espaço solidario · tema dos direitos sociais, era a igre- ... apoiada na sua história, a igreja...
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pessoas a sentirem pessoas
espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
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Ficha Técnica
Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro PimentaDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. Carlos Azevedo, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Dra., Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, S.A.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO
Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555
04 - Editorial Manuel Amial
05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente
06 - Trabalho e Sentimento Américo Ribeiro
08 - Apesar de tudo... Brilhou uma grande Luz Confhic
09 - A Razão da nossa Instituição Padre Lino Maia
10 - A Epistemologia e o Senso Comum Professor Daniel Serrão
12 - Natal 2012 D. João Miranda
14 - O Encanto da Realização Professor João Alves Dias
15 - Saber ser e saber fazer Cónego Rui Osório
16 - Poder e Pensamento D. João Lavrador – Bispo Auxiliar do Porto
18 - A Razão Sensível para uma Sociedade Grisalha Diana Cancela
19 - A Fecundidade do Bem D. Carlos Azevedo
20 - Ano do Otimismo em Ação Conselho de Administração
22 - Festa da Terceira Idade Pedro Pimenta
24 - ANO DA FÉ - A Fé Cristã e Respectivas Implicações Frei Bernardo Domingues, O.P.
30 - Ceia de Natal 2012 João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
38 - Caminhando Maria Teresa Souza-Cardoso
42 - Festa de Natal dos Filhos dos Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
44 - Festas com Tradição Pedro Pimenta
46 - Magusto no Cerco do Porto Pedro Pimenta
48 - Faculdade de Farmácia, Arca de Natal, Rivoli João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
50 - Mensagens do Espaço Solidário
51 - Amigos em crescendo!
Sumário
3Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
EditorialNesta quadra natalícia desejo a todos os nossos leitores os melhores votos
de Natal e Ano Novo.
-
tas Festas Natalícias sejam de Paz e Amor, partilhadas com familiares e amigos,
amenizando as agruras da vida e incentivando uma réstea de esperança no futuro.
Que a generosidade que nos está intrínseca nos leve a repartir com aqueles
que menos têm e que a solidariedade que nos norteia se traduza num gesto cada
vez mais forte para com aqueles que mais sofrem.
Que Deus derrame as suas bençãos sobre as crianças, as mulheres e os
erradicação da pobreza e do progresso e bem-estar da humanidade, na senda de
um mundo mais justo, mais solidário e mais fraterno.
Manuel Amial
Santo Natal em paz
e harmonia!
Obra Diocesana de Promoção Social4
É a verdade de cada Natal, nunca por demais
repetida: Mais, muito mais do que possamos
ou não possamos oferecer, o verdadeiro “pre-
sente” somos nós, como nos oferecemos aos
outros.
Foi assim há dois mil anos, com o próprio
Deus. Naquele Menino, ofereceu-Se a si mesmo à
humanidade que há tanto tempo o esperava. Não
foram coisas, foi Ele mesmo, como depois cres-
ceu, conviveu, sofreu e morreu, acompanhando
a vida de cada ser humano e preenchendo-a
Agora ressuscitado, continua a oferecer-
-se a quem o escuta e segue.
“Ele está no meio de nós!”
tantas vezes. E não são coisas que dá, é Ele mesmo que se
oferece a quem o acolhe, em permanente Natal.
No momento social que atravessamos, também não te-
mos muita coisa para oferecer. Mas temo-nos a nós, que so-
mos o melhor presente do mundo, quando oferecemos aos
outros a nossa disponibilidade e companhia. Como acon-
tece em cada Centro da Obra Diocesana, que por
isso mesmo se transforma em presépio vivo.
Aliás, bem sabemos que é muito especialmen-
te através de nós que Cristo ressuscitado se torna
presente no mundo. E é n’Ele que ganhamos força
Santo e feliz Natal a todos!
+ D. Manuel Clemente
Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto
Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012 5
Trabalho e sentimento
Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS
Trabalho e sentimento comple-
mentam um conceito, uma percepção
traduzida na realidade composta pela
objectividade, subjectividade e po-
tencial do ser humano, que concebe,
transforma e cria para fazer obra.
O homem é o único ser vivo
dotado de inteligência, precisamente
para explorar tudo o que existe, patri-
mónio legado por Deus Criador, visan-
do a sua colaboração no progresso da
Humanidade.
O trabalho, em sentido lato, é
fonte de saúde, alegria, desenvolvi-
mento pessoal, social, humano e eco-
nómico. Trabalho é também um im-
portante instrumento de arte e cultura.
Integrar o que amamos com
o que pensamos, queremos, cremos
e fazemos bem é trabalhar construti-
vamente em prol de objectivos funda-
mentais. Então, nesta perspectiva,
o papel da afectividade é operan-
te na inteligência, como explicam
vários autores. Ela é o alimento, é
o sustento de que a cognição ne-
cessita, de forma imprescindível,
para o seu funcionamento e um
dos motores do trabalho e para o
trabalho.
Trabalho e sentimento aliam-se
para se satisfazerem, de modo recí-
proco, e consumarem os resultados,
que se desejam ou se conseguem.
O trabalho é um objecto de
conhecimento e todos os objectos de
conhecimento são, simultaneamente,
cognitivos e afectivos e as pessoas,
ao mesmo tempo que são objecto de
conhecimento, são também de afecto.
Assim, como a organização
os nossos sentimentos, o sentir tam-
-
sar e, naturalmente, a nossa forma de
actuação, a nossa forma de trabalhar.
Acreditamos que pensar, sentir e tra-
balhar são acções indissociáveis.
O trabalho faz o homem racio-
cinar, equacionar e encontrar solu-
ções, analisar e sintetizar, tomar deci-
sões e evoluir nos diferentes domínios
do saber.
Nada se consegue sem tra-
balho e este participa, de forma
preeminente, na construção da
vida e do mundo. É através dele e da
Momento do Presidente
Todo o trabalho é impo desde que seja exercido,
consciente e
Obra Diocesana de Promoção Social6
acção do trabalhador, que se torna a
vida mais digna numa visão pessoal e
no contexto colectivo.
Trabalho e sentimento agru-
pam um binómio, cujo produto reme-
te para a afectividade, onde residem
os sentimentos geradores de progres-
so, felicidade e o instinto da sobrevi-
vência.
Temos fé, esperança, amor-
-próprio, projectos e sonhos e o
trabalho neles se inscreve para
que este seja uma meta com mis-
permanentes.
O trabalho nos diferentes sec-
tores deve ser encarado como uma
actividade intrínseca ao ser humano.
Não existe somente o acto de traba-
lhar, aquele mistura-se com os senti-
mentos e as emoções, conquistas e
alcances, que nos propomos e que
nos propõem ou nos estabelecem.
Vivemos na busca de trabalho
e neste a realização pessoal, que con-
cede o material para viver e, concomi-
tantemente, o bem-estar, pela contri-
buição do bem-estar comum, isto é,
para o engrandecimento da Humani-
dade e encontrar o verdadeiro rosto,
voz e sentido da vida numa dinâmica
de ver tudo e todos, sentir tudo e to-
dos, entender tudo e todos.
Nas diferentes culturas e civili-
zações, o trabalho foi um elemento de
força e poder olhando como horizonte
a subsistência e esta para o homem
portante e digno
responsavelmente.
engloba, além da sua natureza racio-
nal, o montante que proporciona satis-
fação, felicidade, prazer e conquistas.
Todo o trabalho é impor-
tante e digno desde que seja exer-
cido, consciente e responsavel-
mente.
Trabalho também é servir!
Talvez servir para mudar e dar ale-
gria ao outro.
No início do Ano da Fé, tra-
balho assume-se como uma missão,
onde a mão humana e o olhar fraterno
fazem o compromisso de abrir o cora-
ção para novas experiências: renovar
a fé e amar o próximo com a revigo-
rada esperança do Natal do Senhor!
7Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Apesar da crise mundial que nos envolve a todos,
que se aproxima dos que mais sofrem, de forma discreta, simples e silenciosa.
Apesar do individualismo cruel que parece imperar,
que desce, se aproxima dos esbulhados da vida, os conduz à estalagem e, aí, os cuida como pode e para além do que pode.
Apesar da manipulação de tudo e até do ser humano,
que engrossa o caudal dos lutadores pela defesa da vida, em todos os momentos.
Apesar do atordoar publicitário do consumo e do efémero,
que escolhe viver na confiança absoluta em Deus, sempre atento.
Apesar da ambição do poder e do aproveitamento dos mais fracos,
para se dedicar aos excluídos da mesa da fraternidade universal.
Apesar do desequilíbrio mundial que afecta sempre os mais pobres,
que vive o presente com fé e pensa o futuro com esperança, na desmedida atenção aos mais débeis.
Apesar de todas as feridas que a vida traz, de todo o sofrimento e dor,
que humaniza os corações, para que o Natal aconteça na terra que Deus amou, ao ponto de oferecer o próprio Filho!
Apesar da escuridão e do medo,
a inverter caminhos, como os magos, na persistente procura da indicadora da
CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição
Obra Diocesana de Promoção Social8
A razão da nossa instituição - ODPS
Refeita das sequelas da segun-
da guerra mundial, a Europa voltara-se
nos anos cinquenta e sessenta para
os direitos humanos e para a prospe-
ridade.
Adoptando um determinado
ideal de homem e com o objectivo de
respeitar todos os homens, eram re-
conhecidos direitos sociais e ia sendo
assegurado um conjunto de serviços
colectivos relacionados com educa-
ção, cultura, recreio, habitação, pro-
tecção social e saúde. Corrigiam-se as
assimetrias enquanto a igualdade e a
dignidade eram associadas entre si.
Em Portugal, que acostaria ao
modelo social europeu bem mais tarde
e revelava pouca sensibilidade para o
tema dos direitos sociais, era a Igre-
ja quem mais atenção prestava à
imaterialidade da causa social.
Apoiada na sua história, a Igreja
continuava a assumir a diaconia cristã
como uma das suas funções essen-
ciais, juntamente com o anúncio pro-
fético do Evangelho e a celebração co-
munitária da Fé.
De uma forma silenciosa e
espontânea ou mais expressiva e
instituída, por imperativo de pieda-
de e de fé, o serviço ou ajuda de
umas pessoas a outras é uma mar-
ca indestrutível da Igreja portugue-
provavelmente, a exigência mais
visível da fé que os crentes usam,
até como expressão religiosa. É,
também, uma das expressões mais
audíveis num mundo progressi-
vamente laicizado mas reconhe-
cidamente carecido de sinais que
apontem valores consistentes.
Através da acção individual e
grupos sócio-caritativos, é exercida
uma importantíssima actividade em
favor dos mais desfavorecidos. Muitas
vezes, assumindo uma tarefa comum a
e esses grupos o despertar da cons-
ciência colectiva para a solidariedade,
para a comunhão, para a ajuda frater-
na, para o envolvimento das comunida-
des e para o agir cristão.
Todos eles vão dando o seu
contributo para que múltiplos pro-
blemas de pobreza e exclusão, isola-
mento, baixos rendimentos, falta de
emprego ou habitação, doença e baixa
escolaridade sejam minorados. A sua
acção alarga-se, em muitos casos,
a graves questões relacionadas com
a família, como famílias monoparen-
tais, famílias desestruturadas, orfan-
dade, desagregação, violência e falta
de equipamentos e serviços sociais
adequados em quantidade e em qua-
lidade.
Na sua “viagem pelo mundo”, a
seus irmãos “feridos” nas suas vidas,
crentes e não-crentes, “enchem-se
de compaixão, aproximam-se, ligam
as feridas e colocam-nos sobre as
Padre Lino Maia
suas próprias montadas”, adoptando-
-os como companheiros de jornada.
-
-nos eles próprios para a “estalagem”
- que é a Igreja - para que, nos seus
serviços que, conforme os tempos
e as necessidades, ela cria e susten-
ta, os estalajadeiros tratem deles e os
restituam à comunidade defendidos e
operativos. Ali, na “estalagem”, eles
são tratados com o “vinho e azeite”
do amor entregue gratuita e gene-
rosamente, através da justiça e da
caridade, e experimentam a certe-
za de que “Deus é amor” e encon-
tram o discernimento de que a lei
fundamental da perfeição humana
e, consequentemente, também da
transformação do mundo, é o novo
mandamento do amor.
Em assuntos de protec-ção social, promoção da saú-de e educação a Igreja tem experiência, autoridade e his-tória - o Estado é um novato que, por vezes, aparece “de-sajeitadamente”.
Foi assim no seu âmbito e com
o seu espírito e ânimo que aparece-
ram entre nós as primeiras escolas de
serviço social. Foi também assim que
a Igreja instituiu muitos grupos sócio-
-caritativos. Foi também assim que em
1964 foi criada a Obra Diocesana de
Promoção Social nos Bairros do Por-
to (hoje Obra Diocesana de Promoção
Social).
9Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
A Epistemologia e o senso comum
Professor Daniel Serrão
1. O título deste artigo foi-me
indicado pelo nosso Presidente e eu
gostei. Mas temo que afaste alguns
leitores temerosos de que seja um
não vai ser.
Epistemologia é um termo
estudo do Epistéme que no gre-
epistemologia, em sentido lato, é o
trabalho mental para que se consiga
conhecer o que é o conhecimento. É
a ciência do conhecimento.
Nós os humanos conhece-
mos o mundo à nossa volta pelos ór-
gãos dos sentidos - vemos, ouvimos,
cheiramos, palpamos e saboreamos
o mundo feito de coisas e de pesso-
as. Conhecer é usar os sentidos para
formar uma representação mental
que será, portanto, visual olfactiva,
gustativa, auditiva ou táctil. Como se
formam estas imagens representati-
vas nós ainda o não sabemos com ri-
gor; mas sabemos que é com essas
representações que a inteligência
A epistemologia procura elu-
cidar as relações entre os objectos
que nos são exteriores e a represen-
tação interior que deles formamos.
A pergunta epistemológica radical é
esta: será que o objecto que eu vejo
é como eu o vejo na minha represen-
tação visual?
E se os meus olhos não dis-
tinguem as cores, será que o objecto
não tem cor porque eu a não vejo?
Além deste problema outro
se acrescenta. Que é o do sentido
que o cérebro humano atribui ás per-
cepções dos sentidos.
Pensem os leitores que quan-
do dizem: esta pintura é bela, estão
a atribuir-lhe um sentido estético. E
quando dizem: este homem é bom,
estão a atribuir-lhe um sentido ético.
-
xão da inteligência humana sobre a
questão da verdade da percepção e
sobre o sentido que lhe atribuímos.
2. Mas o senso comum não
cuida de saber de mecanismos ce-
rebrais para, em cada momento, ce-
... quem se dedica a ajudar em especial os que mais
não precisa de nenhuma c
Obra Diocesana de Promoção Social10
lebrar a beleza da vida real ou a bon-
dade dos seres humanos concretos
que encontra à sua volta.
Pessoa torna clara esta vi-
são do senso comum sobre o mun-
do quando escreve: ”O mais do que
isto/É Jesus Cristo/Que não sabia
tivesse biblioteca…”
Acrescentarei - e que não se
preocupava com a epistemologia.
Claro que se pode fazer o
estudo epistemológico do senso
comum, no que se refere à sua ca-
pacidade para orientar as decisões
humanas, perguntando: e quando
a pessoa decide, usando o senso
comum que apenas lhe diz que as
coisas são como são, está a fazer
uma ponderação pessoal em nível
estético, ético e racional? Ou está
tão-somente a avaliar a utilidade que
a decisão possa ter para si; ou está a
seguir um consenso social, no quan-
do do que se chama moralidade pú-
blica, e a decidir em conformidade?
Tentar responder a estas e
outras questões que a opção pelo
senso comum levanta é fazer epis-
temologia porque o senso comum é,
também, uma forma de conhecer e
de decidir.
3. Espero ter sido claro.
Mas ainda desejo acrescentar que
quem se dedica a ajudar os outros,
em especial os que mais sofrem e
mais precisam de ajuda, não precisa
de nenhuma complicação epistemo-
lógica.
O senso comum - iluminado
pela Fé em Cristo, o tal que não tinha
biblioteca com grossos tratados de
epistemologia - diz-lhe o que deve
fazer e como deve fazer para que o
-
rece. E que lhe é devido.
