estrutura econÔmico-produtiva e a dinÂmica urbano ... · são carlos, são domingos, são joão...

13
ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO- REGIONAL DE CHAPECÓ SC, BRASIL EDUARDO VON DENTZ 1 Resumo: Com a possibilidade de retomada do crescimento econômico, após a crise mundial que antecedeu a década de 1970, observou-se a reestruturação econômico-produtiva de diferentes setores da economia ocorrendo em diferentes partes do mundo. Neste sentido, constata-se o crescimento em diferentes porções do território brasileiro, de complexos econômicos-produtivos ligados, sobretudo, a agropecuária e a indústria. Neste contexto, o município de Chapecó e o seu entorno, no Oeste catarinense, é um claro exemplo de onde emergiram diferentes cadeias produtivas e complexos agroindustriais, ou seja, diferentes segmentos de agronegócios. Trata-se de uma cidade situada numa região na qual a formação econômica e social (MARX e ENGELS, 2011), ou mesmo a formação socioespacial denominada por Santos (1977), é decorrente da Pequena Produção Mercantil (PPM), datada, principalmente, da segunda metade do século XX, que se reestruturou e se reinventou, com diversos financiadores especialmente o Estado, resultando nas diferentes cadeias produtivas do agronegócio e nos complexos agroindustriais (CAIs) (ESPÍNDOLA, 1999) que estão sediados em Chapecó, mas com filiais em outros importantes centros urbanos da região Oeste catarinense. Trata- se, portanto, de mudanças que tornaram Chapecó uma cidade portadora de uma estrutura econômico- produtiva capaz de concentrar, segundo a estimativa populacional do IBGE (2017), mais de 213 mil habitantes, sendo a maior cidade da mesorregião Oeste catarinense, que segundo o IBGE (2017) cresce, em termos populacionais, em média 2,2% ao ano. Além disso, segundo dados da Secretaria de Estado e planejamento de Santa Catarina, no ano de 2015, 1,9% do PIB chapecoense estava ligado à agropecuária, 24,8% à indústria, 15% ao comércio, 22,6% à administração pública e impostos e 37,5% ao segmento de prestação de serviços. Esses dados, por sua vez, demonstram que embora a constituição dos complexos agroindustriais, baseados nos diversos agronegócios em potencial na região de Chapecó tenham sido os principais propulsores da economia chapecoense por longas décadas, atualmente a participação da prestação de serviços e administração pública e impostos apresentam-se como setores dinâmicos que centralizam mais de metade do PIB do município. Portanto, o objetivo principal do presente artigo é desvendar a estrutura econômico-produtiva de Chapecó e sua capacidade de impacto na dinâmica urbano-regional, considerando que essa cidade serve funcionalmente como centralidade urbana para centenas de municípios da região. Metodologicamente, utiliza-se quatro passos para a elaboração do artigo, a saber: 1) levantamento bibliográfico e de dados, 2) trabalhos de campo e visitas técnicas, 3) organização e tabulação dos dados e informações coletadas e 4) análise dos dados. Palavras chave: Urbano-regional; Agronegócios; Estrutura produtiva; Chapecó. Abstract: With the possibility of recapture of economic growth, after the world crisis that preceded the 1970s, saw the economic-productive restructuring of different sectors of the economy occurring in different parts of the world. This sense, vitrificated the growth in different parts of the Brazilian territory, of economic-productive complexes linked, principally, to agriculture and industry. In this context, the municipality of Chapecó and its around, in the West of Santa Catarina, is a clear example of where different productive chains and agroindustry complexes emerged, that is, different segments of agribusiness. It is a city located in a region where the economic and social formation (MARX and ENGELS, 2011), or even the socio-spatial formation denominated by Snatos (1977), is derived of the Small Commercial Production (PPM) of the second part of the twentieth century, which was restructured 1 Acadêmico do curso de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista de doutorado CNPq. E-mail de contato: [email protected].

