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Setembro de 2012 | Ano 4 | Nº 16 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Curso de Jornalismo | Nota 4 no MEC Foto: Karine Santos Foto: Caroline Arci Foto: Divulgação Feira de artesanato na Tijuca ganha destaque Este ano o comércio típico da região foi tombado como bem de natureza imaterial da cidade do Rio 2 Bar/restaurante atrai jovens ESPORTES NA RESERVA FLORESTAL Motoristas não param nos pontos de ônibus e viram alvo de críticas e reclamações de tijucanos 3 Com cardápio variado, o bar e restaurante Grajagan reúne jovens e adultos interessados em esportes e entretenimento. Lazer e alimentação balanceada em um só lugar 5 Por trás do título de campeã SEGURANÇA Retirada de grades da Praça Saens Peña cria polêmica entre moradores 3 Obra diminuirá alagamentos após chuva na região da Tijuca 4 Praticado ao ar livre, o slackline e longline são esportes fazem sucesso entre jovens no Parque Estadual do Grajaú. Deter- minação, equilíbrio e concentração são princípios básicos para a prática da modalidade 7 Unidos da Tijuca abre as portas e mostra como faz para se destacar no Carnaval 6 Projeto criado por estudantes integra escolas e realiza competições entre comunidades 8 Foto: Caroline Sarriá Foto: Divulgação

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Setembro de 2012. Ano 4, número 16.

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Setembro de 2012 | Ano 4 | Nº 16

Universidade Veiga de Almeida | Comunicação SocialCurso de Jornalismo | Nota 4 no MEC

Foto: Karine Santos

Foto: Caroline Arci

Foto: Divulgação

Feira de artesanato na Tijuca ganha destaqueEste ano o comércio típico da região foi tombado como bem de natureza imaterial da cidade do Rio 2

Bar/restaurante atrai jovens

EsporTEs na rEsErva FlorEsTal

Motoristas não param nos pontos de ônibus e viram alvo de críticas e reclamações de tijucanos 3

Com cardápio variado, o bar e restaurante Grajagan reúne jovens e adultos interessados em esportes e entretenimento. Lazer e alimentação balanceada em um só lugar 5 por trás do título de campeã

sEGUranÇaRetirada de grades da Praça Saens Peña cria polêmica entre moradores 3

obra diminuirá alagamentos após chuva na região da Tijuca 4

Praticado ao ar livre, o slackline e longline são esportes fazem sucesso entre jovens no Parque Estadual do Grajaú. Deter-minação, equilíbrio e concentração são princípios básicos para a prática da modalidade 7

Unidos da Tijuca abre as portas e mostra como faz para se destacar no Carnaval 6

Projeto criado por estudantes integra escolas e realiza competições entre comunidades 8

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2 Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16

Curso de Comunicação Social reconhecido

pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99

Coordenador:

Prof. Luís Carlos Bittencourt

Coordenador de Publicidade:

Prof. Oswaldo Senna

O Esquina Grande Tijuca é um produto da

Oficina de Jornalismo, em um trabalho

conjunto realizado junto à AgênciaUVA.

Professor-orientador

Érica Ribeiro

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca

Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16

Reportagens

André Silva, Bárbara Brittes, Caroline

Arci, Caroline Sarria, Fred Cochrane,

Karine Santos e Raphael Alves

Edição

Danielle Andrade e Taiana Castro

Diagramação

Taiana Castro

Projeto gráfico

Desenvolvido pela turma de Oficina de

Jornalismo de 2009.1.

AgênciaUVA

Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da

Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de

Janeiro - RJ 20271-020

Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)

e-mail: [email protected]

Oficina de Propaganda

e-mail: [email protected]

Tiragem: 1.000 exemplares

Impressão: WalPrint

Todos as edições estão disponíveis em

http://www.issuu.com/agenciauva.

