estudo botânicohome.fa.ulisboa.pt/~miarq4p5/2010-11/2_supportelements/1_townhall... · a baixa...

44
1 Estudo Botânico Monografia

Upload: dodat

Post on 18-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

Estudo Botânico

Monografia

2

INDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 3 BREVE DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .................................................................................... 3

CLIMA ......................................................................................................................................................... 3 SOLOS ......................................................................................................................................................... 4

METODOLOGIA ........................................................................................................................................ 9 AMOSTRAGEM ........................................................................................................................................ 11 NOMENCLATURA DOS AGRUPAMENTOS VEGETAIS.............................................................. 12

ELENCO DE AGRUPAMENTOS VEGETAIS .................................................................................................. 13 Terrenos xéricos e mésicos ................................................................................................................ 13 Dunas e Arribas.................................................................................................................................. 16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................... 24

3

Introdução

A Carta de Coberto Vegetal e a Carta de Vegetação à escala de 1/50 000 são instrumentos científicos e técnicos de apoio ao planeamento e ordenamento do território. Descrevem a distribuição do coberto vegetal, as características dos biótopos, e as espécies vegetais da flora que são ecologicamente determinantes nos ecossistemas. Asseguram uma base de referência num programa de monitorização ecológica e ambiental. Esta informação, para além de possibilitar a descrição cartográfica dos mosaicos de habitats na área de estudo, mapeando os seus limites sobre uma base aerofotográfica georreferenciada, permite ainda informar acerca do grau de naturalidade dos mosaicos de habitats e produzir explicações sobre a variabilidade da estrutura e composição florística.

Breve Descrição da área de estudo

Clima A avaliação climática da área de estudo foi feita após análise dos dados de 8 estações meteorológicas: Alcobaça, São Pedro de Moel, Vimeiro, Cabo Carvoeiro, Cabo da Roca, Rio Maior, Fonte Boa, Marinha Grande. Na área de estudo correspondente à parte do Concelho de Óbidos e das suas zonas limítrofes observa-se um gradiente climático consistente com o gradiente geográfico. É ainda expectável que o clima da área seja também influenciado por dois gradientes, um de direcção este-oeste e outro norte-sul. De acordo com este cenário, as zonas ocidentais e costeiras terão um clima mais atenuado com menores temperaturas extremas de Verão e de Inverno. As distribuição das quantidades de precipitação também seriam perceptíveis ao longo deste gradiente, particularmente devido ao efeito de relevo provocado pela subida, na cota altimétrica, dos terrenos em direcção à Serra de Montejunto.

Interpreta-se que as diferenças climáticas observadas regionalmente tenham tido influência na constituição dos solos e na vegetação. Em especial, na sua componente estrutural no que respeita à vegetação de terrenos calcários, e na componente florística, no que respeita à vegetação dos terrenos sedimentares siliciosos.

4

Solos Para a tipologia de solos foi utilizada uma versão adaptada da cartografia de solos digital em formato vectorial, folhas 326, 338 e 350, editada pelo IDRHa-Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidraúlica, do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

Os solos são componentes essenciais do habitat das plantas e dos biótopos das comunidades vegetais silvestres. Ao longo deste trabalho procuraram-se identificar os tipos de solos maioritários na área de estudo. As características edáficas influenciam a distribuição das espécies vegetais, podendo ser muito desfavoráveis para uma parte da flora que em certos solos será rara e em contrapartida, favorável para outra parte da flora que ali será abundante. A variabilidade dos solos é um factor de diferenciação de comunidades de pequena a média escala espacial, comparativamente com o clima por exemplo que explica variações florísticas a escalas espaciais superiores. A diferenciação vegetal com base no solo tem por base o conhecimento de que cada espécie possui requisitos ecológicos e biológicos que lhe estão associados. Com respeito à influência dos tipos de solos na vegetação espontânea, diferenciam-se quatro grandes grupos amplamente representados na área de estudo. Os regossolos derivados de areais dunares recentes que ainda preservam apreciáveis percentagens de carbonatos (Figura 1). Os solos derivados de rochas siliciosas, arenitos, conglomerados e cascalheiras representados pelos terrenos do Cretácico, Pliocénico e do Quaternerário. Os solos derivados de rochas rijas mesozóicas, com elevada percentagem de carbonatos. Os solos de aluvião, originados sobre depósitos fluviais modernos e antigos no leito das ribeiras.

Fig. 1 – Mapa de distribuição dos regossolos na zona de estudo

Legenda

Regossolos

Lagoa de Óbidos

!

Km0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

1/ 50 000

Foz do Arelho

Nadadouro

Arelho

VauÓbidos

Sobral da

Lagoa

A-da-Gorda

Amoreira

Olho Marinho

Columbeira

Roliça

5

Os regossolos são um tipo de substrato pouco evoluído, poroso, constituído essencialmente por grãos rolados, maioritariamente siliciosos do calibre da areia média e grosseira. Uma menor fracção destes grãos corresponde a elementos ricos em carbonato de cálcio. Dada a grande porosidade deste substrato, a fácil penetração da água da chuva promove a dissolução dos carbonatos e consequentemente a alteração do pH do solo. Ainda que pertencendo ao tipo genérico dos solos siliciosos que são tipicamente ácidos e muito ácidos, os regossolos destacam-se pelo seu pH, tanto mais alcalino quanto mais jovem e dependente da fonte de carbonatos existente na linha de costa. Por outro lado, por não terem na sua textura uma destacada componente de elementos finos do calibre da argila e do limo, estes solos estão sujeitos a uma rápida desidratação logo que terminam as chuvas. Estes factores influenciam bastante o nível de especialização ecológica das plantas que é elevado, naturalmente aptas a colonizarem este tipo de substratos particulares. Os regossolos ocorrem com maior extensão a sul da Lagoa de Óbidos, na zona do Rei da Cortiça até ao Casal do Gronho (Figura 1). Esta zona é revestida por dunas que permaneceram desprovidas de vegetação arbórea e activas até tardiamente, início dos anos 60, sujeitas a intensos fenómenos de deflação, remobilização e acreção da areia. Os campos dunares desta região, desenvolvem-se continuamente por cerca de 1300m a partir da linha de costa até aos 85 m de altitude. A norte da Lagoa de Óbidos, o campo dunar da área de estudo é mais restrito que na região sul. Desenvolve-se ao longo da vertente marítima até à cota altimétrica de máxima de 75-80 m. Esta zona de areias de pequena espessura que recobre substratos impermeáveis foi parcialmente agricultada. A adição de estrumes e a remobilização constante decorrente das lavouras induziu alterações significativas. Em consequência, a qualidade do biótopo psamófilo é bastante diferente do da região a sul da lagoa e, por isso, diferente o elenco de plantas que se pode encontrar numa e noutra região.

O outro grupo de solos siliciosos (Figura 2) da área de estudo não tem na sua constituição elementos fortemente modificadores da acidez, exibindo por isso um pH ácido. Este grupo de solos deriva de rochas sedimentares ricas em grãos grosseiros e balastros quartzosos, inseridos numa matriz de textura fina, com apreciável quantidade de limo e argila. Estes componentes texturais, asseguram maior estabilidade à água retida no solo, favorecendo as plantas nos períodos pós-precipitação e aumentam a capacidade de retenção de iões e, consequentemente a disponibilidade de nutrientes minerais para as plantas. Assim, os solos litólicos são diferentes dos substratos dunares e por isso os elencos florísticos são também em larga medida diferentes do dos regossolos. Os litossolos revestem-se por uma vegetação de ericáceas, geradora de afolhamentos cuja decomposição liberta ácidos orgânicos que mantêm o pH do solo bastante ácido. A quantidade de matéria orgânica libertada poderá ser considerável, permitindo a diferenciação dos solos litólicos em duas sub-classes; húmicos e não húmicos. Na área estudada, a superfície coberta por solos litólicos húmicos, especialmente ricos em matéria com origem orgânica, é substancialmente maior. Na sequência do presente estudo, através da análise da fracção volátil por incineração a 550ºC, verificou-se que o carbono presente nos litossolos da região compreendida entre o Casal do Gronho e do Bom Sucesso, encontra-se na forma inorgânica, não tendo resultado da decomposição da folhada recente e humificada nas últimas décadas. O carbono destes solos poderá ter

6

uma origem remota à escala do milhar de anos, o que, a confirmar-se cientificamente, com recurso à análise isotópica de carbono, reiteraria a percepção da ancestralidade da vegetação de ericáceas. Com efeito, este tipo de vegetação incluindo na sua composição a Erica ciliaris, é actualmente característica de climas mais húmidos e frescos, com menos de 60 dias de período anual seco. Este clima está actualmente representado mais a norte no país, sobretudo a noroeste do Rio Vouga, correspondendo ao clima atlântico típico. A baixa latitude do Vale Tifónico de Óbidos não previa o desenvolvimento de solos de fácies atlântica em tão grande extensão.

Figura 2. Mapa de distribuição na área de estudo, dos solos litólicos e dos solos ácidos com origem em rochas siliciosas.

Legenda

Afloramentos de Rochas Siliciosas

Mosaico de Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Húmicos/ Podzóis

Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos

Mosaico de Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos/ Solos Argiluviados Não Calcários

Mosaico de Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos/ Solos Argiluviados Calcários

Mosaico de Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos/ Solos Calcários

Podzóis

Mosaico de Podzóis/ Solos Hidromórficos

Mosaico de Podzóis/ Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos

Mosaico de Podzóis/ Solos Litólicos de Materiais

Arenaceos Húmicos

Mosaico de Podzóis/ Solos Argiluviados Não Calcários

Solos Argiluviados Não Calcários

Mosaico de Solos de Baixas Não Calcários/ Solos

Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos

Solos de Baixas Não Calcários

Solos Incipientes Não Calcários

Solos Litólicos de Rochas Granulares Básicas Não Húmicas

Mosaico de Afloramentos de Rochas Siliciosas/ Afloramentos de Rochas Carbonatadas

Lagoa de Óbidos

!

Km0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

1/ 50 000

Foz do Arelho

Nadadouro

Arelho

VauÓbidos

Sobral da

Lagoa

A-da-Gorda

Amoreira

Olho Marinho

Columbeira

Roliça

7

Um outro grupo de solos ácidos existente em grandes superfícies da área de estudo, também relacionado com um tipo de vegetação formadora rica em ericáceas, é o grupo dos podzóis. Nestes solos porosos também originados em rochas siliciosas granulares e composição mineralógica mais diversificada que nas areias dunares, ocorrem intensos fenómenos de lixiviação de catiões, em particular do alumínio, ferro e elementos alcalino-terrosos, que se concentram em horizontes inferiores do perfil, a alguns decímetros de profundidade. Logo abaixo da camada mais superficial do perfil onde decorre a decomposição orgânica, na sequência da podzolização observa-se um horizonte empobrecido e particularmente poroso, pobre para a nutrição mineral das plantas. Esse é um constrangimento ecológico importante que estas espécies e seus agrupamentos vegetais têm de enfrentar. O processo de lixiviação está intimamente relacionado com a matéria orgânica, sem o que, à escala histórica, não se teriam formado podzóis. A presença de um tipo de vegetação rica em ericáceas e resinosas, terá sido no passado da formação destes solos um agente formador crucial. Actualmente é um importante elo de estabilidade destes ambientes edáficos. A norte da Lagoa, os podzóis tendem a ter um perfil melhor desenvolvido que na parte sul da área de estudo, onde estes surgem frequentemente na dependência de solos litólicos. Porém a norte da Lagoa, os níveis de aproveitamento agrícola com a consequente destruição do coberto de ericáceas foi maior que na zona sul, contribuindo, neste último caso, para uma mais extensa preservação das características originais. Actualmente, por abandono da actividade agrícola, actividade que aliás neste tipo de solos requer onerosas correcções de acidez para um pequeno ganho de produtividade, o coberto florestal de pinheiro-bravo e eucalipto vieram constituir as formações substituintes com valor económico expressivo. A sul da Lagoa, a improdutividade característica dos solos litólicos desde cedo desmotivou as arroteias, que essencialmente se contiveram nos limites das baixas topográficas.

