escolhe, pois, a vida - colégio santa maria · 2 3 mensagem base para a vida “agradeço a...

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1 REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N 0 43 DEFESA DA VIDA É O TEMA CENTRAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM 2008 Pág. 5 ESCOLHE, POIS, A VIDA ENEM Mais uma vez, erro na classificação do Santa Maria Pág. 2 HÉLIO BICUDO Educação é direito constitucional Pág. 9 5 O ANO VAI AO MAM Arte provoca surpresa e encantamento Pág. 18

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REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N0 43

DEFESA DA VIDA É O TEMA CENTRAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM 2008 Pág. 5DEFESA DA VIDA É O TEMA CENTRAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM 2008

ESCOLHE, POIS, A VIDA

ENEMMais uma vez, erro na classifi cação do Santa Maria Pág. 2

HÉLIO BICUDOEducação é direitoconstitucional Pág. 9

5O ANO VAI AO MAMArte provoca surpresa e encantamento Pág. 18

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MENSAGEM

BASE PARA A VIDA“Agradeço a atenção que o Co-légio teve com os meus fi lhos. Já fora do Santa, eles não se cansam de falar da escola. Certamente ela contribuiu de forma decisiva na formação pessoal e intelectual de-les. Muito do que eles serão e farão a partir de agora terá um pedaço daquilo que aprenderam nestes últimos anos. Abraços.”

Carlos Tramontina

CLASSIFICAÇÃO NO ENEM“Cientes do fato relacionado à classifi cação do Santa Maria no Enem, enviamos nosso apoio, compreendendo o quanto um en-gano como esse pode prejudicar o Colégio. A classifi cação é um meio de escolha na hora de matricular-mos os fi lhos na melhor escola. (...) Sou professora e meu marido é biólogo. Já conhecia o método do Santa Maria e, assim que obtive os cadernos de atividades, tive a cer-teza da decisão que seria a melhor para nossa fi lha Maria Izabel. Foi um semestre intensivo, de junho a dezembro de 2007, e de responsa-bilidade, com aulas particulares e monitoramento da coordenadora Tânia, respaldado por um exce-lente desempenho em sala da pro-fessora Ana Claudia Florindo, do 3o E. Elas fi zeram da Maria Izabel uma grande aluna, com determi-nação, resgatando a identidade própria e cada vez mais agregando conhecimentos. Para nós, esse é o verdadeiro Santa Maria.”

Maricilia Therezinha Luongo e José Luiz Galimberti Vieira Araújo, pais de

Maria Izabel Luongo Araújo, do 4o G

FINAL FELIZ“Hoje comemoramos a formatura de nossa segunda fi lha no Colégio Santa Maria. Primeiro foi a Natha-lia; agora, a Luiza. É razão bastante para dizer duas palavrinhas a todos vocês: muito obrigado. Obrigado pela força na formação escolar das nossas fi lha, pela parceria em sua formação humanística, pela contri-buição de todos vocês na formação da consciên cia social e ética de duas pessoas que, com certeza, vão con-tribuir, com as atitudes apreendi-das e praticadas nesses anos, para a melhoria da qualidade das relações entre as pessoas (...) Continuem fi -éis a sua vocação e a sua missão. E sejam todos muito felizes.”

Família Fornel

RECEPÇÃO AOS PAIS “Quero parabenizar a todos pela perfeita apresentação na visita ao colégio (...) Ao grupo de dan-ça, que foi perfeito e contagiou a todos, e ao coral, que, como sem-pre, fez um show! Conversei com alguns pais ao fi nal do evento e to-dos foram unânimes em dizer que adoraram tudo. Muitas pessoas mostraram interesse em participar da APM, do coral e do grupo de dança. O café da manhã estava ótimo e todos os colaboradores se empenharam para que nada faltas-se aos pais novos. Sem o trabalho de cada um, esse cenário não seria o mesmo. Tenho orgulho de tê-los como amigos e colegas na APM.”

Mauricio Marques Fontes

ERIC: NOSSO GRANDE CAMPEÃO CONTINENTAL

Eric Kenji Jouti, aluno do 9o ano D do Santa Maria, sagrou-

se campeão sul-americano de tênis de mesa na categoria

Individual Infantil. O torneio se realizou em Buenos Aires,

Argentina, em março, e na partida fi nal Eric venceu o chileno

Manuel Moya por 4 sets a 3, com parciais de 6x11, 11x5,

11x7, 11x8, 7x11, 5x11 e 11x5, em

uma disputa emocionante.

Eric, que tem 13 anos, esteve

sempre tranqüilo e confi ante e

mostrou a que veio. Segundo o site

da Confederação Brasileira

de Tênis de Mesa, os

técnicos argentinos

comentaram que ele

“parecia fl utuar”.

Ao nosso campeão

sul-americano, os

cumprimentos do

Santa Maria.

DISPOSTO A CONTRIBUIR “Caros amigos e amigas da APM, cumprimento-os pelo encontro super-agradável neste bonito sá-bado de sol. Estou cada vez mais convencido de ter acertado a es-colha da escola dos meus fi lhos. Gostaria muito de participar de alguma forma da APM e dar um pouco de minha contribuição.”

Alexandre Serai, pai de Gabriel Savian Serai (2o E) e Julia Savian Serai (Pré)

TRIPLAMENTE APROVADO“Além da Metodista, Daniel Man-zano também entrou na PUC e no Mackenzie, em Jornalismo. Isso tudo graças a Deus e a esta es-cola maravilhosa. Gratos.”

