esporte ganha espaço na universidade - pucrs

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Esporte ganha espaço na Universidade Esporte ganha espaço na Universidade Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 115 – Julho-Agosto/2003 Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 115 – Julho-Agosto/2003

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Page 1: Esporte ganha espaço na Universidade - PUCRS

Esporte ganha espaçona Universidade

Esporte ganha espaçona Universidade

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 115 – Julho-Agosto/2003Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 115 – Julho-Agosto/2003

Page 2: Esporte ganha espaço na Universidade - PUCRS

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PUCRS

Outras seções

6 CapaPrédiopoliesportivomuda ocenário daUniversidade

17 SaúdeCafeína pode ajudar notratamento do Alzheimer

24 EntrevistaGovernoconta com aaproximaçãoempresa-universidade– RobertoAmaral,ministro daCiência eTecnologia

36 MemóriaMorte doIr. JoséOtãocompleta25 anos

Nesta Edição

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])Editora Executiva

Magda Achutti([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Paula Oliveira de Sá

([email protected])Carine Simas

([email protected])Angela Vencato

([email protected])EstagiáriasDébora BragaMariana ViciliBianca DiasFotógrafos

Marcos Colombo([email protected])

Gilson de Oliveira([email protected])

Arquivo FotográficoMaria Rosalia Rech([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha

Carvalho([email protected])Documentação

Lauro DiasRodrigo Ojeda

([email protected])Relações Públicas

Sandra Becker([email protected])

Conselho EditorialElvo Clemente,

Délcia Enricone eMainar Longhi

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense DesignImpressão

Epecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revista éeditada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

3 Pelo Campus – Ônibus levará atendimento médico4 Espaço do Leitor5 Panorama10 Novidades Acadêmicas – Física desenvolve projetos inovadores12 Pesquisa em Foco15 Debates – Conscientização vem antes das leis16 Saúde – Portadores de necessidades especiais ultrapassam limites18 Ciência – Equipamento avalia organismo de astronautas19 Ciência – Livro mostra a biodiversidade de peixes das Américas20 Ambiente – PUCRS engajada na defesa da Mata Atlântica21 Universidade Aberta – ContinuIdade promove integração de gerações22 Educação Aplicada – Universidade capacita colaboradores23 Educação Aplicada – Programa Especial de Treinamento cresce26 Tecnologia – Engenharia inova em Microeletrônica27 Tecnologia – Extração de produtos naturais sem poluir28 Alunos da PUCRS32 Lançamentos da Edipucrs33 Mercado de Trabalho – Geografia: Geógrafo faz mapeamento com visão social34 Cultura – Projeto incentiva a formação de leitores35 Bastidores – Extensão Universitária adapta-se a novos tempos37 Memória – Ciências Aeronáuticas comemora dez anos38 Sinopse42 Social – Universidade aprimora Programa de Benefício43 Social – Sajug presta assistência jurídica e social44 Perfil – Gilia Gerling: o dom e a sabedoria de ensinar45 Eu Estudei na PUCRS – Zeno Hastenteufel: Vocação pastoral move Dom Zeno46 Ação Comunitária – Solidariedade beneficia mais de 5 mil pessoas47 Opinião – Pedro Demo: Professor Titular da Universidade de Brasília47 Opinião – e PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken

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Pelo Campus

Ônibus levaráatendimento médico

Um ônibus equipado com ga-binete médico levará aten-dimento oftalmológico gra-tuito à comunidade caren-te de vilas da Capital. A ini-

ciativa integra a PUCRS e o LionsClub de Porto Alegre. A Universida-de participa com a mão-de-obra deestudantes e profissionais voluntári-os da Faculdade de Medicina (Fa-med) e o Lions disponibiliza o veí-culo, adaptado especialmente paraesse tipo de atendimento, com salasde espera e atendimento e apare-lhos de alta tecnologia.

Serão realizados testes de visão,medição de pressão ocular, atendi-mentos em casos de conjuntivite ereceita para óculos. Segundo o pro-

fessor da Famed e coordena-dor do Centro Marista IrmãoDonato, Alexander Sapiro, 10vilas onde há obras maristasem Porto Alegre receberão asvisitas, sempre no último do-mingo do mês. Em cada uma,ocorrerão em torno de 40 con-sultas, pela manhã e à tarde,previamente agendadas pelocentro marista da região.

A primeira atividadeocorreu na Vila São Judas Ta-deu. Além da Famed, o Projeto So-lidariedade da PUCRS apóia a ini-ciativa. Integrantes do projeto vãodistribuir mensagens religiosas eprestar orientações sobre outros ser-viços das instituições abertos à co-

munidade. O ônibus oftalmológicobusca agora parceria com óticas quequeiram disponibilizar o materialmais barato. Interessadas podem en-trar em contato pelo telefone (51)3315-6088.

primeiro centro de treinamento da Apple no Esta-do, o Apple Training Center (ATC), instalado na Fa-culdade de Comunicação Social e destinado à pro-moção de cursos de extensão, realizou curso decapacitação aos professores. O laboratório conta

com 20 iMacs G4 com monitores de LCD e dois Power-Macs, biprocessados com gravadores de DVD. Ministradaspelo engenheiro de sistemas Cesar Hashimoto, as aulas trans-mitiram aos docentes conceitos em edição de vídeo, áudio,design e manipulação de imagens.

Segundo o coordenador do ATC, professor EduardoPellanda, o curso visa à contextualização dessas tecnologiasna comunicação e não apenas ao treinamento no manuseiodas ferramentas. Para o professor André Pase, o conheci-

mento da tecno-logia digital seráum diferencialaos profissio-nais. “É muitopouco utilizadoainda, masquem tiver o‘pensamento di-gital’ sairá mui-to à frente”, ana-lisa.

ATC capacita docentes

OImigração italianaganha destaque

Veículo irá a comunidades carentes

Tecnologia de ponta em comunicação

A PUCRS sediouparte das festividadespelos 128 anos de imi-gração italiana no RioGrande do Sul. Emmaio, foram realizadosos seminários Intercâmbioentre Entidades Italianas eBrasileiras e O Ensino deItaliano e sua Relação como Português. O Museu deCiências e Tecnologiapromoveu a exposiçãodo artista plástico Mas-simo Sansavini, um dosdestaques do panoramaartístico italiano, destina-do à arte infantil. A programação foi promo-vida pelo Consulado-Geral da Itália em PortoAlegre, com o apoio da Assessoria para As-suntos Internacionais e Interinstitucionais, doInstituto de Cultura Musical e do Museu.

Exposição no MCT

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Espaço do Leitor

Deficientesfísicos

Parabenizo a equipe da re-vista pela qualidade da infor-mação e da diagramação. Comrelação à matéria Esporte adap-tado auxilia deficiente, da ediçãode março-abril, acho louvável autilização do esporte para a in-clusão social. No entanto, o es-porte por si só não integra ohomem à sociedade. É necessá-ria a qualificação profissional.Acredito nisso, pois sou ampu-tado da perna esquerda. A in-serção social passa pela forma-ção escolar, técnica e acadêmi-ca. É mister que se criem con-dições de alcance, nas institui-ções públicas e privadas, à gra-duação e pós-graduação, pormeio de bolsas auxilio e condi-ções de acesso aos deficientes.A qualificação trará um profis-sional digno para competir nomercado de trabalho. Ser defi-ciente físico não é ser incapaz.Somos capazes de desempenharqualquer atividade dentro denossos limites.

[email protected]

RevistaOutro dia, chegou-me às

mãos fortuitamente o número113 (março-abril, 2003) destaexcelente revista. Sou professoruniversitário aposentado dasuniversidades Estadual de Lon-drina, Regional de Blumenau,Mayor de San Andrés (La Paz),University of London e OhioState University, mas ainda não

Escreva para a Redação:Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – Porto Alegre – RS

CEP 90619-900E-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

me aposentei de meu interes-se, curiosidade e inquietudepor informação e conhecimen-to. Portanto, gostaria que meincluíssem na lista dos felizar-dos que recebem esta publica-ção regularmente. E que, porfavor, o fizessem a partir do nú-mero 114, para que eu nãoperca nada.

Prof. José RicardoNascimento

Balneário Camboriú - SC

Sou mãe de aluno daPUCRS e leio toda a edição darevista. Quero cumprimentá-los. É uma revista interessantee informativa. Mas faço umaressalva e uma pergunta.Acompanho há anos a publi-cação e nunca vi reportagemsobre o curso de Ciências Ae-ronáuticas. Por quê?

Maria do RosárioEspada Arantes

Votuporanga – São Paulo

N.R.: Na página 37 destaedição há reportagem sobre osdez anos da Faculdade de Ci-ências Aeronáuticas. Sempreque há fatos novos e relevantessobre o curso, eles são notíciana revista PUCRS Informação.

Aproveito para parabenizá-los pela elevada qualidade dotrabalho realizado por vocês,expressa neste excelente meiode comunicação de que dispo-mos que é a revista PUCRS In-formação.

Professora Clarice AlhoCoordenadora do Pós-

Graduação em BiologiaCelular e Molecular

Sucode uva

Parabenizo a repórter Pau-la Oliveira de Sá pela reporta-gem sobre o suco de uva eco-lógico, publicada na revistaPUCRS Informação, de maio-junho de 2003. Aproveito aoportunidade para indagar so-bre os locais onde pode seradquirido o suco de uva ecoló-gico.

Simone Royes

N.R.: O suco de uva ecoló-gico pode ser encontrado, emPorto Alegre, na Feira Ecológi-ca, realizada aos sábados pelamanhã na Av. José Bonifácio.Também é comercializado em al-guns supermercados.

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Panorama

ONúcleo de Apoio à Edu-cação em Ciências e Ma-temáticas (Naecim) daPUCRS promoveu en-contro comemorativo

aos 10 anos de sua fundação. Vin-culado ao Museu de Ciências eTecnologia (MCT) da Universi-dade, o Naecim oferece e orga-niza oficinas, cursos e assessoraprofessores e alunos, apoiandopesquisas, a difusão científica e ointercâmbio de experiências.Muitas atividades são oferecidasgratuitamente. Na área de pes-quisa, o núcleo desenvolve pro-jetos de investigação da qualida-de do ensino, em parceria com

Naecim completa 10 anos

Coral estimula crianças carentesm grupo de 36 crianças eadolescentes da Vila São Ju-das Tadeu, em Porto Ale-gre, integra o coral Cantan-do na Infância, parceria exis-

tente há quatro anos entre a Funda-ção Irmão José Otão (Fijo) e a co-munidade carente da Vila. Jovens,de 8 a 15 anos, reúnem-se às terçase quintas-feiras à tarde na Fijo. Alémde ensaiar músicas do repertóriocantado nas apresentações, são divi-didos em grupos, de acordo com aidade, para aulas de reforço escolare confecção de trabalhos artísticos,como bordado, desenho, colagem,confecção de bolsas, almofadas, brin-quedos e objetos com sucata.

U

órgãos governamentais e outrasentidades. O Naecim tambémrealiza assessoria a licenciandose professores nas áreas científi-cas e pedagógicas, atendimentoà comunidade, apoio à recons-trução curricular e preparação devisitas orientadas de professorese suas turmas de alunos ao Mu-seu. Ainda são promovidos ofici-nas pedagógicas, feiras de ciên-cias, palestras, seminários, encon-tros, entre outras atividades. Con-tatos com o Naecim na sala 314do prédio 40 do Campus, peloe-mail [email protected] ou tele-fone (51) 3320-3500, ramal 4176,à tarde.

A PUCRS lançou oficialmente, emjunho, o projeto do Balanço Social2003. Foram apresentadas as linhas ge-rais que nortearão os trabalhos de ela-boração do documento, que está inte-grado ao Plano Estratégico 2001-2010.

Lançado projeto de Balanço SocialO Balanço Social reunirá um conjuntode informações sobre as atividades de-senvolvidas pela Universidade em pro-moção humana e social, dirigidas a seusprofessores e funcionários e à comuni-dade na qual está inserida. Por meio des-

se documento, a Instituição procuramostrar o que faz pelos seus vários pú-blicos e pela população que recebe suainfluência direta, demonstrando apreocupação com o cumprimento desua responsabilidade social.

A coordenadora docoral, Branca Hertz,considera o desenvolvi-mento artístico impor-tante para as crianças:“As apresentações do co-ral são um meio de au-mentar a auto-estimadeles, já que são aplau-didos e reconhecidos”,revela. Também são dis-ponibilizados livrosnuma pequena bibliote-ca, que aceita doações. O pré-requi-sito para participar do coral é saberler e estar matriculado em algumaescola. O Cantando na Infância apre-senta-se em abertura de eventos, em

empresas, escolas, com um repertó-rio variado da MPB. Agendamentoe contato para doações à bibliotecado coral podem ser feitos pelo tele-fone (51) 3336-5857.

Professor e alunos trocam experiências

Jovens de 8 a 15 anos são da Vila São Judas

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Capa PAULA OLIVEIRA DE SÁ – [email protected]

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Prédio poliesportivo muda

Oedifício poliesportivo, queintegrará o Parque Espor-tivo da PUCRS, será inau-gurado neste semestre,constituindo-se na primei-

ra unidade do grande complexo emconstrução. A nova estrutura, queestá situada junto ao atual prédioda Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto, nas imedia-ções da entrada do Hospital São Lu-cas, em breve será entregue às co-munidades acadêmica e externa.

Há muitos anos, o plano daUniversidade era destinar um ter-reno de aproximadamente 6,5 hec-tares, localizado entre o acesso doscarros ao Hospital e a Av. CristianoFischer, para atividades esportivas.Com a criação da Faculdade deEducação Física, tornou-se necessá-rio o desenvolvimento desse espa-ço, projeto que foi iniciado em2001, sob a responsabilidade dosarquitetos Cícero Santini e Henri-que Rocha.

Infra-estruturaavançada

As obras de construção do pré-dio poliesportivo – edificação de

22 mil metros quadra-dos, de projeto arqui-tetônico e estruturalcomplexos – iniciaramem 2002. “Em grandes linhas, compreen-de uma parte construí-da de quatro pisos ouvãos, com pé direito de8 a 12 metros, e a ou-tra parte com pé direi-to de 4 metros”, des-creve o Reitor Norber-to Rauch.

Na primeira parte,estão as grandes áreasesportivas. No primei-ro vão localizam-se apiscina olímpica térmi-ca, a única coberta doRio Grande do Sul (50metros de comprimen-to por 21 metros delargura, e dois metrosde profundidade), apiscina de hidroginás-tica e a piscina de hidroterapia(fisioterapia), com as respectivas in-fra-estruturas e arquibancadas paraa piscina olímpica. Esta última per-mitirá a visualização da performance

do nadador e odesenvolvimentode aulas de mer-gulho e nadosincronizado, sen-do equipada comnove visores late-rais de observa-ção. “É, certa-mente, uma dasprimeiras pisci-nas, no país, quese ajusta às no-vas exigênciasolímpicas”, ressal-ta Rauch.

No segundovão situam-se três

quadras polivalentes para vôlei, bas-quete, futsal e handebol, com pisosflutuantes, de acordo com as técni-cas mais atualizadas. O terceiro vãoé a área destinada à ginastica olím-pica e às artes marciais. No quartovão, que tem 12 metros de pédireito na parte central, localizam-se três quadras de tênis.

Na outra parte do edifício,com nove pisos de quatro metrosde pé direito, interligados com osquatro vãos, estão múltiplas infra-estruturas e salas destinadas à Fa-culdade de Educação Física e Ciên-cias do Desporto e ao curso deFisioterapia. “O objetivo é contri-buir para a formação integral doaluno, por meio da promoção doesporte e da ampliação do espaçopara pesquisa e extensão”, explicao diretor da Faculdade, FranciscoCamargo Netto.Piscina olímpica térmica tem cobertura

Novo edifício integrará Parque Esportivo

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o cenário da UniversidadeNessa área estão instalados labora-

tórios de biomecânica e fisiologia, la-boratório do exercício, centro de ativi-dade física, consultórios para nutrição,auditório, sala de informática, bibliote-ca, salas de administração da Faculda-de, salas de aula, gabinetes de estudopara graduação e pós-graduação. Qua-dras de squash e sala polivalente de jo-gos foram construídas no último piso.

O novo prédio poliesportivo, quereceberá o número 81 no conjunto doCampus Central da PUCRS, estará in-tegrado ao prédio esportivo número80, já existente, onde se localizam ou-tras salas de aula, laboratórios, acade-mias de ginástica e mais três quadraspolivalentes. A Fisioterapia tambémterá todo um grupo de laboratóriosno complexo construído.

Segundo os arquitetos responsáveispela obra, o aquecimento das piscinasestá previsto para utilizar gás natural,possibilitando o aproveitamento racio-nal de energia. Os tanques de aqueci-mento funcionam pelo sistema de cal-deiras e localizam-se embaixo das pis-cinas. O sistema de ar-condicionado éum dos mais modernos para controleda umidade, evitando a formação degotejamentos. O controle da tempera-

Como surgiu aidéia de construir oParque Esportivo?

O plano de umParque Esportivo sem-pre esteve em pauta.Somente não foi cons-truído antes porque tí-nhamos outras priori-dades acadêmicas. Acriação da Faculdade deEducação Física e Ciên-cias do Desporto moti-vou o desenvolvimentode instalações adequa-das. O curso de Fisioterapia também necessita de laboratórios especiais.

O que o Parque Esportivo representará para a comunidade?À medida que entrar em funcionamento terá um impacto na comuni-

dade universitária e em geral. Este ano iniciaremos a construção do estádiode atletismo, que será um dos mais modernos dopaís. Haverá espaço para a realização de grandeseventos. Será construído com um piso usado nasOlimpíadas, proporcionando as condições ideais paraque o atleta possa correr com o máximo de veloci-dade e segurança. Serão abertas, portanto, muitasoportunidades para todos aqueles que estão envolvi-dos com o esporte.

Como o senhor vê o esporte universitário?Sou favorável à realização de campeonatos uni-

versitários. Mas não é objetivo da PUCRS participarde competições profissionais, contratar profissionaisde outras partes do Brasil e até mesmo de outrospaíses para representá-la em práticas desportivas. Oesporte típico da Universidade é aquele em que osalunos participam.

Laboratórios qualificam o aprendizado

“Esporte típico daUniversidade é aqueleem que os alunosparticipam”NORBERTO RAUCH – Reitor

O Reitor acompanha as obras

Page 8: Esporte ganha espaço na Universidade - PUCRS

Projetosfuturos

Capa

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Alunos estarão integrados aos esportes

A inauguração do prédio polies-portivo prevê, durante este semes-tre, um variado programa de ati-vidades. A Universidade sediaráeventos como o Congresso Nacio-nal de Dança, o Campeonato Uni-versitário Gaúcho, a MaratonaAquática Indoor e a 4ª Copa Es-colar de Ginástica Rítmica. Es-tão previstas para outubro, umaapresentação esportiva da seleçãobrasileira de voleibol e a WorldCup Open Taekwondo.PUCRS sediará Congresso Nacional de Danças

tura e da qualidade da águadas piscinas é automatizado.

A tecnologia utilizada naconstrução do edifício poli-esportivo é das mais sofisti-cadas. As vigas metálicas têm40 metros de largura por 8metros de altura. No Estado,não há edificação desse gê-nero. Todo o prédio foi cons-truído em concreto proten-dido, indicado para a cons-trução de pontes e grandesvãos.

O acesso será totalmen-te automatizado. Um sistemagerenciado por computadorpermitirá que somente pes-soas previamente identifica-

Atividades físicas são monitoradas

O prédio poliesportivo foi concebidopara também atender totalmente pes-soas com necessidades especiais. Hojea PUCRS desenvolve atividades de la-zer, ginástica e recreação com defici-entes mentais, visuais e físicos, queterão uma área exclusiva de acesso,tanto na área interna como externa,por meio de rampas e elevadores. Naspiscinas há corrimãos e os sanitáriossão adaptados.

Necessidadesespeciais atendidas

das entrem nas dependênciasdo complexo.

As obras restantes doParque prosseguirão, nestesemestre, com a construçãode um estádio de atletismopara diferentes modalidades.O estádio ficará em nível ele-vado com chapa de concretode 20 mil metros quadrados,sob a qual haverá um esta-cionamento para 700 carros.A estrutura ainda contarácom vestiários. Também estáprevista a construção de umaarena, próxima à Av. Cristia-no Fischer, para a realizaçãode atividades esportivas e cul-turais.

Page 9: Esporte ganha espaço na Universidade - PUCRS

Novidades Acadêmicas

Software Livre terá Centrode Desenvolvimento

No 4º FórumInternacionalde SoftwareLivre, sedia-do no Cam-

pus em junho, aPUCRS assinou termode cooperação técnicacom a Prefeitura dePorto Alegre, por in-termédio da Procem-pa, para a criação deum Centro de Desen-volvimento em Softwa-re Livre que funcionará na Univer-sidade. Envolverá alunos e profes-sores das faculdades de Engenhariae de Informática e técnicos da Pro-cempa e IBM na disseminação do

ensino e treinamento em tecnolo-gia de software livre e em outrosprojetos ligados ao setor.

A atuação conjunta permitirádesenvolver projetos comuns que be-

PUCRS e a Federação das Indústrias do RioGrande do Sul (Fiergs) assinaram convênio paraa realização do curso a distância Formação de Mul-tiplicadores em Eficiência Energética. A parceria tam-bém conta com a participação da Eletrobras/Pro-

cel. As aulas serão realizadas, em julho, pela PUCRS Vir-tual, Unidade de Ensino a Distância da Universidade,

com transmissão por telee videoconferência e pelainternet para 85 pontos dopaís. Foram oferecidas 800vagas, gratuitas, para pro-fissionais que atuam emempresas de engenharia,executivos da indústria, co-mércio e serviço.

Os participantes rece-berão capacitação para darsuporte técnico e gerencial

na eficientização de processos energéticos em empresas epara atuarem na preparação de avaliadores internos aptos arealizar planos de melhorias e diagnósticos em eficiênciaenergética. A contrapartida é o comprometimento da apli-cação dos conteúdos para combater o desperdício nas insti-tuições. Assinaram o convênio o Reitor, Ir. Norberto Rauch,e o vice-presidente da Fiergs, Humberto Busnello.

