“estamos conscientes de que, paralelamente à

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DIÁRIO POPULAR EDIÇÃO ESPECIAL . VALE DO AÇO. 26 DE OUTUBRO DE 2008 “Estamos conscientes de que, paralelamente à construção da Usina, usina de aço, estamos construindo uma cidade, cidade de Homens e que este Homem e esta cidade constituem, em última análise, o nosso principal objetivo” Amaro Lanari Júnior Presidente Usiminas (1958 a 1976) Contribua com o meio ambiente: RECICLE | Estre produto é feito com material reciclável.

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SABER SE EXPRESSAR É MUITO MAIS DO QUE DIGITAR OU FALAR ALGUMAS PALAVRAS Eis, grosso modo, o que já se sabe sobre o futuro próximo da região. O que as lideranças políticas e empresariais precisam entender, com clareza, é a necessidade de agir com rapidez e inteligência para transformar crescimento em DESENVOLVI- MENTO. Caso contrário, os “bandeirantes” chegam, extraem o petróleo e deixam os buracos para a patuléia quebrar as per- nas...

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Page 1: “Estamos conscientes de que, paralelamente à

DIÁRIOPOPULAR

EDIÇÃO ESPECIAL . VALE DO AÇO. 26 DE OUTUBRO DE 2008

“Estamos conscientes de que, paralelamente à construção da Usina, usina de aço, estamos construindo uma cidade, cidade de Homens e que este Homem e esta cidade constituem, em última análise, o nosso principal objetivo”

Amaro Lanari JúniorPresidente Usiminas (1958 a 1976)

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Page 2: “Estamos conscientes de que, paralelamente à

SABER SE EXPRESSAR É MUITO MAIS DO QUE DIGITAR OU FALAR ALGUMAS PALAVRAS

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial

(31) 8791-7314 | 3823-1316 |[email protected]

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

APAULO ASSIS

C O M U N I C A Ç Ã O

Do ouro à siderurgia 04Vocação para a siderurgia 06O novo ciclo 07Brucutu 08A pioneira 10Gasoduto 1150 anos de progresso 1250 ANOS de progresso 1420 mil em ação

Esperança e incertezas

Lá vem o trem

Do céu vem o desenvolviimento

Pé no freio 2321201817

[email protected] | 31 3823-1316 8791-7314

EDITORIAL

CRESCIMENTOVERSUS

DESENVOLVIMENTOOs projetos industriais em vias de implantação ao longo

da BR-381 - Belo Horizonte/Governador Valadares - tendem a transformar este trecho do leste de Minas num importante pólo gerador de trabalho e riqueza a curto prazo.

O aporte de capitais na construção de novas fábricas e na expansão de outras; o aumento da velocidade dos meios de comunicação em virtude da duplicação da BR-381 e a constru-ção do maior e mais moderno aeroporto do interior do esta-do, tudo isso somado à sua própria força endógena de atrair pequenas fábricas e prestadores de serviço de apoio às matri-zes industriais darão outra imagem, sobretudo à Região Me-tropolitana do Vale do Aço, ainda longe de ser visualizada em toda sua nitidez e dimensão. O certo é que mais de 20 bilhões de dólares estão na planilha de custo dessas obras. Profundas mudanças econômicas, sociais e culturais advirão dessa “revo-lução industrial”.

A duplicação da BR-381 já está na agenda do governo fe-deral, que recomendou prioridade à sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff; a Vale e a Arcelor Mittal - Monlevade já dobram sua produção; o Vale do Aço propriamente dito vai produzir mais de 10 milhões de toneladas/ano de chapa de aço; e, final-mente, a Aracruz Celulose investirá perto de 9 bilhões de reais em sua nova fábrica de Governador Valadares.

Estima-se que até 2015, setenta bilhões de reais se acres-centem ao PIB estadual oriundos desta parte do leste mineiro.Tal incremento na produção e em outros serviços agregados mudará o perfil sócio-econômico das comunidades ao lado deste eixo à vista da geração de milhares de empregos e da receita dos produtos dessas commodities.

Nem mesmo as oscilações das finanças mundiais, um fenô-meno mais psicológico que estrutural, deverá alterar o ânimo dos investidores pois o Brasil pouco ou nada dependerá do mercado externo para consumir esses produtos, uma vez que é grande a demanda interna reprimida.

Eis, grosso modo, o que já se sabe sobre o futuro próximo da região. O que as lideranças políticas e empresariais precisam entender, com clareza, é a necessidade de agir com rapidez e inteligência para transformar crescimento em DESENVOLVI-MENTO. Caso contrário, os “bandeirantes” chegam, extraem o petróleo e deixam os buracos para a patuléia quebrar as per-nas...

EXPEDIENTEO Especial “Caminho do Desenvolvimento” é uma homenagem do Jornal Diário Popular ao aniversário das grandes indústrias do Vale do Aço. O conteúdo jornalístico foi produzido pela Paulo Assis Comunicação Ltda.

JORNALISTA RESPONSáVELPaulo Assis (MG 07169JP)[email protected]

REPORTAGENSPaulo Assis e Roberta Nobre

DIAGRAMAÇÃOPaulo Assis

FOTOGRAFIASPaulo Assis, Roberta Nobre, Gravatinha, Adriano Vieira, Usiminas, Arcelor Mittal, Cenibra, Vale, Unileste-MG e Arquivo Pessoal

IMPRESSÃOEmpresa de Comunicação Diário Popular Ltda

EQUIPE DE VENDASJornal Diário Popular

ÍNDICE

Page 3: “Estamos conscientes de que, paralelamente à

USIMINAS

DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008. CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO

Viajar até o futuro é impossíVel.

mas nada nos impede de ViVer cada Vez

mais perto dele.

Ao completar 46 anos, a Usiminas mostra que pensa à frente e traz o futuro em tudo o que faz. Prova disso é que, à medida que a empresa cresce, o Vale do Aço cresce junto, ganhando em geração de empregos, investimentos ambientais, aumento da arrecadação de tributos e aquecimento da economia. A contribuição na construção de um novo aeroporto e o projeto de uma nova usina são outros bons exemplos de como o desenvolvimento está sendo levado à região, o que também ajuda a explicar por que Ipatinga possui hoje um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano do País. É por isso que, onde houver tendências e um olhar para o futuro na siderurgia, a marca da Usiminas estará presente e atuante.

inteligência em aço para um mundo que não pára de evoluir.

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Há pouco mais de 300 anos, o bandeirante Antônio Dias de Oliveira trocava as lavras da próspera Vila Rica (atual Ouro Preto) e se enveredava pelas montanhas das Minas Gerais em direção ao Vale do Rio Doce. Buscava por estas bandas, hoje conhecida como Vale do Aço, os mesmos metais que tornariam famosa a an-tiga capital do Estado. Às margens do Piracicaba, ele fundou a cidade mãe da região.

DO OURO À SIDERURGIA

Quando o ouro ‘acabou’, outros metais, como o ferro de Itabira, passaram a chamar a atenção para esta região. No início do século passado, a tarefa era escoar o minério de ferro ao litoral. Daí veio a Estrada de Ferro Vitória-Mi-nas. Não demorou e nas décadas de 30 e 40 instalaram-se as siderúrgicas Belgo Mineira, em João Monlevade, e Ace-sita, em Timóteo.

Em meados da década de 1950 foi a notícia da cons-trução das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) que provocou furor nos brasileiros que estavam em busca da prosperidade. As terras – naquela época distrito de Co-ronel Fabriciano - que até então serviam para a produção

de carvão vegetal (para a Belgo) e criação de animais tor-nou-se o local ideal para instalar uma siderúrgica.

Quase que da noite para o dia cerca de 15 mil homens, de diversas partes do País e com culturas mais distintas, se abrigavam numa terra ocupada por menos de 100 famílias. O caos predominou até que um projeto de desenvolvimen-to organizado conseguisse emplacar. Mas o crescimento não parou.

Em 1973, nascia, oficialmente, a Celulose Nipo-Brasi-leira (Cenibra), uma parceria entre a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Japan Brazil Paper and Pulp Resour-ces Development Co., Ltd. (JBP). Num processo natural,

pequenas e médias indústrias, fornecedoras, se instalaram no Vale do Aço para atender melhor e mais rápido às de-mandas das grandes empresas.

Claro que nada aconteceu num passe de mágica. O po-derio econômico não significou imediato desenvolvimento social. Saneamento básico, telecomunicações, transporte e até educação superior foram implementados de uma for-ma menos agressiva. Mas hoje o que ninguém questiona – ou melhor, quase ninguém – é que esta é uma ótima região para se morar. E tende a ficar melhor porque aqui está o corredor do desenvolvimento.