Upload: others

Post on 19-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO-

REGIONAL DE CHAPECÓ – SC, BRASIL

EDUARDO VON DENTZ1

Resumo: Com a possibilidade de retomada do crescimento econômico, após a crise mundial que

antecedeu a década de 1970, observou-se a reestruturação econômico-produtiva de diferentes setores

da economia ocorrendo em diferentes partes do mundo. Neste sentido, constata-se o crescimento em

diferentes porções do território brasileiro, de complexos econômicos-produtivos ligados, sobretudo, a

agropecuária e a indústria. Neste contexto, o município de Chapecó e o seu entorno, no Oeste

catarinense, é um claro exemplo de onde emergiram diferentes cadeias produtivas e complexos

agroindustriais, ou seja, diferentes segmentos de agronegócios. Trata-se de uma cidade situada numa

região na qual a formação econômica e social (MARX e ENGELS, 2011), ou mesmo a formação

socioespacial denominada por Santos (1977), é decorrente da Pequena Produção Mercantil (PPM),

datada, principalmente, da segunda metade do século XX, que se reestruturou e se reinventou, com

diversos financiadores especialmente o Estado, resultando nas diferentes cadeias produtivas do

agronegócio e nos complexos agroindustriais (CAIs) (ESPÍNDOLA, 1999) que estão sediados em

Chapecó, mas com filiais em outros importantes centros urbanos da região Oeste catarinense. Trata-

se, portanto, de mudanças que tornaram Chapecó uma cidade portadora de uma estrutura econômico-

produtiva capaz de concentrar, segundo a estimativa populacional do IBGE (2017), mais de 213 mil

habitantes, sendo a maior cidade da mesorregião Oeste catarinense, que segundo o IBGE (2017)

cresce, em termos populacionais, em média 2,2% ao ano. Além disso, segundo dados da Secretaria

de Estado e planejamento de Santa Catarina, no ano de 2015, 1,9% do PIB chapecoense estava ligado

à agropecuária, 24,8% à indústria, 15% ao comércio, 22,6% à administração pública e impostos e

37,5% ao segmento de prestação de serviços. Esses dados, por sua vez, demonstram que embora a

constituição dos complexos agroindustriais, baseados nos diversos agronegócios em potencial na

região de Chapecó tenham sido os principais propulsores da economia chapecoense por longas

décadas, atualmente a participação da prestação de serviços e administração pública e impostos

apresentam-se como setores dinâmicos que centralizam mais de metade do PIB do município.

Portanto, o objetivo principal do presente artigo é desvendar a estrutura econômico-produtiva de

Chapecó e sua capacidade de impacto na dinâmica urbano-regional, considerando que essa cidade

serve funcionalmente como centralidade urbana para centenas de municípios da região.

Metodologicamente, utiliza-se quatro passos para a elaboração do artigo, a saber: 1) levantamento

bibliográfico e de dados, 2) trabalhos de campo e visitas técnicas, 3) organização e tabulação dos

dados e informações coletadas e 4) análise dos dados.

Palavras chave: Urbano-regional; Agronegócios; Estrutura produtiva; Chapecó.

Abstract: With the possibility of recapture of economic growth, after the world crisis that preceded the

1970s, saw the economic-productive restructuring of different sectors of the economy occurring in

different parts of the world. This sense, vitrificated the growth in different parts of the Brazilian territory,

of economic-productive complexes linked, principally, to agriculture and industry. In this context, the

municipality of Chapecó and its around, in the West of Santa Catarina, is a clear example of where

different productive chains and agroindustry complexes emerged, that is, different segments of

agribusiness. It is a city located in a region where the economic and social formation (MARX and

ENGELS, 2011), or even the socio-spatial formation denominated by Snatos (1977), is derived of the

Small Commercial Production (PPM) of the second part of the twentieth century, which was restructured

1 Acadêmico do curso de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista de doutorado CNPq. E-mail de contato: [email protected].

Page 2: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

and reinvented, with several financiers, especially the State, resulting in the different agribusiness

production chains and the agroindustry complexes (ESPÍNDOLA, 1999) which are located in Chapecó,

but with branches in other important urban centers of the West region Santa Catarina. It is therefore a

question of changes that made Chapecó a city with an economic and productive structure capable of

concentrating, according to the IBGE population estimate (2017), more than 213 thousand peoples,

being the largest city in the West of Santa Catarina, that according IBGE (2017) grows, in terms

populationally, in media 2,2% per year. In addition, according to data from the Secretariat of State and

Planning of Santa Catarina, in 2015, 1,9% of Chapeco’s PIB was linked to agriculture, 24,8% to industry,

15% to commerce, 22,6% to public administration and taxes, and 37,5% to the service rendering

segment. These dates, on the other hand, demonstrate that although the agroindustry complexes, based

on the various potential agribusiness in the Chapecó region, have been the main propellant principally

of the Chapecó economy for decades, nowadays the participation of public services and administration

and taxes are presented as dynamic sectors that centralize more than half of the municipality’s PIB.

