escritores afrodescendentes e seus … · os implícitos e apreender as reais intenções presentes...
TRANSCRIPT
ESCRITORES AFRODESCENDENTES E SEUS PERSONAGENS: leitura, pesquisa, análise e avaliação
Autora: Professora PDE Maria da Conceição dos Santos1 Orientador: Professor Dr. Vladimir Moreira2
RESUMO A implementação do Projeto Escritores Afrodescendentes e seus Personagens: leitura, pesquisa, análise e avaliação deu-se aos alunos do 9° Ano D, do período vespertino, do Ensino Fundamental II, no Colégio Estadual Vicente Rijo, no 1° bimestre do ano de 2013, teve como objetivo trabalhar com a leitura significativa, de obras de escritores afrodescendentes, que abordam a temática relacionada à diversidade cultural, preconceito, discriminação étnico-racial, com histórias ilustrativas e personagens que caracterizam a identidade do povo brasileiro, discussões e debates enriquecedores sobre o conhecimento de Cultura Afro–Brasileira e orientou os alunos para desconstrução de ideias de desvalorização da população africana e afro-brasileira, colaborou com a firmação da autoestima do aluno afrodescendente. E a produção de resenha analítica e crítica sobre a temática e contexto histórico e social, seminário, portfólio da obra e mostra cultural e atividades nas oficinas de leitura, filmes, poesia, conto, escrita e reescrita permitiu ao aluno transformar-se em leitor e produtor crítico capaz de ler e apreender que as concepções sobre fatos, fenômenos, pessoas, resultam do que ouvimos outras pessoas dizerem e também de nossas observações, pesquisas, análises e estudos. Os alunos e a professora compraram 18 exemplares das obras para leitura e estudo, que foram disponibilizados na biblioteca e utilizaram também as tecnologias digitais para pesquisas e orientações. Palavras-chave: Escritores afrodescendentes. Identidade. Leitura. Escrita.
INTRODUÇÃO
Esse artigo é o resultado do Projeto PDE, Escritores Afrodescendentes e seus Personagens: leitura, pesquisa análise e avaliação, com o tema Abordagem
Temática e Vivência de alguns Escritores dos Séculos XIX, XX e XXI, aplicado aos
alunos do 9° Ano D, do Ensino Fundamental II, do período vespertino, no Colégio
Estadual Vicente Rijo, durante a Implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola, no 1° bimestre do ano de 2013. (Figuras 1 e 2).
1 Especialização em Língua Portuguesa e Literatura em Nível de Pós-Graduação Latu Sensu pela Universidade do Norte do Paraná (1997); Graduação em Licenciatura Plena Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Londrina; Professora na Rede Estadual da Secretaria da Educação do Estado do Paraná, no Colégio Estadual Vicente Rijo.
2 Doutor em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (2002); Mestre em Língua Portuguesa pela Universidade Católica de São Paulo (1996); Especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (1992); Graduação em Licenciatura Plena em Letras-Vernáculas pela Universidade Estadual de Londrina (1989); Professor no Departamento de Língua Portuguesa, na área de Metodologia e Prática de Língua Portuguesa.
Figura 1 – Painel Mostra Cultural - Identificação Figura 2 – Participantes do Projeto
O projeto concedeu aos alunos acesso a obras de escritores
afrodescendentes com histórias e ilustrações positivas da população afro-brasileira.
A leitura significativa, a pesquisa, a análise, a reflexão, permitiram ao aluno perceber
os implícitos e apreender as reais intenções presentes no texto, para discutir e
formar opinião, porque “ler essas histórias e ir conhecendo um outro Brasil, na
perspectiva da população negro-africana, enriquecerá a visão de todos os
estudantes sobre a verdadeira constituição da nossa sociedade” (AFRICANIDADES,
p. 265).
O processo de implementação criou o contexto escolar pedagógico para a
produção de texto analítico e crítico, a resenha crítica, sobre a temática que abordou
o contexto social, histórico, econômico e cultural de época e a vida do autor. As
atividades foram baseadas nas orientações e expectativas das Diretrizes
Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná.
Os alunos adquiriram os livros e disponibilizaram na biblioteca do colégio para
uso de outros alunos e professores. Também, discutiu-se quais as barreiras a serem
transpostas para combater a escassez dessa bibliografia nas livrarias e nas escolas
e a luta no atual contexto do mercado editorial competitivo para edição das obras e
direitos autorais diante da discriminação, preconceito racial e desigualdade social.
A Produção Didático-Pedagógica com o título: A Escrita, a Voz e a
Identidade Afro: leitura, pesquisa, análise e avaliação, para a implementação do
projeto é composta de metodologia e estratégias que conduziram o aluno a leitor e
produtor crítico na leitura, direcionada pela ficha de leitura, roteiros para análise e
produção de resenha crítica, seminário e outras atividades escritas e orais de
compreensão nas oficinas, isso acrescentou conhecimento aos alunos, no ensino
aprendizagem na oralidade e na escrita e desconstruíram a imagem negativa e a
história de desvalorização contada há séculos sobre a população africana e afro-
brasileira.
