estado sociedade e poder
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Estado sociedade e poder
Profº Arlindo Picoli
Campus Itapina
Os contratualistas
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Possíveis perguntas
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• Existe uma teoria que justifique o poder do
Estado?
• O “estado de natureza” é histórico?
• O “vandalismo” nos protestos de rua é sinal
de que sem punição o homem se torna um
selvagem mau e violento?
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“Esses pensadores queriam compreender o
que teria justificado abandonar um fictício
estado de natureza para construir o Estado
político, mediante contrato, bem como discutir
que tipo de soberania deveria resultar desse
pacto.”
(ARANHA, 2009)
O conceito de
contratualismo
• Contratualismo: conjunto de teorias políticas que vêem a origem da sociedade e o fundamento do poder político num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político.
• É com a Era Moderna que a separação entre o Estado e sociedade se delineia, em especial por obra dos autores contratualistas do século XVII.
• O contrato, como marco demarcatório entre a fundação do Estado e seu estágio predecessor, para a constituir-se como separador entre Estado e sociedade.
• Principais autores contratualistas: Hobbes, Locke e Rousseau.
Estado de natureza
• A expressão "estado de natureza" é uma
referência hipotética a uma condição
não-política em que há uma pluralidade
de indivíduos titulares de direitos naturais
originais.
Estado de natureza
• Este pode ser entendido como a ausência de
sociedade, é anterior a sociedade civil. Hobbes
afirmava que o Estado de Natureza nada mais era
do que qualquer situação onde não existe
governo. Locke por sua vez, entendia que o
Estado de Natureza era uma situação onde as
pessoas se submetiam às Leis da natureza.
• Feita a conceituação do Estado de Natureza,
pode-se partir para o entendimento de sociedade
civil que, ao contrário do Estado de Natureza,
possui Estado, leis jurídicas, organização política,
normas de moral e propriedade privada. É uma
sociedade organizada.
Hobbes
Para Hobbes o homem era egoísta, vivia
isolado e vivia para satisfazer seus
próprios interesses, por esta razão a
desordem imperava, não existiam regras
de moral nem ética, daí surge a frase o
homem é o lobo do homem. Segundo
Hobbes, não seria possível a
sobrevivência da humanidade sem a
existência de regras, por esta razão surge
a sociedade civil.
Thomas Hobbes (1588-1679)
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• Estado de Natureza: homem é o
lobo do homem (homo homini
lupus)
• Guerra de todos contra todos
(bellum omnium contra omnes)
• Contrato: transferência voluntária e
mútua de direitos
• Estado absoluto (Leviathan):
absolvido de qualquer
constrangimento
CONTRATO SOCIAL
• Thomas Hobbes:
1) Rompe com a concepção de que o Estado é algo natural ou inerente ao ser humano.
2) Estado de natureza: ausência de ordem e de lei – guerra de todos contra todos como a atitude mais racional possível.
3) Concepção egoísta de ser humano
4) Uma sociedade sem Estado como momento análogo a uma multidão submetida a uma guerra de todos contra todos, sendo necessário abandonar tal estágio para alcançar a paz em contraposição à guerra.
5) Passagem do estado de natureza para o estado civil como forma de colocar fim ao conflito.
CONTRATO SOCIAL
4) Indivíduos celebram o contrato social, abrindo mão de
seus direitos, da liberdade e da igualdade do estado
de natureza, em troca de paz e segurança.
5) O Estado, segundo Hobbes, colocaria fim à guerra e
ao medo original de todos contra todos, submetendo a
sociedade ao seu poder soberano. O Estado surge
como alternativa para a paz, domando as paixões
individuais tendentes a produzir a guerra.
6) Através do exercício da soberania absoluta expressa
na forma de leis civis que o Estado se impõe à
sociedade.
John Locke
Pode ser visto como um meio termo entre a visão de
Hobbes e de Rousseau, segundo ele o homem não
era bom nem mal, seu temperamento oscilava entre
a racionalidade e a ponderação e a irracionalidade e
agressividade. Assim sendo, a maior falha do
Estado de Natureza, era a falta de um terceiro
imparcial para julgar as controvérsias advindas da
irracionalidade do homem, por este motivo, surge a
sociedade civil, para sanar a falta de regras e
organização do Estado de Natureza.
