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Estratégia 2020 – 2024

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Page 1: Estraétga i 2020 – 2024 · organização de lidar com mudanças e choques. O seu ponto de partida é uma revisão crítica dos métodos tradicionais do desenvolvimento de estratégias

Estratégia 2020 – 2024

Page 2: Estraétga i 2020 – 2024 · organização de lidar com mudanças e choques. O seu ponto de partida é uma revisão crítica dos métodos tradicionais do desenvolvimento de estratégias

Carlo Sommaruga

Presidente de Solidar Suisse

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CONTEÚDO

Resumo Estratégia 2020 – 2024 9

Introdução – Quem somos 10

Revisão da Estratégia 2015 – 2019 11

Estratégia 2020 – 2024 – Processo de desenvolvimento 12

Fundação analítica do nosso compromisso 13

Visão, missão e valores 16A nossa visão 16A nossa missão 16Os nossos valores 16A nossa abordagem – Como passamos os nossos valores para a prática 17Referência nacional e global 18

Objetivos estratégicos 2020 – 2024 20Orientação temática e geográfica 20 Foco no impacto global 20 Adaptação temática ágil e inovação 22 Âmbito geográfico 23Programas internacionais 24 Ação humanitária 24 Cooperação para o desenvolvimento 24 Nexo: criando uma ligação entre a cooperação para o desenvolvimento e a ação humanitária 25Campanhas e sensibilização 26 Campanhas na Suíça e no estrangeiro 26Marketing e comunicações 27 Posicionamento 27 Angariação de fundos 27 Mídias e comunicação 28Gestão organizacional 28 Gestão dos recursos humanos 28 Gestão financeira 29 Tecnologias da informação e da comunicação (TIC) 30 Gestão de qualidade e conhecimentos 30

Você tem nas suas mãos o documento que apresenta a nova estratégia de Solidar Suisse para o período de 2020 – 2024.

Resultado de um processo participativo em que o pessoal de Solidar Suisse desempenhou um papel fundamental, este documento traça as diretrizes estratégicas que regem o trabalho das nossas equipas na Suíça e nos 16 países em que marcamos presença. Também foi concebido como fonte de informação para partes interessadas fora da organização, que pretendam saber mais sobre o rumo que definimos para nós mesmos.

Em muitas partes do mundo em que estamos envolvidos, organizações da sociedade civil estão a ser cada vez mais sujeitas a pressões por parte de governos autoritários. Na Suíça, a cooperação para o desenvolvimento tem de se defender contra tentativas de instrumentalização, reduções orçamentais drásticas e ataques maioritariamente da direita política, que colocou um ponto de interrogação na cooperação internacional como um todo. Os desafios que uma organização como a nossa enfrenta estão demasiado presentes. Longe de nos preocuparem, só reforçam a nossa determinação. Estamos convencidos de que a nossa nova estratégia nos permitirá enfrentar estes desafios e alcançar a nossa «raison d’être».

«Economia e trabalho», «Catástrofes e crises», «Democracia e sociedade civil»: ao reagruparmos o nosso trabalho para os anos vindouros em torno destes três temas, pretende-mos reunir os nossos valores e perícias em prol da solida-riedade internacional. À medida que vamos realizando o nosso trabalho de sensibilização e prosseguimos com os nossos projetos humanitários e de desenvolvimento, esta-mos determinados a continuar com a nossa luta pelos mais pobres e vulneráveis e em direção à justiça social.

Temos o orgulho de desfrutarmos da confiança de tantas organizações e parceiros de prestígio, já para não falar dos nossos milhares de apoiantes e doadores. Espero sincera-mente que a nossa nova «Estratégia 2020 – 2024» sirva para reforçar a sua confiança em Solidar Suisse e no trabalho a que nos dedicamos com os nossos parceiros de todo o mundo.

Carlo Sommaruga

Estratégia 2020 – 2024 03

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As seguintes imagens representam o que fazemos em todo o mundo. Solidar Suisse ajuda à população local em Moçam-bique a fazer ouvir as suas preocupações. Treinamos os jovens na Bolívia e em Burkina Faso para melhorar o accesso deles ao mercado de trabalho. Em Nicaragua, apoiamos a resistência das mulheres contra a violência e a discriminação. No Paquistão, garantimos que as crianças possam ir à escola em vez de trabalhar. No Sudeste Asiático, apoiamos aos trabalhadores na sua luta por condições de trabalho decentes nas cadeias de abastecimento globais. E na África Austral ajudamos as pessoas cujos meios de subsistência foram destruídos pelo ciclone Idai.

Fotos : Joachim Merz, Vassil Anastasov, Andreas Schwaiger, Jürg Gasser, Usman Ghani, Pring Samang, Denis Onyodi, Frank Yuwono

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O mundo dos próximos anos continuará a ser mar-cado pela instabilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade («VUCA», em inglês). Por este motivo foi desenvolvida a Estratégia 2020-2024, com o objetivo de aumentar a resiliência de Solidar Suisse, entendida como a nossa capacidade de nos adaptar- mos e prosperarmos num futuro imprevisível e exigente. Para que isso seja possível, Solidar Suisse decidiu adotar a Abordagem de Planeamento de Cenários da Universidade de Oxford, orientada para lidar com turbulências, incertezas, novidades e ambigui-dades, fortalecendo assim a capacidade de uma organização de lidar com mudanças e choques.

A nossa visão é um mundo justo e equitativo, livre de discriminação, exploração e violência, onde as necessidades das pessoas são atendidas e os seus direitos humanos são respeitados. Todos beneficiamos de trabalho digno, justiça social, igualdade de oportu-nidades e participação democrática. Para alcançarmos esta visão, agimos através de cam-panhas, formamos parcerias e implementamos projetos humanitários e de desenvolvimento em regiões menos favorecidas do mundo. Todas as nossas ações baseiam-se em valores sólidos como a solidariedade, direitos humanos, honestidade, responsabilidade, transparência, inclusão e igual- dade, emancipação e profissionalismo.

O nosso trabalho tem por base várias normas, quadros jurídicos e agendas multilaterais como a Agenda 2030 das Nações Unidas, as convenções sobre direitos humanos, normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), normas humanitá-rias e códigos de conduta acordados internacional-mente.

Esta estratégia inclui a remodelação da nossa arquitetura programática e institucional em todo o mundo através de uma concentração em menos países-alvo.

Foi traçada uma série de objetivos estratégicos, todos contribuindo para uma organização próspera com uma contribuição significativa e visível para mudanças necessárias nas nossas sociedades em direção a um mundo mais justo. Este objetivos definem a nossa ambição de continuarmos uma ONG relevante e notável nos setores humanitário

e do desenvolvimento, bem como no trabalho de sensibilização. Estamos a planear convergir as nossas abordagens com métodos mais holísticos, colaborativos e ágeis. Fá-lo-emos moldando ainda mais o nosso trabalho temático e programático. Os nossos três instrumentos (cooperação para o desenvolvimento, ação humanitária, campanhas e sensibilização) serão ainda mais fortalecidos de modo a proporcionarmos mudanças positivas nas vidas das pessoas nos três domínios da economia e trabalho, catástrofes e crises e democracia e sociedade civil.

A estratégia estabelece o futuro rumo para o nosso posicionamento, marketing, angariação de fundos e comunicações. Temos como objetivo tornarmo-nos mais orientados para o impacto, transparentes, visí-veis e reconhecidos. Para além disso, exploramos formas para melhor inspirar, envolver e mobilizar a geração jovem.

Por fim, definimos formas de mantermos e aprimorar- mos a nossa aptidão organizacional em setores- chave como as finanças, TI, gestão de qualidade e gestão de recursos humanos. Enquanto «negócio de pessoas», dependemos do pessoal melhor qualificado e mais motivado.

