estudo "as cadeias de abastecimento da banana e as consequências das práticas comerciais injustas"
DESCRIPTION
A banana é um dos principais produtos básicos, bem como uma importante fonte de rendimento para os países em desenvolvimento e a fruta mais consumida na Europa e América do Norte. Este estudo, desenvolvido pelo projeto "Make Fruit Fair/Fruta Tropical Justa", permitiu investigar as cadeias de valor de banana na Europa e as Práticas Comerciais Injustas (UTP) entre compradores de fruta europeus e produtores de banana nos países exportadores, as suas consequências sobre os agricultores e trabalhadores, e a sua relação com a pressão sobre os preços nos mercados europeus. O objetivo é sensibilizar para as questões sociais e ambientais relacionadas com a produção e comércio da banana (e ananás). Saiba mais em www.makefruitfair.org/pt-ptTRANSCRIPT
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AS CADEIAS DE ABASTECIMENTO DA BANANA E AS CONSEQUNCIAS DAS PRTICAS COMERCIAIS INJUSTAS
Outubro 2015
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Introduo
A banana um dos principais produtos bsicos, bem como uma importante fonte de
rendimento para os pases em desenvolvimento e a fruta mais consumida na Europa e
Amrica do Norte. A economia da banana , h dcadas, um exemplo central de injustia
nas relaes comerciais e de concentrao de poder nas mos de poucas empresas
multinacionais, afetando as vidas de milhares de pequenos agricultores e trabalhadores da
indstria. Recentemente, o aumento de poder de mercado de retalhistas e a competio
entre grandes empresas fruteiras, que procuram manter-se como fornecedores favoritos,
levou a que as cadeias de distribuio da banana sejam crescentemente dominadas por
supermercados, especialmente na Europa.
Desde o incio de 2010, um consrcio de organizaes da sociedade civil europeia comeou
uma campanha sob o lema Make Fruit Fair/Fruta Tropical Justa, para sensibilizar para as
questes sociais e ambientais relacionadas com a produo e comrcio da banana (e
anans). Os apoiantes desta campanha tm sido incentivados a responder a apelos de ao
urgente sobre, em particular, liberdade de associao, discriminao no local de trabalho e
salrios dignos para os trabalhadores em plantaes.
Em 2012, a campanha Make Fruit Fair/Fruta Tropical Justa comeou a explorar a crescente
necessidade de reforma da lei europeia para a competio e da regulao do poder de
compra dos supermercados a nvel da UE. Neste ponto em concreto, h a assinalar a
comunicao da Comisso Europeia, publicada em 2014, sobre as Praticas Comerciais
Injustas (UTP, na sigla em ingls) de retalhistas da UE. No incio de 2016, est prevista a
publicao de um relatrio mais detalhado da UE que aborde o rumo a seguir pela UE
perante as UTP, incluindo uma anlise das aes dos Estados-membros relativas a
competio e uma avaliao independente da Iniciativa Voluntria da Cadeia de
Abastecimento (SCI) junto da Comisso Europeia.
Neste contexto, a campanha Make Fruit Fair/Fruta Tropical Justa decidiu encomendar este
estudo no sentido de investigar:
- As cadeias de valor de banana na Europa, concentrando-se nos seguintes pases: Reino
Unido, Portugal, Malta, Itlia, Frana, Alemanha, ustria, Repblica Checa, Hungria, Polnia,
Letnia e Romnia;
- Prticas Comerciais Injustas (UTP) entre compradores de fruta na Europa e produtores de
banana nos pases exportadores, as suas consequncias sobre os agricultores e
trabalhadores, e a sua relao com a presso sobre os preos nos mercados europeus.
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Resumo
Resumo
Hoje, as vendas de comida esto crescentemente concentradas nos modernos retalhistas
(hipermercados, supermercados e cadeias de lojas). Em 2014, os dez maiores retalhistas na
Europa eram responsveis por quase 50% das vendas atuais de produtos alimentares. As
autoridades para a competio de vrios pases comearam a questionar o impacto do poder
de mercado dos supermercados sobre os seus fornecedores, lideradas pelo Reino Unido,
que criou um gabinete de arbitragem e um Cdigo de Conduta para os bens alimentares,
para regular a relao entre os supermercados e os seus fornecedores dentro do Reino
Unido.
