estilos mobiliário do modernismo

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UNISUL- UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ARQUITETURA DE INTERIORES: CONCEITOS E MÉTODOS PROFESSOR: RAQUEL CORBETTA ESTILOS MOBILIÁRIOS DO MODERNISMO CAIO SIQUEIRA FILIPE A. DA SILVA PAULO GENOVEZ SANTA CATARINA MARÇO - 2014

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Trabalho academico formatado sobre mobiliário modernista.

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UNISUL- UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ARQUITETURA DE INTERIORES: CONCEITOS E MTODOS PROFESSOR: RAQUEL CORBETTA ESTILOS MOBILIRIOS DO MODERNISMO CAIO SIQUEIRA FILIPE A. DA SILVA PAULO GENOVEZ SANTA CATARINA MARO - 2014 1 SUMRIO 1.INTRODUO .................................................................................................................. 2 2.DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 2 1.1Origem ......................................................................................................................... 2 2.1Contexto histrico e cultural. ....................................................................................... 2 3.1A Arte Nova (Art Nouveau) e seus sucessores ............................................................ 3 De Stijl ......................................................................................................................... 3 Arte Dco ..................................................................................................................... 4 Bauhaus ........................................................................................................................ 5 Estilo Internacional ...................................................................................................... 7 3.CONCLUSO .................................................................................................................... 9 4.REFERNCIAIS ................................................................................................................ 9 2 1.INTRODUOMaisdoquesimplesobjetosqueintegramadecorao,ourefletemprefernciase estilos, os mveis podem servir como narrativas de perodos, movimentos, sociedades, podem nos contar um pouco a histria de reis e rainhas, indicando questes como status e poder. Sua importncianocotidianogrande,epodemospensarahistriadomobiliriosobdiversos aspectos. 2.DESENVOLVIMENTO1.1Origem OmodernismoumacorrenteartsticaquesurgiunaltimadcadadosculoXIX, comorespostasconsequnciasdaindustrializao,revalorizandoaarteesuaformade realizao: manual. O nome deste movimento deve-se loja que o alemo Samuel Bing abriu emParisnoanode1895:ArtNouveau.NorestodaEuropadifundiram-sediferentes tradues:Modernismo,naEspanha;Jugendstil,naAlemanha;Secesso,naustria;e Modern Style, na Inglaterra e Esccia. Omodernismoconseguiuaadesodaaltaburguesia,queapoiavaentusiasticamente essanovaestticademateriaisexticoseformasdelicadas.Oobjetivodosnovosdesenhos reduziu-se meramente ao decorativo, e seus temas, como que surgidos de antigas lendas, no tinham nada emcomumcom as propostas vanguardistas do incio do sculo. O modernismo no teria sido possvel sem a subveno de seus ricos mecenas. 2.1Contexto histrico e cultural. Nas primeiras dcadas do sculo XX, as discusses do design voltam-se para a questo daproduoemsrie,dosmateriaisindustriais,daspossibilidadesdeproduzirartigosantes restritosaomercadodeluxoeapercepodeumasociedadeemtransformao.Odesign, nestes primeiros anos do sculo XX, mantm um dilogo com as vanguardas da arte moderna (Cubismo,Futurismo,DeStijl,Construtivismo,Surrealismo,Dadasmo)queexercem influnciasmaissignificativasnodesigngrfico,masquedealgummodoinfluenciamo design de produtos, interiores e arquitetura. nesta poca conturbada que acontece a Primeira GuerraMundialetambmaascensodonacionalismo,deregimestotalitriosenovas doutrinas. 