estabilidade produtos homeopáticos final

8

Click here to load reader

Upload: nemesio-carlos-silva

Post on 20-Mar-2017

12 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

1

BOLETIM INFOBOLETIM INFOBOLETIM INFOBOLETIM INFORRRRMATIVO DO CIMMATIVO DO CIMMATIVO DO CIMMATIVO DO CIM----RSRSRSRS

Formulações Homeopáticas

A Homeopatia (ómoios=semelhante,

páthos=doente)1,2 é um modelo terapêutico

desenvolvido por Samuel Hanemann no início do

século XIX, que aplica a lei do Semelhante1, similia

similibus curantur - “o semelhante será curado pelo

semelhante”3,4. São utilizadas substâncias

potencializadas, clinicamente ativas, diluídas a doses

infinitesimais1.

Em 1796, Christian Friedrich Samuel

Hanemann, publicou seu primeiro trabalho no Jornal

de Medicina Prática, intitulado “Ensaio sobre um

novo princípio para descobrir as propriedades

curativas das substâncias medicinais, seguido de

alguns comentários sobre os princípios admitidos até

os nossos dias”3. Em 1805 é publicada a primeira

matéria médica homeopática, com 27 substâncias

testadas. Em 1840, a homeopatia chega ao Brasil

através do médico francês Benoit Jules Mure3.

Legislação

Por volta de 1851 a Escola Homeopática do

Brasil aprova a separação da prática médica da

farmacêutica nesta área3,5. A partir de 1965, começam

a surgir leis específicas para a prática da farmácia

homeopática3. No Decreto Federal nº. 78.841, de 25

de novembro de 1976, foi aprovada a Parte Geral da

1ª edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira6.

Em 1988, durante a realização do Congresso

Brasileiro de Homeopatia, foi aprovada uma moção

que resultou na publicação do Manual de Normas

Técnicas para Farmácia Homeopática. Em 19 de

agosto de 1997, a Portaria 1.180 aprovou a parte I da

2ª edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira3 e,

em 17 de junho de 2003 a Resolução RDC 151 da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),

aprovou o fascículo um da parte II 7.

Estabilidade

A estabilidade de um produto farmacêutico

consiste na sua capacidade de manter, sob condições

específicas, suas especificações físicas, químicas,

microbiológicas, terapêuticas e toxicológicas1.

Também pode ser definida como o tempo a partir da

data de produção e acondicionamento da formulação

Page 2: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

2

até sua atividade química e biológica não ser menor

do que um nível pré-determinado de potência, e

durante o qual as suas características físicas não

tenham mudado consideravelmente ou de forma

deletéria1.

Diante desses conceitos, determinar a

estabilidade de medicamentos homeopáticos, que em

alguns casos são muito diluídos, se torna difícil ou

mesmo impossível, pois as tecnologias disponíveis

até o momento não permitem a identificação da

substância utilizada nessas condições2,8,9. Identificar a

substância possibilitaria assegurar que estão sendo

mantidas as características e propriedades originais de

maneira a garantir a eficácia e segurança do produto 1.

De acordo com os fundamentos da

homeopatia, a substância, mesmo diluída ao ponto de

se tornar imensurável, deixa sua ‘impressão’ na

formulação, o que estimula o corpo a curar a si

mesmo. Isto porque a potência de um fármaco

utilizado em homeopatia depende não somente da

diluição, mas também do processo de dinamização1, 2.

Por esta razão o FDA (Food and Drug

Administration) regula os medicamentos

homeopáticos de forma distinta de outros

fármacos1,2,10,11,12. Os produtos homeopáticos nos

Estados Unidos da América são isentos das

exigências de análise relacionados à data de expiração

do produto 1,2,10,11,12,13 e dos testes de identificação e

teor do produto final 1,2,10,11,12, pois não existe um

consenso a respeito da segurança e toxicidade dos

produtos homeopáticos por conterem pouco ou

nenhum ingrediente ativo1,2.

