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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE LAURA PAES BARRETTO PARDO ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS: UMA ANÁLISE SOBRE PROCESSOS E REALIZAÇÕES São Paulo 2018

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

LAURA PAES BARRETTO PARDO

ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS: UMA ANÁLISE SOBRE PROCESSOS E REALIZAÇÕES

São Paulo2018

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LAURA PAES BARRETTO PARDO

ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS: UMA ANÁLISE SOBRE PROCESSOS E REALIZAÇÕES

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Ana Gabriela Godinho Lima

São Paulo2018

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P226c Pardo, Laura Paes Barretto. Espaços comunitários em territórios vulneráveis: uma análise sobre

processos e realizações. / Laura Paes Barretto Pardo. 231 f. : il. ; 21 cm Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade

Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019. Orientadora: Ana Gabriela Godinho Lima. Bibliografia: f. 201-215. 1. Centros comunitários. 2. Territórios vulneráveis. 3. Projeto de

arquitetura. I. Lima, Ana Gabriela Godinho, orientadora. II. Título. CDD 720

Bibliotecária responsável: Paola Damato CRB-8/6271

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À minha família

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Agradecimentos

A minha eterna professora Nadia Cahen, por seu constante apoio e incentivo, sem os quais eu não teria iniciado esse projeto.

A minha querida orientadora Ana Gabriela Godinho Lima pela dedicação e apoio, transmitindo o conhecimento de forma generosa e também por ter acreditado nesse trabalho desde o início, me ensinando a confiar no processo.

A minha mãe Angela por toda a sua ajuda e carinho, e principalmente por ter cuidado, junto com meu marido, dos meus filhos na minha ausência.

Ao meu marido Thiago por estar sempre ao meu lado dando todo o suporte necessário para que fosse possível a realização desde trabalho

A minha sócia Marina Canton, não somente pela amizade e ajuda na diagramação deste trabalho, mas também, pôr na minha ausência, ter dado seguimento aos nos nossos trabalhos do estúdio.

Ao Daniel Corsi, por todo o seu apoio, desde o meu primeiro projeto de pesquisa, e por todas as conversas e contribuições ao longo de toda a pesquisa.

Ao professor Fernando Guillermo Vázquez Ramos pelas importantes contribuições na qualificação que me auxiliaram no direcionamento deste trabalho.

Ao professor Júlio Luiz Vieira pelos aportes na qualificação, interesse pelo trabalho e conversas ao longo do processo, colaborando para o desenvolvimento dessa pesquisa.

A Carolina Anseoli pela amizade e companheirismo durante o mestrado.

A Aline Nassaralla pelas conversas e ajuda com a revisão do texto e das normas técnicas.

Aos professores da pós graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie pelos ensinamentos que recebi nos últimos dois anos e todos que contribuiram para a realização deste trabalho.

A universidade Presbiteriana Mackenzie e a CAPES pela bolsa de estudo concedida.

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“Never forget that you are one of a kind. Never forget that if there weren’t any need for you in all your uniqueness to be on this earth, you wouldn’t be here in the first place. And never forget, no matter how overwhelming life’s challen-ges and problems seem to be, that one person can make a difference in the world. In fact, it is always because of one person that all the changes that matter in the world come about. So be that one person.”

― R. Buckminster Fuller

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Resumo

O tema da presente pesquisa são os centros comunitários de uso e apropriação coletiva, construídos sem apoio governamental, nos últimos dez anos, em territórios vulneráveis de países em desenvolvimento. O intuito do trabalho foi entender o que caracteriza o território vulnerável e verificar, a partir da seleção de dezessete obras construídas nestas condições, as soluções empregadas em relação a sua viabilidade, a construção do edifício e a sobrevivência do mesmo, para que, por meio de uma análise seja possível avaliar e identificar as soluções empregadas capazes de embasar futuros projetos a serem realizados nestas condições.

Palavras-chave: centros comunitários, territórios vulneráveis e projeto de arquitetura.

Abstract

The theme of this research is the community centers of collective use and appropriation, built without government support over the last ten years in vulnerable territories of developing countries.The work proposal was to understand what characterizes the vulnerable territory and to verify, from the selection of seventeen works built in these conditions, the solutions employed in relation to its viability, the construction of the building and the survival of the same, so that, through it is possible to evaluate and identify the solutions employed to support future projects to be accomplished out under these conditions.

Keywords: comunity centers, vulnerable territories and architectural design.

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Lista de ilustrações

Capítulo 2Fig. 2.1: Gráfico com a porcentagem de projetos por continente levantados no levantamento inicial.

Fig. 2.2: Gráfico com a porcentagem de projetos por continente analisados nesse trabalho.

Fig. 2.3: Gráfico com a porcentagem de projetos por país e continente selecionados no levantamento inicial.

Fig. 2.4: Gráfico com a porcentagem de projetos por país e continente analisados nesse trabalho.

Fig. 2.5: Mapa com a localização de todos os projetos selecionados no levantamento preliminar e numerados de acordo com a tabela do apêndice 2 e fotos a seguir.

Fig. 2.6: Proj. 1. Vista Greenschool.

Fig. 2.7: Proj. 2. Vista Escola para o Corporito.

Fig. 2.8: Proj. 3. Vista Centro de atividade e educação ecológica.

Fig. 2.9: Proj. 4. Vista Escola feita a mão.

Fig. 2.10: Proj. 5. Vista Escola primária em Gando.

Fig. 2.11: Proj. 6. Vista biblioteca Safe Haven.

Fig. 2.12: Proj. 7. Vista edifício educacional em Moçambique.

Fig. 2.13: Proj. 8. Vista Escola Nueva Esperanza.

Fig. 2.14: Proj. 9. Vista Centro para a Homeless World Cup.

Fig. 2.15: Proj. 10. Vista Centro Comunitário Suoi Re Village.

Fig. 2.16: Proj. 11. Vista Escola primaria Umubano.

Fig. 2.17: Proj. 12. Vista Pavilhão comunitário em Jintao Village.

Fig. 2.18: Proj. 13. Vista Centro de reabilitação infantil Teletón.

Fig. 2.19: Proj. 14. Vista Centro cultural LATREN. Fonte: Ver tabela apêndice

Fig. 2.20: Proj. 15. Vista Escola no deserto.

Fig. 2.21: Proj. 16. Vista Esperanza Dos.

Fig. 2.22: Proj. 17. Vista Comite dos residentes da rua Victory.

Fig. 2.23: Proj. 18. Vista Centro de conhecimento Rural e canto das crianças.

Fig. 2.24: Proj. 19. Vista Centro de estudo em Tacloban.

Fig. 2.25: Proj. 20. Vista Sala de aula Tragaluz.

Fig. 2.26: Proj. 21. Vista Centro de arquitetura da terra.

Fig. 2.27: Proj. 22. Vista Centro para jovens em Niafourang.

Fig. 2.28: Proj. 23. Vista Edifício educacional archdaily.

Fig. 2.29: Proj. 24. Vista Centro formativo Sara Pou.

Fig. 2.30: Proj. 25. Vista Centro Comunitário Ta Phin.

Fig. 2.31: Proj. 26. Vista Centro de integração educacional, profissional e esportiva.

Fig. 2.32: Proj. 27. Vista Escolas móveis.

Fig. 2.33: Proj. 28. Vista Escola primária em Balaguina.

Fig. 2.34: Proj. 29. Vista Escola em Nebaj.

Fig. 2.35: Proj. 30. Vista Bersário El Pinal.

Fig. 2.36: Proj. 31. Vista Projeto Mutende II.

Fig. 2.37: Proj. 32. Vista Biblioteca de Muyinga.

Fig. 2.38: Proj. 33. Vista Hut-To-Hut.

Fig. 2.39: Proj. 34. Vista Escola em Chuquibambilla.

Fig. 2.40: Proj. 35. Vista Arco-irís no deserto.

Fig. 2.41: Proj. 36. Vista Escola Flutuante para orfãos.

Fig. 2.42: Proj. 37. Vista Bes Pavillion.

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Fig. 2.43: Proj. 38. Vista Centro de oportunidades para mulheres.

Fig. 2.44: Proj. 39. Vista Escola pré primaria.

Fig. 2.45: Proj. 40. Vista Edifício educacional makoko Nigeria.

Fig. 2.46: Proj. 41. Vista Escola Sasle.

Fig. 2.47: Proj. 42. Vista Escola primaria.

Fig. 2.40: Proj. 43. Vista Centro cultural do Japão.

Fig. 2.48: Proj. 44. Vista Centro comunitário Las Margaritas.

Fig. 2.49: Proj. 45. Vista Casa de lluvia.

Fig. 2.50: Proj. 46. Vista Cubos comunitários em Shanghai.

Fig. 2.51: Proj. 47. Vista Clínica de vacinação.

Fig. 2.52: Proj. 48. Vista Centro Comunitário Pumanque.

Fig. 2.53: Proj. 49. Vista Centro de desenvolvimento comunitário.

Fig. 2.54: Proj. 50. Vista Escola e Creche Laafi.

Fig. 2.55: Proj. 51. Vista Biblioteca Katio.

Fig. 2.56: Proj. 52. Vista Ginásio Municipal de Boxe.

Fig. 2.57: Proj. 53. Vista Museu XIHE.

Fig. 2.58: Proj. 54. Vista Classe Multifuncional Mazaronkiari.

Fig. 2.59: Proj. 55. Vista Escola Kwel Ka Baung.

Fig. 2.60: Proj. 56. Vista Bottle Sail.

Fig. 2.61: Proj. 57. Vista Toigetation.

Fig. 2.62: Proj.58. Vista Escola Thazin.

Fig. 2.63: Proj. 59. Vista Pré-escola Aknaibich.

Fig. 2.64: Proj. 60. Vista Centro comunitário e escola Legson Kayira.

Fig. 2.65: Proj. 61. Vista Escola Embera Atrato.

Fig. 2.66: Proj. 62. Vista Centro de interpretação do Cacau.

Fig. 2.67: Proj. 63. Vista Arena do Morro.

Fig. 2.68: Proj. 64. Vista Khmeresque.

Fig. 2.69: Proj. 65. Centro Comunitário Pani.

Fig. 2.70: Proj. 66. Vista Parque educaciona Vigía Del Forte.

Fig. 2.71: Proj. 67. Vista Projeto Nakuru.

Fig. 2.72: Proj. 68. Vista Escola de Bambu.

Fig. 2.73: Proj. 69. Vista Salas de leitura.

Fig. 2.74: Proj. 70. Vista The Wave: espaço público para performances.

Fig. 2.75: Proj. 71. Vista Centro Comunitário Cam Thanh.

Fig. 2.76: Proj. 72. Vista Resid. de artistas e centro cultural Thread.

Fig. 2.77: Proj. 73. Vista Re-ainbow. Fonte: Ver tabela apêndice

Fig. 2.78: Proj. 74. Vista Projeto de desenvolvimento social.

Fig. 2.79: Proj. 75. Vista Centro comunitário Nam Dam.

Fig. 2.80: Proj. 76. Vista Centro de alegria do Butão.

Fig. 2.81: Proj. 77. Vista Parque Educacional Raíces.

Fig. 2.82: Proj. 78. Vista Escola Chipakata.

Fig. 2.83: Proj. 79. Vista Espaço Alana.

Fig. 2.84: Proj. 80. Vista Parque Educativo de Remedios.

Fig. 2.85: Proj. 81. Vista Salas de Leitura.

Fig. 2.86: Proj. 82. Vista Pavilhão de Bambu.

Fig. 2.87: Proj. 83. Vista Biblioteca Avant-Garde Ruralation.

Fig. 2.88: Proj. 84. Vista Escola rural Chaparral.

Fig. 2.89: Proj. 85. Vista Escola secundária Santa Elena.

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Fig. 2.90: Proj. 86. Vista Escola Cof Outreazch.

Fig. 2.91: Proj. 87. Vista Escola comunitária Chonnabot.

Fig. 2.92: Proj. 88. Vista Centro comunitário Renascer Chamanga.

Fig. 2.93: Proj. 89. Vista Potocine-sala de cinema auto gestionada.

Fig. 2.94: Proj. 90. Vista Escola Jungle Flower.

Fig. 2.95: Proj. 91. Vista Toigetation 2.

Fig. 2.96: Proj. 92. Vista Sala Multifuncional: estação de controle de incêndios florestais.

Fig. 2.97: Proj. 93. Vista M.A.C. of Tiruvannamalai.

Fig. 2.98: Proj. 94. Vista Cinco Jardins de infância.

Fig. 2.99: Proj. 95. Vista Espaço Be Friendly.

Fig. 2.100: Proj. 96. Vista Galeria Multifuncional em Tehran.

Fig. 2.101: Proj. 97. Vista Pavilhões para Okana.

Fig. 2.102: Proj. 98. Vista Centro para mulheres no Vilarejo Massai.

Fig. 2.103: Proj. 99. Vista Centro de educação e saúde.

Fig. 2.104: Proj. 100. Centro educacional Eco Moyo.

Fig. 2.105: Proj. 101. Vista Igreja da comunidade rural Malaui.

Fig. 2.106: Proj. 102. Vista Escola Alfa Omega.

Projeto 1

Fig. P.1.1: Vista lateral do Centro da Homeless Wordcup.

Fig. P.1.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.1.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.1.4: Implantação.

Fig. P.1.5: Planta térreo nível inferior.

Fig. P.1.6: Planta térreo nível superior.

Fig. P.1.7: Planta de cobertura.

Fig. P.1.8: Corte Longitudinal.

Fig. P.1.9: Corte Transversal.

Fig. P.1.10: Vista lateral da obra no final da construção.

Fig. P.1.11: Vista da quadra.

Fig. P.1.12: Vista lateral da entrada.

Fig. P.1.13: Vista da chegada na obra no final da construção.

Fig. P.1.14: Vista da estrutura da cobertura e entrada.

Fig. P.1.15: Vista da fachada de entrada.

Projeto 2

Fig. P.2.1: Vista da entrada do Centro comunitário Suoi Re Village.

Fig. P.2.2: Foto aérea com locação da obra segundo SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.3: Foto aérea aproximada com locação da obra segundo SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.4: Implantação.

Fig. P.2.5: Planta térreo nível superior.

Fig. P.2.6: Planta térreo nível inferior.

Fig. P.2.7: Corte Transversal.

Fig. P.2.8: Corte Longitudinal.

Fig. P.2.9: Corte esquematico.

Fig. P.2.10: Vista fachada dos fundos.

Fig. P.2.11: Vista pavimento inferior.

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Fig. P.2.12: Vista varanda.

Fig. P.2.13: Vista lateral.

Fig. P.2.14: Vista pavimento superior.

Fig. P.2.15: Vista escada do pav. superior.

Projeto 3

Fig. P.3.1: Vista da entrada do Centro comunitário Ta Phin.

Fig. P.3.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.3.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.3.4: Implantação.

Fig. P.3.5: Planta térreo.

Fig. P.3.6: Corte esquemático perspectivado.

Fig. P.3.7: Corte Transversal.

Fig. P.3.8: Vista terraço da fachada lateral.

Fig. P.3.9: Vista elemento vazado da entrada.

Fig. P.3.10: Vista interior da obra.

Fig. P.3.11: Vista da entrada.

Fig. P.3.12: Vista da escada do mezanino..

Fig. P.3.13: Vista de cima do mezanino.

Projeto 4

Fig. P.4.1: Vista a partir da rua da Casa de Lluvia.

Fig. P.4.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.4.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.4.4: Corte perspectivado sem escala.

Fig. P.4.5: Maquete da estrutura 01.

Fig. P.4.6: Maquete eletrônica.

Fig. P.4.7: Maquete da estrutura 02.

Fig. P.4.8: Vista da entrada.

Fig. P.4.9: Vista lateral com playground.

Fig. P.4.10: Vista da porta de entrada e interior.

Fig. P.4.11: Vista da fachada da rua.

Fig. P.4.12: Vista do interior em direção a porta.

Fig. P.4.13: Vista do interior .

Projeto 5

Fig. P.5.1: Vista da entrada do centro comunitário Las Margaritas.

Fig. P.5.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.5.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.5.4: Planta térreo.

Fig. P.5.5: Corte longitudinal.

Fig. P.5.6: Corte transversal.

Fig. P.5.7: Elevação Leste.

Fig. P.5.8: Elevação Sul.

Fig. P.5.9: Vista da obra e seu entorno.

Fig. P.5.10: Vista da obra a partir da rua de acesso.

Fig. P.5.11: Vista aérea das edificações.

Fig. P.5.12: Vista do anfiteatro.

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Fig. P.5.13: Vista do edifício da recepção e da biblioteca/ludoteca.

Fig. P.5.14: Vista do playground.

Projeto 6

Fig. P.6.1: Vista do acesso ao terraço do centro comunitário Pumanque.

Fig. P.6.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.6.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.6.4: Planta térreo.

Fig. P.6.5: Elevação Sul.

Fig. P.6.6: Perspectiva explodida.

Fig. P.6.7: Vista Sul a partir do escorregador.

Fig. P.6.8: Detalhe de fixação das lonas.

Fig. P.6.9: Vista da escada central de acesso ao terraço.

Fig. P.6.10: Vista Sul a partir da escada.

Fig. P.6.11: Vista do terraço da cobertura.

Fig. P.6.12: Vista do escorregador.

Projeto 7

Fig. P.7.1: Vista do Centro de Desenvolvimento Comunitário.

Fig. P.7.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.7.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.7.4: Implantação com edifícios existentes e futura expansão.

Fig. P.7.5: Elevação Sudoeste.

Fig. P.7.6: Planta da edificação construída.

Fig. P.7.7: Corte transversal.

Fig. P.7.8: Vista entrada.

Fig. P.7.9: Vista do refeitório a partir da rua.

Fig. P.7.10: Vista para rua a partir do refeitório.

Fig. P.7.11: Vista da obra a partir da rua.

Fig. P.7.12: Vista da área multifuncional.

Fig. P.7.13: Vista do corredor.

Projeto 8

Fig. P.8.1: Vista do Bottle Sail.

Fig. P.8.2: Foto aérea com locação da região onde a obra está inserida.

Fig. P.8.3: Corte esquemático.

Fig. P.8.4: Vista da obra em seu entorno.

Fig. P.8.5: Vista do interior.

Fig. P.8.6: Detalhe do revestimento da fachada.

Fig. P.8.7: Vista da fachada.

Fig. P.8.8: Vista noturna.

Fig. P.8.9: Execução da estrutura.

Projeto 9

Fig. P.9.1: Vista do acesso ao Centro comunitário Legson Kayira.

Fig. P.9.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.9.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.9.4: Planta térreo. Fonte:

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Fig. P.9.5: Corte perspectivado.

Fig. P.9.6: Perspectiva eletrônica.

Fig. P.9.7: Vista fachada Sudeste.

Fig. P.9.8: Sala de aula aberta.

Fig. P.9.9: Vista interior da sala fechada.

Fig. P.9.10: Detalhe abertura da porta.

Fig. P.9.11: Vista Sala de aula aberta.

Fig. P.9.12: Vista corredor lateral.

Projeto 10

Fig. P.10.1: Vista fachada frontal Arena do Morro.

Fig. P.10.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.10.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.10.4: Planta térreo. Fonte:

Fig. P.10.5: Elevação frontal.

Fig. P.10.6: Corte longitudinal S1.

Fig. P.10.7: Corte transversal S2.

Fig. P.10.8: Corte transversal S3.

Fig. P.10.9: Vista aérea.

Fig. P.10.10: Vista do terraço.

Fig. P.10.11: Vista interna da sala Multiuso III.

Fig. P.10.12: Vista aérea do projeto e seu entorno.

Fig. P.10.13: Vista da rua de acesso ao edifício.

Fig. P.10.14: Vista interna da quadra.

Projeto 11

Fig. P.11.1: Vista fachada frontal Centro Comunitário Pani.

Fig. P.11.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.11.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.11.4: Planta térreo.

Fig. P.11.5: Elevação fachada Sul.

Fig. P.11.6: Corte transversal pela escada.

Fig. P.11.7: Planta primeiro pavimento.

Fig. P.11.8: Elevação fachada Norte.

Fig. P.11.9: Corte transversal pela loja e salas de aula.

Fig. P.11.10: Vista fachada sul.

Fig. P.11.11: Vista pátio descoberto.

Fig. P.11.12: Vista área multiuso (área de trabalho).

Fig. P.11.13: Vista fachada Norte.

Fig. P.11.14: Vista pátio de entrada.

Fig. P.11.15: Vista sala de aula.

Projeto 12

Fig. P.12.1: Vista aérea Centro Comunitário Cam Thanh.

Fig. P.12.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.12.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.12.4: Planta térreo.

Fig. P.12.5: Corte esquemático sem escala.

Fig. P.12.6: Perspectiva explodida.

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Fig. P.12.7: Vista entrada.

Fig. P.12.8: Vista jardim da recepção.

Fig. P.12.9: Vista pátio interno da biblioteca.

Fig. P.12.10: Vista pátio interno da área de exposições.

Fig. P.12.11: Vista espaço multifuncional.

Fig. P.12.12: Vista área de exposições.

Projeto 13

Fig. P.13.1: Vista entrada da Residência de artistas e centro comunitário Thread.

Fig. P.13.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.13.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.13.4: Implantação edifícios novos e existentes.

Fig. P.13.5: Planta térreo edifício comunitário.

Fig. P.13.6: Elevações Oeste e Leste.

Fig. P.13.7: Corte esquemático do telhado e calha.

Fig. P.13.8: Corte longitudinal A.

Fig. P.13.9: Corte transversal B.

Fig. P.13.10: Vista aérea da obra.

Fig. P.13.11: Vista espaço multifuncional.

Fig. P.13.12: Vista pátio descoberto.

Fig. P.13.13: Vista acesso ao pátio descoberto.

Fig. P.13.14: Vista interna do quarto para artistas.

Fig. P.13.15: Vista espaço coberto entre os dois pátios.

Projeto 14

Fig. P.14.1: Vista entrada Re-ainbow.

Fig. P.14.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.14.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.14.4: Implantação edifício novo e existentes.

Fig. P.14.5: Planta térreo.

Fig. P.14.6: Perspectiva explodida.

Fig. P.14.7: Elevação eixos X1-X12.

Fig. P.14.8: Corte transversal pelo vazio.

Fig. P.14.9: Vista lateral.

Fig. P.14.10: Vista dos fundos.

Fig. P.14.11: Vista pátio interno descoberto.

Fig. P.14.12: Vista entrada. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.13: Detalhe da estrutura do telhado. Fonte:

Fig. P.14.14: Vista do espaço multifuncional.

Projeto 15

Fig. P.15.1: Vista entrada Nam Dam Swallow “Homestay” e Centro Comunitário.

Fig. P.15.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.15.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.15.4: Planta térreo.

Fig. P.15.5: Planta primeiro pavimento.

Fig. P.15.6: Corte longitudinal.

Fig. P.15.7: Corte transversal.

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Fig. P.15.8: Corte esquemático com funcionamento.

Fig. P.15.9: Vista fachada sudoeste.

Fig. P.15.10: Vista corredor primeiro pavimento.

Fig. P.15.11: Vista pé direito duplo do espaço multifuncional.

Fig. P.15.12: Vista fachada Sudeste.

Fig. P.15.13: Vista varanda primeiro pavimento.

Fig. P.15.14: Vista espaço multifuncional.

Projeto 16

Fig. P.16.1: Vista frontal Centro comunitário Renascer Chamanga.

Fig. P.16.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.16.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.16.4: Planta da estrutura.

Fig. P.16.5: Fachada frontal da estrutura.

Fig. P.16.6: Fachada posterior da estrutura.

Fig. P.16.7: Maquete do projeto.

Fig. P.16.8: Fachada da lateral direita da estrutura.

Fig. P.16.9: Fachada da lateral esquerda da estrutura.

Fig. P.16.10: Vista do playground.

Fig. P.16.11: Vista do espaço multifuncional.

Fig. P.16.12: Vista da fachada frontal.

Fig. P.16.13: Vista do espaço comunitário com cozinha ao fundo.

Fig. P.16.14: Vista do volume da cozinha na fachada frontal.

Fig. P.16.15: Vista noturna da obra.

Projeto 17

Fig. P.17.1: Vista aérea Pavilhões para Okana.

Fig. P.17.2: Foto aérea com locação da obra.

Fig. P.17.3: Foto aérea aproximada com locação da obra.

Fig. P.17.4: Planta do térreo.

Fig. P.17.5: Corte longitudinal.

Fig. P.17.6: Elevação Sudoeste.

Fig. P.17.7: Corte transversal pela biblioteca.

Fig. P.17.8: Perspectiva explodida.

Fig. P.17.9: Vista acesso pelo Internet café.

Fig. P.17.10: Vista interna cafeteria.

Fig. P.17.11: Vista interna espaço para costura.

Fig. P.17.12: Vista pátio central.

Fig. P.17.13: Vista interna biblioteca 01.

Fig. P.17.14: Vista interna biblioteca 02.

Capítulo 3

Fig. 3.1: San José de Chamanga após o terremoto em 2016.

Fig. 3.2: Vista Cratera aberta pela chuva no bairro Mãe Luíza, Natal, em 2014.

Fig. 3.3: Corte da cobertura do centro comunitário Las Margaritas.

Fig. 3.4: Detalhe da calha para captação de água pluvial dos Pavilhões para Okana.

Fig. 3.5: Corte esquemático do telhado.

Fig. 3.6: Moradoras de Sinthian buscando água.

Fig. 3.7: Mulheres na biblioteca.

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Fig. 3.8: Vista interna do C. Comunitário Ta Phin.

Fig. 3.9: Vista do Centro comunitário e escola Legson Kayira.

Fig. 3.10: Vista do Centro Comunitário Pani.

Fig. 3.11: Vista pavilhões para Okana.

Fig. 3.12: Estrutura da cobertura.

Fig. 3.13: Elemento vazado instalado no piso.

Fig. 3.14: Det. da fachada com garrafas Pet.

Fig. 3.15: Estrutura de bambu.

Fig. 3.16: Mock-up da estrutura e revestimento da cobertura.

Fig. 3.17a: Detalhes do encaixe elemento vazado com a estrutura.

Fig. 3.17b: Detalhes do elemento vazado.

Fig. 3.18: Vista noturna Thread.

Fig. 3.19: Pátio ocupado com mesas.

Fig. 3.20: Comunidade participando da obra.

Fig. 3.21: Construção do Centro comunitário e escola Legson Kayira.

Fig. 3.22: Comunidade em Chamanga executando a estrutura.

Fig. 3.23: Comunidade executando o muro de taipa no Nam Dam.

Fig. 3.24: Comunidade executando o Muro de pedra no Suoi Re Village.

Fig. 3.25: Comunidade durante o processo participativo da Casa de Lluvia.

Fig. 3.26: Comunidade reunida durante o processo participativo.

Fig. 3.27: Castelo de Warkworth.

Fig. 3.28: Foto aérea do centro comunitário Pani.

Fig. 3.29: Diagramas de Implantação

Fig. 3.30: Sala de aula com mesas e cadeiras.

Fig. 3.31: Sala de aula com mesa única comunitária.

Fig. 3.32: Vista do vestiário.

Fig. 3.33: Quadra Poliesportiva coberta.

Fig. 3.34: Crianças brincando no playground.

Fig. 3.35: Diagrama de estrutura e fechamentos

Fig. 3.36: Estrutura da cobertura de Bambu e edifício em alvenaria estrutural.

Fig. 3.37: Estrutura de concreto e Bambu.

Fig. 3.38: Estrutura de andaimes.

Fig. 3.39: Vista do Centro comunitário Suoi Re Village.

Fig. 3.40: Vista centro comunitário Ta Phin.

Fig. 3.41: Vista casa de Lluvia.

Fig. 3.42: Vista centro comunitário Nam Dam.

Fig. 3.43: Vista aérea Centro comunitário Cam Thanh.

Fig. 3.44: Corte esquemático DO Centro de Desenvolvimento Comunitário.

Fig. 3.45: Pátio de entrada do centro comunitário Pani.

Fig. 3.46: Vista área multifuncional.

Fig. 3.47a: Tijolo da fachada assentado de duas formas.

Fig. 3.47b: Tijolo da fachada e do refeitório assentados de forma distinta. Fig. 3.48: Forro e escada em Bambu.

Fig. 3.49: Estrutura da escada e do telhado em bambu.

Fig. 3.50: Instalação da fachada de bambu com garrafas Pet.

Fig. 3.51: Detalhe da fachada.

Fig. 3.52: Detalhe do piso e guarda corpo da cobertura

Fig. 3.53: Maquete eletrônica do telhado.

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Fig. 3.54: Piso de cacos de azulejo.

Fig. 3.55: Porta com detalhe feito à mão.

Fig. 3.56: Corte esquemático.

Fig. 3.57: Arecas na malha de cabo de aço.

Fig. 3.58: Diagrama em corte de ventilação cruzada.

Fig. 3.58: Diagrama de captação de água pluvial.

Fig. 3.59: Diagrama de consumo de água.

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Lista de tabelas

Tabela 1 - As abordagens conceituais de território em três vertentes básicas. Fonte: Haesbaert; Limonad (2007, p. 45).

Tabela 2 - Definições de vulnerabilidade organizadas cronologicamente. Fonte: Cutter (1996, p.531-32), adaptada pela autora.

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Sumário

1. Introdução .......................................................................................................... 31

1. Dimensões do território vulnerável .......................................................................... 41

1.1 Território e a Territorialidade: o espaço socialmente compartilhado ...........................44

1.2 A Vulnerabilidade: da pobreza à problemática ambiental .............................................51

1.3 O território vulnerável: poder, apropriação e risco .........................................................59

2.O centro comunitário: critérios de seleção e análise .................................................... 63

2.1 Mapeamento inicial: procedimentos .............................................................................65

2.2 Seleção dos projetos .....................................................................................................65

2.3 Organização e apresentação do material......................................................................68

2.4 Fichas técnicas ..............................................................................................................82

2.4.1. Centro para o Legado da Homeless World Cup ............................................84

2.4.2. Casa Comunitária Suoi Re Village ................................................................88

2.4.3. Centro Comunitário Ta Phin ..........................................................................92

2.3.4. Centro comunitário Casa de la lluvia [de ideas] ............................................96

2.3.5. Centro comunitário Las Margaritas ............................................................100

2.3.6. Centro comunitário Pumanque ...................................................................104

2.3.7. Centro de desenvolvimento comunitário ....................................................108

2.3.8. Bottle Sail ....................................................................................................112

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2.3.9. Centro comunitário e escola Legson Kayira ...............................................116

2.3.10. Arena do Morro .........................................................................................120

2.3.11. Centro comunitário Pani ...........................................................................124

2.3.12. Casa comunitária Cam Thanh ..................................................................128

2.3.13. Residência de artistas e centro comunitário Thread ................................132

2.3.14. Re-ainbow .................................................................................................136

2.3.15. Nam Dam Swallow “Homestay” e Centro Comunitário ............................140

2.3.16. Centro comunitário Renascer Chamanga .................................................144

2.3.17. Pavilhões para Okana ...............................................................................148

3. O território vulnerável e o Centro Comunitário ......................................................... 153

3.1 Vulnerabilidade ambiental e climática: estratégias projetuais ....................................156

3.2 Vulnerabilidade socioeconômica: centros comunitários .............................................158

3.2.1 A Viabilidade .................................................................................................161

3.2.2 O edifício ......................................................................................................169

3.2.3 A Sobrevivência ............................................................................................188

Considerações finais ............................................................................................... 195

Referências bibliográficas ........................................................................................ 201

Apêndice ............................................................................................................... 217

Apêndice 1 .........................................................................................................................218

Apêndice 2 .........................................................................................................................220

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INTRODUÇÃO

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A presente pesquisa analisou espaços comunitários de uso e apropriação coletiva, cons-truídos sem apoio governamental, nos últimos dez anos, em territórios vulneráveis de países em desenvolvimento.1 As dimensões da vulnerabilidade aqui exploradas são associadas às condi-ções de pobreza, econômica e material. O intuito do trabalho foi verificar, a partir do levantamento das obras construídas nestas condições, as soluções empregadas em relação a sua viabilidade, a construção do edifício e a sobrevivência do mesmo, para que, por meio de uma análise seja possível avaliar e identificar as estratégias projetuais capazes de embasar futuros projetos a serem realizados em condições similares.

Os territórios vulneráveis, seja por sua vulnerabilidade socioeconômica, climática ou ambien-tal, são, atualmente, uma realidade recorrente e crescente. A baixa resiliência da população residente nestes territórios, diante dessas possíveis vulnerabilidades, agrava ainda mais a situação apresen-tada. Este cenário de situações extremas e emergenciais, que clama por transformação e reparo, precisa ser compreendido e combatido.

A Nova Agenda Urbana da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2016 se propõe, inclu-sive, a realizar políticas para redução de riscos, preparo das famílias, comunidades e instituição de serviços para responder, adaptar e recuperar-se diante dessas situações.

Ainda que essas transformações englobem outras disciplinas, a arquitetura detém um papel importante, seja na reconstrução ou planejamento dessas áreas, seja na habilidade de desenvolver e executar projetos pontuais capazes de acolher e unir população.

A Bienal de Arquitetura de Veneza, realizada em 2016, com o tema Reporting From The Front, sob curadoria do arquiteto chileno Alejandro Aravena, reconhecendo possíveis dificuldades e falta

1 A presente pesquisa desenvolve-se como parte do Projeto de Pesquisa: Cidade, Cultura, Infância e Gênero: Modos de Intervir em Territórios Vulneráveis. Financiado pela Fundação Holandesa Bernard Van Leer no âmbito do Termo de Coo-peração Universidade Presbiteriana Mackenzie e Instituto Brasiliana, celebrado em abril de 2017, coordenado pela Prof. Dra. Ana Gabriela Godinho Lima e pelo Prof. Rodrigo Mindlin Loeb.

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de recursos em determinados territórios, questionou o papel do arquiteto na melhora das condi-ções de vida das pessoas. Sob essa ótica, o arquiteto direciona o olhar para problemas políticos e sociais existentes em diversos locais; e, ainda, faz refletir sobre a função da arquitetura no desen-volvimento de projetos socialmente conscientes. (BARANTTO, 2016, online)

Nesse contexto, optou-se por estudar os centros comunitários, sejam eles de lazer, cultura ou esporte. Estes locais proporcionam o encontro de membros da comunidade, acolhem e ajudam na construção da cidade, do lugar. São definidos por Yi-Fu Tuan (1983, p. 4) como “centros aos quais atribuímos valor” e que, ao assumirem essa condição, adquirem definição e significado. Estes edifí-cios surgem com o intuito de abrigar diversas atividades a fim de promover e fortalecer a interação entre os membros da comunidade e, também, proporcionar oportunidades para o desenvolvimento local. Considera-se, ainda, que a interação entre os habitantes proporcionada por estes edifícios, pode ser capaz de criar vínculos e assim aumentar a resiliência dos moradores diante das situações de vulnerabilidade nos territórios onde vivem.

A escolha desse tema se deve não só a importância do mesmo mas também à falta de pu-blicações a respeito do conceito de território vulnerável e de centro comunitário. Mas também houve uma grande dificuldade de encontrar material sobre as obras seja em periódicos e livros impressos, seja nos virtuais.

Por essa razão a dissertação foi organizada a partir de três grandes questões: 1. o que é território vulnerável; 2. quais são os projetos construídos nestes territórios; e, por fim, 3. como as soluções empregadas, em relação a viabilidade da obra, a construção do edifício e a sobre-vivência ocorrem nestas condições. A formulação dessas indagações e a organização da estrutura foi um processo longo, mas que, ao final,foi importante pois permite que cada capítulo tivesse um objetivo a ser cumprido.