Carta ao leitorEsta é mais uma

ed i ção do Jo rna l Esquina Grande Tijuca produzido pelos alunos d e C o m u n i c a ç ã o Social - Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida campus Tijuca. As matérias, a edição e a diagramação f o ram p roduz i das p e l o s a l u n o s d a disciplina Oficina de Jornalismo. Ao final desta experiência, certificamo-nos que somos capazes de dar nossos primeiros p a s s o s s o z i n h o s quando o assunto é a criação de um jornal. Nossos p r ime i ros conhecimentos de apu ração , ed i ção de tex to , uso de programas gráficos e supervisão como editores-chefes são colocados em prática quando conseguimos o fechamento completo de nossa publicação jornalística no tempo que nos foi atribuído.

A dificuldade de encontrar pautas que sejam relevantes e de interesse para o nosso leitor aumenta a cada semestre, mas o desafio de colocar em prática nossos c o n h e c i m e n t o s adquiridos ao decorrer do curso é mantido.

Boa leitura!

Feirinha ganha destaque municipalFamoso comércio é tombado como patrimônio histórico

Caroline Sarria

A feirinha de artesanato da Praça Saens Peña faz parte da vida dos tijucanos há mais de 30 anos. Conhecida pela originalidade, a FeirArte, como é chamada, foi tombada como bem de natureza imaterial da cidade. O projeto de lei nº 1089/2011, de autoria d o v e r e a d o r R e i m o n t , foi aprovado no dia 15 de março de 2012 pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A d m i n i s t r a d a p e l a Secreta r ia Mun ic ipa l de Cultura, a famosa feirinha é mais uma opção para as compras. Ela funciona às sextas e aos sábados e conta com diversas barracas de roupas,

bolsas e artesanatos em geral. Os moradores do bairro

sabem que lá encontram produtos artesanais com qualidade e bom preço. É o caso de Cássia Andrade, frequentadora da feir inha há 15 anos. “Sou nascida e criada na Tijuca e nas datas fes t i vas sempre compro p r e s e n t e s a q u i . J á s o u amiga das vendedoras e elas sempre me ajudam a escolher o melhor para a minha família”.

A F e i r A r t e t a m b é m abriga artistas desconhecidos para o público. A pintora Ellen Lopes, de 55 anos, é uma delas. Ela expõe suas obras

há cinco anos na feirinha da Praça Saens Peña, e já passou também pela feira de Ipanema.

Foi no bairro da Zona S u l , n a P r a ç a G e n e r a l Osório, que surgiu a primeira Feirarte. Incentivados pelas man i f es tações cu l t u ra i s nas décadas de 60 e 70, os artistas queriam mostrar seu trabalho e assim as feiras foram se espalhando e conquistando clientes pela cidade.

Desde então, a ideia da feirinha é divulgar o trabalho dos artesãos e garantir ao público produtos sofisticados e originais. Cultura e arte também são elementos que não faltam para os visitantes.

Roupas e acessórios são os artigos mais procurados pelos visitantes. Toda sexta e sábado a feirinha funciona de 8h às 17h

Foto

: Dan

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Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16 3

Motoristas desrespeitam passageiros na TijucaMoradores do bairro reclamam da falta de respeito nos pontos de ônibusPor Bárbara Brittes

Sabe quando você está esperando um ônibus no ponto, ele demora a chegar e, quando chega, passa direto? Se você não tem carro, deve saber. E, se costuma aguardar o coletivo no ponto da Praça Afonso Pena, no bairro da Tijuca, provavelmente conhece essa realidade de perto.

A bióloga Izabel Dias, de 50 anos, moradora do bairro há quatro anos, presencia todos os dias o desrespeito d o s m o t o r i s t a s c o m a s p e s s o a s q u e u t i l i z a m o serviço de transporte público.

“A maioria dos motoristas da linha 433 (Vila Isabel-Leblon) nem olha para o ponto, passam direto pela terceira faixa. Outro d i a chegue i 30 m inu tos atrasada a uma consul ta m é d i c a p o r q u e f i q u e i esperando um motor i s ta resolver parar”, conta Izabel.

E não precisa de muito t e m p o p a r a p e r c e b e r a negligência dos motoristas, bas ta f i ca r no ponto no período de 15 minutos para constatar esse abuso.