3 NasprimeirasdcadasdosculoXXnascemosideaismodernospautadospelo progressotecnolgicoecientfico.nesteperodoqueaumentaaproduoindustrialeo consumoentreasvriasclasses,sobretudopelaimplantaodeumnovosistemafabril:a linhademontagem,adotadaporHenryFord.Otrabalho,afbricaeotempotornam-se assuntosdaengenharia,daeconomiaeatdachamadaeconomiadomstica,queeraa aplicao dos estudos sobre trabalho e tempo nas fbricas, aplicados ao ambiente domstico. 3.1A Arte Nova (Art Nouveau) e seus sucessores OsartistasdaArteNova(ArtNouveau)trabalharamemvriasartesplsticasem simultneocomumavisointegradaesemdistines.Estaeraumapocadeproduo industrializadaedeconsumocapitalista,osartistasquiseramrevalorizarosobjetos atribuindo-lhesqualidadeformaleestticatrabalhando-oseproduzindo-osparaaindstria. Foiassimquesurgiramemmuitospasestentativasdeempenharartistas,artesose industriaisna criao de objetos uteis funcionais e estticos que pudessem ser produzidos em serie. Atriburam-lhes concepes estticas formais da Arte Nova. De Stijl O movimento De Stijl, tambm chamado Neoplasticismo, defendia a utopia esttica e social, a produo orientada para o futuro (BRDEK, 2006, p. 27). Os principais integrantes eramTheovanDoesburg,tericodomovimento,PietMondrianeGerritT.Rietveld.ODe Stijltinhacomocaractersticasaadiodelinhashorizontaiseverticais,ecoresprimrias, almdobranco,pretoecinza.Aestticadereduodogrupo,tambmestpresentena BauhausenaspropostasdosConstrutivistasRussos.Estareduopodesercompreendida comoasimplificaodeformaselinhas,buscandomeiosformaissimples,associados esttica da mquina, adotada no incio do sculo XX como smbolo do modernismo atribudo aquele perodo. Nomobilirio,fundamentalfoiacontribuiodoarquitetoemarceneiroGerrit ThomasRietveld.Eleuniu-seaogrupoem1917eajudouapromoverosprincpiosDeStijl por meio da expresso de conceitos em trs dimenses. Entre suas principais obras, destacam-seaCasaSchroeder,melhorexpressodaarquiteturaneoplstica,eacadeiraRedandBlue (1917), com elementos articulados e organizao espacial aberta.4

Gerrit Thomas Rietveld. Cadeira Red/Blue (1918-1923). Gerrit Thomas Rietveld. Cadeira Zig Zag (1932-1934).Arte Dco AArteDcoteveinciocomoumestilodecorativointernacional,maisdoqueum movimentonodesign,naExposioInternacionaldeArtesDecorativaseIndustriais Modernas,emParis,1925.DentreasrefernciaseclticasestoainspiraonoCubismode PicassoeBraque,acivilizaoegpcia,asmscarasafricanas,oSurrealismo,Futurismo, Abstracionismogeomtrico.OestiloArteDcocaracteriza-seporformasgeomtricase linhasretas,solidez,volumeseplanossobrepostos.Osmateriaisutilizadoseramluxuosos, como o mrmore, o bronze, madre-prola e peles de animais. O estilo Arte Dco est associado percepo da vida urbana, da agitao das grandes cidades, dos altos edifcios imponentes no cenrio urbano. Inicialmente, o estilo sofisticado, posteriormente popularizando-se para as classes mdias. Sua popularizao deve-se ao cinema americanoebritnico,queretratavamoestiloelegantedosinterioresnosfilmesdapoca. EmboraaArteDcotenhasurgidonaFrana,foinosEstadosUnidosquealcanougrande repercusso e aceitao, nos mais variados artigos: de produtos at arquitetura. 