Therefore, the main objective of this article is to uncover the economic-productive structure of Chapecó

and its capacity of impact in the urban-regional dynamics, considering that this city serves functionally

as urban centrality for hundreds of municipalities of the region. Methodologically, four steps are used

for the elaboration of the article, namely: 1) bibliographical and data collection, 2) fieldwork and technical

visits, 3) organization and tabulation of data and information collected, and 4) data analysis.

Key words: Urban-regional; Agribusiness; Productive structure; Chapecó.

1. Introdução

A caracterização da mesorregião Oeste de Santa Catarina e de Chapecó (Mapa

1), seu principal centro urbano, requer um olhar para a história da ocupação quando

se pretende compreender a estrutura produtiva desse espaço. Chapecó está inserida

num contexto que reflete, por diferentes aspectos, sua importância em relação ao

Oeste de Santa Catarina. Ainda assim, é válido mencionar que há uma pujança

produtiva, em torno dos agronegócios (grãos e carnes) e uma distribuição de

pequenas cidades (de até 70 mil habitantes) no Oeste catarinense que contribuem

para que Chapecó se destaque do ponto de vista econômico, populacional e de oferta

de serviços em escala regional.

Neste sentido, em termos gerais, atualmente a mesorregião Oeste de Santa

Catarina é constituída por 118 municípios2 e possui uma população que ultrapassa os

2 Abelardo Luz, Água Doce, Águas de Chapecó, Águas Frias, Alto Bela Vista, Anchieta, Arabutã, Arroio Trinta, Arvoredo, Bandeirante, Barra Bonita, Belmonte, Bom Jesus, Bom Jesus do Oeste, Caçador, Caibi, Calmon, Campo Erê, Capinzal, Catanduvas, Caxambu do Sul, Chapecó, Concórdia, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Cunhataí, Descanso, Dionísio Cerqueira, Entre Rios, Erval Velho, Faxinal dos Guedes, Flor do Sertão, Formosa do Sul, Fraiburgo, Galvão, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Guatambu, Herval d'Oeste, Ibiam, Ibicaré, Iomerê, Ipira, Iporã do Oeste, Ipuaçu, Ipumirim, Iraceminha, Irani, Irati, Itá, Itapiranga, Jaborá, Jardinópolis, Joaçaba, Jupiá, Lacerdópolis, Lajeado Grande, Lebon Régis, Lindóia do Sul, Luzerna, Macieira, Maravilha, Marema, Matos Costa, Modelo, Mondaí, Nova Erechim, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Ouro, Ouro Verde, Paial, Palma Sola, Palmitos, Paraíso, Passos Maia, Peritiba, Pinhalzinho, Pinheiro Preto, Piratuba, Planalto Alegre, Ponte

Page 3: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

1,2 milhões de habitantes (IBGE, 2010), o que representa cerca de 20% da população

total do estado de Santa Catarina3. Desse total, considerando uma média estabelecida

para toda a mesorregião, pode-se afirmar que em torno de 75% da população vive

nas cidades. Em algumas cidades como Chapecó, Xanxerê, Pinhalzinho, dentre

outras, essa porcentagem se aproxima dos 90%. Já do ponto de vista econômico, o

Oeste catarinense foi responsável, em 2010, por 19,2% do Produto Interno Bruto (PIB)

de Santa Catarina. A renda per capita da mesorregião é de R$ 20,5 mil, o que significa,

no escopo das seis mesorregiões do estado de Santa Catarina, a terceira melhor

renda per capita do estado, ficando atrás somente do Norte catarinense e do Vale do

Itajaí (IBGE, 2010).

Neste contexto, cabe enfatizar que a cidade de Chapecó (Mapa 1) desponta

como o principal centro dinâmico econômico-urbano da região. Pode-se dizer que nos

últimos vinte anos a cidade de Chapecó passou por transformações importantes, de

cunho econômico-estrutural, fazendo com que se configure, atualmente, não apenas

como o principal centro urbano da mesorregião Oeste catarinense, mas também como

um importante centro receptor de investimentos nos complexos transformadores dos

agronegócios (carnes e grãos) e no setor imobiliário-empresarial. Dessa forma,

segundo o (IBGE, 2017), a soma em valores monetários de todos os bens e serviços

finais produzidos em Chapecó alcançou um total de R$ 7,7 bilhões, no ano de 2015.