John Locke (1632 - 1704):
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Estado de natureza: cada um é juiz em causa
própria
Poder na propriedade: liberalismo econômico; não
na tradição da nobreza
Os direitos naturais limitam o
poder do Estado: insurreição
Descentralização do poder
(poderes legislativo, executivo
e federativo)
CONTRATO SOCIAL
• John Locke:
1) Refuta a teoria do divino dos reais
2) Defesa da liberdade e da tolerância. O governo depende de consentimento dos governados.
3) Retoma a dicotomia estado de natureza/estado civil. Indivíduo preexiste à sociedade.
4) Estado de natureza: perfeita liberdade e igualdade. Inconvenientes do Estado de natureza levam ao estado civil.
5) Contrato social: conservação dos direitos naturais. Estado-juiz: árbitro imparcial dos conflitos sociais.
6) Quando o governo viola a lei estabelecida e atenta contra os direitos naturais deixa de cumprir sua finalidade, tornando-se ilegítimo e degenerando-se em tirania
Jean-Jacques Rousseau (1712 -
1778)
• “Bom selvagem”: os indivíduos viviam um
estado em natureza, sadios, bons, felizes,
cuidando de sua própria sobrevivência.
• Propriedade trabalho escravo,
miséria
• O indivíduo que surge da desigualdade é
corrompido pelo poder e esmagado pela
violência.
• O contrato social, para ser legítimo, deve
ter o povo reunido sob uma só vontade.
• Deve se originar do consentimento
necessariamente unânime.
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Rousseau
Rousseau afirmava que no Estado de
Natureza o homem era bom, vivia em
harmonia com os demais, para ele o
Estado de natureza não é um estado de
guerra, no entanto com o advento da
propriedade privada passou a haver
conflitos entre os Homens e por esta razão
houve a necessidade de se estabelecer
um contrato social, surgindo desta forma
não só a sociedade civil, mas também o
Estado.
Rousseau e o Contrato Social
• Cada associado abdica de seus
direitos, sem reserva, em favor da
comunidade.
– “Pelo pacto, o indivíduo abdica de
sua liberdade, mas como ele
próprio é parte integrante e ativa
do todo social, ao obedecer à lei,
obedece a si mesmo e, portanto, é
livre”.
• Na qualidade de povo incorporado,
mantém a soberania, portanto nada
perde.
• Soberano é o corpo coletivo que
expressa, por meio da lei, a vontade
geral.
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CONTRATO SOCIAL
• Rousseau:
1) Rousseau, em contraposição às concepções hobbesianas,
pensa uma sociedade pré-estatal como harmônica e buscará
delinear o retorno ao momento pré-estatal, ou seja,
desprovido de regulações estatais.
2) “O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade
natural e um direito ilimitado a tudo quanto deseja e pode
alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de
tudo o que possui (importa distinguir a liberdade natural, que
tem por limites apenas a força do indivíduo, e a liberdade
civil, que é limitada pela vontade geral, e ainda entre posse,
que não passa de efeito da força ou do primeiro ocupante, e
a propriedade, que só pode fundar-se em título positivo)”
(Rousseau, O Contrato Social).
CONTRATO SOCIAL
• “Bem compreendidas, essas cláusulas se reduzem todas a uma só, a saber, a alienação total de cada associado, com todos os seus direitos, a toda a comunidade. Pois, em primeiro lugar, cada qual dando-se por inteiro, a condição é igual a todos, e, sendo a condição igual para todos, ninguém tem interesse em torná-la mais onerosa para os demais” (Rousseau, O Contrato Social).
• “Há uma diferença entre a vontade de todos e a vontade geral: esta se refere somente ao interesse comum, enquanto a outra diz respeito somente ao interesse privado, nada mais sendo do que a soma das vontades particulares. Quando, porém, se retiram dessas mesmas vontades os mais e os menos que se destroem mutuamente, resta, como soma das diferenças, a vontade geral” (Rousseau, O Contrato Social).
Marx
Motor da história Luta de Classes
REFERÊNCIAS
GALLO, Silvio. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo:
Scipione, 2013.
Links
Leviatã (animação inspirada na obra de Thomas Hobbes)
https://www.youtube.com/watch?v=C7FS5sgSt5c
Rousseau - Breve Vida e Obra
https://www.youtube.com/watch?v=0j-9a8hp3SU
Bonde do Contrato
https://www.youtube.com/watch?v=GFFZ2UIlwes