Estamos gratos ao nosso pessoal, que contribuiu para esta estratégia, em todos os níveis. O Directório aprovou esta estratégia no dia 24 de Setembro de 2019.

RESUMO ESTRATÉGIA 2020 – 2024

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Solidar Suisse é uma organização suíça sem fins lucrativos que se dedica em todo o mundo ao trabalho digno e à participação democrática e implementa ações humanitárias. A ONG está envolvida na cooperação internacional há mais de 80 anos e baseia-se na vasta experiência e perícia institucional tanto na cooperação para o desenvolvimento como na ação humanitária. Solidar Suisse foi fundada pela Federação Suíça de Sindicatos e pelo Partido Social-Democrata com o nome Organização Suíça de Entre Ajuda Operária (OSEO) em 1936.

Ainda empenhados nas nossas raízes históricas, somos guiados pela luta por um mundo mais justo. Solidar Suisse realiza campanhas de sensibilização na Suíça e, nos últimos anos, tem tido um volume médio de negócios de 18 milhões de francos suíços. Atualmente, tem em operação mais de 60 projetos em mais de 15 países e emprega 34 funcionários na Suíça e 100 no estrangeiro. Organizada enquanto associação, a maioria dos nossos membros são membros coletivos e vários milhares são membros individuais. Solidar Suisse é membro da SOLIDAR, uma rede europeia de mais de 60 Organizações da Sociedade Civil (OSC) que trabalha para promover a justiça social na Europa e em todo o mundo. Somos parceiros da Alliance Sud, a aliança suíça de algumas das maiores ONG ativas na Cooperação Internacional.

Na Suíça, Solidar Suisse é apoiado por uma ampla base de membros e doadores. Fundações privadas e o sector público, em especial a Cooperação Suíça para o Desenvolvimento (SDC), a Cadeia da Solidariedade (SwS) e o Serviço de Liechten-stein para o Desenvolvimento (LED), são parceiros importantes para nós.

A nossa orientação estratégica, combinada com os nossos valores tradicionais, moldou e continua a moldar o trabalho global de Solidar Suisse, não só nos nossos países-alvo como também na Suíça. Os nossos três pilares estratégicos (1º, trabalho digno; 2º, democracia e participação; 3º, ação hu-manitária) continuam a ser incontestáveis e criaram o impacto desejado.

Revisão ao nível do programa:

Domínio de ação «Trabalho digno e democra-cia e participação»: Como demonstra o nosso relatório anual do programa, foi gerado um impacto significativo em todos os projetos. No último período de estratégia, desenvolvemos um relatório coletivo com base num conjunto de objetivos comuns predefinidos, incluindo indicadores. Um passo seguinte necessário é definir parâmetros e apresentar níveis-alvo anuais em comparação com estes parâmetros.

Domínio de ação «Ação humanitária»: Durante este período de estratégia concluímos (Sri Lanka, Filipinas, Líbano) com sucesso e começámos (Indo- nésia, Nepal, Moçambique) programas humanitários. Foi alcançado um impacto muito elevado. Ao nível do projeto, os nossos relatórios são de uma qua-lidade excelente, ao passo que os relatórios cole-tivos são mais desafiantes devido à natureza das fases muito menos sincronizadas, em comparação com a cooperação para o desenvolvimento.

Domínio de ação «Campanhas e sensibili- zação»: Solidar Suisse conseguiu concentrar as suas comunicações em questões de trabalho digno e realizar pelo menos uma campanha todos os anos para este fim. Com os nossos esforços de comunicação, alcançámos empresas nos setores da produção, vendas a retalho e comércio, bem mais de um milhão de pessoas, tanto na Suíça como no estrangeiro, e alcançámos melhorias nos diferentes lugares. Para além disso, Solidar Suisse aperfeiçoou o seu perfil enquanto organização especializada em trabalho digno reposicionando e concentrando a sua comunicação na Suíça.

Ao rever a nossa análise de contexto feita no nosso documento de estratégia anterior, concluímos que o foco das nossas atividades provou ser relevante e justificado. No entanto, foram planeadas duas melhorias principais para o período de estratégia seguinte:

1) Tornou-se evidente que a operação dos progra-mas humanitários e de desenvolvimento está demasiado desintegrada. Tendo em conta o tamanho limitado de Solidar Suisse, existe um potencial significativo para aumentar a eficácia, aproximando estes dois pilares ainda mais, im-plementando uma abordagem de nexo nos seus países-alvo.

2) É considerada necessária uma integração com-pleta do nosso trabalho de campanha nestes domínios de estratégia. Está a ser planeado um entrelaçamento de programas e campanhas.

REVISÃO DA ESTRATÉGIA 2015 – 2019INTRODUÇÃO – QUEM SOMOS

Estratégia 2020 – 2024 1110 Estratégia 2020 – 2024

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Os quadros superiores de Solidar Suisse consideram o processo de desenvolvimento da estratégia uma oportunidade para aperfeiçoar a resiliência da organização, entendida como a nossa capacidade de nos adaptarmos e prosperarmos num futuro imprevisível e exigente. Para que isso seja possível, Solidar Suisse decidiu adotar a Abordagem de Pla-neamento de Cenários da Universidade de Oxford, agilizada por um perito da empresa de consultoria ImpactLinx. A primeira fase incluiu análises e a construção dos cenários, antes de a segunda fase ser dedicada ao desenvolvimento propriamente dito da estratégia.

A Abordagem de Cenários é orientada para lidar com turbulências, incertezas, novidades e ambigui-dades, fortalecendo assim a capacidade de uma organização de lidar com mudanças e choques. O seu ponto de partida é uma revisão crítica dos métodos tradicionais do desenvolvimento de estratégias que, muitas vezes, começa por prever como uma organização devia ser no futuro antes de embarcar num exercício de planeamento dos pas-sos necessários para alcançar esse estado futuro (confrontar gráfico abaixo).

Provavelmente, o ponto fraco deste processo é o facto de ser, muitas vezes, sustentado por uma visão confusa, implícita e, consequentemente, não validada do futuro. Embora a maioria dos proces-sos de estratégia envolva algum tipo de análise de tendências ou elemento de previsão, os pressupos-tos subjacentes dificilmente alguma vez são defini-dos com clareza.

Os cenários estratégicos identificaram cinco principais desenvolvimentos possíveis, por vezes contraditórios:

– Possivelmente o multilateralismo e soluções glo-bais para problemas globais são fortalecidos e a Agenda 2030 é aceite como quadro programático. Simultaneamente, enfrentamos um risco de crescente nacionalismo, perda de poder de ins-tituições supranacionais e a crescente influência de grandes corporações.

– A necessidade de cooperação internacional continua elevada ou até chega mesmo a aumen-tar nalguns países (países menos desenvolvidos, África subsariana e estados fronteiriços das alterações climáticas). O fosso entre pobres e ricos está a aumentar dentro dos países. Espe-rase um espaço ainda mais reduzido para a sociedade civil e tensões sociais, originando uma atitude mais repressiva por parte de muitos estados em relação às ONG.

– A inovação tecnológica conduz a uma perda de empregos, situações de trabalho precário e informalidade laboral. Por outro lado, fornece novos empregos e oportunidades na comuni-cação e no trabalho em rede (p. ex., comuni-cação direta com os beneficiários, apoiantes e doadores, ação pública, mobilização a curto prazo, iniciativas públicas).

– A ênfase temática na cooperação internacional será colocada numa crescente ação humanitá-ria, num foco renovado na redução da pobreza doméstica, alterações climáticas e migração. No entanto, um aumento de agentes, canais, abord-agens e oportunidades conduzirá simultanea-mente à dispersão e «des-profissionalização» da cooperação internacional.

– A filantropia de indivíduos ricos e a responsabi-lidade social das empresas ganharão importân-cia; ONG fortes no Sul global conseguirão absorver mais meios, enquanto que o financi-amento público no Norte global diminuirá e a concorrência feroz no mercado suíço de doado-res aumentará ainda mais.

