espinosa · -a mente age na medida em que tem idéias adequadas, que são advindas de sua própria...
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ESPINOSA
Professor Ricardo da Cruz AssisFilosofia - Ensino Médio
1
Spinoza (1632-1677) Filósofo racionalista. Para uns
um ateu, para outros um ébrio de Deus... Atitude
religiosa diante da natureza. Obra principal:
Ethica, ordine geometrico demonstrata (Deutscher)
=====================================================================================================================================
Começa com definições:
1)Causa sui = aquilo cuja essência implica na
existência, i.e. cuja natureza não pode ser
concebida senão como existente. Ela é a:
2)Substância = aquilo que é em si e por si é
concebido, i.e. aquilo cujo conceito para ser
formado não precisa do conceito de outra
coisa. Para ele a substância é a NATUREZA
=========================================================================================================
Para Descartes existem duas (três) substâncias:
Res extensa = atributo essencial EXTENSÃO
Res cogitans (finita e infinita (Deus é única substância
absoluta)) = atributo essencial PENSAMENTO===================================================================================================================
Para Spinoza a SUBSTÂNCIA é única, pois
senão precisaria limitar-se com outras e não
seria mais independente.. Ora, essa
substância não é outra que não DEUS.
Daí que para ele
SUBSTÂNCIA = DEUS = NATUREZA
Essencialmente essa substância é constituída
de
ATRIBUTOS em número infinito!
E precisa ser assim,
pois Deus é realidade suprema e portanto
perfeição suprema e riqueza suprema, daí que
ele precisa ter uma infinitude de propriedades
essenciais...
Mas de todos os atributos, só dois nos são
cognoscíveis:
A EXTENSÃO e o PENSAMENTO
Se Deus é a única substância, ele é causa
IMANENTE e não TRANSITIVA de todas as coisas,
ou seja: TUDO ACONTECE NELE MESMO. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Como o que é imanente à natureza de uma coisa
lhe pertence necessariamente, tudo o que deriva
de Deus se lhe deriva NECESSARIAMENTE.
Assim, tudo o que acontece, acontece
necessariamente...
Donde: LIBERDADE em Spinoza não existe no
sentido LIBERTARISTA, mas
DETERMINISTA/COMPATIBILISTA : liberdade é
ausência de coação.
Ser livre é ser determinado sem ser coagido.
Por isso Deus age segundo as leis da natureza e
mesmo assim é livre, pois não é coagido! O
mundo decorre de Deus como a soma dos
ângulos de um triângulo que resulta em 180 graus.
Tudo o que acontece é determinado por Deus, não
pela liberdade de sua vontade, mas pela natureza
absoluta de sua potência infinita.
(por ignorância das causas o homem pensa que
pode fazer comércio com Deus, fazendo-lhe culto
e esperando que ele assim satisfaça a sua cega
cupidez e insaciável avareza.)
Daí que:
1) Tudo é rigorosamente necessário.
2) Não existe finalidade alguma no universo.
Existe a NATURA NATURANS (os atributos) e a
NATURA NATURATA... A essa última pertencem os
MODOS, as modificações dos atributos...
Cada modo tem dois aspectos: físico e mental.
Exemplos de modos:
1)CORPO = determinação da essência divina sob o
atributo da extensão.
2)IDÉIA = conceito formado pelo espírito e pelo qual
o espírito é pensante
3)MODOS AFETIVOS (como o amor)...
A idéia é o modo fundamental do pensamento, o
qual é atributo de Deus, donde em Deus há a idéia
de sua essência e de tudo o que lhe segue...
Tudo advém de Deus necessariamente, de modo que
as idéias advém do atributo do pensamento, assim
como os corpos advém do atributo da extensão.
A substância pensante e a substância extensa são
uma e a mesma, ora apreendida sob o atributo do
PENSAMENTO, ora apreendida sob o atributo da
EXTENSÃO.
A mente humana é modo do atributo do
pensamento, como de todos os modos do
pensamento, sendo idéia do corpo
(versão da definição aristotélica de alma como
forma do corpo).