Família Manzano

Equipe de redaçãoIrmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe

Ana Cristina Proietti Imura Maria Lúcia Sanches Callegari Maria Soledad Más Gandini

Paula BacchiSonia Regina Yamadera

COLÉGIO SANTA MARIAAv. Sargento Geraldo Santana, 890/901

Jardim Marajoara, São Paulo, SP Telefone (11) 2198-0600www.colsantamaria.com.br

[email protected]ção editorial

Editor: Ricardo Marques da Silva Editora de arte: Maila Blöss

Fotos: acervo do Santa Maria Impressão: CompanyGraf

Desenho da capa: Rafael Cardenuto, aluno do 5o ano E

Revista bimestral do Colégio Santa Maria

No 43 – Mar./abr. de 2008

CARTAS

S abemos da preocupação de todos os pais com a qualidade da edu-cação que está sendo oferecida a seus fi lhos. Desse modo, cremos

que seja extremamente necessário que façamos as devidas observa-ções com relação à classifi cação – publicada na Folha de S. Paulo em 4 de abril – das escolas no Enem de 2007.

Na publicação, aparece uma instituição de ensino chamada San-ta Maria. Queremos esclarecer que não se trata de nosso Colégio, mas de uma escola do bairro do Pari, em São Paulo. Na verdade, o Colégio Santa Maria, localizado no Jardim Marajoara, não aparece na citada classifi cação devido ao fato de, no censo escolar de 2007, ter sido incluído apenas como uma escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e não na categoria de Ensino Regular, conforme se vê no recorte abaixo, retirado do site do Inep (www.inep.gov.br).

Cabe lembrar que, no ano passado, também houve falha com rela-ção a nossa classifi cação, pois na realidade fi camos em 14o lugar entre todas as escolas do estado de São Paulo.

Lamentamos, novamente, essas falhas ocorridas num momento tão importante. Por isso, comprometemo-nos a informar à comu-nidade do Santa Maria os resultados dos nossos alunos no Enem. A classifi cação divulgada pela mídia leva em conta, como critério, o desempenho na prova com base em uma lista do Censo Escolar de 30 de maio de 2007, ainda incompleto. Por isso, outras escolas conceituadas fi caram fora dessa listagem.

Levantamos o desempenho de todos os nossos alunos que fi zeram o Enem e constatamos que nossa média na prova objetiva foi 80,17 – ou seja, o Santa Maria classifi cou-se entre os 6% melhores resulta-dos das escolas particulares de São Paulo.

Finalizamos essa mensagem seguindo nosso cotidiano e nos com-prometendo a ser fi éis a nossa Missão de preparar os jovens pa ra a vida, e não somente para uma prova específi ca, já que o Enem é ape-nas um dos elementos de avaliação do Ensino Médio.

ENEM LEVA A CONCLUSÃO EQUIVOCADA

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Irmã Diane Clay CundiffDiretora-geral do Colégio

Santa Maria

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE

S omos chamados a acolher com atenção e fé a Palavra de Deus e a transformar nos-sa vida, olhando para o exemplo de Jesus

Cristo. A Campanha da Fraternidade de 2008 tem como tema Fraternidade e Defesa da Vida e, como lema, “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30, 19). Essa refl exão nos conduz a uma revitalização de nossas práticas de promoção da vida. O tema as-sume importância sempre maior no Brasil e no mundo, em vista das ameaças e agressões cons-tantes à vida, o bem mais importante e precioso sobre a face da terra.

Amor, compaixão, caridade e alegria são ele-mentos básicos da espiritualidade inerentes a todos os seres. Para aperfeiçoar essas qualidades, devemos igualmente assumir condutas de esfor-ço, sabedoria, paciência, tolerância, veracidade e determinação. Faz-se necessária uma prática de vida a cada momento do nosso dia-a-dia. Então, temos que enfatizar, estimular e aperfeiçoar es-sas qualidades, praticando, falando, contemplan-do e, dessa forma, gravando-as na nossa essência humana. Nossa tarefa é trabalhar para que todos nós formemos uma união de esforços equilibrada, que se traduza em uma existência harmônica e feliz. Isso vale para a globalidade das decisões hu-manas: nossas escolhas têm conseqüências sobre a vida e o futuro.

Essa é a grande questão posta pela Campanha da Fraternidade de 2008, uma ocasião para refl e-tirmos sobre a complexa problemática que atinge a vida de todos nós. Está em jogo o futuro da vida na Terra, nossa casa comum, e de todos os seus habi-tantes. Uma solução responsável só poderá ser soli-dária e fraterna, no pleno respeito aos desígnios de Deus Criador, se optarmos pela vida por meio de ações concretas em prol da conservação de nossos recursos naturais, de nossa biodiversidade, de nos-sas culturas, das comunidades e da ajuda mútua.

Márcia Rodrigues Amirall, professora do 5o ano

ESCOLHE, POIS, A VIDA

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Cenas da celebração da missa da Campanha da Fraternidade: envolvimento e solidariedade para evitar mais danos à vida na Terra

N o contexto da sociedade do conhecimento, o aprendizado é uma questão de sobrevivên-cia. Cada vez mais o mercado de trabalho

requer tempo e dedicação. Nesse cenário, destaca-se a importância do empenho pessoal do aluno, do seu interesse e de sua mobilização para a aprendiza-gem. Aqui, no Santa Maria, oferecemos o curso de Orientação para os Estudos, que trabalha três pilares importantes para o aprendizado: autonomia, orga-nização e compromisso.

Ter autonomia é acreditar em si mesmo e man-ter-se focado, com um trajeto claro em mente, e usar a estrutura escolar de forma inteligente para sanar dúvidas e questionar. Quanto mais o aluno percebe que a oportunidade das escolhas está em suas mãos, mais ele se torna responsável e independente.

Para melhorar a organização escolar do aluno, o curso cria uma rotina de atividades que o guia nas tarefas escolares: criar o hábito de verifi car a agenda; priorizar as atividades; separar as dúvidas de forma organizada para solucioná-las em sala de aula com o professor; desenvolver habilidades de participação nos momentos de partilha e troca; propiciar condi-ções para se organizar para o estudo individual.