Nestas zonas podem ocorrer também solos podzolizados hidromórficos, que estão dependentes de uma drenagem deficiente e por conseguinte, relacionam-se com um nível freático permanente. Um caso especialmente relevante também relacionado com fenómenos de hidromorfia, é o dos solos turfosos, normalmente espessos e assentes em níveis de paleo-turfeiras acentuadamente mineralizadas, no contexto da região arenítica, cretácica e holocénica. Estes solos já são raros na zona centro e sul de Portugal, em parte devido à exploração das turfeiras. Na área de estudo suportam um tipo de vegetação espontânea com manifesto interesse patrimonial.

Os solos derivados de rochas rijas com elevada taxa de carbonatos assentam sobre formações geológicas mesozóicas e distribuem-se pela parte sudeste da área de estudo (Figura 3).

Sob as formações dolomíticas do Liássico são frequentes os solos calcários pardos e vermelhos (avermelhados) onde são elevadas as incidências de carbonatos e de cálcio e a alcalinidade é elevada. Nestes solos as percentagens de cálcio variam ao longo do perfil.

Nas cristas, também subjacentes a rocha calcária dolomítica em plaquetas, é considerável a incidência de solos argiluviados pouco insaturados, nos quais se incluem as terras rossas.

8

Estes solos manifestam elevadas taxas de carbonatos e cálcio e elevada alcalinidade, a par de uma taxa não inferior a 35% de saturação de bases no complexo de troca do horizonte B.

A cor vermelha tem um significado especial na medida em que traduz fenómenos de concentração de ferro oxidado (Fe+3). Isto ocorre à escala das centenas de anos em condições de maior secura e xericidade, verificando-se que a percentagem de área coberta por estes de solos é minoritária comparativamente com a área coberta por outros solos calcários argiluviados. As elevadas concentrações de óxidos de ferro em solos calcários representam diversos constrangimentos para as espécies vegetais.

Figura 3 - Mapa de distribuição dos solos carbonatados

É vulgar os solos calcários surgirem associados em mosaicos integrando solos argiluviados, nos quais os teores da cálcio podem ser menores que no primeiro tipo. A

Legenda

Afloramentos de Rochas Carbonatadas

Mosaico de Afloramentos de Rochas Carbonatadas/ Solos Calcários

Solos Calcários

Mosaico de Solos Calcários/ Afloramentos de Rochas Carbonatadas

Mosaico de Solos Calcários/ Solos

Argiluviados Calcários

Mosaico de Solos Calcários/ Solos Litólicos de Materiais Arenaceos Não Húmicos

Solos Argiluviados Calcários

Mosaico de Solos Argiluviados Calcários/ Solos Calcários

Mosaico de Solos Argiluviados

Calcários/ Barros

Mosaico de Solos Argiluviados Não Calcários/ Afloramentos de Rochas Carbonatadas

Mosaico de Solos Argiluviados Não Calcários/ Solos Calcários

Mosaico de Solos Argiluviados Não calcários/ Solos Argiluviados Calcários

Solos de Baixas Calcários

Solos Incipientes Calcários

Barros

Mosaico de Barros/ Solos Calcários

Mosaico de Barros/ Solos Halomórficos

Solos Litólicos Calcários

Lagoa de Óbidos

!

Km0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

1/ 50 000

Foz do Arelho

Nadadouro

Arelho

Sobral da Lagoa

Olho Marinho

Columbeira

Roliça

Vau

Amoreira

A-da-Gorda

Óbidos

9

argiluviação é um fenómeno de lavagem à superfície e transporte da argila e do cálcio para horizontes inferiores. Este fenómeno prevê a diferenciação das comunidades vegetais em função do gradiente de acumulação de argila e concentração de cálcio, sendo as comunidades menos tolerantes a elevadas concentrações de cálcio mais facilmente observáveis em solos argiluviados. O excesso de óxidos de ferro é também um constrangimento para o desenvolvimento vegetal. Os óxidos de ferro derivam de processos de ferruginização e rubefacção e influenciam a mobilidade dos fosfatos, e por conseguinte a tomada deste nutriente pelas plantas. Os solos argiluviados também se formam a partir de rochas não carbonatadas, designadamente, maioritariamente derivados de rochas da formação jurássica do Bombarral constituída por arenitos, argilitos e conglomerados, minoritariamente de arenitos jurássicos da formação de Alcobaça, de arenitos do Plio-Plistocénico. Segundo Cardoso (1974) e Gomes (1988), o processo pedogenético responsável pela sua formação é a lavagem ou argiluviação, que se traduz por uma migração descendente da argila transportada pela água percolante de um horizonte eluvial para um horizonte iluvial, formando um horizonte B árgico. Nos solos Mediterrâneos Vermelhos ou Amarelos está ainda associada a ferruginação (envolvendo ainda uma rubefacção), apenas existente sob condições de estação seca bem marcada. Segundo a Classificação da FAO (1988) estes solos equivalem aos luvissolos.

Metodologia

A vegetação natural é representada por um padrão provável de agregação espacial e temporal das espécies espontâneas no contexto da flora da região. O fenómeno de agregação de plantas para formar um revestimento onde se tornam prováveis várias espécies, explica-se com base no facto de que estas plantas de surgimento espontâneo, usualmente encontradas a co-habitar um mesmo local requerem, para a sua sobrevivência, factores ecológicos idênticos, relacionados com o clima e solo.

O conceito de vegetação é, por isso, bastante diferente do de coberto vegetal, que aliás, essencialmente descreve o tipo de revestimento do solo por um estrato da vegetação, eventualmente considerando a sua densidade, sem adicionar informação sobre as plantas participantes nesse revestimento. Normalmente, na nomenclatura das classes de Coberto Vegetal elegem-se apenas uma ou poucas espécies dominantes influentes. Coberto de pinhal bravo, coberto de relvado de braquipodio, coberto de mato de tojo etc., são exemplos de tipos de designações de coberto vegetal vulgarmente utilizados e que traduzem apenas uma parte da vegetação. Frequentemente, o coberto é sintetizado pelos estratos superiores e visíveis através de meios de detecção remota, por exemplo fotografia aérea, imagem satélite etc. Assim, o coberto vegetal pode ser também indicador de revestimentos artificiais instalados pelo Homem e não apenas os que se formam espontaneamente em face das condições ecológicas em presença. Por exemplo, eucaliptais, pastagens melhoradas, cortinas de abrigo de acácia ou Hakea, cultivos, etc, são formações vegetais artificiais ou artificializadas.

10

Contrariamente ao coberto vegetal, o estudo da vegetação foca prioritariamente os padrões de agregação ou de associação de plantas, quer em composição quer em abundância (cobertura) e frequência. Na vegetação, os padrões prováveis de agregação são determinados em primeiro lugar pela presença e também pela ausência de espécies associadas. Por exemplo, no terreno, a forte relação de vizinhança que se observa entre a carqueija (Genista tridentata) que acompanha repetidamente a urze (Calluna vulgaris), permite concluir sobre a presença de um núcleo primordial e portanto de um padrão, que se poderá alargar a outras espécies que co-habitam ou co-existem com o núcleo principal. Esta presença constante de espécies pressupõe a existência de certos requisitos ecológicos, abióticos e bióticos, que definem uma associação entre espécies variavelmente relacionadas, podendo ocorrer também noutras combinações florísticas. Quer dizer que, estas espécies passarão a ser indicadores de um micro-habitat e a sua distribuição estará relacionada com a amplitude desse mesmo habitat. A afinidade das espécies em face dos vários agrupamentos vegetais, é medida por um nível de significância estatística que é um indicador objectivo e fiável, mesmo quando se tratam de plantas menos frequentes. A consistência dos agrupamentos vegetais parte da percepção e verificação no terreno. Agrupamentos demasiado abstractos comportam um pequeno número de plantas fortemente relacionadas, e que aliás, não mantêm entre si suficiente coesão espacial a pequena escala. Os agrupamentos realistas são aqueles que preservam os respectivos traços diagnóstico em qualquer parte onde sejam observados. Entre estes dois termos extremos, a consistência dos agrupamentos decorre por um lado da natureza dispersiva e colonizadora das espécies que os constituem, da qualidade dos habitats e biótopos e da sua amplitude para acolherem as diversas plantas, para além da influência humana transformadora.

A descrição da vegetação, contrariamente à do coberto vegetal, é uma tarefa consideravelmente mais complexa, requerendo por isso, a utilização de poderosos instrumentos matemáticos e estatísticos que com segurança científica e objectividade, procuram reduzir os múltiplos aspectos da vegetação e dos biótopos a um conjunto limitado de grupos, mais facilmente compreensíveis. O número de grupos ou agrupamentos vegetais a eleger neste processo é o primeiro procedimento a considerar na descrição da vegetação. O segundo procedimento é o de avaliação das espécies e grupos de espécies melhor relacionadas com cada um deles, denominadas discriminantes, ou que evidenciam combinações características. A frequência das espécies combinadas, é o factor mais importante no estabelecimento de núcleos primordiais associados e no estabelecimento de agrupamentos vegetais. Dado que a análise estatística pressupõe dados florísticos reunidos numa matriz numérica de dupla entrada de amostras por espécies, a informação respeitante a distribuição espacial das diversas plantas é atribuída externamente através de um ponderador. Este ponderador, baseado na autocorrelação espacial, virá entre outros aspectos, esclarecer no momento da análise algébrica, as espécies que para além de frequentemente surgirem associadas, convergem também nas suas áreas de distribuição. Um outro aspecto chave na análise de dados com a vista a melhorar a qualidade dos agrupamentos vegetais, resulta da ponderação das amostras pelo tipo de habitat ou ainda nalguns casos, pelo tipo de solo. No primeiro caso, trata-se de

11

informação registada no terreno no momento da amostragem, no segundo caso trata-se de informação aduzida pela carta de solos comercial constituinte do Sistema de Informação Geográfica.

Amostragem

A amostragem baseou-se na observação e recenseamento imediato das plantas facilmente identificáveis de visu, e na recolha dos espécimes de plantas potencialmente dúbias do ponto de vista da respectiva identidade taxonómica, quando avaliadas macroscopicamente. O registo e inscrição destas últimas nas matrizes de dados decorreu no laboratório após determinação taxonómica cuidadosa.

A amostragem partiu de uma selecção prévia de locais representativos da heterogeneidade geográfica, utilizando o Sistema de Informação Geográfica (SIG) constituido. O SIG incluia as aerofotografias de 1995 ortofotocorrigidas em falsa-cor comercializadas pelo CNIG, as fotografias aéreas de 2000, em cor-real e georreferenciadas, a carta de solos vectorial, a carta geológica matricial, a rede de caminhos e vias asfaltadas vectoriais, a rede hidrológica vectorial, o modelo digital de terreno e carta de coberto vegetal ambos vectoriais. O cruzamento desta informação potenciou a eleição de locais particularmente representativos de situações típicas à escala de percepção da paisagem. Foi programado e obtido um número suficiente de amostras de forma a viabilizar a realização de testes de significância estatística paramétrica sobre os dados. As amostras foram à partida triadas em quatro grupos e analisadas consistentemente: a) vegetação lenhosa, b) vegetação húmida arbustiva e herbácea, c) vegetação herbácea não húmida e d) vegetação de dunas activas sujeitas a processos eólicos. Nos casos a), c) e d) foi amostrada vegetação das condições ecológicas vulgarmente designadas por xéricas (terrenos secos) e mésicas (terrenos na transição de húmido a seco). Os quatro grupos acima descritos foram analisados em separado, factorialmente, usando, em cada um, um processo de dupla centragem por linhas e colunas das coberturas individuais de cada planta em cada amostra, seguido de diagonalização algébrica. A constituição de agrupamentos vegetais decorreu da análise de clustering não hierárquica dos scores das amostras nos principais eixos factoriais extraídos. Utilizando a distância matemática de Mahalanobis, foi corrida uma rotina de Fuzzy K-means de agregação com graus extra, que iterativa e automaticamente, associando amostra e estudando passo a passo os níveis de associação convergência de Picard, procurou as combinações de amostras em cada cluster cujo valor de convergência se situou abaixo de um determinado limiar matemático de elevada resolução. Este processo foi repetido para uma série crescente de clusters, no sentido de determinar o número de agregados conveniente para descrever a vegetação. Este valor satisfatório do número de clusters é sugerido por três indicadores numéricos, designadamente, o Índice de Performance Fuzzy, a Entropia da Partição Modificada e a Distância de Separação.

