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Estratégias para melhorar o desempenho reprodutivo Dr.a. Juliana Lopes Almeida Médica veterinária Mestrado em ciências agrárias, reprodução equina (Universidade de Brasília - UNB) Doutorado em patologia comparativa, reprodução equina (University of California, Davis, EUA, UCDAVIS) Pós doutorado em Biotecnologia da reprodução (Universidade de Fortaleza, UNIFOR) Diretora do Hospital Veterinário Metropolitano - HVM

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Estratégias para melhorar o desempenho reprodutivo

Dr.a. Juliana Lopes AlmeidaMédica veterinária

Mestrado em ciências agrárias, reprodução equina (Universidade de Brasília - UNB)Doutorado em patologia comparativa, reprodução equina (University of California, Davis, EUA, UCDAVIS)

Pós doutorado em Biotecnologia da reprodução (Universidade de Fortaleza, UNIFOR)Diretora do Hospital Veterinário Metropolitano - HVM

Ovários: produtores de ovócitos

Tubas uterinas (ovidutos): transporte dos ovócitos

Útero: desenvolvimento do feto

Vagina/vestibulo: conexão com exterior para transporte de gameta e expulsão do feto

Caracterização da Reprodução da égua: Puberdade - 12 a 18 meses; Maturidade sexual - 24 meses:▪ Variabilidades (McKinnon, 1993);

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POLIÉSTRICA ESTACIONALANESTROFASE DE TRANSIÇÃOESTAÇÃO REPRODUTIVA

CICLO: 20 - 21 DIAS

Proestro: 3 diasEstro: 5 - 7 dias

ovulação: 24 - 48 antes do final do estroMetaestro: 5 - 8 diasDiestro: 5 - 9 dias

CONTROLE DE FOTOPERÍODOCIO DO POTRO: 9 dias (4 a 14 após o parto)

Sazonalidade

Comportamentos erráticos

Incerteza quanto ao momento de ovulação

Observação do comportamento

Palpação retal

Ultrassonografia

Inseminação artificial

O garanhão ideal: 3 anos ou mais, Bom temperamento, Saudável, Aparelho reprodutor funcional, Sêmen de qualidade (análise quantitativa e

qualitativa), Boa genética, Morfologia e com bom desempenho, competitivo, Temperatura testicular!

Programa Nutritional

Vacinação

Vermifugação

Atividade desenvolvida/ animal adulto

Quantidade Volumoso(%)

Quantidade concentrado(%)

Em atividade física e/ou reprodutiva

35% 65%

Sem atividade física e/ou reprodutiva

60% 40%

Fonte: Lewis, 1985 Alimentação e Cuidados do cavaloNa proporção de 1,5% de peso vivo

Garanhão

Estação/fotoperíodo: volume, motilidade, libido

Frequência de serviço

Rufiação / preparação / monta

Presença de outros garanhões

Exame andrológico

Estabelecer a rotina do garanhão

Égua mansa (cio)

Diluentes

Box

A égua ideal: A partir dos 3 aos 5 anos, 18 anos no máximo, Saudável, Aparelho reprodutor funcional Boa conformação de vulva, Boa habilidade materna, Boa genética, Morfologia e bom desempenho competitivo.

Os animais devem ser semelhantes quanto ao porte e morfologicamente, evitando endogamia (incesto).

Se produto anterior for bom, é recomendado repetir o cruzamento.

Se dentro da raça houver uma pelagem mais valorizada, é importante procurar conhecer a genética de pelagens de forma a aumentar a probabilidade de se obter o animal desejado.

Deve-se evitar cruzamentos conhecidamente perigosos, como Overo x Overo dentro da raça Paint Horse, pois a chance de se obter um produto portador do gene branco letal é muito alta.

A estação de monta nos equinos vai de setembro a fevereiro na maioria das raças, que é exatamente onde ocorre a maior parte dos cios férteis.

No caso do puro sangue inglês (PSI), a estação de monta se inicia em 15 de agosto indo até 15 de janeiro, para acompanhar o calendário das corridas.

Ano hípico!!!

Para cobrir a égua, é preciso ter certeza de que ela está no cio (rufiação/controle folicular).

Se a égua for rufiada diariamente, cobrir 48h após a identificação do cio, se rufiada em dias alternados, cobrir 24 horas após a identificação.