O terceiro pilar é o compromisso. De nada

SISTEMATIZAÇÃO DOS ESTUDOS: UMA ORGANIZAÇÃO PARA A VIDA

adianta todo o trabalho se o aluno não estiver en-volvido com seu aprendizado. “Estudar é, em pri-meiro lugar, um fazer crítico, criador e renovador.” O comprometimento é trabalhado na Orientação para os Estudos por meio de atividades que garan-tam o desenvolvimento da disciplina interior. � es-sie Hubner, do 7o F, conta: “Quando eu fazia a lição em casa, me desconcentrava muito rápido ou fi cava com preguiça, mas quando entrei no curso comecei a ter confi ança em mim mesma e coragem para tirar dúvidas e me organizar melhor para as aulas”.

No curso, o aluno é ouvido, observado e encoraja-do a ser refl exivamente consciente, a fazer perguntas e a querer saber mais. Tiba (1998) afi rma: “Quanto mais participarem do processo de aprendizado, mais se sentirão responsáveis por ele”.

NA ESTRADA DA VIDA – É importante reforçar a importância do empenho pessoal e da vontade de dedicar-se ao estudo. A mudança é interior e pessoal. O curso oferece as ferramentas para que o aluno mude sua atitude, mas depende dele e de sua vontade a busca da satisfação pessoal.

Felipe Coutinho, do 7o D, afi rma: “Aprendi muito: como estudar, prestar atenção na aula, saber conviver. A professora Jacinta me ajudou a engatar a primeira marcha no carro, mas daqui para a frente pretendo dirigi-lo sozinho na estrada da vida”.

A parceria entre a família e a escola também é imprescindível para a construção dos novos hábitos de estudo. Os alunos necessitam do incentivo dos pais e professores. Mais do que isso, precisam ter o exemplo de uma boa organização familiar, em que se cumprem horários e se estabelecem prioridades.

Mais informações sobre o curso pelos telefones 2198-0686 e 2198-0600, ramais 686 e 516.

Jacinta Moreira Presa Hermann, professora de Orientação de Estudos, e Adriana Tiziani, coordenadora dos cursos extracurriculares

Atividade do curso de Orientação para os

Estudos: autonomia, organização e

compromisso levam a mudanças de atitude

EXTRACURRICULAR: ORIENTAÇÃO PARA OS ESTUDOS

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PERFIL DE EX-ALUNO: EDUARDO ALCEBÍADES LOPES PERFIL DO FUNCIONÁRIO

UMA ESCOLA EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

C om sete anos de casa, Edson Jaconetti é o motorista responsável pelo transporte dos alunos. Dedicado e

alegre, tornou-se popular e querido por todos. É casado com Patrícia e tem dois fi lhos, Camila e Jonathan, com quem adora jogar futebol, nadar e pescar.

Caleidoscópio – Onde estudou e quais são seus projetos?

Edson – Estudei no Santa Maria, no Supletivo. Agora, pretendo fazer um curso técnico de Informática e um curso de Inglês. Quero aproveitar todas as oportunida-des para aprender e crescer profi ssionalmente.

Do que mais gosta em sua profi ssão?

Adoro lidar com as pessoas, principalmente com crian-ças e adolescentes, pois são alegres, espontâneos e estão sempre nos ensinando e nos surpreendendo.

O que você observa nos alunos quando eles participam

dos projetos de inserção social?

Eles são muito interessados, participativos e se preocu-pam com o bem-estar e o futuro das pessoas. É emo-cionante perceber nos jovens a solidariedade, a espon-taneidade, o carinho com que tratam o outro e, princi-palmente, a satisfação em serem úteis.

Qual é o seu lugar favorito no Colégio?

Como saio muito, meu lugar favorito é o Refeitório, onde encontro os colegas. Sem contar, é claro, que ado-ro aquela comidinha deliciosa.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

DIREÇÃO SEGURA

A na Cristina Proietti Imura, orientadora do 9o ano, é educadora há 36 anos e está no Colégio desde

1986. Formou-se em Pedagogia na USP de Araraquara, é casada com o Mário e tem dois fi lhos – Carolina, de 28 anos, psicóloga, e Guilherme, de 25, biólogo. Como sempre acreditou no projeto do Santa Maria, fez ques-tão que seus fi lhos estudassem aqui. A escola ensinou-os a pensar, contribuindo para torná-los protagonistas de sua história, oferecendo bases sólidas de conhecimento e incentivando-os ao exercício da cidadania.

Caleidoscópio – Do que mais gosta em sua profi ssão?

Ana Cristina – Cada vez sinto-me mais desafi ada e en-volvida. Trabalhar com adolescentes exige muita ener-gia, muita tranqüilidade e muita coerência.

Que momentos julga mais importantes em sua carreira?

Vivi muitos momentos especiais. É especial acompa-nhar o crescimento e o amadurecimento dos alunos. É especial observar alunos superar suas difi culdades, resolver situações novas e difíceis, fazer escolhas com responsabilidade, militar por causas coletivas.

Qual é a missão de um educador, hoje?

A escola deve criar condições para que o educando desenvolva habilidades para “aprender a aprender”. O processo ensinar-aprender demanda novas formas de conceber a realidade escolar. A educação deve favorecer a criação de situações diversas, auxiliando o educando a interpretá-las para construir novos conhecimentos.

SUA MISSÃO: EDUCAR

E duardo Alcebíades Lopes é casado, tem 26 anos, formou-se no Santa Maria na turma de 1999,

concluiu o curso de Direito em 2004 na Univer-sidade de São Paulo (USP) e, em 2007, terminou a especialização em Administração de Empresas, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, é um advogado muito bem-sucedido e trabalha como as-sociado num escritório em São Paulo, especializado na área de fusões e aquisições.

Caleidoscópio – Qual foi a importância do Colégio

na sua formação e na carreira profi ssional?

Eduardo – Entrei no Santa em 1987, no Jardim, e só saí em 1999, ao terminar o Ensino Médio. Sem dúvida, o Colégio infl uenciou positivamente minha formação e minha carreira. Os primeiros anos da vida acadêmica costumam ser um choque. No meu caso, graças às vivências e ao que aprendi no Santa, a transição foi muito mais fácil, pois já estava acostu-mado a fazer pesquisas, a redigir textos dissertativos, a preparar seminários e debates.

