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Estado e Desenvolvimento Econômico no Brasil Contemporâneo DAESHR005- 13SB/DBESHR005- 13SB/NAESHR005- 13SB (4-0-4) Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI [email protected] UFABC – 2017.II (Ano 2 do Golpe) Aula 15 5ª-feira, 20 de julho

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Page 1: Estado e Desenvolvimento Econômico no Brasil Contemporâneo · Superação do subdesenvolvimento. •O Plano foi parte do projeto de afirmação do “Brasil Potência”, que manifestou

Estado e Desenvolvimento Econômico

no Brasil Contemporâneo DAESHR005- 13SB/DBESHR005- 13SB/NAESHR005- 13SB

(4-0-4)

Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI

[email protected]

UFABC – 2017.II

(Ano 2 do Golpe)

Aula 15

5ª-feira, 20 de julho

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Aula 15 (5ª-feira, 20 de julho): O II PND (1975-1979) e a crise do desenvolvimentismo

Textos obrigatórios:

CAMARGO, J. M. (in: Pires 2010) “Capítulo 7: Do ‘milagre econômico’ à ‘marcha forçada’”, p. 206-217.

SUZIGAN, W. (1996) “Experiência histórica de política industrial no Brasil”, p. 5-20.

Textos complementares:

CASTRO, Antônio Barros (2008) “Ajustamento X transformação: a economia brasileira de 1974-1984”, p. 11-84.

CENTRO INTERNACIONAL CELSO FURTADO DE POLÍTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO (2010) “Capítulo 6: O BNDE durante o II PND”, p. 159-177.

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O II PND

(1975-1979)

e a crise do desenvolvimentismo

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• Aprovado em dezembro de 1974 no começo do governo Geisel, o II PND (1975-1979) pretendia combinar a manutenção de altas taxas de crescimento com uma mudança no modelo do desenvolvimento econômico brasileiro.

• O II PND foi pensado como um programa de:

i. Ajuste à crise internacional de 1973;

ii. Superação do subdesenvolvimento.

• O Plano foi parte do projeto de afirmação do “Brasil Potência”, que manifestou a aspiração “ao desenvolvimento e à grandeza” pelo “IV Governo da Revolução” (texto do II PND).

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• Contexto internacional (Camargo in: Pires 2010)

– Fim do longo ciclo de expansão da economia mundial desde o final da SGM, os anos dourados do capitalismo;

– Fim do sistema de Bretton Woods;

– Choques do petróleo: 1973 (1º) e 1979 (2º);

– Choque dos juros do FED sob comando de Paul Volcker (1979).

• Resultados: desaceleração das taxas de crescimento do PIB das economias centrais, perda de dinamismo do comércio internacional, desemprego e aumento das taxas de inflação e juros nominais.

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• Contexto nacional: esgotamento do ‘milagre econômico” em 1974.

• “No caso do Brasil, a crise internacional e os desequilíbrios estruturais internos resultariam, a partir de 1974, em um período de lenta desaceleração da economia, que se estenderia até 1980. Enquanto o PIB, no período 1967-1973, tinha crescido, em média, 11,2% ao ano, entre 1973 e 1980 esse número se reduziu para 7,1%. A fase do chamado ‘milagre econômico’ tinha terminado, embora a economia estivesse longe de uma situação caracterizada por uma estagnação econômica”. (Camargo in: Pires 2010: 207-208)

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• “A inflação, depois de um período de queda, voltou a crescer em 1972 e, em 1974, atingiu a cifra de 34%, passando ao patamar de mais de 40%, entre 1976 e 1978, e atingindo 79% em 1979. As pressões inflacionárias tinham origem nos graves desequilíbrios entre os setores da economia explicitados ao longo da fase expansiva anterior [‘milagre econômico’], decorrentes de um padrão de acumulação de capital liderado pelo setor de bens de consumo duráveis”. (Camargo in: Pires 2010: 208)

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• À inflação se somavam os problemas dos déficits das contas externas, mostrando as grandes vulnerabilidades internas e externas da economia brasileira em meados da década de 1970.

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• Ernesto Geisel (1974 -1979) assume com um duplo desafio:

– Combater a inflação e os desequilíbrios nas contas externas;

– Assegurar a continuidade do crescimento econômico mediante um ambicioso plano de desenvolvimento, o II PND (II Plano Nacional de Desenvolvimento).

