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ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE BAGRE LEI COMPLEMENTAR Nº. 19, DE 05 DE OUTUBRO DE 2006. Dispõe sobre Plano Diretor Participativo, o Processo de Planejamento e Gestão do Desenvolvimento do Município de Bagre. O povo de Bagre participou e validou, os seus representantes na Câmara Municipal aprovaram e eu sanciono a seguinte Lei. PREÂMBULO O Município como realidade humana é o reflexo da sua estrutura econômi- ca e da qualidade de vida de seus moradores. Fracos índices econômicos provocam o aumento dos índices de pobreza e de desemprego. Nesse sentido, a cidade é a síntese do desenvolvimento das atividades produtivas e dos padrões de relações humanas entre seus habitantes. As atividades produtivas do Município resultam da estrutura econômica cri- ada a partir das suas vocações naturais, das condicionantes históricas e das expecta- tivas em relação a novas formas possíveis de geração de recursos, no âmbito do seu território. Por sua vez, a qualidade de vida e os padrões de relacionamentos entre seus moradores resultam de ações coletivas formuladas através de políticas públicas definidas num processo contínuo de articulação entre o Poder Público e a comunida- de. Para o adequado desenvolvimento das atividades produtivas, compete ao Poder Público fixar as diretrizes para estimular, promover e balizar os investimentos da iniciativa privada a fim de garantir a justa distribuição das oportunidades e o aten- dimento das metas de interesse social. Por outro lado, para o adequado desempenho das relações e atividades humanas compatíveis com a elevação dos níveis de qualidade de vida, compete à comunidade, através de organizações representativas formalmente constituídas, for- mular as diretrizes para definir as prioridades e orientar os investimentos do Poder Público. O conjunto dessas ações, diretrizes e políticas públicas, deve ser implan- tado e permanentemente acompanhado pela comunidade em parceria com os órgãos da administração pública, visando garantir o cumprimento das metas, a correção e atualização de medidas necessárias, em decorrência de todos os pressupostos, pre- missas e instrumentos previstos na lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, o Estatuto da Cidade.

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Page 1: ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE BAGRE · Art. 1º O Plano Diretor instituído por esta Lei, é o instrumento global e es-tratégico de implementação da política municipal

ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE BAGRE

LEI COMPLEMENTAR Nº. 19, DE 05 DE OUTUBRO DE 2006.

Dispõe sobre Plano Diretor Participativo, o Processo de Planejamento e Gestão do Desenvolvimento do Município de Bagre.

O povo de Bagre participou e validou, os seus representantes na Câmara

Municipal aprovaram e eu sanciono a seguinte Lei.

PREÂMBULO O Município como realidade humana é o reflexo da sua estrutura econômi-

ca e da qualidade de vida de seus moradores. Fracos índices econômicos provocam o aumento dos índices de pobreza e de desemprego.

Nesse sentido, a cidade é a síntese do desenvolvimento das atividades

produtivas e dos padrões de relações humanas entre seus habitantes. As atividades produtivas do Município resultam da estrutura econômica cri-

ada a partir das suas vocações naturais, das condicionantes históricas e das expecta-tivas em relação a novas formas possíveis de geração de recursos, no âmbito do seu território.

Por sua vez, a qualidade de vida e os padrões de relacionamentos entre

seus moradores resultam de ações coletivas formuladas através de políticas públicas definidas num processo contínuo de articulação entre o Poder Público e a comunida-de.

Para o adequado desenvolvimento das atividades produtivas, compete ao

Poder Público fixar as diretrizes para estimular, promover e balizar os investimentos da iniciativa privada a fim de garantir a justa distribuição das oportunidades e o aten-dimento das metas de interesse social.

Por outro lado, para o adequado desempenho das relações e atividades

humanas compatíveis com a elevação dos níveis de qualidade de vida, compete à comunidade, através de organizações representativas formalmente constituídas, for-mular as diretrizes para definir as prioridades e orientar os investimentos do Poder Público.

O conjunto dessas ações, diretrizes e políticas públicas, deve ser implan-

tado e permanentemente acompanhado pela comunidade em parceria com os órgãos da administração pública, visando garantir o cumprimento das metas, a correção e atualização de medidas necessárias, em decorrência de todos os pressupostos, pre-missas e instrumentos previstos na lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, o Estatuto da Cidade.

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TÍTULO I DIRETRIZES GERAIS

Art. 1º O Plano Diretor instituído por esta Lei, é o instrumento global e es-

tratégico de implementação da política municipal de desenvolvimento econômico, social, urbano e ambiental do Município de Bagre, regula-se pelos princípios, objeti-vos, diretrizes e normas que definem a função social da cidade, integra o processo de planejamento e gestão municipal, sendo suas normas de cumprimento obrigatório por todos os Agentes Públicos e privados no território municipal.

Parágrafo único. O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Or-

çamento Anual do Município deverão incorporar as diretrizes definidas no Plano Dire-tor.

Art. 2º A política municipal de desenvolvimento econômico, social, urbano

e ambiental do município de Bagre se fará através de políticas públicas elaboradas a partir da definição e fixação de vetores básicos de desempenho econômico, da formu-lação de procedimentos para elevação dos padrões de qualidade de vida da popula-ção e da criação de sistemas e instrumentos para implantação, monitoramento e a-tualização desta lei.

Art. 3º A definição e fixação dos vetores básicos de desempenho econô-

mico têm por objetivo preservar, valorizar e desenvolver as vocações peculiares do Município, aqui consideradas fontes tradicionais de geração de recursos econômicos, bem como garantir a estruturação de novos vetores surgidos como conseqüência ou em complemento aos vetores básicos.

Art. 4º São consideradas vocações peculiares do Município as condições

naturais que propiciam ações de interesse econômico historicamente originadas, de forma espontânea, no território de Bagre e que tem, como base de sua sustentação, o uso e o aproveitamento dos recursos naturais, da paisagem e das características próprias de sua cultura popular.

Art. 5º O conjunto dos vetores básicos de desenvolvimento econômico

compõe e caracteriza a Estrutura Econômica do Município. Art. 6º A formulação de procedimentos necessários à elevação dos pa-

drões de qualidade de vida da população se fará de forma a garantir a sustentabilida-de dos recursos naturais, a integridade da paisagem e a valorização da cultura popu-lar tradicional de Bagre.

Art. 7º Caracterizam-se como padrões de qualidade de vida da população

o ordenamento do uso e ocupação do solo urbano e rural do Município, bem como os níveis dos índices que caracterizam as condições de saneamento, de segurança, de mobilidade urbana, de saúde, de educação, de emprego e renda e demais aspectos inerentes às aglomerações humanas.

Art. 8º A avaliação dos índices de qualidade de vida existentes no Municí-

pio e a formulação das ações políticas e administrativas necessárias à sua elevação, serão derivadas das políticas públicas concebidas e promovidas conjuntamente pelo Poder Público e pela Comunidade.

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3 Art. 9º Com o objetivo de reafirmar a função social da propriedade, aos

princípios de ordenamento do uso e ocupação do solo aplicado com vistas à elevação da qualidade de vida da população, serão incorporados ao Plano Diretor os instru-mentos previstos na Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade).

Art. 10 As diretrizes gerais aqui enunciadas serão convertidas em ações

mediante a criação de instrumentos político-administrativos e de planejamento, desti-nados a fixar normas para aplicação, procedimentos de acompanhamento, fiscaliza-ção, atualização e de referendo popular.

CAPÍTULO I DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Art. 11. As Políticas Públicas referidas no artigo 2o desta Lei serão elabo-

radas mediante processo conjunto entre o Poder Público e a Comunidade, com o objetivo de promover a criação do processo de gestão participativa conforme estabe-lece a Lei no 10.257/01 (Estatuto da Cidade).

Art. 12. Compete ao Poder Público implantar e fiscalizar as atividades de-

senvolvidas pela iniciativa privada no contexto das diretrizes expressas nas políticas públicas, competindo ao Conselho Municipal da Cidade fixar os critérios e prioridades para aplicação dos recursos pelo Poder Público.

Art. 13. Ficam incorporados a esta Lei, na forma de Anexos específicos

para serem utilizados na formulação das Políticas Públicas, na íntegra: I) os relatórios setoriais que contemplam as contribuições da comunidade

baseados no Plano de Ação, nas Reuniões Comunitárias, na Audiência Pública e na Conferência da Cidade, coordenadas pelo Núcleo Gestor do Plano Diretor, com essa finalidade;

II) o diagnóstico municipal, resultado da avaliação técnica de todos os ór-

gãos da Administração, realizados pelas Secretarias Municipais, sob a coordenação do Núcleo Gestor do Plano Diretor;

III) os mapas: a) do macrozoneamento e zoneamento; b) de uso e ocupação do solo;

c) de inserção regional;

d) do perímetro urbano;

e) da evolução urbana, densidade demográfica, coleta de resíduos sólidos, captação e distribuição de água, área de risco de alagamento, limpeza ur-bana, da rede elétrica, de rede telefônica, de meio fio, de telefones públi-cos, de risco de endemias, de serviços de saúde, de localização das esco-las;

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4 Art. 14. As Políticas Públicas definidas nesta Lei serão realizadas dentro

das seguintes áreas setoriais: I - do Turismo; IIII -- ddaa CCuullttuurraa,, DDeessppoorrttooss ee LLaazzeerr;; IIIIII -- ddaa EEdduuccaaççããoo;; IIVV –– ddaa SSaaúúddee;; VV -- ddaa SSeegguurraannççaa;; VVII -- ddaa IInnffrraa--eessttrruuttuurraa ee HHaabbiittaaççããoo;; VVII -- ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee;; VVIIIIII –– ddaa AAssssiissttêênncciiaa SSoocciiaall ee CCiiddaaddaanniiaa;; IIXX -- ddaa GGeerraaççããoo ddee TTrraabbaallhhoo ee RReennddaa;; XXVV –– ddaa PPoollííttiiccaa AAggrrííccoollaa ee FFuunnddiiáárriiaa;; Art. 15. O Conselho Municipal da Cidade deliberará sobre a oportunidade,

conveniência e amplitude das Políticas Públicas a serem promovidas no Município, dentro de cada área setorial.

Parágrafo único. Para que o Conselho Municipal da Cidade possa delibe-

rar sobre a promoção das políticas publicas traçadas nesta Lei, o Poder Executivo deverá encaminhar-lhe, a minuta do Projeto de Lei concernente ao Orçamento Anual, com 60 (sessenta) dias antes de encaminhá-la à Câmara de Vereadores, para que o referido Conselho convoque a sociedade civil e eleja as ações prioritárias a terem garantia no orçamento.