Algum professor marcou de modo especial seu tempo

de estudante? Como era a escola na sua época?

Acredito que todos os professores que tive foram marcantes, de alguma forma. No entanto, tenho lembranças mais presentes dos professores do En-

sino Médio, como o Paulo, de História; o Aguinal-do, de Matemática; a Sol, de Biologia, e a Renata, de Filosofi a. Não faz tanto tempo que me formei, mas creio que, desde então, o Santa tenha passado por boas mudanças – o que considero fundamental, especialmente quando vivemos uma realidade tão dinâmica. Ainda quando era aluno do Santa, perce-bia que a escola estava em constante transformação, buscando evoluir, como ocorreu com a inserção de disciplinas optativas no currículo e a obrigatoriedade de entregar uma monografi a individual ao término do Ensino Médio – características típicas do ensino superior. Por outro lado, percebo pelo meu irmão, Marcelo, aluno do Ensino Médio do Santa, que os princípios defendidos há dez anos ainda se mantêm como linhas mestras na missão da escola. Vejo isso no incentivo ao trabalho voluntário, na formação humanista, na ênfase na interdisciplinariedade.

Você mantém contato com sua turma no Santa?

Até hoje meus amigos mais próximos são os da mi-nha turma de formatura no Santa. Praticamente toda semana nos encontramos e freqüentemente viajamos juntos. Acho que essa é uma das melhores heranças que o Colégio poderia ter me deixado.

Você tinha um lugar favorito no Colégio?

Como a maioria dos meninos, eu adorava as qua-dras e o campo de futebol. Todo recreio era uma correria incrível para conseguir jogar o máximo pos-sível. Deixávamos de comer o lanche para jogar bola o tempo todo. Era muito divertido.

Você tem alguma mensagem para os alunos?

Aproveitem essa época tão boa, tanto com os ami-gos e familiares quanto no Colégio, com tudo o que seus professores e colaboradores têm a oferecer.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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W alkíria de Góis, pedagoga, com 24 anos de experiência na área de Educação, é mãe de

Gabriel de Góis Só, 8 anos, aluno do 4o ano G e recém-chegado ao Santa Maria. Walkíria está muito satisfeita com a escolha da escola, pois sempre teve uma educação humanista e deseja que seu fi lho siga pelo mesmo caminho, com oportunidade de de-senvolvimento de suas habilidades e competências, preparando-se para responder, futuramente, às ne-cessidades impostas pela sociedade.

Caleidoscópio - O que fez você decidir trazer seu fi lho

para estudar no Santa Maria?

Walkíria – A necessidade de encontrar um colégio que tivesse na sua proposta pedagógica, como obje-tivo principal, o que eu considero fundamental na formação do meu fi lho: a preocupação em oferecer uma educação integral, que irá contemplar tanto a informação, por meio dos conteúdos das diversas áreas de conhecimento, como também a formação dele como um todo, nos aspectos físico, psicológico, cognitivo e espiritual. Acredito ser nessa concepção – acompanhada de uma prática educativa ativa, na qual o desenvolvimento intelectual e formativo se dá a partir de vivências e experiências signifi cativas – que se ajusta a dinâmica atual, centrando-se na formação de uma sólida cultura humanista.

O Santa Maria é o colégio que, no meu entendi-mento, tem essa mesma concepção de educação e, tenho certeza, irá contribuir para que meu fi lho seja visto como agente do processo educativo, estimula-do a dar signifi cado e assumir o que aprende.

Que diferenciais pedagógicos você percebe na educa-

ção oferecida pelo Santa Maria?

Percebo, nas reuniões realizadas com a orientadora

“FOI O MELHOR PRESENTE QUE VOCÊS ME DERAM”

Tiyomi, com os professores Maria Tereza, Maurício, Rinaldo, Adriana e Edivânia, nas atividades em sala de aula, nos laboratórios, na Biblioteca, na lição de casa e em todo o cronograma anual de atividades, que as diferenças são muitas e signifi cativas.

No ensino tradicional, em que o conhecimen-to tem origem fora do aluno, pois é fragmentado, cumulativo e memorizador, as atividades são padro-nizadas e a avaliação classifi catória é, muitas vezes, excludente; o professor se torna um simples trans-missor de conhecimentos. Já no Santa Maria, temos um ensino ativo, voltado para as necessidades do mundo contemporâneo. A equipe de educadores faz um excelente trabalho, pois o conhecimento é contextualizado e interdisciplinar, privilegiando a construção de conceitos para uma aprendizagem signifi cativa; o conteúdo é um meio para desenvol-ver competências; as atividades são centradas em projetos, temas geradores e resolução de desafi os; a avaliação é formativa, busca avaliar competências, e o professor é o mediador do conhecimento, num processo constante de atualização.

Como você se sente fazendo parte do Santa Maria?

Realizada, por acreditar ter feito a escolha certa, e feliz em constatar no dia-a-dia a satisfação, a moti-vação e a alegria do meu fi lho em ir para a escola.

Que tipo de comentário seu fi lho leva para casa?

Na primeira semana de aula, voltando do Colégio, no carro, sem mais nem menos o Gabriel falou: “Mãe, estudar no Santa Maria foi o melhor presente que você e o meu pai me deram. Obrigado, viu”. Penso que não preciso dizer mais nada. Apenas, muito obrigada a todos vocês.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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CHEGANDO AO SANTA: WALKÍRIA DE GÓIS

À direita, Walkíria e o fi lho Gabriel,

que inicia seu primeiro ano

como aluno do Santa Maria

A Constituição de 1988 deu importância fun-damental ao pleno exercício do que podería-mos chamar de direitos humanos. O primeiro

passo nesse sentido foi o de retirar o rol dos direitos e garantias individuais que constavam dos últimos artigos das constituições anteriores para situá-los no pórtico do texto constitucional pós-ditadura militar, considerando-os, assim, o fundamento do próprio Estado Democrático de Direito.