O primeiro capítulo, portanto, constrói uma visão sobre o território vulnerável. Para isso,

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divide-se em três partes: na primeira, buscou-se entender o conceito de território, por meio da pon-deração de alguns autores que discutem sobre este conceito e suas múltiplas definições. Dentre os autores merecem destaque: Claude Raffestin (1993), com o livro Por uma geografia do Poder, prin-cipal referencial teórico para a compreensão do que significa território; e, Milton Santos (2000) com o artigo intitulado O papel ativo da geografia: um manifesto, no qual o autor define o conceito de “ter-ritório usado”, perspectiva pela qual foi construída o conceito de território neste trabalho.

Além das pesquisas supracitadas, destacamos o artigo O território em tempos de globaliza-ção escrito por Rogério Haesbaert e Ester Limonad (2007), onde abordam o conceito de território a partir de três vertentes: jurídico-política, econômica e cultural(ista). Esta última considera o território como resultado da apropriação do espaço, e, portanto, foi escolhida para compreender o território neste trabalho.

O capítulo prossegue construindo uma compreensão do conceito de "Vulnerabilidade", que é amplamente discutido em diversas áreas de estudo, tais como: geografia, demografia, sociologia, assistência social. Por essa razão o seu significado pode variar dependendo da disciplina que o aborde, mas buscou-se, nessa pesquisa, entender o termo de forma com que o mesmo pudesse caracterizar um determinado tipo de território.

A geógrafa Susan Cutter (1996), no livro Vulnerability to environmental hazards, traz diversos autores para a discussão sobre o significado de vulnerabilidade; e o define, em sua essência, como potencial para a perda. Estar vulnerável, portanto, é estar em risco e, para ela, este risco está relacio-nado com a fata de resiliência à situação de risco apresentada. Devido a sua formação, ao falar so-bre vulnerabilidade a autora se refere às vulnerabilidades ambientais e climáticas, contudo podemos usar essa definição em outros campos.

Eduardo Marandola Junior e Daniel Joseph Hogan (2005) no artigo Vulnerabilidade e riscos: entre geografia e demografia fazem uso do conceito de risco, apontado por Susan Cutter mas levam

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em conta os aspectos socioeconômicos, trazendo desta forma a discussão sobre as desigualda-des sociodemográficas relacionadas a pobreza que caracterizam uma situação de vulnerabilidade um território.

Para entender os fatores que podem originar a vulnerabilidade, o artigo A interdependência entre vulnerabilidade climática e socioeconômica na região do abc paulista, de María Cleofé Valverde (2017) foi importante ao considerar a fragilidade social como um dos aspectos, onde as condições de desigualdade e fragilidade devido a fatores socioeconômicos pode acarretar em segregação social e marginalidade.

Os critérios utilizados para avaliar a vulnerabilidade social, no Atlas de vulnerabilidade social (IVS), também foram importantes por demonstrarem que a vulnerabilidade social não é somente uma questão da falta de recursos financeiros, mas também é resultado da localização de determina-dos territórios e a falta de infraestrutura e serviços que deveriam ser fornecidos pelo poder público.

Tendo em vista tudo o que foi exposto, os tipos de vulnerabilidade capazes de caracterizar um território e que serão estudados, podem ser classificados como: ambiental, climática e socioe-conômica.

O capítulo conclui-se ao conceituar o território vulnerável, tal como será discutido neste traba-lho, como: um espaço segregado de exclusão; um espaço usado, vivido, construído e apropriado pelos habitantes, onde o perigo, o risco natural e o tecnológico, e a falta de resiliência dos moradores, soma-da a restrições às atividades sociais e de acesso a recursos materiais e econômicos, caracterizam a vulnerabilidade que os Centros Comunitários visam, ainda que às vezes em pequena medida, mitigar.

O segundo capítulo, dividido em duas partes, destinou-se na primeira a demonstrar o méto-do e critério de seleção dos projetos. Como o intuito era identificar obras contemporâneas, foram considerados as obras que funcionam como centros comunitários por mais que não tivessem essa

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denominação, localizadas em territórios vulneráveis de países em desenvolvimento, publicadas en-tre os anos 2007 e julho de 2017 nas revistas Arquitectura Viva (AVmonografias e AVproyectos que fazem parte da mesma editora), Architectural Record, Summa + e no periódico eletrônico Archdaily.com, que resultaram na seleção de 102 obras. Na segunda, estas informações encontradas sobre os projetos selecionados foram organizadas por meio de fichas técnicas.

Com base nesse mapeamento inicial, como não foi utilizado a priori um conceito de centro comunitário, foram utilizados os seguintes critérios, para refinar esta seleção:

. Projetos que possuíam a denominação de centro comunitário ou centro social em sua publicação.

. Projetos possuíam um espaço livre multifuncional determinado em projeto para uso da comunidade.

Assim, foram excluídos os projetos que não se adequavam a estes critérios, os projetos localizados em países em desenvolvimento, mas que a vulnerabilidade deste território não pudesse ser comprovada no material encontrado, e edifícios reformados. Restando dezessete obras sele-cionadas: Centro para o Legado da Homeless World Cup, Casa Comunitária Suoi Re Village, Centro Comunitário Ta Phin, Centro comunitário Casa de la lluvia [de ideas], Centro comunitário Las Mar-garitas, Centro comunitário Pumanque, Centro de desenvolvimento comunitário, Bottle Sail, Centro comunitário e escola Legson Kayira, Arena do Morro, Centro comunitário Pani, Casa comunitária Cam Thanh, Residência de artistas e centro comunitário Thread, Re-ainbow, Nam Dam Swallow “Ho-mestay” e Centro Comunitário, Centro comunitário Renascer Chamanga, Pavilhões para Okana.

Na segunda parte, para organizar a informação obtida, foram realizadas fichas destas obras. Cada uma, conta com uma breve descrição do projeto e de como ele funciona, fotos aéreas em duas escalas, para que seja possível visualizar os territórios onde os projetos estão inseridos, desenhos

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técnicos, para compreensão do funcionamento da edificação, fotos do projeto pra melhor compreen-são e uma ficha técnica.

A ficha técnica possui treze subitens: nome dos arquitetos que conceberam o projeto, locali-zação da obra, ano de execução, área construída, orçamento, patrocinadores, tempo de construção, processo de concepção e execução, programa, sistema construtivo, materiais empregados, recursos de Autossuficiência da edificação e vulnerabilidade do local.

Dentre estes itens, faz-se necessário o esclarecimento de três deles. O processo de concepção e execução se refere, neste trabalho a participação ou não da comunidade nestes dois momentos. No sistema construtivo, verifica-se o tipo de solução não a forma com que a mesma é executada e no que diz respeito a autossuficiência das edificações, foi apurada a presença ou não de painéis solares e sistema de captação e reuso de águas pluviais.

Por meio destas fichas, obteve-se um panorama geral destas edificações selecionadas permitindo a análise sobre a viabilidade da obra, a construção do edifício e a sobrevivência do mesmo a ser realizada no capítulo seguinte.

O terceiro capítulo, primeiramente se investiga a relação entre as vulnerabilidades do territó-rio, divididas em: ambientais e climáticas e socioeconômicas, e os centros comunitários.

A Vulnerabilidade socioeconômica, além de se referir aos ocupantes destes edifícios, tam-bém está presente em todos os territórios onde estão localizados os projetos estudados e por essa razão será relacionada com os projetos.

A análise das obras levantadas foi dividida em três partes: a Viabilidade, o Edifício e a Sobre-vivência do mesmo.

Na Viabilidade, foi verificada a iniciativa e a forma de captação de recursos, o investimento financeiro necessário, o tempo e o método de construção e o processo junto à comunidade. Estes

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dados fornecem paramentos para quem deseje construir esse tipo de obra.

No Edifício, foi analisado o programa, a implantação, a organização espacial e os materiais e técnicas construtivas empregadas, de forma com que estes espaços sejam compreendidos desde sua geometria até a sua materialidade.

A Sobrevivência, é onde foram verificadas as estratégias projetuais utilizadas e os recursos para autossuficiência e a administração destas edificações, fatores que garantam o bom funciona-mento do edifício depois de entregue.

Ao comparar e analisar os dados obtidos nas fichas do capítulo anterior, procurou, enxergar o centro comunitário não só como uma edificação, mas como um processo que vai além da constru-ção em si, englobando desde a intenção da realização e participação da comunidade, até adminis-tração do mesmo após a obra estar concluída.

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1. DIMENSÃO DO TERRITÓRIO VULNERÁVEL

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Atualmente, quase um bilhão de pessoas no mundo vive no chamado território informal em situações precárias e sem infraestrutura básica (UN-HABITAT, 2016). No Brasil, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo de 2010, 27,5% dos domicílios urba-nos não contam com os três serviços básicos de saneamento: conexão à rede de esgoto, coleta de lixo e água encanada. Em 2050, de acordo com a Nova Agenda Urbana da Organização das Nações Unidas (ONU), a população urbana mundial, provavelmente, terá dobrado, agravando ainda mais o complexo desafio de prover condições básicas, como infraestrutura, moradia, saúde e educação (UN-HABITAT, 2016).

Os territórios informais, locais esses que, em nenhum momento receberam uma nomen-clatura específica por parte do IBGE, mas somente um termo genérico - aglomerados subnormais - para defini-los, são espaços não registrados formalmente em termos legais e, consequentemente, “são ocupados à revelia das leis e das normas urbanísticas estabelecidas para edificação e uso do solo, situação que se agrava pelos processos intensivos de verticalização e densificação” (SOUZA, 2001 p. 63).

Os projetos estudados nesta dissertação estão inseridos nesses territórios, onde “as con-dições básicas de vida digna dos cidadãos e cidadãs são negligenciadas, seja no acesso a servi-ços sociais básicos, seja no acesso aos direitos e à cidadania plena” (PIZZIO; SILVA, 2016, p. 203). Busca-se, dessa maneira, delinear as noções de território vulnerável, por meio das reflexões de diversos autores, considerando os aspectos geográficos, socioeconômicos e geopolíticos que afetam o espaço físico, exercício fundamental para o entendimento desses tópicos no campo da arquitetura e urbanismo.

Para isso o presente capítulo é dividido em três partes: a primeira visa entender o território por meio do pensamento geográfico; a segunda aborda os conceitos de vulnerabilidade de acordo com distintas disciplinas; e a terceira, a partir das duas primeiras, formula um conceito de território vulnerável a ser considerado neste trabalho.

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1.1 Território e a Territorialidade: um espaço socialmente compartilhado

Território2, em seu sentido mais “restrito” como o encontrado, por exemplo, no Dicionário Bra-sileiro de Língua Portuguesa (MICHAELIS, 2018), significa a área política de um município, distrito, estado, país ou continente, sujeita a uma autoridade. Em uma análise etimológica, a palavra território provém de terra-territorium e terreo-territor (terror, aterrorizar), expressando uma “dominação (jurídi-co-política) da terra e com a inspiração do terror, do medo – especialmente para aqueles que, com essa dominação, ficam alijados da terra, ou no “territorium” são impedidos de entrar” (HAESBEAERT, 2004, p.1). A relação de domínio, poder e política se faz presente nos dois casos, entendendo-se poder, não somente no sentido político, mas também no sentido de dominação e apropriação de um espaço socialmente compartilhado.

É no pensamento geográfico, por meio da reflexão de alguns estudiosos sobre o conceito de território e suas múltiplas definições, principalmente a partir da década de 1980, que se busca conceituar o termo neste capítulo. Dentre os autores pioneiros, merecem destaque: Claude Raffestin, Robert Sack e Milton Santos que, como se observa por meio das citações encontradas, parecem ter influenciado outros pesquisadores aqui presentes. Inclui-se nesta lista, também, Manuel Correia Andrade (1995), por intermédio de seu livro intitulado: A questão do território no Brasil.

Não se pode deixar de levar em conta o trabalho de dois importantes grupos de pesquisa e debate coletivo sobre o tema: o GETERR (Grupo de Estudos Territoriais) e o GAsPERR (Grupo de Pesquisa, Produção do Espaço e Redefinições Regionais). Os dois grupos são aqui representados por Marco Aurélio Saquet (GETERR) e por Eliseu Savério Sposito (GAsPERR). Juntos, no livro intitu-lado Territórios e Territorialidades: Teorias, Processos e Conflitos (2009), convidam para o debate os autores Claude Raffestin, Rogerio Haesbaert, Marcelo Lopes de Souza (entre outros), cujas teorias

2 Buscou-se compreender o conceito de Território a partir das definições existentes em dicionários específicos para a área de Arquitetura e Urbanismo. No entanto, nas publicações consultadas (LEMOS; CORONA, 1972; ALBERNAZ; LIMA, 2003 ), não consta a palavra território, apenas terreno.

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proporcionam a compreensão e definição do conceito de território.3

Milton Santos não utiliza como categoria de análise o território em sentido amplo, mas sim o território usado, termo utilizado como sinônimo de espaço geográfico. No artigo O papel ativo da geografia: um manifesto, ele afirma:

Uma perspectiva do território usado conduz à ideia de espaço banal, o espaço de todos, todo o espaço. Trata-se do espaço de todos os homens, não importa suas diferenças; o espaço de todas as instituições, não importa a sua força; o espaço de todas as empresas, não importa o seu poder. Esse é o espaço de todas as di-mensões do acontecer, de todas as determinações da totalidade social (SANTOS, 2000, p. 104).

A partir dessa perspectiva, enxergando o território (espaço de todos) como território usado ou espaço banal, o objetivo aqui é construir um conceito de território, lembrando o que nos interessa neste estudo: não o território em si, mas aquele entendido como vulnerável.

Segundo Claude Raffestin (1993, p. 143) o território é construído por um “autor” a partir da realização de uma ação, que “ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente, [...] “terri-torializa” o espaço”. Portanto, “o território se apoia no espaço, mas não é o espaço. É uma produção a partir do espaço” (op. cit., p.144). Ao ser representado, geralmente por meio do sistema topográfi-co, o espaço é apropriado, sofre a ação de um ator e se torna território visto ou vivido.

Ainda de acordo com o autor supracitado, o território vivido é construído pelo poder4 e se

3 O texto apresentado neste capítulo foi estruturado a partir da leitura do artigo: de BORDO, et. al.,. 2004.4 De acordo com Claude Raffestin (1993, p. 53): “Numa tentativa de precisar o poder, Foucault (1976), p. 123-127). fez uma série de proposições. Elas não o definem, mas são mais importantes que uma definição uma vez que visam a natu-reza do poder. "1. O poder não se adquire; é exercido a partir de inumeráveis pontos; 2. As relações de poder não estão em posição de exterioridade no que diz respeito a outros tipos de relações (econômicas, sociais etc.), mas são imanentes a elas; 3. 0 poder vem de baixo; não há uma oposição binária e global entre dominador e dominados; 4. As relações de poder são, concomitantemente, intencionais e não subjetivas; 5. Onde há poder há resistência e no entanto, ou por isso mesmo, esta jamais está em posição de exterioridade em relação ao poder.” (RAFFESTIN, 1993, p. 53).

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constitui por malhas que delimitam os campos operatórios, nós e redes, onde indivíduos ou gru-pos, distribuídos de forma aleatória, ocupam pontos e proporcionam diferentes formas de interação: política, econômica, social e cultural. Assim, os procedimentos e os “atores” devem ser sempre le-vados em conta, visto que o espaço termina por constituir o território, quando apropriado de forma concreta ou abstrata, por um ou mais atores que adaptam as necessidades de uma comunidade ou sociedade às condições daquele espaço (RAFFESTIN, 1993).

A relação de limite, controle e poder é intrínseca não só à rede, mas também na malha que pode vir a ser construída por meio dessa. Como visto no título do livro, Por uma geografia do Poder, para Claude Raffestin (1993) as relações de poder são o eixo central para a caracterização do ter-ritório, desde a planificação e a representação do espaço geográfico na cartografia, usada como instrumento de poder, até nos processos e vínculos estabelecidos pelos “atores” que, para o autor, precisam ser consideradas nos estudos territoriais.

Essa característica de controle e poder também está presente no pensamento de Robert Sack (1986), que acredita que tais relações sejam fundamentais para a comunicação e o convívio so-cial. O autor destaca que o território e a territorialidade podem se dar em diversas escalas, podendo variar desde um objeto ou ambiente até um Estado-Nação. Pode-se, portanto, afirmar que existem territórios dentro dos territórios e, assim, mais adiante, considerar o centro comunitário como um território dentro do território vulnerável.

Segundo Marco Aurélio Saquet e Eliseu Sposito (2009, p. 86):

A territorialidade corresponde às ações humanas, ou seja, à tentativa de um in-divíduo ou grupo para controlar, influenciar ou afetar objetos, pessoas e relações numa área delimitada. Esta área é o território e, para Robert Sack, pode acontecer que ocorra o não-território, onde não há delimitação e efetivação de relações de controle e influência por certa autoridade.

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Manuel Correia Andrade (1995), na sua obra intitulada A questão do território no Brasil, ao distinguir o espaço geográfico de território, segue a mesma abordagem política de Claude Raffestin e Robert Sack:

O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço ou de lugar, estando muito ligado à idéia [sic] de domínio ou de gestão de uma determinada área. Deste modo, o território está associado à idéia [sic] de poder, de controle, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer ao poder das grandes empresas que estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as frontei-ras políticas (ANDRADE, 1995, p. 19 apud BORDO, 2004, p. 5).

Para Manuel Correia Andrade (1995 apud BORDO et al., 2004) as relações econômicas como a produção e o comércio, ao se fazerem presentes, também são relevantes para a distinção do espa-ço geográfico e território. Assim como para Claude Raffestin (1993) e Manuel Andrade (1995), o tra-balho e as relações de oferta e procura são significativas para a constituição do território. De acordo com Robert Saquet (2007), além das relações políticas e econômicas presentes no pensamento dos dois autores citados, encontra-se também a dimensão cultural na efetivação do território.

Forças econômicas, políticas e culturais reciprocamente relacionadas e em uni-dade, efetivam o território, o processo social no e com o espaço geográfico, cen-trado e emanado na e da territorialidade cotidiana dos indivíduos, em diferentes centralidades, temporalidades e territorialidades. Os processos sociais e naturais, e mesmo o nosso pensamento, efetivam‐se na e com a territorialidade cotidiana. (SAQUET, 2007, p. 57).

A definição de território, como espaço onde existe uma relação de poder, e a dimensão polí-tica que isso acarreta são aspectos indiscutíveis para Marcelo Lopes de Souza (1995), mas isso não implica a relevância de fatores culturais e econômicos nessa questão. Assim ele define território:

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[…] fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. A questão primordial, aqui, não é, na realidade, quais são as caracterís-ticas geoecológicas e os recursos naturais de uma certa área, o que se produz ou quem produz em um dado espaço, ou ainda quais as ligações afetivas e de iden-tidade entre um grupo social e seu espaço. Estes aspectos podem ser de crucial importância para a compreensão da gênese de um território ou do interesse por tomá-lo ou mantê-lo […], mas o verdadeiro Leitmotiv é o seguinte: quem domina ou influência e como domina ou influência esse espaço? Este Leitmotiv traz em-butida, ao menos de um ponto de vista não interessado em escamotear conflitos e contradições sociais, a seguinte questão inseparável, uma vez que o território é essencialmente um instrumento de exercício de poder: quem domina ou influência quem nesse espaço, e como? (SOUZA, 2009, p. 59).

Rogério Haesbaert e Ester Limonad (2007) consideram o território uma composição social e histórica, baseada nas relações de poder, e onde existem duas dimensões: uma subjetiva de apro-priação e identidade e uma objetiva de dominação do espaço por meio de ferramentas de ação político-econômica. Como em Marcelo Souza (1995), para os autores supracitados identificar quem domina, a influência e as relações de identidade são importantes aspectos para a compreensão do território.

Levando-se em conta a distinção do espaço geográfico e território, Rogério Haesbaert e Ester Limonad (2007) dividem as abordagens conceituais de território, conforme tabela 1, em três verten-tes: jurídico-política, cultural(ista) e econômica.

Conforme se observa na tabela 1, as relações sociais são a base da tríade proposta, na qual a dimensão jurídico-política está relacionada às relações de poder e controle de um espaço delimitado às relações de apropriação e identidade, no aspecto culturalista, e às relações de capital-trabalho, no aspecto econômico.

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Tabela 1 - As abordagens conceituais de território em três vertentes básicasFonte: Haesbaert; Limonad (2007, p. 45).

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Seguindo esse raciocínio, portanto, e trazendo o conceito de Milton Santos de território como território usado, tecemos o panorama inicial para uma definição mais apropriada do que é territó-rio. Considerando-se que o intuito desse capítulo é a caracterização do território vulnerável, como eixo central estão as relações sociais que, ora podem unir-se às culturais, ora às econômicas. Além desses aspectos, para nós arquitetos, é extremamente relevante a geografia física que também fará parte das ferramentas de análise para identificação desse território.

Tendo em vista as relações sociais, compreende-se que os habitantes desses territórios tam-bém exercem um papel central nessa equação, porque sem eles, o território – como entendemos – deixaria de existir. As distintas ações exercidas, pessoais ou de trabalho, constroem esse território, a partir do espaço geográfico, que se constitui em território ao servir de palco para essas interações e ações. Tal dinâmica cria naquele espaço a territorialidade que

Pode vir a ser encarada tanto como o que se encontra no território, estando sujeito à sua gestão, como, ao mesmo tempo, o processo subjetivo de conscientização da população de fazer parte de um território, de integrar-se em um Estado (ANDRADE, 1995, p. 19 apud BORDO et al., 2004, p. 5).

À exemplo de Edward Soja (1971), Claude Raffestin (1993, p. 159) define a territorialidade como:

[...] um fenômeno de comportamento associado à organização do espaço em esfe-ras de influência ou em territórios nitidamente diferenciados, considerados distintos e exclusivos, ao menos parcialmente, por seus ocupantes ou pelos que os definem.

O autor ainda adiciona à relação o fator tempo, ao acreditar que essas associações acon-tecem em um sistema tridimensional sociedade-espaço-tempo. Para ele é impossível manter uma relação que não seja marcada pelo poder e revela a territorialidade como a “face vivida” da “face agida” desse poder, que só se torna possível pela “apreensão das relações reais recolocadas no seu contexto sócio histórico e espaço-temporal” (RAFFESTIN, 1993, p. 162).

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A territorialidade efetiva-se em todas as nossas relações cotidianas, ou melhor, ela corresponde às nossas relações sociais cotidianas em tramas, no trabalho, na fa-mília, na rua, na praça, na igreja, no trem, na rodoviária, enfim, na cidade-urbano, no rural agrário e nas relações urbano-rurais de maneira múltipla e híbrida (SAQUET, 2009, p. 90).

Para Manuel Correia Andrade (1995, p. 20): “a formação de um território dá às pessoas que nele habitam a consciência de sua participação, provocando o sentido da territorialidade que, de forma subjetiva, cria uma consciência de confraternização entre elas”. Nesta perspectiva, uma região ou bairro podem ser territórios, para Marcelo Souza (2001, p. 11 apud BORDO et al., 2004, p. 4): “todo espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder é um território, do quartei-rão aterrorizado por uma gangue de jovens até o bloco constituído pelos países membros da OTAN”.

A partir das definições expostas acima, a manifestação das pessoas, a forma como se com-portam entre si e em relação ao espaço, cujas “espacialidades singulares são resultado das articu-lações entre a sociedade, o espaço e a natureza” (BORDO et al., 2004, p. 7), territorializam o mes-mo. Ainda, para Marco Aurélio Saquet e Eliseu Sposito (2009, p. 11), a “territorialidade, que designa a qualidade que o território ganha de acordo com a sua utilização ou apreensão pelo ser humano”.

1.2 Vulnerabilidade: da pobreza à problemática ambiental

O conceito de vulnerabilidade, principalmente desde a década de 1980, vem sendo discutido em diferentes disciplinas, como a geografia, a demografia, a sociologia, a assistência social, entre outras e, portanto, seu significado pode variar de acordo com a disciplina. Como o objetivo dessa pesquisa é usar o termo relacionado ao território, pretende-se buscar definições que possam ser aplicadas a essa modalidade e intervenções que tornam esse “território” vulnerável.

De início, utiliza-se a tabela criada pela geógrafa Susan Cutter (1996), Tabela 2, que em seu

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artigo Vulnerability to Environmental Hazards, reúne de forma cronológica uma série de definições de vulnerabilidade conforme tabela 2 abaixo. Para Cutter (2011, p. 60):

A vulnerabilidade, numa definição lata, é o potencial para a perda. A vulnerabilidade in-clui quer elementos de exposição ao risco (as circunstâncias que colocam as pessoas e as localidades em risco perante um determinado perigo), quer de propensão (as circunstâncias que aumentam ou reduzem a capacidade da população, da infraestru-tura ou dos sistemas físicos para responder a se recuperar de ameaças ambientais).

Ano Autor Definição

1980 Gabor e GriffithVulnerability is the threat (to hazardous materials) to which people are exposed (including chemical agents and the ecological situation of the communities and their level of emergen-cy preparedness). Vulnerability is the risk context.

1981 TimmermanVulnerability is the degree to which a system acts adversely to the occurrence of a hazardous event. The degree and quality of the adverse reaction are conditioned by a system’s resilience (a measure of the system’s capacity to absorb and recover from the event).

1982 Undro Vulnerability is the degree of loss to a given element or set of elements at risk resulting from the occurrence of a natural phenomenon of a given magnitude.

1984 Susman et al. Vulnerability is the degree to which different classes of society are differentially at risk.1985 Kates Vulnerability is the “capacity to suffer harm and react adverserly”.

1985 Pijawka e Radwan

Vulnerability is the threat or interaction between risk and preparedness. It is the degree to which hazardous materials threaten a particular population (risk) and the capacity of the community to reduce the risk or adverse consequences of hazardous materials releases.

1989 BogardVulnerability is operationally defined as the inability to take effective measures to insure against losses. When applied to individuals, vulnerability is a consequence of the impossibili-ty or improbability of effective mitigation and is a function of our ability to select the hazards.

1989 Mitchell Vulnerability is the potential for loss.

1990 LivermanDistinguishes between vulnerability as a biophysical condition and vulnerabilityas defined by political, social and economic conditions of society. She argues forvulnerability in geographic space (where vulnerable people and places are located) and vul-nerability in social space (who in that place is vulnerable).

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1991 DowningVulnerability has three connotations: it refers to a consequence (e.g., famine) rather than a cause (e.g., are vulnerable to hunger); and it is a relative term that differentiates among so-cioeconomic groups or regions, rather than an absolute measure of deprivation.

1992 Dow Vulnerability is the differential capacity of groups and individuals to deal with hazards, based on their positions with hazards, based on their positions within physical and social worlds.

1992 SmithRisk from a specific hazard varies through time and according to changes in either (or both) physical exposure or human vulnerability (the breadth of social and economic tolerance avail-able at the same site).

1993 Alexander Human vulnerability is a function of the costs and benefits of inhabiting areas at risk from natural disasters.

1993 CutterVulnerability is the likelihood that an individual or group will be exposed to and adversely affected by a hazard. It is the interaction of the hazards of place (risk and mitigation) with the social profile of communities.

1993 Watts e Bohle

Vulnerability is defined in terms of exposure, capacity and potentiality. Accordingly, the pre-scriptive and normative response to vulnerability is to reduce exposure, enhance coping ca-pacity, strengthen recovery potential and bolster damage control (i.e., minimize destructive consequences) via private and public means.

1994 Blaikie et al

By vulnerability we mean the characteristics of a person or group in terms of their capacity to anticipate, cope with, resist, and recover from the impact of a natural hazard. It involves a combination of factors that determine the degree to which someone’s life and livelihood is put at risk by a discrete and identifiable event in nature or in society.

1994 Bohle et al

Vulnerability is best defined as an aggregate measure of human welfare that integrates en-vironmental, social, economic and political exposure to a range of potential harmful per-turbations. Vulnerability is a multilayered and multidimensional social space defined by the determinate, political, economic and institutional capabilities of people in specific places at specific times.

1995 Dow e Downing

Vulnerability is the differential susceptibility of circumstances contributing to vulnerability. Biophysical, demographic, economic, social and technological factors such as populations ages, economic dependency, racism and age of infrastructure are some factors which have been examined in association with natural hazards.

Tabela 2 - Definições de vulnerabilidade organizadas cronologicamenteFonte: Cutter (1996, p.531-32), adaptada pela autora.

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Os autores supracitados, em sua maior parte, associam a vulnerabilidade com o estar em risco ou em perigo e a capacidade de resiliência frente à situação apresentada. Corroborando com os conceitos apresentados acima, Eduardo Marandola Junior e Daniel Joseph Hogan (2005, p. 30), com um olhar a partir da geografia e da sociologia, afirmam que:

[...] localizar e entender o termo vulnerabilidade nas diversas abordagens científi-cas é um empreendimento que não pode ser realizado sem se considerar, simul-taneamente, o conceito de risco. Isso se deve ao fato da vulnerabilidade aparecer no contexto dos estudos sobre risco em sua dimensão ambiental, num primeiro momento, e só mais tarde no contexto socioeconômico.

Para esses dois autores, atualmente, maioria dos estudos está centrada na discussão das desigualdades sociodemográficas, vinculadas à pobreza e à problemática da exclusão social.

A Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) vem produzindo diversos trabalhos sobre a vulnerabilidade sociodemográfica e, de acordo com esses documentos, vulnera-bilidade significa “exposição aos riscos, inabilidade de confrontá-los e de adaptar-se aos mesmos de forma ativa” (CEPAL, 2002, p. 3). Eduardo Marandola Junior e Daniel Joseph Hogan (2005, p. 4) entendem que diante desta definição três momentos se apresentam:

[...] (1) há um evento potencial que poderá causar dano; (2) diante desse risco, as pessoas procuram os meios de se proteger e percebem que são incapazes de fazer isso, porque não há recursos ou meios para defendê-las; (3) quando o evento ocorre, ou materializa-se, as pessoas enfrentam o perigo e sofrem pela falta de habilidade para adaptar-se a ele, sofrendo danos e perdas.

De acordo com María Cleofé Valverde (2017), Omar Cardona (2004), no campo da engenha-ria sísmica, e William Adger (2006), no da geografia humanista, propõem três fatores que originam a vulnerabilidade:

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– Fragilidade física ou exposição: é a condição de suscetibilidade que tem a co-munidade ou o indivíduo de ser afetado por estar em uma área de influência aos fenômenos perigosos e pela sua falta de resistência física ante os mesmos.

– Fragilidade social: refere-se à predisposição que surge como resultado do nível de marginalidade e segregação social de comunidades carentes e suas condições de desvantagem e fragilidade relativa por fatores socioeconômicos.

– Falta de resiliência: expressa a incapacidade de resposta e suas deficiências para absorver o impacto (VALVERDE, 2017, p. 41).

Para María Valverde (2017), apesar de a vulnerabilidade se referir ao dano físico potencial de uma ameaça, como por exemplo uma tempestade ou enchente, ela tem uma dimensão social pelo fato de os impactos estarem condicionados às determinantes demográficas, econômicas e sanitá-rias de uma comunidade e sua capacidade de responder, lidar com, recuperar-se e/ou adaptar-se aos perigos ocorridos. A mesma autora acrescenta que “por esse motivo, são fundamentais na formula-ção de políticas públicas ações que contribuam para a percepção de risco de desastres e redução da vulnerabilidade” (VALVERDE, 2017, p. 53).

A falta de opção de alguns grupos, devido a condições socioeconômicas desfavoráveis, faz com que seus membros ocupem áreas de perigo e risco. De acordo com Ben Wisner, Piers Blaikie, Terry Cannon e Ian Davis (2004 apud MENDES et al., 2011, p.96), colocam-se em situação de vulnerabilidade aos perigos:

[...], é um processo constituído por componentes que envolvem causas profundas (fatores históricos, políticos, económicos, ambientais e demográficos que produ-zem desigualdades), pressões dinâmicas (processos sociais específicos como, por exemplo, uma rápida urbanização, conflitos sociais, etc.) e condições de vida pouco seguras (exposição desigual ao risco). Assim, o conceito de vulnerabilidade social está associado ao grau de exposição aos perigos naturais e tecnológicos e aos acontecimentos extremos, dependendo estreitamente da capacidade de resis-tência e de resiliência dos indivíduos e das comunidades mais afetadas.

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Ao analisarmos as causas naturais é preciso levar em conta que, muitas vezes, os perigos naturais que, em teoria, fogem do nosso controle por se tratarem de eventos climáticos, ocorrem devido à ocupação de áreas ilegais por sua morfologia e localização, como por exemplo, encostas, mananciais, margem de rios e até mesmo áreas com topografia desfavorável. Tais áreas não de-veriam ser ocupadas, mas, se e quando ocupadas, exigiriam uma solução de projeto mais comple-xa que acaba não sendo empregada devido à falta de recursos financeiros dos moradores locais. Nesse momento, então, a vulnerabilidade natural também se transforma em social.

O termo “vulnerabilidade social”, a categoria “vulnerabilidade” abarca duas condi-ções: a dos “vulnerados”, que se identifica à condição de pobreza, quer dizer, que já padecem de uma carência efetiva que implica a impossibilidade presente de sustento e de desenvolvimento, bem como uma debilidade futura, a partir dessa incapacidade; e a dos “vulneráveis”, para os quais a deterioração de suas condi-ções de vida não está ainda materializada, mas aparece como uma situação de alta probabilidade em um futuro próximo, a partir das condições de fragilidade que as afete (PERONA; ROCCHI, 2001 apud BATISTA; CARVALHO-SILVA, 2013, p. 31).

No território brasileiro, a vulnerabilidade social foi mapeada no Atlas de Vulnerabilidade So-cial por meio do estudo de dezesseis indicadores apresentados em tabelas e mapas, os quais, di-vididos em três dimensões, constituem o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) publicado em 2015 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2015). Os parâmetros de análise descritos por eles são:

-Infraestrutura urbana: Refletir as condições de acesso aos serviços de saneamen-to básico e de mobilidade urbana, dos aspectos relacionados ao lugar de domicílio das pessoas e que impactam significativamente seu bem-estar indicadores sobre a presença de redes de abastecimento de água, de serviços de esgotamento sani-tário e coleta de lixo no território, bem como o indicador do tempo gasto no des-locamento entre a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa renda – este último tomado como uma proxy das condições da mobilidade urbana

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daquele segmento da população.

-Capital humano: O subíndice referente ao capital humano envolve dois aspectos (ou ativos e estruturas) que determinam as perspectivas (atuais e futuras) de inclu-são social dos indivíduos: saúde e educação (...).Adotou-se, para isso, indicadores de mortalidade infantil; da presença, nos domicílios, de crianças e jovens que não frequentam a escola; da presença, nos domicílios, de mães precoces, e de mães chefes de família, com baixa escolaridade e filhos menores; da ocorrência de baixa escolaridade entre os adultos do domicílio; e da presença de jovens que não traba-lham e não estudam.

-Renda e trabalho: A vulnerabilidade de renda e trabalho, medida por este subíndice, agrupa não só indicadores relativos à insuficiência de renda presente (percentual de domicílios com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário míni-mo de 2010), mas incorpora outros fatores que, associados ao fluxo de renda, con-figuram um estado de insegurança de renda: a desocupação de adultos; a ocupa-ção informal de adultos pouco escolarizados; a dependência com relação à renda de pessoas idosas; assim como a presença de trabalho infantil (COSTA; MARGUTI, 2015, p. 8-15).

Para cada subitem dentro dos três parâmetros, foram atribuídos diferentes pesos para os indicadores, fazendo com que o IVS varie entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo ao 1, maior o índice de vulnerabilidade de um município. Esses indicadores têm o intuito de caracterizar a exclusão e a vulnerabilidade social no país, apontando a ausência ou insuficiência de bens e serviços e servin-do de subsídio ao trabalho de pesquisadores e gestores públicos.