CONHECIMENTO
Conhecimento:
A MENTE (mens) é consciência do corpo,
apercebendo-se das MODIFICAÇÕES DELE, e por
meio dessas modificações, conhecendo
indiretamente os OUTROS CORPOS...
Mas essas são formas INADEQUADAS de
conhecimento, posto que INDIRETAS.
A MENTE não é só IDÉIA DO CORPO (idea corporis)
mas também IDÉIA DA IDÉIA (idea ideae).
O conhecimento inadequado é, portanto, o
conhecimento sensível, empírico...
O CONHECIMENTO ADEQUADO começa na
concepção das coisas nos aspectos comuns a
todas,
Que é o caso das LEIS DA MATEMÁTICA E DA
FÍSICA.=====================================================================================================================
Em resumo, há 3 Gêneros de conhecimento:
1)Conhecimento por imagens confusas vindo da
EXPERIÊCIA SENSÍVEL e de sua memória.
2)Conhecimento de NOÇÕES COMUNS, ex:
conhecimento matemático (teorema de Pitágoras).
3)CONHECIMENTO INTUITIVO, “que procede da
idéia adequada dos atributos divinos à idéia
adequada das essências das coisas”.
Ex.: a lei das proporções me é intuitiva: sei que ½ =
3/x onde x = 6.=================================================================================================================================
Conhecimentos do gênero 2 e 3 são verdadeiros e
necessários, pois refletem a ordem da natureza,
onde tudo é necessário.
A noção do contingente é produto da imaginação;
só a razão entende o mundo SUB SPECIE
AETERNITATIS (à luz da eternidade), sendo
conhecimento adequado e perfeito de Deus.
Assim, para Spinoza o espírito humano é capaz do
conhecimento adequado da essência eterna e
infinita de Deus, nisso consistindo a sua bem
aventurança...
- A mente sofre na medida em que tem idéias
INADEQUADAS, idéias advindas das PAIXÕES, que
são CONHECIMENTO DO CORPO (imperfeito).
-A mente AGE na medida em que tem idéias
ADEQUADAS, que são advindas de sua própria
natureza.==================================================================================================================================
Como a mente é idéia do corpo, deve buscar fazer
com que este SE CONSERVE, daí que a consciência
do que potencia o corpo potencia também a mente
(mens).
A ALEGRIA (laetitia) é a consciência desse aumento
de potência... enquanto a TRISTEZA (tristitia) é a
consciência de uma diminuição da potência.
As paixões fundamentais são três:
ALEGRIA (laetitia), TRISTEZA (tristitia) e DESEJO
(cupiditas)
Delas se derivam todas as outras, ex:
AMOR = alegria acompanhada da idéia de uma
causa exterior.
ÓDIO = Sofrimento acompanhado da idéia de uma
causa exterior.
“O ódio pode ser aumentado pelo ódio recíproco,
podendo ser cancelado pelo amor” >
Daí que devemos proporcionar alegria ao que nos
odeia na medida do possível!
O ódio e o amor diminuem quando
percebemos que a CAUSA de nossa tristeza
ou alegria não é livre, mas determinada por
outras e ainda outras causas e assim ao
infinito!
Ora, como o ódio não passa de tristeza,
quando as causas imaginadas pela tristeza
são reconhecidas como infinitas, o ódio SE
DISTRIBUI EM UMA INFINIDADE DE
OBJETOS, diluindo-se...
(“Tudo compreender é tudo perdoar”)
---------------------------------
As paixões tem como atividade fundamental
A atividade racional, o conhecimento adequado, a
contemplação...
Assim, o caminho para o bom uso das paixões é o
que a razão nos prescreve...
O que a razão exige é que cada um ame a si mesmo
e busque aquilo que lhe é realmente útil em
aumentar a potência do próprio ser.
Nessa virtude consiste a felicidade.
Como somos mente, o que é útil para nós é o que
nos conduz ao conhecer,
Logo o bem supremo da mente é conhecer a Deus.
. Isso não é egoísmo, pois quanto mais o homem
conhece mais se permite que os outros seres
humanos, na medida em que dotados de razão,
usufruam desse conhecimento.