Nesse tempo em que a I zabe l f icou esperando

retirada da grade da saens peña divide opiniões Bárbara Brittes

No final do ano passado a prefeitura do Rio realizou o p rocesso de remoção das grades que ficavam em volta da Praça Saes Peña, na Ti juca, Zona Norte da cidade. Com base no novo panorama da cidade,loteada por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e UOPs (Unidades de Ordem Pública), que têm favorecido a segurança pública e a redução da desordem urbana, o prefeito Eduardo Paes autorizou a secretaria de conservação que retirasse os ferros.

reunião com o prefeito Eduardo Paes, no fim de outubro do ano passado. Segundo Jaime Miranda, presidente da ACIT, a remoção dos ferros ajudou na revitalização do local. “Acredito que a mudança valorizou a praça e deixou o local mais amplo. Além de dar uma sensação de segurança, já que as grades foram colocadas por conta da falta dela. E agora, as pessoas se sentem mais segura por conta das UPP’s”.

A Praça Saens Peña é o ponto mais simbólico da Tijuca e principal pólo comercial,

uma região cheia de história e tradição. Ela foi construída como todas as outras, sem grades, abertas ao público. De acordo com o secretário de Conservação Carlos Osório, o cercamento aconteceu durante os anos 80 e 90, principalmente por questões relacionadas à segurança.

Mas para alguns moradores, a situação de insegurança aumenta sem as grades. Para a aposentada a remoção não foi uma boa decisão. “Acho que a prefeitura deve aumentar os guardas municipais para

evitar os assaltos na região. Acredito que com a grade era mais seguros”.

Por outro lado a moradora Conceição Espósito, arquiteta e moradora do ba i r ro , a r e t i r ada das g r ades f o i mui to importante para a revitalização da região. “Achei importante a remoção porque todo o comércio já v inha reivindicando a retirada dos ferros para ter um melhor t râns i to , uma c i rcu lação maior do pedestre e de nós, consumidores e moradores”, diz Conceição.

acredito que a mudança

valorizou a praça e deixou o local

mais amploJaime Miranda

A retirada das grades fo i uma re iv indicação da Assoc iação Comerc ia l e Industrial da Tijuca (ACIT) em

um coletivo parar, a pedido da reportagem, três ônibus passaram e não pararam.

E não é só a bióloga que passa por esse sufoco todos os dias. O gerente de vendas, Carlos Alberto, de 30 anos, morador da Rua Campos Salles, precisa pegar o coletivo no ponto da Praça Afonso Pena e também rec lama d o c o m p o r t a m e n t o d o s motoristas. “Quem sofre é o trabalhador. Precisamos chegar no horário, seja no trabalho ou em algum compromisso, e ficamos nas mãos dessas

pessoas que não param no ponto. É um absurdo”, reclama.

Segundo o Subsecretário de Fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Eduardo Frederico Cabral de Oliveira, os motoristas não param por conta da presença de vans irregulares que atrapalham os pontos de ônibus, mas promete fiscalizar. “Vamos enviar uma equipe de fiscalização ao local. Se forem constatadas as irregularidades, serão tomadas todas as medidas cabíveis para o problema ser resolvido”, finaliza.

Praça recebe grande circulação de pessoas durante o dia, ganha novas mudanças e gera polêmicas

Foto: Fred Cochrane

4 Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16

obras prometem melhorar a vida dos cidadãosProblemas constantes de alagamentos na região são o foco das mudanças

Raphael Alves

Todo mundo que passa em frente a Praça da Bandeira está percebendo que há algo de diferente. São as obras contra as enchentes no local, que é um dos lugares que mais alagam na cidade quando há temporais. Desde janeiro deste ano, a movimentação no local é intensa, operários trabalham pesado para entregar a obra no prazo previsto, que é daqui a três anos.

O local sofre com as enchentes desde o século XVIII, quando datam os primeiros registros de que a praça ficava embaixo d’água. Por conta disso, o Governo Federal está investindo R$ 292 milhões nas obras através do PAC-2,

Foto: Raphael Alves

CUrIosIDaDEsFred Cochrane

Diariamente, milhares de pessoas passam pelas ruas da Tijuca: Conde de Bonfim, Mariz e Barros e outras dezenas de logradouros que fazem parte da rotina do tijucano. Mas o que é corriqueiro pode tornar-se uma curiosidade. Qual será a história de cada pessoa que nomeia as principais avenidas do bairro? Veja a seguir.