O nosso trabalho programático é, por isso, forte-mente influenciado e moldado pelos seguintes desenvolvimentos:

Desigualdade social

Nas últimas décadas, a distribuição desigual da riqueza e dos rendimentos por todo o mundo, mas também dentro de países individuais, aumentou notoriamente, tal como o acesso distribuído desi-gualmente a recursos produtivos, serviços sociais básicos, oportunidades, mercados e informação. A desigualdade social afeta não só países com rendimentos per capita baixos mas quase mais países com rendimentos médios, ou seja, a maioria dos países-alvo de Solidar Suisse, especialmente na América Latina. A desigualdade social também inclui discriminação contra mulheres no mundo do trabalho. Sem oportunidades iguais e acesso a ser-viços básicos, o objetivo da redução sustentável da pobreza não pode ser alcançado em nenhum dos nossos países-alvo.

Mudanças climáticas

As regiões pobres do mundo são as que sofrerão mais com as mudanças climáticas, embora ten-ham contribuído menos para estas. É preciso que a Suíça se envolva tanto ao nível nacional como internacional para combater as causas e lidar com as consequências das mudanças climáticas. A jus-tiça climática significa que a Suíça tem de reduzir as suas próprias atividades nocivas para o clima, ajudando os países pobres a lidar melhor com as consequências do aquecimento global e a desen-volver-se de uma forma amiga do clima. Em todos os seus projetos, Solidar Suisse está empenhada num mundo ecologicamente sustentável em que todas as atividades económicas contribuem para a justiça social, não provocam qualquer dano ecoló-gico e contribuem para que as pessoas tenham acesso a água, comida e recursos naturais.

FUNDAÇÃO ANALÍTICA DO NOSSO COMPROMISSO

ESTRATÉGIA 2020 – 2024 – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Gráfico: Processo tradicional de desenvolvimento de estratégias

Gráfico: Abordagem de cenários

Por outro lado, a Abordagem de Cenários começa com o entendimento de que, embora não consiga-mos prever o futuro, conseguimos pensar em vários cenários, ou seja versões diferentes mas igualmente plausíveis do contexto futuro da organização.

Em vários workshops, a equipa de Solidar Suisse criou um conjunto de três cenários bem fundamen-tados com base em várias análises, ou seja, varian-tes diferentes do contexto com que Solidar Suisse provavelmente se deparará dentro de 10 a 15 anos. Usando estes cenários como ponto de partida, a equipa da estratégia abordou depois as questões estratégicas resultantes: quais são as oportuni-dades e os desafios com que Solidar Suisse, os seus parceiros e as pessoas para quem trabalha se depararão? Como é que a organização pode aproveitar as oportunidades emergentes e mitigar os riscos resultantes? Que qualidades organiza- cionais são precisas para Solidar Suisse prosperar nos diferentes futuros?

Hoje 2024 Futuro

Organização OrganizaçãoEstratégia

Hoje 2024 2034

Organização OrganizaçãoEstratégia

Cenário A

Cenário B

Cenário C

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Crises humanitárias

O impacto das catástrofes naturais continua a aumentar. Embora as catástrofes de origem geológica continuem constantes, as catástrofes relacionadas com o clima, como furacões ou inundações, estão a aumentar. Em todos os casos, a vulnerabilidade das pessoas continua a aumentar significativamente devido ao planeamento espacial inadequado, à urbanização descontrolada e ao habitat geralmente inseguro. Para além disso, a guerra, a violência e as perseguições conduziram à deslocação forçada em todo o mundo de um recorde de 70,8 milhões de pessoas em 2018. Esmagadoramente, os países em desenvolvimento são os mais afetados.

Migração forçada, deslocação e migração laboral

Mercadorias e capitais usufruem de livre circulação global abrangente. No entanto, os povos dos países mais pobres do mundo, muitas vezes, en-frentam restrições graves em termos da sua livre circulação, uma violação óbvia dos seus direitos humanos. Para uma globalização justa e a manu-tenção dos nossos próprios princípios democráti-cos, temos de defender os direitos dos migrantes. Os migrantes são, de muitas formas, a ligação entre países ricos e pobres, proporcionando um intercâmbio cultural e um equilíbrio económico através do comércio e de remessas financeiras para os países de origem. Muitas vezes, as pes-soas que procuram um novo lar noutro país estão a fugir da guerra e de dificuldades económicas mas, frequentemente, também fogem dos seus próprios regimes corruptos e violentos.

Formas precárias de trabalho

A desregulamentação e liberalização dinâmicas, incluindo a internacionalização de relações econó-micas, continuam a dominar a política económica em todo o mundo. Para além disto existe também a regulação internacional inadequada e muitas vezes em falta de empresas transnacionais. A coope-ração internacional continua a ser chamada para atenuar as consequências precárias da desregu-

de todo o mundo debatem-se atualmente com problemas crescentes. Os governos recorrem à força e a meios repressivos para suprimir qualquer empenho da sociedade civil em termos de direitos humanos, justiça, democracia ou para proteger o meio ambiente. As organizações são banidas, as assembleias não são aprovadas ou são esmagadas, os advogados que defendem os direitos humanos e o pessoal de ONG são detidos, os vistos e as autorizações de viagem não são emitidos, ou as atividades são proibidas. A erosão sistemática das fundações da democracia no trabalho e a repres-são violenta de greves e protestos ameaçam a paz e a estabilidade. Isto dificulta cada vez mais a promoção de uma sociedade civil independente e crítica.

Alterações demográficas e desemprego jovem

Enquanto as sociedades e países industrializados têm de lidar com uma população envelhecida, no Sul global acontece o oposto. A maioria dos jovens de todo o mundo (quase 85%) vive em países em desenvolvimento. Mais de 64 milhões de jovens de todo o mundo estão desempregados e 145 milhões de jovens trabalhadores vivem em pobreza extrema. O emprego jovem continua a ser um desafio global e uma preocupação política significativa. Mais de um em cada cinco jovens não está no mercado de trabalho nem a estudar; três em cada quatro destes são mulheres. Em países pobres, milhões de jovens estão prestes a entrar no mercado de trabalho. No entanto, este «dividendo demográfico» só pode ser usado, se existirem trabalhos dignos e condições estruturais justas. Atualmente isto não se verifica.

Urbanização e escravatura dos tempos modernos

Uma vez que a agricultura consegue empregar cada vez menos gentes, a migração do campo para as cidades está a aumentar, incluindo grandes números de jovens. Por isso, o mundo está a passar por uma onda sem precedentes de urbanização. Simultaneamente, a pobreza e a desigualdade social estão a crescer mais depressa nas regiões urbanas do que nas rurais. Com uma migração transfronteiras interna crescente, as condições de trabalho também estão a ficar cada vez mais precárias. As mulheres costumam estar expostas a maiores riscos como a violência, exploração, tra-balho forçado ou tráfico. Devido a estas tendências, é necessário incluir as questões da juventude e do género nas deliberações da agenda e política de desenvolvimento de cada país.

lamentação global. A marginalização, exclusão e pobreza das pessoas que não estão integradas no ciclo económico aumentaram em países pobres e também nas áreas metropolitanas e nas regiões estruturalmente debilitadas do mundo industrializa-do. Taxas elevadas de desemprego e uma falta de perspetivas entre os jovens, um enorme fosso entre géneros, a crescente informalidade e precariedade laboral e a redução do poder de compra devido a perdas salariais reais também podem ser observa-dos em economias ditas emergentes.

