s, no

    permite firmarmos posio sobre a eficcia destes mtodos em relao ao

    diagnstico das leses de crie. Os estudos so proficientes ao avaliarem os

    sistemas digitais disponveis, tanto quanto incansveis na sugesto de novas

    pesquisas e metodologias que resultem na adoo segura e rotineira destes

    sistemas.29, 39, 48, 72, 73, 85, 86, 88, 89, 90, 92

    Por razes facilmente compreendidas, so raros os

    estudos nacionais que tenham por objetivo avaliar o diagnstico de leses de

    crie por mtodos digitais.27, 40, 57 Em especial, ao tratar-se de uma amostra

    composta por dentes decduos, acentua-se a escassez de informaes, at

    mesmo quando recorremos a publicaes internacionais.54

    Diante do exposto, um estudo que possibilite avaliar a

    capacidade diagnstica dos mtodos utilizados para deteco de leses ou

    manifestaes da doena crie dentria em superfcies proximais de molares

    decduos, por meio do exame radiogrfico com filmes e digital, tender a

    contribuir para uma melhor compreenso dos fatos citados.

  • 2- REVISO DE LITERATURA

  • Reviso de Literatura 6

    2- REVISO DE LITERATURA

    No incio de 1986, a publicao de ESPELID;

    TVEIT20 tratou da avaliao clnica e radiogrfica de leses proximais.

    Molares (46) e pr-molares (105) extrados foram radiografados (Kodak

    Ultraspeed) em 65 kV e submetidos ao exame de sete profissionais

    experientes. Os exames foram realizados sob um protocolo padro, o qual

    obedeceu ao uso de um negatoscpio e lupa (x2). Os profissionais

    classificaram as leses, quanto extenso, na escala que segue: R2- aqum

    da metade da extenso do esmalte; R3- at a JAD; R4- at o tero mais

    externo de dentina; R5- do tero mais externo metade da poro dentinria;

    R6- mais da metade de dentina envolvida. Casos negativos foram anotados

    como R1. Para determinar o nvel de confiana sobre a presena da leso,

    anotaram: 1-definitivamente ausente; 2-provavelmente no presente; 3-

    chances iguais de estar presente ou no; 4-provavelmente presente; 5-

    presente.

    Os resultados do exame radiogrfico, tanto para as

    leses mais profundas como para as superfcies intactas, no foram

    correspondentes a um correto diagnstico. O diagnstico radiogrfico das

    leses freqentemente subestimou a verdadeira profundidade das mesmas,

    bem como implicou, regularmente, em situao inversa. Das leses profundas

  • Reviso de Literatura 7

    em dentina, 12,5% foram diagnosticadas como hgidas ao serem avaliadas

    pelo exame radiogrfico, ao passo que 15,7% das superfcies hgidas foram

    definidas radiograficamente como penetrando em dentina ou esmalte.

    As leses no cavitadas foram as mais envolvidas em

    diagnsticos falso-negativos. Classificadas como hgidas, 63% apresentavam

    leso, porm sem cavidade.

    Para os autores, h maior probabilidade de uma leso

    ser diagnosticada radiograficamente se portadora de uma soluo de

    continuidade superficial. Os resultados demonstraram ser, a referida

    probabilidade, maior que 90%.

    Ao analisarem as taxas de diagnsticos positivos,

    denotaram a relao de diagnsticos positivo-verdadeiros (PV) e falsos (FP).

    Se o observador apresentou um incremento na taxa de PV, foi observado,

    conjuntamente, um aumento na proporo de FP. Seguindo esta observao,

    comentaram sobre a especial ateno que deve ser dada a esta proporo,

    especificamente em populaes com baixa prevalncia de crie ou com crie

    em decrscimo.

    Finalizaram sentenciando que o traado radiogrfico

    de uma leso fracamente corresponde profundidade da mesma. Quanto

    mais profunda, maior a detectabilidade. Ainda, se em esmalte ou em dentina e

  • Reviso de Literatura 8

    com cavidade, a deteco radiogrfica aumenta consistentemente. Para os

    autores, no h critrio radiogrfico confivel disponvel para determinar se

    h ou no presena de leses ou se as mesmas esto ou no cavitadas. No

    cmputo geral, de cada 10 avaliaes qualitativas (radiogrficas) sobre a

    profundidade das leses, 6 foram classificadas corretamente, tanto para

    leses em esmalte como para as em dentina.

    PORTER; VON DER LEHR66, tambm em 1986,

    utilizaram vinte dentes para a anlise radiogrfica interproximal de leses

    incipientes. Estas alteraes foram classificadas como descoloraes no

    esmalte adjacente area de contato, endurecidas, brilhantes e sem cavidade.

    Os examinadores observaram as radiografias em um negatoscpio, com o

    auxlio de uma lupa. Os dentes, seccionados no sentido mesodistal e no

    centro das leses em questo, serviram para a comparao do mtodo

    radiogrfico com o microscpico (validao).

    Dos vinte dentes, dezoito revelaram penetrao do

    processo carioso da juno amelo-dentinria dentina subjacente. Houve

    evidncias de comprometimento dentinrio, tais como descolorao e

    esclerose tecidual.

  • Reviso de Literatura 9

    O exame radiogrfico no detectou a presena das

    leses. Das ilaes feitas acerca dos resultados, os autores sugerem o

    tratamento operatrio invasivo de leses incipientes, visto que, se

    visualizadas radiograficamente, as leses seguramente exibiro cavidades e

    avanado processo de destruio dentria.

    Os filmes Ekta e Ultraspeed foram comparados por

    WHITE; McMULLIN95, em 1986, em uma amostra composta por dentes

    decduos (60 superfcies proximais) e radiografada a 70 kV. Onze

    profissionais avaliaram seqencialmente o esmalte mais externo, o mais

    interno, a dentina mais externa e a mais interna, bem como a regio pulpar

    dos referidos dentes. A cada profundidade, os examinadores respondiam

    seguinte escala, para determinar a presena de leso: 1-definitivamente

    presente; 2-provavelmente presente; 3-incerto; 4-provavelmente ausente; 5-

    definitivamente ausente. As observaes das imagens efetuaram-se em quatro

    sesses.

    A acurcia dos filmes, na deteco de todo os

    (qualquer) tipos de leso, foi de 78% para o filme Ekta e 79% para o

    Ultraspeed. A acurcia dos mtodos, em mdia, foi crescente se relacionada

  • Reviso de Literatura 10

    profundidade das leses: esmalte, de 54 a 68%; dentina, 85 e 86% e

    acusando envolvimento pulpar, 93%. A proporo de leses presentes no

    reveladas pelos examinadores foi, aproximadamente, de 25% (falso-

    negativos) e de superfcies hgidas ditas cariadas, de 21% (falso-positivos).

    Foi concludo que os meios receptores de imagem revelaram capacidade

    diagnstica similar.

    Ao estudar vrias condies de exame e a relao

    destas sobre o diagnstico radiogrfico de leses proximais iniciais,

    ARNOLD4, em 1987, avaliou a modificao da intensidade de iluminao do

    negatoscpio, as molduras em torno das radiografias (bloqueando a luz em

    excesso, procedente do negatoscpio), a luz ambiente e o uso de acessrios.

    Pelos resultados obtidos, as condies consideradas

    ideais para o diagnstico radiogrfico das imagens (filme Kodak Ultraspeed,

    em 50, 70 e 90 kV), foram um ambiente semi-escurecido, no qual

    examinaram as radiografias em um negatoscpio com alta intensidade de luz

    e blindado por um material opaco em torno do filme. O uso de acessrios,

    como uma lente de aumento, pode prover um significante incremento na

    qualidade diagnstica.

  • Reviso de Literatura 11

    As variaes da condio padro, entretanto, tiveram

    um efeito limitado na avaliao de radiografias consideradas de densidade

    normal, a despeito da quilovoltagem utilizada na produo das mesmas. O

    autor foi enftico na adoo de uma rotina de exame controlada e

    padronizada, visto que as condies criadas so to importantes quanto as

    condies tcnicas de exame. Encerrou afirmando que em estudos os quais

    envolvem as variveis consideradas no referido trabalho, o observador o

    mais importante elemento na anlise dos dados. Cada examinador, por

    idiossincrasias, tem sua preferncia em relao a condies de iluminao e

    uso de acessrios.

    A utilizao das radiografias bitewing no diagnstico

    de leses proximais foi tema amplamente discutido por STEPHENS;

    KOGON; REID76, em 1987. Dissertaram sobre o modelo teraputico

    baseado na avaliao radiogrfica, tomando em considerao a prevalncia, a

    velocidade de progresso das leses e o novo paradigma da Odontologia.

    Em especial, discutiram a correlao entre imagem radiogrfica e estgio

    clnico e microscpico das leses proximais.