Dentre os direitos fundamentais garantidos está, sem sombra de dúvida, o direito à educação. Em-bora não conste, de forma explícita, dos direitos contemplados no artigo 5o da Constituição, o artigo 6o a inclui dentre os direitos sociais, e evidencia-se pela leitura de seus artigos 205 e seguintes que se trata de um direito fundamental, como se pode in-tuir no disposto no parágrafo 2o do aludido artigo 5o, onde se diz que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ele adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federa-tiva do Brasil for parte”.

Quer dizer: a educação é, depois dos direitos à vida e à saúde, o direito que qualifi ca a cidadania e, portanto, não apenas um direito social, mas um direito humano fundamental. E mais, um direito reconhecido pela Convenção Americana sobre Di-reitos Humanos e por tratados específi cos sobre a educação dos povos.

Destarte, exatamente por se tratar de um direi-to humano fundamental, cabe ao Estado provê-lo como uma de suas prioridades, na escala dos direi-tos humanos, chamados de primeira geração e dos quais dependem os demais, como os direitos sociais, culturais e econômicos que, no seu conjunto, ex-põem o direito ao desenvolvimento.

A EDUCAÇÃO COMO DIREITO HUMANO

ARTIGO: HÉLIO BICUDO

No caso do Brasil, a violação desses direitos su-jeita-o ao Sistema Interamericano de Defesa dos Direitos Humanos, o qual, diante de denúncias, faz recomendações, por parte da Comissão Interameri-cana dos Direitos Humanos (CIDH), e, na hipótese de não cumprimento, é acionada a Corte Interame-ricana, cujas decisões são de cunho obrigatório pelos países membros da Organização dos Estados Ameri-canos (OEA) que aceitaram sua jurisdição.

Os mecanismos para se ingressar com denúncias por violações ao direito humano da educação são facil-mente acionáveis. Qualquer um pode fazê-lo perante a CIDH, com sede em Washington, EUA. A CIDH, composta de sete membros eleitos pela Assembléia-Geral da OEA, examina os casos e envia recomenda-ções aos Estados, para que adotem as medidas neces-sárias à proteção dos direitos em causa. Convém notar que os Estados, segundo o direito internacional, estão obrigados a cumprir essas recomendações, de boa-fé. Se não as cumprirem, a Comissão vai à Corte, cujas decisões, como já se assinalou, devem ser obrigatoria-mente cumpridas pelos Estados.

Aí está: a educação é um direito humano que deve ser concretizado pelos Estados mediante a oferta de meios capazes de atingir sua fi nalidade, qual seja, a de formar cidadãos.

Hélio Bicudo, presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FidDH), ex-deputado federal por três mandatos, ex-vice-prefeito de São Paulo, pai e avô de ex-alunos do Santa Maria

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- Vou gravar o arquivo no meu Ipod.- Você trouxe o cabo USB?- Não. Aqui tem wireless?

Enquanto isso...- Não consigo acessar o disquete.- Neste computador não há drive para disquete.

Você não teria um pen drive? - Como?!?

Se você imaginou que os diálogos acima foram registrados em épocas diferentes, errou. Eles são atuais e demonstram duas verdades sobre a relação das pessoas com a tecnologia: todos adoram novi-dades, mas, ao mesmo tempo, as mudanças que acompanham as inovações nos forçam a deixar de lado velhos hábitos e aderir a uma forma dinâmica de pensar. É preciso reaprender a pensar e a lidar com as informações com o olhar no futuro.

A informação hoje é vista como um patrimônio mais valioso do que qualquer recurso físico ou fi -nanceiro. Por isso, precisamos cuidar de aptidões fundamentais como leitura, criatividade e refl exão, entre outras, que garantam o exercício integral da inteligência em seus vários âmbitos. Podemos ensi-nar o aluno a aprender e a pensar melhor.

A capacidade de aprendizagem pode ser modifi -cada. O computador deve ser visto como um aliado no processo ensino-aprendizagem e no desenvolvi-mento cognitivo do aluno, uma ferramenta para o desenvolvimento de habilidades, possibilitando que os educandos aprendam a partir de seus erros, junto com os colegas, trocando e comparando.

EM DIA COM O SABER TECNOLÓGICO

PARCERIA PRODUTIVA – É nesse contexto que o NETi – Núcleo de Educação e Tecnologia da In-formação – lança um novo olhar sobre a educação do nosso aluno, propondo, além da parceria com as propostas dos componentes da grade curricular, várias atividades ao longo do ano, que ajudam a resgatar os valores que cada um traz dentro de si, favorecendo a pesquisa, o estudo e a relação dos saberes. Nos momentos de interação com o com-putador, o professor resgata o talento do aluno e o incentiva a utilizá-lo em suas pesquisas e pro-duções, dotando-o de alfabetização digital, pen-samento criativo e crítico, comunicação efi ciente, sociabilidade e raciocínio tecnológico.

Nas ofi cinas específi cas oferecidas pelo setor (Ofi cina de Lógica, Mecatrônica, Criação de Ga-mes e Xadrez), o objetivo é ajudar o aluno a desen-volver seu potencial criativo e ensiná-lo a raciocinar diante das propostas e dos desafi os apresentados.

Hoje em dia, problematizar, contextualizar e refl etir são atitudes que dão certo. Estamos inves-tindo em ações desse tipo, buscando sempre alter-nativas à educação formal e novos conhecimentos que dão força ao saber educacional e ao dinâmico movimento da tecnologia.

Equipe NETi

INFORMÁTICA

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EVENTO: EDUCAÇÃO FÍSICA

N estes tempos de aceleradas transformações, sabemos da importância da formação consis-tente, da capacitação pessoal e do aperfeiçoa-

mento das relações na vida de nossos alunos e alu-nas. Dessa forma, a atuação no desenvolvimento de habilidades e competências que contemplem a vida na atual organização social é parte integrante das preocupações da área de Educação Física do Santa Maria, visando à formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades e competentes na atuação individual e coletiva. Portanto, a combinação das competências pessoais e coletivas, num contexto de integração, pode gerar soluções criativas e efi cazes.