• “Essas duas linhas de ação estavam, segundo Castro e Souza (1985), articuladas em torno da estratégia de enfrentar os problemas estruturais da economia brasileira. Ou seja, a estratégia perseguida seria a tentativa de superar o subdesenvolvimento do país”. (Camargo in: Pires 2010: 208)

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• Duas possibilidades de política econômica:

1. “Reduzir o nível de atividade e conter a demanda interna, de forma a adequar a economia brasileira a um patamar compatível com as restrições externas, incluindo o aumento decorrente do choque do petróleo, e reduzir o volume de importações de bens de capital e matérias-primas” (Camargo in: Pires 2010: 209)

2. “Acelerar o processo de crescimento, por meio da internalização da produção de equipamentos, de insumos industriais e energia, de forma a superar os gargalos surgidos no período anterior”. (Camargo in: Pires 2010: 209)

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• “(...) O governo optou pela segunda alternativa, e tais políticas foram consubstanciadas no II PND. Essa opção implicou endividamento externo maior, contando com um cenário ainda de grande liquidez internacional, o que retardou no ajuste da economia ao novo quadro internacional”. (Camargo in: Pires 2010: 208)

• “(...) O governo Geisel teria se recusado a adotar a estratégia do ajustamento, a partir da avaliação de que a crise internacional seria passageira, de forma que seria preferível equilibrar as contas externas recorrendo a financiamento estrangeiro, com taxas de juros e prazos favoráveis, em vez de jogar o país na recessão”. (Camargo in: Pires 2010: 209)

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• O II PND também tinha como objetivos legitimar o regime militar por meio do crescimento econômico e concluir os investimentos realizados durante o período do “milagre econômico”, que só começariam a se completar em 1974-1975.

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• “O governo militar teria optado por dar continuidade à política de crescimento econômico com endividamento externo seguida desde o final da década de 1960, tendo como estratégia uma mudança estrutural da economia brasileira, processo que foi denominado ‘fuga para a frente’”. (Camargo in: Pires 2010: 209)

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• Investimentos previstos no II PND (Camargo in: Pires 2010: 209):

– Ampliação da produção interna de petróleo;

– Expansão da geração de energia elétrica (Itaipu e Angra);

– Expansão da produção de insumos industriais (aço, petroquímicos, metais não ferrosos);

– Expansão da infraestrutura (Ferrovia do Aço, projetos rodoviários);

– Expansão do setor de mecânica pesada para ampliar a produção de máquinas e equipamentos;

– Proálcool.

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• Os setores estratégicos foram: agropecuária, indústria (bens de capital, eletrônica de base e insumos básicos) e infraestrutura (energia e transporte).

• As metas do Plano previam um crescimento do PIB e da indústria de 10% e 12% ao ano, respectivamente, no quinquênio 1975-1979.

• Tal crescimento seria coordenado pelo Estado, com o concurso ativo da empresa nacional secundada pelas empresas estatais e estrangeiras. O Plano combinaria substituição de importações e incentivo às exportações.

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• Distribuição dos investimentos do II PND (1975):

• 25% em bens de capital;

• 23% em matérias-primas;

• 19,6% em bens intermediários;

• 19,4% em bens de consumo;

• 13% em veículos automotores.

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• O artífice do Plano, João Paulo dos Reis Velloso, definiu-o como uma estratégia de alta racionalidade em meio à crise internacional.

• Isso porque o Plano promoveria, primeiro, um ajuste simultâneo da oferta e da demanda em meio à recessão da economia mundial.

• E, segundo, o Plano garantiria a sustentação do crescimento de longo prazo e a superação do subdesenvolvimento. Portanto, seria superior ao ajuste macroeconômico tradicional.

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• “Como afirma Carneiro (2002), os objetivos do II PND centravam-se na correção dos desequilíbrios na estrutura industrial e no setor externo, como estratégia de superação do subdesenvolvimento. Seus objetivos gerais seriam: (1) modificar a estrutura industrial, desenvolvendo e aumentando a participação da indústria pesada; (2) fortalecer a indústria privada nacional, que tinha desempenhado um papel secundário no desenvolvimento, reservando-lhe o setor de bens de capital por encomenda; (3) desconcentrar regionalmente a atividade produtiva; e (4) melhorar a distribuição da renda”. (Camargo in: Pires 2010: 210)

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• “Segundo Castro e Souza (1985) e Fiori (1995), o II PND foi a última tentativa de dar um salto qualitativo na economia brasileira, com o intuito de superar o subdesenvolvimento. Esses autores acreditam que, para isso, seria preciso completar o processo de industrialização. Ou seja, tratava-se de implementar um padrão de acumulação centrado no DI, departamento produtor de meios de produção, bens de capital e insumos básicos, que tinha ficado atrofiado nas fases anteriores de industrialização, constituindo uma estrutura industrial avançada e completa, nos moldes dos países centrais”. (Camargo in: Pires 2010: 210)

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• “Essa estratégia envolvia riscos, pois significava agravar os desequilíbrios nas contas externas em curto prazo, na medida em que desenvolver os setores relativamente atrasados requereria aumentar as importações. Porém, no longo prazo, significaria uma superação dos desequilíbrios externos”. (Camargo in: Pires 2010: 210)