Este tratamento diferenciado, no entanto, não

significa que estes medicamentos sejam menos

eficazes ou inseguros para o usuário14, uma vez que

os medicamentos homeopáticos são conhecidos por

sua segurança1. No Reino Unido, e no restante da

União Européia, para os produtos homeopáticos de

uso oral ou externo, suficientemente diluídos e que

não apresentam restrição médica, os fabricantes

precisam demonstrar qualidade e segurança, mas não

eficácia11.

No Brasil, a Resolução RDC 214 da

ANVISA, de 12 de dezembro de 2006, que dispõe

sobre as Boas Práticas de Manipulação de

Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, no

Anexo que trata sobre a manipulação de preparações

homeopáticas, determina algumas diretrizes com a

finalidade de orientar o farmacêutico na determinação

do prazo de validade destas formulações15. As

matrizes e preparações dispensadas devem ter seu

prazo de validade determinado caso a caso conforme

a Farmacopéia Homeopática Brasileira15. A

realização dos estudos de estabilidade para

medicamentos dinamizados fabricados pelas

indústrias farmacêuticas está detalhada na Instrução

Normativa nº. 4 da ANVISA, de 11 de abril de 2007,

publicada no Diário Oficial da União em 13 de abril

de 2007.

Na interpretação das informações sobre

estabilidade dos medicamentos devem ser

considerados aspectos de acondicionamento e

conservação como temperatura, umidade16,17, luz,

material de embalagem16, aqueles relacionados ao

produto16, como propriedades físicas e químicas dos

insumos inertes16,18,19, forma farmacêutica, processo

de fabricação16 e a maneira como o remédio é

utilizado17.

É descrito que, com poucas exceções,

produtos preparados adequadamente, desde que

armazenados em local fresco, seco, protegido da luz e

contaminação, retêm sua efetividade terapêutica

indefinidamente1. As farmácias homeopáticas têm

estabelecido os prazos de validade de suas

Page 3: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

3

formulações considerando principalmente a

estabilidade dos insumos inertes utilizados20. As

fontes que fornecem informações sobre a estabilidade

das formulações homeopáticas são limitadas, mas

existem na literatura algumas sugestões que podem

auxiliar o farmacêutico no estabelecimento de um

período de uso adequado para cada formulação. Os

prazos de validade citados para cada formulação são

apenas sugestões e não substituem as avaliações

individualizadas, conforme recomenda a Farmacopéia

Homeopática Brasileira.

Tinturas-mãe (TM): devem ser armazenadas

em frasco de vidro-âmbar, bem fechados e ao abrigo

da luz e calor3,6. O acondicionamento em frasco

plástico não é recomendado, uma vez que este altera a

qualidade das TM, conforme condições de estocagem

e a natureza do recipiente e da própria TM. As

hidroalcoólicas devem ser estocadas em locais com

temperatura entre 16 e 22ºC. Os laboratórios

costumam dar um prazo de validade de 5 anos a estas

TM, porém é recomendado realizar testes de controle

de qualidade ao término de um ano. As preparações

hidroglicerinadas devem ser armazenadas em

ambientes refrigerados, conferindo-lhes um prazo de

validade inferior a seis meses3. Quando a finalidade é

utilizá-las externamente, são diluídas em 20 partes de

água destilada ou filtrada 3,5. Após diluição, seu prazo

de validade é de 24 horas 3.

Dependendo da natureza da TM, podem

ocorrer diversas alterações ao longo do tempo e

reações com os componentes cedidos pelos

recipientes que a acondicionam, como oxidações

(taninos, além do próprio álcool presente na TM),

precipitações (resinas), hidrólises (alcalóides,

flavonóides), além da perda do álcool por evaporação.

Por isso, à medida que envelhecem e conforme as

condições de estocagem, as TM vão perdendo suas

propriedades farmacológicas. Assim, o farmacêutico

deverá providenciar sua renovação de acordo com a

instabilidade que apresentam. Se surgir turvação,

precipitação ou mudança nos caracteres

organolépticos, a TM deverá ser descartada 3.