    Para os autores, quando a imagem est presente na

    metade mais externa do esmalte, aproximadamente 2/3 das leses no esto

  • Reviso de Literatura 12

    cavitadas. At mesmo se a imagem penetra a metade mais interna do esmalte,

    aproximadamente 1/3 no apresenta cavidade. Do total de leses de esmalte,

    provavelmente 1/5 apresentam cavidade. Em dentina, a proporo de

    cavidade tende a ser maior.

    Consideraram, como condio para a percepo

    visual de uma rea radiotransparente, um grau de desmineralizao tecidual

    em torno de 30%, sob pena de no observar-se corretamente a presena de

    uma leso subsuperficial. Apesar de conhecido o hiato informativo da

    radiografia em relao verdadeira profundidade da leso, o fato no justifica

    a adoo de medidas operatrias invasivas em leses superficiais. O critrio

    axial, na opinio dos autores, deve ser a presena de cavidade.

    Pelos conhecimentos disponveis atualmente e devido

    dinmica do processo da doena crie, a imagem radiogrfica requer uma

    sofisticada interpretao. O padro de divulgao de dados simplesmente

    informando a presena de leso no mais se sustenta. As expresses

    radiogrficas devem ser consideradas como recursos importantes nas

    decises de tratamento. A deciso de tratar leses de forma no operatria,

    bem como a reavaliao dos intervalos definidos para a repetio de exames

    radiogrficos interproximais encontram sustentao quando os resultados so

    compreendidos de forma mais ampla e conseqente e vinculados ao

  • Reviso de Literatura 13

    entendimento sobre a doena. Ao exemplificarem, destacaram a importncia

    da distino entre cavidades e leses em esmalte subsuperficial na elaborao

    de um plano de tratamento, apesar de ambas apresentarem imagem

    radiogrfica similar.

    A comparao entre filmes D (Kodak Ultraspeed) e E

    (Kodak Ektaspeed) foi o objetivo do estudo realizado por FROMMER;

    JAIN24, em 1987. As imagens, obtidas com 70 kV, foram granjeadas de um

    levantamento radiogrfico de pacientes em uma clnica de radiologia, e

    avaliadas por 25 especialistas de diferentes reas. Estes, aps analisarem as

    imagens quanto definio, escolhiam a qual grupo de filme pertenciam as

    mesmas (D ou E).

    Os resultados permitiram afirmar que os profissionais

    no conseguiram distinguir as imagens obtidas com filmes D e E de forma

    consistente. Diante deste resultado, os autorem sustentaram a indicao de

    substituio do filme D em diagnsticos radiogrficos, uma vez que o filme E

    produziu imagens clinicamente aceitveis. Alm disto, comentaram sobre a

    reduo da dose de radiao X aplicada ao paciente (50% menor), quando

    utilizados filmes mais sensveis.

  • Reviso de Literatura 14

    KLEIER; HICKS; FLAITZ42, em 1987, avaliaram as

    imagens obtidas pelos exames radiogrficos de 18 dentes permanentes

    extrados e portadores de leses proximais, os quais foram submetidos a trs

    quilovoltagens distintas (60, 70 e 90 kV). Os dois filmes utilizados, Kodak D-

    speed e E-speed, foram examinados por dez profissionais em um

    negatoscpio (com moldura bloqueadora de luz) e sem lupa auxiliar. Os

    critrios seguidos pelos examinadores foram os mesmos sugeridos por

    MARTHALER; GERMANN46, em 1970: 0-sem radiotransparncia evidente;

    1-radiotransparncia limitada metade mais externa do esmalte; 2-

    radiotransparncia limitada ao esmalte mais profundo, sem comprometer

    dentina; 3-radiotransparncia limitada metade mais externa da dentina; 4-

    radiotransparncia evidente em dentina profunda. As radiografias foram

    mostradas de forma randomizada e codificadas.

    Os coeficientes de correlao utilizados no revelaram

    diferenas entre os filmes Ekta e Ultraspeed no que tange ao diagnstico de

    leses, bem como no foram estabelecidas diferenas ao serem

    correlacionadas as quilovoltagens.

    O nvel de concordncia intra-examinador foi

    considerado muito bom. Para os autores, a variabilidade intra-examinador

  • Reviso de Literatura 15

    tem mais impacto sobre os indicadores de deteco de leso que o tipo de

    filme ou outros fatores. A cada aumento da sensibilidade (speed) do filme, h

    uma reduo na qualidade da imagem, vista com desconfiana e crtica. Esta

    percepo negativa perdura at o profissional tornar-se proficiente em utilizar

    o novo produto, ou at que o filme mais lento deixe de ser produzido,

    segundo comentrio dos autores.

    KLEIER; HICKS; FLAITZ43, em 1987, publicaram os

    resultados da anlise histolgica de 18 molares e pr-molares aps examin-

    los por meio de dois filmes e trs quilovoltagens. Das 36 superfcies

    examinadas, nenhuma foi considerada livre de crie aps microscopia de luz

    polarizada. A correlao dos critrios radiogrficos de diagnstico com a

    profundidade das leses, em mdia, foram: 0-sem radiotransparncia

    evidente, 426 m; 1-radiotransparncia limitada metade mais externa do

    esmalte, 1472 m; 2-radiotransparncia limitada ao esmalte, sem

    comprometer dentina, 2743 m; 3-radiotransparncia limitada metade mais

    externa da dentina, 4152 m.

    Das superfcies lidas radiograficamente como sem

    leso, nenhuma apresentou cavidade. Os dentes com leso em esmalte e at

    mesmo os portadores de leso dentinria prxima `a juno, vistos ao

  • Reviso de Literatura 16

    microscpio e sendo critrio radiogrfico 1, no apresentavam cavidades.

    Estas foram observadas a partir do grupo radiogrfico 2, o qual j

    apresentava leso em considervel poro dentinria ao microscpio. Nas

    leses dentinrias profundas luz polarizada, a cavidade esteve presente em

    quase todos os espcimes.

    Os autores concluram aconselhando a adoo de

    medidas clinicamentente efetivas (ditas preventivas, pelos mesmos), to logo

    alteraes radiogrficas indicativas de leso de crie sejam observadas. O

    fato do comprometimento tecidual estar sempre em um estgio microscpico

    mais avanado que o radiogrfico deve ser levado em considerao. O intuito

    deste protocolo clnico seria manter os indivduos, ainda que portadores de

    leses microscpicas, livres de cavidades clinicamente detectveis.

    ARNOLD3, em 1987, estudou a influncia das

    condies de exposio do filme radiogrfico (Kodak Ultraspeed) na

    deteco de leses iniciais de crie - produzidas artificialmente por meio de

    brocas- em superfcies proximais de dentes permanentes. Cento e vinte

    radiografias foram observadas em um negatoscpio (com moldura

    bloqueadora de luz) por dez examinadores, aos quais foi transmitida

    instruo prvia sobre os procedimentos. No houve limite de tempo para os

  • Reviso de Literatura 17

    exames, bem como foram mantidas padronizadas as condies de

    visualizao.

    A variao da quilovoltagem (50, 70 e 90 kV) no

    influenciou de forma significativa a qualidade diagnstica. O fator

    considerado de maior influncia nas diferenas diagnsticas foi a variao

    interobservadores.

    LUNDEEN; McDAVID; BARNWELL44, em 1988,

    radiografaram 80 dentes permanentes extrados (70 kV), utilizando dois

    filmes (Kodak D e E-speed) e trs combinaes de filmes/ecrans. Dez

    profissionais foram selecionados e instrudos para analisar as superfcies

    radiografadas (esmalte e dentina, parte externa e interna) sob a escala: 1-leso

    definitivamente presente; 2-leso provavelmente presente; 3-incerta; 4-leso

    provavelmente ausente; 5-leso definitivamente ausente. Os exames foram

    realizados individualmente, com negatoscpio e lupa, em uma sala com

    iluminao reduzida. Os mesmos foram realizados com um perodo mnimo

    de 24 horas entre cada sesso, a fim de evitar fadiga e decises equivocadas.

    A acurcia diagnstica dos filmes, ao serem avaliadas

    todas as leses de esmalte, variou de 53,3 a 61,4% para o filme D e de 53,5 a

    59,5% para o E. Quando definiam a presena de leses dentinrias, a

    acurcia diagnstica variou de 80,3 a 97,8% para o D e de 71,8 a 96,7% para

  • Reviso de Literatura 18

    o filme E. Comparativamente, o filme D foi considerado o melhor dos

    mtodos radiogrficos estudados.

    Em suas concluses afirmaram que nenhum sistema

    definiu adequadamente a profundidade das leses; se no estivessem em

    dentina, as alteraes no eram diagnosticadas corretamente (maior taxa de

    falso-negativos). So necessrias novas tecnologias para a deteco acurada

    de leses em esmalte e em dentina superficial.