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• “Essa estratégia de manter o desenvolvimento em plena crise internacional, em um momento em que a economia brasileira apresentava nítidos sinais de reversão cíclica desde o ano anterior, baseava-se na necessidade de legitimar o sistema político vigente e possuía uma dose de sólida racionalidade econômica. No período do chamado ‘milagre econômico’ tinha-se realizado um bloco de investimentos que ainda estavam em andamento e cuja maturação se daria após 1974. Nessas circunstâncias, adotar uma política recessiva tornaria muito difícil e custosa a absorção da nova capacidade produtiva gerada por esses investimentos. Essa situação poderia abrir uma crise de grandes proporções na economia, ainda mais que afetaria negativamente as perspectivas dos empresários, dificultando uma futura retomada”. (Camargo in: Pires 2010: 210)

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• “O Governo Geisel, ao anunciar o II PND, que, na realidade, nada mais era do que um bloco de investimentos concentrados no tempo, impediu que o país mergulhasse na recessão, sustentando o crescimento até o início da década de 1980. Com isso, esperava-se que seria possível mudar a estrutura da economia. (...) Superar o subdesenvolvimento e, ao mesmo tempo, garantir autonomia nacional era um projeto ambicioso e de difícil consecução”. (Camargo in: Pires 2010: 211)

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• “A grande expansão no período do chamado ‘milagre econômico’ reforçou a estratégia seguida pelo Governo JK. O desenvolvimento econômico desse período não significou alterações no padrão de acumulação, antes aprofundou o padrão desequilibrado do período anterior, baseado na liderança do departamento produtor de bens de consumo duráveis. O crescente volume de investimentos externos diretos, ao criar conexões e alianças entre o capital estrangeiro e os setores das classes dominantes, e ao influir na definição da política econômica, limitava as possibilidades de um desenvolvimento mais autônomo”. (Camargo in: Pires 2010: 211-212)

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• “O II PND, em certo sentido, constituiu, como apontaram Fiori (1995) e Castro (1985), uma tentativa de retomar o projeto de Vargas em um contexto interno e externo bastante diferente. Da mesma forma que o programa de Vargas, não hostilizava o capital estrangeiro; pelo contrário, contava com ele para financiar, pelo menos em parte, o desenvolvimento econômico. Da mesma forma, também soçobrou em virtude de não ter conseguido forjar um sólido esquema de financiamento. (...) A inexistência de um mercado financeiro e de capitais robustos e de outros esquemas internos de crédito consistentes que permitissem financiar os investimentos de prazo mais longo levou à necessidade de recorrer novamente ao capital externo para financiar o plano, contando com um quadro de grande liquidez internacional, inflado pelo mercado de ‘petrodólares’”. (Camargo in: Pires 2010: 212)

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• “Essa abundância de crédito externo parecia viabilizar, do ponto de vista do seu financiamento, a execução do plano, diferentemente do que tinha acontecido com Vargas em 1937 e 1951, quando a carência de recursos externos inviabilizou o projeto de industrialização. Contudo, essa saída, que implicou um endividamento externo elevado, se mostraria desastrosa para o país nos anos subsequentes, na medida em que, sendo os empréstimos concedidos a taxas de juros flutuantes, a elevação dessas taxas, a partir de 1979, ampliou enormemente os custos de pagamento da dívida externa”. (Camargo in: Pires 2010: 212)

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• “Outras dificuldades enfrentadas pelo II PND dizem respeito ao financiamento do gasto público e ao desenvolvimento tecnológico. O Estado desempenhou papel central na execução do plano, seja pelo fato de os investimentos em setores estratégicos ficarem diretamente a seu cargo, seja pelo direcionamento e pelo suporte fornecidos à iniciativa privada. (...) O II PND também não era consistente na previsão de geração e controle de tecnologia, questão fundamental para um desenvolvimento econômico mais autônomo”. (Camargo in: Pires 2010: 212)

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• “Em linhas gerais, as dificuldades de implementar um plano de tão larga envergadura como o II PND em um contexto de crise internacional marcada pelo crescimento da inflação, dos desequilíbrios das contas externas e da deterioração das finanças públicas ficaram cada vez mais evidentes. A implementação do plano, com o peso desses problemas, foi desacelerada em 1977, com o adiamento de grandes projetos, principalmente nas áreas de insumos básicos, energia e infraestrutura. A taxa de crescimento sofreu forte desaceleração, caindo de 10,3% em 1976, para algo em torno de 5%, nos três anos seguintes”. (Camargo in: Pires 2010: 216)

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• “Já em 1981, o governo brasileiro iniciaria um processo de ajuste da economia à nova conjuntura internacional, induzindo recessão para gerar excedentes que seriam direcionados para pagar os compromissos externos”. (Camargo in: Pires 2010: 217)

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Para pensar...

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1. Segundo Camargo (in: Pires 2010), quais eram os principais objetivos do II PND? Como eles seriam alcançados?

2. De acordo com Camargo (in: Pires 2010), O II PND tem maiores semelhanças com quais períodos e políticas de desenvolvimento anteriores? Em razão dessas semelhanças, pode-se dizer que o II PND foi uma política alinhada a qual tipo de orientação mais geral?