At 90% dos frutos e vegetais frescos que esto venda na Europa so comprados ao
retalho moderno. As bananas so um bem de consumo bsico para os retalhistas no que
toca imagem que estabelecem dos seus preos e para atrarem clientes, o que cria uma
competio feroz entre os retalhistas. Em resultado, o preo mdio junto do consumidor para
as bananas, a fruta mais importada para a Europa, 25% mais baixo na Europa do que o
das mas, a fruta local mais consumida.
Os supermercados ganham poder de mercado
A Unio Europeia o maior importador a nvel mundial de bananas, a maioria provenientes
da Amrica Latina. A indstria de importao era, tradicionalmente, dominada por empresas
verticalmente integradas, que controlavam todas as operaes ao longo da cadeia a
produo, transporte, importao e amadurecimento. Nos anos 1980, cinco empresas
(Chiquita, Del Monte, Dole, Noboa e Fyffes) controlavam o comrcio de 80% das bananas a
nvel mundial. Contudo, um acentuado desinvestimento destas empresas nas plantaes e
navios que eram sua propriedade reduziu o maior obstculo entrada de empresas no incio
e no final da cadeia da banana. Este processo levou a que a Chiquita, Dole, Del Monte e
Fyffes controlem apenas 39% do comrcio de bananas na Europa. Por outro lado, so agora
os retalhistas que crescentemente controlam as cadeias de valor da banana, com as
empresas integradas fruteiras a competir para serem os seus fornecedores favoritos. Na
Alemanha e Reino Unido, os retalhistas comeam a comprar diretamente aos produtores.
Os preos descem
Os preos junto dos consumidores estagnaram ou aumentaram muito ligeiramente desde
2001, exceto no Reino Unido, onde uma guerra de preos de banana entre retalhistas fez
descer os preos junto do consumidor pela metade. Em forte contraste, na maioria dos
pases (exceto no Reino Unido), os preos por atacado desceram em mais de 25%, enquanto
os retalhistas aumentaram a sua fatia no mercado da banana para entre 36% e 43%.
Esta descida nos preos de importao foi transferida para todos os pases que so os
principais produtores para a UE, onde o valor deixado na origem caiu entre 20% e 50% em
termos reais. Ao mesmo tempo, h aumentos significativos nos custos de produo e de
vida. Os insumos, tais como os fertilizantes e os pesticidas, aumentaram cerca de 130%,
enquanto os custos elevados de cumprimento de padres de qualidade, sanitrios e
ambientais obrigatrios para as bananas que entram no mercado europeu so pagos
sobretudo pelos produtores. Para os trabalhadores e os agricultores da indstria, os custos
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com a sua alimentao, sade e outros custos de vida dispararam desde 2001 na
Repblica Dominicana, por exemplo, aumentaram 278%.
Impactos sociais e ambientais nos pases produtores
Os elevados custos de produo e de vida geram e ampliam impactos sociais e ambientais
significativos na maioria dos pases produtores de banana, incluindo a privao de direitos
humanos bsicos, discriminao de gnero (incluindo nveis baixos de emprego para as
mulheres), rendimentos abaixo de um salrio digno e longas horas de trabalho. Alm disso,
os trabalhadores esto muitas vezes insuficientemente protegidos contra os efeitos de uma
aplicao intensiva de agroqumicos txicos, sofrendo consequncias graves ao nvel da
sade. A intensificao da produo em larga escala de bananas para exportao, muitas
vezes sem prticas de produo ecolgica, est a resultar na poluio da terra, de cursos de
gua e aquferos, a prejudicar comunidades locais e a reduzir a biodiversidade.
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Prticas Comerciais Injustas
As Prticas Comerciais Injustas (UTP) tm sido definidas pela Comisso Europeia (CE)
como aquelas que evitam manifestamente uma boa conduta comercial, contrariam as
exigncias da boa-f e das trocas justas e so unilateralmente impostas por um dos parceiros
comerciais ao outro. Para elaborar este relatrio, foram entrevistados mais de 60 atores do
setor da indstria bananeira, para uma melhor compreenso de como surgem as UTP no
setor.