Os alunos do Pré e suas famílias vivenciaram esse espírito de coletividade nos Jogos de Integra-ção Olímpicos 2008. Tendo como pano de fundo a Olimpíada que se realizará em Pequim neste ano, as atividades foram inspiradas em modalidades ofi -ciais, com adaptação à faixa etária de nossos alunos, bem como a incorporação dos familiares, que pude-ram vivenciar situações que os fi lhos encontram nas aulas de Educação Física.

OLIMPÍADA DA INTEGRAÇÃOO ideal e o espírito olímpico estiveram presentes,

pois os participantes de fato se envolveram com os jogos e desafi os propostos, buscando não só a pró-pria superação como também apoiando e incenti-vando o sucesso do grupo como um todo. Vale res-saltar que pais, mães, irmãos e os próprios alunos do Pré realizaram em conjunto as atividades propostas, demonstrando muita garra e fair play – ou seja, jogo limpo, leal e solidário.

Responsável pelo restabelecimento dos Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, com o ide-al de buscar uma sociedade melhor e mais fraterna por meio do esporte, o pedagogo e esportista francês Pierre de Coubertin foi quem nos motivou a reali-zar esses jogos, nos quais buscamos desenvolver um intercâmbio social e esportivo entre os alunos, suas famílias, e os diferentes grupos-classe, tendo a práti-ca de atividades físicas e esportivas como promotora de bem-estar e saúde e instrumento de aproximação e convivência entre as pessoas.

Wallace de Oliveira Marante e Cláudio Natacci de Souza, professores de Educação Física

Mães, pais e irmãos do Pré deram uma bonita

demonstração de integração familiar

Com entusiasmo, criatividade e organização, os alunos do 6o ao 9o ano participaram dos Jogos de Integração, em dois fi ns de sema-na, em modalidades como handebol, vôlei, futebol, futsal, corrida e pingue-pongue. A mobilização começou bem antes, com a for-mação das equipes e a criação de camisetas – que “arrasaram”.

Numa festa alegre e descontraída, a re-ceita de sucesso foi a participação da comu-nidade do Colégio – diretores, coordenado-ras, professores e estagiários de Educação Física. O nível das disputas surpreendeu pela qualidade e proporcionou momentos de em-polgação e interação. Parabéns a todos.

Ednéa Daniel Carvalho, professora de Educação Física do 9o ano

SHOW DE BOLA

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BRINCADEIRA É COISA SÉRIA

EDUCAÇÃO INFANTIL

T odas as vezes que falamos sobre “brincar” sen-timos uma pontada de saudade. São lembran-ças que vêm a nossa mente como se marcas-

sem um encontro com a infância e o passado. Um tempo que nos faz recordar as cantigas de roda, os jogos, as brincadeiras de rua...

Afi nal, quem já não cantou ciranda-cirandinha, jogou queimada, rodou pião, empinou pipa, cor-reu de carrinho de rolimã, pulou elástico, jogou cinco-marias, brincou de casinha, esconde-escon-de, mamãe-e-fi lhinha ou fez comidinha com ter-ra, sementes e folhas? Se vocês compartilham essas lembranças, certamente tiveram uma infância pri-

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vilegiada. Privilégio de uma geração – talvez a últi-ma – que conseguiu brincar nas ruas e nas praças. O que não vemos hoje, pois, com a transformação da sociedade, a insegurança, os brinquedos eletrô-nicos e a televisão cada vez mais presentes, o ato de brincar perdeu espaço – um espaço fundamental, pois a criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar, para correr, saltar, pular, sentir o vento, ser simbolicamente “mamãe”, “papai”, “príncipe”, “princesa”... Um ser que se apropria da realidade, expressa sentimentos, medos, desejos e fantasias, que destrói e reconstrói o mundo e nele faz suas descobertas, enfrenta obstáculos e descobre como e o que fazer. Enfi m, um ser que aprende.

EXERCÍCIO DE CONVIVÊNCIA – Por tudo isso, temos o dever de propiciar momentos para que as crianças desfrutem desse maravilhoso aprendiza-do. Brincando, elas desenvolvem a imaginação e a linguagem, assumem papéis sociais, compreendem regras e limites, adquirem confi ança e auto-estima.

Brincar é a primeira possibilidade de pensar; é forma privilegiada de interação na qual se reforçam laços afetivos, consolidam-se vínculos, desenvolve-se o senso de companheirismo, aprende-se a con-

viver, a aceitar regras e a lidar com frustrações. A criança constrói vínculo com o mundo das relações e dos afetos.

Assim, toda brincadeira é valiosa, e um exemplo é a oportunidade de observar uma criança brincan-do de mamãe e fi lhinha com sua boneca. A criança troca a fralda imaginária, passa pomada, acolhe a fi lha para dormir em seus braços, pega um obje-to e o transforma em mamadeira – “minha fi lha está chorando, ela está com fome”. Passo a passo, a criança cuida da sua boneca, do seu bebê, da sua fi lha e, assim, apropria-se do papel maternal.

Portanto, o ato de brincar é um aliado no pro-cesso de desenvolvimento e aprendizagem, um momento no qual a criança pensa, refl ete e se or-ganiza internamente para, posteriormente, conso-lidar saberes carregados de signifi cação e valores.

Cabe a nós, pais e professores, a organização dos momentos e dos locais para brincar, permitin-do que as crianças vivenciem o prazer de “estarem juntas” compartilhando sentimentos, regras e des-cobertas que somente essa atividade propicia.

Afi nal, brincadeira é coisa séria!Claudia Regina Simões Lacerda e Eliane Lima,

professoras do Infantil e do Jardim

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“Brincar é uma atividade muito impor-tante para a saúde e a felicidade dos se-res humanos. Não é só coisa de criança. O brinquedo desenvolve a inteligência. Pensar é brincar com as idéias. Cada idéia é um brinquedo! Já imaginou? Tudo o que se faz pode ser transformado em brinquedo: cozinhar, tomar banho, con-versar, comer, plantar, ouvir música, ler, escrever, trabalhar, namorar... Brinquedo é qualquer atividade que dá alegria.”

