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Grisalhos... A cor mais quente Apenas fios Despertam-me desejo Aprecio Alguns de cada dia Eles viram a esquina Perdem-se na rua Na ida, enumero analisando Os diferentes são vários Nenhum me olhando Na volta, sempre ele Religiosamente... Cigarro aceso, olhar em mim Já em casa... A repressão Tenho uma tela Logo ela aparece... A ejaculação. Janeiro de 2015.

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Escritos

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Page 1: Escritosdocx

Grisalhos...

A cor mais quenteApenas fiosDespertam-me desejoAprecio

Alguns de cada diaEles viram a esquinaPerdem-se na rua

Na ida, enumero analisandoOs diferentes são váriosNenhum me olhando

Na volta, sempre eleReligiosamente...Cigarro aceso, olhar em mim

Já em casa... A repressãoTenho uma telaLogo ela aparece...

A ejaculação.

Janeiro de 2015.

Page 2: Escritosdocx

O do domingo

Quase não o vejoAndar provocanteCompassadoDesejo...

Na descida, os pedaços.Ele vira as escadasGiro a cabeça

Fragmentou-seCabeça, bigodePescoço, pelos

Na saída, cruzamos.Bom dia, eu digo.Olhamo-nos

À noite, imagino:Sorriso longeFios brancosUma sensação

Sussurramos...

Maio de 2015.

Page 3: Escritosdocx

O do ônibus...

Uma surpresaFios brancosPaguei-oPassei a roleta

Sentado, meu olhar.O primeiroSem demonstrar

Percurso duroFemininamenteSuas mãos firmes

Olhei demaisPor repetiçãoVi-o sorridente

No percurso finalUma vontadeEsperei um contatoFicou-me o pouco...

A ereção.

Maio de 2015.

Page 4: Escritosdocx

O da calçada...

Para pegar no sonoUma dose deleImagino um chamado...E a sua mão calejada

Sentados, temos o sofá.Curto o seu abraçoPelos grisalhos a me roçar

Entre suas pernasEstou confortávelSem sossegar, arrepio.

Sinto-me protegidoA respiração não cessaSussurros e gemidos...

Subimos as escadasVamos tirar...Sua flacidez me animaRefém do desejo

Quero o seu derramar.

Maio de 2015.

Page 5: Escritosdocx

O da universidade...

A cada encontroUma sensaçãoSalivo...Que maldade!

Moldura largaAndar vagarosoOlho, suspiro

Na ida, as fomes.A minha e a deleNa volta, só a minha.

Vez ou outraAndamos juntosNão nego o olhar

Para seus cabelos amarelosE a pele com passadoBusco a oportunidadeAquela que demonstra...

A vontade de transpirar.

Maio de 2015.

Page 6: Escritosdocx

Comecei a andar

Na calçada da frenteDemorou em perceberCom sua calça apertadaAproveitei para admirar

Subi os degrausVoltei à janelaDei aquela admirada

De cima vi maisPelos grisalhosBotões abertos

Cabelos lisosPernas grandesFui discreto

Imaginei o seu toqueE a minha rendiçãoNão demorou muitoFui à busca dela

Aquela sensação...

Maio de 2015.

Page 7: Escritosdocx

A falta...

Pela janelaE no lado opostoUm vazioUm desgosto

Concreto e ferroDeserto, enfim...Dores de vontade

Silêncio na cidadeUma luz acesaO desejo em mim

Ficar aquiNão é soluçãoJá vou tarde

Não é como laço apertadoNinguém pode adivinharEspero da vida poucoApertos de peles enrugadas

Daqueles de arrepiar.

Maio de 2015.

Page 8: Escritosdocx

Aos que não entendem

Desculpem-meEstou erradoReconheço dessa vezVou me arrepender

Pequei mesmoÉ incoerenteNão vou continuarÉ pura insensatez

Vou ser diferenteFiquei com vergonhaQuero sair do pecadoAprendi como fazer

A partir de agoraSe não entendem...Respeito e me explicoDiferente eu vou ser

Vou começar a desenhar:O desejo é livre!Pertence a mimE se um grisalho aparecerAnotem...

Eu vou gozar!

Afinal de contas:

É preciso espernear.

Maio de 2015.