Nesta ótica, no período 2011-2015 o PIB de Chapecó (9,6%) apresentou um

ritmo de crescimento superior à média estadual (9,4%) e pouco inferior à média

nacional (10,4%) – considerando crescimento do PIB em valores correntes. Ao mesmo

tempo, esse crescimento significou a elevação de sua participação de 3,06% em 2011,

Serrada, Presidente Castelo Branco, Princesa, Quilombo, Rio das Antas, Riqueza, Romelândia, Saltinho, Salto Veloso, Santa Helena, Santa Terezinha do Progresso, Santiago do Sul, São Bernardino, São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista, São Miguel do Oeste, Saudades, Seara, Serra Alta, Sul Brasil, Tangará, Tigrinhos, Treze Tílias, Tunápolis, União do Oeste, Vargeão, Vargem Bonita, Videira, Xanxerê, Xavantina, Xaxim. 3 Na mesorregião Oeste catarinense, apenas o município de Chapecó ultrapassa os 100 mil habitantes, chegando a pouco mais de 216 mil. Entre 70 mil e 100 mil habitantes, aparecem Caçador e Concórdia. Entre 40 mil e 70 mil habitantes aparecem São Miguel do Oeste, Videira e Xanxerê. Entre 20 mil e 40 mil habitantes aparecem Fraiburgo, Herval d’Oeste, Joaçaba, Maravilha, São Lourenço do Oeste e Xaxim. Os demais municípios possuem população ainda menor, sendo que a grande maioria fica abaixo dos 10 mil habitantes.

Page 4: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

para 3,08% do PIB catarinense em 2015 (IBGE, 2017). Ao fracionar o valor total do

PIB de Chapecó (Mapa 1) nas principais áreas da economia do município,

considerando os dados de 2015, a Secretaria de Estado do Planejamento de Santa

Catarina, aponta que 1,9% do PIB esteve ligado à agropecuária, 24,8% à indústria,

15% ao comércio e 35,7% ao segmento de prestação de serviços. A administração

pública e os impostos representaram 22,6%.

Mapa 1: Localização da mesorregião Oeste de SC e suas principais cidades, com destaque para Chapecó.

Fonte: Base cartográfica do IBGE, 2010.

Neste contexto, o objetivo do presente artigo é desvendar a estrutura

econômico-produtiva de Chapecó e sua funcionalidade na dinâmica urbano-regional.

Para tanto, buscou-se levantar dados no IBGE, na Epagri/Cepa e no MAPA. Com

relação as fontes secundárias, destacam-se artigos em periódicos indexados, teses,

dissertações, livros e sítios de entidades empresariais e governamentais acessados

via internet. Ademais, visando atingir o objetivo anteposto, dividiu-se, além dessa

Page 5: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

introdução, o artigo em três partes: 1) processo de ocupação e transformações rurais-

urbanas em Chapecó e região; 2) dinâmica econômico-produtiva e a funcionalidade

regional de Chapecó; 3) considerações finais.

2. Processo de ocupação e transformações rurais-urbanas em Chapecó e região

Diferentemente das demais regiões do estado de Santa Catarina, a região

Oeste foi efetivamente ocupada a partir do início do século XX. Empresas de

colonização multinacionais (Southern Brazil Lumber and Colonizations), nacionais

(Sociedade Territorial Mosele, Eberle, Ahrons e Cia) e de capital comercial de Porto

Alegre (Bertaso), dentre outras, retalharam o Oeste catarinense em pequenos lotes

geralmente de 20 a 30 ha. Na sua grande maioria, os lotes foram vendidos aos

imigrantes italianos e alemães oriundos do RS4 (Espíndola, 1999; von Dentz e

Espíndola, 2019).

Ao adquirirem os lotes, na primeira metade do século XX, os imigrantes

contavam com a comercialização da erva-mate e da madeira, como atividades iniciais

de obtenção de renda e para a sobrevivência. Tanto a madeira quanto a erva-mate

faziam parte da vegetação natural da região, que eram facilmente comercializadas com

os estados do RS, PR e SP, mas também com a Argentina. No entanto, Espíndola

(1999) chama atenção para o fato de que, além do ciclo da madeira e da erva-mate,

se desenvolviam nas propriedades rurais plantações de feijão, trigo, milho, soja,

mandioca e a criação de galinhas, porcos e outros animais. Manifestavam-se, dessa