• Rua Conde de Bonfim: Uma das principais ruas do bairro. Estende-se do Largo da Segunda-feira até a Usina. Nome dado em homenagem a José Francisco de Mesquita, primeiro morador da região a receber o título de Conde e Marquês.

• Rua Mariz e Barros: Uma das principais saídas da Praça da Bandeira. Morto na Guerra da Tríplice Aliança, em 1866, Antônio Carlos de Mariz e Barros dedicou sua vida à marinha brasileira.• Praça Saens Peña: Um dos endereços mais famosos do bairro, que possui a estação inicial da Linha 1 do Metrô, curiosamente, é uma homenagem a dois ex-presidentes argentinos: Luis e Roque Saens Peña, pai e filho.• Rua Almirante Cochrane: Uma continuação da Rua Mariz e Barros que termina na Praça Saens Peña, a rua faz uma homenagem ao Almirante Thomas Cochrane britânico que participou do processo de independêcia brasileira em 1822.• Rua Haddock Lobo: Interliga o Lardo da Segunda-Feira ao Estácio. O Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo, médico e político português naturalizado brasileiro. Chegou a ser presidente da Câmara dos Vereadores no século XIX.

o Programa de Aceleração do Crescimento. O projeto prevê a construção de quatro revestimentos subterrâneos, que são conhecidos como “piscinões”. Eles captam e armazenam a água da chuva e impedem o transbordamento dos rios. A água retida será liberada aos poucos. “Todas as pessoas que nasceram no Rio de Janeiro ou moram aqui há muito tempo sabem que a Praça da Bandeira alagava e que ela tinha solução, mas que ninguém se importava em resolver esse problema”, disse o prefeito em entrevista coletiva.

Eduardo Paes também afirma que as melhorias na região só serão sentidas daqui

a dois anos. Apesar disso, a conclusão dos primeiros reservatórios e a instalação de um primeiro túnel extravasor já reduzirá o impacto das enchentes que possam ocorrer.

A estudante de Direito Joanna Salgueiro, de 23 anos, passa pelo local todos os dias para chegar à faculdade. Ela só vê vantagens nas obras na Praça da Bandeira. “Quando as obras estiverem concluídas, não teremos mais os transtornos pelos quais já passamos quando caía uma chuva mais forte”, diz.

Após a conclusão das obras, o local passará por uma revital ização urbana, melhorando o aspecto visual da praça. “Estamos começando

a dar um padrão internacional ao tratamento desse tipo de transtorno, mas ainda temos mu i to o que me lho ra r ” , completa Paes.

O biólogo Pedro Saldanha, de 33 anos, concorda. “Toda vez que chov ia era uma confusão. O trânsito dava um nó, ficávamos horas parado nos engarrafamentos e sem poder sair do lugar, pois estava tudo alagado do lado de fora”.

O projeto ainda prevê a construção de estações de tratamento de água nos bairros de Vila Isabel e no Grajaú, que receberão a água captada e farão o tratamento devido, redistribuindo-a para a população.

Obras na Praça da Bandeira prometem resolver os problemas constantes de alagamento e enchentes na região que sofre com falta de escoamento pluvial

Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16 5

Comida vegetariana no restaurante Grajagan Novo no bairro, o empreendimento é uma opção de comida saudávelCaroline Arci

Restaurante, cultura e esporte. Essas três palavras definem a nova sensação do Grajaú, o restaurante e bar Grajagan. Fundado pelos amigos Fernando Raposo e Allan Martins (mais conhecido como “Cajú”), o bar é para muitos o que estava faltando no bairro. O restaurante oferece opções de comida caseira e buffet vegetariano, além de muita música e diversão.

As opções são variadas e as pessoas chegam ao local para diversos fins. O bar começou a funcionar em setembro de 2011 e já possui uma clientela fixa. Um dos elementos que faz o sucesso do restaurante é a comida saudável, já que o Grajaú é um bairro onde os moradores prezam pela saúde. “Muita gente chega aqui pedindo comida vegetariana, já que é essencial para uma alimentação saudável , pr inc ipalmente para aqueles que praticam esportes”, conta Allan.