Ajudar o outro que sofre é
amá-lo por si próprio, respeitá-lo
por ser criatura de Deus, e por
estar connosco na caminhada
que todos fazemos para chegar,
em paz, á vida do mundo que há-
-de vir.
r os outros, sofrem e mais precisam de ajuda,
a complicação epistemológica.11Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Natal 2012
+ D. João MirandaBispo Emérito da Diocese do Porto
Passo nas ruas da cidade e que vejo e sinto? Toda a gente atarefada, a
girar, ou então nas suas lojas e estabelecimentos a trabalhar para o pão quotidia-
no. Este ano talvez com menos afã, por causa das restrições económicas. Será?
Que as pessoas trabalhem não é de estranhar. Já no início dos tempos, o Deus
do Universo disse ao primeiro HOMEM: Ganharás o pão com o suor do teu rosto.
O que é de estranhar é que nem todos, ou nem muitos, façam o mesmo esforço
para ganhar o PÃO do espírito, o pão que dá mais sabor à vida e lhe dá sentido.
Já quanto às compras, as restrições são certamente um mal para quem não pode
adquirir o essencial. Se todos deixarmos de comprar coisas dispensáveis e, com
isso, pudermos ajudar o próximo, será uma pedagogia evangélica.
É Natal! É preciso iluminar o caminho que conduz a Belém. Não a Belém
do Pará nem a Belém de Lisboa, mas a Belém da Palestina, onde nasceu Jesus
e que está obstruído por muitos detritos de orgulho, de vaidade, de egoísmo, de
indiferença e de violência. Todos clamam e anseiam por esperança e paz, muitos
porém não conseguem lá chegar. Há que limpar o caminho! Os cristãos que
ainda celebram o Natal têm obrigação de ajudar a desobstruir as estradas que
conduzam homens e mulheres ao presépio da esperança, da simplicidade de
vida e da paz de consciência. Esse é o caminho de Belém. É um caminho de
pobreza alegre mas não de miséria, de simplicidade, mas não de escravatura,
de hospitalidade e não de violência. A surpresa do NATAL é que o berço foi
ocupado, de forma imprevista e inesperada, pelo Menino Deus. A verdade
é que dentro da tosca manjedoira da vida humana, Deus nasceu e continua a
nascer. Não é um sonho, não é um “slogan” não é um “placebo” (falso medica-
mento) para enganar meninos ou pes-
soas ingénuas: é uma experiência.
Há um povo que ouviu o va-
gido do Menino e se apercebeu da
alegria que passa de geração em ge-
ração, fazendo nascer a esperança de
um mundo novo. E faz mais. Esta onda
que parte de Belém cria a Nova Huma-
nidade, que sorri à vida, que ama as
crianças, que respeita os anciãos, que
perdoa as ofensas, que reparte o pão,
que derrame a água do AMOR sobre
todas as feridas (cf. “Prepara o Berço”
de Ângelo Comastri).
Isto, entendido assim, ajuda a
penetrar um pouco no mistério da En-
carnação e a dar-lhe seguimento, tanto
quanto compete a cristãos sinceros,
comprometidos e verdadeiros.
Não havia lugar para Ele na
estalagem… Este Menino nasceu
pobre e assustou os ricos, nasceu hu-
milde e alarmou os poderosos, nasceu
“… um texto sobre o Natal, dado que se aproxima essa data tão importante no calendário cristão. Todos somos convidados a imitar a imitar, tanto quanto, a austeridade de vida do Menino de Belém: Também a Igreja e suas Instituições. Não é só por causa da crise actual, é por causa da Fé no Evangelho. É uma pedagogia que, agora, nos está às mãos. Faça cada um e cada Insti-tuição o que puder e Deus lhe inspirar.
Desde já um Santo Natal!+ D. João Miranda
Vai ser Natal!
Obra Diocesana de Promoção Social12
manso e indefeso mas desencadeou a
ira dos violentos. Recentemente, um
grupo de professores pensou em reti-
rar o nome “Jesus” de uma canção de
natal. Outros pretenderam substituir a
história verdadeira do natal pelo conto
do Capuchinho Vermelho.
Por que razão este Menino
mete medo a tanta gente? Quando
Jesus nasceu, Herodes – chamado o
Grande – pôde impunemente organizar
uma matança de inocentes. Não era
invulgar o costume de matar os recém-
-
sofo grego, Séneca chega a escrever:
Se não te agrada a criança…, podes
imergi-la, isto é, matá-la por afogamen-
to (ibidem).
Decididamente, Jesus tomou
a defesa da CRIANÇA: Deixai vir a mim
as criancinhas… (Marcos 10, 14). De-
cididamente, Jesus tomou a defesa
da mulher: acolheu a samaritana, per-
doou à mulher adúltera e curou várias que se lhe dirigiram, suplicando a saúde
para si ou para os seus. Naquele tempo, a mulher era destituída da sua dignida-
a mulher não tivesse
alma… Jesus quis para si uma mãe imaculada. Acolheu-se frequentemente em
casa de Marta e Maria. O Menino de Belém ensinou-nos a Lei do AMOR, contra
a lei do ódio e da violência.
Quando Ele nasceu, os romanos divertiam-se em Roma, vendo os gladia-
dores a ferir-se e a degolar-se para gáudio de uma multidão sedenta de sangue.
Quando Ele nasceu, a escravatura era legal. Alguns homens dispunham de
outros homens, detendo sobre eles o poder de vida ou de morte. Com o avanço
do cristianismo, a ESCRAVATURA foi lentamente postergada da lei dos povos.
Mas quanto tempo demorou! O mesmo se pode dizer da pena de morte, que
ainda não saiu de todas as legislações, mesmo ditas avançadas em civilização.
Onde a mensagem do Menino de Belém não é acolhida, recomeça a
surgir a erva maligna da escravatura sob variadas formas. Que diremos da
escravatura da mulher, dentro da família ou nos bordéis, na prostituição de rua ou
das casas de luxo?
Prepara o berço, ou seja, prepara o teu coração, porque aí vai nas-
cer Jesus. Santo Natal!
(Texto inspirado e com citações do livro “Prepara o berço! É Natal!”
de Ângelo Comastri, Vigário Geral do Papa para a cidade do Vaticano).
13Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
O Encanto da Realização
O Deus de Jesus apresenta-se
como Amor que salva. “Deus é Amor”,
diz a 1ª Carta de S. João. E é, também,
por amor que Deus cria. O nosso ser é,
pois, dom amoroso de Deus. Viver como
“ser-para-o outro” é revelar Aquele que
nos fez à Sua imagem e semelhança. É
realizarmo-nos como pessoas.
Deus é o alfa e o ómega, o prin-
criatura poderá dizer como Santo Agos-
tinho:
e o nosso coração anda inquieto
enquanto não descansar em vós.
A força criadora de Deus dá
alento à vida que cada um vai construin-
do, à história da humanidade, à criação
inteira. O seu dinamismo criador é tam-
bém um dinamismo humanizador que
procura prolongar a criação e ajudar-
-nos a ser cada vez mais humanos.
Quando nos aperfeiçoamos
como pessoas, quando fazemos
bem o nosso trabalho, estamos a
acolher a Deus, a atualizar a sua
atividade salvadora, a prolongar a
sua criação.
Quer na criação quer na salva-
ção, Deus tem a iniciativa mas quer pre-
cisar da nossa colaboração. Não somos
Ele cria-nos pessoas livres. Põe a vida
nas nossas mãos. Na nossa liberdade,
deixa-nos o protagonismo da grande
aventura humana. Deus conta connos-
co para transformar o mundo de selva-
gem em humano, de humano em divino.
Diz um hino litúrgico que
Deus se “regozija e prolonga nas
pequenas mãos humanas as suas
poderosas mãos criadoras”.
Como são insondáveis os Seus caminhos!...
Quando, no início de 1964, num
trabalho de puro voluntariado, se lan-
çavam as raízes da “obra dos bairros”,
quem, apesar da grandeza do sonho,
poderia imaginar que ela se transforma-
ria num emblema da Igreja do Porto no
apoio às populações mais fragilizadas
da cidade?
Não foram fáceis os alongados
caminhos que a Obra já percorreu.
Nunca são fáceis os caminhos de Deus.
Não podemos esquecer que os do Seu
próprio Filho passaram pelo calvário.
Mas, como diz a sentença popular, “o
que custa é que lustra”.
Costuma dizer-se que, em
Igreja, uma obra que tem o dedo de
Deus sobrevive ao(s) seu(s) funda-
dor (es). Foi o que aconteceu à Obra
Diocesana. Quando, em 1975, saiu o
último dos que colaboraram na sua
fundação, ela não vacilou e persis-
tiu, apesar das convulsões por que
tem passado. Não só resistiu como
cresceu e está crescendo.
Sonhar é bom, realizar é subli-
me.
O que dá encanto à realização:
- é fazer do homem o centro
de tudo, como disse D. Manuel Mar-
tins, Bispo Emérito de Setúbal;
- é ver no outro o próprio
Cristo e, à maneira de Verónica,
limpar o Seu rosto ensanguentado;
- é saber que Deus precisa
da nossa ação samaritana para de-
volver dignidade a tantos que vão
- é sentir que Deus se alegra
com os pequeninos gestos que va-
mos fazendo em favor dos outros;
- é acreditar que o bem que
fazemos nesta vida traz consigo a
marca da eternidade como diz Je-
sus “Vinde, benditos de meu Pai,
porque tive fome e me deste de co-
-
tes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, foi a mim mesmo
- é ver como Ele se serviu
e serve de frágeis mãos humanas
para lançar e fazer crescer uma
Obra que se quer sacramento do
Deus de Jesus que “olha para cada
como escreveu o irmão Roger, fun-
dador da Comunidade de Taizé.
- É olhar à nossa volta e poder dizer com Fenando Pessoa: ”tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Professor João Alves Dias
Obra Diocesana de Promoção Social14
Julgo que os meus dois cãezitos rafeiros ficariam amuados se os
privasse de me acompanharem diariamente na caminhada matinal. Falo tan-
to com eles que até me parece que não são tão destituídos de inteligência
como dizem os entendidos da teoria do conhecimento. Quem me vê a falar
tanto pode pensar que os meus rafeiros pensam, sentem, problematizam e
agem como se fossem tão capazes como os humanos de partilhar informa-
ções, conhecimentos e saberes.
Às crianças que me dizem que os meus rafeiros são lindos, digo-lhes
que também me acompanham à biblioteca e que os vou matricular na escola.
É o meu modo de lhes dizer que houve um tempo em que os animais falavam!
Estejam descansados: gosto mais, muito mais, das pessoas do que
dos animais. Prezo muito que todas as pessoas se desenvolvam culturalmen-
te, desde o seu saber da vida, na riqueza da inteligência do senso comum,
passando pelo conhecimento mítico elaborado fora da lógica racional e pelo
conhecimento teológico a partir da revelação divina, até ao conhecimento
filosófico que tanto procura respostas para os porquês de tudo o que existe,
em particular as respostas para as perguntas maiores: Quem é o homem?
De onde veio? Para onde vai? Qual é o valor da vida humana? O que é
o tempo? O que é o sentido da vida?
Racional como o conhecimento filosófico é, ainda, o conhecimento
científico na investigação da realidade, a partir da experimentação, validação
e comprovação. E, a seu modo, o conhecimento técnico, base do saber
fazer, sem que seja necessário que o ativismo ponha em segundo plano o
pensamento na decifração dos porquês das coisas.
Já agora, ninguém se alheie do saber das artes na valorização dos
sentimentos.
Se o saber da vida põe ordem para preencher o vazio de sen-
tido do caos; se o conhecimento mítico encontra na crença a razão
de ser de todas as coisas; se a teologia se fundamenta na ideia da re-
velação divina para buscar as verdades que tanto podem interessar
aos humanos; se a filosofia elabora as representações racionais da
realidade; se a ciência procura conhecer de maneira comprovada e
segura; se a técnica busca aplicar conhecimentos; o saber das artes
deleita-se na beleza.
Há tantos modos de as pessoas se desenvolverem culturalmente.
Qualquer obra de promoção social só se prestigia ajudando as
pessoas a crescer no saber ser e no saber fazer.
Saber ser e saber fazer
Cónego Rui OsórioJornalista e pároco da Foz do Douro
Qualquer obra de promoção social só se prestigia ajudando as pessoas a crescer no saber ser e no saber fazer.
15Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Poder e Pensamento
Eis dois conceitos que neces-
sariamente devem estar relacionados
para que sejam dignos do ser humano,
na sua individualidade e na sua relação
comunitária.
O poder para ser legitima-
mente exercido e para que seja a tradu-
ção de uma verdadeira e digna relação
humana exige um recto pensamento.
O mesmo se diga em relação
ao pensamento. Este possui sempre
em si mesmo um poder que, para ser
credível, humanizador e promotor de
relações fraterna, supõe a liberdade
orientada pela verdade, a vontade mo-
tivada pelo amor e o histórico ilumina-
do pelo transcendente.
No contexto da modernidade
e da postmodernidade, no qual o ser
humano se tornou o centro do mundo
e a razão se autonomizou em relação
a outras instância de conhecimento, o
pensamento corre o perigo de se des-
viar do horizonte para o qual se deve
conduzir a pessoa. Daí que o poder as-
sente tão só em consensos racionais
não escapa a interesses individuais ou
de grupo e perverte o bem do homem
e da sociedade, o qual seria o seu ob-
jectivo último.
João Paulo II, na Constituição
Apostólica Ex Corde Ecclesiae (Agosto
-
rito de inteligência e de amor concede
à pessoa humana encontrar, com a sua
inteligência, a realidade última que é a
sua fonte e termo, e o único capaz de
dar em plenitude aquela Sabedoria,
sem a qual o futuro do mundo estaria
em perigo».
-
ça no ser humano da inteligência divina
(Logos) que, uma vez unida ao amor,
capacita a pessoa para penetrar na re-
alidade individual e envolvente, não de
modo parcelar mas na sua totalidade
e complexidade. Acrescenta-se, en-
tão, que não basta a inteligência, mas
exige-se a Sabedoria para se alcançar
o verdadeiro bem da humanidade e do
mundo. Eis como o pensamento fun-
damenta o poder que se exerce como
serviço.
O poder, qualquer que ele seja,
exige um pensamento correcto, orien-
tado pelo bem e fascinado pela verda-
de. A Palavra (Logos), que exterioriza
o pensamento e o comunica, para ser
libertadora, exige que seja conduzida
pelo amor. Sem a caridade o pensa-
mento humano, não só não é digno do
homem, como está sujeito às maiores
de todas as atrocidades e desvios.
Como refere João Paulo II no
discurso aos reitores, decanos e pro-
fessores, em Turin (Polónia), Junho
da verdade, entre as quais hoje preva-
lecem o cepticismo, o agnosticismo,
o relativismo e o niilismo. Procura-se
com frequência persuadir o homem de
D. João LavradorBispo Auxiliar do Porto
A fragmentação do saber d
O homem aspira à plenitude d porque é um ser que por n
Obra Diocesana de Promoção Social16
da certeza do conhecimento da ver-
dade e de que somos condenados de
maneira irrevogável a uma total ausên-
cia de sentido, ao carácter provisório
do saber, a uma instabilidade e relati-
vidade permanentes» (nº 5).
Nesta situação, como expõe a
Carta Enciclica Fides et Ratio, parece
-
mana e a sua capacidade de conhecer
a verdade - inclusive a verdade abso-
elaborar para si mesmo uma uniforme
e orgânica concepção do conhecimen-
to. A fragmentação do saber destrói a
unidade interior do homem. O homem
aspira à plenitude do saber, porque é
um ser que por natureza busca a ver-
dade (cf. nº 28)
Aos homens do pensamento
-
fender a verdade e de viver em confor-
midade com ela. Torna-se necessário
voltar a encontrar para o pensamento
humano aquela dimensão sapiencial
que consiste na busca do sentido de-
Na relação reciproca que se
estabelece entre poder e pensamento
exige-se também a referência ao con-
texto comunitário, como localização,
como inter-relação e como projecção.
Di-lo de uma maneira eloquente a re-
ferida Carta Enciclica Fides et Ratio
não se reduz apenas à aquisição do
conhecimento abstracto da verdade,
mas consiste também numa relação
homem encontra plena certeza e segu-
rança. Ao mesmo tempo, porém, o co-
nhecimento por crença, que se funda-
ver também com a verdade: de facto,
-
dade que o outro lhe manifesta» (nº32).
A busca da verdade e a partilha
desta com os demais é um importante
serviço social, para o qual são chama-
dos de modo especial os homens do
pensamento.