12

Estes parâmetros asseguram bastante rigor na definição correcta dos poucos agrupamentos vegetais em que se pode sintetizar toda a vegetação. Permite que estes agrupamentos se tornem representativos das combinações mais prováveis de plantas num vasto território com uma área superior a 100 km2, habitado por centenas de espécies que colonizam dezenas de micro-habitats. Através da análise estatística pelo Modelo Linear Geral, calculando o coeficiente de regressão estandartizado de cada planta em relação a cada agrupamento, e testando a significância estatística p deste valor ser por hipótese diferente de zero, foi possível eleger as plantas mais fortemente contributivas para a predição dos agrupamentos. Quanto maior o coeficiente de regressão e mais baixo o valor de p mais discriminante é a planta na distinção dos agrupamentos. Os resultados são seriadas para cada agrupamento vegetal, as várias espécies cuja significância estatística está acima de um determinado limiar indicado em cada caso. Na seriação procurou-se ordenar as plantas em função do respectivo coeficiente de regressão, indicando os tons mais vivos, valores mais elevados de relacionamento das espécies com os respectivos agrupamentos.

Nomenclatura dos agrupamentos vegetais

De acordo com as regras nomenclaturais da Classificação Internacional da Vegetação, o nome do agrupamento é definido pelo menos por dois nomes de espécies integrantes, separadas pelo sinal (-) se coexistirem no mesmo estrato, pelo sinal (/) se a segunda ocorrer num estrato de vegetação relativamente inferior ao da primeira espécie. No presente trabalho, o uso do (/) reflecte também o nível de sinécia, e portanto neste caso, o conceito de estratificação generaliza-se para abranger os mosaicos de matos constituídos por diferentes fácies de posicionamento da biomassa foliar sobre o nível do solo.

A selecção das espécies nominais deverá permitir uma identificação não ambígua do agrupamento, consistindo sempre que possível, na eleição daquelas cuja relação com o agrupamento é estatisticamente significante e que ocorram no terreno simultaneamente com frequência suficiente, sendo por isso mais facilmente detectáveis. Estas espécies deveriam também associar o valor de diagnóstico do agrupamento. No entanto, repetidamente as espécies-diagnóstico são também plantas não comuns, que embora confinadas a um agrupamento particular, não são facilmente observáveis numa visita ao campo.

À designação nomenclatural que se evidencia na combinação das espécies nominais, sucede uma breve referência às características fisionómicas, estruturais, ecológicas, paisagísticas e florísticas particulares do agrupamento, que o distinguem dos restantes elementos da paisagem vegetal.

13

Elenco de agrupamentos vegetais

Terrenos xéricos e mésicos

Matos de Genista_tridentata/Agrostis_curtisii – matos espinhosos, de folhas pequenas e estreitas, abertos, baixos, sujeitos a desmatação de ciclo florestal. Estabelecidos sobre solos cascalhentos siliciosos com pequena proporção de matriz areno-argilosa, ácida,.

Ocorrem sobre litossolos húmicos e não-húmicos delgados e também sobre podzóis sem sorraipa, húmicos, derivados de arenitos cretácicos e arenitos e cascalheiras plio-plistocénicas, sob o coberto de pinhais de pinheiro-bravo e eucaliptais. Cobrem pequenas áreas, sobretudo nas cristas e cumeadas, em locais mais protegidos da erosão torrencial. Desde os 0 aos 100m. À escala da paisagem, constituem um mosaico com matos de Genista tridentata-Genista triacanthos. Trata-se de um tipo de mato de dois fácies, um lenhoso e constituído por duas sinécias arbustivas, outro integrante de gramíneas perenes (Deschampsia stricta flexuosa e Pseudarrhenatherum longifolium) que ocupam as clareiras do tecido lenhoso. Excepcionalmente formam-se pequenas estepes destas gramíneas.

Inclui algumas espécies pouco frequentes na área de estudo, designadamente Thymus caespititus, Thymus villosus, Scorzonera humilis e Euphorbia transtagana.

Matos de Genista tridentata-Genista triacanthos - matos espinhosos, de folhas pequenas e estreitas, fechados, baixos, sobre solos porosos podzolizados. Estabelecidos essencialmente sobre podzois e solos litólicos de espessura moderada, superficialmente com elevado teor de carbono de origem orgânica. Cobrem continuamente grandes áreas sob o coberto de pinheiro-bravo e eucaliptais. Desde os 0 aos 125 m. À escala da paisagem revelam acentuada variação da riqueza específica, substituindo as espécies mais frequentes às mais intensas acções de condução de eucaliptais.

Matos de Quercus coccifera – Rhamnus alaternus matagal mesofítico fechado ou mesmo denso, alto ou muito alto, de plantas de folha larga e lauroide, sobre solos profundos derivados de calcários. Estabelecidos sobre solos vermelhos e castanhos derivados de rochas carbonatadas calcárias do Jurássico. Cobrem continuamente áreas de média extensão, em locais declivosos e rochosos, inadequados para a agricultura. Um sub-agrupamento parece diferenciar-se, circunscrevendo com maior resolução os bosques com Laurus nobilis. Porém, a composição florística destes bosques é bastante similar à dos matagais.

14

Matos de Ulex europeus – Cistus psilosepalus – mato higrofítico, fechado, de médio a alto porte, misto de plantas espinhosas e de folha larga, sobre solos descarbonatados e porosos. Estabelecidos sobre solos argiluviados, em barros e mesmo outros solos de textura mais grosseira. Na zona do Bom Sucesso onde dominam solos sem estas características, ocorrem em domínio coluvionar ou na base das catenas edáficas, na parte inferior das vertentes onde se desenvolvem solos podzolizados e solos litólicos. Cobrem descontinuamente pequenas faixas de grandes parcelas onde o balanço hídrico do solo é mais favorável à perenidade de espécies higrófitas. Dado confinarem com áreas agrícolas no fundo dos vales ou em terrenos aplanados, as acções antrópicas marcam os elencos florísticos que se podem observar em local, aumentando a riqueza em espécies e diminuindo a consistência estatística do agrupamento. A silva, Rubus ulmifolius, é uma das plantas mais constantes e que beneficia da influência humana.

Matos de Quercus coccifera – Erica scoparia – mato mesofítico, denso e porte elevado, rico em plantas de folha larga, sobre solos argiluviados frequentemente com origem em calcários.

Matos estabelecidos sobre solos argilosos e franco-argilosos com carbonatos, derivados sobretudo de formações geológicas margosas de calcários do Liássico. Ocorre menos frequentemente também, na zona sul da área de estudo, sobre solos calcários de espessura média com origem em rochas carbonatadas do Oxfordiano.

Cobrem grandes extensões formando mosaicos com o agrupamentos de solos calcários e afloramentos de rochas carbonatadas. Formam também mosaicos na zona sul da área de estudo.

Mato de Cytisus striatus / Daphne gnidium– mato xero-mesofítico, aberto e porte elevado e variável, integrante de plantas com diversos tipos de folhas e estratégias de vida, sobre solos argiluviados com origem em calcários, raramente em argilitos. Matos estabelecidos sobre solos argiluviados derivados de formações calcárias margosas do Liássicio, por vezes recobertas por depósitos argilosos com seixos siliciosos, e ainda formações de argilitos intercalados jurássicos.

Cobre pequenas áreas e sucede a episódios de desmatação regular de carrascais por corte e raramente também por queima pontual. Ocorre sobretudo nas orlas marginais de antigas parcelas sujeitas a uso agro-pastoril actualmente inexistente. De sítio para sítio, a composição florística é variável em função da disponibilidade de espécies das flórulas locais, capazes de acorrerem aos micro-habitats originados pela desmatação e subsequente pastoreio, e aí coexistirem estrategicamente. Trata-se portanto de um agrupamento de transição, dependente de um uso, que não integra plantas exigentes

15

em condições edáficas precisas dentro do universo dos solos referidos. Daí o pequeno lote de plantas estatisticamente significantes.

Mato de Cytisus striatus / Origanum virens – mato xero-mesofítico, aberto e porte médio e variável, integrante de plantas com diversos tipos de folhas e estratégias de vida, sobre solos argilosos.

Matos estabelecidos sobre vertentes com solos argilosos espessos carbonatados, derivados de formações calcárias margosas do Liássico, argilitos e também mais raramente, dolomias jurássicas. Cobre normalmente pequenas áreas decorrentes do abandono da actividade agro-pastoril desde há pelo menos 7 anos. O tipo de actividade rural e a data de abandono parecem regular o surgimento destes matos e as espécies que integra. Tal como no agrupamento de Cytisus striatus / Daphne gnidium, a silva - Rubus ulmilifolius - é um elemento importante que por vezes constitui silvados bem desenvolvidos ao longo de linhas de concentração de águas.

Mato de Phagnalon saxatile – Ruta chalepensis – mato xerofítico rupícola, muito aberto e com estrutura e fisionomia condicionado pela rochosidade, integrante de espécies de pequeno e muito pequeno porte e folha larga. Instala-se em taludes rochosos fissurados de dolomias calcárias jurássicas e respectivas rechãs, confinantes com manchas consolidadas de carrascais, em zonas onde não ocorre mobilização e desenraizamento das plantas silvestres, e também, onde não se regista a constituição de estratos superiores de vegetação arbórea alóctone.

Cobre pequenos locais que na paisagem se destacam pela verticalidade dos afloramentos rochosos.

Mato de Corema album / Halimium calycinum – mato xerofítico muito aberto, com três fácies de porte de desenvolvimento, integrante de plantas de folha estreita, nalguns casos semi-decíduas, sobre solos arenosos profundos.

Matos estabelecidos sobre substratos arenosos profundos de origem dunar, carbonatados, e freatismo a mais de 2 m da superfície durante todo o ano. Até final dos anos 50, parte das áreas revestidas por estes matos estariam sujeitas a dinamismo eólico activo.

Cobre grandes extensões sob o coberto de pinhais fechados de pinheiro-bravo, embora a sua presença seja detectada infrequentemente em resultado das acções de condução florestal. A Corema album é a espécie mais frequente e constitui o fácies de porte médio de desenvolvimento, observando-se irregularmente, agregados de Juniperus phoenicea subsp. turbinata que em conjunto com Phillyrea angustifolia, representam o porte arbustivo alto. Halimium calycinum é a planta mais frequente do porte de desenvolvimento baixo.

16

Matos de Ononis ramosissima – Helichrysum picardii subsp. virescens – mato xerofítico muito aberto e baixo, com plantas de aspecto almofadado.

Matos estabelecidos sobre substratos arenosos carbonatados, profundos de origem dunar.

Cobre pequenas parcelas em pinhais abertos de pequeno porte, não sujeitos e acções de desmatação regulares. Confinando com aglomerados urbanos recentemente construidos, estes matos têm vindo a ser fraccionados e diversificados com a inclusão de espécies preferentes de solos azotados.

Silvados de Rubus ulmifolius – Holcus lanatus – silvados higrófitos e abertos, de baixa riqueza específica, com co-dominância de Holcus lanatus e pequenas manchas dispersas de matos.

Sobre solos porosos, descarbonatados, com horizonte orgânico reduzido, hidratados pelo menos até final da Primavera, sobretudo nas baixas topográficas agricultadas ou conduzidas para forragens no passado recente. Ocupa estreitas faixas ou pequenas parcelas na orla do agrupamento de matos de Genista tridentata-Calluna vulgaris, sob o copado de eucaliptais de produção. Potencialmente, é um agrupamento transitório para um tipo de vegetação com maior cobertura e riqueza em espécies ecologicamente mais especializadas inexistente na área de estudo. Não obstante a reduzida área que localmente ocupa, é frequente observar-se esta vegetação em toda a região do Bom Sucesso. Este agrupamento foi detectado no universo dos solos ácidos. Não é de excluir a possibilidade de ocorrer também em solos neutros.

Dunas e Arribas A área recoberta por dunas activas é bastante restrita e sujeita a factores ambientais e perturbações com diversas modalidades locais. Em resultado, regista-se o surgimento de agrupamentos vegetais pouco homogéneos quanto ao elenco de espécies previsíveis neste habitat, tendo por referência o padrão típico de agregação destas plantas no troço central da costa portuguesa. De local para local, os agrupamentos apresentam uma persistente variabilidade na flórula integrante, raramente evidenciando-se um núcleo de elementos constantes, ou pelo menos mais previsíveis.