1 ASPECTOS TEÓRICOS QUE FUNDAMENTARAM O PROJETO
A leitura é uma interação à distância entre leitor e autor via texto, em que o
autor constrói e não apenas recebe um significado global para o texto, procura pistas
formais, antecipa suas pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita
conclusões. E o autor, em sua ação, busca a adesão do leitor, apresentando os
melhores argumentos, a evidência de forma mais clara possível, organizando suas
pistas, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado
momento. Ao ler, o indivíduo busca suas experiências, os seus conhecimentos
prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, formais no texto que facilitam
atingir seu objetivo (KLEIMAN, 2002, p. 65).
Para Koch e Elias (2011), o processo de compreensão baseia-se nas
atividades do ouvinte/leitor, é ativo e contínuo de construção e não só de
reconstrução, pois as unidades de sentido se conectam por meio de inferências, a
elementos suplementares de conhecimento extraídos de modelo sócio cognitivo
ativado na memória, porque o autor, quando produz o texto, prevê as inferências
que o leitor faz, então deixa de explicitar muitos elementos, lacunas, que são
preenchidas, através de pistas que o texto oferece, com base no seu conhecimento
prévio e nos elementos da situação enunciativa. (KOCH e ELIAS, 2011, p. 10).
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) compreendem a leitura
como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas,
políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas. O indivíduo busca suas
experiências, enfim, as várias vozes que o constituem. (SEED – PR., p. 56).
É necessária a leitura significativa, que busca o sentido, a finalidade, o
interlocutor, bem como aspectos da sociedade da época para reflexão, análise e
exposição de ideias, pesquisa e produção, apreendendo a aplicabilidade da
linguagem verbal e não verbal e a leitura de imagens como: inserção de fotos,
imagens digitais e virtuais, figuras que completam a significado semântico do texto.
Porque compreender um texto escrito não é só um ato cognitivo, pois a leitura é um
ato social, entre dois sujeitos – leitor e autor – que interagem entre si, com objetivos
e necessidades sociais determinados e com dimensão interacional.
Nesta perspectiva, para que haja a compreensão do texto, o aspecto cognitivo
de suma importância é o conhecimento prévio, porque o leitor no processo de leitura
aplica o conhecimento que adquiriu ao longo da vida, ocorre, então, uma interação
entre os diversos níveis de conhecimento, linguístico, textual e conhecimento de
mundo, onde ele engloba tudo na construção do sentido do texto, ativados durante a
leitura. (KLEIMAN, 2002, p. 26, 27).
O estabelecimento de inferências, bem como a formulação de previsões, são
processos que fazem parte da linguagem em geral e portanto estão presentes tanto
na compreensão da fala quanto da escrita. Essas informações inferidas são
necessárias para ligar trechos, construindo a coesão do texto e também para
elaborar lógica e a coerência do discurso.
Em outras palavras, a leitura pressupõe pelo menos dois processos que dependem de conhecimento prévio, isto é, de informação não visual: de um lado, a previsão, que acelera e, portanto, facilita a leitura; de outro, a inferência, que completa e possibilita a conexão e a compreensão do material expresso no texto. (LIBERATO e FULGÊNCIO, 2007, p. 27).
A busca inconsciente da coerência do texto, por meio da ativação do
conhecimento prévio para o assunto do texto e o estabelecimento de objetivos e
propósitos claros para a leitura são o caminho, isso se comprova em atividades
escolares, com alunos que obtém-se melhores resultados em leitura, quando se
estipula objetivos e propósitos para a compreensão do texto.
Os objetivos são, também, importantes para um outro aspecto da atividade do
leitor que contribui para a compreensão: a formulação de hipóteses. A leitura é uma
espécie de jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente engajado no processo,
elabora hipóteses e as testa à medida que vai lendo o texto (KLEIMAN, 2002, p. 35
e 36).
Teorias e metodologias apresentadas afirmam que, para refletir sobre o
ensino da Língua e da Literatura implica pensar também as contradições, as
diferenças e os paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade, numa
sociedade cheia de conflitos múltiplos (DCE, p. 48).
Esse projeto de leitura e estudo da temática e vida de Escritores Afrodescendentes e Seus Personagens propôs atividades de leitura, de pesquisa
para produção da resenha crítica de texto literário, isto é, um resumo com análise,
de uma visão crítica de quem a escreve, que circula na esfera escolar, em jornais,
revistas, livros, sites, com o objetivo de fornecer uma apreciação crítica, com função
social para divulgar e avaliar determinada obra de forma positiva ou negativa.
O gênero resenha crítica apresenta frequentemente discurso argumentativo,
mesmo com sequências narrativas no momento da sumarização, e a composição
textual de redação em terceira pessoa, estilo com resumo e análise, linguagem
verbal e não verbal, recursos gráficos e linguísticos, necessários para a clareza do
texto, a estrutura com introdução, desenvolvimento e conclusão.
O resenhador deve ter consciência do seu papel, isto é, ter:
conhecimento completo da obra, capacidade de juízo crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo, independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente, correção e urbanidade, respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções, fidelidade ao pensamento do autor, não falsificando suas opiniões, mas assimilando com exatidão suas ideias, para examinar e com acerto a sua posição. (MACHADO; OUSADA, TARDELLI-ABREU, 2004).
