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¹ Graduando em Engenharia Civil na Universidade de Gurupi; Graduando em Física na Universidade Federal do Tocantins
2 Bacharel em Engenharia Civil; Especialista em Engenharia de Segurança no Trabalho; Mestrando em Agroenergia na
Universidade Federal do Tocantins
ESTIMATIVA TEÓRICA DA GERAÇÃO DE BIOGÁS DO ATERRO SANITÁRIO DE
GURUPI-TO
THEORETICAL ESTIMATION OF THE BIOGAS GENERATION OF THE GURUPI-TO SANITARY
LAND
Michel Alves Ferreira1 Willian Mateus de Sousa Almeida2.
RESUMO
O desenvolvimento sustentável vem ganhando espaço cada vez maior, sua importância e como sua presença na sociedade geram mudanças positivas e fundamentais para as gerações atuais e futuras. A Lei 12305/10 que versa sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sustenta que os resíduos sólidos sejam reciclados, reaproveitados ou utilizados como forma de geradores de energia, sendo que a destinação final dos resíduos sejam de modo adequado, aplicando a premissa do princípio do desenvolvimento, pois os resíduos podem apresentar grande produção de biogás, que em sua composição apresenta o metano, um gás com elevado potencial energético. O presente artigo tem como objetivo estimar teoricamente a quantidade de biogás gerado no aterro sanitário de Gurupi localizada na região sul do Estado do Tocantins com base em duas metodologias sendo o Método do Inventário e o Método de Projeto, além disso determinar a melhor tecnologia presente no mercado para fazer a conversão do produto em energia elétrica. A metodologia utilizada foi a pesquisa quantitativa, contemplando a pesquisa de campo para análise técnico do aterro sanitário de Gurupi com o intuito de nortear o trabalho e também a leitura de publicações de notícias e artigos na web, que possuem como tema principal o desenvolvimento sustentável nos aterros sanitários, inclusive estudos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Gurupi-TO, da Lei Complementar 019/2014. No aterro de Gurupi, valores obtidos pelos métodos chegam a 6,3 milhões de m3 de biogás gerado por ano e a capacidade de potencial de geração de biogás dos resíduos foi de aproximadamente 228 m3 de biogás por tonelada de resíduo. O potencial energético do aterro nos primeiros anos foi estimado em 163 MW por mês, sendo que uma década depois, a capacidade chegaria a 434 MW/mês podendo abastecer aproximadamente 2.700 residências.
Palavras-chave: Potencial Energético. Resíduos Sólidos. Metano.
ABSTRACT
Sustainable development is gaining increasing space, its importance and how its presence in society generate positive and fundamental changes for the present and future generations. Law 12305/10, which deals with the National Solid Waste Policy, maintains that solid waste is recycled, reused or used as a form of energy generators, and that the final destination of the waste is adequate, applying the premise of the principle of the development, since the residues can present great production of biogas, that in its composition presents the methane, a gas with high energetic potential. The present article aims to theoretically estimate the amount of biogas generated in the Gurupi landfill located in the southern region of the State of Tocantins based on two methodologies being the Inventory Method and the Design Method, in addition to determining the best technology present in the to convert the product into electricity. The methodology used was the quantitative research, including the field research for the technical analysis of the Gurupi landfill with the purpose of guiding this work, as well as the reading of news publications and articles on the web, whose main theme is sustainable development in landfills, including studies of the National Solid Waste Policy, the Gurupi-TO Municipal Solid Waste Integrated Management Plan, and Complementary Law 019 / 2014. In the Gurupi landfill, values obtained by methods reach 6.3 million m3 of biogas generated per year and the potential biogas generation capacity of the waste was approximately 228 m3 of biogas per ton of waste. The energy potential of the landfill in the first years was estimated at 163 MW per month, and a decade later, the capacity would reach 434 MW / month and can supply approximately 2,700 residences.
Keywords: Energy Potential. Solid Waste. Methane.
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1. INTRODUÇÃO
Localizada na região sul do Estado do Tocantins, a cidade de Gurupi evoluiu
de maneira considerável seu grau de urbanização, ocorrendo conjuntamente a
elevação do número populacional, e ao mesmo tempo aumentando o seu consumo
per capita, resultando na elevação da geração de resíduos.
Em todo o mundo as energias renováveis estão hoje estabelecidas como fontes
importantes de energia. Particularmente no setor elétrico, o seu crescimento é rápido,
e impulsionado por vários fatores, dentre esses fatores é a evolução das tecnologias
renováveis, maior possibilidade ao financiamento, responsabilidades ambientais e de
proteção energética, procura gradativa de energia nas economias em crescimento e
emergentes e a indispensabilidade de aquisição à energia moderna. Como resultado,
novos mercados para energia renovável centralizada e distribuída estão surgindo em
todas as regiões.