Fiergs é nova parceira

AGraduaçãoqualificapessoal da Braskem

A parceria existente desde 1998 entre aPUCRS e a OPP Petroquímica, e ratificada, emjunho, entre a Universidade e a Braskem (novadenominação da OPP), deu origem a uma inicia-tiva pioneira na área de graduação no país. Pormeio de um convênio entre as duas instituiçõesfoi criado, em 2000, o curso de graduação adistância de Engenharia Química – Ênfase emOperação Petroquímica. O objetivo é qualificarem nível de ensino superior profissionais quetrabalham em plantas industriais da empresa noPólo Petroquímico de Triunfo.

A graduação foi projetada com base nas ne-cessidades de formação profissional para o tra-balho. As aulas tiveram início no segundo semes-tre de 2000, após um processo seletivo, com umaturma de 30 alunos. Serão desenvolvidas até2006, nos ambientes de aprendizagem da PUCRSVirtual, combinando recursos de satélite para ageração de tele e videoconferência e de internet,a partir de páginas Web, listas de discussão, chat,e-groups e sala de entrega de trabalho.

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neficiarão empresas,universidades e socie-dade. Esta é a primei-ra iniciativa da IBMcom esse caráter, noBrasil. A gigante dainformática investiuem dois anos mais deUS$ 1 bilhão em pla-taforma livre e esco-lheu Porto Alegre paratransferir sua tecnolo-gia em hardware e soft-ware, por ser um cen-

tro tecnológico bastante avançadonessa área. O acordo foi assinadopelo Reitor, Ir. Norberto Rauch, oprefeito João Verle e o executivo daIBM, Antônio Leitão.

Cooperação técnica: representantes das instituições no Fórum

Busnello e Rauch firmam acordo

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Novidades Acadêmicas

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OCentro de Pesquisa e Desen-volvimento em Física, recéminstalado no Tecnopuc, Par-que Tecnológico da Univer-sidade, busca tornar-se refe-

rência nacional e internacional no de-senvolvimento de projetos e produtosde inovação tecnológica, envolvendoparcerias e cooperações com empre-sas. Há quatro núcleos que abremoportunidades de estágios a alunos degraduação, estimulam a realização deteses e dissertações, além de criaremsoluções que não existem no mercadoou têm valores inacessíveis. “Quere-mos estimular a excelência da pesqui-sa e do ensino e desenvolver novastecnologias para a melhoria da quali-dade de vida”, afirma a diretora daFaculdade de Física, Maria Emília Ber-nasiuk. O professor Jorge Audy, dire-tor da Agência de Gestão Tecnológicae de Propriedade Intelectual, gestorado Tecnopuc, destaca que a monta-gem dessa infra-estrutura de pesquisacria espaço propício à inovação e àtransferência de tecnologia entre aUniversidade e as empresas da área.

Energia solarO Núcleo Tecnológico de Ener-

gia Solar poderá tornar-se Centro Na-cional para o Desenvolvimento daEnergia Solar Fotovoltaica, o único dopaís na área. Caso isso se concretize,

Física desenvolve pcongregará pes-quisadores emembros dosgovernos fede-ral, estadual emunicipal, em-presas e órgãosde pesquisa. Aidéia está sendoavaliada para adecisão final doMinistério daCiência e Tec-nologia. O Nú-cleo trabalhacom todas as subáreas da energia so-lar, do desenvolvimento da célula so-lar à elaboração e ao teste de sistemasfotovoltaicos (que convertem a ener-gia solar em elétrica). É coordenadopelos professores Izete Zanesco eAdriano Moehlecke.

O grupo trabalha em duas fren-tes. Uma é aumentar o recorde dopaís na eficiência das células solares(quantidade de energia solar que seconverte em elétrica) de 17% para20%. Isso depende da tecnologia agre-gada, mas traz ampliação de custos.O outro desafio do Núcleo, num pro-jeto com a CEEE, é conseguir realizarprotótipos que tenham eficiência, masse tornem viáveis economicamente. Aspesquisas contribuirão para a univer-salização do acesso à energia elétrica(em torno de 20 milhões de brasilei-ros ainda não têm luz nas residênci-as). Os laboratórios têm controle dear e a água e os gases são de altapureza. Há apenas 10 mil partículasde poeira por pé cúbico.

Imagens médicasO estudo de técnicas para aquisi-

ção, processamento, visualização e aná-lise de imagens médicas é de responsa-bilidade do Núcleo de Pesquisa emImagens Médicas. Alunos e pesquisa-dores de Física, Engenharia, Informá-

tica e do Hospital São Lucas (HSL), co-ordenados pela professora Ana MariaMarques da Silva, desenvolvem meto-dologias e softwares para a área de saú-de e realizam testes de produtos e pro-cessos em ambientes hospitalares. Umdos projetos é realizado em parceriacom a White Sand, de São Paulo, e In-telimed, de Porto Alegre, empresas deconsultoria em informática na áreamédica. O convênio visa a desenvolverferramentas que permitam que a ima-gem dos exames possam ser digitaliza-das, armazenadas e transmitidas pelainternet. Numa consulta, por exemplo,o médico teria no microcomputador oacesso aos dados, com a possibilidadede compará-los com diagnósticos ante-riores e ainda enviá-los a colegas.

Com o HSL, o Núcleo faz estu-dos para gerar imagens em três di-mensões. Os pesquisadores desenvol-vem simulações computacionais quedeterminam a melhor forma de ad-quirir os exames e a influência dosmovimentos dos pacientes, como arespiração, no processo físico de for-mação da imagem. O grupo tambémmantém projetos com o hospital daUniversidade Federal de Santa Maria.

RadiaçõesO Núcleo de Pesquisa em Intera-

ção da Radiação com a Matéria atuaForno para fabricar células solares

Software mostra imagens em 3D

ANA PAULA ACAUAN – [email protected]

Page 11: Esporte ganha espaço na Universidade - PUCRS

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rojetos inovadores

Equipamento analisa resistência à corrosão de materiais

no monitoramento e na aplicação daradiação ultravioleta para fins tecnoló-gicos. Os pesquisadores, sob a coorde-nação da professora Mara Regina Riz-zatti, preocupam-se com o crescenteuso de fontes artificiais para uso médi-co e estético e o aumento da incidênciada radiação com o decréscimo da ca-mada de ozônio. Na prestação de ser-viço o Núcleo está apto a determinar airradiância espectral de fontes de ra-diação (na região espectral infraver-melho, visível e ultravioleta), verificaro fator de proteção UV-A e UV-B emmateriais (como em lentes óticas e cos-méticos) e caracterizar os polímeroscom base no método padrão de testesnacionais e internacionais. Nesse com-plexo de laboratórios serão desenvol-vidas pesquisas em novos materiais(polímeros semicondutores, conduto-

res e fotocondu-tores) para apli-cação em dosi-metria (medi-ção da dose deradiação) e tec-nologia da in-formação. Ogrupo tambémdesenvolve do-símetros pesso-ais para radia-ção UV.

MateriaisO desenvolvimento e a caracteri-

zação de novos materiais para reves-timentos de pequena espessura volta-dos a objetos da área médica, microe-letrônica e indústria metalmecânicasão os propósitos do Núcleo Tecnoló-gico de Superfícies, Interfaces e Na-noestruturas, coordenado pelo profes-sor Roberto Hübler. Por meio de con-vênio com as empresas Baumer, deSão Paulo, e Vipro, do Rio Grandedo Sul, os pesquisadores fazem testespara controle de qualidade e certifi-cação de implantes ortopédicos quan-to à fadiga, à composição e ao des-gaste mecânico. O Núcleo pretendecredenciar-se no Inmetro e ser certi-ficador na área.

Para a empresa Gerdau, são rea-lizadas medidas de avaliação das pro-priedades mecânicas superficiais de

aços com diferentes mi-croestruturas por meioda técnica de nanodu-reza (revela dureza dascamadas do material,módulo de elasticidadee resistência à fratura).Outra prestação deserviços se destinará àempresa Boito E. R.Amantino, de Veranó-polis. O Núcleo desen-volve sistema de depo-

Novidadesno Tecnopuc

No dia 18 de junho foi entregueoficialmente o prédio destinado aodepartamento de Pesquisa e Desen-volvimento da HP no Tecnopuc,Parque Tecnológico da Universida-de. As obras do segundo empreen-dimento da empresa, referente aserviços (suporte, consulting e fá-brica de software) começaram.Também está sendo adequada aárea que abrigará a Softsul e a As-sociação das Empresas Brasileirasde Tecnologia da Informação,Software e Internet (Assespro), commais de 1,7 mil metros quadrados,contando com apoio da Financia-dora de Estudos e Projetos.

Em julho, outras empresas se-rão instaladas no prédio do Cen-tro de Tecnologia XML, convênioMicrosoft/Dell/PUCRS. No localtambém ficará a Agência de Ges-tão Tecnológica e de PropriedadeIntelectual (AGT), gestora do Tec-nopuc, além das empresas DB Ser-ver, Stefanini, Clarke, Modet, daFederação das Associações de Jo-vens Empresários do Rio Grandedo Sul e da Associação de JovensEmpresários de Porto Alegre.

Em maio, a PUCRS, por meioda AGT, assinou convênio com aLifemed, de São Paulo, que insta-lará no Parque Tecnológico parteda sua equipe de desenvolvimen-to. Em conjunto com a Universi-dade, a empresa fará protótiposde novos equipamentos médicostotalmente funcionais para testes,homologação e produção. Em ou-tra linha de pesquisa, serão de-senvolvidos softwares para supor-te a prontuários eletrônicos deacompanhamento de pacientes.

sição de filmes finos que possibilitamresistência ao desgaste abrasivo e cor-rosivo, principalmente para aplicaçãoem gatilhos e coronhas de armas es-portivas e de caça.

Câmara de teste: medida da irradiância espectral

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Pesquisa em Foco

Um campo muito ativo de pes-quisa envolvendo áreas comoFísica, Química, Biologia,Bioquímica e Ciências daComputação, o enovelamen-

to de proteínas globulares, foi o temada tese de doutorado da professora Ma-ria Eulália Tarragó. Ela estudou as leisque regem o processo que conduz umaproteína globular a encontrar sua estru-tura tridimensional bioativa. O traba-lho tratou de um dos principais compo-nentes dos organismos vivos, uma vezque as proteínas globulares são as bio-moléculas mais funcionalmente diver-sas que se conhece – elas podem atuarcomo hormônios, enzimas, transporta-dores de molécula e transcrissores deDNA, entre outras funções.

As pesquisas relacionadas com apredição das estruturas bioativas dasproteínas globulares dão, naturalmen-te, continuidade ao Projeto Genoma.Apesar de ser consenso de que a es-trutura bioativa de uma proteína glo-

Leis que regem as proteínas globulares

bular está definida pela sua seqüênciade aminoácidos, ainda não se sabecomo essa informação é processada.“Embora não se conheça todos os as-pectos importantes envolvidos no eno-velamento proteico, experimentos eaproximações teóricas têm produzidoavanços significativos no seu entendi-mento”, diz Maria Eulália.

A tese Potencial estéreo-hidrofóbico e

propriedades topológicas do estado nativode proteínas, defendida na USP de Ri-beirão Preto, apresenta um modelo emque a interação entre os aminoácidos émediada pelo meio. Ou seja, a intera-ção entre dois aminoácidos dependede como cada um deles interage com omeio. Além desse aspecto energético, opotencial adotado contempla o fatorgeométrico: apostou-se na hipótese deque as diferentes formas e tamanhosdos aminoácidos são determinantes noprocesso de enovelamento. Os resulta-dos obtidos de simulação computacio-nal, usando a técnica Monte Carlo,permitiram relacionar o comportamen-to cinético com os atributos topológicosdas estruturas nativas das cadeias tipo-proteínas, estando de acordo com evi-dências experimentais. Foram publica-dos na revista Physical Review de mar-ço. Maria Eulália pretende continuaresses estudos integrando o Grupo dePesquisa em Física Biológica, em for-mação, na Faculdade de Física.

MARIA EULÁLIA TARRAGÓProfessora da Faculdade de Física

Oprofessor e desembargadordo Tribunal de Justiça doEstado Araken de Assis pro-põe mudanças no Código deProcesso Civil. Acredita que

deve haver a intervenção urgente doPoder Legislativo para definir a pro-blemática da competência no julga-mento de processos requeridos pordiferentes credores a um mesmo de-vedor. Outra alteração sugerida refe-re-se ao procedimento para a distri-buição do dinheiro, apontando lacu-na na lei atual em relação à ordemde preferência dos pagamentos (pri-meiro vem o credor trabalhista, de-pois o fiscal). Defendeu a tese de dou-torado Concurso especial de credores noCódigo de Processos Civil na PUC-SP.

O trabalho analisa o tema, que é

Tese propõe mudançano concurso de credores

visto como de alta complexidade des-de o século 17. Avalia como o assun-to foi tratado no Brasil por Alfredo

Buzaid. Ele defendeu a tese Do con-curso de credores em 1952 e teve a opor-tunidade, como ministro da Justiça,de concretizar as idéias no anteproje-to do Código de Processo Civil, em1973. O professor da PUCRS argu-menta que 30 anos depois é necessá-rio readequar alguns itens. O dife-rencial da sua tese está em apresen-tar e discutir a natureza da relaçãoque se estabelece entre os credores.Projeta mudanças com a Lei das Fa-lências e aponta as reformas do Có-digo que ocorrem desde 1994 noCongresso Nacional. Como membroefetivo do Instituto Brasileiro de Di-reito Processual, o desembargador fazparte da comissão que vem apresen-tando propostas aos Poderes Legisla-tivo e Executivo.

ARAKEN DE ASSISProfessor da Faculdade

de Direito

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Pesquisa em Foco

Aprofessora Mara Lise Zaninisintetizou em laboratóriocompostos que mostraramatividade bactericida contrao Staphylococcus aureus. Rea-

lizou testes que apresentaram halos deinibição do crescimento das bactérias.Após novas avaliações podem ser apro-vados para a aplicação em escala in-dustrial. A tese de doutorado Síntese eanálise estrutural de novos ciclopaladatose síntese de N-heterociclos a partir de ci-clopaladatos e alenos foi realizada no La-boratório de Catálise Molecular do Ins-tituto de Química e defendida no Pro-grama de Pós-Graduação em Químicada UFRGS.

Os compostos do metal paládioapresentam vasta linha de aplicação

Sínteses mostram atividade bactericida

como catalisadores, tornando outrasreações mais rápidas, como nos polí-meros. Também atuam como precur-

sores em síntese orgânica, sendo capa-zes de gerar outra estrutura. Os ciclo-paladatos permitem a formação de no-vas estruturas cíclicas. No trabalho, osciclopaladatos com nitrogênio ligadoao paládio foram testados frente a di-ferentes alenos (estruturas com duasligações duplas condensadas), forman-do novos N-heterociclos de seis mem-bros. Esses apresentam semelhançasestruturais com os O-heterociclos (comoxigênio), como a glicose. Os N-hete-rociclos podem atuar como bacterici-das, pois as enzimas das bactérias quedegradam O-heterociclos às vezes nãodistinguem os dois, não executando adegradação necessária da glicose, queé sua fonte de energia, o que leva àfalência dos microorganismos.

MARA LISE ZANINIProfessora da Faculdade

de Química

Atese de doutorado da pro-fessora Ana Maria Steffenconstata um dualismo napercepção da comunidadecientífica das Relações Pú-

blicas (RRPP), no que se refere à teo-ria e à prática dessa ciência e ativida-de profissional no Brasil do século20. Isso é revelado pela análise doconceito de público, utilizado na áreado conhecimento. Segundo Ana Ma-ria, o critério geográfico para definirpúblico, que o diferencia em segmen-tos do tipo interno, externo e misto,associa-se à prática da atividade deRRPP como técnica de comunicação,não considerando a possibilidade deo público influenciar as decisões or-ganizacionais. Porém, a análise biblio-gráfica do conceito demonstra que acomunidade científica percebe, namaioria das vezes, esse elementocomo agente de influência sobre asações das organizações, cabendo à ati-vidade a administração das relaçõesde poder entre as organizações e seus

Globalização abre espaçopara a prática de RRPP

segmentos de público. O trabalhoModos de percepção em Relações Públicasfoi defendido no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Socialda PUCRS.

Esse dualismo entre o ser e o fa-zer da atividade no Brasil teve influ-ência do regime político do país, so-bretudo pela ditadura militar, vigen-te quando da construção de parte da

bibliografia. A construção da litera-tura brasileira de RRPP, guiada pelaconcepção teórica constante na ame-ricana, que a associava à gestão orga-nizacional política, não encontravarespaldo no dia-a-dia da profissão. “Apartir da década de 90, a situaçãosociopolítica brasileira, influenciadapela globalização, abre espaço para odesenvolvimento dessa ciência e ati-vidade profissional, coerente com ocritério de poder, que passa a orien-tar a definição do conceito de públi-co”, constata Ana Maria.

A autora recomenda a inclusão,na área, de alguns conceitos de pú-blico associados ao enfoque poder:os tipos definidos por Hirschmann,enfocando os segmentos voz, saída eneutro, baseados no comportamentodo público; a definição de Freemancomo stakeholder (agente de poder); ea de Simões, professor da PUCRS,que o classifica em grupos de deci-são, consulta, comportamento e opi-nião.

ANA MARIA ROIG STEFFENProfessora da Faculdadede Comunicação Social

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Novosmestres edoutoresAutora: Elizabeth RochadelTorresini – Faculdade de Filo-sofia e Ciências HumanasTese: Modernidade e exercícioda Medicina no romance Olhaios lírios do campo (1938), deErico VerissimoLocal de defesa: Programade Pós-Graduação em Históriada UFRGS

Autora: Jane Cruz Prates –Faculdade de Serviço SocialTese: Possibilidades de media-ção entre a teoria marxiana e otrabalho do assistente socialLocal de defesa: Programade Pós-Graduação em ServiçoSocial da PUCRS

Autora: Jocelyne da CunhaBocchese – Faculdade de LetrasTese: Professor ou multiplica-dor? Uma leitura possível dodiscurso institucional sobre oconhecimento desejável do pro-fessor de PortuguêsLocal de defesa: Programade Pós-Graduação em Educa-ção da PUCRS

Autora: Marilia Schmarczekda Silva – Faculdade de Psico-logiaTese: Manifestação de agres-sividade na infância relaciona-da ao contexto afetivo, cultu-ral e socioeconômicoLocal de defesa: Programade Pós-Graduação em Psicolo-gia da PUCRS

Autor: Josué Schostack – Fa-culdade de FarmáciaDissertação: Organizaçõesprofissionais: limites das atri-buições e responsabilidades en-tre farmacêuticos e médicos e oprocesso de atenção farmacêuti-ca necessário à sociedadeLocal de defesa: Programade Pós-Graduação em CiênciasSociais da PUCRS

Pesquisa em Foco

Aprofessora Maria Ysa-bel Bellini defende dis-cursos e práticas sobrea violência familiar querompam com o estereó-

tipo de que de um lado há sem-pre vítimas, em geral idosos,mulheres e crianças, e do outro,culpados, na maioria homens eadultos. Lembra que a situaçãoé uma construção social em queestão presentes questões econô-micas, culturais, de gênero e fai-xa etária. Verifica-se não apenaspor ataques físicos, ocorrendotambém a violência psicológicae simbólica, expressada em hu-milhações, acusações verbais eabandonos. As constatações fa-zem parte da tese de doutoradoArqueologia da violência familiar,defendida no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social daPUCRS.

Maria Ysabel aponta a cri-ança e o jovem como sujeitoscentrais da atualidade, sendo ex-postos a realidades para as quaisnão estão preparados. Lembra apornografia via internet, a ex-ploração do corpo infantil, a pre-cocidade da infância e a exposi-ção às drogas como formas so-fisticadas de violência. O aumen-to da criminalidade também afe-ta a educação dos filhos. A pro-fessora destaca as relações soci-ais que enfatizam a desconfian-ça, a competitividade e o uso dooutro para benefício próprio.Isso produz na sociedade um dis-curso e uma prática de que épreciso exterminar o outro ouexcluir os culpados. “A violênciafamiliar não pode ser enfrenta-

Violência familiarsem vítimase culpados

da desse modo.” A autora apon-ta a necessidade de rever as so-luções, como abrigo, proteção aalguns membros (mulheres e cri-anças) e punições. “Retirar umapessoa do ambiente representaoutra agressão”, completa.

A pesquisa se detém no pe-ríodo de 1999 a 2002. A autorafez análise de discurso de depoi-mentos de dez famílias atendi-das no Serviço de Assistência Ju-rídica Gratuita da Faculdade deDireito da PUCRS, no Departa-mento Médico Legal, na Dele-gacia para Mulheres, no Hospi-tal de Pronto Socorro e no Hos-pital de Clínicas. Também en-trevistou assistentes sociais, psi-cólogos e outros profissionaisdessas instituições e selecionoudados de programas de televi-são e reportagens de revistas ejornais. Maria Ysabel propõe quehaja a adoção de políticas soci-ais agregadoras, que privilegiemo grupo familiar (não somentecrianças, idosos e mulheres), dis-cussão do papel da mídia e tra-balho nas escolas.

MARIA YSABEL BELLINIProfessora da Faculdade

de Serviço Social

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Debates

enry Steiner, diretor do Pro-grama de Direitos Humanosda Faculdade de Direito daUniversidade de Harvard,acredita que a única forma

de acabar com a discriminação é revo-lucionar o pensamento. “Pratique asua fé, mas evite apenas um ponto devista”, aconselha. Diz que, antes dasleis, vem a conscientização. O avançotecnológico contribui, segundo ele,para expandir o conceito de direitoshumanos. “Diferentes vozes são ouvi-das.” Lembra o aumento do númerode organizações não-governamentaise instituições internacionais na área.Sobre a atuação dos EUA e da Ingla-terra no Iraque depois da guerra, afir-ma que as democracias não são exten-são dos princípios de outros países,mas o desenvolvimento lento e gradu-al de concepções de direitos. Destacaa necessidade de dar à população odireito de escolher o sistema.