Para isto, propõe-se os seguintes questionamentos para conscientização do
aluno. Por que estudar para reconhecer esse gênero? Por que aprender a escrever
resenhas? Qual a importância desse gênero para vida? Qual a sua função na
sociedade? (MACHADO, 2004). Nessa perspectiva, aprender a escrever resenhas
significa saber se colocar na posição de um leitor crítico e praticar o exercício da
criticidade, visto que há grande invasão, na mídia, de divulgações de obras e é
necessário saber selecionar bem as leituras e expor na oralidade sua produção
escrita, nesse caso, por meio do gênero textual seminário.
Para Schneuwly e Dolz (2010), a exposição deve ser tratada como objeto de
ensino de expressão oral: seminário é um gênero textual público, formal e
específico, em que há uma relação de um expositor com a plateia para informar ou
explicar algo. Para o ensino aprendizagem, trata-se de construir um objeto
ensinável, são essas características que definem os objetivos para elaborar as
modalidades de intervenção. Para os autores, as dimensões ensináveis comportam:
A situação de comunicação – A exposição oral; organização interna da exposição –
planejamento; a organização e reorganização – A exposição ordenada em partes e
subpartes; que distinguem as fases de sua organização interna: uma fase de
abertura, uma fase de introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, o
desenvolvimento e o encadeamento dos diferentes temas, uma fase de
recapitulação e síntese e a conclusão.
2 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
As atividades desenvolveram-se em dez oficinas na Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, cada uma com atividades diferentes.
OFICINA 1: Leitura
Ocorreu o diálogo, os comentários com os alunos sobre a importância da
leitura significativa, a finalidade, o interlocutor, para tornar-se leitor e produtor crítico
de obras nas diversas esferas sociais, a literária, a jornalística, a midiática, a
cotidiana e outras, assim conhecer e analisar a temática abordada por autores
afrodescendentes, opinar na escrita e na oralidade (SEED-DIRETRIZES, p. 71).
Houve acordo sobre como constituir o acervo com as obras selecionadas,
pois foram adquiridos dezoito exemplares pela turma e pela professora. Deu-se
avaliação diagnóstica somativa e acumulativa, com observação diária e instrumentos
variados conforme conteúdo e objetivo, na leitura, com ficha de leitura, trabalho
individual e em equipe, produção, estruturação, reestruturação e reorganização de
texto resenha crítica, seminário, participação nas oficinas, organização de portfólio e
Mostra Cultural. Com a aceitação da turma e consentimento da supervisão, todas as
atividades nesse bimestre foram orientadas pelas ações e oficinas do projeto, com
valores para notas bimestrais.
Os alunos se motivaram com atividades que envolveram a intertextualidade
que está ligada ao conhecimento de mundo, “o diálogo por meio de temas entre o
livro que leram e recursos de linguagem com estudo de outros gêneros textuais”
como a música, o rap, samba, hip hop e outras; filmes, conto, poesia, objeto de
estudo nas oficinas, “que recuperam e apresentam a presença negra na nossa
história.”(KOCK,2004)
Na apresentação do projeto, os alunos receberam explanação sobre a
importância da leitura na vida, os objetivos, a justificativa, a problematização que
originou o projeto, ficha de leitura, organizaram-se em sete equipes para comprar as
obras e desenvolveram atividades de leitura em sala e extraclasse, direcionados
pela ficha de leitura, com retorno a essa oficina sempre que necessário para
verificação e avaliação.
Foram propostas as seguintes obras para estudo: • Memórias Póstumas de Brás Cubas de Joaquim Maria Machado de Assis; • Os Bruzundangas de Afonso Henriques de Lima Barreto; • Ponciá Vicêncio de Maria da Conceição Evaristo de Brito; • A Cor da Ternura de Geni Mariano Guimarães; • Benjamin, O Filho da Felicidade de Heloísa Pires Lima; • Zumbi – O Despertar da Liberdade de Júlio Emílio Braz; • Úrsula de Maria Firmina dos Reis. Cada equipe leu uma obra proposta, preencheu a ficha de leitura, que exigiu
fragmentos da obra para comprovar a temática apresentada, o que direcionou para
compreenderem a obra e pesquisar sobre a vida do autor, contexto histórico e social.
Para pesquisa, foram sugeridos sites e outras plataformas digitais para o aluno
ampliar e fazer uso de outros recursos tecnológicos. Releram a obra para
compreensão da temática abordada, desenvolveram as atividades propostas e
analisaram como esses escritores abordam a questão do preconceito étnico-racial,
da desigualdade e injustiça social e racial, criam histórias e suas personagens, sobre
a sociedade escravocrata e como os resquícios da escravização permanecem
atualmente. (Figuras 3 e 4)
Figura 3 – Débora - Organização Mostra Cultural Figura 4 – Livros e Portfólio
Em Memórias Póstumas, de Machado de Assis descobriram a importância
do autor considerado o gênio, e a obra como o marco da maioridade da Literatura
Brasileira, o diferencial, a força do Realismo, essa obra exigiu maior dedicação à
leitura, por ser do Século XIX, pelo estilo do autor, pelos recursos utilizados, como
ironia, metáforas e entrelinhas, o protagonista Brás Cubas, o autor falante, como
representante crítico à sociedade escravocrata. Indicam-se esta obra a partir do
Ensino Médio, contudo deu-se o estudo, porque o 9º Ano do Ensino Fundamental II
é considerado um Pré-ensino Médio, há necessidade de ampliação na prática
pedagógica de leitura e literatura.