maneira, duas maneiras de existência da Pequena Produção, isto é, de um lado, as

4 De modo geral, do ponto de vista natural, o território de Santa Catarina pode ser caracterizado por

apresentar um altiplano levemente inclinado na sua porção Oeste e uma área que se desdobra numa borda do planalto até o mar, na sua porção Leste (PELUSO Jr, 1990). A primeira etapa de ocupação do território catarinense é marcada por duas correntes de povoamento, começadas em meados do século XVII, com a chegada dos vicentistas paulistas entrando pelo Norte e indo em direção ao Sul do estado; e a outra corrente de ocupação ocorreu no planalto e deslocava-se para os campos meridionais. A segunda etapa de ocupação ocorreu no século XVIII, com a instalação de milhares de açorianos e madeirenses. Tratou-se da maior intervenção geopolítica e geoeconômica do governo de Portugal no Sul do Brasil (MAMIGONIAN, 1999). A terceira etapa de povoamento, ocorrida a partir dos anos 1820, refere-se às colônias de povoamento próximo de Rio Negro e São Pedro de Alcântara. As colônias como a de Dona Francisca e a colônia Blumenau, no médio vale do rio Itajaí-Açu e as colônias italianas no Sul do estado também se consolidaram nesse período. O Oeste do estado teve seu processo de ocupação iniciado no início do século XX.

Page 6: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

famílias especializavam-se num determinado bem que seria entregue ao comércio

local/nacional e internacional; de outro, os pequenos produtores fabricavam seus

instrumentos de trabalho, praticavam a agricultura de subsistência.

No entanto, na medida em que aumentava a comercialização dos produtos

agrícolas dessa região catarinense, os produtores viam na comercialização da

produção a oportunidade de aumentar os ganhos. Segundo von Dentz e Espíndola

(2019), a partir de 1950, o que conceitualmente pode ser chamado de Pequena

Produção Mercantil, começou a passar por profundas transformações de ordem

técnica e econômica. Esse processo de transformação amplia-se nos anos 1960 com

os financiamentos para compra de insumos, máquinas, formação de cooperativas e

consolidação das agroindústrias que emergiram na região (Sadia, Perdigão, Chapecó,

Seara, dentre outras)5.

De modo geral, o processo de modernização da agropecuária do Oeste

catarinense, apoiado pelas políticas de crédito subsidiado, política tecnológica e

fundiária, foram fundamentais para criar um novo uso do tempo e da terra, para com

isso forjar o surgimento de diferentes agronegócios. Com os agronegócios, houve

aumento da produção agropecuária, ampliação dos ganhos de escala, diversificação

das atividades produtivas e a consolidação da região como produtora de alimentos.

Com isso, criou-se uma geração de produtores dos agronegócios que passaram a

orientar-se pela incorporação de sementes melhoradas geneticamente, melhoria das

pastagens, no manejo zootécnico, na introdução de novos processos e produtos,

dentre outros (Espíndola, 2016; von Dentz e Espíndola, 2019).

Esse processo de modernização continuou até 1990, quando a abertura

comercial – que eliminou a proteção aos setores dos agronegócios –, a

sobrevalorização cambial, a redução de tarifas de importação (Medeiros, 2009), a

desnacionalização de diferentes segmentos dos agronegócios e o achatamento do

sistema de crédito agropecuário; forçou os agronegócios do Oeste catarinense a um

intenso processo de reestruturação técnico-econômica (Espíndola, 2002). Dentre as

5 Outras transformações ainda foram visíveis. Dentre elas, destacam-se a redução da população rural, o aumento da safra de grãos e da área plantada de diversas culturas e da criação de suínos, aves, etc.

Page 7: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

principais mudanças ocorridas, destacam-se: a instalação de equipamentos

automatizados para as áreas de abate, a adoção de insumos químicos nos processos

de mistura e maturação, o lançamento de novos produtos com maior valor agregado,

a diversificação dos investimentos, as alterações patrimoniais e a especialização6 e

diversificação7 das atividades produtivas no setor alimentar da região.

3. Dinâmica econômico-produtiva e a funcionalidade regional de Chapecó

Desde quando o Oeste catarinense foi dividido do ponto de vista político-

administrativo, Chapecó foi um dos primeiros municípios a ser delimitado, o que do

ponto de vista temporal, lhe dá alguma vantagem em relação aos demais municípios

da região. Ademais, Chapecó encontra-se localizado em uma posição geográfica

(Mapa 1) estratégica na mesorregião Oeste de Santa Catarina, situando-se numa

posição central da região. Possui área territorial de 626 km², mas como já

demonstrado, serve de centralidade de serviços (públicos e privados) com atividades

ligadas à saúde, educação, comércio, eventos, empresas corporativas, bancos,

aeroporto, dentre outros; para toda a região. Neste sentido, exerce o papel de

centralidade urbana de maneira ainda mais acentuada sobre os municípios de Coronel

Freitas, Cordilheira Alta, Arvoredo, Seara, Caxambu do Sul, Planalto Alegre, Nova

Erechim, Águas Frias, Palmitos, Quilombo, dentre outros.