TÍTULO II DAS ÁREAS SETORIAIS DAS POLITICAS PÚBLICAS

CAPÍTULO I

DO TURISMO Art. 16. As ações e serviços inerentes ao turismo no Município, serão geri-

das pela Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Turismo, através do Departa-mento de Turismo.

Parágrafo único. Para o atendimento das diretrizes turísticas estabelecidas

nesta Lei, serão criados dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da en-trada de vigência desta Lei:

I) o Conselho Municipal de Turismo; II) o Fundo Municipal de Turismo.

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5 Art. 17. Considera-se o turismo como vetor básico de desempenho eco-

nômico em razão das características históricas da região e do Município. Art. 18. É da responsabilidade do Poder Público organizar e garantir as

condições para o desenvolvimento do turismo, fazendo-o através das diretrizes e a-ções estratégicas eleitas como prioritárias no Orçamento Anual Participativo, pelo Conselho Municipal da Cidade em conjunto com o Conselho Municipal de Turismo e a sociedade civil, e implementadas pela Secretaria Municipal de Turismo.

§ 1º. São diretrizes pactuadas para a política de desenvolvimento do Tu-

rismo: I – o incentivo por parte do Poder Público Municipal para a melhoria dos

serviços de hotelaria já existentes no município e o apoio a novas instalações de ho-téis, pousadas e atividades turísticas;

II – a articulação do Poder Público junto aos Governos Estadual e Federal,

bem com à iniciativa Privada, para implementação de obras de Infra-estrutura, trans-portes fluvial, rodoviário e aéreo;

III – a realização do mapeamento dos locais de potencial turístico no Muni-

cípio; IV – a articulação com aos Governos Estadual e Federal, com entidades

não governamentais nacionais e estrangeiras, visando parcerias para a realização de cursos de capacitação de profissionais na área de turismo;

V – ampliação do calendário de eventos e atrações culturais e turísticas do

Município, viabilizando a divulgação dessas potencialidades na mídia em geral; VI – estimular programas e projetos de ecoturismo, que visem a utilização

da área de preservação ambiental, identificada no mapa de zoneamento deste Plano Diretor e a ser delimitada na Lei de Uso e Ocupação do Solo a ser criada;

VII – incentivo a programas e projetos turísticos junto as comunidades tra-

dicionais do município. § 2º. São ações estratégicas na área do Turismo: I – o estímulo a criação da associação dos proprietários de hotéis, pousa-

das e restaurantes do município; II – a abertura de vagas no quadro de servidores do Município para profis-

sionais da área de turismo e engenharia, visando recursos humanos para execução de ações e serviços ligados ao turismo;

III – a articulação para a criação de um Centro de Atendimento ao Turista,

para divulgar as atrações e eventos turísticos do município; IV – a criação da Lei de Uso e Ocupação no Solo, no prazo máximo de 24

(vinte e quatro meses) a contar da data de vigência desta Lei;

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V – mapear as potencialidades turísticas das comunidades tradicionais; 6

CAPÍTULO II DA CULTURA, DESPORTO E LAZER

Art. 19. As ações e serviços inerentes a cultura, desporto e lazer, serão

geridas pela Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Turismo, pelos seguintes departamentos:

I) Departamento de Cultura; II) Departamento de Esporte e Lazer.

Parágrafo único. Para o atendimento das diretrizes inerentes a cultura, despor-

to e lazer estabelecidas nesta Lei, serão criados dentro do prazo de 120 (cento e vin-te) dias a contar da entrada em vigor desta Lei:

III) o Conselho Municipal de Cultura e o Fundo Municipal de Cultura; IV) o Conselho Municipal de Esporte e Lazer e o Fundo Municipal de

Esporte e Lazer; Art. 20. São objetivos no campo da Cultura, Esportes e Lazer: I – estimular a cultura, o esporte e o lazer à condição de direito dos cida-

dãos, sendo trabalhados como importantes instrumentos de inclusão social, agregan-do valores positivos na formação do ser humano;

II - articular parcerias visando disponibilizar infra-estrutura cultual e esporti-

va, com centros culturais e quadras esportivas, campo de futebol e pista de atletismo; III - oferecer acesso às práticas esportivas e culturais aos portadores de

deficiência, integrando-os a sociedade. Art. 21. São diretrizes pactuadas na área da Cultura, Desporto e Lazer: I – viabilizar um espaço multifuncional para apresentações culturais; II – buscar parcerias para realização de Cursos e Oficinas visando fomen-

tar a prática das artes cênicas no Município de Bagre; III – buscar parcerias com Governos Federal e Estadual, bem como com a

iniciativa privada e organizações não governamentais, visando resgatar os Cordões de Pássaros e Grupos Folclóricos do Município;

IV – estimular a criação da Casa do Artesão, como incentivo a geração de

renda; V – reativar o Museu de Cultura e História de Bagre;

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7 VI – viabilizar a Construção em parceria de um Ginásio Poliesportivo em

Bagre;

VII – efetivar melhorias nas áreas do esporte e lazer do Município. VIII – viabilizar um espaço para recreação infantil; IX – planejar e executar a semana do atletismo no Município; X – destinar uma área para criação do Bosque Municipal; XI – estabelecer um espaço para Escola de Música; XII – estimular práticas esportivas na zona rural do município.

CAPÍTULO III DA EDUCAÇÃO

Art. 22. As ações e serviços inerentes a educação, serão geridas pela Se-

cretaria Municipal de Educação. Parágrafo único. Para o atendimento das diretrizes inerentes a educação

estabelecidas nesta Lei, será criado dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da entrada em vigor desta Lei:

V) o Conselho Municipal de Educação. Art. 23. São objetivos da Educação: I - promover a cultura democrática, por meio da oferta das modalidades de

educação básica, possibilitando ao aluno o acesso e permanência com sucesso na escola, bem como a participação da comunidade nas decisões e questões escolares;

II - apoiar, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a educação

de qualidade, primando pelo bem estar psicossocial dos educandos; III – estimular a autonomia das instituições educacionais quanto às propos-

tas pedagógicas e aos recursos financeiros necessários à sua manutenção, conforme artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei n. 9394 de 20/12/1996);

IV – incentivar a construção da identidade de cada unidade escolar, com

base nos anseios da comunidade atendida e no momento histórico atual; V – viabilizar o atendimento especializado e gratuito nas escolas públicas

para alunos que apresentam necessidades especiais; VI – articular com entidades governamentais e não governamentais visan-

do a oferta de cursos básicos profissionalizantes voltados para o desenvolvimento sustentável;

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VII - promover o fortalecimeto da educação de jovens e adultos no Mu-nicípio;

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VIII - atender as diferentes modalidades de ensino, faixa etária e compo-

nentes curriculares e suas especificidades; IX - Favorecer o desenvolvimento humano por meio do acesso a oportuni-

dades educativas, tais como arte, esporte, cultura e lazer, a toda a comunidade esco-lar.

Art. 24. São diretrizes da Educação: I – viabilizar o mobiliário nas Escolas Municipais, criando as condições ne-

cessárias visando garantir o ensino de qualidade; II – viabilizar a formação em nível superior dos ocupantes de cargo de pro-

fessor, visando a melhoria da qualidade de ensino da rede pública municipal; III – promover o atendimento da demanda de profissionais de apoio para

as escolas da área rural do município observando a necessidade de serventes e ze-ladores;

IV – viabilizar visitas Pedagógicas Bimestrais nas escolas da área rural; V – fomentar as ações de combate ao analfabetismo com programas e

projetos municipais; VI – promover a ampliação e adequação do transporte escolar no municí-

pio, observando critérios de segurança e eficiência; VII – promover a regionalização da merenda escolar; VIII – promover a realização de cursos de Relações Humanas e Capacita-

ção aos Profissionais municipais e formação continuada; IX – promover a nucleação das escolas da área rural do município, com

objetivo de melhorar o desenvolvimento educacional; X – viabilizar a reativação da Biblioteca Municipal; IX – elaboração de propostas Curriculares para a rede municipal de ensi-

no; X – viabilizar a ampliação e melhoria da rede municipal de ensino, nas á-

reas necessárias da área urbana; XI – viabilizar a ampliação e melhoria da rede de ensino da área rural, pri-

orizando as de difícil acesso e desprovidas de escolas de ensino fundamental e in-fantil, adequando-as as especificidades de cada localidade;

XII – articulação com o Governo Estadual para ampliação e melhoria das

Escolas de Ensino Médio;

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9 Art. 25. São ações Estratégicas da Educação: I - elaborar o Plano Municipal de Educação, em conjunto com a sociedade

civil e outras esferas do governo, no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias a con-tar da data de entrada em vigor desta Lei;

II - articular com outras secretarias e instituições a adoção de políticas pú-

blicas, visando à compatibilidade do crescimento demográfico com a infra-estrutura e a capacidade de suporte do Município;

III – viabilizar a criação de um centro de documentação abrangendo os as-

pectos históricos, geográficos e culturais do Município; IV - implantar política educacional para o atendimento especializado e gra-

tuito de alunos que apresentam necessidades especiais; V - adotar medidas para garantir a oferta e o atendimento aos alunos que

trabalham; VI - ampliar a oferta de Educação de Jovens e Adultos para alunos que

não tiveram acesso na idade própria ou que não concluíram essa escolaridade; VII - adotar medidas que visem à implementação dos ambientes escolares,

com espaço e recursos pedagógicos adequados aos diferentes componentes curricu-lares e faixas etárias, contemplando todas as modalidades de ensino e suas especifi-cidades;

VIII - adotar medidas para organizar e manter sistema de informação sobre

a situação de matrículas do Município, com vistas ao atendimento das demandas; IX - divulgar informações, tais como cronogramas e pautas das reuniões

dos diversos colegiados; X - disponibilizar os subsídios necessários para incrementar a participação

da comunidade nos diversos colegiados; XI – promover a ampliação progressiva da oferta da educação infantil no

Município; XII - disponibilizar os espaços escolares em horários ociosos para ativida-

des comunitárias; XIII - criar mecanismos para a participação de comunidades na gestão e

melhoria das condições de funcionamento das escolas; XIV - desenvolver programas de educação continuada, em parceria com

instituições de ensino; XV – promover o atendimento aos educandos, no que se refere à saúde fí-

sica, intelectual e afetiva, por meio de programas específicos, em parceria com outras instituições.