”Naquele dia, a árvore dos Cubas brotou uma graciosa flor. Nasci; recebeu-
me nos braços a Pascoela, insigne parteira minhota, que se gabava de ter aberto a
porta do mundo a uma geração inteira de fidalgos” (ASSIS, p. 39).
A equipe que leu Os Bruzundangas, de Lima Barreto, teve alguma
dificuldade na leitura, porque o autor utiliza a ficção, o país é fictício, os nomes das
personagens são fictícios, a edição da obra mostra palavras e expressões com
linguagem de época, inferências sobre a leitura e literatura praticada na época,
termos europeizantes, que segundo os alunos “desqualifica a obra para a
compreensão.”
Contudo, o fator linguagem despertou nos alunos interesse para a releitura e
pesquisa sobre o autor, passaram a admirá-lo pela coragem de criticar os hábitos e
costumes da elite, os políticos corruptos, a leitura, a escrita e os escritores, no início
do Século XX, e verificaram que o Brasil tinha os mesmos problemas sociais que
têm hoje. Como defensor da linguagem coloquial, tornou-se o escritor que sofreu o
pior dos preconceitos, o preconceito de seus escritos. Por amor à literatura, foi
boêmio e louco. Bossuet dizia que o verdadeiro fim da política era fazer os povos felizes; o verdadeiro fim da política dos políticos da Bruzundanga é fazer os povos infelizes. Já lhes contei aqui como o doutor Felixhimino Bem Karpatoso, rico como grande financista naquele país, se saiu quando se tratou de resolver grandes dificuldades financeiras da nação. Pois bem: esse senhor não é o único exemplo da singular capacidade mental dos homens públicos da Bruzundanga. (OS BRUZUNDANGAS, p. 50).3
A equipe de Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, qualificou a obra
como “tem tudo, desde a escravidão, a semi-escravidão, o êxodo rural, a
protagonista vai parar na favela, realidade dos tempos atuais.” Isto é, perceberam o
caminho traçado pela autora para discutir a sociedade escravocrata, a injustiça, o
preconceito e desigualdade étnico-racial e social. Tiveram um pouco de dificuldade,
inicialmente, para compreender a obra, porque a autora relata a história desde a
escravidão aos tempos atuais, destaca valores africanos e afro-brasileiros.
3 BOUSSET, Jacques-Bénigne Bousset (1627-1704) orador e teólogo francês conhecido como Águia de Meaux.(N.E.).
A equipe de Benjamin, o Filho da Felicidade, de Heloísa Pires, conheceu a
história do primeiro ator negro do cinema brasileiro, o primeiro clowm brasileiro,
“Beijo viveu várias mudanças no país e no mundo. O Império vira República, a
escravidão e a abolição, a virada do Século XIX e o Século XX“. (RESENHA
CRÍTICA, p. 01).
A equipe de A Cor da Ternura, de Geni Guimarães, entendeu o livro como
uma obra autobiográfica que é, “relata sua infância, conta um pouco do seu
sofrimento, nos oportunizando para que saibamos um pouco daquela época, de
como o povo vivia, como se vestia, até do que comia, crendices, chás, rezas, essa é
uma oportunidade de saber como Geni construiu sua identidade”.
A equipe de Zumbi – O Despertar da Liberdade, de Júlio Emílio Braz, leram uma história de importância e de valor inestimável da leitura, para a
transformação das pessoas, e Zumbi dos Palmares como liderança representativa
do povo negro. Exploração de menor, trabalho infantil e bullying. “Esse livro foi muito
importante, porque por meio dele descobrimos a importância da leitura. O livro
ensina que nós podemos chegar aonde bem entendermos, que podemos nos libertar
das coisas ruins.”
A equipe Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, apreciou a obra apesar de
relatar os horrores, perseguições, machismo e injustiças sociais da escravização,
contudo, também expõe fatos que mostram o povo negro como lutador, trabalhador,
solidário, que fala de amor com desejo de liberdade. Além de que a obra foi escrita
por uma mulher em uma época, Século XIX, em que tudo era proibido à mulher.
“A africana limpou o rosto com as mãos, e um momento depois exclamou:
- Sim, para que essas lágrimas?!. Dizes bem! Elas são inúteis, meu Deus, mas é um
tributo de saudade, que não posso deixar de render a tudo quanto me foi caro!
Liberdade! Liberdade... ah! Eu a gozei na minha mocidade!” (ÚRSULA, p.114, 115).
Todas as equipes leram as obras relacionadas, qualificaram–nas como
boas para leitura, observaram que “as obras devem ser lidas porque abordam
problemas que envolvem a população brasileira, que o preconceito é humilhação às
pessoas.” (Equipe Machado de Assis).
OFICINA 2: Música As atividades escritas e sonoras com músicas foram para a compreensão do
texto, a base foi o estudo do significado das palavras e expressões como
marcadores significativos da etnia afro-brasileira, a época, o compositor.