Resíduos sólidos urbanos (RSU) contém uma fração significativa (30 a 50%)
de orgânicos. Pode ser útil recurso se esta fração orgânica puder ser usada para
geração de energia. Além disso, esgotamento rápido de convencional fontes de
energia exigiu a busca por fontes alternativas de energia (ABRELPE, 2017).
Os aterros de resíduos sólidos municipais atuais geram biogás devido a
quantidade de resíduos, a produção de biogás representa uma maneira muito
promissora de resolver o problema do tratamento de resíduos. Além disso, o sólido
resíduos de fermentação podem ser reutilizados como fertilizantes (TOLMASQUIM,
2014). O gás de aterro é uma mistura de gás saturada de água contendo cerca de
40-60% de metano, sendo o restante principalmente dióxido de carbono (CO2). Gás
de aterro também contém quantidades variadas de nitrogênio, oxigênio, vapor de
água, enxofre e centenas de outros contaminantes (PERSSON, 2006).
O teor de metano nos aterros sanitários é geralmente de 45% a 55%, dióxido
de carbono de 30% a 40% . Devido ao fato de o gás de aterro (biogás) ser perigoso,
é necessário estudar sobre ele para ter um plano para usar biogás em aterros sem
quaisquer problemas ambientais. Isso faz com que forneça uma situação qualificada
para ambos produção e a melhor maneira de usar o biogás.
Devido à crise energética pela escassez de chuva e o aumento da demanda de
energia elétrica para os próximos anos, há a preocupação por novas fontes de energia
que sejam possíveis e sustentáveis para população.Com isso, há a necessidade de
3
se discutir uma alternativa de matriz energética menos poluente, a qual possibilite
tanto a preservação dos recursos naturais quanto o crescimento econômico.
O trabalho realizado teve por objetivo, estimar teoricamente a quantidade de
biogás gerado no aterro sanitário de Gurupi-TO e determinar a melhor tecnologia
presente no mercado para fazer a conversão do produto em energia elétrica.
O local escolhido para o desenvolvimento deste trabalho fica na cidade de
Gurupi, sendo a cidade localizada no sul do estado do Tocantins, às margens da BR-
153 (Rodovia Belém-Brasília), a 214 km de Palmas, capital do Estado (DADOS, 2015).
Para subsidiar as discussões e análises da temática – Estimativa do biogás - a
referência deste trabalho foi a Política Nacional de Resíduos Sólidos, do Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Gurupi-TO, da Lei
Complementar 019/2014, sendo este um instrumento estratégico da política municipal
de desenvolvimento que orienta e norteia as ações públicas da Prefeitura municipal,
outro utilizado como referência foi o modelo Intergovernmental Panel on Climate
Change (1996) para determinar a quantidade de metano gerado em m³.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
A composição dos resíduos sólidos urbanos varia muito de município para
município, e muda significativamente com o tempo. Nos municípios que têm um
sistema de reciclagem de resíduos bem desenvolvido, o fluxo de resíduos consiste
principalmente em resíduos intratáveis, como filme plástico e materiais de embalagem
não recicláveis. Em áreas desenvolvidas sem atividade de reciclagem significativa,
inclui predominantemente jardim, plástico e materiais de embalagem de produtos e
outros resíduos sólidos diversos de fontes residenciais, comerciais, institucionais e
industriais (ALVES, 2000).
Conforme o Ministério do meio ambiente (2015) levando em consideração a
sua origem consegue relacionar os resíduos sólidos. Assim, os diferentes tipos de
resíduos são:
a) Lixo residencial ou doméstico
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O lixo domiciliar, doméstico ou residencial é todo tipo de resíduo gerado pelos
habitantes das residências, que podem ser materiais orgânicos (restos de alimentos,
madeira, dejetos humanos) ou inorgânicos (as embalagens, os vidros, os papéis).
b) Lixo comercial
O lixo comercial são os resíduos provenientes do comércio e serviços, ou seja,
pelo terceiro setor. São produzidos em diversos estabelecimentos os quais são
geradores de grandes quantidades de lixo como os bancos, restaurantes, bares,
supermercados, lojas, hotéis, escritórios, dentre outros.
c) Lixo industrial
O lixo ou resíduo industrial é aquele proveniente das indústrias, ou seja, do
setor secundário. Dentre todos os tipos de lixo, os resíduos industriais tem sido um
dos maiores problemas quando se trata de preservação do meio ambiente.
d) Lixo radioativo
O lixo nuclear, lixo radioativo ou lixo atômico é aquele produzido sobretudo
pelas usinas nucleares. Elas produzem energia elétrica através de materiais
radioativos, donde o principal elemento é o urânio.
2.2 ESTRUTURA DE UM ATERRO SANITÁRIO
A ideia básica da construção de aterros sanitários é isolar o lixo do ambiente
com um revestimento de material sintético (plástico) para mantê-lo seco das águas
subterrâneas e tanto quanto possível, não entrar em contato com o ar. Sob tais
condições, o lixo não será decomposto em grandes quantidades. Para esse fim, a
localização do aterro é importante, exige que a rocha de formação seja tão
impermeável quanto possível, mantendo-se longe de rios, córregos ou zonas úmidas
para garantir que qualquer possível vazamento do aterro não entre na água
subterrânea ou na bacia hidrográfica (ENSINAS, 2010).
