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ESPÉCIES DE ÁRVORESPOTENCIALMENTE AMEAÇADASPELA ATIVIDADE MADEIREIRA

NA AMAZÔNIA

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Adriana Martini, Nelson Araújo Rosa & Christopher Uhl.1998.

Espécies Madeireiras da Amazônia PotencialmenteAmeaçadas/Adriana Martini, Nelson Araújo Rosa &Christopher Uhl. Série Amazônia N° 11 - Belém: Imazon,1998.

34 p.; il

1. Espécies Madeireiras. 2. Biodiversidade. 3. Exploraçãomadeireira. 4. Amazônia

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Série Amazônia 11

Adriana MartiniNelson de Araújo Rosa

Christopher Uhl

Belém, 1998

ESPÉCIES DE ÁRVORESPOTENCIALMENTE AMEAÇADASPELA ATIVIDADE MADEIREIRA

NA AMAZÔNIA

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Série Amazônia 11Diretoria Executiva:

Paulo Barreto - DiretorEdson Vidal - Vice-Diretor

Conselho Diretor:Adriana Ramos

André GuimarãesAnthony Anderson - Presidente

Jorge Yared

Rita Mesquita

Conselho Consultivo:Alfredo Homma

Antônio Carlos HummelCarlos da Rocha Vicente

Johan ZweedeMaria José Gontijo

Peter MayRaimundo Deusdará Filho

Robert BuschbacherRobert Schneider

Virgílio Viana

Texto:Adriana Martini

Ecóloga, M.Sc. - IMAZONNelson de Araújo Rosa

Botânico, MUSEU GOELDIChristopher Uhl

Biólogo, PhD - IMAZON e Universidade Estadual da Pensilvânia - EUA

Edição e Revisão de Texto:Tatiana Corrêa

Editoração Eletrônica:Janio Oliveira

Apoio Editorial:Fundação Ford

ImazonCaixa Postal 5101, Belém (PA). CEP: 66.613-397Fone/Fax: (091) 235-4214/0122/0414/0864Correio Eletrônico: [email protected]: www.imazon.org.br

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Sumário

RESUMO................................................................................................................. 7

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 8

METODOLOGIA............................................................................................... 10

RESULTADOS..................................................................................................... 13Características da flora madeireira ................................................................. 13Classificação das espécies madeireiras sensíveis à exploração .................. 14

DISCUSSÃO......................................................................................................... 17

NOTAS DE PRECAUÇÃO .............................................................................. 19

OUTRAS APLICAÇÕES PARA ESTA ABORDAGEM ............................ 21

AGRADECIMENTOS ....................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 24

APÊNDICE .......................................................................................................... 26

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Espécies Madeireiras - 7

RESUMO

Os impactos da exploração madeireira nos ecossistemas amazônicostêm recebido considerável atenção. No entanto, de forma geral, esses im-pactos nas espécies individuais não têm sido adequadamente estudados.A exploração afeta as espécies madeireiras pela: i. extração de indivíduosadultos, que são importantes fontes de sementes; ii. danos aos indivíduosjovens (mudas e varetas); iii. criação de condições favoráveis a incêndiosflorestais (abertura no dossel e presença de resíduos no chão da floresta,os quais funcionam como material comburente.

Neste estudo, sumarizamos informações das características ecológi-cas de 305 espécies de árvores de valor madeireiro exploradas atualmentena Amazônia. Identificamos sete parâmetros ecológicos para avaliar a ca-pacidade de resistência dessas espécies aos impactos negativos da explo-ração madeireira. Tais características são: (1) habilidade de dispersão paralongas distâncias; (2) abundância de varetas na regeneração da floresta;(3) capacidade de crescimento rápido; (4) capacidade de rebrotar; (5) ca-pacidade de resistir a incêndios; (6) ampla distribuição geográfica; e (7)abundância de árvores adultas. Elaboramos hipóteses de que espécies comcaracterísticas opostas a estes parâmetros e sujeitas à intensa pressão daatividade madeireira terão dificuldade de sobreviver nas áreas de explora-ção.

Utilizamos um sistema simples de pontuação para classificar as es-pécies madeireiras considerando suas habilidades hipotéticas de resistiraos impactos da exploração. Entre as espécies que são potencialmentesuscetíveis aos impactos da exploração estão: Euxylophora paraensis (pauamarelo) e Swietenia macrophylla (mogno). A madeira serrada destas duasespécies é consumida principalmente pela Europa e Estados Unidos, re-velando um elo direto entre o consumo no primeiro mundo e o possívelesgotamento da biodiversidade da floresta tropical brasileira. Estas duasespécies, bem como outras que também poderiam sofrer uma reduçãopopulacional como resultado da exploração madeireira devem ser estuda-das de maneira especial.

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8 - Martini et al.

INTRODUÇÃO

A exploração de madeira na Amazônia começou há três séculos atrás(Rankin, 1985). Entretanto, até a década de 70 esta atividade estava restritaàs florestas de várzea e a um grupo seleto de espécies de árvores de valormadeireiro. Enquanto esse tipo de exploração de baixo impacto continuaem florestas de várzea (especialmente no alto Solimões), a abertura de ro-dovias em áreas de terra firme da Amazônia Oriental tem favorecido umaforma mais agressiva de exploração madeireira. Nestas áreas, são usadasmáquinas pesadas para extrair centenas de espécies. Ainda que somentequatro a dez árvores sejam extraídas por hectare, o prejuízo na floresta éalto nesta nova forma de exploração: aproximadamente 2 m3 de madeirapodem ser severamente danificados para cada metro cúbico extraído, e acobertura do dossel da floresta pode ser reduzida em 40% ou mais (Veríssimoet al., 1992). Além disso, as condições de abertura do dossel e a quantidadede resíduos no chão da floresta explorada a tornam propensa a incêndios(Uhl & Kauffman, 1990).

Enquanto os impactos da atividade madeireira nos ecossistemas flores-tais têm sido considerados (Uhl et al., 1990; Veríssimo et al., 1992), os impac-tos da exploração sobre espécies individuais são pouco estudados (verVeríssimo et al., 1995 para uma exceção). Neste trabalho, consideramos comoa exploração florestal feita na Amazônia pode estar afetando espécies madei-reiras. Para isso, elaboramos hipóteses de que algumas características ecoló-gicas intrínsecas de espécies de árvores poderiam tornar certas espécies sus-cetíveis a uma redução populacional face à pressão da exploração madeireira.Por exemplo, uma espécie de alto valor econômico, alcance geográfico limi-tado, baixa capacidade de dispersão, crescimento lento e poucas árvores jo-vens pode não estar em condições de sobreviver em áreas exploradas. En-quanto uma espécie de baixo valor comercial sob baixa pressão da explora-ção, mas com grande alcance geográfico, boa capacidade de dispersão, rápidocrescimento e muitas árvores jovens pode sofrer um aumento populacionalem áreas exploradas (Figura 1).