Transformação digital e «uberização» da economia

A industrialização, mecanização e digitalização ge-ram novos empregos, que são, no entanto, muitas vezes precários. Além disso, esta transformação célere aciona padrões de migração que, frequen-temente, exacerbam a pressão sobre mercados de trabalho locais. A mecanização da agricultura, por exemplo, aumenta a pressão sobre as cidades, onde pouquíssimos empregos podem ser criados. A digitalização conduziu a um maior trabalho em rede entre agentes e a uma comunicação mais direta, mas não à convergência económica: a digi-talização e o desenvolvimento da plataforma como modelo empresarial (uberização) têm permitido que empregadores de todo o mundo evitem o paga-mento de montantes mínimos de segurança social e excluam os empregados do âmbito do direito do trabalho.

Perigo de populismo e espaço decrescente para a sociedade civil

A ausência de estado de direito e os défices democráticos e de participação costumam ser reconhecidos como a causa do desenvolvimento desacertado e da pobreza persistente. A comunida-de internacional reconheceu estas falhas e está a apoiar o reforço das capacidades para a implemen-tação de procedimentos e princípios democráticos em muitos países. No entanto, com demasiada frequência, concentra-se nos governos, enquanto que os cidadãos e as estruturas locais da socieda-de civil são negligenciados. Para piorar ainda mais as coisas, organizações da sociedade civil e ONG

Estratégia 2020 – 2024 1514 Estratégia 2020 – 2024

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VISÃO, MISSÃO E VALORES

A nossa visão

A nossa visão é um mundo justo e equitativo, livre de discriminação, exploração e violência, onde as necessidades das pessoas são atendidas, os seus direitos humanos são respeitados e todos benefi- ciam de trabalho digno, justiça social, igualdade de oportunidades e participação democrática.

A nossa missão

Pomos a solidariedade em ação em campanhas globais e locais, projetos humanitários e de desen-volvimento em regiões menos favorecidas de África, América Latina, Ásia e Europa de Leste. Lutamos pelo trabalho digno, participação democrática, justiça social em todo o mundo e atuamos em crises humanitárias depois de catástrofes naturais e provocadas pelo Homem. Com visão e ambição, eliminamos problemas sociais e criamos possibilida- des e perspetivas para as pessoas desfavorecidas.

Os nossos valores

Incutimos e transferimos os seguintes valores para e através de todas as nossas ações.

Solidariedade e direitos humanos: Em termos de solidariedade estamos do lado de pessoas pobres e grupos vulneráveis. Os direitos humanos são o nosso princípio orientador: não são negociá-veis e são universais. Para além disso, acreditamos que os recursos, bens, serviços e oportunidades económicas devem ser distribuídos de forma justa.

Honestidade: Assumimos posições claras em debates políticos e sociais importantes.

Todas as intervenções humanitárias são reali-zadas de uma forma imparcial e independente, com base unicamente nos direitos e necessidades.

Responsabilidade: Esforçamo-nos por sermos responsáveis pelas nossas ações e estamos em-penhados na transparência.

Inclusão e igualdade: Respeitamos todas as pessoas independentemente do sexo, origem, religião, posição social, capacidades físicas ou orientação sexual. Para Solidar Suisse, a igualdade de género significa que todos os seres humanos têm os mesmos direitos, oportunidades e prerroga-tivas em todas as esferas da vida. Acreditamos que todas as pessoas têm o direito de moldar todas as políticas e decisões que afetam as suas vidas e sociedade.

Emancipação: Enquanto organização, apoiamos pessoas em condições precárias e grupos vul-neráveis – são titulares dos seus direitos e têm de conseguir exercê-los. Por isso, não apresentamos os beneficiários como alvos de caridade ou como vítimas mas como pessoas que atuam e que são responsáveis.

Profissionalismo: Solidar Suisse compromete-se a ser um empregador justo. Enquanto empregador, promovemos uma cultura de responsabilidade pessoal, flexibilidade, trabalho em rede e desen-volvimento. Somos profissionalmente competentes, inovadores, fiáveis e garantimos tudo isto através de funcionários capazes e motivados.

A nossa abordagem – Como passa-mos os nossos valores para a prática

Parcerias: Criamos parcerias duradouras e genuínas para capacitar cidadãos e respetivas organizações coletivas para lutarem por uma socie-dade democrática e estado de direito. Trabalhamos com organizações da sociedade civil, ONG, organi-zações locais, movimentos sociais, grupos de ação laboral e sindicatos. Moldamos parcerias ativamente com os nossos doadores, em nome dos quais implementamos projetos.

Cooperação em plano de igualdade: O nosso trabalho baseia-se na cooperação entre parceiros em pé de igualdade. Excluindo a caridade com relações desiguais entre doador e beneficiário, acreditamos que o nosso entendimento de solida-riedade nos permite respeitar a integridade dos nossos parceiros e o direito destes de definirem os seus próprios termos e condições. Em contrapar-tida, esperamos que os nossos parceiros respeitem os nossos interesses e valores.

Alianças, redes e plataformas coletivas: Envolvemo-nos em movimentos nacionais e inter-nacionais, plataformas e redes para aprofundar objetivos comuns e responder a desafios globais de forma coletiva. Procuraremos ativamente cola-borações e formaremos alianças adequadas, de modo a aumentarmos o alcance e o impacto do nosso trabalho.

Direitos laborais e direitos humanos: Luta-mos contra condições laborais precárias e explo-ração (escravatura dos tempos modernos como o trabalho infantil ou trabalho forçado) mas também lidamos com a proteção legal, social e laboral que não é assegurada ou deveria ser. A proteção dos direitos humanos sociais consiste maioritariamente no direito ao trabalho, condições de trabalho justas e dignas, salário mínimo, segurança social e saúde e também o direito de reunião e o direito à sindica-lização.

Estado de direito, direitos democráticos e participação cidadã: A participação e organi-zação dos cidadãos são medidas importantes para garantir os direitos humanos e dar às pessoas um

maior poder de influência sobre as suas próprias vidas e desenvolvimento social. Lutamos pelo acesso universal à participação democrática e estamos empenhados em garantir que todas as pessoas para quem e com quem trabalhamos conseguem moldar as decisões políticas que determinam as suas vidas.

Responsabilidade em relação a um desen-volvimento sustentável: Assumimos responsabi-lidade social, económica, ecológica e internacional e estamos empenhados na utilização diligente e económica dos recursos.

Solidariedade global: A humanidade enfrenta desafios nunca antes vistos no século XXI como as mudanças climáticas, urbanização e migração, desigualdade, crises alimentares e de água potável, transformação digital, acesso a energias renováveis, estados fragilizados e conflitos armados. Solidar Suisse acredita que temos de colaborar além fronteiras e culturas para conseguirmos ultrapassar estes desafios. Enquanto organização suíça, temos de ser solidários para com os que não usufruem de riqueza, prosperidade e segurança como nós. Somos solidários para com as organizações nos-sas parceiras, os trabalhadores, mulheres, jovens e outras pessoas visadas nos nossos países-alvo. Por fim, a solidariedade e a responsabilidade para com as futuras gerações exigem que ajamos rapi-damente e de forma responsável.

Foco nos resultados e no impacto: Todo o nosso trabalho tem de conduzir a mudanças positivas para as pessoas e comunidades com que trabalhamos e a contribuições relevantes para processos de desenvolvimento. Assim, concen-tramo-nos em maximizar o impacto, aumentando continuamente a nossa orientação para o objetivo e os resultados. Fazemo-lo dando tanta importância ao uso de sinergias e aprendizagem coletiva quanto à promoção de resultados, responsabilidade e prova de impacto. Solidar aumentará ainda mais o seu perfil de impacto e avaliará qualitativamente as mudanças positivas entre parceiros, comunidades, famílias e indivíduos.