A atividade musical despertou interesse nos alunos, descobriram a temática e
a intenção do autor ao compor a música, a intertextualidade entre as músicas e o
texto lido. Abordaram na discussão o fato de que muitas pessoas e alguns alunos da
sala acreditam que o Brasil seja um país sem preconceito, outros acreditam que não,
então, relataram e comentaram fatos verídicos.
Foram trabalhadas as músicas:
• Olhos Coloridos – Sandra de Sá – Temática: Preconceito e discriminação,
CD: Sem Limites (2001); • Mama África – Chico Cesar – Temática: Cultura e Identidade, CD: Sem
Limites 2001, Composição Chico Cesar; • Negro Zumbi – Leci Brandão – Temática: Resistência negra, CD: A Cara
do Povo, Composição Leci Brandão, Valdilene e Afro Mandela; • Etnia - Chico Science – Temática: Relações étnico-raciais, CD:
Afrociberdélia (1996), Composição Chico Science e Lucio Maia; • Haiti - Caetano Veloso – Temática: Preconceito e discriminação, CD: Fina
Estampa (1996) ; • Racismo é Burrice – Gabriel, O Pensador - Temática: Desigualdade social
e racial, CD: MTV Ao Vivo (2003). OFICINA 3: Filmes
Os alunos assistiram aos filmes e discutiram a temática, Mãos Talentosas, História de Dr. Ben Carson (Cuba Gooding Jr, ganhador do Oscar de melhor ator
coadjuvante Lerry Maguire, 1996). Aborda a história verídica de um jovem
afrodescendente americano que resistiu ao preconceito racial e social, tornando-se
influente na medicina mundial. O que prendeu a atenção dos alunos foi a
capacidade, a inteligência, resistência e interesse do Dr. Bem Carson para ajudar as
pessoas.
Kiriku e a Feiticeira é desenho animado. Filme de Michel Ocelot e Bénédicte
Galup. Reflete valores africanos de ancestralidade de unidade do amor, da verdade
e da tolerância com a inteligência, valoriza a criança sem menosprezar o adulto.
Nessas atividades com filme e desenho animado, como atividade pedagógica,
os alunos foram bastante participativos e interessados, gostaram muito do filme
Mãos Talentosas, para eles o mesmo “serviu como exemplo, para acreditar em si
mesmo nas dificuldades, persistir nos estudos e na vida.” Sobre Kiriku disseram que
é uma “criança que influencia para o bem, que crianças e adolescentes podem
cooperar para mudanças.”
OFICINA 4: Poesia
Deu-se o estudo da poesia, VOZES MULHERES – de Maria da Conceição Evaristo de Brito.
A voz de minha bisavó ecoou/Criança/Nos porões do navio/Ecoou lamentos/De uma infância perdida (CADERNO UNIAFRO 1, p. 67, 2006,
CADERNOS NEGROS 13, BRITO). A autora é participante do Movimento Feminino
que representa a mulher negra no Brasil e no exterior. Nessa poesia expressa a
cadência de vida de mulheres, com o dever de relatar às gerações as experiências
vivenciadas. Os alunos gostaram e compreenderam a poesia Vozes Mulheres como um
relato da realidade da mulher negra e afrodescendente, que “é mais discriminada e
sofre mais preconceito que as outras,”(Alunos do 9°D), que a poesia é uma história
de sofrimento e também de luta desde o navio negreiro até a atualidade. A poesia é
um gênero textual interessante para trabalhar com o aluno, porque expressa
emoções, sentimentos de forma poética.
OFICINA 5: Produção de resenha crítica
Os alunos foram orientados por meio de explanação oral, para a
conscientização do porquê estudar, aprender a escrever, qual a função na
sociedade e a importância da leitura e produção de resenha crítica. Foi explicado o
roteiro com questões para análise da obra e da vida do autor, a temática, a
contextualização, o objetivo, público alvo, o estilo, a linguagem, estrutura textual e
roteiro para produção de resenha crítica, que é um resumo crítico que visa fornecer
uma apreciação crítica do resenhista sobre determinada obra.
Mesmo com a leitura de resenhas em sala, comentários e explicações, tendo
roteiro como base, houve dificuldade para produção do texto, porque o aluno do
ensino fundamental está mais acostumado a resumir. Para resenha crítica, fizeram
várias leituras, para entender a temática, a história, pesquisaram o autor, para dar a
opinião. Todavia, compreenderam o contexto de produção, estruturaram a resenha
com introdução, desenvolvimento e conclusão, redação em terceira pessoa, estilo
com resumo e análise, linguagem verbal e não verbal, recursos gráficos e
linguísticos para clareza do texto e conscientes de como praticar a criticidade, opinar
e posicionar-se com respeito e coerência ao pensamento e ideias do autor.
Todas as equipes produziram a resenha crítica literária da obra com fotos,
gravuras e desenhos, fizeram várias correções e revisões para adequá-las às
normas ortográficas e paragrafação, reestruturações e reorganizações dos textos e
organizaram o portfólio de cada autor.
Considerações dos alunos sobre as obras na resenha crítica:
Equipe Machado de Assis: ”Machado de Assis foi um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras Machado de Assis – onde é considerado a sua casa.