Em termos de população, a estimativa do IBGE (2018) apontou Chapecó com

um total de 216.654 habitantes. O Censo IBGE (2010) aponta que aproximadamente

91,6% da população do município reside na cidade, enquanto 8,4% reside na área

rural. Conforme aponta a tabela 1, em dezessete anos, de 1991 a 2018, considerando

a estimativa do IBGE, a população de Chapecó duplicou. Esse dado, em si, já

demonstra a capacidade de Chapecó se configurar no que Corrêa (1989) denomina

de economia de aglomeração, ou seja, das vantagens locacionais resultantes da

presença, em um mesmo local, de atividades que, estando isoladas, não teriam estas

6 A Cooperativa Aurora reduziu o número de integrados de suínos de 8.662, em 1990, para 5.947, em 1999. Já a Sadia diminuiu o número de integrados de suínos de 14.182 para 4.890, no mesmo período (GOULARTI FILHO, 2007). 7 As diversificações das atividades ocorreram, por exemplo, na Cooperativa Aurora, que passou a investir na industrialização de sucos e na cadeia produtiva de leite (SOUZA, 2014).

Page 8: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

vantagens. Para Corrêa (1989), pode-se ainda utilizar a expressão economias

externas de aglomeração, pois as vantagens obtidas não são internas a cada

atividade, mas externas a elas. A cidade de Chapecó, por reunir inúmeras atividades

econômicas, constitui-se em exemplo claro de economias de aglomeração: as

atividades locacionais centrais são exemplos, como o shopping center, as

revendedoras de veículos e autopeças, serviços públicos (saúde, educação e

aeroporto), encontradas em uma definida cidade e/ou localidade.

Tabela 1: Evolução da população do município de Chapecó – 1991 a 2018.

Ano 1991 2000 2010 2018

População 109.961 146.967 183.530 216.654 Fonte: Censos e estimativa (IBGE), 2010 e 2018.

No entanto, num contexto mais amplo, é pertinente inferir que a economia

brasileira possui diversos ramos produtivos, sendo que desde os anos 1980 a

estrutura econômica em escala nacional vem sofrendo modificações em função da

abertura comercial, das taxas baixas de crescimento – principalmente dos anos 1990

–, da sobre desvalorização do real, da redução do número de empregos e do saldo

negativo da balança comercial. Em escala estadual, na qual insere-se a estrutura

produtiva de Chapecó, pode-se dizer que os setores produtivos partiram para um

processo de reestruturação técnico-econômica, o que implica em mudanças nas

inovações e em processamento de produtos. O processo de inovação das estruturas

produtivas, iniciado nos anos 1990, se acentuou nos anos 2000, o que resultou na

ampliação do Valor Adicionado Bruto das atividades produtivas, tal como a ponta o

Gráfico 1.

Page 9: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

Gráfico 1: Participação das atividades econômicas no Valor Bruto da Produção (VAB) a preços correntes – Chapecó (2002-2016) em mil reais.

Fonte: Sistema Sidra (IBGE, 2016).

Diferentemente do que acontece para o estado de Santa Catarina, no qual o

VAB da indústria chegou a 35% do VAB total em 2016, para Chapecó o VAB da

indústria alcança os 27%, no mesmo ano. Isso não significa, no entanto, que a

indústria de Chapecó não seja importante para a composição do seu PIB. Ao contrário,

no decorrer do tempo que aparece no gráfico 1, o setor industrial do município sempre

esteve próximo aos 30% do VAB total, o que requer maior atenção analítica, já que a

indústria é o setor que mais investe em progresso técnico e transformação de

produtos. Além disso, o destaque deve ser dado ao setor de serviços, que se manteve

na margem dos 50% do VAB total do município. Esse setor remonta à sinalização feita

anteriormente da centralidade exercida por Chapecó (economia de aglomeração –

Corrêa, 1989) numa série de setores de serviços, principalmente nos setores

automotivo, comércio varejista, aeroporto e comércio de bens de consumo em geral.