    FREITAS; ROSA; SOUZA23, em 1988 e ALVARES;

    TAVANO2, em 1993, esclareceram, em suas publicaes, sobre os

    elementos participantes na produo da imagem radiogrfica. Entre os

    chamados fatores energticos, a quilovoltagem responsvel pelo contraste

    radiogrfico. Este, por sua vez, definido como a graduao das diferentes

    densidades do filme, ou seja, so os diferentes matizes de preto, branco e

    cinza.

    Quanto maior a quilovoltagem, menor o comprimento

    de onda dos raios X formados e maior o poder de penetrao. Os raios

    atravessam, portanto, com maior facilidade e em maior quantidade os tecidos

    radiografados. A imagem produzida com longa ou larga escala de contraste

    (ou baixo contraste). Observam-se muitas densidades diferentes no filme

  • Reviso de Literatura 19

    (maior nmero de tonalidades cinzas) entre as reas totalmente brancas

    (radiopacas) e as totalmente pretas (radiotransparentes). Com a baixa

    quilovoltagem, temos alto contraste, porque h poucas nuances entre as reas

    totalmente radiopacas e as totalmente radiotransparentes.

    A densidade radiogrfica o grau de escurecimento

    de uma radiografia. A imagem radiogrfica o resultado da distribuio de

    pequenas partculas de Ag metlica, preta, constituinte da emulso. Estas

    partculas possuem vrias concentraes que atribuem uma tonalidade mais

    ou menos escura radiografia. Os autores conceituaram a densidade

    radiogrfica como sendo a quantitatizao da prata precipitada sobre a base

    do filme, aps o processamento radiogrfico.

    NOAR; SMITH55 publicaram em 1990 os resultados

    da validao dos exames radiogrficos de 48 superfcies proximais de

    molares e pr-molares, submetidas `a apreciao de 86 profissionais. No

    houve registro, na publicao, sobre qual o filme, a quilovoltagem e as

    condies de exame adotadas.

    Os dentes, aps cortados e examinados

    microscopicamente, foram julgados segundo os critrios: H0- sem crie; H1-

  • Reviso de Literatura 20

    crie na metade externa do esmalte; H2- crie na metade interna do esmalte;

    H3- crie em dentina.

    O exame radiogrfico acusou dentes hgidos como

    portadores de leses em uma mdia de 13% dos diagnsticos (taxa de FP).

    As leses em esmalte superficial tiveram diagnstico radiogrfico acertado

    em 51% dos exames; em esmalte mais profundo, em 68%. As leses

    envolvendo dentina foram detectadas positivamente em 88% dos diagsticos.

    A proporo de FN, portanto, foi de 12% para estas leses.

    Ao serem avaliados os resultados das leses H0 e

    H1(dentes sem leso e com leso em esmalte superficial), foi observado que

    o exame visual direto detectou maior porcentagem de diagnsticos

    verdadeiros positivos do que o radiogrfico. A partir das leses em esmalte

    profundo e das leses em dentina, o exame radiogrfico resultou em maiores

    propores de diagnsticos acertados do que o exame visual (especialmente,

    se dentinrias).

    A influncia da quilovoltagem no diagnstico de cries

    em pr-molares e molares foi o propsito da pesquisa desenvolvida por

    SVENSON; PETERSSON78, em 1991. Utilizando filme Ektaspeed, 133

    dentes permanentes extrados foram radiografados em trs quilovoltagens

    (60, 65 e 70 kV), sendo que, no maior e no menor kV, foram utilizados dois

  • Reviso de Literatura 21

    aparelhos. As imagens foram avaliadas por 7 examinadores, e para tal foram

    utilizados um negatoscpio e uma lupa auxiliar. As leses eram definidas sob

    uma escala de cinco critrios: 1-definitivamente no h leso; 2-

    provavelmente no h leso; 3-questionvel; 4-provavelmente h leso; 5-

    definitivamente h leso.

    A acurcia mdia do mtodo radiogrfico, nas trs

    quilovoltagens, revelou sutis diferenas numricas: em 60 kV, foi de 74% a

    76%; em 65 kV, 76%; e em 70 kV, variou de 76 a 78 %. No foram

    observadas diferenas significantes na acurcia diagnstica de leses

    proximais, quando utilizadas diferentes quilovoltagens.

    PITTS; RIMMER65, em 1992, em um estudo in vivo,

    abordando o diagnstico de leses proximais de dentes decduos (n=756) e

    permanentes (n=1468), compararam os achados radiogrficos com os

    obtidos por acesso clnico direto. Os dentes foram radiografados (Kodak

    Ultraspeed) em trs aparelhos (50, 60 e 70 kV), disponveis nos diferentes

    locais de exame. Os escores para a classificao das radiografias, foram: R0-

    ausncia de radiotransparncia; R1- radiotransparncia estendendo-se at a

  • Reviso de Literatura 22

    metade da espessura do esmalte; R2- radiotransparncia incluindo a metade

    interna do esmalte e a JAD; R3- na metade externa da dentina; R4-

    radiotransparncia na metade mais interna da dentina. A validao clnica

    (exame visual direto) foi realizada com o uso da tcnica de separao dentria

    temporria eletiva (elsticos ortodnticos colocados na regio interproximal).

    Para os dentes permanentes, em R0 e R1, 0% estavam

    cavitadas; em R2, 10,5%; em R3, 40,9%; e, em R4 (radiograficamente,

    leses profundas em dentina), 100% apresentavam cavidade. Os resultados,

    quanto presena de cavidade nos dentes decduos foram: R0, 0%; R1, 2%;

    R2, 2,9%; R3, 28,4%; e R4 (leses profundas em dentina), 95,5%.

    Em 1992, GRNDAHL29 publicou sua anlise sobre o

    tema a radiologia digital no diagnstico odontolgico. Para o autor, a

    histria mdica est repleta de tecnologias rapidamente aceitas, as quais

    imediatamente desaparecem pela falta de benefcios evidentes. Por outro

    lado, a gradual aceitao clnica de novas tecnologias ocorre na proporo

    em que vo justificando seu uso com evidncias consistentes. Por

    conseguinte, a implementao de tais tecnologias no deve ser permitida sem

    antes ocorrer uma ampla avaliao.

  • Reviso de Literatura 23

    A maioria dos estudos comparam os resultados das

    imagens digitais com os dos filmes convencionais. Uma tcnica diagnstica

    em teste no deve ser comparada com outras similares, mas sim com

    critrios especficos e programados de desempenho diagnstico. Entretanto,

    se uma nova tcnica radiogrfica prope-se a substituir outra j estabelecida,

    a qualidade das imagens produzidas pelos filmes radiogrficos deve ser

    considerada o padro de comparao do sistema em teste.

    Os novos sistemas devem estar aptos a demonstrar

    uma qualidade diagnstica pelo menos igual dos j existentes. Ainda, se

    estas virtudes no se revelarem em forma de menor tempo operatrio

    (rapidez) e custo, o novo mtodo corre o risco de limitar-se a aplicaes em

    pesquisa, somente.

    Radiografias convencionais (sem explicitarem o filme

    e a kV) foram digitalizadas com o uso de uma cmera de vdeo (com CCD) e

    suas imagens otimizadas com recursos disponveis em software. A avaliao

    da acurcia diagnstica destes mtodos foi o objeto de estudo de

    VERDONSCHOT et al.84, em 1992.

  • Reviso de Literatura 24

    Vinte radiografias, selecionadas de um banco de

    imagens, foram digitalizadas por uma vdeo-cmera (CCD). As mesmas

    foram examinadas por 12 profissionais (professores de Dentstica,

    Odontopediatria e Endodontia) e submetidas aos escores: 0-sem leso; 1-

    leso confinada ao esmalte; 2-leso atingindo a JAD; 3-leso atravs da

    dentina. Um ms mais tarde, os profissionais efetuaram o exame das imagens

    digitalizadas e das digitalizadas modificadas (alterao da escala de tons de

    cinza), de acordo com os mesmos escores. O controle de brilho e contraste

    do monitor no foram alterados e as imagens foram apresentadas

    aleatoriamente. O diagnstico definitivo das imagens (gold standard) foi

    baseado no consenso de opinio de dois radiologistas.

    Os resultados conferiram s radiografias

    convencionais uma sensibilidade variando de 92 a 97% e especificidade de

    76 a 90%, no diagnstico de todas as leses (cut off hgidos/com leso).

    Para as imagens digitais,a sensibilidade foi de 90 a 96% e a especificidade, de

    67 a 84%. No diagnstico de leses dentinrias, a sensibilidade foi de 85 a

    95% para o processo digital e de 81 a 87% para a radiografia convencional;

    na mesma ordem, a especificidade foi de 65 a 82% e de 82 a 90%,

    respectivamente.