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Referência nacional e global

O nosso trabalho baseia-se em várias normas, quadros jurídicos e agendas multilaterais, sendo os mais importantes:

– A Agenda 2030 da ONU com os seus 17 Obje-tivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

– Convenções de direitos humanos: Declaração Universal dos Direitos Humanos

– Normas e padrões conforme desenvolvidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e acordados nas Conferências Internacionais do Trabalho (CIT)

– Quadros jurídicos: Legislações laborais nacionais

– O Despacho do Governo Suíço na Cooperação internacional (2017-2020 / 2021-2024)

– Negócio e direitos humanos: Princípios orienta- dores da ONU para negócios e direitos huma-nos; orientações da OCDE; convenções funda-mentais da OIT

– Normas humanitárias: Core Humanitarian Standards (CHS) Alliance, normas SPHERE e o Código de Conduta para a Cruz Vermelha Inter-nacional e o Movimento do Crescente Vermelho e ONG na Assistência em Catástrofes

Gráfico: Agenda 2030 da ONU com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Estratégia 2020 – 2024 1918 Estratégia 2020 – 2024

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Orientação temática e geográfica

Foco no impacto global

Solidar Suisse trabalha em três pilares operacio-nais: cooperação para o desenvolvimento, ação humanitária e campanhas e sensibilização. No entanto, existem sobreposições consideráveis e, nos últimos anos, temos assistido a uma tendência contínua para se trabalhar transversalmente a estes pilares, uni-los e formar equipas de projeto com-postas de pessoas de departamentos diferentes. A natureza complexa da cooperação internacional, especificamente os campos do desenvolvimento social em que trabalhamos, implica abordagens holísticas, dinâmicas, adaptativas e ágeis. Embora o acompanhamento de gráficos não reflita esta

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS 2020 – 2024

interligação e complexidade, ele traça os domínios, os objetivos de impacto e a mudança positiva que Solidar Suisse almeja com os seus projetos e pro-gramas.

Os programas da Solidar são concebidos para ligar estes domínios numa teoria global simplificada de mudança (cf. gráfico do lado direito).

MODELO DE IMPACTO GLOBAL

DO

MÍN

IOS Economia e trabalho Catástrofes e crises Democracia e sociedade civil

OB

JET

IVO

D

E IM

PAC

TO Economia justa e trabalho digno Meios de subsistência sustentáveis e comunidades resilientes

Sociedades inclusivas, justas e com direito à igualdade

EF

EIT

OS Produção e consumo sustentáveis Ir ao encontro das necessidades

urgentesAcesso justo a serviços públicos e recursos

Direitos laborais e proteção social Recuperação e reconstrução: Água, saneamento e higiene (WASH), abrigo

Tomada de decisões inclusiva e participativa

Acesso melhorado ao mercado de trabalho

– Instituições transparentes e responsáveis

Redução de exploração laboral extrema

Redução do risco de catástrofes com base na comunidade, incluindo resiliência às mudanças climáticas

Pequenos empreendimentos, esquemas de geração de rendimentos, meios de subsistência sustentáveis

ABORDAGENS/INSTRUMENTOS

Campanhas e advocacia Cooperação para o desenvolvimento

Ação humanitária

A TEORIA GLOBAL DA MUDANÇA DE SOLIDAR SUISSE

MOTIVAÇÕES AÇÃO EFEITO IMPACTO

EC

ON

OM

IA E

TR

AB

ALH

O Economia baseada na maximização de lucros

Campanhas de influência política

Regulamentos e políticas favoráveis ao emprego

Sociedades justas e equitativas livres de discriminação, exploração e violência.

As necessidades básicas das pessoas são atendidas e os seus direitos humanos são respeitados.

Todos beneficiamos de trabalho digno, justiça social, igualdade de oportunidades e participação democrática.

Consumo baseado em preços baixos

Campanhas de influência empresarial

Consumo socialmente consciente na Suíça

Desigualdade de oportunidades

Campanhas de influência do consumidor

Participação ativa em ações políticas e da sociedade civil

Desigualdade socio- econômica

Diálogos e iniciativas multilaterais

Comportamento responsável das empresas

Discriminação de género Potenciar movimentos laborais e de OSC

Crianças protegidas contra exploração

Proteger e promover direitos laborais

Os jovens e as mulheres participam na economia e/ou estão integrados no mercado de trabalho

Melhorar a saúde e segurança no trabalho

Saúde e segurança melho-rados para os trabalhadores

Promover aprendizagem, formação e educação permanentes

Salários dignos para trabal-hadores; rendimento para pe-quenos e micro-empresários incl. economia informal

CA

ST

RO

FE

S E

CR

ISE

S Catástrofes naturais Proteção, aconselhamento e apoio para deslocados e migrantes

Sofrimento aliviado e dignidade mantida durante emergências

Catástrofes provocadas pelo ser humano

Fornecer serviços e bens essenciais em emergências

Recuperação pós-catástrofe de abrigo e WASH

Assistência técnica e finan-ceira para reconstrução

Recuperação pós-catástrofe de meios de subsistência

Reforçar a prontidão para catástrofes e a resiliência das comunidades

Vulnerabilidades e riscos reduzidos em relação a catástrofes

DE

MO

CR

AC

IA E

SO

CIE

DA

DE

CIV

IL Ausência de ação, voz e poder por parte de indivíduos e grupos marginalizados e discriminados

Influência política de baixo para cima

Instituições transparentes e responsáveis

Legislação e regulamentos insuficientes para a sociedade e a natureza

Tomada de decisões participativa, inclusiva e democrática

Tomada de decisões participativa e inclusiva

Ação comunitária e pública e sindicalizada

Níveis de desigualdade reduzidos

Fortalecer redes e movimentos de género

Acesso a serviços públicos: informação, saúde, nutrição, água, saneamento e higiene, educação, extensão agrária

Estratégia 2020 – 2024 2120 Estratégia 2020 – 2024

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Bolívia

Nicarágua Burkina Faso

Benim

El Salvador

Kosovo

Paquistão

Camboja

China

Bangladesh

Escritório Ásia

IndonésiaMalásia

Moçambique

África do Sul

Bósnia e Hercegovina

Sérvia

País-alvo com escritório próprio

Parceiros / Projectos

País-alvo até 2020

Objetivo estratégico 1.1

Até 2024 estará em ação uma abordagem de programação abrangente, transfron-teiriça e entre equipas. Será aplicada ao máximo possível uma «abordagem de nexo», concebendo a ajuda humanitária e a coope-ração para o desenvolvimento em conjunto. Para além disso, cada programa planeará e orçamentará abordagens de campanhas e sensibilização desde o início.

Objetivo estratégico 1.2

Até 2024 serão estabelecidos pelo menos mais dois programas regionais que se estenderão por mais de um país.

Objetivo estratégico 2

Até 2024, Solidar Suisse terá demonstrado a sua aptidão e capacidade para adaptar rápida e constantemente os seus progra-mas a realidades e expectativas em cons-tante mudança. De modo a consegui-lo, Solidar Suisse está a investir em novos pro-jetos. Estes projetos cumprem pelo menos um de três critérios:

1. projetos que enfrentam desafios sociais novos ou futuros como a rápida transfor-mação económica ou digital ou o fosso digital que está a deixar trabalhadores para trás

2. projetos na África Subsariana e na Ásia, que encaixam no espaço de «ligação» (nexo) entre a gestão de calamidades e o desenvolvimento a longo prazo

3. projetos inovadores

A nossa ação responde a vários fatores globais negativos que dificultam a concretização da nossa visão. A nossa ação conduz a resultados positivos e ao impacto nas nossas regiões-alvo. De modo a desenvolver o nosso potencial total em toda a organização, tem de ser adotada uma abordagem mais coerente. São necessárias iniciativas mais co-laborativas. As estruturas e o planeamento têm de ser adaptados para permitir um trabalho conjunto – dentro das equipas e entre equipas, departamentos e programas.