2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016

Administração pública 174860 220765 290636 376175 467064 570758 765465 931394

Serviços 691123 934946 1176776 1651310 2361302 2976567 3899933 4179370

Indústria 340595 504272 610585 910590 1073571 1456341 2260383 1937686

Agropecuária 67680 83606 84786 124561 115657 109212 132368 223220

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Po

rcen

tage

m d

e p

arti

cip

ação

po

r se

tor

Mil reaisAgropecuária Indústria Serviços Administração pública

Page 10: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

Além disso, há o setor de administração pública, que no gráfico 1 flutuou em

torno dos 10% de participação no VAB total do município e, por fim, a agropecuária

que ficou entre 2% e 5% de participação no VAB total do município. Contudo, embora

o setor agropecuário tenha aproximadamente 5% do VAB das atividades econômicas

de Chapecó, esse dado precisa ser relativizado, haja vista que muitos setores da

indústria e dos serviços, mesmo que caracterizados enquanto indústria e/ou serviços,

estão totalmente atrelados aos diversos segmentos produtivos da agropecuária

(agronegócios). Um exemplo disso, atrelado à indústria que ocorre em Chapecó, são

os agronegócios de carnes, nos quais a produção é processada em complexos (agro)

industriais de modo a obter o produto final, mas a matéria prima de origem agrícola

e/ou pecuária não é contabilizada enquanto produto da agropecuária, mas sim da

indústria. Por outro lado, no caso do setor de serviços, existem inúmeros

estabelecimentos comerciais na cidade que visam a venda de máquinas e

implementos agrícolas voltados totalmente para a agropecuária, no entanto, esses

produtos são contabilizados como parte do setor de serviços. Com esses exemplos,

vale a ressalva de que a importância do setor agropecuário extrapola os apenas 5%

do VAB apontados no gráfico 1.

No entanto, não é a relativização dos 5% do VAB agropecuário que reduz a

importância da indústria na estrutura produtiva do município. Pelo contrário, como

indicou Marx ao sustentar sua perspectiva na busca de entender a realidade no viés

do real-concreto (Marx e Engels, 2011), os dados mostram que Chapecó, dada a

relevância já sinalizada no setor agroindustrial, no ano de 2016 registrou 14.422

estabelecimentos empresariais. No mesmo ano, as empresas de micro e pequeno

porte representavam 99% dos negócios do município. Outrossim, entre 2011 e 2016,

o estoque de empresas registrou uma taxa média anual de crescimento de 2,2% ao

ano, resultando no incremento de 1.496 empresas em relação de 2011 para 2016

(SEBRAE/SC, 2018).

Dessas empresas, considerando os dados de 2016, 1,3% eram empresas

ligadas ao setor agropecuário, 19,3% ligadas ao setor industrial, 35,5% ligados ao

setor de comercial e 43,8% ligadas à prestação de serviços (SEBRA/SC, 2018). Além

Page 11: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

disso, de acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, do

período entre 2011 e 2016, os setores que mais cresceram foram da indústria de

transformação (83,6%), eletricidade e gás (92,2%), reparação de veículos

automotores e motocicletas (85,2%), alojamento e alimentação (61,5%), atividades

administrativas e serviços complementares (213,7%), educação (207%), cultura e

esportes (159,5%).

Em termos gerais, em 2011 Chapecó possuía 29 empresas exportadoras,

tendo alcançado 54 em 2016. Os principais países que Chapecó exportou, em 2017,

foram: Chile, Argentina, Estados Unidos, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Hon Kong,

Nicarágua, Israel, Honduras e México. Além disso, das empresas exportadoras de

Chapecó, as que mais cresceram foram aquelas que exportaram até US$ 1 milhão

(SEBRAE/SC, 2018). Desse modo, denota-se a importância da empresa de pequeno

porte na estrutura produtiva do município e ao mesmo tempo, o crescimento ocorrido

entre o período dos anos 2000 até 2016.

4. Considerações Finais

O crescimento significativo do PIB do município de Chapecó a preços

correntes, que em 2002 era de 1.489.338 (mil reais) e alcançou a marca de 8.317.903

(mil reais) em 2016, em grande parte, é resultado das políticas de governo adotadas

a partir de 2003 com o governo Lula. O incentivo do Estado, através da concessão de

crédito bancário via bancos públicos e privados, alinhado ao aumento do poder de

consumo da população, impulsionou o crescimento econômico e a diversificação

produtivas em cidades interioranas de médio porte, como Chapecó. Por essas razões,

o PIB cresceu de forma acelerada no período 2002-2016.