5 Jacques-mile Ruhlmann. Tocador de madeira ( 1930)Jacques-mile Ruhlmann. Banco: bano.Bauhaus ABauhausnasceucomoumaescoladedesign,pensadacomoumainstituio interdisciplinar,quefuncionassecomoumaconsultoriaparaaindstria,comrcioeofcios (FIELL,2005).CriadanacidadedeWeimar,naAlemanha,Bauhaussignificacasaem construo. A escola tornou-se uma espcie demito na histria do design, por defender uma formao singular e uma viso do design como transformador da sociedade. A escola passou por mudanas em seus anos de funcionamento, com cidades, diretores e professores diversos. OsideaisqueformaramaBauhauseramtambmdivergentes,oquepossibilitouuma concepo interdisciplinar. A escola possua um curso preliminar, que ensinava os princpios bsicos do design e da teoria da cor e forma; e as oficinas, para as quais os alunos dirigiam-se aps cursar um ano docursopreliminar.Essasoficinasofereciamformaocommetais,mobilirio,tecidos, tapearia, fotografia, tipografia, etc. Em seus primeiros anos, na cidade de Weimar, a escola reuniu no corpo docente vrios artistasexpressionistas,taiscomoLyonelFeininger,WassilyKandisnky,PaulKlee,Georg MucheeOskarSchlemmer.JohannesIttenteveumpapelfundamentalnestecomeo, ministrandoaulasdeteoriadaforma,histriadaarte,baseadonoestmulocriatividade individual do aluno, com uma metodologia singular chamada de intuio e mtodo (FIELL, 2005, p.87). 6 Em 1923 foi realizada uma exposio com a produo da Bauhaus e tambm contava comobraseprodutosdeartistasligadosaoNeoplasticismo(DeStijl)eaoConstrutivismo, que exerceram grande influncia sobre a Bauhaus. A segunda fase da escola, de 1925 a 1928, marcada por mudanas no corpo docente e na direo. Walter Gropius substitudo por Hannes Meyer; arquiteto com uma viso mais cientficaeracional,comfortesaspiraespolticas.Meyerintroduziuaulasdeeconomia, psicologia e marxismo na Bauhaus. A sede da escola passa a ser em na cidade de Dessau e os professoresrecebemmoradiasprximaslocalizadasprximasescola,comumaarquitetura funcionalqueviriaainfluenciaraarquiteturafuncionalistaposteriormente.Nestasegunda fase,JosefAlberseLszlMoholy-NagysubstituemJohannesItteneconferemuma abordagem mais industrial escola, realizando visitas s fbricas locais. A escola passa a ser chamada de Instituto de design (Hochschule fur Gestaltung). A partir de 1930, a escola passa por mais transformaes, desta vez com a direo do arquitetoMiesvanderRohe,queadotouomtodoBauundAusbau,isto,construoe desenvolvimento(FIELL,2005),comnfasenaarquitetura.ComoaBauhauspossuaforte inclinaomarxista,jsofriaperseguioporpartedopartidonacional-socialistaquehavia chegadoaopoderetentavafecharaescola.MiesvanderRohetentoumanteraescolaem funcionamento como instituio privada, mas no obteve sucesso. Em 1933 as atividades so encerradas oficialmente e a escola dissolvida pelos professores. A contribuio da Bauhaus foi muito importante na criao de cursos de Design, pela pedagogiaeformaopreliminarassociadaprticadasoficinas,unindoarte,design, artesanato e indstria. MiesvanderRohe,MarcelBreuer,WalterGropiuseJosefAlbersforamparaos EstadosUnidosapsofechamentodaescola.LszlMoholy-Nagychegouasernomeado diretordaNewBauhaus,umatentativaderestabeleceraescolaemChicagoem1937,mas quetevecurtadurao.Em1938foirealizadaumaexposiosobreaBauhausesua importncia para o design, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). 7

Mies van der Rohe. Cadeira Barcelona, (1929). Marcel Breuer. Cadeira Wassily, (1926).Estilo Internacional AdenominaoEstiloInternacionalfoiusadapelaprimeiravezem1931,paradar nomeaumcatlogodoMuseudeArteModernadeNovaYork:EstiloInternacional, arquiteturadesde1922foiottuloescolhidoparaaexposiosobrearquiteturamoderna.O termo foi associado ao trabalho desenvolvido por Le Corbusier, Jacobus Johannes Pieter Oud, WalterGropiuseLudwigMiesvanderRohe.ParaAlfredH.BarrJr,diretordomuseu,os projetosdessesarquitetosultrapassavamfronteirasnacionaisepossuamcaractersticas