Um clima de medo
Em primeiro lugar, deve assinalar-se que recolher provas de UTP na indstria bananeira
uma atividade sujeita a um clima de medo, com muitos entrevistados a temerem reaes
negativas dos compradores e uma potencial perda no mercado se fossem identificados. Os
inquiridos no s pediram o anonimato, como ainda que no fosse divulgado o pas onde se
encontram.
Desequilbrio de poder negocial
Os preos e contratos so maioritariamente negociados a curto prazo, ao nvel nacional, mas
at os maiores comerciantes sublinham o desequilbrio do seu poder de negociao face aos
retalhistas. Isto tornou-se evidente no caso da Aldi, cujo preo de compra, concluiu a CE, se
tinha tornado essencial para definir o preo de mercado.
Outra tendncia nos contratos a longo prazo que est a aumentar a presso comercial
vinda dos retalhistas o uso de clusulas abusivas ou leoninas pelos importadores,
permitindo ao comprador desistir de um contrato se a sua margem for insuficiente, o que
deixa os produtores com as perecveis bananas por vender. O risco transferido do
comprador para os exportadores e os produtores, especialmente os mais pequenos
produtores.
Este fenmeno pode agravar-se durante a poca baixa comercial das bananas, quando a
procura decresce durante o vero europeu, j que h fruta local disponvel.
Simultaneamente, a produo na Amrica Latina tem tendncia a ser mais elevada nesta
altura do ano, o que gera uma sobre-oferta e mais presso sobre os preos, deixando aos
produtores com fruta indesejada como alternativa, a venda a preos mais baixos no mercado
local.
Pequenos produtores mais vulnerveis
Os pequenos produtores so os mais vulnerveis e os mais negativamente afetados pelas
UTP. So frequentemente usados para produzir volumes tampo por plantaes maiores,
mas tm um alcance limitado para vender as suas bananas noutro local quando as ordens
so canceladas em cima da hora. A baixa produtividade leva a que muitos pequenos
produtores escolham simplesmente deixar o setor, criando problemas sociais em zonas com
poucas outras hipteses legtimas de empregos.
As UTP so tambm elementos determinantes na degradao das condies de trabalho. A
competio, entre os produtores, para abastecer os retalhistas europeus, resulta no aumento
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do trabalho pago tarefa, de contratos a curto prazo e da utilizao de subcontratao,
tornando o trabalho mais precrio e dependente de trabalhadores migrantes vulnerveis.
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Consequncias para os consumidores
Apesar dos fornecedores serem os primeiros a sofrer as consequncias da atual situao do
comrcio da banana provvel que as consequncias negativas sobre os consumidores
surjam mais cedo ou mais tarde.
Se os retalhistas continuarem a guardar uma fatia cada vez mais excessiva dos valores da
banana e os preos de compra forem baixados a nveis insustentveis, os fornecedores tero
de lutar para sobreviver. A consequncia ser que os produtores mais pequenos estaro
mais vulnerveis face extino.
E, em ltima anlise, o resultado pode muito bem ser o estabelecimento de cadeias
altamente concentradas, desde os retalhistas aos produtores, a quem faltar resilincia,
gerando mais impactos sociais e ambientais negativos nos pases produtores.
a) Portugal
O mercado alimentar portugus
A economia portuguesa sofreu um forte abalo com a recesso financeira global e continua a
lutar para recuperar, conduzindo a tendncias divergentes.
Por um lado, os 10,6 milhes de consumidores de Portugal tm estilos de vida
crescentemente ocupados e exigem mais fast food, produtos de convenincia e refeies
pr-feitas para satisfazer as suas necessidades.1
Por outro lado, a distribuio retalhista de alimentos mudou significativamente desde a crise
econmica portuguesa: os cortes oramentais levaram os consumidores a procurar
mercearias e lojas de descontos perto de casa para evitar gastar tempo e dinheiro num
hipermercado e para evitar gastar em bens desnecessrios. Isto teve um impacto negativo
sobre os servios de comida j feita, com os consumidores a comear a cozinhar em casa e
a preparar refeies para os dias de semana. Ao mesmo tempo, h um foco continuado dos
consumidores em dietas saudveis e na qualidade da sua comida. 2
Os retalhistas modernos de mercearia dominam o mercado alimentar com uma fatia de 84%
do valor total. No entanto, as mercearias tradicionais continuam a liderar no nmero de lojas.