Ao verificar a presença desses números transcritos em mapas, tem-se uma visão espacial da vulnerabilidade socioeconômica e sociodemográfica brasileira. Por intermédio dos indicadores sele-cionados conclui-se que, nesse caso, vulnerabilidade social é resultado da escassez de infraestrutu-ra, mobilidade urbana, saúde, educação e recursos financeiros. Portanto, com exceção dos recursos financeiros, a vulnerabilidade não está conectada somente à produção de riqueza, mas sim à carên-

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cia, em determinada localidade, de serviços e condições básicas de vida digna, os quais deveriam ser fornecidos pelo poder público. Considerando que:

[...] a possibilidade de ser mais, ou menos, cidadão depende, em larga proporção, do ponto do território onde se está. Enquanto um lugar vem a ser condição de sua pobreza, um outro lugar poderia, no mesmo momento histórico, facilitar o acesso àqueles bens e serviços que lhe são teoricamente devidos, mas que lhe faltam (SANTOS, 2012, p. 107).

Visto sob esse prisma, a localização do território importa. Território que, ao ser negligen-ciado pelo poder público, se torna vulnerável para os habitantes que lá residem e estes, por falta de recursos, não são capazes de melhorar as condições do local ou mudar-se para outros locais. “Neste contexto de múltiplos fatores podemos assinalar que as características socioterritoriais das áreas vulneráveis demonstram ainda à [sic] distância entre o acesso da população às políticas públicas e do Estado, [...]” (KOGA; ALVES, 2010, p. 74).

Tendo em vista a vulnerabilidade social expressa no Índice de Vulnerabilidade Geral (IVS), em geral o que é analisado é a população de um determinado território, não o território em si. Mas não se pode esquecer que essas áreas socialmente vulneráveis, na maioria dos casos, também o são sob o ponto de vista ambiental.

O Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG) foi desenvolvido por meio de um estudo (CONFALO-NIERI et al., 2005; 2007) que avaliou a vulnerabilidade e a influência do clima na saúde, no período de 1996 a 2001. O interessante é que, além de levar em conta os componentes socioeconômicos, essa análise também considera o clima e epidemiologia. Nesta dissertação, apesar da disseminação de doenças não fazer parte do estudo, o clima e seus impactos sobre os territórios, bem como possí-veis estratégias para mitigar certos problemas, como os gerados por uma chuva intensa ou um calor extremo, podem ser alvos de uma possível análise projetual.

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1.3 O território vulnerável. Poder, apropriação e risco.

O que seria então o território vulnerável a partir dos conceitos relatados acima? A desigual-dade, a pobreza e a exclusão territorial seriam os definidores de território vulnerável? Seriam as relações de poder e fatores ambientais? Ou ainda seria estar suscetível a riscos e perigos aliado à falta de resiliência diante de tal situação?

A constituição do território como Estado-Nação leva em conta a topografia, o relevo e hidro-grafia, mas, certamente, na conceituação do território vulnerável não é a divisão política que nos interessa. Considera-se mais interessante analisar a fragmentação do espaço geográfico obtida por meio de intervenções urbanísticas (ferrovias, rodovias, estradas e córregos) ou até mesmo pela divi-são de poderes que regem esse território, criando fronteiras invisíveis nas quais as divisões políticas passam a ser menos relevantes do que as sociais.  

Por isso, quando quisermos definir qualquer pedaço do território, como por exem-plo uma região, ou mesmo, uma unidade da federação, devemos levar em conta a interdependência e a inseparabilidade entre a materialidade, que inclui a natu-reza, e o seu uso, que inclui a ação humana, isto é, o trabalho e a política. Em ou-tras palavras, é preciso examinar paralelamente os fixos, aquilo que é imóvel como as estradas, as ferrovias, os portos, as telecomunicações, as áreas agrícolas, de mineração ou da indústria, e os fluxos, aquilo que é móvel como os transportes, o dinheiro, a informação e as ordens (SILVEIRA, 2011, p. 2).

Para um território ser definido como vulnerável deve-se levar em conta não só as caracterís-ticas do território em si, mas quem são as pessoas que ali vivem.  Assim, tem-se duas vertentes: a do lugar, espaço geográfico, e a das pessoas que vivem nesses territórios, espaço social; e dois indicadores: a pobreza, indicador econômico e social, e a exclusão, indicador social e territorial.

Alex Pizzio e Márcia Silva (2016) abordam a vulnerabilidade territorial por meio de uma refle-xão sobre o agir social - os sujeitos e suas condições sociais - e sobre a dinâmica territorial, a partir

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da perspectiva do desenvolvimento humano com base nos espaços vividos, no território usado, e nas relações que nele se desenvolvem.

O termo vulnerável, quando aplicado ao território, normalmente, mas não sempre, vem vin-culado à vulnerabilidade social, como uma questão social de pobreza e exclusão, com ênfase nos aspectos socioeconômicos. Porém, nesse estudo também se verifica a vulnerabilidade ambiental e os fatores climáticos que podem atribuir essa definição ao território.

A vulnerabilidade socioambiental é definida por Humberto Alves (2006, p. 43) como a “coe-xistência ou sobreposição espacial entre grupos populacionais muito pobres e com alta privação (vulnerabilidade social) e áreas de risco ou degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental)”. Ou seja, a vulnerabilidade social, representada por meio de índices políticos, culturais e econômicos, e a vulnerabilidade ambiental, traduzida por perigos naturais, climáticos e tecnológicos - poluição e contaminação industrial – quando aplicadas a uma distribuição espacial, também podem ser vin-culadas ao conceito de território vulnerável. (MARANDOLA JR; HOGAN, 2006)

As relações tanto sociais como ambientais podem gerar diferentes riscos e perigos tornando, assim, o território vulnerável. Essa fragilidade pode surgir tanto das relações existentes no território, identificação, segurança e marginalização, quanto na probabilidade que tem o local de ser afetado por perigos naturais ou industriais/ tecnológicos. Em um ambiente despreparado, os fenômenos na-turais, como tempestades e enchentes por exemplo, podem causar danos irreversíveis como a des-truição de edificações precárias. Diante de tal situação, a falta de infraestrutura, como a existência de esgoto a céu aberto, pode contaminar o solo e, consequentemente, a população que por ali tran-sita. A exposição a essas carências e a potenciais perdas, devido à negligência do estado, à falta de recursos e à impossibilidade de controlar o clima acabam sendo o dia a dia das pessoas que vivem nesses territórios. O risco e o perigo diário reforçam a condição vulnerável na qual se encontram.

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No livro Família, escola e território vulnerável, Antônio Batista e Hamilton Carvalho-Silva (2013, p. 31) consideram “territórios vulneráveis”:

[...] os espaços criados nas metrópoles pelas desigualdades socioespaciais e que conjugam, no caso da cidade de São Paulo, localização periférica, isolamento espacial e grande concentração de baixa renda e escolaridade, implicando, desse modo, segregação socioespacial, bem como reduzido acesso da população a direitos básicos.

Geralmente permeados por construções ilegais, que correm o risco de ser removidas a qual-quer momento, esses territórios são apropriados por falta de opção, o que torna mais difícil a iden-tificação dos moradores com o local. Além disso, as redes que nele se formam surgem em função da fragilidade da situação dos habitantes. Sua situação econômica e as condições precárias do território se assemelham. A falta de recursos, em muitos casos, representa a escolha do território.

No conceito de território, percebe-se poder, domínio e apropriação de uma área sobre a qual é exercido certo controle. Ao inserir o termo vulnerável, de certa forma, insere-se a antítese desse controle, incorporando ao território o risco, o perigo e as situações que, justamente, fogem do contro-le. O território vulnerável, portanto, é marcado pela ausência de controle, é um local onde as leis não são cumpridas e os direitos dos cidadãos não são respeitados. Mas, não se pode negar a existência, nesses locais, de alguma liderança que ali reside e, de certa maneira, domina e controla o ambiente. Esse domínio é político e as leis que lá vigoram são o resultado de acordos pontuais que variam de uma região para a outra.

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2. O CENTRO COMUNITÁRIO: CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E ANÁLISE

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2.1 Mapeamento inicial

Com o objetivo de construir um panorama geral sobre a presença dos centros comunitários nos territórios vulneráveis, e por não ter sido encontrada uma definição a priori, no rigor acadêmico, do que seja um Centro Comunitário, o critério de seleção dessas obras, pautou-se por característi-cas que sugerem tal vocação para as populações dos locais onde estão inseridas. Como exemplo, citamos: uma cozinha coletiva; locais de ensino que possuam uma área para receber a comunidade; locais de esporte e lazer que possam também ter essa finalidade. Por esse motivo, nem sempre as obras selecionadas traziam a denominação Centro Comunitário.

Embora os centros comunitários em territórios vulneráveis sejam encontrados não somente em países em desenvolvimento, para este trabalho foram consideradas, exclusivamente, as obras construídas nestes países, que enfrentam condições de vulnerabilidade específicas e que, como exemplares de estudo para uma pesquisa brasileira, apresentam características de interesse parti-cular, devido a maior dificuldade, por razões socioeconômicas, que os mesmos têm de enfrentar e responder a tais situações. Para a definição de quais nações seriam considerados, foram conside-rados, conforme a classificação da ONU os países menos desenvolvidos5, , países encravados em desenvolvimento, pequenos estados insulares em desenvolvimento e regiões em desenvolvimento.

2.2 Seleção dos projetos

O levantamento inicial, com o propósito de identificar obras contemporâneas, envolveu os projetos construídos e publicados no período compreendido entre os anos 2007 a 2017, terminando em julho de 2017, mês em que o mesmo foi realizado.

5 A lista completa está disponível no site https://unstats.un.org/unsd/methodology/m49/

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A pesquisa teve como premissas iniciais: 1. a busca por publicações internacionais que abor-dassem o tema em questão; 2. publicações que fossem veiculadas nos idiomas português, inglês e espanhol para que fosse possível realizar a leitura e análise dos projetos; 3. disponibilidade de exemplares nas bibliotecas da Universidade de São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Como delimitação inicial foram selecionadas quatro fontes: duas no continente Europeu e duas no continente Americano. A seleção dos periódicos a serem consultados levou em conta a amplitude de circulação; a relevância e reconhecimento no meio especializado; além da disponibi-lidade de acesso e consulta.

No continente Europeu, os periódicos selecionados foram a revista espanhola Arquitectura Viva (AV monografias e AV proyectos que fazem parte da mesma editora) e a inglesa Architectural Re-cord. No âmbito do continente Americano, foram escolhidas a revista argentina Summa+ e o periódi-co eletrônico Archdaily.com. Este último foi escolhido em virtude da grande quantidade e diversidade de projetos publicados; e, também, por ser, atualmente, o site de arquitetura mais visitado do mundo de acordo com a empresa da Amazon Alexia6.

Este levantamento resultou a seleção de dezoito edições de revistas impressas: Architectural Records – três edições; Summa + – quatro edições; AV Monografias – duas edições; e, Arquitectura Viva – nove edições (apêndice 1, p. 216 e 217).

Nas dezoito edições das revistas supracitadas foram encontradas 20 obras, enquanto na pesquisa realizada no site Archdaily resultou em 99 projetos. Praticamente todas as obras selecio-nadas nas revistas, com exceção de três, foram publicadas no periódico eletrônico. Dessa forma, o levantamento inicial resultou na seleção de 102 projetos (fotos p. 76-81; tabela no apêndice 2, p. 218-119).

6 Alexia é uma empresa que vende informação de dados de usuários da internet. Para lista completa dos sites de arquitetura mais visitados acessar:  https://www.alexa.com/topsites/category/Top/Arts/Architecture.

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Convém elucidar que a denominação do projeto não foi determinante na seleção de busca. No caso do site Archdaily, a busca foi feita por meio dos nomes dos países em desenvolvimento de acordo com a listagem da ONU, e por essa razão foram verificadas todas as obras publicadas para realizar a seleção.

É importante ressaltar, ainda, que nesse levantamento foram considerados somente os edi-fícios construídos por iniciativas independentes e autônomas, ou seja, aqueles independentes de premissas políticas do Estado. Optou-se por este recorte devido a maior facilidade com que even-tualmente são capazes de alcançar a viabilidade econômica e serem construídos de forma rápida e eficaz.

Dentro do recorte supracitado convém destacar as obras viabilizadas por novas maneiras de financiamento, tais como o “crowdfunding” (financiamento coletivo).Essas obras, configuram um novo panorama onde ações pontuais podem ser desenvolvidas com maior facilidade, como foi cons-tatado em quatro dos projetos analisados nesse trabalho em que inclusive em dois deles, o centro comunitário e escola Legson Kayira e os pavilhões para Okana, foram os próprios arquitetos viabili-zaram a construção de suas obras por esse meio.

A partir das 102 obras selecionadas no mapeamento inicial, buscou-se elaborar critérios para a seleção das obras, que nesse trabalho seriam consideradas centros comunitários e, consequente-mente, objetos de análise dessa dissertação. Os critérios foram:

. Obras denominadas como centro comunitário ou centro social em sua publicação.

. Edifícios que possuíam um espaço livre multifuncional determinado em projeto para uso da comunidade.

Ao serem verificados esses critérios nos 102 projetos, algumas obras foram eliminadas por não se adequarem; outras foram excluídas por se tratarem de edifícios reformados, ou seja, não

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foram concebidas originalmente para tal uso. Essa exclusão pode ser justificada pela implantação dos edifícios, uma vez que estas são consideradas como objeto de análise e, no caso das reformas edifícios existentes, este aspecto não poderia ser avaliado.

Também não foram contemplados, em nenhuma das etapas de seleção, os projetos dos centros comunitários da FIFA (Fédération Internationale de Football Association) publicados em uma nota da revista Architectural Record (número 6, junho de 2014), devido à falta de informação.

Restaram nessa seleção final um total de vinte e quatro obras, das quais não foi possível encontrar informações suficientes para comprovar que sete delas7 estejam inseridas em áreas de vulnerabilidade e por essa razão, não foram consideradas como objeto de estudo. Dessa maneira, foram considerados como casos a serem analisados, nesse trabalho, um total de dezessete centros comunitários construídos em territórios vulneráveis de países em desenvolvimento.

2.3 Organização e apresentação do material

A documentação obtida ao longo das várias fases da pesquisa, por meio do levantamento bi-bliográfico e documental exigiu algumas estratégias de sistematização que permitissem as análises e interpretações desejadas. Tendo isso em vista, foram utilizados como fundamentação teórica os 8 critérios para a pesquisa acadêmica em áreas de prática projetual estabelecidos por Michael Biggs e Daniela Büchler (2010).

Os autores estabelecem dois grupos de quatro critérios que podem ser utilizados como indi-cadores de avaliação para investigações que têm na prática projetual um importante fundamento na construção de seus argumentos.

7 Os projetos excluídos foram: Pavilhão comunitário em Jintao Village, Comite dos residentes da rua Victory, Centro de conhecimento Rural e canto das crianças, Bes Pavillion, Cubos comunitários em Shanghai, The Wave: espaço público para performances, Espaço Be Friendly. As informações sobre os mesmos podem ser encontradas no apêndice 2.

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Os primeiros quatro estão mais fortemente ligados a modelos tradicionais de pes-quisa, ao passo que o segundo grupo de quatro critérios diz respeito a interesses específicos dos praticantes. Os primeiros quatro critérios formam o núcleo do mo-delo o qual também caracteriza os modelos tradicionais e dominantes de pesquisa acadêmica, e, como tal, são comparáveis à pesquisa de alto nível em outras áreas. (BIGGS; BÜCHLER, 2010, p. 143)

No primeiro grupo, constam: 1. Perguntas e respostas, representadas pela questão ou foco central da investigação; 2. Conhecimento, que é determinado pelas diferentes culturas e convenções de cada área disciplinar; 3. Métodos, cuja relevância pode ser avaliada analisando-se em que medida as respostas obtidas pela pesquisadora ou pesquisador são uma consequência pertinente da colo-cação da questão e principalmente se atendem as necessidades do público a que se destina; 4. Pú-blicos, que se divide em público geral e público especializado. No caso desta pesquisa, o público ge-ral consiste em agentes sociais, gestores e técnicos de organizações não-governamentais. O público especializado consiste em praticantes e pesquisadores e pesquisadoras das práticas projetuais em arquitetura e urbanismo. Por esta razão, entende-se que os elementos que satisfazem as necessi-dades e interesses de tais públicos é melhor representado pelo próximo grupo de quatro critérios estabelecidos por Biggs e Büchler (2010) para pesquisa acadêmica em áreas de prática projetual.

Os autores iniciam a descrição deste segundo grupo de critérios discutindo a relação entre texto e imagem:

Para justificar o uso de elementos não-textuais ou não-linguísticos (seja imagem, áudio, maquete, etc.) que formam parte de sua atividade projetual em sua pes-quisa acadêmica, o pesquisador em áreas de prática projetual precisa encontrar um papel necessário e suficiente para esses elementos em sua pesquisa. (BIGGS; BÜCHLER, 2010, p.147)

Como os autores ponderam, o uso de elementos não textuais se justifica quando comprova-damente facilitam a descoberta, no caso desta pesquisa, por meio de fotografias, mapas, desenhos,

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gráficos e tabelas. Dito de outro modo, quando se torna evidente que aquilo que foi representado por estes meios não textuais não poderia ter sido descoberto por outro meio.

O segundo critério deste grupo contempla o relacionamento entre a forma e o conteúdo. Neste ponto Biggs e Büchler propõem uma provocação:

O relacionamento entre o elemento textual e o não-textual pode ser visto como um relacionamento entre forma e conteúdo. Apesar de ser provável que as palavras sejam necessárias para a eficaz defesa de um argumento acadêmico, gostaría-mos, aqui, de abrir a questão: por que existe um número estabelecido de palavras para uma tese de doutorado, por que esse número, com qual base cremos ser, de alguma forma, necessário?( BIGGS; BÜCHLER, 2010, p.148)

A reflexão provocada pelos autores conduz as bases mesmas de constituição do entendi-mento sobre em que consiste uma pesquisa acadêmica de mestrado e doutorado. Descrições desse tipo de pesquisa em geral são variações da seguinte proposição de FRAYLING (in BIGGS; BÜCHLER, 2010, p.148): “o trabalho deve fazer uma contribuição original ao conhecimento ou à interpretação, e posicioná-lo em um contexto histórico e crítico.”

Esta afirmação sugere que a pesquisadora ou pesquisador, construa o entendimento acerca do objeto que vá além de sua mera descrição, posicionando em um contexto conceitual ou histórico. No caso deste trabalho, a seleção e análise dos centros comunitários foi feita a partir do entendi-mento das dimensões do território vulnerável, tal como discutidas no primeiro capítulo.

O terceiro critério, refere-se à função da retórica pela qual os autores pretendem referir--se ao “processo de constituir coisas através da linguagem”, e não a qualidade de ser “persuasivo” (BIGGS; BÜCHLER, 2010, p.149). A atenção dos autores ao proporem este critério está no fato de que o modo como algo é apresentado determina a leitura e as interpretações que se farão a seguir. Cabe lembrar que a linguagem textual, de estrutura linear, induz a entendimentos diferentes daque-les ensejados pela argumentação visual. Nesse sentido, o uso dos elementos não textuais, devem

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ser organizados de modo que a comunidade acadêmica considere significativa e consequencial. No caso deste trabalho, apresentamos na seção a seguir os critérios com os quais organizou-se a argumentação visual.

Sobre a função da experiência, o quarto critério do segundo grupo, ponderam, Biggs e Büchler (2010, p. 50):

Pesquisadores-praticantes, muitas vezes, consideram a experiência como sendo a contribuição mais importante trazida por um objeto e, portanto, deve ter um papel essencial no resultado da pesquisa em prática projetual.

A principal objeção ao tipo de contribuição pretendido pelos praticantes, seria a perspectiva pessoal, e, portanto, não transferível, impressa na construção do trabalho. Com efeito, uma das características marcantes da pesquisa acadêmica em áreas de prática projetual, é sua motivação ini-cial, surgida na trajetória profissional da pessoa que pesquisa. Neste caso, o importante é transferir o impulso da motivação inicial para a estruturação de um conteúdo organizado conforme os requisi-tos da academia e que deixe evidente o seu potencial de transferência.

A reflexão acerca destes oito critérios nos leva às seguintes duas ponderações: O primeiro grupo de quatro critérios, foi contemplado na estruturação da pesquisa, na organização dos capítu-los, e predominantemente em seu conteúdo textual. O segundo grupo de critérios, foi contemplado na seleção e tratamento de imagens, "redesenhos" (LIMA; VIEIRA, 2016) na elaboração de mapas e fichas técnicas e sequência em que foram apresentados.

A seguir, são explicadas as estratégias que constituem a argumentação visual deste traba-lho, que tem protagonismo essencial no segundo e terceiro capítulo.

No segundo capítulo, os cento e dois projetos, do levantamento inicial são apresentados a seguir de três formas distintas. Em primeiro lugar, apresenta-se um mapa no qual é possível verificar onde se encontram tais projetos e ao seu lado um gráfico que ajuda na compreensão e visualização da por-

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centagem de projetos por continente e por país ( p. 74 -75). Em seguida foram colocadas as fotos de todos os projetos selecionados ( p. 76-81), para que, desta maneira, o leitor consiga visualizar por completo o panorama encontrado no levantamento das edificações de carácter coletivo e comunitário, inseri-das em situações de aparente vulnerabilidade em alguns países em desenvolvimento.

Para contribuir com o trabalho de futuros pesquisadores que venham a utilizar o material desta pesquisa, as referências bibliográficas pertencentes a esse levantamento foram separadas das demais e colocadas em uma tabela no apêndice 2 (p. 218- 229), que contém a lista completa de projetos, com informações sobre o ano de conclusão da obra, quais foram os arquitetos e as publicações dentre os meios selecionados nessa pesquisa. Somente as referências dos projetos analisados constam também nas referências bibliográficas por estarem presentes em outras partes desse trabalho .

Ainda neste capítulo, o conjunto das dezessete obras selecionadas a partir do levantamento inicial, são expostos a seguir em ordem cronológica por intermédio de fichas que contém informa-ções obtidas nos periódicos supracitados, muitas vezes complementadas por outros dados prove-nientes diretamente dos escritórios de arquitetura (entrevistas ou websites) bem como de publica-ções e conteúdos disponíveis online.

As fichas incluem, inicialmente, uma breve descrição da obra e seu funcionamento com ob-jetivo de familiarizar o público com a edificação. Em seguida, são apresentados: 1. Localização geo-gráfica, para que seja possível compreender o contexto onde as obras estão inseridas; 2. Desenhos técnicos, que demonstram as características dos projetos; 3. Fotos das obras, para descobrir e con-tar aspectos do edifício, incapazes de serem verificados nos desenhos encontrados; 4. Ficha técnica, que reúne os dados obtidos durante a pesquisa e embasam a análise realizada no capítulo seguinte.

Por fim, no terceiro capítulo, os diagramas, evidenciaram algumas características importan-tes nos edifícios estudados, facilitando a compreensão de questões relevantes para a análise das

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obras. Por sua vez, desenhos técnicos e fotos foram manipulados como instrumentos capazes de ilustrar os aspectos e particularidades dos edifícios referidos no texto.

A técnica de redesenhos dos projetos, foi utilizada na construção dos diagramas que coloca-dos lado a lado facilitam a comparação entre os aspectos formais das edificações.

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40% 30%

30%

Fig. 2.3: Gráfico com a porcentagem de projetos por país e continente selecionados no levantamento inicial.Fonte: Sistematização e levantamento executados pela autora.

Fig. 2.1: Gráfico com a porcentagem de projetos por continente selecionados no levantamento inicial.Fonte: Sistematização e levantamento executados pela autora.

Fig. 2.2: Gráfico com a porcentagem de projetos por continente a serem analisados nesse trabalho.Fonte: Sistematização e levantamento executados pela autora.

Fig. 2.4: Gráfico com a porcentagem de projetos por país e continente analisados nesse trabalho.Fonte: Sistematização e levantamento executados pela autora.

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Fig. 2.5: Mapa com a localização de todos os projetos selecionados no levantamento preliminar e numerados de acordo com a tabela do apêndice 2, (p. 218- 229) e fotos a seguir.Fonte: Sistematização e levantamento executados pela autora.

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Fig. 2.6: Proj. 1. Vista da Green School.Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.10: Proj. 5. Vista Escola primária em Gando. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.16: Proj. 11. Vista Escola primaria Umubano. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.8: Proj. 3. Vista do Centro de atividade e educação ecológica.Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.7: Proj. 2. Vista Escola para o Corporito.Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.9: Proj. 4. Vista da Escola feita a mão.Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.11: Proj. 6. Vista biblioteca Safe Haven. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.12: Proj. 7. Vista edifício educacional em Moçambique. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.13: Proj. 8. Vista Escola Nueva Esperanza. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.14: Proj. 9. Vista Centro para a Home-less World Cup. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.15: Proj. 10. Vista Centro Comunitário Suoi Re Village. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.17: Proj. 12. Vista Pavilhão comunitário em Jintao Village. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.18: Proj. 13. Vista Centro de reabili-tação infantil Teletón. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.19: Proj. 14. Vista Centro cultural LATREN. Fonte: Ver tabela apêndice 2

2007

01 05 06 10 14

07 11 15

08 12

09 13

02

03

04

2008 2009 2010

Fig. 2.20: Proj. 15. Vista Escola no deserto. Fonte: Ver tabela apêndice 2

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Fig. 2.21: Proj. 16. Vista Esperanza Dos. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.25: Proj. 20. Vista Sala de aula tragaluz. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.28: Proj. 23. Vista Edifício educacional archdaily. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.32: Proj. 27. Vista Escolas móveis. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.36: Proj. 31. Vista Projeto Mutende II. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.22: Proj. 17. Vista Comite dos resi-dentes da rua Victory. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.26: Proj. 21. Vista Centro de arquitetura da terra. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.29: Proj. 24. Vista Centro formativo Sara Pou. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.33: Proj. 28. Vista Escola primária em Balaguina. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.37: Proj. 32. Vista Biblioteca de Muyinga. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.23: Proj. 18. Vista Centro de conheci-mento Rural e canto das crianças. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.27: Proj. 22. Vista Centro para jovens em Niafourang. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.30: Proj. 25. Vista Centro Comunitário Ta Phin. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.34: Proj. 29. Vista Escola em Nebaj. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.38: Proj. 33. Vista Hut-To-Hut. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.24: Proj. 19. Vista Centro de estudo em Tacloban. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.31: Proj. 26. Vista Centro de integração educacional, profissional e esportiva. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.35: Proj. 30. Vista Bersário El Pinal. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.39: Proj. 34. Vista Escola em Chuquibambilla. Fonte: Ver tabela apêndice 2

16 20 23 27 31

17 21 24 28 32

18 22 25 29 33

19 26 30 34

2011 2012 2013

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2013 2014

Fig. 2.40: Proj. 35. Vista Arco-irís no deserto. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.41: Proj. 36. Vista Escola Flutuante. para orfãos. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.42: Proj. 37. Vista Bes Pavillion. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.46: Proj. 41. Vista Escola Sasle. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.49: Proj. 45. Vista Casa de lluvia. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.53: Proj. 49. Vista Centro de desenvolvi-mento comunitário. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.58: Proj. 53. Vista Museo XIHEFonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.43: Proj. 38. Vista Centro de oportuni-dades para mulheres. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.47: Proj. 42. Vista Escola primaria. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.50: Proj. 46. Vista Cubos comunitários em Shanghai. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.54: Proj. 50. Vista Escola e Creche Laafi. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.58: Proj. 54. Vista Classe Multifuncion-al Mazaronkiari. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.44: Proj. 39. Vista Escola pré-primaria. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.45: Proj. 40. Vista Edifício educacional Makoko Nigeria. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.48: Proj. 44. Vista Centro comunitário Las Margaritas. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.52: Proj. 48. Vista Centro Comunitário Pumanque. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.57: Proj. 52. Vista Ginásio Municipal de Boxe.Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.40: Proj. 43. Vista Centro cultural do Japão. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.51: Proj. 47. Vista Clínica de vacinação. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.55: Proj. 51. Vista Biblioteca Katio. Fonte: Ver tabela apêndice 2

35 39 43 47 51

36 40 44 48

49

50

52

37 41

42

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2014 2015

Fig. 2.59: Proj. 55. Vista Escola Kwel Ka Baung. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.60: Proj. 56. Vista Bottle Sail. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.61: Proj. 57. Vista Toigetation. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.65: Proj. 61. Vista Escola Embera Atrato. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.66: Proj. 62. Vista Centro de interpre-tação do Cacau. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.69: Proj. 65. Centro Comunitário Pani. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.70: Proj. 66. Vista Parque Educacional Vigía Del Forte. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.62: Proj.58. Vista Escola Thazin. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.63: Proj. 59. Vista Pré-escola Aknaibich. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.64: Proj. 60. Vista Centro comunitário e escola Legson Kayira. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.72: Proj. 68. Vista Escola de Bambu. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.68: Proj. 64. Vista Khmeresque. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.74: Proj. 70. Vista The Wave: espaço público para performances. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.75: Proj. 71. Vista Centro Comunitário Cam Thanh. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.67: Proj. 63. Vista Arena do Morro. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.71: Proj. 67. Vista Projeto Nakuru. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.73: Proj. 69. Vista Salas de leitura. Fonte: Ver tabela apêndice 2

55 59 63 67 69

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2015

Fig. 2.76: Proj. 72. Vista Resid. de artistas e centro cultural Thread. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.77: Proj. 73. Vista Re-ainbow. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.78: Proj. 74. Vista Projeto de desenvolvimento social. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.79: Proj. 75. Vista Centro comunitário Nam Dam. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.80: Proj. 76. Vista Centro de Alegria do Butão. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.81: Proj. 77. Vista Parque Educacional Raíces. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.82: Proj. 78. Vista Escola Chipakata. Fonte: Ver tabela apêndice

Fig. 2.83: Proj. 79. Vista Espaço Alana. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.84: Proj. 80. Vista Parque Educativo de Remedios. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.85: Proj. 81. Vista Salas de Leitura. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.86: Proj. 82. Vista Pavilhão de Bambu. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.87: Proj. 83. Vista Biblioteca Avant-Gar-de Ruralation. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.88: Proj. 84. Vista Escola rural Chaparral. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.89: Proj. 85. Vista Escola secundária Santa Elena. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.90: Proj. 86. Vista Escola Cof Outreazch. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.91: Proj. 87. Vista Escola comunitária Chonnabot. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.92: Proj. 88. Vista Centro comunitário Renascer Chamanga. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.93: Proj. 89. Vista Potocine-sala de cinema auto gestionada. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.94: Proj. 90. Vista Escola Jungle Flower. Fonte: Ver tabela apêndice 2

2016

72 76 80 84 88

73 77 81 85

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2016 2017

Fig. 2.98: Proj. 94. Vista Cinco Jardins de infância. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.102: Proj. 98. Vista Centro para mulheres no Vilarejo Massai. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.97: Proj. 93. Vista M.A.C. of Tiruvan-namalai. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.96: Proj. 92. Vista Sala Multifuncional: estação de controle de incêndios florestais. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.95: Proj. 91. Vista Toigetation 2. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.104: Proj. 100. Centro educacional Eco Moyo. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.105: Proj. 101. Vista Igreja da comuni-dade rural Malaui. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.100: Proj. 96. Vista Galeria Multifuncional em Tehran. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.106: Proj. 102. Vista Escola Alfa Ome-ga. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.101: Proj. 97. Vista Pavilhões para Okana. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.99: Proj. 95. Vista Espaço Be Friendly. Fonte: Ver tabela apêndice 2

Fig. 2.103: Proj. 99. Vista Centro de educação e saúde. Fonte: Ver tabela apêndice 2

91 95 99 100

92 96 101

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2.4 FICHAS TÉCNICAS

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Fig. P.1.1: Vista lateral do Centro da Homeless Wordcup. Fonte: HOMELESS, 2011, n.p.

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DESCRIÇÃO: Este projeto localiza-se no bairro de Santa Cruz no Rio de Janeiro em um lote de formato retangular, de esquina, sem nenhum tipo de fechamento. Pelas fotos aéreas vemos que o mesmo não possui nenhuma construção vizinha sendo único em uma quadra livre que foi doada pela prefeitura para o Instituto Bola para Frente. O edifício térreo, mas com distintos níveis internos, se destaca por sua cobertura inclinada que na extremidade oposta ao acesso da edificação, toca o chão, funcionando como uma praça, um jardim rampeado que pode ser acessado por todos. Dividida em dois trechos de rampa e um platô central, a cobertura de pilares e vigas metálicas sobrepostas por uma laje de concreto foi impermeabilizada para receber terra e grama. Seu forro foi realizado com placas OSB. O corpo do edifício, recuado da cobertura e seu perímetro, é composto por segmentos com diferentes inclinações. Seu fechamento é feito parte em alvenaria, rebocada sem pintura; parte em caixilho de ferro com vidro sobreposto por tela metálica expandida. O piso é de cimento liso.

COMO FUNCIONA: A obra está voltada para a quadra de futebol e o acesso mais importante, precedido por uma área coberta e aberta, se eleva 1,60 m do solo, e é feita por uma rampa lateral ou pela arquibancada que ocupa toda sua frente. Dividido em dois níveis internos, a entrada principal, onde se encontra o espaço multifuncional, está na cota 1,60 m. Pela lateral é possível acessar por uma escada o nível inferior, na cota 0, onde se encontram: área administrativa, vestiários, sanitários e depósito. Os sanitários possuem entradas por dentro e por fora da edificação que contam, também, com uma outra porta no hall do piso inferior, tornando toda a edificação acessível. O telhado inclinado, recoberto por grama, possui um platô central que se conecta com a área da quadra pela mesma rampa lateral que dá acesso ao espaço multifuncional. A possibilidade de ocupação do telhado e seu piso gramado, dão uma configuração de praça a esta cobertura que funciona como uma arquibancada onde os visitantes podem se sentar e, no ponto mais alto, são capazes de assistir aos jogos.

01. CENTRO DA HOMELESS WORLD CUP2010 // AMÉRICA // BRASIL

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Fig. P.1.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte:Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.1.9: Corte Transversal.Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.8: Corte Longitudinal. Fonte: CENTRO, 2013, n.p

Fig. P.1.4: Implantação sem escala.Fonte: HOMELESS, 2010, n.p.

Fig. P.1.7: Planta de cobertura. Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.6: Planta térreo nível superior. Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.5: Planta térreo nível inferior. Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: Lompreta Nolte Arquitetos e Nanda Eskes Arquitetura

Localização: Cidade do Rio de Janeiro, no Brasil

Área: Área total 1.300m² e área da edificação de 293,23m²

Ano: 2010

Patrocinadores: Nike GameChangers, Organização Civil de Ação Social (OCAS) e o Instituto Bola Pra Frente (BPF) e Homeless Worldcup

Orçamento: R$ 330.000

Tempo de construção: 4 a 5 meses

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Campo de futebol de 22x16 m, área multifuncional, sala administrativa, vestiários, sanitários e depósito

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Metal, concreto, malha de metal, vidro, madeira, painel OSB e policarbonato

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:CENTRO, 2013, n.pHOMELESS, 2011, n.p. HOMELESS, 2010, n.p. X BIENAL, 2013, n.p.NOLT, Thorsten, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.1.10: Vista lateral da obra no final da construção. Fonte: HOMELESS, 2011, n.p.

Fig. P.1.13: Vista lateral e da entrada da obra no final da con-strução. Fonte: HOMELESS, 2011, n.p.

Fig. P.1.12: Vista lateral da entrada. Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.15: Vista da fachada de entrada. Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.11: Vista da quadra.Fonte: CENTRO, 2013, n.p.