  • Reviso de Literatura 25

    Nas ponderaes finais, os autores consideraram o

    mtodo digital um recurso alternativo para o diagnstico de leses proximais.

    A confirmao da supremacia dos mtodos digitais, no entanto, necessita

    novas pesquisas.

    No princpio de 1993, RUSSEL; PITTS72

    compararam o diagnstico de leses proximais fazendo uso de um mtodo

    digital (RVG) e de radiografias interproximais (filmes Kodak, D e E speed).

    Expostos a 70 kV, 120 dentes foram avaliados por 3 examinadores no

    calibrados, pois houve a inteno de determinar a performance diagnstica

    dos mesmos.

    As radiografias foram apresentadas de forma

    codificada e randomizada e analisadas sob condies consideradas timas.

    Em outra sesso, os examinadores avaliaram as imagens impressas em papel,

    obtidas pelo sistema RVG. Os critrios para determinao do estado da

    superfcie analisada foram estabelecidos em uma escala de 5 pontos,

    variando de hgido (R0) a leso profunda em dentina (R4).

    No diagnstico de leses em esmalte, os valores de

    sensibilidade, especificidade e acurcia, para o filme D, foram de 26%, 90%

    e 72%, respectivamente; para o filme E, foram de 25%, 90% e 72% e, para as

    imagens impressas do sistema digital, foram de 15%, 92% e 70%. Para

  • Reviso de Literatura 26

    diagnosticar leses dentinrias, o filme D revelou 29%, 92% e 91%,

    referindo-se, respectivamente, sensibilidade, especificidade e acurcia. Na

    mesma seqncia, o filme E resultou em 30%, 96% e 89%, e o RVG em

    16%, 96%, e 88%. Entre os trs mtodos, no houve diferena estatstica

    significante.

    A baixa sensibilidade obtida com as imagens

    impressas resultou da perda de qualidade da imagem no processo de

    transferncia do sinal do monitor para a impressora, alm da limitada

    resoluo desta. Os autores sugeriram um aprimoramento na qualidade das

    imagens obtidas com o sistema digital.

    FARMAN21, em 1993, avaliou as propriedades

    tcnicas de um sistema de radiografia digital direta. O sistema estudado,

    base de CCD (Sens-A-Ray), foi avaliado quanto a algumas funes: corrente

    escura (corrente gerada no CCD na ausncia de radiao X), resposta dose

    (50 a 90 kV), variao da sensibilidade (diferenas entre os pixels), taxa sinal-

    rudo e difuso da linha.

    A resposta dose, nas diferentes quilovoltagens

    estudadas, foi considerada praticamente idntica.

    Os autores atentaram para as comparaes entre os

    sistemas digitais e a radiografia convencional. Muitas vezes, tais comparaes

  • Reviso de Literatura 27

    so complexas, pois o que mostrado (imagem) essencialmente diferente.

    Alm disto, os fatores psicofsicos envolvidos na interpretao so difceis

    de quantificar.

    WENZEL et al.92, em 1993, abordaram amplamente o

    tema diagnstico de cries. Considerado problemtico face s dificuldades

    observadas, o diagnstico de leses sofre influncia, atualmente, do

    comportamento das mesmas. Em outras palavras, a taxa de progresso e a

    cronificao (ou remineralizao) das leses - especialmente pela participao

    dos fluoretos - podem ocultar ou dificultar o diagnstico realizado pelos

    mtodos tradicionais. Na aplicao dos sistemas, bem como na interpretao

    dos resultados obtidos, as referidas alteraes no padro de desenvolvimento

    da crie dentria devem ser levadas em considerao.

    Entre os mtodos revisados, a imagem digital direta foi

    reconhecida como um mtodo com distintas vantagens: reduo da dose de

    radiao X qual o paciente submetido; formao imediata da imagem;

    facilidades de controle e alterao do contraste e densidade das imagens e

    recursos diferenciados de visualizao (disponveis nos softwares); e ainda a

    eliminao da etapa de processamento qumico e, por esta qualidade, ditos

    mtodos no poluentes.

  • Reviso de Literatura 28

    Na opinio dos autores, devido ao desempenho no

    diagnstico de leses de crie e s vantagens intrnsecas aos sistemas, os

    mtodos digitais diretos estaro integrados rotina clnica em um futuro

    prximo.

    SVENSON; LINDVALL; GRNDAHL79, em 1993,

    compararam a acurcia de trs filmes, radiografados em 60 kV, no

    diagnstico de leses proximais em 100 pr-molares extrados.

    Treze examinadores (7 clnicos e 6 consultores em

    Radiologia Oral), no calibrados, utilizando lupa e negatoscpio, emitiram

    seus pareceres sob a seguinte escala: 1-definitivamente no h crie; 2-

    provavelmente no h crie; 3-questionvel; 4-provavelmente cariado; 5-

    definitivamente cariado.

    Os resultados, no diagnstico de leses proximais,

    conferiram ao filme Ultraspeed a acurcia de 76%; ao filme Ektaspeed, 79%;

    e ao Dentus M4, 72%. As diferenas entre os filmes Ekta e Ultraspeed no

    foram consideradas significantes.

    BENN6, em 1994, revisando a temtica sobre

    diagnstico radiogrfico de leses de crie, ateve-se anlise dos modelos

    experimentais e aos critrios descritos como avaliadores dos mtodos em

    teste.

  • Reviso de Literatura 29

    Para o autor, as diferenas entre as condies

    metodolgicas utilizadas para simular crie dentria so caractersticas

    indubitavelmente importantes e influentes nos resultados. Estudos em que as

    leses so produzidas com brocas seguramente expressaro diferenas

    radiogrficas em relao aos modelos que utilizam leses produzidas por

    desmineralizao cida. A utilizao de um modelo de crie adequado

    essencial para que os sistemas de imagens sejam testados.

    Comentando sobre as concluses de um debate virtual

    (E-mail), revelou no haver consenso sobre os mtodos de avaliao de

    qualidade de imagem. Freqentemente, a resoluo (pares de linhas por

    milmetro; lp mm-1) utilizada como referncia para avaliar a qualidade de

    imagem; no entanto, em imagens com baixo contraste (como ocorre em

    leses superficiais), os ndices de leitura (resoluo) so baixos. Nestas

    condies, a resoluo provavelmente seja uma medida inadequada para

    predizer sobre a visibilidade das leses.

    O desempenho de um recurso diagnstico em teste

    geralmente vem expresso quanto sensibilidade e especificidade do mesmo.

    Um incremento na sensibilidade implica a reduo da especificidade, e o

    efeito desta relao deve ser discutido. H o aconselhamento de no utilizar

    mtodos digitais muito sensveis em populaes com baixa velocidade de

  • Reviso de Literatura 30

    progresso de crie, pois a inevitvel taxa de resultados falso-positivos (FP)

    gerada poder induzir ao sobretratamento. Se a doutrina teraputica no

    consistir em restaurar, indiscriminadamente, os ditos positivos pelo teste, o

    resultado FP aceitvel. O monitoramento, nestes casos, reconhecidamente

    a opo mais acertada.

    OHKI; OKANO; NAKAMURA56, em 1994, avaliaram

    a acurcia diagnstica de radiografias de pr-molares (Kodak Ultraspeed, 65

    kV), as quais foram digitalizadas por meio de 3 sistemas (scanner a cilindro,

    scanner a laser e cmera de TV). Dez profissionais, dos quais seis eram

    radiologistas, dois periodontistas e dois atuantes em Odontologia Preventiva

    - todos com, no mnimo, 3 anos de experincia clnica - efetuaram os

    exames.

    A acurcia resultante do uso de filmes radiogrficos

    foi de 78,1%, sendo maior que os valores encontrados para as imagens

    digitalizadas. Os autores opinaram favoravelmente ao uso de sistemas

    digitais, ainda que as imagens, por eles obtidas, advieram de digitalizao

    indireta.

    HINTZE; WENZEL; JONES37, em 1994, compararam

    filmes D e E-speed (Kodak) com dois sitemas digitais (RVG e Visualix), na

    deteco de leses em esmalte proximal e em dentina oclusal. A fonte de raio

  • Reviso de Literatura 31

    X utilizada para a obteno das imagens de 66 dentes extrados foi de 70 kV.

    Trs examinadores independentes avaliaram os filmes (negatoscpio e lupa

    x2) e as imagens digitais, podendo estas ser modificadas em contraste e

    densidade. As decises sobre a presena de crie obedeciam escala: 1-

    leso definitivamente presente; 2-leso provavelmente presente; 3-incerto; 4-

    leso provavelmente ausente; 5-leso definitivamente ausente.