As dunas activas assentam sobre terrenos arenosos profundos mas sujeitos a intensa actividade eólica e marinha na zona da Aberta da lagoa de Óbidos. Na zona do Gronho e Buinheira, os substratos móveis apresentam elevada proporção de cascalhos desviando-se da tipologia característicamente dunar. As dunas assentam também sobre solos com origem em rochas jurássicas siliciosas a NW da Foz do Arelho, por vezes com espessuras inferiores a 50 cm. Nesta região, uma parte dos substratos dunares localiza-se na faixa superior da arriba marítima, tendo sido aí agricultados, ou alternativamente confinando com terrenos agrícolas no passado recente. Em consequência, as parcelas onde se observa este tipo de substrato, têm pequena dimensão e são residuais. Finalmente, na zona sul da área de estudo, as areias dunares

17

assentam, também com pequena espessura, sobre terrenos de arenitos e conglomerados, e sobre paleo-turfas junto ao rebordo das arribas. Especialmente nesta zona, a quase totalidade da área recoberta por dunas é revestida por acaciais estremes, produzindo uma alteração substancial nas condições ecológicas tipicamente dunares e consequentemente, impedindo o surgimento das espécies características destes meios.

De modo geral, a pequena espessura dos solos dunares torna estes ambientes susceptíveis ao estabelecimento de espécies de outros meios, modificando a tipologia.

Assim, estatisticamente têm expressão 5 agrupamentos. A considerar:

Matos de Cistus salvifolius-Helichrysum picardii São matos abertos, baixos, de plantas de folha larga, recobrindo descontinuamente pequenas áreas, frequentemente estabelecidos em torno de núcleos de vegetação lenhosa, em dunas estabilizadas em fase de descalcificação.

Outras vezes, sobretudo nos limites meridionais do sul da área de estudo, estes matos podem cobrir maiores áreas, com especial incidência da Corema album. As clareiras deste tipo de vegetação exibem um pequeno número de espécies herbáceas, sendo normalmente revestidas por folhada ou ainda líquenes terrícolas.

Relvados mistos de Ammophilla arenaria Relvados abertos, ricos em plantas semi-decíduas, estabelecidos sobre pequenas dunas na cornija de arribas ou ao longo das vertentes, em particular na zona sul da área de trabalho. Integra espécies típicas dos sistemas mais activos propulsionados pela energia eólica, deflação e acreção, e integra também elementos que se situam em micro-habitats mais húmidos, na imediata adjacência das amostras posicionadas nas zonas dunares sobre as arribas. Salientam-se Carex arenaria e Hypochaeris glabra, como espécies típicas deste tipo de habitats-

Matos de Juniperus phoenicea subsp. turbinata - Phillyrea angustifolia Matos fechados ou ainda densos, de médio porte ou frequentemente eolizados junto da linha de arribas. Integram um grupo significativo de plantas previsíveis, embora, em função da intensidade do maneio florestal em certos locais, possam apresentar-se muito empobrecidos. Colonizam areias em fase de descarbonatação, não sujeitas a dinâmica eólica.

Relvados de Elymus farctus – Cakile maritima Relvados muito abertos, localizados na primeira linha dos “edifícios” dunares, em situação particularmente exposta à salinidade e mobilidade da areia.

18

Matos mistos de Crucianella maritima Matos baixos, muito abertos, constituídos por plantas semi-decíduas, localizado na parte concava das dunas, por vezes mais próxima de níveis hidratados do solo. Terrenos húmidos (habitats higrófitos e hidrófitos)

Os ecossistemas húmidos estão presentes na generalidade dos tipos de solos da área de estudo e compreendem as comunidades vegetais estabelecidas nos locais onde o solo permanece hidratado durante todo o ano, ou pelo menos, até meados do Verão. A grande exigência em água pelas plantas reflecte-se na sua elevada especialização e variável tolerância à desidratação. Por essa razão, estes ecossistemas são sensíveis a modificações do regime hídrico do solo, nomeadamente através da drenagem dos terrenos, da plantação florestal de espécies exigentes como o eucalipto, da canalização dos talvegues e da mitigação dos fenómenos de inundação prolongada.

À escala de percepção da paisagem, os agrupamentos vegetais dos ecossistemas húmidos diferenciam-se em três tipos genéricos de biótopos. Concretamente, biótopos halofíticos, higrofíticos e umbrofíticos. O primeiro biótopo reune os agrupamentos vegetais de solos salgados ou em fase de dessalinização, podendo no primeiro caso estarem cumulativamente sujeitos ao efeito das marés. O segundo biótopo reune os agrupamentos que colonizam solos nos quais o nível freático encontra-se a poucos centímetros da superfície, não se desidratando durante um período superior a dois meses para o padrão meteorológico normal. O biótopo ombrofítico ou também designado por esciófilo reune agrupamentos tolerantes a um pronunciado efeito de sombra, mesmo quando a altura solar é bastante elevada. Salienta-se que o biótopo hidrofítico não salgado e não umbrófilo, pela sua pequena escala foi amostrado e caracterizado no contexto dos três anteriores biótopos.

Um segundo elemento associado ao biótopo, independente das características da hidratação do solo e das suas qualidades padrão para o crescimento das plantas, resulta da intervenção humana e dos tipos de perturbação dos ecossistemas produzidos por esta actividade. Na área de estudo a influência humana sobretudo para uso agrícola é marcante nos ecossistemas húmidos, resultando o surgimento de múltiplos micro-habitats temporais que tendem a ser ocupados por plantas eurioicas generalistas e também por plantas estenóicas oportunistas, em detrimento das espécies especialistas dependentes de uma maior estabilidade nas características do seu mico-habitat. A maior parte dos agrupamentos vegetais recenseados regista uma importante afluência e integração episódica de plantas transgressivas, que aproveitam as múltiplas oportunidades geradas pelas prolongadas intervenções humanas. Por essa razão, do ponto de vista da composição florística, os agrupamentos apresentam numerosas plantas comuns, não obstante o distanciamento ecológico dos mesmos.

19

Este aspecto demonstra o carácter transgressivo e ubíquo de numerosas plantas da vegetação dos ecossistemas húmidos na área de estudo. Este fenómeno tem origem na influência humana e no contínuo maneio dos ecossistemas. Por outro lado observa-se na mesma figura, uma tendência geral de agrupamentos com pequena percentagem de amostras reproduzirem elevados níveis de heterogeneidade. Em contrapartida, agrupamentos com maior percentagem de amostras tendem a ser mais homogéneos.

A relação atrás expressa reflecte por um lado o efeito da condução generalizada no território da vegetação espontânea e por outro lado, exprime também o efeito da heterogeneidade natural dos biótopos. Os agrupamentos mais homogéneos são aqueles em que os factores ecológicos relacionados com o meio físico-químico (natureza do solo, qualidade e quantidade de água, etc.) são menos variáveis de local para local. Por exemplo os canaviais e os matos de Sarcocornia embora bastante diferentes no que respeita ao efeito dos usos humanos, estão ambos subordinados a biótopos bastante homogéneos ao longo das respectivas áreas de distribuição. Em contrapartida, os relvados húmidos apresentam níveis consideráveis de heterogeneidade porque assentam em biótopos que se modificam acentuadamente a pequena escala espacial. No caso concreto dos relvados de Althaea officinalis – Hordeum murinum, a variabilidade a pequena escala espacial decorre de factores controlados também a pequena escala, como sejam a deposição de substâncias nutritivas, a altura dos cômoros e elevações do solo acima da superfície topográfica geral, o intervalo de tempo de dessalinização, etc. Dada a densa rede de drenagem da área de estudo, prevê-se que a superfície potencial coberta pelos ecossistemas húmidos, na situação hipotética de reduzido uso humano, seria bastante maior que a actual. Concretamente, as zonas topograficamente baixas e pouco declivosas na região do Casal das Turfeiras, a leste do Moinho do Pagador, Rego Travesso, Casal do Ameal, Casal do Brás, Rio Rial, Quinta do Paúl, localidades concentradas essencialmente na zona sudoeste da área de estudo, seriam revestidas por amplos ecossistemas húmidos de solos hidromórficos ou podzolizados. Estes ecossistemas seriam tolerantes à inundação e constituídos por bosques aluviais e juncais. As baixas a norte dos Carmanais seriam igualmente ocupadas por uma maior área de ecossistemas húmidos, dos quais actualmente restam apenas vestígios. Nas várzeas a jusante da Quinta do Furadouro, observa-se um ambiente artificializado pela produção de choupo. A norte na área de estudo, destacam-se as baixas do Vale da Ponte junto à Foz do Arelho, prolongando-se para nordeste em direcção à Corujeira através de um amplo sistema aluvial. Destaca-se ainda a zona baixa compreendida entre o Casal da Fonte e a Várzea, faixa esta na qual pontualmente, o abandono recente da actividade agrícola permite observar o ressurgimento de juncais biodiversos. Também ao longo das várzeas do Rio da Cal, do Rio Amoia e da Barrosa, o potencial ecossistémico está patente nas características edáficas e na abundância de água durante todo o ano, na grande proximidade do freático da superfície do solo e na regularidade das inundações. Todavia, as comunidades em presença, restringem-se a uma faixa de canaviais marginais ao talvegue, pontualmente substindo nalgum raro local, um ou outro freixo, salgueiro ou amieiro. As comunidades vegetais actuais compõem-se por um lote de espécies redundantes, nas quais pontificam espécies transgressivas. No entanto, em raros locais pontuais,

20

ocorrem ainda comunidades que preservam elementos ecologicamente especializados e são por isso sensíveis. Destaca-se o Paúl do Casal do Chão das Barbas próximo da Amoreira, e o flúvio que passa ao Casal das Ferrarias na zona do Bom Sucesso. Estes são dois locais emblemáticos, que reproduzem comunidades silvestres de grande porte, indicadoras de de uma menos intensa actividade transformadora. A salinidade do solo é um factor preponderante na diferenciação dos ecossistemas húmidos. As comunidades de sapal estão presente ao longo de toda a margem da lagoa ocupando solos salgados. Na zona do Bico dos Corvos e da Ponta Branca, as comunidades vegetais de salgados registam a sua maior diferenciação ao longo das superfícies muito pouco declivosas da margem. A montante, estas comunidades transitam para juncais e para juncais-caniçais variavelmente ricos e extensos. Os caniçais são comunidades de transição para outros ecossistemas intolerantes à salinidade. Destaca-se a Pateira junto ao Casal das Ferrarias, e o golfo sobranceiro à Quinta do Bom Sucesso e do Casal dos Gracias como sendo os mais importantes locais representativos de ecossistemas de transição. Neste último local aliás, registou-se a única ocorrência de tamargais e de ecossistemas de transição incluindo salgueiros. Na Poça do Vau existem ainda pontualmente vestígios de derivados dos solos salgados sujeitos a regime de marés, onde prevalecem fenómenos redox característicos de lamas anóxicas de coloração negra. Não se registou a presença de comunidades vegetais típicas dos salgados, apresentando-se a área revestida por tabúa e caniçais estremes.

Bosques aluviais Bosque de Corylus avellana / Polystichum setiferum Bosque ripícola sobre solos com origem em litologias não siliciosas, acompanhando cursos de água permanentes, que podem apresentar acentuadas reduções de caudal durante o Verão. Estes raros bosques localizam-se no fundo de gargantas encaixadas e agrestes, sombrias durante o Verão, evidenciando um mínimo de intervenção humana. A avelaneira característica de climas mais frescos, sobretudo no interior e noroeste da Península Ibérica é facto notável destas galerias ripícolas. Estes bosques confinam com bosques mésicos com loureiro, instalados na parte mais baixa e côncava das vertentes, tornando-se dificil a separação espacial e composicional entre um e outro tipos. Assim, apontam-se várias plantas fortemente correlacionadas com os bosques de avelaneira mas com maior amplitude ecológica suficientemente grande para também estabelecerem fortes correlações com os bosques de loureiro. Brevipodium sylvaticum, Asplenium onopteris, Hedera helix, Melica uniflora são alguns desses exemplos. A degradação da vegetação das margens determina o surgimento de silvados húmidos densos.

Bosque de Alnus frangula / Carex paniculata Bosque ripícola sobre solos com origem em litologias siliciosas, em particular sobre solos turfosos, acompanhando arroios permanentes em superfícies pouco declivosas.