Fig. P.1.14: Vista da estrutura da cobertura e entrada. Fonte: HOMELESS, 2011, n.p

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P. 2.1: Vista da entrada do Centro comunitário Suoi Re VillageFonte: Google Earth

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DESCRIÇÃO: O centro comunitário e jardim da infância está localizado no vilarejo remoto de Suoi Re no Vietnã, em um terreno com formato retangular em aclive a partir da entrada. Uma quadra de esportes separa o edifício da via de acesso. Implantado em dois níveis, onde o pavimento térreo é parcialmente subterrâneo, foram utilizados muros de contenção e taludes para garantir a iluminação e ventilação, assim como proporcionar um pátio descoberto em nível. No jardim, um talude conecta o pavimento térreo ao segundo pavimento da edificação. Dessa forma temos um terraço na frente e um jardim atrás, em nível com os distintos pavimentos, tornando as áreas externas um prolongamento das internas. O edifício possui paredes estruturais: no térreo são de pedra; e, no primeiro pavimento, de taipa. A estrutura do telhado, inteira de bambu coberta por folhas de palmeira, funciona de forma independente da parede de fechamento e está apoiada diretamente na viga de transição entre a parede de terra e a de pedra. O forro do térreo, assim como a escada são inteiros feitos de Bambu. O vazio em forma de elipse, onde encontra-se a escada, estabelece uma comunicação visual entre os andares: o térreo, com piso de cimento; e, o primeiro pavimento, com piso de madeira. Toda a caixilharia é feita de bambu. O projeto considera os ventos predominantes, pois estes ajudam a melhorar o conforto térmico nas distintas estações do ano. Foram

instalados painéis solares e toda a iluminação é de LED para poupar energia. Também foram inseridos tanques para armazenamento e filtragem das águas pluviais e uma fossa séptica abaixo dos sanitários. COMO FUNCIONA: O acesso ao centro comunitário se dá pelos dois níveis da edificação. Na fachada principal o pavimento térreo está enterrado e é acessado por uma espécie de túnel. No primeiro pavimento, cuja entrada é marcada por uma varanda coberta, o acesso se faz por meio de um jardim em aclive que conecta os dois níveis. Este jardim, além de funcionar como proteção térmica, também serve de arquibancada para a área onde ocorrem as atividades externas. Os dois pavimentos comunicam-se com pátios exteriores sendo o do térreo descoberto e nos fundos; e o do primeiro pavimento, coberto e na frente. Além dos pátios temos uma área de jardim e uma quadra. A edificação em formato retangular não possui divisões internas. São dois grandes espaços flexíveis, um em cada andar, onde podem ocorrer diversas atividades. O andar inferior, sem uso definido, possui uma biblioteca e uma área de convivência com mesas. O pavimento superior destina-se a uma área para crianças (jardim da infância). O vazio, onde está a escada de bambu comunica visualmente os andares e auxilia na ventilação. Tanto os banheiros quanto o depósito de materiais estão localizados em outras edificações no terreno.

02. CENTRO COMUNITÁRIO SUOI RE VILLAGE2010 // ÁSIA // VIETNÃ

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Fig. P.2.3: Foto aérea aproximada com locação da obra segundo SUOI, 2011, n.p.Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.2.6: Planta térreo nível inferior. Fonte: SUOI, 2011, n.p

Fig. P.2.9: Corte esquemático. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.5: Planta térreo nível superior. Fonte: SUOI, 2011, n.p..

Fig. P.2.8: Corte Longitudinal. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.4: Implantação sem escala. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.7: Corte Transversal. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.2: Foto aérea com locação da obra segundo SUOI, 2011, n.p. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: Hoàng Thúc Hào e Nguyễn Duy Thanh, 1 + 1> 2 International Architecture

Localização: Cidade de Luong Son, Vietnã

Área: Aproximadamente 240m²

Ano: 2010

Patrocinadores: Informação não encontrada

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Jardim da infância, espaço multiuso, biblioteca e sanitários

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Pedra, terra, bambu, cimento, madeira e folhas de palmeira

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:SUOI, 2011, n.p. SUOI, 2018, n.p.SUOI, [s.d.], n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.2.10: Vista fachada dos fundos. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.13: Vista pavimento superior.Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.12: Vista varanda. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.15: Vista escada do pav. superior. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.11: Vista pavimento inferior. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. P.2.14: Vista pavimento superior. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

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Fig. P.3.1: Vista da entrada do Centro comunitário Ta Phin. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra do centro comunitário está inserida em um terreno no Vilarejo de Tả Phìn no Vietnam. O lote irregular, demarcado em projeto, não possui nenhuma barreira física em sua divisa permitindo, dessa maneira, o acesso à edificação por distintos pontos. O volume, térreo, recua para receber os visitantes em uma área coberta e se prolonga em uma das laterais. O telhado feito com estrutura de madeira é coberto por telhas metálicas onduladas. Em sua parte central, as telhas foram substituídas por um material translúcido, permitindo a entrada de luz. As paredes estruturais recebem o telhado que, em uma das laterais, é prolongado, apoiando-se em pilares de madeira, configurando a varanda coberta. Entre a estrutura do telhado e o forro de madeira foram colocadas placas de isopor para o isolamento térmico. O pé direito é elevado, possibilitando a existência de um mezanino aberto. A lareira localizada, praticamente, no meio do edifício, é responsável pelo aquecimento do espaço no inverno, e, também, ajuda a suportar o mezanino, com o piso e estrutura de madeira. As paredes externas, com exceção da fachada principal, são de tijolo de adobe, e só recebem pintura, na cor vermelha, externamente. A fachada principal é composta por elementos vazados de madeira, pintados por dentro e por fora, destacando-a das demais. Pode-se entrar na edificação por portas existentes em três das quatro fachadas. Tanto elas como os caixilhos são

de madeira, cegos ou com vidro. O piso, elevado do solo aproximadamente 50 cm, é feito de cimento sem nenhum revestimento. O projeto conta com placas de energia solar, fossas sépticas e reservatórios para captação de águas pluviais que também são filtradas. COMO FUNCIONA: A fachada principal do centro comunitário, de elemento vazado e pintada de vermelho, se destaca e marca a entrada do edifício. A inclinação das paredes em direção a porta, posicionada mais para dentro do perímetro do edifício, proporciona uma área coberta para receber os visitantes e os convida a entrar. O espaço interno, com exceção do banheiro, não possui nenhuma divisória, apesar do programa ser separado em diferentes atividades: espaço de trabalho, sala de exposições para produtos artesanais locais, pequena biblioteca, centro de comunicação, bem como estúdio para programa de treinamento. Esse espaço livre, multifuncional, pode se configurar de diversas formas. A única distinção ocorre devido ao mezanino que abaixa o pé direto em uma determinada área e separa um possível uso devido à altura. Seu acesso é feito por uma escada de madeira próxima à porta principal de entrada. O terraço coberto, voltado para um platô externo de jardim, funciona como um prolongamento da parte fechada e é acessado por três portas que tornam a comunicação entre a área aberta e fechada fluida. O banheiro localiza-se nos fundos e, apesar de fazer parte da edificação, só é acessado por fora.

03. CENTRO COMUNITÁRIO TA PHIN2012 // ÁSIA // VIETNÃ

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Fig. P.3.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.3.2: Foto aérea com locação da obra.Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.3.7: Corte Transversal. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. P.3.5: Planta térreo. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. P.3.4: Implantação. Fonte: SAIEH, 2012, n.p..

Fig. P.3.6: Corte esquemático perspectivado. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

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Arquiteto: 1+1>2 International Architecture JSC

Localização: Cidade de Sa Pa, no Vietnã

Área: Aproximadamente 70m²

Ano: 2012

Patrocinadores: Financiamento coletivo pelo projeto Red Dream Project (2010) através do site www.reddreamproject.com

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Espaço de trabalho, uma sala de exposições para produtos artesanais locais, uma pequena biblioteca, um centro de comunicação, bem como um estúdio para programa de treinamento e um sanitário

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Pedra, madeira, tijolos de adobe, telha metálica ondulada e cimento

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:SAIEH, 2012, n.p. TA PHIN, 2018, n.p.TA PHIN, [s.d.], n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.3.8: Vista terraço da fachada lateral. Fonte: SAIEH, 2012, n.

Fig. P.3.11: Vista da entrada. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. P.3.10: Vista interior da obra. Fonte: SAIEH, 2012, n.p

Fig. P.3.13: Vista de cima do mezanino. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. P.3.9: Vista elemento vazado da entrada. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. P.3.12: Vista da escada do mezanino. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

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Fig. P.4.1: Vista a partir da rua da Casa de Lluvia. Fonte: AXP, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: Este centro comunitário e biblioteca está localizado no bairro La Cecilia em Bogotá na Colômbia. O terreno é de formato triangular, em uma esquina, não possuindo nenhum fechamento, com exceção do muro de divisa com o vizinho. O projeto consiste em um volume único, térreo, com pé direito duplo cuja volumetria se assemelha a de uma residência. A planta retangular, com aproximadamente 10 x 5,5 m, recebe um mezanino que ocupa metade da área, embora, nota-se pelas fotos, que seu piso não foi construído. A estrutura do edifício, inteira de bambu, é recoberta na cobertura e em uma das fachadas com telha metálica ondulada, sem nenhuma pintura. Os fechamentos são feitos em parte por essa mesma telha e, na outra, por placas de policarbonato ondulado translúcido. As únicas aberturas que possui são a da porta – feita em madeira e revestida com a telha metálica ondulada –, e a de um espaço que se

projeta para fora do volume principal – feito de bambus e ripas de madeira, que acomodam um banco e proporcionam uma ventilação permanente. A base do piso de cimento armado foi recoberta com tábuas de madeira. Os móveis foram feitos de OSB. COMO FUNCIONA: O centro comunitário é acessado por uma única porta, não existindo muita relação entre a obra e o terreno uma vez que a sua entrada não se volta para o jardim, mas sim para o lote vizinho. O espaço, sem nenhuma divisória interna, é uma sala multifuncional na qual a planta livre retangular proporciona diversos usos. O mezanino, que abrigará a biblioteca comunitária, devido a diferença de pé direito, separa fisicamente os espaços. O mobiliário executado, visto nas fotos, sugere que a biblioteca funciona no espaço multifuncional do térreo, já que o piso do mezanino, onde ela deveria estar não foi construído.

04. CENTRO COMUNITÁRIO CASA DE LA LLUVIA2013 // AMÉRICA // COLÔMBIA

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Fig. P.4.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.4.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.4.7: Maquete da estrutura 02. Fonte: FRANCO, 2014, n.p.

Fig. P.4.5: Maquete da estrutura 01. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.4.4: Corte perspectivado sem escala. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.4.6: Maquete eletrônica. Fonte: FRANCO, 2014, n.p.

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Arquiteto: Arquitetura Expandida e comunidade do bairro La Cecilia (San Cristobal Sur, Bogotá)

Localização: Cidade de Bogotá, na Colômbia

Área: 60m²

Ano: 2013

Patrocinadores: Comunidade do bairro La Cecilia. Agência Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento, Embaixada da Espanha na Colômbia e doação de materiais pelo Homecenter, Masisa e Cemex

Orçamento: R$ 23.485 (inclui a programação cultural)

Tempo de construção: 7 meses (realizado apenas aos domingos e feriados totalizando 30 dias trabalhados)

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Sala de uso múltiplo, biblioteca e banho seco.

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, madeira telha metálica ondulada e policarbonato

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:AXP, 2015, n.p. FRANCO, 2014, n.p. LA CASA, 2018, n.p.LYNCH, 2017, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.4.8: Vista da entrada. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.4.11: Vista da fachada da rua. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.4.10: Vista da porta de entrada e interior. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.3.13: Vista do interior Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. P.4.9: Vista lateral com playground. Fonte: AXP, 2015, n.p..

Fig. P.3.12: Vista do interior em direção a porta. Fonte: AXP, 2015, n.p.

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Fig. P.5.1: Vista da entrada do centro comunitário Las Margaritas. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

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DESCRIÇÃO: Esse centro comunitário localiza-se em Las Margaritas na cidade Catorce, no deserto de San Luis Potosi. O lote plano, com vias de acesso por três das quatro divisas, possui um muro baixo com menos de um metro que conecta as edificações, marca o perímetro da obra e deixa livre apenas os acessos feitos nas duas extremidades opostas. O projeto é composto por seis volumes que se voltam para um pátio central, onde encontra-se um anfiteatro circular. Na construção dos edifícios foram utilizadas técnicas locais e houve a preocupação de capacitar a população. O anfiteatro possui uma pérgola metálica em seu perímetro. No projeto é possível notar que essa pérgula originalmente, além de cobrir o anfiteatro, conectava todas as edificações ao anfiteatro, mas nas fotos da obra estas conexões não foram executadas. O piso externo é de terra, sem nenhum revestimento ou marcação do caminho a ser seguido. Os edifícios, todos com o mesmo acabamento e estrutura, são térreos e apenas um deles conta com uma escada de acesso à cobertura. O menor edifício, com aproximadamente 5 x 5 m, parece ser o módulo base para desenvolvimento dos outros. As paredes estruturais, com 40 cm de espessura, foram executadas com uma base de pedras e continuadas em tijolos de adobe, rebocados e pintados. A estrutura do telhado foi realizada com vigas de madeira cobertas

com junco e impermeabilizada com uma manta de poliestireno. Acima da impermeabilização foi instalada uma camada de 10 cm de terra para garantir o conforto térmico de todas as edificações, com exceção de uma, em que é possível acessar a cobertura. As edificações não possuem janelas, somente portas cegas de madeira. Foi prevista a captação de águas pluviais e para armazena-las construiu-se uma cisterna de 25.000 litros. COMO FUNCIONA: Ainda que o muro baixo permita o acesso por todo o seu perímetro, o projeto possui duas entradas. O acesso principal se dá pela área da recepção e loja que estão localizadas próximas a uma das vias de acesso. Nos fundos, o perímetro demarcado é bem recuado da extremidade do lote gerando, dessa maneira, uma praça onde foi feito um projeto de plantio. A composição dos seis volumes, dispostos em volta de um pequeno anfiteatro circular central, protege essa área de encontro dos ventos fortes do deserto. O anfiteatro, ponto focal do projeto, coberto por uma pérgula, que além de cobri-lo se estenderia até os volumes. Esta interligação que, seria responsável por trazer os visitantes para esse núcleo, não foi executada. O programa, definido pela comunidade, contém um local multiuso para encontros e festas locais; uma loja para vender produtos da associação local chamada Asociación Flor del Desierto; um centro de internet; biblioteca; salas de atelier; e, jardim.

05. CENTRO COMUNITÁRIO LAS MARGARITAS2013 // AMÉRICA // MÉXICO

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Fig. P.5.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.5.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.5.4: Planta térreo. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.5.5: Corte longitudinal. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.6: Corte transversal. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.8: Elevação Sul. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.7: Elevação Leste. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

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Arquiteto: Dellekamp Arquitectos, TOA Taller de Operaciones Ambientales e Comunidad de Aprendizaje

Localização: Cidade Catorce, no México

Área: 258m²

Ano: 2013

Patrocinadores: Columbus de México, Ciel Transformadora, Wirikuta Fest, Dominique Berho Fernández, René Becerra, Lourdes Berho Corona, Rita Sarzedas, Família Ramljak Furszyfer, Aida, Gladys Díaz, Roberto Fuerte, Gilda, Ivana, Leão, Josué Lee Cavero, Cynthia Mojica, Gaby Sembradora, YGU e financiamento coletivo pelo site www.social.idea.me

Orçamento: R$ 47.338

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Sala para produção e cozinha, loja, recepção, biblioteca, ludoteca, sala para encontros, sala para projetos e sanitários

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Pedra, tijolo de adobe, cimento, madeira e metal

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:CENTRO EJIDAL, 2013, n.p.LAS MARGARITAS, 2013, n.p.LAS MARGARITAS, 2014, n.pTOA, 2014, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.5.9: Vista da obra e seu entorno. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p...

Fig. P.5.12: Vista do anfiteatro. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.11: Vista aérea das edificações. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.14: Vista do playground. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.10: Vista da obra a partir da rua de acesso.Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

Fig. P.5.13: Vista do edifício da recepção e da biblioteca/ludote-ca. Fonte: LAS MARGARITAS, 2014, n.p.

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Fig. P.6.1: Vista do acesso ao terraço do centro comunitário Pumanque. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra localiza-se em Pumanque, no Chile. Não foi possível verificar o perímetro do terreno nem no projeto nem nas imagens. Pela foto aérea nota-se que o projeto está inserido em um terreno dentro de uma quadra cujo acesso entre a via local e o lote é feito por uma rua. Verificou-se também a presença de outras edificações no mesmo lote. O projeto, composto por dois volumes, unidos por uma passarela, transmitem a sensação de um único devido a continuidade da fachada que os reveste. A cobertura, que funciona como terraço, toca o solo nas duas extremidades tornando possível o acesso por ambos os lados, além da escada central. Esse terraço superior é sombreado por lonas fixadas em pilares metálicos e tirantes formando uma estrutura autônoma, independente ao restante da obra. O edifício, com exceção estrutura de sombreamento do telhado, é inteiro de madeira. As paredes são estruturadas por uma malha de pequenos pilares retangulares de madeira que, posicionados próximos uns aos outros, suportam a cobertura. Os fechamentos são revestidos por painéis montados na obra. Esses, executados em caibros de madeira espaçados, como um elemento vazado, cuja trama barra o sol e permite a ventilação, vão do piso até cobertura servindo de guarda-corpo para o terraço. Em alguns pontos as paredes, antes de receberem esses painéis, foram preenchidas por placas de isopor, seguidas por chapas de OSB e recobertas

por uma manta de impermeabilização visando a melhoria do conforto térmico na edificação. Os caixilhos são de madeira e vidro; as portas, das duas áreas fechadas, são de casas destruídas no terremoto de 2010. O piso do térreo e da cobertura possui o mesmo isolamento das paredes, e foi feito com os mesmos caibros da fachada, porém no térreo não existe espaçamento entre eles e na cobertura, colocados paralelos, uns aos outros, com o mesmo espaçamento, tornam-se um deck. COMO FUNCIONA: O centro comunitário é um bloco linear e inclinado em suas extremidades por onde é possível chegar na cobertura. No centro do projeto se encontra o acesso principal onde está o hall de entrada parcialmente coberto por uma passarela que une as coberturas dos dois volumes. O hall permite o acesso ao terraço na cobertura e as duas salas multiuso, de planta livre, do projeto. Uma delas possui uma bancada com pia e fogão, mas sem nenhum fechamento. O layout proposto em projeto posiciona algumas mesas encostadas nas paredes com um corredor central. Entretanto, pelas fotos, nota-se que o mesmo não foi executado. O acesso ao terraço da cobertura e a ambas as salas também pode ser realizado por fora da edificação nas duas extremidades. Para incentivar o uso por crianças um dos acessos é feito por um escorregador e o outro por uma escada. O terraço é coberto por lonas que proporcionam áreas de sombra possibilitando maior permanência.

06. CENTRO COMUNITÁRIO PUMANQUE2014 // AMÉRICA // CHILE

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Fig. P.6.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.6.5: Elevação Sul. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

Fig. P.6.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.6.4: Planta térreo. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.6.6: Perspectiva explodida. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

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Arquiteto: The Scarcity and Creativity Studio

Localização: Cidade de Pumanque, no Chile

Área: 107m²

Ano: 2014

Patrocinadores: Chile a Soñar, Prefeitura de Pumanque, AAAD, Astrup & Hellern Architects, Halvorsen & Reine Architects, IARK, Marwin, Escritório de Arquitetura NORDIC, ØKAW, Associação de Aço Norueguesa, Arquitetos de Proporções e Vink AS.

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: 27 dias

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Duas salas de uso múltiplo, terraço coberto e cozinha

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Concreto, madeira, aço, lona e isopor

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e ambiental

Fonte:PUMANQUE, 2016, n.p. SCARCITY, [s.d.], n.p.SCS, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.6.7: Vista Sul a partir do escorregador. Fonte: SCARCITY, [s.d.], n.p.

Fig. P.6.10: Vista Sul a partir da escada. Fonte: SCARCITY, [s.d.], n.p.

Fig. P.6.9: Vista da escada central de acesso ao terraço. Fonte: SCARCITY, [s.d.], n.p.

Fig. P.6.12: Vista do escorregador. Fonte: SCARCITY, [s.d.], n.p.

Fig. P.6.8: Detalhe de fixação das lonas. Fonte: SCARCITY, [s.d.], n.p.

Fig. P.6.11: Vista do terraço da cobertura. Fonte: SCS, 2018, n.p.

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Fig. P.8.1: Vista do Centro de Desenvolvimento Comunitário. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra, inserida em um terreno retangular de esquina, localiza-se na cidade de Luque no Paraguai. No lote, cujo perímetro é fechado por uma cerca metálica, existe um único acesso em frente à obra. Nele já existiam outras duas edificações que, assim como o centro comunitário, foram implantadas perto da divisa com o lote vizinho e se voltam para a esquina ainda que esta não está aberta para as vias que a circundam. O centro comunitário, térreo, com planta retangular possui uma cobertura aberta que funciona de maneira independente do volume fechado que se encontra abaixo dela. No projeto nota-se que essa cobertura irá se prolongar acima do volume existente e de outros a serem construídos posteriormente. A estrutura da cobertura é feita de madeira com tirantes metálicos e coberta por telha metálica ondulada. Ela, apoia-se em pilares de bloco cerâmico e o forro é feito de tábuas de madeira de pallet. O mesmo bloco cerâmico é usado de três formas distintas nesta obra. Nas paredes externas, que suportam a cobertura, ele é usando em pé, preenchido com concreto e armado, e deitado, justaposto, de forma que os furos fiquem aparentes transformando-se em um elemento vazado. Já no volume interno o mesmo foi utilizado

da forma tradicional, empilhado e amarrado. No volume da cobertura além do elemento vazado, originado pela posição com que o bloco foi utilizado, também foram feitas janelas sem caixilho. No volume interno as janelas de grandes vãos foram fechadas caixilho feito de tábuas de madeira de pallet. O piso interno, de cimento, está elevado aproximadamente 20cm do terreno. COMO FUNCIONA: O edifício, próximo ao limite do lote, tem sua entrada aberta e coberta. Essa cobertura linear, parcialmente construída, tinha a intenção de unir todas as edificações existentes com as novas, como um grande túnel cujo percurso se volta para o campo de futebol que ocupa a maior parte do lote. Abaixo da cobertura temos um volume fechado recuado da entrada, do fundo e de uma das laterais permitindo a passagem dos visitantes para dentro do terreno através de uma área coberta. O volume fechado, coberto, mas solto da cobertura superior, abriga a cantina, que se abre tanto para a rua quanto para o interior do lote. Subsequente à cantina e, ainda sob a cobertura, temos uma área multifuncional aberta. Seguindo o mesmo eixo encontramos os dois banheiros e duas salas já existentes; percebe-se, no projeto, a intenção de se construir outras duas.

07. CENTRO DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO2014 // AMÉRICA // PARAGUAI

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Fig. P.7.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.7.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.7.6: Planta da edificação construída. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.4: Implantação com edifícios existentes e futura expansão.Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.5: Elevação Sudoeste. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.7: Corte transversal. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: OCA e Bonini

Localização: Cidade de Luque, no Paraguai

Área: 45m²

Ano: 2014

Patrocinadores: Organização Techo Paraguay através de um fundo para desenvolvimento comunitário chamado Fontecho

Orçamento: R$ 10.815

Tempo de construção: 3 meses

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Cozinha e área multiuso

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Madeira de pallets, tijolo e concreto telha metálica cabo de aço

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:PUMANQUE, 2016, n.p. SCARCITY, [s.d.], n.p.SCS, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.7.8: Vista entrada. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.11: Vista da obra a partir da rua. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.10: Vista para rua a partir do refeitório. Fonte: SOUZA, 2015, n.

Fig. P.7.13: Vista do corredor. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. P.7.9: Vista do refeitório a partir da rua. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

IFig. P.7.12: Vista da área multifuncional. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

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Fig. P.8.1: Vista do Bottle Sail. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

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DESCRIÇÃO: A edificação está localizada dentro de uma plantação em Do Son no Vietnam. Não vemos demarcado o perímetro do lote, mas a intenção não é relacionar-se com o mesmo, e sim de ser um módulo independente, de simples construção e facilidade de implantação em outros locais. Foi posicionado perto do dique, um pouco mais protegido dos ventos fortes da região. A obra, com uma secção quase triangular, lembra o desenho de uma vela. A cobertura, de duas águas, é formada pelo prolongamento da parede, com estrutura de bambu recoberta com garrafas de plástico PET que auxiliam no conforto térmico. O pé direito é baixo, só cabe uma pessoa em pé no eixo central onde está a “cumeeira”. As outras duas fachadas, uma por onde é feito o acesso e a outra de fechamento, são feitas com uma trama de Bambu permitindo a ventilação permanente. O piso, elevado

do terreno por volta de 50 cm, é inteiro de bambu assim como o mobiliário com prateleiras em todo perímetro. Sua fundação foi feita de tubos de concreto enterrados no solo. COMO FUNCIONA: A edificação projetada para suportar os tufões recorrentes na região, é um espaço único que além de ser um local para os agricultores descansarem, os alunos terem atividades após a escola também é um viveiro que abrigará cerca de 10.000 sementes. A entrada é somente por um único ponto e apesar da iluminação entrar por todos os lados, inclusive pela cobertura o contato visual com a área externa ocorre só mente das duas fachadas onde estão as tramas de Bambu. A pequena dimensão do espaço com 16m² recebe pequenos grupos por vez, mas a simplicidade da construção sugere a sua replicação com facilidade.

08. BOTTLE SAIL2014 // ÁSIA // VIETNÃ

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Fig. P.8.3: Corte esquemático. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.2: Foto aérea com locação da região onde a obra está inserida. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: 1+1>2 International Architecture JSC

Localização: Cidade de Do Son, no Vietnã

Área: 16m²

Ano: 2014

Patrocinadores: Esforço colaborativo entre o COHED (Pesquisa e Desenvolvimento de Saúde Pública) e o escritório de arquitetura.

Orçamento: R$ 1.504

Tempo de construção: 9 dias

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Espaço multiuso

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, garrafas pet e concreto

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e climática

Fonte:BOTTLE, 2014a, n.p.BOTTLE SAIL, 2014b, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.8.4: Vista da obra em seu entorno. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.7: Vista da fachada. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.6: Detalhe do revestimento da fachada. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.9: Execução da estrutura. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.5: Vista do interior. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. P.8.8: Vista noturna. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

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09. CENTRO COMUNITÁRIO E ESCOLA LEGSON KAYIRA

Fig. P.9.1: Vista do acesso ao Centro comunitário Legson Kayira. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

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DESCRIÇÃO: Este centro comunitário e escola está localizado em Chimpamba no Malauí. Não se nota nenhuma demarcação de lote e a obra, com exceção das salas de aula, é aberta. O edifício, um volume único em formato de “U”, possui um pátio central que separa os dois lados. A cobertura, parte em telha metálica ondulada, e parte em placas de policarbonato translúcido ondulado é solta dos volumes abaixo dela e tem estrutura independente. As vigas e parte dos pilares foram feitos com perfilados metálicos pré-fabricados e os pilares periféricos das fachadas externas executados em tijolo. Abaixo da cobertura temos os volumes fechados nas laterais porem abertos em cima, onde o forro de esteiras de bambu é a única separação entre o volume inferior e a cobertura. As vedações foram feitas parte com contêineres parcialmente abertos, cujas chapas retiradas foram também utilizadas como vedação em alguns trechos, e parte com portas basculantes. Não foram feitas janelas, as aberturas são todas em portas metálicas basculantes revestidas com “sombrite” para garantir a ventilação mesmo quando fechadas e proteger

do sol quando abertas. O Piso, foi feito com elementos vazados produzidos no local e recobertos de terra. Na cobertura foram instaladas placas solares e calhas para captação de águas pluviais que são encaminhadas e armazenadas em reservatórios. COMO FUNCIONA: O edifício, com cobertura em formato de “U”, recebe os visitantes por seu pátio aberto central que a divide em dois lados iguais. Ao fundo do pátio, temos uma arquibancada coberta que esconde os reservatórios de águas pluviais. Em todo perímetro da cobertura, é possível circular sem entrar nas áreas fechadas. Os volumes fechados em um dos lados abrigam duas salas de aula que podem ser unidas ou não, e do outro lado encontramos mais uma sala de aula e o centro comunitário, um espaço aberto coberto que além dos diversos usos, nos fins de semanas, abriga o mercado local. A entrada na área das salas pelas duas fachadas é feita por diversos pontos. As portas basculantes destas quando abertas unem espaço e o transformam em um grande espaço multifuncional capaz de receber diversas atividades.

09. CENTRO COMUNITÁRIO E ESCOLA LEGSON KAYIRA2014 // ÁFRICA // MALAUÍ

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Fig. P.9.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.9.5: Corte perspectivado. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.6: Perspectiva eletrônica. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.9.4: Planta térreo. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p..

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: Architecture for a Change

Localização: Cidade Chimpamba, no Malauí

Área: 380m²

Ano: 2014

Patrocinadores: Financiamento coletivo através da ONG Youth of Malawi através do site www.indiegogo.com

Orçamento: R$ 377.997

Tempo de construção: 8 semanas

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Salas de aula e espaço multiuso para a comunidade

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Contêiner, telas de sombreamento (sombrite), perfilados metálicos pré-fabricado, telha metálica ondulada, policarbonato translúcido ondulado, tijolos, elemento vazado cerâmico e esteiras de bambu

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:LEGSON, 2018, n.p.MALAWI, 2018, n.p.THE LEGSON, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.9.7: Vista fachada Sudeste. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.10: Detalhe abertura da porta. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.9: Vista interior da sala fechada. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p..

Fig. P.9.12: Vista corredor lateral. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.8: Sala de aula aberta. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. P.9.11: Vista Sala de aula aberta. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

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10. ARENA DO MORRO

Fig. P.10.1: Vista fachada frontal Arena do Morro. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra está localizada em um terreno triangular de esquina, no bairro Mãe Luiza em Natal, Rio Grande do Norte. Considerada o epicentro de uma proposta urbana realizada pelos mesmos arquitetos, essa edificação foi a primeira a ser construída e tem funcionamento independentemente do restante do projeto. A obra, implantada recuada da esquina, encosta na divisa de fundo do lote. Possui uma cobertura de duas águas, elevada dos volumes soltos abaixo dela. O programa, além da quadra central, é composto por seis volumes, independentes, dispostos ao longo do perímetro da cobertura. A estrutura metálica do telhado é revestida por painéis de alumínio corrugado, separados e sobrepostos, que permitem a passagem do ar, a entrada de luz, mas barram as águas das chuvas. Alguns dos pilares são metálicos e outros, quando fazem parte dos fechamentos, são de concreto. O fechamento do edifício, com exceção do muro de divisa, é feito, praticamente inteiro, pelos volumes curvilíneos térreos que abrigam os programas. Todos funcionam de forma autônoma e independente do telhado superior, possuem estrutura de concreto e o fechamento é realizado com elemento vazado de bloco de concreto com aletas verticais posicionadas em diagonal que permitem a entrada de luz, ventilação e dependendo da forma com que estão dispostas controlam ou não a privacidade. As aberturas das salas são feitas por portas

de correr de ferro recobertas com mesmo desenho do elemento vazado, só que executado em madeira. Somente no banheiro as portas são de abrir. O piso, revestimentos de áreas molhadas e bancada são de granilite. COMO FUNCIONA: A obra possui três locais de acesso. Vizinha a escola estadual Dinarte Mariz, uma das entradas, na divisa do lote, facilita o acesso dos estudantes, que podem entrar sem passar pela rua. Na outra extremidade se encontra a entrada principal. O edifício ainda conta com uma entrada central de menor escala. A cobertura abriga, além da quadra poliesportiva, seis volumes independentes que, junto com uma parede curvilínea, definem o perímetro do edifício. Os volumes contam com três salas multifuncionais, vestiários, sanitários, área para professores e depósito. O volume onde se encontram os sanitários é o único que possui mais de um pavimento, com um terraço em sua cobertura. O projeto foi implantado em duas cotas e a transição entre elas é feita por meio da arquibancada em volta da quadra. A entrada dos volumes está voltada para o interior da edificação; os vestiários e a sala dos professores estão posicionados de frente para a quadra, na cota superior. O restante do programa se abre para um espaço generoso, localizado na mesma cota da quadra, que pode funcionar como uma área multifuncional com a possibilidade eventual de expansão, caso seja incorporada a área da quadra.

10. ARENA DO MORRO2014 // AMÉRICA // BRASIL

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Fig. P.10.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.10.7: Corte transversal S2. Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

Fig. P.10.8: Corte transversal S3.Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

Fig. P.10.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.10.4: Planta térreo. Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

Fig. P.10.5: Elevação frontal. Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

Fig. P.10.6: Corte longitudinal S1. Fonte: ARENA, 2014b, n.p

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Arquiteto: Herzog & de Meuron

Localização: Cidade de Natal, no Brasil

Área: 1964m²

Ano: 2014

Patrocinadores: Ameropa Foundation, Binningen, Switzerland, Centro Sócio Pastoral Nossa Senhora de Conceição.

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: 1 ano e meio

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Salas multiuso, salas de aula, terraço, vestiários e quadra poliesportiva

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Granilite, concreto, telha ondulada de alumínio com isolamento, blocos de concreto, estrutura metálica e concreto

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e ambiental

Fonte:ARENA, 2014a, n.p. ARENA, 2014b, n.p. GRUNOW, 2014, n.p. JÁCOME, 2018, n.p.URBAN, 2009, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.10.9: Vista aérea. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

Fig. P.10.12: Vista aérea do projeto e seu entorno. Fonte: ARENA, 2014a, n.p.

Fig. P.10.11: Vista interna da sala Multiuso III. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

Fig. P.10.14: Vista interna da quadra. Fonte: ARENA, 2014b, n.p

Fig. P.10.10: Vista do terraço. Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

Fig. P.10.13: Vista da rua de acesso ao edifício. Fonte: ARENA, 2014a, n.p.

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Fig. P.11.1: Vista fachada frontal Centro Comunitário Pani. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra do centro comunitário localizada na cidade de Rajarhat, Bangladesh, abriga, também, uma escola. Ainda que não seja possível ver claramente a demarcação do lote, o seu perímetro está sugerido pela configuração dos lotes vizinhos e algumas cercas. A vegetação existente e uma lagoa separam a edificação da via pública. O edifício é composto por três volumes conectados por uma passarela e cobertos por um único telhado em forma de “U”. A cobertura de telhas metálicas onduladas recicladas possui uma estrutura de bambu que funciona de forma independente ao restante do projeto e é solta dos três volumes em alvenaria estrutural situados abaixo dela: um térreo, mas com acesso a sua cobertura; e outros de dois pavimentos. O edifício térreo é separado dos outros dois por um vazio central que marca o acesso ao edifício e inicia-se coberto e ao final do mesmo torna-se descoberto. Esta edificação foi pintada de amarelo, revestida com bambus. Suas aberturas, na frente e nos fundos, realizadas por portas camarão de ferro recobertas por bambu, seguem a mesma modulação da fachada. Os outros dois volumes, de dois pavimentos, possuem plantas similares, mas espelhadas; são separados por uma escada de acesso e aparentam ser um único volume. Suas paredes, rebocadas e pintadas de cinza e amarelo, possuem pequenas aberturas na fachada interna e rasgos verticais, maiores, na externa, controlando, assim,

a entrada de luz e permitindo a ventilação cruzada. O interior das salas é pintado de azul claro e os batentes das janelas de amarelo; as portas são de madeira. COMO FUNCIONA: A entrada do projeto se dá pela praça coberta no eixo central do edifício. A praça coberta, seguida de uma descoberta, divide o programa, separando o edifício do centro comunitário dos outros dois que comportam a escola e os serviços. O pátio descoberto funciona como área de acolhimento aos visitantes e a fachada do centro comunitário voltada para ele é cega, o que sugere o uso principal desse espaço pelos alunos da escola. No térreo desse edifício dele localizam-se: uma loja de bicicleta, um depósito e uma área para workshops. Sua cobertura, recoberta pelo telhado, é um espaço multiuso destinado às assembleias da comunidade e pode ser acessada por meio de uma passarela metálica com piso de madeira que se origina do bloco escolar. O acesso aos programas do térreo é realizado pela fachada principal e pelo pátio coberto ao fundo, que também funciona como uma área multiuso. No bloco escolar encontramos, no térreo, duas salas de aula e dois sanitários; no segundo pavimento, além das duas salas de aula estão o depósito e o reservatório de água. O núcleo de escada divide o edifício em duas áreas simétricas onde o mesmo programa se repete dos dois lados. As águas pluviais são captadas e reutilizadas.