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CAPITULO IV DA SAÚDE

Art. 26. São Objetivos da Saúde: I – viabilizar a ampliação da rede de saúde do Município, em pontos estra-

tégicos, que facilitem o acesso ao atendimento da saúde. II – viabilizar transporte fluvial às localidades rurais do município para situ-

ações emergenciais. III – articular com governos Federal e Estadual, com a iniciativa privada e

com organizações não-governamentais visando a ampliação dos serviços de sane-amento básico no Município.

IV - realizar estudo envolvendo os órgãos da Saúde, visando descentrali-

zar o atendimento na área urbana, de forma a contemplar os bairros e distritos com ações de saúde.

V – viabilizar a existência de vagas de servidores no Município para profis-

sionais da área de saúde tais como: Médicos, Odontólogos, enfermeiros e outros. VI – promover cursos de capacitação profissional na área de saúde, res-

peitando a área de atuação de cada servidor. VII – fortalecer e ampliar mecanismo para assegurar a cobertura de 100%

do atendimento do PACS no município; VIII - consolidar e garantir a participação do Sistema Único de Saúde;

IX - promover a melhoria do atendimento e gestão, do acesso e da quali-

dade das ações, serviços e informações de saúde; X – fortalecimento do departamento de Vigilância Sanitária no Município. Art. 27. São diretrizes da Saúde: I - a democratização do acesso da população aos serviços de saúde, de

modo a: a) promover a implantação integral do Programa de Saúde da Família, arti-

culado aos demais níveis de atuação do SUS; b) desenvolver programas de saúde tendo como base os Distritos Adminis-

trativos e a priorização das populações de maior risco; c) adotar o Programa de Saúde da Família como estratégia estruturante da

atenção à saúde;

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11 II – a implementação da rede hierarquizada de atendimento hospitalar, de

modo a: a) viabilizar a reconstrução, redimensionamento e ampliação dos serviços

hospitalares em relação à sua demanda potencial; b) reestruturar o atendimento pré-hospitalar; c) equilibrar a oferta de leitos hospitalares. III – viabilizar a ampliação da rede física de atendimento, adequando-a aos

Distritos Administrativos e suas demandas; IV – garantir a participação da população nas deliberações e na execução

das políticas públicas da saúde no Município;

V - apoiar à realização da Conferência Municipal de Saúde; VI – modernizar e incorporar novas tecnologias ao Sistema Único de Saú-

de. Art. 28. São ações estratégicas no campo da Saúde:

I - integração da rede municipal às redes estadual e federal já unificadas

do SUS; II - implementação de processos gerenciais fundados na utilização de sis-

temas informatizados; III - efetivação do planejamento descentralizado nos níveis das Administra-

ções Distritais, com foco nas necessidades de saúde da população local; IV - promoção da formação, capacitação e ampliação dos recursos huma-

nos da Secretaria Municipal da Saúde; V - estruturação e capacitação das equipes do Programa de Saúde da Fa-

mília; VI - promoção de melhorias nas ações de vigilância, diagnóstico, tratamen-

to e assistência aos portadores de DST e AIDS, incluindo o treinamento de profissio-nais e parcerias com a sociedade civil;

VII - promoção de ações em benefício dos portadores de necessidades es-

peciais, nos diferentes níveis de atenção à saúde, visando à melhoria da qualidade de vida;

VIII - promoção de ações intersecretariais de prevenção à violência, abuso

sexual, alcoolismo e uso de drogas; IX - implantação de serviços de referência voltados ao combate da violên-

cia sexual e doméstica;

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12 X - promoção da reabilitação e inserção social das pessoas acometidas de

transtorno mental; XI - promoção de ações de atenção à saúde bucal e de assistência odonto-

lógica; XII - promoção da melhoria da saúde ambiental da cidade, no âmbito do

controle da qualidade do ar e dos níveis de ruído nos locais pertinentes; XIII - implementação de ações emergenciais de saúde, em conformidade

com as demandas de significativo impacto social; XIV - promoção de campanha de cunho educativo e informativo pela mídia,

além de programas específicos nas escolas municipais de todos os níveis, sobre os princípios básicos de higiene, saúde e cidadania;

XV – promover processo seletivo para contratação de ACS nas áreas des-cobertas.

XVI - estabelecer fiscalização no mercado e feiras municipais e estabele-

cimentos comerciais.

CAPITULO V DA SEGURANÇA

Art. 29. São objetivos da política de Segurança: I – em articulação com os órgãos competentes do governo Estado, a im-

plantação de um Centro de Operações Integradas, com todas as instituições respon-sáveis pela segurança trabalhando em cooperação;

II - melhoria do sistema de comunicação através da instalação de antena e

equipamentos que permitam a cobertura de todo o Município; III - assegurar o aumento do efetivo de policiais civis e militares visando a

melhoria da segurança física e patrimonial dos cidadãos,diminuindo o índice de crimi-nalidade;

IV - estabelecer políticas públicas de segurança de forma integrada com

setores da esfera municipal; V - estimular o envolvimento das comunidades nas questões relativas à

segurança urbana; VI – criação de uma Comissão Municipal de Segurança; VII – parceria com o Tribunal de Justiça do Estado para instalação de Co-

marca Municipal com a implantação e funcionamento do Fórum de Justiça; VIII – pleitear junto a Secretaria Estadual de Segurança Pública a vinda de

Delegado de Carreira;

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IX – atenção especial a política de geração de trabalho e renda e amplia-ção das áreas de esporte e lazer, visando a redução e a prevenção da criminalidade;

X – fortalecimento do Conselho Municipal da criança e do adolescente e

dos demais Conselhos Municipais; XII – a implementação de Programas e Projetos que trabalhem a consci-

entização do perigo do uso de drogas e da violência urbana atuando através de pa-lestras e outras ações educativas;

XIII – dotar uma Infra-estrutura física para funcionamento adequado dos

conselheiros municipais; XIV – implementar a política Fundiária como forma de amenizar os confli-

tos de terra. Art. 30. São diretrizes da política de Segurança: I - a serem efetivadas em articulação com os órgãos competentes do go-

verno do Estado, a promoção da aproximação entre os agentes de segurança e a comunidade, mediante a descentralização dos serviços de segurança;

II - a criação da Comissão Civil Comunitária de Segurança Urbana, no prazo

máximo de 120 ( cento e vinte ) dias, a contar da entrada em vigor desta lei, que terá entre suas funções básicas, a elaboração e execução de planos de redução da violência, integrados às instâncias de participação em nível local e regional;

III - a execução de planos para controle e redução da violência local por

meio de ações múltiplas e integradas com setores do Poder Público; IV - o desenvolvimento de projetos intersecretariais voltados à parcela de

adolescentes e jovens em condições de vulnerabilidade social; V - a promoção do aperfeiçoamento e reciclagem dos recursos humanos

vinculados à segurança; VI - a promoção da integração e coordenação das ações específicas de

segurança com as questões de trânsito e defesa civil no Município; VII - a substituição da lógica da reação e da repressão pela lógica da ante-

cipação e da prevenção nas ações de segurança urbana. Art.31. São ações estratégicas relativas à Segurança: I – realizar estudos de impacto orçamentário-financeiro para analisar a im-

plantação da Guarda Municipal;

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II – buscar parcerias com o corpo de bombeiros militar e a polícia mili-tar visando a instalação no Município do projeto Policial Mirim;

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III - elaborar mapas de ocorrências e pesquisa de vitimização em parceria

com a Secretaria de Segurança Pública, comunidade e entidades do setor, identifi-cando e avaliando as vulnerabilidades e os riscos existentes no âmbito do Município;

IV - participar de forma integrada no planejamento e ações da Defesa Civil,

fomentando e equipando o Corpo de Bombeiros, viabilizando as condições necessá-rias para sua atuação, por meio de convênios;

V - estimular a promoção de convênios com os governos Estadual e Fede-

ral, assim como o Ministério Público para a troca de informações e ações conjuntas na área de prevenção e repressão criminal.

CAPITULO VI DA INFRA-ESTRUTURA E HABITAÇÃO

Art. 32. São objetivos da Política de Habitação: I - a democratização do acesso a terra e à moradia digna aos habitantes da

cidade, com melhoria das condições de habitabilidade, preservação ambiental e quali-ficação dos espaços urbanos priorizando as famílias de baixa renda;

II - o fortalecimento de processos democráticos na formulação, implemen-tação e controle dos recursos públicos destinados à política habitacional e de infra-estrutura, estabelecendo canais permanentes de participação da sociedade civil nos processos de tomadas de decisões;

III - a utilização de processos tecnológicos que garantam a melhoria da

qualidade construtiva e redução dos custos da produção habitacional e das obras de infra-estrutura;

IV - a vinculação da política habitacional com as políticas sociais; V - a diversificação das formas de acesso à habitação de interesse social; VI - a articulação entre a Política de Infra-estrutura, Habitacional e Fundiá-

ria garantindo o cumprimento da função social da terra urbana de forma a produzir lotes urbanizados e novas habitações em locais adequados do ponto de vista urba-nístico e ambiental, proporcionando a redução progressiva do déficit habitacional e dos problemas de infra-estrutura.

Art. 33. São diretrizes da Política de Infra-estrutura e Habitação: I – articular para que as vilas da área rural possam ter acesso a energia

elétrica; II – articular com a empresa de telefonia visando a expansão e manuten-

ção do sistema no município; III – viabilizar a melhoria de trafegabilidade nas vilas da área rural;

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15 IV – viabilizar a construção, ampliação e reformas dos micros sistema de

abastecimento de água no município. V – viabilizar a limpeza dos rios, visando a trafegabilidade; VI – articular com a empresa responsável pela distribuição da energia elé-

trica, visando a ampliação, manutenção e melhoria do sistema de distribuição, em todas as áreas necessárias do Município;

VII – viabilizar a implantação de abastecimento de água e do sistema de

esgoto do Município; VIII – expansão da pavimentação das ruas e estradas na área urbana; IX – viabilizar a construção e ampliação do sistema de meio fio na cidade; X – assegurar um espaço/área para construção de pista de pouso no mu-

nicípio; XI – as áreas destinadas a residências serão as dos setores cadastrais 03

e 04 no mapa de uso e ocupação do solo; XII – a partir da vigência do Plano Diretor o município deverá retirar da or-

la da cidade todo e qualquer imóvel que ali foram construídos. XIII – a parte leste da Ilha (BAGRE) será destinada a expansão industrial; XIV – os terrenos que serão loteados deverão ter os seguintes limites -

LOTE PADRÃO - 10 (dez) metros de frente por 30 (trinta) metros de fundos, sendo que a construção deverá ter no máximo 08 ( oito ) metros de largura construído por 20 (vinte) metros de comprimento;

XV – assegurar área para o comércio informal; XVI - criar o departamento para atendimento das comunidades do interior

vinculado a Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social no prazo de 120 ( cento e vinte ) dias a contar da entrada em vigor desta lei;

XVII – a partir da vigência do Plano Diretor, fica determinado o prazo de 01

( um ) ano, para que os possuidores de terrenos adquiridos através de concessão pelo Município e que se encontram vazios sejam utilizados, sendo que a não cons-trução, nos padrões estabelecidos nesta lei, implicará no retorno do imóvel ao patri-mônio público;

XIX – macro-zoneamento de áreas de comunidades tradicionais: Quilom-

bolas e Ribeirinhos.