21

Neste bosque domina a Alnus frangula com porte arbóreo alto. Subordinadamente ocorre Salix atrocinerea. No subcoberto, é frequente a Carex paniculata associada aos fetos Osmunda regalis e Blecnum spicant. Nas clareiras e nas margens surge persistentemente a Molinea caerulea associada a Peucedanum lancifolium. Estes bosques galeria assumem valor patrimonial inequívoco, dada a raridade das espécies vegetais integrantes e dado o facto de toda a comunidade representar um estado actual de equilíbrio com o ambiente. Com efeito, por estudo de uma série de imagens aerofotográficas georreferenciadas com início na década de 40, verifica-se que estes bosques emergiram de situações muito residuais após degradação do revestimento arbóreo, para constituição de cobertos herbáceos forrageiros. Durante o período no qual as várzeas estiveram dominantemente sujeitas ao uso agrícola, as espécies ecologicamente muito especializadas e que actualmente constituem este tipo de bosques, terão subsistido em estreitas sebes e parcelas isoladas, frequentemente guarnecendo os campos de forragem. Não obstante o fraccionamento e pequena área mínima das parcelas, as comunidades evoluiram para o presente sem acentuados desvios face ao que seria esperado para um tipo de comunidade equilibrada com as condições ambientais determinantes.

Matos Mato de Sarcocornia perenis Matos halófitos de baixo porte, fechados, maioritariamente constituído por plantas de folhas carnudas, tolerantes ao efeito da marés, revestindo grandes áreas intertidais, sobre solos argilosos ou areno-argilosos evidenciando fenómenos de anóxia e intensa actividade redox a poucos centímetros de profundidade.

Tratam-se de matos constituídos por espécies ecologicamente muito especializadas, que sobrevivem em biótopos bastante diferenciados de todos os restantes biótopos caracterizados na área de estudo. O impacte dos processos erosivos/acrecivos e a extensão dos gradientes de declive topográfico são os factores ambientais que para além do regime tidal, condicionam o desenvolvimento destas formações vegetais.

Silvados e galerias arbustivas Silvado de Rubus ulmifolius Silvados de solos hidromórficos com diferentes origens litológicas, associados a valas com espelho de água até pelo menos ao princípio do Verão, mantendo a humidade do solo durante este período seco. Estes silvados podem associar-se também às margens de outro tipo de comunidades vegetais de biótopos húmidos, designadamente os caniçais e os canaviais. Floristicamente heterogéneo de local para local, parecendo constituirem-se três sub-agrupamentos. Um primeiro sub-agrupamento com o surgimento de Leucanthemum vulgare em ambiente de paúl drenado, um outro sub-agrupamento com Juncus inflexus nos biótopos transitórios para caniçais não lagunares, e um outro com Carex pendula em ambientes úmbrófilos de bosque.

Os silvados de vertentes calcárias, incluem-se na vegetação de solos mésicos, e não integram plantas particulares de habitats tipicamente hidrofíticos ou higrofíticos.

22

Caniçais e canaviais Canavial de Arundo donax Canaviais normalmente densos onde é dominante a cana -Arundo donax- frequentemente unidimensionais acompanhando a margem de arroios e outros cursos de água escorrente até final da Primavera. São floristicamente heterogéneos de local para local, frequentemente bastante influenciados pelo maneio dos terrenos de lavoura com os quais confinam. Ocorrem sobretudo em solos aluvionares modernos de textura argilosa. Ocorrem também em solos argiluviados, em solos hidromórficos e em solos das baixas balastros e origem em terrenos carbonatados.

Caniçal misto de Phragmites australis / Juncus effusus Caniçal de solos salobros ou dessalinizados, podendo ser submerso durante as marés-vivas. Coloniza uma estreita faixa de terrenos argilosos de pequeno declive, acima do nível médio das marés em torno da lagoa de Óbidos e respectivos braços. Ocorre também na Poça do Vau em locais com mais prolongada inundação.

Juncais Juncal misto de Juncus maritimus – Halimione portucaloides Juncal misto da margem superior do sapal. Tolera elevada salinidade edáfica e é influenciado pelo efeito das marés. Trata-se de um agrupamento que recobre parcelas com área métrica significativa, sobre solos argilosos ou areno-argilosos. É um agrupamento pioneiro em certas situações de intervenção humana, como por exemplo se observa ao longo da margem direita da Barrosa. Neste caso, esta formação vegetal sucedeu a um processo de degradação da vegetação espontânea ocorrido na década de 50.

Juncal de Juncus conglomeratus – Scirpoides holoshoenus Juncal da base das vertentes confinantes com a lagoa, ocorrendo também na margem superior do sapal, em locais abundantemente abastecidos por água doce. Trata-se de um agrupamento de solos não afectados pelo regime tidal, instalado em locais topograficamente baixos, que podem contactar agrupamentos tolerantes à salinidade.

Juncal de Scirpus maritimus Juncal misto no qual podem coexistir outras plantas juncóides ou também herbáceas, de de solos dessalinizados de tendência argilosa, ricos em elementos nutritivos aniónicos, sujeitos a inundação invernal prolongada por vezes até princípio da Primavera. Podem existir zonas topograficamente mais baixas onde o espelho de água persiste até mais tarde. Nestas zonas a espécie co-dominante é a Typha

23

dominguensis. Na zona da Poça do Vau, o pastoreio favorece a permanência do escalracho Paspalum vaginatum.

Relvados Relvado misto com Agrostis stolonifera

Relvado misto, essencialmente determinado pela planta perene clonal Agrostis stolonifera. Recobre parcelas de dimensão variável, embora seja mais frequente formar tapetes de dimensão decamétrica. Pode associar populações variavelmente extensas de juncos perenes, constituindo neste caso, a matriz do juncal.

Trata-se de um relvado higrofítico, intolerante à salinidade, ocorrendo sobre solos hidromórficos de tendência oligotrófica, predominantemente com textura arenosa evidenciando acentuada lixiviação nos horizontes superiores, podendo suportar um período reduzido de desidratação estival e também um curto período de inundação invernal. Os principais juncos com os quais este tipo de relvado se verificou estar associado são o Juncus subnodulosus e o J. conglomeratus. O agrupamento foi recenseado especialmente em linhas de água e superfícies de inundação sobre solos podzólicos. É floristicamente bastante heterogéneo, em parte como resultado do maneio e também, frequentemente, pastoreio. Pequenos retalhos deste relvado podem surgir associados a canaviais de Arundo donax, sobre solos aluvionares de texturas mais finas.

Relvado de Gaudinia fragilis Relvado semi-aberto, onde a planta de ciclo anual Gaudinia fragilis regista apreciável abundância, heterogéneo quanto ao tipo de ciclo biológicos das restantes plantas constituintes, podendo incluir em cômoros e sobreelevações, numerosos elementos perenes dos matos, como por exemplo Genista triacanthos. Sobre solos dessalinizados ou em fase de dessalinização, de textura porosa, perturbados por pisoteio ou pastoreio. Ocorre ocasionalmente nas margens da lagoa e da Poça do Vau, formando pequenas manchas integradas no mosaico de outras comunidades, especialmente a dos canaviais e a dos caniçais. Este relvado é próximo do relvado de Althaea officinalis –Hordeum murinum, diferendo daquele especialmente pela maior incidência de plantas características de solos de textura fina, tolerante a prolongados períodos de submersão.

Relvado de Althaea officinalis –Hordeum murinum Relvado baixo e compacto, constituído essencialmente por plantas com muito pequeno período vegetativo, secando tardiamente já no princípio do Verão. Sobre solos dessanilizados de textura fina, ricos em azoto e outros elementos aniónicos importantes para a nutrição mineral, sujeitos a intensa desidratação durante o período seco, por vezes suportando um prolongado período de inundação durante o Outono e

24

Inverno. Ocorre esporadicamente na margem da lagoa e da Poça do Vau, formando pequenas manchas contínuas no mosaico de outras comunidades vegetais.

Referências Bibliográficas

Aedo, C., Herrero, A. (eds.). (2005). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. XXI Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Cantó, P. (1985). Revisión del género Serratula L. (Asteraceae) en la Península Ibérica, Lazaroa, 6: 7-80. Cantó, P. (1988). Comentarios sobre el género Serratula L. (Asteraceae) en Portugal, Lagascalia, 15 (Extra): 377-382. Castroviejo, S., Aedo, C., Benedí, C., Laínz, M., Garmendia F.M., Feliner, G.N., Paiva, J. (eds.). (1997). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. VIII Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid.

Castroviejo, S., Aedo, C., Cirujano, S., Laínz, M., Montserrat, P., Morales, R., Garmendia F.M., Navarro, C., Paiva J., Soriano, C. (eds.). (1993). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. III Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid.

Castroviejo, S., Aedo, C., Laínz, M., Morales, R., Garmendia F.M., Feliner, G.N., Paiva J. (eds.). (1997). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. V Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Castroviejo, S., Aedo, Campo, C.G., C., Laínz, M., Montserrat, P., Morales, R., Garmendia F.M., Feliner, G.N., Rico, E., Talavera, S., Villar, L. (eds.). (1993). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. IV Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Castroviejo, S., Laínz, M., González, G.L., Montserrat, P., Garmendia F.M., Paiva J., Villar L. (eds.). (1986). FloraIberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. I Vol. II (1990), Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid.

Coutinho, A.X.P. (1939). Flora de Portugal (Plantas vasculares), Bertrand (Irmãos), Lda., Lisboa.

Feliner, G.N., Jury, S.L., Herrero, A. (eds.) (2003). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. X, Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Franco, J.A., Afonso, M. L. R. (1994). Nova Flora de Portugal (Continente e Açores), Vol. III Fasc. I Fasc. II (1998), Fasc. III (2003), Escolar Editora, Lisboa. Franco, J.A. (1971). Nova Flora de Portugal (Continente e Açores), Vol. I Vol. II (1984), Sociedade Astória, Lda., Lisboa. Garmendia F.M., Navarro, C. (eds.). (1998). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. VI Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid.

25

Malato-Beliz, J., (1978). Catálogo das Plantas Infestantes das Searas de Trigo, Vol. I Vol. II (1982), Empresa Pública de Abastecimento de Cereais, Lisboa.

Olivencia, A.O., Alcaraz, j.A.D. (1993). Revisión del Género Scrophularia L. (Scrophulariaceae) en la Península Ibérica e Islas Baleares, Ruizia, 11: 1-155.

Paiva, J., Sales, F., Hedge, I.C., Aedo, C., Aldasoro, J.J., Castroviejo, S., Herrero, A., Velayos, M. (eds.), (2001). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. XIV Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Posada, J.A.P., Martín, F.G. (1993). Atlas Carpológico y Corológico de la Subfamilia Apioideae drupe (Umbelliferae) en Espana Peninsular y Baleares, Ruizia, 12: 1-245. Rozeira, A. (1949). A Secção Stoechas Ging. do género Lavandula L., Broteria, 18 (46): 1-82. Suárez-Cervera, M., Seoane-Camba, J.A. (1986). Taxonomía numérica de algunas especies de Lavandula L., basada en caracteres morfológicos, cariológicos y palinológicos, Anales Jardín Botánico de Madrid, 42 (2): 395-409.

Talavera, S., Aedo, C., Castroviejo, S., Zarco, C.R., Sáez, L., Salgueiro, F.J., Velayos, M. (eds.), (2000). Flora Iberica. Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares, Vol. VII Fasc.I (1999). Fasc.II Real Jardín Botánico, C.S.I.C., Madrid. Tutin, T.G., Heywood, V.H., Burges, N.A., Valentine, D.H., Walters, S.M., Webb, D.A., Flora Europaea, Vol. 1 (1964). Vol. 2 (1968). Vol. 3 (1972). Vol. 4 (1976). Vol. 5 (1980). Cambridge University Press, Cambridge.

Valdés, B., Talavera, S., Fernández-Galiano, E. (eds.), (1987). Flora Vascular de Andalucía Occidental, Vol.1, Vol. 2, Vol. 3, Ketres Editora S.A., Barcelona.

Valverde, R.M. (1986). Taxonomia de los Géneros Thymus (excluida la sección Serpylium) y Thymbra en la Península Ibérica, Ruizia, 3: 1-319.