Também diretor da Comissão deEstudos de Direitos Humanos da Uni-versidade de Harvard, Steiner estevena PUCRS proferindo conferência so-bre Mudança Cultural e Direitos Funda-mentais. O evento fez parte do Ciclode Altos Estudos promovido pelo Pro-grama de Pós-Graduação em Direito,com o apoio do Consulado dos Esta-dos Unidos, das Escolas Superioresda Magistratura (Federal e Estadual)e do Ministério Público (Federal e Es-tadual). Depois da conferência, Stei-ner concedeu entrevista à revistaPUCRS Informação.

Os anglo-americanos tentarãoestabelecer a democracia noIraque. É possível ou desejá-vel quando as concepções domundo islâmico diferem do oci-dental?

As intervenções na cultura orgâ-nica das comunidades tornam-se ex-tremamente perigosas. Há sempre orisco de serem usadas por líderes po-líticos ou pela elite para impor siste-

Conscientização vemantes das leis

Hmas. As democraci-as não são extensãodos princípios deoutras nações, mas odesenvolv imentolento e gradual deconcepções de direi-tos. Não discordodas críticas sobre aforma como a Guer-ra do Iraque come-çou. Porém, sabe-mos a dominaçãoexercida no país. Épreciso dar às pes-soas a chance de expressarem-se, or-ganizando-se em grupos e institui-ções. Quando se introduz a idéia dedireitos, parte daquela cultura talvezseja derrotada. Em casos como naÁfrica, isso é a oportunidade de res-tabelecer a dignidade. O maior pro-blema de direitos humanos hoje é po-breza e desumanização. Você podeeducar sobre direitos sociais e abrirpossibilidade de mudanças políticas,mas 50% da população de vários paí-ses são desperdiçados em termos deação produtiva e de contribuição.

Que mudança se impõe à ONUquando suas determinaçõesnão são seguidas pelas naçõesassociadas?

As Nações Unidas surgiram há58 anos. Muitas práticas se modifica-ram. A instituição se acomodou paraatender a situações econômicas e depoder. Deve haver mudanças na ope-ração do Conselho de Segurança, quepoderá tornar-se um centro. Não deveconservar qualquer forma de oposi-ção contra os EUA. Isso envolve aacomodação dos dois lados. Algumasdas objeções dos EUA sobre a ONUtêm sido bem fundamentadas sobredesperdício de fundos e administra-ção pouco eficiente.

O senhor é a favor do Tribu-nal Penal Internacional?

Penso que é algo útil, mas eu nãoexageraria a sua potencial importân-cia. Mais do que dar sentenças a quemofende os direitos humanos é precisopensar em maneiras de transformarpaíses para terem políticas e estrutu-ras mais abertas. Esse passo deve serdado. Acredito que os integrantesconcordam. Não podemos pensar queuma Corte salvará todos os proble-mas do mundo, especialmente os cul-turais.

O senhor concorda com a po-sição dos EUA em não fazerparte do Tribunal Penal Inter-nacional?

Se o país participasse, a interven-ção seria útil e humanitária. Todosdevem correr riscos. Mas não pensoque os medos são infundados. Gruporepresentativo de países tem profun-da aversão aos EUA e a qualquer po-der dominante. Os acusados devemter o direito de serem investigados nopróprio país. Se a nação em boa féconclui que não há base para a incri-minação, o Tribunal Penal Internacio-nal não pode agir. Acho impossíveldeduzir neste momento se poderáconsolidar-se, mas politicamente mui-tos países agirão contra os EUA porserem os EUA. Há uma série de cul-turas envolvidas sujeitas a proteçõesinternas. O Tribunal não pode servirpara atacar somente um país.

Steiner proferiu conferência na PUCRS

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Saúde

Correr, saltar, jogar e prati-car exercícios físicos fazemparte da rotina do grupode idosos e de portadoresde deficiências física, men-

tal e visual que freqüentam a Facul-dade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto, da PUCRS. Aulas gra-tuitas são ministradas por professo-res, voluntários e alunos no CentroEsportivo de Atividade Física Adap-

Portadores denecessidades especiaisultrapassam limites

pessoas da Fraternidade Cristã deDeficientes. O grupo de cadeirantesparticipa de campeonatos e apresen-tações realizados nas dependênciasda Faculdade e em outros locais.“Sinto orgulho de vestir a camisa daPUCRS”, diz o líder do grupo debasquete, Lauro Voguel, 42 anos.Além de conquistar a autoconfiança,Voguel ressalta que também recupe-rou a saúde. Antes de realizar espor-

te, sofria de crises de pneu-monia.

Com os 31 portadoresde deficiência mental, osalunos da graduação desen-volvem atividades recreati-vas e exercícios lúdicos deincentivo, motivação e confi-ança. Conforme os bolsistasvoluntários Rodrigo Pereirae Paula Leyser, o mais im-portante é sentir, durante asaulas, a participação e a mo-tivação dos alunos e dos

pais. “Naquele momento somos pro-fessores e nos é depositada confian-ça. Isso é gratificante para quem estáno 5º semestre”, diz Rodrigo. Os de-ficientes visuais jogam futsal. O tra-balho faz parte da disciplina de ativi-dade motora adaptada.

Com a estrutura do Parque Es-portivo, em construção, haverá ativi-dades nas piscinas, além de torneiosinternos com os portadores de neces-sidades especiais. No final de outu-bro, está prevista a realização de umcampeonato de basquete. A Faculda-de possui aparelhos adaptados e ca-deiras de rodas específicas para jogose atividades de atletismo.

Neste semestre, alunos daEducação Física que trabalhamcom atividade motora começarãoestágio prático na Psiquiatria doHospital São Lucas.

Câncer de mamaO mastologista Antonio Fras-

son, do Hospital São Lucas, reali-zou pela primeira vez no RioGrande do Sul o procedimento debiópsia do linfonodo sentinela emlesão não-palpável de mama. Ométodo, realizado com o auxíliode técnica de medicina nuclear,permite que, num único procedi-mento, um tumor mamário não-evidente no exame clínico, masdescoberto pela mamografia, pos-sa ser retirado com precisão. Aomesmo tempo, aplica-se uma novatécnica cirúrgica que permite ava-liar o comprometimento dos axi-lares examinando o primeiro lin-fonodo (denominado de sentinela)axilar.

Amigo da criançaA área Materno-Infantil do

Hospital São Lucas desenvolvetrabalho de incentivo e promoçãodo aleitamento materno. Em maioe junho foram ministrados doiscursos de capacitação sobre otema. O objetivo é conquistar, jun-to ao Ministério da Saúde, o títu-lo de Hospital Amigo da Crian-ça em 2003. O setor busca reco-nhecimento público de suas açõesem prol da amamentação e rea-firma seu compromisso com a saú-de da comunidade.

Jornada decardiologia

O Serviço de Cardiologia doHospital São Lucas promoveu, emjunho, a 6ª Jornada Internacionalde Cardiologia. Com o tema A Car-diologia em 2003: Hoje e Ama-nhã, o evento reuniu na PUCRSrenomados profissionais, do Bra-sil e exterior, que discutiram as úl-timas novidades sobre estudos clí-nicos da aterotrombose e aspectosdiagnósticos terapêuticos disponí-veis na área. A Jornada promoveuduas teleconferências: com MichelLincoff (EUA), sobre as estratégiasterapêuticas atuais nas síndromescoronárias agudas, e com JamesFerguson (EUA), abordando osavanços da reperfusão coronária.O evento contou como 5,53 pontospara revalidação do título de es-pecialista em Cardiologia.

As aulas são gratuitas

tada. “As atividades estimulam auto-estima, potencialidade e participa-ção dos deficientes, muitas vezes dis-criminados pela sociedade”, destacaa vice-diretora do curso de EducaçãoFísica, Jane Gonzalez.

No processo de estruturação docurso uma das preocupações foi in-cluir em todas as disciplinas orienta-ção sobre o trabalho com esse públi-co. Hoje cerca de 300 pessoas sãobeneficiadas dentro e fora da Insti-tuição. “Trabalhamos o ser humanocomo um todo, sem priorizar os quetêm qualidades físicas mais elabora-das”, explica.

Entre as atividades desenvolvi-das com 210 idosos, destacam-se asaulas de ginástica, alongamento, re-creação e dança. Os portadores dedeficiência física têm aulas de bas-quete e o time é formado por 12

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maram durante a vida60% menos cafeína doque aqueles que não têma doença.

No futuro, a equipepretende testar a cafeínacomo tratamento para do-ença de Alzheimer, já queé uma droga segura, bemtolerada e de baixo custo.“O tempo dirá se os da-dos em camundongos se-rão traduzidos para os hu-manos”, diz Diogo. O es-

tudo também aponta para o poten-cial uso de novos fármacos agindonos receptores A2A de adenosina demaneira semelhante à cafeína.

A cafeína pertence ao grupo decompostos das metilxantinas, em quese inclui também o chá. São substân-cias que, se tomadas em grandes

quantidades e com freqüência, esti-mulam o sistema nervoso, produzin-do certo estado de alerta de curtaduração. Em medicina, a cafeína temsido usada emergencialmente paraexcitar padrões deprimidos de respi-ração e até como terapêutica auxili-ar no tratamento de dores de cabe-ça. A substância é também encontra-da em outras bebidas, em menoresproporções, como os líqüidos con-tendo cacau, cola, chocolate, além dochá e de alguns remédios do tipoanalgésico ou contra gripes.

Saúde

Os apreciadores decafé, que acredi-tam não ter omais saudáveldos hábitos, po-

dem encontrar confortonuma pesquisa recente.Pesquisadores da PUCRS,em parceria com aUFRGS e a Universidadede Coimbra, trabalhandocom um modelo de Malde Alzheimer em camun-dongos, mostram que acafeína pode prevenir a degenera-ção dos neurônios que ocorre na do-ença. Publicado no periódico BritishJournal of Pharmacology, o estudoliga o efeito da cafeína como neuro-protetor aos neurônios expostos àproteína B-amilóide, que se depositano cérebro dos pacientes e atinge osneurônios responsáveis pelo apren-dizado e pela memória. Esta ação sedá pelo bloqueio que a cafeína exer-ce sobre os receptores A2A de umasubstância chamada adenosina.

Os receptores A2A de adenosinasão encontrados em áreas distintasdo cérebro, inclusive nos neurôniosque se degeneram na doença deAlzheimer e aumentam com o avan-ço da idade. “A adenosina é umamolécula importante para a neuro-transmissão no cérebro. A moléculaajuda a manter o equilíbrio da ener-gia utilizada e a atividade elétrica

Cafeína pode ajudar notratamento do Alzheimer

cerebral”, diz Diogo Lara, psiquia-tra e professor das faculdades de Bio-ciências e Medicina da PUCRS e co-ordenador da pesquisa.

Na primeira etapa, os pesquisa-dores injetaram cafeína em camun-dongos (em níveis que seriam iguaisa cerca de uma ou duas xícaras decafé para os humanos) e observaram,no período de duas semanas, que osanimais não apresentaram déficitcognitivo induzido pela ingestão daproteína.

O motivo para essa associaçãonão é conhecido e os resultados nãosignificam, ainda, que tomar cafétem um efeito protetor contra a do-ença, – embora um outro estudo te-nha mostrado que há uma tendên-cia de risco progressivamente maisbaixo, relacionado ao número de xí-caras de café ingeridas por dia. Emmédia, pessoas com Alzheimer to-

Alimentos e bebidas com cafeína

Café passado ou expresso 150ml (xícara) Em torno de 80-100mgCafé instantâneo 150ml Em torno de 60-80mgChá preto 150ml Em torno de 30mgChimarrão 500ml (½ térmica) Em torno de 80-100mgBarra de chocolate 28 gramas 25-30mgRefrigerantes cola 355ml (lata) Em torno de 40mg

Tipo Referência Quantidade de cafeína

À esq., um cérebro normal e àdir., o órgão afetado pela doença

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Ciência

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OLaboratório deMicrogravidadedo Instituto dePesquisas Cien-tíficas e Tecno-

lógicas (IPCT), numacooperação com a Agên-cia Espacial Alemã, estáconstruindo na Universi-dade uma caixa de pres-são negativa que avaliaaspectos fisiológicos deum astronauta em seu re-torno do espaço à Terra.São analisados, principal-mente, os aspectos cardiopulmonares.

O estudo consiste em colocar osmembros inferiores e o abdômen dapessoa dentro de uma caixa de pres-são negativa, a Lower Body NegativePressure (LBNP), deixando o tórax e osmembros superiores livres. Eles sãosubmetidos a níveis de pressão negati-va variáveis durante os testes, que ge-ram o deslocamento do sangue e dosfluidos corporais para a porção infe-rior do corpo, simulando a ação daforça gravitacional. Os pesquisadoresavaliam os aspectos relativos ao fun-

Equipamento avaliaorganismo de astronautas

m coletor de sangue ar-terial do lóbulo da ore-lha foi desenvolvidopelo Laboratório de Mi-crogravidade/IPCT. A fi-

nalidade do aparelho é avaliar as-pectos fisiológicos e clínicos doastronauta, por meio da coleta desangue arterializado, em substitui-ção ao sangue arterial, sem conta-minar o ambiente espacial. O primei-ro protótipo, construído em 2000, pe-sava 583 gramas. Depois de adapta-ções, a terceira versão foi finalizada,pesando apenas 85 gramas.

No espaço não existe nenhummeio de acesso ao sangue arterial doastronauta. “É um trabalho pioneiro

e de fundamental importância para arealização de exames em condições demicrogravidade”, observa a professo-ra Thais Russomano, coordenadorado Laboratório de Microgravidade. Oequipamento é um cilindro divididoem dois dispositivos: de vedação e co-leta. O primeiro tem a forma de um

fone de ouvido e é responsávelpor evitar a contaminação do am-biente com o sangue retirado. Osegundo é introduzido no de ve-dação e onde estão os módulos decorte, coleta e oclusão do corte.

O projeto foi desenvolvidoem parceria com o King’s Colle-ge London, da Inglaterra. No mêsde julho, a equipe da PUCRS vai

à Inglaterra para testar, numa simu-lação de microgravidade, a viabilida-de da retirada de sangue, por meio docoletor, em vôos parabólicos. Se hou-ver a validação da eficiência do apa-relho, o projeto será apresentado àAgência Espacial Européia, podendoser implantado em vôos espaciais.

Coletor de sangue será útil no espaço

U

Projeto conjunto: PUCRS e Agência Espacial Alemã

cionamento dos pulmões e do coraçãodurante as sessões de teste da LBNP.

O projeto está em fase de cons-trução da caixa. O equipamento serásimilar aos disponíveis no Institutode Medicina Aeroespacial da Alema-nha e na Estação Espacial Internacio-nal. O primeiro teste, na PUCRS, seráentre os meses de outubro e novem-bro e contará com a participação depesquisadores da Agência EspacialAlemã. O intercâmbio busca novos co-nhecimentos, comparação de resulta-dos, estabelecimento de estudos rela-

cionados à medicina eà fisiologia humana,além de motivar a coo-peração entre as insti-tuições envolvidas.

Thais Russomano,coordenadora do Labo-ratório de Microgravi-dade, destaca que oprojeto, desenvolvidoem conjunto com cen-tros de excelência naárea, confere aindamais credibilidade aotrabalho. Ainda fazem

parte da equipe o professor Dario deAzevedo, o auxiliar de pesquisa Feli-pe Falcão e os estagiários LeonardoPiccoli e Gustavo Dalmarco. Os pes-quisadores da Agência Espacial Ale-mã Luis Beck e Guido Petrat recente-mente estiveram na PUCRS, finan-ciados pela Faculdade de Engenhariada Universidade, para os primeirostestes da LBNP.

Informações sobre o Laborató-rio de Microgravidade podem serobtidas pelo site www.ipct.pucrs.br/microg.

Aparelho pesa 85 gramas

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Ciência

primeira lista completa e co-mentada sobre os peixes deágua doce das Américas doSul e Central promete ser umguia para os pesquisadores.

Editada pela Edipucrs, a obra CheckList of the Freshwater Fishes of South andCentral America traz os dados de 4.475espécies, o que representa todas as ca-talogadas até dezembro de 2002. A or-ganização do material é de responsa-bilidade do professor da PUCRS Ro-berto Reis, especialista em sistemáticade peixes de água doce, e dos pesqui-sadores Sven Kullander (Suécia) e CarlFerraris Jr (EUA). Segundo Reis, umdos objetivos do estudo é conhecer abiodiversidade da região para preser-vá-la e usá-la racionalmente. “Só sepode preservar o que se conhece”, diz.

Cada capítulo refere-se a uma fa-mília ou subfamília de peixes, que, porsua vez, traz comentários e informa-ções sobre as espécies, como nomen-clatura, localidade-tipo, sinônimos, ta-manho máximo, distribuição e nomescomuns, além das referências biblio-gráficas de cada família. A pesquisa

teve o apoio do pro-jeto FishBase e foi pa-trocinada pelo WorldFish Center, pela Co-munidade Européia epelas instituições aque os organizadoresestão vinculados. Otrabalho começou em1999 e envolveu 64especialistas das Amé-ricas do Sul e do Nor-te e da Europa, cadaum responsável poruma família. O traba-lho dos autores come-çou com a base de da-dos dos peixes domundo do pesquisador William Esch-meyer. Uma lista gerada a partir dessabase foi corrigida, acrescida e melho-rada. No futuro, a lista deverá ser dis-ponibilizada na internet, onde poderáser atualizada.

Alguns dos peixes listados já es-tão provavelmente extintos e outros fo-ram descobertos nos séculos passados.Estima-se que outras 1.550 espécies de

Livro mostra a biodiversidadede peixes das Américas

A

peixes deverão ser descobertas na re-gião neotropical. O Brasil foi o paísque mais colaborou com o estudo, se-guido pelos EUA.

ANGELA VENCATO — [email protected]

Espéciesorubim,

ameaçada noRS, é citada

na obra

Estudo identifica fauna da Amazônia

Abiodiversidade de organis-mos aquáticos existentes naReserva Nacional de Pacaya-Samiria, localizada na Ama-zônia peruana, é o objeto de

estudo do Projeto Ucamara. Financia-do pela National Science Foundatione coordenado pelo pesquisador JamesAlbert, o trabalho envolve 12 profis-sionais de diversos países, entre elesos professores Roberto Reis, do Labo-ratório de Ictiologia da PUCRS, e abióloga Cecília Volkmer Ribeiro. Coma pesquisa será montada uma coleçãodas espécies da região, que serão com-paradas às encontradas no único estu-do semelhante feito até o momentona Amazônia, na Reserva de Mami-rauá (Tefé – Amazonas), pelo pesqui-sador William Crampton. A compara-ção visa testar a hipótese de que todas

as várzeas da Amazônia são ricas nadiversidade de peixes.

O projeto é desenvolvido nosrios da reserva, entre eles o Ucayalie o Marañon, que dão nome ao es-tudo e juntam-se formando o rioAmazonas. As coletas de materialsão feitas duas vezes por ano na ve-getação flutuante, em áreas alaga-das e nos lagos e rios. Para capturaras amostras, a equipe passa 20 diasnuma embarcação percorrendo a re-serva. Pacaya-Samiria abrange 1 mi-lhão de hectares e foi escolhida porestar bem preservada.

A pesquisa também visa formartécnicos no Peru para continuarem oestudo da biodiversidade. Foram esco-lhidos 12 alunos da Universidad Na-cional de la Amazonía Peruana paraacompanhar o projeto. “Vários traba-

lhos científicos serão feitos a partir des-se levantamento”, destaca Reis. Ele in-tegra a equipe responsável pelos pei-xes, que já coletou cerca de 200 espé-cies. Dessas, quatro são novas. Serãoanalisados ainda esponjas, platelmin-tos, moluscos, anelídeos e crustáceos.A pesquisa começou em 2002 e vai atéo final de 2005.

Coleta na Amazônia peruana

Fotos: Divulgação

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Ambiente

H

PUCRS engajada nadefesa da Mata Atlântica

20

biosfera, somada ao estado de de-gradação atual, tornam prioritáriasações integradas ao desenvolvimen-to científico-tecnológico. “Procura-mos estabelecer prioridades de açõese parcerias efetivas, especialmenteem relação ao engajamento das pró-prias instituições integrantes do Co-mitê”, explica Mello.

Entre as áreas de proteção estáo Centro de Pesquisas e Conserva-ção da Natureza Pró-Mata, localiza-do em São Francisco de Paula, naSerra gaúcha. Mello explica que oconceito de Reserva da Biosfera estárelacionado a um modelo de gestãointegrada, adotada internacional-mente para conservação dos recur-sos naturais e melhoria daqualidade de vida da popu-lação.

Durante as reuniões doComitê, que contam com apresença do diretor do Ins-tituto do Meio Ambiente,Jorge Willvock, são discuti-

dos pontos polêmicos, como o usodas florestas, do solo, da água e afalta de políticas efetivas de incen-tivo ao uso sustentável do ecossiste-ma. Vários setores da sociedade es-tão envolvidos: a agricultura, a pe-cuária, a mineração e projetos imo-biliários.

Com o objetivo de evitar novosconflitos e encontrar alternativas deuso menos impactantes ao ambientenatural, a PUCRS também desenvol-ve cursos de gestão ambiental. Emsua oitava edição, o Instituto do MeioAmbiente forma especialistas capazesde apoiar as empresas em sua ade-quação às exigências e princípios dodesenvolvimento sustentável.

Entre em contatoComitê Estadual da Reserva daBiosfera da Mata Atlântica.Informações: (51) 3212-4227 [email protected]

á cerca de doisanos, a PUCRSintegra, pormeio do Institu-to do Meio Am-

biente (IMA), o ComitêEstadual que trata daMata Atlântica Brasileira.Uma das atribuições doComitê, que reúne 18 organizaçõesgovernamentais e não-governamen-tais, é administrar a Reserva da Bios-fera da Mata Atlântica – modelo degestão integrada, adotado interna-cionalmente, para a conservação dosrecursos naturais e melhoria da qua-lidade de vida das populações. Den-tre os objetivos estão a conservaçãoda biodiversidade, o desenvolvimen-to sustentável e a geração e difusãodos conhecimentos científicos. Oconceito de reservas da biosfera eseus ecossistemas associados no Es-tado são reconhecidos pela Unesco,desde 1994, como referência inter-nacional.