O objetivo deste estudo é avaliar as características ecológicas da floramadeireira da Amazônia para fazer uma tentativa de distinguir as espéciesque sofreriam uma séria redução populacional como resultado da exploraçãomadeireira das espécies que poderiam ser favorecidas por esta atividade.

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Espécies M

adeireiras - 9

Figura 1. As característicasecológicas das espéciesmadeireiras poderiam torná-lasvulneráveis aos impactos daexploração. Por exemplo, aespécie hipotética representadaà esquerda tem o seu alcancerestrito à Amazônia Oriental(onde está concentrada aatividade madeireira); nãopossui um sistema de dispersãopara longas distâncias; possuipoucas varetas no sub-bosque;não é capaz de brotar após ocorte ou esmagamento; e ésuscetível a incêndios rasteiros(por ter casca fina). Aocontrário, uma segunda espéciehipotética (direita) poderia serfavorecida pela exploração,pelo fato de estar distribuídapor toda a Amazônia; por sereficaz na dispersão de sementespara longas distâncias; serabundante na regeneração;rebrotar rapidamente; resistir aincêndios (pela espessuragrossa da casca); e porregenerar vigorosamente bemem clareiras.

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10 - Martini et al.

METODOLOGIA

Primeiro, consultamos a literatura para fazer uma lista das espécies queestão sendo extraídas pela indústria madeireira na Amazônia. As nossas fon-tes de pesquisa foram: IBDF (1981,1983,1986,1988); Sudam (1981); Silva(1989); Uhl et al. (1991); Chichiguoud et al.(1990); e Veríssimo et al. (1992).

Em seguida, avaliamos as características ecológicas de cada espécie,considerando sete parâmetros: (1) habilidade de dispersão; (2) abundância devaretas na regeneração da floresta; (3) capacidade de crescimento rápido; (4)capacidade de rebrotar após corte ou quebra; (5) capacidade de resistir a in-cêndios; (6) amplitude da extensão geográfica; e (7) abundância de árvoresadultas (Tabela 1)1. Esta foi, em grande parte, uma caracterização qualitativa,baseada no conhecimento de campo do segundo autor, Nelson de AraújoRosa, um botânico com 25 anos de experiência na região amazônica, bemcomo em informações coletadas do herbário do Museu Emílio Goeldi e doCentro de Pesquisa Agroflorestal dos Trópicos Úmidos (CPATU) em Belém.

Adotamos uma escala linear simples, assinalando um valor �3� para ascaracterísticas ecológicas que permitiriam a resistência de uma espécie ma-deireira aos impactos da exploração; um valor �1� para as características eco-lógicas que poderiam impedir a sobrevivência de espécies; e um valor �2�para características intermediárias (Tabela 1). Por exemplo, a abundância devaretas na camada de regeneração da floresta foi considerada uma caracterís-tica que poderia ser favorável à sobrevivência de uma espécie, uma vez quehaveria uma fonte de varetas para repovoar a floresta após a exploração. Paraas espécies com esta característica foi dado um valor �3�, enquanto para es-pécies observadas com poucas varetas foi designado um valor �1�.

Além disso, todas as espécies também foram avaliadas pela pressão daexploração madeireira: um valor �1� foi designado para as espécies que estãosob alta pressão, enquanto um valor �6� foi designado para as espécies quesofrem baixa pressão da exploração (são freqüentemente ignoradas pelos ma-deireiros, mesmo quando abundantes). A este fator demos um peso extra(duas vezes o valor máximo) por causa da sua importância óbvia na determi-nação do nível de impacto da exploração madeireira na espécie.

1- Com base nas observações de um revisor que se referiu a esse estudo como um “trabalho exploratório”, questi-onamos se as características de tolerância à sombra versus a exigência da espécie por luz poderia ser um parâmetroadicional. Editores da Environmental Conservation.

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Espécies Madeireiras - 11

Tabela 1. Parâmetros usados para avaliar a capacidade das espécies madeireiras daAmazônia de resistir à pressão da exploração.

a. Para as características ecológicas, o valor “1” significa uma característica desfavorável para as espécies (i.e., a característicapode causar um declínio populacional em virtude da pressão da exploração); um valor “3” significa uma característicafavorável; e uma valor “2” uma característica intermediária. As espécies sujeitas à pressão da exploração recebem duasvezes mais o “ponto favorável” (6 ao invés de 3 pontos) para este parâmetro, pois consideramos que a pressão da explora-ção é mais importante do que qualquer outro parâmetro na determinação do grau em que a exploração pode afetar onúmero de indivíduos.

b. A maior distância para a qual a espécie pode dispersar suas sementes será a maior área que ela é capaz de colonizar,reduzindo, desta maneira, o risco de extinção local.

c. Uma abundância de varetas é desejável, uma vez que proporciona um estoque de árvores jovens após a exploração tercessado.

d. A exploração madeireira cria muitas aberturas no dossel. Desta forma, as espécies que crescem rapidamente em condiçõesde muita luminosidade podem prosperar.

e. A capacidade de brotar permite a recuperação dos indivíduos que sofreram algum tipo de dano durante a exploraçãomadeireira.

f. Uma casca grossa isola o câmbio da árvore do aquecimento. Espécies com a casca grossa podem sobreviver aos incêndiosrasteiros que, algumas vezes, ocorrem nas florestas exploradas.

g. Uma espécie que é comum persistirá em áreas não exploradas, enquanto uma espécie com distribuição limitada e, emparticular, uma distribuição que coincide com as atividades da exploração madeireira, pode sofrer um declínio populacional.

h. Quanto maior o número de indivíduos adultos, torna-se mais difícil eliminar uma espécie, ainda que isto não ocorra sempredesta maneira.

i. As espécies que possuem baixa demanda no mercado correm menos risco do que as epécies com alta demanda.

Parâmetros

CaracterísticasecológicasAlcance dadispersãob

Abundância devaretas naregeneraçãoc

Rapidez decrescimentod

Capacidade debrotare

Espessura da cascaf

Alcance geográficog

Abundância deadultosh

Fator de ponderação

Pressão daexploraçãoi

Categorias

Dispersão restrita à área da copaDispersão restrita até 100 m da copaDispersão acima de 100 m da copa

Baixa abundância nos sub-bosques e clareirasMédia abundânciaAlta abundância, especialmente nas clareiras

LentoMédioRápido

Brota com dificuldade ou não brotaBrota prontamente

Fina (geralmente menos que 0,5 cm)MédiaGrossa (geralmente maior que 1 cm)

Principalmente na Amazônia OrientalEm geral na Amazônia Ocidental e CentralToda a Amazônia

RaraIntermediáriaComum

Alta (é sempre extraída quando presente)Baixa (freqüentemente não é extraída, mesmoquando abundante)

Pontuaçãoa

123

123

123

13

123

123

123

16

% de espécies

102070

432433

295417

1387

245818

47

89

1971

1

6931

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12 - Martini et al.