    Para as leses proximais (em esmalte), a acurcia

    variou de 53% (Visualix) a 70% (filme E-speed), resultando com mdias de

    61% para os filmes, 59% para o RVG e 54% para o Visualix. No houve

    diferenas estatsticas entre os mtodos.

    O estudo atenta para o fato de reconsiderar-se a

    indicao do exame radiogrfico na deteco de leses incipientes em

    esmalte. A baixa taxa de verdadeiros portadores de leso e a alta taxa de

    falsos diagnsticos resultantes induziram os autores a afirmarem que o exame

    de imagens de leses proximais possuiu quase nenhum valor observao de

    desmineralizao em esmalte.

    PEREIRA58, em 1995, atestou que a validade de um

    teste diagnstico refere-se a quanto o resultado final reflete a situao real, ou

    seja, se o resultado pode ser aceito como expresso da verdade ou o quanto

  • Reviso de Literatura 32

    dela se afasta. Em um teste diagnstico, a questo a ser investigada a sua

    capacidade de discriminar corretamente doentes e sadios. A suposio de

    utilidade de um determinado teste diagnstico, de uma informao ou de um

    indicador, de maneira geral repousa na verificao de como eles se

    comportam em relao a um ou mais tipos de validade. A validade em relao

    a um padro muito utilizada na rea de sade. Refere-se a quanto, em

    termos quantitativos, um teste til para diagnosticar um evento (validade

    simultnea ou concorrente) ou para prediz-lo (validade preditiva). Para tal,

    comparam-se os resultados do teste com os de um padro: esse pode ser o

    verdadeiro estado do paciente, se tal informao est disponvel, um

    conjunto de exames julgados mais adequados ou uma outra forma de

    diagnstico que sirva como referencial. O autor afirmou tambm que os

    parmetros de validade e reprodutibilidade, interpretados de forma associada,

    resultam na adequada avaliao sobre mtodos diagnsticos testados. Ainda,

    ao avaliar-se a variao intra-examinador, as influncias extrnsecas devem ser

    eliminadas tanto quanto possvel.

    BORG; GRNDAHL7, em 1995, avaliaram o filme

    Ektaspeed plus em relao a dois sistemas digitais base de CCD (Sens-A-

    Ray e Visualix) e ao sistema Digora. Filmes, sensores e placas foram

    radiografados a 60 kV, e oito observadores classificaram as imagens

  • Reviso de Literatura 33

    conforme a solicitao. Com o livre uso do controle de brilho e contraste

    dos referidos sistemas (software), os operadores avaliaram subjetivamente as

    imagens quanto qualidade, deteco de pequenas diferenas de massa

    dos objetos radiografados e saturao da imagem. Os filmes foram

    visualizados em negatoscpio e com lupa (x2). Todas as observaes foram

    realizadas em uma sala com controle de iluminao. A escala para

    determinao de qualidade diagnstica variava de 0 (total falta de qualidade) a

    10 (melhor qualidade possvel).

    O filme e o sistema Digora revelaram escores

    significativamente mais elevados que os sistemas base de CCD. O sistema

    Digora obteve escores mais altos, em um maior nmero de exposies, do

    que o filme. O sistema ainda foi o menos afetado pelo fenmeno da

    saturao em sobreexposies, bem como demonstrou as melhores

    possibilidades de revelar pequenas diferenas de massa.

    As tendncias atuais no diagnstico de leses por

    imagem foram apresentadas por WENZEL88, em 1995. A autora, ao

    considerar o diagnstico radiogrfico, confirmou a importncia de as leses

    serem classificadas de acordo com suas progresses, do tecido mais externo

    ao mais interno, em uma escala de severidade bem definida. Salientou,

  • Reviso de Literatura 34

    tambm, que o mtodo de validao dos exames em teste pode influenciar

    nos resultados. Para as avaliaes de acurcia, em estudos in vitro, a seco

    do dente com o subseqente exame em estereomicroscpio tem

    demonstrado ser um mtodo vlido.

    Ainda sobre os modelos experimentais, WENZEL88

    criticou a utilizao de mtodos que utilizam brocas para simular cavidades

    ou gel cido para produzir desmineralizao. O primeiro, na sua opinio,

    distancia-se muito da aparncia biolgica de uma verdadeira leso. O

    segundo, ainda que simule a desremineralizao, no produz leses mais

    profundas que em esmalte, limitando a avaliao. Alteraes teciduais

    profundas, como rotineiramente ocorrem em clnica, no so contempladas

    pelo modelo citado. O modelo de escolha deve ser aquele que,

    preferencialmente, utilize dentes humanos extrados, portadores de leses

    naturais. Contudo, a translao dos resultados in vitro para in vivo no

    necessariamente representa o comportamento dos mtodos em teste.

    Estudos clnicos in vivo so necessrios para estabelecer a real correlao.

    Para a autora, h dvida se a radiografia realmente

    um recurso essencial para a deteco de pequenas leses proximais, pela

    baixa acurcia e reprodutibilidade deste exame. O uso rotineiro de mtodos

    diagnsticos sensveis seria justificvel se o limite teraputico adotado fosse

  • Reviso de Literatura 35

    alto (a partir de uma razovel profundidade) e as decises de tratamento no

    estivessem baseadas somente no aspecto radiogrfico das leses. Neste

    protocolo, so maiores as chances de leses detectadas em esmalte no

    sofrerem interveno operatria invasiva. H uma ntida preocupao da

    relao que possa vir a ser estabelecida entre diagnsticos positivo-

    verdadeiros em esmalte e o sobretratamento.

    A autora salientou, ainda, a indisponibilidade de uma

    resposta radiogrfica que faa distino entre uma leso ativa de uma inativa,

    uma cavitada de uma no cavitada. A inspeo visual direta (por meio de

    elsticos ortodnticos) deve ser uma opo a ser considerada.

    Ao final do ano de 1995, WENZEL et al.93

    compararam a acurcia diagnstica de 4 sistemas de radiografia digital

    (Digora, RadioVisioGraphy, Sens-A-Ray e Visualix, em 70 kV) em relao

    crie dentria. Foi desenvolvido um programa para facilitar o contraste

    digital, o ajuste de brilho e os valores da curva gama, o qual seria acessado

    sempre que os observadores julgassem necessrio. As imagens foram

    exibidas em ordem aleatria comandada pelo prprio computador. Os

    controles de brilho e contraste dos monitores foram padronizados e

    permaneceram inalterados durante os procedimentos de exame. Seis

    radiologistas, todos familiarizados com a avaliao de imagens digitais,

  • Reviso de Literatura 36

    analisaram de forma independente as superfcies em questo. Os

    observadores foram instrudos a gravar, para cada dente, seus escores

    destinados s superfcies oclusais e s superfcies esquerda e direita das

    interproximais, sendo as interpretaes registradas sob a seguinte escala: 1-

    definitivamente h crie; 2-provavelmente h crie; 3-no possvel afirmar se

    h crie; 4-provavelmente no h crie; 5-definitivamente no h crie. O

    programa automaticamente armazenava o escore emitido pelo examinador,

    para cada superfcie.

    Ao serem avaliados todos os sistemas, a acurcia

    variou de 42,5% a 70,2%. No sistema Digora, especificamente, variou de

    57,6% a 67,9% para o diagnstico de leses em esmalte proximal. A acurcia

    mdia deste sistema, para as referidas leses, foi de 61,1%. No foram

    detectadas diferenas significantes entre as acurcias mdias dos sistemas

    estudados.

    A baixa acurcia observada traduz-se, conforme os

    autores, na pequena proporo de leses contidas em esmalte (expressando

    poucos resultados positivos e muitos falso-positivos).

    A despeito do sistema utilizado, a otimizao das

    imagens, por ajuste de contraste e densidade, foi empregada em 99% dos

  • Reviso de Literatura 37

    casos estudados. Estes recursos mostraram potencial clnico, devendo

    compensar as diferenas de resoluo existentes entre imagem digital e filmes.

    NIELSEN; HOERNOE; WENZEL54, em 1996,

    estudaram a acurcia do mtodo digital (Digora) e radiogrfico convencional

    (Ektaspeed Plus), no diagnstico de leses proximais em dentes decduos.

    Trs examinadores avaliaram 46 dentes (radiografados em 70 kV) e

    atriburam escores s imagens obtidas. No uso do sistema Digora, foi

    permitida a modificao das imagens pelo software incluso. A fim de predizer

    sobre a presena de cavidade, os examinadores obedeciam seguinte escala:

    1-cavidade definitivamente presente; 2-cavidade provavelmente presente; 3-

    dvida quanto presena de cavidade; 4-cavidade provavelmente ausente; 5-

    cavidade definitivamente ausente. Ainda, sobre a profundidade das leses: 0-

    dente hgido; 1-crie < metade mais externa da espessura de esmalte; 2-crie

    > metade da espessura de esmalte, incluindo a juno amelo-dentinria; 3-

    crie em dentina. Todos os registros foram realizados duas vezes por cada

    examinador, sendo o segundo duas semanas aps o primeiro. A validao da

    presena de cavidade foi realizada clinicamente atravs do exame visual-ttil,

    pelos trs examinadores em consenso, estando as superfcies limpas, secas e

    iluminadas.