O aterro dos rejeitos é viável após a perfuração do solo até o lençol freático
para verificar se não é arenoso demais e calcular o limite da escavação, sendo que
esse não pode ficar a menos de 2 metros do lençol freático, só então após essa
verificação é feita a abertura da vala. Máquinas compactam o fundo da terra que sobre
esse solo é colocada uma manta de polietileno de alta densidade e sobre ela uma
5
camada de pedra britada que passarão os líquidos e gases liberados pelo resíduo. A
cada 5 metros de rejeitos é feita uma camada de impermeabilização.
Para drenar o líquido que sai dos rejeitos e se mistura a água das chuvas é
feito calhas de concreto que são instaladas a cada 20 metros que levam essa mistura
até a lagoa de acumulação. Esse mesmo líquido é tratado no aterro e lançado no
esgoto, em alguns casos eles são levados por caminhões para grandes piscinas, onde
lá são tratados e despejados na rede de esgoto.
Para evitar que algum desavisado jogue resíduos clandestinos no aterro a área
deve ser totalmente cercada. Os rejeitos também produzem gases, especialmente o
metano, que são captados por uma rede de tubos verticais cheios de furos. Por esses
canos, os gases chegam até a superfície do aterro. Alguns gases são recolhidos em
depósitos e outros são liberados na atmosfera (PNRS, 2017).
2.3 FORMAÇÃO DO BIOGÁS
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2015), o gás de aterro é uma mistura
complexa de diferentes gases criados pela ação de microrganismo dentro de um
aterro. Esse gás é composto de aproximadamente quarenta a sessenta por cento de
metano, ficando a outra parte sendo principalmente dióxido de carbono. As
quantidades vestigiais de outros compostos orgânicos voláteis compreendem o
restante (<1%). Esses traços de gases incluem uma grande variedade de espécies,
principalmente hidrocarbonetos simples.
Os gases de aterro são o resultado de três processos:
- Evaporação de compostos orgânicos voláteis (por exemplo, solventes).
- Reações químicas entre componentes de resíduos.
- Ação microbiana, especialmente metanogênese.
Os dois primeiros processos dependem fortemente da natureza do lixo. O
processo dominante na maioria dos aterros sanitários é o terceiro processo pelo
qual as bactérias anaeróbicas decompõem os resíduos orgânicos para produzir
biogás, que consiste em metano e dióxido de carbono, juntamente com vestígios de
outros compostos. Apesar da heterogeneidade dos resíduos, a evolução dos gases
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segue um padrão cinético bem definido. A formação de metano e CO2 começa cerca
de seis meses após o depósito do material do aterro. A evolução do gás atinge um
máximo em cerca de 20 anos, depois diminui ao longo de décadas (MENDES, 2010).
2.4 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICO DO BIOGÁS
O biogás é um gás incolor, odorífero e tóxico, seu principal componente o metano,
é um gás incolor, inodoro e atóxico à temperatura ambiente. A fórmula do metano é
CH4, um hidrocarboneto simples com um átomo de carbono combinado com quatro
átomos de hidrogênio. A relação de peso do metano para o ar é de 0,54, o que é cerca
de metade mais leve que o ar. A solubilidade do metano é muito pequena: a 20 °C e
0,1 kPa, 100 unidades de água só podem dissolver 3 volumes unitários de metano
(CENBIO, 2006).
O metano é um composto orgânico simples que é um combustível gasoso de boa
qualidade. Queima com uma chama azul e a temperatura máxima é de
aproximadamente de 1400 °C. O valor calorífico do metano puro por metro cúbico é
de 36,8 kJ. O valor calorífico por metro cúbico de biogás é de cerca de 23,4 kilo joules,
o que equivale a 0,55 kg de diesel ou 0,8 kg de carvão. A partir da análise da eficiência
térmica, a quantidade de calor que pode ser utilizada por metro cúbico de biogás é
equivalente à quantidade de calor que pode ser usada para queimar 3,03 kg de carvão
(COSTA, 2012).
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa quantitativa, contemplando a pesquisa
de campo para análise técnico do aterro sanitário de Gurupi com o intuito de nortear
este trabalho, e também a leitura de publicações de notícias e artigos na web, que
possuem como tema principal o desenvolvimento sustentável nos aterros sanitários,
inclusive estudos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, do Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Gurupi-TO, da Lei Complementar 019/2014.