Por isso, não é à toa que se encontra com facilidade jovens andando de skate, bicicleta,

praticando slackeline, dentre outras atividades esportivas em frente ao local.

A lém das opções de culinária brasileira e vegetariana no almoço, o Grajagan é muito badalado à noite. Segundo Fenando Raposo, a casa vira um point para as pessoas se encontrarem, em um ambiente descontraído. “Nesse horário, a casa vira um espaço de entretenimento e lazer, onde a

ideia principal é trazer a galera para fazer novas amizades, trocar ideias e fazer novas experiências na área de música e arte”, completa.

Para quem quiser conhecer mais sobre o Grajagan, Allan Martins deixa um recado: “O pessoal que gosta de esporte, música e uma alimentação saudável, pode vir nos procurar. Quem quiser trocar uma ideia e queira compartilhar a arte com

aumento na pratica de tênis na terceira idadeA modalidade vem ganhando espaço entre idosos que praticam esportesAndré Silva

Na região da grande Tijuca, alguns moradores se reúnem no Tijuca Tênis Clube para praticarem o esporte que dá nome ao prédio. Paulo César de Souza, que dá raquetadas com afinco há 17 anos, é um deles. Ele garante que o esporte tem o poder de libertá-lo dos males do estresse, fortalecendo sua mente. “Escolhi o tênis por não ter habilidades com as pernas. Quero chegar aos 80 anos jogando, coisa impossível no futebol, por exemplo. As lesões são mínimas. Não há quase contato físico, além dos cumprimentos amigáveis,

“Quando Gustavo Kuerten, o Guga, estava na mídia, o esporte ficou popular e, com isso, o telefone da escolinha de tênis não parava de tocar. Todos queriam se matricular. O brasileiro gosta de ídolos. Tomara que novos nomes surjam”, acredita.

No Tijuca Tênis Clube existem oito quadras, que recebem manutenção todos os dias. Três funcionários por turno cuidam dos espaços. Mensalmente, mais de 500 pessoas passam por lá, seja em treinos livres, aulas, competições e torneios regionais.

antes e depois das partidas”, conta Souza.

O seu parceiro de quadra, o bancário Jairo Portugal, de 54 anos, também não abre mão de uma partida. “O tênis virou a minha cachaça. Depois de um tempo jogando basquete, eu me machuquei diversas vezes. Com a idade chegando, percebi a necessidade de atividades mais leves, que me garantissem a integridade física e a queima das calorias das cervejas que foram se concentrando na barriga”, brinca Portugal. Os dois sonham ser como Jorge Costa, que está chegando aos 80 anos

Localização do Bar e Restaurante Grajagan: Rua Itabaiana, nº 61 - Grajaú

Foto

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e ainda joga semanalmente no clube. Amante do esporte, fundou com amigos, em 1976, o tradicional Secos e Molhados, grupo que treina no Tijuca Tênis Clube há 36 anos, promovendo competições. “Nossa saga se confunde com a história do c lube. Temos va lores agregados como a organização, o companheirismo, a amizade e o amor”, afirma Costa.

De acordo com Luiz Von, incentivador do esporte e que dirige o setor de tênis do clube, o estigma elitista da modalidade não cabe mais no contexto atualmente.

a gente, é só chegar. Estamos abertos para projetos artísticos também. Quem quiser fazer arte será muito bem vindo, estamos esperando isso mesmo. O Grajagan é arte cultura e esporte sem esquecer gastronomia e cerveja”, finaliza.

Saudáveis e saborosas as refeições do Grajagan são ricas em vitaminas e chamam atenção pelo colorido dos pratos

6 Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16

Unidos pela sustentabilidade no carnaval do rioEscola de samba Unidos da Tijuca faz reciclagem e ajuda a comunidade

Karine Santos

C a r n a v a l t a m b é m é reciclagem. Preocupadas com o meio ambiente, escolas de samba apoiam a causa da sustentabilidade ambiental e passam a reciclar na avenida, como, por exemplo, a Unidos da Tijuca, que reaproveita tudo o que é possível por meio de um processo simples e necessário.