  • Reviso de Literatura 38

    A acurcia dos mtodos, na deteco da presena de

    cavidade, foi de 85,58% para o sistema Digora e 87,45% para o filme, sendo

    esta diferena considerada estatisticamente no significante. Os autores

    afirmaram no ter havido diferena entre os mtodos na proporo de leses

    detectadas nos diferentes nveis de profundidade avaliados.

    A maioria das leses detectadas em dentina estava

    cavitada, repousando neste resultado a sustentao do exame radiogrfico

    como integrante do planejamento de casos envolvendo pacientes jovens. Por

    fim, na abordagem da referida populao, aconselharam o uso de mtodos

    com baixa dose de radiao X, especificamente pelas caractersticas do

    sistema digital estudado.

    A comparao de imagens digitais e convencionais de

    leses proximais, em 50 dentes permanentes extrados e radiografados a 60

    kV, foi a proposio do estudo de MOYSTAD et al. 53, em 1996. Dez

    clnicos gerais com, em mdia, 13,9 anos de experincia clnica, atuaram

    como observadores. Com alguma experincia em diagnosticar leses de crie

    por mtodos digitais, os profissionais observaram as imagens nas seguintes

    modalidades: captadas pelo sistema Digora, com magnificao de x4 e

    otimizadas (enhanced); pelo sistema Digora, x4 e no otimizadas

    (unenhanced); e em filmes (Ektaspeed), com aumento de x2. As condies

  • Reviso de Literatura 39

    de visualizao das imagens digitais e dos filmes, tanto quanto possvel,

    foram similares, sendo estipulado o tempo de 20 segundos para observar

    cada imagem. Quando observavam os filmes, os profissionais serviam-se de

    um negatoscpio, uma lupa e molduras para blindar a luminosidade. O

    controle de brilho e contraste do monitor permaneceu inalterado em todas as

    observaes. Cada grupo de imagens, dos trs definidos, foi avaliado em

    uma sesso distinta, havendo um intervalo de, no mnimo, duas semanas

    entre cada exame. As leses em esmalte e em dentina foram definidas sob a

    escala: 1-definitivamente no h crie; 2-provavelmente no h cries; 3-

    questionvel; 4-provavelmente h crie; 5-definitivamente h crie.

    O sistema digital com imagens otimizadas apresentou

    valores de acurcia significativamente maiores que os resultantes do exame

    das no otimizadas e os do filme. Em proporo, para leso em esmalte,

    foram de 81,9% para as digitais otimizadas, 78% para as no otimizadas e

    68,8% para o filme. Na deteco de cries dentinrias, 84,5% para as

    otimizadas, 78,9% para as no otimizadas e 79,3% para o filme. Entre as

    imagens no otimizadas e o filme, no foram reveladas diferenas

    significantes.

  • Reviso de Literatura 40

    Para os autores, o sistema avaliado neste estudo

    (storage phosphor) mostrou-se com potencial para tornar-se uma

    alternativa ao exame radiogrfico com filme, no diagnstico de leses de

    crie proximais.

    REICHL et al.69, em 1996, avaliaram o desempenho de

    dois sistemas digitais e um filme na deteco de alteraes no esmalte

    proximal, com e sem o uso de banda ortodntica. Seis profissionais, com

    experincia em avaliar radiografias, foram instrudos por escrito e

    verbalmente sobre o experimento. Os sistemas em avaliao foram

    apresentados aos examinadores para acostumarem-se ao padro de imagem

    digital. As reas de contato das superfcies proximais, aps radiografadas em

    70 kV, foram analisadas e catalogadas em relao ao estado das leses sob a

    seguinte escala: 1-definitivamente ausente; 2-provavelmente ausente; 3-

    provavelmente presente; 4-definitivamente presente. A amostra foi reavaliada

    em aproximadamente 50% do seu total (de 30 superfcies, 12 foram

    submetidas a novo exame).

    Na observao das alteraes provocadas

    artificialmente no esmalte proximal dos dentes permanentes avaliados, a

    acurcia do sistema RVG e do filme Ektaspeed foram maiores que as outras

  • Reviso de Literatura 41

    modalidades testadas (RVG com imagens otimizadas e sistema VIXA), na

    ausncia de bandas ortodnticas cobrindo as referidas superfcies. O sistema

    RVG, com imagem otimizada (controle seletivo do contraste), demonstrou o

    maior valor de acurcia quando avaliadas imagens nas quais uma banda

    ortodntica cobria a superfcie dentria.

    Baseados nos resultados em relao presena de

    leses proximais, os autores julgaram os sistemas digitais com potencial para

    diagnosticar e monitorar o estado dos pacientes ortodnticos. Esta aplicao

    especfica, juntamente com a reduo da dose de raios X emitidos e da

    ausncia do processamento qumico, dever estimular a realizao de novas

    pesquisas envolvendo os sistemas digitais que utilizem o CCD (charge-

    couple device), conforme opinio dos mesmos.

    A comparao entre quatro filmes radiogrficos

    expostos a 70 kV (Kodak Ultra-speed, Ektaspeed, Ektaspeed Plus, e Agfa

    M2 Comfort), na acurcia diagnstica de leses de crie, foi realizada por

    HINTZE; CHRISTOFFERSEN; WENZEL36, em 1996. Cento e dezesseis

    dentes permanentes (pr-molares e molares) foram avaliados por trs

    observadores, independentemente. Sem identificao, as superfcies

    radiografadas foram visualizadas em negatoscpio e com lupa (x2). As faces

    proximais e oclusais foram avaliadas se portadoras de leso em esmalte, em

  • Reviso de Literatura 42

    dentina ou ambas. As decises basearam-se em: 1-leso definitivamente

    presente; 2-leso provavelmente presente; 3-incerto; 4-leso provavelmente

    ausente; 5-leso definitivamente ausente.

    A acurcia mdia dos filmes avaliados no diagnstico

    de leses proximais no demonstrou diferenas estatsticas significantes. Em

    valores, expressaram: 55% (Ultra), 56,2% (Ekta), 69,6% (Plus) e 56,4%

    (M2). Ao ser utilizado o filme Ektaspeed Plus, todos os examinadores

    revelaram os melhores valores de acurcia.

    GOTFREDSEN; WENZEL; GRNDAHL28, em 1996

    avaliaram a uso dos recursos de aprimoramento da imagem e o tempo de

    trabalho no diagnstico radiogrfico de leses. Para tanto, utilizaram quatro

    sistemas digitais (Digora, RVG, Sens-A-Ray e Visualix, em 70 kV) e seis

    profissionais para a comparao de resultados. As pores esquerda,

    oclusal e direita das imagens foram observadas com a livre utilizao de um

    software desenvolvido para o experimento, no qual brilho, contraste e a

    curva gama estavam disponveis para alteraes. O registro dos pareceres

    individuais era automaticamente armazenado pelo programa. A tela do

    monitor, a cada imagem escolhida, apresentava-lhes um quadro com os cinco

    escores de crie (escala de 5 pontos). O controle de brilho e contraste do

    monitor foi mantido inalterado e os exames realizados independentemente.

  • Reviso de Literatura 43

    O emprego dos recursos de otimizao das imagens

    foi mais freqente quando utilizado o sistema Visualix, por ter maior rudo

    (correntes ou tenses indesejveis) que os outros sistemas. Adicionalmente,

    suas imagens no apresentavam contraste adequado (eram muito claras).

    Com o tempo para a emisso dos diagnsticos cronometrado, o sistema

    Digora revelou-se o mais rpido na deciso sobre o estgio das leses, ainda

    que suas imagens tambm tenham sido otimizadas.

    Os autores sentenciaram: para a obteno de imagens

    mais adequadas, os profissionais lanaram mo dos recursos de otimizao.

    Avaliar a presena de cavidades em reas

    radiotransparentes de superfcies proximais de dentes posteriores foi o

    propsito da publicao de AKPATA et al.1, em 1996. Radiografias (Kodak

    Ektaspeed) tomadas em 70 kV foram avaliadas por um radiologista, em

    condies padronizadas de exame (negatoscpio com moldura opaca em

    torno das reas a serem examinadas, lupa, controle da luz ambiente). As

    radiotransparncias proximais foram registradas da seguinte forma: R1-

    confinada metade externa do esmalte; R2- esmalte mais interno at a JAD;

  • Reviso de Literatura 44

    R3- dentina em sua metade mais externa; R4- dentina mais interna, sem

    envolvimento pulpar. Como todos os dentes estavam contguos a outros, os

    quais seriam restaurados, a abertura cavitria dos dentes eleitos para

    restaurao permitiu o acesso visual direto aos que fariam parte da amostra.