Rubem Alves, educador

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COMPONENTES CURRICULARES: FÍSICA

H á três anos o Colégio Santa Maria parti-cipa da Olimpíada Brasileira de Astrono-mia e Astronáutica (OBA), que tem como

objetivo promover a difusão dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa e também incentivar o interesse dos jovens por essas ciên-cias. Alunos do 4o ano do Ensino Fundamen-tal até o 3o ano do Ensino Médio se mobilizam

PREPAREM-SE: ESTÁ CHEGANDO A OBA!

com entusiasmo para o evento, que a cada ano atrai um maior número de adeptos. “Gosto de desafios, por isso decidi me inscrever’’, diz Ra-fael Lemos, do 4o D. “Estou ansiosa e sei que é preciso estudar bastante, mas estou animada”, acrescenta Victória, do 4o E.

A professora Rosana Daher se diz surpresa com o entusiasmo dos alunos. “Eles estão muito

Na visita ao Planetário, descobertas que irão ajudar os alunos do

4o ano no grande desafi o:

a Olimpíada Brasileira de Astronomia e

Astronáutica

envolvidos. Em poucos dias, houve um número enorme de inscrições. Isso reflete o quanto os nossos alunos vibram com os eventos propostos pela escola’’. Antes mesmo da listagem de conte-údos ser divulgada, a mobilização para os estu-dos já havia se iniciado. Gabriela Rodrigues, do 4o D, diz que já começou a fazer pesquisas em livros e na internet.

Os pais e professores também colaboram, ofe-recendo textos e outros materiais que possam ajudar os alunos na realização da prova do ní-vel 2, que terá cinco questões de Astronomia, três de Astronáutica e duas de Energia. Alguns experimentos serão realizados aqui no Colégio e, além disso, contaremos com a presença do professor-doutor Jacques Lépine, do Instituto de Astronomia, Geo física e Ciências Atmosfé-ricas da Universidade de São Paulo (USP), para uma palestra a respeito de alguns dos conteúdos abordados.

A OBA vem mobilizando as turmas de diver-sas maneiras. Rafael Martins conta que estuda com a irmã mais velha, que elabora questões para que ele responda. Houve também um gru-po de alunos que visitou o Planetário, a fim de complementar os estudos. Eles relatam, entu-siasmados, o que aprenderam por lá: “Marte é marrom, mas, como brilha bastante, parece que é um planeta avermelhado’’, conta Sophia, do 4o E. “Aprendi que Saturno é o maior planeta do Sistema Solar e que as Cinco Marias são as estrelas mais brilhantes do céu’’, diz Beatriz Lo-bato do 4o F.

“Adorei o Planetário e aprendi muito sobre as constelações. Lá é um lugar lindo’’, acrescenta Gabriela Natale, do 4o E.

Portanto, alunos do Colégio Santa Maria, preparem-se! Dia 9 de maio está aí e vocês já são vencedores por participar da Olimpíada, porque mais importante do que a disputa pela medalha ou pelo primeiro lugar na escola é o desejo de estudar e aprender. OBA!

Elaine Campos Silva e Rita Riquelme, professoras do 4o ano

P ara se divertir em um jogo você tem que conhecer minimamente as suas regras. Da mesma forma, para

entender o “jogo” das ciências, você terá que compre-ender suas leis. Isso ocorre na Física. Quanto melhor for essa compreensão, melhor será a maneira como você enxergará o mundo. E também é importante que você se divirta.

Para aprender Física, é essencial vivenciar a situação de estudo, seja o simples caminhar de uma pessoa, seja a explosão do Universo. Assim, para entender os conceitos de Mecânica, os alunos do Ensino Médio realizam ati-vidades de medição de tempo e espaço no Laboratório de Física e conseguem entender na prática o estudo do movimento. No laboratório usamos o trilho de ar num experimento que reproduz com precisão os diferentes movimentos. Fazendo suas próprias medições os alunos vão construindo paulatinamente os conceitos por eles vivenciados e que difi cilmente serão esquecidos.

A Física prática adentra também a sala de aula. Na foto acima vê-se a Filomena, fi gura ilustre entre os alu-nos. Além de ser exatamente o que aparenta, um brin-quedo movido a corda, Filomena ilustra de forma lúdi-ca conceitos de Física. No seu andar lento e gracioso, ela transforma a energia potencial elástica adquirida du-rante a deformação de sua mola em energia cinética, ou seja, em movimento. Dissociada do cotidiano, a Física pode se tornar uma informação sem vínculos e, por-tanto, predestinada a se diluir rapidamente. Aprender de forma contextualizada torna o processo de ensino-aprendizagem agradável e signifi cativo.

Ednilson Oliveira e Marcos Vinícius Appollo, professores de Física

FÍSICA NO LABORATÓRIO, FÍSICA NA SALA DE AULA

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O objetivo da leitura de mapas no 2o ano do Ensino Fundamental é estimular os alunos a aprender a ob-

ter informações que os auxiliem a se situar no mundo, a localizar lugares e a se locomover em diferentes espaços e ambientes, como o mundo, o país e a cidade em que vivem, os parques, shopping centers, hospitais, museus, estações de metrô e ruas. O desenvolvimento da latera-lidade é fundamental, pois é a partir do próprio corpo que o mundo se descortina. Como o sistema de escri-ta ocidental ocorre da esquerda para a direita, a leitura cartográfi ca também colabora para o aprimoramento desse sentido, com ênfase na organização espacial dos registros e no uso de cores e de símbolos.

No 2o ano, as ferramentas utilizadas no início do trabalho de leitura cartográfi ca são, essencialmente, lú-dicas: caça ao tesouro, ampliação e redução de fi guras, labirintos encontrados no projeto Logo de informática, gráfi cos de barras com legendas, danças, desenhos de objetos de uso cotidiano, a planta da casa ou do apar-tamento do aluno, o percurso até a escola e os diversos espaços do Colégio, entre outras referências.