Herdeiros do iluminismo que
cortou progressivamente a relação do
homem com Deus, em que o pensa-
mento se autonomizou de qualquer
referência aos fundamentos da criatura
humana e o poder se organizou tão só
pelos ditames da razão e do contacto
social, correm-se enormes perigos se
não se introduzem referências e funda-
mentos consistentes para a liberdade
e para a justa emancipação do ser hu-
mano, que terão de ser a verdade, o
bem, a fraternidade, o amor e a trans-
cendência que se liga com a pessoa e
que liga todos os homens entre si.
r destrói a unidade interior do homem.
e do saber,r natureza busca a verdade. (cf. nº 28)
17Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Razão Sensível numa Sociedade Grisalha
Quantas vezes já não ouvimos
ou mesmo presenciamos estas ideias e
atitudes?
Numa sociedade cada vez mais
grisalha facilmente detectamos uma
escassez de paciência e dedicação às
pessoas mais velhas. Ainda que isso
nos incomode, é preciso falar da rea-
lidade tal como ela é: este país (ainda)
não é para velhos. O preconceito, a dis-
criminação, o abandono e a falta de as-
sistência aos idosos prevalece de forma
e surge diariamente. Esquecem-nos
que os nossos e nós também vamos
envelhecer, assumimos uma represen-
tação do idoso com alguém incapaz, in-
competente e passivo e deixamo-los na
do que já foi e já foram e a incerteza do
que virá (e isto quando a doença não
lhes rouba também esta capacidade).
Quando trabalhamos com ido-
sos e retiramos desse trabalho o nosso
vencimento mensal, a razão, enquanto
faculdade do homem que lhe permite
conhecer, raciocinar e agir, facilmente
se poderá sobrepor às emoções e sen-
sibilidade humana.
Trabalhar com idosos exige ser-
mos capazes de encontrar o equilíbrio
perfeito entre aquilo que somos e aquilo
que temos de fazer e aquilo que o ou-
tro precisa, ou seja, o equilíbrio entre a
razão e a emoção/sensibilidade. Exige
-
legiar aquele laço invisível mas funda-
mental que liga um indivíduo ao outro e
que conduz à partilha de experiências e
sentimentos comuns.
Pensar o ser humano ape-
nas em termos racionais, enquanto
objecto de trabalho, por exemplo,
ou enquanto alguém a quem pres-
tamos um serviço pelo qual somos
pagos, é desumanizá-lo. É sermos
pessoas sem capacidade de sentir-
mos pessoas.
A dimensão afectiva não pode
ser esquecida. Citando Michel Maffeso-
li, “ à moral do «deve ser» poderia suce-
der uma ética das situações. Esta será
atenta à paixão, à emoção, numa pala-
vra, aos afectos de que estão impregna-
dos os fenómenos humanos”.
Temos aqui uma espécie de ra-
zão sensível que nos torna mais huma-
nos e nos dota de uma sensibilidade ge-
nerosa, que nos ajuda a compreender a
alma humana do outra e a direccionar
a energia social e individual para um
mesmo objectivo: a dedicação ao outro,
a pena viver e que são muitas mais que
um corpo inútil, gasto, dependente e só.
Quando parecem não existir
quaisquer garantias ideológicas, religio-
sas, institucionais e políticas e nos sen-
timos cansados dos grandes e inques-
tionáveis valores culturais que moldam
uma sociedade que se diz moderna
mas que está impregnada de falhas e
carências, talvez seja preciso apostar
na sabedoria relativista e emocional que
saber que nada é absoluto e que dá à
sociedade a possibilidade de se recriar
a partir da experiência sensível que nos
torna pessoas capazes de sentirem
pessoas.
Os nossos idosos precisam
de se “sentirem sentidos”, preci-
sam de uma palavra e de ouvido
amigos, precisam de sorrisos, do
conforto que vai para além do pro-
porcionado por um banho ou por
uma refeição; precisam do calor de
toque, precisam que olhem por eles
mais sobretudo para eles; precisam
de 15 minutos de dedicação e aten-
ção, porque muitas vezes isso é
tudo o que lhes enche os dias.
-veitar esta época natalícia, que é também uma época de afectos, para enchermos o co-ração dos outros de amor que
árvore de Natal de presentes dos quais amanhã já nos can-samos?
“Se o idoso se suja, berra-se com ele, se anda devagar, que se despache, se não quer tomar banho, tem de ser à força.”
Catalo dos Santos, Leal & Leal, 2005, pág.14
Diana CancelaPsicóloga
Obra Diocesana de Promoção Social18
A fecundidade do bem
Muito boa gente ainda não deu conta que o viver em sociedade a nível mundial está
a sofrer grande mudança. Ninguém quer dizer a verdade sobre o presente para não atemo-
rizar as pessoas, mas vão anunciando medidas que têm em conta os dados que conhecem
mas não divulgam. A profunda mudança do que se entende por Estado social estará no
centro do debate dos próximos tempos. O futuro mais próximo é ainda uma grande incóg-
nita, mas estou convencido e venho-o dizendo há vários anos, mesmo antes da crise de
2008, que emprego não vai haver mais como anteriormente e crescimento económico não
abundancia de bens de consumo.
Muitos perguntam quando se ultrapassará esta situação. É um engano, porque
pensam voltar ao antigamente e isso não vai acontecer mais.
se faz com políticos e fazedores de opinião incapazes de romper com o ciclo anterior. Nos
últimos 50 anos criou-se e, entre nós, nos últimos 20 ganhou todo o terreno uma mentalida-
de que, quase ninguém contrariou, de despender sem limites.
Não se aceita a realidade, nem se olha para o futuro e continuam-se a repetir des-
gastantes chavões, inadequados a este tempo.
Parem de frases feitas, de esperanças ocas!
Neste contexto, qual o papel dos cristãos? Não digo da Igreja, para não pensarem
alternativas, serem inovadoras, intervirem. É essencial a arte do silêncio para tornar fecundo
o bem e o ato de pensar, sem ilusões e lugares comuns, como construir bem o bem, com
muito menos bens, para bem da criação, como dom de Deus para toda a humanidade.
A libertação interior do ser humano decorrente da relação com o Deus vivo, re-
velado em Cristo, conduz inevitavelmente a uma libertação económico-social, política e
estrutural. O conhecimento e a adesão de coração à verdade profunda de Deus têm um
a que Cristo convoca cada pessoa que se relaciona com Ele, conduz ao serviço e ao tes-
temunho na sociedade.
Em cada contexto histórico, e por isso também nesta encruzilhada complexa, a
libertação espiritual tem implicações políticas na libertação social. Há uma raiz, uma radica-
lidade de concretização a manter e a procurar sempre, no mundo plural, livre. Os cristãos
são chamados, na verdade da sua fé, a difundir no mundo o que vivem no coração. De facto,
é tarefa dos cristãos adultos na fé coligar-se com quem dá o seu saber, entrega a sua vida
da visão do ser homem e do ser mulher, os efeitos realistas dependem não do poder, mas
da credibilidade e da intensidade dos que
defendem tal visão.
A força de irradiação da fé no mun-
do está relacionada com a estabilidade do
fermento que leveda na sociedade, com a
coesão entre os que mantêm com alegria, a
vitalidade de uma compreensão do mundo.
A vitalidade interior e espiritual é que ofere-
ce consistência à mensagem da fé. Trata-se
apenas de trazer para o terreno, com humil-
dade e coragem, os frutos de uma graça de
viver, de uma misericórdia que abre novos
caminhos, de um dar-se que refaz as rela-
ções entre as pessoas e os povos.
Parece hoje claro que a motivação
da fé cristã conduz a uma ação e a uma in-
abundância não de bem-estar, mas na parti-
lha prometida e vivida por Cristo.
Estamos conscientes de que a
mensagem evangélica, a verdade de Cristo,
é verdade para as pessoas e para a sua dig-
nidade inteira, para a sua liberdade e para a
sua relação com a inteira criação, a caminho
É agora o tempo oportuno para
viver de Deus e por isso para transformar
as aborrecidas, desgastadas e inconse-
quentes retóricas, saudosas de um Estado
social moribundo e inviável. Há uma nova
geração capaz de inovação social. Deem-
-lhe espaço.
+ D. Carlos AzevedoDelegado do Conselho Pontifício para a Cultura
Santa Sé - Vaticano
19Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva à Obra
Diocesana com a receção no Centro Social de Fonte
da Moura
-
pela Liga dos Amigos
com o apoio do Chefe Hélio Loureiro
-
-
ções a pessoas e famílias carenciadas
-
tico e de uma viatura de mercadorias
Lino Maia à presidência da CNIS
-
dade
Porto (Rede Social)
Diocese do Porto, Câmara Municipal do Porto e Jun-
tas de Freguesia da cidade
campanhas de recolha de alimentos).
nomeadamente Entreajuda, Fundação Porto Social,
Cerealis, Fundação EDP, Fundação Vítor Baía, Mu-
seu Nacional de Soares dos Reis, etc.
-
serviço comunitário
Banco de Vestuário da Santa Casa da Misericórdia
do Porto
“Magusto em Bonjóia” e “Arca de Natal” organiza-
das pela Câmara Municipal do Porto
-
Patriarcado de Moscovo
medicamentos aos clientes da Instituição
das respostas sociais de Infância
-
coa” e “Férias de Natal” destinadas aos clientes das
respostas sociais de Infância
-
do aos clientes da terceira idade com diversas ini-
ciativas (passeios, atividades físicas e recreativas),
incluindo convívios na Quinta da Malafaia e uma pe-
regrinação a Fátima
na Senhora da Saúde, Carvalhos, comemorativa dos
Santos Populares
Ano 2012 – Ano do Otimismo em Ação
Conselho de Administração
Obra Diocesana de Promoção Social20
celebração eucarística na Sé do Porto, presidida
pelo Bispo do Porto, e almoço convívio em todos os
Centros Sociais
-
mentos a agregados familiares carenciados
económica desfavorável com donativos de alimen-
tos, vestuário, material escolar, etc.
-
far” em diversas atuações
-
das aos colaboradores da Instituição
para os colaboradores (Novas Oportunidades)
(Formação para a Inclusão)
-
tes da Instituição (camas articuladas e colchões
anti-escaras)
-
tro Social do Cerco do Porto (infância)
João de Deus, incluindo tratamento e pintura de fa-
chadas, portas e janelas, executada por um grupo
de voluntários (pais de crianças)
do Carriçal, Rainha D. Leonor e São Roque da La-
-
nação dos desníveis, regularização do pavimento e
aplicação de revestimento amortecedor)
-
tros Sociais do Carriçal (limpeza, pintura e gradea-
mento), São João de Deus (gradeamento e portões)
e São Roque da Lameira (conservação exterior)
Porto para constituição do direito de superfície so-
bre parcela de terreno municipal para futura cons-
trução do novo edifício do Centro Social do Lagar-
teiro
-
São José
São José
edifícios, incluindo a instalação de plantas de emer-
gência
-
diovisual
-
ckup informático
-
ções
-
laboradores
21Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Festa da Terceira Idade
Aproveitando estes dias de Ou-
tono que nos fazem pensar no S. Mar-
tinho e nas “boas castanhas”, e ainda
a beleza plena das folhas das árvores
nesta época, foi muito oportuna esta
atividade da Junta de Freguesia de
Lordelo do Ouro, com a colaboração
das Instituições de Solidariedade des-
ta zona da cidade que se dedicam a
“olhar, pensar e cuidar” de todos
aqueles que, nestes dias tão difíceis,
não podem ser esquecidos.
Por isso, foi com muito prazer
que recebi o convite para estar presente
neste evento em representação do nos-
so Presidente Sr. Américo Ribeiro.
A Festa decorreu no Auditório
do nosso Centro Social da Pasteleira
que estava literalmente cheio, com a
presença das seguintes Instituições:
os nossos Centros Sociais da Pastelei-
ra, Pinheiro Torres e Rainha D. Leonor
e ainda o Centro Social da Arrábida, a
Casa de Lordelo e a Associação “So-
-
cientes”) e as nossas crianças das salas
dos 4 e 5 anos e o ATL do Centro Social
da Pasteleira.
Presentes ainda a Presidente
da Junta de Lordelo do Ouro acompa-
nhada de um membro do seu executi-
vo. Presentes ainda as Responsáveis
e colaboradoras de todos os Centros
Sociais.
O momento alto desta tarde,
que todos esperavam com ansiedade,
foi a atuação da Banda da PSP que nos
encantou com as suas músicas interna-
cionais, mas sobretudo por ter revivido
músicas populares portuguesas antigas
tão do agrado de todos. Foi bonito ver a
alegria de todos, sobretudo dos Idosos,
que não se cansaram de dançar, can-
tar, fazendo até o tradicional comboio
ao longo de toda a sala. A atuação da
Banda foi de tal maneira apreciada que
somente à 3ª vez conseguiram dar por
encerrada a sua brilhante performance.
É de toda a justiça dizer que to-
dos os responsáveis dos Centros foram
unanimes nos agradecimentos à Banda
Pedro PimentaVogal do CA da ODPS
Obra Diocesana de Promoção Social22
da PSP, elogios e agradecimentos a
que nos juntamos em nome do CA da
ODPS.
Para terminar em beleza e ale-
gria houve ainda um lanche oferecido
pela Junta de Freguesia que foi servido
tão jovem, pelos alunos do CEF de em-
pregados de mesa da EB 2/3 de Leo-
nardo Coimbra Filho.
Eventos como este são da maior
importância para o bem estar de Todos
os Idosos que assim disfrutaram de
uma tarde muito diferente e alegre.
Em nome do CA da ODPS-
-Obra Diocesana de Promoção Social,
os nossos agradecimentos à Junta de
Freguesia de Lordelo para quem esta-
remos sempre disponíveis para parce-
rias como esta que trazem uma alegria
enorme a todos os Idosos.
mais uma vez, a entrega e o carinho de
todas as nossas colaboradoras nes-
te seu trabalho para a alegria dos nos-
sos Clientes.
agradecimento às Coordenadoras de
Centro pela liderança e grande respon-
sabilidade assumida e à Sra.
Dra. Aurora Rouxinol como an-
pelas Dras. Isabel Cristina e Maria Albi-
na Padrão.
“A verdadeira medida
de um homem não é
como ele se comporta
em momentos de
conforto e conveniência,
mas como ele se
mantém em tempos de
“Martin Luther King”
23Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Frei Bernardo Domingues
Ano da Fé
Não se pode viver uma VIDA
outros e na hipótese de encontrar solu-
ções para os problemas e mistérios que
nos envolvem, é condição essencial para
despertar energias, motivar e alimentar
a dinâmica da própria existência, adap-
tando-se às circunstâncias, de modo
realista.
É da experiência corrente que
-
fosse geral, só nos restaria fugir para a
viver é pois necessário acreditar sensa-
tamente.
A nossa vida sadia é vivida na fé,
-
to lançamento de bombas atómicas, que
não envenenam a água, nem o pão, nem
o leite que tomamos ao pequeno-almo-
ço. Acreditamos nas notícias do Jornal,
-
nautas desceram na Lua; acreditamos
que a medicação receitada pelo médico
é fruto dum diagnóstico cuidadoso e que
a fórmula química foi respeitada na con-
fecção do medicamento que tomamos
-
nos, somos gente de fé, de esperança e
de projecto. Os níveis e “objectos de fé”
é que variam, segundo a aculturação, o
temperamento, o meio social e a própria
maturidade intelectual, afectiva, social e
religiosa.
Da fé natural espontânea, cor-
rente, passa-se, frequentemente, da
explicação de “como é” e, mais fre-
quentemente, aos “porquês” imediatos
e últimos. Frequentemente os “porquês”
cansam e variam com as idades das pes-
soas e evolução das comunidades.
-
contrar um sentido total da realidade - o
porquê e para quê da vida e da morte.
Melhor: é a busca da vida humana com
-
sente, o passado e o futuro dos futuros…
Os diversos ramos das ciências
e das técnicas buscam decifrar e resol-
ver técnicas, buscam decifrar e resolver
questões parcelares da realidade, com
os respectivos aspectos de explicação
-
o sentido integrado e integral: donde
vimos, para onde vamos e o porquê da
frágil liberdade e respectivos condiciona-
mentos.
E é nessa perspectiva e contex-
to que aparece a religião para “re-ligar”,
para ensinar a viver tudo dum modo li-
gado, coerente e com sentido, para além
do evidente e controlável.
E entre as varias religiões natu-
rais e históricas, surgiu a revelação feita
a Israel a caminho de Jesus Cristo, que
explicou, ensinou e testemunhou um exi-
gente modo novo de viver e de ser feliz:
Ensina que Ele está com as pessoas e
nas pessoas dum modo vital. E o que
pretende, com este projecto, é fazer da
Humanidade uma fraternidade. A ciên-
serviço da comunicação e da comunhão,
sem excluir ninguém, amando mesmo os
inimigos.