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Divulgação/Vale

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Cipalam

Há pouco mais de 300 anos, o bandeirante Antônio Dias de Oliveira trocava as lavras da próspera Vila Rica (atual Ouro Preto) e se enveredava pelas montanhas das Minas Gerais em direção ao Vale do Rio Doce. Buscava por estas bandas, hoje conhecida como Vale do Aço, os mesmos metais que tornariam famosa a an-tiga capital do Estado. Às margens do Piracicaba, ele fundou a cidade mãe da região.

DO OURO À SIDERURGIA

Quando o ouro ‘acabou’, outros metais, como o ferro de Itabira, passaram a chamar a atenção para esta região. No início do século passado, a tarefa era escoar o minério de ferro ao litoral. Daí veio a Estrada de Ferro Vitória-Mi-nas. Não demorou e nas décadas de 30 e 40 instalaram-se as siderúrgicas Belgo Mineira, em João Monlevade, e Ace-sita, em Timóteo.

Em meados da década de 1950 foi a notícia da cons-trução das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) que provocou furor nos brasileiros que estavam em busca da prosperidade. As terras – naquela época distrito de Co-ronel Fabriciano - que até então serviam para a produção

de carvão vegetal (para a Belgo) e criação de animais tor-nou-se o local ideal para instalar uma siderúrgica.

Quase que da noite para o dia cerca de 15 mil homens, de diversas partes do País e com culturas mais distintas, se abrigavam numa terra ocupada por menos de 100 famílias. O caos predominou até que um projeto de desenvolvimen-to organizado conseguisse emplacar. Mas o crescimento não parou.

Em 1973, nascia, oficialmente, a Celulose Nipo-Brasi-leira (Cenibra), uma parceria entre a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Japan Brazil Paper and Pulp Resour-ces Development Co., Ltd. (JBP). Num processo natural,

pequenas e médias indústrias, fornecedoras, se instalaram no Vale do Aço para atender melhor e mais rápido às de-mandas das grandes empresas.

Claro que nada aconteceu num passe de mágica. O po-derio econômico não significou imediato desenvolvimento social. Saneamento básico, telecomunicações, transporte e até educação superior foram implementados de uma for-ma menos agressiva. Mas hoje o que ninguém questiona – ou melhor, quase ninguém – é que esta é uma ótima região para se morar. E tende a ficar melhor porque aqui está o corredor do desenvolvimento.

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Divulgação/Vale

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CORREDOR DO DESENVOLVIMENTO

20 mil homens trabalharão na construção da nova usina da Usiminas

Duplicação da capacidade da Cenibra ainda depende de aprovação

São Gonçalo do Rio Abaixo

JoãoMonlevade

Santana do Paraíso

BeloOriente

IpatingaRevés do Belém (Bom Jesus do Galho)

GovernadorValadares

Mina deBrucutu produz

30 milhões de toneladas de minério/ano.

Obras gerou 26 mil empregos

Duplicação da capacidade da Arcelor Mittal vai gerar R$ 76 milhõesm em ISSQN para Monlevade

Investimentos em Ipatinga se-rão em produtos de maior valor agregado

Novo aeroporto: esperança e preocupação ambiental

Aracruz leva esperança a Valadares, mas dólar ainda atormenta

Terceira linha vai gerar 900 em-pregos diretos e indiretos

Empresa Cidade Obra Investimento Empregos*

Vale São Gonçalo do Rio Abaixo

Minas de Brucutu U$ 1,1 bilhão 26 mil

Arcelor Mittal João Monlevade Duplicação U$ 1,2 bilhão 6 mi

Usiminas Ipatinga e Santana do Paraíso

Nova Usina e amplia-ção da Intendente Câmara

U$ 7,3 bilhões 18,4 mil

Vale Ipatinga e Santana do Paraíso

Terceira Linha R$ 40 milhões 900**

Usiminas Bom Jesus do Galho Nova Aeroporto R$ 80 milhões -

Gasmig até Belo Oriente Gasoduto R$ 521 milhões -

Cenibra Belo Oriente Duplicação U$ 1 bilhão -

Aracruz Governador Valadares Novas fábricas U$ 2,4 bilhões 40 mil**

* Estimativa no pico das obras** Número de empregos diretos e indiretos divulgados pelas empresas

AAPAULO ASSIS

ARTIGO

A vocação do Vale do Aço para as atividades mine-radoras e siderúrgicas é marcada desde a ocupação da região, no século XVIII, pelo governo colonial português, a partir do surto minerador que subindo o Rio Doce buscou as cidades de Ouro Preto, Mariana e Itabira.

Desde o século XIX, a economia do Vale do Aço se desenvolveu baseada na extração de minério e de madeira para atender as exigências da produção de ferro gusa. A construção da Ferrovia Vitória-Minas, inaugurada em 1922, abriu caminho para o crescimento das atividades industriais na região, sendo um importante fator no

processo de ocupação territorial e fixação da população.

Ao final da década de 1950, a instalação da Usina Siderúrgica Intendente Câmara (atual Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - Usiminas), levou a região a um grande surto populacional. Nos anos 70, com a instalação da empresa Celulose Nipo Brasileira (Cenibra), houve geração de milhares de empregos em ativi-dades florestais e industriais.

Os municípios de Coronel Fabriciano, Timóteo e Ipatinga,

constituem o núcleo básico chamado “Vale do Aço”, onde se localiza o complexo Industrial formado pelas empresas de grande porte: ArcelorMittal Inox Brasil (antiga Acesita), localizada em Timóteo; Usiminas e Usiminas Mecânica, em Ipatinga; e Cenibra, em Belo Oriente, a cerca de 30 km de Ipatinga.

Essas empresas representam a razão para a criação de milhares de pequenas e médias empresas que, em conjunto, atuam para o desenvolvimento da economia regional, contribuindo significativamente para o seu

desenvolvimento sócio-econômico. Destacam-se dentre estas empresas as que atuam, principalmente, nas áreas de caldeiraria leve e pesada, usinagem, tratamento de re-síduos, processamento de aço inoxidável, carbono e silício, produção de cimento, mineradoras, reflorestamento, etc.

O Vale do Aço oferece à população uma excelente infra-estrutura: atendimento de todos os grandes bancos instalados no país, transportes rodoviário, ferroviário e aéreo, hotéis, além de uma rede hospitalar moderna, que garante atendimento de alta qualidade. Também se evi-denciam fortes entidades, expressões e espaços culturais, marcados por eventos tradicionais e pelos que são típicos de grandes centros. Outro destaque refere-se aos atrativos turísticos, como parques ecológicos, santuário e catedral, que movimentam a região, que ainda oferece intensa vida noturna aos turistas e aos habitantes do seu aglomerado urbano.

Outro motivo de orgulho para o Vale do Aço é o setor de Educação. Considerado como um importante pólo educacional, a região tem no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) um ponto de referência, pois além de oferecer 28 cursos de graduação em quatro grandes áreas (Ciências Exatas, Ciências da Saúde, Ciências da Educação e Ciências Sociais Aplicadas), todos com autorização do Ministério da Educação (MEC), a Instituição oferta cursos de pós-graduação em nível lato

sensu e strictu sensu, atendendo a estudantes da região e outros estados, intensificando, desse modo, a dinâmica de diversos setores sociais, além de promover o intercâmbio sócio-cultural com outras regiões.

Outro aspecto marcante da capacidade de polari-zação do Vale do Aço diz respeito à crescente oferta de oportunidades de emprego e empreendimentos, ligados direta ou indiretamente com a sua marcante vocação siderúrgica, tanto no contexto regional administrativo, ca-racterizado pelos municípios do entorno imediato, quanto no contexto regional mais amplo. Além disso, o Vale do Aço é apontado como um centro gerador de empregos, oferta de bens e de serviços de qualidade, com uma área de industrialização moderna e dinâmica. Pertencendo à área de influência direta da Região Metropolitana de Belo Horizonte, estabelece com ela uma intrincada rede de relações.

Conforme o relatado, a contextualização histórica de desenvolvimento da região, as potencialidades de recursos humanos, de transporte, lazer, educação, saúde e serviços de alto padrão de qualidade explicam porque atualmente o Vale do Aço tem sido alvo de interesse para a instalação de diversas empresas, sobretudo no que se refere ao atendimento das demandas das indústrias siderúrgicas, mineradoras e de celulose, dando origem a distritos industriais em várias de suas cidades.

Vale do Aço: vocação para a siderurgiaProfessor mestre José Carlos de LacerdaCoordenador do curso de Engenharia Mecânica do Unileste-MG

A gente sabe que nem sempre dá para guardar jornal em casa. Por isso, fizemos essa página especialmente para você: um “resumão” dos investimentos no Leste Mineiro. Afinal, quem sabe isso caia no próximo vestibular...

CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO. DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008

Divulgação/Unileste-MG

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Cerca de 12 bilhões de dólares – ou R$ 25 bilhões - , 60 mil em-pregos diretos, milhares de indiretos, geração de impostos e, claro, a reboque, o desenvolvimento social. O novo ciclo de investimentos que o Vale do Aço e o Leste Mineiro estão recebendo do setor privado torna a região, já conhecida pelas grandes siderúrgicas, um importante pólo econômico para o País.

“A indústria mineira está fazendo sua parte e os grandes beneficia-dos serão os moradores de toda a região, que terão emprego, qualifi-cação, mais educação e saúde, através dos impostos gerados. Essa é a grande responsabilidade social que o empresariado pode executar”, avalia o presidente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Luciano José Araújo.

E esse ciclo de investimentos é um ciclo virtuoso, avalia Araújo. Ele próprio é um exemplo disso. Empresário do ramo de confecção, ele é proprietário de uma fábrica de uniformes em Ipatinga. Hoje, sua em-presa localizada no bairro Veneza I, produz 50 mil unidades por mês. Até o início do ano que vem a produção deverá saltar 40% com a insta-lação de uma nova fábrica no Distrito Industrial.

Por onde a onda do desenvolvimento passa, a expectativa é de pros-peridade. Cursos profissionalizantes ganham força, o setor imobiliário e da construção civil se revigora, o Poder Público se vê obrigado a investir em saúde, melhorias no trânsito e na educação.

A pequena São Gonçalo do Rio Abaixo, com seus poucos habitan-tes, é o retrato dessa revolução. Ali, a Vale construiu uma gigantesca mina de ferro, com capacidade para extrair 30 milhões de toneladas por ano. Na época da construção quase 26 mil pessoas ajudaram na obra, muitos deles moradores das redondezas. Hoje, parte da população está empregada em Brucutu.

No trajeto até Governador Valadares um verdadeiro canteiro de obras está por acontecer ou em execução. Histórias como a de São Gonçalo vão se repetir em João Monlevade, Ipatinga, Santana do Paraí-so, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho e Governador Valadares, cidades que receberão os maiores investimentos no Leste Mineiro.

Nas próximas páginas, o leitor do DIÁRIO POPULAR terá à sua disposição um material claro, objetivo e informativo sobre os fatos que prometem mudar a cara da nossa região.

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O NOVO CICLOde brucutu à aracruz

BRUCUTU1,1 bilhãode dólares

26 milempregos na obra

ARCELOR1,2 bilhãode dólares

6 milempregos na obra

USIMINAS7,3 bilhõesde dólares

16 milempregos na obra

ARACRUz2,4 bilhões

de dólares

9 milempregos na obra

“A indústria mineira está fazendo sua parte e os grandes beneficiados serão os moradores de toda a região”

Luciano Araújo,Fiemg Vale do Aço

DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008. CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO

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Reprodução

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BRUCUTU Como uma mina mudou a realidade da pequena São Gonçalo do rio abaixo

O dinheiro extra em caixa significou muita coisa para o povo de São Gonçalo. A Prefeitura Municipal reformou escolas, contratou mais profissionais de saúde, investiu na educação e no saneamento básico. O peso econômico para o Produto Interno Bruto trouxe impor-tância política e, a reboque, alguns pleitos passaram a ser atendidos: a MG129, que liga a cidade a Itabira, está sendo pavimentada pelo Governo Mineiro.

“O município articulou a vinda de fa-culdade com diversos cursos, construiu uma escola de tempo integral com grande infra-estrutura, reformou escolas nas comunidades rurais, buscou a melhoria da qualidade de en-sino e está em processo de finalização da sede do Senai (Serviço Nacional Aprendizagem de Industrial)”, explica o prefeito Raimundo No-nato.

Hoje, São Gonçalo conta com cinco equi-pes do Programa Saúde da Família, que aten-dem, principalmente, as comunidades rurais. São mais de 200 mil unidades de medica-mentos fornecidos gratuitamente à popula-

ção. O município conta ainda com a Unidade Móvel Odontológica que atende em diversas comunidades e adquiriu, em 2008, uma UTI Móvel. Existe ainda um projeto para construir um hospital municipal.

Os benefícios para os cidadãos não ficou apenas nas mãos do Poder Público. Segundo a assessoria de imprensa da Vale, a empresa vem contribuindo com diversos projetos de responsabilidade social corporativa. “Somen-te nos anos de 2006 e 2007, a Vale destinou mais de R$ 5 milhões em investimentos so-ciais voltados para ações de infra-estrutura dos municípios de São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara e Barão de Cocais”, informa a empresa.

Entre as principais iniciativas, a Vale en-tregou os Planos de Desenvolvimento Susten-tável dos municípios de Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo às suas administrações municipais. Os planos, que abrangem um ho-rizonte de 20 anos, contemplam a visão de fu-turo definida pela sociedade dos municípios, ao longo de cerca de um ano de debates.

Reflexos positivospara a população

Cerca de 26 mil pessoas trabalharam na construção de Brucutu, um investimento de 1,1 bilhão de dólares

Divulgação/ValeSe você é morador do Vale do

Aço e já viajou de carro para Belo Horizonte é bem provável que já tenha ouvido falar das delícias do Beléus. Aquele restaurante às margens da BR-381 que, há al-guns anos, servia pastéis e empa-dinhas num espaço que mais pa-recia uma garagem improvisada. O negócio deu certo, cresceu e hoje ali é ponto de parada, quase que obrigatório, para quem cruza nossa região.

O que talvez você não saiba é que ali, em São Gonçalo do Rio Abaixo, está a maior mina de mi-nério de ferro, em capacidade ini-cial de produção, do Planeta. Bru-cutu é o seu nome e no último dia 5 de outubro, o empreendimento da então Companhia Vale do Rio Doce, hoje Vale, completou dois anos de operação.

“Com reservas de aproxima-damente 737 milhões de tonela-das, Brucutu é a maior mina do Complexo Minas Centrais, que conta ainda com as minas de

Gongo Soco, Água Limpa e An-drade. A produção é escoada pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) até o porto de Tubarão, no Espírito Santo”, explica a em-presa.

Localizada a oeste da rodovia, a 93 quilômetros da capital minei-ra, a Mina de Brucutu é um exem-plo de como o investimento eco-nômico da indústria transforma a realidade de uma comunidade.

No pico das obras, que custaram 1,1 bilhão de dólares, nada menos que 26 mil pessoas trabalharam ali. De acordo com a Vale, hoje o empreendimento gera atualmente cerca de 1.880 empregos diretos, entre próprios e contratados.

O resultado do vultoso inves-timento se traduziu em melhorias nas condições de vida da popu-lação local e no incremento da riqueza da cidade.

Segundo o prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimun-do Nonato Barcelos, o Nozinho, o orçamento cresceu cinco vezes. “Em 2004, início da implantação da Mina de Brucutu, o orçamento era pouco mais de R$ 9,2 milhões. Em 2008, o orçamento vai girar em torno de R$ 45 milhões”, co-memora, sem contudo perder o foco no futuro.

Reeleito no dia 5 de outubro - aniversário de 2 anos de Brucu, Nozinho explica que a Prefeitu-ra está utilizando o recurso extra (65% da arrecadação vem das ati-vidades mineirais) para fortalecer outros setores da economia. Afi-nal, estima-se que a vida últil de Brucutu seja de 30 anos.

“Para não depender exclusi-vamente da mineração, além de investir principalmente na educa-ção e na infra-estrutura, a prefei-tura Municipal está implantando um mini-distrito industrial e tem projetos para instalar um grande distrito minero-metalúrgico, bus-cando as potencialidades locacio-nais em relação aos grupamentos mineiros e siderúrgicos”, frisa o prefeito, que conquistou o apoio de 66% dos eleitores nas urnas.

A cidade que sempre viveu da agropecuária, da silvicultura e do comércio e prestação de serviços não esquece suas origens.

“O governo municipal tam-bém busca o fortalecimento da economia rual através de APLs (arranjos produtivos locais) crian-do centros de produção de deri-vados de leite, da cana-de-açúcar, da madeira, entre outros”, com-pleta Nozinho.

Daniel Cota/Divulgação

Nozinho comemora o salto de R$ 36 milhões no orçamento e os investimentos para a cidade

O ferro é um metal muito utilizado pelas indústrias. É encontrado na na-tureza na forma de minério. O minério de ferro apresenta-se nas jazidas misturado com impurezas e terra.

Após passar por um processo de limpeza e purificação, o minério de ferro é levado para fornos de alta temperatura nas siderúrgicas. Neste processo ele é transformado em ferro gusa, de consistência dura, porém quebradiça.