Medicamentos Homeopáticos

Preparações administradas na forma de

gotas e formulações líquidas (complexos

homeopáticos ou específicos homeopáticos): O

prazo de validade é sugerido de acordo com os

insumos inertes utilizados 3:

1. água destilada: embora não tenham sido

localizados estudos de estabilidade para preparações a

base de água destilada, é sugerido um prazo de sete

dias (o álcool contido na matriz propiciaria um

aumento no prazo de validade)3;

OBS: para as potências 7DH, preparadas a

partir da 6DH trituração, é sugerido um prazo de

validade de 24 horas 3,21.

2. álcool 5%: três meses3;

3. álcool 30%: dois anos3;

4. álcool 70%: cinco anos3.

Em um estudo que avaliou a contaminação

microbiana em medicamentos homeopáticos

coletados em farmácias e produzidos por diferentes

laboratórios, foi verificada a ausência de crescimento

Page 4: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

4

bacteriano na forma farmacêutica de gotas, pelo

efeito antimicrobiano do álcool nas concentrações

indicadas especificamente para Arnica montana 6CH,

Nosódio de E.coli 30CH e Apis mellífica 200CH 22.

Doses únicas homeopáticas líquidas:

possuem tempo de validade curto, uma vez que, em

geral, são preparadas em água destilada. O prazo de

validade sugerido é de sete dias 3. Em relação a estas

preparações, são necessários mais trabalhos que

subsidiem a definição de seu prazo de validade o que

torna imprescindível a determinação da estabilidade

microbiológica da água destilada 23, bem como da

solução hidroalcoólica.

Comprimidos homeopáticos, glóbulos,

doses únicas homeopáticas sólidas e demais

formulações sólidas homeopáticas (contendo um

ou mais insumos ativos): conservam-se bem quando

armazenados ao abrigo da umidade, da luz e do calor.

É sugerido um prazo de validade de dois anos nessas

condições 3.

Em relação aos glóbulos, deve-se considerar

o fato de serem muito porosos. Tocá-los pode

interferir potencialmente na liberação do ativo,

especialmente se as mãos não estiverem

adequadamente limpas. Por isso, destaca-se a

importância de utilizar frascos especiais na sua

dispensação, que possibilitem ao paciente administrar

o medicamento diretamente embaixo da língua, sem

tocá-lo. O paciente deve ser orientado a manter as

medicações nos frascos originais. No entanto, não há

estudos que avaliem o quanto tocar os glóbulos

interfere na eficácia do medicamento2. A manutenção

das propriedades físico-químicas pode variar em

decorrência da quantidade de insumo ativo utilizado

no procedimento de impregnação, os glóbulos podem

tornar-se quebradiços e deformados e,

consequentemente, impróprios para o uso24.

Em um estudo que avaliou a contaminação

microbiana em medicamentos homeopáticos, foi

constatado que nas amostras coletadas de

comprimido, a percentagem de contaminação foi

superior às amostras de glóbulos. Contudo, o estudo

destaca que todos os contaminantes isolados

corresponderam a microorganismos de natureza não

patogênica; a carga microbiana foi inferior a

200UFC/mL 22.

Pós: devem ser armazenados ao abrigo da

luz, em potes bem fechados e em local seco. Nessas

condições é sugerido um prazo de validade de dois

anos. Devem ser dissolvidos em água no momento de

sua administração3.

Tabletes: conservam-se bem se protegidos da

umidade, do calor e da luz3,21. Devem ser dispensados

em frascos de boca larga e com algodão entre a tampa

e os tabletes, pois são extremamente friáveis. Sugere-

se um prazo de validade de dois anos, nestas

condições3.

Bioterápicos: São preparados a partir de

produtos quimicamente indefinidos, tais como

secreções, excreções, tecidos patológicos ou não, bem

como produtos de origem microbiana e alergenos6.

Os bioterápicos de estoque (matrizes

homeopáticas normalmente adquiridas de laboratórios

homeopáticos na potência CH5 ou acima) são

armazenados da mesma forma que os demais

medicamentos homeopáticos. Os heteroisoterápicos

(preparados a partir de substâncias alergênicas, como

perfumes, poeira, etc.), integram o estoque da

Page 5: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

5

farmácia, pois podem ser utilizados por vários

pacientes3.