A soma de pontos para todos os sete parâmetros ecológicos adiciona-da aos pontos da pressão da exploração madeireira resulta no total de pon-tos para uma dada espécie. Juntos, estes valores constituem uma primeiratentativa de classificar a suscetibilidade das espécies madeireiras da Ama-zônia aos impactos da exploração. A hipótese é de que uma espécie com amais baixa pontuação estaria propensa a sofrer uma redução populacionale possível extinção como resultado da pressão da exploração. Por outrolado, as espécies madeireiras com as mais altas pontuações podem sofrerum aumento populacional como conseqüência da exploração.

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Espécies Madeireiras - 13

RESULTADOS

Características da flora madeireira

De um total de 350 espécies madeireiras atualmente exploradas naAmazônia, foi possível avaliar 305 espécies. Isto por causa das restriçõesquanto a informações existentes e do limite do nosso conhecimento empíricosobre essas espécies.

As 305 espécies estão distribuídas entre 167 gêneros e 41 famílias (verAnexo). As famílias Caesalpinaceae, Fabaceae e Sapotaceae juntas contêm umterço de todas as espécies madeireiras. Da amostragem de 305 espécies,88% são utilizados, quase exclusivamente, na produção de madeira serrada,4% são usados na produção de esteios e postes, e os 8% restantes são usa-dos para laminação. As espécies madeireiras da Amazônia são conhecidaspor suas madeiras densas e crescimento lento. De fato, em nosso levanta-mento, estimamos que 76% da nossa amostragem de espécies madeireiras éde média à alta densidade.

A maioria (89%) destas espécies ocorre em toda a Amazônia, com 4%ocorrendo principalmente na região da Amazônia Oriental, 1% na Amazô-nia Central, e 6% ocorrendo principalmente na região da Amazônia Oci-dental (Tabela 1). Dentro dessas regiões, a maioria (64%) da flora madeirei-ra ocorre em terra firme, enquanto 10% ocorrem na floresta de várzea, e24% em ambas as áreas.

Nem todas as espécies são igualmente exploradas: 69% delas são ex-traídas onde quer que estejam presentes, enquanto os 31% restantes nemsempre são extraídos, mesmo quando são abundantes. Além de essas espé-cies serem valorizadas por suas madeiras, um terço delas também é apreci-ado como alimento (castanha-do-pará [Bertholettia excelsa]), por suas pro-priedades medicinais (óleo de Copaifera duckei, para problemas respiratóri-os), e pela goma ou resinas (látex da seringueira [Hevea brasiliensis]).

As características relacionadas à reprodução dessas espécies tambémsão bastante variadas: um terço das espécies possui sementes grandes (mai-ores que 2 cm de comprimento), e somente 9% de todas as espécies possu-em sementes pequenas (menores que 0,5 cm de comprimento). A maioriadelas (70%) é eficiente na dispersão de suas sementes para grandes distân-cias, como 100 metros. Das 305 espécies madeireiras estudadas, 162 são

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dispersadas por mamíferos; 165 por agentes passivos, tal como o vento; e125 por pássaros. Como os números anteriores indicam, 40% destas espé-cies têm suas sementes transportadas por dois ou mais agentes dispersores.

A abundância de varetas na floresta é um sinal de que a espécie está sereproduzindo bem. Constatamos que 33% das espécies madeireiras avalia-das eram bem representadas por varetas na regeneração da floresta, en-quanto 43% dessas espécies eram raras nesta fase (ver Tabela 1).

Muitas espécies madeireiras são capazes de resistir aos distúrbios nafloresta. Por exemplo, 87% da flora madeireira pesquisada pode produzirbrotos logo após a quebra ou esmagamento associados à exploração. Alémdisso, 76% das mesmas 305 espécies possuem casca com espessura média(quando adultas), o que as protege contra incêndios florestais, por vezesassociados à exploração.

Classificação das espécies madeireirassensíveis à exploração

Considerando os sete parâmetros ecológicos e o nível de pressão daexploração madeireira (Tabela 1), chegamos a uma tentativa de indicar asespécies de árvores que poderiam ser ameaçadas, bem como as espéciesque seriam favorecidas pela exploração de madeira na Amazônia. Somandoo total de pontos para as sete características ecológicas, uma espécie pode-ria, teoricamente, ter no máximo 21 pontos (7 características x 3 pontosmáximos), e no mínimo 7 pontos (7 características x 1 ponto mínimo).Quanto menor a pontuação de uma espécie maior a suscetibilidade a umaredução populacional induzida pela alta pressão da exploração madeireira.

O resultado revela que quando são consideradas somente as caracte-rísticas ecológicas, o total de pontos oscila entre um mínimo de 9 e ummáximo de 20 (Figura 2A). Entretanto, adicionando a esta soma os pontosda pressão da exploração (1 ponto para alta pressão e 6 pontos para baixapressão), o total de pontos alcança de 10 a 26 (Figura 2B).

Desta maneira, classificamos as 305 espécies em três grupos, com baseem suas pontuações finais (Anexo e Figura 2B). Consideramos as espéciesdo grupo 1 (10-15 pontos) como potencialmente suscetíveis à uma reduçãopopulacional causada pela intensa exploração madeireira; havia 41 espécies

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Espécies Madeireiras - 15

Figura2. Classificação das espécies madeireiras da Amazônia considerando suasensibilidade aos impactos da exploração. A classe de pontos “A”, refere-se à somade pontos para os sete parâmetros ecológicos. A classe de pontos “B” é a soma dosvalores para os sete parâmetros ecológicos mais a pontuação para a pressão daexploração. As espécies do grupo 1 podem sofrer uma redução populacional comoconseqüência da atividade de exploração madeireira. As espécies do grupo 3 podemsofrer uma expansão populacional como conseqüência desta atividade.

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16 - Martini et al.

(13% do total) neste grupo. As espécies do grupo 2 (16-21 pontos) foramconsideradas como capazes de resistir à pressão da exploração (217 espéci-es), enquanto as do grupo 3 (22-26 pontos) poderiam de fato ser favorecidaspela exploração (47 espécies).

O grupo 1 contém espécies de importância comercial significativa naAmazônia Oriental, tais como a Euxylophora paraensis (pau amarelo) e aSwietenia Macrophylla (mogno).

Estas duas espécies são importantes madeiras para exportação, atin-gindo US$ 300 a US$ 900 por metro cúbico de madeira serrada.