A Mata Atlântica é o bioma (con-junto de comunidades) mais amea-çado do Brasil, envolvendo espéciesraras da fauna e flora e de distribui-ção geográfica restrita. No Estado, aReserva da Mata Atlântica abrangecerca de 17% do território e, no Bra-sil, atinge por volta de 11% da áreaterritorial. Fazem parte desse domí-nio a mata com araucária, as flores-tas estacionais do noroeste e centrodo Rio Grande do Sul, além do ecos-sistema associado, como campos dealtitude, banhados, restingas e en-craves florestais.

De acordo com o membro doComitê e coordenador administrati-vo do Centro de Pesquisas e Conser-vação da Natureza Pró-Mata daPUCRS, Ricardo Mello, a extensabiodiversidade na área da reserva da

Flora, fauna e pesquisadores em ação

Fotos: Glauco Schüssler

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Universidade Aberta

m maio e junho, 20 idososque integram o ProjetoContinuIdade, da Universi-dade da TotalIdade, promo-vida pela Pró-Reitoria de As-

suntos Comunitários, participaram deoficinas de inclusão digital associadasao projeto interdisciplinar O desenvol-vimento de qualidades inteligentes e suainfluência sobre a memória de idosos pormeio de recursos informatizados: o favore-cimento da identidade contemporânea e avalorização social. Eles foram submeti-dos a testes e entrevistas para avalia-ção da memória e da inteligência en-tre abril e início de maio. Os idosossão auxiliados por alunos de Pedago-gia Multimeios e Informática Educati-va e Comunicação. O projeto é finan-ciado pela Fapergs.

A integração entre idosos, alunosde Ensino Médio e de cursos de pós-graduação também ocorre nos encon-tros IntegralIdade, parte da Universi-dade da TotalIdade. O objetivo é ofere-cer espaço de discussão de dimensõesessenciais humanas, como espirituali-dade, corpo, afeto e cultura. Antes departiciparem, oito alunos da 3ª sériedo Ensino Médio do Colégio Assunçãointegraram projeto sobre as suas per-cepções a respeito do envelhecimento.Chegaram à conclusão de que a con-cepção dos colegas que não aceitaramparticipar se centra nas modificaçõesbiológicas do envelhecimento.

Luiza da Silveira, 17 anos, DieliVenegas, 16, e Mariana Barros, 17, es-

tão entusiasmadas coma experiência. Dizemque passaram a ter cons-ciência do envelheci-mento e começam a vê-lo de uma forma menosestereotipada. “Fiqueiespantada de notar queeles também falam nofuturo”, comenta Dieli.Mariana, da mesma for-ma, surpreendeu-se poracreditarem mais namelhora da situação domundo do que os jo-vens. Levam como liçãoa necessidade do respei-to entre as gerações e apossibilidade de trocade idéias, de ensinar eaprender.

A funcionária pú-blica aposentada há 19anos Vanda Borges, 67,participa dos dois pro-jetos. Comenta que ape-nas ligava e desligava ocomputador em casa. Aprendeu a ma-nipular a máquina, contando com aatenção e a paciência dos instrutores.Isso até servirá para que Vanda se mo-tive a fazer cirurgia de catarata. Tam-bém acredita que os exercícios estimu-lam a ampliação da sua memória. Notaa mudança nas atividades diárias. An-tes lia o número de telefone e esque-cia quando ia discar. “Busco qualida-de de vida, não me conformo em ficar

ContinuIdade promoveintegração de gerações

E

• Reconhecimento da novidade• Escolhas inteligentes• Leituras de tendências ambientais (perspectiva de futuro)• Reconsideração às próprias idéias (capacidade de mudar)* Concepção baseada no pensador francês Edgar Morin

na frente da televisão”, diz. MarlyButtner, 66 anos, professora aposenta-da há 13, destaca a integração com osjovens. “Isso nos estimula à atualiza-ção para podermos conversar comeles”, afirma.

Participam dos projetos represen-tantes e alunos dos Programas de Pós-Graduação em Gerontologia Bio-médica e em Educação e da Faculda-de de Biociências. “Nessa iniciativa,idosos e jovens são vistos como pos-suidores de potencial para produçãode conhecimento e não como merosconsumidores, participando comopesquisadores e pesquisados”, afirmaa coordenadora-geral do projeto, pro-fessora Valdemarina de Azevedo eSouza. A coordenação das atividadesde inclusão digital é da professoraHelena Sporleder Cortes.

Estímulo ao desenvolvimentode qualidades inteligentes*

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Oficinas de inclusão digital de idosos

Relaxamento antes das aulas

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Educação Aplicada

Universidadecapacitacolaboradores

APUCRS está capacitandodocentes, funcionários egestores visando a integrara Universidade às inovaçõesdo mercado, da sociedade

e do ensino. O Programa de Estu-dos sobre Aprendizagem e Ação Do-cente no Ensino Superior preparamais de 150 professores para oacompanhamento das DiretrizesCurriculares homologadas pelo Mi-nistério da Educação e seguidas porvárias faculdades. Proporciona refle-xão sobre a ação e oferece subsídiospara a prática pedagógica. Os mó-dulos de capacitação para funcioná-rios tiveram este ano, até junho, 870participantes. Os programas têm en-foque técnico e comportamental.Também houve em maio um cursodirigido a gestores com o objetivode melhor capacitá-los na busca deaperfeiçoamentos institucionais e se-toriais. As iniciativas integram o Pla-no Estratégico da Universidade.

O Programa voltado aos profes-sores é coordenado pelo Setor Didá-tico-Pedagógico (Sedipe) da Pró-Rei-toria de Ensino de Graduação. Osmódulos tratam da dinâmica da salade aula, avaliação da aprendizagem edo ensino, recursos tecnológicos na

ação docente, linguagem, cognição eaprendizagem, relacionamento inter-pessoal e aprendizagem e a pesquisana sala de aula. A primeira ediçãodeste ano começou em maio. Os mi-nistrantes partem das experiênciasdos docentes, trabalham os conceitose propõem a elaboração de projetosque possam ser aplicados em sala deaula. “Quando o professor reflete so-bre a sua prática e toma consciênciado que faz pode deixar de apenas re-peti-la”, afirma o coordenador doSedipe, Maurivan Ramos.

O módulo Recursos tecnológicos naação docente, por exemplo, está emba-sado no uso do computador e naaplicação de e-mail, chat e grupo dediscussão para atividades extraclasse.O Sedipe pretende realizar outrasedições ainda em 2003. Os interessa-dos devem pré-inscrever-se na secre-taria da faculdade ou do instituto.

A capacitação de funcionários éda responsabilidade da Pró-Reitoriade Administração, por intermédio daGerência de Recursos Humanos. Osprogramas abrangem conteúdoscomportamentais (motivação, lide-rança e atendimento, entre outros)e operacionais, como redação técni-

ca e microinformática. “Além dosconteúdos específicos, trabalha-sepermanentemente a valorização daspessoas”, afirma o gerente deRecursos Humanos, Luiz AnselmoColling. Os trabalhos terão continui-dade no segundo semestre.

Outra ação realizada pela Pró-Reitoria de Administração, tambémprevista no Plano Estratégico, com oobjetivo de capacitar os gestores daUniversidade, foi o curso de Gestão daUnidade Acadêmica, ministrado pelosprofessores Roberto Leal Lobo e SilvaFilho, ex-reitor da USP, e Maria Bea-triz Melo Lobo, ex-vice-reitora daUniversidade de Mogi das Cruzes.Participaram o Reitor Norberto Rau-ch, o Vice-Reitor Joaquim Clotet, osPró-Reitores, diretores de unidadesuniversitárias e gestores das áreas aca-dêmica e administrativa. Foram abor-dadas questões que permeiam a vidaacadêmica, revisados conceitos tradi-cionais, apresentados modelos e fer-ramentas de gestão e estudados casesenvolvendo problemas administrati-vos de instituições de ensino superior.Para o segundo semestre, está progra-mada outra edição do curso, destina-da a novo grupo de gestores.Gestores participantes do curso

Funcionários (acima) e professores nos programas

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Educação Aplicada

Programa Especial deTreinamento cresce

ASecretaria de Ensino Supe-rior (SESu) do Ministério daEducação expandirá o Pro-grama Especial de Treina-mento (PET), lançando edi-

tal para a habilitação de pelo menos100 novos grupos até setembro. Hátambém a perspectiva de recuperar onúmero de 12 bolsas para cada grupoexistente. A informação foi dada porWaldemiro Gremki, do Departamentode Projetos Especiais de Modernizaçãoe Qualificação do Ensino Superior daSESu, no Sulpet, encontro realizadoem abril. Na PUCRS, o Programa exis-te nas Faculdades de Biociências, In-formática, Letras e Psicologia desde1991. Alunos que passaram pela expe-riência destacam-se na pesquisa e nomercado de trabalho. O PET é valori-zado na Avaliação das Condições deEnsino feita pelo MEC.

O Programa propicia aos alu-nos, sob a orientação de um profes-sor tutor, condições para realizar ati-vidades extracurriculares, que aten-dam às necessidades do próprio cur-so de graduação e aprofundem con-

escolar, na avaliação de professores,em provas escritas, entrevistas e di-nâmicas de grupo, de acordo comas regras de cada grupo. O petianonão pode ter reprovação no currícu-lo nem antes nem depois de entrarno Programa. Deve dominar umalíngua estrangeira ou, no caso daLetras, estudar outro idioma.

O PET Letras desenvolve ativi-dades para aprofundar o conhecimen-to da linguagem, priorizando a pes-quisa. Outra atividade são as aulasde reforço em inglês e português, ofe-recidas também para estudantes quenão estão no PET. Desde a criação, atutora é a professora Maria Tasca.

Um dos exemplos da integra-ção entre os PET foi o apoio dogrupo da Informática ao da Letrasna realização de programa executá-vel para ilustrar um trabalho desala de aula. A professora da turmapassou a usar a animação como ma-terial didático. Os bolsistas da In-formática vinculam-se a um projetode pesquisa. “O PET nos abre asportas para o pós-graduação”, cons-tata Gláucio Almeida, no 3º semes-tre de Engenharia de Computação.Promovem discussões sobre temasatuais e polêmicos e têm bibliotecadiversificada. A tutora é a professo-ra Lucia Giraffa.

Na Psicologia, os bolsistas reali-zam pesquisas individuais ou em gru-po, sob a tutoria da professora Neuza

Guareschi. Entre os temas de pesqui-sa estão reality shows, efeitos terapêuti-cos do Movimento de Alfabetização deAdultos no Instituto Psiquiátrico Fo-rense e papel do psicólogo no presí-dio. Como atividade de extensão, or-ganizaram espaço para discussões nacreche do Presídio Feminino MadrePelletier, onde ficam mães com filhosde até seis anos. Um dos projetos en-volve a integração com os calouros. Ogrupo PET questiona sobre as expec-tativas em relação ao curso. Quandoapresenta os resultados, mostra aos co-legas as possibilidades da área.

Os integrantes do PET Biolo-gia realizam pesquisas nas áreas deMastozoologia, Ecologia, Genética eBiologia Molecular, Herpetologia,Biotecnologia Animal Aplicada eBiotecnologia Vegetal, entre outras.O tutor é o professor Luiz Glockdesde 1991. Também promovem osseminários Quinta Ciência, com opós-graduação e o Centro de Estu-dos Acadêmicos de Biologia. Bol-sistas divulgam resultados dos seusprojetos ou convidam palestrantes.Em 2002, o PET realizou trabalhode educação ambiental em escolaspúblicas. Desenvolveu temas comoanimais peçonhentos, plantas tóxi-cas e racionamento de água e ener-gia elétrica. Outra atividade são assaídas de campo, como a ida aoParque de Proteção Ambiental daCopesul, em Triunfo.

Biologia visitou Parque da Copesul

Alunos da Letras trabalham com a linguagem

Foto: Luciana Azevedo

teúdos programáticos. Com as revi-sões curriculares, a carga horária de-dicada ao PET (20 horas semanais)poderá integrar o histórico escolarcomo atividade complementar. O Se-tor Didático-Pedagógico, da Pró-Rei-toria de Ensino de Graduação, faz aintermediação entre os tutores daPUCRS e a SESu. A seleção dos par-ticipantes baseia-se no rendimento

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Entrevista

ROBERTO AMARAL

Governo conta com aproximO ministro da Ciência e Tec-

nologia, Roberto Amaral, anun-cia que o governo pretende, até ofinal do mandato, elevar os in-vestimentos na área de 1% para2% do Produto Interno Bruto.Afirma que a iniciativa privadadeve destinar mais recursospara pesquisa, comparando osíndices de investimento do setorno Brasil (15%), nos EUA(90%), na Alemanha, na Françae no Japão (85%). Amaral consi-dera decisiva a aproximação en-tre as empresas e as universida-des para levar inovação à pro-dução e diminuir a dependênciade importação. Esse será um dosobjetivos do Ministério ao cola-borar com o Núcleo Tecnológicode Energia Solar do Centro dePesquisa e Desenvolvimento emFísica da PUCRS, situado noTecnopuc, especialmente na fa-bricação de células fotovoltai-cas. O ministro conheceu o Par-que Tecnológico na inauguraçãodo Centro da Física, em maio.

Manteve ainda na PUCRSreunião com bolsistas de mes-trado e doutorado do CNPq,quando anunciou a retomadado pagamento das taxas acadê-micas, paralisadas desde marçode 2002. Também veio ao RioGrande do Sul para participardo Fórum Nacional de Secretá-rios para Assuntos de Ciência eTecnologia. No evento anuncioua liberação de R$ 1,8 milhãopara o Centro de Excelência emTecnologia Microeletrônica(Ceitec), que deverá ter os pri-meiros produtos em 2005. O Mi-nistério pretende ampliar a for-mação anual de seis mil paradez mil doutores no país. Ama-

ANA PAULA ACAUAN — [email protected]

ral lembra que são necessáriosentre 14 e 15 anos para formarum doutor com custos altíssimos.“Não há mercado de trabalhopara absorver essa mão-de-obrae eles retornam às universidadesonde continuam recebendo bol-sas como pós-doutores”, consta-ta. Promete criar uma frentenova para absorção desses pro-fissionais. Em maio, os ministrosda Ciência e Tecnologia e daEducação, Cristovam Buarque,assinaram portaria criando aComissão Interministerial parao Desenvolvimento da Pós-Gra-duação e da Ciência e Tecnolo-gia. O grupo reavaliará o siste-ma de pós-graduação do país epreparará o 4º Plano Nacionalde Pós-Graduação. Criada apartir de entendimento prévioentre a Capes e o CNPq, a comis-são está encarregada pela defini-ção da política para o setor epela avaliação das áreasprioritárias para a conces-são de bolsas, valores equantidades.

Amaral tem 62 anos,é cientista político, advo-gado, jornalista, escritor eprofessor universitário. Au-tor de publicações nas áreasde Ciência Política, Direito eComunicação, também publicouo romance Não há noite tão lon-ga e dois livros de contos:Limites e Viagem.Nascido emFo r t a l e z a ,m u d o u - s epara o Riode Janeiroem 1965.E n t r e1961 e

1962, foi vice-presidente daUnião Nacional dos Estudan-tes. Militou nas organizações deesquerda do PCB e PCBR du-rante o regime militar. Em1985, foi um dos principaisreorganizadores do Partido So-cialista Brasileiro, do qual évice-presidente. Em 1982, fun-dou o Centro Brasileiro de Es-tudos Latino-Americanos, comAntônio Houaiss, Darcy Ribei-ro, Regina Gualda, Herbert deSouza e Jorge Werthein, entreoutros. Integra a Ordem dos Ad-vogados do Brasil (seção do Riode Janeiro), o Instituto dos Ad-vogados do Brasil, a Internatio-nal Sociological Association, aInternational Political ScienceAssociation e a InternationalAssociation of Judicial Metho-

dology.

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mação empresa-universidadePUCRS busca, com oParque Tecnológico, seruma das propulsoras dodesenvolvimento de no-vas tecnologias no Esta-

do e no país. O governo federalpretende incentivar iniciativascomo essa?

Nós estamos incentivando. Nesseparque existem recursos da Financia-dora de Estudos e Projetos. Pretende-mos ampliar essa participação porquea PUCRS exerce um papel extraordi-nário no desenvolvimento científico etecnológico, tanto em âmbito nacionalcomo no Rio Grande do Sul.

A Universidade reivindicatransformar o Núcleo Tecnoló-gico de Energia Solar em cen-tro de excelência nacional. Quala viabilidade de concretizaçãoda idéia?

Pretendemos colaborar, agora maisefetivamente, no projeto do centropara fabricação de células fotovoltai-cas, com a tecnologia própria desen-volvida pela PUCRS. Isso propiciará aindustrialização de equipamentos hojeem grande parte importados. Tambémviabilizará a popularização da energiaeólica baixando custos. Além disso, aPUCRS participa conosco do Ceitec.

Até que ponto a aproximaçãode empresas e universidadescontribuirá para situar melhoro Brasil em termos de ciência etecnologia?

Essa aproximação é decisiva parao país, os setores produtivos e

a universidade brasi-leira. O poder

público

Ade recursos, incentivos às empresasnacionais de base tecnológica e estí-mulo à inovação. Isso quer dizer quenecessitaremos de bons projetos e ino-vadores.

Por que houve mudança no pa-gamento das bolsas do CNPq?

O governo passado havia deixadode pagar as taxas dos alunos de pós-graduação. Estamos retornando ao pa-gamento, como também restabelece-mos a taxa de bancada para os pesqui-sadores. Também estudamos, juntocom a Capes, o aumento do valor dasbolsas, congelado há quase oito anos.

Qual a perspectiva de aumen-tar o número de bolsas financia-das pelo governo?

O aumento no número de bolsasnão é apenas uma perspectiva, masalgo concreto. Haverá ampliação de9%, o que significa a concessão de mais4.328 bolsas para programas existen-tes e 10.250 distribuídas em novas mo-dalidades. Esse aumento representaráo investimento mensal de R$ 3,6 mi-lhões, garantido no orçamento de2003. O incremento no número de bol-sas atende à proposta do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva de ampliar aformação de cientistas e pesquisado-res. O governo considera a ciência e atecnologia estratégicas para o desen-volvimento e, até o final do mandato,temos o compromisso de elevar os in-vestimentos dos atuais 1% para 2% doPIB. Atualmente o Brasil forma cercade 6 mil doutores por ano. Até o finaldo mandato queremos aumentar essenúmero para 10 mil.

O que isso representará para odesenvolvimento?

Hoje, desenvolvimento econômi-co e social se faz com conhecimento.Temos que recuperar o tempo perdi-do e desenvolver a ciência e a tecnolo-gia para construir um país soberano ecombater a fome e a miséria.

está esgotando sua capacidade de in-vestimento e, na universidade, a dis-tância entre o desenvolvimento cientí-fico e a sua aplicação tecnológica aindaé muito grande. É preciso diminuir essadistância. Aplicar inovação à produçãodepende da aliança entre universidadee empresa privada, que precisa investirmais recursos em criação e aplicaçãode tecnologia para agregar valor aosprodutos. Criaremos uma frente novapara absorção dos doutores que a uni-versidade está formando.

Como está o Brasil na questãodo avanço tecnológico e científi-co?

São dois temas distintos. Avança-mos nos últimos 20 anos satisfatoria-mente no plano científico. Isso se refle-te, por exemplo, no número de publi-cações de nossos pesquisadores em re-vistas científicas internacionais concei-tuadas. No entanto, estamos bastanteatrasados na aplicação tecnológica, quetambém fica evidente no número insig-nificante de patentes brasileiras. Temosde avançar nessa aproximação entre asuniversidades e as empresas, entre dou-tores, cientistas e empresários. Um doscentros da política do MCT é agregarvalor aos produtos, o que vai exatamen-te nesse sentido, de buscar a contribui-ção da universidade para que se possaagregar valor aos itens da atual pautade exportação e da agroindústria à pro-dução industrial. Com isso poderemostambém reduzir a dependência de in-sumos, bens, serviços e equipamentosque importamos.

Quais deverão ser as diretrizesdos fundos setoriais após a re-definição? Especialmente os deinformática, energia, telecomu-nicações e saúde, os mais utili-zados pela PUCRS?

Ainda dependo do relatório dogrupo de trabalho que estuda o assun-to. Mas existem questões consensuais,como mais transparência na concessão

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Tecnologia

Mecânica monta Centro Tecnológicomicos e de geração de energia elétri-ca usando as energias solar e eólica.

Entre os projetos de sucesso rea-lizados pelo grupo estão os desenvol-vimentos de uma adega e de sistemade controle. Havia apenas equipa-mentos importados e com alto custo.A empresa buscava a comercializaçãode um produto diferenciado e acessí-vel. Outra atuação se dá com o Labe-lo na avaliação de equipamentos derefrigeração e ar condicionado paraconferir selo de eficiência energéticaInmetro. Os testes para homologa-ção do calorímetro começaram emjunho.

AFaculdade de Engenharia,por meio do Departamentode Engenharia Mecânica eMecatrônica, inaugurará nofinal de agosto o Centro Tec-

nológico em Ciências Térmicas eEnergias Renováveis. Três novos labo-ratórios, que ocuparão cerca de 600metros quadrados no prédio 30, es-tão sendo preparados para incorpo-rarem-se à estrutura disponível ao De-partamento. O projeto foi lançado emjunho no Encontro Tecnológico deRefrigeração e Ar Condicionado, rea-lizado pela RPA Editorial, em parce-ria com a Associação Sul-Brasileira de

Refrigeração, Ar Condicionado, Ven-tilação e Aquecimento e a Faculdadede Engenharia, coordenado pelo pro-fessor Paulo Renato Perez dos Santos.

A adequação de mais espaço parao Departamento é resultado da am-pliação de parcerias com empresas. Onúmero de bolsistas de iniciação cien-tífica aumentará dos atuais seis para14 no segundo semestre e 25 em 2004.A estrutura também levará em contafins didáticos e pedagógicos para a uti-lização nas aulas. Haverá projetos con-veniados em registro e controle eletrô-nicos, instalações de refrigeração, au-tomação de instalações, sistemas tér-

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lunos de graduação e mestra-do em Engenharia Elétrica daPUCRS, com ênfase em Com-putadores, coordenados pelosprofessores Fabian Vargas e

Daniel Barros Jr., desenvolvem estudosligados à microeletrônica vinculados ainstituições internacionais. O Projeto deSistemas Microprocessados Robustos aoRuído de Origem Eletromagnética se re-fere ao desenvolvimento de software e har-dware para tornar equipamentos eletrô-nicos tolerantes à interferência eletro-magnética. O trabalho faz parte do Pro-jeto Alfa, financiado pela ComunidadeEuropéia.