Vasconcelos, J. de C. (1970). Plantas (Angiospérmicas) Aquáticas, Anfíbias e Ribeirinhas, Secretaria de Estado da Agricultura, Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, Lisboa. Zarco, C.R. (1984). Revision taxonómica del género Avenula Dumort. (Gramineae) en la Península Ibérica e Islas Baleares, Lagascalia, 13(1): 39-146).

Lista de Espécies

1

Famiia Espécies

ADIANTACEAE Adiantium capillus-veneris L.

AIZOACEAE Carpobrotus edulis (L.) N. E. Br.

ALISMATACEAE Alisma lanceolatum With.

ALISMATACEAE Alisma plantago-aquatica L.

AMARYLLIDACEAE Narcissus bulbocodium L.

AMARYLLIDACEAE Pancratium maritimum (L.)

AMARYLLIDACEAE Tamus communis L.

ANACARDIACEAE Pistacia lentiscus L.

APOCYNACEAE Vinca difformis Pourret

ARACEAE Arisarum vulgare Targ.-Tozz.

ARACEAE Arum italicum Miller

ARACEAE Biarum arundanum Boiss. & Reuter

ARALIACEAE Hedera helix L.

ARISTOLOCHIACEAE Aristolochia paucinervis Pomel

ASPIDIACEAE Polystichum setiferum (Forskal) Woynar

ASPLENIACEAE Asplenium billotii F. W. Schultz

ASPLENIACEAE Asplenium onopteris L.

ASPLENIACEAE Asplenium trichomanes L.

ASPLENIACEAE Ceterach officinarum DC.

ATHYRIACEAE Athyrium filix-femina (L.) Roth

BETULACEAE Alnus glutinosa (L.) Gaertner

BLECHNACEAE Blechnum spicant (Ll.) Roth

BORAGINACEAE Borago officinalis L.

BORAGINACEAE Cynoglossum clandestinum Desf.

BORAGINACEAE Echium creticum L.

BORAGINACEAE Echium plantagineum L.

BORAGINACEAE Echium tuberculatum Hoffmanns. & Link

BORAGINACEAE Heliotropium europaeum L.

BORAGINACEAE Lithodora prostrata (Loisel.) Griseb.

BORAGINACEAE Myosotis arvensis (L.) Hill

BORAGINACEAE Myosotis debilis Pomel

BRASSICACEAE Coincya monensis subsp.. puberula (Pau) Leadlay

CAMPANULACEAE Campanula erinus L.

CAMPANULACEAE Campanula lusitanica L.

2

CAMPANULACEAE Campanula rapunculus L.

CAPRIFOLIACEAE Lonicera implexa Aiton

CAPRIFOLIACEAE Lonicera periclymenum L.

CAPRIFOLIACEAE Sambucus nigra L.

CAPRIFOLIACEAE Viburnum tinus L.

CARYOPHYLLACEAE Cerastium brachypetalum Pers.

CARYOPHYLLACEAE Cerastium diffusum Pers.

CARYOPHYLLACEAE Cerastium glomeratum Thuill.

CARYOPHYLLACEAE Cerastium pumilum Curtis

CARYOPHYLLACEAE Corrigiola litoralis L.

CARYOPHYLLACEAE Melandrium album (Miller) Garcke

CARYOPHYLLACEAE Polycarpon tetraphyllum (L.) L.

CARYOPHYLLACEAE Sagina apetala Ard.

CARYOPHYLLACEAE Silene dioica subsp.. glutinosa (Rouy) Franco

CARYOPHYLLACEAE Silene gallica L.

CARYOPHYLLACEAE Silene littorea Brot.

CARYOPHYLLACEAE Silene longicilia (Brot.) Otth

CARYOPHYLLACEAE Silene micropetala Lag.

CARYOPHYLLACEAE Silene scabriflora Brot.

CARYOPHYLLACEAE Silene vulgaris (Moench) Garke

CARYOPHYLLACEAE Spergularia salina J. & C. Presl

CARYOPHYLLACEAE Stellaria media (L.) Vill.

CHENOPODIACEAE Atriplex hastata L.

CHENOPODIACEAE Atriplex patula L.

CHENOPODIACEAE Atriplex rosea L.

CHENOPODIACEAE Halimione portulacoides (L.) Aellen

CHENOPODIACEAE Salicornia europaea L.

CHENOPODIACEAE Salicornia ramosissima J. Woods

CHENOPODIACEAE Salsola kali L.

CHENOPODIACEAE Sarcocornia fruticosa (L.) A. J. Scott

CHENOPODIACEAE Sarcocornia perennis (Miller) A. J. Scott

CHENOPODIACEAE Suaeda maritima (L.) Dumort.

CHENOPODIACEAE Suaeda vera J. F. Gmelin

CISTACEAE Cistus crispus L.

CISTACEAE Cistus psilosepalus Sweet

CISTACEAE Cistus salvifolius L.

3

CISTACEAE Halimium calycinum L.

CISTACEAE Halimium halimifolium (L.) Willk.

CISTACEAE Halimium lasianthum (Lam.) Spach

CISTACEAE Tuberaria gutatta (L.) Fourr.

COMPOSITAE Achillea ageratum L.

COMPOSITAE Aetheorhiza bulbosa (L.) Cass.

COMPOSITAE Anacyclus radiatus Loisel.

COMPOSITAE Andryala arenaria (DC.) Boiss. & Reuter

COMPOSITAE Andryala corymbosa Lam.

COMPOSITAE Andryala integrifolia L.

COMPOSITAE Arctium minus Bernh.

COMPOSITAE Arctotheca calendula (L.) Levyns

COMPOSITAE Artemisia crithmifolia L.

COMPOSITAE Aster tripolium L.

COMPOSITAE Bellis annua L.

COMPOSITAE Bellis perennis L.

COMPOSITAE Calendula algarbiensis Boiss.

COMPOSITAE Calendula arvensis L.

COMPOSITAE Calendula suffruticosa Vahl

COMPOSITAE Carduncellus caeruleus (L.) C. Presl

COMPOSITAE Carduus tenuiflorus Curt.

COMPOSITAE Carlina corymbosa L.

COMPOSITAE Carlina racemosa L.

COMPOSITAE Centaurea polyacantha Willd.

COMPOSITAE Centaurea pullata L.

COMPOSITAE Centaurea sphaerocephala L.

COMPOSITAE Chamaemelum mixtum (L.) All.

COMPOSITAE Cheirolopus sempervirens (L.) Pomel

COMPOSITAE Cheirolopus uliginosus (Brot.) Dostál

COMPOSITAE Chrysanthemum coronarium L.

COMPOSITAE Cirsium arvense (L.) Scop.

COMPOSITAE Cirsium vulgare (Savi) Ten.

COMPOSITAE Coleostephus myconis (L.) Reichenb. fil.

COMPOSITAE Conyza albida Sprengel

COMPOSITAE Conyza bonariensis (L.) Cronq.

COMPOSITAE Conyza canadensis (L.) Cronq.

4

COMPOSITAE Cotula coronopifolia L.

COMPOSITAE Crepis capillaris (L.) Wallr.

COMPOSITAE Crepis vesicaria L.

COMPOSITAE Cynara humilis L.

COMPOSITAE Dittrichia viscosa (L.) W. Greuter

COMPOSITAE Doronicum plantagineum L.

COMPOSITAE Eupatorium cannabium L.

COMPOSITAE Galactites tomentosa Moench

COMPOSITAE Gnaphalium luteoalbum L.

COMPOSITAE Helichrysum picardii Boiss. & Reuter

COMPOSITAE Hypochaeris glabra L.

COMPOSITAE Hypochaeris radicata L.

COMPOSITAE Inula crithmoides L.

COMPOSITAE Lactuca serriola L.

COMPOSITAE Lapsana communis L.

COMPOSITAE Leontodon longirrostris (Finch & P. D. Sell) Talavera

COMPOSITAE Leontodon taraxacoides (Vill.) Mérat

COMPOSITAE Leontodon tuberosus L.

COMPOSITAE Lepidophorum repandum (L.) DC.

COMPOSITAE Leucanthemum vulgare L.

COMPOSITAE Logfia gallica (L.) Cosson & Germ.

COMPOSITAE Logfia minima (Sm) Dumort.

COMPOSITAE Othantus maritimus (L.) Hoffmanns. & Link.

COMPOSITAE Pallenis spinosa (L.) Cass.

COMPOSITAE Phagnalon rupestre (L.) DC.

COMPOSITAE Phagnalon saxatile (L.) Cass.

COMPOSITAE Picris echioides L.

COMPOSITAE Picris hieracioides L.

COMPOSITAE Pulicaria dysenterica (L.) Bernh.

COMPOSITAE Pulicaria odora (L.) Reichenb.

COMPOSITAE Pulicaria paludosa Link

COMPOSITAE Reichardia picroides (L.) Roth

COMPOSITAE Rhagadiolus edulis Gaertner

COMPOSITAE Scorzonera humilis L.

COMPOSITAE Senecio gallicus Vill.

COMPOSITAE Senecio jacobea L.

5

COMPOSITAE Senecio vulgaris L.

COMPOSITAE Serratula baetica DC.

COMPOSITAE Sonchus asper (L.) Hill

COMPOSITAE Sonchus maritimus L.

COMPOSITAE Sonchus oleraceus L.

COMPOSITAE Sonchus tenerrinus L.

COMPOSITAE Tolpis barbata (L.) Gaertner

COMPOSITAE Urospermum picroides (L.) F. W. Schmidt.

CONVOLVULACEAE Calystegia sepium (L.) R. Br.

CONVOLVULACEAE Convolvulus althaeoides L.

CONVOLVULACEAE Convolvulus arvensis subsp. crispatus Franco

CONVOLVULACEAE Convolvulus tricolor L.

CORYLACEAE Corylus avellana L.

CRASSULACEAE Sedum album L.

CRASSULACEAE Sedum brevifolium DC.

CRASSULACEAE Sedum forsteranum Sm.

CRASSULACEAE Sedum sediforme (Jacq.) Pau

CRASSULACEAE Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy

CRUCIFERAE Brassica barrelieri (L.) Janka

CRUCIFERAE Cakile maritima Scop.

CRUCIFERAE Cardamine hirsuta L.

CRUCIFERAE Iberis procumbens Lange

CRUCIFERAE Iberis procumbens subsp. microcarpa Franco & P. Silva

CRUCIFERAE Lobularia maritima (L.) Desv.

CRUCIFERAE Malcolmia littorea (L.) R. Br.

CRUCIFERAE Nasturcium officinale L.

CRUCIFERAE Raphanus raphanistrum subsp. microcarpus (Lange) Coutinho

CRUCIFERAE Raphanus raphanistrum subsp. raphanistrum L.

CRUCIFERAE Rapistrum rugosum subsp. rugosum (L.) All.

CRUCIFERAE Sinapis arvensis L.

CRUCIFERAE Sisymbrium officinale (L.) DC.

CUPRESSACEAE Juniperus phoenicea L.

CYPERACEAE Carex arenaria L.

CYPERACEAE Carex distans L.

CYPERACEAE Carex divisa Hudson

CYPERACEAE Carex divulsa Stokes

6

CYPERACEAE Carex extensa Good.

CYPERACEAE Carex flacca Schreber

CYPERACEAE Carex hallerana Asso

CYPERACEAE Carex hispida Willd.

CYPERACEAE Carex laevigata Sm.

CYPERACEAE Carex otrubae Podp.

CYPERACEAE Carex paniculata L.

CYPERACEAE Carex pendula Hudson

CYPERACEAE Carex riparia Curtis

CYPERACEAE Cladium mariscus (L.) Pohl

CYPERACEAE Cyperus eragrostis Lam.

CYPERACEAE Cyperus esculentus L.

CYPERACEAE Cyperus longus L.

CYPERACEAE Cyperus rotundus L.

CYPERACEAE Eleocharis acicularis (L.) Roemer & Schultes

CYPERACEAE Eleocharis multicaulis (Sm.) Desv.

CYPERACEAE Eleocharis palustris (L.) Roemer & Schultes

CYPERACEAE Rhynchospora rugosa (Vahl) S. Gale

CYPERACEAE Schoenus nigricans L.

CYPERACEAE Scirpoides holoschoenus (L.) Sojak

CYPERACEAE Scirpus cernuus Vahl

CYPERACEAE Scirpus lacustris L.

CYPERACEAE Scirpus maritimus L.

DIPSACACEAE Scabiosa atropurpurea L.