É ótimo reaproveitar,

porque economiza dinheiro e não desperdiçamos

Angélica

reaprove i ta made i ras e , principalmente, as plumas, que por serem de origem animal são mais caras, além de ter o cuidado em preservar os bichos para não serem sacrificados, como a avestruz, que é a ave que mais fornece matéria prima para as escolas de samba.

O processo de reciclagem das plumas dura de três a quatro meses. Com muita agitação, devido ao prazo que se tem de terminar as fantasias e alegorias, eles escolhem as melhores penas, que vão para o almoxarifado, fazem a contagem, medem, tingem e, assim, elas são ensacadas e guardadas, colaborando, também, para a economia da escola.

Todo esse trabalho conta com a ajuda e dedicação dos profissionais, como a de Jussara Mota da Silva, de 59 anos, que está na Unidos da Tijuca há um ano e meio e Angélica de Barros, de 52 anos, que está na escola há pouco mais de três anos. Elas são do departamento de fantasia, onde se tem o controle de en t rada e sa í da do mate r i a l que são usados nas fantas ias e a l ego r i as .

A importância que elas veem na reciclagem é extrema

e contam com a ajuda da comunidade do Borel e de toda a Tijuca com garrafas pet, de tinta e, principalmente, com a devolução das fantasias, porque muitos demoram a devolver e isso atrasa o processo. Também é preciso ter cuidado na hora do desfile para preservar a roupa. “É ótimo reaproveitar, porque economiza dinheiro e não desperdiçamos”, conta Angélica, que é prima do carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros.

No ano de 2010 foram recuperadas 37 mil plumas e em 2011 de 30 a 40 mil. Também há preocupação em ajudar as escolas de baixo porte e a

“Tijuquinha”, que é a escola mirim da Unidos da Tijuca. “Doamos as fantasias que não são vendidas e que não são recicladas”, disse Jussara, mãe da Priscilla Mota, coreógrafa da comissão de frente.

Comunidade ativaAlém disso, a escola

tem projetos em parceria com empresas, entre elas a Petrobras. O presidente Fernando Horta e toda a diretoria criaram, no dia 24 de Janeiro de 2006, o Centro de Cidadania da Unidos da Tijuca, instalado na Quadra da Rua São Miguel, e vinculado à área sociocultural.

Hoje o Instituto de Cida-dania da Unidos da Tijuca é uma entidade jurídica, sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da cidadania plena da comunidade Tijucana. Oferecem uma série de serviços e atividades como: tratamento dentário, cursos de informática e ações esportivas voltadas para crianças, adolescentes, adultos e pessoas da terceira idade.

A importância é total e o pouco que se faz, melhora a qua l idade de v ida . “A comunidade do Borel, e o tijucano em si, também estão sempre prontos para ajudar”, disse Marcus Oliveira, de 37 anos, que é o chefe de criação da escola na parte de fantasias e alegorias e está há 20 anos no carnaval.

A atual campeã iniciou o apoio a essa causa em 2005, por meio da alegoria “Boneco de Lata”, do Mágico de Oz, que era feito com utensílios de cozinha e, no fim do desfile, doou os objetos para a comunidade. Desde então, interage com os moradores na parte ambiental e social.

Atenta com as mudanças c l imát icas e an imais em extinção, a Unidos da Tijuca

Funcionário produzindo as fantasias da escola de samba. Dedicação e agilidade são fatores primordiais

Funcionárias do departamento de fantasias do Grêmio Recreativo

Foto: Karine Santos

Foto: Karine Santos

Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16 7

longline e slackline: os esportes que agitam a reserva do Grajaú

Caroline Arci

Nada melhor do que a natureza para praticar um esporte que envolve equilíbrio e concentração. Na Reserva Florestal do Grajaú, o cenário é perfeito para a prática do slackline. Além de ser ao ar livre, tanto o clima quanto a paisagem são excelentes para a atividade. O esporte geralmente é praticado a céu aberto, e o praticante se equilibra e tenta dar piruetas em uma fita tubular ligada entre dois pontos fixos, com mais ou menos 15 metros de distância. A atividade tem algumas variações, como o longline que é praticado em uma fita maior, a partir de 20m de distância. Apesar de ser novo, o esporte ganhou projeção mundial e conta com encontros e campeonatos nacionais, internacionais e tem conquistado cada vez mais adeptos no Rio de Janeiro.