Os resultados parciais serão apre-sentados em julho, na Itália, durante areunião do grupo dos seis países partici-

pantes. No Estado, há empresas do setoreletroeletrônico vinculadas à AssociaçãoBrasileira da Indústria Elétrica e Eletrô-nica que demonstram interesse na pes-quisa. O trabalho é realizado no Labora-tório de Engenharia de Computação,pelo Grupo de Sistemas, Sinais e Com-putação (www.ee.pucrs.br/~sisc), da Fa-culdade de Engenharia.

A PUCRS, uma das poucas insti-tuições no Brasil a desenvolver tecnolo-gia de teste de sistemas integrados com-plexos, poderá ser a primeira a ofere-cer a pré-homologação de equipamen-tos eletrônicos segundo normas inter-nacionais. Por conseqüência, auxiliaráas empresas a desenvolver seus produ-tos de forma mais rápida e segura quan-to à compatibilidade eletromagnética.O objetivo é proporcionar solução aces-sível para estimar a adequação de pro-dutos a padrões do Inmetro e outrasinstituições internacionais, antes de sesubmeterem a processos de certificaçãooficiais. Além do suporte financeiro daComunidade Européia através do Pro-jeto Alfa, o estudo está sendo parcial-mente apoiado pelo Cyted (ProgramaIbero-Americano de Ciência e Tecnolo-gia para o Desenvolvimento), atravésda participação de cinco países latino-americanos e Espanha.

Engenharia inovaMicroeletrônica

A

Projetos têm parcerias internacionais

Professorrecebeprêmiointernacional

O professor FabianVargas, do Departamentode Engenharia Elétrica daFaculdade de Engenharia,recebeu, em maio, o prê-mio Golden Core Memberpelo trabalho realizado noLatin American Test Tech-nology Technical Council(LATTTC), do qual é umdos fundadores, em 1997,e coordenador desde en-tão. A distinção foi confe-rida pela sociedade cien-tífica norte-americanaIEEE Computer Society. OLATTTC reúne professo-res, pesquisadores, enge-nheiros do setor eletroele-trônico e alunos de oitopaíses da América Lati-na. O grupo tem cerca deuma centena de membrosque se dedicam ao estudona área de projeto e testede tolerância a falhas decircuitos e sistemas inte-grados complexos. A parti-cipação no grupo é aber-ta, bastando inscriçãopela internet (tab.computer.org).

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Tecnologia

s Faculdades de Química ede Engenharia da PUCRS,em convênio com o Insti-tuto de Biotecnologia daUniversidade de Caxias do

Sul e a empresa Trendtech – Tec-nologia Biomédica, lançarão emagosto a unidade piloto de extra-ção supercrítica. Será a primeira noBrasil totalmente automatizada ecom custo pelo menos oito vezesinferior às importadas. O processo,destinado especialmente à extraçãode produtos naturais, tem a vanta-gem de não utilizar produtos quí-micos, não liberar resíduos, nememitir gases tóxicos.

O proje-to, financiadopela Fapergs,está em fasede teste naPUCRS. Oobjetivo é via-bilizar a futu-ra fabricaçãoda unidadepiloto pelae m p r e s aTrendtech. Oequipamentopode ser clas-sificado como

inovação tecnológica e, para validarseu funcionamento, os pesquisado-res estão realizando a extração deóleos essenciais de citronela, o ale-crim e o eucalipto, assim como reti-rando tanino vegetal a partir da acá-cia negra, produto de interesse dosetor coureiro-calçadista.

Tecnologia limpaO processo de extração super-

crítica com CO2 e co-solventes trazcomo vantagem a redução da de-manda energética, além de diminuir,

em muitos casos, o nú-mero de etapas naprodução de extratosnaturais. “A unidadepiloto é fruto da bus-ca pelo desenvolvi-mento de processosclassificados como tec-nologias limpas, quereduzem o impactoambiental, uma neces-sidade das empresas”,diz o professor Eduar-do Cassel, que coorde-na o projeto.

O equipamentodesenvolvido deverá atender às pes-quisas relacionadas aos processos deextração e transformação de produ-tos naturais. Possibilitará ainda a suacomercialização para universidades,grupos de pesquisa e empresas quese interessem em utilizar a extração

A

Extração de produtosnaturais sem poluir

Hidrodestilação de óleos

O processo de extração supercrítica tem como caracte-rísticas principais a eficiência e a seletividade na extraçãoe purificação de extratos naturais.

Quando o dióxido de carbono é utilizado como solvente,a baixa temperatura de operação do processo justifica ointeresse do setor industrial por essa tecnologia limpa, poiso consumo de energia se reduz.

Na figura é apresentado um fluxograma simplificado doprocesso, composto de duas partes: a primeira (em azul) tempor objetivo transformar o solvente do estado líquido para osupercrítico, após a passa-gem pelo compressor e pelotrocador de calor. Na segun-da (em verde), o solvente ex-trai o composto de interesse,presente no vaso de extração,e o deposita, após a etapade expansão e redução detemperatura, no vaso sepa-rador. O extrato final nãocontém nem resíduos do sol-vente, que é reutilizado paranovas extrações.

Entenda melhor

supercrítica em escala industrial. Par-ticipam do projeto três professoresdas Faculdades de Engenharia e Quí-mica e seis alunos de graduação docurso de Engenharia Química daPUCRS como estagiários e bolsistasde iniciação científica.

Unidade piloto: custo oito vezes menor

Foto: Divulgação

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Vitórias no KarateAlunos da graduação, Língua Japonesa e do curso de Karate-Do Wado-Ryu (Cami-

nho da Paz) do Instituto de Cultura Japonesa da PUCRS foram premi-ados no 3º Campeonato Estadual Universitário de Karate, realizado em abril na Ul-bra. Alexandre Louzada conquistou o primeiro lugar em Kata e Kumite (luta)na categoria até 65 quilos, e o segundo lugar na categoria até 70 quilos. MaurícioFastoski ganhou o segundo lugar na modalidade Kumite até 75 quilos. Com ospontos que obtiveram, os atletas Rafael Damasceno e Vitor da Rosaajudaram a classificar a PUCRS como vice-campeã do Estadual de Karate. O eventofoi promovido pela Federação Gaúcha Universitária de Esportes, Federação Gaúchade Karate e Confederação Brasileira Universitária do Desporto.

Cinema famequianoO filme Qualquer lugar, realizado por alunos da 1ª Oficina Experimen-

tal de Cinema da Famecos, foi premiado como o Melhor Filme de Cursono Festival de Cinema do Livre Olhar (FLÔ), em Porto Alegre. Criado pelo Cine 8 –Núcleo de Cinema Desconstrução, o festival reúne trabalhos livres, surpresas e técni-cas mistas que buscam inovar. As estudantes Laura Castilho (roteirista e direto-ra de produção), de Publicidade ePropaganda, e Natasha Jeru-salinski (diretora de arte e assis-tente de direção), de Jornalismo, par-ticiparam, com alunos de outras uni-versidades. O curta-metragem tratada relação de perdas e trocas de va-lores entre um artista decadente euma fotógrafa burguesa. As OficinasExperimentais de Cinema são coor-denadas pelo professor João Barone.

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Congestão faz sucesso na rádio

Alunos da PUCRS

Criado em 2002, oprograma de rádioCongestão é pro-duzido e apresen-tado por alunos do

curso de Jornalismo da Fa-culdade de ComunicaçãoSocial (Famecos). AlecoMendes, do 8º semestre, eAndré Azeredo, do 4º, sãoos comunicadores. É trans-mitido de segunda a sexta-feira, das 13h às 14h, pela Radio-fam (www.pucrs.br/radiofam), emis-sora que veicula programas de alu-nos da Famecos, em transmissão di-gital, via internet.

Maratonistaplaneja equipede atletismo

O estudante deAdministração deEmpresas José Roqueda Silva, 31 anos, hádez participa de corri-das e maratonas. Seuprojeto neste ano écriar uma equipe deatletismo na PUCRSpara competir emeventos desportivos.Silva participou decinco maratonas dePorto Alegre e uma

corrida de São Silvestre, em São Pau-lo. Representando a Universidadenessas competições, ele conta com oapoio da Pró-Reitoria de AssuntosComunitários. O estudante corre 30quilômetros por dia e tem uma ali-mentação balanceada. “Seria ótimopoder contar com acompanhamentofísico e nutricional dos professores daUniversidade”, planeja. Alunos, pro-fessores e funcionários interessadosem participar de uma equipe de atle-tismo podem entrar em contato peloe-mail [email protected].

Bandas famosas freqüentam estúdio da Famecos

“O Congestão é um grande sofá,uma sala de estar onde se discutemtemas atuais, de forma descontraí-da”, define Azeredo. Num bate-papobem informal, os convidados falam

sobre política, economia, com-portamento e esportes. Se-gundo Mendes, a intenção éapresentar a opinião do artis-ta sobre o que ele não costu-ma ser questionado num pro-grama de entrevistas comum.“Procuramos mostrar o ladoB do famoso”, brinca.

Pelos microfones do Con-gestão passaram as bandasBandalieira, Nenhum de Nós,

Bidê ou Balde, além dos músicos regio-nais Neto Fagundes e Renato Borghetti.Contatos podem ser feitos pelo telefone(51) 3320-3500 ramal 4073 e pelo [email protected].

Prêmios

Foto: Arquivo Pessoal

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Monografia JurídicaO estudante do 11º semestre do curso de Direito Éderson

Porto conquistou o primeiro lugar no 1º Concurso AlfredoAugusto Becker de Monografias Jurídicas, na categoria Estudantes.Promovido pelo Instituto de Estudos Tributários, a competiçãocontou com a participação de acadêmicos de Direito de todo opaís. O trabalho do formando aborda os aspectos constitucionaisde validade da Contribuição de Intervenção no Domínio Econô-mico - tributo que dispunha de previsão legal, mas não havia sidoefetivamente instituído. O orientador do trabalho foi o professorSérgio Porto.

Ethos-ValorEduardo Borba, recém-graduado em Jornalismo

pela Famecos, foi o vencedor da 3ª edição do prêmio Ethos-Valor,na categoria Graduação. A monografia do estudante, O JornalismoImpresso e as Ações de Marketing na Responsabilidade Social Empresa-rial, concorreu com 175 trabalhos de todo o país. O concurso,promovido pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social e pelojornal Valor Econômico, é destinado a alunos de graduação e depós. A monografia foi orientada pela professora Beatriz Dornelles.Para Borba, a principal idéia é valorizar a expressão “eu li nojornal”, buscando semprea credibilidade do leitorou telespectador. Os tra-balhos vencedores encon-tram-se disponíveis nowww.ethos.org.br/docs/comunidade_academica.

Alunos de Publicidadedisputam cliente

Alunos do último nível de Publicidade e Propa-ganda apresentaram para a disciplina de ProjetoExperimental I, nove campanhas publicitáriascom o tema Ligações Perigosas – Uso do celular aovolante destinadas ao Detran-RS. O grupo que

apresentou a campanha Celular e volante, quem paga a con-ta é você, formado por 10 acadêmicos, foi o vencedor daterceira edição do Prêmio Publicidade pela Vida – convênioentre a Famecos e o Detran. As campanhas envolvem to-das as mídias, desde peças de jornal, rádio e TV, atéoutdoors e busdoors. O prêmio dá oportunidade aos estudan-tes de terem suas peças veiculadas externamente. O coor-denador de Publicidade da Secretaria Extraordinária deComunicação, Alexandre Pradier, e a diretoria do Detran-RS, integraram o júri que escolheu a melhor campanha.O grupo vitorioso recebeu R$ 2,5 mil.

Acadêmica é finalistaem concurso da BBC

A estudante do 5º semestre de Jor-nalismo da Famecos, Isabela Vieira, foia única gaúcha entre os dez finalistas doconcurso da rede britânica BBC (BritishBroadcasting Corporation). A competi-ção teve 411 inscritos em todo o país. Adisputa Vá a Londres com a BBC Brasilconsistia na elaboração de reportagenssobre Os desafios do Brasil no mundo globa-lizado. Isabela escreveu sobre Escolas deSamba do Rio de Janeiro. Para ela, o assun-to é uma contradição na sociedade bra-sileira. “O carnaval do Rio, ao mesmotempo em que se mantém fiel às tradi-ções, tornou-se um produto rentável dentro do mundo globali-zado”, analisa. O vencedor da competição terá sua matéria pu-blicada no site da BBC Brasil e passará duas semanas em Lon-dres acompanhando o trabalho dos jornalistas da rede.

Basquetebol masculinoA equipe universitária

de basquetebol masculinoda PUCRS conquistou o vice-cam-peonato no Torneio Início – 5ª CopaIntegração 2003, realizada na Escola deEducação Física da UFRGS, em maio.O evento contou com a participação dedez times de instituições de ensino su-perior e sociedades esportivas de PortoAlegre e Região Metropolitana. Na pri-meira rodada, a equipe da PUCRS, ori-entada pelo professor Roberto Mesquita, da Faculdade de EducaçãoFísica e Ciências do Desporto, venceu a Unisinos e o time “A” daSociedade Ginástica de Novo Hamburgo. Nas semifinais, a disputa foicom o Grêmio Náutico União, sendo a PUCRS vencedora. Na etapafinal, jogou contra a UFRGS, alcançando o vice-campeonato.

Física MédicaVagner Cassola, aluno do 4º semestre da Faculdade

de Física, recebeu Menção Honrosa, na categoria Graduação, no 8ºCongresso Brasileiro de Física Médica, sediado na PUCRS. O trabalhoConstrução de simuladores de mama do tipo voxel, com base em imagenstomográficas foi orientado pela professora Gabriela Hoff. O projeto foifeito a partir da captação de imagens da mama, por ressonância mag-nética, colocadas no computador. A finalidade do trabalho é estudar aestrutura anatômica da mama e seus tecidos e simular a realização deexames e terapias sem nenhum dano à paciente. Cassola desenvolveprojetos de pesquisa no Grupo de Física Médica Hospitalar.

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Acadêmicos da Odontoensinam a cuidar dos dentes

Alunos da PUCRS

Paloma dos Santos, seteanos, teve uma aula práticae divertida sobre como cui-dar da higiene bucal. Ela eoutras 30 pessoas participa-

ram da atividade para avós e netosno Espaço de Vivência da 16ª Jorna-da Odontológica dos Formandos daPUCRS. O evento também contoucom promoções para gestantes eportadores de necessidades especiais.

Moradores dos arredores doCampus Aproximado da Vila Fáti-ma, em Porto Alegre, foram re-cepcionados pelo professor DenisDockhorn, coordenador da ativida-de, que estava caracterizado comopalhaço. Segundo ele, essa foi a ma-neira encontrada para descontrair ascrianças. Por meio de brincadeiras emúsicas, 15 alunos do 1º e 4º ano deOdontologia mostraram a forma cor-

reta de escovar osdentes e os cuidadosnecessários com asaúde da boca. Utili-zando protótipos eescovas gigantes, osavós e netos partici-param de todas asexplicações, demons-trando como faziame como fariam dalipara diante.

Depois de umchá com bolachas, to-dos foram ao “esco-vódromo” fazer a escovação. Os avósassistiam atentamente aos movimen-tos dos alunos, que demonstravam amaneira correta. O objetivo das açõesfoi ressaltar o papel de educador dosidosos. “Os avós costumam fazer to-das as vontades dos pequenos, como

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dar doces a qualquer hora, o quepode causar problemas mais tarde”,observa Dockhorn. Clóvis dos Santose sua filha Paloma adoraram a ativi-dade. “Agora tenho certeza de queestou ensinando minha filha da ma-neira certa”, diz Santos.

Canadá/Rondon promove intercâmbio

Neste semestre, três gruposde nove alunos da PUCRSirão para cidades canaden-ses e depois atuarão nas ci-dades de Rosário do Sul e

Caçapava do Sul com grupos deigual número de estudantes vindosdo Canadá. Eles integram o ProjetoCanadá/Rondon, fruto de convênioentre a Universidade e o ProjetoRondon (Jeunesse Canada Monde/Canada Word Youth), no qual uni-versitários participam de um progra-ma de intercâmbio cultural e reali-zam ações de voluntariado.

A novidade é a participação detrês equipes da PUCRS, em vez deuma como nos anos anteriores. “AUniversidade está de parabéns. Adistinção com três equipes é inéditanesse tipo de intercâmbio”, diz oprofessor Edgar Erdmann, coorde-nador do projeto. O primeiro gru-

po realizará atividadevoluntária em Rouyn-Noranda. Depois de trêsmeses, irá para Rosáriodo Sul. A segunda equi-pe executará ações emRosário do Sul e seguirápara Rio Powell. A ter-ceira turma atuará emCaçapava do Sul e na ci-dade canadense Comu-nity of Sechelt. Em to-dos os locais, o trabalhoserá em conjunto comequipes de alunos doCanadá.

Para a psicóloga Juliana Amo-retti, supervisora de um dos gru-pos, a viagem gera expectativas emquem recebe as ações sociais e nosalunos. “São realidades muito dife-rentes, apesar de termos a vanta-gem de realizar, no Brasil, um tra-

balho contínuo”, analisa. Em Rosá-rio do Sul, estão previstas ativida-des conjuntas com deficientes men-tais e idosos, entre outros grupos.No Canadá, as iniciativas serão pon-tuais, conforme as necessidades dascomunidades locais.

Inédito: três grupos participam do programa

A pequena Paloma aprendeu a forma certa de escovar

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Formados em Arquiteturasão destaque nacional

Luciano Basso, recém-forma-do na Faculdade de Arquite-tura e Urbanismo, é um dos25 finalistas no ConcursoÓpera Prima 2003 – 15º Con-

curso Nacional de Trabalhos Finais deGraduação em Arquitetura e Urbanis-mo para Formandos de 2002. O tra-balho Cantina e Casa Noturna Il VecchioMulino trata da revitalização de umprédio tombado e sua área de entor-no em Caxias do Sul. Basso propôs arestauração, a rearquitetura e a cons-trução de dois anexos. Concorreram423 trabalhos acadêmicos de 74 cur-sos do Brasil, dos quais 75 foram sele-cionados regionalmente. Destes, ape-nas 25 foram escolhidos emnível nacional. Para Basso,a classificação foi uma vitó-ria pelo reconhecimento dotrabalho desenvolvido du-rante a faculdade. O pro-fessor José Carlos Marquesorientou o trabalho.

Graduada em Arquite-tura no início do ano, La-rissa Ustárroz é uma das 50selecionadas, em todo opaís, para concorrer à eta-

pa final da Premiação CSN na Cons-trução Civil, concurso promovido pelaCompanhia Siderúrgica Nacional e oInstituto de Arquitetos do Brasil. Aquarta edição do prêmio contou com aparticipação de mais de 300 alunos deinstituições de ensino superior. Larissaprojetou o Espaço Mercosul, um local decultura, lazer e serviço, situado na en-trada de Porto Alegre. O regulamentoexigia que o projeto apresentado re-presentasse uma expressão da culturanacional contemporânea e que utilizas-se o aço em seu sistema construtivo.“Escolhi Porto Alegre por situar-se noponto eqüidistante entre o eixo Rio/São Paulo e Buenos Aires/Montevidéu”,

explica Larissa. Os 50 trabalhos fi-nalistas estão disponíveis no sitewww.csn.com.br/premiacao.

Estudantespesquisamolimpismobrasileiro

O aluno Luís Henrique Silva, queatua como voluntário no Grupo de Pes-quisa em Estudos Olímpicos da Facul-dade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto, apresentou o trabalho Osatletas brasileiros e o Olimpismo no 7ºCongresso Paulista de Educação Física,em Jundiaí, São Paulo. A pesquisa, rea-lizada com o colega Caio Contador, foiorientada pelo professor Nelson Todt.Refere-se aos atletas brasileiros e sua vi-são sobre os Jogos Olímpicos, espe-cialmente às questões de jogos amisto-sos, ética e representação social. “Essatemática é abordada desde a GréciaAntiga até os dias de hoje”, explica Sil-va. O evento foi promovido pela Edi-tora Fontoura e conta com a participa-ção de estudantes e profissionais deEducação Física, esportes, dança e fisio-terapeutas. Silva também participou dasessão científica sobre Pedagogia daEducação Física e do Esporte.

Matemática lança jornale ciclo de seminários

Para aperfeiçoar a comunicação entre alunos, professores e direção, a Faculda-de de Matemática lançou o jornal mensal O π ioneiro. O veículo traz notícias sobreeventos, entrevistas, dicas, desafios, além de uma coluna de humor. Tudo isso, comum vocabulário bem matemático. “A idéia é integrar o público interno da nossafaculdade”, afirma o estudante Edgar Abreu, responsável pela edição.

Por iniciativa do acadêmico Marcelo Boeira, iniciou-se o 1º Ciclo de Seminá-rios da Matemática. Os encontros ocorrem às sextas-feiras, a partir das 19h, nasala 140 do prédio 15. São tratados temas sobre Matemática e Educação Matemá-tica. Os palestrantes são alunos de graduação, pós-graduação e professores. Quemparticipa de, no mínimo, 75% dos seminários, recebe certificado de participação.Informações: (51) 3320-3531 ou pelo e-mail [email protected].

Restauração da Cantina Il Vecchio Mulino

Espaço Mercosul: cultura, lazer e serviço

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Cinco novostítulos

Lançamentos da Edipucrs

AMÉRICA LATINANO SÉCULO XX

Olivier Dabène (Traduçãode Maria Izabel Mallmann) – 328p.

O livro registra sistematicamente a his-tória econômica, política e social daAmérica Latina no século passado. Aanálise é ricamente suprida de quadrossistemáticos que sintetizam os aconteci-mentos econômicos, políticos e sociaisque de outra forma seriam impossíveisde ser apreendidos em conjunto.