(Academia Brasileira de Letras. www.machadodeassis.org.br.)” “Pena que Machado
de Assis não é imortal, porque senão viriam outros grandes sucessos como esse
com certeza, porque são interessantes, as fases da vida do personagem, encontros,
desilusões, enfim, tudo nesse livro é ótimo, conteúdo, a personalidade dos
personagens e para nós esse é o melhor romance que um brasileiro já escreveu.
Machado escreveu romances, poesias, contos, escreveu para jornais, revistas, por
isso é um importante ícone da Literatura Brasileira”. (RESENHA CRÍTICA, p. 3 e 5). Equipe Lima Barreto, “O livro também criticou a leitura feita pela sociedade
na época, que era sobre a Europa, a literatura europeizante, que desvalorizava a
Literatura Brasileira. Essa obra também apresenta características críticas do Brasil
da época que se mantém igual ou pior até hoje, como corrupção, nepotismo,
injustiça social entre outros.” (RESENHA CRÍTICA, p. 7).
Equipe Conceição Evaristo: “De acordo com o livro que lemos, chegamos a
conclusão que o livro se trata de preconceito, valores africanos e afro-brasileiros e
uma menina que vai em busca de sua identidade, ela não aceita o seu sobrenome
“Vicêncio” que veio do Coronel Vicêncio dono de seus bisavós, na época as
escravidão”. (RESENHA CRÍTICA, p. 9). Equipe Heloísa Pires: “O objetivo empregado no livro foi repassar como foi
difícil a vida do primeiro ator negro do cinema brasileiro. Essa obra foi importante
por que foi a única que contou sobre a vida toda do protagonista desde o
nascimento até a sua fama...” (RESENHA CRÍTICA, p. 3).
Equipe Geni Guimarães: “Para as resenhistas Giovanna, Nicoly e Isabella o
livro tem uma bela história conta um pouco dos sofrimentos que o negro tinha
naquela época, é uma história de incentivo para os negros, todos aqueles
xingamentos e sofrimentos que ela passou, mostram preconceito e discriminação
racial, como o ser humano era ruim e tem alguns até hoje são ruins, essa é uma bela
bibliografia para se ler.” (RESENHA CRÍTICA, p. 23). Equipe Júlio Emílio Braz: “ Esse livro foi muito importante, porque por meio
dele descobrimos a importância da leitura. O livro ensina que nós podemos chegar
aonde bem entendermos, que podemos nos libertarmos das coisas ruins.”
(RESENHA CRÍTICA, p. 8). Equipe Maria Firmina: “Gostamos muito da obra de Maria Firmina dos Reis,
por ser algo profundo e realista, por tratar de histórias reais, do sofrimento das
famílias negras, da dor da perda. Por tratar de fatos reais daquela época da
escravatura, e também da parte do amor, da traição e até mesmo o racismo que
mesmo no Século XXI continua sendo muito comum. Do nosso ponto de vista, a
história mostra que todos nós sofremos, mas na época da escravatura os negros
sofriam apenas por ter uma cor diferente, algo injusto e cruel. “(RESENHA CRÍTICA,
p. 8). OFICINA 6: Leitura, compreensão, discussão – Conto Os Sete Novelos - Vídeo
Houve leitura do Conto Os Sete Novelos, livro, Um Conto de Kwanzaa
(pronuncia cuanzá, significa os primeiros frutos na língua suaíli em alguns países da
África) (MEDEARIS, Angela Shelf). Os Sete Novelos Um Conto de Kwanzaa.
Ilustrações: MINTER, Daniel. (Projeto HQ e Outras Histórias – NEAA – UEL) – Livro
escrito para o Kwanzaa, celebração do presente, passado e futuro, feriado cultural,
criado nos Estados Unidos, pelo Professor Dr. Maulana Karenga em 1966, para as
pessoas de ascendência africana sentirem-se orgulhosas do seu passado e planejar
o futuro. Os alunos assistiram ao vídeo e desenvolveram atividades orais e escritas
de compreensão sobre o tema, a sociedade, o autor e sua intenção.
OFICINA 7: Resenha crítica do Conto Os Sete Novelos
Os alunos produziram a resenha crítica do Conto Os Sete Novelos. Esta
Oficina serviu como parâmetro para o aluno aprender a produzir resenha por meio
do conto, um texto curto, para melhoria da resenha crítica da obra lida, utilizaram o
roteiro estudado na Oficina V.
OFICINA 8: Importância e roteiro para o seminário A professora explicou aos alunos a importância do seminário, o roteiro para
organização do seminário (SCHNEUWLY e DOLZ, 2010 p. 82). Este é ferramenta
pedagógica importantíssima, o aluno sente como um apoio para a produção.
OFICINA 9: Seminário
Na apresentação do seminário, todas as equipes se apresentaram conforme o
roteiro estabelecido, baseado em Schneuwly e Dolz (2010), é uma exposição oral.
Construíram “o objeto ensinável, por meio das dimensões ensináveis especificadas
na fundamentação teórica.
Alguns alunos apresentaram-se com certa timidez, por ser exposição oral,
porque não estavam habituados a ouvir a própria voz no microfone, isto foi
necessário, com o objetivo de que todos ouvissem sobre todos os autores e obras e
que aprendessem o uso do microfone para melhoria na exposição oral, porém,
vários alunos se destacaram como conhecedores da temática do escritor e da obra
lida. Todos participaram. Foi necessário retorno ao seminário, houve uma conversa
em círculo, melhoria na discussão e descoberta de outras curiosidades sobre os
autores e obras.