Face crescente popularidade das pequenas lojas de retalho, os grandes retalhistas de
mercearias reviram os seus planos de expanso para hipermercados. Em vez disso,
investiram em lojas de retalho mais pequenas, que lhes permitiram crescer nos centros das
cidades. Como resultado, os supermercados aumentaram o seu valor em vendas 4% desde
2010 com melhores resultados do que os hipermercados e lojas de descontos enquanto
os hipermercados tiveram um resultado fraco, com um crescimento de apenas 1% desde
2010.3
1Agrifood Canada, Portugal report: past, present and future trends, february 2012
2USDA, Portuguese Food and Grocery Retail Sector, julho 2015 3Ibid.
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As lojas de descontos so vistas como um local onde comprar algumas coisas, mas no para
as compras semanais, embora isto possa mudar medida que este tipo de loja comea a
exibir produtos frescos. 4
As vendas totais de comida por lojas de retalho em Portugal podem ser estimadas da
seguinte forma:
Figura 89: Vendas totais de comida por lojas de retalho em Portugal (2014)
Fonte: BASIC, com base nos dados do Euromonitor da USDA em 2015
Em termos de empresas, o setor do retalho alimentar dominado por trs empresas que
contabilizam quase 50% do mercado moderno de mercearia, como indicado no diagrama
seguinte (uma delas, Intermarch, um grupo de retalho francs):
4Ibid.
50%
16%
2%
22%
10%
1 - Vendas totais de comida por lojas de retalho em Portugal
Supermercados Hipermercados
Lojas convenincia Mercearias
Lojas de desconto
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Figura 90: Vendas de alimentos por retalhista em Portugal (2014)
Fonte: BASIC, com base nos dados do Planet Retail
Como anteriormente descrita, a procura de produtos mais saudveis e mais naturais e de
alta qualidade a um preo acessvel, especialmente frutas frescas, est em alta em Portugal.
Neste contexto, a banana a terceira fruta mais comida no pas (como demonstra o diagrama
seguinte) e estima-se que o seu consumo per capita seja de 13 kg por pessoa por ano, um
valor to alto como na Alemanha5.
Figura 91: Frutas mais consumidas em Portugal (2011)
Fonte: BASIC, com base em dados do Eurostat e FAO
5BASIC, com base nos dados de Comtrade e CIRAD data
20%
20%
8%
52%
Vendas de alimentos por retalhista em Portugal
Jernimo Martins SONAE Intermarch Outros
12%
21%
26%
5%
5%
7%5%
Principais Frutas consumidas em Portugal (por volume)
Bananas Maas Citrinos Pssegos Uvas Peras Anans Outros
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A cadeia de valor da banana em Portugal
A dimenso total do mercado da banana de cerca de 150.000 toneladas.
No h informao pblica disponvel sobre os importadores de bananas em Portugal.
Segundo as estatsticas disponveis (publicadas pela Eurostat, Comtrade e CIRAD), a
dinmica do mercado relacionado com a cadeia de valor da banana a seguinte (ver grfico
seguinte):
- O preo mdio junto do consumidor est em linha com a mdia da UE cerca de 1,45
euros/kg em 2014 e tem vindo a descer ligeiramente ao longo da ltima dcada, caindo
9% desde 2003, em valores ajustados inflao;
- Em comparao, o preo mdio de venda por atacado aumentou ligeiramente durante o
mesmo perodo, especialmente desde o fim do sistema de quotas europeu para as bana-
nas em 2005;
- Finalmente, o preo mdio de importao da banana em Portugal manteve-se globalmente
estvel desde 2003; estava nos 0,6 euros/kg em 2014 (pouco mais de 40% do preo dos
retalhistas).
Figura 92: Cadeia de valor da banana em Portugal (2003-2014)
Source: BASIC, based on Eurostat, Comtrade and CIRAD data
De acordo com as mesmas fontes estatsticas (ver grfico seguinte), os pases produtores
de banana que abastecem Portugal so principalmente a Colmbia e a Costa Rica, seguidos
pelo Equador.