Esta harmonia exige inteligência,
vontade, ciência, técnica, ao serviço da
fraternidade, nunca totalmente conse-
guida. O segredo está na conversão da
vontade, do coração, para um se tornar
incondicionalmente fraterno, aceitando
as diferenças e apoiando, aceitando as
diferenças e apoiando a complementari-
dade. Mas esta dinâmica é fruto da Fé,
da acção de Cristo, Morto e Ressuscita-
do, actuante nas pessoas, em conversão
permanente. Todos somos chamados a
acolher, estimar e estimular, respeitosa-
mente, os outros.
TAREFA PESSOAL E ECLESIAL
DINÂMICA A DESENVOLVER
A sadia fé cristã não é propria-
mente uma ciência nem uma creduli-
dade, mas um certo tipo de sabedoria,
um dom de Deus que desabrocha na
pessoa, pela livre cooperação desta que
leva à livre adesão a Jesus Cristo. Assim
receberá energias para o empenhamen-
to lúcido e responsável no serviço per-
A fé cristã e respectivas implicações
Obra Diocesana de Promoção Social24
tinente aos outros. Progressivamente vai
abrindo horizontes novos, torna a pessoa
mais fraterna e dá coragem para ponde-
radamente correr os riscos necessários.
Pela Fé, atingimos a Deus em Si
e descobrimos o sentido total da vida.
Ela atinge o nosso ser vitalmente e deve
desabrochar tendo em conta as etapas
da maturação individual para, em cada
fase, nos levar à consonância, à síntese
dos valores humanos e cristãos. Estes
só serão possíveis na medida em que se
atingir a fé adulta. E verdadeira Fé não é
racional, mas razoável e leva a um esti-
lo de vida empenhada, coerente, sadia
e inovadora, sabendo adaptar-se a si-
tuações novas que exigem soluções di-
ferentes, em coerência com os valores
evangélicos.
É da experiência que a Fé cristã é
algo muito complexo em que entram fac-
tores sociológicos, culturais, teológicos e
circunstanciais.
No acto e atitude de Fé, pode-
mos distinguir vários aspectos ou dimen-
sões, condicionados pelo conhecimento
da revelação, pelo desenvolvimento das
ciências humanas e sócio-cultural do
meio envolvente:
» Dimensão humana da Fé: a
fé é um fenómeno humano porque, além
de acontecer na pessoa, faz parte da sua
dentro das coordenadas da psicologia
humana, das relações e estruturas psi-
cológicas, pelas quais a pessoa se autor-
realiza esclarecidamente.
Há uma série de condicionamen-
tos sociais e psicológicos que facilitam
Fé, exactamente porque esta também
apresenta uma profunda dimensão hu-
mana, aculturada portanto.
Pode dizer-se que o fundamento
teológico deste aspecto humano da Fé é
a lei da incarnação que brota do próprio
ser pessoal de espírito incarnado. Esta lei
realizou-se na história da salvação, onde
factores sociais, culturais e temporais
as virtudes teologais se incarnam e ma-
nifestam nas virtudes naturais de cada
pessoa, situada num tempo, espaço e
circunstância.
A possível explicação psicológica
do fenómeno da Fé está muito depen-
da sua psicologia sobre a sua actividade
» A Fé inicia-se num acto do en-
tendimento: a auto-consciência, a união
íntima que a pessoa tem consigo mesa
e com as mesmas coisas conhecidas,
Na actividade do cognoscente
do acto de entendimento, há aspectos
fundamentais a considerar:
- A verdade que consiste na
conformidade da nossa apreensão inte-
lectual com a realidade conhecida;
-
vicção com que o nosso entendimento
-
sequência de acto de conhecimento, ou
seja, a adequação entre o cognoscente e
o objecto conhecido.
FÉ E CONHECIMENTO
O conhecimento humano cons-
ta da percepção das diferentes e novas
relações da realidade conhecida com o
cognoscente. Ora a Fé, como acto do en-
tendimento, implica pois conhecimentos,
verdades e certezas.
A Fé, enquanto verdade e tam-
bém como acto da inteligência, implica
verdades possuídas. Estas englobam
doutrinas que dizem respeito à Fé e se
formulam como dogmas. Contudo é
necessário ter presente que estas “Ver-
dades” estão em função dum encontro
pessoal e, nesta linha, são uma comuni-
cação duma pessoa com outra pessoa.
As diversas correntes da teologia
interrogam-se sobre a prioridade da ver-
dade da Fé em relação ao encontro inter-
-pessoal, ou vice-versa. Cremos que, na
posição realista:
» Numa visão objectiva da Fé,
o está em função da verdade ou informa-
ção objectiva conseguida.
» Numa visão existencial, a ver-
dade está em função do encontro pesso-
al entre cognoscente e conhecido.
A experiência existencial parece-
-nos mais adequada, porque tudo o que
é revelado para salvação da Humanidade
e não para que as Pessoas tenham pura
e simplesmente uma informação.
» A Fé, como certeza, consis-
te na convicção profunda que orienta a
vida pessoal e lhe oferece horizontes de
interpretação e compreensão de toda a
humanidade e história envolvente.
A pessoa é, simultaneamente,
um ser de certezas, porque pode conhe-
cer com segurança muitas realidades, e
um ser de incertezas, de dúvidas, porque
nela persistem contínuas interrogações,
visto que não é capaz de captar toda a
-
mente.
É natural, ao ser humano, procu-
próprias dúvidas ou incertezas. As certe-
zas pessoais surgem progressivamente,
no próprio espírito, com as experiências
que se vão fazendo, com as informações
25Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
adquiridas, com o próprio desenvolvi-
mento, progressivamente aprofundado.
Mas as evidências são poucas.
A origem da certeza da Fé está,
para a corrente intelectualista, nos mo-
tivos de credibilidade; para a corrente
existencial, funda-se preferentemente na
experiência que vai fazendo da mesma
Fé, a todos os níveis e nas várias circuns-
tâncias da vida social partilhada.
Há variadas tentativas de expli-
cação sobre a origem de certeza da Fé,
de acordo com a inspiração e condicio-
namento. Seja como for, em teologia não
há ninguém que negue a importância
preponderante do dom da graça na origi-
nal certeza da Fé.
» A Fé como conhecimento,
enquanto acolhimento coerente de várias
-
zado, no qual umas verdades são prin-
cípios ou conclusões de outras. A esse
conjunto verdades sistematizadas, dá-se
o nome de “sistema teológico”. Conso-
ante as diversas opiniões sobre o “como”
deste conhecimento, surgem os diver-
sos sistemas teológicos. Contudo há
carácter de qualquer sistema e estabele-
ce a unidade entre eles por mais diversas
que sejam as diferentes correntes.
É que os fundamentos da unida-
de, nas diferentes expressões teológi-
cas da Fé, o são a relação pessoal entre
sentido dos diferentes acontecimentos
da História da Salvação. E, assim, qual-
quer expressão cultural da Fé, é sempre
um modo particular de manifestar a re-
lação pessoal, bem como um modo de
interpretar a Aliança.
O pluralismo teológico está
constatam várias expressões de uma
única Fé. O próprio mistério de Jesus
Cristo, interpretado pela “palavra inspira-
da”, oferece-nos várias teologias no Novo
E, a título de exemplo diria que a teologia
Paulina sobre Cristo é diferente da teolo-
gia joanina.
Mais ainda: o dinamismo mis-
sionário da Fé exige que se transmita
a mensagem cristã em culturas diferen-
tes com as quais as Pessoas pensam o
-
dade concreta.
A exigência da inculturação e
aculturação da Fé, deveria ser evidente
como unidade na diferença complemen-
tar.
A própria historicidade da huma-
nidade, na qual se realiza a Fé do crente,
exige que a Fé seja repensada em formas
diferentes, da harmonia com a evolução
histórica da Pessoa, até porque a Fé
deve ser integrada na experiência con-
creta da humanidade que é semelhante
e diferente em cada caso.
A Fé é um acontecimento sobre-
natural na pessoa, já que a sua origem é
considerada, quer na revelação quer em
todas as expressões teologias, como um
dom de Deus, uma iniciativa do Seu amor
gratuito, porque, em geral, a pessoa está
potencialmente aberta à acção de Deus
nela; todo o ser humano é potencial e vir-
tualmente um crente. Assim a Fé é um
dom e tarefa pessoal e eclesial.
A Fé, segundo a Bíblia, enquadra
um acontecimento divino, relacionado
com o Pai - e é uma vocação; com o Fi-
lho, uma incorporação; e com o Espírito
Santo, um renascimento e comunhão
evolutiva.
A acção de Deus e o seu efeito,
são comummente designadas por graça.
O efeito dessa acção divina é descrito,
pela Revelação, como uma experiência:
“não sou eu que vivo, mas é Cristo que
vive em mim”, exclama S. Paulo.
A Fé é pois, radicalmente, uma
realidade mística. Há, portanto, na ori-
gem da Fé um factor divino chamado
graça, cujas principais funções passa-
mos a enumerar:
» O dom da Fé desperta, pro-
Fé, pelo qual o espírito da pessoa faz
uma opção fundamental que afecta toda
a sua existência pessoal.
» A graça da Fé ilumina a pes-
soa, como inspiração ou iluminação que
atrai ou move a vontade. E, neste caso,
chama-se moção ou atracção, de modo
que desperta, na pessoa, aspiração, de-
sejos, entusiasmo, coragem, etc.
» A graça da Fé diviniza o ser
pessoal, que a Bíblia descreve sob a
forma de renascimento espiritual, de
conversão ou metanóia ou mudança de
ser e direcção vital.
» Assim, a grada da
a pessoa, amplia e integra as realidades
pessoais próprias.
» A graça da Fé também prepa-
ra a pessoa para uma pessoal e cons-
ciente resposta da Fé, informando pro-
gressivamente as dimensões espirituais,
de modo que a resposta pessoal à acção
de Deus brota desta mesma repercussão
da graça da Fé. Assim, a Fé é uma acei-
tação razoável a que se segue a resposta
de vida cristã esclarecida e coerente.
» É uma graça cristã e pascal já
que o fenómeno da fé é uma participação
na vida de Cristo, Morto e Ressuscitado,
despertada em nós pela discreta mas
poderosa acção do Espírito. Essa cons-
ciência evangelizada concretiza numa
Obra Diocesana de Promoção Social26
“mentalidade cristã”, segundo a qual in-
terpretamos e vivemos a realidade social
e eclesial lucidamente empenhada.
A dimensão espiritual da Fé cris-
tã é um fenómeno sobrenatural, como
uma experiência pessoal, cuja origem é a
iniciativa gratuita, oferta de Deus; e tam-
bém, em virtude do seu conteúdo, como
uma nova e pessoal participação do
crente na realidade do mistério de Deus.
A sobrenaturalidade da Fé proporciona à
pessoa uma nova e aprofundada síntese
de valores naturais e sobrenaturais.
Qual será a origem e motivo da
sobrenaturalidade da Fé?
Uns dizem que a sobrenatura-
lidade da Fé radica num princípio sub-
jectivo que é a acção de Deus em nós.
-
dade do motivo pelo qual a Fé é acolhida
pela pessoa livre e desperta.
Poderemos dizer que a verda-
deira e sadia Fé cristã engloba diversas
dimensões que fazem um todo: tem um
aspecto humano – já que se realiza no
espírito – incarnado e se concretiza como
acto de verdade, de certeza e de conhe-
cimento. É que, sendo também um acto
da razão humana anterior, a Fé do cris-
tão apresenta também uma dimensão
divina enquanto tem origem no próprio
Deus e é oferta, dom gratuito. Finalmen-
te, e ligada a este aspecto divino, a Fé
do cristão engloba uma coordenada
sobrenatural porque não depende ex-
clusivamente da vontade pessoal mas
também da graça de Deus. Por isso,
toda a pessoa é um crente real ou poten-
cial, se estiver plenamente aberta ao que
está além dela, mas poderá satisfazer a
“potência obediencial”. Todos somos, de
certo modo, “capazes de acolher Deus”!
A Fé, como o desabrochar pes-
soal, é algo que pode desenvolver-se,
diluir-se, diminuir ou estagnar. É da expe-
-
veria acompanhar as fases de crescimen-
acompanhar as fases de crescimento e
desenvolvimento do crente, enquanto ser
histórico. Este, enquanto criança. Tem
um determinado tipo de Fé, uma Fé tran-
quila, recebida por osmose da família, da
catequese, etc. Enquanto adolescente,
a Fé é intermitente e contestatária, quan-
do chega a uma razoável maturação hu-
mana, é possível que seja uma fé adulta,
consciente e humilde, bastante despida
de ideologias e condicionalismos sociais.
É para que esta Fé adulta, que
encaminhar e que se caracteriza por al-
guns traços:
» A Fé adulta é uma Fé perso-
nalizada. Assume os valores para que
tende a maturidade humana, já que ela
também, como vimos, não é algo de es-
tranho ao ser humano, mas é englobante
do ser e agir situados.
O cristão que se limita a guardar
a Fé recebida, por osmose, na infância,
sem fazer dela em cada nova etapa da
vida objecto de novas e esclarecidas
escolhas, de uma constante “metanóia”,
esse não será um cristão adulto opera-
tivo.
O mesmo processo de matu-
ração que leva o adulto a assumir, com
si mesmo, e a sentir-se capaz de opções
verdadeiramente pessoais, também é
aquele que leva o cristão a assumir a sua
Comunidade.
A sua Fé é, desse modo, uma Fé
realmente personalizada. Ao procurar o
sentido último da sua vocação pessoal,
o cristão adulto reconhece-se em co-
munhão com Deus Pai e Criador, aceita
e deixa-se tomar pela dinâmica transfor-
que marca a pessoal identidade.
Esta Fé personalizada passa pela
procura constante e pelas sucessivas in-
terrogações que o adulto põe em relação
a si próprio.
Não se trata de uma mera e me-
cânica aceitação, mas da capacidade
de se pôr, radical e constantemente, em
questão face às exigências cristãs funda-
mentadas.
A Fé para o cristão adulto é exi-
gência de metanóia, isto é, de contesta-
ção do seu ser à luz do Evangelho.
» A Fé adulta implica o acolhi-
mento constante e sério da Palavra de
Deus que se fez carne em Cristo. Este
acolhimento reveste-se de formas va-
riadas, conforme se toma a Palavra de
Deus.
Assim:
- A Fé, enquanto acolhimento
da pessoa que Se revela, é sempre uma
relação pessoal, uma atitude na qual se
fundamenta o acolhimento do conteúdo
e também a prática desse mesmo con-
teúdo de Fé;
- A Fé, enquanto acolhimen-
to da Palavra como Mensagem, é
a adesão intelectual a uma englobante
interpretação da realidade, constituindo
então um corrente corpo de doutrina a
que, vulgarmente, se dá o nome de Cre-
do. Este, embora sendo uma forma de
vinculação do Cristão à pessoa que Se
testemunho vivencial;
- A Fé, enquanto acolhimento
27Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
da Palavra para a Acção, leva a entrar
no ritmo da acção de Deus em nós e em
toda a criação. E assim a introduzir-se
conscientemente da História da Salva-
“sinais dos tempos”, lidos, decifrados e
orientadores da Vida.
- A Fé, enquanto acolhimento
de Cristo como Palavra do Pai revela-
da ao Mundo, consiste em aceitar Cristo
que é a Palavra pessoal que revela, trans-
forma e diviniza a vida das pessoas e do
próprio cosmos. Crer em Jesus Cristo
qual o Senhor Ressuscitado se relaciona
connosco. Nesta perspectiva, a Fé tem
um carácter pascal e, como tal, liberta-
dor do ser e agir pessoal e social.
- A Fé adulta é também fé co-
munitária. A relação com os outros,
constitutiva da pessoa humana na idade
adulta, é para o cristão, sinal da unidade
de toda a Humanidade em Cristo.
O Cristão adulto sabe, tem pro-
funda consciência de que faz parte de
um povo – o Povo de Seus – que é salvo
em comunidade e que avança, em con-
vergência, para o Pai. Por isso, a fé, deve
de algum modo, exprimir esta interde-
pendência, esta solidariedade profunda
com todas as outras pessoas.