    Este foi o critrio visual de observao do aspecto clnico das superfcies.

    Das imagens registradas como R1, 100% no

    apresentavam cavidade; das R2, 19,3% apresentavam. Em dentina, em R3,

    79,1% eram portadoras de cavidade e em R4, 100%.

    ELI et al.18, em 1996, submeteram 150 dentes

    extrados, sem leso de crie, a um desgaste gradual em suas superfcies

    proximais, com o intuito de simular leses. Radiografados nos diferentes

    incrementos cavitrios (realizado com brocas de preciso) em filme Kodak

    Ektaspeed, a 65 kV, foram avaliados por oito experientes profissionais. A

    cada imagem mostrada, prospectavam as alteraes radiogrficas sob a

    seguinte escala: 0- definitivamente no h leso; 1- provavelmente no h

    leso; 2- provavelmente h leso; 3- definitivamente h leso.

    Nas profundidades avaliadas (0,25 a 0,50 mm), um

    resultado radiogrfico falso-negativo ocorreu 20% das vezes em pr-molares

    e 40% em molares.

  • Reviso de Literatura 45

    A possibilidade de subestimao da presena de uma

    leso com cavidade (comparvel clinicamente a uma leso cavitada inicial) em

    um molar tende a ser o dobro do que em um pr-molar. Ainda que o estudo

    tenha considerado leses com tamanho similar, os resultados sugerem que

    superfcies dentrias diferentes apresentam distinta detectabilidade

    radiogrfica. Os autores revelaram apreenso com as propores de

    resultados radiogrficos falso-negativos, em se tratando da presena de

    cavidade. A apresentao radiogrfica de uma leso inicial precisa ser melhor

    compreendida nas diferentes superfcies dentrias, no esforo de reduzir-se a

    taxa de diagnsticos falso-negativos e falso-positivos.

    SVANAES et al.77, em 1996, utilizaram o sistema

    Digora e um filme (Kodak Ektaspeed) para estudar a deteco de leses

    proximais em dentes permanentes. O material, composto de 50 dentes e um

    aparelho de 60 kV, foi examinado por dez clnicos experientes. As imagens

    digitais foram avaliadas nas seguintes modalidades: sem ampliao (SP); com

    ampliao de x4 e com moldura escura ao redor das imagens (SP4), e x4

    apresentada com textos e grficos na tela do monitor (SP4 t/g). Ao incio das

    sesses de exame, o brilho e o contraste do monitor foram ajustados a um

    aspecto visual comparvel ao dos filmes. Estes, emoldurados com material

    opaco, foram visualizados em um negatoscpio. Sobre a presena de leso

  • Reviso de Literatura 46

    em esmalte ou em dentina, emitiram pareceres na seguinte escala: 1-

    definitivamente no h crie; 2- provavelmente no h crie; 3- questionvel;

    4- provavelmente h crie; 5- definitivamente h crie. Os dentes foram

    seccionados e analisados em microscpio (de x6 a x40).

    A acurcia diagnstica, para as modalidades digitais,

    referentes s leses em esmalte, foram: SP, 71,6%, SP4, 78% e SP4 t/g,

    79,1%. O filme resultou em 72,6%. Para leses em dentina, 68,3%, 78,9%,

    78,4% e 74,8%, respectivamente.

    As diferenas entre as imagens no magnificadas e o

    filme foram consideradas no significantes. As ampliadas, com texto e

    grfico em volta das imagens (ferramentas padro do Digora), revelaram

    valores de acurcia significantemente maiores que as no magnificadas, tanto

    para leso em esmalte quanto para as dentinrias. As magnificadas com

    moldura apresentaram resultados similares em dentina.

    Os examinadores, no diagnstico de leses proximais

    utilizando o sistema digital Digora e o filme convencional, apresentaram

    performance comparvel. Os autores concluram que as imagens ampliadas

    geralmente demonstraram uma acurcia diagnstica significativamente maior

    que as no magnificadas.

  • Reviso de Literatura 47

    HINTZE; WENZEL35, em 1996, realizaram um estudo

    comparativo cotejando os diagnsticos clnicos e laboratoriais de uma

    mesma amostra. Previamente extrao, os dentes foram radiografados com

    os filmes Ultra e Ektaspeed. Aps a extrao, em 70 kV e filme Ekta. Quatro

    observadores examinaram as radiografias pr e ps-extrao, definindo a

    presena de leso proximal em esmalte (ou mais profunda) sob a seguinte

    escala: 1- definitivamente h crie; 2- provavelmente h crie; 3- igual

    probabilidade de crie estar presente ou ausente; 4- provavelmente no h

    crie; 5- definitivamente no h crie. Os dentes foram seccionados e

    avaliados em estereomicroscpio (aumento de x20). Os critrios, neste

    exame, foram: dente hgido; leso em esmalte na metade extena; leso na

    metade interna, incluindo a JAD; leso em dentina, at a metade de sua

    espessura; leso em dentina alm da metade da sua espessura.

    Os valores de acurcia dos exames in vitro variaram

    de 61,4 a 88,7%; dos in vivo, de 65,3 a 77,4%. Os resultados demonstraram

    no haver diferenas entre os diagnsticos radiogrficos, sendo a

    performance laboratorial do mtodo estudado comparvel da clnica.

    Uma avaliao dos mtodos usados no diagnstico de

    crie dentria foi a temtica da ampla reviso publicada por SILVA;

  • Reviso de Literatura 48

    TAVANO75, em 1996. Dentre vrios mtodos analisados, a imagem

    radiogrfica convencional foi abordada como elemento indispensvel na

    avaliao de leses interproximais. Apesar disto, referenciaram os autores, o

    diagnstico da crie dentria incipiente, por interpretao radiogrfica,

    demonstra ser insatisfatrio, devido s altas porcentagens de resultados

    falso-positivos e falso-negativos. Adicionalmente, a presena de uma

    radiotransparncia representa somente a probabilidade de encontrar-se uma

    cavidade.

    Reconhecidamente, o exame radiogrfico

    convencional apresenta alta especificidade, porm subestima a real dimenso

    das leses (baixa sensibilidade do mtodo).

    PRICE; ERGL67, no princpio de 1997, compararam

    a imagem de 40 superfcies dentrias de dentes permanentes radiografadas

    com filme Ektaspeed Plus e o sistema de imagem digital Regam Sens-A-Ray,

    utilizando uma fonte de raio X de 90 kV. Sete estudantes da graduao e sete

    profissionais avaliaram as imagens dos referidos sistemas. Cada observador

    avaliou as radiografias com lupa, envoltas em molduras bloqueadoras de luz,

    em uma sala iluminada com luz ambiente, na qual tambm estava o monitor

    para anlise do sistema digital. O brilho e contraste do monitor

  • Reviso de Literatura 49

    permaneceram inalterados, aps padronizados, bem como foi proibido o uso

    dos recursos disponveis em software para alterao das imagens. A

    complexa anlise dos resultados, devido variedade de dados submetidos a

    clculo ( beira de uma catstrofe estatstica, segundo os prprios autores),

    demonstrou diferenas significantes entre a acurcia dos mtodos (variveis

    cries naturais x cavidades artificiais), porm no ocorreu o mesmo em

    outras comparaes (profissionais x estudantes; presena/ausncia do meio

    de refrao). Os estudantes comprometeram a especificidade dos mtodos

    por, na interpretao dos autores, temerem a no interpretao de leses. Na

    dvida, o diagnstico foi positivo (aumentando a proporo de falsos).

    Os autores consideraram o filme superior ao sistema

    digital, para a interpretao de leses proximais.

    PRIMO et al.68, no ano de 1997, publicaram uma

    reviso sobre os mtodos de diagnstico da leso de crie na superfcie

    proximal. Estudando os valores de sensibilidade e especificidade de

    publicaes relativas ao tema, concluram que os mtodos usualmente

    aplicados ao diagnstico das referidas leses (radiografia, inspeo visual

    direta com separao e FOTI) mostram-se mais especficos que sensveis.

  • Reviso de Literatura 50

    Para os autores, um alto valor de especificidade (baixo

    nmero de diagnsticos falso-positivos) importante quando o tratamento

    de eleio irreversvel, o que reduz a possibilidade de sobretratamento.

    Observaram tambm que, na maioria dos estudos envolvendo os mtodos

    em questo, a especifidade aumentou s custas de uma reduo da

    sensibilidade. A maior eficcia do mtodo radiogrfico foi observada em

    populaes de baixa prevalncia, uma vez que, na presena de leses pr-

    cavitadas, o diagnstico correto pode estar comprometido (baixa

    sensibilidade). Sugerem que mtodos distintos sejam utilizados

    conjuntamente, como o radiogrfico e a inspeo visual, a fim de elevar a

    sensibilidade diagnstica e manter a especificidade em nveis j alcanados.