O estudo foi desenvolvido considerando o aterro sanitário construído no
município de Gurupi-TO sendo o município conforme dados do IBGE (2018) terceiro
do Estado de Tocantins em população e economia, localizado na região sul do estado
e possui uma população de 85.737 habitantes. O Aterro Sanitário de Gurupi (Figura
7
3) está implantado no Lote nº 12-F do Loteamento Fazenda Santo Antônio, Gleba 8,
4ª Etapa, Gurupi-TO, e em área anexa ao antigo Aterro Controlado de Gurupi. Não se
encontra em área de proteção ambiental e nem com restrição urbana. A precipitação
anual média em Gurupi é de 1804 mm/ano (ANA, 2013), sendo que, a região
apresenta duas estações bem definidas, uma chuvosa nos meses novembro a maio,
e outra seca, de junho a outubro.
De acordo com a Prefeitura Municipal de Gurupi (2019), o aterro sanitário
recebe anualmente em média 32.760 toneladas de resíduos, sendo aproximadamente
60% de origem domiciliar. A drenagem do chorume (Figura 1) é feita através de tubos
PVC de 100 mm , indo direto para o Tanque (Figura 2).
Figura 1. Tubo PVC para a drenagem do chorume
FONTE. ACERVO PRÓPRIO
Figura 2. Tanque com o chorume FONTE. ACERVO PRÓPRIO
8
O Aterro Sanitário de Gurupi que está delimitado por uma linha vermelha na
(Figura 3) encontra-se distante de aglomerado populacional, entretanto, seu acesso é
fácil, em toda época do ano.
Figura 3. Visão panorâmica do aterro sanitário de Gurupi através do Google Earth
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.
O aterro foi implantado em conformidade com as condicionantes estabelecidas
na LO n° 262/2006 e com todas as exigências e recomendações estabelecida pelo
NATURATINS. Para realizar as estimativas de biogás presente no aterro foi utilizado
métodos já consagrados na literatura, sendo eles o Método do Inventário e o Método
de Projeto.
3.1 MÉTODO DO INVENTÁRIO DESENVOLVIDA PELO IPCC (1996)
Esse método foi exibido pelo IPCC (1996), onde estima a emissão de metano
dos aterros sanitários (Equação 1).
Sendo:
CH4 = (Pop.Urb x Taxa RSU x RSDf x L0 − R) x (1 − OX)
2 (EQ. 1)
Onde:
CH4 - quantidade de gás metano emitido em toneladas de CH4/ano;
Pop.Urb - número de habitantes residentes na área urbana;
Taxa RSU - resíduos sólidos urbanos em toneladas de RSU/habitante /ano;
RSDf - fração dos resíduos coletados e depositados no aterro sanitário;
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L0 - potencial de geração de metano dos resíduos em toneladas de CH4/toneladas
de resíduo;
R - metano que é captado e aproveitado em toneladas de CH4/ano;
OX - fator de oxidação do metano na superfície do aterro sanitário;
Atualmente, a maioria dos países industrializados com Resíduos Sólidos bem
gerenciados usa 0,1 para OX, o que é um pressuposto baseado na informação
disponível. Nos países em desenvolvimento com práticas de gestão menos
elaboradas, o valor médio é provavelmente mais próximo de zero. O uso do valor de
oxidação de 0,1 é justificado para aterros, em outros casos o uso de um valor de
oxidação diferente de zero deve ser claramente documentado e referenciado.
O valor de (R) para recuperação de metano é zero. Este padrão só deve ser
alterado quando as referências documentarem a quantidade de recuperação de
metano está disponível. Volumes de gás recuperados devem ser reportados como
CH4 não como aterro gás, pois o gás de aterro contém apenas uma fração de CH4.
O potencial de geração do metano (LO), assume valores típicos entre 125 m³
de tonelada de CH4 / tonelada de resíduo a 310 m³ de tonelada de CH4 / tonelada de
resíduo e pode ser calculado através da fórmula 1 abaixo.
L0 = FCM x COD x CODf x F x W (Fórmula 1)
Sendo:
L0: Potencial de geração de metano do lixo [kg de CH4 / kg de resíduo]
FCM: Fator de correção do metano [%];
COD: Carbono orgânico degradável [kg de C / kg de resíduo];
CODf: Fração de COD dissociada [%];
F: Fração em volume de metano no biogás [%];;
W: Fator de conversão de carbono em metano [kg de CH4 / kg de C]; sendo utilizado
a constante de 4
3.
Para determinar o fator de correção de metano (FCM) da fórmula 1, deve-se
considerar a maneira que os resíduos são depositados no aterro sanitário, pois
dependendo da forma da deposição pode influenciar na geração de metano no aterro.
Com essa condição apresentada, para o FCM ter o valor de 1 necessita ser um local
adequado, com nivelamento do terreno e deposição controlada de lixo, compactação
mecânica e material de cobertura, agora se tiver em condições de deposição
inadequado com profundidades de lixo menores que 5 m o FCM será de 0,4 e se tiver
com as mesmas condições anteriores citadas mas com deposição de lixo com
profundidade maior que 5 m o FCM será de 0,8.