Alegria é boa, sofrimento é mau.
Alegria é a consciência do aumento de potência do
corpo...===================================================================
O ÓDIO nunca pode ser bom e as paixões a ele
relacionadas, como INVEJA, ESCÁRNIO,
DESPREZO, IRA, VINGANÇA... (paixões limitadoras)
E as ações movidas por essas paixões são sempre
torpes e injustas.
Como o ódio é sempre mau, quem vive segundo a
razão deve sempre que possível retribuir com
amor e generosidade o ódio, a ira e o
desprezo.
A COMPAIXÃO é inútil, devemos ajudar ao próximo
porque a razão prescreve, mas não por compaixão,
pois ela nos leva a SOFRER junto com o outro.
O ARREPENDIMENTO do mal realizado é maléfico,
pois só acrescenta sofrimento ao sofrimento.
(“Arrependimento é perda de tempo”, Henry Miller)
A HUMILDADE é um mal porque é sofrimento da
própria impotência (“A humildade é boa, mas sem ela se
vai mais longe”, provérbio popular).
SOBERBA é um mal, pois depende do conhecimento
errado de si (excesso).
AVILTAMENTO é um mal, também por depender de
conhecimento errado de si (defeito).
Já que tudo é determinado, não há mal na
natureza, sendo o conhecimento do mal uma
idéia inadequada.
Portanto, se tivermos somente idéias
adequadas, não teremos conhecimento do
mal.
_______________________________________Nós nos libertamos das paixões pela força da razão,
adquirindo assim LIBERDADE.
A RAZÃO domina as PAIXÕES na medida em que as
CONHECE, objetivando-as...
Uma paixão deixa de sê-lo quando se tem dela uma
idéia clara e distinta, uma vez que ter dela tal idéia
significa considerá-la efeito de uma realidade
dependente de um número infinito de causas, todas
elas necessárias...
Quanto isso acontece a paixão sofrida deixa de
suscitar ódio ou amor pela causa, já que ele se dá
conta de que a causa já foi determinada por infinitas
outras. Desse modo o amor e o ódio SE DILUEM
distribuindo-se em infinitas realidades!
Assim, organizando nossos pensamentos, nós
organizamos também nossas paixões, vendo-as
como momento necessário da eterna ordem das
coisas, que é Deus.
Devemos amar a Deus, mas Deus não
nos ama,
Pois a eterna ordem das coisas – Deus –
não tem paixões.
O espírito humano não pode ser
totalmente destruído com o corpo,
“restando nele algo de eterno” -
Sentimos que na mente como idéia do
corpo há algo de eterno...
(Derek Parfit: metáfora do túnel de vidro.)
A vida do espírito é conhecimento.
O conhecimento do terceiro gênero gera
a suprema alegria do espírito, que unida
à idéia de Deus, produz o AMOR DEI
INTELLECTUALIS - o amor intelectual à
Deus,
que é parte do infinito amor com o qual
Deus ama a si mesmo!
Essa é a BEM EVENTURANÇA através da qual
anulamos o excesso das paixões (libidines)...