A equipe que leu Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, destacou-se com conhecimento sobre a obra, o protagonista, a sociedade e o
autor com o uso de tecnologia da TV multimídia, pen drive, boa comunicação e
expressividade.
Em Os Bruzundangas, de Lima Barreto, a equipe apresentou-se bem, os
alunos entenderam os objetivos do autor, que a obra é uma sátira ao país, que muito
se assemelhava ao Brasil de hoje, criticaram a linguagem, que para eles dificulta
para compreensão da obra, pelos recursos linguísticos de época, se interessaram
pela vida do autor, pelo preconceito sofrido e pelo amor à literatura.
Para a equipe que leu Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, que
apresentou-se com boa comunicação e expressividade, “a obra deve ser lida e
estudada por ser um relato desde a escravidão até a contemporaneidade,
denunciando a injustiça e desigualdade racial e social.”
Em A Cor da Ternura, de Geni Guimarães, a equipe qualificou como: “é
uma obra bem acessível, é biografia, quanto à linguagem, é de fácil compreensão,
relata a história da vida da autora para construir sua identidade, um exemplo de
mulher e de professora”, apresentou-se com expressividade, são alunos com um
bom nível na oralidade e habilidade para o uso da tecnologia.
A equipe que leu Benjamin, o Filho da Felicidade, de Heloísa Pires Lima, apresentou-se com poucos comentários e sintetizando a história do 1º ator negro do
cinema brasileiro, Benjamin, o Palhaço, Beijo.
Em Zumbi – O Despertar da Liberdade, de Júlio Emílio Braz, a equipe
apresentou-se com expressividade. Os alunos destacaram a importância da leitura e
do Líder Zumbi.
Em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, a equipe apresentou-se com
comunicação e expressividade, a 1ª edição da obra é do Século XIX, mas, nessa
edição a obra foi adequada para linguagem atual, o que facilitou para compreensão.
OFICINA 10: Organização de portfólio e mostra cultural
Na Oficina X houve o estudo do roteiro para organização do portfólio e pôster
sobre o autor, os alunos organizaram o portfólio com resenha crítica literária e o
pôster para expor na Mostra. Houve retorno a essa oficina para reestruturação e
reorganização do portfólio, com dedicatória, agradecimento, sumário e resenha
crítica, com as devidas correções ortográficas, paragrafação, estrutura
organizacional do portfólio, que sanaram as dificuldades. (Figuras 5, 6 e 7).
Figura 5 – Gustavo, Gregório, Júlia e Ingridi Figura 6 – Livros - Portfólio Figura 7 – Prof. Patrick - Emanuel e Morone
A Mostra Cultural foi organizada com portfólio, pôster, livros comprados pelos
alunos e pela professora, fotos das atividades desenvolvidas nas oficinas, expostas
em painéis no hall do Colégio para visitação. Os livros adquiridos foram
disponibilizados na biblioteca do colégio, como acervo de Cultura Afro-Brasileira,
para serem utilizados por outros alunos e professores. O encerramento do projeto
aconteceu com a Mostra Cultural e festa com características afro, inclusive a culinária.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as estratégias para leitura, produção de resenha crítica, as discussões,
os debates, comentários, roda de conversa, exposição oral e escrita nas atividades
previstas nas oficinas, na sala de aula e extraclasse; os alunos tornaram-se capazes
de desenvolver outras leituras e produções com liberdade e expressividade, também
utilizar, além de livros, a tecnologia como meios pedagógicos educacionais, como
sites, e-books, nas plataformas digitais, atividades no site do colégio como foram
apresentadas no desenvolvimento do projeto.
Participaram do projeto com muito interesse, abordaram e discutiram com
naturalidade e autoestima temas como preconceito, racismo, discriminação racial e
social, mesmo porque a turma é bastante heterogênea, com vários alunos
afrodescendentes, o que não afeta o relacionamento e desenvolvimento das
atividades pela turma, ao contrário, acrescenta, porque são participativos e
respeitam a opinião do outro e as diferenças.
As histórias e a vida dos autores chamaram muita a atenção dos alunos.
Compraram os livros para leitura, por ser um projeto de leitura e porque os alunos
dessa turma, 9º ano D, são diferentes, interessados em discutir a temática da
identidade afro, preconceito, desigualdade racial e há, inclusive, um aluno de altas
habilidades, participante do NAAS (Núcleo de Altas Habilidades), é um aluno com
capacidade para aprender qualquer atividade em todas as disciplinas.
Todas as equipes leram as obras, produziram e estruturaram a resenha crítica
literária, organizaram o portfólio e o pôster do autor. Expuseram na Mostra Cultural,
os livros comprados por eles mesmos e professora, o portfólio, pôster e fotos de
atividades nas oficinas.
Por meio de pesquisa para atividades pedagógicas aplicadas e também
sugestões e material utilizado como prática pedagógica dos professores
participantes do GTR-2013, referente a este projeto, outras obras, filmes, poesias e
músicas foram elencadas para ampliação do projeto, conforme tabela.