Page 9: Escritosdocx

O desejo diferente

Por fios cinzentosUma pele flácidaE um bigode torneadoCaminho a ruaE vou...Sem lenço Sem documentoNo tempo deleDe mãos calejadasE olhar vagarosoDa cara fechadaE de abraço gostosoMeu tempo é outroVivo na contramãoDe corpos definidosE barrigas saradasNão desrespeitoApenas sou diferenteTenho outro desejo...

Prefiro os coroasE a sua flacidezOs senhoresE a sua voz firmeOs velhosE a sua timidezDiferentes eles sãoCada silhueta é únicaDe corpos envelhecidosE olhares dengososCom a pele murcha...Esquadrinhada por manchasNão foi em vão...Provocou-me algo:Uma gostosa ereção.

Maio de 2015.

Page 10: Escritosdocx

A ingenuidade calada

Cotidianos...Eram múltiplos...Eram punitivos...Discursos e práticasJulgamento e repetiçãoAbaixo-assinado!Desejo de expulsãoO suficiente para envergarO suficiente para doerO suficiente para lacrimejarEu e eleEntre ferrosEntre olharesO meu olhando para eleQue olhava para mimOlhando para eleA loucura...Supostamente deleAtrás de gradesA normalidade...Supostamente minhaDiante de grades

A sensibilidade...Era dele!

Olhava para mim, olhando ele...Sorria...O amparo avessadoO sofrimento era meuO alívio partia deleQuanto mais alívio, mais sofrimento.Sofrimento pelos semelhantes...Os semelhantes a mimEles não entendiamEles não sentiamEram normaisA dor não os atravessavaA compaixão, sim...Quando se misturavamEm mistura de solidariedadeRidicularizavam-no

Page 11: Escritosdocx

Ridicularizavam-meRidicularizavam-nosEu já era um pouco dele...SensívelAnormalUm moleque...Desfrutando da sua ingenuidadeCalada e encostada...Calada e encostada no sofá.

Junho de 2015.

Page 12: Escritosdocx

Desejo

A madrugada e o pensamentoDores de vontadeO corpo é sedentoÉ uma necessidade

Julgo não ter sorteO corpo pede um coroaDaqueles de mão calejadasParece até muito poucoA vida não anda boa...

Existem os encontrosCom promessas de fluirConheço um acoláOutro aqui...Acabo ficando na mãoNão me olham fundoNenhum a sorrir

Com o desejo no corpoE a falta na cabeçaAguardo o dia chegarAquele de receber um abraçoDe fios grisalhos e envelhecidosCom toques sublimes na almaDe preferência para arrepiar.

Junho de 2015.

Page 13: Escritosdocx

A incompreensão

Os comentários e a estranhezaFormatam o desejo de um tempoAmam de forma enlatadaPartem de palavras de siBuscam os diferentes como coisaIncapazes eles são de sentirNão transcendem ao que me arrepiaOfendem os corpos envelhecidosOfendem maneiras de desejarEntendem que o amor tem um tempoOu que existe um tempo para amarNa contramão eu me sintoSão tempos de corpos saradosSão tempos de amores definidosMas reflitamos...Se o amor é livrePosso sem limites desejarA única regra que existe em mimÉ que também são tempos de levezaAfinal de contas...Um grisalho possui a sua beleza.

Junho de 2015.

Page 14: Escritosdocx

Uma fuga

A cada pensamentoUm avanço no tempoO desejo é uma molaÉ bola em movimentoSe tudo que eu pensoTem sua permanênciaQue nada me retireA velha malemolênciaO velho da calçadaE a sua humildadeParece brincadeira...Notei cumplicidadeNa ida o tempo curtoRestou-me admirarAinda que timidezCruzamos no olharNa volta passos curtosArrepios longosCom pelos do seu peitoDizia-me eu curtoDistantes de sua peleEstavam em sintoniaCruzavam-se ao ventoPena que era diaÀ noite o calor

Recebi um chamadoQuando eu percebiEstava ao meu ladoCom a pele enrugadaTocou-me a mãoSenti que era verdadeVeio uma sensação...Enquanto eu me ajeitavaVi seu ventre bonitoDentro de suas pernasSinto-me infinitoA cada abraço seuMeu corpo se inflamaCom voz envelhecida...E meus pelos em chamaSenti o seu bigodeTocando-me a nucaQue sensação gostosa...Não termine nuncaSeu tempo é o meu tempoFeito a cada olharNão tem coisa melhorDo que te ouvir falarAcaba-se a noiteCaminho a ruaTenho uma certezaSeu corpo é uma fuga.