Art. 34. São ações estratégicas da Política Municipal de Infra-estrutura e

Habitação: I – fomentar junto ao Governo Federal a implantação do Projeto Luz para

Todos para a área rural do Município;

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16 II - a produção de lotes urbanizados e novas habitações, com vistas à re-

dução progressiva do déficit habitacional; III - a melhoria das condições de habitabilidade corrigindo as inadequações

em relação aos riscos ambientais, à infra-estrutura e aos acessos a serviços urbanos essenciais e aos locais de trabalho e lazer;

IV - a formulação e implementação de programa de regularização fundiária

e urbanística de assentamentos ocupados pela população de baixa renda, segundo as referências instituídas neste Plano Diretor;

V - a promoção da implantação de planos, programas e projetos que propi-

ciem o aumento das habitações sociais, aliados a infra-estrutura executada através de mutirões comunitários;

VI - o estímulo à participação da iniciativa privada na produção de empre-

endimentos de infra-estrutura, bem como em projetos de habitação de interesse soci-al;

VII - a promoção da regularização urbanística de loteamentos particulares

de forma onerosa, devendo os recursos serem dirigidos ao Fundo Municipal da Habi-tação, gerido pela Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo em conjunto com o Conselho Municipal de Habitação;

VIII - criar no prazo máximo de 120 ( cento e vinte ) dias a contar da entra-

da em vigor desta lei, o Conselho Municipal de Habitação; IX - fomentar junto ao Governo do Estado o Programa “Asfalto na Cidade”

em benefício da área urbana do Município; X - articular com o Governo Estadual e com os municípios da região, para

que de forma consorciada seja viabilizada a pavimentação do ramal que liga o Rio Jacundá à Rodovia Transcametá.

SUBSEÇÃO I Dos Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social

Art. 35. Para fins no disposto nesta Lei, serão considerados empreendi-

mentos habitacionais os seguintes: I - Loteamentos de interesse social (LIS) para a população de baixa renda; II - Conjuntos habitacionais de interesse social (CHIS) unifamiliares e multi-

familiares para a população de baixa renda; Art. 36. Os empreendimentos habitacionais a serem implantados obede-

cerão as seguintes diretrizes: I - Assentamento preferencial da população de baixa renda em lotes já ur-

banizados;

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17 II - Utilização preferencial de pequenas áreas vazias inseridas na malha

urbana (vazios urbanos), dotadas de infra-estrutura básica e de equipamentos comu-nitários;

III - Priorização de conjuntos habitacionais preferencialmente próximos à

origem da demanda; IV - Utilização preferencial de áreas cujo padrão das edificações seja com-

patível com o das já instaladas. Art. 37. Para fins do disposto nesta lei, será considerada de baixa renda, a

família que tiver renda familiar igual ou menor a 2 (dois) salários mínimos; Art. 38. Será priorizada a inclusão, em programas habitacionais, das famí-

lias que comprovadamente residam no Município há mais de 5 (cinco) anos; Art. 39. Qualquer que seja o tipo de empreendimento a ser executado,

deverão ser garantidas condições adequadas de infra-estrutura, bem como o acesso a serviços e equipamentos urbanos.

Parágrafo único. Os loteamentos de interesse social (LIS) e os conjuntos

habitacionais de interesse social (CHIS) não poderão ser implantados sem a conveni-ente destinação de áreas para a instalação de comércio local, serviços, praças, equi-pamentos de apoios comunitários e áreas verdes, proporcionais ao número de famí-lias atendidas pelo empreendimento.

CAPITULO VII DO MEIO AMBIENTE

Art. 40. As ações e serviços vinculados a área de Meio Ambiente serão

desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Parágrafo único. Para o atendimento das diretrizes inerentes ao Meio Am-

biente estabelecidas nesta Lei, será criado dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da entrada em vigor desta Lei:

I) o Conselho Municipal de Meio Ambiente e o Fundo Municipal de

Meio Ambiente. II) a Legislação Ambiental do Município.

Art. 41. São Políticas do Meio Ambiente: I – proibir no perímetro urbano a derrubada da mata sem autorização pré-

via do setor competente; II – realizar Campanhas educativas para implantação da coleta seletiva do

lixo;

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18 III – garantir a fiscalização para a retida de animais soltos nas vias públi-

cas; IV – garantir no planejamento urbano a arborização das vias públicas; V – assegurar políticas educacionais ambientais; VI – fica Garantido uma área de preservação permanente na área urbana

denominada Bosque do Campo do Limão; VII – articulação emergencial para expansão e manutenção do cais de ar-

rimo do balneário da praia da costa ao igarapé taquara; VIII – realizar a cada 02 (dois) anos a conferência municipal de Meio Am-

biente. Art. 42. O Município, por meio da legislação de uso e ocupação do solo e

de diretrizes gerais de ocupação, atuará no sentido de proporcionar a todos os cida-dãos o direito a um meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, essencial a sadia qualidade de vida, assegurando sua harmonia com o desenvolvimento eco-nômico e social.

§ 1o Para assegurar a efetividade do direito a que se refere este artigo, in-

cumbe ao Município: I - preservar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecoló-

gico das espécies e ecossistemas; II - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade ou parcela-

mento de solo, potencialmente causadores de significativa degradação do meio am-biente, as respectivas licenças de instalação e funcionamento, expedidas pelos ór-gãos competentes;

III - exigir daqueles que exploram recursos minerais que recuperem o am-

biente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelos órgãos competentes; IV - tornar obrigatória, em sua rede de ensino, a educação ambiental e

promover a conscientização da comunidade de forma a difundir os princípios e objeti-vos da proteção ambiental;

V - proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da Lei, as práticas que

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam animais à crueldade;

VI - proteger a comunidade contra a poluição sonora e visual causadas por

atividades industriais, comerciais, de lazer e outras. § 2o O Município deverá estimular e contribuir para a recuperação da vege-

tação em áreas urbanas, com o plantio de árvores, preferencialmente frutíferas.

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19 Art. 43. O conceito de meio ambiente não se restringe à proteção dos as-

pectos naturais da vida animal e marinha, da integridade dos recursos hídricos, vege-tais e minerais, da proteção das praias, mas amplia-se como conceito de força eco-nômica do Município, por ser a paisagem natural e suas reservas o apelo fundamen-tal de suporte de uma política de desenvolvimento turístico e, conseqüentemente, de desenvolvimento econômico e social.

Art. 44. O Município promoverá, com a participação da coletividade, a

preservação, conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, que se traduzirá por uma política municipal de meio ambiente, visando um harmonioso desenvolvimento econômico e social.

Art. 45. A política municipal de meio ambiente compõe-se de ações edu-

cativas, judiciais, administrativas e de preservação, baseadas nos inventários de re-cursos ambientais e de bens relativos ao patrimônio histórico e natural, no cadastro de atividades potencialmente poluidoras e nas diretrizes do macro zoneamento.

CAPITULO VIII DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA

Art. 46. A política municipal de Assistência Social e Cidadania será de-

senvolvida a partir dos seguintes objetivos: I – possibilitar a permanência da população rural em sua área de origem,

através de programas e projetos de incentivos à Agricultura familiar e à geração de renda.

II – viabilizar a construção de uma Casa de Apoio, na Sede do Município

para a população oriunda da área rural. III – fomentar ações e projetos que valorizem a pessoa idosa e portadores

de necessidades especiais, assim como, possa garantir os seus direitos; IV – interiorizar as ações e programas sociais do Município; V – viabilizar um novo Censo Demográfico no Município para que os Re-

cursos repassados estejam em conformidade com a realidade local; VI – articular parcerias para realização de cursos que possibilitem a capa-

citação e profissionalização de pessoas que estão fora do sistema produtivo; VII – promover a implantação de ações que fomentem a atuação do jo-

vem, através de projetos e programas sociais; VIII – viabilizar através de parceria com os Governos Federal e Estadual,

visando a construção e manutenção do Centro de Convivência e atendimento espe-cializado a pessoa idosa.

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XI – garantir visitas técnicas bimestral na área de maior vulnerabilida-de social, incluindo nas áreas do Município para que seja estabelecido e mantido o mapeamento social.

20

Art. 47. São Diretrizes da Assistência Social e Cidadania; I – diminuir a desigualdade Social de forma que proporcione melhoria na

qualidade vida da população; II – fortalecer parcerias entre as Secretarias Municipais para ampliar as a-

ções de atendimento; III – garantir políticas públicas capazes de assegurar a Proteção Integral

das camadas excluídas de nosso Município; IV – criar mecanismos que possibilite melhorar e ampliar a renda familiar

da população; V – garantir a manutenção e ampliação de Convênios nas esferas Federal

e Estadual. Art. 48. São Ações da Assistência Social e Cidadania: I – promover e intensificar as ações dos Conselhos Municipais, principal-

mente o Conselho Municipal de Assistência Social e Conselho Tutelar. II - realizar a Conferência Municipal de Assistência Social a cada 02 (dois)

anos; III – possibilitar a Promoção do indivíduo nos seus aspectos individual, so-

cial e familiar através dos Programas e Projetos Sociais desenvolvidos no Município; IV – encaminhar a população aos diversos serviços existentes no municí-

pio, a partir do atendimento no Plantão Social; V – realizar visitas domiciliares e institucionais, a partir da real necessida-

de de cada caso, dando os caminhamentos necessários.

CAPITULO IX

DA GERAÇÃO DO TRABALHO E RENDA Art. 49. As políticas municipais de Geração de Trabalho e Renda será de-

senvolvida tendo como objetivos: I – estabelecer coleta seletiva do lixo, como forma de fomentar a geração

de trabalho e renda; II – criação de uma política de incentivo fiscal às futuras empresas que

queiram instalar-se no município de reciclagem de celulose e outros produtos, como forma de incentivo a geração de emprego;

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21 III – incentivo a criação de cooperativas de beneficiamento e venda frutas

regionais; IV – Articular para realização em parceria de capacitação de recursos hu-

manos local para trabalhar e aproveitar a matéria-prima que o município possui, in-centivando e assessorando as iniciativas que visem a organização da mão-de-obra local em forma de organização formal ou informal para geração de trabalho e renda.