O ferro gusa pode passar por outros processos especiais até ser transfor-mado em aço (liga metálica de ferro e carbono). O aço tem a vantagem de ser flexível, portanto é muito utilizado na fabricação de automóveis, eletro-domésticos, etc.

CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO. DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008 DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008. CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO

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Consul

CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO. DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008 DIáRIO POPULAR. OUTUBRO 2008. CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO

IndústrIa,engrenagem do desenvolvImento

a Federação das Indústrias do estado de minas gerais se orgulha da contribuição que a Usiminas, Usiminas mecânica e arcelor mittal dão para o Brasil e, em especial, o vale do aço.

a FIemg regional vale do aço incentiva, apóia e fomenta o desenvolvimento industrial da região. o objetivo da entidade é fortalecer o associativismo empresarial, a integração das empresas e promover o desenvolvimento dos trabalhadores da indústria.

rua Cristóvão Colombo, 15, Cidade nobre, Ipatinga | (31) 3822-1414 | www.fiemg.com.br/regional-valedoaco

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

anuncio_fiemg.indd 1 21/10/2008 18:08:27

Símbolo de união e coesão.De crescimento ininterrupto,desafi ando os terrenos inóspitos.De multiplicação com facilidade,mantendo seus princípios e ideais.De desenvolvimento planejadocom sustentabilidade.

Um exemplo de sucesso, e tambémuma inspiração para o cooperativismo.

PARABÉNS USIMINASPOR SEUS 46 ANOS DE SUCESSO.

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Há quase 82 anos, uma corrida de gusa marcava o início da opera-ção da Companhia Belgo Mineira, em João Monlevade. A siderúrgi-ca, construída a partir da parceria entre a Companhia Siderúrgica Mineira e o grupo belgo-luxem-burguês ARBED, tal como a Usi-minas fez com Ipatinga décadas depois, precisou, literalmente, fun-dar uma cidade em seu entorno.

Foi através da Belgo que tam-bém surgiram diversos povoados ao longo do Vale do Rio Doce para que fosse feito o manejo do eucalipto, utilizado então para pro-duzir o carvão vegetal da empresa. Por quase 25 anos, o que hoje co-nhecemos como a cidade de João Monlevade foi administrada pela siderúrgica. Somente em 29 de

abril de 1964, o município tornou-se independente.

Além da mesma idade, outra semelhança entre João Monlevade e Ipatinga, emancipada na mesma data, é o valor do investimento que os dois municípios estão receben-do de suas principais indústrias: 1,1 bilhão de dólares. Em março deste ano, a Arcelor Mittal Aços Longos (nova denominação da Belgo) iniciou a duplicação da sua capacidade de produção de aços longos.

Segundo a assessoria da side-rúrgica, serão produzidas 2,4 mi-lhões de toneladas de aço bruto por ano. Além da construção de um novo alto-forno com capacida-de para 1,5 milhão de toneladas/ano de gusa, o projeto de expan-

são envolve a instalação de uma nova sinterização (que vai elevar a produção anual de 1,7 milhão de toneladas para 5,7 milhões anuais), de uma nova aciaria e de um novo laminador.

Com prazo de conclusão de 27 meses, o empreendimento irá con-tratar 6 mil pessoas no pico das obras. Quando estiver concluída, a fábrica empregará mais 400 traba-lhadores, que irão se somar aos 1,2 mil atuais.

Por enquanto, as obras estão em fase inicial – mas dentro do cronograma -, com a implantação dos canteiros de obras, montagem da infra-estrutura, construções de acessos, estacionamentos e servi-ços similares. A assessoria da Ar-celor informou que já foram con-

tratadas cerca de 500 pessoas.

O impacto, positivo, para a ci-dade já é visível, conforme o pre-sidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Mate-riais Elétricos de João Monlevade (SIME), Gérber Lúcio Leite. De acordo com ele, até o nível salarial foi pressionado, para cima. “Não através da formalização em con-venção coletiva, mas na concor-rência das empresas por profissio-nais qualificados”, disse.

O mercado imobiliário e a construção civil também foram aquecidos. De acordo com o Ca-dastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Mi-nistério do Trabalho, a cidade criou 1.035 novos empregos com carteira assinada entre janeiro e

A PIONEIRAdepoiS de várioS anúnCioS, arCelor mittal açoS lonGoS iniCia dupliCação de Sua CapaCidade produtiva

Cerca de 500 trabalhadores já foram contratados para montar o canteiro de obras e a infra-estrutura necessária para iniciar a duplicação

Arcelor Mittal/Divulgação

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vai trazer dinheiro extra. Conforme a própria empresa, a receita com o imposto sobre serviços aumentará em média R$ 5 milhões por ano, chegando ao pico de R$ 9 milhões. “Após a conclusão das obras, a re-ceita com o ICMS aumentará em cerca de R$ 76 milhões por ano”, informou a empresa.

A duplicação da planta de João Monlevade, conforme a empre-sa, faz parte de uma programa da Arcelor Mittal que prevê investi-mentos totais de 5 bilhões de dó-lares no Brasil nos próximos cinco anos. Para atender ao fornecimen-to do minério de ferro, a Mina do Andrade, responsável por 100% do fornecimento do insumo à si-derúrgica, expandirá a produção dos atuais 1,5 milhão de toneladas para 5,6 milhões de toneladas por ano.

GASODUTOem tempoS de inveStimentoS tão poupudoS, obra da GaSmiG atÉ Caiu no eSqueCimento da mÍdia reGional

Duzentos e setenta quilômetros de tubos já foram comprados pela Companhia de Gás de Minas Ge-rais (Gasmig) para executar a obra ligando a região central do Estado à cidade de Belo Oriente, no Vale do Aço. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a Gasmig já tinha estocado 40 quilômetros de tubos e pagou R$ 150 milhões pelo restante. “Brevemente lança-remos um novo edital para a con-tratação dos serviços de execução da obra”, garantiu a empresa.

Com um investimento de R$ 521 milhões, a obra que permiti-rá o fornecimento de gás natural para as empresas do Vale do Aço e, num segundo momento, o uso pela população - em automóveis, por exemplo - está atrasada. Em audiên-cia pública realizada em Ipatinga em 2006, a previsão era que sua

conclusão ocorre em dezembro de 2007. Problemas no edital ‘emper-raram’ o empreendimento. Agora, conforme informou a Gasmig, os trabalhos vão iniciar no primeiro trimestre de 2009 com previsão de conclusão até meados de 2010.

Segundo a empresa, a crise bo-liviana não afetou o cronograma. “Temos um contrato de supri-mento adicional com a Petrobras baseado na expansão da produção de origem nacional. Isso significa que todos os projetos de expansão da Gasmig estão susten-tados pela garantia de que haverá gás para entrega aos clientes. Vale lembrar que a Petrobrás é sócia da

Gasmig, detendo 40% do capital da empresa. É importante frisar também que, em momento algum, a Gasmig passou por dificuldades

de abastecimento decorrentes de problemas na Bolívia. Aliás, aquele país vem cumprindo integralmen-te o contrato de venda de gás natu-ral ao Brasil. Hoje, o despacho de gás boliviano para o Brasil chega 31 milhões de metros cúbicos por dia.

TRAJETO

O gás vai passar por Ouro Pre-to e chegar a João Monlevade, de onde segue para Timóteo, Ipatin-ga e Belo Oriente, beneficiando grandes empresas como Arcelor, Usiminas e Cenibra. A previsão da Gasmig é de que o consumo na região atinja 2,5 milhões de me-tros cúbicos anuais, o equivalente a cerca de 20% da oferta de gás da empresa na próxima década.

setembro deste ano. No mesmo período do ano passaram haviam sido 481, ou seja, um crescimento de 115%.

“Houve um acréscimo na com-posição dos custos para nossas empresas”, admite Gérber, “mas, em contrapartida, várias empresas cresceram muito mais do que o es-perado”, completa.

Por enquanto, o impacto nos cofres públicos ainda não é per-ceptível. Mas será. “A expansão da Arcelor Mittal Monlevade vai ampliar a arrecadação anual de im-postos em R$ 128 milhões a partir de 2011”, antecipou Paulo Geral-do de Sousa, CEO da Arcelor Mit-tal Aços Longos – América do Sul e Central, durante encontro com o governador Aécio Neves.

Para a cidade, a obra também

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11Ilustração Gasmig

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No dia 26 de outubro de 1962, o então pre-sidente da República, João Goulart, e o go-vernador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, acendiam o primeiro alto-forno das Usinas Si-derúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). A pri-meira corrida de gusa, que ocorreu horas de-pois, marcou o início do funcionamento desta siderúrgica. Esta é a data oficial que comemo-ra-se neste dia 26, os 46 anos da empresa. To-davia, a história do progresso entre Ipatinga e a Usiminas começara alguns anos antes.