10
A fração de metano (F) da (formula 1), está presente no biogás, e o seu
percentual de metano em sua composição pode variar, ficando entre 35 a 65 %
(PERSSON, 2006). Para determinar o (COD) da (fórmula 1), foi levando em conta a
quantidade de carbono presente em cada componente do lixo e a composição
gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos de Gurupi- TO. Na tabela 1 descreve a
porcentagem de COD de cada componente que pode estar no aterro sanitário.
Tabela 1. Teor de carbono orgânico degradável em cada componente dos resíduos.
* exclusão da fração da madeira pois a sua decomposição é muito lenta.
Fonte: Britto (2006).
O COD é calculado da seguinte forma:
COD = 0,40∗𝐴 + 0,17∗𝐵 + 0,15∗𝐶 + 0,4∗𝐷 ( Fórmula 2)
Na zona anaeróbia a temperatura de um local de disposição de resíduos
sólidos (LDRS) é constante por volta dos 35ºC, assim, CODf assume o valor de igual
a 0,77, sendo:
𝐷𝑂𝐶𝑓=0,014∗𝑇+0,28 (Fórmula 3)
Para estimar o crescimento populacional do município de Gurupi foi adotado o
método de Projeção Geométrica, considerando o ano de 2014 com 83.707 habitantes
e 2019 com 85.737 habitantes e depois foram calculados os anos de 2024, 2029, 2034
e 2039. Sendo a fórmula:
P= P2 x 𝑒𝐾𝐺 (𝑡−𝑡2) KG= lnP2−lnP1
t2−𝑡1 (Fórmula 4)
P= População estimada
P1= População de 2014
P2= População de 2019
t= ano estimado
t2= ano de 2019
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3.2 MÉTODO DE PROJETO
O método de projeto varia-se em duas equações, onde a equação 2 é para
aterros em funcionamento normal, que ainda está sendo utilizado para despejo de
resíduos e a equação 3 para aterros fechados que já não podem mais receber
resíduos, porém ainda produzem biogás devido a matéria orgânica disposta nos anos
anteriores.
Para aterros com vida útil:
Q = F x R x L0 x (1 – 𝑒−𝐾𝑡 ) (EQ.2)
Para aterros fechados:
Q = F x R x L0 x (𝑒−𝐾𝐶 - 𝑒−𝐾𝑡) (EQ.3)
Sendo que:
Q - metano gerado em m3/ano;
F - fração de metano no biogás %;
R- quantidade média de resíduos assentados durante a vida útil do aterro kg
RSU/ano;
L0 - potencial de geração de biogás em m3 de biogás/kg resíduo;
k - constante de decaimento (ano-1);
C - tempo decorrido desde que o aterro foi fechado em anos;
t - tempo decorrido desde que o aterro foi aberto em anos.
A constante de decaimento (k), variam principalmente em função da
precipitação pluviométrica da região e umidade, para tanto, pode chegar a ter valores
como 0,01 ano-1 a 0,09 ano-1 em função das precipitações anuais. Precipitações
maiores que 1.000 mm e resíduos considerados de alta decomposição o valor de (k)
pode ser considerado 0,09 ano-1.
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3.3 DETERMINAÇÃO DA MELHOR TECNOLOGIA DISPONÍVEL NO MERCADO
PARA A CONVERÇÃO
Segundo a fabricante (BRASMETANO, 2007), os conjuntos motogeradores
LANDSET (Figura 4) são capazes de gerar energia a partir do biogás de aterros
sanitários. São compostos por motores ciclo Otto adaptados para funcionar a biogás,
com potência nominal de 200 kW, de fabricação brasileira, e fornecidos prontos para
instalação em container de 6 metros.
Os sistemas de ignição e alimentação são gerenciados eletronicamente e
existe uma unidade independente de resfriamento e controle de temperatura. A
aspiração do biogás dispensa central para sua sucção e bombeamento, já que é feita
pelo conjunto motor-compressor. Possui vida útil de 40 a 80 mil horas e possuindo
uma eficiência elétrica de 28%. O calor rejeitado pelos motores poderá ser utilizado
pelo aterro para evaporação do chorume (FIGUEIREDO,2011).
Figura 4. MOTOGERADOR LANDSET
Fonte: BRASMETANO, 2009
Para estimar a vazão de biogás necessária para a alimentação do motor para
gerar uma potência de 200 kW foi utilizada a fórmula 5.
Pot = (Q x PCI x n)
v (Fórmula 5)
Sendo :
Pot - potência gerada;
Q - vazão de biogás em m3/h;
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PCI - poder calorífero do biogás;
n - eficiência elétrica do motor;
V - conversão kcal para KW, sendo este um fator constante de 860;
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 EQUAÇÃO DE INVENTÁRIO DESENVOLVIDA PELO IPCC (1996)
Para o estudo deste trabalho, as porcentagens da composição para o cálculo
do carbono degradável (COD) estão estimadas, frente a dificuldade de conseguir
dados oficiais detalhados da operação do aterro estudado, porém alguns fatores são
relevantes e garantem grande proximidade com os reais fatores de operação. Como
o aterro recebe na sua grande maioria resíduos domésticos, os coeficientes B e C
foram unidos. Como base para a estimativa, utilizou-se FIGUEIREDO, 2011, onde o
estudo de caso é realizado em um aterro sanitário muito semelhante ao estudado,
sendo assim, abaixo tem-se o cálculo de DOC.