Art. 50. É Diretriz Prioritária da Política de Geração de Trabalho e Renda: I – assegurar através de Políticas sócio-econômicas a abertura de novas

vagas no mercado e trabalho;

Art. 51. São Ações da Política da Geração de Trabalho e Renda; I – fortalecer e divulgar o sistema de cadastro de prestadores de serviços

autônomos, mantidos pelo Município através da Secretaria Municipal de Finanças; II - incentivar os pequenos e médios empresários a ampliar oferta de va-

gas.

CAPITULO X DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA

Art. 52. As ações e serviços vinculados a área Agrícola e Fundiária serão

desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Agricultura. Parágrafo único. Para o atendimento das diretrizes inerentes a Agricultura

e a regularização fundiária estabelecidas nesta Lei, será a contar da entrada em vigor desta Lei:

I) reativado no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias o Conselho

Municipal de Desenvolvimento Rural; II) criado no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias o Fundo Munici-

pal de Agricultura.

Art. 53. A atividade agrícola desenvolver-se-á nas áreas definidas no ma-cro-zoneamento e a serem definidas na lei de uso e ocupação do solo como “Zona Agrícola”.

Parágrafo único. As áreas a serem definidas como zona agrícola pela refe-rida lei, só poderão ser alteradas após deliberação do Conselho Municipal da Cidade em conjunto com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.

Art. 54. As políticas agrícolas e fundiárias serão implantadas a partir das

seguintes diretrizes: I – estabelecer convênios com órgãos públicos da esfera Estadual e Fede-

ral, para viabilizar a demarcação e legalização das terras do Município;

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22II – viabilizar a realização semanal da feira do produtor rural; III – estabelecer convênios com o Governo Federal para garantir o financi-

amento para agricultura; IV – organizar e fortalecer as organizações sociais já existentes e criação

de uma cooperativa para o beneficiamento da produção agroextrativista;

V – articulação com entidades governamentais e não-governamentais, vi-sando a criação de uma casa familiar rural para qualificação profissional dos filhos dos trabalhadores rurais do município;

VI – incentivar e promover campanhas educacionais sobre a importância

da preservação do meio ambiente na zona rural e urbana; VII – viabilizar o acesso aos créditos para o desenvolvimento da pesca ar-

tesanal e agricultura familiar, assim como, assistência técnica necessária; IX – pleitear junto ao CEPNOR (Centro de Pesquisa do Norte) que realize

uma pesquisa sobre a pesca do camarão para a promoção de defeso da espécie; X – pleitear que o IBAMA realize fiscalização mais freqüente ao município

das espécies aquáticas que estão em defeso e das áreas de potencial madeireiro; XI – garantir no macro-zoneamento área para o matadouro municipal,

transferindo-o para uma área de terra firme e tecnicamente adequada.

TITULO III DA RECEITA, DA DESPESA, DOS INVESTIMENTOS E DOS INCENTIVOS.

Art. 55. A política tributária municipal deverá ser reestruturada visando a

realização das diretrizes estabelecidas nesta Lei.

SEÇÃO I Do Código Tributário

Art. 56. Tendo em vista ser o instrumento que regula o universo fiscal do

Município, sendo peça fundamental na implementação das mudanças propostas por esta lei, o Código Tributário Municipal deverá ser revisto no prazo máximo de 24 (vin-te e quatro) meses a contar da data de vigência desta Lei.

SEÇÃO II

Da Planta De Valores Genéricos Art. 57. A Planta de Valores Genéricos, base de cálculo do imposto predial

e territorial urbano (IPTU), deverá ser feita sobre cartografia atualizada de toda a área urbana municipal, de modo a permitir que sejam assinalados os valores genéricos dos setores e quadras e áreas de risco.

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23 Parágrafo único. A Planta de Valores Genéricos deverá ser atualizada

no prazo máximo de 12 (doze) meses a contar do prazo de vigência desta Lei e deve-rá ser revisada a cada dois anos.

Art. 58. Os valores venais assinalados na referida planta para o lança-

mento do Imposto Predial e Territorial Urbano, não poderão ser superiores a 80% (oitenta por cento) dos valores de mercado apurados para sua elaboração.

SEÇÃO III Do Orçamento

Art. 59. O Orçamento Anual deverá ser elaborado em consonância as dis-

posições legais pertinentes e as diretrizes estabelecidas nesta Lei e deverá ser parti-cipativo, envolvendo Conselho Municipal da Cidade e sociedade civil.

Parágrafo único. Para que o Conselho Municipal da Cidade possa delibe-

rar sobre a promoção das políticas publicas traçadas nesta Lei, o Poder Executivo deverá encaminhar-lhe, a minuta do Projeto de Lei concernente ao Orçamento Anual, com 60 (sessenta) dias antes de encaminhá-la à Câmara de Vereadores, para que o referido Conselho convoque a sociedade civil e eleja as ações prioritárias a terem garantia no orçamento.

TITULO IV DAS FUNÇÕES SOCIAIS

SEÇÃO I

Das Funções Sociais da Cidade Art. 60. São consideradas funções sociais do Município de Bagre: I - o provimento da infra-estrutura e de condições adequadas à reali-

zação do desenvolvimento sócio-econômico sustentável, valorizando seus re-cursos naturais, sua paisagem, sua história e sua cultura popular;

II - a proteção, conservação e recuperação do ambiente natural, bem

como do ambiente urbanizado, com vistas à manutenção de sua salubridade, sustentabilidade e adequado usufruto social;

III - conservação do patrimônio histórico-cultural, artístico, arqueológi-

co e paisagístico, e sua valorização como atrativo turístico; IV - reabilitação de áreas urbanas degradadas, e revitalização de á-

reas comerciais e de serviços decadentes, com vistas à recuperação do seu potencial econômico e social;

V - a adoção de ações permanentes objetivando proporcionar a toda a

comunidade condições dignas de moradia; VI – o atendimento da demanda por serviços públicos e comunitários

da população local e demais usuários da cidade;

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24 VII - a facilitação do deslocamento e da acessibilidade, com segurança e

conforto para todos, priorizando a locomoção de pessoas portadoras de necessida-des especiais com mobilidade reduzida, bem como de pedestres e ciclistas.

SEÇÃO II

Da Função Social da Propriedade Urbana Art. 61. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende,

simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - utilização como suporte de atividades de interesse público urbanístico; II - uso compatível com as condições de preservação da qualidade do meio

ambiente e da paisagem e de preservação do patrimônio histórico-cultural, artístico e arqueológico;

III - intensidade de uso adequado à disponibilidade da infra-estrutura urba-

na de equipamentos e serviços; IV - manutenção de boas condições de segurança e salubridade; V - preservação dos recursos atuais necessários à qualidade da vida urba-

na, tais como, as áreas arborizadas, os cursos d’água, os manguezais, e a faixa de terrenos de marinha;

VI - revitalização de áreas não edificadas, sub-utilizadas ou não utilizadas

com a instalação de usos indutores de desenvolvimento; VII - conservação e uso racional dos recursos hídricos e minerais. Art. 62. Sujeitar-se-ão às sanções previstas em lei os proprietários de i-

móveis urbanos que por qualquer meio, artifício ou omissão, venham a impedir ou dificultar a realização de atividades de interesse público urbanístico em sua proprie-dade.

Parágrafo único. São consideradas atividades de interesse público urba-

nístico aquelas inerentes às funções sociais da cidade e ao bem-estar coletivo, dentre as quais se incluem a habitação, o turismo, o lazer, a recreação, a produção e o co-mércio de bens, a prestação de serviços e a circulação de pessoas e bens.

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TITULO V

DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

SEÇÃO I TIPOS DE INSTRUMENTOS

Art. 63. A execução da política urbana municipal será realizada por todos

os meios legais disponíveis, em especial pelos seguintes instrumentos da política urbana.

Parágrafo único. São instrumentos da política urbana, todos os meios ca-

pazes de conjuntamente ou individualmente, propiciar a execução da política urbana, os quais podem ser divididos em:

I - de planejamento, dentre os quais se incluem: a) o Plano Diretor; b) a legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo, Código de O-bras e Edificações, Código de Posturas demais diplomas legais correlatos

c) os planos, programas e projetos municipais, distritais e setoriais;

d) as normas orçamentárias.

II - fiscais e financeiros, que englobam os seguintes: a) o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU pro-gressivo no tempo; b) as taxas e tarifas diferenciadas de serviços urbanos;

c) a Contribuição de Melhoria;

d) os incentivos e benefícios fiscais. III - jurídicos: a) a servidão administrativa; b) as limitações administrativas;

c) o tombamento de imóveis, monumentos e de locais significativos;

d) a instituição de zonas especiais de interesse social - ZEIS;

e) o parcelamento, a edificação ou utilização compulsórias;

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26 f) a desapropriação por interesse social, necessidade ou utilidade pú-blica; g) a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; h) direito de superfície;

i) direito de preempção;

j) transferência do direito de construir;

k) concessão de direito real de uso;

l) concessão de uso especial para fins de moradia;

m) operações urbanas consorciadas;

n) regularização urbanística e fundiária;

o) usucapião especial de imóvel urbano;

p) estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).

IV - Administrativos: a) concessão de serviços públicos; b) constituição de estoque de terras; c) aprovação de projetos de edificações e de parcelamento ou remembra-

mento do solo; d) convênios e acordos técnicos, operacionais e de cooperação institucio-

nal com entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, nacionais ou internacio-nais.

SUBSEÇÃO I Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórias, do IPTU

Progressivo no Tempo e da Desapropriação Art. 64. As glebas urbanas sub-utilizadas ou não utilizadas são passíveis de

parcelamento compulsório por não atenderem a função social da propriedade urbana, conforme preceituado na presente lei.

§ 1º. O parcelamento, a edificação e a utilização compulsórios são urbani-

zações impostas coativamente ao proprietário do solo urbano não edificado, subutili-zado ou não utilizado, ou seja, que não atende à função social da propriedade.

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27 § 2º. Para efeito de parcelamento compulsório considera-se sub-utilizada ou

não utilizada a gleba urbana que possua área igual ou superior a 10.000,00 m2 (dez mil metros quadrados), com acesso por via pública dotada de guias e sarjetas e que pos-sua em seu interior ou vizinhança imediata infra-estrutura de abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica.