50 ANOSDE PROGRESSO

Divulgação/Usiminas

O sonho de construir uma grande siderúrgica em Ipatinga tornou-se realidade no dia 25 de abril de 1956, data do nascimento oficial da Usiminas. Pouco mais de dois anos depois o então presidente Juscelino Kubitscheck vinha ao Vale do Aço cravar a estaca inicial da Usina Intendente Câmara. O ato solene, realizado em 16 de agosto de 1958, ou seja, há meio século, sacramentava a mudança na história daquele pacato distrito de Coronel Fabriciano. Dos 60 casebres, segundo relato dos mais antigos, das grandes fazendas, da produção do carvão, da total falta de infra-estrutura, de uma terra de ninguém surgiu a potência que hoje é Ipatinga. Uma cidade de 240 mil habitantes, um PIB de R$ 6 bilhões e uma qualidade de vida invejável. Meio século depois, uma nova era de progresso está num horizonte próximo. As fronteiras de Ipatinga já não comportam sua expansão. O bilionário investimento em uma nova usina será feito na vizinha Santana do Paraíso. Hoje a realidade é outra. Hoje existe a Região Metropolitana do Vale do Aço e o momento deste boom econômico não poderia ser melhor para consolidá-la.

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No dia 7 de julho deste ano, após consultar algumas fontes - jargão jornalístico - ousei-me a arriscar aquela informação que, diziam-me, era 100% segura. O projeto de expansão da Usiminas deixaria Ipatinga com rumo à vi-zinha Santana do Paraíso. Estava checando a informação há quase uma semana quando decidi escre-vê-la em meu blog.

No dia seguinte, 8, o novo pre-sidente do Sistema Usiminas, Mar-co Antônio Castello Branco, em entrevista transmitida via telecon-ferência anunciava aos jornalistas, em Belo Horizonte, o novo plano do gigante grupo siderúrgico.

Talvez você - como eu até fazer um curso de Introdução à Siderur-gia, ministrado pela Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM) - não saiba a diferença en-tre o aço e o ferro, o que é o ferro gusa, para que serve uma aciaria, uma coqueria ou porque a galvani-zação agrega tanto valor ao aço.

Mas, com certeza, uma coisa você, morador do Vale do Aço, sabe. É este produto usado nos nossos carros, geladeiras e pontes que, direta ou indiretamente, faz nossa economia girar, nos permi-te estudar, trabalhar, descansar, tomar uma cerveja ou um refri-gerante com os amigos. É o aço que torna esta região de Minas um próspero lugar para se investir.

“Ipatinga é fundamental para o crescimento industrial de todo o País. Não só do ponto de vista da produção de aço, que sai daqui, mas também do ponto de vista da aplicação desse aço através do for-necimento de soluções e serviços e mesmo de máquinas e equipa-mentos de grande porte”, defen-deu Castello Branco, garantindo que todos os investimentos estão dentro do cronograma.

Para o Vale do Aço, são 7,3 bi-lhões de dólares na construção de uma nova usina, em Santana do Paraíso, bem como ampliar a ca-pacidade de produção de chapas grossas e laminados a quente na Intendente Câmara. O atual aero-porto também irá desaparecer. Ali, na saída para Caratinga, será ins-talada a nova usina. Por sua vez, os aviões vão decolar e pousar em Revés do Belém, distrito de Bom Jesus do Galho, onde um moder-no aeroporto está por ser constru-ído.

O canteiro de obras já está sendo preparado. Em recente reu-niões com os prefeito de Ipatinga e de Santana do Paraíso, o supe-rintendente das Usinas Intendente Câmara e de Santana do Paraíso, Romel Erwin, disse acreditar que as obras tão aguardadas pela po-pulação comecem no primeiro se-mestre de 2009. O momento é de se preparar.

NOVA USINA5,7 bilhõesde dólares

TERMELÉTRICA400 milhõesde dólares

IPATINGA1,2 bilhõesde dólares

AEROPORTO80 milhõesde reais

A nova usina de placas de Santana do Paraíso, localizada a cerca de 7 km da Usina Intendente Câmara em Ipatinga, receberá investimentos de US$ 5,7 bilhões. A localização permitirá que as unidades de Ipatinga e de Santana do Paraíso compartilhem a infra-estrutura e a logística de abastecimento e de distribuição já existentes na região do Vale do Aço, com redução dos impactos ambientais. A usina terá o início de suas operações em duas fases: no primeiro semestre de 2011, atingirá a capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de aço/ano. Na segunda fase, em 2012, passa a operar com a capacidade máxima de 5 milhões de toneladas de aço/ano. A produção atenderá, prioritariamente, às laminações das usinas de Ipatinga e de Cubatão. Cerca de 60% será exportado e fomentará as iniciativas de internacionalização da Usiminas.

A Usina de Santana do Paraíso terá uma termelétrica que irá produzir energia suficiente para abastecer toda planta industrial e áreas de apoio e com possibilidade de atender a Usina Intendente Câmara.

Os investimentos na Usina Intendente Câmara, em Ipatinga, visam o aumento da capacidade de produ-ção de chapas grossas em 500 mil toneladas e de laminados a quente em 150 mil toneladas. Inseridos no plano de atualização tecnológica objetivam também reduzir custos e preservar os recursos naturais. Alguns projetos desse pacote já foram iniciados: as obras da nova coqueria, que produzirá 750 mil toneladas de coque a partir do 1º trimestre de 2010, e uma nova central termelétrica, com capacidade de 60 MW, que irá ampliar a geração própria de energia elétrica da Usina a partir do 4º trimestre de 2008.

Com um investimento de R$ 80 milhões, a Usiminas construirá um novo aeroporto em Revés do Belém, em Bom Jesus do Galho. As obras devem começar em dezembro, com conclusão prevista para agosto de 2009. O acesso à região do novo aeroporto será feito pela BR-458, numa estrada logo após a ponte metálica. O novo aeroporto terá uma pista de 2.600 metros e acapacidade para receber 360 mil passageiros por ano.

CHAPAS GROSSAS

As chapas grossas são aplicadas em estru-turas para diversos fins: construção civil, construção naval, produção de tubos de grande diâmetro, produção de equipamen-tos rodoviários, agrícolas, tratores, caldeiras e vasos de pressão.

TIRAS A FRIO

Os laminados a frio são consumidos princi-palmente pelas indústrias automobilística, de utilidades domésticas, motores elétricos e compressores, embalagens, móveis, cons-trução civil e peças em geral.

GALVANIzADOS

Os produtos galvanizados são revestidos com uma camada de zinco puro. Este pro-duto apresenta excelente aspecto superfi-cial, sendo adequado para aplicações com grande exigência de qualidade, por exem-plo, nas indústrias automobilísticas, de autopeças e utilidades domésticas, onde é utilizado com pintura. Além disso, ele pos-sui excelente resistência à corrosão e boas características de estampabilidade.

Divulgação/Usiminas

Numa verdadeira maratona, o superintendente das Usinas Intendente Câmara e Santana do Paraíso, Romel Erwin, vem apresentando o projeto às comunidades do Vale do Aço, autoridades políticas e empresários

A planta industrial da nova Usi-na vai ocupar uma área de 9,1

milhão de metros quadrados, na região do Distrito Industrial de

Santana do Paraíso. Alojamentos e postos de saúde também estão previstos para atender operários

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“Vai ser bom para todo mundo. As vendas vão aumentar, porque vai ter muita gente de fora na região, principalmente, homens na fase de construção da usina. Hoje trabalho como meu pai em duas barracas de roupas e bonés. A gente deve trazer mais produtos assim que começar a aumentar a demanda. Esperamos um crescimento de 30% e deveremos contratar mais um funcionário. Eu já penso em abrir uma loja, de produto masculino, no bairro Bethânia.”

Jefferson Fernandes Martins, 25,camelô em Ipatinga

R$ 160 MILHÕES em salários. A estimativa é oficial. Esse é o montante adicional de dinheiro que será injetado na economia do Vale do Aço quando as obras da expansão da Usina Intendente Câma-ra e da Usina de Santana do Paraíso estiverem a pleno vapor. É claro que ninguém quer perder a oportunidade de aprovei-tar a oportunidade. Mas, os especialistas alertam, é preciso se preparar. Com tanto dinheiro na praça, grandes empresas passa-rão a cobiçar um mercado hoje explorado por peque-nos e médios comerciantes e prestadores de serviços. A qualificação exigida nes-te momento não é apenas para a indústria, não é ape-nas a mão-de-obra que vai erguer a nova siderúrgica que precisa de aperfeiço-amento, o setor terciário também deve se antecipar.