COD = 0,40∗𝐴+0,16(𝐵+𝐶) +0,4∗𝐷 (Fórmula 2)
Na equação modificada, os fatores dos coeficientes B e C foram unidos
realizando a média entre eles. Sendo assim, tem-se:
COD=0,40∗0,10+0,16∗0,65+0,4∗0,05
COD = 0,164 tonelada de Carbono / tonelada de Resíduo
Considerando a seguinte composição:
A – Papel e Papelão: 10%;
C + B - Alimentos e outros resíduos orgânicos + Resíduos de jardins: 65%
D – Tecidos: 5%
Para o cálculo do CODf, utiliza-se a Fórmula 2 onde T é a temperatura na
zona anaeróbica em [°C]. Valores típicos de CODf variam de 0,42 para temperaturas
de 10°C a 0,98 para temperaturas de 50°C. Segundo BIRGEMER E CRUTZEN, 1987
a temperatura na zona anaeróbica de um local de disposição de resíduos sólidos se
mantém constante a um valor aproximado de 35°C, independente da temperatura
ambiente.
Sendo:
COD𝑓 = 0,014∗𝑇+0,28 (Fórmula 3)
Logo, CODf = 0,77 utilizando T=35°C.
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Para definir o (L0) foram feitas importantes considerações. O gás de aterro
consiste principalmente de CH4 e dióxido de carbono (CO2). A Fração em volume de
metano no biogás foi considerado 0.5, mas pode variar entre 0,4 e 0,6, dependendo
de vários fatores, incluindo a composição do lixo (por exemplo, carboidrato e celulose).
A concentração de CH4 no gás de aterro recuperado pode ser menor do que o valor
real devido a diluição potencial pelo ar, pelo que os valores de F estimados desta
forma não serão necessariamente representativos.
O fator de correção do metano (FCM) explica o fato de que os aterros
sanitários não gerenciados produzem menos CH4 de uma determinada quantidade
de resíduos, porque uma fração maior de resíduos se decompõe aerobicamente no
camadas superiores nos aterros bem gerenciados. O FCM varia de 0,4 a 1 e para o
presente trabalho, foi definido sendo igual a 1, pois para aterros bem manejados é
considerado este valor. O potencial de produção do metano é dado por:
L0 = FCM x COD x CODf x F x W (Fórmula 1)
𝐿0= 1 ∗ 0,164 ∗ 0,77 ∗ 0,5 ∗ 4
3
𝐿0= 0,08419 tonelada𝐶𝐻4 / tonelada 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜
Considerando a densidade do metano sendo 0,74 kg/m³ em condições de (0°C e
1,013 bar), tem-se :
L0= 0,08419
0,0007168/2 = 0,2275 m3
de biogás/kg de resíduo
Com uma parte do cálculo já definido, foi feita uma estimativa da população de
Gurupi para os anos de 2019, 2024, 2029, 2034 e 2039 (Tabela 1) utilizando o método
de Projeção Geométrica sendo 2039 o ano de fechamento, ou seja, totalizando um
tempo de vida útil de 20 anos.
Devido à dificuldade de definir a taxa de geração de resíduos por habitante foi
considerado uma taxa de 1 kg/hab/dia ou 0,365 t/hab/ano. Segundo a Prefeitura
Municipal de Gurupi (2019) responsável pela coleta dos resíduos, a taxa da população
urbana atendida é de 100%.
De acordo com o IPCC (1996), o fator de oxidação do metano (OX) ainda vem
sendo estudado e como ainda não foi apresentado novos dados utiliza-se o valor de
OX sendo 0,1 já que Miller et al. (2009) utilizou este valor em aterros bem manejados
em seu trabalhos. O valor de R representa a quantidade de metano que é captada no
aterro, logo é considerado como sendo zero.
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Sendo assim, com a Eq. 1 para o ano de 2019, a quantidade de metano gerada
no aterro sanitário seria de:
CH4 = (Pop.Urb x Taxa RSU x RSDf x L0 – R)x (1 – OX)
2 (EQ.1)
CH4 = [(85.737 x 0,365) x 1 x 0,2275 – 0] x (1 – 0,1)
2
CH4 = 3.203.723,8 m3/ano
Refazendo o cálculo anterior, substituindo a população urbana de 2019 pelas
populações estimadas pelo método pode-se obter a tabela 1.