Um elemento distintivo de Portugal na Europa que Espanha (Ilhas Canrias) e Portugal
(Madeira) ocupam a 4 e 5 posies nas importaes nacionais de banana devido a laos
econmicos histricos.
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Figura 93: Volume de importao de banana por origem em (2000-2014)
Fonte: BASIC, com base nos dados da Eurostat e Comtrade
No que toca aos preos, as estatsticas mostram que os dois maiores pases fornecedores
de banana Colmbia e Costa Rica sofreram uma queda significativa de 25% desde 2000,
enquanto o Equador recuperou recentemente o mesmo nvel de preo de h 15 anos (ver
grfico seguinte).
Esta situao contrasta com a subida dos custos de produo e de vida (ver a seo de
pases produtores para mais detalhes).
As mudanas no volume de importao de cada pas no parecem estar diretamente
correlacionadas com os diferenciais de preo entre aqueles.
Figura 94: Preos de importao de banana por origem em Portugal (2000-2014)
Fonte: BASIC, com base nos dados da Eurostat e Comtrade
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Como resultado, estima-se que o valor da banana possa decompor-se ao longo da cadeia
desde a fatia dos retalhistas (que inclui o IVA) at ao salrio dos trabalhadores da
seguinte forma (os clculos foram feitos para uma plantao de tamanho mdio na Colmbia
no caso dos pequenos agricultores, a fatia dos trabalhadores seria muito menor, j que
muito do trabalho realizado pela famlia):
Figura 95: Decomposio do valor da banana, entre a Colmbia e Portugal (2014)
Fonte: BASIC, com base nos dados da Eurostat, Comtrade, Sopisco, CIRAD e Augura
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PRINCIPAIS CONCLUSES
- Os retalhistas de mercearia modernos dominam o mercado alimentar portugus, com 84%
do total do valor. Tendo a crise econmica afetado severamente Portugal, os consumidores
esto a afastar-se do formato dos hipermercados, procurando adaptar o seu oramento aos
cortes e reduzir gastos desnecessrios. O mercado retalhista alimentar controlado por trs
grandes empresas, que contam com quase 50% das vendas;
- A banana a terceira fruta mais consumida em Portugal e o seu consumo per capita to
elevado como na Alemanha. O preo junto do consumidor caiu 9% em termos reais desde
2003 e o preo da importao dos dois maiores pases fornecedores de Portugal Colmbia
e Costa Rica caiu 25% desde 2000;
- Estas tendncias contrastam com o crescimento rpido dos custos de produo e de vida
nesses pases fornecedores de banana ver a seo de pases produtores neste relatrio
para mais informao.
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Ficha Tcnica
Este um sumrio em Portugus do estudo Banana value chains in Europe and the
consequences of Unfair Trading Practices (clique no link para consultar o estudo na ntegra) com
especial enfoque para a situao da cadeia de abastecimento da banana em Portugal
O estudo completo destaca as principais concluses do estudo que investigou a forma de
operar das cadeias de abastecimento da banana na Europa, nomeadamente na ustria,
Repblica Checa, Frana, Alemanha, Hungria, Itlia, Letnia, Malta, Polnia, Portugal, Romnia
e Reino Unido e as Prticas Comerciais Injustas entre compradores de frutas na Europa e
produtores de banana nos pases exportadores, as suas consequncias para os agricultores e
trabalhadores do setor bananeiro, bem como a relao com a presso sobre os preos nos
mercados europeus.
Este estudo foi elaborado no mbito do projeto Fruta Tropical Justa.
Foi produzido graas ao apoio dos peritos e parceiros na Europa e na Amrica latina, em
particular:
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Traduo em Portugus: Andrea Duarte
Grfico Sero as Bananas que consumismos Justas: Diogo Lencastre
https://issuu.com/imvf/docs/banana_value_chain_research_final_w
Financiado por:
Este projeto coordenado em Portugal pelo IMVF. Saiba mais
aqui:
Facebook: Atores pelo Desenvolvimento
Este documento foi elaborado no mbito do projeto Make Fruit Fair (DCI-
NSAED/2014/338-131) com a ajuda financeira da Unio Europeia. O
contedo deste documento da exclusiva responsabilidade dos autores e
no pode, em caso algum, ser considerado como expresso das posies
da campanha Make Fruit Fair.