Nota do Herém que se publicou da Theba em 6 de Ab, contra Baruch Espinosa
“Os senhores do Mahamad fazem saber a vossas mercês: como há dias que, tendonotícia das más opiniões de Baruch de Espinosa, procuraram por diferentes caminhose promessas retirá-lo de seus maus caminhos; e que, não podendo remediá-lo, antes,pelo contrário, tendo a cada dia maiores notícias das horrendas heresias quepraticava e ensinava, e das enormes obras que praticava; tendo disso muitastestemunhas fidedignas que depuseram e testemunharam tudo em presença de ditoEspinosa, de que ficou convencido, o qual tendo tudo examinado em presença dosSenhores Hahamín, deliberaram com o seu parecer que dito Espinosa sejaexcomunhado e apartado de toda nação de Israel como atualmente o põe em herém,com o Herém seguinte: Com a sentença dos Anjos, com dito dos Santos, com oconsentimento do Deus Bendito e o consentimento de todo este Kahal Kados, diantedos Santos Sepharin, estes, com seiscentos e treze parceiros que estão escritos neles,nós Excomunhamos, apartamos, amaldiçoamos e praguejamos a Baruch de Espinosa,como o herém que excomunhou Josué a Jericó, com a maldição que maldisse Eliasaos moços, e com todas as maldições que estão escritas na Lei. Maldito seja de dia emaldito seja de noite, maldito seja em seu deitar e maldito seja em seu levantar,maldito ele em seu sair e maldito ele em seu entrar; não queira Adonai perdoar a ele,que então então semeie o furor de Adonai e seu zelo neste homem e caia nele todasas maldições escritas no livro desta Lei. E vós, os apegados com Adonai, vosso Deus,sejais atento todos vós hoje. Advertindo que ninguém lhe pode falar oralmente nempor escrito, nem lhe fazer nenhum favor, nem estar com ele debaixo do mesmo teto,nem junto com ele a menos de quatro côvados (três palmos, isto é, 0,66m; cúbito),nem ler papel algum feito ou escrito por ele”.
Onze anos antes, nessa mesma sinagoga, quando o jovem Espinosa tinha apenas 15 anos, ocorreu a retratação de Uriel Acosta, um jovem e inflamadopensador que escrevera um livro negando a imortalidade da alma. Sua penitência foi deitar-se no umbral da sinagoga, enquanto os membros dacomunidade passavam por cima de seu corpo. Como Espinosa faria depois, ele poderia ter recusado a penitência e aceitado a maldição. Não o fez.Sentindo-se profundamente humilhado, Acosta, quando retornou à casa, escreveu mais um libelo contra sua comunidade e matou-se com um tiro. Ocalmo Espinosa foi muito mais forte – não se retratou e saiu da religião dos judeus para entrar na filosofia do Ocidente.
”Os Senhores da Ma’amad, tendo muito conhecidos das opiniões mal e atos de Baruch de Espinoza, que endeavord por vários meios e promessas, paratransformá-lo de seus maus caminhos. Mas não tendo conseguido fazê-lo consertar seus maus caminhos, e, pelo contrário, diariamente recebendo maise mais grave informações sobre as heresias abomináveis que ele praticada e ensinada e sobre seus atos monstruosos, e tendo por isso váriastestemunhas confiáveis que tenham deposto e testemunhado nesse sentido, na presença do referido Espinoza, que se convenceu da verdade sobre oassunto, e depois de tudo isso tem sido investigada na presença do chachamin honrosa, eles decidiram, com o seu consentimento, que o referidoEspinoza deve ser excomungado e expulso do povo de Israel. Pelo decreto dos anjos, e pelo comando dos homens santos, nós excomungar, expulsar,xingar e condenar Baruch de Espinoza, com o consentimento de Deus, Bendito seja Ele, e com o consentimento de toda a Sagrada Congregação, nafrente destes santo Scrolls com os seiscentos e treze preceitos que nela estão escritas, com a excomunhão com que Josué proibido Jericó, com amaldição com que Eliseu amaldiçoou os meninos, e com todas as maldições que estão escritas no Livro de lei. Maldito seja ele de dia e maldito seja elede noite, maldito seja ele quando ele se deita, e maldito aquele quando ele sobe, maldito seja ele quando ele vai sair, e maldito aquele quando eleaparece, o Senhor não poupá-lo, a raiva e a ira do Senhor se enfurecer contra esse homem, e trazer sobre si todas as maldições que estão escritasneste livro, e o Senhor lhe apagará o nome de debaixo do céu, eo