Tabela 1. Valores de emissão de metano
ANO POULAÇÃO ESTIMADA
QUANTIDADE DE METANO GERADO (m³)
2019 85.737 3.281.446,90
2024 87.817 3.281.446,90
2029 89.946 3.361.000,90
2034 92.127 3.442.498,09
2039 94.361 3.525.975,69
Fonte: ACERVO PRÓPRIO
4.2 MÉTODO DE PROJETO
Para estimar o metano gerado pelo Método de Projeto foram utilizados alguns
valores já encontrados no Método do Inventário, sendo: O valor do potencial de
geração de Biogás (L0); o valor da fração de metano presente no Biogás (F). Isso se
faz necessário para a comparação entre os valores estimados pelas duas
metodologias.
Devido a precipitação média do município de Gurupi- TO ser de 1.804 mm/ano,
a Constante de decaimento (k) = 0,09 (foi definido com base nos valores sugeridos
pelo World Bank (2003). Para os cálculos, foram considerados os anos de 2019 até o
ano de 2049 sendo respectivamente o ano que inicia o projeto e o ano final onde em
2049 as emissões já aconteceria com menor quantidade.
A equação 2 é o período onde o aterro está recebendo resíduos e na equação
3 considera quando o aterro está fechado. Para a fim de mostrar o comportamento do
16
aterro e de suas emissões com o passar dos anos, foi produzido um Gráfico (figura 5)
para melhor exemplificar os resultados, onde, é possível observar o pico de produção
do aterro sanitário que ocorre no último ano de deposição (2039), e a sua geração de
metano nesse ano chega a 2.875.365,6 m3.
Durante a vida útil do aterro:
Q = F x R x L0 x (1 – 𝑒−𝐾𝑡 ) (EQ.2)
Q2039 = 0,5 x 32.760 x 0,2275 x (1 – 𝑒−0,09∗20 )
Q2039 = 3.110.471,96 metano gerado em m3 /ano
Após o fechamento do aterro:
Q2040 = F x R x L0 x (𝑒−𝐾𝐶 - 𝑒−𝐾𝑡) (EQ.3)
Q2040 = 0,5 x 32.760 x 0,2275 x (𝑒−0,09∗1 - 𝑒−0,09∗20)
Q= 2.789.740,82 96 metano gerado em m3 /ano
Figura 5. Gráfico com as estimativas de emissão de metano para os anos de 2019 a 2049 no aterro sanitário de Gurupi-TO
A fração de metano presente no biogás é de 50%, ou seja, a quantidade de
biogás será o dobro do valor de Q2039, (ICLEI, 2009, p. 64). Sendo assim, com um
percentual teórico de metano de 3.110.471,96 m³CH4/ano, a estimativa teórica da
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
2019 2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041 2043 2045 2047 2049
Vazão de Metano por Hora [m³/h]
17
geração de biogás será de 6.220.943,92 m³CH4/ ano, sendo este valor incrementado a
cada ano através da taxa de crescimento populacional do município.
4.3 EQUIVALÊNCIA ENERGÉTICA DO BIOGÁS
Através dos resultados das equações 2 e 3 apresentadas anteriormente,
substituindo os valores na fórmula 5 e sabendo que segundo o fabricante, o motor
LANDSET possui uma eficiência elétrica de 28%. Com essa informação anterior, é
possível estimar a vazão de biogás necessária para a alimentação do motor para gerar
uma potência de 200 kW.
Pot = (Q x PCI x n)
v (Fórmula 5)
Sendo que:
Pot - potência gerada em kW;
Q - vazão de biogás em m3/h;
PCI - poder calorífero do biogás = 4.613 kcal/m3 (PRICE e CHEREMISINOFF,
1981);
n - eficiência elétrica do motor = 0,28;
V - conversão kcal para kW, sendo este um fator constante de 860.
É notório que através da vazão do biogás é possível determinar a potência e a
energia que será produzida pelo aterro sanitário de Gurupi-TO. “Não a possibilidade
de coletar 100% do biogás, nessas condições valores comuns da chamada eficiência
de coleta do biogás chegam a 75%”, Figueiredo (2011). Portanto, com estas
considerações obtemos a tabela 2 com as vazões de biogás (m3/h), considerando uma
eficiência de coleta de 75%, encontradas pelo Método de Projeto.
A partir do terceiro ano de funcionamento do aterro (2022), já haverá vazão
suficiente de (150,99 m3/h) para a alimentação de um motor LANDSET, com uma
potência de 227 KW, sendo possível gerar mais de 144 MW de energia por mês, sendo
assim 227 kW x 24h x 30 dias = 163 MW.
Pot = (150,99x 4.613 x 0,28)
860 = 226,77 KW
18
Tabela 2. Vazão de biogás no aterro sanitário de Gurupi-TO.