O ARQUIVO DE JOSÉCARLOS MACEDO SOARES:

CORRESPONDÊNCIAATIVA E PASSIVASELECIONADA

Earle D. Macarthy MoreiraSandra Maria L. Brancato (orgs.)

123p.

O período abrangido pelos documentosque constam desse volume correspondeaos anos de 1934 a 1937, em que JoséCarlos de Macedo Soares esteve à frentedo Ministério das Relações Exteriores.Os temas preponderantes são: confe-rências pela paz no continente, guerrado Chaco, petróleo boliviano, implanta-ção da siderurgia no Brasil, transporterodoferroviário e portos francos.

PARNASIANISMO BRASILEIRO:ENTRE RESSONÂNCIA E

DISSONÂNCIALuís Augusto Fischer

332p. – Coleção Memória das Letras 13

A obra revisita o movimento parnasiano brasileiro,a partir da poesia de Castro Alves, marcada pelaperda da ressonância social da arte na modernida-de, em confronto com a dos simbolistas, que já ex-pressa com clareza a dissonância da poética moder-na em relação à sociedade. Esse estudo de viéssociológico discute autores como Vicente de Carva-lho, Francisca Júlia e Raimundo Correa, centran-do-se em Alberto de Oliveira e, mais detidamente,em Olavo Bilac.

ORGANIZAÇÕESE SOCIEDADE:IDENTIDADE,

PODER, SABER ECOMUNICAÇÃO NA

CONTEMPORANEIDADEFlavio Eduardo Silveira (org.) – 115p.

Produto das reflexões dos professoresdo Programa de Pós-Graduação emCiências Sociais Organizações e Socie-dade da PUCRS, o trabalho abordarelevantes aspectos da temática orga-nizacional: as relações de poder nasorganizações, a identidade e a culturaorganizacional, a reflexão epistemoló-gica sobre o saber científico e suasrelações com a universidade, as carac-terísticas da organização escolar e asorganizações ambientadas em redes decomputadores.

BIOÉTICA: UMAAPROXIMAÇÃOJoaquim Clotet – 246p.

Reunindo cerca de duas dezenas de tra-balhos do autor, previamente oferecidosao público através de publicações isola-das, o livro permite, ao leitor, amplo eagradável encontro com a Bioética. Fo-caliza desde o entendimento do que éBioética, passando por suas razões deser, até às mais específicas aplicaçõespráticas, sem perder de vista a impor-tância da compreensão de modelos filo-sóficos que fundamentam esse saber.

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Mercado de Trabalho

Os geógrafos são os conhe-cedores do planeta. Geo-grafia é a ciência que estu-da a Terra e trata de en-tender e explicar a socie-

dade e suas relações com o espaço.Uma das áreas promissoras da pro-fissão é a geografia aplicada ao am-biente, por meio da análise deta-lhada da ação humana sobre a na-tureza.

No passado, o ofício era quasesinônimo de aventura. Os profissio-nais saíam carregando cartas geográ-ficas imprecisas, bússolas e teodoli-tos para medir a topografia. Agora,dispõem de ferramentas sofisticadasque permitem a realização de pro-gramas computadorizados, cruzan-do uma série de informações. É oque se chama de geoprocessamento,uma das áreas mais novas da pes-quisa. Com base em dados de satéli-tes e radares, o geógrafo confeccio-na e interpreta mapas, diagnostican-do fenômenos, como a desertifica-ção, a erosão de solos, as áreas urba-nas e o desmatamento.

Além de observar a natureza esuas características, o profissionalelabora planos diretores de municí-pios e diagnósticos para a reduçãode impactos ambientais em regiõespoluídas ou ameaçadas por constru-ção. Nessas áreas a tendência é a detrabalhar em equipes multidiscipli-nares, com engenheiros, agrônomos,arquitetos e geólogos. O geógrafotem a missão de sugerir soluçõespara a ocupação do espaço, sem pre-juízos ao ambiente. Atua na delimi-tação de territórios, em trabalhos deplanejamento rural e urbano, comampla diversidade de opções, comopor exemplo, um foco puramenteturístico. O domínio da informática

GEOGRAFIAGeógrafo faz mapeamentocom visão social

é fundamental naprofissão. É preci-so saber utilizarimagens de satéli-tes, fotos aéreas emapas realizadoscom GPS (GlobalPositioning System),sistema que locali-za determinadospontos da região.

O ensino ab-sorve cerca de 90%dos egressos docurso de Geogra-fia. A remuneraçãovaria de acordocom a instituição, pública ou priva-da, e com a formação profissional.Em escolas particulares do Estado, opiso salarial para 20 horas semanaisvaria de R$ 434,40 (Ensino Funda-mental – séries iniciais), a R$ 1,2 mil(Ensino Superior – inicial). Nas uni-versidades particulares, um professorcom mestrado recebe um adicionalde 10% a 25% e com doutorado, de25% a 50%. Para profissionais, queatuam como técnicos credenciadospelo Conselho Regional de Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia doRio Grande do Sul (CREA-RS), o sa-lário varia de acordo com a institui-ção, se órgão público ou privado.

O curso de Geografia da Facul-dade de Filosofia e Ciências Huma-nas da PUCRS teve seu currículo re-formulado para adequar-se às neces-sidades do mercado. Disciplinascomo Geopolítica e PlanejamentoUrbano, além da Geografia Ecoló-gica, contribuem para a formação deum novo perfil profissional. No ba-charelado, o aluno adquire a forma-ção de geógrafo. Pela licenciatura,além de formar-se em Geografia, as

disciplinas pedagógicas o habilitama lecionar nos Ensinos Fundamentale Médio. A Faculdade dispõe aindado Laboratório de Tratamento deImagens e Geoprocessamento, quepresta apoio técnico a diversas uni-dades da PUCRS, como o Institutodo Meio Ambiente, o Projeto Pró-Mata e o Museu de Ciências e Tec-nologia.

Em 2002, foi criado o curso deespecialização Geografia – Fazendo aGeografia para o Terceiro Milênio, des-tinado a contribuir na formação deprofessores para a organização de si-tuações de aprendizagem em Geo-grafia. O curso tem duração de doissemestres e estará com inscriçõesabertas até 30 de julho.

Onde cursarFaculdade de Filosofia eCiências Humanas – Cam-pus Central – Av. Ipiran-ga, 6681, prédio 5. Infor-mações: (51) 3320-3555,[email protected] ewww.pucrs.br/ffch.

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Cultura

Oestudante da 8ª série da Es-cola Municipal Gilberto Jor-ge, em Porto Alegre, DeividDallo, pretende cursar a Fa-culdade de Direito. Porém,

não tem o hábito da leitura, nem fre-qüenta bibliotecas. O Centro de Refe-rência para o Desenvolvimento daLinguagem (Celin), vinculado ao Pro-grama de Pós-Graduação da Faculda-de de Letras, lançou o projeto Forma-ção do Leitor – Professor-Aluno de Litera-tura. Dallo, juntamente com 49 cole-gas e dez professores, está participan-do do trabalho que objetiva incenti-var a leitura no Ensino Fundamentale apresentar novas técnicas de abor-dagem aos docentes.

O primeiro dos quatro encontrosprevistos ocorreu em maio. Os estu-dantes da Faculdade de Letras LuizMaurício da Silva, do 7º semestre, eJuliane Dorneles, do 3º, fizeram anarração de histórias. O principal en-foque do projeto é despertar a inter-pretação e a reflexão dos alunos ao lerum texto e apresentar novas alternati-vas aos professores. “Muitos sentemdificuldade em se reciclar e necessi-tam de orientação sobre novas teoriase métodos”, ressalta Maria TeresaAmodeo, coordenadora do Celin.

As reuniões mensais são realiza-das na arena do Celin. A sensibiliza-

Projeto incentiva aformação de leitores

ção para o hábito deler será trabalhadapor meio da narraçãode histórias, contos,crônicas e poemas,além da análise detextos. “Pretendemosque a interpretaçãoseja feita pelo estu-dante e não pelo autor do livro,como uma ficha de leitura”, comen-ta o aluno de mestrado em Teoriada Literatura, Henry Souza. Os li-vros usados no projeto abordam daliteratura rio-grandense à interna-cional e as ações buscam sair do es-tudo convencional sobre textos. “Aaproximação com a Universidade eo aprendizado de interpretarem oque lêem motivará os alunos”, prevê

Centro de Literatura Inte-rativa da Comunidade(Clic) do Campus Aproxi-mado da Vila Nossa Se-nhora de Fátima realizou

um encontro entre a escritora e pro-fessora da PUCRS Sissa Jacoby ecrianças participantes das oficinasdo Clic. Os pequenos, moradoresda Vila, em Porto Alegre, fizeram

leituras e recriações das obras daautora convidada. A idéia é promo-ver, até o final do ano, sempre naúltima semana do mês, atividadesenvolvendo as crianças com autorese ilustradores de literatura infantil,músicos, cineastas e contadores dehistórias.

O Clic é uma iniciativa do Pro-grama de Pós-Graduação da Facul-

Oficinas reúnem autores e crianças carentes

Odade de Letras, realizado com a fun-ção de incentivar a leitura de crian-ças de 7 a 14 anos moradoras daVila. Elas freqüentam oficinas de lei-turas e recriações de obras, ilustra-ção de literatura infantil, música, ci-nema e contação de história e infor-mática, ministradas por alunos. OClic é realizado desde 1996 é já be-neficiou mais de 300 crianças.

a professora Stella Alves, da EscolaMunicipal Gilberto Jorge.

Estudantes da Faculdade de Le-tras participam diretamente do pro-jeto em atividades com os alunos,enquanto os professores são atendi-dos pela coordenadora Maria Tere-sa. Depois de encerradas as açõescom a Escola Gilberto Jorge, o tra-balho continuará com outros colé-gios da rede municipal.

O que éO Projeto Formação do Leitor – Pro-fessor-Aluno de Literatura tem comoprincipal objetivo despertar o interessepela leitura, interpretação e a reflexãode alunos do Ensino Fundamental e apre-sentar novas alternativas de abordagemdo tema aos professores. A sensibiliza-ção para o hábito de ler é trabalhadaem reuniões mensais, por meio da nar-ração de histórias, contos, crônicas e poe-mas, além da análise de textos.

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Pró-Reitoria de ExtensãoUniversitária (Proex) adap-ta-se às estratégias e aos ob-jetivos estabelecidos no Pla-nejamento Estratégico da

PUCRS. Entre as atividades para amudança elabora documentos bási-cos, como a Política de Extensão eAção Comunitária, da EducaçãoContinuada e de Prestação de Servi-ços. Os trabalhos encontram-se emandamento e abertos à contribuiçãoda comunidade acadêmica. Envol-vem a Câmara de Extensão, direto-res e professores, além dos integran-tes da Proex.

Sobre a educação continuada, oPró-Reitor Paulo Franco destaca aimportância de as atividades estaremintegradas às unidades acadêmicas.As áreas que provavelmente consti-tuirão a educação continuada naUniversidade são seis: educação con-tinuada fundamental, cívico-social,laboral, voltada à qualidade de vida,incluindo-se o ócio e o lazer, so-ciocultural e especial (dirigida a por-tadores de deficiência).

Para incrementar a oferta de cur-sos e eventos, a Proex visa a ampliar

as parcerias internas e ex-ternas. Para isso, elaboradocumentos normativosque facilitem a realizaçãodas atividades, com pro-cedimentos claros e obje-tivos. A estrutura para aorganização de eventosserá alterada qualifican-do a integração da Uni-versidade com a socieda-de. “A quantidade e qua-lidade dos eventos reali-zados hoje na PUCRScertamente são fatores relevantes nadivulgação do bom nome da Institui-ção”, enfatiza Franco. A Proex elabo-ra documentos normativos que facili-tem a realização das atividades, comprocedimentos claros e objetivos.

O Reitor Norberto Rauch no-meou um grupo de trabalho que temprazo até 30 de setembro para pro-por a Política de Prestação de Servi-ços. O objetivo é colocar à disposiçãoda sociedade, de maneira mais efici-ente, os laboratórios da PUCRS.Como exemplos, Franco cita os ensai-os clínicos realizados no Hospital SãoLucas pelos professores da Faculdade

Extensão Universitáriaadapta-se a novos tempos

A

Pró-Reitoria organiza cursos e eventos

de Medicina e os trabalhos do Labe-lo. O início da mudança na estruturada Extensão Universitária ocorreuem 2002, com a passagem da área deAção Comunitária pela Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários.

Hoje a Proex é composta pelosSetores de Cursos e Eventos, de De-senvolvimento Artístico-Cultural eSetor de Atendimento. Localizada noprédio 40, tem como principal ativi-dade a organização de cursos e deeventos. Também há o Coral da To-talIdade. É formado por 167 inte-grantes, com idade entre 50 e 85anos. Em 2002, a Proex realizou 687atividades que beneficiaram um to-tal de 56.569 alunos.

Funciona vinculado à Proex oNúcleo de Extensão EmpresarialDelta do Jacuí, projeto com o go-verno estadual e a Faculdade de Ad-ministração, Contabilidade e Econo-mia. Os extensionistas vinculados aoNúcleo realizaram no ano passadoum trabalho com 306 empresas, como diagnóstico de 235. Em 221 em-presas foram adotadas as estratégiaspropostas. Está também localizadajunto à Proex a Agência de GestãoTecnológica e Propriedade Intelec-tual, permitindo a integração entrea pesquisa e a extensão.

Bastidores

A Extensão Universitária oportuniza não somente o enriqueci-mento pessoal e cultural da pessoa como também a disseminação doensino e da pesquisa desenvolvidos pelos docentes das diversas uni-dades acadêmicas. A tradição da PUCRS nessa área é reconhecida:a participação no Projeto Rondon, as atividades de ação comunitá-ria na Vila Fátima, os Concertos Zaffari e o Museu de Ciências eTecnologia para citar apenas algumas das ações que marcam a pos-tura de integração da nossa Universidade com a sociedade.

Vivemos novos tempos e a PUCRS cresceu muito e se transfor-mou. A Extensão precisa readequar-se para estar compatível como atual porte da Instituição. As mudanças referem-se à compreen-são do real papel da extensão universitária, não sendo uma ativi-dade meramente assistencialista ou mercantilista.

* Pró-Reitor de Extensão Universitária da PUCRS

A tradição da PUCRS na áreaPaulo Franco*

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Memória

Em 24 anos como Reitor,Ir. José Otão impulsionouo crescimento da PUCRS.Uma de suas obras foi ainauguração do Campus

Central, na Av. Ipiranga, em PortoAlegre, em 16 de setembro de1968. Ao tomar posse, em dezem-bro de 1954, as faculdades esta-vam instaladas no Colégio NossaSenhora do Rosário, na Av. Inde-pendência. Havia 1.695 alunos e150 professores. Deixou a Reitoriaquando a Cidade Universitária ti-nha cerca de 20 prédios, destina-dos a 20.329 estudantes de gradua-ção e pós-graduação e mais de mildocentes. Há 25 anos, dia 2 demaio, faleceu no Hospital São Lu-cas, inaugurado por ele dois anosantes, em 1976.

Filho de imigrantes italianos,nasceu em Garibaldina, distrito deGaribáldi. José recebeu o nome doirmão primogênito, que o antece-

Morte do Irmão José Otãocompleta 25 anos

deu no ingresso na congregação.Além dos dois, João Marcos (Ir. Pe-dro Jacinto) e Ernesto (Ir. RoqueMaria) também foram maristas.Aos 12 anos, confessou a Ernestoque queria ser marista.

Realizou a formação religiosano Instituto Champagnat, terrenopara onde transferiu a PUCRS.Atuou no Colégio Santa Maria de1927 a 1938. Depois retornou aPorto Alegre. Ingressou na Escolade Engenharia da UFRGS, tendorecebido o diploma em 1942. Di-rigiu o Colégio Rosário e lecionounas Faculdades de Filosofia/Ciên-cias/Letras e de Ciências Econômi-cas, além da Escola de Serviço So-cial. Na equiparação da Universi-dade Católica, em 1948, foi no-meado Vice-Reitor.

Do banhado de saposà Cidade Universitária

Mesmo quando tornou-se Rei-tor, Ir. Otão não deixou de lecionar.Constatou que uma das primeirasmedidas deveria ser ampliar o es-paço físico. Analisou a instalação daPUCRS num prédio de 11 andares,na Av. Oswaldo Aranha. A prefeitu-ra vetou a iniciativa. Na época, con-fessou aos colegas que talvez tivessesido obra da Providência Divina.Questionado por um cronista sobreo uso do terreno do InstitutoChampagnat, no bairro Partenon,afirmou: “Se Deus quiser, faremosdesse banhado de sapos uma Cida-de Universitária”. Em 1975, Ir.Otão profetizou: “A atuação daUniversidade até há pouco se limi-tava a seu pequeno ambiente local,restrito, provinciano. Hoje, pelasproporções que tomou e pelas res-ponsabilidades que assumiu, neces-sita estender sua ação ao Estado, aopaís e ao mundo”.

DepoimentosIr. Elvo Clemente, secretário-geral de 1957 a 1975:“Em 1952, quando comecei a lecio-nar Língua Portuguesa como pro-fessor auxiliar, Ir. Otão, que vialonge, disse-me: ‘A Universidadeprecisa formar doutores’. Segui oconselho do então diretor da Facul-dade de Filosofia, Ciências e Letras.Como Reitor, a porta estava sempreaberta. Cartas e telegramas recebi-dos eram respondidos por ele.”

Senador Pedro Simon, forma-do em Direito pela PUCRS em1957:“Ir. Otão foi uma das pessoas maisextraordinárias que conheci. Cons-truiu um dos maiores complexosuniversitários do Brasil. Meus fi-lhos estudaram no Rosário e naPUCRS, em sua homenagem. Emnível pessoal, devo muito a ele.Nas horas mais amargas, desde ocolégio até sua morte, sempre oprocurava em busca de orienta-ção e somente então tomava mi-nhas decisões. Está sempre presenteem minhas orações.”

Mario Hamilton Vilela, diretorda Faculdade de Zootecnia, Ve-terinária e Agronomia de 1966a 1986:“Ir. Otão, com sua visão expansio-nista, atendeu aos apelos da comu-nidade de Uruguaiana e iniciou oensino agrícola da PUCRS com ocurso de Zootecnia. Defendia que oprofissional de nível superior tives-se foco de especialização.”

Braz Brancato, chefe de Gabi-nete de 1975 a 1978:“Presenciei um momento que medeixou uma marca muito forte. Foiquando ele saía do seu quarto no6º andar da Reitoria para o Hos-pital São Lucas. Quando nos pre-parávamos para pegar o eleva-dor, voltou para o quarto, fechoua persiana, dobrou melhor o co-bertor que estava sobre a cama eafirmou: ‘Faz de conta que é umaviagem e volto logo’. Não retor-nou, mas segue presente no cora-ção dos colaboradores e amigos.Não há como pensar na PUCRSsem associá-la ao Ir. Otão.”

Foto: Arquivo PUCRS

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Ciências Aeronáuticascomemora dez anos

Memória

Convênio, em 1993: Rubel Thomas(esq.) e Norberto Rauch (acima)

e a primeira turma do curso

Um curso paraquem quer es-tar na frente”.Esse é o lemada Faculdade

de Ciências Aeronáuti-cas, que completará dezanos no dia sete de outu-bro. O primeiro cursouniversitário da Américado Sul destinado à avia-ção foi criado por meiode uma parceria com a Varig. Consoli-dou-se na formação de pilotos com ex-celência técnica e humanística e é reco-nhecido no exterior.

Com o objetivo de aprimorar operfil dos pilotos, em 1993, nasceu oInstituto de Ciências Aeronáuticas. Oconvênio de intercâmbio foi assinadopor Rubel Thomas, presidente da Va-rig, e pelo Reitor da PUCRS, Ir. Nor-berto Rauch. Como testemunhas, o go-vernador do Estado, Alceu Collares, e otenente Brigadeiro-do-Ar, Mauro Gan-dra, diretor-geral do Departamento deAviação Civil. A iniciativa de criar ocurso de graduação partiu do entãoDiretor de Operações de Vôo da com-panhia aérea, comandante NelsonRiet. “Neste final de século haverá umamodernização em termos tecnológicosna aviação e isso implica uma atualiza-ção na formação de nossos pilotos”,previa Riet.

Novo perfilA primeira ação da comissão Va-

rig-PUCRS, com a Universidade repre-sentada pelos professores Gilberto Me-deiros, Iára Claudio e Marlene Grillo epelo então Pró-Reitor de Graduação,Francisco Jardim, foi reunir pilotos, co-pilotos, comissários de bordo, mecâni-cos e todos os ligados diretamente àaviação para definir um novo perfil deprofissional. O currículo proposto foirealizado durante um workshop com re-presentantes de outras unidades da

PUCRS, como Letras, Medicina, Direi-to, Engenharia e Informática. Definiu-se, então, objetivos, ementas, organiza-ção de conteúdos e metodologia danova graduação. Professores da univer-sidade lecionavam em conjunto comprofissionais selecionados da empresa,o que garantiu a constante atualizaçãocom o mercado.

O primeiro vestibular, em janeirode 1994, gerou muitas expectativas. Opioneiro curso superior para pilotos ci-vis, atraiu estudantes de todo o país,assim como hoje. Apesar de existiremcerca de dez cursos de Ciências Aero-náuticas no Brasil, a PUCRS, por suaqualidade e tradição, continua a sermuito procurada. “Apenas 28% de nos-sos alunos moram em Porto Alegre”,revela Maria Regina Xausa, diretora daFaculdade. Por essa razão, o curso é in-tensivo, tendo a duração de três anos.

Um dos fatos marcantes de suatrajetória ocorreu em 1995,quando o ex-astronauta ame-ricano, Charles Pete Conrad,o terceiro homem a pisar naLua, proferiu a aula inaugu-ral da turma do segundo se-mestre. Conrad participou dediversas missões tripuladasna NASA, entre elas a Apo-llo 12.

No início, os alunos nãodispunham de laboratóriosequipados e utilizavam com-putadores em outras faculda-

des. Hoje contam com osLaboratórios de CiênciasAeronáuticas e o de Comu-nicações Aeronáuticas, seissimuladores de vôo onde éfeito o treinamento técni-co, além de convênios comempresas de aviação quepossibilitam a prática devôo em aeroclubes creden-ciados pelo Departamentode Aviação Civil.