- Nesta consciência de Povo
de Deus em marcha, certas relações
explicarão a caminhada comum e torná-
-la-ão possível. Todavia não poderão, por
-
cer uma barreira contra o grupo mais am-
plo que é a Humanidade. O cristão adulto
exprime e vive a sua Fé em pequenas co-
munidades, mas vê-las-á sempre como
parcelas do Universal Povo de Deus.
Principia na Igreja doméstica e local, mas
abre-se aos horizontes do Mundo.
» Assim, a Fé adulta deve ser co-
munitária. Esta dimensão exige também
que o cristão tenha em conta as convic-
ções, as vivências e diferenças dos ouros
cistãos aculturados.
Porque comunitária, a Fé não
tem que ser monolítica, antes aceite e
estimula que o espírito se manifeste de
diversas maneiras complementares:
- A Fé adulta é também uma
Fé comprometida. O Cristão é aquele
que está no mundo sem ser do mundo.
o duplo movimento de compromisso
e liberdade. Para o cristão, este duplo
movimento vem carregado de dupla po-
laridade:
- Por seu lado, é-lhe exigido que,
na sua esclarecida dedicação ao mundo
possa, de algum modo, ecoar o amor do
próprio Cristo que tendo amado o mun-
a salvação deste mundo passa pelo seu
empenhamento pessoal e será para ele
um estímulo constante, e um compro-
misso, cada vez mais empenhativo, pois,
para além dos acontecimentos e factos,
ele pressente e intui o desenhar-se da
teia, constante feita e desfeita, do projec-
to de salvação realizado por Deus neste
tempo de sementeira do Reino.
- Por outro lado, o cristão sabe
que existe uma certa ambiguidade fun-
damental em todas as situações mun-
danas. O trigo e o joio crescem em con-
junto, mesmo quando o semeador lança
cuidadosamente a boa semente e, atento
vigia o campo.
O cristão adulto tem, assim, pe-
rante o mundo a atitude de “perseveran-
ça desiludida”, sem nunca desanimar.
Uma Fé adulta aceita este duplo
movimento e tem de recorrer à esperan-
ça teologal para não se cansar destes
fracassos e recomeços.
CONTESTA RESPONSAVELMENTE
Assumindo todas as dimensões
da situação da pessoa, desencadeia a
contestação certa, iluminada pelo Espí-
rito, para a realização da sua vocação de
profeta atento no meio da Comunidade.
A contestação adulta é sinal
de maturidade. A Fé do adulto engloba
na sua contestação diversos aspectos:
» Denúncia, mesmo com riscos,
de tudo o que deforma ou não favorece
os seres humanos, situados no tempo e
abertos ao transcendente.
» Colabora com todas as pesso-
as naquilo que é a favor da humanidade
e não contradiz outros valores essenciais
da humanização.
» A grande originalidade da
contestação do adulto na Fé, é que ele
não só denuncia o que está mal, mas
propõe, anuncia e testemunha o Rei-
no de Deus e a esperança a que somos
chamados, ainda que por caminhos dife-
rentes, mas convergentes.
A Fé adulta denuncia o mundo na
-
mo e orgulho. Assume as denúncias jus-
tas. De todos, pela contestação adulta,
se faz porta-voz.
Se na realidade, a salvação do
mundo passa pelos empenhamentos
concretos do cristão, a sua denúncia
profética não pode deixar de assumir a
adequada contestação pessoal. Por isso
ele tem de denunciar tudo o que impede
o Povo de ser mais, de ser o que pode e
deve ser e realizar em vista do bem co-
mum.
» A Fé exige do cristão uma certa
disléctica: a sua contestação, que cul-
minou na denúncia, tendo em conta os
critérios do Evangelho, tem de deixar-se
superar pelo anúncio segundo o Espírito:
Obra Diocesana de Promoção Social28
denuncia, anuncia, propõe e empenha-
-se com riscos medidos e benefícios
sensatos.
Mesmo nas situações que se
apresentam como mais fechadas e im-
penetráveis à Boa Nova, o cristão adulto
não deveria cair na tentação da contes-
tação juvenil: negar, destruir, arrancar e
eliminar…
Para a realidade que denuncia,
ele tem de trazer um efectivo anúncio.
Não e trata de uma solução totalmente
feita para o problema ou realidade de-
nunciada. Trata-se, sim, de revelar pela
palavra e por uma coerência constan-
te e empenhada de vida, que há uma
esperança susceptível de fazer acredi-
tar que cada situação é objecto da Boa
Nova anunciada por Jesus Cristo.
Portanto e em resumo, só o ver-
dadeiro adulto poderá ser um adulto na
Fé. Há adultos cronológicos, mas com
uma Fé de criança ou adolescente.
Assim a Fé adulta apresenta al-
gumas características: é uma Fé perso-
nalizada, enquanto que assume todos
os valores para os quais tende a matu-
ridade humana: inclui atento acolhimento
da Palavra de Deus, que se fez carne em
Jesus Cristo; é uma Fé comunitária, na
medida em que pertence a um conjun-
to de pessoas, o Povo de Deus; é uma
Fé comprometida, porque o crente não
pode ser indiferente a todas as realidades
que o rodeiam: o cristão tem de tomar
partido, tendo em vista as coordenadas
do Evangelho. É ainda uma Fé sadiamen-
te contestatária, porque o cristão, além
de denunciar o que está mal, propõe ou
deve propor e testemunhar o Reino
de Deus. Nesta linha, a Fé exige obras,
pois, sem obras, como diz S. Tiago, ela
é morta.
» Em conclusão e recapitulando,
podemos dizer que a Fé cristã adulta en-
globa três aspectos fundamentais inter-
ligados:
- Perspectiva e personalista:
A Fé é uma aliança entre Deus e a pessoa
que adere ao projecto revelado e consu-
mado em Jesus Cristo;
Neste dinamismo da aliança, a Fé
implica dois momentos:
- O relativo conhecimento pesso-
al de Deus pelas suas manifestações na
História, nomeadamente na Pessoa do
Verbo Incarnado.
- O reconhecimento e adesão
numa atitude e compromisso pessoal es-
clarecido, arriscado e coerente.
Neste segundo momento, já não
é o encontro de Deus com a pessoa, mas
do crente com Deus, o que implica uma
conversão, mudança de perspectivas, de
mentalidade, dos critérios de vida. A Fé,
como aliança, é sempre resposta à rela-
ção do amor gratuito de Deus que nos
ama por livre iniciativa.
- Perspectiva cristológica: A
Fé é o acontecimento de Jesus Cristo
como a Palavra de Deus, revelada e tes-
temunhada.
como reconhecimento e acolhimento de
Cristo, Palavra Criadora e Redentora. E é
Cristo quem transforma e diviniza a vida
das pessoas e, por seu intermédio, o
mundo. A Fé cristã leva a entrar no ritmo,
na dinâmica de Cristo Ressuscitado. A
Fé cristã tem um carácter pascal e liber-
tador. É um movimento de libertação da
dimensão pessoal, social e cósmica que
nos é entregue como responsabilidade
de “recriar” o mundo.
a acção do Espírito, que Cristo é o Se-
nhor. Mais: crer em Cristo implica a rela-
ção pessoal, em virtude da qual o Senhor
Ressuscitado se relaciona connosco de
modo personalizado.
- Perspectiva trinitária: este
modo de acreditar implica alguns aspec-
tos:
- O acolhimento do Pai em Jesus,
pela acção do Espírito;
- A Fé leva-nos a entrar no movi-
mento descendente do Pai até ao mun-
do, em Cristo e no Espírito Santo, entran-
do no movimento ascendente, pelo qual
comungamos com a Trindade, o que se
- Assim, a Fé cristã é sempre
uma relação pessoal a cada uma das
Pessoas, mas sempre dentro da relação
mútua que há entre elas:
- Em relação com o Pai, a Fé é
um movimento que gera a fraternidade;
- Em relação a Cristo, a Fé é um
- Em relação ao Espírito, a Fé é
-
ção e consumação da Humanidade.
A evangelização nunca está con-
cluída. Devemos manter a adequada dis-
tância crítica, para que o discernimento
seja pertinente e praticar a partilha sócio-
-política, para que este mundo seja cada
vez mais um mundo outro pela verdade, a
justiça e a solidariedade misericordiosa.
Assim a Fé cristã é dom, tarefa e
missão dinâmica, em constante renova-
ção e inculturação.
29Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Com a chegada da época natalícia, chega também a altura da grande fa-
mília da Obra Diocesana reunir e celebrar uma noite de convívio, partilha e alegria.
Como tal, no passado dia 15 de Dezembro, decorreu a Ceia de Natal da
Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS). Pelo quarto ano consecutivo, a Quin-
ta do Vieira, em Paranhos, foi o local escolhido para esta realização.
Numa das mais simbólicas e aguardadas iniciativas da Instituição ao longo
de todo o ano, os colaboradores da Obra Diocesana, os seus Órgãos de Gestão, a
Liga dos Amigos, entidades religiosas e civis, beneméritos, fornecedores e amigos
reuniram-se, sob a presidência de Sua Excelência Reverendíssima D. Pio Alves,
Bispo Auxiliar da Diocese do Porto.
A Ceia contou com a presença da Câmara Municipal do Porto, através do
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Ceia de Natal 2012seu Presidente, Dr. Rui Rio, e da Verea-
dora do Pelouro do Conhecimento e
Coesão Social, Prof.ª Doutora Guilher-
mina Rego.
De destacar também as pre-
senças do Pe. Lino Maia, Presidente da
CNIS – Confederação Nacional das Ins-
tituições de Solidariedade e simultane-
amente Assistente Eclesiástico da Obra
Diocesana; do Presidente da União
Distrital das Instituições Particulares de
Obra Diocesana de Promoção Social30
Solidariedade Social – Porto, Pe. José
Baptista; e do Presidente do Banco Ali-
mentar Contra a Fome – Porto, Eng. Rui
Leite de Castro.
O ilustre Professor Doutor Daniel
Serrão, grande Amigo da Instituição; o
Dr. António Barros Marques, Presidente
da Cáritas Diocesana do Porto; a Eng.ª
Raquel Castello-Branco, Administrado-
ra Executiva da Fundação Porto Social;
e o Pe. Dr. Manuel Correia Fernandes,
questão de novamente marcar presen-
ça neste convívio.
Antigos membros dos órgãos
de gestão, representantes das Juntas
de Freguesia da cidade e da Polícia de
Segurança Pública, beneméritos e for-
necedores estiveram igualmente pre-
sentes.
A Ceia de Natal teve início com a
Invocação proferida pelo Presidente do
Conselho de Administração, Senhor Américo Ribeiro. Seguiu-se o Momento de
-
borador assíduo deste Espaço Solidário, intitulado “Em Vida, Irmão, em Vida”.
Quinta do Vieira, em exclusivo para este evento da Obra Diocesana, e que fez as
delícias de todos os convivas.
No Momento do Presidente do Conselho de Administração, o Senhor Amé-
rico Ribeiro iniciou a sua intervenção relembrando os “tempos de acentuadas
que vivemos. Recordou que a Obra Dio-
cesana é formada por “pessoas a sentirem pessoas”, pelo que estas, por via
das suas palavras e obras, devem cultivar o “espírito de companheirismo, o
espírito de família e a solidariedade no trabalho”.
Realçou que a atual conjetura “não está facilitada nem dá perspetivas
alegres para o futuro próximo”. Não obstante, lembrou que “o sonho continua
grátis” e que “continuaremos a sonhar com a paz e com a esperança de se
verem resolvidas muitas questões sociais”, sempre com otimismo e fé viva.
O Senhor Américo Ribeiro frisou que todos temos de dar o nosso melhor,
exercício de semear o bem em prol de uma solidariedade e de uma justiça visíveis”.
Na sua intervenção, o Senhor Presidente apresentou o projeto “Fazer Sorrir a Solidão”. Esta iniciativa prevê o acompanhamento, em regime de
voluntariado e para além do horário laboral, a idosos isolados e necessitados de
31Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
maiores cuidados, por parte de uma equipa multidisciplinar, constituída por enfer-
meiros, psicólogos e outros colaboradores. Neste âmbito, agradeceu e reconheceu
a Enf.ª Maria dos Anjos Pacheco, mentora desta inovação.
Continuou, enfatizando que o Conselho de Administração está “ciente das
para que tudo o que possa ser obstáculo seja transformado em possibilidade”.
-
ridade, esperança e fé para todos os presentes e votos de um santo e feliz Natal.
No programa da Ceia de Natal, seguiram-se três momentos importantes: o
Espaço da Gratidão, o Espaço do Reconhecimento e o Espaço de Distinção.
No Espaço da Gratidão, o Conselho de Administração homenageou a cola-
boradora Maria Cândida Gaspar Silvestre, que este ano completou 25 anos ao ser-
viço da Obra Diocesana, a qual foi presenteada com a imagem de Nossa Senhora,
uma peça em cristal, ex-líbris da Instituição.
No Espaço do Reconhecimento, foi agraciado um amigo da Obra Diocesa-
pelas mãos de Sua Excelência Reverendíssima, D. Pio Alves. Este benemérito viu
reconhecida toda a sua generosidade e a sua participação ativa na “sociedade
solidária, tão necessária no momento atual”.
A noite prosseguiu com o Espaço de Distinção, que constituiu um elogio
à Câmara Municipal do Porto (CMP), na pessoa do seu Presidente. O Dr. Rui Rio
viu enaltecida, pelo Conselho de Administração da ODPS, a atitude nobre sempre
assumida pela CMP, parceira da nossa
Instituição.
Na sua apresentação, o Senhor
Américo Ribeiro reconheceu ao Dr. Rui
Rio valores como “honestidade, com-
promisso, lisura e correção”, que
o distinguem enquanto pessoa, líder e
político. Destacou-o ainda com “um
exemplo de estadista e de defensor
das causas sociais”.
Ao longo do jantar, todos os
convidados foram presenteados com
uma oferta do Conselho de Administra-
ção – um marcador de livro, alusivo ao
Ano da Fé – uma pequena lembrança
realizada pelos Centros Sociais da Pas-
teleira e do Lagarteiro.
Houve ainda oportunidade para
comemorar o aniversário de uma das
colaboradoras da Instituição que, nes-
ta noite, abdicou da companhia da sua
família para que pudesse celebrar com
Obra Diocesana de Promoção Social32
os seus colegas de trabalho essa data
especial.
O período das intervenções ini-
ciou-se com as palavras do Prof. Doutor
Daniel Serrão. Como é apanágio deste
grande amigo da Instituição, a vivacida-
de e a boa disposição pautaram o seu
discurso.
Começou por manifestar uma
imensa alegria pela sua presença nesta
Ceia. Ao endereçar o seu cumprimento
a D. Pio Alves, o Professor relembrou
que a Obra Diocesana é, na sua essên-
cia, uma obra cristã e, como tal, deve
ser acarinhada pela Diocese do Porto.
Louvou também o “empenhamento so-
cial permanente e diário” da CMP, na
pessoa do seu Presidente, Dr. Rui Rio.
Num elogio direto ao Senhor
da Instituição como “a alma, o espíri-
to e também o corpo” da Instituição,
cuja ação nos bairros sociais do Porto enalteceu. Frisou ainda que, sem esta Obra,
esses bairros “estariam muitíssimo pior do que estão hoje”.
De seguida, fez referência ao Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da
Solidariedade entre Gerações que se comemorou em 2012 e ao Ano Europeu da
mais uma vez, as instituições cristãs que tratam de pessoas carenciadas sejam
capazes de manter toda essa atividade, pois essa é uma forma de desenvolver a
cidadania”.
Concluiu, dirigindo-se ao Bispo Auxiliar do Porto e ao Presidente da Câmara
Municipal, lembrando que
tantos irmãos nossos tenham um envelhecimento ativo, uma vida ativa e
sejam cidadãos em plenitude”.
O Pe. Lino Maia, Presidente da CNIS e Assistente Eclesiástico da ODPS
foi responsável pela intervenção seguinte. Dirigiu uma primeira palavra à Diocese
“muito orgulho na Obra
Diocesana”.
Exaltou a presença do Dr. Rui Rio que, ao abdicar do seu habitual convívio
Instituição.
Referindo-se à atual conjetura da sociedade, salientou que, no nosso país,
“há uma realidade que está a emergir no meio da crise”, pois estamos a compreen-
der que os “milagres acontecem quando as pessoas se envolvem e dão as mãos”.
33Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
O presbítero disse acreditar que esse movimento irá promover uma “luz ao fundo
do túnel”, da qual “vai surgir uma nova aurora”. Completou, com a convicção de que
“este é o melhor caminho para resolver a crise em que estamos”. Nesse contexto,
mencionou os muitos amigos e bons benfeitores que a Obra Diocesana tem.