Em relação aos auto-isoterápicos

(preparações obtidas a partir de produto patológico do

próprio paciente, e somente a ele destinadas), deve

ser mantido na farmácia um arquivo com os dados do

paciente, da coleta e do preparo da formulação. A

matriz deste medicamento pode ser estocada de seis

meses a um ano3. A Resolução RDC 214 especifica

que a farmácia que manipular auto-isoterápicos deve

possuir área específica para coleta do material e a

inativação microbiana deve ser efetuada antes da

entrada na área de manipulação15.

Linimentos: é sugerido um prazo de validade

de seis meses. Para formas farmacêuticas de uso

externo não se deve usar TM ou baixas potências que

contenham fármacos tóxicos ou irritantes para pele e

mucosas 3.

Soluções nasais: são habitualmente

acondicionadas em frasco de vidro ou plástico ou em

frascos nebulizadores, em pequenas quantidades.

Devem possuir uma estabilidade longa. É desejável

que sejam estéreis. Assim, é recomendável que sejam

adquiridas da indústria homeopática, que possui infra-

estrutura e recursos para a manufatura de soluções

estéreis. No entanto, essas preparações podem ser

manipuladas nas farmácias homeopáticas, de modo a

atender o receituário magistral. Nesse caso, devem ser

tomadas todas as precauções para se manter a

qualidade do produto. Para esta situação, é

recomendado o prazo de validade de apenas uma

semana, sob refrigeração, para preparações sem

conservantes3.

Preparações oftálmicas: são preparadas em

água e solução fisiológica. Os padrões de qualidade

para estas preparações são rigorosos e, portanto, seria

recomendável que fossem adquiridas na indústria

homeopática, que possui recursos adequados para sua

produção3. Se preparada na farmácia, devem ser

observadas as exigências quanto aos procedimentos e

local de manipulação de produtos estéreis15. Estas

preparações exigem cuidados especiais na sua

aplicação25 o que interfere diretamente no tempo de

utilização.

Preparações otológicas: estas preparações

deveriam ser estéreis, no entanto, são aceitáveis as

que apresentam um nível de contaminação menor do

que 100 organismos por mililitro (preparações semi-

assépticas). É recomendado um prazo de validade de

três meses para as formulações preparadas com

glicerina ou óleo, e de uma semana, sob refrigeração,

para as preparadas com água 3.

Apósitos medicinais (algodão e gazes

impregnados com medicamento homeopático ou TM

diluída): podem ser acondicionados em potes com

boca larga ou em sacos plásticos e devem ser

protegidos do calor, da umidade e da luz. É

recomendado um prazo de validade de noventa dias

antes de serem umedecidos em água fervida ou

filtrada para aplicação imediata3. É citado também um

prazo de validade de apenas 30 dias por ser uma

preparação extemporânea5.

Pós medicinais (talcos medicinais): devem

ser armazenados ao abrigo da umidade, do calor e da

luz. É recomendado um prazo de validade de seis

meses3.

Page 6: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

6

Supositórios retais e óvulos vaginais: os

supositórios retais devem ser envolvidos em papel

alumínio ou acondicionados em moldes de

polietileno, poliestireno ou outro material. Quando

guardados sob refrigeração, pode ser conferido um

prazo de validade de seis meses3, efetuando-se

periodicamente o controle dos estoques5.

Os óvulos vaginais devem ser acondicionados

nos mesmos tipos de embalagem citados para os

supositórios retais. Os manipulados em gelatina

glicerinada e sem conservantes podem ser

armazenados sob refrigeração por até 30 dias3,5. Para

os preparados com o uso de conservantes e com

outros excipientes, o prazo de validade pode ser de

até 12 meses3; é também citado que o prazo de

validade é indeterminado para óvulos preparados com

conservantes e armazenados a temperatura ambiente5.

É importante considerar que para estas informações

não foram localizados estudos de estabilidade.

Cremes, géis, géis-creme e pomadas: antes

de preparados, deve-se observar a compatibilidade

dos insumos com as bases. Em potes bem fechados,

adequados e longe da luz e do calor, é recomendado

um prazo de validade de seis meses3.