Art. 65. O parcelamento compulsório poderá ser exercido sobre glebas ur-

banas subutilizadas ou não utilizadas, localizadas dentro do perímetro a ser estabeleci-do na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Art. 66. Os imóveis urbanos não edificados, sub-utilizados ou não utilizados

são passíveis de edificação e utilização compulsórias por não atenderem a função so-cial da propriedade urbana, conforme os termos da presente lei.

§ 1o. Para efeito de edificação ou utilização compulsórias considera-se sub-

utilizado o imóvel urbano cujo coeficiente de aproveitamento seja inferior 1/4 (um quar-to) do coeficiente de aproveitamento máximo a ser previsto em Lei especifica que trata-rá do uso e ocupação.

§ 2o. Os instrumentos de que trata este artigo serão aplicados sobre terrenos

edificados ou não, que possuam área igual ou superior a 360,00 m2 (trezentos e ses-senta metros quadrados) e cujo proprietário seja titular do domínio de outro imóvel no Município, bem como sobre terrenos com obras inacabadas ou paralisadas há mais de 2 (dois) anos.

Art. 67. A edificação ou utilização compulsórias poderão incidir, a critério do

Conselho Municipal da Cidade, sobre imóveis não edificados, sub-utilizados ou não utilizados, localizados dentro do perímetro estabelecido em Lei especifica e que este-jam em desacordo com os parâmetros estabelecidos nesta Lei.

Parágrafo único. A edificação compulsória poderá incidir também sobre edi-

ficações em estado de ruína, independentemente de localização. Art. 68. Identificados os imóveis que não estejam cumprindo a função so-

cial da propriedade, o Município deverá notificar os proprietários, titulares de domínio útil ou ocupante, para que promovam, no prazo definido em lei específica:

I - o parcelamento; II - a edificação cabível no caso; III - a utilização efetiva da edificação para fins de moradia ou atividades

econômicas ou sociais. Art. 69. Esgotado o prazo de que trata o artigo anterior, o Município deve-

rá aplicar alíquotas progressivas na cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Predi-al e Territorial Urbana (IPTU), fixadas em lei específica, não excedendo a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).

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Parágrafo único. A aplicação da alíquota progressiva de que trata este artigo será suspensa imediatamente, por requerimento do contribuinte, a partir da data em que seja iniciado o processo administrativo de licenciamento da edificação ou comprovação de utilização, sendo restabelecida em caso de fraude ou interrupção, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal e civil do contribuinte.

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Art. 70. Ultrapassado o prazo de 05 (cinco) anos de cobrança do IPTU

progressivo, os imóveis que continuarem descumprindo sua função social poderão ser desapropriados, na forma prevista no Art. 8o da Lei no 10.257/01 (Estatuto da Ci-dade).

Art. 71. Os imóveis desapropriados na forma do artigo anterior serão des-

tinados à implantação de projetos de loteamento, habitação popular ou equipamentos urbanos, podendo ainda ser alienados a particulares, mediante prévia licitação, desde que o adquirente apresente projeto de utilização adequada do respectivo imóvel.

Art. 72. Lei municipal específica fixará as condições e os prazos para

implementação dos instrumentos referidos nesta Subseção.

SUBSEÇÃO II

Do Direito de Preempção Art. 73. O Município terá preferência para a aquisição de imóvel urbano,

objeto de alienação onerosa entre particulares. § 1º Direito de Preempção, também chamado de direito de preferência, é

uma restrição do poder de disposição que o proprietário tem sobre seu imóvel, na medida em que o obriga antes de vendê-lo, a oferecê-lo em igualdade de condições ao Poder Público.

§ 2o Lei municipal, baseada neste Plano Diretor, delimitará as áreas em

que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a 5 (cin-co) anos, renovável a partir de um ano, após o decurso do prazo inicial de vigência.

§ 3o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência,

na forma do § 2º deste artigo, independentemente do número de alienações referen-tes ao mesmo imóvel.

Art. 74. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Públi-

co necessitar de áreas para: I - regularização urbanística e fundiária; II - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; III - constituição de reserva fundiária; IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V - implantação de parcelamentos de interesse social, equipamentos ur-

banos e comunitários;

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29 VI - implantação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII - criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas

de interesse ambiental; VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico. Art. 75. Os procedimentos para o exercício do direito de preempção pelo

Município são aqueles previstos no Art. 27 da Lei no 10.257/01.

SUBSEÇÃO III Da Outorga Onerosa do Direito de Construir e

Alteração de Uso do Solo Art. 76. A outorga onerosa do direito de construir e a alteração de uso do

solo mediante contrapartida do beneficiário serão regulamentadas por lei específica que indicará as áreas do Município em que poderá ser exercida e as condições a serem observadas, determinando, dentre outras especificações e requisitos:

I - as áreas do território municipal onde o instrumento poderá ser aplicado; II - a fórmula de cálculo para a cobrança; III - os casos passíveis de isenção de pagamento; IV - a contrapartida a ser prestada pelo beneficiário; § 1º. É a licença dada pelo Município ao particular, proprietário de certo

imóvel situado em área urbana, delimitada pelo plano diretor, para, mediante contra-partida financeira, construir acima do limite do coeficiente de aproveitamento.

§ 2º. Coeficiente de aproveitamento é a relação existente entre a área total

da construção e a área do lote. Art. 77. Para efeito de aplicação do disposto no artigo 76, em conformida-

de com a disposição expressa nos §§ 2o e 3o do Art. 28, da Lei no 10.257/01, sendo que o coeficiente de aproveitamento básico será estabelecido na legislação especifi-ca.

Parágrafo único. A legislação de uso e ocupação do solo municipal deverá

adequar-se ao disposto no artigo 76, cuja vigência será imediata a partir da data da de entrada em vigor desta Lei e sua formulação contemplará os coeficientes máximos de cada uma das zonas de uso e ocupação da Área Urbana municipal.

Art. 78. O número de pavimentos das edificações que venham a utilizar-se

dos instrumentos de que trata esta Subseção, não poderá exceder a quantidade má-xima de pavimentos fixada na legislação urbanística para a zona de uso e ocupação em que se situe.

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30 Art. 79. Os recursos provenientes da aplicação da outorga onerosa do di-

reito de construir ou de alteração de uso do solo nas zonas definidas em Lei especifi-ca, terão sua destinação aplicada em regularização fundiária; execução de programas e projetos de habitação social; constituição de reserva fundiária; ordenamento e dire-cionamento da expansão urbana; implantação de equipamentos urbanos e comunitá-rios; criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico, em conformidade como o disposto no Art. 31 da Lei no 10.257/01 (Estatuto da Cidade).

SUBSEÇÃO IV Das Operações Urbanas Consorciadas

Art. 80. O Poder Público poderá, através de operação urbana consorcia-

da, coordenar intervenções e medidas suficientes para promover transformações ur-banísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental de áreas urbanas, podendo, para tanto, atuar em conjunto com proprietários, moradores, usuários per-manentes e com investidores privados.

Art. 81. Lei municipal específica regulará a aplicação do instrumento a que

se refere esta Subseção, observando os procedimentos especificados nos Artigos 32 a 34 da Lei no 10.257/01.

SUBSEÇÃO V Da Transferência do Direito de Construir

Art. 82. Lei municipal, baseada neste Plano Diretor, poderá autorizar o

proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir, previsto em legislação urbanística decorrente desta Lei, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:

I - implantação de equipamentos urbanos e comunitários; II - preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico,

cultural, ambiental, paisagístico ou social; III - realização de programas de regularização fundiária, urbanização de

áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social. Parágrafo único. A transferência do direito de construir poderá ser conce-

dida ao proprietário que doar ao Município seu imóvel ou parte dele, para os fins pre-vistos nos incisos I a III deste artigo.

Art. 83. As condições relativas à aplicação da transferência do direito de

construir, bem como as zonas de uso e ocupação em que o instrumento poderá ser utilizado, será regulada em legislação específica ou incorporada à legislação de uso e ocupação do solo.

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31

SUBSEÇÃO VI Do Estudo de Impacto de Vizinhança

Art. 84. A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e

operação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de alterações das características urbanas do entorno, estarão sujeitas à avaliação do Estudo de Impacto de Vizinhança e seu respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV/RIV), previamente à emissão, pelo órgão municipal responsável, das licenças ou alvarás de construção, reforma ou funcionamento, nos termos da legislação municipal.

§ 1° São considerados empreendimentos e atividades efetiva ou potenci-

almente causadoras de alterações das características urbanas do entorno os que possam causar:

I - aglomeração de um grande número de pessoas ou elevado adensamen-

to populacional, tais igrejas, boates, ginásios ou estádios esportivos, e similares; II - sobrecarga da infra-estrutura urbana; III - excessivo sombreamento de imóveis ou edificações vizinhas; IV - poluição sonora; V - impactos negativos sobre estabelecimentos menores já instalados; VI - modificações significativas da paisagem; VII - outras situações que forem definidas em lei municipal. § 2o O Estudo de Impacto de Vizinhança referido no caput deste artigo, de-

verá contemplar os possíveis efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e em suas proxi-midades, bem como a especificação das providências necessárias para prevenir, evi-tar, mitigar, compensar ou superar seus efeitos prejudiciais, incluindo a análise, den-tre outras, no mínimo, das seguintes questões:

I - adensamento populacional; II - equipamentos urbanos e comunitários; III - uso e ocupação do solo; IV - valorização imobiliária; V - ventilação e iluminação; VI - paisagem urbana e patrimônio natural e cultural; VII - definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, bem como

daquelas intensificadoras dos impactos positivos.

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32 Art. 85. O Poder Executivo, com base na análise dos estudos apresenta-

dos, poderá exigir do empreendedor, a execução, às suas expensas, das medidas adequadas para evitar ou, quando for o caso, superar os efeitos prejudiciais do em-preendimento ou atividade, bem como aquelas atenuadoras e compensatórias relati-vas aos impactos decorrentes de sua implantação.

Art. 86. O Poder Executivo colocará à disposição da população dando

publicidade nos meios de comunicação local, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, do resumo e dos documentos integrantes dos estudos e respectivos relatórios previs-tos nesta lei, os quais deverão ficar à disposição da população para consulta, por qualquer interessado, no órgão municipal competente.