Numa alusão histórica à fundação da ODPS e aos seus quase 50 anos de
existência, concluiu que a Instituição é “luminar” e que não é possível fazer uma his-
tória das respostas sociais em Portugal sem destacar a sua qualidade e inovação.
Seguidamente, dirigiu uma palavra de enaltecimento à própria Instituição
– ao seu Conselho de Administração, a quem agradeceu todo o trabalho desen-
volvido, e aos seus trabalhadores. Salientou a “dedicação espantosa” de todas as
pessoas ao serviço da Obra Diocesana e louvou o seu papel nos bairros sociais da
cidade e a importância na promoção da sua harmonia, a qual só é possível através
da “envolvência, empenhamento e conhecimento da realidade”. Terminou
dizendo que os trabalhadores são o “rosto da Obra Diocesana, os agentes,
aqueles que se dedicam e aqueles que constroem comunhão”.
Em nome da Câmara Municipal do Porto, seguiu-se a intervenção do seu
Presidente, Dr. Rui Rio. Começou por dizer que era uma satisfação participar neste
jantar, naquele que será o seu último Natal enquanto Presidente da CMP.
Reconheceu que foi com surpresa que recebeu a distinção que previamen-
te tinha acontecido neste jantar. Retribuiu e, em nome da cidade do Porto, agra-
deceu precisamente à Obra Diocesana, por todo o trabalho social que faz, em
“conjugação com os principais objetivos da CMP”.
Lembrou que os executivos que
liderou tiveram todos como primeira
prioridade a coesão social – “a busca
e a procura de uma cidade mais equili-
brada e coesa do ponto de vista social”.
Disse que lutar pela coesão social, no
âmbito das competências da autarquia,
tem tido com principal marca a melhoria
das condições dos bairros, por via da
reabilitação da habitação social. Refu-
tou as críticas que foi alvo no passado
sobre o excesso de verbas investidas
no plano social, lembrando que de nada
adianta, para ninguém, viver numa ci-
dade desequilibrada do ponto de vista
bairros não tivessem sido reabilitados,
se não tivéssemos dado condições de
vida às pessoas” – pela Câmara Mu-
nicipal no plano material e pela Obra
Diocesana no plano imaterial, hoje tería-
mos uma cidade muito diferente, prova-
Obra Diocesana de Promoção Social34
velmente com “guetos sociais, bair-
ros completamente degradados, a
infernizarem a segurança urbana”.
-
ça de que os valores da solidariedade
não esmorecerem na nossa socieda-
de, apesar dos tempos de crise que
vivemos. Exprimiu que podemos ser
felizes e ter um bom ano novo, desde
que possamos ter “o comportamento
adequado à construção da felicida-
de dos outros” e, dessa forma, “ser
também mais felizes, por mais pe-
sada que a crise possa ser”.
-
tervenção de D. Pio Alves, Bispo Auxiliar
do Porto.
Sua Excelência Reverendíssima
começou agradecendo à Câmara Muni-
cipal do Porto e aos Benfeitores e Ami-
gos da Obra Diocesana, pois é graças
à sua colaboração que a ação da Insti-
tuição, em defesa dos mais carenciados, pode continuar, ano após ano. Recordou
não teria condições para continuar a prestar os seus serviços.
Avançou, agradecendo todo o “trabalho, generosidade, disponibilida-
de, sentido de responsabilidade e ligação à Diocese” demonstrados pelos
membros do Conselho de Administração. Garantiu que tais atributos eram sinais de
Elogiou e agradeceu o trabalho de todos os colaboradores da Instituição,
sublinhando que estes são quotidianamente o “rosto e a presença da Igreja
junto dos velhinhos, das crianças e dos jovens”, isto é, dos “mais frágeis e
dos que precisam mais da nossa atenção”. D. Pio Alves reconheceu os traba-
lhadores são “o rosto da esperança, da serenidade e da alegria” e que estes ajudam
muitos dos nossos idosos a continuar a viver, dando-lhe carinho, afeto e atenção.
Evocou similarmente o papel formativo que a Obra Diocesana desempenha nas
crianças que acolhe.
Terminou celebrando justamente a dedicação dos colaboradores da Insti-
tuição e desejando um santo e feliz Natal a todos.
Depois de uma noite plena de momentos de comunhão, consagração, de
testemunho e de partilha, o Senhor Américo Ribeiro encerrou a Ceia de Natal, en-
dereçando a todos os convidados os seus votos de “um santo Natal e o melhor
ano possível”.
35Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Invocação
Eu Acredito no Sol Divino, que ilumina os cora-ções caritativos!Eu Acredito na intervenção construtivista do ser humano para interagir com o meio físico e social, promovendo-o pela ajuda despretensiosa!Eu Acredito -tido do agir pelo acreditar!Eu Acredito nas evidências, que elevam, es-pontânea e intencionalmente, a prática do com-portamento ético e moral!Eu Acredito nos modos difusos, transparentes e honestos de vencer as adversidades pessoais e coletivas!Eu Acredito no dinamismo e crescimento vigo-rosos de ações humanistas!Eu Acredito nas circunstâncias, que dão as au-tênticas coordenadas à vida, nas quais se inte-gram o Grande Projeto da Obra Diocesana de Promoção Social!Eu Acredito, simplesmente, porque a Esperan-ça e oferecidas pelo Nosso Bom Deus
AR
Em Vida Irmão em Vida.
Se queres fazer bem aAlguém a quem queiras muito.Diz-lhe, hoje, o teu quererFá-lo em Vida, Irmão, em Vida…
Não esperes que ela murcheManda-lhe, hoje, com amor…Fá-lo em Vida, Irmão, em Vida…
Se desejas dizer com verdade “gosto de ti”À gente da tua casa, aos que te são queridos,Ao amigo perto ou longe, di-lo hoje,Fá-lo em Vida, Irmão, em Vida…
Não esperes pela sepultura das pessoasPara as amar com lealdadeE dar-lhes a sentir a tua ternuraFá-lo em Vida, Irmão, em Vida…
Se ser muito feliz mereces,Se aprenderes a fazer felizesA todos os que conhecesEm Vida, Irmão, em Vida…
Nunca visites panteões
Enche de Amor os coraçõesEm vida, Irmão, em Vida faz o bem,Bem feito, a todos, a tempo e horas
Frei Bernardo Domingues, o.p.
A todos saúdo com particular consideração e muita amizade.
Nelas quero dirigir-me a cada um de vós, com traço particular, e a todos no geral pelo conjunto, heterogéneo, mas unido, que constituem por uma consciên-cia e cultura desenvolvidas ao longo dos anos.
Marcámos encontro nesta noite e neste espaço, por que motivo forte o fez acontecer.
Não foi a rotina, o hábito, o que move para ir ao encontro da corrente sem sentido… não, isso, cada vez mais, vai
lugar nem predisposição, pois tudo o que sucede, nestes tempos de acentuadas
um encontrá-lo, descobri-lo, aproveitá-lo e agradecê-lo.
O que nos fez reunir foi a ce-lebração do Natal de 2012, o Natal de Jesus Cristo num sentir, hoje, mais centrado na nossa Instituição e ao evo-carmos o Natal, de imediato evocamos o presépio, a família e a sua enorme e su-blime importância nos diferentes impera-tivos da vida.
A Obra Diocesana de Promo-ção Social é formada por pessoas a sentirem pessoas.
Então, a palavra família e o seu in-trínseco conteúdo encaixam perfeitamen-te na sua conjunção.
cada dia, serviço responsável têm de cultivar, por palavras e por obras, es-pírito de companheirismo, espírito de família, num dinamismo, quase es-pontâneo e original, porque coloca ao dispor a incondicionalidade de abertura e dignidade.
A atualidade prescreve que a solidariedade no trabalho se assu- ma como um pré-requisito de cada tra-balhador.
A vontade de trabalhar, a com-preensão, o respeito, o compromisso, o apoiar e o repassar os conhecimentos para os colegas são relevantes e neces-sários. É a força da união que faz crescer e sustentar, para além de exibir mestria
Os pequenos gestos, os
diferença!A realidade nas realidades, que
nos cerca não está facilitada nem dá perspetivas alegres para o futuro próximo. Porém, o sonho continua grátis e, apesar
de tempos muito difíceis se avizinharem, continuaremos a sonhar com a paz e com a esperança de se verem resol-vidas muitas questões sociais.
O mundo de hoje tem de ser encarado e compreendido com oti-mismo e fé viva. Penso ser a melhor forma de sobreviver.
Cada um de nós tem de assumir o dever de fazer o seu melhor, de dar o seu melhor, vivendo cada momento com
vencer pelo exercício de semear o bem em prol de uma solidariedade e de uma justiça visíveis e entregues aos lugares a que se destinam.
Quero elogiar, com ênfase, sen-timento e emoção, todo o trabalho que desenvolvem nas várias valências e dizer que ele é a força do caminhar com a determinação para dar as constan-tes e crescentes respostas sociais, que são solicitadas à ODPS e nestas inserem-se também os muitos postos de trabalho, que ela criou e que quer conti-nuar a viabilizar.
Reforço a ideia de que a coe-são e a afetividade, entre todos, são fundamentais!
Não posso deixar de fazer alu-são ao lindo e importante Projeto, em
cunho muito especial, que caracterizo de “Fazer sorrir a solidão” e que pode ter uma dimensão social e humanitária enri-quecedora.
Com marcante iniciativa e decor-rente tarefa preliminar, uma equipa multi-disciplinar, composta pelos enfermeiros, psicólogos e outros colaboradores, em regime de Voluntariado, prolongando o seu horário laboral, dedicam mais tem-po aos idosos necessitados de maiores
-tosa em diversos aspetos.
Nestes incluem-se, não só os seniores, que se integram nos clientes da Obra, como outros, cuja situação pre-ocupante foi detetada e sinalizada para que também pudessem fazer parte do
Intervenção do Presidente do Conselho de Administração
Obra Diocesana de Promoção Social36
Atribuido à Excelentíssima Se-nhora Maria Cândida Gaspar Silvestre
Colaboradoras que completaram 25 anos ao serviço da Obra Diocesana.
e assume papel social muito importante.O trabalho desenvolvido na Obra
Diocesana reveste-se de dedicação, sen-
Dedicado ao Excelentíssimo
CastroA palavra generosidade é classe
Quando passa de vocábulo para a prática e faz transparecer fruto, que produ-ziu, não pode deixar de ser referenciada.
-
Dedicado ao Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal do Porto, Senhor Dr. Rui Rio
Com a mais expressiva alegria, aproveitamos esta circunstância, re-vestida de Natal, de hinos e de textu-ras com profunda aceção para dirigir um amplo elogio e distinguir a Câmara Municipal do Porto, na pessoa do seu digníssimo Presidente, Excelentíssimo Senhor Doutor Rui Rio.
O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção So-cial sublinha, exalta e exorta a atitude nobre, assumida, sempre, pela Câmara Municipal, parceira da nossa Instituição.
Essa atitude elevada tem mar-cado factos, que começam a ser rarida-de, dignos de registo, de menção e de
Para já, este servi-ço apenas envolve alguns Centros, mas a oportunidade fá-lo-á disten-der a todos, pois sou conhecedor da grandeza interior e da sensibilidade de muitos trabalhadores.
O Amor ao Próximo é uma prioridade na vida, porque a preen-che e lhe oferece, com naturalidade, o seu mais elevado preceito!
Uma palavra de apreço, reconhe-cimento e gratidão à Enfermeira Maria dos Anjos Pacheco, Quadro da Obra Diocesana de Promoção Social, que nos apre-sentou esta Inovação, merecedo-ra de total apoio e carinho pela parte do
Conselho de Administração e, natural-mente, um obrigado a todos aqueles e aquelas que já aderiram ao mesmo e um
Instituição para se envolverem, de alma e coração, a esta iniciativa para colaborar-mos numa “Sociedade Solidária”.
Temos de possuir um conhe-cimento profundo das situações so-ciais e dos atores sociais. Hoje em dia não há outra sociologia.
O Conselho de Administração
algum tempo, que começou a envidar os máximos esforços para que tudo o que possa ser obstáculo seja transfor-
mado em possibilidade.A Caridade é imprescindível na
ciência e no discernimento!A Esperança é a certeza de
quem acredita!A Fé promove a realização de um
e de todos! Estou certo de que a Caridade,
a Esperança e a Fé têm o acolhimento certo no coração de cada um de vós, mo-bilizando para a dignidade e escrevendo sim na conquista do ser bom.
Com o meu obrigado, desejo a todos um Santo e Feliz Natal!
Américo Ribeiro
Espaço da Gratidão
Espaço do Reconhecimento
Espaço de Distinção
sibilidade e espírito missão, pois a sua abrangência envolve pessoas a cuidarem de pessoas especiais.
25 Anos de serviço, um quarto de século, onde a entrega marca particulari-dade, merece ser destacado, enaltecido.
Parabéns e muita força para o futuro!
do e dimensão da generosidade.Ela mobiliza-o para o crescimen-
to pessoal, fazendo-o exemplo vivo e me-recedor de ser enaltecido.
É elemento social, que participa ativamente na “Sociedade Solidária”, tão necessária no momento atual!
O Conselho de Administração agradece todos os seus gestos.
Muitos parabéns!
apreço, tanto na plataforma da relação, convivência, como na das negociações e que vão avultando beleza e valor à his-tória da ODPS e à própria história desta importante Câmara Municipal.
O Excelentíssimo Senhor Presi-dente, Doutor Rui Rio, é uma individuali-dade, cujo conhecimento, palavra dada, honestidade, compromisso, lisura e correção o dis-tinguem como pessoa, como líder e como político, qualidades e atributos fundamentais na assunção de cargos. Por isso mesmo, o Senhor é um exemplo de estadista, de defensor das causas sociais e que oferece à so-ciedade destes tempos pós-modernos uma referência singular.
É um estadista, que demonstra, pelo feito, uma perfeita compreensão e
visão sensível do que é a “Sociedade do Conhecimento”, que engloba a di-mensão da transformação social, visan-do o desenvolvimento de todas as áreas e o bem-estar das populações, através de uma democracia mais justa e mais solidária.
Muitos parabéns!O nosso obrigado.
37Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância
CaminhandoServir
“Jesus chamou-os e disse-lhes: - Sabeis que os que são considerados
como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir
sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-
-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo
de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido mas para servir e
dar a vida pela redenção de todos” (Mc 10, 35-45).
Como nos ensina São Marcos servir, sendo o lema de Jesus, deve ser
o lema de todos nós. Descobrir a alegria de servir e de ser útil compreendendo
assim que o maior é o que serve mais, é também o lema da Obra Diocesana de
Promoção Social, que sabe bem que a vida não faz sentido senão vivermos para
servir, dando-nos ao outro de forma transparente, clara e consciente.
Tendo nascido para servir o outro, e por isso tendo por lema “Pessoas
a sentirem pessoas”, todos os seus colaboradores têm plena consciência
da sua missão de serviço, todos tendo enorme importância nas funções que de-
sempenham.
A talhe de foice, não resisto agora, a contar-vos uma história que há anos
me contaram e que não mais esqueci:
“ Tenho um amigo meu que, todas as manhãs, costuma fazer assim a sua
oração: abre a janela e contempla o varredor de rua, que é um bom varredor de rua.
e os passeios foram limpos de uma certa maneira.
É que vale a pena ver o varredor varrer a rua…: mal a aurora desponta, ele
chega, com o seu carrinho e a vassoura na mão. E imediatamente o trabalho come-
ça. Com qualquer tempo, a chuva, o vento, as folhas de Outono, os papeis velhos,
os cães que derrubam as latas de lixo; aceita as coisas como se lhe apresentam.
Ele está ali não para se queixar mas para servir!
A rua é para ser limpa. É a sua missão no mundo e ele acha-a bela. Não sei
o que pensa ao juntar cuidadosamente as cascas, os papéis, os cacos de vidro.
Talvez tenha presente essa velhinha que podia partir uma perna, ou aquele menino
que poderia cortar um pé… E o meu amigo vê-o sorrir de vez em quando. Ele crê
que Deus, se varresse a rua, não o faria diferente. Meu amigo dizia que o varredor
de rua lhe lembra Deus que enviou seu Filho para varrer os caminhos da terra, para
limpar o mundo sujo pelos homens.