A prática do slackline pode ser feito em gramados, p r a i a e p a r q u e s . E x i g e m u i t a d e t e r m i n a ç ã o , equil íbrio, concentração e cuidados com a respiração. O condicionamento f ís ico também é muito importante; afinal, quanto maior for a fita, maior a necessidade de força muscular e equilíbrio. O escalador prof iss ional ,

O praticante de slackline precisa ter muito equlíbrio e concentração. A coordenação motora também é essencial

André Costa Assaife, 39 anos, morador do Grajaú, diz que os benefícios do esporte são muitos: “Trabalha-se a coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio e resistência. Além disso, é um ótimo exercício para o abdômen e ajuda a queimar calorias”. Segundo o aventureiro, a Reserva Florestal do Grajaú é uma ótima opção para a atividade, “o parque está muito bem cuidado e a administração é eficiente. Sou escalador e

frequento a reserva há muito tempo. Sempre que posso, vou para a reserva, moro perto e encontro uma galera grande que vai para lá praticar também”, completa.

Não existe idade certa para iniciar a modalidade. A duração do treinamento depende do tempo em que cada um irá levar para conseguir se equilibrar na fita. Para Assaife, a maioria das pessoas pode sentir um pouco de dificuldade no começo. “O importante é não desistir, porque a evolução é muito rápida. Pode parecer um pouco difícil no início, mas em um mês de prática, a pessoa já pode estar mandando bem”.

Para quem tem dúvida sobre o tipo de roupa adequada, o estudante Felipe Machado de 19 anos, que pratica slackline há três, diz que existem roupas que ele e seus amigos costumam usar. “Recomendo roupas de ginástica em geral, principalmente calças de ginástica comprida. Quanto aos pés, pode-se andar

de tênis ou descalço na fita”, sugere.

A diversão é garantida. Atire-se nessa aventura e procure um lugar em que você se sinta a vontade. Muitos locais tem um visual magnífico e de tirar o fôlego. No entanto, esteja atento a alguns cuidados básicos como: conservação da fita, condição da catraca e como foram dados os nós de amarração. No início, a melhor opção é procurar um profissional capacitado para sua maior segurança. Satisfação e adrenalina são o que não vão faltar.

Para o praticante, o importante é não desistir, porque a evolução é muito rápida

Foto: Caroline ArciFoto: Caroline Arci

Modalidades do slackline

• Trickline: é praticado a partir de 60 cm de altura e permite realizar manobras de saltos e equilíbrio externo.

• Highline: requer conhe-cimento de alpinismo. A altura é superior a 5 metros. A fita fica ancorada sobre árvores, pedras ou prédios. É ne-cessário muito preparo físico e concentração. O controle mental é es-sencial para manter em equilíbrio sentimentos como medo, ansiedade e adrenalina.

• Longline: consiste em atravessar grandes dis-tâncias. Normalmente as distâncias são su-periores a 30 metros e são utilizadas fitas de 25mm e equipamento próprio de escalada com mosquetões.

• Waterline: pode ser an-corada sobre a água - que pode variar sobre um rio - piscinas, lagos, cachoeiras, ou o que a sua imaginação mandar. A altura pode variar de 1 a 5m.

onde:Parque Estadual do Grajaú Rua Comendador Martinelli, 740. Grajaú.

8 Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16

Futebol e diversão para a garotada

Karine Santos

Que o Brasil é o país do futebol todos já sabem, e foi baseado nessa paixão que três estudantes se juntaram para formar a Liga de Escolinhas de Futebol da Tijuca, mais conhecida como L.E.F.T., que é um projeto da associação DQC Eventos, no qual o objetivo é integrar as escolas da região e, assim, realizar campeonatos de forma divertida e inovadora.

Meus pais falam que não é fácil,

que tem que estudar para ter

um emprego caso não consiga ser

jogadorVictor Reche

O grupo surgiu a partir de uma equipe de som que era organizada por Bruno Fartes e Lucas Azevedo, ambos de 22 anos, que há três atuavam como DJ’s. Perceberam que havia poucas oportunidades para as escolinhas da região, já que as mesmas treinavam o ano todo e não tinham a oportunidade de jogar muitos campeonatos. Pensando nisso decidiram, então, elaborar o projeto, convidando Fernanda, de 23 anos, que cursa Educação Física e a responsável pela criação e execução.