Adaptação temática ágil e inovação

As tendências e os assuntos que movem e moldam a nossa sociedade adaptam-se e mudam constan-temente. Estas características do «mundo VUCA» (instabilidade, incerteza, complexidade e ambigui-dade, em inglês) exigem uma adaptação rápida, constante e flexível. Agora, as questões emergentes

e tendenciais têm de ser enfrentadas enquanto salvaguardamos os temas fundamentais da nossa organização. Esta mudança implica programas flexí-veis de uma determinada dimensão que consigam adaptar-se e tornar-se mais inovadores. De modo a disponibilizar recursos financeiros para cumprir estes requisitos, têm de ser identificadas áreas de investimento e desinvestimento (temático ou geográfico).

Neste período estratégico, refletiremos sobre a nossa abordagem à inovação. As nossas inovações têm de se formar com base em soluções desen-volvidas localmente e fornecer soluções de desen-volvimento para zonas remotas. Aumentaremos a percentagem de projetos que cumprem critérios de inovação como novas abordagens, novas partes interessadas, novas tecnologias usadas (hardware e software) ou novas parcerias. No entanto, todas as inovações têm de conduzir a um impacto signifi-cativo, duradouro e sustentável sobre a sociedade.

Âmbito geográfico

Solidar Suisse tem atividade em quatro continentes. Atualmente, estamos estabelecidos em 10 países- alvo com o nosso próprio escritório e pessoal, enquanto as nossas atividades de projeto são rea-lizadas em mais países através de parceiros locais. A revisão da estratégia revelou que dirigimos demasiados escritórios com capacidades limitadas para lidar com exigências de maior qualidade, con-formidade e doadores. Assim, existe uma necessi-dade evidente para reformular a nossa arquitetura institucional e programática em todo o mundo. Em linha com o objetivo estratégico 2, esta estratégia verá uma concentração em menos países-alvo. Nos restantes países, reforçaremos as parcerias locais. O objetivo é atribuir maiores volumes financeiros a menos programas. Avaliaremos se o nosso trabalho regional e transfronteiriço bem-sucedido em áreas como os direitos laborais e o ativismo laboral na

Ásia, ou elementos integrantes, pode ser expandido para outras regiões do mundo.

Solidar Suisse opera na América Latina, África Ocidental, África Austral, Sudeste da Europa e Ásia. Os países-alvo com escritórios próprios são a Bolívia, El Salvador, Burkina Faso, Moçambique, Kosovo, Hong Kong (para Ásia regional) e Bangla-desh. Noutros países, financiamos projetos através de organizações parceiras: Malásia, Indonésia, Camboja, Paquistão, China, Nicarágua, Benim, África do Sul e Bósniae e Hercegovina.

Gráfico: Presença operacional

Estratégia 2020 – 2024 2322 Estratégia 2020 – 2024

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Programas internacionais

Ação humanitária

Solidar Suisse apoia indivíduos e comunidades em graves dificuldades com assistência humanitária que é fornecida atempadamente e responde às suas principais necessidades. A assistência de emergência é fornecida com vista a esforços de recuperação a longo prazo e apoiando as capaci-dades de autossuficiência dos nossos grupos-alvo. Trabalhamos de um modo coordenado e responsá-vel, apoiando capacidades de resposta locais e seguindo princípios humanitários e normas recon-hecidas. Basicamente, é possível distinguir três fases amplas:

Fase de emergência: Solidar Suisse intervém para salvar vidas, aliviar o sofrimento e manter a dignidade humana durante e no rescaldo imediato de catástrofes naturais e provocadas pelo ser humano.

Fase de reabilitação/reconstrução: Solidar Suisse pretende restaurar e melhorar as condições de vida da população afetada no rescaldo de catástrofes naturais e provocadas pelo ser humano.

Prontidão e prevenção: Solidar Suisse apoia grupos e comunidades vulneráveis para melhor se prepararem e mitigarem os efeitos de futuras catástrofes.

Será dada uma maior ênfase à integração da pron-tidão e resposta humanitária em programas exis-tentes nos países em regiões afetadas por crises sazonais regulares ou numa crise significativamente prolongada. As intervenções podem responder a necessidades humanitárias graves, fortalecer a resistência ou reduzir o risco de futuras catástrofes.

Cooperação para o desenvolvimento

Solidar Suisse continua empenhada na sua alegação «Na luta pela justiça global», concentrando-se nos três domínios seguintes, cada um contendo objetivos de impacto distintos mas interligados.

O domínio Economia e Trabalho contém as áreas da produção e consumo sustentáveis; direitos laborais e proteção social; melhor acesso aos mercados de trabalho e redução de formas extremas de exploração do trabalho (Agenda 2030 ONU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável n.ºs 1, 4, 5, 8, 10, 12, 17).

O domínio Democracia e Sociedade Civil inclui acesso justo a serviços públicos e recursos; tomada de decisões inclusiva e participativa e instituições transparentes e responsáveis (Agenda 2030 ONU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável n.ºs 1, 5, 6, 7, 9, 10, 16, 17).

O domínio Catástrofes e Crises abrange a redução do risco de catástrofes com base na comunida-de, incluindo resiliência às mudanças climáticas e desenvolvimento económico inclusivo permitindo pequenos empreendimentos, geração de rendimen-tos e meios de subsistência sustentáveis (Agenda ONU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável n.ºs 1, 2, 6, 8, 11, 13, 17).

Embora a última fase estratégica tenha demonstrado sucesso na consolidação e até na afinação do âm-bito programático da Solidar, as ligações internas entre programas e projetos continuaram fracas. Apenas alguns programas ofereceram abordagens integrais genuínas. A diferença entre cada uma das nossas equipas nos vários níveis, e também entre as nossas abordagens, permaneceu demasiado grande. Foram testados e experimentados trabalho de desenvolvimento com interação com iniciativas inovadoras e entre equipas, prontidão para catástro- fes e realização de campanhas, que agora têm de ser escalados para a fase estratégica que se avizinha. Adicionalmente, à medida que o mundo do trabalho vai mudando ainda mais drasticamente (globalização, TIC, automação, etc.), os nossos programas têm de criar abordagens inovadoras.

Nexo: criando uma ligação entre a cooperação para o desenvolvimento e a ação humanitária

Desde que foi fundada, Solidar Suisse tem sido uma organização de mandato duplo, trabalhando tanto em questões de desenvolvimento a longo prazo como dando ajuda de emergência e prestando assistência de recuperação em alturas de crise. As nossas intervenções em crises sempre foram caracterizadas por uma ênfase na ligação de medi-das de assistência, recuperação e desenvolvimento, garantindo que cada fase contribui para o sucesso da seguinte. A assistência de emergência da Solidar segue os princípios estabelecidos na

Objetivo estratégico 3

Solidar Suisse apoia pessoas e comunida-des vulneráveis durante e depois de crises humanitárias em países-alvo e respetivos países vizinhos. Depois de catástrofes de grande escala, Solidar Suisse também intervém em países que não fazem parte do programa. A ação humanitária profissional e de alta qualidade é fornecida com a con-dição de Solidar Suisse poder responder a necessidades críticas, oferecer um valor acrescentado e adquirir meios financeiros para responder a uma escala significativa.

Objetivo estratégico 4

Solidar Suisse realiza programas de cooperação para o desenvolvimento da mais elevada qualidade nos domínios do trabalho digno e da democracia e sociedade civil. Estes programas contribuem para combater a desigualdade social e a pobreza.

Gráfico: O domínio Economia e Trabalho

Gráfico: O domínio Democracia e Sociedade Civil

Gráfico: O domínio Catástrofes e Crises

Estratégia 2020 – 2024 2524 Estratégia 2020 – 2024

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abordagem Recuperação inicial sempre que possível. A nossa abordagem de recuperação tem como objetivo «reconstruir melhor/mais seguro» e desenvolver as capacidades locais. Por fim, concebemos intervenções de desenvolvimento a longo prazo que apoiam pessoas e instituições para que se tornem mais resilientes em alturas de crise. Além disso, para Solidar Suisse, a abord-agem de nexo também implica a crença de que em determinados contextos de crise a melhor receita para sociedades resilientes e prevenir crises é uma ênfase específica em tópicos de desenvolvimento de longo prazo tradicionais, como a participação e a democracia e o acesso a oportunidades para uma subsistência decente.