    VERSTEEG; SANDERINK; VAN DER STELT85,

    em 1997, publicaram uma reviso sobre a eficcia da radiografia intrabucal na

    clnica odontolgica. O artigo enfatizou a comparao da imagem obtida com

    sistemas digitais e com filme convencional. Os autores abordaram as

    diferenas entre as imagens digitais indiretas e as diretas, considerando estas

    mais eficientes, em especial pela dose de radiao utilizada para obteno dos

    registros, tempo operacional e pela ausncia de processamento qumico.

  • Reviso de Literatura 51

    Pelo nmero de publicaes, as especialidades

    beneficiadas com a utilizao dos sistemas digitais, j havendo aplicao

    clnica, seriam a endodontia e implantodontia. Os autores postularam,

    entretanto, que a utilizao ser em toda a odontologia clnica, irrestritamente.

    Concluram afirmando que as facilidades obtidas com os recursos dos

    softwares (alterao das imagens) e a possibilidade de intercmbio de

    informaes beneficiaro o radiodiagnstico. A despeito da limitada

    resoluo das imagens, os sistemas digitais apresentam desempenho clnico

    comparvel ao dos filmes.

    MALTZ; CARVALHO45, no ano de 1997, em uma

    reviso atual sobre o tema diagnstico da doena crie, consideraram o

    exame radiogrfico interproximal um valioso auxiliar no diagnstico da leso

    de crie interproximal. No obstante, para as autoras, o exame radiogrfico

    subestima a extenso do processo de desmineralizao. Aproximadamente

    0,5 mm de esmalte desmineralizado antes de ser visualizado pelo exame

    radiogrfico e apenas quando toda a espessura do esmalte envolvida pelo

    processo carioso que se detecta a presena de uma zona radiotransparente.

    Adiante no tema, afirmaram ser importante levar em

    considerao o fato da imagem radiogrfica atingir a juno amelo-dentinria

  • Reviso de Literatura 52

    e haver um processo de desmineralizao j no tecido dentinrio, sem que

    necessariamente exista qualquer cavidade no esmalte constatada pelo exame

    clnico. Quando a rea radiotransparente atinge a juno amelo-dentinria,

    apenas uma pequena poro destas imagens corresponde cavidade;

    entretanto, quando chega at a metade externa da dentina, esta proporo

    aumentada. Quando a radiotransparncia est na metade interna da dentina, a

    totalidade das leses apresentam cavidades.

    Na concepo das autoras, hodiernamente, as imagens

    restritas ao esmalte correspondem a leses no cavitadas, enquanto que

    imagens radiotransparentes na metade interna da dentina correspondem a

    leses cavitadas. Radiotransparncias na metade externa da dentina devem

    ser consideradas caso a caso. Sugerem, para confirmao clnica da presena

    de cavidade, o afastamento dos dentes com elstico ortodntico. Ao

    conclurem, registraram que o exame radiogrfico no diferencia leso ativa

    de estacionria. Portanto, a imagem identificada pode ser tanto de uma leso

    em desenvolvimento como de uma cicatriz resultante de uma leso

    estacionada ou inativada.

    A deteco de leses de crie proximais por uso de

    imagens radiogrficas convencionais (Ektaspeed Plus) e digitais (Shick CDR

  • Reviso de Literatura 53

    digital CCD system) expostas a 70 kV foi objeto de estudo de WHITE;

    YOON96, em 1997. Um grupo de 16 examinadores avaliou as imagens de 320

    dentes permanentes extrados, obtidas pelos diferentes mtodos. Frente s

    imagens, os examinadores avaliavam superfcies selecionadas e indicavam

    qualquer evidncia de leso. Nos casos positivos, definiam ainda se a leso

    penetrava ou no em dentina. Cada examinador realizava sua avaliao em

    duas ocasies. Na primeira visita, examinava metade da amostra em imagem

    digital e outra metade em filmes. Na segunda visita, 2 a 4 semanas mais tarde,

    alternavam-se os mtodos em cada poro da amostra. As interpretaes

    foram registradas sob a seguinte escala: 1-definitivamente h crie; 2-

    provavelmente h crie; 3-no possvel afirmar; 4-provavelmente no h

    crie; 5-definitivamente no h crie. Aos examinadores foi permitida a

    magnificao das imagens digitais (at x6) e o ajuste de densidade e contraste

    (disponvel no Schick software). Os filmes foram montados e avaliados com

    lupa (x2).

    Os dados resultantes na anlise de todas as leses,

    expressos como valor mdio da sensibilidade (48,8%) e da especificidade

    (80,1%) do nvel de confiana eleito, revelaram para o sistema digital a

    acurcia de 64,4%; para o filme, 66,8% (sensibilidade=57,7%;

    especificidade=75,9%). Ao serem analisadas as leses dentinrias, nos

  • Reviso de Literatura 54

    mesmos critrios estatsticos, o sistema digital demonstrou a acurcia de

    74,4% (sensibilidade=54,8%; especificidade=93,9%), enquanto o filme

    revelou a acurcia de 75,9% (sensibilidade e especificidade de 61,2% e

    90,6%, respectivamente). Os valores de acurcia demonstraram-se sem

    diferenas estatisticamente significantes, sendo os dois mtodos avaliados

    considerados comparveis quando aplicados ao diagnstico de leses

    proximais.

    A falta de experincia dos examinadores com o uso

    do sistema digital foi registrada pelos autores, porm estes fizeram aluso

    importncia do aprimoramento dos softwares inclusos nestes sistemas.

    Afirmaram que o desenvolvimento desta tecnologia constituir em substancial

    avano no uso da radiografia digital.

    A avaliao da radiografia interproximal no

    diagnstico de pequenas leses proximais em uma amostra de baixa

    prevalncia da doena foi realizada por RICKETTS et al.70, em 1997. Neste

    estudo, foram utilizados 96 dentes extrados, e cinco examinadores (dois

    radiologistas, dois clnicos e um professor de dentstica) foram escolhidos

    para interpretar as radiografias obtidas em 5 filmes distintos: Kodak D-speed

    (Ultra-speed), E-speed (Ektaspeed), Agfa D-speed (M2), E-speed (M4) e

  • Reviso de Literatura 55

    filme duplo (Agfa double packed D-speed). O aparelho utilizado como fonte

    de raios X registrava 65 kV. Aps um estudo piloto, foi definido o tempo de

    exposio requerido para cada tipo de filme.

    Todas as radiografias foram visualizadas em um

    negatoscpio, sendo utilizada uma mscara de papel preto ao redor das

    mesmas, bem como escurecida a sala para as avaliaes . Cada examinador

    observou os filmes de forma randomizada, em duas sesses distintas, a fim

    de evitar fadiga. Os critrios para definir o diagnstico em cada superfcie

    proximal eram os seguintes: dente hgido; radiotransparncia confinada

    metade externa do esmalte; radiotransparncia restrita metade pulpar do

    esmalte; radiotransparncia restrita metade externa da dentina;

    radiotransparncia restrita metade pulpar da dentina. Na anlise de todos os

    tipos de filmes, no diagnstico de leses dentinrias, a sensibilidade variou

    de 8 a 22%, e a especificidade, de 98 a 100%. Entre os filmes D e E, no

    houve diferenas estatisticamente significantes. A baixa sensibilidade foi

    explicada com base na pouca proporo de leses dentinrias profundas na

    amostra estudada, alm do gold standard adotado (microscopia) revelar

    leses maiores que a imagem vista nas radiografias. A alta especificidade,

    para os autores, isenta os mtodos estudados de acusar diagnsticos falso-

    positivos (ou induzir sobretratamento).

  • Reviso de Literatura 56

    VERSTEEG et al.86, no segundo semestre de 1997,

    realizaram um estudo in vivo para diagnosticar leses proximais em diferentes

    profundidades, no qual foram utilizados o sistema digital Digora e o filme

    Ektaspeed Plus. As imagens foram obtidas com a utilizao de um

    localizador e com a placa ptica do sistema digital posicionada por trs do

    filme (o qual no possua lmina de chumbo). Os registros digitais foram

    arquivados aps ajuste automtico de contraste.

    De 240 filmes radiografados a 70 kV, 60 imagens de

    superfcies proximais de molares e pr-molares foram consideradas

    adequadas para incluso no estudo. A amostra foi definida, aps consenso,

    por quatro profissionais, os quais basearam-se na seguinte escala: 0- sem

    crie; 1- crie em esmalte; 2- crie atingindo a JAD; 3- crie em dentina.

    Seis pro