EMPETRACEAE Corema album (L.) D.Don

EQUISETACEAE Equisetum ramosissimum Desf.

EQUISETACEAE Equisetum telmateia Ehrh.

ERICACEAE Arbutus unedo L.

ERICACEAE Calluna vulgaris (L.) Hull

ERICACEAE Erica ciliaris L.

ERICACEAE Erica erigena R. Ross

ERICACEAE Erica lusitanica Rudolphi

ERICACEAE Erica scoparia L.

ERICACEAE Erica umbellata L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia characias L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia exigua L.

7

EUPHORBIACEAE Euphorbia falcata L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia paralias L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia peplus L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia portlandica L.

EUPHORBIACEAE Euphorbia pterococca Brot.

EUPHORBIACEAE Euphorbia pubescens Vahl

EUPHORBIACEAE Euphorbia transtagana Boiss.

EUPHORBIACEAE Mercurialis annua L.

EUPHORBIACEAE Ruta chalepensis L.

FAGACEAE Castanea sativa Miller

FAGACEAE Quercus coccifera L.

FAGACEAE Quercus faginea Lam.

FAGACEAE Quercus robur L.

FAGACEAE Quercus suber L.

FAGACEAE Quercus suber X faginea

FRANKENIACEAE Frankenia laevis L.

GENTIANACEAE Blackstonia perfoliata (L.) Hudson

GENTIANACEAE Centaurium erythraea Rafn

GENTIANACEAE Centaurium pulchellum (Swartz) Druce

GENTIANACEAE Centaurium tenuiflorum (Hoffmanns & Link) Fritsch

GERANIACEAE Erodium chium (Burm. fil.) Willd

GERANIACEAE Erodium cicutarium (L.) L'Hér.

GERANIACEAE Erodium malacoides (L.) L'Hér.

GERANIACEAE Erodium moschatum (L.) L'Hér.

GERANIACEAE Geranium columbinum L.

GERANIACEAE Geranium dissectum L.

GERANIACEAE Geranium molle L.

GERANIACEAE Geranium purpureum Vill.

GERANIACEAE Geranium rotundifolium L.

GRAMINEAE Agrostis curtissi Kerguélen

GRAMINEAE Agrostis stolonifera L.

GRAMINEAE Agrostis tenerrina Trin.

GRAMINEAE Aira caryophyllea subsp. caryophyllea L.

GRAMINEAE Aira caryophyllea subsp. uniaristata (Lag. & Rodr.) Maire

GRAMINEAE Aira cupaniana Guss.

GRAMINEAE Aira praecox L.

8

GRAMINEAE Ammophila arenaria (L.) Link

GRAMINEAE Antinoria agrostidea (DC.) Parl.

GRAMINEAE Arrhenatherum album (Vahl) W. D. Clayton

GRAMINEAE Arrhenatherum elatius subsp. baeticum Romero Zarco

GRAMINEAE Arundo donax L.

GRAMINEAE Avena barbata Link

GRAMINEAE Avena sativa L.

GRAMINEAE Avenula sulcata (Boiss.) Dumort.

GRAMINEAE Avenula sulcata subsp. gaditana Romero Zarco

GRAMINEAE Brachypodium distachyon (L.) Beauv.

GRAMINEAE Brachypodium phoenicoides (L.) Roemer & Schultes

GRAMINEAE Brachypodium pinnatum (L.) Beauv.

GRAMINEAE Brevipodium sylvaticum (Hudson) A. & D. Love

GRAMINEAE Briza maxima L.

GRAMINEAE Briza minor L.

GRAMINEAE Bromus catharticus Vahl

GRAMINEAE Bromus diandrus Roth

GRAMINEAE Bromus hordeaceus L.

GRAMINEAE Bromus lanceolatus Roth

GRAMINEAE Bromus madritensis L.

GRAMINEAE Bromus rigidus Roth

GRAMINEAE Bromus rubens L.

GRAMINEAE Bromus secalinus L.

GRAMINEAE Cortaderia selloana J.A. & J.H. Schultes

GRAMINEAE Corynephorus canescens (L.) Beauv.

GRAMINEAE Corynephorus divaricatus subsp. macrantherus (Boiss & Reuter) Paunero

GRAMINEAE Cutandia maritima (L.) W. Barbey

GRAMINEAE Cynodon dactylon (L.) Pers.

GRAMINEAE Cynosurus echinatus L.

GRAMINEAE Dactylis glomerata L.

GRAMINEAE Dactylis marina Borrill

GRAMINEAE Danthonia decumbens (L.) DC.

GRAMINEAE Deschampsia flexuosa (L.) Trin.

GRAMINEAE Desmazeria marina (L.) Druce

GRAMINEAE Desmazeria rigida (L.) Tutin & Clapham, Tutin & E. F. Warburg

GRAMINEAE Echinochloa crus-galli (L.) Beauv.

9

GRAMINEAE Elymus campestris (Godron & Gren.) Kerguélen

GRAMINEAE Elymus farctus (Viv.) Melderis

GRAMINEAE Festuca arundinacea subsp. fenas (Lag.) Arcangeli

GRAMINEAE Festuca paniculata (L.) Schinz & Thell.

GRAMINEAE Gaudinia fragilis (L.) Beauv.

GRAMINEAE Holcus lanatus L.

GRAMINEAE Hordeum marinum Hudson

GRAMINEAE Hordeum murinum L.

GRAMINEAE Hyparrhenia hirta (L.) Stapf

GRAMINEAE Lagurus ovatus L.

GRAMINEAE Lolium aristatum (Willd.) Lag.

GRAMINEAE Lolium multiflorum Lam.

GRAMINEAE Lolium rigidum Gaudin

GRAMINEAE Melica minuta L.

GRAMINEAE Melica uniflora Retz.

GRAMINEAE Molinia caerulea (L.) Moench

GRAMINEAE Panicum repens L.

GRAMINEAE Parapholis filiformis (Roth) C.E. Hubbard

GRAMINEAE Parapholis incurva (L.) C.E. Hubbard

GRAMINEAE Paspalum paspadoles (Michx) Scribner

GRAMINEAE Paspalum vaginatum Swartz

GRAMINEAE Phalaris aquatica L.

GRAMINEAE Phalaris brachystachys Link.

GRAMINEAE Phalaris coerulescens Desf.

GRAMINEAE Phalaris minor Retz.

GRAMINEAE Phalaris paradoxa L.

GRAMINEAE Phleum pratense subsp. bertolonii (DC.) Bornm.

GRAMINEAE Phragmites australis (Cav.) Steudel

GRAMINEAE Piptatherum miliaceum (L.) Cosson

GRAMINEAE Poa annua L.

GRAMINEAE Poa pratensis L.

GRAMINEAE Poa trivialis L.

GRAMINEAE Polypogon maritimus Willd.

GRAMINEAE Polypogon monspeliensis (L.) Desf.

GRAMINEAE Polypogon viridis (Gouan) Breistr.

GRAMINEAE Puccinellia maritima (Hudson) Parl.

10

GRAMINEAE Spartina maritima (Curtis) Fernald

GRAMINEAE Spartina versicolor Fabre

GRAMINEAE Vulpia alopecurus (Schousboe) Dumort.

GRAMINEAE Vulpia bromoides (L.) S. F. Gray

GRAMINEAE Vulpia ciliata Dumort.

GRAMINEAE Vulpia geniculata (L.) Link

GRAMINEAE Vulpia membranacea (L.) Dumort.

GRAMINEAE Vulpia muralis (Kunth) Nees

GRAMINEAE Vulpia myuros (L.) C.C. Gmelin

GUTTIFERAE Hypericum elodes L.

GUTTIFERAE Hypericum linarifolium Vahl

GUTTIFERAE Hypericum perfoliatum L.

GUTTIFERAE Hypericum perforatum L.

GUTTIFERAE Hypericum tomentosum L.

GUTTIFERAE Hypericum undulatum Willd.

HYPOLEPIDACEAE Pteridium aquilinum (L.) Kuhn

IRIDACEAE Gladiolus illyricus subsp. illyricus Koch

IRIDACEAE Iris foetidissima L.

IRIDACEAE Iris pseudacorus L.

IRIDACEAE Romulea columnae Sebastiani & Mauri

JUNCACEAE Juncus acutiflorus Hoffm.

JUNCACEAE Juncus acutus L.

JUNCACEAE Juncus articulatus L.

JUNCACEAE Juncus bufonius L.

JUNCACEAE Juncus bulbosus L.

JUNCACEAE Juncus capitatus Weigel

JUNCACEAE Juncus conglomeratus L.

JUNCACEAE Juncus effusus L.

JUNCACEAE Juncus hybridus Brot.

JUNCACEAE Juncus inflexus L.

JUNCACEAE Juncus maritimus Lam.

JUNCACEAE Juncus subnodulosus Schrank

JUNCACEAE Juncus valvatus Link

JUNCACEAE Luzula forsteri (Sm) DC.

JUNCAGINACEAE Triglochin maritima L.

LABIATAE Ajuga iva (L.) Schreber)

11

LABIATAE Calamintha baetica Boiss. & Reuter

LABIATAE Clinopodium vulgare L.

LABIATAE Lavandula stoechas subsp. stoechas L.

LABIATAE Lavandula stoechas subsp. sampaiana Rozeira

LABIATAE Lycopus europaeus L.

LABIATAE Melissa officinalis L.

LABIATAE Mentha aquatica L.

LABIATAE Mentha piperita L.

LABIATAE Mentha pulegium L.

LABIATAE Mentha suavolens Ehrh.

LABIATAE Origanum virens Hoffmanns. & Link.

LABIATAE Prunella vulgaris L.

LABIATAE Rosmarinus officinalis L.

LABIATAE Salvia argentea L.

LABIATAE Salvia sclareoides Brot.

LABIATAE Salvia verbenaca L.

LABIATAE Stachys arvensis (L.) L.

LABIATAE Stachys germanica L.

LABIATAE Stachys ocymastrum (L.) Briq.

LABIATAE Teucrium scorodonia subsp. scorodonia L.

LABIATAE Thymus caespititius Brot.

LABIATAE Thymus villosus L.

LAURACEAE Laurus nobilis L.

LEGUMINOSAE Acacia longifolia (Andrews) Willd.

LEGUMINOSAE Anthylis vulneraria L.

LEGUMINOSAE Coronilla repanda (Poiret) Guss.

LEGUMINOSAE Coronilla valentina subsp. glauca (L.) Batt.

LEGUMINOSAE Cytisus multiflorus (L'Hér.) Sweet

LEGUMINOSAE Dorycnium rectum (L.) Ser.

LEGUMINOSAE Genista ancistrocarpa Spach

LEGUMINOSAE Genista tournefortii Spach

LEGUMINOSAE Genista triacanthos Brot.

LEGUMINOSAE Genista tridentata (L.) Samp.

LEGUMINOSAE Hedysarum coronarium L.

LEGUMINOSAE Lathyrus amphicarpos L.

LEGUMINOSAE Lathyrus angulatus L.

12

LEGUMINOSAE Lathyrus annus L.

LEGUMINOSAE Lathyrus aphaca L.

LEGUMINOSAE Lathyrus clylmenum L.

LEGUMINOSAE Lathyrus hirsutus L.

LEGUMINOSAE Lathyrus ochrus (L.) DC.

LEGUMINOSAE Lathyrus sphaericus Retz.

LEGUMINOSAE Lathyrus sylvestris L.

LEGUMINOSAE Lotus corniculatus L.

LEGUMINOSAE Lotus creticus L.

LEGUMINOSAE Lotus parviflorus Desf.

LEGUMINOSAE Lotus uliginosus Schkuhr

LEGUMINOSAE Lupinus luteus L.

LEGUMINOSAE Medicago arabica (L.) Hudson

LEGUMINOSAE Medicago intertexta (L.) Miller

LEGUMINOSAE Medicago littoralis Loisel.

LEGUMINOSAE Medicago lupulina L.

LEGUMINOSAE Medicago marina L.

LEGUMINOSAE Medicago minima (L.) Bartal.

LEGUMINOSAE Medicago orbicularis (L.) Bartal.

LEGUMINOSAE Medicago polymorpha L.

LEGUMINOSAE Medicago truncatula Gaertner

LEGUMINOSAE Medigago tornata (L.) Miller

LEGUMINOSAE Melilotus segetalis subsp. fallax Franco

LEGUMINOSAE Ononis alopecuroides L.