Junho de 2015.

Page 15: Escritosdocx

Da noite

Menino bonitoDengosoOlhar infinitoVagaroso

Postura eleganteEstáticoFiquei doenteAsmático

Paralelos miúdosBrilhososLábios agudosGostosos

Alguns onduladosExcitaçãoCabelos grisalhosSalivação

Imagino um toqueAbraçoPelos em choqueEnlaço

Sensibilidade carenteHorizontal

Olhar ardenteFatal

Um gosto fortePreserveiProvei seu cangoteMastiguei

Engoli o teu sexoProfundoViajei em vocêNo seu mundo

Mandou-me sonharAtendiAcordado é melhorSenti

Mesmo sem teu beijoContinuo a me excitarAntes de tudo...Eu tenho seu olhar

Contando o tempoAo sono me dedicoPor que mais próximo dela...Da nossa gostosa conversaEu fico.

Julho de 2015.

Page 16: Escritosdocx

Desabafo de um pequeno

A sensibilidade caladaDivide dois mundosO de fora e o da escadaEm cima de degraus mudosAs perguntas são váriasAs respostas inconclusasPara lágrimas diáriasDe compaixões avulsasUm pequeno e a sua dorNo seu mundo de dentroO seu entorno tem corVai perceber com o tempoRotina de desconfortoNa lancheira a insegurançaNa volta um desgostoTambém sangram esperançaSentindo-se sozinhoParece um caso perdidoO mundo é um moinhoCompreendeu sem ter podidoCom o tempo perceberáQue é preciso ser fortePara não terminarComo outros sem sorteA timidez é bonitaMas ela pode te impedirGanhe seu espaço na vidaNem pense em desistirPor Bobby e Tyler ClementiÉ preciso vencerOu Alex e Alexandre IvoPor eles, por mim e por você.

Julho de 2015.

Page 17: Escritosdocx

No tempo da timidez

Portando folhas bailarinasMeninos fazem a sua diversãoOs pelos são dançantesImpulsos para deixarem o chão

Se o desejo é uma linha soltaOs pés possuem coloridas fitasLibertos estão do carretelLogo se espalham como pipas

O céu da dança é escuroOs meninos já estão crescidosO bailar é ziguezagueanteSem limites ao serem descritos

O papel de uma é grisalhoComo os que refletem excitaçãoO da outra é olhos cor de melQue alimentam a imaginação

Um corpo sedento e fios cinzentosFeito cola e papéis, se tocaram.O suor escorreu para pregarDeram-se um nó e se enlaçaram.

As duas se arrastavam na preguiçaE somadas ao ar rarefeito eram trêsNa leveza de sussurros se espalhavamNaquele tempo que era de timidez.

Agosto de 2015.

Page 18: Escritosdocx

O toque grisalho

A porta se abre E o sorriso entraRecebe um abraço E depois se sentaÀs primeiras sílabas Aparece uma timidezO olhar é desvianteMoldado pela sensatezAs palavras se soltamParecem colaborarEm seguida a atitudeEle desejava me tocarNossos lábios se pregaramE demos outro abraçoCruzamos as mãos finasNão deixamos mais espaçosO desejo era forteToquei-lhe o rostoMeus lábios tremiamE possuíam seu gostoAo longo da camaTiramos as camisasSeu peito era macioToquei sua pele lisaDepois tirei seu shortE assim tudo foi indo...Imaginei ter sorteSeu ventre era lindoDa cor do seu mamiloEra o seu prazerColoquei-lhe a bocaComeçou a se contorcerMordi o travesseiroEngolindo seu sexo profundoEspalhávamos suor...E sussurros e gemidos ao mundo.

Agosto de 2015.

Page 19: Escritosdocx

O coroamento de mim

Com os corpos posicionadosEstávamos em ritualTransávamos os olharesO seu era fatal...

De pé e feito plateiaEle possuía o poderA condução era minhaMeu limite era seu querer

De material rugosoE de material lisoO instrumento era brilhoso Da cor de seu mamilo

O coroamento era lentoDe joelhos eu dizia simEu engolia a sua coroaEle já era rei de mim.

Agosto de 2015.