ANO Vazão Biogás
(m3/ano)
Vazão Biogás (m3/hora)
(75%)
Potência disponível
(kW)
2020 641.462,27 54,92 82,48
2021 1.227.714,64 105,11 157,87
2022 1.763.508,97 150,99 226,77
2023 2.253.188,11 192,91 289,73
2024 2.700.721,15 231,23 347,28
2025 3.109.735,55 266,24 399,87
2026 3.483.546,57 298,25 447,94
2027 3.825.184,11 327,50 491,87
2028 4.137.417,32 354,23 532,02
2029 4.422.776,98 378,66 568,72
2030 4.683.576,08 400,99 602,25
2031 4.921.928,51 421,40 632,90
2032 5.139.766,22 440,05 660,91
2033 5.338.854,91 457,09 686,51
2034 5.520.808,26 472,67 709,91
2035 5.687.101,11 486,91 731,29
2036 5.839.081,33 499,92 750,84
2037 5.977.980,79 511,81 768,70
2038 6.104.925,33 522,68 785,02
2039 6.220.943,92 532,62 799,94
2040 5.579.481,65 477,70 717,45
2041 4.993.229,28 427,50 642,07
2042 4.457.434,95 381,63 573,17
2043 3.967.755,81 339,71 510,21
2044 3.520.222,77 301,39 452,66
2045 3.111.208,37 266,37 400,06
2046 2.737.397,35 234,37 352,00
2047 2.395.759,80 205,12 308,07
2048 2.083.526,60 178,38 267,92
2049 1.798.166,93 153,95 231,22
De acordo com a tabela 2, no ano de 2021 atingiu uma capacidade de energia
de 163 MW por mês. Sendo assim possível segundo a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE, 2017) abastecer com energia elétrica cerca de 1018 residências por
igual período de tempo, pois o consumo médio das residências brasileiras é de 160
kWh/mês. No ano de 2030, apresenta uma vazão suficiente para abastecer 3
conjuntos geradores com potência de 200 kW, gerando 434 MW por mês, suficiente
para abastecer cerca de 2.700 residências.
Residências com energia elétrica = 163 x 106
160 x 103 = 1.018
19
5. CONSIDERAÇOES FINAIS
O atual cenário de biogás corrobora com a tomada de decisão e as iniciativas
de investimento no mundo, visando reduzir as emissões baseadas em fósseis e
aumentar a energia renovável. Com a utilização dos métodos de estimativa, foi
observado que no município de Gurupi–TO teria uma grande capacidade de geração
de biogás em seu aterro sanitário, chegando a 6,3 milhões de m3 de biogás gerado
por ano e a capacidade de potencial de geração de biogás dos resíduos foi de
aproximadamente 228 m3 de biogás por tonelada de resíduo.
O método de projeto considera que a geração de metano vai crescendo com o
tempo, levando em consideração os anos de 2019 a 2039, sendo em maturação e
com os resíduos no aterro sanitário acumulados. Com essas características, o método
de projeto passa a ser mais fiel do que o método de inventário em relação ao real
comportamento do aterro e além disso também estima a geração de metano nos anos
posteriores ao fechamento do aterro, sendo aos anos de 2040 a 2049, ou seja, através
deste modelo podemos verificar que as emissões continuam por longos períodos de
tempo.
O potencial energético do aterro nos primeiros anos foi estimado em 163 MW
por mês, sendo que, uma década depois, a capacidade chegaria a 434 MW/mês
podendo abastecer aproximadamente 2.800 residências. Mesmo sendo considerado
um aterro de pequeno porte, poderá gerar uma quantidade significativa de energia
sendo viável tanto do ponto de vista técnico e econômico quanto do ambiental, é
notório também que esta é uma tecnologia crescente nos países desenvolvidos e que
futuramente se tornará importante no Brasil.
Por fim, são necessárias novas perspectivas sobre a redução de custos de
implantação e operação de unidades de biogás e principalmente o incentivo ou apoio
político para a produção e uso de biogás, não só no município de gurupi, mas em
todas as regiões com potencial para aproveitamento do biogás, que transforma o
custo do gerenciamento de resíduos em uma oportunidade de receita para o
município. A conversão dos resíduos em eletricidade, fornece uma fonte renovável de
energia que pode reduzir a dependência das importações de energia elétrica, reduzir
as emissões de gases de efeito estufa, melhorar a qualidade ambiental e aumentar os
empregos locais.
20
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais –
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2010. Disponível em:
<http://www.abrelpe.org.br/panorama_envio.cfm.ano=2010>. Acessado em 20 fev.
2019
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de Mestrado). Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia (PIPGE) do
Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo. São Paulo,
2000.
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Disponivel em: <http:// www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/informacoeshi-
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(Monografia). Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia (PIPGE) do
Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo. São Paulo,
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https://www.gurupi.to.leg.br/institucional/historia > Capturado no dia 22 de março de
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Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos: O Caso de Marechal Cândido Rondon
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ENSINAS, A. V. Estudo da geração de biogás no aterro sanitário Delta em
Campinas/SP. (Dissertação de Mestrado) Universidade de Campinas, UNICAMP.
Campinas, 2010.
21
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MENDES, Luiz G. G.; SOBRINHO, Pedro M. Estimativa de métodos de geração de
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