UMA FATIA A TODOS

“Na economia, o dinheiro tem um efeito multiplicador. O investimento gera empregos, faz a moeda circular, atrai mais pessoas, amplia o consumo. O reflexo da expansão será regional e já pode ser percebido no setor terciário. As grandes empresas ficarão com maior fatia porque tem condições de oferecer melhores preços. Mas os pequenos também têm espaço. Mas é preciso planejar, pesquisar qual a demanda e diferenciar o seu produto e serviço”

Fábio Mussi,economista

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Roberta Nobre

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Fonte: Usiminas Jornal e Assessoria de Comunicação

UMA FATIA A TODOS

“Acho muito valioso porque trará mais empregos para a região. Também vejo como positivo a nova indústria ficar em Santana do Paraíso. Por outro lado, a renda e os impostos ainda vão ficar concentrados em Ipatinga. As pessoas trabalharão lá, consumirão lá e Fabriciano continuará como cidade dormitório. Espero que ao contrário do que aconteceu no passado, o bolo desta vez, seja mais bem distribuído entre as cidades.”

Elair Lima,comerciante há 57 anos em Coronel Fabriciano

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“A expectativa é muito boa. Se há mais gente na cidade, gira mais dinheiro no comércio. Embora o maior número de trabalhadores sejam homens, o segmento feminino também sai beneficiado. Porque homem também compra presentes para suas esposas e namoradas. E como eles estão cada vez mais exigentes por produto de qualidade e bom atendimento, é aí que espero fazer a diferença. Além de diversificar os produtos, vou investir em qualificação dos funcionários. Já estudo abrir filiais nas cidades vizinhas.”

Meire Campos, 26, proprietária de uma loja de sapatos e assessórios femininos em Ipatinga

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20 MILEM AÇÃO

Para construir a nova usina de Santana do Paraíso, a Usiminas vai precisar de 18.700 operários, conforme estimativas apresentadas pela siderúrgica à Prefeitura Municipal de Ipatinga (veja quadro ao lado). Há pou-co menos de três anos, quando o projeto era ampliar a planta da Usina Intendente Câmara a demanda era me-nor, algo próximo de 10.000, e mesmo assim era um grande desafio.

“Naquele momento sabia que o meu dever não era esperar, mas agir. Nós nos reunimos com a diretoria da empresa e perguntamos: qual o principal problema que vocês vão enfrentar? Falta mão-de-obra qualificada foi a resposta. Reuni meu secretariado e falei: precisamos qualificar nosso povo, juntar a fome com a vontade de comer, manter os dividendos da expansão na nossa re-gião”, recorda o prefeito de Ipatinga, Sebastião Quin-tão.

Junto com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Prefeitura instalou um centro integrado do Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial (Senai). “O grande gargalo da indústria no Vale do Aço é a falta de mão-de-obra qualificada. Com a vinda do Senai nosso grande objetivo foi atender à deman-da da indústria e evitar a ‘importação’ de trabalhadores,

permitindo que a riqueza gerada pelo setor produtivo ficasse aqui”, diz o presidente da Fiemg Regional Vale do Aço, Luciano Araújo.

Com um investimento de quase R$ 4 milhões, a unidade terminará seu primeiro ano de funcionamento com cerca de 1.100 jovens qualificados em diversas áre-as. Mas o número ainda é insuficiente. “Acreditamos que cerca de 14 mil trabalhadores serão da região e outros 6 mil virão de fora”, prevê o engenheiro Romel Erwin.

E a saída para solucionar o problema é a parceria, conforme sintetizou o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, em recente artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.

“Para atender às novas exigências do mercado, preci-samos intensificar a parceria público-privada, fortalecer a parceria com o Sistema S e com os Cefets (centros federais de educação tecnológica), alavancando o ensino técnico. Se queremos formar uma mãode-obra qualifi-cada, na velocidade que o mundo hoje exige, o desafio é para todos: governo e iniciativa privada têm de ter cla-reza da importância dos esforços conjuntos. A hora é de atitude para darmos a nossos jovens as condições para que eles possam ingressar pela porta da frente no mercado de trabalho globalizado.”

Divulgação/Usiminas

No dia 15 de outubro, a Usiminas, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e o Senai iniciaram, no CDP da siderúrgica, a qualificação de 396 jovens nas áreas de soldador, montagem de caldeiraria e estrutura metálica, traçador de caldeiraria e estrutura, mecânico de manutenção e torneiro mecânico. Os cursos de 360 horas têm previsão de término em 45 dias.

CIVIL E REFRATáRIOAjudante 2060Pedreiro 270Carpinteiro 480Armador 270Marteleteiro 50Encarregado 140Cortador 70Refratarista 990Bombeiro hidráulico 5Pintor 30Mestre 150

MECÂNICAAjudante 2230Mecânico 2390Maçariqueiro 710Montador 120Soldador 1580Caldeireiro 270Encanador 1140Rigger 30Mestre 290

ELÉTRICA E AUTOMAÇÃOAjudante 1380Eletricista 1840Mestre 180

INSTRUMENTAÇÃOInstrumentista 460Encanador tubista 720Mestre 270

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Contratar soldadores qualificados é uma dos grandes desafios das indústris da região. Em 2007, Coronel Fabriciano torou-se o terceiro município do País a ter o Projeto “Cidade da Solda”, destinado a pessoas de baixa renda. O projeto foi desenvolvido pela Associação Solidariedade Brasil Togo (ASBT), em parceria com o Sistema Fiemg, Belgo Bekaert, White Martins Gases In-dustriais S.A., Esab S. A. Indústria e Comércio, Prefeitura Muni-cipal de Coronel Fabriciano e Emalto Indústria Mecânica Ltda. As cidades de São José dos Campos (SP) e Contagem (MG) foram as pioneiras.

FONTE: USIMINAS

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Pouco mais de três mil moradores, pe-quenas mercearias para comprar o que faltar para receita de domingo, uma escola pública e as velhas demandas por infra-estrutura. Até meados deste ano, a comunidade do Cidade Nova não acreditava que o bairro, localizado há menos de cinco minutos do Centro de Ipatinga, não passaria disso nos próximos anos. Mas de julho para cá, a expectativa mu-dou e alguns já se enchem de planos.

É que o bairro terá como vizinho um empreendimento bilionário: a nova usina da Usiminas. “É como esperar um furacão. As pessoas sabem que ele está próximo, que é forte. Mas só terão a dimensão do impac-to quando ele chegar”, sintetiza o professor Cláudio Lopes Silva, presidente da Associa-ção de Cultura, Esporte e Lazer (Acel).

Morador do bairro há dois anos, o líder comunitário estima que população salta-rá para mais de 15 mil habitantes até 2012, quando a usina começa a operar em sua capacidade máxima. Mas apesar da euforia generalizada, ele pondera que muitos ainda

não sabem o que e como fazer para aprovei-tar o desenvolvimento que bate à porta. Isso sem falar no impacto sócio-econômico, uma incógnita para quem foi surpreendido com a escolha do bairro como sede da siderúrgica.

Há seis anos, quando o Cidade Nova ti-nha pouco mais de algumas dezenas de mo-radores, José Rodrigues Filho, 50, decidiu comprar um lote na avenida Carlos Edmun-do Ladaeta e abrir um depósito de pães e uma mini-mercearia. Na época, ele percebeu que alguém precisava abastecer a cozinha do bairro. Mas à véspera do início das obras, o comerciante ainda não fez um planejamento para incrementar os negócios.

“Devo fazer um curso, melhorar a parte de administração. Mas vou esperar movi-mento o melhorar um pouquinho, ver como vai ficar concorrência”, pondera. Já seu filho Tayrone Souza, 21, tem planos mais ambi-ciosos. Quer transformar a padaria em lan-chonete e cursar administração de empresa, já no ano que vem, para gerir os negócios da família. “Estamos em um ponto estratégico,

no corredor comercial do bairro”, analisa o jovem.

Tayrone sabe que a avenida principal do bairro será a via de acesso à sede adminis-trativa e o pátio principal da empresa. E que por lá passarão diariamente milhares de tra-balhadores.

“É preciso qualificar, planejar e incre-mentar os negócios para ganhar espaço.” Planejamento que já foi colocado na ponta do lápis pela funcionária pública Ivani Gon-çalves, 35, que pretende virar empresária.

Esteticista por formação, ela já fez o or-çamento das divisórias e equipamentos para a clínica de estética no bairro. Basta agora convencer a irmã, Eunice Gonçalves, 32, cabeleireira, e amiga Leuzeni Dias, manicu-re com 30 anos de experiência. Hoje, as três dividem dois cômodos da casa de Eunice transformados em salão.

“A oportunidade é agora. Mas é claro que requer investimento e planejamento estraté-gico”, afirma Ivani.