11. CENTRO COMUNITÁRIO PANI2014 // ÁSIA // BANGLADESH

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Fig. P.11.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.11.6: Corte transversal pela escada. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.9: Corte transversal pela loja e salas de aula. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.5: Elevação fachada Sul.Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.4: Planta térreo. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.8: Elevação fachada Norte. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.7: Planta primeiro pavimento.Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: SchilderScholte Architects

Localização: Cidade de Rajarhat, em Bangladesh

Área: 910m²

Ano: 2014

Orçamento: Informação não encontrada

Patrocinadores: Fundação Alemã Pani e financiamento coletivo

Tempo de construção: 18 meses

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Loja de bicicleta, depósito, área para workshops, espaço multiuso, salas de aula e sanitários

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, tijolo, madeira, aço reutilizado, concreto e telhas metálicas onduladas recicladas

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade: Socioeconômica

Fontes: PANI, 2015a, n.p. PANI, 2015b, n.p PANI, [s.d.], n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.11.10: Vista fachada sul. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.13: Vista fachada Norte. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.12: Vista área multiuso (área de trabalho). PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.15: Vista sala de aula. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.11: Vista pátio descoberto. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. P.11.14: Vista pátio de entrada. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

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12. CASA COMUNITÁRIA CAM THANH

Fig. P.12.1: Vista aérea Centro Comunitário Cam Thanh. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra está localizada em um terreno de esquina na área urbana de Hoi Na no Vietnã. O lote é delimitado por um muro que contorna seu perímetro. Apesar de estar situada em um terreno de esquina, a edificação não se volta para ela. O acesso ao lote é feito por duas entradas na mesma lateral, próximas à divisa do terreno com o lote vizinho. O edifício principal, com vazios internos e recortes, ocupa o lote de forma central. O perímetro recortado da edificação cria espaços de acolhimento e, também, uma relação com o jardim onde este se insere. Um recorte diagonal, sinaliza a entrada da edificação. A volumetria e a forma com que os telhados estão dispostos, com diferentes alturas, aparentam se tratar de três edificações distintas. A estrutura do bloco principal é mista: de concreto, madeira e bambu. Os pilares e vigas de concreto, inseridos nas paredes de fechamento da edificação, amarram as paredes, permitem a realização das aberturas e, em alguns locais, ajudam na sustentação ou travamento do telhado. Os pilares de madeira, funcionam de forma independente e sustentam a estrutura do telhado de bambu, coberto por folhas de coqueiro. As paredes, duplas de tijolos, criam um colchão de ar e funcionam como isolante térmico. A grande quantidade de aberturas e o vazio interno proporcionam a entrada de iluminação e ventilação natural. O bloco secundário, dos banheiros e depósito, possui um telhado convencional de quatro

águas; feito com estrutura de bambu, coberto por palha e apoiado diretamente nas paredes estruturais. O piso em concreto é elevado aproximadamente 50 cm, soltando a edificação do terreno. As águas pluviais são encaminhadas pelo telhado reverso para os vazios centrais onde são captadas, armazenadas em tanques e reutilizadas no edifício. Na área externa, o jardim e o edifício são sombreados com arecas e trepadeiras suportadas por uma grande malha de cabos tensionados presos nas árvores e no edifício. COMO FUNCIONA: O terreno, localizado em uma esquina, possui duas entradas para os visitantes em uma de suas laterais. Uma principal para carros e pedestres e uma somente para pedestres pelo jardim. Diferente do terreno, o edifício, pode ser acessado por todas as fachadas e em diversos pontos. O acesso principal, onde estão localizados o lobby e o café, é coberto e aberto. O lobby direciona a entrada pela lateral do volume central, como acesso principal coberto. O espaço sem nenhuma divisão interna abriga uma área multifuncional e de exposições, um local para conferências, uma biblioteca e uma cafeteria, todos voltados para dois pátios internos. Seu espaço é flexível e permeável, sendo capaz de receber distintos programas além daqueles inicialmente propostos. A edificação secundária, no fundo do lote, é dedicada apenas aos sanitários e depósito.

12. CASA COMUNITÁRIA CAM THANH2015 // ÁSIA // VIETNÃ

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Fig. P.12.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora. Fig. P.12.5: Corte esquemático sem escala.

Fonte: CAM THANH, 2018, n.p.

Fig. P.12.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora. Fig. P.12.4: Planta térreo.

Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.Fig. P.12.6: Perspectiva explodida. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: 1 + 1> 2 International Architecture

Localização: Cidade de Hoi An, no Vietnã

Área: Aproximadamente 550m²

Ano: 2015

Patrocinadores: Informação não encontrada

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Espaço multifuncional e de exposições e conferências, biblioteca, cafeteria, sanitários, depósito, playground, fazenda de vegetais orgânicos, jardim de areca e campo de esporte

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, tijolo de adobe, madeira, bambu, concreto e cimento

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e climática

Fonte:BRINK, 2015, n.p. CAM THANH, 2015, n.p.CAM THANH, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.12.7: Vista entrada. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. P.12.10: Vista pátio interno da área de exposições. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. P.12.9: Vista pátio interno da biblioteca. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. P.12.12: Vista área de exposições. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. P.12.8: Vista jardim da recepção. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. P.12.11: Vista espaço multifuncional. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

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13. RESIDÊNCIA DE ARTISTAS E CENTRO COMUNITÁRIO THREAD

Fig. P.13.1: Vista entrada da Residência de artistas e centro comunitário Thread. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra está inserida em um terreno retangular de esquina no vilarejo rural de Sinthian no Senegal. O perímetro é fechado por gradil e, por não ter vizinhos, pode ser acessado pelos quatro lados. Nota-se que existe uma divisão interna no terreno separando a parte existente da nova, onde foram implantados o centro cultural e as residências dos artistas. Um piso de concreto leva os visitantes aos acessos das novas construções que consistem em cinco edificações. O edifício principal, localizado na extremidade do terreno próximo ao limite do lote, tem formato retangular e dois pátios centrais. As paredes estruturais, junto com alguns pilares e vigas de concreto, suportam a estrutura de três camadas de bambu do telhado, coberto por sapê. A morfologia do telhado, resultado de uma transformação paramétrica do telhado tradicional, proporciona diferentes alturas e direciona as águas das chuvas para as calhas coletoras que as encaminha para um dos dois reservatórios. Os tijolos das paredes, rebocadas e pintadas de branco, em determinadas áreas, se encontram espaçados uns dos outros de forma linear, e em outras estão espaçados diagonalmente, como uma trama, um elemento vazado que permite a ventilação cruzada, a entrada de luz, mas barram a poeira. O piso da edificação é elevado 50 cm do terreno; seu revestimento é feito por mosaico de azulejos quebrados, em algumas partes coloridos e em outras

brancos; com exceção dos pátios descobertos em que o piso é só cimentado. Os caixilhos, são de madeira pintados de branco. Os outros quatro edifícios têm planta oval, alvenaria estrutural e telhado de bambu. Os acabamentos das paredes e piso são os mesmos da edificação principal. A energia para projeto é gerada através de painéis solares. COMO FUNCIONA: Os caminhos que levam o visitante do portão aos edifícios são sinuosos e circulam a vegetação, mantendo o mesmo padrão existente na comunidade. O edifício principal e os dois pátios descobertos organizam o programa a sua volta; o piso, cerca de 20 cm mais alto do que no restante, marca o espaço, delimitando uma possível área exposições, ou qualquer outro acontecimento que mereça destaque. Seu acesso pode se dar pelas quatro fachadas, porém duas delas, opostas, centralizadas na maior área aberta e coberta, possuem um recorte em forma de arco sugerindo que essas sejam as entradas principais. Praticamente inteiro sem uso definido, o edifício destina-se a receber diversas atividades. Nas suas extremidades, se encontram programas predeterminados: uma residência para artistas fechada e um espaço para workshop parcialmente fechados, que se repetem nas extremidades opostas, porém espelhados e invertidos. Nas outras quatro edificações presentes no terreno estão as residências para convidados, diretor, portaria e depósito.

2015 // ÁFRICA // SENEGAL

13. RESIDÊNCIA DE ARTISTAS E CENTRO COMUNITÁRIO THREAD

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Fig. P.13.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.13.2: Foto aérea com locação da obra.Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.13.5: Planta térreo edifício comunitário. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. P.13.4: Implantação edifícios novos e existentes. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p. adaptado pela autora.

Edificações existentes

Fig. P.13.8: Corte longitudinal A. Fonte: THREAD, 2016, n.p.

Fig. P.13.7: Corte esquemático do telhado e calha. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. P.13.6: Elevações Oeste e Leste. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. P.13.9: Corte transversal B. Fonte: THREAD, 2016, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: Toshiko Mori

Localização: Cidade de Sinthian, no Senegal

Área: Aproximadamente 1048,41m²

Ano: 2015

Patrocinadores: Josef and Anni Albers Foundation e American Friends of Le Korsa

Orçamento: R$ 548.958

Tempo de construção: 13 meses

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Residência para artistas, convidados e diretor, portaria e espaço multifuncional

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, concreto, sape, tijolo de adobe e azulejos

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:BERLANDA, 2016, n.p.FIXEN, 2015, p. 82-87NEW ARTIST, 2015, n.p. THREAD, [s.d.]a, n.pTHREAD, [s.d.]b, n.pTHREAD, 2016, n.p. TOSHIKO, 2015, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.13.10: Vista aérea da obra. Fonte: BERLANDA, 2016, n.p.

Fig. P.13.13: Vista acesso ao pátio descoberto. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. P.13.12: Vista pátio descoberto. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. P.13.15: Vista espaço coberto entre os dois pátios. Fonte: THREAD, 2016, n.p.

Fig. P.13.11: Vista espaço multifuncional. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p

Fig. P.13.14: Vista interna do quarto para artistas. Fonte: TOSHIKO,2015,n.p.

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Fig. P.14.1: Vista entrada Re-ainbow. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra, localizada em junto ao estádio Duc Tho, em Duc tho no Vietnã. O lote está inserido em uma quadra sem nenhum fechamento, desta forma não se sabe ao certo o seu perímetro. O edifício, térreo com planta retangular e um vazio central, é uma espécie de galpão aberto, multifuncional, com algumas salas fechadas de programa determinado. A cobertura de seis águas é feita com telha metálica ondulada colorida, revestida internamente por placas de poliuretano fixadas por tubos metálicos. A estrutura, de andaimes reaproveitados pintados com diversas cores, é simples e modulada. Nas extremidades da cobertura e em todo o seu perímetro, inclusive no jardim, o módulo de 2,25 x 2,25 m foi reduzido pela metade, sugerindo uma circulação periférica. Na área onde há alvenaria, a cobertura é apoiada diretamente sobre ela. As paredes estão recuadas meio módulo da extremidade da cobertura. Os tijolos, revestidos e pintados de azul, recebem elementos vazados que auxiliam a ventilação e iluminação. Seu piso é de cimento e os caixilhos de alumínio

e vidro. A captação de águas pluviais é feita pelas calhas entre as seis águas do telhado, direcionada para um tanque de armazenamento e, posteriormente, reutilizada. A obra conta, também, com painéis solares responsáveis pelo fornecimento de energia e aquecimento da água dos vestiários. COMO FUNCIONA: Tanto o lote quanto o edifício são abertos e podem ser acessado por todos os lados. O edifício térreo, na realidade é uma grande cobertura, cujo programa divide-se em duas partes separadas por um jardim central descoberto. A primeira, aberta e coberta, como um grande terraço, abriga o espaço multifuncional. Esse lugar, como descrito pelos arquitetos (RE-AINBOW, 2015, n.p.), pode ser compartimentado por divisórias móveis de acordo com a sua necessidade. A segunda, fechada e compartimentada, recebe o programa estático; nela estão os sanitários, administração, cozinha, centro médico e depósito. Todas as salas, com exceção do centro médico e depósito, possuem acessos independentes pela circulação periférica.

2015 // ÁSIA // VIETNÃ

14. RE-AINBOW

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Fig. P.14.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.14.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.14.4: Implantação edifício novo e existentes. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.7: Elevação eixos X1-X12. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.6: Perspectiva explodida. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.8: Corte transversal pelo vazio. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.5: Planta térreo. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

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Arquiteto: H&P Architects

Localização: Cidade de Duc Tho, no Vietnã

Área: 303,75m²

Ano: 2015

Patrocinadores: Informação não encontrada

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Espaço comunitário, centro de saúde e clínica de imunização, cozinha, chuveiros públicos, sanitários, administração e depósito

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Andaimes, telha metálica, blocos e placas PU

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e climática

Fonte:RE-AINBOW, [s.d.], n.p.RE-AINBOW, 2015, n.p.STEVENS, 2015,n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.14.9: Vista lateral. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.12: Vista entrada. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.11: Vista pátio interno descoberto. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.14: Vista do espaço multifuncional. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.10: Vista dos fundos. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. P.14.13: Detalhe da estrutura do telhado. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

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Fig. P.15.1: Vista entrada Nam Dam Swallow “Homestay” e Centro Comunitário. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra está localizada em um terreno de esquina na área rural do vilarejo de Nan Dam, na cidade de Quản Bạ. É possível verificar que apenas a vegetação existente no perímetro do terreno o separa das vias públicas e, dessa maneira, os visitantes podem ter acesso por diversos pontos. O edifício, com dois pavimentos, foi implantado paralelo ao lote, próximo ao fundo, proporcionando uma área de jardim na frente, por onde é realizado o acesso principal do lote e da edificação. A fundação, feita de pedras locais, recebe diretamente as paredes estruturais de taipa que possuem 80 cm de espessura, que realizam um importante desempenho térmico. Estas, por sua vez, são revestidas, internamente, por “uma mistura de terra e aditivos, a fim de aumentar a força, evitar rachaduras e manter as superfícies limpas” (NAM DAM, 2015, n.p.). No térreo encontram-se algumas vigas de concreto armado e outras de madeira que, apoiadas diretamente sobre as paredes, sustentam o primeiro pavimento. Parte da área do térreo tem o pé direito duplo iluminado por um caixilho do pavimento superior. No primeiro pavimento algumas paredes externas são de taipa, embora outra parte delas, e todas as internas, sejam de madeira. O fechamento dos ambientes, nesse andar, está descolado de três das quatro fachadas: na frente e atrás pela circulação e varanda, e na lateral pelo vazio do pé direito duplo. O telhado, de duas águas coberto por telhas cerâmicas duplas, possui uma ruptura para entrada de luz natural.

Na estrutura de madeira foram inseridas juntas de aço para maximizar o vão. O forro nos quartos superiores é de bambu. O piso do térreo é de concreto; no primeiro pavimento é composto por painéis de madeira, com exceção da área dos sanitários que possui uma laje de concreto. As portas são de madeira; os caixilhos de madeira com vidro ou palha. O projeto conta com reservatórios para armazenamento de água pluvial e placas fotovoltaicas na cobertura. COMO FUNCIONA: A entrada principal é feita por duas portas de mesma dimensão que chegam ao espaço comunitário; local este que é destinado às atividades locais e turísticas, reuniões e, também, possui um pequeno museu. Esta área, semelhante à sala de uma residência, possui mesas para jantar, sala de estar com lareira, cozinha e lavabo, ao fundo. Do lado direito do espaço comunitário, temos duas suítes com praticamente a mesma dimensão que podem ser acessadas tanto por fora como por dentro do edifício. Parte do térreo possui pé direito duplo, mas não existe uma relação entre o térreo e o primeiro pavimento, a não ser por caixilhos presentes na circulação e na varanda. O primeiro pavimento não possui nenhuma área comunitária, nele se encontram três suítes, com a mesma dimensão, e uma varanda conjunta. Dispostos de forma linear, estes ambientes são acessados por um corredor periférico cuja escada é localizada na área com pé direito duplo no térreo.

2015 // ÁSIA // VIETNÃ

15. NAM DAM SWALLOW “HOMESTAY” E CENTRO COMUNITÁRIO

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Fig. P.15.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.15.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.15.4: Planta térreo.Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.5: Planta primeiro pav. . Fonte: RE NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.8: Corte esquemático com funcionamento. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.7: Corte transversal. Fonte: NAM DAM, 2015, n.ph

Fig. P.15.6: Corte longitudinal. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

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Arquiteto: 1 + 1> 2 International Architecture

Localização: Cidade de Quản Bạ, no Vietnã

Área: Aproximadamente 300m²

Ano: 2015

Patrocinadores: Informação não encontrada

Orçamento: Informação não encontrada

Tempo de construção: Informação não encontrada

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: 5 suítes, cozinha, espaço multifuncional, museu e sanitário

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Pedra, concreto armado, madeira e terra

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica

Fonte:EARTH, [s.d.], n.p. NAM DAM, 2015, n.p. WANG, 2016, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.15.9: Vista fachada sudoeste. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.12: Vista fachada Sudeste. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.11: Vista pé direito duplo do espaço multifuncional. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.14: Vista espaço multifuncional. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.10: Vista corredor primeiro pavimento. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

Fig. P.15.13: Vista varanda primeiro pavimento. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

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16. CENTRO COMUNITÁRIO RENASCER CHAMANGA

Fig. P.16.1: Vista frontal Centro comunitário Renascer Chamanga. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

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DESCRIÇÃO: Este centro comunitário localiza-se em San José de Chamanga, no Equador. Inserido em um terreno da comunidade, denominado albergue Nova Jerusalén. Não é possível ver demarcação do lote no material encontrado e pelas fotos não está claro se existe algum fechamento no perímetro do terreno. A obra é composta por duas edificações, sendo a principal uma área retangular livre, aberta e coberta, com um pequeno volume solto e fechado em uma das extremidades. O telhado da edificação principal, de uma única água e telha metálica ondulada, é suportado por uma estrutura de dois planos de bambu. “O primeiro plano em direção à fachada frontal com uma altura de 4,80 m por 20 m de largura e o segundo painel corresponde à fachada posterior com uma altura de 3,20 m por 18 m de largura” (RENASCER, 2017, n.p.). A estrutura foi projetada com encaixes simples que não necessitavam de mão de obra especializada para ser executada; o forro é feito de bambu. O edifício principal não tem nenhum fechamento, a não ser o módulo do meio que é inteiro de madeira, inclusive as portas. O piso de bambu é estruturado

em madeira e também em bambu e a fundação foi feita com cimento e pneus. O pequeno edifício secundário, o qual não temos acesso ao projeto e só o vemos por meio das fotografias, possui uma estrutura de quadros metálicos reciclados de embalagens doadas por empresas que importam peças automotivas; foi todo revestido com painéis de madeira. Ao lado foi construída uma outra edificação, cujo projeto e os detalhes não foram encontrados, mas aparentemente é foi realizada com mesmos materiais. Na parte externa foi feito um playground de madeira, bambu e pneus. COMO FUNCIONA: A entrada do edifício principal, que consiste em uma grande cobertura, é feita entre os planos inclinados originados pelos pilares de bambu e pode ser feita por qualquer direção. Esse espaço multifuncional, aberto e coberto, não possui fechamentos em seu perímetro. Em uma das extremidades encontramos a única área fechada, onde estão localizados a cozinha e o depósito. No edifício ao lado está localizado o pequeno edifício que abriga os sanitários.

2016 // AMÉRICA // EQUADOR

16. CENTRO COMUNITÁRIO RENASCER CHAMANGA

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Fig. P.16.3: Foto aérea aproximada com locação da obra porem a edifi-cação não foi identificada.Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.16.6: Fachada posterior da estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.9: Fachada da lateral esquerda da estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.8: Fachada da lateral direita da estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.5: Fachada frontal da estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.2: Foto aérea com locação da obra. Fonte:Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

Fig. P.16.4: Planta da estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.7: Maquete do projeto. Fonte: RENACER, 2017, n.p..

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Arquiteto: Actuemos Equador

Localização: Cidade de San José de Chamanga, no Equador

Área: 180m²

Ano: 2016

Patrocinadores: Actuemos Equador e fazendas da região

Orçamento: R$ 31.959

Tempo de construção: 3 meses

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Área coberta para eventos comunitários, cozinha e área para comer, latrinas e infraestrutura sanitária e parque infantil

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, madeira, telha metálica, cimento e pneu

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade do local: Socioeconômica e ambiental

Fonte:RENACER, 2017, n.p.ACTUEMOS, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

Fig. P.16.10: Vista do playground. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.13: Vista do espaço comunitário com coz. ao fundo. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.12: Vista da fachada frontal. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.15: Vista noturna da obra. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.11: Vista do espaço multifuncional. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. P.16.14: Vista do volume da cozinha na fachada frontal. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

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Fig. P.17.1: Vista aérea Pavilhões para Okana. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

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DESCRIÇÃO: A obra, denominada pelas arquitetas como pavilhão piloto para o uso público, está localizada em um terreno no vilarejo de Okana, em Kisumu no Quênia. Ainda que não seja possível ver claramente a demarcação do lote, o seu perímetro é sugerido pela posição em que cinco edifícios do projeto estão implantados. Muros baixos delimitam o perímetro dentro do qual esses volumes e uma praça parcialmente coberta por lonas fixadas em pilares metálicos e tirantes, chamada de “espaço comunitário”, estão inseridos. O piso, desenhado por quadrados, é utilizado no interior do perímetro reforçando sua delimitação. A exceção é o edifício dos sanitários, que está localizado fora desta área e sem um piso circundante. Os edifícios que compõem o projeto constituem-se em volumes de aproxidamente 8 x 8 m, com um vazio central para favorecer a ventilação e iluminação natural. O mesmo acontece no edifício dos sanitários, porem seu volume é menor. A estrutura principal de bambu, que sustenta a cobertura, é independente dos fechamentos internos e externos, que por serem opcionais garantem uma possível flexibilidade do espaço. A cobertura, de fibrocimento, configura-se em quatro águas com planos de diferentes inclinações, direcionando a água para os dois pontos de captação de águas pluviais que serão encaminhadas para o reservatório subterrâneo. As paredes são de tijolos pintados de branco e, em determinadas áreas, os blocos

são espaçados, formando um grande elemento vazado que garante a ventilação cruzada e permanente. Os caixilhos são de ferro preenchidos por tramas de palha. A configuração sugere sua replicabilidade e possibilidade de conexões quando necessário. COMO FUNCIONA: A entrada do projeto se dá pelo “espaço comunitário”. Embora se verifique nos desenhos técnicos, do primeiro levantamento em 2017, uma circulação interna ocorrendo exclusivamente no centro da composição, é possível observar pelas fotografias, e pela nova planta encontrada em 2018, a implantação de uma circulação perimetral. Apesar da flexibilidade espacial todos os edifícios têm programa predeterminado e somente um deles, possui um espaço capaz de receber a comunidade para eventos. No projeto, a área destinada ao “espaço comunitário” é externa. Para atender as necessidades do programa, dois dos edifícios foram unidos e receberam um café com internet, um centro de informática e uma sala para workshop de costura. Os outros três volumes são independentes apesar da proximidade em que foram implantados; abrigam a administração, a biblioteca e uma área com cozinha, cafeteria e padaria. O edifício dos sanitários é separado dos outros, fica fora do perímetro de fechamento e piso da obra. Cada edifício conta com painéis para captação de energia solar, calhas coletoras de águas pluviais e reservatório para armazenamento das mesmas.

2016 // ÁFRICA // QUÊNIA

17. PAVILHÕES PARA OKANA

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Fig. P.17.3: Foto aérea aproximada com locação da obra. Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.17.2: Foto aérea com locação da obra.Fonte: Google Earth, 2018, adaptado pela autora.

Fig. P.17.4: Planta do térreo. Fonte: FROM, 2017, n.p.

IFig. P.17.7: Corte transversal pela biblioteca. Fonte: FROM, 2017, n.p.

Fig. P.17.8: Perspectiva explodida. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.5: Corte longitudinal. Fonte: FROM, 2017, n.p.

Fig. P.17.6: Elevação Sudoeste. Fonte: FROM, 2017, n.p.

LOCALIZAÇÃO DO PROJETO DESENHOS TÉCNICOS

banheiros e chuveiros

biblioteca

cozinha, cafeteria e padariaadministração

oficina de costura

sala de informática

Internet café

depósito

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Arquiteto: Laura Katharina Strähle & Ellen Rouwendal

Localização: Vilarejo de Okana em Kisumu, no Quênia

Área: 670m²

Ano: 2016 (1ª etapa) e 2018 (2ª etapa)

Orçamento: R$ 761.763

Patrocinadores: Financiamento coletivo pelo site www.pavilions-for-okana.org. Federal Ministry for Economic Cooperation and Development, TU Delft, Universiteits Fonds Delft, Stud, Toolstowork, Hofsteestichting, Weeshuisdoopsgezinden, Rotary Ludwigsburg, Rotary Deutschland Gemeindienst E.V., Srikenya, Students4sustainability, SATA, Broshuis, De Johanna Donk–Grote Stichting, Onepercentclub, Reynaers, Wildeganzen, Bau- Planungsburo M+P GmbH.

Tempo de construção: 4,5 meses (1ª etapa) e 4 meses (2ª etapa)

Processo de concepção e execução: Participativo no projeto Participativo na obra Sem participação da comunidade Não encontrada

Programa: Sanitários, administração, biblioteca, cozinha, cafeteria, padaria, café com internet, scaner e impressora, centro de informática, sala para workshop de costura, espaço comunitário e depósito

Sistema construtivo: Vedos estruturais Estrutura independente Estrutura da cobertura independente

Materiais empregados: Bambu, tijolo, madeira, concreto, ferro, ferrocimento, juta e lona.

Recursos de autossuficiência da edificação: Captação de água pluvial Painéis solares fotovoltaicos

Vulnerabilidade: Socioeconômica e climática

Fontes: FROM, 2017, n.p.PAVILIONS, 2015, n.p.ROUWENDAL, Ellen e STRÄHLE, Laura Katharina, 2016, p. 16-41.STRÄHLE, 2018, n.p.

FOTOS DO PROJETO FICHA TÉCNICA

P.17.9: Vista acesso pelo Internet café. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.12: Vista pátio central. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.11: Vista interna espaço para costura. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.14: Vista interna biblioteca 02. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.10: Vista interna cafeteria. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. P.17.13: Vista interna biblioteca 01. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

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3. AS VULNERABILIDADES DO TERRITÓRIO E O CENTRO COMUNITÁRIO

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Conforme descrito no primeiro capítulo, para definir um território é necessário levar em conta a sua materialidade, ou seja, devem ser incluídos: a natureza; os aspectos, a estrutura do lugar e o seu uso; a ação humana; o trabalho; e, a política (SILVEIRA, 2011). Dessa forma, pode-se dizer que o território é composto pelo lugar – espaço geográfico; e, também, pelas pessoas que vivem nesse local – es-paço social.

Susan Cutter (1996) descreve a vulnerabilidade como o potencial para perda; na qual a con-dição de estar em risco ou em perigo e a falta de resiliência frente a situação apresentada carac-terizam este cenário. Neste trabalho, portanto, as vulnerabilidades e riscos considerados foram: os ambientais, climáticos e socioeconômicos.

Os distintos riscos podem, entretanto, ser sobrepostos. Humberto Alves (2006, p. 43) ao no-mear a vulnerabilidade do território como socioambiental a define como a “coexistência ou sobrepo-sição espacial entre grupos populacionais muito pobres e com alta privação (vulnerabilidade social) e áreas de risco ou degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental)”.

Essa situação ocorre, de fato, em alguns dos casos levantados, mas optou-se, na presente pesquisa, por separar os tipos de vulnerabilidade e observar o território vulnerável e as obras nele inseridas por meio de duas vertentes: a que se refere ao espaço ocupado, considerada aqui como ambiental e climática; e a dos ocupantes desse espaço, entendida como socioeconômica.

Independentemente do tipo de vulnerabilidade, os centros comunitários selecionados no ca-pítulo anterior, por receberem esta denominação ou possuírem uma área livre multifuncional deter-minada em projeto para uso da comunidade, entram nesses territórios buscando integrar-se ao local e, também, com os habitantes que nele residem. Por meio dos dados levantados sobre a materiali-dade do projeto, viabilidade e funcionamento foi possível observar as características desses projetos implantados; e, a partir desse momento, destacam-se os elementos e informações relevantes que caracterizem as construções nesses territórios.

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O tipo de vulnerabilidade abordado nessa pesquisa e, portanto, relacionado com as obras selecionadas é o socioeconômico; isto porque, em um primeiro momento, está presente em todos os projetos selecionados, mas, também, por se referir aos ocupantes dessas obras e, por esta razão, dispor de maior possibilidade de ser influenciada pela construção desses edifícios na comunidade.

Isso não quer dizer que a vulnerabilidade ambiental ou climática, não possa ser abordada pela solução projetual, do ponto de vista construtivo, quanto a estrutura que suporta as ações da natureza, independente ao uso que se propõe. Nesse caso, esta abordagem, em que o uso não é determinante nem a relação com local do ponto de vista social, somente será considerada devido a extrema necessidade de suportar tais condições, tornando-se um local seguro para a comunidade e proporcionando suporte físico, caso seja necessário. Dessa maneira, o único aspecto a ser anali-sado nos casos aqui estudados foi a estratégia projetual empregada.

3.1 Vulnerabilidade ambiental e climática e as estratégias projetuais

A vulnerabilidade ambiental do território, quando não vinculada à ocupação de áreas ilegais tais como encostas, mananciais e margens de rios, exige soluções projetuais sofisticadas, normal-mente inacessíveis às comunidades socioeconomicamente vulneráveis. Este tipo de vulnerabilidade ocorre, muitas vezes, devido a ocupação irregular, como uma construção ilegal em uma encosta que pode desabar a qualquer momento. Contudo, esse fator não é determinante em todos os casos, essa vulnerabilidade pode estar associada, ainda, a eventos geomorfológicos como terremotos ou a erupções vulcânicas, acontecimentos estes que afetariam determinada região e certa ocupação, seja ela ilegal ou não.

Os eventos climáticos, como tufões, enchentes e secas, podem se suceder independente-mente do tipo de ocupação; e, dependendo da magnitude, a prevenção aos mesmos em áreas remo-tas é difícil de ser realizada, as vezes por falta de informação e outras por falta de recurso.

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Conforme descrito nas fichas técnicas do capítulo 2, três dos territórios onde estão localiza-dos os centros comunitários apresentaram vulnerabilidade ambiental e cinco deles vulnerabilidade climática.

A vulnerabilidade ambiental ocorrida em dois deles, onde estão localizados Centro Comuni-tário Pumanque (Chile) e o Renascer Chamanga (Equador), relaciona-se com terremotos que aconte-ceram nas regiões (fig. 3.1). Esses projetos foram realizados com o intuito de ser um ponto de apoio para a população local após o incidente, entretanto não foram projetados para suportar um novo terremoto.

No bairro de Santa Maria em Natal, Rio Grande do Norte, onde se encontra o terceiro caso, o Arena do Morro, a situação foi diferente. A vulnerabilidade ambiental está associada a uma ocu-pação irregular, onde houve um desabamento por conta de fortes chuvas (fig. 3.2). O desabamento mencionado aconteceu após a construção do projeto e, por mais que não tenha nenhuma relação com a obra construída, demonstra a situação precária e a falta de segurança da região, ainda que, a localização da obra, em um terreno praticamente plano, descarte esse tipo de ameaça.

Os outros cinco projetos localizados em territórios climaticamente vulneráveis são: Centro comunitário Las Margaritas (México); Pavilhões para Okana (Quênia); Bottle Sail, a Casa comunitária Cam Thanh e Re-ainbow (Vietnã).

O centro comunitário Las Margaritas se encontra em uma região com clima desértico, ou seja, seca e com temperaturas extremas. Para melhorar o conforto térmico das edificações foram construídas paredes de tijolos de adobe com 40 cm de espessura e, na cobertura, acima da imper-meabilização, foi instalada uma camada de 10 cm de terra (fig.3.3). Os banheiros são secos, reduzin-do o uso da água; e, as águas pluviais são captadas e armazenadas em uma cisterna.

Os Pavilhões para Okana localizam-se numa região em que, principalmente durante o outono, ocorrem tempestades e inundações. Por essa razão, o piso interno das edificações está, aproxima-

Fig. 3.1: San José de Chamanga após o terremoto em 2016. Fonte: El, 2016, n.p.

Fig. 3.2: Vista Cratera aberta pela chuva no bairro Mãe Luíza, Natal, em 2014. Fonte: JÁCOME, 2018, n.p.

Fig. 3.3: Corte da cobertura do centro comunitário Las Margaritas. Fonte: TOA, 2014, n.p.

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damente 40 cm, acima do nível do terreno e o piso que circunda os edifícios eleva-se cerca de 20 cm. No perímetro dos edifícios, nos locais onde foi feito piso, foram instaladas calhas de captação de água pluvial, com o intuito de armazenamento e reutilização das mesmas. (fig. 3.4)

Os outros três projetos, localizados em diferentes cidades da costa do Vietnã, sofrem com ondas de calor e tufões. Destes o Re-ainbow foi o único em que não foram utilizadas estratégias projetuais para lidar com tais situações.

O Bottle Sail foi projetado para suportar os tufões da região vietnamita e proteger as semen-tes que podem ser guardadas nele. A fundação profunda, de tubos de concreto, é reforçada pelo travamento feito por meio do sistema de quadros de bambu. A simplicidade da construção, com técnicas locais e materiais de fácil acesso, a torna de fácil replicação, podendo servir de abrigo para a comunidade.

A Casa comunitária Cam Thanh também foi projetada levando em conta as tempestades de vento e tufões existentes na região. A forma do telhado, reverso, além de encaminhar as águas para um vazio central onde são captadas, evitou ângulos agudos (fig. 3.5), que estagnam o vento e por esta razão podem causar de destelhamento.

3.2 A vulnerabilidade socioeconômica do território e o centro comunitário: a viabilidade, o edifício e sua sobrevivência

Na maior parte dos casos a vulnerabilidade de um território está vinculada à pobreza e exclu-são social. Os possíveis riscos e a falta de resiliência dos habitantes, por razões socioeconômicas, também são determinantes na caracterização destes locais.

Como foi visto no primeiro capítulo, de acordo com María Cleofé Valverde (2017), Omar Car-dona (2004), e William Adger (2006), existem três fatores que originam a vulnerabilidade: a fragilida-

Fig. 3.4: Detalhe da calha para captação de água pluvial dos Pavilhões para Okana. Fonte: FROM, 2015, n.p.

Fig. 3.5: Corte esquemático do telhado. Fonte: Elaborado pela autora

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de física; a fragilidade social; e, a falta de resiliência perante as situações adversas.