O pau amarelo serve como um bom exemplo de como as característi-cas ecológicas das espécies podem favorecer uma redução populacional,resultante da exploração madeireira. As sementes desta espécie geralmentenão são dispersadas além do perímetro da árvore mãe, e não brotam após ocorte ou esmagamento. Quanto à distribuição, o pau amarelo ocorre prin-cipalmente na Amazônia Oriental, onde a pressão da exploração madeirei-ra é intensa. Além disso, esta espécie conserva poucas varetas na camada deregeneração, e é pouco provável que se beneficie com os ambientes abertos(alta luminosidade) criados durante a exploração. Finalmente, a sua madei-ra é de alto valor comercial, sendo agressivamente explorada.

No outro extremo (g rupo 3) estão as espécies que podem serfavorecidas pelas mudanças provocadas pela atividade madeireira. A Ormosiacoutinhoi pode ser citada para caracterizar este grupo: esta espécie ocorreem toda Amazônia; suas sementes são dispersadas para longas distâncias,além de brotarem prontamente após a queda ou dano; a sua estruturapopulacional apresenta muitas varetas e indivíduos jovens; e, ainda, é bene-ficiada pelas muitas aberturas no dossel da floresta criadas pela exploração,por ser uma espécie de rápido crescimento e que se beneficia de muita luz.

O grupo 2 possui o maior número de espécies (Figura 2B), entre asquais existem muitas de importância econômica como: Tabebuia Seratifolia(ipê), Cedrela Odorata (cedro), Hymenae Courbaril (jatobá), Virola Surinamensis(ucuúba), Carapa guianensis (andiroba), Cordia goeldiana (freijó), Manilkarahuberi (maçaranduba), Peltogyne paradoxa (pau roxo) e Platymiscium trinitatis(macacaúba). Cada uma destas espécies possui a sua própria combinaçãode características ecológicas, nenhum caso sendo típico. Como um todo,consideramos que essas espécies são capazes de resistir à pressão da explo-ração madeireira sem sofrerem uma redução populacional.

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Espécies Madeireiras - 17

DISCUSSÃO

A exploração madeireira na Amazônia tem aumentado bastante nasúltimas décadas. Entretanto, o estoque de madeira é imenso, e parece exis-tir o potencial para a exploração ecologicamente sustentável (Veríssimo etal., 1992; Barreto et al., no prelo). A nossa classificação simples das espéci-es que poderiam sofrer uma redução ou expansão populacional em áreassubmetidas à exploração pode ser usada na definição das prioridades empesquisa. Por exemplo, as espécies potencialmente ameaçadas pela ativida-de de exploração madeireira, bem como por distúrbios, em geral provoca-dos pelo homem (as que tiveram baixa pontuação na nossa análise; verAnexo), poderiam ser priorizadas em programas de pesquisa aplicadadirecionados para o estudo da biologia de árvores amazônicas. De especialimportância neste estudo são os dados sobre o alcance geográfico das es-pécies em questão; a intensidade da atividade humana dentro desta área dealcance; as características de regeneração da espécie (incluindo dados sobrebiologia da polinização, produção, dispersão e germinação da semente, so-brevivência e crescimento da muda); e a capacidade competitiva das espéci-es em áreas abertas versus nos sub-bosques.

Mesmo sem a exploração madeireira, pode-se detectar mudanças nacomposição da floresta em intervalos curtos de tempo (Primack & Hall,1992), mas com a exploração parece provável que essas mudanças sejamainda maiores. Nossos resultados podem ser usados por engenheiros flo-restais da Amazônia, uma vez que servem como uma hipótese de trabalhopara possíveis mudanças na composição da floresta ao longo do tempo.Por exemplo, supomos que espécies madeireiras com alta pontuação (verAnexo) crescerão em importância relativa comparadas às espécies com bai-xa pontuação em um período curto, como aquele entre cortes sucessivos.Em vista disso, engenheiros florestais deveriam considerar a possibilidadede medidas de manejo especial para encorajar o estabelecimento e cresci-mento de espécies de alto valor comercial com baixa pontuação total paraos sete parâmetros ecológicos por nós escolhidos.

A exploração madeireira, evidentemente, não afeta apenas a flora. Asmudanças no habitat natural, associadas à essa exploração, produzem con-dições de floresta mais seca e mais aberta, o que, provavelmente, afeta adistribuição e abundância de anfíbios e répteis. As espécies animais que

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dependem diretamente das espécies madeireiras para se alimentar tambémpodem ser afetadas pelos impactos da exploração. Encontramos que maisda metade das espécies madeireiras pesquisadas possui frutos que servemde alimento para mamíferos, e que mais de 40% possuem frutos que sãoconsumidos por pássaros. Considerando o grau de dependência desses ani-mais, por vezes dependentes quase exclusivamente das árvores madeireirasque poderiam sofrer uma redução populacional significativa, a extinção lo-cal da sua população é possível. Por outro lado, certas espécies de animaisque são comuns na floresta secundária e habitats com distúrbios podemcolonizar florestas já muito exploradas [ver Johns (1992) para um examedos impactos da exploração na fauna florestal].

Dado que a maioria das espécies de árvores da Amazônia é rara emuma escala local, a exploração, particularmente em suas formas mais agres-sivas, poderia contribuir para um declínio na biodiversidade local. Estudarfatores que mantêm espécies raras em baixas densidades é a chave paraentender a biodiversidade tropical (Primack & Hall, 1991). O correspon-dente desafio no campo da política é desenvolver protocolos de exploraçãoque mantenham os níveis atuais da biodiversidade.

Alguns dos impactos nega t ivos da exp loração made i re i r a àbiodiversidade da Amazônia podem ser atenuados se, futuramente, esta ati-vidade for conduzida de maneira mais cuidadosa do que é atualmente. Osdanos da exploração madeireira podem ser reduzidos através do planeja-mento apropriado das estradas da extração e trilhas de arraste; pelodirecionamento de queda das árvores; e pela adoção de medidas para res-tringir o volume de corte e a expansão de incêndios acidentais. Em escalaregional também são necessárias medidas para zonear onde a exploraçãodeveria ser permitida ou proibida. Por exemplo, a atividade madeireira esta-ria restrita a somente 32% do Estado do Pará se a exploração madeireirafosse proibida nas áreas de alta biodiversidade, unidades de conservação ereservas indígenas (Veríssimo et al., 1998).

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NOTAS DE PRECAUÇÃO

A nossa tentativa de quantificar o grau em que as espécies madeireirasna Amazônia podem sofrer mudanças significativas na população comoresultado das atividades de exploração possui várias limitações. Primeiro, anossa classificação (ver Tabela 1) é grandemente qualitativa, uma vez queestá baseada em experiência de campo mas não, em muitos casos, em pes-quisas de fato. Por exemplo, a caracterização do �alcance de dispersão�,�abundância de varetas�, �capacidade de crescimento� e �capacidade derebrotar� não foi baseada em medidas feitas na floresta.