Senhor vai separá-lo de sua lesão de todas as tribos de Israel, com todas asmaldições da aliança, que estão escritas no livro da lei. Mas você que permanecessem no Senhor Deus estão todos vivos hoje. Nós fim de que ninguémdeve se comunicar com ele por via oral ou por escrito, ou mostrar-lhe qualquer favor, ou ficar com ele sob o mesmo teto, ou dentro de quatro varasdele, ou ler qualquer coisa composta ou escrita por ele”.Elias tinha subido ao céu num redemoinho. Eliseu era o sucessor de Elias, a voz de autoridade sobre a terra naquele momento. Enquanto Deus teve umplano especial e glorioso com Elias, de arrebatá-lo sem experimentar a morte humana, física, com Eliseu seu plano foi diferente, pois o profeta morreude morte natural. Quando se dirigia a Betel, o profeta Eliseu foi cercado por 42 meninos, que zombavam dele chamando-o de “careca”. Na zombaria dosrapazinhos, dizendo:“Sobe, calvo, sobe, calvo!”, estava implícita a sugestão de que Eliseu também deveria subir ao céu. Em outras palavras, aqueles rapazes estavamdizendo:“Vamos ver, Eliseu, prova que tens o mesmo poder, consagração e autoridade de Elias. Sobe também do modo como ele subiu!”.Eliseu, que pelo visto não aceitava a calvície, lançou seu olhar fulminante sobre o grupo, “amaldiçoando-os em nome de Javé.” No mesmo instante,duas ursas saem do bosque e matam todos os jovens que fizeram a maldosa piada com o calvo profeta.Ora, será possível que Deus tomaria as dores do profeta, apenas por uma inconseqüente brincadeira infantil? Seria um pecado de enorme peso caçoarde um de seus profetas pela falta de cabelo? Javé não poderia ter enviado um anjo e ensinado bons modos àquelas crianças, e evitado aquele flagelo?Quem se metia em seu caminho, acabava se dando mal. Todavia, seu final trágico, desproporcional ao ato que o desencadeou, nos incomoda, sobretudopor sabermos que o “mandante” da carnificina, e da excomunhão de Espinosa foi causada por um mitológico chamado de Deus hebraico-cristão.Moral fantástica e risível da história: Sinceramente? Acho que essa história poderia facilmente fazer parte de um 11º mandamento: não faça piada decarecas, loiras, ou de qualquer característica do seu próximo, se fizer vai virar comida de urso.
1) (UEL-2004) “A idéia ilusória da vontade livre deriva de percepções inadequadas confusas; a
liberdade, entendida corretamente, no entanto não é o estar livre da necessidade, mas sim a
consciência da
necessidade.” (SCRUTON, Roger. Espinosa. Trad. De Angélica Elisabeth Könke. São Paulo:
Unesp, 2000. p. 41.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre liberdade emEspinosa, considere as
afirmativas a seguir.
I. A liberdade identifica-se com escolha voluntária.
II. A liberdade significa a capacidade de agir espontaneamente, segundo a causualidade
interna do sujeito
III. A liberdade e a necessidade são compatíveis.
IV. A liberdade baseia-se na contingência, pois se tudo no universo fosse necessário não
haveria espaço para ações livres.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
1) (UEL-2004) “A idéia ilusória da vontade livre deriva de percepções inadequadas confusas; a
liberdade, entendida corretamente, no entanto não é o estar livre da necessidade, mas sim a
consciência da
necessidade.” (SCRUTON, Roger. Espinosa. Trad. De Angélica Elisabeth Könke. São Paulo:
Unesp, 2000. p. 41.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre liberdade emEspinosa, considere as
afirmativas a seguir.
I. A liberdade identifica-se com escolha voluntária.
II. A liberdade significa a capacidade de agir espontaneamente, segundo a causualidade
interna do sujeito
III. A liberdade e a necessidade são compatíveis.
IV. A liberdade baseia-se na contingência, pois se tudo no universo fosse necessário não
haveria espaço para ações livres.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
2- (UFPA 2012) No contexto da cultura ocidental e na história do pensamento político e
filosófico, as considerações sobre a necessidade de valores morais prévios na organização
do Estado e das instituições sociais sempre foi um tema fundamental devido à importância,
para esse tipo de questão, dos conceitos de bem e de mal, indispensáveis à vida em
comum.