A fragilidade física ou exposição, é uma realidade destas pessoas, que por falta de condições ou pela própria conjuntura de identificação, vivem nestes locais. A fragilidade social, entretanto, “re-fere-se à predisposição que surge como resultado do nível de marginalidade e segregação social de comunidades carentes e suas condições de desvantagem e fragilidade relativa por fatores socioeco-nômicos” (VALVERDE, 2017, p. 41). Esta fragilidade pode sofrer influências a partir da implantação do centro comunitário em uma comunidade devido a possibilidade do encontro de pessoas com diferentes habilidades, promovido por essas instituições, aumentando, dessa maneira, a capacidade de reação a situações adversas.

A falta de infraestrutura e saneamento básico são parâmetros utilizados para a classificação do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) no Brasil. Por essa razão foram considerados como indica-tivos para classificarmos a vulnerabilidade de um território como socioeconômica.

Entende-se que devido à escassez existente em determinados territórios rurais e remotos onde os habitantes, diferente do que ocorre em áreas urbanas, vivem da “terra” e o clima e os eventos climáticos exercem grande impacto no cotidiano, estes eventos, poderiam também estar relaciona-dos com a vulnerabilidade climática. Mas, optou-se por trazer estas questões vinculadas a vulne-rabilidade socioeconômica, devida a restrição de recursos financeiros presentes nestes territórios.

Desse modo, como em muitos dos territórios onde se encontram os projetos selecionados, não existe rede de água encanada, esgoto e energia elétrica, é relevante verificar a capacidade de autosuficiência dessas edificações.(fig. 3.6)

O território, seja ele vulnerável ou não, segundo Raffestin (1993), é construído por um autor que, ao se apropriar do mesmo, territorializa o espaço. As relações de poder, os nós e redes criados por estes habitantes e suas diferentes interações, sejam elas políticas, culturais, econômicas ou so-ciais, no caso dos territórios vulneráveis, talvez deixem de se realizar devido à falta de oportunidade, Fig. 3.6: Moradoras de Sinthian buscando água. Fonte: TOSHIKO,2015, n.p.

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e consequentemente as necessidades da comunidade terminam por não se adaptar às condições do espaço.

Dentro das abordagens conceituais sobre o território, a vertente sob a qual pretendemos entende-lo é a culturalista, pois a mesma o considera como “um produto fundamentalmente da apropriação do espaço feita através do imaginário e da identidade social” (HAESBAERT; LIMONARD, 2007, p. 45); onde os principais agentes são os indivíduos ou grupos étnicos culturais e as relações de identificação cultural (fig.3.7). Entende-se, portanto, que ao olharmos esses edifícios é preciso considerar que cada cultura se relaciona de uma maneira com o espaço, além de possuir necessida-des especificas.

O conjunto de práticas sociais e os meios utilizados por distintos grupos sociais para se apropriar ou manter certo domínio (afetivo, cultural, político, econômico etc...) sobre/através de uma determinada parcela do espaço geográfico manifesta--se de diversas formas, desde a territorialidade mais flexível até os territorialismos mais arraigados e fechados (HAESBAERT; LIMONARD, 2007, p. 44).

“Num sentido mais simbólico, o território pode moldar identidades culturais e ser molda-do por estas, que fazem dele um referencial muito importante para a coesão dos grupos sociais.” (HAESBAERT; LIMONARD, 2007, p. 49). A construção desta relação entre grupos sociais por meio do território, empodera a comunidade e fortalece a identidade cultural local, que pode ou não se modi-ficar a partir desta nova configuração. À vista disso, os centros comunitários entram nesses terri-tórios como local de abrigo facilitador para esse encontro. Esses edifícios podem ser apenas uma cobertura ou possuir programas específicos conforme as demandas locais. Assim, com o intuito de melhor compreender essas edificações serão analisadas e comparadas: as implantações; os progra-mas dos edifícios; a organização espacial; os materiais e as técnicas construtivas empregadas.

Além das características físicas, quando avaliamos a carência de espaços de uso público em edificações como essas, que auxiliem no encontro e na capacitação da população, não se pode

Fig. 3.7: Mulheres na biblioteca. Fonte: THREAD, 2016, n.p.

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desconsiderar a importância de se conhecer o investimento necessário para a construção de tais edifícios, o tempo que se leva para realizar e o processo.

Para melhor compreensão desses projetos, a análise foi dividida em três aspectos distintos, a saber:

1. A Viabilidade – englobando: a iniciativa e a forma de captação de recursos; o investimento financeiro necessário; o tempo e o método de construção; o processo junto a comunidade.

2. O Edifício – estudando: o programa de necessidades; a implantação; a organização espacial ou construção do espaço; os materiais e técnicas construtivas empregadas.

3. A Sobrevivência – verificando: as estratégias projetuais utilizadas; os recursos para autos- suficiência; e, a administração dessas edificações.

3.2.1 A viabilidade

Iniciativa, captação de recursos e investimento necessário

A forma com que os recursos foram captados para construção dos Centros Comunitários está diretamente conectada com a pessoa de quem partiu a iniciativa. Dessa maneira, foi possível dividir em três modelos de iniciativas/captação de recurso, listados a seguir:

- Arquitetos que decidem atuar em determinados territórios e buscam patrocinadores para tais projetos, podendo ou não ter atuação da comunidade local;

- Escolas de arquitetura desenvolvem projetos em determinados territórios como parte do programa de formação e procuram patrocinadores para financiar as construções executadas pelos próprios alunos, com o auxílio ou não da comunidade local.

- Fundações ou ONGs que escolhem agir em certos territórios e procuram arquitetos para realizar tais projetos, com ou sem atuação da comunidade local.

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A atuação dos arquitetos frente a realidade encontrada nesses territórios e a maneira de viabilizar tais projetos são os pontos que nos interessam entender. Sabe-se que em quatro projetos selecionados a captação de recursos foi feita por meio do sistema de financiamento coletivo ou crowdfunding (fig.3.8 - 3.11). Este novo modelo, onde o coletivo apoia uma causa por intermédio de plataformas colaborativas, a captação pequenos importes que quando somados, são capazes de viabilizar tais construções, proporcionando a realização de tais projetos com menos burocracia e sem depender de grandes patrocinadores.

Sabe-se que a viabilidade de tais obras não é somente uma questão financeira, entende-se que para entrar nesses territórios é necessário primeiro conhecer, compreender e criar uma relação com a comunidade e suas lideranças.

A grande carência de centros comunitários e a vontade de se construir esses projetos, seja por uma iniciativa pessoal ou de uma empresa, trazem consigo uma questão importante: qual seria o aporte financeiro necessário para viabilizar tais edificações.

A complexidade, do ponto de vista construtivo, a dimensão dessas obras e o processo de execução, são fatores determinantes nesse orçamento. No caso das obras estudadas, não se pode negar que além do fato de estarem implantadas em diferentes continentes, existe uma grande varia-ção em todos os aspectos, o que torna difícil mensurar qual seria esse aporte “ideal”.

Nota-se nessas obras diferentes soluções projetuais e programáticas, nas quais encontra-mos desde uma simples cobertura que serve de abrigo contra o sol ou a chuva, até edificações com funções mais elaboradas. Os programas, em alguns casos, possuem áreas destinadas a diferentes usos, que podem estar concentrados em um único edifício ou em edificações distintas.

Estas características e complexidades não somente fazem com que este valor oscile, mas também colocam em dúvida a real necessidade existente nesses territórios, isto é, podemos nos questionar se é necessário apenas de um abrigo de livre uso que proporcione o encontro; ou se é

Fig. 3.8: Vista interna do C. Comunitário Ta Phin. Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. 3.9: Vista do Centro comunitário e esc. Legson Kayira. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. 3.10: Vista do Centro Comunitário Pani. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. 3.11: Vista pavilhões para Okana. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p

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primordial a presença de programas pontuais, pré-determinados, que tornam esses locais mais úteis e convidativos para a população.

A complexidade dos materiais empregados, outro fator de grande influência no custo de uma obra, sofreu grande variação nos projetos analisados, nos quais encontramos: peças industrializa-das e produzidas sob medida (Fig. 3.12); materiais manufaturados (Fig. 3.13) ou mesmo industria-lizados, mas sempre de acordo com padrões pré-estabelecidos pelo mercado; materiais reciclados (Fig. 3.14); e, ainda, outros encontrados na natureza, nas proximidades das obras (Fig. 3.15).

O processo de construção e o tipo de mão de obra empregada também influenciam nesses valores. Foram verificadas algumas obras inteiras executadas por mão de obra especializada e ou-tras realizadas por meio de processos participativos com mão de obra voluntária.

Essas soluções projetuais, escolha de materiais e processos construtivos, elaborados por arquitetos e patrocinadores, certamente influenciam no valor do metro quadrado construído. No en-tanto, não se pode deixar de levar em conta, também, os recursos de autossuficiência utilizados em alguns projetos - sistema de captação; armazenamento e reuso de águas pluviais; sistema de painéis solares - cujos valores são significativos em uma obra.

É importante ressaltar que tais manobras devem ser pensadas durante o projeto e, exceto no caso das placas solares em si, precisam ser executadas durante a obra, devido a necessidade de implementação da infraestrutura necessária no momento da construção do edifício. Desta forma, ao se comparar os valores de construção considera-se necessário dividir as obras em dois grupos: aquelas em que foram utilizados os recursos de autossuficiência e as em que não foram usadas tais soluções.

Essa divisão poderia ser feita levando em conta, também, a complexidade da edificação e os equipamentos entregues. Contudo, parte-se do princípio que aqueles edifícios que se resumem a uma simples cobertura já cumprem a necessidade básica de abrigo e possíveis divisórias podem

Fig. 3.12: Estrutura da cobertura. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

Fig. 3.13: Elemento vazado instalado no piso. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. 3.14: Det. da fachada com garrafas Pet. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. 3.15: Estrutura de bambu. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

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ser feitas, assim como os equipamentos de uso específicos podem ser comprados em um segundo momento.

Em oito das dezessete obras não foi possível encontrar o valor do metro quadrado construí-do, por essa razão foram excluídas da análise financeira. Dentre os não contemplados, somente em dois deles não foram implantados nenhum dos dois recursos de autossuficiência supracitados. No caso do Arena do Morro, uma das maiores obras selecionadas, projetada por Herzog & de Meuron em Natal (RN), cujas soluções projetuais empregadas, como por exemplo, a estrutura metálica da cobertura (Fig. 3.16), o elemento vazado desenhado e produzido especificamente para essa obra (Fig. 3.17a e 3.17b), apontam para um valor de construção elevado, que talvez faça desse projeto o mais caro dentre todos os selecionados mesmo nenhum recurso de autossuficiência tenha sido nele empregado.

No grupo dos projetos em que não foram empregados recursos de autossuficiência, o valor mais baixo do metro quadrado construído foi, coincidentemente, o do menor projeto, o Bottle Sail do 1+1>2 International Architecture JSC, no Vietnã, com apenas 16m². Nessa obra, cuja fundação e es-trutura foram projetadas para aguentar os tufões presentes na região, os materiais utilizados como fechamento foram garrafas recicladas e bambu; resultando no valor de R$ 94,00/ m².

O projeto mais caro, ainda nesse primeiro grupo, foi o Centro Comunitário Casa de la lluvia [de ideas] da Arquitetura Expandida e comunidade do Bairro La Cecilia, em Bogotá. Essa obra, também de pequena escala, com apenas 60m² e sem divisórias internas, foi feita com materiais locais e de fácil acesso, mas, no entanto, teve um custo de R$ 391,41/ m².

No segundo grupo, aquele em que foram utilizados recursos de autossuficiência, o metro quadrado mais barato construído foi do THREAD, projeto da arquiteta Toshiko Mori no Senegal. A área construída de 1048,41m² faz dele o segundo maior dentre os projetos selecionados, e o valor do metro quadrado construído corresponde a R$ 523,61 (fig. 3.18).

Fig. 3.17a: Detalhes do encaixe elemento vazado com a estrutura. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

Fig. 3.16: Mock-up da estrutura e revestimento da cobertura. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

Fig. 3.17b: Detalhes do elemento vazado. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.

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Os Pavilhões para Okana projetados pelas arquitetas Laura Katharina Strähle e Ellen Rou-wendal, no Quênia, foi o projeto mais caro dentre aqueles que obtivemos informações, ao custo de R$ 1.136,96/ m2. Esse projeto, composto por vários módulos com divisões internas, foi entregue com mobiliário e equipamentos necessários para o funcionamento dos distintos usos existentes em seu programa. Acredita-se que por estas razões o valor seja o mais elevado. Apesar dos painéis solares estarem presentes no projeto, conforme indicado nas imagens, não foram instalados, e, portanto, não entraram no valor apresentado do orçamento (fig. 3.19).

Método de construção e tempo de execução

O tempo de construção desses edifícios é, também, um fator relevante, devido as condições remotas e de difícil acesso em que muitos deles se encontram. A duração da obra está diretamente relacionada com a escala, o tipo de construção e de mão de obra empregada. Dentre os projetos, foram notados diferentes formatos e relações. Em alguns projetos foram contratadas construtoras, em outros foram misturados voluntários com pessoas especializadas e, em um dos casos, a própria população construiu a edificação durante os finais de semana e feriados.

A duração da obra desses projetos variou de nove dias a dezoito meses. Dos onze projetos em que foi encontrada essa informação, seis deles levaram somente três meses para serem execu-tados e a área construída foi de até 380 m². Os três projetos que levaram mais de um ano para serem construídos possuem área superior a 900 m².

A área do projeto certamente influência o tempo de construção, mas em alguns casos o fator determinante para a duração da obra foi o processo utilizado. No Centro Comunitário Casa de lluvia [de ideas], em Bogotá, ainda que sua área seja de somente 60m² e sua construção tenha durado efetivamente apenas trinta dias, como o processo envolveu a comunidade local que podia trabalhar somente durante os fins de semana e feriados, a construção acabou demorando sete meses para ser concluída (Fig, 3.20).

Fig. 3.18: Vista noturna Thread. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. 3.19: Pátio ocupado com mesas. Fonte: PAVILIONS, 2015, n.p.

Fig. 3.20: Comunidade participando da obra. Fonte: AXP, 2015, n.p.

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Os materiais e as soluções empregadas, também são determinantes para o tempo de cons-trução. Devido ao difícil acesso a certos materiais e custo dos mesmos, o centro comunitário Leng-son Kayira, no Malauí, por exemplo, teve todo material utilizado na obra vindo de outro país dentro de um contêiner, e foi somente montado no local. Neste caso, em que praticamente todas as peças fo-ram pré-fabricadas e todo material estava disponível na obra no mesmo dia, a montagem, cuja maior parte da mão de obra foi feita por voluntários, demorou dois meses para ser realizada (Fig, 3.21).

No Arena do Morro (Brasil), o longo tempo de construção se deu devido ao tamanho da área e a complexidade das soluções empregadas. Este projeto, executado por uma construtora, não en-volveu a comunidade, nem voluntários em sua realização. Somente em um dos casos, no Pavilhão para Okana, a demora da construção foi ocasionada pela falta de recursos, que fez com que a obra fosse executada em duas etapas com um intervalo de dois anos entre elas.

O processo de execução e a mão de obra utilizada tornam-se fatores determinantes nesses projetos que, geralmente, são concebidos em função disso. Não adianta projetar um edifício com detalhes elaborados, não utilizados costumeiramente nesses locais, se quem irá executa-los será a comunidade; e nem tampouco um edifício cujo processo seja muito longo, se o mesmo será cons-truído por um grupo de estudantes ou voluntários que o farão durante suas férias.

A mão de obra, em todos os projetos, mesmo quando contratada era local. Quando a obra está inserida em uma cidade de grande porte isso não é relevante, mas a maior parte dos casos, estão estabelecidos em sítios remotos. Dessa forma é preciso verificar o saber local antes de iniciar tais projetos.

O processo participativo

A implementação dos centros comunitários nos territórios vulneráveis pode envolver a co-

Fig. 3.21: Construção do Centro comunitário e escola Legson Kayira. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

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Fig. 3.24: Comunidade executando o Muro de pedra no Suoi Re Village. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

munidade em dois momentos: na concepção do projeto e/ou na construção (Fig. 3.22, 3.23 e 3.24). O processo participativo junto à população vem ganhando cada vez mais importância e relevância nesses tipos de projeto, pois além de auxiliar os arquitetos no entendimento da situação local, fazem com que os futuros usuários sintam-se parte integrante dessas obras, mesmo antes de estarem concluídas.

Normalmente estes locais possuem uma liderança seja ela formal ou não, que podem propi-ciar a abertura para entrada de tais projetos nessas regiões. A boa relação, não só com a liderança, mas com a comunidade, talvez também seja capaz de ajudar no bom funcionamento do futuro edifício.

As relações de poder, consideradas por Raffestin (1993) o eixo central para caracterização do território, marcam a importância do processo de projeto dessas edificações junto à comunidade. Nos casos dos centros comunitários, cuja intenção é criar, também, um lugar onde exista uma rede capaz de auxiliar na mitigação das vulnerabilidades enfrentadas, essa relação se torna ainda mais relevante.

Quanto mais influência pudermos exercer pessoalmente sobre as coisas a nos-sa volta, mais nos sentiremos emocionalmente envolvidos com elas, mais aten-ção daremos a elas e mais inclinados estaremos a trata-las com cuidado e amor (HERTZBERGER, 2015, p. 170).

Entende-se que para envolver a comunidade no processo de projeto é necessário constituir uma equipe multidisciplinar e iniciar o processo com antecedência, o que implica em uma maior disponibilidade dos envolvidos nesse processo.

Dos projetos participativos realizados desde a sua concepção foi possível encontrar informa-ções sobre o processo de dois deles: a Casa de Lluvia (Fig. 3.25, p.166) e o Centro comunitário Las Margaritas (Fig. 3.26, p.166). No primeiro, o processo de projeto participativo ocorreu durante oito

Fig. 3.22: Comunidade em Chamanga executando a estrutura. Fonte: RENACER, 2017, n.p..

Fig. 3.23: Comunidade executando o muro de taipa no Nam Dam. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

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meses, na maioria dos domingos. Após esse período, também foram realizadas ações voltadas para a construção do mobiliário, ateliês e leituras, todas usadas como estratégias para valorizar e resgatar a cultura e os costumes locais. Essas ações além de conscientizarem a população, fizeram com que os mesmos se sentissem como parte do processo, estabelecendo, dessa maneira, um vínculo distinto com o edifício.

No Centro comunitário Las Margaritas, além do processo participativo foram feitas análi-ses dos antecedentes, entorno físico, histórico, situação socioeconômica e demográfica da região. Depois desses estudos, o ateliê participativo foi organizado em oito mesas nas quais os participantes da comunidade tiveram a oportunidade de envolver-se em três delas, em três rodadas consecutivas, nas quais foram realizadas as trocas das mesas. Os temas abordados foram: acordos comunitários; segurança; comunicação e informação; sistemas vivos (vegetação); produção e comercialização; territórios; espaços abertos e urbanização; salões múltiplos (espaços para quais atividades); e cozi-nha comunitárias. De acordo com os arquitetos:

O atelier de desenho participativo foi idealizado como uma ferramenta que permita que equipe de desenho conte com a maior quantidade possível de informação a respeito das necessidades, desejos, ideias e inquietudes dos usuários para assim poder integra-las ao desenho do centro comunitário Margaritas (TOA, 2014, p. 40).

Durante esse processo os arquitetos conseguiram conhecer além do entorno físico, os costu-mes, saberes e cultura da região. Dessa maneira foram capazes de “projetar um centro comunitário que responda não só ao lugar de maneira física, mas também a sua história, usuários e que desta forma se converta em um local de diálogo e intercâmbio” (TOA, 2014, p. 40).

Em alguns projetos, conforme foi descrito no subitem acima, a construção foi realizada por meio de processo participativo contando com o envolvimento da comunidade, mesmo que não ca-pacitada. Essa participação é positiva, por um lado, pois cria vínculos entre os moradores locais e a obra, mas por outro, faz com que o tempo de execução do projeto seja consideravelmente ampliado,

Fig. 3.25: Comunidade durante o processo participativo da Casa de Lluvia. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. 3.26: Comunidade reunida durante o processo participativo. Fonte: TOA, 2014, p.42

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devido ao fato dessas pessoas, por trabalharem em outros locais, só poderem se dedicar a constru-ção em seu tempo livre.

3.2.2 O edifício

Implantação

A localização dos projetos selecionados neste trabalho, em sua maior parte, inseridos em locais remotos onde a questão da relação entre a obra e o formado lote termina por não ser significa-tiva. Inclusive, parte deles não possuem vizinhos ao lado e em alguns casos não foi possível verificar o limite do lote.

Geoffrey Baker (1991), no livro Analisis de la forma, cita Christian Norberg Schulz, ao afirmar que a singularidade dos lugares, devido as suas características geográficas, apontam para a forma com que a arquitetura pode relacionar determinadas condições agregando expressividade ao seu en-torno. No livro, Le Corbusier: uma análise da forma, Baker (1998, p. 4) retoma esse tema ao dizer que:

A forma arquitetônica resulta em parte da resolução de um problema particular, mas também das forças características do contexto em que está situada. Edifícios se relacionam com seu entorno da maneira mais positiva, levando em conta tais fatores como a vista, a posição do sol ou a proximidade de uma via. Os fatores do lugar, tais como uma colina, ou um vale, um rio ou uma estrada, podem ser con-siderados como forças e, como tal, atuam direta ou indiretamente sobre a forma.

O Castelo de Warkworth (Fig. 3.27), apresentado por Baker (1998), implantado em uma coli-na, cujo perímetro corresponde exatamente ao formato do terreno tem esta condição não somente devido as condições geográficas do local, mas também devido a sua necessidade defesa, parte do programa desse tipo de edificações. Embora em muitos alguns o terreno não esteja demarcado, foi possível notar que relação com o entorno se dá, na maior parte dos projetos, pela escala e forma-

Fig. 3.27: Castelo de Warkworth. Fonte: BAKER, 1998, p. 5

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to das edificações semelhantes aos dos projetos a sua volta.

A orientação solar também foi um fator relevante na implantação desses edifícios, em que foram empregadas soluções projetuais para garantir o melhor conforto térmico.

No centro comunitário Pani, por exemplo, a vegetação existente e uma lagoa separam o edi-fício da via pública. Esse edifício, quadrado com um pequeno recorte que marca a divisão de seus usos, foi posicionado ao fundo do terreno, de forma com que a vegetação o proteja do sol e a lagoa também ajude a amenizar a temperatura (Fig 3.28).

Por meio das fotos aéreas apresentadas em todas fichas técnicas foi possível verificar o entorno em que as obras estão inseridas, a orientação solar e as vias de acessos. Porém, o desenho dessas edificações, no que se refere aos contornos, cheios e vazios, em alguns casos não fica claro. Por essa razão foram feitos diagramas (fig. 3.29, p.170 e 171) nas páginas seguintes, que mostram os limites, recortes e vazios das obras, que ao serem colocados lado a lado podem ser comparados quanto a escala e morfologia.

Todos os projetos respeitam a escala das obras existentes em seu entorno que, na maior parte dos casos, é composto por edificações térreas ou de um pavimento, mesma tipologia adotada nas novas construções. O destaque é conferido aos novos edifícios pela forma em que os materiais são empregados e palas diferentes soluções projetuais, mesmo quando utilizam as técnicas cons-trutivas locais.

Seus contornos, de formas geométricas, garantem maior liberdade de uso. Foram encontra-das desde edificações retangulares, simples, que funcionam como um espaço unificado para receber diversas atividades; outras recortadas para receber os visitantes ou mesmo para dividir os usos; e, até subtraídos para iluminar os ambientes ou marcar um espaço de encontro. Em dois casos, no Centro Co-munitário Las Margaritas e nos Pavilhões para Okana, a implantação ocorreu de forma pulverizada, onde o programa foi separado em edificações distintas ainda que localizadas próximas umas das outras.

Fig. 3.28: Foto aérea do centro comunitário Pani. Fonte: Google Earth, adaptado pela autora

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Programa

Um dos pontos pelo qual se pode caracterizar o uso de uma edificação é o seu programa de ne-cessidades. Mas qual seria o programa de um centro comunitário? Quão rígido é esse programa? Ele res-ponde a demandas específicas ou é um espaço livre no qual podem ser executadas distintas atividades?

Como nesse trabalho não foi encontrada, a priori, nenhuma definição ou modelo a ser toma-do como base, foi por meio da análise dos projetos encontrados que buscou-se entender os possí-veis programas e a forma com que estes se relacionam e configuram tais edifícios.

Qualquer um que tenha nas mãos um projeto, seja de um edifício, de parte de uma cidade ou de um parque, sabe que está submetido basicamente a um programa e uma localização específica. O programa pode ser fixado de antemão ou ir se aperfeiçoando durante o desenvolvimento do projeto. Com a localização também ocorre algo parecido. O projetista também tem que lidar com uma série de normas fixas e demandas não escritas, inspiradas por uma cultura ou costume particular. Finalmente, o projeto tem que satisfazer certas condições construtivas e de utili-dade (LEUPEN, 2004, p. 13).

Os projetos, localizados em distintos continentes, tem um fator em comum: estão situados em territórios socioeconomicamente vulneráveis e, por essa razão, buscam atender as necessidades das comunidades onde estão inseridos. Por mais que as necessidades sejam distintas, todos têm a intenção de proporcionar o encontro. Para isso, a premissa básica utilizada durante a seleção ini-cial dos projetos, e que permanece como parte importante dessas edificações, é a existência de um espaço livre, aberto ou fechado, multifuncional voltado para uso da comunidade.

Ao verificar os projetos, por mais que muitos deles estejam localizados em países diferentes, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar uma relação entre o continente onde estão locali-zados e os programas existentes. Essa relação não pode ser concretizada, não somente entre os distintos países, mas também entre as edificações construídas em um mesmo país, como no caso

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Fig. 3.29: Diagramas de implantação. Fonte: Elaborado pela autora

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Projeto 1

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Diagramas de implantação

Nos diagramas de implantação é possível verificar a relação de cheios e vazios dos projetos, a morfologia de seu perímetro assim como comparar a diferença de es-cala entre eles.

Nos projetos 6, 8, 9, 11 e 16 não foi pos-sível encontrar o desenho do lote e nos projetos 8 e 16 não foi identificada a orientação solar.

LegendaÁrea coberta

Projeto 12

Projeto 14

Projeto 15 Projeto 16 Projeto 17

Projeto 13

Área coberta por lona

Área esquemática (desenho não encontrado)

Área coberta por pergoladoEdificações existentesMuros

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do Vietnã em que foram analisados cinco projetos. Em todos, além do espaço multifuncional, o único ambiente comum foram os sanitários, fato este que reforça a ideia de quando há uma determinação muito específica de uso ela responde a uma necessidade local.

Dentre os programas observados nos edifícios analisados foram encontrados quatro tipos, denominados nesse trabalho como: programas livres; programas livres com sugestão de uso; programas de uso específicos que podem ter outras finalidades; e, programas de uso específico restrito.

No primeiro tipo encontramos os espaços multifuncionais com no máximo uma cozinha ou sanitário como parte do programa. O segundo, livres com sugestão de uso, são constituídos por espaços multifuncionais. Nestes espaços são propostos diversos usos, porém, com exceção dos sanitários, não existe nenhuma divisória entre as áreas, e caso exista, esta divisória é móvel, feita apenas com mobiliário. Os programas sugeridos demonstram uma intenção de uso, mas esta não é determinante nem na configuração, nem na ocupação do espaço; e, como os usos aparecem de forma semelhante, em outras configurações, são descritos juntamente com os programas de uso específicos que podem ter outras finalidades.

Os programas de uso específicos que podem ter outras finalidades, estão localizados em salas ou volumes que podem receber um ou mais programas pré-determinados. O tipo de programa e seu uso faz com que, caso seja necessário, a configuração do espaço onde se localiza, possa ser mudada internamente com facilidade. Nesse grupo estão contemplados: bibliotecas, espaços expositivos, lojas, locais de ensino que não exijam equipamentos específicos, habitações e áreas técnicas.

Os espaços expositivos, museus e lojas foram alguns dos programas encontrados nos edifí-cios que podem ser utilizados para expor e comercializar a produção local, sendo, assim, capazes de atrair visitantes de outras localidades. A loja pode ou não ser alugada por algum comerciante local ou vender produtos feitos por integrantes da comunidade, incentivando a produção e comércio local.

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Em somente em três dos projetos foram construídas salas para a administração dos centros comunitários. A falta destes locais sugere que a administração seja feita fora dos mesmos, o que de certa forma dificulta o controle e o tempo de resposta a possíveis intercorrências que venham a acontecer no cotidiano das edificações.

A biblioteca, um programa contemplado em seis dos projetos estudados, aparece, em quatro deles, sem divisórias, fazendo parte do espaço comum, onde foram sugeridas, em alguns, o desenvolvimento de outras atividades. No Centro comunitário Las Margaritas, foi construído um módulo para brinquedoteca e biblioteca. A união destes programas reforça a intenção desses espa-ços, nestes projetos, que funcionam mais como locais onde se pode ter acesso a informação, do que espaços de silêncio, estudo e concentração. Já nos Pavilhões para Okana, foi construído um módulo para abrigar somente a biblioteca, imagina-se que, por esse motivo, seu funcionamento seja semelhante ao de uma biblioteca tradicional. Sua posição, logo na entrada, sugere, também, uma atividade independente.

Os locais de ensino recebem denominações distintas nos projetos, em alguns casos estão descritos como sala de aula, em outros locais para workshop, sala para projetos, ateliê e até espaço de trabalho. No entanto, demonstra-se, em todos os casos, a intenção de transmitir conhecimento e estes locais, fechados na sua maior parte, são espaços livres onde podem ocorrer diferentes ati-vidades.

Essas salas, quando fazem parte de uma escola, como acontece no Centro comunitário Len-gson Kayira (Fig. 3.30) e Centro comunitário Pani (Fig. 3.31), são compreendidas de outra maneira. Nestes casos, o programa perde parte da sua flexibilidade devido ao uso constante, uma vez que essas salas são ocupadas pelos mesmos alunos, nos mesmos períodos durante o ano letivo. No caso do Pani, a área destinada à escola é separada, fisicamente, por um pátio.

Dois dos projetos, a Residência de artistas e centro comunitário Thread e o Nam Dam

Fig. 3.30: Sala de aula com mesas e cadeiras. Fonte: THE LEGSON, 2018, n.p.

Fig. 3.31: Sala de aula com mesa única comunitária. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

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Swallow “Homestay” e centro comunitário, possuem dormitórios para receberem visitantes. No caso do Thread a ideia é que os visitantes sejam artistas e produzam algum trabalho com a comunidade local.

Os programas de uso específico restrito são aqueles que dependem de uma infraestrutura para serem realizados ou que utilizam equipamentos específicos tornando o uso do espaço restrito a execução da mesma atividade. O programa desse espaço pode mudar, mas para isso os equipa-mentos fixos ou móveis precisam ser retirados. Nesse grupo foram consideradas as áreas molhadas (cozinha, sanitários e vestiários) e programas como sala para costura, centro de informática, pada-ria, cafeteria, playground e quadra.

Os sanitários, depois do espaço multifuncional, foi o programa presente na maior parte dos projetos. Dos três que não possuem, um por ser uma escola e os outros dois por estarem em ter-renos com outras edificações, as quais não sabemos o uso, acredita-se que tenham sanitários em outros edifícios. Além dos sanitários, em dois projetos, o Centro para o Legado da Homeless World Cup e o Arena do Morro (Fig. 3.32), ambos localizados no Brasil, onde o esporte é parte importante da Obra, temos vestiários.

Somente em um dos casos, nos Pavilhões para Okana, os locais de ensino têm um programa pré-definido de carácter profissionalizante. Nele foram previstos um centro de informática, uma sala com máquinas de costura e uma padaria. Neste caso, o programa, devido aos equipamentos neces-sários para a realização da atividade proposta, é específico e rígido, fazendo com que esses espaços atendam somente as atividades propostas.

Outro projeto com programa específico é o Re-ainbow no Vietnã, que possui um posto de saúde e uma clínica de imunização, organizados em duas salas, uma para cada uso. O interessante neste projeto é que junto com essas áreas temos sanitários e chuveiros para atender os usuários do complexo esportivo localizado no mesmo terreno, assim como uma cozinha para possíveis even-

Fig. 3.32: Vista do vestiário. Fonte: ARENA, 2014b, n.p.

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tos. Esse projeto, onde a maior parte da área é multifuncional, reúne estes programas de diferentes características em uma das extremidades, abaixo de sua cobertura, respondendo às necessidades específicas do lugar.

Os espaços recreativos, sejam eles quadras poliesportivas (Fig. 3.33), playgound (Fig. 3.34)ou jardim, foram encontrados em todos os projetos. Essas áreas, normalmente externas, somente em um dos projetos, o Arena do Morro, está localizada abaixo da cobertura, que cobre não só a qua-dra, mas todo o programa e funciona como ginásio. A presença de áreas como estas são importan-tes para atrair visitantes, principalmente crianças que se apropriam desse espaço para desenvolver atividades recreativas, trazendo vida ao local.

Organização espacial ou Construção do espaço

Tradicionalmente o espaço construído é constituído por piso, fechamentos e cobertura. A forma com que estes elementos se relacionam e a existência ou não dos mesmos organizam os programas e estabelecem limites às edificações.

Os tipos de programa e a maneira com que foram distribuídos são, sem dúvida, fatores im-portantes para a construção desses espaços, mas é preciso, também, entender a constituição do espaço quanto a um lugar apto para receber tais usos, e sua capacidade de se adaptar a novas fun-ções, caso seja necessário. Por essas razões, a construção do espaço pretende ser compreendida, nesse trabalho, por meio da estrutura e da configuração volumétrica dessas edificações.

A análise da estrutura, neste subitem, é feita, não pelas técnicas ou materiais utilizados, mas por sua capacidade de restringir ou ampliar os espaços contidos nela, tornando-se um elemento que constrói, organiza e delimita o espaço. A configuração dos volumes é capaz de demonstrar as relações entre distintas áreas e a flexibilidade dos espaços, proporcionada ou não a partir dessas relações.

Fig. 3.34: Crianças brincando no playground. Fonte: RENACER, 2017, n.p.

Fig. 3.33: Quadra Poliesportiva coberta. Fonte: GRUNOW, 2014, n.p.h

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As estruturas executadas nessas obras foram classificadas em: vedo portante; estrutura independente; estrutura da cobertura independente. Notou-se, entretanto, que na maioria dos casos foram utilizadas mais de uma solução estrutural que pode ser observado por meio dos diagramas apresentados (Fig. 3.35, p.178).

O tipo de estrutura mais restritivo a mudanças no uso e ocupação das edificações são os vedos portantes, sistema que impossibilita a mudança na configuração do espaço. Dos seis projetos onde foram utilizados esta solução, em somente um ela não foi associada a uma estrutura inde-pendente na edificação ou em sua cobertura. Em quatro deles os fechamentos estruturais somente foram utilizados no perímetro dos edifícios, permitindo uma flexibilidade espacial em seu interior.

No Centro Comunitário Pani o fechamento dos programas foi feito com alvenaria estrutural. Nes-se projeto foram utilizados mais de um tipo de estrutura. Sua cobertura possui uma estrutura independen-te aos volumes abaixo dela e é solta nas laterais e em cima. A independência estrutural da cobertura, que normalmente por seguir uma modulação, torna o espaço flexível e o deixa livre para distintas ocupações, neste caso não ocorre em razão da rigidez dos volumes localizados abaixo dela. (Fig. 3.36)

O centro comunitário Suoi Re Village e o Nam Dam Swallow “Homestay” e centro comunitá-rio, ambos localizados no Vietnã e projetados pelo mesmo escritório de arquitetura, utilizaram solu-ção mista. Em ambos as paredes são estruturais, mas a estrutura que suporta o telhado no primeiro pavimento é independente, contudo se apoia nas paredes estruturais do pavimento térreo.