semelhantes.EstiloInternacionalotermoescolhidoparadesignaraspropostasdo movimento moderno do incio do sculo XX, sobretudo os projetos posteriores a 1933, ano do fechamento da Bauhaus. OsarquitetosLeCorbusiereMiesvanderRoheestoentreosgrandesnomesdo estiloInternacional,compropostasdeedifcios,residncias,mobilirioeinteriores.Le CorbusierjhaviaapresentadonaFeiraInternacionaldeArtesDecorativaseIndustriais ModernasdeParis,em1925,propostasdodesignmodernoedeumaestticadamquina. Nestas propostas, Corbusier apresentou projetos de mobilirio modular, com caixas e mveis singulareseharmnicos,comocadeirasdeThonet.ParaLeCorbusier,acasaerauma mquinademoraresuaabordagemnaarquiteturaenomobiliriovisavaumequilbrio entrefunesdamoradia,pautadopelaobservaodaordem,clareza,simetria,harmoniae racionalidade. MiesvanderRohe,queteveumarpidapassagempelaBauhaus,trabalhoucom projetosarquitetnicoscaracterizadosporgrandespanosdevidro,rebocobrancoelinhas 8 horizontaisalongadas,comonocasodaCasaFarnsworthedemveisqueempregavam materiaisindustriais,principalmenteoaocromado,comoacadeiraBarcelona(1929)ea cadeira Brno (1929-1930). OEstiloInternacionalpodeserdefinidocomoumaversomaiselegantedo modernismo,comformalismogeomtricoeutilizaodemateriaisindustriais,comoaoe vidroeumaacentuadaprefernciapelorebocobranco(FIELL,2005,p.347).A simplicidadeeclarezadoEstiloInternacionalsoemgrandeparte,oselementosque conferem sofisticao e elegncia aos projetos. Muitos arquitetos e designers acreditavam que formasuniversais,comreduzidaornamentao,emateriaisindustriais,reduziriam desigualdades, diminuindo as diferenas locais. Esta utopia est ligada aos ideais modernistas, que propunham uma abordagem mais democrtica para o design e arquitetura. O Estilo Internacional permaneceu no perodo do ps-guerra, alcanando o apogeu na dcadade1950,comforteinflunciadoracionalismoedofuncionalismo.Seuselementos estopresentesemdiversasreas:arquitetura,designgrficoedeproduto.Nosanos1950, algumasempresaspassaramaproduzirmveisdedesignersearquitetosmodernos,voltados principalmenteaouniversodasgrandesempresaseescritriosdecorporaes.Alguns profissionaisacreditavamqueoestiloInternacionalhaviasetornadodemasiadamente funcionalistaeracional.EeroSaarinemeCharlesEamesadotaramformasesculturaise orgnicas, numa tentativa de humanizar o Estilo Internacional. EmpresascomoaKnollAssociates(1938)eaHermanMiller(1923)foram responsveispordivulgarepromoveroEstiloInternacional,produzindomveispara escritrios de grandes designers da poca.

LeCorbusieePierreJeanneret.SofModeloN.LC2(1928).LeCorbusieePierreJeanneretChaise-longuemodelo . No. B306(1928)9 3.CONCLUSO O estudo do mobilirio, que nasceu do interesse dos antiquaristas do sculo dezenove, foi desde ento confundido com a obsesso pelo antigo. A histria do mobilirio tenta mostrar comoosmveistmrelaocomodesenvolvimentogeraldassociedadesetambmcoma psicologia individual. Para compreender o mobilirio do passado essencial considerar no apenas o tipo de significadoquecadamvelocupaisoladamenteparaaquelesqueocompraramouo encomendaram, mas tambm a questo do arranjo dos mveis como um todo. 4.REFERNCIAIS Livros: FIELL, Charlotte; FIELL, Peter. 1000 chairs. Kln: Taschen, 2005. BRDEK, Bernhard. Histria, Teoria e pratica do Designe de produtos. So Paulo: Edgard Blucher, 1 ed - 2006. Material da Internet: O Modernismo. Disponvel em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=441 Acesso em: 16 mar. 2014. O Modernismo e a Arte Nova. Disponvel em: http://artenova.no.sapo.pt/modernismo.htm Acesso em: 16 mar. 2014. Introduo histria do mobilirio Parte 2. Disponvel em: http://pt.slideshare.net/andresajessitadaconceicao/aula-3-18248430# Acesso em: 19 mar. 2014.