Por cinco anos consecutivos, a Fa-culdade de Ciências Aeronáuticas re-cebeu do Guia Abril do Estudante oconceito excelente, como curso cincoestrelas em currículo, estrutura e cor-po docente. Na avaliação do Ministé-rio da Educação, obteve conceito “A”nas duas avaliações em que participou.

Pioneira e inovadora, em junho aFaculdade iniciou o 1º Curso de Avia-ção Executiva do país, em nível de ex-tensão. As aulas foram ministradas porRiet aos alunos do sexto nível. O Brasilpossui a segunda maior frota de aviõesexecutivos do mundo e não havia ne-nhum curso acadêmico na área.

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Sinopse

ANIVERSÁRIO

O jantar comemorativo ao aniver-sário do Reitor, Ir. Norberto Rauch, foirealizado no Restaurante Panorama, noCampus Central da PUCRS. O evento,com a participação de mais de 400 pes-soas, reuniu professores, funcionários ealunos da Universidade. O homenagea-do foi saudado, em nome da comunida-de universitária, pela professora MariaEmília Bernasiuk, diretora da Faculdadede Física.

PLATÃOO renomado professor Charles

Kahn, da Universidade da Pennsylvania,EUA, proferiu a palestra A questão do bemem Platão, numa promoção do Programade Pós-Graduação em Filosofia, em maiopassado.

PSICOLOGIAO artigo O adolescente na comunida-

de de baixa renda: uma visão de promoçãode saúde, elaborado pelos alunos do 8ºsemestre do curso de Psicologia, con-quistou o segundo lugar no 1º PrêmioEstudante da Sociedade de Psicologiado Rio Grande do Sul. Foram premia-dos os universitários Cathana Oliveira,Felipe Detoni, Isabela Kunzer, IzabelCampos, Luciana Moreira e Sadi Ma-chado.

PRÓ-MATAA equipe do Pró-Mata participou da

Festa do Pinhão, em São Francisco dePaula. Dez alunos da Faculdade de Bio-ciências, acompanhados pelas professo-ras Betina Blochtein e Maria Conter, re-alizaram uma mostra de painéis com osenfoques das pesquisas desenvolvidas noPró-Mata e uma exposição de materiaisbiológicos.

PARÓQUIAUNIVERSITÁRIA

A missa de Instalação da ParóquiaUniversitária de Porto Alegre e a possedo Pároco, padre Pedro Kunrath, coor-denador da graduação da Faculdade deTeologia, ocorreram em maio. As cele-brações foram realizadas na Igreja SãoSebastião Mártir.

EDIPUCRSA Editora Universitária da PUCRS

esteve presente na 11ª Bienal Interna-cional do Livro do Rio de Janeiro,participando com 72 títulos no estan-de da Associação Brasileira das Edito-ras Universitárias. Durante encontroentre o diretor da editora, AntoninhoMuza Naime, e a representação exe-cutiva do Ministério da Cultura dePortugal foi celebrado convênio para aedição de autores portugueses pelaEdipucrs.

N. Sª DE FÁTIMAA imagem peregrina de Nossa Se-

nhora de Fátima, trazida do santuáriode Portugal, esteve na PUCRS, em maio.Recebida na entrada do Colégio Cham-pagnat, a imagem foi conduzida até oLargo da Solidariedade, à Igreja CristoMestre e ao Hospital São Lucas. Aprogramação foi organizada pelo Cen-tro de Pastoral e pelo Colégio Cham-pagnat.

ODONTOLOGIA

A Faculdade de Odontologia comemorou, em abril, os 50 anos de sua fundação.Foram realizadas atividades culturais, missa em Ação de Graças, na Igreja CristoMestre, descerramento de uma placa e jantar alusivo ao evento, além do PUCturpela Faculdade e pelo Campus. Em maio, ocorreu a Semana Acadêmica Ato 2003.

FILOSOFIAA Pró-Rei-

toria de Pesqui-sa e Pós-Gra-duação promo-veu, em maio, apalestra O pro-blema da moral,com o professorErnst Tugen-dhat, da Univer-sidade de Ber-lim, Alemanha.Tugendhat, o se-gundo filósofoalemão mais citado na atualidade, lecio-nou, em 1998, durante um semestre, noPrograma de Pós-Graduação em Filoso-fia da PUCRS. No Campus, também au-tografou o livro Diálogo em Letícia, pu-blicado pela Edipucrs.

PLANO ESTRATÉGICOEm maio, completou-se um ano des-

de o lançamento e o início da implanta-ção do Plano Estratégico 2001-2010 daPUCRS. Atualmente, 316 pessoas, inte-grantes das equipes de 46 Unidades deImplantação, estão envolvidas diretamen-te no trabalho direcionado a concretizaros objetivos e estratégias definidos paraa Universidade. O plano estratégico,como uma importante ferramenta de au-xílio à gestão das organizações, assumeum espaço muito importante no dia-a-dia da Universidade.

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ADMINISTRAÇÃOE NEGÓCIOS

Três professores do Mestrado deAdministração e Negócios apresentaramtrabalhos, recentemente, em congressosinternacionais. Cláudio Sampaio, MarceloPerin e Gabriela Ferreira participaramdo Production and Operations Manage-ment Society, em Como Lake, Itália. Sam-paio e Perin também estiveram presen-tes à 12th International Conference onManagement of Thecnology e à 32ndEuropean Marketing Academy Conferen-ce, realizadas em Nancy, França, e Glas-gow, Escócia, respectivamente.

ONU

Ad De Raad, Dirk Hegmanns eDouglas Evangelista, chefes do Volunta-riado da ONU, respectivamente, no mun-do, no Brasil e nos países árabes e Amé-rica do Sul, visitaram a PUCRS e foramrecebidos pelo Reitor, Norberto Rauch.Reafirmaram, na oportunidade, o con-vênio realizado com a Instituição, em ou-tubro do ano passado. Por meio dessaparceria, alunos da PUCRS estão parti-cipando de programas de voluntariadoda ONU em outros lugares do país, fi-nanciados pela Universidade. Em feve-reiro, duas estudantes do curso de Peda-gogia Multimeios estiveram em Natal, noRio Grande do Norte, realizando um tra-balho sobre linguagem digital, com cri-anças de rua.

COOPERAÇÃOA PUCRS, com a participação da

Assessoria de Assuntos Internacionais eInterinstitucionais, assinou um Acordo deCooperação com a Universidade de Poi-tiers, França. O acordo decorre das açõesde intercâmbio já existentes entre a ins-tituição francesa e o Departamento deEngenharia Mecânica e Controle de Au-tomação da PUCRS, sob a responsabili-dade do professor Jorge Silvestrini.

MERCADODE TRABALHO

O Campus Zona Norte daPUCRS promoveu o painel Mercadode Trabalho para o Administrador deEmpresas, com a presença de especia-listas da área.

GERIATRIA EGERONTOLOGIA

Angelo Bos, professor do Insti-tuto de Geriatria e Gerontologia,ministrou curso intensivo sobreEpiInfo (software para profissionaisda saúde) na Escola de Saúde Pú-blica da Faculdade de Medicina deFiji (Pacífico Sul). Na PUCRS, o cur-so é oferecido regularmente pelaPró-Reitoria de Extensão, sob a co-ordenação de Bos.

HOMENAGEMO Ir. Mainar Longhi, assessor

da Reitoria da PUCRS, foi homena-geado com o título Amigo do Livropela Câmara Rio-Grandense do Li-vro. A escolha, segundo o presidenteda entidade, Geraldo Huff, deve-seao trabalho desenvolvido por Lon-ghi em prol da promoção do livro eda leitura.

INICIAÇÃOCIENTÍFICA

As inscrições de trabalhos e oenvio de resumos para o 4º Salão deIniciação Científica da PUCRS encer-raram em 30 de junho. O evento,que ocorrerá de 27 a 29 de outu-bro, tem por objetivo proporcionarum intercâmbio entre alunos da gra-duação e pesquisadores orienta-dores de bolsistas de diversas ins-tituições. Informações no sitewww.pucrs.br/salao.

EDUCAÇÃO FÍSICATorneios de futsal masculino e

feminino e de vôlei masculino e fe-minino interníveis foram realizadosem comemoração ao terceiro ano deatividades da Faculdade de Educa-ção Física e Ciências do Desporto.

BIOCIÊNCIASEm 14 de junho, foi realizado o

1º Encontro de Formados em Biologiae História Natural pela Faculdade deBiociências. O evento comemorou,também, os 61 anos da Faculdade.

CIÊNCIAS CRIMINAIS

O Programa de Mestrado em CiênciasCriminais iniciou, em maio, o Ciclo de Con-ferências em Bioética e Ética em Pesquisa. Aconferência inaugural, Bioética: uma introdu-ção, foi proferida pelo professor Joaquim Clo-tet. O Ciclo prossegue no dia 21 de agosto,com a professora Lívia Pithan falando sobreCapacidade de Decisão do Paciente: Aspectos Ju-rídicos e Bioéticos.

REITORIAJoaquim Clotet, Vice-Reitor da PUCRS

e professor da Faculdade de Medicina, retor-na à Universidade, no início de agosto, de-pois de realizar um curso de gestão universi-tária (Higher Education Management Pro-gramme) nas Universidades de Oxford, Wa-rwick e Londres, na Inglaterra. Clotet, re-centemente, lançou o livro Bioética – UmaAproximação, pela Edipucrs.

CENTENÁRIO

Poli Marcelino Espírito, que recebeu o tí-tulo de Professor Emérito da PUCRS, em1985 (foto), completou 100 anos de vida, emjunho. Em comemoração ao aniversário, foirealizada missa na Igreja Nossa Senhora daPompéia, com a presença do Reitor, Ir. Nor-berto Rauch, do assessor da Reitoria, Ir. ElvoClemente, familiares e amigos do homenagea-do. Espírito exerceu a medicina e o magistériopor 50 anos, tendo lecionado no Colégio Ma-rista Nossa Senhora do Rosário e na PUCRS.

Foto: Arquivo Pessoal

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Sinopse

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PROFESSORHONORIS CAUSA

O Conselho Universitário aprovoupor unanimidade a concessão do títuloProfessor Honoris Causa à professora Pe-trona Dominguez de Rodriguez-Pasqués(foto), da Universidad Tecnológica Naci-onal de Buenos Aires. A homenageada,que é autora de importante bibliografiadidática sobre temas de Crítica Literá-ria, colaborou decididamente para a vidae crescimento do Pós-Graduação da Fa-culdade de Letras da PUCRS, inaugura-do em 1970. O título deverá ser conferi-do em dezembro, durante o período derealização do Seminário de Crítica Lite-rária.

RADIOLOGIAO Serviço de Radiologia do Hospi-

tal São Lucas conquistou dois destaquesna apresentação de casos na SociedadeGaúcha de Radiologia. Em março, o Ser-viço ficou em terceiro lugar e, em abril,conquistou a primeira colocação. Os es-tudos serão apresentados em agosto, naJornada Gaúcha de Radiologia, em Gra-mado. No mês de maio, o Serviço tam-bém obteve as três primeiras colocações,na categoria radiologia pediátrica, duran-te a Jornada Paulista de Radiologia, emSão Paulo. Os médicos José Golin Costa,Luis Carlos de Assis Brasil, Matteo Bal-disseroto e João Luis de Oliveira foramos autores e preceptores dos estudos.

MESTRADOSandra Beatriz Mino Becker, profis-

sional de Relações Públicas integrante daequipe da Assessoria de Comunicação So-cial da PUCRS, defendeu dissertação demestrado no Programa de Pós-Gradua-ção da Famecos. O trabalho teve comotema Comunicar é preciso: Um estudo decaso sobre a Pró-Reitoria de Extensão Uni-versitária da Pontifícia Universidade Católi-ca do Rio Grande do Sul.

COMUNICAÇÃOA Semana da Comunicação, pro-

movida pela Faculdade de Comunica-ção Social, incluiu em seu programa aexibição de filmes vencedores do 14ºFestival Mundial de Publicidade de Gra-mado, exposições Containers – Comuni-cação e Arte, o painel A cobertura jornalís-tica de guerra em diferentes períodos (comGeraldo Canali, Paulo Dias e MarceloRech), o teatro empresarial Os sete peca-dos capitais dentro e fora das organizações,o Debates Fiat, com o tema Assessoria deImprensa, e a homenagem aos doadoresde material para o acervo do Núcleo dePesquisa em Ciências da Comunicação.A Mostra de Talentos de RRPP, que com-pletou 10 anos, reuniu projetos experi-mentais produzidos pelos formandos. A2ª edição da mostra Turismo Faz, apre-sentou os trabalhos de alunos de todosos semestres do curso de Turismo. ASemana foi organizada pelo Laborató-rios de Relações Públicas, com o apoiodo Laboratório de Eventos e de disci-plinas práticas.

MÉRITOUNIVERSITÁRIO

O livro Amor Scientiae (Amor àCiência), organizado pelo professorDraiton Gonzaga de Souza, da Faculda-de de Filosofia e Ciências Humanas,homenageia Reinholdo Ullmann, pri-meiro professor da PUCRS a receber ahonraria Mérito Universitário da Uni-versidade. O lançamento da obra ocor-reu em junho.

ENFERMAGEM

A Faculdade de Enfermagem, Fisio-terapia e Nutrição realizou a 5ª Semanade Enfermagem e a 27ª Semana de En-fermagem do Hospital São Lucas. O temado encontro foi Diversidades no Exercícioda Enfermagem.

PALÁCIO PIRATINIO professor do Departamento de Enge-

nharia Civil, Fernando Recena, é um dos res-ponsáveis pela restauração do Palácio Pirati-ni, em Porto Alegre. Atua em uma equipemultidisciplinar no planejamento e execuçãoda obra.

FÍSICAA pesquisa Planejamento de Hepatectomi-

as a partir de Imagens Tridimensionais do Fíga-do do Suíno, trabalho multidisciplinar que tevea participação da professora Ana Maria Mar-ques da Silva, da Faculdade de Física, rece-beu menção honrosa de melhor trabalho na-cional, durante o 8º Congresso Nacional daSociedade Brasileira para o Desenvolvimen-to da Pesquisa em Cirurgia, em Belo Hori-zonte. A investigação contou com a parceriade pesquisadores da UFRGS e da UNIFESP.

GERONTOLOGIABIOMÉDICA

O Programa de Pós-Graduação em Ge-rontologia Biomédica completou três anos deatividades em junho, registrando a defesa de18 dissertações de mestrado. É o único cursode doutorado em Gerontologia reconhecidopela Capes no Brasil.

TEORIA E PRÁTICAO Programa de Pós-Graduação em Psi-

cologia promove, no período de 18 a 22 deagosto, a Semana Científica – Teoria e Práticada Pesquisa em Psicologia: Desafios Atuais. In-formações: (51) 3320-3500 ramal 4207 oupelo e-mail [email protected].

GALO DE OUROO curso de Publicidade e Propaganda/

Famecos recebeu o Galo de Ouro pela con-quista do primeiro lugar – categoria mídiaeletrônica, rádio e TV, na 14ª edição do Fes-tival Mundial de Publicidade de Gramado,focalizando o tema Pre-conceito é a pior opção. Acampanha foi desenvolvi-da na disciplina de Re-dação Publicitária I, co-ordenada pelos professo-res Gerson Lattuada eZeca Honorato e criadapelos alunos André Men-na Barreto, Roberto Me-nuzzi e Samir Arrage,com a orientação do pro-fessor Alex Germani. Par-ticiparam da premiação40 faculdades do país.

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FAPERGSEm junho, tomou posse o novo corpo de

diretores da Fundação de Amparo à Pesquisa doRio Grande do Sul (Fapergs). O professor JorgeAlberto Villwock, do Instituto do Meio Ambienteda PUCRS, é o novo diretor científico da entida-de e o professor Carlos Nelson dos Reis, da Facul-dade de Administração, Contabilidade e Econo-mia, foi nomeado diretor administrativo.

JÚRI SIMULADOO Departamento de Prática Jurídica da Fa-

culdade de Direito, coordenado pelo professor Vil-mar Fontes, promoveu um Júri simulado com aparticipação de formandos da disciplina de Práti-ca Processual Penal. O professor Marcelo Peru-chin atuou como presidente do tribunal do Júri.

ORTODONTIAO 1° Encontro do Curso de Mestrado em

Ortodontia e Ortopedia Facial e o 2° Encontro doCurso de Extensão em Ortodontia integraram oprograma de comemorações do cinqüentenárioda Faculdade de Odontologia da PUCRS e tive-ram como objetivo reaproximar os ex-alunos, pormeio de cursos de atualização ministrados peloprofessor Tatsuko Sakima. Os eventos foram co-ordenados pelo professor Telmo Berthold.

DESCARGASATMOSFÉRICAS

O 2º Seminário Internacional de DescargasAtmosféricas foi realizado na PUCRS, contou como apoio da Faculdade de Engenharia. O eventoteve por objetivo expandir os conhecimentos naárea e propor investimentos numa tecnologia ca-paz de dominar os efeitos causados pelas descar-gas atmosféricas. O seminário teve a participaçãodo professor Vladimir Rakov, da Universidade daFlórida, EUA.

VESTIBULAROs professores Antônio Carlos Jardim, Susa-

na Maria Huerga e Marisa Smith representarama PUCRS no 18º Encontro Estadual das Comis-sões de Vestibular do Rio Grande do Sul, realiza-do na Universidade Regional do Alto Uruguai edas Missões, Campus Erechim. O professor Antô-nio Carlos, Pró-Reitor Adjunto de Ensino de Gra-duação e coordenador administrativo do Setor deVestibulares (Seves), apresentou um trabalho so-bre a memória desses Encontros, que reúnem res-ponsáveis pelo processo de seleção nas universi-dades. As professoras Susana e Marisa, responsá-veis, respectivamente, pela Coordenação Pedagó-gica e de Língua Portuguesa do Seves, falaramsobre o Projeto Provas Interativas na Internet, mo-delo pioneiro no Brasil, disponível no site daPUCRS (www.pucrs.br/provas).

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FISIOTERAPIAThaís de Lima Resende, professora do

curso de Fisioterapia, conquistou o tercei-ro lugar com a apresentação do trabalhoOs efeitos de treinamento numa esteira ergomé-trica na velocidade de caminhada e na ativida-de física habitual de idosas saudáveis no 3ºCongresso Pan-americano de Gerontologiae Geriatria, em Mar del Plata (Argentina).O estudo faz parte da sua tese de doutora-do na Faculdade de Medicina.

SECRETARIADOEXECUTIVO

A Faculdade de Letras promoveu, emjunho, o 4º Seminário Internacional deSecretariado Executivo do Mercosul. Pormeio das inscrições dos participantes, acomissão organizadora, coordenada pelaprofessora Vera Regina Silva, arrecadou145 quilos de alimentos não-perecíveis. Oseminário recebeu palestrantes do Brasil eexterior.

FIJOA PUCRS e a Fundação Irmão José

Otão lançaram, em junho, o novo curso deespecialização Gerenciamento e Fiscalização deProgramas Rodoviários. As aulas destinam-se a 30 engenheiros do Departamento Au-tônomo de Estradas de Rodagem.

RELAÇÕES PÚBLICASNo período de maio a julho, 12 alu-

nos do curso de Relações Públicas da Fa-culdade de Comunicação Social e 10 doCollege of Communication, Informationand Media/Ball State University produzi-ram Campanhas de RRPP Internacionais.Coordenados pelos professores Roberto Si-mões e Ana Steffen, os estudantes brasilei-ros tiveram como cliente a Partners of theAmericas (Parceiros das Américas), com sedenos EUA. Os norte-americanos trabalha-ram com a mesma instituição, porém se-diada no Brasil. As reuniões foram realiza-das por meio de videoconferências.

CONHECIMENTOA Faculdade de Educação, com o

apoio de instituições, promove, de 21 a23 de agosto, o Seminário InternacionalConstruindo o Conhecimento em Diversidade,com Cesar Coll, catedrático da Universi-dad de Barcelona, Espanha. O eventodebaterá aspectos da educação, psicolo-gia e educação especial. Inscrições naProex, sala 201 do prédio 40, fone (51)3320-3680.

FÓRUMO professor Mario Hamilton Vilela,

chefe de gabinete da Reitoria, participoudo Fórum dos Chefes de Gabinete dasUniversidades Brasileiras – Encontro Re-gional Sul, realizado na Feevale. Vilela fa-lou, na ocasião, sobre a Agência de Ges-tão Tecnológica e o Tecnopuc.

TERCEIRO SETORA Fundação Irmão José Otão, em

parceria com outras entidades, realizará,de 10 a 13 de setembro, o 5º EncontroInternacional de Fundações TerceiroSetor. Informações: (51) 3339.1692 ewww.fijo.com.br.

ESTILO MARISTA

Celebração eucarística na Igreja Uni-versitária Cristo Mestre, em honra de SãoMarcelino Champagnat, patrono do edu-cador marista, ocorreu no dia seis de ju-nho. Na oportunidade, os representantesdas unidades acadêmicas receberam o li-vrete Estilo Marista de Educar, de autoriado Ir. Adelino da Costa Martins. É umaedição sintética, sob a forma de tópicos,sobre os principais símbolos cristãos e ma-ristas, integrando-os no contexto de umjeito marista de educar. Além do livrete,os professores receberam o “sinal”, um ins-trumento de madeira utilizado por Cham-pagnat, cujo ruído chamava a atenção daclasse, evitando palavras desnecessárias.

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Social

Aberto aos alunos de gradua-ção, o Programa de Bene-fício PUCRS atende atual-mente cerca de 7.100 estu-dantes, que recebem até

50% de abatimento sobre as mensa-lidades. Em julho, serão abertas asinscrições para o segundo semestre,quando todos os acadêmicos interes-sados, inclusive os que gozaram doBenefício em 2003/1, deverão efe-tuar inscrição e submeter-se ao novoprocesso classificatório.