Treze dos dezessete projetos utilizaram estruturas independentes dos fechamentos. Em pra-ticamente metade dos casos ela foi associada a um outro tipo de estrutura, como no caso do centro comunitário Cam Thanh (Fig. 3.37). A estrutura quando funciona de forma autônoma, permite maior flexibilidade do espaço e ainda que os espaços estejam separados em volumes independentes, a configuração do espaço, realizada por fechamentos e divisórias pode ser modificada caso seja necessário, adapta ndo-se assim a novos usos.

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O projeto Re-aimbow foi construído com perfis metálicos usados geralmente em andaimes (Fig. 3.38). Esta solução estrutural e sua modulação permitem que este espaço possa ser ocupado de várias formas, além de possibilitar, caso seja necessário, sua desmontagem parcial, total ou até o acréscimo de novas áreas, sem causar impactos na edificação existente. A flexibilidade dessa edificação só foi possível devido a solução estrutural e o material escolhido para desenvolve-la.

A intenção primordial dessas obras, de proporcionar um espaço de encontro, onde as pessoas estejam abrigadas do sol e da chuva, pode ser garantida pela simples construção de uma cobertura. Na maior parte dos casos estudados, a cobertura é estruturada separadamente do restante do proje-to. Sua construção, de forma independente, permite uma outra possibilidade de ocupação que, caso não seja necessária infraestrutura, pode acontecer posteriormente a construção da mesma.

Esta construção independente da cobertura, pode funcionar, também, no caso da falta de recursos para viabilizar a obra ou, ainda, se parte do processo de construção for entender as neces-sidades da comunidade a partir da ocupação o espaço. Dessa maneira, a divisão do espaço seria feita com fechamentos leves, capazes de serem montados e desmontados a medida que forem necessários. Essa manobra não é simples de ser gerenciada, pois exige supervisão, manutenção e investimento constante.

Os programas situados abaixo dessas coberturas foram organizados com diferentes soluções espaciais. Em alguns projetos os volumes que abrigam os programas estão soltos, em outros não exis-te fechamento ou quando existe, toca a estrutura da cobertura como em uma construção tradicional.

Ignácio Paricio (1996), no artigo "Construyendo Hábitos", compara as soluções espaciais de habitações a uma caixa ou um estojo, no qual o estojo é entendido como “um envoltório protetor que se adequa exatamente a forma do objeto protegido” (PARICIO, 1996, p. 20), fazendo com que seja possível somente uma forma de ocupação. A caixa, de acordo com o autor, é um “envoltório protetor indiferenciado” (PARICIO, 1996, p. 21), ou seja, um volume capaz de absorver diversos usos.

Fig. 3.36: Estrutura cobertura de Bambu e edifício em alvenaria estrutural.

Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. 3.38: Estrutura de andaimes. Fonte: RE-AINBOW, 2015, n.p.

Fig. 3.37: Estrutura de concreto e Bambu. Fonte: CAM THANH,2015 , n.p.

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Fig. 3.35: Diagramas de estrutura e fechamentos. Fonte: Elaborado pela autora

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Projeto 1

Projeto 5

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Projeto 3

Projeto 7

Projeto 2

Projeto 6

Projeto 10

Projeto 4

Projeto 8

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Diagramas de estrutura e fechamentos

Nos diagramas de estrutura e fechamen-tos é possível verificar a relação entre es-trutura, fechamento e cobertura das edi-ficações e os espaços resultantes dessa composição.

Legenda

Área coberta

Projeto 12

Projeto 14

Projeto 13

Projeto 15 Projeto 16 Projeto 17

Projeto 12

Estrutura

Área esquemática (desenho não encontrado)

Estrutura não demarcada nos desenhos

Fechamentos com estrutura não demarcada

Fechamentos (caixilhos)

Projeção das coberturas

Fechamentos (paredes)

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No caso da habitação essa relação está associada às diferentes necessidades que cada morador tem de ocupar o espaço e a impossibilidade que alguns projetos possuem de adequar-se a essas ne-cessidades devido as decisões e escolhas feitas em projeto, vinculadas à organização do programa. “Evidentemente, qualquer estojo pode ser enchido com qualquer coisa se é suficientemente grande, [...], porém esta nunca será uma utilização otimizada do espaço” (PARICIO, 1996, p. 21).

Projetos de centros comunitários, mais que os de habitação, nos quais o programa é geral-mente igual, podendo mudar a quantidade de cômodos e a área, mas sempre atendendo às mes-mas necessidades programáticas, precisam ser edifícios-caixa, no que diz respeito à capacidade de absorver distintas atividades que podem ou não ser previstas na sua concepção.

Construir é uma atividade complexa. Torna as pessoas conscientes e as leva a prestar atenção em diferentes níveis: ao nível de tomar decisões pragmáticas; de visualizar espaços arquitetônicos na mente e no papel; e de comprometer-se intei-ramente, de corpo e alma, na criação de uma forma material que capture um ideal. Uma vez alcançada, a forma arquitetônica é um meio ambiente para o homem (TUAN, 1983, p. 119).

A configuração volumétrica, principalmente no interior dessas edificações, produz grande influência na composição desses locais podendo, por essa razão, facilitar ou não a flexibilidade do uso e, ainda, por consequência, o desenvolvimento das atividades propostas. As soluções volumétri-cas das obras estudadas nesse trabalho, puderam ser divididas em quatro grupos: volumes únicos (sem considerar os sanitários em muitos casos estão localizados fora das edificações principais); volumes únicos com pátios internos; volumes soltos abaixo de uma única cobertura; e, volumes independentes.

O espaço engloba constantemente o nosso ser. Através do volume do espaço nos movemos, percebemos formas, ouvimos sons, sentimos brisas, cheiramos as fra-grâncias de um jardim de flor. É uma substância material como a madeira ou a

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pedra. Ainda assim, constitui uma emanação inerentemente informe. [...]. À medi-da que o espaço começa a ser capturado, encerrado, moldado e organizado pelos elementos da massa, a arquitetura começa a existir (CHING, 1998, p. 92)

Seis foram os projetos classificados como volumes únicos. Quatro deles possuem um vo-lume que se assemelha ao de uma casa, não somente pelo formato, mas também pela escala (Fig. 3.39, 3.40, 3.41 e 3.42). Esses volumes foram subtraídos pela presença de uma varanda, que só não ocorre em um dos casos. Os espaços internos dessas edificações não possuem nenhuma divisória, com exceção da casa comunitária Nam Dam, que além da necessidade programática, a solução estrutural adotada, de paredes portantes, exigiu tal divisória praticamente no eixo central do projeto.

Os espaços livres funcionam como um mini galpão cujas condições espaciais, ainda que de escala reduzida, podem atender às necessidades do centro comunitário. É importante ressaltar que, em quatro desses projetos, os sanitários estão localizados em outras edificações próximas ao volume principal. Apesar de não ter sido encontrada informação sobre o saneamento básico nessas localidades, acredita-se que a separação dessa área em outro volume se dê pela inexistência de um sistema de esgoto encanado.

Os outros três projetos considerados como volumes únicos possuem uma morfologia que nada se parece ao de uma casa tradicional. No Centro comunitário Pumanque, apesar de ser um volume único, a sua planta em forma de serpente cria um espaço com restrições no que diz respeito a ocupação. O espaço é dividido em dois e ainda que fosse único, o desenho de sua planta faz com que a área “unificada” tenhas dimensões muito lineares e a sua proporção restringe o tipo de ocupa-ção. Esse problema também ocorreria na situação oposta, caso fosse necessário compartimentar os espaços existentes. Outro fator importante na ocupação do edifício é a diferença de níveis em um mesmo pavimento, como vimos no Centro para o Legado da Homeless World Cup, isso faz com que o espaço seja compartimentado mesmo que não haja tal necessidade.

Fig. 3.39: Vista do Centro comunitário Suoi Re Village. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. 3.40: Vista centro comunitário Ta Phin. Fonte: Fonte: SAIEH, 2012, n.p.

Fig. 3.41: Vista casa de Lluvia. Fonte: AXP, 2015, n.p.

Fig. 3.42: Vista centro comunitário Nam Dam. Fonte: NAM DAM, 2015, n.p.

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Os dois projetos de volumes únicos com pátios internos se destacam por sua volumetria pouco tradicional, marcados pelo desenho dos telhados e a relação deles com os estes pátios. A Residência de artistas e centro comunitário Thread, tem seu volume caracterizado por dois rasgos ovais no telhado que delimitam os pátios internos. Essas áreas, de grande proporção neste projeto, fazem com que o volume interno seja compartimentado, não somente por uma barreira física, mas pela ausência da cobertura, que dependendo das condições climáticas não podem ser utilizadas.

Na casa comunitária Cam Thanh, por mais que o edifício principal seja um único volume, composto pela união de três quadrados, a inclinação e altura diferentes das águas do telhado trans-mitem a sensação de se tratar de mais de um volume (Fig. 3.43). A volumetria com diferentes altu-ras e pátios organizam o programa que, com exceção do café e sanitários, não possui fechamento. Estas rupturas no espaço interno, assim como no Thread, apesar de trazerem iluminação e ventila-ção, restringem o tipo de ocupação a uma certa largura e comprimento, fazendo com que as ativida-des sejam organizadas em volta destes pátios ou dentro deles.

A cobertura de quatro dos cinco edifícios em que os programas estão dispostos em volumes soltos logo abaixo dela, são praticamente planas, com formato retangular. Esse volume retangular proporcionado pela cobertura muda dependendo da maneira como os volumes situados abaixo se comportam, criando ou não espaço de encontro a partir desta relação estabelecida entre eles.

No projeto do centro comunitário Renascer Chamanga e do Centro de Desenvolvimento Comunitário, o espaço multifuncional, programa principal e de maior área, está aberto. Nas duas edificações, o único volume fechado é onde se localiza a cozinha, e estes foram posicionados em uma das extremidades da cobertura. O fato dos volumes serem soltos da cobertura, nesse caso, no que se refere a questão volumétrica ou de ocupação, nada influencia na configuração dos espaços. A razão pela qual foi adotada esta solução talvez esteja relacionada ao conforto térmico proporcio-nado pelo colchão de ar existente entre estes volumes e a cobertura situada acima deles (fig. 3.44).

Fig. 3.43: Vista aérea Centro comunitário Cam Thanh. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. 3.44: Corte esquemático DO Centro de Desenvolvimento Comunitário. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

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Em dois dos projetos, Centro comunitário Pani e Centro comunitário Lengson Kayira, a co-bertura acima dos volumes é recortada. Nos dois casos esse recorte organiza o programa, mas a relação entre os volumes e a cobertura é distinta. No Lengson Kaira, os volumes estão levemente soltos da cobertura por uma questão de conforto ambiental e, assim como no caso dos dois projetos supracitados, a área multifuncional é aberta. O fato de a cobertura estar solta dos volumes, nada influência na ocupação deste espaço ou no volume desse edifício.

No caso do Centro comunitário Pani, e também do Arena do Morro, os volumes abaixo da cobertura funcionam como elementos organizadores do espaço e por estarem soltos fazem diferen-ça na organização desta área. O primeiro possui um recorte na cobertura que marca a divisão do programa: de um lado é térreo e abriga o centro comunitário cuja cobertura funciona como espaço multifuncional aberto (Fig. 3.45); e, do outro, possui um pavimento a mais, onde estão localizados a escola e os sanitários. A cobertura, além de unir os volumes, proporciona áreas multifuncionais cobertas que derivam desse espaço residual situado entre os blocos e, também, entre eles e cober-tura. A construção dos volumes, feita em alvenaria estrutural, faz com que a flexibilidade dessa área seja reduzida, contudo os espaços criados a partir da relação entre os volumes e a cobertura são generosos.

No Arena do Morro os volumes que contêm os programas estão localizados no perímetro do edifício. São distribuídos de tal maneira para que o espaço multifuncional principal e a quadra polies-portiva – entendida também como uma área multifuncional – possuam o maior espaço livre possível (Fig. 3.46). Neste caso, a forma arredondada dos volumes, que também abrigam salas multifuncio-nais, pode, de certa maneira, restringir o seu uso, isso acontece devido à dificuldade de ocupação por conta do seu formato. Apenas em um dos volumes é possível acessar a cobertura que funciona como um terraço coberto de onde se pode observar tudo o que acontece no edifício.

É interessante destacar que em todos os projetos com essa configuração, onde o programa

Fig. 3.45: Pátio de entrada do centro comunitário Pani. Fonte: PANI, 2015a, n.p.

Fig. 3.46: Vista área multifuncional. Fonte: Fonte: ARENA, 2014c, n.p.

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está dividido em volumes fechados e soltos da cobertura, o espaço multifuncional, com exceção das salas do Arena do Morro, é sempre aberto e faz uso do pé direito mais alto, proporcionado em alguns dos casos estudados.

O centro comunitário Las Margaritas e os Pavilhões para Okana, são os dois projetos em que o programa é disposto separado, em volumes independentes. Nestes projetos cada volume tem de um a, no máximo, três programas específicos; sendo que nenhum dos volumes foi descrito como área multifuncional, por mais que as características espaciais dos mesmos sejam capazes de rece-ber atividades diferentes daquelas para que foram projetadas.

O fato de os programas estarem separados fisicamente, não só por divisórias, mas por edi-ficações distintas, impossibilita a união destes, tornando-os rígidos, por esse ponto de vista. Talvez seja por esse motivo que a área multifuncional, nesses dois casos, está localizada fora dos edifícios, entretanto, circundada por eles. O espaço livre é determinado pelo construído, funcionando como uma praça central para onde os edifícios se voltam.

Os materiais e técnicas construtivas utilizadas

A escolha correta dos materiais e técnicas construtivas, nesses territórios, é de suma im-portância, não só pela incumbência de responderem às necessidades do lugar, mas também pela relação que a materialidade desses edifícios pode criar com seus habitantes. Dessa forma, preten-de-se verificar quais foram os materiais, a maneira como foram utilizados e, também, as técnicas construtivas, no que diz respeito ao tipo de construção, como consequência do material escolhido.

Os materiais utilizados, na maior parte dos projetos, são possíveis de serem encontrados nas localidades onde foram construídas as obras; e, na metade dos projetos, foram utilizados na sua for-ma original, sem revestimento ou pintura. O interessante nesses projetos, contudo, não é o material

Fig. 3.47a: Tijolo da fachada assentado de duas formas. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

Fig. 3.47b: Tijolo na fachada e no refeitório colocados em diferentes posições. Fonte: SOUZA, 2015, n.p.

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em si, mas a maneira como foram utilizados.

O Centro comunitário Lengson Kayira foi o único projeto em que praticamente todo mate-rial foi pré-fabricado e trazido por contêineres de outro país. Os contêineres tiveram dupla função nesse projeto, pois além de trazerem o material para o local, fizeram parte do projeto. Este material industrializado foi contraposto com a construção de pilares externos em tijolos e, também, por meio do elemento vazado produzido pela própria comunidade, que ao invés de ser utilizado de sua forma tradicional, como elemento de vedação, foi colocado no piso e coberto com terra.

O Centro de desenvolvimento comunitário foi inteiramente construído com tijolo baiano, material convencional encontrado em qualquer casa de construção no Paraguai, onde foi realizada a obra. O fato que desperta curiosidade nesse projeto não foi o material em si, mas a maneira como foi utilizado. Nas paredes externas o tijolo foi colocado deitado, sentido oposto ao uso convencional, de forma que os furos nele presentes ficaram nas laterais interna e externa da parede permitindo a passagem do ar e da luz, transformando-o em um “elemento vazado” (Fig.3.47a). Nas arestas das paredes do volume interno e também nas paredes externas, ele foi colocado na vertical, desse jeito pode ser preenchido com concreto e se tornou um pilar. No restante das paredes (Fig.3.47b) deste volume ele foi utilizado deitado, da forma tradicional.

O centro comunitário Sui Re Village, fez uso do bambu em três diferentes situações: na es-trutura que suporta o telhado; na escada inteira, incluindo piso, estrutura e guarda corpo; e, no forro do andar térreo (Fig.3.48 e 3.49). As paredes desta obra, todas estruturais, foram feitas de pedra no térreo e taipa no primeiro pavimento. De acordo com os arquitetos, ao escolher estes materiais locais e utiliza-los dessa forma buscaram “unidade no contraste da diversidade” (SUOI, 2011, online.) misturando o áspero ao liso e o leve ao pesado.

Os projetos Bottle Sail e o Re-aimbow buscaram utilizar materiais reciclados. No primeiro foram usadas as garrafas PET (Fig. 3.50), estruturadas por bambu, que se transformaram no telhado

Fig. 3.49: Estrutura da escada e do telhado em bambu. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

Fig. 3.50: Instalação da fachada. Fonte: BOTTLE, 2014a, n.p.

Fig. 3.48: Forro e escada em Bambu. Fonte: SUOI, 2011, n.p.

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e na parede externa; e no segundo, os andaimes de obra foram usados como estrutura do projeto.

O Centro comunitário Pumanque utilizou um único material em todo o projeto: a madeira; com exceção da cobertura do terraço na qual foi usada uma lona, estruturada por pilares e tiran-tes metálicos. As paredes e cobertura desse projeto foram revestidas por painéis executados em caibros de madeira espaçados; sendo que a única diferença entre eles é o espaçamento entre os caibros (Fig. 3.51e 3.52).

A Residência para Artistas Thread utilizou materiais e técnicas tradicionais locais combinadas ao design contemporâneo. Seu telhado, resultado de uma transformação paramétrica do telhado tra-dicional, faz desta obra a mais inovadora dentre as selecionadas (Fig. 3.53). O telhado de bambu foi recoberto por sapé e apoiado parte em algumas alvenarias e outra parte em uma estrutura de concre-to, técnica construtiva que, normalmente, não é utilizada no vilarejo. Os tijolos das paredes, rebocados e pintadas de branco, formam uma trama por meio dos espaçamentos adotados entre eles – por vezes lineares e outras diagonais, criando um elemento vazado, que em alguns locais remete a obra de Josef Albers, artista plástico cuja fundação patrocinou o projeto. O revestimento do piso é feito por meio de um mosaico de azulejos quebrados (Fig. 3.54), em algumas partes coloridos e em outras brancos, trazendo, assim, cor para a edificação. Os caixilhos são de madeira, pintada de branco, com um trabalho manual (Fig. 3.55).

3.2.3 A sobrevivência

Estratégias projetuais utilizadas

A função primordial dos centros comunitários, como já foi dito anteriormente, é servir de abrigo e proporcionar um local de encontro para a comunidade. Muitas das localidades onde as obras selecionadas estão implantadas possuem condições climáticas desfavoráveis devido a altas

Fig. 3.51: Detalhe da fachada. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

Fig. 3.52: Piso e guarda corpo do terraço na cobertura. Fonte: PUMANQUE, 2016, n.p.

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temperaturas, grandes amplitudes térmicas, monções, entre outros. Cabe aos arquitetos, portanto, fazerem uso de estratégias projetuais que respondam a tais condições garantindo que o ambiente interno dessas edificações cumpra seus objetivos de acolhimento aos usuários.

Os edifícios são barreiras a chuva, ao vento e as vezes filtros sutis a luz e calor. Rodeados de entornos variáveis, como dia e a noite, o calor e o frio, o vento e a calmaria, a chuva e o sol; se convertem em refúgios de condições artificiais, como ilhas de tranquilidade de um mundo incômodo (SERRA, 1999, p. 7).

A maior parte dos arquitetos ao descreverem seus projetos discorreram sobre a preocupa-ção que possuem de fornecer soluções projetuais que ajudem no conforto térmico das edificações, desde a implantação do edifício – considerando a orientação solar e ventos predominantes, até a seleção de materiais e soluções que atendam às necessidades locais. Na maioria dos casos a preo-cupação foi em relação a temperatura interna das edificações, principalmente no verão.

Em alguns projetos, como no centro comunitário Pumanque, as paredes e a cobertura rece-beram isolamento térmico feito com isopor. Em outros cinco projetos não foram utilizados materiais para o isolamento, mas por meio de uma manobra simples, a separação física entre a cobertura e o volume que contém o programa abaixo dela, talvez tenha sido possível obter um resultado semelhan-te. Em muitos dos projetos a cobertura é revestida de telha metálica, material que sem o isolamento, tem um baixo custo, porém propaga o calor. O uso desse artificio gera um colchão de ar que ajuda a melhorar as condições térmicas do edifício. No centro comunitário Las Margaritas o isolamento térmico da cobertura foi realizado por meio de uma camada de 10 cm de terra acima da impermea-bilização da cobertura das edificações.

O pé direito parcialmente elevado, as aberturas no alto e os vazios internos, como ocorrem no centro comunitário Cam Than, também contribuem para a saída do ar quente, melhorando a ven-tilação e a iluminação (Fig. 3.56). Além disso, essa obra possui paredes duplas de tijolo de adobe, artificio utilizado para criar um colchão de ar que funciona como isolante térmico. Na área externa,

Fig. 3.53: Maquete eletrônica do telhado. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

Fig. 3.54: Piso de cacos de azulejo. Fonte: TOSHIKO,2015, n.p..

Fig. 3.55: Porta com detalhe feito à mão. Fonte: TOSHIKO,2015, n.p.

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as videiras penduradas nas redes presas nas árvores (Arecas) proporcionam uma área sombreada para a edificação e, também, para o jardim possibilitando a realização de atividades na área externa em qualquer momento do dia (Fig. 3.57).

Paredes duplas ou espessas, de taipa ou pedra, foram utilizadas em alguns dos projetos. Essas têm um importante desempenho térmico, pois conservam a temperatura interna nas estações frias e não deixam o calor entrar nas temporadas mais quentes.

No Bottle Sail as paredes, que são um prolongamento da cobertura de duas águas, foram feitas com estrutura de bambu recoberta por garrafas de plástico PET que, por sua vez, além de permitirem a passagem da luz, auxiliam no conforto térmico. As outras duas fachadas, uma de ele-mento vazado e outra inteira aberta, permitem a ventilação cruzada.

A ventilação cruzada foi estratégia mais utilizada, está presente em praticamente todos os projetos, de maneiras distintas por meio de janelas bem posicionadas, aberturas não encaixilhadas, elementos vazados e pátios internos.

O centro comunitário Thread, nas áreas comuns, possui grandes aberturas e dois vazios internos, mas nas áreas privativas, onde estão localizadas as residências dos artistas, foram feitos elementos vazados com o próprio tijolo da construção. (Fig. 3.58)

O centro comunitário Pani possui pequenas aberturas na fachada interna, feitas com a se-paração dos blocos quando foram instalados, e rasgos verticais maiores na externa, controlando a entrada de luz e permitindo a ventilação cruzada.

O centro comunitário Suoi Re possui paredes autoportantes, mas em todas as fachadas foram instaladas portas ou janelas que garantem a ventilação cruzada, uma vez que o espaço que não possui divisórias internas.

Fig. 3.56: Corte esquemático. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

Fig. 3.57: Arecas na malha de cabo de aço. Fonte: CAM THANH, 2015, n.p.

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Recursos de autossuficiência

A maior parte dos projetos estudados neste trabalho localizam-se em territórios remotos, muitos deles sem água encanada, energia elétrica e saneamento básico. Devido a essa razão a capacidade que esses edifícios possam ter em serem autossuficientes do ponto de vista energético e hídrico seria um ponto importante para seu bom funcionamento nestes territórios.

A capacidade de coletar, armazenar, tratar e reutilizar água de um edifício pode não só suprir a suas próprias necessidades como fornecer água para os moradores da região. Este foi o caso do centro comunitário Thread. Neste projeto foi feito um estudo que levantou a quantidade de água necessária anualmente, não só para os possíveis usuários, mas para toda a comunidade, incluindo até os animais do vilarejo (Fig. 3.59 e 3.60, p. 190). Dessa maneira foi projetado um tanque capaz de armazenar a quantidade de água necessária para o abastecimento durante um ano. Essa obra é um exemplo importante de como, na prática, por intermédio de estratégias projetuais, um edifício comunitário pode ser capaz de mitigar problemas gerados pela vulnerabilidade socioeconômica de uma região.

Sabe-se que o custo de implantação de tais recursos é elevado o que dificulta ou impossibilita a implantação desses sistemas. Outro fator que atrapalha é a impossibilidade ou grande dificuldade de implantar tais sistemas depois da obra concluída devido a infraestrutura necessária que, normal-mente, precisa ser construída antes ou junto com a edificação. Somente no caso dos painéis solares, se prevista a fiação elétrica necessária, os mesmos podem ser adquiridos em um segundo momento.

Fig. 3.58: Diagrama em corte de ventilação cruzada. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

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Administração dos edifícios

A boa administração dos centros comunitários é tão importante quanto um bom projeto. Na maior parte deles não fica claro por quem é feita essa administração, quem supervisiona e/ou controla o uso diário desses edifícios.

Uma área aberta, um quarto ou um espaço, podem ser concebidos como um lugar mais ou menos privado ou como uma área pública, dependendo do grau de aces-

Fig. 3.60 : Diagrama de consumo de água. Fonte: TOSHIKO,2015, n.p.

Fig. 3.59: Diagrama de captação de água pluvial. Fonte: NEW ARTIST, 2015, n.p.

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so, da forma de supervisão, de quem o utiliza, de quem toma conta dele e de suas respectivas responsabilidades (HERTZBERGER, 1999, p. 14).

Como foi exemplificado anteriormente, dentre os projetos levantados, somente três possuem uma sala destinada a administração. Devido a inexistência desta área, entende-se que a administra-ção, da maior parte dos edifícios, seja realizada fora das próprias edificações.

O Centro para o Legado da Homeless World Cup, depois de três anos de funcionamento foi demolido devido a falta de administração e manutenção, que fez com que o edifício se deteriorasse e se transformasse em um local perigoso para a comunidade. Em uma conversa telefônica com o arquiteto Thorsten Nolt, um dos autores do projeto, ele informou que a instituição participante do projeto desde o início, e foi inclusive quem forneceu o terreno para que o mesmo fosse construído, decidiu parar de administrar o local, por essa razão o mesmo ficou fechado por um longo período e foi se deteriorando.

O projeto, que possuía um terraço inclinado em sua cobertura acessível pelo terreno, se tornou perigoso no momento em que, pela falta de manutenção, os guarda-corpos começaram a se deteriorar e correr o risco de cair. Por esse motivo tomou-se a decisão de demolir o edifício, uma vez que ninguém queria se responsabilizar por sua administração e manutenção.8

Não basta, portanto, projetar e construir bons edifícios que respondam as necessidades des-ses territórios vulneráveis. É necessário que exista uma liderança responsável pelo cuidado, manu-tenção e administração dos edifícios; alguém encarregado de promover atividades que deem vida a eles. Caso contrário, os mesmos estarão fadados ao fracasso.

8 Não foram encontradas fotos do projeto, mas existe um vídeo que mostra o projeto antes de ser demolido que pode ser acessado no link http://www.lompretanolte.com/p17-2-pt

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Durante o desenvolvimento desse trabalho o objetivo geral foi identificar e analisar os cen-tros comunitários construídos em territórios vulneráveis de países em desenvolvimento. Para isso buscou-se entender o que caracteriza um território vulnerável, exemplares de projetos nele inseridos e as questões que influenciam na viabilidade, construção e sobrevivência destes edifícios.

No Brasil, ou mesmo em outros países, a maior parte dos estudos encontrados sobre vulne-rabilidade dedica-se a falar sobre a vulnerabilidade do ponto de vista climático, ambiental e socioe-conômico. A atribuição do termo vulnerável ao território, atualmente, vem sendo bastante emprega-da, porém, não foi possível encontrar uma definição clara do que isto significa e o que o caracteriza. Por essa razão, essa definição foi construída no primeiro capítulo, a partir do material encontrado.

O levantamento das obras e a busca de informações sobre as mesmas foram tarefas complexas de serem realizadas devido a falta de material disponível sobre os centros comuni-tários construídos em tais condições. Muito pouco material foi encontrado nas bibliotecas de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, razão pela qual foram utilizados as revistas e o periódico on-line como fontes de pesquisa para a realização desse levantamento.

A falta de dados essenciais para o entendimento dos projetos selecionados, impôs uma difi-culdade e estabeleceu a necessidade de entrar em contato com os arquitetos, por e-mail ou mídias sociais, para que tais dúvidas pudessem ser esclarecidas. Por essa razão, o meio virtual teve um papel preponderante, utilizado nesse trabalho como ferramenta de pesquisa.

A construção das fichas técnicas dos edifícios, realizada no segundo capítulo, serviu para catalogar e construir análises visuais a partir do material encontrado, de forma que fosse possível entender essas edificações sob a perspectiva construida nesse trabalho, e também, prover material para o público amplo e específico.

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A partir das fichas foi possível fazer uma análise de alguns dos componentes necessários para viabilizar uma obra com essas características. O seu entendimento como um todo, levando em conta o momento anterior à obra, a obra em si e o pós-obra, foi de suma importância para essa pesquisa; não só para auxiliar uma possível análise, mas, também, em virtude da sua intenção em fornecer subsídios aos agentes sociais, gestores e técnicos da administração pública e de organiza-ções não-governamentais, a respeito dos projetos construído nesses territórios.

Os centros comunitários foram compreendidos, nesse trabalho, como agentes transforma-dores do território. Esses espaços, que podem vir a se tornar locais de referência para a comunidade, são capazes de proporcionar o encontro e abrigar diferentes atividades que podem auxiliar na capa-citação da população local e na capacidade de resiliência da população frente as vulnerabilidades enfrentadas, a partir da criação de redes entres os indivíduos e grupos, fortalecendo, dessa maneira, a comunidade como um todo.

A análise das obras, a partir da leitura das fichas produzidas, foi dividida em três momentos. O primeiro, intitulado Viabilidade, demonstrou como esses projetos foram idealizados e colocados em prática. Desde a intenção de construção até como foi realizada a captação do investimento necessário.

Apesar da grande variação de valores, foi possível verificar que existem mecanismos para viabilizar tais projetos, de forma que os próprios arquitetos podem tomar a frente e participar ativa-mente também dessa etapa do projeto. Por conseguinte, o papel social dos arquitetos, tão importan-te na construção dos territórios, pode ser exercido.

A edificação e as soluções projetuais eleitas pelos arquitetos nessas obras, demonstradas na segunda parte, certamente foram orientadas pela situação de vulnerabilidade encontrada nesses territórios, principalmente socioeconômica. O programa desses edifícios, a forma com que os mes-mos foram implantados e construídos, os materiais utilizados, respondem, na maioria dos casos, a essas situações.

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É importante evidenciar que o intuito primordial dessas edificações é fornecer um espaço livre que proporcione o encontro e o convívio. Para isso, muitas vezes, somente é necessário uma cobertura capaz de abrigar as pessoas do sol e da chuva. Um local onde possam estar protegidas e reunidas, com fácil acesso, e que a distância a ser percorrida não seja longa e possa ser feita ca-minhado, uma vez que o custo do transporte, quando existe, acarretaria em mais um empecilho para os habitantes frequentarem esses locais.

Ao considerarmos o centro comunitário um território dentro do território reforçamos a im-portância de sua ocupação e apropriação pelos seus usuários. Esse processo de conscientização, segundo Andrade (1995) é subjetivo, mas cabe aos arquitetos assegurar que os espaços por eles criados sejam flexíveis, e que os futuros ocupantes se identifiquem com eles.

A identificação pode ser realizada por meio do processo de projeto e construção desses cen-tros comunitários ou pelo espaço edificado em si, principalmente por meio dos materiais e técnicas utilizados. Os processos de projeto e construção, em alguns casos, teve a participação da comuni-dade que, ao se sentir como parte integrante do processo, pode criar vínculos com o edifício antes mesmo de seu término.

Os materiais utilizados e as técnicas construtivas empregadas, em alguns casos tradicionais em outros releituras da tradição, também têm um papel importante nessa relação e na construção do espaço. O uso de materiais locais em todos os projetos, ainda que em alguns casos utilizados de forma diferente, fazem com que o edifício não seja um elemento estranho na comunidade, e que de certa forma as pessoas o reconheçam, mesmo que inconscientemente.

Por mais que essas obras alcancem tal experiência e reconhecimento perante a comuni-dade, na terceira parte foi possível entender a importância dos recursos de autossuficiência, como placas solares, captação e reuso de águas pluviais, e questões administrativas desses projetos após a construção.

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Os recursos de autossuficiência garantem que essas edificações sejam abastecidas do pon-to de vista hídrico e elétrico, podendo funcionar sem que dependa da infraestrutura existente no local. A boa administração faz com que esses centros se mantenham presentes, atuantes e bem cuidados, sendo assim de extrema importância para a vida útil dessas edificações.

Vale ressaltar que tanto os recursos de autosuficiência quanto as estratégias projetuais, em-bora respondam a situações de vulnerabilidade, não possuem características que permitam ser con-sideradas peculiares à condição de vulnerabilidade. Dito de outro modo, as soluções projetuais aqui encontradas poderiam pertencer a centros culturais e outras tipologias voltadas para o uso coletivo e social em situações não vulneráveis.

Por fim, essa pesquisa pretendeu contribuir não só para a organização da informação encon-trada sobre os centros comunitários realizados em territórios vulneráveis de países em desenvolvi-mento nos últimos dez anos, mas, também, para o auxílio na idealização e na avaliação de possíveis projetos com essas características que possam vir a ser construídos em territórios vulneráveis.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE

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Arquitectura Viva, Madrid, n. 116, 2007

Arquitectura Viva,Madrid, n. 120, 2008

Arquitectura Viva, Madrid, n. 133, 2010

Summa +, Argentina, n. 121, mai. 2012

Arquitectura Viva, Madrid, n. 140, 2011

AV, Madrid, n. 152, Nov. 2011

2007

APÊNDICE 1 - CAPAS DAS REVISTAS SELECIONADAS NO LEVANTAMENTO INICIAL

2008 20102009 2011

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APÊN

DICE

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Arquitectura Viva, Madrid, n. 147, 2012

Arquitectura Viva, Madrid, n. 157 11/13, 2013

Arquitectura Viva. Madrid, n 161.3, 2014

Arquitectura Viva. Madrid, n. 171.02, 2015

Arquitectura Viva. Madrid, n. 185.6, 2016

Summa +, Argentina, n. 122, jul. 2012

Summa + , Argentina, n. 146, Nov. de 2013

Architectural Record, New York, vol. 202, n. 06, jun. 2014

Architectural Record. New York, Vol. 203. n. 6, jun.de 2015

Summa + , Argentina, n. 146, Nov. de 2015

Architectural Record, New York, vol. 205, n. 1, jan. de 2017

AV, Madrid, n. 191-192, Abr. 2017

2012 2013 20152014 2016 / 2017

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

1 2007 GreenschoolPT BAMBU PURE (Aldo Landwehr)

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2 2007 Escola para o Corporito

Antonio Peña, Juan Garay, Alexis Ávila

México AméricaSCHOOL FOR EL COPORITO: Antonio Peña + Juan Garay + Alexis Ávila. Archdaily, maio 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/375149/school-for-el-coporito-antonio-pe-na-juan-garay-alexis-avila>. Acesso em: 03 nov. 2018.

3 2007Centro de ativi-dade e educação ecológica

24H > architecture Tailandia Asia

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4 2007 Escola feita a mão

Anna Heringer, Eike Roswag Bangladesh Asia

HANDMADE SCHOOL: Anna Heringer + Eike Roswag. Archdaily, mar. 2010. Disponível em: <https://www.archdaily.com/51664/handmade-school-anna-heringer-eike-roswag> Acesso em:03 nov. 2018. URBANIDAD ISLAMICA: Premios Aga Khan, X edición. Arquitectura Viva, Madrid, n. 116, p. 74-75, Out. 2007 TEJIDO EN TIERRA: Escuela METI, Rudraour(Bangladesh). Arquitectura Viva, Madrid, n. 133, p. 64-67, Ago.2010. _BUCHANAN, Peter. Estética de la precariedade: Anna Heringer, materiales y comunidades. Arquitectura Viva, Madrid, n. 147, p. 34-41, 2012.

