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ESTAÇÃO DE AVISOS DA GUARDA CIRCULAR Nº 15 /2017 Guarda, 20 de Novembro Prunoideas – Tratamento de Outono Pessegueiros, Ameixeiras, Cerejeiras, Damasqueiros A queda das folhas é um período de risco importante, devido às feridas peciolares, deixadas pela queda das folhas, sendo locais propícios para a entrada de fungos e bactérias. O período de queda das folhas não é igual em todas as variedades, tenha em atenção este facto, protegendo o período total da queda das folhas e tendo em consideração a previsão das chuvas e humidade relativa. Uma protecção eficaz da queda das folhas, vai seguramente melhorar a protecção fitossanitária de varias doenças na próxima primavera. Cerejeiras Cancro bacteriano Pseudomonas syringae Doença provocada por uma bactéria, com importância económica cujos principais sintomas são a exsudação de goma nos troncos, ramos e gomos, levando as cerejeiras à morte, fundamentalmente até ao sexto ano das plantas. A bactéria vive como saprófita à superfície das folhas, movimentando-se no Outono com as chuvas, penetrando na árvore, sendo as principais vias de infeção as feridas da queda das folhas, lenticelas e microlesões. Como medidas preventivas, aconselhamos tratar com produtos à base de cobre: - Pincelar os troncos e as primeiras pernadas com uma pasta de cobre. - Efectuar dois tratamentos ao meio e final da queda das folhas. Pomoideas Cancro europeu da Macieira Em pomares com a presença desta doença recomendamos tratamento, quando se verificar o meio da queda das folhas, com um produto à base de cobre. Pedrado (formas hibernantes) Para os pomares onde este ano se registaram ataques desta doença, aconselhamos tratamento com ureia a 5%, quando se verificar o meio da queda das folhas, molhando bem as plantas e as folhas do solo. Este tratamento visa a decomposição rápida das folhas, evitando a formação das estruturas hibernantes do fungo (pseudotecas), tendo por objectivo a redução do inoculo da doença para o próximo ano. Olival Ronha ou Tuberculose da Oliveira Esta bactéria, desenvolve-se pelas feridas existentes ou provocadas na colheita, pela vareja manual e pela acção do gelo, apresentando pequenos tumores fáceis de identificar de forma arredondada e de cor esverdeada. À medida que os tumores aumentam de volume os mesmos vão escurecendo. Estes tumores provocam a morte dos ramos de 2 e 3 anos, reduzindo de forma drástica a produção. Fig1 - Tumores da tuberculose em oliveira muito atacada A protecção fitossanitária passa essencialmente por medidas culturais, nomeadamente: - Eliminação dos ramos afectados aquando da poda. - Desinfecção dos instrumentos da poda (serrotes, tesouras) com lixívia a 5%. - Queima da lenha da poda afectada pela doença. - Em olivais muito afectados, recomendados a realização de tratamentos com produto à base de cobre, após a colheita e poda. Manutenção do Solo Recomendamos em culturas perenes, não realizar lavouras durante o período de Outono – Inverno, com o objectivo de manter um coberto vegetal e a fim de evitar a erosão do solo, provocado pelas precipitações que possam ocorrer neste período. Para alem das vantagens do enrelvamento, desde melhorar a estrutura e contribuir para uma maior proteção e conservação do solo, pode ainda facilitar a passagem das máquinas no terreno. O responsável da Estação de Avisos da Guarda Joaquim Almeida

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Page 1: ESTAÇÃO DE AVISOS DA GUARDA - SNAAsnaa.dgav.pt/docs/circulares/Circular 15 EAGuarda 2017x.pdf · ESTAÇÃO DE AVISOS DA GUARDA CIRCULAR Nº 15 /2017 Guarda, 20 de Novembro Prunoideas

ESTAÇÃO DE AVISOS DA GUARDA

CIRCULAR Nº 15 /2017 Guarda, 20 de Novembro

Prunoideas – Tratamento de Outono Pessegueiros, Ameixeiras, Cerejeiras, Damasqueiros A queda das folhas é um período de risco importante, devido às feridas peciolares, deixadas pela queda das folhas, sendo locais propícios para a entrada de fungos e bactérias. O período de queda das folhas não é igual em todas as variedades, tenha em atenção este facto, protegendo o período total da queda das folhas e tendo em consideração a previsão das chuvas e humidade relativa. Uma protecção eficaz da queda das folhas, vai seguramente melhorar a protecção fitossanitária de varias doenças na próxima primavera. Cerejeiras Cancro bacteriano Pseudomonas syringae Doença provocada por uma bactéria, com importância económica cujos principais sintomas são a exsudação de goma nos troncos, ramos e gomos, levando as cerejeiras à morte, fundamentalmente até ao sexto ano das plantas. A bactéria vive como saprófita à superfície das folhas, movimentando-se no Outono com as chuvas, penetrando na árvore, sendo as principais vias de infeção as feridas da queda das folhas, lenticelas e microlesões. Como medidas preventivas, aconselhamos tratar com produtos à base de cobre: - Pincelar os troncos e as primeiras pernadas com uma pasta de cobre. - Efectuar dois tratamentos ao meio e final da queda das folhas. Pomoideas Cancro europeu da Macieira Em pomares com a presença desta doença recomendamos tratamento, quando se verificar o meio da queda das folhas, com um produto à base de cobre. Pedrado (formas hibernantes) Para os pomares onde este ano se registaram ataques desta doença, aconselhamos tratamento com ureia a 5%, quando se verificar o meio da queda das folhas, molhando bem as plantas e as folhas do solo. Este tratamento visa a decomposição rápida das folhas, evitando a formação das estruturas hibernantes do fungo (pseudotecas), tendo por objectivo a redução do inoculo da doença para o próximo ano.

Olival Ronha ou Tuberculose da Oliveira Esta bactéria, desenvolve-se pelas feridas existentes ou provocadas na colheita, pela vareja manual e pela acção do gelo, apresentando pequenos tumores fáceis de identificar de forma arredondada e de cor esverdeada. À medida que os tumores aumentam de volume os mesmos vão escurecendo. Estes tumores provocam a morte dos ramos de 2 e 3 anos, reduzindo de forma drástica a produção.

Fig1 - Tumores da tuberculose em oliveira muito atacada A protecção fitossanitária passa essencialmente por medidas culturais, nomeadamente: - Eliminação dos ramos afectados aquando da poda. - Desinfecção dos instrumentos da poda (serrotes, tesouras) com lixívia a 5%. - Queima da lenha da poda afectada pela doença. - Em olivais muito afectados, recomendados a realização de tratamentos com produto à base de cobre, após a colheita e poda. Manutenção do Solo Recomendamos em culturas perenes, não realizar lavouras durante o período de Outono – Inverno, com o objectivo de manter um coberto vegetal e a fim de evitar a erosão do solo, provocado pelas precipitações que possam ocorrer neste período. Para alem das vantagens do enrelvamento, desde melhorar a estrutura e contribuir para uma maior proteção e conservação do solo, pode ainda facilitar a passagem das máquinas no terreno.

O responsável da Estação de Avisos da Guarda Joaquim Almeida