Solidar Suisse também reconhece que pode e tem de melhorar ainda mais a operacionalização de uma abordagem de nexo ao nível institucional. Devido ao tamanho da organização, existe margem para melhorar a programação integrada e acabar com as dificuldades de colaboração entre a cooperação para o desenvolvimento de longo prazo e as inter-venções de ajuda humanitária.

Campanhas e sensibilização

Só o impacto de projetos locais não conduzirá à concretização da nossa visão, que é um mundo justo livre de exploração de pessoas e da natureza.

É necessária uma verdadeira mudança no modo como e no que a economia produz, nos nossos padrões de consumo e como os nossos governos e a comunidade internacional regulam a economia e a sociedade. Assim, a ação de sensibilização e a realização de campanhas para esta mudança continua a ser um domínio de intervenção crucial para Solidar Suisse. Todas as campanhas têm como base a nossa experiência nos nossos paí-ses-alvo ou países de projeto, muitas vezes sendo excluídos os benefícios da globalização, ou até mesmo enfrentando danos sociais, económicos ou ambientais.

Campanhas na Suíça e no estrangeiro

Nos últimos anos, Solidar Suisse tem aumentado as suas campanhas por condições de trabalho justas em todo o mundo. Estas campanhas servem para promover a Agenda do Trabalho Digno nos nossos países e para sensibilizar políticos, empresas e população suíços para a ligação entre o consumo, vendas a retalho e comércio sustentáveis e melhores condições de trabalho em países produtores. As campanhas visam criar uma sensibilização na socie-dade suíça, melhorando as condições no terreno e impulsionando o cumprimento dos direitos laborais nacionais e internacionais.

Embora o último período estratégico tenha demons-trado sucesso no alcance do público suíço e tenha dado início a mudanças no estrangeiro, a ligação entre as campanhas na Suíça e a situação dos gru-pos vulneráveis nos nossos países-alvo permaneceu, muitas vezes, demasiado fraca. Além disso, ONG no Sul global estão a ficar cada vez mais especi-alizadas, a realizar campanhas e a trabalhar em rede internacionalmente. Novos canais facilitam a comunicação a longas distâncias e permitem uma comunicação direta com os beneficiários. De modo a aumentar o impacto do nosso trabalho de cam-panha, para melhor ir ao encontro das necessidades das pessoas nos nossos países de cooperação e para estar ao mesmo nível das organizações parcei-ras, Solidar Suisse pretende planear e implementar campanhas com uma cooperação ainda mais forte com as nossas representações regionais de Solidar Suisse e/ou apoiar campanhas das nossas organi-zações parceiras.

Marketing e comunicação

Posicionamento

Com um posicionamento claro e rigoroso, os doadores institucionais e privados, as mídias e os apoiantes reconhecem o que Solidar Suisse repre-senta, quais são os nossos objetivos e o impacto do nosso trabalho global. Solidar Suisse optou por um novo posicionamento a partir de 2017, cuja im-plementação tem estado a correr com êxito desde então. No entanto, de modo a responder de forma adequada à crescente concorrência, são necessá-rias mais medidas para garantir que toda a organi-zação está a cumprir de acordo com a promessa de marca.

Angariação de fundos

De acordo com o «barómetro de donativos da Swissfundraising», 80% das famílias suíças fizeram donativos em 2018. O mercado local de angariação de fundos é, sem dúvida, atrativo e a concorrência aumentou ainda mais: um número considerável de organizações novas e internacionais entrou no mer-cado nos últimos anos e deu início a uma clássica concorrência feroz. Além disso, o setor público está a retirar-se cada vez mais do financiamento de instituições culturais, sociais ou educacionais. Consequentemente, museus, teatros, lares, univer-

sidades e escolas também estão a tentar manter os negócios em funcionamento, recorrendo a ativida-des de angariação de fundos.

A concorrência entre ONGs por apoio financeiro e definição de agenda aumentará ainda mais, en-quanto que a percepção das ONGs está a mudar, à medida que se vai refletindo sobre o papel e o impacto destas de forma mais crítica. Esperam-se novos papéis e abordagens, especialmente por parte das gerações mais jovens. A forma como comunicam, obtêm informação, doam, compram ou pagam sofreu uma mudança radical.

Os doadores têm a expectativa de saber para que é que o dinheiro deles será usado e que impacto teve o donativo que fizeram. Isto gera confiança e ajuda a mostrar que mesmo donativos pequenos podem fazer a diferença.

Todos os desenvolvimentos supramencionados realçam a necessidade clara de aumentar os nos-sos esforços, de modo a obtermos financiamento por parte de doadores privados e institucionais, por exemplo, reforçando e apresentando resultados e impactos obtidos.

Objetivo estratégico 5

Através do seu trabalho de advocacia e ativismo, Solidar Suisse promove a sensibi-lização dos cidadãos na Suíça e sensibiliza o domínio da política e dos negócios a favor de uma economia justa que inclui condições de trabalho digno e o respeito pelos direitos humanos em todo o mundo.

Objetivo estratégico 6

Até 2024, Solidar Suisse terá adotado com sucesso a sua promessa da marca para todos os departamentos da organização. Isto influencia fortemente e guia todas as relações externas, seja através de campanhas, portefólio de projetos, angariação de fundos ou comunicação organizacional.

Objetivo estratégico 7

Até 2024, Solidar conseguirá escolher, realçar e integrar assuntos atualmente relevantes no seu trabalho (enquadramento), de modo a mobilizar a geração jovem, para se dedicar à nossa comunidade e continuar a fortalecer a ligação com grupos doadores e parceiros institucionais. Solidar assumirá uma liderança temática e desenvolverá pro-dutos que correspondam às expectativas dos nossos doadores.

Estratégia 2020 – 2024 2726 Estratégia 2020 – 2024

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Mídias e comunicação

A digitalização está a progredir rapidamente. A comunicação na Suíça e em muitos dos nossos países-alvo está a tornar-se mais fragmentada e individualizada e o número de canais está a aumen-tar. Ao mesmo tempo, a comercialização de deter-minados canais está a progredir.

Embora a nossa comunicação já aponte para queixas em países, apresente relatórios sobre os nossos projetos e indique possíveis soluções, de forma limitada só está a cumprir os requisitos para o futuro mundo da comunicação em constante mudança. Para melhor apresentar os rendimentos, resultados e o impacto da organização de uma forma transparente, atualizada e orientada, Solidar Suisse tem de expandir os conhecimentos, o tra-balho em rede e o fluxo de informações dentro da organização. O envolvimento dos nossos apoiantes na Suíça e possivelmente nos países-alvo deve ser verificado; devem ser fortalecidos, e ainda mais desenvolvidos, métodos de comunicação com base no nosso posicionamento.

Gestão organizacional

O período estratégico será fortemente marcado por enquadramentos e condições de mercado cada vez mais difíceis, bem como pela progressiva transfor-mação digital do mundo do trabalho.

As condições e os requisitos do mercado no setor sem fins lucrativos tornam-se mais exigentes e menos estáveis a um ritmo crescente. Num ambiente competitivo, a relação custo-benefício, a responsa-bilidade e a capacidade de adaptar e acompanhar o mundo exterior tornam-se fatores de sucesso importantes. As estruturas organizacionais, os pro-cessos e as competências da Solidar têm, por isso, de passar por uma adaptação e melhoria constan-tes para acompanharem os requisitos e as expecta-tivas dos nossos clientes e doadores.