ESPERANÇA

INCERTEzASEnquanto o comércio está na fase dos planos, o mercado imobiliário segue ativo no bairro. Quando foi lançado o loteamen-to, em 1998, um lote valia R$ 13 mil. Cinco anos depois os imóveis já custavam R$ 20 mil e nos últimos três meses, um houve um fenômeno: as placas de “vende-se” desapareceram e construções são iniciadas do dia para noite. Hoje, um lote não sai por menos de R$ 120 mil, R$ 150 mil.

Como a maioria dos imóveis já está vendida, a preocupação dos moradores é com a manutenção de uma área residencial e comercial, além da elevação do custo de vida do bairro. “O bairro está aberto para receber o comércio e serviços. Mas o temor é que com a especulação imobiliária, ocorra uma elitização. Quem tem menor poder aquisitivo, vende os imóveis a preços exorbitantes para obter um retorno mais rápido”, analisa a professora Lucielí dos Reis Martins, 39.

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Se já eram urgentes as demandas por segurança pública, sinalização de trân-sito, semáforos, tratamento do esgoto e ciclovias, com a chegada da siderúrgica e milhares de trabalhadores, mais do que nunca o Cidade Nova requer investimen-tos. “O adensamento populacional é ine-vitável. Mas é preciso planejamento, tanto da infra-estrutura quanto na área sócio-ambiental, para absorver estes impactos, que não serão pequenos”, pondera Cláudio Lopes.

Não é por acaso que as associações comunitárias do Cidade Nova e Chácaras do Vale têm comparecidos as audiências públicas e reivindicado melhorias. A si-derúrgica se comprometeu em assumir o tratamento de esgoto do bairro, além de prevê ações ambientais, como descarte zero de efluentes, captação e tratamento de águas pluviais dos pátios. Mas a co-munidade pede a criação de um cinturão verde e a recuperação do Córrego Garrafi-nha que deságua em um ponto onde no passado existia uma lagoa.

O “brejão” que fará divisa com a nova empresa. Lá, os moradores queriam que fosse criada uma estação ecológica para educação ambiental. Outra reivindicação é que a empresa assuma o projeto “Gol de Placa”, para desenvolvimento de ati-vidades esportivas, culturais, de música e educacionais, para retirar os jovens da ociosidade. As sugestões estão sendo ava-liadas pela empresa.

“A gente sabe que não cabe à siderúr-

gica desempenhar o papel de Estado. Mas vir para Santana do Paraíso significa eco-nomia para a empresa do ponto de vista dos gastos ambientais. Então, propomos que ela tenha a responsabilidade com os impactos sociais e hoje há mecanismos legais para isso. Mas o fundamental é criar uma parceria iniciativa privada, poder pú-blico e comunidade para evitar que surjam ou aumentem os bolsões de pobreza ao seu redor. O que queremos é que o desen-volvimento chegue para todos”, afirmou.

“O adensamento populacional é inevitável. Mas é preciso planejamento, tanto da infra-estrutura quanto na área sócio-ambiental, para absorver estes impactos, que não serão pequenos”

Preocupação como impacto social

Nos preocupa por outro lado, a deficiência do setor público da região de uma ma-neira geral, onde unidades de atendimento de saúde estão sendo desativadas ou não estão atendendo de maneira conveniente, gerando uma sobrecarga adicional ao Hospital Márcio Cunha, à região de Ipatinga de uma maneira geral e (...) isso não é legítimo. Deixar de fazer e prestar o serviço de saúde na região simplesmente porque o Hospital Márcio Cunha existe. Está sobrecarregando, gerando uma série de difi-culdades de gestão, de atendimento e da qualidade do serviço. Nós somos um grupo empresarial importante para essa região, mas nós gostaríamos de reafirmar que o Estado e as unidades do setor público têm também a obrigação de fazer a prestação

do serviço público e para isso todos nós pagamos os nossos impostos.

O puxão de orelhas acima foi dado pelo presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, no dia 11 de setembro, durante sua primeira e única entrevista coletiva à imprensa do Vale do Aço, na Usi-minas Mecânica. O desabafo do executivo mostra bem os desafios pelo qual vão passar a região com os novos investimentos no Leste Mineiro. Historicamente, cerca de 50% dos atendimentos realizados na rede pública de Ipatinga e no Hospital Márcio Cunha, entidade da Fundação São Francisco Xa-vier, braço social da Usiminas, são de pessoas de fora do município. O resultado é um sistema de saúde nem sempre eficiente, uma sobre-carga na rede e, em última instân-cia, muitos prejuízos.

Mas não é só a saúde que pre-cisa se preparar. A reportagem ou-viu os quatro prefeitos eleitos no último dia 5 de outubro para saber deles quais os principais desafios vêem nas cidades que governarão durante o processo de expansão. Suas opiniões você poderá ver nas entrevistas que serão publicadas pelo DIÁRIO POPULAR, mas cabe ao presidente da Agência de Desenvolvimento de Ipatinga (ADI), Elísio Cacildo, um desta-que.

“O plano é ousado. Nunca se experimentou um investimento desta ordem. E tanto o desenvol-vimento quanto os impactos serão regionais. Se num passe de mágica a unisa começasse a operar ama-nhã teríamos sérios problemas so-ciais e de infra-estrutura. O poder público precisa se movimentar. E não é apenas o de Ipatinga e Santa-na do Paraíso, mas das cidades do colar metropoltiano”, disse.Criada oficialmente há 10 anos, a RMVA até agora, de conquista real, teve, aos olhos da população, somente a unificação das tarifas telefônicas. Transporte, saúde, infra-estrutura, políticas sociais, tudo é visto e tra-tado de maneira individual pelas cidades.

Para piorar, após as eleições de 2004, a Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Aço

PITOGERAL

Paulo Assis

(AMVA) se dividiu, dando origem à AMDI (Associação dos Municí-pios para o Desenvolvimento In-tegrado), composta, em sua maio-ria, por prefeituras do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ex-presidente da AMVA e lí-der da criação da AMDI, Chico Simões, prefeito reeleito de Co-ronel Fabriciano, diz acreditar que com a volta do PT à Prefeitura de Ipatinga as relações tendem a me-lhorar. “Teremos uma região me-tropolitana mais harmônica, mais integrada e com a presença maior da solidariedade nas políticas pú-blicas, com promoção do desen-volvimento social.”

Castello Branco: Usiminas tem sua responsabilidade social, mas não pode ser

confundida com o Estado

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Gravatinha

OLHA O TREMCOMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Para realizar a obra da linha ferroviária será necessária a retirada de árvores às margens da Av. Claudio Moura e Pedro Linhares. A Vale es-clarece que essa atividade será compensada com o plantio de espécies nativas no Parque União, onde serão plantadas três árvores para cada uma retirada. Além da ação compensatória de plantio de espécies, a Vale colocará em prática um projeto de arborização urbana no mesmo trecho, ou seja, às margens das Avenidas Claudio Moura e Pedro Linhares. O projeto consiste no adensamento (pre-enchimento) dos espaços do cinturão verde que atualmente estão sem vegetação. Serão plantadas cerca de 1.400 mudas. 20

Há quase um século, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) abria caminho pelo que hoje co-nhecemos como Vale do Aço. Era preciso ligar as riquezas de Minas Gerais até o litoral do Espírito San-to. No passar dos anos, o traçado sofreu alterações, melhorias, sem-pre acompanhando o progresso e os investimentos. Neste novo ciclo do desenvolvimento do Leste Mi-neiro, a situação não é diferente.

Para atender a demanda por transporte ferroviário de empresas do Vale do Aço, a Vale está am-pliando a EFVM em Ipatinga com a construção de 10 quilômetros de linha, que irá do aeroporto, em Santana do Paraíso, até o Shop-ping do Vale. A obra, na própria área de operação da ferrovia, tem previsão de término em maio de

2009 e deve gerar 900 empregos diretos e indiretos, sendo 600 con-tratados no município.

Além dos 10 quilômetros de linha ferroviária, o projeto con-templa: a construção de uma esta-ção ferroviária, em substituição a existente; de um viaduto ferrovi-ário; de dois túneis de drenagem no Ribeirão Ipanema; de um muro de 900m de comprimento e 7m de altura que separa a linha férrea do bairro Vila Ipanema; e o alteamen-to do atual viaduto ferroviário so-bre a EFVM. O investimento total é em torno de R$ 40 milhões.

Estão em execução a terrapla-nagem, a montagem da linha ferro-viária próxima ao aeroporto (onde será construída a nova Usinta de Santana do Paraíso) e a fundação da nova estação ferroviária e da

área administrativa da Vale.

A nova estação ferroviária In-tendente Câmara proporcionará melhor atendimento aos usuários do trem de passageiros, mais con-forto no embarque e desembarque e facilitará o acesso de portadores de necessidades especiais, entre outros benefícios.