Deve-se repetir a cobertura ou inseminação a cada 48 horas, enquanto durar o cio, pois a égua ovula de 24 a 48 hora antes do final do cio;

Espermatozóides resistem por 48h no trato genital da égua.

O óvulo resiste por apenas 6 horas.

Se houver um controle folicular, apenas uma cobertura/inseminação pode ser necessária.

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Ideal = Gramado.

A égua deve estar preparada, com a cauda enfaixada e contida.

O comportamento normal do garanhão na cobertura.

À campo: 1 garanhão: 15 a 25 éguas

Desvantagens:

• não se sabe data correta da cobertura,

• há risco de acidentes, • é preciso um controle

sanitário bom para não disseminar doenças pelo plantel,

• pode ocorrer exaustão do garanhão

Monta controlada em piquete

Garanhão pode fazer de 1 a 2 coberturas por dia, com descanso de um dia na semana.

Monta dirigida

Entende-se por inseminação artificial o depósito mecânico de sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea

Vantagens da utilização de um programa de I.A. na espécie equina.

Melhor aproveitamento do Garanhão

Evita doenças transmissíveis através da cobertura

Evita ferimentos durante a cobertura do garanhão e da égua

Manipulação de glândulas acessórias; Farmacológica; Vagina artificial;

Deletérios: centrifugação rápida, mudanças de temperatura; luz; químicos; água

Fresco,

Refrigerado,

Congelado.

Porque é desejável refrigerar o sêmen?

o metabolismo do sptz a temperatura corporal e ambiente é máximo.

Limitações

Choque térmico: alterações no espermatozóidesquando eles são rapidamente resfriados da temperatura corporal até próximo a 0°C

Choque osmótico

Refrigeração computadorizada

Unidades de refrigeração e conservação (contêiner):

Equitainer I, II e III

ExpectaFoal

Equine Express

Salsbro Box (contêiner sueco)

Celle container (container alemão)

Botutainer, Botubox (containers brasileiros)

Grande vantagem de conservação de sêmen por tempo indeterminado

Forma de seguro reprodutivo do animal

Causa graves lesões ao espermatozóide

Apenas 24% dos garanhões apresentam boas taxas de concepção

Não existe um protocolo ideal

Onde congelar

Pallhetas de 0,5 mL

Palhetas de 0,25 mL

Macrotubos

Máquinas para congelamento-TK3000® -TK

Máquina Sousa (Patente) -tecnologia em congelação

Descongelamento

Rápido x lento ?

▪ 37º C / 30 seg.

▪ 46ºC / 20 seg.

▪ 75°C / 7 seg.

▪ 98ºC/ 4 seg.

Dose ideal: 500 milhões de espermatozóidesviáveis.

Inseminação histeroscópica

Definição: recuperação de embrião de umadoadora e transferência para uma receptora;

Éguas em competição; Éguas novas (2 anos); Éguas com méritos genéticos; Vários potros ou éguas; Éguas com problemas reprodutivos; Éguas com problemas não-reprodutivos; Pesquisa Espécies em extinção

Éguas jovens, reprodutivamente saudáveis 3-10 anos de idade, solteira ou 1-2 potros Ciclo estral normal, livre de fluido uterino Qualidade do endométrio

Boa mãe Tamanho da égua capacidade lactante bom temperamento

Três tipos de receptoras: Éguas intactas (mais comum) Ovariectomizadas, éguas tratadas com progesterona Não ciclicas, éguas tratadas com progesterona

ovulação da doadora

ovulação da receptora

Égua: Idade > 14 anos: redução RE Patologia de oviduto, útero Morte embrionária precoce

Número de ovulações ovulações múltiplas Bilateral vs unilateral

Histórico reprodutivo Aborto, Morte embrionária precoce, subfertilidade

Garanhão: Qualidade do sêmen; Tipo de sêmen (fresco,

resfriado, congelado); Momento da inseminação.