Além disso, as nossas vidas e o nosso trabalho estão a tornar-se mais digitais a cada dia que passa. Transações financeiras (donativos, transferências de fundos, etc.), comunicações e gestão de pro-jetos passam de offline para online. As inovações tecnológicas originam perturbações no mundo do trabalho. Para que Solidar Suisse prospere neste futuro digital são necessários mais investimentos, tanto nos países em que Solidar atua como nos escritórios na Suíça. A utilização sustentável de todos os recursos torna-se mais importante; assim, tentaremos verificar a nossa pegada ecológica com regularidade e mantê-la reduzida.

Gestão dos recursos humanos

A estratégia de recursos humanos de Solidar Suisse é garantir que pessoal competente e bem gerido é apoiado e habilitado para cumprir a nossa missão. O critério de qualidade para garantir isto é que o pes-soal seja apoiado na realização do seu trabalho de forma eficiente e tratado de forma justa e imparcial. A eficácia e a capacidade de Solidar Suisse de cum-prir a nossa missão com sucesso está intimamente ligada à nossa capacidade de atrair, desenvolver e envolver pessoal competente e dedicado.

Damos uma grande importância à representação paritária de homens e mulheres em todos os níveis da organização.

Gestão financeira

Solidar Suisse continua a gerir as suas finanças de uma forma profissional, responsável e sustentável. As principais funções de gestão financeira incluem garantir contas equilibradas, orçamento de alta qualidade, normas de contabilidade e de relato financeiro e fornecer liquidez adequada em todos os programas. A observância, processos de auditoria, controlo e harmonização de processos financeiros no geral serão ainda mais avançados neste período de estratégia. Solidar Suisse configurou o seu sis-tema de gestão financeira de acordo com a Swiss GAAP FER 21 e detém a etiqueta de NPO ZEWO. Somos monitorizados em relação às normas NPO que abrangem a ética e a integridade, governação empresarial, utilização eficiente de fundos, resul-tados, contabilidade verdadeira e justa, transparên-cia e responsabilidade.

Objetivo estratégico 11.1

A capacidade de empreendedorismo a longo prazo de Solidar é salvaguardada.

Objetivo estratégico 11.2

Esforçamo-nos pelo crescimento equilibrado e a acumulação de excedentes capitais suficientes como reservas.

Objetivo estratégico 11.3

Garantiremos uma relação equilibrada de custos entre o escritório central na Suíça e o volume do programa.

Objetivo estratégico 10

Solidar Suisse aumentará a sua capacidade de atrair e manter o pessoal motivado. Simultaneamente, a prioridade continua a ser manter todos os colaboradores dotados das competências certas para gerir a organização.

Objetivo estratégico 9

Até 2024, Solidar Suisse será uma ONG acessível e transparente.

Objetivo estratégico 8

Até 2024, a orientação e apresentação de resultados e impactos serão reforçadas e comunicadas de uma forma compreensível e que aumente o empenho.

A formação e o desenvolvimento do pessoal são uma parte importante da capacidade de Solidar Suisse para concretizar a missão da organização com sucesso. Solidar Suisse pretende garantir que todo o pessoal tenha oportunidades adequadas para:

– entender e empenhar-se no que a organização está a tentar alcançar;

– assumir o controlo da sua própria aprendizagem e desenvolvimento profissional contínuo;

– trabalhar com o pessoal, parceiros e beneficiários de um modo que fomente a aprendizagem e a participação;

– avaliar, planear e rever o trabalho para aumentar a eficácia e alcançar padrões elevados;

– aprender com a experiência e partilhar lições dentro e fora da organização;

– melhorar o seu desempenho e o de outros.

Segurança, proteção e bem-estar são uma res-ponsabilidade e preocupação de todos. Solidar Suisse reconhece o seu dever legal e moral de res-ponsabilidade de proporcionar um local de trabalho saudável, promover práticas de trabalho saudáveis e mitigar os riscos para a segurança.

Estratégia 2020 – 2024 2928 Estratégia 2020 – 2024

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Tecnologias da informação e da comunicação (TIC)

Solidar Suisse dirige vários escritórios para garantir o desenvolvimento e campanhas de qualidade e pro-gramas humanitários a longo prazo. A sede é em Zurique, enquanto que o nosso segundo escritório fica em Lausanne. Os escritórios de coordenação de Solidar Suisse encontram-se na maioria dos países em que operamos. Esforçamo-nos por gerir estes escritórios de forma eficiente e ajustada, recorrendo a infraestruturas e equipamentos adequados.

Objetivo estratégico 13.1

Até 2024, Solidar Suisse será uma organi-zação de aprendizagem forte que gere os seus conhecimentos e se adapta às mudanças constantes com facilidade. Para o conseguir, Solidar Suisse recorre a ferra-mentas de gestão adaptativas e processos de resposta ajustados mais céleres.

Objetivo estratégico 13.2

Até 2024, a Solidar já terá firmado uma cultura que permite erros e promove a aprendizagem a partir deles.

Impresso

Publicado por Solidar Suisse Quellenstrasse 31 Caixa Postal 2228 CH-8031 Zurique/Suíça IBAN CH67 0900 0000 8000 0188 1

Tel: +41 (0)44 444 19 19 [email protected] www.solidar.ch

Tradução: Intertext

Desenho e ilustrações: artischock.net

Cover Para a campanha „O HOMEM NÃO É UMA MÁQUINA“, a conhecida artista suíça Nina Burri transformou-se numa máquina. Queremos chamar a atenção para as condições de exploração em fábricas e estaleiros de construção que afectam milhões de famílias em todo o mundo. Só quando as pessoas conhecem os seus direitos é que podem lutar por eles. As campanhas e projetos do Solidar Suisse promovem o trabalho justo, a co-determinação democrática

Objetivo estratégico 12.1

Até 2024, Solidar Suisse se terá adaptado aos requisitos de um mundo digital.

Objetivo estratégico 12.2

Globalmente, o pessoal de Solidar Suisse terá sido treinado e dispõe das competências necessárias do domínio das TIC.

Objetivo estratégico 12.3

Até 2024, Solidar Suisse terá infraestruturas de TI adequadas (hardware e software), próprias para soluções de armazenamento e gestão de dados, bem como processos eficientes.

Objetivo estratégico 12.4

Até 2024, Solidar Suisse formará uma equipa de transformação digital transversal que garanta que a organização está em forma ao nível institucional e programático.

Gestão de qualidade e conhecimentos

As exigências feitas a ONG de cooperação para o desenvolvimento continuam a aumentar. As melho-rias e os desenvolvimentos contínuos serão a norma neste ambiente em constante e rápida mudança. Os requisitos de qualidade não só no que diz respeito a um programa orientado para resultados e a uma gestão de projetos mas também a uma gestão de processos eficiente exigem um elevado nível de profissionalismo. Portanto, Solidar Suisse continuará a reforçar ainda mais os seus esforços para produzir declarações de impacto qualitativas e quantitativas relevantes. Também investiremos na conceção de processos de resposta ajustados mas céleres.

A capitalização das experiências e a troca de con-hecimentos enriquecem o trabalho conceptual e programático nos programas nacionais e regionais e aumentam a sua eficácia. Assim, Solidar Suisse continuará a trabalhar para a concretização do ob-jetivo estratégico do último período para trabalhar num sistema abrangente e estruturado de gestão de conhecimentos em que os conhecimentos in-ternos e externos e as capacidades são partilhados em rede, ancorados e ainda mais desenvolvidos e contribuem para o fortalecimento institucional.

30 Estratégia 2020 – 2024

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LUTAR PELA JUSTIÇA E EQUIDADE GLOBAIS

Lutamos pelo trabalho digno, participação democrática e justiça social em todo o mundo. Alinhados com os nossos doadores, pomos a solidariedade em ação em mais de 60 projectos em quatro continentes. Com previsão e ambição, contribuímos para a eliminação de todo tipo de abusos, abrindo novas perspectivas e oportunidades para as pessoas desfavorecidas. Luta conosco!