Tabela 1 - Outras Obras, Filmes, Poesias e Músicas Felicidade não tem Cor Julio Emílio Braz
E agora? Odete B. Mott
Nó na Garganta Mirna Pinsk
Rainha Quizimbi Joel Rufino dos Santos
Histórias da Preta Heloisa Pires Lima
A Menina Transparente Elisa Lucinda
Luana, a menina que viu o Brasil crescer Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino
Bruna e a Galinha D´Angola Gercilga de Oliveira
Chica da Silva, a mulher que inventou o Mar Lia Vieira
As Tranças de Bintou Sylviane A. Diouf
A Fada que queria ser Madrinha Gilde Oliveira
Um Defeito de Cor Ana Maria Gonçalves
Pai contra Mãe Machado de Assis
Mayombe Arthur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela)
África Eterna Rui de Oliveira
Becos da Memória Conceição Evaristo
Tsui´Goab ou A Batalha contra a Morte Júlio Emílio Braz e Dansa
Insubmissas Lágrimas de Mulheres Conceição Evaristo
O Amor não tem Cor Giselda Laporta Nicolelis
Saruê Zambi Luiz Galdino
Cidade de Deus Paulo Lins
Desde que o Samba é Samba Paulo Lins
Oroonoko Alpha Behu
O Anjo Negro Nelson Rodrigues
Cafundó – 2005 Bezouro - 2009 Menina Bonita do Laço de Fita Ana Maria Machado
O Poema – Sou Negro
Deus Decepção Neymar de Barros
Desert Flower – 2009
O Navio Negreiro – Castro Alves O Perigo da História Única Hairspray em Busca da Fama – 2007 Os Miseráveis Vista minha Pele – Joelzito O Anão que virou Gigante O Renascimento do Parto Um Sonho Possível Indomável Sonhadora Kiriku e os Animais Selvagens
Todo processo que partiu do projeto, leituras, busca de material, estratégias
de aplicação, metodologias e critérios de avaliação só fez enriquecer ainda mais o
ensino aprendizagem, propiciando aos envolvidos mais conhecimento deixando
lacunas para serem preenchidas ao longo do desenvolvimento das atividades
pedagógicas.
REFERÊNCIAS
ANDREI, Elena Maria; FERNANDES, Frederico Augusto Garcia (Orgs.) Cultura Afro-Brasileira Construindo Novas Histórias. Caderno Uniafro, Vol. 2, Londrina, 2007.
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BARROS, José D’Assunção. A Construção da Cor: Diferença e Desigualdade na Formação da Sociedade Brasileira. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2009.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 46ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2006.
CRISTOVÃO, Vera Lucia Lopes; DURÃO, Adja de Amorin Barbieri; NASCIMENTO; Elvira Lopes; SANTOS; Simone Aparecida Malvar dos. Carta de Pedido de Conselho: da descrição de uma prática de linguagem a um objeto de ensino. Linguagem & Ensino. Pelotas, v. 9, n.1, p. 41-76, jan./jun.2006.
KLEIMAN, Ângela. Texto & Leitor Aspectos Cognitivos da Leitura. 8ed. Campinas – SP: Pontes, 2002.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanada Maria. Ler e Escrever estratégias de produção de textual. São Paulo – SP: Contexto, 2011.
LIBERATO, Yara; FULGÊNCIO, Lúcia. É Possível Facilitar a Leitura Um Guia para Escrever Claro. São Paulo - SP: Contexto, 2007.
MACHADO, Anna Rachel (coord.), OUSADA, Eliane; TARDELLI-ABREU, Lília Santos. Resenha. São Paulo - SP: Parábola, 2004.
MACHADO, Anna Rachel; CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes. A Construção de Modelos Didáticos de Gêneros: aportes e questionamentos para o ensino dos gêneros. Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, vol. 6, n. 3 p. 547-573, set/dez. 2006.
MEC – Secretaria de Educação Continuada. Alfabetização e Diversidade – SECAD. Educação – Africanidades – Brasil.
MONTEIRO, Silvana Drumond. Elaboração de Resumos e Resenhas. Londrina – PR: Editora UEL, 1998.
PR-SEED, 2008. Diretrizes Curriculares de Educação Básica. Língua Portuguesa.
PR-SEED, 2008. Cadernos Temáticos: Educando para as Relações Étnico-raciais.
PR-SEED, 2008. Cadernos Temáticos: Educando para as Relações Étnico-raciais II – Desafios Educacionais Contemporâneos.
SCHNEUWLY, Bernard. Dolz, Joaquim. E Colaboradores. Tradução e Organização: ROJO, Roxane e CORDEIRO, Glaís Sales. Gêneros Orais e Escritos na Escola. 2ed. Campinas – SP: Mercado das Letras, 2010.
SILVA, Lúcia Helena Oliveira; FERNANDES, Frederico Augusto Garcia (Orgs.) Cultura Afro-Brasileira: Expressões Religiosas e Questões Escolares. Caderno Uniafro. Vol. 1, Londrina. 2006.
SOUZA, Edileuza Penha de. Negritude, Cinema e Educação: Caminhos para Implementação da Lei 10.639/2003 – Volume 1 (Sinopses e atividades). Belo Horizonte – MG: Mazza Edições Ltda., 2006.