Segundo, o nosso sistema de pontuação 1, 2 ou 3 considera todos osparâmetros ecológicos com igual importância, e todas as diferenças dentrodos parâmetros como tendo o mesmo peso para a sobrevivência das espé-cies (Tabela 1), o que em ambas as instâncias certamente não é o caso. Oideal, seria aplicar fatores de peso para os vários parâmetros quando a suaimportância relativa fosse medida, mas levará bastante tempo até que onosso conhecimento alcance o ponto �ideal�.

Terceiro, o nosso conhecimento de como a maioria destas espéciesmadeireiras reage a grandes distúrbios é muito limitado. Por exemplo, podeser que uma espécie com baixa pontuação para vários parâmetros ecológi-cos se beneficie particularmente de uma exploração agressiva, uma vez queprospera em ambientes altamente perturbados. Este poderia ser o caso domogno (Swietenia macrophylla), que possui baixa pontuação (14; ver Anexo).Há também evidências de que esta espécie requer distúrbios relativamentegrandes (por exemplo, aqueles associados às mudanças de curso de rio, in-cêndios ou furacões) para regenerar (Veríssimo et al., 1995) e, por isso, teriaum desempenho melhor sob intensa exploração do que sob baixa pressãoda exploração. O nosso sistema de classificação não foi suficientementesensível para incluir tais matizes potencialmente importantes.

Uma nota final de precaução é a de que o nosso sistema de pontosproporciona um retrato da suscetibilidade relativa das espécies à pressão daexploração madeireira em um dado período de tempo.

Considerando que o nosso uso da pressão da exploração como umfator de peso seja apropriado, a ordem da classificação poderia mudar dra-maticamente se uma espécie de baixo valor comercial repentinamente pas-sasse a ser muito procurada (para a qual a pontuação da pressão da ex-

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ploração passaria de �6� para �1�). Isto acontece com certa regularidade naAmazônia Oriental, especialmente quando é descoberto que uma espécieamplamente ignorada pode substituir uma espécie de valor que está setornando cada vez mais escassa tanto na Amazônia como em outras regi-ões dos trópicos.

Estas limitações devem ser consideradas na avaliação dos resultadosdeste esquema de classificação. No entanto, também mostramos que exis-tem muitas informações disponíveis que permitem a listagem das princi-pais espécies madeireiras da Amazônia, bem como o desenvolvimento deuma estrutura de análise para gerar hipóteses sobre quais destas espéciespoderiam ser ameaçadas pela exploração madeireira. Esperamos que, coma disponibilidade maior de informações, estas análises possam ser melho-radas e, por conseguinte, que os esforços para monitorar a posição de to-dos os componentes importantes da flora madeireira da Amazônia tornem-se cada vez mais eficientes.

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Espécies Madeireiras - 21

OUTRAS APLICAÇÕESPARA ESTA ABORDAGEM

A abordagem que usamos para a exploração madeireira também podeser aplicada para outros tipos de perturbações provocadas pelo homem naAmazônia2. Por exemplo, seria útil especular o quanto a construção de umarepresa ou de uma mina de ouro pode estar afetando as espécies de peixesda Amazônia. Estas perturbações aquáticas inter alia podem afetar direta-mente o fluxo do rio, a turbidez da água, a concentração de mercúrio nossedimentos, e o conteúdo do oxigênio dissolvido. Indiretamente afetaria arelação predador-presa e a interação competitiva. Desta forma, é provávelque certas espécies de peixes possam sofrer redução populacional, enquan-to outras podem encontrar novas condições mais favoráveis para cresci-mento e reprodução, levando ao aumento populacional.

Esta mesma abordagem também pode ser usada em uma escala maisampla para prever a composição da flora e fauna futuras da região amazô-nica. As atividades humanas na Amazônia em ambientes aquáticos e terres-tres exercem pressão seletiva nas plantas e animais que são diferentementetolerantes ao stress. Este subgrupo de espécies tolerantes ao stress, juntocom um grupo de espécies exóticas oportunistas, podem vir a dominar afauna e flora futuras de grande parte da Amazônia.

No caso das plantas, a flora futura pode ser composta, substancial-mente, por espécies que persistem nas áreas iluminadas e/ou aquelas quesão capazes de se estabelecer em tais áreas. Portanto, as espécies que bro-tam facilmente, que resistem aos incêndios, que possuem sementes e folha-gens pouco atrativas aos predadores, e que são capazes de resistir ou evitarsecas podem dominar muitas paisagens alteradas. No caso dos animais, asespécies com possibilidade de prosperar são aquelas que requerem extremaflexibilidade de alimentação e habitat. Tal biota futura composta por espé-cies resistentes e generalistas de plantas ou animais incluiria somente umapequena fração da biodiversidade atualmente existente na Amazônia.

Essa abordagem de estruturação de problema também pode ser apli-cada para a produção de critérios capazes de impor limites ao tamanho declareiras permitido na Amazônia. Um dos maiores impedimentos para a

2. E certamente de maneira mais ampla em outros lugares, pelo menos nos trópicos.

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regeneração da floresta em velhas clareiras degradadas é a escassez de se-mentes na floresta vizinha (Nepstad et al., 1991). Os animais dispersores desementes circulam em pequenas clareiras, mas a �chuva de sementes� dimi-nui em intensidade à medida que o tamanho das clareiras aumenta, retar-dando a colonização e sucessão das espécies de plantas. Portanto, listar asespécies animais que dispersam as sementes das árvores seria o primeiropasso em direção ao critério indicado para determinar o limite do tamanhodas clareiras.

Tais agentes dispersores poderiam, então, ser classificados para medira importância relacionada aos tipos e quantidade de sementes que eles dis-persam, bem como a distância que eles percorrem fora das clareiras. Estainformação pode vir de um especialista em história natural e poderia serrapidamente coletada. O seu uso permite o desenvolvimento de critériospara limitar o tamanho das clareiras. Por exemplo, se as análises revelassemque o número de espécies vegetais, as quais são capazes de ter suas semen-tes dispersadas para as clareiras, declinasse dramaticamente além de umacerta distância (por exemplo, 200 m), isto poderia formar uma base paraelaborar propostas de legislação que estabelecessem limites corresponden-tes quanto ao tamanho e/ou forma de abertura permitidos.

Em geral, é compensador pensar sobre formas de usar a informaçãodisponível para guiar a pesquisa e a formulação de políticas. Ao mesmotempo, precisamos ser cautelosos no uso das informações que têm sidoproduzidas neste sentido. Por exemplo, não é conveniente usar as informa-ções por nós adquiridas fora do contexto desejado. Finalmente, a intençãodesta abordagem não é substituir, a longo prazo, as pesquisas rigorosas.