Preparações de uso homeopático

Pseudo-hidrolatos (10% TM, 5% Glicerina e

quantidade suficiente para 100 mL de solução

hidroalcoólica a 10%): é recomendado um prazo de

validade de 30 dias3. Também é citado um prazo de

um ou dois dias a temperatura ambiente ou até uma

semana sob refrigeração5.

Gliceróleo (10% TM, 45% glicerina e 45%

água destilada): é recomendado um prazo de validade

de seis meses3.

Xampus e sabonetes (TM incorporada numa

concentração de 2 a 5%): recomenda-se um prazo de

validade de um ano3.

Insumos

É interessante destacar também as exigências

relativas aos insumos inertes para a boa qualidade das

preparações homeopáticas. A dificuldade de se

garantir a boa qualidade das formulações

homeopáticas situa-se principalmente no fato de que

apenas os insumos inertes, os ativos e as primeiras

diluições permitem controle analítico3.

Os insumos inertes devem corresponder às

exigências quanto à pureza, estabelecidas na

farmacopéia brasileira. A Farmacopéia Homeopática,

na parte II do fascículo I, traz um conjunto de ensaios

e informações a serem avaliados em relação a estes

insumos3,5,6,19,21. A água destilada, por exemplo,

poderá permanecer com limites microbiológicos

aceitáveis desde que a farmácia homeopática

mantenha as boas práticas de manipulação quanto à

limpeza e sanitização da caixa d’água, do destilador e

principalmente do reservatório de armazenamento22.

Page 7: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

7

Um estudo avaliou a estabilidade de duas

soluções hidroalcoólicas a 30°GL preparadas a partir

de água purificada e álcool de cereais previamente

analisados e aprovados. Foram armazenadas à

temperatura ambiente por 12 meses na faculdade de

farmácia onde foi realizado o estudo, e por 22 meses

em uma farmácia homeopática. Os testes de

estabilidade demonstraram que as soluções

mantiveram, durante todo o armazenamento, o teor

alcoólico de 30°GL e a qualidade microbiológica

exigida (contagem microbiana de, no máximo, 103

UFC/mL e ausência de patógenos)26.

As análises microbiológicas devem ser

realizadas anualmente nas matrizes de estoque por

meio de amostragem representativa, mantendo-se os

registros15.

Quanto aos insumos ativos, para aqueles que

possuem métodos de controle de qualidade, devem

ser adquiridos acompanhados dos respectivos

Certificados de Análise. Aqueles que não possuem

métodos de controle de qualidade devem ser

adquiridos acompanhados da descrição de preparo,

sempre respeitando as peculiaridades das formulações

homeopáticas15.

REFERÊNCIAS

1. GENNARO, A. R (Ed.). Remington: the science and practice of Pharmacy. 20th. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000.

2. BERARDI, R. R.; DESIMONE, E. M.; NEWTON, G. D. Handbook of Nonprescription Drugs: an interactive approach to self-care. 13th. ed. Whashington: American Pharmaceutical Association, 2002.

3. FONTES, O. L. Farmácia Homeopática: Teoria e Prática. 2. ed. Barueri: Manole, 2005.

4. WAGNER, H.; WISENAUER, M. Fitoterapia: fitofármacos, farmacologia e aplicações clínicas. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

5. SILVA, J. B. Farmacotécnica Homeopática Simplificada. 2. ed. Piracaia: Robe editorial, 1997.

6. Farmacopéia Homeopática Brasileira. 2. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 1997. Parte I.

7. BRASIL. RDC nº151, de 17 de junho de 2003. Aprova o Fascículo 1 da Parte II, da 2ª Edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira, em anexo, elaborado pela Comissão Permanente de Revisão da Farmacopéia Brasileira-CPRFB, instituída pela Portaria nº. 12, de 20 de janeiro de 2000. Disponível em: <www.anvisa.gov.br> Acesso em: maio 2007.

8. BELLAVITE, P.; CONFORTI, A.; PONTAROLLO, F.; ORTTOLANI, R. Immunology and homeopathy. 2. Cells of the immune system and inflammation. Evid Based Complement Alternat Med. v. 3, n. 1, p: 13 – 24, 2006. Disponível em:< http://ecam.oxfordjournals.org/ > Acesso em: abr. 2007.