Manejo

Exercício: reduzida taxa de recuperação embrionária

Dia da tentativa de recuperação ▪ embrião entra no útero D 5.5-6 ▪ As taxas de recuperação D6 menor ▪ Falha de entrar no útero

Embrião Idade das doadoras Qualidade Maturidade

Receptoras Tônus do utero e cervix antes a transferência Idade da receptora Nutrição

Manejo técnicas de transferência sincronização

Vantagens: Sem necessidade de manejo de receptoras Transporte a longas distâncias criopreservação de embriões

Dispositivo de refrigeração passiva para armazenar embriões em 5 C por até 24 horas;

Taxas de prenhez similares a embriões 'frescos’;

Porque? Preservar material genético Importação/exportação Receptoras nao disponíveis Armazenamento até a

doadora provar seu valor emcompeticões

Como? técnicas convencionais de

congelamento ou vitrificação

O controle reprodutivo é realizado de forma individual, com o uso de tabelas onde se anota:

Quando ocorreu o último cio,

quando a égua foi rufiada,

quando foi coberta,

quando foi confirmada a gestação e quando foi o último parto.

Quando a égua não repete cio em 15-16 dias após a ovulação, é um indicativo importante.

Outro sinal é a melhora no estado geral do animal, que pode ser observado ao redor dos 30 dias.

O exame ginecológico permite identificar com precisão se a égua está gestando, a partir dos 12 dias:

Palpação retal com ultrassom + vaginoscopia (12 dias)

Palpação retal simples + vaginoscopia (20 dias)

Espécie - eqüinos: 11 meses (336 dias), muares: 12 meses, asininos: 13meses

Raça – há pequenas variações entre as raças.

Sexo – machos demorariam mais, mas não há comprovação científica em equinos.

Idade

Número de partos

Número de fetos

Nutrição

Progesterona (PG4)

Até os 35 dias, o corpo lúteo primário (originado a partir do folículo que ovulou) produz progesterona.

Dos 35 aos 120 dias, são os corpos lúteos secundários (decorrentes de uma nova onda folicular) que mantem a gestação.

A partir dos 120 dias, a placenta produz progesterona de forma independente, o que difere da maioria das outras espécies, que continuam dependendo do corpo lúteo para manter agestação.

Reabsorções embrionárias e abortos

Transporte entre 4 e 8 meses;

Égua prenhe mantida a pasto;

Terço final = suplementação (proteína, cálcio e fósforo)

As fases do parto são:

Preparação: de 3 semanas antes do parto até primeiras contrações• Preparação da glândula mamária• Descida do abdome• Relaxamento dos ligamentos pélvicos• Alteração de comportamento: se afasta do grupo ou fica nacompanhia de uma amiga

Dilatação: contrações até rompimento dos anexos fetais – dura 2 horas no máximo.• Auxilia na lubrificação

Expulsão: rompimento dos anexos fetais até saída completa do feto• Deve durar no máximo 30 minutos

Reconhecimento materno-fetal

A égua deve limpar o potro, comer a placenta (se desejar) eromper o cordão umbilical ao se levantar.

O ambiente deve estar tranquilo e ao ar livre, ficando apenas a égua com o potro nos primeiros dias.

Levantar

Colostro (até 2 horas)

Expulsão do mecônio (4 – 5 horas)

Iodo 8%

1. Secar o potro massageando e limpando as narinas de secreções e mucosidades;

2. Desinfecção do cordão umbilical;

3. Administração de antibiótico de largo espectro;

4. Controle da incompatibilidade materno-fetal;

5. Verificar se o potro mamou o colostro;

6. Administração de anticorpos para se obter imunidade passiva (sangue, soro ou plasma);

7. Administração de 50 mL de óleo de rícino ou aplicação de uma bisnaga de FleetEnema®;

8. Transfusão se for necessário;

Ingredientes:-600 mL de leite de vaca;

-370 mL de água fervida;

-4 colheres de sopa de Karo (xarope de milho).

100mL/kg/dia;

40 kg – 4.000mL : 15 = 270mL de h/h até 3° dia (37°C);

depois do 3° dia, de 2h/2h até 30° dia;

depois dividir total em 4 mamadeiras diárias, até 8 semanas;

a partir do segundo mês, dar ração com leite em pó (450g/mês) até o 9° mês.

Éguas paridas juntas Potros da mesma idade Piquetes com traves Coprofagia Creep-feeding Encabrestamento, não usar corda grande Casqueamento, correção de aprumos

Primeira vermifugação aos 15 dias (caso a mãe não esteja vermifugada ou aos 30 dias (mãe vermifugada);

Vermifugar a cada mês até os seis meses, a cada 2 meses após os 6 meses até 1 ano, e a cada 3 meses depois de 1 ano.