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Espécies Madeireiras - 23

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer a Daniel Nepstad, John Rhombold, JohanZweede, David McGrath, Jennifer Johns e Eric Meyers, por revisarem asprimeiras versões deste trabalho; Flávio Figueiredo por auxiliar com os grá-ficos; Gláucia Barreto pela tradução deste artigo; e ao Museu Emílio Goeldie ao Centro de Pesquisa Agroflorestal dos Trópicos Úmidos (CPATU), pornos permitir usar os seus herbários. O suporte financeiro foi dado peloFundo Mundial para a Natureza (WWF).

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Espécies Madeireiras - 25

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Nome Científico Autor

Euxylophora paraensis HuberQualea coerulea DuckeBrosimum amplicoma DuckeCassia scleroxylon DuckeEuplassa pinnata (Lam.) JohnstonBatesia floribunda Spr. & BenthBuchenavia capitata Eichl.Minquartia guianensis Aubl.Peltogyne maranhensis Hub. & DuckePithecellobium racemosum DuckeSacoglotis amazonica Benth.Tapura singularis DuckeVouacapoua americana Aubl.Aspidosperma album Jacq.Aspidosperma sandwithianum Mgf.Brosimum rubescens Taub.Buchenavia parvifolia DuckeCentrolobium paraense Tul.Diplotropis martiusii Benth.Iryanthera grandis DuckeParkia velutinia R. BenoistPouteria pariry (Ducke) BaehniSwietenia macrophylla KingTorresia acreana DuckeAspidosperma desmanthum Benth.Brosimum parinarioides DuckeCalophyllum brasiliense Camb.

Família

RUTACEAEVOCHYSIACEAEMORACEAECAESALPINIACEAEPROTEACEAECAESALPINIACEAECOMBRETACEAEOLACACEAECAESALPINIACEAEMIMOSACEAEHUMIRIACEAEDIDIAPETALACEAECAESALPINIACEAEAPOCYNACEAEAPOCYNACEAEMORACEAECOMBRETACEAEFABACEAEFABACEAEMYRISTICACEAEMIMOSACEAESAPOTACEAEMELIACEAEFABACEAEAPOCYNACEAEMORACEAEGUTTIFERAE

ParâmetrosEcológicos

91011111112121212121212121313131313131313131313141414

Pressão daExploração

111111111111111111111111111

Total

101112121213131313131313131414141414141414141414151515

APÊNDICE

Pontuação das espécies madeireiras da Amazônia pesquisadas, considerando a probabilidadede redução ou expansão da população em virtude da pressão da exploração madeireira

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Espécies M

adeireiras - 27

Família

CAESALPINIACEAELAURACEAECAESALPINIACEAEFABACEAEHUMIRIACEAELAURACEAELAURACEAECAESALPINIACEAELAURACEAEMIMOSACEAECAESALPINIACEAEMIMOSACEAESAPOTACEAECAESALPINIACEAEEUPHORBIACEAEANACARDIACEAELAURACEAEANACARDIACEAEFABACEAEMORACEAEMORACEAECOMBRETACEAEGUTTIFERAELECYTHIDACEAEOLACACEAECAESALPINIACEAEBORAGINACEAEFABACEAEMIMOSACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAECAESALPINIACEAE

Nome Científico Autor

Chamaecrista adiantifolia (Benth).Clinostemon mahuba (A. Samp.) Kihlm.Copaifera reticulata DuckeDipteryx magnifica DuckeHumiriastrum excelsum DuckeLicaria aritu DuckeLicaria cannella (Meissn.) KostermMartiodendron elatum (Ducke) GleasonOcotea rubra Mez.Parkia pendula Benth.Peltogyne paradoxa DuckePithecellobium pedicellare (D.C.) Benth.Richardella macrocarpa (Hub) Aubl.Swartzia grandifolia Benth.Alchorneopsis floribunda Muell. Arg.Anacardium spruceanum Benth. ex Engl.Aniba canelilla (H.B.K.) Mez.Astronium lecointei DuckeBowdichia nitida Spruce ex Benth.Brosimum acutifolium HuberBrosimum potabile DuckeBuchenavia grandis DuckeCaraipa richardiana Camb.Cariniana micrantha DuckeChaunochiton Kappleri (S. ex Engl.) DuckeCopaifera duckei DwyerCordia bicolor D.C.Dalbergia spruceana Benth.Dinizia excelsa DuckeDiplotropis purpurea (Rich.) Amsh.Dipteryx ferrea DuckeDipteryx polyphylla HuberEperua falcata Aubl.

ParâmetrosEcológicos

141414141414141414141414141415151515151515151515151515151515151515

Pressão daExploração

111111111111111111111111111111111

Total

151515151515151515151515151516161616161616161616161616161616161616

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28 - Martini et al.

Nome Científico Autor

Eschweilera coriacea (Ap. Dec.) Mart. ex Berg.Goupia glabra Aubl.Hymenolobium excelsum DuckeHymenolobium flavum DuckeHymenolobium heterocarpum DuckeHymenolobium modestum DuckeHymenolobium nitidum Benth.Hymenolobium sericeum DuckeManilkara inundata DuckeMezilaurus itauba (Meissn.) Taubert ex Mez.Mezilaurus lindaviana Schw. & Mez.Micropholis egensis (A.DC.) Pier.Moronobea coccinea Aubl.Ocotea cymbarum H.B.K.Panopsis sessilifolia (Rich.) Sandw.Parinari excelsa SabinePeltogyne paniculata (Benth.) M.F. SilvaRoupalla montana Aubl.Sacoglottis ceratocarpa DuckeSclerolobium melanocarpum DuckeScleronema praecox DuckeSterculia speciosa K. Schum.Vatairea sericea DuckeVirola duckei A.C.Sm.Alexa grandiflora DuckeAndira parviflora DuckeApeiba echinata Gaertn.Apuleia leiocarpa (Vog.) MacBr.Apuleia molaris Spruce & Benth.Astronium gracile Engl.Astronium urundeuva (Fr.All.) Engl.Bombax longipedicellatum DuckeCaryocar glabrum (Aubl.) Pers.Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

Família

LECYTHIDACEAECELASTRACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAESAPOTACEAELAURACEAELAURACEAESAPOTACEAEGUTTIFERAELAURACEAEPROTEACEAECHRYSOBALANACEAECAESALPINIACEAEPROTEACEAEHUMIRIACEAECAESALPINIACEAEBOMBACACEAESTERCULIACEAEFABACEAEMYRISTICACEAEFABACEAEFABACEAETILIACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAEANACARDIACEAEANACARDIACEAEBOMBACACEAECARYOCARACEAEMORACEAE