Os meninos da comunidade do Salgueiro se reúnem antes do campeonato

Foto

: Isa

bella

Asis

a

Informações• Para saber mais sobre os

campeonatos da L.E.F.T. que i rão acontecer, acesse o site www.dqceventos.com.br.

• Pa r a c o n h e c e r a s atividades do Salgueiro a c e s s e w w w .vilaolimpicadosalgueiro com.br, ou ligue para a secretaria: 2238-9258

A L.E.F.T. é importante para o jovem que tem o sonho de ser jogador ou para quem tem o futebol como hobby. É com essa visão que os professores das escolinhas da Tijuca e adjacências, e os responsáveis dos alunos, apoiaram o projeto. “Para quem tem o sonho de ser jogador, cada jogo, cada competição é uma oportunidade. Sempre pode ter alguém observando”, disse Fartes, que cursa o 5º período de Educação Física, responsável por organizar e estruturar a equipe.

O primeiro campeonato que aconteceu foi o sub-13, que contou com a participação de oito clubes - Physical A, Vasco Vila Isabel, Salgueiro, Fla-Vila Isabel, Physical B, Vasco T i juca, Amér ica e Flamengo Penha - seguido do sub-11, com 6 times - Vasco Vila Isabel, Vasco Tijuca da academia Dois Toques, Salgueiro, Physical, Ponto Frio e Fluminense-Cascadura. Também há part icipações de apoiadores como EDEL, Floresta Encantada, Red Bull e a Super Liga Futsal Rio. “É com o apoio deles que conseguimos realizar o projeto. Cada um faz algo específico por contrato, ajudando na realização do trabalho”, contou Azevedo, que cuida do marketing e administração e cursa o 7º período de Marketing.

Para muitas crianças todo o esforço do futebol vai além de jogar, serve também para cuidar da saúde, manter a

forma e uma al imentação saudável. Para Lucca Menucci, de 12 anos , j ogador do Physical A, os treinos para os campeonatos foi motivação para emagrecer já que estava acima do peso. “Meus pais fa lam para me empenhar mais, não comer besteira. Eu consegui perder quatro quilos”.

O apoio dos responsáveis nessa fase dos f i l hos é essencial, como por exemplo, orientá-los que não só o futebol é importante, mas também e, principalmente, os estudos. “Meus pais falam que não é fácil, que tem que estudar para ter um emprego caso não consiga ser jogador”, disse Victor Reche, de 13 anos, que joga no Vasco Vila Isabel. Lembrando que a torcida das famílias nos jogos e nos treinos dá um incentivo maior para os pequenos.

o objetivo do projetoO intuito da L.E.F.T. não está simplesmente em formar jogadores, o

objetivo maior e mais importante é integrar as escolas, fazer com que as crianças socializem, ensiná-los que o importante não é ganhar ou perder, e sim participar, buscar o melhor. É por isso que eles fazem o evento de forma divertida, em que os pais participam com brincadeiras na hora do intervalo enquanto seus filhos descansam. Há também a responsabilidade social, ajudando as crianças mais carentes, como as da escolinha do Salgueiro, que é beneficente. “A maioria que mora na comunidade não tem condições, é importante porque além do lado esportivo, tem o social”, disse o técnico do Salgueiro Bernardo Torres, de 28 anos. Além do futebol, existem outras atividades na comunidade, como natação, vôlei, hidroginástica, teatro, música e judô, e todos podem participar.

Buscando engrandecer o projeto, os criadores da DQC Eventos têm mais planos. Com o sucesso dos campeonatos sub-13 e sub-11, garantiram que pretendem ampliar o projeto - com sub-9 acontecendo em Junho - não só para outros bairros, mas também para as meninas. Outros campeonatos já estão na pauta, e eles irão abrir as inscrições em breve.

Da esquerda para a direita: Lucas Azevedo, Isabela Pessoa, Fernanda Ferreira, Gabriela Ribeiro e Bruno Fartes