Assim, de acordo com Goularti Filho (2007), na divisão econômica de Santa

Catarina, a região Oeste do estado ficou estabelecida como forte produtora de

alimentos. Chapecó confirma isso no momento em que se demonstra forte atuação

das agroindústrias de carnes na sua estrutura produtiva. Em termos gerais, como

aponta Espíndola (2018), a diversificação produtiva e o crescimento econômico aqui

apontados, não se desenvolveram apenas em função dos incentivos que ocorreram

Page 12: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

no governo Lula, mas também em função da crise dos anos 1990, pois nesse período

os setores produtivos se viram obrigados a desenvolver estratégias de investimento

visando a manutenção de seu desempenho produtivo e competitivo. De modo geral,

as empresas, dos diversos ramos da economia, adotaram três estratégias: a) redução

dos custos produtivos, b) ampliação ou (re) localização dos investimentos, e c)

redefinições patrimoniais.

A parte disso, a estrutura urbana de Chapecó, com a gama de serviços

especializados oferecidos à população regional, destacando-se o aeroporto, se

configura no que denominou-se de economia de aglomeração, haja vista que torna-

se funcional à uma gama de serviços demandados por uma estrutura urbano-regional

pujante, que carece de tipos de serviços que só podem ser encontrados, em escala

regional, na cidade de Chapecó. Sobre esse aspecto, embora aqui entende-se que o

objetivo foi atendido, pode-se fazer outro estudo; outra análise.

5. Referências bibliográficas

CORRÊA, Roberto Lobato. A rede urbana. Editora Ática. São Paulo. 1989. ESPÍNDOLA, C. J. As Agroindústrias no Brasil: o caso Sadia. Chapecó. Grifos, 1999. ESPÍNDOLA, Carlos José. As agroindústrias de carne do sul do Brasil. 2002. 268 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. ESPÍNDOLA, Carlos José. Ciclo de crescimento da economia brasileira e desempenho do agronegócio catarinense. Revista de Geografia (Londrina), v. 25, p. 91-109, 2016. ESPÍNDOLA, Carlos José. O Impacto geoeconômico da reestruturação técnico-econômica nas estruturas produtivas catarinense pós 1990. Revista Formação. v. 25. n. 44. Unesp/ Presidente Prudente. P. 97-117. 2018. GOULARTI FILHO, A. Formação Econômica de Santa Catarina. Florianópolis: editora UFSC, 2007. IBGE. Censo Demográfico. 2010. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm> Acesso em: 26. mai. 2018.

Page 13: ESTRUTURA ECONÔMICO-PRODUTIVA E A DINÂMICA URBANO ... · São Carlos, São Domingos, São João do Oeste, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel da Boa Vista,

IBGE. Cidades. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/chapeco> Acesso em: 27 mai. 2019. IBGE. Cidades. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/chapeco/panorama> Acesso em: 15 jun. 2019. IBGE. Sistema Sidra. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5938#resultado> Acesso em: 15 jun. 2019. MAMIGONIAN, Armen. As conquistas marítimas portuguesas e a incorporação do litoral de Santa Catarina. In: O mundo que o português criou. Recife: CNPq/Fjn, 1999. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2011. PELUSO JUNIOR, V. Aspectos Geográficos de Santa Catarina. 1. ed. Florianópolis: FCC/EDUFSC, 1990. 284p. MEDEIROS, M. C. As mudanças no mercado consumidor de alimentos e a diversificação da oferta no setor agroalimentar brasileiro. Revista de Geografia Econômica (Florianópolis), v. 2, p. 20-41, 2009. SANTOS, Milton. Sociedade e Espaço: a formação social como teoria e como método. In: Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, v. 54, jun. 1977 (p. 81-99). SEBRAE/SC. Chapecó em números / Serviço de apoio às micro e pequenas empresas de Santa Catarina. Florianópolis: Sebrae/SC, 2018. SOUZA, Joel José de. O complexo de laticínios no Brasil: o caso da região Sul. 2014. 289 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. VON DENTZ, Eduardo; ESPÍNDOLA, Carlos José. Dinâmica produtiva da pecuária na mesorregião oeste catarinense: especialização e diversificação da produção no período de 2000 a 2017. Geosul, Florianópolis, v. 34, n. 71, p. 175-196, maio 2019. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/1982-5153.2019v34n71p175>. Acesso em: 16 jun. 2019.