§ 1o Cópia do Relatório de Impacto de Vizinhança – RIV será fornecida

gratuitamente quando solicitada pela associação de moradores da área afetada. § 2o O órgão público responsável pelo exame dos Relatórios de Impacto de

Vizinhança – RIV deverá realizar audiência pública, antes da decisão sobre o projeto, sempre que sugerida, na forma da lei, pela associação de moradores da área afeta-da.

§ 3º São consideradas atividades de interesse público urbanístico, aquelas

inerentes às funções sociais da cidade e ao bem-estar coletivo, dentre as quais se incluem a habitação, o turismo, o lazer, a recreação, a produção e o comércio de bens, a prestação de serviços e a circulação de pessoas e bens.

SEÇÃO IV Do Uso e Ocupação do Solo Urbano

Art. 87. São objetivos da Política de Uso e Ocupação do Solo urbano: I - ordenar o crescimento da cidade e de suas edificações, mediante a a-

doção de critérios como volumetria e densidade, condições de suporte do meio ambi-ente, estruturação do sistema viário, infra-estrutura disponível, impacto na vizinhança, integração das atividades rural e urbana, bem como a consolidação de áreas edifica-das existentes, com a reurbanização de áreas cuja implantação seja considerada irregular ou inapropriada;

II - promover a justiça social, contemplando o acesso da população à terra

e à moradia, bem como a integração sócio-espacial das fontes de emprego e renda, equipamentos e serviços públicos, áreas livres para a convivência urbana e acesso à terra rural para produção de alimentos e serviços de turismo rural;

III - zelar pela qualidade do ambiente construído, cuidando da preservação

da paisagem natural e histórica, conservação dos ecossistemas, revitalização de á-reas de ocupação irregular através de normas específicas para as zonas de assen-tamento popular, em conformidade com plano urbanístico específico, consolidação de padrões urbanos mais compactos nas áreas mais consolidadas, de maneira a evitar expansão desnecessária e formação de vazios urbanos;

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33 IV - implantar áreas verdes de recreação e convivência humana, bem

como áreas de preservação ambiental; V - estimular a descentralização das atividades de planejamento, gestão e

atendimento público, bem como a autonomia organizacional e operacional dos distri-tos e bairros do Município.

Art. 88. A legislação de Uso e Ocupação do Solo, deverá ser enviada pe-

lo Executivo ao Legislativo Municipal, objetivando sua análise e aprovação, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses a contar da entrada em vigor da presente lei.

SUBSEÇÃO I

Da Área Urbana e Rural Art. 89. As Áreas Urbana e Rural serão definidas na lei de Uso e Ocupa-

ção do solo e deverão observar as entidades estaduais existentes no Município, como as áreas de comunidades tradicionais e Vilas preexistentes.

SUBSEÇÃO II

Do Zoneamento Art. 90. O Zoneamento procurará assegurar a proteção à natureza, porém,

conferindo condições de uso para promover e estimular investimentos privados em hotelaria e ecoturismo.

Art. 91. Fica o Município de Bagre dividido em macrozonas caracterizadas

pela peculiar situação topográfica e de ocupação humana existente, bem como pelos princípios de preservação, de paisagem e de apropriação adotados para o desempe-nho de usos e atividades compatíveis a serem incorporados pela legislação de uso e ocupação do Solo. As zonas referidas são:

I – Macrozona (Pólo) de Gestão Compartilhada das Comunidades Tradi-

cionais; II – Macrozona (Pólo) de Gestão Compartilhada dos Terrenos da União; III – Macrozona (Pólo) de Gestão do Alto Rio Jacundá; IV – Macrozona (Pólo) de Gestão do Baixo Rio Jacundá; V – Macrozona (Pólo) de Gestão dos Rios Panaúba e Mocajatuba; VI – Macrozona (Pólo) de Gestão da Região das lhas; VII – Macrozona (Pólo) da Sede Municipal. Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo considera-se gestão

compartilhada aquela orientada mediante deliberações conjuntas entre o Município, o Estado e/ou União.

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34 Art. 92. O Município terá como orientação básica para o gerenciamento

das áreas de seu território, em especial aquelas integrantes das macrozonas de ges-tão compartilhada, o respeito ao interesse local e à autonomia municipal conforme previsto na Constituição Federal.

Art. 93. As premissas básicas a serem contempladas na Lei de Uso e O-

cupação do Solo municipal, para cada macrozona são: I - nas macrozonas de gestão compartilhada: a) prioridade para os usos e ocupações de usufruto coletivo; b) paisagem como bem coletivo e característico do Município; c) preservação e desenvolvimento turístico; d) respeito e acatamento das atividades características do modo de vida e

cultura das comunidades tradicionais do Município. II - as premissas básicas para as Macrozonas do Alto e Baixo Rio Jacundá

e Rios Panaúba e Mocajatuba, serão: a) paisagem como bem coletivo e característico do município; b) paisagem como expressão da biodiversidade; c) paisagem como atrativo turístico; d) áreas de produção agrícola e extrativista; e) respeito e acatamento das atividades características do modo de vida e

cultura das comunidades tradicionais do Município. III - as premissas básicas para a Macrozona da Região das Ilhas, são: a) áreas de produção pesqueira, agrícola e extrativista; b) destinação voltada para atendimento e assentamentos da população de

usuários e da população residente; c) paisagem como bem coletivo e característico do município; d) paisagem como expressão da biodiversidade; e) paisagem como atrativo turístico; f) respeito e acatamento das atividades características do modo de vida e

cultura das comunidades tradicionais do Município. IV - as premissas básicas para Macrozona da Sede Municipal, são: a) área tradicional de centralidade urbana e oferta de serviços públicos de

âmbito municipal;

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35 b) Área com maior potencial para aplicação dos instrumentos do esta-

tuto da cidade em virtude de maior incidência de infra-estrutura urbana; c) Multiplicidade de usos compatíveis com o desenvolvimento turístico,

econômico e social do Município.

SUBSEÇÃO III Das Áreas e Zonas Especiais de Interesse Social

Art. 94. Conceituam-se como ZEIS1 (Zona Especial de Interesse Social 1)

as áreas ocupadas por assentamentos urbanos consolidados e irregulares de baixa renda, assim definidas por Decreto do Executivo.

Art. 95. Considera-se como ZEIS2 (Zona Especial de Interesse Social 2),

as áreas desocupadas que possam receber empreendimentos imobiliários de interes-se social, de caráter público ou privado, assim definidas por Decreto do Executivo.

Art. 96. Fica o Poder Executivo autorizado a delimitar Zonas Especiais de

Interesse Social (ZEIS) mediante Decreto, a regularizar os assentamentos em ZEIS, bem como os parcelamentos irregulares, ou parte deles, cujas ocupações sejam tec-nicamente consideradas como consolidadas e irreversíveis, e tenham ocorrido até a data da publicação desta lei.

Art. 97. A regularização em ZEIS1 dar-se-á através do Plano de Regulari-

zação Urbanística e Fundiária, conforme estabelecido nesta lei. Art. 98. Fica vedado o remembramento de lotes em ZEIS1 e ZEIS2. Art. 99. Fica vedada a aquisição de mais de um lote ou unidades habita-

cionais por pessoa em ZEIS2. Art. 100. Não será objeto de regularização em ZEIS1 os imóveis que, total

ou parcialmente, conforme constatações expressas em laudo técnico elaborado pelo órgão competente da Municipalidade, apresentem as seguintes características:

I - Tenham sido executados em áreas impróprias à urbanização nos termos

da legislação de uso e ocupação do solo municipal, salvo os casos em que laudo técnico oficial atestar condições favoráveis para a execução das obras que saneiem os problemas decorrentes;

II - Tenham sido executados em áreas onde a poluição impeça condições

sanitárias suportáveis, até a eliminação dos agentes poluentes. Parágrafo único. As ocupações consideradas em áreas de risco geotécni-

co deverão ser especificadas e delimitadas nos Planos de Regularização Urbanística e Fundiária, devendo as situações de risco ser corrigida por meio da remoção e relo-cação da população e/ou execução das obras necessárias.

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36 SEÇÃO V

Do Sistema Viário Art. 101. O sistema viário do município terá como principal filosofia de im-

plantação a preservação dos recursos naturais, históricos e turísticos, com a finalida-de de garantir o deslocamento, o transporte, a implantação e a prestação dos servi-ços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às caracterís-ticas locais conforme preconizado pelo artigo 2º, inciso V, do Estatuto da Cidade, cuja plena realização é da competência e responsabilidade exclusiva do Executivo Munici-pal.

Art. 102. O sistema viário do município fica subdividido em 2 (duas) cate-

gorias: I - Vias existentes e projetadas; II - Vias Estruturais dos Vazios Urbanos; Parágrafo único. Nenhuma via qualquer que seja sua categoria, poderá

ser aberta em terrenos com inclinação superior a 25º (vinte cinco graus), medidos na maior inclinação, a menos que sejam projetadas e executadas obras de engenharia necessárias à garantia de sua estabilidade, reservando-se ao Executivo Municipal o direito de exigir a execução de obras adicionais que entender necessária.

SUBSEÇÃO I

Das Vias Existentes e Projetadas

Art. 103. As vias existentes e projetadas são classificadas como vias para pedestres em função de sua destinação.

Art. 104. As vias reservadas ao deslocamento dos pedestres, também i-

dentificadas como passeio público, serão destinadas exclusivamente a esse fim, de-vendo para tanto, ser protegidas por calçadas de concreto em toda sua extensão vi-sando à segurança das pessoas e o ordenamento do tráfego.

Art. 105. O Executivo Municipal incluirá no Orçamento Anual, em caráter

permanente, verba para execução de calçadas e sarjetas, executadas segundo cro-nograma formulado pela Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo em conjunto com o Conselho Municipal da Cidade, as Associações de Bairro e a sociedade civil.

Art. 106. Os novos parcelamentos e loteamentos aprovados pelo Executi-

vo Municipal somente terão seu Alvará liberado após a execução de toda a infra-estrutura prevista para o novo arruamento.

Parágrafo único. Nos cruzamentos entre as vias e aos acessos principais

aos passeios públicos, e demais áreas públicas deverão ser previstas guias rebaixa-das de acordo com normas técnicas vigentes, facilitando o acesso de pessoas porta-doras de necessidades especiais de mobilidade reduzida.

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37 SEÇÃO VI

Da Regularização Urbanística e Fundiária Art. 107. A regularização urbanística e fundiária compreende um processo

de intervenção pública ou privada, sob os aspectos jurídicos, urbanísticos, territoriais, culturais, econômicos e sócio-ambientais, que objetiva legalizar a permanência de populações ocupantes de áreas urbanas ocupadas em desconformidade com a lei, implicando melhorias no ambiente urbano do assentamento, por meio da execução do plano de urbanização, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da popula-ção beneficiária.