ParâmetrosEcológicos

15151515151515151515151515151515151515151515151516161616161616161616

Pressão daExploração

1111111111111111111111111111111111

Total

16161616161616161616161616161616161616161616161617171717171717171717

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Espécies M

adeireiras - 29

Nome Científico Autor

Crudia bracteata Benth.Crudia oblonga Benth.Crysophyllum anomalum PiresEndopleura uchi (Huber) Cuatr.Eperua bijuga Mart. ex Benth.Ficus insipida Willd. var. insipidaGuarea kunthiana A. Juss.Humiria floribunda Mart.Hymenolobium petraeum DuckeLecythis idatimon Aubl.Lecythis pisonis CambessLecythis zabucaja Aubl.Manilkara bidentata (D.C.) Chev.Manilkara huberi StandleyMyroxylon balsamum (L.) HarmsNewtonia psilostachya (DC.) BrenanNewtonia suaveolens (Miq.) BrenanOcotea baturitensis VattimoOcotea canaliculata Mez.Ocotea caudata Mez.Ormosia paraensis DuckeParkia multijuga Benth.Platonia insignis Mart.Platymiscium trinitatis Benth.Platymiscium ulei HarmsPouteria guianensis Aubl.Protium tenuifolium Engl.Qualea paraensis DuckeSandwithiodoxa egregia (Sandw.) Aubr. & Pelleg.Schizolobium amazonicum (Hub.) DuckeSclerolobium chrysophyllum Poepp. & Endl.Sclerolobium paraense HuberStryphnodendron paniculatum P. & Endl.Swartzia racemosa Benth.

Família

CAESALPINIACEAECAESALPINIACEAESAPOTACEAEHUMIRIACEAECAESALPINIACEAEMORACEAEMELIACEAEHUMIRIACEAEFABACEAELECYTHIDACEAELECYTHIDACEAELECYTHIDACEAESAPOTACEAESAPOTACEAEFABACEAEMIMOSACEAEMIMOSACEAELAURACEAELAURACEAELAURACEAEFABACEAEMIMOSACEAEGUTTIFERAEFABACEAEFABACEAESAPOTACEAEBURSERACEAEVOCHYSIACEAESAPOTACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAEMIMOSACEAECAESALPINIACEAE

ParâmetrosEcológicos

16161616161616161616161616161616161616161616161616161616161616161616

Pressão daExploração

1111111111111111111111111111111111

Total

17171717171717171717171717171717171717171717171717171717171717171717

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30 - Martini et al.

Nome Científico Autor

Tachigalia myrmecophylla DuckeTaralea oppositifolia Aubl.Terminalia amazonica (Gmell.) ExellVantanea parviflora Lam.Vatairea guianensis Aubl.Vatairea paraensis DuckeVataireopsis speciosa DuckeVochysia maxima DuckeAniba parviflora Mez .Carapa guianensis Aubl.Cordia goeldiana HuberCynometra hostmaniana Tul.Cynometra spruceana Benth.Dipteryx odorata Willd.Enterolobium maximum DuckeErisma uncinatum Warm.Ficus maxima P. MillerHieronyma alchorneoides Fr. All.Hymenaea parvifolia HuberHymenolobium pulcherrimum DuckeJacaranda copaia (Aubl.) D. DonLecythis lurida (Miers) MoriLuehea speciosa Willd.Macoubea guianensis Aubl.Manilkara amazonica (Huber) StandleyMaquira coriacea C.C. BergMicropholis melinoniana PierreOcotea costulata (Nees) Mez.Sacoglottis guianensis Benth.Schefflera paraensis Hub. Arg.Sterculia pilosa DuckeTetragastris panamensis (Engl.) O. KuntzeVirola michelii HechelVochysia inundata DuckeAlchorneopsis trimera Lanj.Labatia macrocarpa Mart.

Família

CAESALPINIACEAEFABACEAECOMBRETACEAEHUMIRIACEAEFABACEAEFABACEAEFABACEAEVOCHYSIACEAELAURACEAEMELIACEAEBORAGINACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAEFABACEAEMIMOSACEAEVOCHYSIACEAEMORACEAEEUPHORBIACEAECAESALPINIACEAEFABACEAEBIGNONIACEAELECYTHIDACEAETILIACEAEAPOCYNACEAESAPOTACEAEMORACEAESAPOTACEAELAURACEAEHUMIRIACEAEARALIACEAESTERCULIACEAEBURSERACEAEMYRISTICACEAEVOCHYSIACEAEEUPHORBIACEAESAPOTACEAE

ParâmetrosEcológicos

161616161616161617171717171717171717171717171717171717171717171717171212

Pressão daExploração

111111111111111111111111111111111166

Total

171717171717171718181818181818181818181818181818181818181818181818181818

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Espécies M

adeireiras - 31

Nome Científico Autor

Platymiscium filipes Benth.Pouteria macrocarpa (Huber) DuckeSclerolobium goeldianum Hub.Zizyphus itacaiunensis FroesApeiba burchelli SpragueBagassa guianensis Aubl.Byrsonima aerugo Sagot.Caraipa grandifolia Mart.Ceiba pentandra Gaertn.Cordia scabrifolia A.DC.Couratari multiflora (Smith) EymaCouratari stellata A.C. SmithEcllinusa guianensis EymaEnterolobium schombugkii Benth.Hevea brasiliensis (Willd. ex Juss) Muell. Arg.Hieronyma laxiflora (Tull.) Marg.Hymenaea courbaril L.Inga paraensis DuckeLaetia procera (P. & E.) Eichl.Osteophloeum platyspermum (A.DC.) Warb.Parahancornia amapa Hub.Pouteria macrophylla EymaSymphonia globulifera L.F.Terminalia dichotoma G. MeyerTerminalia guianensis Eichl.Tetragastris altissima (Aubl.) SwartzVochysia guianensis Aubl.Amanoa guianensis Aubl.Ampelocera edentula Kuhlm.Aspidosperma oblongum A.DC.Diospyros praetermissa SandwithHevea guianensis Aubl.Ilex inundata Poepp.Licania guianensis Benth.Licania licaniaeflora BlakeQualea albiflora Warm.

Família

FABACEAESAPOTACEAECAESALPINIACEAERHAMNACEAETILIACEAEMORACEAEMALPIGHIACEAEGUTTIFERAEBOMBACACEAEBORAGINACEAELECYTHIDACEAELECYTHIDACEAESAPOTACEAEMIMOSACEAEEUPHORBIACEAEEUPHORBIACEAECAESALPINIACEAEMIMOSACEAEFLACOURTIACEAEMYRISTICACEAEAPOCYNACEAESAPOTACEAEGUTTIFERAECOMBRETACEAECOMBRETACEAEBURSERACEAEVOCHYSIACEAEEUPHORBIACEAEULMACEAEAPOCYNACEAEEBENACEAEEUPHORBIACEAEAQUIFOLIACEAECHRYSOBALANACEAECHRYSOBALANACEAEVOCHYSIACEAE

ParâmetrosEcológicos

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32 - Martini et al.