Enfermidade Frequência Observação

Encefalomielite A partir de 3 mesesAnual

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Tétano Anual -------------------

Raiva Anual Vacinar cães e gatos

Gripe 2 vezes ao ano -------------------

Herpes vírus (1 e 4) Anual Vacinar as éguas no 5°, 7°e 9° meses

Garrotilho 2 vezes ao ano -------------------

Botulismo Anual -------------------

Realizar sem traumas; Cabresto colocado com 2 meses;

Apadrinhamento; Separar potros da mesma idade, Deixar animais soltos juntos uma parte do dia,

• Secar o neonato com uma toalha caudo-cranialmente para estimular a respiração, retirando os líquidos das vias aéreas e limpar as narinas

• Colostro

• Ama de leite

• Sucedâneo comercial ou caseiro

Leptina, glicose e acidos graxos

Potros em crescimento, éguas em lactação e gestação, garanhões e cavalos adultos em trabalho não conseguem satisfazer suas necessidades nutricionais somente com volumosos.

Pelo menos, 50% de suas exigências diárias devem ser fornecidas pelos concentrados.

O balanceamento correto da dieta resulta em um animal mais saudável e pronto para desenvolver o trabalho a que esta destinado (SOUZA et. al. 2011).

A alimentação deve ser feita em 3 programas alimentares distintos.

previamente aos 3 últimos meses de prenhez, enquanto ainda não estiver em lactação;

durante os 3 últimos meses de gestação; e

durante a lactação

Complicações mais comuns acarretadas por uma nutrição deficitária:

Problemas na ovulação (cio não fértil), nudação(fixação do embrião no útero), gestação e viabilidade do feto (SANTOS et. al., 2012).

Cálcio e fósforo

superalimentação durante a prenhez e a subalimentação durante a lactação

Hormônio Ação Indicação Produtos Dosagem ObservaçãoGNRH Ovulação - Indireta Indução de Ovulação em

36 horasDeslorelina

1,0 mg IV ou 1,5 mg IM

Folículo maior ou igual a 35 mm e edema de útero

Luteinização de CL

Ocitocina contratilidade uterina - miométrio

Limpeza do útero Ocitocina 10UI/ml

20UI Im ou IV Pré sensibilizado por estrógenos

Retenção de placenta Expulsão da placenta e lóquios

20UI Im ou IV

Indução de parto Parto 40 a 100 UI IM

Estrógenos - Benzoato ou cioponato de estradiol

Indução de cio coleta de sêmen ou cio silencioso

ECP, Sincrodiol, Gonadiol, estrogin

1 a 5 mg Verficar ausência de CL e Progesterona

Relaxamento de cérvice ou cio sem edema uterino

Presença de folículos mas sem edema uterino ou aberuta de cérvice

Indução de edema Indução de edema em éguas em anestro

10 a 15 mg divididos em 3 dias ou dose única

Protocolo de anestro uso com Progesterona

Progesterona Preparo do útero para receber o embrião

Éguas em anestro Progesterona 300 mg IM semanal, Altrenogest

1500 mg Protocolo de anestro uso com Progesterona

Complemento de progesterona endógena

Éguas gestantes com sinais de pouca progesterona endógena ou receptoras para receber embrião

Sinais de edema, Cl hipoecogênico, útero flácido

Supressão de cio Éguas em prova

Hormônio Ação Indicação Produtos Dosagem ObservaçãohCG Ovulação - direta Indução de ovulação em

36 horasVetecor, chorulon

1500UI

Luterinização de CL

Prostaglandina F 2 alfa

Regressão de Cl Indução de cio Lutalyse, Sincrocio, Preloban, Sincrosin

dinoprost 7,5 mg

5 dias após ovulação

Sincronização receptoras intervalo de 0 a 2 diasCL persistenteAborto ou Absorção Até 60 dias de gestaçãoIndução de parto

EPE Gonadotropina Superovulação EPE 8 mg IM BID Trata um ciclo pós PGF por 6 dias

Anestro persistenteOvulação - direta Indução de Ovulação em

36 horas6 mg IV