Diante desse fato da história do pensamento político e filosófico, a afirmação de Espinosa,
segundo a qual “Se os homens nascessem livres, não formariam nenhum conceito de bem
e de mal, enquanto permanecessem livres” (ESPINOSA, 1983, p. 264), quer dizer o
seguinte:
a) O homem é, por instinto, moralmente livre, fato que condiciona sua ideia de ética social.
b) Assim como o indivíduo é anterior à sociedade, a liberdade moral antecede noções como
bem e mal.
c) Os valores morais que servem de base para nossa socialização são tão naturais quanto
nossos direitos.
d) Não poderíamos falar de bem e de mal se não nos colocássemos além da liberdade
natural.
e) Não há nenhum vínculo necessário entre viver livre e saber o que são bem e mal.
2- (UFPA 2012) No contexto da cultura ocidental e na história do pensamento político e
filosófico, as considerações sobre a necessidade de valores morais prévios na organização
do Estado e das instituições sociais sempre foi um tema fundamental devido à importância,
para esse tipo de questão, dos conceitos de bem e de mal, indispensáveis à vida em
comum.
Diante desse fato da história do pensamento político e filosófico, a afirmação de Espinosa,
segundo a qual “Se os homens nascessem livres, não formariam nenhum conceito de bem
e de mal, enquanto permanecessem livres” (ESPINOSA, 1983, p. 264), quer dizer o
seguinte:
a) O homem é, por instinto, moralmente livre, fato que condiciona sua ideia de ética social.
b) Assim como o indivíduo é anterior à sociedade, a liberdade moral antecede noções como
bem e mal.
c) Os valores morais que servem de base para nossa socialização são tão naturais quanto
nossos direitos.
d) Não poderíamos falar de bem e de mal se não nos colocássemos além da liberdade
natural.
e) Não há nenhum vínculo necessário entre viver livre e saber o que são bem e mal.
3 - De acordo com seu conhecimento sobre a ética de Spinoza, é correto
afirmar:
a) A necessidade não se aplica às ações livres do homem.
b) O homem virtuoso procura agir com compaixão.
c) A felicidade é o prêmio da virtude, pois a ação virtuosa tem como
recompensa a felicidade.
d) Quanto mais um homem se esforça por preservar o seu ser, mais ele é
virtuoso.
e) O homem é mais livre na solidão, pois aí ele só obedece a si mesmo.
3 - De acordo com seu conhecimento sobre a ética de Spinoza, é correto
afirmar:
a) A necessidade não se aplica às ações livres do homem.
b) O homem virtuoso procura agir com compaixão.
c) A felicidade é o prêmio da virtude, pois a ação virtuosa tem como
recompensa a felicidade.
d) Quanto mais um homem se esforça por preservar o seu ser, mais ele é
virtuoso.
e) O homem é mais livre na solidão, pois aí ele só obedece a si mesmo.
4 - A virtude é a própria potência do homem, que se define exclusivamente pela
essência dele [...], isto é [...], que se define exclusivamente pelo esforço que o
homem faz para perseverar em seu ser. Logo, quanto mais alguém se empenha
em conservar seu ser e tem poder para tal, mais é dotado de virtude. O contrário
acontece [...], na medida em que alguém desdenha conservar seu ser, e por isso
é impotente. (ESPINOSA, B. Ética. In: MARCONDES, D. (org.). Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p.
75)
É INCORRETO dizer que, para Espinosa,
a) o ser humano que é virtuoso age conforme a natureza.
b) o conceito de virtude liga-se ao de autoconservação.
c) os homens, para alcançar a virtude, devem superar a sua tendência natural
por meio do hábito.
d) os homens são virtuosos por essência.
e) um ser humano age contra a própria utilidade somente sob a influência de
causas externas que o corrompem.
4 - A virtude é a própria potência do homem, que se define exclusivamente pela
essência dele [...], isto é [...], que se define exclusivamente pelo esforço que o
homem faz para perseverar em seu ser. Logo, quanto mais alguém se empenha
em conservar seu ser e tem poder para tal, mais é dotado de virtude. O contrário
acontece [...], na medida em que alguém desdenha conservar seu ser, e por isso
é impotente. (ESPINOSA, B. Ética. In: MARCONDES, D. (org.). Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p.