Nome Científico Autor

Swartzia corrugata Benth.Zollernia paraensis Hub.Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.Caryocar villosum (Aubl.) Pers.Cedrela odorata L.Couma guianensis Aubl.Couma macrocarpa Barb. Rodr.Couratari guianensis Aubl.Couratari oblongifolia Ducke & Knuth.Didymopanax morototoni (Aubl) Decne&Planch.Guarea guidonia (L.) Sleum.Hura creptans L.Ocotea glomerata (Nees) Mez.Parkia gigantocarpa DuckeSimaruba amara Aubl.Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl.Tabebuia insignis (Miq.) Sandw.Tabebuia serratifolia (Vahl.) NicholesTrattinickia burserifolia (Mart.) Willd.Trattinickia rhoifolia Willd.Vochysia vismiaefolia Spruce ex Warm.Xylopia nitida Dun.Anacardium giganteum Hanc. ex Engl.Aspidosperma carapanauba PichonBrosimum guianensis Aubl.Erisma lanceolatum Stafl.Eschweilera grandiflora (Aubl) SandwithLicaria rigida Kosterm.Micrandra elata Benth.Ormosia flava DuckeScleronema micranthum DuckeSyzygiopsis oppositifolia DuckeCedrelinga catenaeformis DuckeGuarea trichilioides L.Inga alba (SW) Willd.Pseudobombax munguba Mart. & Zucc

Família

CAESALPINIACEAECAESALPINIACEAELECYTHIDACEAECARYOCARACEAEMELIACEAEAPOCYNACEAEAPOCYNACEAELECYTHIDACEAELECYTHIDACEAEARALIACEAEMELIACEAEEUPHORBIACEAELAURACEAEMIMOSACEAESIMARUBACEAEBIGNONIACEAEBIGNONIACEAEBIGNONIACEAEBURSERACEAEBURSERACEAEVOCHYSIACEAEANNONACEAEANACARDIACEAEAPOCYNACEAEMORACEAEVOCHYSIACEAELECYTHIDACEAELAURACEAEEUPHORBIACEAEFABACEAEBOMBACACEAESAPOTACEAEMIMOSACEAEMELIACEAEMIMOSACEAEBOMBACACEAE

ParâmetrosEcológicos

131319191919191919191919191919191919191919191414141414141414141420202020

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Espécies M

adeireiras - 33

Nome Científico Autor

Virola surinamensis (Rol.) Werb.Allantoma lineata (Mart. ex Berg.) MiersAnadenanthera peregrina (L.) SplgBombax globosum Aubl.Caryocar microcarpum DuckeCouroupita guianensis Aubl.Crudia pubescens Benth.Dialium guianensis (Aubl.) SandwithDicorynia guianensis AmshElisabetha paraensis DuckeErisma calcaratum (Link.) Warm.Franchetella sagotiana (Baill) EymaGlycydendron amazonicum DuckeIryanthera sagotiana (Benth.) Warb.Licania micrantha Miq.Onychopetalum amazonicum R.E. FriesParinari rodolphii HuberPouteria hispida EymaPrieurella prieurii (A.DC.) Aubr.Protium sagotianum March.Pterodon pubescens Benth.Trichillia lecointei DuckeBombax paraensis DuckeChimarrhis turbinata D.C.Chlorophora tinctoria (L.) GaudichCrudia amazonica SpruceDendrobangia boliviana RusbiFranchetella gongrijpii (Enyma) Aubrev.Hymenaea palustris DuckeLicania heteromorpha Benth.Licania longistyla HookLicania macrophylla Benth.Licania octandra O. KuntzeMora paraensis DuckePerebea guianensis Aubl.Ragala sanguinolenta Pierre

Família

MYRISTICACEAELECYTHIDACEAEMIMOSACEAEBOMBACACEAECARYOCARACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAECAESALPINIACEAEVOCHYSIACEAESAPOTACEAEEUPHORBIACEAEMYRISTICACEAECHRYSOBALANACEAEANONACEAECHRYSOBALANACEAESAPOTACEAESAPOTACEAEBURSERACEAEFABACEAEANACARDIACEAEBOMBACACEAERUBIACEAEMORACEAECAESALPINIACEAEICACINACEAESAPOTACEAECAESALPINIACEAECHRYSOBALANACEAECHRYSOBALANACEAECHRYSOBALANACEAECHRYSOBALANACEAECAESALPINIACEAEMORACEAESAPOTACEAE

ParâmetrosEcológicos

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34 - Martini et al.

Nome Científico Autor

Syzygiopsis pachycarpa PiresTachigalia alba DuckeBowdichia virgilioides H.B.K.Campsiandra laurifolia Benth.Cordia exaltata Lam.Erythrina glauca Willd.Ficus pulchella SchottHirtella racemosa Lam.Hymenaea oblongfolia Hub.Lueheopsis duckeana BurretMicropholis guianensis (D.C.) PierreNeoxythece elegans (A.DC.) Aubr.Rauwolfia pentaphylla DuckeSapium marmieri Hub.Virola cuspidata Warb.Vitex triflora Vam.Vochysia obscura Warm.Andira inermis H.B.K.Castilloa ulei Warb.Guatteria olivacea R.E. FriesOcotea guianensis Aubl.Ormosia nobilis Tul.Pithecellobium jupunba Urb.Sterculia pruriens (Aubl.) Schum.Tapirira guianensis Aubl.Andira retusa (Lam.) H.B.K.Guatteria poeppigiana Mart.Guatteria procera R.E. FriesMacrolobium acaciaefolium Benth.Ormosia coutinhoi DuckeSpondias lutea L.Sterculia chicha St. Hil.Pithecellobium Saman (Jacq.) Benth.

Família

SAPOTACEAECAESALPINIACEAEFABACEAECAESALPINIACEAEBORAGINACEAEFABACEAEMORACEAECHRYSOBALANACEAECAESALPINIACEAETILIACEAESAPOTACEAESAPOTACEAEAPOCYNACEAEEUPHORBIACEAEMYRISTICACEAEVERBENACEAEVOCHYSIACEAEFABACEAEMORACEAEANNONACEAELAURACEAEFABACEAEMIMOSACEAESTERCULIACEAEANACARDIACEAEFABACEAEANNONACEAEANNONACEAECAESALPINIACEAEFABACEAEANACARDIACEAESTERCULIACEAEMIMOSACEAE

ParâmetrosEcológicos

161617171717171717171717171717171718181818181818181919191919191920

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