5 2008 Escola primária em Gando

Diébédo Francis Kéré Burkina Faso Africa

PRIMARY SCHOOL IN GANDO EXTENSION: Kéré Architecture. Archdaily, abr. 2016. Disponível em: < https://www.archdaily.com/785978/primary-school-in-gando-extension-kere-architec-ture>. Acesso em: 03 nov. 2018. _FORMACIÓN EN ARCILLA: escuela primaria ,Dano (Burkina Faso). Arquitectura Viva, Madrid, n. 120, p. 42-43, mai.-jun. 2008 ESTUDIAR A LA SOMBRA: Ampliación de escuela primaria en Gando (Burkina Faso). Arquitec-tura Viva, Madrid, n. 133, p. 24-27, 2010. MCKNIGHT, Jenna. Rasing the grade: An innovative use of local maaterials engenders an in-spiring settin for learning. Architectural Record, New York, vol. 205, n. 1, p. 96-99, jan. de 2017

6 2009 Biblioteca Safe Haven TYIN Tegnestue Mianmar Ásia

SAFE HAVEN LIBRARY:TYIN Tegnestue. Archdaily, Ago. 2019. Disponível em: <https://www.archdaily.com/30764/safe-haven-library-tyin-tegnestue>. Acesso em: 03 nov. 2018 CONSTRUÇÕES DIDÁTICAS. Summa +, Argentina, n. 121, p. 66-71, mai. 2012

APÊNDICE 2 - TABELA DE OBRAS DO LEVANTAMENTO INICIAL

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

7 2009Edifício educacio-nal em Moçam-bique

Masterstudents of Bergen School of Architecture

Moçambique Africa

EDUCATIONAL BUILDING IN MOZAMBIQUE: Masterstudents of Bergen School of Architecture. Archdaily, jun. 2011. Disponível em: <https://www.archdaily.com/144527/educational-build-ing-in-mozambique-andre-fontes-sixten-rahlff>. Acesso em: 03 nov. 2018 COOPERACIÓN SOSTENIBLE: Escuela y centro de formación, Chimundo, Mozambique. Arqui-tectura Viva, Madrid, n. 140, p. 54-55, Out. 2011 CENTRO EDUCATIVO CHIMUNDO (Mozambique). AV, Madrid, n. 152, p. 48-51, Nov.

8 2009 Escola Nueva Esperanza

David Barragán & Pascual Gangotena

Equador América NUEVA ESPERANZA SCHOOL: al bordE. Archdaily, jan. 2010. Disponível em: <https://www.archdaily.com/45942/nueva-esperanza-school-al-borde>. Acesso em: 03 nov. 2018

9 2010Centro para a Homeless World Cup

Lompreta Nolte Arquitetos e Nanda Eskes Arquitetura

Brasil AméricaCENTRO PARA A HOMELESS WORLD CUP: Architecture For Humanity. Archdaily, mar. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-105866/centro-para-a-home-less-world-cup-slash-architecture-for-humanity>. Acesso em: 03 nov. 2018.

10 2010 Centro Comu-nitário Suoi Re 1+1>2 Vientnã Asia SUOI RE VILLAGE COMMUNITY HOUSE: 1+1>2. Archdaily, jan. 2011. Disponível em: <https://

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11 2010 Escola primaria Umubano

MASS Design Group Ruanda Africa

UMUBANO PRIMARY SCHOOL: MASS Design Group. Archdaily, mai. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/372709/umubano-primary-school-mass-design-group>. Acesso em: 03 nov. 2018

12 2010Pavilhão comu-nitário em Jintao Village

Scenic Architecture Office

China AsiaCOMMUNITY PAVILION AT JINTAO VILLAGE / Scenic Architecture. Archdaily, abril 2013. Di-sponível em: <https://www.archdaily.com/361501/community-pavilion-at-jintao-village-sce-nic-architecture>. Acesso em: 03 nov. 1018.

13 2010Centro de reabil-itação infantil Teletón

Solano Benitez Paraguai AméricaTELETÓN CHILDREN’S REHABILITATION CENTER: Gabinete de Arquitectura. Archdaily, set. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/773980/telethon-childrens-rehabilita-tion-center-gabinete-de-arquitectura>. Acesso em: 03 nov. 2018

14 2010 Centro cultural LATREN

GianLuca Stasi(Crtl +Z) e Davis Juaréz (Straddle 3)

México América

LYNCH, Patrick. 6 Practices Recognized as Social Design Innovators by Curry Stone Design Prize. Archdaily, jan. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/802789/6-practices-rec-ognized-as-social-design-innovators-by-curry-stone-design-prize>. Acesso em: 03 nov. 2018 SORIA, Eugenia. Arquitetura Reversível; entrevista a Luca Stasi. Argentina. Summa +. n. 122, p. 92-99. Jul., 2012

15 2010 Escola no deserto Arcò Cisjordania Asia ESCUELA EN EL DESIERTO: Cisjordania (Palestina). AV, Madrid, n. 152, p.. 56-61, 2011

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

16 2011 Esperanza Dos

Al Borde - David Barragán, Pascual Gangotena& Esteban Benavides

Ecuador América ESPERANZA DOS: Al borde. Archdaily, set. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/227349/esperanza-dos-al-borde>. Acesso em: 03 nov. 2018

17 2011Comite dos residentes da rua Victory

Scenic Arquitecture

China AsiaVICTORY STREET RESIDENT COMMITTEE: Scenic Architecture, abril 2013 .Disponível em: <https://www.archdaily.com/360951/victory-street-resident-committee-and-oldie-s-dai-ly-care-station-scenic-architecture>. Acesso em: 03 nov. 2018.

18 2011

Centro de conhecimento Rural e canto das crianças

Saba India AsiaCHILDREN’S CORNER, CENTER FOR RURAL KNOWLEDGE, HALWAD: SABA. Archdaily, fev. 2012. Disponível em:< https://www.archdaily.com/209803/children%e2%80%99s-corner-cen-ter-for-rural-knowledge-halwad-saba>. Acesso em: 03 nov. 2018.

19 2011 Centro de estudo em Tacloban workshop Filipinas Asia STUDY CENTER IN TACLOBAN: Workshop. Archdaily, out. 2012. Disponível em: <https://www.

archdaily.com/285867/study-center-in-tacloban-workshop>. Acesso em: 03 nov. 2018.

20 2011 Sala de aula Tragaluz

Land Arquitectos

Chile AméricaCATCH LIGHT CLASSROOMS: LAND Arquitectos. Archdaily, out. 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com/279942/catch-light-classrooms-land-arquitectos>. Acesso em: 03 nov. 2018.

21 2011 Centro de arquite-tura da terra

Kéré architecture

Mali Africa

CENTRE FOR EARTH ARCHITECTURE: Kere Architecture. Archdaily, set. 2011. Disponível em: <https://www.archdaily.com/167094/centre-for-earth-architecture-kere-architecture>. Acesso em: 03 nov. 2018. MATERIA FÉRTIL: Centro de Arquitectura en Tierra, Mopti, Mali. Arquitectura Viva, Madrid, n. 140, p. 40-43, Out. 2011.

22 2011Centro para jovens em Niafou-rang

Project Niafourang Senegal Africa

YOUTH CENTER IN NIAFOURANG: Project Niafourang. Archdaily, mar. 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com/217208/youth-center-in-niafourang-project-niafourang>. Acesso em: 03 nov. 2018.

23 2011Edifício educa-cional archdaily Tailândia

TYIN Tegenesture Tailândia Asia

KLONG TOEY COMMUNITY LANTERN: TYIN Tegnestue Architect. Archdaily, fev. 2012. Di-sponível em: <https://www.archdaily.com/212214/klong-toey-community-lantern-tyin-teg-nestue-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018. ILUMINADOS PELO DESIGN. Summa + , Argentina, n. 130, p. 128-129, ago. 2013

24 2011 Centro formativo Sara Pou

Rudanko+Kank-kunen Camboja Asia CENTRO FORMATIVO SRA POU: Oudong (Camboja). AV, Madrid, n. 152, p. 82-85, 2011

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APÊN

DICE

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

25 2012 Centro Comu-nitário Ta Phin

1+1>2 International Architecture JSC

Vietnã Asia SAIEH, Nico. Ta Phin Community House: 1+1>2. Archdaily, ago. 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com/261063/ta-phin-community-house-112>. Acesso em: 03 nov. 2018.

26 2012

Centro de inte-gração educacio-nal, profissional e esportiva

Albert Faus Burkina Faso AfricaCENTER FOR EDUCATIONAL, PROFESSIONAL AND SPORTS INTEGRATION: Albert Faus. Arch-daily, mai. 2015.Disponível em: <https://www.archdaily.com/634529/center-for-education-al-professional-and-sports-integration-albert-faus>. Acesso em: 03 nov. 2018.

27 2012 Escolas móveis Building Trust + Ironwood Tailândia Asia

MOVING SCHOOLS: Building Trust + Ironwood. Archdaily, out. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/433289/moving-schools-building-trust-ironwood>. Acesso em: 03 nov. 2018.

28 2012 Escola primária em Balaguina

Joop van Stigt and Jurriaan van Stigt

Mali AfricaPRIMARY SCHOOL IN BALAGUINA: Joop van Stigt and Jurriaan van Stigt. Archdaily, mai. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/369913/primary-school-in-balaguina-joop-van-stigt-and-jurriaan-van-stigt>. Acesso em: 03 nov. 2018.

29 2012 Escola em Nebaj Solis Colomer Arquitectos Guatemala América SCHOOL IN NEBAJ: Solis Colomer Arquitectos. Archdaily, jun. 2013. Disponível em: <https://www.

archdaily.com/389137/school-in-nebaj-solis-colomer-arquitecto>. Acesso em: 03 nov. 2018.

30 2012 Bersário El Pinal

Felipe B. Henao, Javier C. Acero , Alejandro Restrepo-Montoya Arq.

Colombia América

EL PINAL NURSERY: Felipe Bernal Henao + Javier Castañeda Acero + Alejandro Restrepo Mon-toya. Archdaily, Mai. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/788209/el-pinal-nurs-ery-felipe-bernal-henao-plus-javier-castaneda-acero-plus-alejandro-restrepo-montoya>. Aces-so em: 03 nov. 2018

31 2013 Projeto Mutende II Orkidstudio Zâmbia Africa THE MUTENDE PROJECT II: Orkidstudio. Archdaily, Out. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/439374/the-mutende-project-ii-orkidstudio>. Acesso em: 03 nov. 2018

32 2013 Biblioteca de Muyinga BC Architects Burundi Africa LIBRARY OF MUYINGA: BC Architects. Archdaily, Jan. 2014. Disponível em: <https://www.arch-

daily.com/467129/library-of-muyinga-bc-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

33 2013 Hut-To-HutRintala Eggertsson Architects

India Asia

HUT-TO-HUT: Rintala Eggertsson Architects. Archdaily, Jan. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/318424/hut-to-hut-rintala-eggertsson-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018. PROTOTIPO HUT TO HUT, KAGALA: Rintala Eggertsson architects. Arquitectura Viva, Madrid, n. 157 11/13, p. 48-51, 2013

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

34 2013 Escola em Chuquibambilla

Marta Maccaglia, Paulo Afonso, Bosch Arquitectos

Peru AméricaSCHOOL IN CHUQUIBAMBILLA: AMA + Bosch Arquitectos. Archdaily, Dez. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/579909/school-in-chuquibambilla-ama-bosch-arquitectos>. Acesso em: 03 nov. 2018.

35 2013 Arco-irís no deserto

51-1 Arquitectos Peru América RAINBOW IN THE DESERT: 51-1 Arquitectos. Archdaily, Set. 2015. Disponível em: <https://www.

archdaily.com/773984/rainbow-in-the-desert-51-1-arquitecto>. Acesso em: 03 nov. 2018.

36 2013 Escola Flutuante para orfãos

Kikuma Watanabe Tailândia Asia

FLOATING IN THE SKY SCHOOL FOR ORPHANS: Kikuma Watanabe. Archdaily, Mai. 2015. Di-sponível em: <https://www.archdaily.com/630188/floating-in-the-sky-school-for-orphans-kiku-ma-watanabe>. Acesso em: 03 nov. 2018.

37 2013 Bes Pavillion H&P Architects Vietnã Asia BES PAVILION: H&P Architects. Archdaily, ago. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com/415838/bes-pavilion-h-and-p-architects. Acesso em: 03 nov. 2018.

38 2013Centro de opor-tunidades para mulheres

Sharon Davis Design Ruanda Africa

WOMEN’S OPPORTUNITY CENTER IN RWANDA: Sharon Davis Design. Archdaily, Jun. 2013. Di-sponível em: <https://www.archdaily.com/383864/women-s-opportunity-center-in-rwanda-sha-ron-davis-design>. Acesso em: 03 nov. 2018. ANDERSON, Lamar. Activist Design. Architectural Record, New York, vol. 202, n. 06, p.168-173, jun. 2014 ALDEA DE MUJERES: Woman’s Center in Kayonza, Rwanda. Arquitectura Viva. Madrid, n. 161.3, p. 44-47, Mar. 2014

39 2013 Escola pré pri-maria Asa studio Ruanda Africa PRE-PRIMARY SCHOOL: Asa studio. Archdaily, Mai. 2014. Disponível em: <https://www.arch-

daily.com/502916/pre-primary-school-asa-studio>. Acesso em: 03 nov. 2018.

40 2013Edifício educa-cional makoko Nigeria

NLE Architects Nigeria Africa

MAKOKO FLOATING SCHOOL: NLE Architects. Archdaily, Mar. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/344047/makoko-floating-school-nle-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018. LIQUIDO ELEMENTO: Makoko Floating School in Lagos, Nigeria. Arquitectura Viva. Madrid, n 161.3, p. 20-23, Mar. 2014

41 2013 Escola Sasle Noel Sampson Nicaragua América SASLE SCHOOL: Noel Sampson. Archdaily, Mar. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/784045/sasle-school-noel-sampson>. Acesso em: 03 nov. 2018.

42 2013 Escola primaria Primary

LEVS architecten Mali Africa

PRIMARY SCHOOL TANOUAN IBI: LEVS architecten. Archdaily, Mar. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/560814/primary-school-tanouan-ibi-levs-architecten>. Acesso em: 03 nov. 2018.

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APÊN

DICE

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

43 2013 Centro cultural do Japão

Hironori Matsubara, Keio University SFC Hironori Matsubara Laboratory

Republica Democrática do Congo

AfricaJAPANESE CULTURAL CENTER OF D.R. CONGO: Keio University SFC Hironori Matsubara Labo-ratory. Archdaily, Mai. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/367750/japanese-cul-tural-center-of-d-r-congo-beijing-matsubara-and-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

44 2013Centro comu-nitário Las Margaritas

Dellekamp Arquitectos, TOA , Comunidad de Aprendizaje

México América

LAS MARGARITAS SOCIAL CENTER: Dellekamp Arquitectos, TOA Taller de Operaciones Am-bientales, Comunidad de Aprendizaje. Archdaily, abr. 2014. Disponível em: <https://www.arch-daily.com/492794/las-margaritas-social-center-dellekamp-arquitectos-toa-taller-de-opera-ciones-ambientales-comunidad-de-aprendizaje>. Acesso em: 03 nov. 2018.

45 2013 Casa de lluvia arquitetura expandida Colômbia América

LYNCH, Patrick. 6 Practices Recognized as Social Design Innovators by Curry Stone Design Prize. Archdaily, jan. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/802789/6-practic-es-recognized-as-social-design-innovators-by-curry-stone-design-prize. Acesso em: 03 nov. 2018

46 2013 Cubos comunitári-os em Shanghai Included China Asia

SHANGHAI COMMUNITY CUBES / INCLUDED. Archdaily, mar. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/482291/shanghai-community-cubes-included> . Acesso em: 03 nov. 2018. ANDERSON, Lamar. Activist Design. Architectural Record, New York, vol. 202, n. 06, p.168-173, jun. 2014

47 2014 Clínica de vaci-nação Selgas Cano Quênia Africa

COHN, David. Made in shade: A desert clinic shifts notions about traditional materials and becames a gathering place for a nomadic population.Architectural Record. New York, Vol. 203.n.6, pag.94-97, junho de 2016. CULTURA NÓMADA: Konokono educational center, Kenya. Arquitectura Viva. Madrid, n. 185.6, p. 18-21, 2016

48 2014 Centro Comu-nitário Pumanque

The Scarcity and Creativity Studio

Chile AméricaPUMANQUE COMMUNITY CENTRE: The Scarcity and Creativity Studio. Archdaily, jan. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/779788/pumanque-community-centre-the-scarci-ty-and-creativity-studio>. Acesso em: 03 nov. 2018.

49 2014Centro de desenvolvimento comunitário

OCA, Bonini Paraguai AméricaSOUZA, Eduardo. Center for Community Development: OCA + BONINI. Archdaily, ago. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/770901/centro-de-desenvolvimento-comunitar-io-oca-plus-bonini>. Acesso em: 03 nov. 2018.

50 2014 Escola e Creche Laafi Albert Faus Burkina Faso Africa LAAFI NURSERY SCHOOL: Albert Faus. Archdaily, Jan. 2015. Disponível em: <https://www.

archdaily.com/588911/laafi-nursery-school-albert-faus>. Acesso em: 03 nov. 2018

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

51 2014 Biblioteca Katio Albert Faus Burkina Faso Africa KATIOU LIBRARY: Albert Faus. Archdaily, Jun. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/637153/katiou-library-albert-faus>. Acesso em: 03 nov. 2018

52 2014 Ginásio Municipal de Boxe Urbánika México América MUNICIPAL BOXING GYM: Urbánika. Archdaily, Mar. 2014. Disponível em: <https://www.arch-

daily.com/486170/municipal-boxing-gym-urbanika>. Acesso em: 03 nov. 2018

53 2014

Museu XIHE de cereais e oleos e centro de ativi-dades do vilarejo

3andwich Design / He Wei Studio/ Chen Long

China Asia

XIHE CEREALS AND OILS MUSEUM AND VILLAGE ACTIVITY CENTER: 3andwich Design/He Wei Studio. Archdaily, Nov. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/777339/xihe-ce-reals-and-oils-museum-and-villagers-activity-center-he-wei>. Acesso em: 03 nov. 2018 CHEN, Aric. Cultural Revolution, a rural village finds new porpouse by converting an old granary into a museum and community center. Architectural Record. New York, Vol. 203.n.6, pag.98-103, junho de 2016

54 2014Classe Multifun-cional Mazaron-kiari

Marta Maccaglia + Paulo Afonso

Peru América

MAZARONKIARI MULTIFUNCTIONAL CLASSROOM / Marta Maccaglia + Paulo Afonso. Arch-daily, Dec. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/778505/aula-multifuncion-al-mazaronkiari-ama>. Acesso em: 03 nov. 2018. DIDÁCTICA EMPAREDADA: Mazaronquiari Multifuncional Classroom, Peru. Arquitectura Viva. Madrid, n 185.6, pag. 44-45, 2016

55 2014 Escola Kwel Ka Baung

a.gor.a Architects Tailandia Asia

KWEL KA BAUNG SCHOOL: a.gor.a Architects. Archdaily, Out. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/557762/kwel-ka-baung-school-agora-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018

56 2014 Bottle Sail

1+1>2 International Architecture JSC

Vietnã AsiaBOTTLE SAIL: 1+1>2 International Architecture JSC. Archdaily, out. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/560040/bottle-sail-1-1-2-international-architecture-jsc>. Acesso em: 03 nov. 2018.

57 2014 Toigetation H&P Architects Vietnã Asia TOIGETATION: H&P Architects. Archdaily, jan. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/584886/toigetation-h-and-p-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

58 2014 Escola Thazin Ackerman-n+Raff Mianmar Asia

HIGH SCHOOL THAZIN: Ackermann+Raff. Archdaily, Ago. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/534728/high-school-thazin-ackermann-raff>. Acesso em: 03 nov. 2018.

59 2014 Pré-escola Aknai-bich

BC architects + MAMOTH Marrocos Africa

PRESCHOOL OF AKNAIBICH: BC architects + MAMOTH. Archdaily, Nov. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/572207/preschool-of-aknaibich-bc-architects-mamoth>. Acesso em: 03 nov. 2018.

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APÊN

DICE

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

60 2014Centro comu-nitário e escola Legson Kayira

Architecture for a Change Malawi Africa

THE LEGSON KAYIRA COMMUNITY CENTER & PRIMARY SCHOOL: Architecture for a Change. Archdaily, nov. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/567576/the-legson-kay-ira-community-center-and-primary-school-architecture-for-a-change>. Acesso em: 03 nov. 2018.

61 2014 Escola Embera Atrato

Plan:b arquitectos Colômbia América

EMBERA ATRATO MEDIO SCHOOL: Plan:b arquitectos. Archdaily, Out. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/557120/embera-atrato-medio-school-plan-b-arquitectos>. Aces-so em: 03 nov. 2018

62 2014Centro de interpretação do Cacau

Taller Con Lo Que Hay 4 + ENSUSITIO Arquitectura

Equador AméricaCACAO INTERPRETATION CENTER: Taller Con Lo Que Hay 4 + ENSUSITIO Arquitectura. Archdaily, Ago. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/771456/cacao-interpreta-tion-center-taller-con-lo-que-hay-4-plus-ensusitio-arquitectura>. Acesso em: 03 nov. 2018.

63 2014 Arena do Morro Herzog & de Meuron Brasil América

ARENA DO MORRO: Herzog & de Meuron. Archdaily, maio 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/509030/arena-do-morro-herzog-and-de-meuron>. Acesso em: 03 nov. 2018. POLIESPORTIVO ARENA DO MORRO, 2011-2014, Natal(Brasil). AV, n. 191-192. p.168-177.Abr. 2017. UNA _VISIÓN PARA MÃE LUIZA: Herzog & de Meuron, arena do Morro Gimnasio escuela estatal Dinarte Mariz. Summa + , Argentina, n. 146, p. 68-75, Nov. de 2015

64 2014 Khmeresque Archium + Kim in-cheurl Cambodia Asia

KHMERESQUE: Archium + Kim in-cheurl. Archdaily, Dez. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/577400/khmeresque-archium-kim-in-cheurl>. Acesso em: 03 nov. 2018 | Artigo: Una Visión para mãe Luzia. Summa +, Argentina, n 146, pag 68-75, novembro 2015.

65 2014 Centro Comu-nitário Pani

SchilderScholte architects Bangladesh Asia

PANI COMMUNITY CENTRE: SchilderScholte Architects. Archdaily, fev. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/600713/pani-community-centre-schilderscholte-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

66 2014 Parque educacio-na Vigía Del Forte

Mauricio Valencia + Diana Herrera + Lucas Serna + Farhid Maya

Colômbia América

VIGÍA DEL FUERTE EDUCATIONAL PARK: Mauricio Valencia + Diana Herrera + Lucas Serna + Farhid Maya. Archdaily, Jun. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/518718/vigia-del-fuerte-educational-park-mauricio-valencia-diana-herrera-lucas-serna-farhid-maya>. Acesso em: 03 nov. 2018. SABER A DOS AGUAS: Educational Park in Antioquía, Colombia. Arquitectura Viva. Madrid, n. 185.6, p. 36-39, 2016

67 2014 Projeto Nakuru Orkidstudio Quênia AfricaNAKURU PROJECT: Orkidstudio. Archdaily, Dez. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/574887/nakuru-project-orkidstudio>. Acesso em: 03 nov. 2018. TIERRA Y MADERA: Nakuru Project, Kenya. Arquitectura Viva. Madrid, n. 171.02, p. 26-29, 2015

Page 228: ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM TERRITÓRIOS ...tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3907/5/Laura Paes...P226c Pardo, Laura Paes Barretto. Espaços comunitários em territórios vulneráveis:

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

68 2014 Escola de Bambu Andrés Bäppler y Greta Tresserra

Colômbia AméricaTRERSSERA, Greta. Cali, colômbia: Escola de bambu inicia campanha para finalizar sua construção. Archdaily, Fev. 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/tag/gre-ta-tresserra>. Acesso em: 03 nov. 2018

69 2015 Salas de leitura SLOW Architects China Asia

READING ROOM: SLOW Architects. Archdaily, Nov. 2015. Disponível em: <https://www.arch-daily.com/777411/reading-room-of-shenwan-teaching-school-at-enshi-city-slow-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

70 2015The Wave: espaço público para performances

The Scarcity and Creativity Studio

Chile AméricaTHE WAVE: PUBLIC PERFORMANCE SPACE: The Scarcity and Creativity Studio. Archdaily, dez. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/779261/the-wave-public-performance-space-the-scarcity-and-creativity-studio>. Acesso em: 03 nov. 2018.

71 2015Centro Comu-nitário Cam Thanh

1+1>2 Vietnã Asia CAM THANH COMMUNITY HOUSE: 1+1>2. Archdaily, jun. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/638776/cam-thanh-community-house-1-1-2>. Acesso em: 03 nov. 2018.

72 2015Residencia de artistas e centro cultural

Toshiko Mori e Jordan MacTavish

Senegal Africa

NEW ARTIST RESIDENCY IN SENEGAL: Toshiko Mori. Archdaily, mar. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/608096/new-artist-residency-in-senegal-toshiko-mori>. Acesso em: 03 nov. 2018. FIXEN, Anna. Common Thread: A light-filled artists’residence in a remote Senegalese village encourages dialogue whilw serving its community. Architectural Record. New York, Vol. 203., n. 6, p. 82-87, jun. de 2015

73 2015 Re-ainbow H&P architects Vietnã Asia RE-AINBOW: H&P Architects. Archdaily, ago. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/772498/re-ainbow-h-and-p-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

74 2015 Projeto de desen-volvimento social

Indalo, Collectif Saga Africa do Sul Africa

SOCIAL DEVELOPMENT PROJECT: Indalo + Collectif Saga. Archdaily, Out. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/775901/social-development-project-indalo-plus-collectif-saga>. Acesso em: 03 nov. 2018.

75 2015 Centro comu-nitário Nam Dam 1+1>2 Vietnã Asia

NAM DAM HOMESTAY AND COMMUNITY HOUSE: 1+1>2 Architects. Archdaily, dez. 2015. Dis-ponível em: <https://www.archdaily.com/778847/nam-dam-homestay-and-community-house-1-plus-1-2-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

76 2015 Centro de alegria do Butão 1+1>2 Butão Asia BHUTAN HAPPINESS CENTRE: 1+1>2. Archdaily, Jul. 2016. Disponível em: <https://www.arch-

daily.com/791213/bhutan-happiness-centre-1-plus-1-2>. Acesso em: 03 nov. 2018.

77 2015 Parque Educacio-nal Raíces

Taller Piloto Arquitectos Colômbia América

RAÍCES EDUCATIONAL PARK: Taller Piloto Arquitectos. Archdaily, Mai. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/870235/raices-educational-park-taller-piloto-arquitectos>. Aces-so em: 03 nov. 2018.

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APÊN

DICE

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

78 2015 Escola Chipakata

Susan Rodriguez, Frank Lupo, Randy Antonia Lott, Fabian Medolla, Hiroko Nakatani, Mehonaz Kazi

Zâmbia Africa

CHIPAKATA CHILDREN’S ACADEMY: Susan Rodriguez + Frank Lupo + Randy Antonia Lott. Archdaily, Jul. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com/770497/chipakata-chil-drens-academy-ennead-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018. PÉRGOLA MAESTRA: Chipakata Children’s Academy, Zambia. Arquitectura Viva. Madrid, n. 185.6, p. 22-23, 2016 MINUTILLO, Josephine. Going the distance, a New York not- fot-profit organization buids it’s first school in an underserved African community. Architectural Record. New York, Vol. 203. n. 6, p. 108-111, junho de 2015

79 2015 Espaço Alana Rodrigo Ohtake Arquitetura e Design

Brasil AméricaESPAÇO ALANA: Rodrigo Ohtake Arquitetura e Design. Archdaily, Jul. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/876170/espaco-alana-rodrigo-ohtake-arquitetura-e-design>. Acesso em: 03 nov. 2018.

80 2015 Parque Educativo de Remedios

Relieve Arquitectura Colômbia América

PARQUE EDUCATIVO DE REMEDIOS: Relieve Arquitectura. Archdaily, Abr. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/869493/parque-educativo-remedios-relieve-arquitectura>. Aces-so em: 03 nov. 2018.

81 2015 Salas de Leitura Fernanda Canales México América READING ROOMS: Fernanda Canales. Archdaily, Dez. 2016.Disponível em: <https://www.arch-

daily.com/801917/salas-de-lectura-fernanda-canales>. Acesso em: 03 nov. 2018.

82 2015 Pavilhão de Bambu

DnA_Design and Architecture China Asia BAMBOO PAVILION: DnA. Archdaily, Jun. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.

com/643476/bamboo-pavilion-dna_design-and-architecture>. Acesso em: 03 nov. 2018.

83 2015Biblioteca Avant-Garde Ruralation

AZL Architects China AsiaAVANT-GARDE RURALATION LIBRARY: AZL Architects. Archdaily, Jun. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/790181/librairie-avant-garde-ruralation-library-azl-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018

84 2015 Escola rural Chaparral

Plan:b arquitectos Colômbia América

CHAPARRAL RURAL SCHOOL: Plan:b arquitectos. Archdaily, Out. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/797301/chaparral-rural-school-plan-b-arquitectos>. Acesso em: 03 nov. 2018.

88 2015 escola secundária Santa Elena

Marta Maccaglia + Paulo Afonso + Ignacio Bosch + Borja Bosch

Peru América

SANTA ELENA SECONDARY SCHOOL: Marta Maccaglia + Paulo Afonso + Ignacio Bosch + Borja Bosch. Archdaily, Fev. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/781446/santa-elena-secondary-school-marta-maccaglia-plus-paulo-afonso-plus-ignacio-bosch-plus-borja-bosch>. Acesso em: 03 nov. 2018.

86 2015 Escola Cof Out-reazch

Studio FH Architects Uganda Africa

COF OUTREACH VILLAGE PRIMARY SCHOOLS: Studio FH Architects. Archdaily, Jun. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/872623/cof-outreach-village-primary-schools-stu-dio-fh-architectsr>. Acesso em: 03 nov. 2018.

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

87 2015 Escola comu-nitária Chonnabot

INDA Design Build + Peter Strzebniok

Tailândia AsiaCHONNABOT COMMUNITY SCHOOL CANTEEN: INDA Design Build + Peter Strzebniok. Arch-daily, Mar. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/783967/chonnabot-communi-ty-school-canteen-inda-design-build-plus-peter-strzebniok>. Acesso em: 03 nov. 2018.

88 2016Centro comu-nitário Renascer Chamanga

Actuemos Ecuador Equador América

RENACER DE CHAMANGA COMMUNITY HOUSE: Actuemos Ecuador. Archdaily, maio 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/871532/renacer-de-chamanga-communi-ty-house-actuemos-ecuador>. Acesso em: 03 nov. 2018

89 2016Potocine- sala de cinema auto gestionada

arquitetura expandida Colômbia América

LYNCH, Patrick. 6 Practices Recognized as Social Design Innovators by Curry Stone Design Prize. Archdaily, jan. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/802789/6-practic-es-recognized-as-social-design-innovators-by-curry-stone-design-prize. Acesso em: 03 nov. 2018.

90 2016 escola Jungle Flower 1+1>2 Vietnã Asia JUNGLE FLOWER: 1+1>2. Archdaily, Dez. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.

com/801294/jungle-flower-1-plus-1-2>. Acesso em: 03 nov. 2018.

91 2016 Toigetation 2 H&P Architects Vietnã Asia TOIGETATION 2: H&P Architects. Archdaily, Nov. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/799859/toigetation-2-h-and-p-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

92 2016

Sala Multifuncio-nal: estação de controle de incen-dios florestais

Geodesic Design Co.,Ltd. Tailândia Asia

MULTIPURPOSE CLASSROOM, PHU CHI FAH FOREST FIRE CONTROL STATION: Geodesic De-sign Co.,Ltd. Archdaily, Fev. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/803389/muti-purpose-classroom-and-phu-chi-fah-forest-fire-control-station-geodesic-design>. Acesso em: 03 nov. 2018.

93 2016 M.A.C. of Tiruvan-namalai Made in Earth India Asia M. A. C.: Made in Earth. Archdaily, Mai. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.

com/870856/m-a-c-made-in-earth>. Acesso em: 03 nov. 2018.

94 2016 5 Jardins de infância colectivoMEL Guiné Bissau Africa 5 KINDERGARTENS: colectivo MEL. Archdaily, Ago. 2016. Disponível em: <https://www.archdai-

ly.com/793599/5-kindergartens-colectivomel>. Acesso em: 03 nov. 2018.

95 2016 Espaço Be Friendly H&P Architects Vietnã Africa BE FRIENDLY SPACE / H&P Architects. Archdaily, fev. 2017.Disponível em : < https://www.arch-

daily.com/803742/be-friendly-space-h-and-p-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018.

96 2016 Galeria Multifun-cional em Tehran Kaaf Foudation Irã Asia

MULTIFUNCTIONAL GALLERY SPACE IN TEHRAN: Kazem Keyhani. Archdaily, Abr. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/869061/multifunctional-gallery-space-in-teh-ran-kaaf-foudation>. Acesso em: 03 nov. 2018

97 2016 Pavilhões para Okana

Laura Katharina Strähle & Ellen Rouwendal

Quênia AfricaFROM LANDSCAPE TO ROOFSCAPE: Laura Katharina Strähle & Ellen Rouwendal. Archdaily, jul. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/875085/from-landscape-to-roofscape-lau-ra-katharina-strahle-and-ellen-rouwendal>. Acesso em: 03 nov. 2018

Page 231: ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM TERRITÓRIOS ...tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3907/5/Laura Paes...P226c Pardo, Laura Paes Barretto. Espaços comunitários em territórios vulneráveis:

APÊN

DICE

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Número projeto Ano Nome do projeto Arquiteto País Continente Fontes

98 2016Centro para mul-heres no Vilarejo Massai

C-re-aid Tanzânia AfricaCENTER FOR WOMEN IN MASAI VILLAGE: C-re-aid. Archdaily, Abr. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/869092/center-for-women-in-masai-c-re-aid>. Acesso em: 03 nov. 2018

99 2016 Centro de edu-cação e saúde

Ross Langdon, Studio FH Architects

Uganda AfricaHEALTH EDUCATION CENTRE: Ross Langdon + Studio FH Architects. Archdaily, Mar. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com/784113/health-education-centre-ross-lang-don-plus-studio-fh-architects>. Acesso em: 03 nov. 2018

100 2017 Centro educacion-al Eco Moyo

The Scarcity and Creativity Studio

Quênia AfricaECO MOYO EDUCATION CENTRE: The Scarcity and Creativity Studio. Archdaily, Mai. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/871408/eco-moyo-education-centre-the-scarci-ty-and-creativity-studio>. Acesso em: 03 nov. 2018.

101 2017 Igreja da comuni-dade rual Malawi

Architecture for a Change Malawi Africa

RURAL CHURCH COMMUNITY HALL MALAWI: Architecture for a Change. Archdaily, Mai. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/870571/rural-church-community-hall-malawi-ar-chitecture-for-a-change>. Acesso em: 03 nov. 2018.

102 2017 Escola Alfa Omega

RAW Architecture Indonesia Asia

SCHOOL OF ALFA OMEGA: RAW Architecture. Archdaily, Jun. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com/873535/school-of-alfa-omega-raw-architecture>. Acesso em: 03 nov. 2018.