E continua o meu amigo: - É Deus que varre à minha porta cada manhã,
e que me recomenda, trabalhe, trabalhe também, humildemente, pacientemente,
Obra Diocesana de Promoção Social38
E acrescentava: - Quisera que todas as pessoas da minha rua estivessem à
janela, cada manhã, para olhar, encher os olhos e o coração com os gestos humil-
des, cheios de amor, do varredor. O dentista, o merceeiro, a professora, o padeiro.
Para que o padeiro soubesse que, ao amassar o pão, serve aos homens, seus
irmãos, e que é o amor que deve colocar em seu pão, e não só a preocupação do
ganho. E a dona de casa, e o operário, e o político, e a secretária. Que achatem o
nariz à janela, cada manhã, para que façam das suas tarefas de todos os dias, às
vezes tão custosas, obras verdadeiramente fraternas”.
Este nosso amigo varredor poderia, também, ser um qualquer colaborador
da nossa Obra:
O Conselho de Administração faz questão em estar sempre presente em to-
das as actividades dos Centros, por pequenas que sejam, com palavras de apoio e
incentivo quer aos colaboradores quer aos clientes, administrando toda esta Gran-
de Obra de forma exemplar. Isto é servir!
Os Directores de Serviço tudo organizam, com todo o seu empenho, para
que o quotidiano e os eventos de todos os Centros, com centenas de colaborado-
res e milhares de clientes, decorram sem qualquer sobressalto e com o brilho que
todos conhecemos. Isto é servir!
Os sorrisos, os gestos de carinho e o apoio com que as colaboradoras
auxiliares da manhã e da tarde acolhem as nossas crianças, os seus pais e os mais
idosos. Isto é servir!
O cuidado e o pormenor com que são confeccionadas todas as refeições
pelas cozinheiras. Isto é servir!
A atenção redobrada com que todas as colaboradoras de limpeza mantêm
os Centros limpos e perfumados, sempre com um sorriso e muita paciência.
Como nos refere, com orgulho e satisfação pelas funções que desempenha
uma trabalhadora auxiliar:
“ A minha função é exercida junto dos idosos do Centro. Passa por limpar
todos os dias os gabinetes e uma vez por semana os vidros e as janelas do salão
da terceira idade.
Depois de servido o lanche aos idosos, lavo a loiça, limpo as casas de ba-
nho e o salão para que, quando eles chegarem no outro dia tudo estar bem limpo
e nas devidas condições.
Muitas vezes quando estou a limpar, alguns dos idosos ainda estão à espe-
ra para irem para casa e todos comentam que eu não paro, que sou sempre das
últimas a sair e que gosto muito daquilo que faço. É uma verdade!
Além das minhas tarefas, ajudo no apoio domiciliário, na cozinha e sendo
preciso, levo os meninos do ATL à escola.
Hoje são os nossos idosos a precisar; amanha seremos nós.” Isto é servir!
A compreensão, o carinho e o cuidado com que os enfermeiros e os psicó-
logos, falam com os pais, com as crianças, com os mais idosos e com os colabo-
radores. Isto é servir!
A importância que as Educadoras de Infância e Sociais colocam na educa-
ção das nossas crianças e no cuidado com os nossos idosos, e em como a todos
sabem educar, ouvir e aconselhar. Isto é servir!
O cuidado com que todos os colaboradores administrativos zelam por to-
dos os colaboradores e conseguem ter toda uma pesada maquina burocrática a
funcionar sobre rodas. Isto é servir!
A alegria que todos os colaboradores dos serviços da central de costura e
39Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
armazém colocam no seu trabalho apesar do corre-corre constante. Isto é servir!
O entusiasmo que a simples visão do autocarro provoca nas nossas crian-
ças e idosos, pois sabem que é sinónimo de divertimento, de animação mas tam-
bém de segurança (e o Senhor Acácio consegue, de forma surpreendente, agradar
todos os gostos musicais!). Isto é servir!
A luz, o carinho e a atenção que as domiciliárias conseguem levar às casas
dos utentes, de quem são, muitas vezes a única família.
Como nos descreve um Coordenador sobre o serviço domiciliário que o seu
Centro presta à comunidade: “ O serviço de apoio domiciliário, caracteriza-se por
um apoio prestado, tal como o próprio nome indica, no domicílio dos clientes. O
apoio é realizado nos domicílios, devido às necessidades dos clientes, pois é privi-
legiado, sempre que possível, a integração dos mesmos no Centro de Dia, pois há
uma maior diversidade de actividades, sendo também mais rico, pela componente
social, para os nossos seniores.
O serviço prestado pelo apoio domiciliário, passa pela prestação de cuida-
dos ao nível da higiene pessoal, alimentação, higiene habitacional, tratamento de
roupas, acompanhamento ao exterior, aquisição de bens e serviços, promoção da
autonomia do sénior, administração e supervisão medicamentosa, apoio psicosso-
cial e de enfermagem.
Este serviço é muitas vezes prestado apenas pelas nossas equipas, pois
deparamo-nos com seniores sem retaguarda familiar ou com uma retaguarda fami-
liar pouco cooperante ou distante. Para muitos dos nossos clientes, as colaborado-
ras são a “família” que agora já não têm.
Nestas idades também as amizades já são inexistentes, ou sem qualquer
contacto.
Para “nós”, que contactamos directamente com os clientes do sector Sé-
nior, é sempre muito positivo o AMOR que levamos a casa destes, e que ao mesmo
Isto é servir!
Também de enaltecer o desvelo desmedido que todos os Coordenadores
de Centro colocam na sua gestão diária e a atenção redobrada para que o dia-a-dia
decorra sem sobressaltos e de forma harmoniosa.
Como nos refere a Coordenadora de um dos Centros da Obra:
“ O que caracteriza os Centros Sociais da ODPS é serem locais abertos
interesses das pessoas que constituem a comunidade.
Neste contexto e na função de Coordenadora de um dos Centros Sociais
da Obra Diocesana, experiencio vários aspectos:
- A coordenação das diferentes valências, contribuindo para a utilização de
todas as forças positivas (Instituição e pessoas), sempre com vista à melhoria das
condições de vida e conforto dos Clientes;
contexto de trabalho com vista ao enriquecimento e à potencialização de promoção
de um serviço de qualidade. Este trabalho é realizado, em reuniões semanais com
outros técnicos (psicólogo e enfermeira).
- Coordenar e articular a equipa multidisciplinar (1 x / semana) com o traba-
lho que decorre semanalmente.
- Atender e acolher de forma personalizada quem recorre aos serviços do
Centro Social;
Obra Diocesana de Promoção Social40
- Organizar processos de Clientes admitidos. Comunicar e interagir com
cada cliente, contribuindo para o seu bem – estar;
- A nível do Apoio Domiciliário, fazer visitas domiciliárias levando palavras
de carinho e conforto quebrando assim momentos de solidão dos Clientes. Estas
visitas são sempre enriquecidas com visitas do psicólogo e enfermeira. Qualquer
necessidade do Cliente detectada é sinalizada sendo o Coordenador de Centro a
dar seguimento no tratamento da situação detectada.
Paralelamente ao trabalho directo com os clientes é feito também trabalho
com familiares e familiares cuidadores em equipa multidisciplinar.
Como Coordenadora faço toda a articulação necessária a cada Cliente jun-
to da Segurança Social, Junta de Freguesia, ADILO, Paróquia e outros Centros
Sociais da O.D.P.S com os quais são agilizadas actividades conjuntas de convívio e
animação. Posso dizer que é feito um verdadeiro trabalho em rede.
Trabalhar com pessoas e para as pessoas é sentir pessoas o que constitui
personalizada, carinhosa e espírito de entrega, num trabalho que eleve a Instituição
e o outro.
Para a concretização do exposto, no meu quotidiano acumulo funções di-
versas que exigem aprendizagens sempre inacabadas, pelas pessoas e pelas mu-
tações constantes da sociedade e das comunidades.
Sinto-me, assim, gostosamente apanhada por todo um processo de inte-
-
manentes, à minha própria dinâmica.”
É isto que torna a vida uma aventura sempre renovada, pelo fascínio do
mundo misterioso das dinâmicas relacionais do ser humano.
Fica, assim a minha sincera gratidão.”
Isto é servir!
De realçar também, a forma como muitos Pais e familiares colaboram com
a Obra Diocesana, de forma desinteressada, prestando preciosa ajuda e acompa-
nhando as suas crianças e os seus familiares mais idosos.
Como nos conta a Coordenadora de outro dos Centros da Obra:
“ O diálogo e cooperação família/instituição assume primordial importância
na optimização do percurso “escolar “ da criança, contribuindo para o sucesso
-
cativo.
O Centro Social procura actuar numa base de proximidade e interacção
com as famílias, partilhando funções no domínio da educação.
visível em todas as actividades do Centro
Na mais recente actividade que no momento nos encontramos a realizar,
-
e estão aderir com empenho e entusiasmo.
Por nos ajudarem a prestar um serviço de maior qualidade, através da vos-
sa participação, o nosso muito obrigado”. Isto é servir!
Por último não podemos nem queremos deixar de referir a forma como o
nosso Bispo do Porto, o Senhor Dom Manuel Clemente, nos fez perceber que o
serviço está no centro da vida da nossa comunidade cristã, fazendo pre-
valecer a solidariedade fraternal, o espírito de cooperação e entreajuda
fundamentais para que todos pos-
samos chegar à Paz.
Como nos diz o nosso Presiden-
te, Senhor Américo Ribeiro, verdadeiro
exemplo de uma vida dedicada ao ser-
viço, no Livro Obra Diocesana de Pro-
moção Social, 40 anos, Dr. Bernardino
Chamusca, “… Com olhos no futu-
ro, abraço e força empreendedo-
res, observando e acreditando nas
possibilidades e afectividade dos
Homens para Amar e Servir, tudo é
possível!
Tudo se torna fácil!
O querer e o crer tudo con-
seguem!”
Que a Luz de Jesus a todos ilu-
mine neste Santo Natal!
41Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Festa de Natal dos Filhos dos Colaboradores
No primeiro dia de Dezembro
realizou-se mais edição da Festa de Na-
Obra Diocesana. Tendo como mote o
espírito de família que prevalece na Ins-
tituição, o Conselho de Administração
concretizou e dedicou uma tarde de di-
versão dirigida a todas estas crianças.
A festa decorreu no auditório da
Casa Diocesana – Seminário de Vilar,
que, honrando a época, estava decora-
do com motivos natalícios.
Pelo sétimo ano consecutivo,
foram muitas as surpresas que estavam
preparadas para as crianças. A receção
seguir, duas “fadas” executavam artísticas, coloridas e detalhadas pinturas faciais.
Foram inúmeros os motivos criados no rosto das crianças, num momento muito
criativo e apreciado por todos. Um pouco mais à frente, seguiu-se um dos pontos
largos minutos de diversão e movimento aos miúdos.
Depois de toda esta folia e brincadeira foi a vez do grupo de percussão “A
Obra a Rufar” evidenciar os seus dotes musicais. Esta atuação continuou até ao au-
ditório, tendo aberto mais uma tarde de espetáculo. Atuou ainda o grupo “Batucada
Radical”, que aliou os ritmos latinos aos já tradicionais tambores. Ambos os grupos
foram dirigidos pelo Animador Cultural Ângelo Santos.
Seguidamente, o Tesoureiro do Conselho de Administração, Senhor Rui
Cunha dirigiu algumas palavras, agradecendo a presença de todos e lembrando
que esta festa pretende cultivar o espírito de Natal na Obra Diocesana de Promoção
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Obra Diocesana de Promoção Social42
A festa continuou com a atuação do trio “BluesforSomeone”. Este grupo,
constituído por Vânia Pereira (voz), Pedro Sá (piano) e Allex Miranda (percussão)
interpretou uma série de êxitos populares, sem esquecer alguns clássicos de Natal.
Todos estes momentos foram apenas um preâmbulo para a atuação mais
esperada da tarde – o Palhaço Pintarolas. Tal como nos anos anteriores, este
nosso amigo conseguiu, com o seu aguçado e inteligente sentido de humor, divertir
miúdos e graúdos. Este ano, a história incluía personagens tão distintas como uma
-
culo que encheu o auditório de gargalhadas.
Findo este hilariante enredo, chegou o momento mais desejado por todas
as crianças – a entrega das prendas, acompanhada de um saquinho de chocolates
uma alegria contagiante, correndo para
a sua prenda que rapidamente desem-
brulharam.
atuação musical, que permitiu que os
pais das crianças também pudessem
partilhar alguns momentos de convívio.
A festa terminou com uma pala-
vra de encerramento do Senhor Pedro
Pimenta, Vogal do Conselho de Admi-
nistração, que desejou a todos um feliz
Natal e um próspero 2013.
43Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Festas com tradição
No passado dia 19 de Outubro
estivemos presentes, o signatário e o
nosso Diretor Técnico – Sr. Dr. Carlos
Pereira, na inauguração da exposição
“Festas com Tradição” realizada pela
CM Porto, através da Fundação Porto
Social e no âmbito do SIM-Cultura – im-
plementado pelo Pelouro do Conheci-
mento e Coesão Social.
Esta iniciativa apresentou simul-
taneamente peças, documentos e livros
dos museus, bibliotecas e arquivo mu-
nicipal e objetos pessoais pertencentes
a seniores da cidade que participaram
num projeto transversal em parceria
com a Obra Diocesana de Promoção
Social e a Santa Casa da Misericórdia
do Porto.
Esta exposição resultou do tra-
balho desenvolvido com nove dos nos-
sos Centros de Dia - Cerco do Porto,
Fonte da Moura, Machado Vaz, Pas-
teleira, São João de Deus, São Tomé,
Pinheiro Torres, Rainha D. Leonor e Re-
Pedro PimentaVogal do CA da ODPS
Obra Diocesana de Promoção Social44
gado - e quatro Lares de Idosos (Nª Srª
da Misericórdia, Pereira de Lima, Quin-
ta Marinho e Santo António), em torno
de algumas festas que fazem parte
da tradição do Porto, como são por
exemplo o São João, São Bartolomeu,
Nossa Senhora do Ó, Santo António e
Carnaval.
Presentes ainda a Sr.ª Prof. Dr.ª
Guilhermina Rego – Vereadora do Pe-
louro do Conhecimento e Coesão So-
cial, a Sr.ª Eng.ª Raquel Castello-Branco
da Fundação Porto Social, o Presidente
da Junta de Freguesia da Foz do Douro
e demais individualidades.
De seguida tivemos uma mara-
vilhosa visita guiada à exposição dos
trabalhos efetuados pelos Idosos que
encantou todos os presentes pela sua
originalidade e, porque não dizê-lo, pa-
ciência e minucia.
Nessa bela e solarenga tarde de
Outono terminamos a visita nos Jardins
da Casa Museu Guerra Junqueiro assis-
tindo à atuação do grupo de cantares
SERÕES DA ALDEIA (Clube Fenianos
Portuenses) que foi animando a festa
enquanto os Seniores dançavam, can-
tavam e, muito felizes, saboreavam um
belo lanche.
Tenho a certeza, por tudo o que
vi, que este tipo de atividades são fun-
damentais para a felicidade das Pesso-
as Mais Velhas, permitindo-lhes disfru-
tarem de um dia tão diferente da sua
rotina diária.
Gostaria de deixar aqui palavras
elogiosas à CM Porto na pessoa da Sra.
Vereadora e a toda a sua equipa por
esta iniciativa de um alcance extraordi-
nário para a Terceira Idade que, infeliz-
mente, é tantas vezes esquecida.
Para a minha querida Amiga Drª.
Graça Lacerda – que coordenou todo o
programa – o meu/nosso muito obriga-
do pelo trabalho, pela dedicação e pelo
amor que nos transmitiu durante a visita
A ODPS-Obra Diocesana de
Promoção Social estará sempre aber-
ta a todas as iniciativas que sejam uma
mais valia para o dia a dia dos nossos
Utentes.
Revejam, nestas imagens, a
alegria de Todos naquela bela tarde de
Outono.
45Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Magusto no Cerco do Porto
Foi com enorme prazer que visi-
tamos, eu e o meu colega do CA – Sr.
Manuel Amial - as instalações destina-
das à infância neste Centro. Foi com
enorme admiração mas muita satisfa-
ção que podemos constatar o milagre
conseguido com as obras de recu-
peração. Em particular o meu colega
que, visitando este Centro depois des-
sa recuperação, deu/demos (eu já tinha
estado antes no Centro) por muito bem
não só aqui investido.
Mas o dia era de festa, A Festa
das Nossas Crianças
e, por isso é da Festa que vou falar.