O Benefício é destinado aos es-tudantes que apresentam carênciaeconômico-financeira, inclusive aosque têm algum tipo de crédito edu-cativo. Durante o período em quegozar do Benefício, o aluno deve seraprovado em, no mínimo, 60% dasdisciplinas requeridas com matrícu-las aceitas. O não-cumprimento des-sa determinação tem como conse-qüência imediata a perda do Bene-fício, além da impossibilidade de

Universidade aprimoraPrograma de Benefício

nova participação no programa ins-tituído no segundo semestre de2000. Os recursos do Programa sãoprovenientes da isenção das contri-buições previdenciárias da PUCRS,decorrentes de sua condição de en-tidade filantrópica.

Os critérios para a seleção doscandidatos baseiam-se na fórmula dogoverno federal para o Programa deFinanciamento Estudantil (Fies). Oíndice de carência leva em conta, en-tre outros aspectos do grupo familiar,a renda, a existência de doença crôni-ca, o número de integrantes, o paga-mento de aluguel ou financiamentode imóvel e a realização de curso su-perior em instituição de ensino supe-rior por outro membro desse grupo.A partir das inscrições, recebidas pelainternet, é estabelecida a classificaçãoprévia dos alunos com base no cálcu-lo do índice de carência.

Os pré-classificados devem, en-tão, entregar os documentos compro-

batórios de suas declarações. A Co-missão de Seleção e Acompanhamen-to, formada por dois representantesda Reitoria, dois da Associação dosDocentes e Pesquisadores da PUCRSe dois do Diretório Central dos Estu-dantes, analisa todos os processos.São desclassificados os candidatoscuja documentação esteja em desa-cordo com a ficha de inscrição. Noscasos de dúvidas ou falta de dados,alunos em estágio final da Faculdadede Serviço Social realizam entrevistascom os candidatos, bem como visitasdomiciliares, quando necessário.

Período de inscrições parao 2º semestre: julho e agostoInscrições: www.pucrs.br,ou no térreo do prédio 50 eno Campus Zona Norte

Acesso aoPrograma

Perda de empregonão desanimou Marta

Quando in-gressou nocurso dePedagogiaMarta Sal-vador (àdireita) foid e m i t i d ado empregode profes-sora de es-cola parti-cular. Pen-sou em de-

sistir da faculdade, mas conseguiu o abatimen-to do Programa de Benefício PUCRS. Tambémpassou a fazer monitorias na Universidade. “APUCRS faz de tudo para manter o aluno.”

Patrícia está pertoda formatura

Patrícia Lisboa é formanda de Enfermagemgraças ao Benefício PUCRS. Se não contassecom o abatimento das mensalidades desde2000, teria trancado a matrícula.

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Social

Criado em 1959, por iniciati-va de alunos da Faculdadede Direito vinculados aoCentro Acadêmico MaurícioCardoso, o Serviço de Assis-

tência Jurídica Gratuita (Sajug) prestaserviços filantrópicos à comunidadecarente de Porto Alegre. Em 2002, fo-ram atendidas mais de 5 mil pessoasque contaram com ações interdiscipli-nares de Direito e Serviço Social pra-ticadas no Sajug. Desde o primeirosemestre de 2003, estagiários tambémrealizam atendimentos no CampusAproximado da Vila Fátima.

A partir de 1976, o Sajug passoua ser um órgão auxiliar da Universi-dade vinculado à Faculdade de Direi-to. Em 2000, vinculou-se ao Departa-mento de Prática Jurídica, coordena-do pelo professor Vilmar Fontes. Com258 estagiários, sendo 248 da Facul-dade de Direito e dez do Serviço Soci-al, além de nove professores orienta-dores, o Sajug oferece orientação edefesa em ações propostas pelo clien-te, além do aconselhamento extraju-dicial durante todo o processo.

Prestação de serviçoAo chegar no posto, o cliente ex-

põe seu problema e é feita uma tria-gem para definir se será encaminha-do para a área de Direito de Família,Penal ou Cível. Feito isso, o estagiáriosolicita que o interessado assine osdocumentos necessários ao encami-nhamento do processo. A petição, fei-ta pelo aluno, é revisada pelo instru-tor e distribuída ao foro competente.

Há plantões de atendimento emtrês turnos. Em cada um, são distribu-ídas dez fichas. Para ser atendido noSajug, o cliente deve ter renda mensalmáxima de até dois salários mínimos(R$ 480,00) e sua ação tramitar so-mente em Porto Alegre, preferencial-

Sajug presta assistênciajurídica e social

mente, nos foros Central, Parte-non, Alto Petrópolis e 4º Distrito.

Os casos mais freqüentesatendidos no posto são de Direi-to de Família. Em 2002, das 714audiências realizadas, 564 eramdessa área. “Questões como di-vórcio, pensão alimentícia, paga-mento de pensão e guarda demenores são os casos mais co-muns”, afirma a professora Ma-ria Cristina Martinez, superviso-ra do Sajug. Na área Cível, omaior índice de procura está emproblemas ligados à reintegraçãode posse e o usucapião.

Prática jurídicaA partir do sétimo nível, os

acadêmicos de Direito podemcursar as disciplinas extracurricu-lares Estágio Sajug I e II. Comoestagiários, os alunos fazem oatendimento aos clientes, produzemas peças processuais e acompanhama tramitação do processo no foro atéo final da ação, sob a orientação dosprofessores instrutores. Além disso,estudantes do Serviço Social atuamno fortalecimento da comunidade,no que diz respeito a sua identida-de, autonomia e cidadania.

Em cada turno, a equipe de esta-giários é formada por oito alunos deSajug I e oito de Sajug II. Neste se-mestre, outro grupo está prestandoatendimento, nas quartas-feiras, à tar-de, no Campus Aproxi-mado da Vila Fátima.

O desempenhopessoal e o aprendiza-do técnico são os prin-cipais objetivos do es-tágio. A avaliação é fei-ta mediante a entregade relatórios mensaisfeitos pelos estagiários

aos professores. Aspectos como pon-tualidade, interesse, redação e lin-guagem são verificados. Ao final dosemestre, um relatório geral com to-das as peças produzidas pelo aluno, éavaliado pelos instrutores. Para a es-tudante Marilia Espírito Santo, ocontato com as pessoas é uma experi-ência formidável. “A teoria da sala deaula é aplicada aqui, tornando oaprendizado mais rápido e eficien-te”, opina. No momento, Mariliaatua num pedido de revisão criminalda pena de um réu condenado.

Pré-requisito: renda mensal máxima dedois salários mínimos (R$ 480)Local: sala 140 do prédio 8 do CampusCentral (Av. Ipiranga, 6681)Dias: de segunda a sexta-feiraHorário: manhã (8h às 10h), tarde (14hàs 16h) e noite (19h30min às 21h30min)

Como ser atendido

Estagiários atendem os clientes

Alunos elaboram os processos

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Perfil

Laureada pela Organizaçãodas Nações Unidas, em1993, por ser a primeiramulher a reger uma óperana América do Sul, Gilia

Gerling dispensa apresentações den-tro da PUCRS. Há 27 anos na Uni-versidade, dedica seu dia ao quemais gosta de fazer: trabalhar compessoas. Rege um coral formado pormais de 180 vozes da terceira idadee o coral do Hospital São Lucas. NaPró-Reitoria de Extensão atua comoassessora e coordenadora do setorartístico-cultural. Dentre os váriosprojetos está o sonho de implemen-tar o Campus Sonoro – que visa apromover cursos de extensão nasmais variadas áreas artísticas, alémde criar corais nas unidades, nosquais participem alunos, professorese funcionários.

Por meio de ações que envol-vem espírito de equipe, solidarieda-de e auto-estima, sua formaçãoabrange a área da música, teologia,filosofia e especializações em psico-logia hospitalar, técnica vocal, regên-

cia orquestral, vio-loncelo, didáticamusical e ummestrado em te-rapia do aconse-lhamento comdependentes quí-

micos.

Gilia Gerling: o dom e asabedoria de ensinar

Com apenas três anos Gilia de-monstrava aptidão e intimidade comos instrumentos musicais. “Minhamãe foi a primeira professora de pia-no”, conta. Mas não foram só as no-tas musicais que despertaram o gos-to pelos corais e orquestras. Na com-panhia do único irmão, também mú-sico, ela buscou inspiração no ladocriativo e dinâmico do pai, Frederi-co Gerling Junior, coordenador e re-gente do Coral e orquestra daPUCRS.

Uma das passagens que marcoua trajetória de Gilia foi quando mo-rou com a família, em Recife, na dé-cada de 60. O pai desenvolvia umtrabalho missionário formando co-rais nas cidades do interior. “Todosnós nos envolvíamos. Para obter re-cursos, minha mãe bordava e faziabolinhos de chuva para vender”,lembra.

A herança musical levou a mu-sicista a trabalhar em parceria como pai. Eles dividiram o palco e aregência do coral da Universidade,no Instituto de Cultura Musi-cal, de 1975 a 2000.O trabalho realiza-do no Instituto foide intensa ativida-de como regentee de dedica-ção aos

cora-l i s tas .

“ A b r imão de

várias opor-tunidades no ex-

terior para investirtodo o meu poten-

cial no coral formadopor 110 integrantes, na

época”, explica. Neste meio-tempo, buscou aprimoramento pro-

fissional, sendo aluna de regentes re-nomados como Leonard Bernstein,nos EUA, Cristopher Linz, na Áus-tria, e Jean Sevigné, na Bélgica.

Um episódio que emociona amaestrina e contribuiu para sua per-manência na Universidade, rememo-ra os tempos do Reitor Ir. José Otão.Todos os dias, Gilia observava umsenhor de idade dirigir-se, depoisdo almoço, aos fundos do Institutode Cultura Musical. Num gesto cui-dadoso, ele regava plantas e cultiva-va um jardim. “A cena me sensibili-zou e um dia perguntei aos outrosirmãos quem era a pessoa que zela-va pelos canteiros. Ao descobrir queera o Reitor, pensei imediatamente:se a figura máxima da Universidadepreocupa-se em molhar uma planta,é aqui que eu quero ficar”, lembra.

A realização do mestrado dire-cionado à terapia do aconselhamen-to com dependentes químicos, nosEUA, possibilitou à musicista desen-volver técnicas de abordagens espe-cíficas. Hoje auxilia dependentes quí-micos a repensar a vida. “A medici-na e a música são as minhas gran-des paixões e estão presentes desdeque nasci”, diz ao recordar do con-vívio com o avô médico que nunca

deixou de atender pessoas carentes.Fora da Universidade, no espa-

ço denominado Som, pessoa e arte, Gi-lia dedica-se às aulas de canto, vio-loncelo e regência, e ainda atendedependentes químicos. “Estou envol-vida em funções que me fascinam”,resume. Na extensa lista de projetosfuturos estão incluídas uma especia-lização na área de administração, afundação de uma clínica para de-pendentes químicos, a ampliação dotrabalho com a terceira idade e apublicação de um livro que terá otítulo Um tempo chamado meu.

PAULA OLIVEIRA DE SÁ — [email protected]

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Eu estudei na PUCRS

Amudança de Dom ZenoHastenteufel para Frederi-co Westphalen, no ano pas-sado, lhe impôs o desafiode assumir como bispo di-

ocesano e ter de deixar a sala deaula. Professor da PUCRS desde1973, um ano após a formatura, nãose imaginava sem o contato com osalunos e sem aulas para preparar.Dom Zeno foi da primeira turma doInstituto de Teologia (hoje Faculda-de), entre 1969 e 1972. Um tempomarcante pela convivência com ou-tros estudantes quando se prepara-va para o sacerdócio. O impedimen-to de cursar Jornalismo, na época,não o afastou dos veículos de comu-nicação. Hoje os programas diáriose semanais nas emissoras de rádioAM e FM da Igreja contribuem parafacilitar sua integração com a popu-lação de Frederico Westphalen.

Dom Zeno nasceu há 57 anosem Montenegro. Aos 12, ingressouno seminário. Trabalhou em diver-sas paróquias de Porto Alegre. Tam-bém cursou, entre 1967 e 1972, gra-duação em Filosofia na Faculdade deFilosofia Nossa Senhora daImaculada Conceição, em Vi-amão. Além da dedicação àliteratura, com a autoria deseis livros e cinco capítulosde obras, foi também diretordo jornal Mundo Jovem,assistente eclesiásti-co do jornal VersãoSemanal e apre-sentador de pro-grama diário narádio AliançaFM. Dirigiu oInstituto deTeologia daPUCRS entre1988 a 1996.

Vocação pastoralmove Dom Zeno

O bispo não conseguiu ficarmuito tempo longe da sala de aula.Neste ano, começou a lecionar umanoite por semana na Faculdade deHistória da Universidade RegionalIntegrada do Alto Uruguai e dasMissões. Quando os compromissoso impedem de comparecer, contacom a ajuda do monitor. “Sempreencarei o magistério como uma pas-toral e um desafio para o meu serpadre.” Ele somente havia interrom-pido as atividades de professor daPUCRS para completar a formação.Em 1982, mudou-se para a Itália,onde fez, na Pontifícia UniversidadeGregoriana, mestrado e doutoradoem História Eclesiástica.

Teologia ou Jornalismo?Como fato mais marcante da

época de estudante da PUCRS,Dom Zeno lembra o chamado deDom Ivo Lorscheiter, em dezembrode 1968, para informar que a Uni-versidade começaria o curso de Jor-nalismo e que a Arquidiocese teriauma bolsa de estudos. Dom Zenoestudou durante uma semana e ti-

rou o nono lugar. Mas, antesde se matricular, o arcebispoDom Vicente Scherer disseque ele deveria escolher en-tre Teologia e Jornalismo.Recorda que tinha uma noi-

te para decidir. Foipara o sacrário

da capela noS e m i n á r i ode Viamãoe adorme-ceu. Acor-dou de

m a d r u -g a d acom arespos-

ta. Seguiu na Faculdade de Teolo-gia. “Até hoje não me arrependi,pois sempre trabalhei com meiosde comunicação social”, afirma.

Em Frederico Westphalen, DomZeno trabalha na organização da pas-toral vocacional. Coordena equipesvocacionais nas 37 paróquias da dio-cese e na maioria das capelas do in-terior (são 56 municípios). Tambémpreocupa-se em formar grupos decoroinhas. No seu primeiro ano debispo, crismou seis mil jovens. “Omais difícil é colocar em prática umanova idéia de trabalho pastoral. Issoexige mudança de mentalidade, pri-meiro nos padres e depois na popu-lação. O bispo conta ainda com oColégio de Consultores para ajudá-lo a decidir em questões como a ad-ministração diocesana e o remanejode sacerdotes.

O livro de sua autoria, O Cate-cismo ao Alcance de Todos – Uma Sínte-se do Catecismo da Igreja Católica, éestudado pelos 1,2 mil ministros daEucaristia. “Modéstia à parte, masesse é o tipo de obra que o PapaJoão Paulo II está esperando do car-deal Ratzinger, catecismo resumidoe de mais fácil manuseio”, orgulha-se. Pretende continuar suas publica-ções sobre História da Igreja. Doislivros estão praticamente prontos nocomputador.

1970: recebe as ordens menoresno Seminário de Viamão

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Ação Comunitária

Carlos Severo, nove anos,mora com a avó, Maria deLourdes, num barraco noMorro da Cruz, em PortoAlegre. Não costuma comer

o suficiente para sua idade e, muitasvezes, eles não têm nenhuma refei-ção à noite. Graças à doação de trêstoneladas e 479 quilos de alimentose 1.500 peças de roupas, arrecadados

Solidariedade beneficiamais de 5 mil pessoas

psicológicos gratuitos,ações preventivas emsaúde, teatro para ido-sos da Vila Fátima, ex-posições, palestras, co-leta de roupas, ali-mentos e livros, visi-tas a asilos e institui-ções sociais, atividadesesportivas e celebra-ções eucarísticas foraminiciativas do eventoque beneficiou 5.300pessoas.

A Feira de Promo-ção da Saúde, realiza-da no supermercado Carrefour, ficoua cargo das Faculdades de Enferma-gem, Fisioterapia e Nutrição (Faenfi),Farmácia, Medicina, Odontologia,Educação Física e Ciências do Despor-to, Hospital São Lucas e da Associaçãode Voluntárias de Câncer de Mama.Envolveu 130 pessoas em 3.077 aten-dimentos. “A interação com a comuni-dade e o espírito de solidariedade, ali-ados à prática, fazem parte do cresci-mento acadêmico”, ressalta a profes-sora Ana Maria Feoli, da Faenfi. EnediAndrighetti, presidente da Associaçãode Voluntárias da Mama, sentiu-segratificada em auxiliar a quem preci-sa. “É compromisso e responsabilida-de com o próximo”, empolga-se.

A Faculdade de Engenharia rea-lizou cursos e minicursos de infor-mática, instalações elétricas, fabrica-ção de protótipos automotivos, entreoutros. Lurdes Alves, do bairro Ca-maquã, participou da aula de mecâ-nica básica. “Trabalho no almoxari-fado de uma oficina e aqui aprendimais sobre peças e funcionamento domotor”, conta. O professor SérgioRahde, coordenador do Laboratóriode Motores, abordou os ensinamen-tos necessários ao cotidiano, além deproporcionar qualificação profissionalaos participantes.

Professores e funcionários da Fa-culdade de Matemática, além de ar-

recadarem roupas e mantimentos,confeccionaram 2 mil folhetos intitu-lados Fome Zero, a PUC e você, para di-vulgação da Semana. Os docentescontribuem, mensalmente, com umaquantia financeira doada ao AlbergueJoão Paulo II e à Casa do Excepcio-nal Santa Rita de Cássia, na capital.

No Laboratório de Biotecnolo-gia Vegetal da Faculdade de Biociên-cias promoveu-se a troca de alimen-tos não-perecíveis por cerca de 250samambaias ornamentais. O profes-sor Leandro Astarita, coordenador doLaboratório, conta que a idéia foiestimular as pessoas à doação.

A Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas foi a campeã em arre-cadação de alimentos: uma toneladae 86 quilos. A vice-diretora, Maria Isa-bel Mallmann, diz que a campanhafoi planejada para marcar uma açãoefetiva de sensibilização em benefíciodos carentes. “Com essa solução ime-diata minimizamos um pouco o pro-blema da fome”. O professor RenatoMatiazo, coordenador do movimentosocial da Faculdade de Direito, quearrecadou uma tonelada, ficou muitosatisfeito com o resultado e um senti-mento de missão cumprida. “Lem-bro daqueles pais que estão dandode comer para seus filhos, graças àcampanha da Semana da Solidarie-dade”, conclui.

Maria de Lurdes e Carlos Severo

Feira da Saúde foi ao Carrefour

Faculdade de Direito: uma tonelada

Foto: Thiago Dalmas

durante a 9ª Semana da Solidarieda-de da PUCRS, Carlinhos e outras1.500 pessoas terão melhores condi-ções de se alimentar e de se abrigar,por algum tempo. O evento, realiza-do em maio pelo Projeto Solidarie-dade da Pró-Reitoria de Assuntos Co-munitários, foi coordenado pelo Ir.Avelino Madalozzo.

As unidades acadêmicas partici-param promovendo atividades volta-das à comunidade. Aconselhamentos

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Opinião

Como o conhecimen-to é algo potencial-mente disruptivo,não o fazemos bemse apenas o repro-

duzimos. De componenteformativo é rebaixado a com-ponente apenas informativo.O conhecimento que pode-mos armazenar e reproduziré mera informação. Para quemantenha sua verve disrup-tiva, é mister permanecer di-nâmico no processo constan-te de desconstrução e recons-trução.

O aluno, por isso mes-mo, não comparece à escolapara escutar, tomar nota efazer prova, mas para literal-mente “fazer” o conhecimen-to, meter a mão no conheci-mento.

Sendo a vantagem com-parativa mais eminente, re-presenta em grande medidaa oportunidade que teremosna vida. É claro que nãopode ser visto assim apenas(vantagem comparativa), masprincipalmente como compo-nente formativo ligado ao sa-ber pensar e ao aprender aaprender.

O instrucionismo tem re-duzido nossas escolas e uni-versidades a um montão desalas de aula, onde apenasse reproduz conhecimento desegunda mão. O processo deaprendizagem exige, porém,que o aluno participe plena-mente, pesquisando e elabo-rando, argumentando e fun-damentando, duvidando equestionando.

Dizia Paulo Freire: Bom

O direito de aprendera saber pensar

educador é aquele que influ-encia o aluno de tal modoque o aluno não se deixeinfluenciar. Precisamos en-contrar este estilo de influ-ência libertadora, que não seesgote em “instruir”.

Para mudar a sociedade,precisamos de gente rebelde,que veja longe e saiba colo-car em xeque nossa históriapassada, em busca de histó-ria alternativa no futuro. Onovo educador tem neste de-safio papel insubstituível, nãopara “dar aula” (os meios ele-trônicos são mais espertos eatraentes), mas para cuidarda aprendizagem que gestaa rebeldia do aluno. É ava-liador e orientador, não ins-trutor.

É fundamental sair doargumento de autoridade eemplacar a autoridade do ar-gumento, para que seja viá-vel a sociedade feita de con-sensos inteligentes, tão inte-ligentes que os questiona-mentos promovam a solida-riedade e os consensos, o es-pírito crítico.

Pedagogia comparececomo curso mais importanteda Universidade, porque tra-balha o desafio primordial daaprendizagem e do conheci-mento. Na sociedade inten-siva de conhecimento, o novoeducador ocupa o pedestalmais alto, desde que tambémseja digno deste pedestal.

Não cabe mais apenas“dar aula” reprodutiva, por-que isto, além de não infor-mar nada, sobretudo nãopermite formar.

“ O processo deaprendizagem exige que o

aluno participeplenamente, pesquisando

e elaborando,argumentando efundamentando,

duvidando equestionando. Para mudar

a sociedade, precisamosde gente rebelde, que vejalonge e saiba colocar em

xeque nossa históriapassada, em busca dehistória alternativa no

futuro. ”PEDRO DEMO

PhD em Sociologia pela Universidade deSaarbrücken (Alemanha) e pós-doutorpela Universidade da Califórnia em Los

Angeles (EUA). Professor Titular daUniversidade de Brasília no

Departamento de Serviço Social(Mestrado e Doutorado em PolíticaSocial). Conferencista convidado do

Projeto Reflexões da PUCRS

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