9. MILGROM, L.R. Is homeopathy possible? J R Soc Health. v. 126, n. 5, p: 211 – 218, 2006. Resumo Pubmed.

10. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Disponível em: <www.fda.gov> Acesso em: maio 2007.

11. BARNES, J. Quality, efficacy and safety of complementary medicines: fashions, facts and the future. Part I. Regulation and quality. J Clin Pharmacol. v. 55, n. 3, p. 226–233, 2003.

12. BORNEMAN J. P.; FIELD, R. I. Regulation of homeopathic drug products. Am J Health Syst Pharm. v. 63, n. 1, p. 86 – 91, 2006.

13. HOMEOPATHIC PHARMACOPOEIA OF THE UNITED STATES. Disponível em: <www.hpus.com> Acesso em: maio 2007.

14. BARNES, J. Quality, efficacy and safety of complementary medicines: fashions, facts and the future. Part II: efficacy and safety. J Clin Pharmacol. v. 55, n. 4, p. 331 – 340, 2003.

15. BRASIL. RDC nº214, de 12 de dezembro de 2006. Dispõe sobre boas práticas de manipulação de medicamentos para uso humano em farmácias. Disponível em: <www.anvisa.gov.br> Acesso em: abr. 2007.

Page 8: Estabilidade produtos homeopáticos   final

N° 3 – Julho de 2007 – Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade:Estabilidade: Formulações Homeopáticas

Disponível em: www.ufrgs.br/boletimcimrs

8

16. BRASIL. Instrução Normativa nº4, de 11 de abril de 2007. Dispõe sobre o guia para a realização de estudos de estabilidade para medicamentos dinamizados. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 13 abr. 2007. Seção 1, p. 71 – 72. Disponível em: < www.in.gov.br>. Acesso em: maio 2007.

17. LUZ, M. M. S. Estabilidade/Prazo de validade de formas líquidas. Informativo ABFH. p. 5, abr. 2006.

18. BELLAVITE, P; ORTTOLANI, R.; CONFORTI, A. Immunology and homeopathy. 3. Experimental studies on animal models. Evid Based Complement Alternat Med. v. 3, n. 2, p: 171 – 186, 2006. Disponível em: <http://ecam.oxfordjournals.org/ > Acesso em: abr. 2007.

19. LACERDA, P. Manual prático de farmacotécnica contemporânea em homeopatia. São Paulo: André Editora, 1994.

20. ALMEIDA, J.C.S. Estabilidade microbiológica da água destilada. Veículo Homeopático, Belo Horizonte, n. 23, p. 5, 2006.

21. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática. 3. ed. Curitiba: Tempo Integral Editora, 2003.

22. HARAGUCHI, L. M.; PIZZOLITTO, A. C. Contaminação microbiana em medicamentos homeopáticos. Revista de homeopatia (APH), v. 61, n. 3-4, p. 55 – 60, 1996.

23. ALMEIDA, J.C.S. Estabilidade microbiológica da água destilada. Veículo Homeopático, Belo Horizonte, n. 23, p. 5, 2006.

24. MACIEL, R. L.; SILVA, B. C.; CAMPOS, L. M. M. Avaliação da qualidade e da estabilidade de soluções hidroalcóolicas e de medicamentos homeopáticos em glóbulos. In: Congresso Brasileiro de Farmácia Homeopática, 4., 2003, João Pessoa.

25. SCHENKEL, E. P.; MENGUE, S. S.; PETROVICK, P. R. Cuidados com os medicamentos. 4. ed. rev. ampl. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/Editora da UFSC, 2004.

26. LINHARES, R.L.M. Prazo de validade de medicamentos homeopáticos. Veículo Homeopático, Belo Horizonte, n. 17, p. 5, 2004.

Elaborado por: acadêmica de Farmácia Amanda Bencke, Farm. Maria Isabel Fischer e Farm. Alexandre Augusto de Toni Sartori.

Revisado por: Professora Isabela Heineck (FAC FAR UFRGS) e Professora Denise Milão (FAC FAR PUCRS).