Foi uma tarde bem passada e
digna de se ver. Pela alegria esfuziante
das crianças, o sorriso “babado” de Pais,
Avós, Familiares e Amigos que compare-
ceram em número elevadíssimo.
Com uma organização impecá-
alegria que pude assistir e até partici-
par naquela maravilhosa festa.
Havia castanhas assadas, ou não
fosse o S. Martinho, comes e bebes com
Pedro PimentaVogal do CA da ODPS
Obra Diocesana de Promoção Social46
fartura, feira de artigos regionais e… ainda
a Tuna do ISEP para animar a festa.
A participação da Tuna foi o
ponto alto deste Magusto (deliciem-se
com as fotos que verão abaixo) com
uma atuação a todos os títulos brilhante.
Posso dizer que passei uma óti-
ma tarde tendo-me divertido muito mas,
sobretudo
feliz pela extraordinária adesão dos Fa-
miliares e Amigos das Crianças.
O Cerco do Porto mostrou o
amor, o carinho e o afeto que têm
pelas suas crianças. Foi bonito ver
tanta gente alegre, feliz e divertida que
apenas estava ali para conviver e dar o
seu amor aqueles que lhes são tão
queridos.
Como o dia era de festa e a oca-
sião se proporcionou a Tuna homena-
geou a Educadora Sandra Santos – ani-
versariante do dia – liderando-nos num
canto uníssono de “parabéns a você”
Seja-me permitido realçar e dar
os parabéns, na pessoa da Dra. Lurdes
Regedor – Coordenadora do Centro,
de todos os nossos colaboradores, sem
exceção, que foram impecáveis. Em
nome do CA o nosso muito obrigado,
Para a Tuna do ISEP que quanto
sei colabora connosco sempre que so-
licitada, uma palavra de muito obriga-
da e bem hajam. São jovens como vós
que o nosso País precisa.
Aos moradores do Cerco e
cujos familiares são nossos Clientes
um abraço amigo do Conselho de Ad-
ministração pela vossa presença, pelo
vosso carinho mas sobretudo pelo vos-
so exemplo de uma participação cívica
maravilhosa.
Eu gostei da festa e de tudo que
vi, tenho a certeza que o nosso Presi-
dente Sr. Américo Ribeiro e demais co-
legas do CA também regozijarão com
tudo isto.
Termino dizendo a Todos do
Cerco do Porto que nestes tempos
difíceis que o País atravessa que
Diocesana de Promoção Social para
colaborar convosco no sentido de aju-
avizinham.
“Por Mais Difíceis Que Fo-
Afrontar…
Onde Houver AMOR…Have-
47Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
Donativo de alimentos dos estudantes de farmácia
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Arca de Natal
Aladino
Os alunos da Faculdade de Far-
mácia da Universidade do Porto (FFUP)
entregaram, no passado dia 28 de No-
vembro, um generoso donativo de ali-
mentos à Obra Diocesana de Promoção
Social. Esta oferta comtemplava 1499
embalagens de alimentos, valor que sim-
boliza o número exato de estudantes da
Faculdade.
Esta iniciativa decorreu aquando
de uma visita do Bispo do Porto, D. Ma-
nuel Clemente, à FFUP para falar sobre o
papel social do farmacêutico na socieda-
de de hoje. A conferência “A relevância
social do farmacêutico” estava inserida na
“Homenagem a uma Figura Eminente
, uma
forma da Universidade do Porto relembrar
ensino da Farmácia em Portugal.
Os objetivos desta campanha
foram até ultrapassados, uma vez que o
alimentares, no valor aproximado de dois
mil euros.
Precisamente nesse âmbito, e ao
longo da sua intervenção, D. Manuel Cle-
mente destacou a entreajuda dos portu-
gueses em tempos de crise. Num quadro
surpresa, positiva, a capacidade de se
encontrar respostas quando parecia que
Nos dias 11 e 12 de Dezembro, a Câmara Municipal do Porto, através da Fun-
dação Porto Social, promoveu a Arca de Natal. Esta iniciativa, que se realiza pelo nono
ano consecutivo, decorreu no átrio da Estação de São Bento.
Sob o lema a Arca de Natal
aliou duas vertentes – a exposição e venda de produtos elaborados pelas instituições
da cidade e vários momentos de animação musical a cargo de grupos dessas mesmas
instituições.
A Obra Diocesana de Promoção Social foi um dos 32 aderentes a este projeto.
Ao longo dos dois dias expos e colocou à venda do público inúmeros artigos manual-
mente produzidos pelos clientes dos seus doze Centros Sociais. O colorido e a criati-
vidade estiveram bem patentes no stand
da Instituição.
No primeiro dia, a exposição foi
visitada pela Senhora Vereadora do Pe-
louro do Conhecimento e Coesão Social,
Prof.ª Doutora Guilhermina Rego, a quem
a Obra Diocesana ofertou um simbólico
palhaço realizado com sobras de tecido e
que, ano após ano, tem vindo a tornar-se
um ex-libris da Instituição.
No passado dia 15 de Novembro, os meninos do Centro Social do Lagarteiro
da Obra Diocesana foram ao teatro! Dois grupos de crianças das salas dos quatro e
cinco anos deslocaram-se ao Teatro Rivoli, onde assistiram à peça “Aladino”.
Os bilhetes para este evento foram oferecidos pelo Jornal Veris, na pessoa
do seu Diretor, Dr. André Rubim Rangel. Foi um gesto generoso que permitiu a estas
crianças uma tarde tão especial e divertida. São precisamente iniciativas como esta
que trazem a possibilidade destes miúdos partilharem e vivenciarem momentos de
âmbito cultural e social.
O interesse e entusiasmo das
crianças durante o espetáculo foi notó-
rio. Posteriormente realizaram nas suas
-
deram exprimir a vivência adquirida nes-
sa tarde.
Luísa Lhano Preto . Coordenadora
do Centro Social do Lagarteiro
Obra Diocesana de Promoção Social48
atuação do grupo de percussão “A Obra a
já não havia nenhuma”. Frisou ainda que
“realmente temos um fundo humano que
está a vir ainda mais à superfície”.
A Obra Diocesana agradece pe-
nhoradamente à Faculdade de Farmácia,
em especial a todos os seus estudantes,
esta demonstração de solidariedade em
prol da população mais carenciada da
cidade do Porto.
Rufar”, integrada na iniciativa “A Casa Vai
a Casa” (parceira entre a Casa da Música,
ODPS, Centro Social da Sé Catedral do
Porto e Telefone da Esperança).
49Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012
espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo
A nossa vida assemelha-sea uma árvore plantada na terra.
A vocação de uma árvoreé produzir frutos!
E Deus chama-nos a produzirmuitos e bons frutos.
Nós somos capazes isso.Mas árvore da nossa vida
o nosso coração é ressequido e duro,
nos nossos bens,os nossos olhos estão cheios
de maus julgamentos,os nossos gestos exasperados
pela impaciência.Não há frutos!
O apelo de Deus é insistente:“Produzi frutos!”
Deus é paciente, conta connosco,Espera em nós.
Com a Sua ajuda, bons frutosaparecerão na árvore
da nossa vida!
Frei Bernardo Domingos, o.p.
Caríssimos Amigos,
Presidente da ODPS e Toda a sua equipa,
Agradeço os votos natalícios. É um gesto ple-no de sentido para os que, ao longo do ano, fazem acontecer Natal em si e nos outros. É o vosso caso.
Acontece Natal sempre que nos estima-mos. É o nosso caso.
Acrescentamos a tudo isso a plenitude de
acontecer o 1º. Natal.
Desejo que seja este o caminho a seguir du-rante 2013, pois só assim nos podemos dirigir ao bem-estar integral e harmónico.
Abraça-vos com muita amizade
Eugénio da Fonseca
Presidente da Cáritas - Portugal
Estimado Amigo Manuel Amial
Editor do Boletim Espaço Solidário da Obra Diocesana de Promoção Social:
É com muito gosto que venho acompanhan-do o excelente trabalho que a Obra Dioce-sana de Promoção Social vem realizando na cidade do Porto através da leitura atenta do vosso Boletim “Espaço Solidário” que gene-rosamente me enviam.
É justo relevar o vosso trabalho, especial-mente inserido em áreas e bairros sociais carenciados da cidade do Porto, dirigido às crianças e aos idosos, representando muitas vezes a única resposta social à pobreza e ao apoio aos mais débeis neste tempo de gran-
Como cidadã e como portuguesa sinto-me honrada pelo cumprimento da vossa Missão de Servir. Parabéns!
Permita-me que aproveite esta oportunidade para desejar a todos os que integram o uni-verso da Obra Diocesana um Santo Natal e Feliz Ano Novo 2013, na esperança de me-lhores dias.
E que o Espaço Solidário continue a ser um farol de difusão da vossa mensagem e do vosso trabalho!
Atentamente
Teresinha Novo - Ovar
À Obra Diocesana de Promoção Social da cidade do Porto:
O vosso exemplo de solidariedade e ajuda ao próximo, especialmente às crianças e aos idosos mais carenciados é digno dos maiores encómios.
E isso transparece bem dos relatos que vêm plasmados no Espaço Solidário e que leio sempre com muita atenção e agrado.
Neste país mergulhado numa profunda crise económica, com o grassar da pobreza em ritmo muito preocupante, as instituições par-ticulares de solidariedade social aparecem
e socorrer os necessitados.
Que Deus vos ajude na vossa missão, cada vez mais solicitada e cada vez mais difícil!
E que o Espaço Solidário continue a ser o mensageiro desse vosso excelente labor!
Nesta época natalícia aproveito para desejar os melhores votos de Natal e que o Novo Ano faça renascer a luz da esperança no coração dos portugueses!
Obrigada pelo vosso trabalho!
Maria Eduardina Pires Moreira Presa
Vila Praia de Âncora
Estimado Editor do Espaço Solidário, Manuel Amial:
Uma vez mais venho agradecer o Espaço Solidário que regularmente tem a gentileza de me enviar.
-postas ao povo português pelo Governo, em que são especialmente fustigados os mais frágeis e os mais carenciados, numa política de grande insensibilidade e injustiça social, como já não tenho memória, é bom ver e sentir que ainda há instituições, como a Obra Diocesana, que lutam dia a dia para suprir carências básicas da população, iluminam a esperança em muitos corações e constroem oásis em pleno deserto.
Por isso vos felicito vivamente pelo trabalho humanitário que vêm prestando!
-mos todos sobre o nosso futuro coletivo, nos capacite para que sejamos capazes de mos-trar indignação por medidas indignas e injus-tas e ao mesmo tempo nos ajude a construir alternativas que coloquem as pessoas no patamar de dignidade e da humanidade que merecem.
E que o Novo Ano nos devolva a esperança em melhores dias.
Um Santo Natal para todos!
Com o reconhecimento e a gratidão da
Justina Augusta Gonçalves Ouro - Lisboa Amigo Manuel Amial,
Editor do Espaço Solidário:
Li com muito agrado o Espaço Solidário da Obra Diocesana.
Gostei nuito do editorial.
Já não tenho partido, tenho sim uma enorme tristeza de ver um Portugal a empobrecer em cada dia que passa, porque só vejo políticos e gestores com ordenados enormes a exibi-rem-se com as suas máquinas topo de gama.
Eu preferia a velha máxima de que mais vale ser pobre no meio de ricos, do que rico no meio dos pobres.
Tem razão Dom Manuel Clemente com o seu apelo à solidariedade.
O Boletim está muito bom, com artigos muito interessantes e com uma apresentação exce-lente, num trabalho editorial perfeito.
Continuem porque o vosso dar-se á causa pública é único e por isso gosto de vós.
Bom Natal e Feliz Ano Novo!
Maria Odete Gomes Rocha - Aveiro
Obra Diocesana de Promoção Social50
Liga dos Amigos da Obra Diocesana
Já se fez Amigo da Liga?Contribua com um Donativo
Pode ser Mensal, Anual ou ÚnicoEnvie por cheque à ordem de
OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118
Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)
Obrigado!
Exmo. Senhor
Américo Joaquim Costa Ribeiro
Presidente da Obra Diocesana de Promoção Social
Encarrega-me Sua Excelência O Presidente da República de acusar a receção da carta de V.Exª., do passado dia 10 de Outubro, e agradecer o envio do mais recente exemplar da Revista “Espaço Solidário”, da Obra Dio-cesana de Promoção Social.
Formulando os melhores votos para o Vos-so trabalho de solidariedade, apresento os meus cumprimentos
David Justino, Dr.
Exmo. Senhor
Américo Joaquim da Costa Ribeiro
Presidente da Obra Diocesana de Promoção Social
Encarrega-me o Senhor Primeiro-Ministro de acusar a recepção da carta de V.Exª., datada de 10 de Outubro, e de agradecer o exemplar da Revista “Espaço Solidário”, que amavel-mente fez chegar a este Gabinete e que me-receu a melhor atenção.
Com os melhores cumprimentos
AAPS 50,00 €Abel Ferreira Ribeiro 600,00 €ACA - Confecções 100,00 €Alberto Carlos de Castro da Silva Lopes, Eng. 1.000,00 €Américo Joaquim da Costa Ribeiro 250,00 €António Neves Ribeiro Coutinho 10,00 €Armando José Fonseca Pinto, Dr. 300,00 €Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto 2.000,00 €DAMC 80,00 €DISTRIBUI, Comércio e Distribuição Prod. Alimentares, LDA. 750,00 €EGA 1.000,00 €Friends KuuRet 55+ – Kuusankoski, Finland 500,00 €Gonçalo Furtado de Mendonça 50,00 €Helena Costa Almeida, Dra. 120,00 €Horácio Magalhães, Lda. 500,00 €Jorge Filipe Oliveira Costa Ribeiro, Dr. 100,00 €
Jorge Manuel Silva Viana Magalhães 100,00 €José Rogério Rodrigues Valente 50,00 €Justina Augusta G. Costa 20,00 €Maria Alberta da Conceição Canizes, Dra. 50,00 €Maria das Boas Novas 600,00 €Maria de Jesus Góis 25,00 €Maria Helena Vidigal Pinto da Silva Torres, Dra. 300,00 €MBA - Marketing e Brindes, Lda. 509,44 €MMCM 50,00 €MMSC 100,00 €Moreira & Carneiro, Lda. 2.000,00 €MTDTM 40,00 €Rui Manuel Silva Álvares da Cunha 450,00 €Sérgio Luís Barros Sousa 60,00 €Valter Manuel João Raposo, Eng. 20,00 €
Amigos em crescendo!
Descrição Contribuição Descrição Contribuição
Donativos de 16. Outubro a 19. Dezembro . 2012
O Senhor Jesus é a Luz!
O Senhor Jesus é o Presente!
O Senhor Jesus Vem até nós e permanece em nós!
Com ardente alegria desejo Feliz Natal em 2012!
Agradeço o postal sugestivo.
Retribuindo desejo novo AMANHECER… cantando Glória a Deus.
Com sincera amizade, os meus cumprimen-tos.
Maria Teresa Dias T. Morais
O BES 360º lança uma campanha de solidariedade em que dá apossibilidade aos seus clientes de, em conjunto com o BES 360º,contribuírem para uma IPSS à sua escolha.
Para tal, basta aderir ao serviço Micro Doar, escolher oarredondamento que pretende efectuar e a tipologia de movimento,fazendo a sua doação a uma IPSS.
A Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) é uma Instituição Particular de Solidariedade Socialsedeada na cidade do Porto e diretamente dependente do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente. Foifundada em 1964 para responder às necessidades das pessoas e comunidades dos bairroscamarários do Porto.A Obra Diocesana tem como objectivo prestar apoio aos cidadãos na velhice e invalidez, às crianças,jovens e famílias, em ordem à integração da pessoa, com vista à sua dignificação humana. Sem finslucrativos, mas na gratuidade do serviço às comunidades mais pobres, sempre contou com osindispensáveis apoios públicos e apenas procura suprir o que não é capaz de fazer a Sociedade e oEstado junto dos mais esquecidos e carenciados.
Obra Diocesana de Promoção Social
Por cada cliente do BES 360º que aderir ao serviço Micro Doar, o BESdoa €10 a uma IPSS à sua escolha.
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BES 360 . Juntos por uma causa.
Condições da campanha:m conta no BES
o com oserviço Micro Doar.
e adesões até 31/12/2012, numaagência BES
Fale com a gerente da Agência BES D. Manuel II para aderir:
Júlia BritoTlm: 962 077 [email protected]
51Ano VII . n.º29 . Trimestral . Dezembro 2012