LEGUMINOSAE Ononis cintrana Brot.

LEGUMINOSAE Ononis natrix L.

LEGUMINOSAE Ononis reclinata L.

LEGUMINOSAE Ononis repens L.

LEGUMINOSAE Ornithopus compressus L.

LEGUMINOSAE Ornithopus pinnatus (Miller) Druce

LEGUMINOSAE Ornithopus sativus subsp. isthmocarpus (Cosson) Dostál

LEGUMINOSAE Scorpiurus muricatus L.

LEGUMINOSAE Scorpiurus vermiculatus L.

LEGUMINOSAE Stauracanthus genistoides (Brot.) Samp.

LEGUMINOSAE Trifolium angustifolium L.

LEGUMINOSAE Trifolium arvense L.

13

LEGUMINOSAE Trifolium campestre Schreber

LEGUMINOSAE Trifolium cherleri L.

LEGUMINOSAE Trifolium dubium Sm.

LEGUMINOSAE Trifolium glomeratum L.

LEGUMINOSAE Trifolium isthmocarpum Brot.

LEGUMINOSAE Trifolium lappaceum L.

LEGUMINOSAE Trifolium ligusticum Loisel.

LEGUMINOSAE Trifolium nigrescens Viv.

LEGUMINOSAE Trifolium pratense L.

LEGUMINOSAE Trifolium repens L.

LEGUMINOSAE Trifolium resupinatum L.

LEGUMINOSAE Trifolium scabrum L.

LEGUMINOSAE Trifolium stellatum L.

LEGUMINOSAE Trifolium tomentosum L.

LEGUMINOSAE Ulex australis Clemente

LEGUMINOSAE Ulex densus Webb

LEGUMINOSAE Ulex europaeus L.

LEGUMINOSAE Ulex jussiaei Webb

LEGUMINOSAE Ulex minor Roth

LEGUMINOSAE Vicia bithynica (L.) L.

LEGUMINOSAE Vicia disperma DC.

LEGUMINOSAE Vicia hirsuta (L.) S. F. Gray

LEGUMINOSAE Vicia laxiflora Brot.

LEGUMINOSAE Vicia lutea L.

LEGUMINOSAE Vicia pubescens (DC.) Link

LEGUMINOSAE Vicia sativa L.

LEGUMINOSAE Vicia villosa subsp. varia (Host) Corb.

LEMNACEAE Lemna minor L.

LILIACEAE Allium roseum L.

LILIACEAE Asparagus acutifolius L.

LILIACEAE Asparagus aphyllus L.

LILIACEAE Asphodelus aestivus Brot.

LILIACEAE Hyacinthoides hispanica (Miller) Rothm.

LILIACEAE Muscari comosum (L.) Miller

LILIACEAE Ornithogalum narbonense L.

LILIACEAE Ornithogalum pyrenaicum L.

14

LILIACEAE Ruscus aculeatus L.

LILIACEAE Scilla monophyllos Link

LILIACEAE Simethis mattiazzi (Vandelli) Sacc.

LILIACEAE Smilax aspera L.

LILIACEAE Urginea maritima (L.) Baker

LINACEAE Linum bienne Miller

LINACEAE Linum setaceum Brot.

LINACEAE Linum strictum L.

LINACEAE Linum trigynum subsp. trigynum L.

LINACEAE Radiola linioides Roth

LYTHRACEAE Lythrum hyssopifolia L.

LYTHRACEAE Lythrum junceum Banks & Solander

LYTHRACEAE Lythrum salicaria L.

MALVACEAE Althaea officinalis L.

MALVACEAE Lavatera cretica L.

MALVACEAE Stegia trimestris (L.) Luque & Devesa

MORACEAE Ficus carica L.

MYRTACEAE Myrtus communis L.

OLEACEAE Fraxinus angustifolia Vahl

OLEACEAE Olea europaea L.

OLEACEAE Phillyrea angustifolia L.

OLEACEAE Phillyrea latifolia L.

ONAGRACEAE Epilobium hirsutum L.

ONAGRACEAE Epilobium parviflorum Schreber

ONAGRACEAE Epilobium tetragonum L.

ORCHIDACEAE Anacamptis pyramidalis (L.) L.C.M. Richard

ORCHIDACEAE Cephalantera longifolia (L.) Fritsch

ORCHIDACEAE Ophrys apifera Hudson

ORCHIDACEAE Ophrys bombyliflora Link

ORCHIDACEAE Ophrys lutea (Gouan) Cav.

ORCHIDACEAE Ophrys speculum Link.

ORCHIDACEAE Ophrys sphegodes Miller

ORCHIDACEAE Orchis italica Poiret

ORCHIDACEAE Serapias parviflora Parl.

OROBANCHACEAE Orobanche sanguinea C. Presl.

OSMUNDACEAE Osmunda regalis L.

15

OXALIDACEAE Oxalis corniculata L.

OXALIDACEAE Oxalis pes-caprae L.

PAPAVERACEAE Fumaria muralis Koch

PAPAVERACEAE Papaver rhoeas L.

PAPAVERACEAE Papaver somniferum L.

PINACEAE Pinus pinaster Aiton

PLANTAGINACEAE Plantago affra L.

PLANTAGINACEAE Plantago bellardii All.

PLANTAGINACEAE Plantago coronopus L.

PLANTAGINACEAE Plantago lagopus L.

PLANTAGINACEAE Plantago lanceolata L.

PLANTAGINACEAE Plantago major L.

PLANTAGINACEAE Plantago serraria L.

PLUMBAGINACEAE Armeria welwitschii Boiss.

PLUMBAGINACEAE Limonium virgatum (Willd.) Fourr.

POLYGALACEAE Polygala monspeliaca L.

POLYGONACEAE Fallopia convolvulus (L.) A. Love

POLYGONACEAE Polygonum aviculare L.

POLYGONACEAE Polygonum equisetiforme Sibth. & Sm.

POLYGONACEAE Polygonum lapathifolium L.

POLYGONACEAE Polygonum persicaria L.

POLYGONACEAE Rumex acetosa L.

POLYGONACEAE Rumex angiocarpus Murb.

POLYGONACEAE Rumex bucephalophorus L.

POLYGONACEAE Rumex conglomeratus Murray

POLYGONACEAE Rumex crispus L.

POLYGONACEAE Rumex intermedius subsp. lusitanica Franco

POLYGONACEAE Rumex pulcher L.

POLYPODIACEAE Polypodium australe Fée

POLYPODIACEAE Polypodium vulgare L.

POTAMOGETONACEAE Potamogetum polygonifolius Pourr.

PRIMULACEAE Anagalis arvensis L.

PRIMULACEAE Anagalis monelli L.

PRIMULACEAE Anagalis tenella (L.) L.

PRIMULACEAE Asterolinon linum-stellatum (L.) Duby

PRIMULACEAE Primula acaulis subsp. acaulis (L.) Hill

16

PRIMULACEAE Samolus valerandi L.

RANUNCULACEAE Anemone palmata L.

RANUNCULACEAE Ranunculus bulbosus L.

RANUNCULACEAE Ranunculus bullatus L.

RANUNCULACEAE Ranunculus muricatus L.

RANUNCULACEAE Ranunculus parviflorus L.

RANUNCULACEAE Ranunculus peltatus subsp. baudotii (Godron) C. D. K. Cook

RANUNCULACEAE Ranunculus repens L.

RANUNCULACEAE Ranunculus tripartitus DC.

RANUNCULACEAE Thalicthrum speciosissimum L.

RESEDACEAE Reseda luteola L.

RHAMNACEAE Frangula alnus Miller

RHAMNACEAE Rhamnus alaternus L.

RHAMNACEAE Rhamnus oleoides L.

ROSACEAE Agrimonia eupatoria L.

ROSACEAE Aphanes maroccana Hylander & Rothm.

ROSACEAE Crataegus monogyna Jacq.

ROSACEAE Geum sylvaticum Pourret

ROSACEAE Potentilla reptans L.

ROSACEAE Prunus cerasus L.

ROSACEAE Rosa pouzinii Tratt.

ROSACEAE Rosa sempervirens L.

ROSACEAE Rubus ulmifolius Schott

ROSACEAE Sanguisorba minor Scop.

RUBIACEAE Crucianela maritima L.

RUBIACEAE Galium aparine L.

RUBIACEAE Galium divaricatum Lam.

RUBIACEAE Galium minutulum Jordan

RUBIACEAE Galium murale (L.) All.

RUBIACEAE Galium palustre L.

RUBIACEAE Galium verrucosum Hudson

RUBIACEAE Rubia peregrina L.

RUBIACEAE Sherardia arvensis L.

RUBIACEAE Valantia muralis L.

SALICACEAE Populus alba L.

SALICACEAE Populus nigra L.

17

SALICACEAE Salix alba L.

SALICACEAE Salix atrocinerea Brot.

SANTALACEAE Osyris alba L.

SAXIFRAGACEAE Saxifraga cintrana Kuzinsky ex Willk

SCROPHULARIACEAE Antirrhinum linkianum Boiss. & Reut.

SCROPHULARIACEAE Bartsia aspera (Brot.) Lange

SCROPHULARIACEAE Bellardia trixago (L.) All.

SCROPHULARIACEAE Cymbalaria muralis P. Gaertner, B. Meyer & Scherb.

SCROPHULARIACEAE Digitalis purpurea subsp. purpurea L.

SCROPHULARIACEAE Linaria spartea subsp. spartea (L.) Willd.

SCROPHULARIACEAE Misopates orontium (L.) Rafin.

SCROPHULARIACEAE Parentucelia viscosa (L.) Caruel

SCROPHULARIACEAE Scrophularia auriculata L.

SCROPHULARIACEAE Scrophularia balbissi Hornem.

SCROPHULARIACEAE Scrophularia frutescens L.

SCROPHULARIACEAE Scrophularia scorodonia L.

SCROPHULARIACEAE Sibthorpia europaea L.

SCROPHULARIACEAE Verbascum litigiosum Samp.

SCROPHULARIACEAE Verbascum sinuatum L.

SCROPHULARIACEAE Veronica arvensis L.

SCROPHULARIACEAE Veronica persica poiret

SOLANACEAE Solanum nigrum L.

SPARGANIACEAE Sparganium emersum Rehmann

SPARGANIACEAE Sparganium erectum subsp. erectum L.

SPARGANIACEAE Sparganium erectum subsp. neglectum (Beeby) Schinz & Thell.

TAMARICACEAE Tamarix africana Poiret

THYMELAEACEAE Daphne gnidium L.

TYPHACEAE Typha dominguensis (Pers.) steudel

TYPHACEAE Typha latifolia L.

ULMACEAE Ulmus minor Miller

UMBELLIFERAE Ammi majus L.

UMBELLIFERAE Angelica sylvestris L.

UMBELLIFERAE Apium graveolens L.

UMBELLIFERAE Apium nodiflorum (L.) Lag.

UMBELLIFERAE Conopodium capillifolium (Guss.) Boiss.

UMBELLIFERAE Crithmum maritimum L.

18

UMBELLIFERAE Daucus carota L.

UMBELLIFERAE Daucus carota subsp. maritimus (Lam.) Batt.

UMBELLIFERAE Daucus setifolius Desf.

UMBELLIFERAE Eryngium dilatatum Lam.

UMBELLIFERAE Eryngium maritimum L.

UMBELLIFERAE Foeniculum vulgare Miller

UMBELLIFERAE Heracleum sphondylium L.

UMBELLIFERAE Hydrocotyle vulgaris L.

UMBELLIFERAE Oenanthe crocata L.

UMBELLIFERAE Peucedanum lancifolium Lange

UMBELLIFERAE Scandix pecten-veneris L.

UMBELLIFERAE Seseli tortuosum L.

UMBELLIFERAE Smyrnium olusatrum L.

UMBELLIFERAE Thapsia villosa L.

UMBELLIFERAE Torilis arvensis (Hudson) Link

UMBELLIFERAE Torilis nodosa (L.) Gaertner

URTICACEAE Urtica dubia Forskal

VALERIANACEAE Centrantus calcitrapa (L.) Dufresne

VALERIANACEAE Centrantus ruber (L.) DC.

VALERIANACEAE Valeriana tuberosa L.

VERBENACEAE Verbena officinalis L.

VITACEAE Vitis vinifera L.