§ 1o A legislação que dispuser sobre ocupações em desconformidade com

a lei prevista no caput do artigo não será aplicada às áreas de significativo interesse paisagístico ou áreas consideradas como cenário de interesse turístico, assim decla-radas por lei.

§ 2o As áreas de significativo interesse paisagístico ou áreas consideradas

como cenário de interesse turístico são conceituadas pólos de atração turística, cuja manutenção e integridade são condições fundamentais para o adequado desempe-nho da economia do município.

Art. 108. São diretrizes da política de regularização: I - garantia do direito à moradia à população de baixa renda residente no

município há mais de 05 (cinco) anos; II - a segurança jurídica da posse como forma de garantir a permanência

das pessoas nos locais que ocupam; III - inclusão social por meio de programas pós regularização fundiária; IV - garantia de condições adequadas de habitabilidade; V - participação da população beneficiada em todas as etapas do processo

de regularização fundiária; VI - a prévia regularização urbanística, por meio de projeto de adequação,

na medida do possível, da situação existente às normas urbanísticas vigentes. Art. 109. São ações estratégicas da política de regularização: I - criação de mecanismos que garantam a gestão democrática dos pro-

gramas de regularização fundiária desde sua elaboração até sua implementação com a capacitação de seus agentes;

II - cadastramento e mapeamento das áreas irregulares; III - integração das ações de urbanização e regularização fundiária; IV - articulação dos diversos atores envolvidos no processo de regulariza-

ção fundiária; V - criação de mecanismos de acompanhamento de ações com a comuni-

dade beneficiada;

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38 VI – articulação para prestação de assistência técnica e jurídica gratuita

para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; VII - tratamento das áreas ocupadas por assentamentos subnormais de

acordo com estudos e propostas urbanísticas, sociais e jurídicas específicas, elabo-radas pelo órgão responsável pela Habitação, e aprovada pelo Conselho Municipal da Cidade;

VIII - elaboração de planos urbanísticos que contemplem a integração à

malha urbana, das áreas sujeitas a programas habitacionais destinados à população de baixa renda;

IX - priorização da ocupação dos futuros empreendimentos habitacionais

de caráter público, com as populações atingidas pelas ações de remoção, e as famí-lias de baixa renda residentes em áreas de risco e insalubres;

X - estímulo às formas consorciadas de produção de moradias populares,

inclusive verticais, com a participação do Poder Público e da iniciativa privada, respei-tadas as limitações de volumetria fixadas na legislação de uso e ocupação do solo;

XI – a implementação da política de habitação será assegurada pelo Fundo

Municipal de Habitação instituído pela Lei municipal nº. 006, de 06 de dezembro de 2005.

Art. 110. O Poder Executivo Municipal deverá articular os diversos agen-

tes envolvidos no processo de regularização, como representantes do Ministério Pú-blico, do Poder Judiciário, do Cartório de Registro de Imóveis, dos Governos Estadual e Municipal, bem como dos grupos sociais envolvidos visando equacionar e agilizar os processos de regularização urbanística e fundiária.

Art. 111. O Poder Executivo deverá viabilizar mediante convênio, ou outro

instrumento cabível a gratuidade do primeiro registro dos títulos de concessão de direito real de uso, cessão de posse, concessão especial para fins de moradia, direito de superfície, compra e venda entre outros, no Cartório de Registro de Imóveis quan-do se tratar de população de baixa renda, observada as disposições da Lei municipal nº 006, de 06 de dezembro de 2005.

SUBSEÇÃO I Dos Instrumentos de Regularização Urbanística e Fundiária

Art. 112. A regularização fundiária, sob o aspecto jurídico, poderá ser efe-

tivada por meio de instrumentos como: I - concessão de Direito Real de Uso; II - concessão de Uso Especial para fins de Moradia; III - autorização de Uso, nos termos da Medida Provisória;

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39 IV - cessão de Posse para Fins de Moradia V - usucapião Especial de Imóvel Urbano; VI - direito de Preempção; VII - direito de Superfície; VIII - doação de imóveis tendo em vista o interesse público; IX - zonas Especiais de Interesse Social. Art. 113. No caso em que for permitida a venda do imóvel pelo concessio-

nário, deverá ser observado o mesmo critério sócio econômicos exigido para o primei-ro beneficiário.

Art. 114. Fica vedada a participação de uma mesma pessoa, por mais de

uma vez, em programas habitacionais de interesse social. Art. 115. A concessão de direito real de uso poderá ser gratuita para a

população de baixa renda e deverá ser onerosa para população de média e alta ren-da.

Art. 116. O Executivo poderá promover planos de urbanização para a me-

lhoria das condições habitacionais e de saneamento ambiental nas áreas habitadas por população de baixa renda, que necessariamente contarão com a participação dos moradores, de áreas usucapidas coletivamente, ou em processo de usucapião coleti-vo por seus possuidores, para fim de moradia, nos termos da Lei Federal no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), devendo as áreas necessárias para implementação das vias e dos equipamentos públicos serem doadas ao Poder Públi-co.

Parágrafo único. Nos processos de usucapião coletivo o Poder Executivo

Municipal deverá manifestar interesse na causa, com a finalidade de zelar para que a regularização fundiária pretendida seja precedida da necessária regularização urba-nística, cujo projeto deverá ser elaborado em comum acordo entre as partes.

Art. 117. O Executivo garantirá assessoria técnica urbanística, arquitetôni-

ca, jurídica e social gratuita à população de baixa renda, buscando promover a inclu-são social, jurídica, ambiental e urbanística, na garantia de moradia digna, particular-mente para a propositura das ações de usucapião especial de imóvel urbano e para aquelas que visam à regularização fundiária e qualificação dos assentamentos exis-tentes.

TITULO VI. DA IMPLANTAÇÃO E GESTÃO

CAPÍTULO I

DOS INSTRUMENTOS DE IMPLANTAÇÃO E GESTÃO

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40SEÇÃO I Do Conselho da Cidade

Art. 118. O processo de gestão urbana será desenvolvido conjuntamente

pelo Poder Executivo, pela Câmara Municipal, pelo Conselho Municipal da Cidade (COMCID) e pela sociedade civil.

Art. 119. Fica criado o Conselho Municipal da Cidade, órgão colegiado

superior de monitoramento das políticas de desenvolvimento urbano do Município, que será constituído de 15 (quinze) membros, e terá a seguinte composição:

a) 04 (quatro) vagas para o Poder Executivo; b) 01 (uma) vaga para o Poder Legislativo; c) 03 (três) vagas para entidades representativas de trabalhadores;

e) 02 (duas) vagas para comunidades tradicionais; f) 02 (duas) vagas para associações de bairro

g) 02 (duas) vagas para representantes de instituições religiosas;

h) 01 (uma) vaga para empresários.

Parágrafo único. Fica reconhecida a composição do Conselho Municipal

da Cidade eleita na Conferência do Plano Diretor Municipal, realizada em 23.09.2006, sendo que deverá ser o referido conselho regulamentado no prazo máximo de 90 (noventa) dias a partir da entrada em vigor desta Lei.

Art. 120. Caberá ao Conselho Municipal da Cidade, aprovar as políticas

públicas do Município e deliberar conclusivamente sobre elas, competindo-lhe dentre outras, as seguintes atribuições:

I – colaborar na aplicação e fiscalização desta e de outras leis urbanas do

Município; II – indicar as prioridades das ações previstas no Plano Diretor, compatibi-

lizando-as com as dos demais órgãos da Administração; III – propor estudos e alterações nas referidas leis; IV – opinar sobre os casos omissos nesta lei e das demais leis urbanas do

Município. V – elaborar seu regimento interno. Art. 121. Compete ao Poder Público implantar e fiscalizar as diretrizes das

atividades desenvolvidas pela iniciativa privada no contexto das políticas públicas, e compete ao Conselho Municipal da Cidade fixar os critérios e prioridades para aplica-ção dos recursos pelo Poder Público conjuntamente com a sociedade civil.

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41 Art. 122. A implantação do Plano Diretor far-se-á mediante a elaboração e

implementação das diversas políticas públicas previstas nesta lei, que incorporarão as propostas pactuadas pela sociedade civil.

SEÇÃO II Da Unidade de Planejamento

Art. 123. No âmbito da estrutura administrativa municipal será criada e

designada uma Unidade de Planejamento, que terá como finalidade desenvolver e acompanhar a implantação, complementação e revisão dos planos, programas e pro-jetos setoriais e distritais, conforme parâmetros definidos em conjunto com o Conse-lho Municipal da Cidade.

Art. 124. A gestão democrática da administração pública tem como objeti-

vos: I - assegurar o exercício da cidadania; II - contribuir para a aplicação, pela administração municipal, das normas

com eficiência. Art. 125. A prática da gestão democrática será incentivada através da

participação da sociedade organizada em todo o território do Município, tornando efe-tiva a cooperação das sociedades representativas no planejamento municipal.

Art. 126. Será criado o Sistema de Informações destinado a armazenar

todas as informações de natureza técnica, econômica, social, cadastrais e de uso e ocupação do solo, entre outras, que serão disponibilizadas gratuitamente à popula-ção.

Art. 127. Até que a unidade de planejamento seja constituída, fica mantida

a formação do Núcleo Executivo do Plano Diretor, que terá a atribuição de planeja-mento e gestão das diretrizes previstas nesta Lei.

SEÇÃO III

Da Divisão Administrativa Art. 128. Fica a sede do Município de Bagre, dividida em 06 (seis) bairros,

a seguir especificados: I) centro; II) paraíso; III) zona norte;

IV) vila nova;

V) belenzinho;

VI) pica-pau.

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42 TÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 129. O Executivo Municipal providenciará, na forma da lei, as refor-

mas necessárias na estrutura administrativa municipal, de modo a adequá-la aos pos-tulados do presente Plano Diretor.

Art. 130. Enquanto o Conselho Municipal da Cidade não for regulamenta-

do, responderá por ele o Núcleo Executivo Municipal do Plano Diretor Participativo. Art. 131. O Plano Diretor Municipal de Bagre, será atualizado no prazo mí-

nimo de 05 (cinco) anos e no prazo máximo de 10 (dez) anos, a contar da entrada em vigor desta Lei.

Art. 132. Esta lei entra em vigor, 90 (noventa) dias após sua publicação o-

ficial. Município de Bagre - Pará, em 18 de setembro de 2006.

TELMA MARIA MORAES DE SENA

Prefeita Municipal