O alteamento de 4,70m para 5,50m do viaduto que transpõe a BR 458 permitirá que os cami-nhões de carga passem pelo local sem esbarrar na estrutura superior, fato que às vezes acontece e causa transtorno no trânsito.

Os dois túneis de drenagem que serão construídos no Ribeirão Ipanema irão reduzir a possibilida-de de alagamentos.

Obras incluem novo viaduto no bairro Vila

Ipanema, em Ipatinga

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DO CÉU VEMO DESENVOLVIMENTO

Enquanto ambientalistas ganham as páginas dos jornais discutindo os impactos da novo aeropor-to da Usiminas sobre o Parque Estadual do Rio Doce, a comunidade de Revés do Belém, distrito de Bom Jesus do Galho, aguarda ansiosa o investimento de R$ 80 milhões naquele que promete ser o

segundo aeroporto mais moderno de Minas Gerais.

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O Centro de Ipatinga e o novo aeroporto da Usiminas, em Revés do Bélem, distrito a 80 quilôme-tros de sua sede Bom Jesus do Galho, vão estar separados por 37 quilômetros. Na maior cidade do Vale do Aço, taxistas já estão se preparando para montar uma co-operativa e explorar o trecho. Afi-nal, conforme estimativas da pró-pria Usiminas, até 2012 o fluxo de passageiros deve aumentar 200%.

A mobilização desse segmen-to de transporte é apenas um dos tantos reflexos que o novo empre-endimento promete trazer para a região. “Trata-se de um empreen-dimento muito bem vindo, que tra-rá avanços e um enorme progres-so para a nossa comunidade”, diz o prefeito Padre Aníbal Borges.

Claro que numa obra desse por-te - 2.600 metros de pista, quatro a cinco mil metros quadrados de área e um investimento de R$ 80 milhões - não são os pequenos co-mércios e restaurantes do distrito

que vão ganhar inicialmente. Mas aumenta a possibilidade de um emprego e ainda a ida de outros empreendimentos para a região.

Com a expansão da Cenibra - ainda em fase de aprovação -, a promessa de construção de novas fábricas da Aracruz em Governa-dor Valadares, o local poderá se tornar uma alternativa logística de carga para muitas empresas. Em consequência virão empresas de táxi aéreo, empresas de manuten-ção, enfim. As possibilidades do desenvolvimento são muitas para a cidade de 15 mil habitantes.

MEIO AMBIENTE

Inscrustado em meio ao Parque Estadual do Rio Doce, o novo ae-roporto provoca polêmica quando o assunto é o impacto ambiental. “Só de mamíferos há 77 espécies que habitam o Perd. A área de mata atlântica totaliza 36 mil hectares de florestas, entremeadas com cerca

de 130 lagos nos mais variados es-tágios de evolução. Tudo isso po-derá acabar já que o aeroporto não ficará isolado por muito tempo, pois empreendimentos chegarão para dar suporte, como galpões de armazenamento, indústrias, ma-quinaria pesada e hotéis”, disse, em entrevista ao Estado de Minas, o biólgo Luiz Gustavo Dias, do Instituto Biotrópicos de Pesquisa em Vida Silvestre.

Em seu jornal oficial, a Usimi-nas informa que o projeto prevê um resguardo de quatro quilô-metros de margens do Rio Doce, limítrofes ao Parque, recuperação de mata ciliar e implantação de um cinturão verde. A políticos o superintedente das usinas, Romel Erwin, disse ainda que as rotas dos aviões não passará sobre o Parque Estadual. “Em momento algum o avião irá sobrevoar o Parque”, garantiu ele, durante apresentação do projeto ao prefeito de Ipatinga e sua equipe.

Usiminas pesquisou mais de 100 áreas antes de optar por Revés do Belém

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Divulgação/Cenibra

PÉ NOFREIO

“Em virtude da crise internacional associada ao aumento dos esto-ques mundiais de celulose, algumas empresas anunciaram a redução da produção para evitar a queda ainda maior nos preços do produto. A Diretoria da CENIBRA estuda alternativas e medidas adequadas para o enfrentamento da crise, inclusive a redução da produção”.

A nota, curta como transcrita acima, assinada pelo diretor-pre-sidente da empresa, Fernando Henrique da Fonseca, e enviada via e-mail, no final da tarde do dia 15 de outubro, joga uma balde de água fria naqueles que esperavam ver sair do papel, ainda este ano, o projeto de duplicação da capacidade da Cenibra.

O projeto de duplicação da fá-brica de Belo Oriente, na saída de Ipatinga para Governador Valada-res, está em estudo e ainda não foi aprovado, conforme a assessoria de imprensa da companhia. Com a crise internacional, o mega in-vestimento, cogitado no meio em-presarial há pelo menos dois anos, parece que será postergado.

Apesar de a valorização do dó-lar, em tese, ser boa para as expor-tações da Cenibra, que manda para o exterior quase a totalidade de sua produção, ela, como tantas outras, possui empréstimos e financia-mentos de longo prazo atrelados à moeda-norte americana. Se o va-lor do dólar aumenta, a dívida em Reais também.

Segundo o relatório de susten-tabilidade da empresa, referente a 2007, em 31 de dezembro de 2007, os empréstimos de longo prazo, vinculados ao dólar, somavam R$ 920 milhões. No ano anterior, su-perava a casa de R$ 1 bilhão. O si-nal amarelo foi acesso.

Famosa pelas exportações de brasileiros para os Estados Uni-dos, a cidade de Governador Va-ladares sempre teve sua econo-mia atrelada ao dólar. Se ele está em alta, o setor imobiliário está aquecido e o comércio se bene-ficiada do dinheiro repatriado. Em tempos de Real fortalecido, a história é diferente: muita gen-te volta pra casa com o sonho da prosperidade frustrado.

Nos últimos meses, contudo, a vida econômica de Governador Valadares ganhou novo fôlego. A Aracruz Celulose anunciou que investirá R$ 8,6 bilhões na cida-de pólo do Vale do Rio Doce. Segundo a assessoria de impren-sa da Aracruz, o Complexo faz parte do projeto de expansão da empresa que busca suprir 25% da demanda mundial de celulose de fibra curta até 2015.

Apesar do anúncio ter sido feito em julho, obra mesmo só em quatro ou cinco anos. Em nota, a empresa explica que o projeto de instalação da primei-ra fábrica prevê investimento de 2,4 bilhões de dólares, incluindo compra de terras, formação de florestas e investimento indus-trial ainda será confirmado pelo Conselho de Administração da companhia.

“As obras da fábrica deverão ser iniciadas em 2013, com en-trada em operação prevista para 2015”, frisa a empresa. Para Vala-dares, boa notícia não poderia ser melhor. Com o Real valorizado – antes da crise financeira mun-dial – muitos cidadãos estavam fazendo suas malas e voltando para o Brasil. Aqui engrossariam a fila dos desempregados. Agora a perspectiva é outra.

A construção da primei-ra fábrica do empreendimento deverá envolver entre 7 e 9 mil profissionais. A meta da empre-sa é capacitar 5 mil pessoas para privilegiar a mão-de-obra local.

SUSPENSE - A crise financeira interna-cional também afetou a Aracruz. No início de outubro, a empresa anunciou um prejuí-zo de R$ 1,95 bilhão em virtude das opera-ções cambiais. No último dia 17, a empresa anunciou um prejuízo de R$ 1,64 bilhão no terceiro trimestre de 2008. No mesmo dia, um comunicado postado no site da empresa, informava que “tendo em conta a necessida-de de preservar a liquidez da Companhia, seu Conselho de Administração deliberou, nesta data, suspender temporariamente o projeto de expansão da unidade fabril localizada no município de Guaíba.” Procurada pela repor-tagem, a assessoria de imprensa da Aracruz não informou se o projeto de Governador Valadares também será afetado. Bem ou mal, ironia do destino, a alta do dólar poderá manter muitos valadarenses na América, mas pode tirar bilhões da economia da cidade.

Quando as duas fábricas tiverem em operação, segundo a Ara-cruz, cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos serão criados na região e seu entorno. Segundo o gerente da Regional Rio Doce da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Marco Antônio Astolfi, este é o grande desafio. “Preparar a mão-de-obra para atender a indústria em si e as que virão em função da Aracruz é o nosso principal desafio”, diz.

Para que ninguém seja pego de surpresa, o município já está estudando uma lei para micro e pequenas empresas, com incenti-vos fiscais àquelas indústrias que se interessarem em se instalar na cidade. De acordo com a Fiemg, o estudo busca mensurar o im-pacto com a arrecadação de im-postos e também a indicação de um terreno para abrigar um dis-trito industrial próximo à fábrica da Aracruz.

DOR DE CABEÇA

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