75)
É INCORRETO dizer que, para Espinosa,
a) o ser humano que é virtuoso age conforme a natureza.
b) o conceito de virtude liga-se ao de autoconservação.
c) os homens, para alcançar a virtude, devem superar a sua tendência
natural por meio do hábito.
d) os homens são virtuosos por essência.
e) um ser humano age contra a própria utilidade somente sob a influência de
causas externas que o corrompem.
5 - Spinoza, na sua Ética, investigou "a potência do intelecto ou a liberdade
humana", o que constitui a quinta parte de seu livro. Logo no primeiro axioma
desta parte, ele define sua posição sobre o problema da contradição entre duas
ações em um mesmo sujeito. Segundo tal axioma, se, em um mesmo sujeito,
são suscitadas duas ações contrárias, é correto afirmar que:
a) deverá, eventualmente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas uma
delas, sendo possível que deixem de ser contrárias.
b) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, pois apenas em
uma delas é insuficiente para que deixem de ser contrárias.
c) deverá, necessariamente, dar-se uma fixação em ambas, ou em apenas uma
delas, para que nunca deixem de ser contrárias.
d) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas
uma delas, até que deixem de ser contrárias.
e) deverá, necessariamente, dar-se uma cristalização de ambas, pois a estrutura
ontológica dos entes exige a permanência dos contrários.
5 - Spinoza, na sua Ética, investigou "a potência do intelecto ou a liberdade
humana", o que constitui a quinta parte de seu livro. Logo no primeiro axioma
desta parte, ele define sua posição sobre o problema da contradição entre duas
ações em um mesmo sujeito. Segundo tal axioma, se, em um mesmo sujeito,
são suscitadas duas ações contrárias, é correto afirmar que:
a) deverá, eventualmente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas uma
delas, sendo possível que deixem de ser contrárias.
b) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, pois apenas em
uma delas é insuficiente para que deixem de ser contrárias.
c) deverá, necessariamente, dar-se uma fixação em ambas, ou em apenas uma
delas, para que nunca deixem de ser contrárias.
d) deverá, necessariamente, dar-se uma mudança em ambas, ou em apenas
uma delas, até que deixem de ser contrárias.
e) deverá, necessariamente, dar-se uma cristalização de ambas, pois a estrutura
ontológica dos entes exige a permanência dos contrários.
6 - Em sua Ética, Spinoza explora o importante tema da servidão, especialmente
na quarta parte do livro. Já na primeira frase dessa quarta parte da
Ética, Spinoza esclarece o que entende por servidão, que é então definida como
impotência:
a) divina para organizar e gerenciar os afetos
b) divina para organizar e gerenciar as razões
c) humana para regular e refrear os afetos
d) humana para regular e refrear as razões
e) humana para aniquilar e exterminar os afetos
6 - Em sua Ética, Spinoza explora o importante tema da servidão, especialmente
na quarta parte do livro. Já na primeira frase dessa quarta parte da
Ética, Spinoza esclarece o que entende por servidão, que é então definida como
impotência:
a) divina para organizar e gerenciar os afetos
b) divina para organizar e gerenciar as razões
c) humana para regular e refrear os afetos
d) humana para regular e refrear as razões
e) humana para aniquilar e exterminar os afetos
7 - Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais
miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos
e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia
doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a
um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não
consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia.
Baruch Spinoza, Tratado Político
A partir do texto, considere os itens a seguir.
I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder
político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade.
II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra
de todos contra todos.
III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia,
segundo Spinoza.
IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da
escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo.
V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado
segundo regras racionais estabelecidas a priori.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I, II e V. c) III e IV. e) V.
b) I, IV e V. d) IV.
7 - Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais
miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos
e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia
doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a
um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não
consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia.
Baruch Spinoza, Tratado Político
A partir do texto, considere os itens a seguir.
I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder
político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade.
II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra
de todos contra todos.
III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia,
segundo Spinoza.
IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da
escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo.
V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado
segundo regras racionais estabelecidas a priori.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I, II e V. c) III e IV. e) V.
b) I, IV e V. d) IV.