Essas atividades devem ser signifi cativas para as crian-ças e capazes de transmitir uma informação prática ou comunicar algo que tenha função social. Um mapa tem que levar a algum lugar a que você queira chegar.

Lílian Reimberg Roschel e Cristina Galante Neves, professoras do 2o ano do Ensino Fundamental

O MUNDO INTEIRO CABE NUM PAPEL

COMPONENTES CURRICULARES: GEOGRAFIA

N osso objetivo ao ensinar Geografi a é discutir com os alunos a produção do espaço. Dife-rentes formas de linguagem – imagens, paisa-

gens, gráfi cos, tabelas e mapas – são utilizadas para desvendar a produção do espaço em diferentes tem-pos e variadas escalas. Pretendemos formar alunos com competência no trato com o espaço, capazes de mobilizar saberes para solucionar situações-proble-ma colocadas pela Geografi a, identifi cando diferen-tes lugares do planeta, suas formas, seus conteúdos e sua ordenação territorial.

Do ponto de vista metodológico, abordamos duas possibilidades: a leitura e a alfabetização cartográfi ca. Nos 6os e 7os anos trabalhamos com a concretização da leitura cartográfi ca, e o contato com diferentes mapas é fundamental; é o momento em que o aluno aprende a ler e a entender o espaço, identifi cando objetos e ações humanas nele presentes.

Alguns passos são fundamentais nesse momento. A observação é o ato inicial, a primeira impressão do mapa. Então passamos à descrição. Aprendemos

A REPRESENTAÇÃO DO MUNDOque o título corresponde ao lugar representado; o subtítulo é o tema; a legenda é o conjunto de símbo-los, cores e tramas que nos auxilia na descoberta do mundo e das inúmeras relações que acontecem no cotidiano; e, fi nalmente, percebemos que a escala do mapa revela a dimensão do espaço representado. O mapa visto dessa forma é a representação do mun-do e, portanto, a ele está diretamente ligado. Saber olhar para o mapa e entendê-lo é transformá-lo em luz que ilumina o conhecimento. Ressaltamos que esta estratégia também é válida para gráfi cos, tabelas e imagens e por nós constantemente utilizada.

GEOGRAFIA E MUNDO REAL – A leitura carto-gráfi ca é fundamental, por construir um instrumen-tal espacial de refl exão, preparando os alunos para a concretização da alfabetização cartográfi ca, pois nas séries seguintes o desafi o será construir seus próprios mapas. A cartografi a passa a ser, então, o principal instrumento de sistematização do conhecimento geo gráfi co. A partir do trabalho com mapas, torna-se possível compreender a geografi a em sua plenitu-de, como ela é no mundo em que vivemos.

O trabalho sistemático com os mapas pressupõe a prática. Por isso o atlas é sempre uma das referên-cias no nosso trabalho, sendo utilizado sistematica-mente, para que os alunos conheçam e desvendem o mundo sem sair do lugar. No 6o ano, utilizamos o atlas para identifi car os acontecimentos geográfi cos; no 7o, os alunos podem utilizá-lo durante as provas, transformando-as em momentos de aprendizagem.

Lançamos o desafi o de ter sempre um mapa como aliado, auxiliando nas leituras de diversos textos e do mundo. Que tal levar um mapa na próxima viagem? As descobertas serão incontáveis.

André Luiz Sabino e Alessandra Garcia Vieira, professores de Geografi a do Ensino Fundamental

PARA SABER MAIS . Ana Fani Alessandri Carlos (org). A Geografi a na Sala de Aula. SP: Ed. Contexto. 1999. . Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâ-metros Curriculares Nacionais: Geografi a. Brasília: MEC / SEF, 1998. . Elza Yasuco Passini. Alfabetização Cartográfi ca e o Livro Didático: uma Análise Crítica. Belo Horizonte: Ed. Lê, 1994. . Rosângela Doin de Almeida. Do Desenho ao Mapa: Iniciação Cartográfi ca na Escola. SP: Ed. Contexto. 2006.

Aula de leitura cartográfi ca: que tal levar um mapa em

sua próxima viagem?

NA SALA DE AULA, OS OLHOS NO MUNDO

E nsinar e aprender Geografi a implica um contí-nuo exercício de análise do mundo e de sua or-

ganização. Foi nessa perspectiva que se deu uma re-cente experiência de trabalho com alunos da 2a série do Ensino Médio, utilizando-se como estratégia a organização de uma discussão aberta sobre a seguin-te questão: por que o Estado não garante a dissemi-nação de bens para todos e gera uma subclasse presa entre a assistência social e os baixos salários, uma classe média pesadamente endividada e sujeita a in-seguranças no que se refere ao trabalho e às pensões e uma nova classe de super-ricos que se esquiva das regras relativas aos impostos e à comunidade?

O ponto de partida foi o artigo “O fracasso do neoliberalismo”, de Phillip Blond, publicado na Folha Online em 26 de janeiro. Depois, os alunos retomaram as discussões sobre liberalismo e neolibe-ralismo, o signifi cado de Estado e seu papel institu-cional na organização e na gestão do país.

Seguiu-se a discussão aberta, momento muito rico, em que os alunos levantaram signifi cativas considerações acerca da questão proposta, como por exemplo: “O Estado de Direito trouxe a possibili-dade de igualdade social perante a lei.” “Nenhum modelo de Estado foi capaz de promover, de fato, igualdade social. O que se vê, no mundo globaliza-do, é o aumento da pobreza e dos abismos entre as economias.” “O que se constata é uma supremacia do mercado em detrimento da função original do Estado de Direito.”

Experiências desse tipo são enriquecedoras e pos-sibilitam ao aluno uma ampliação de sua visão de mundo, importante passo para a tomada de posição.

Cristina Forti, professora de Geografi a do Ensino Médio

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COMPONENTES CURRICULARES: ARTE

A fi nal, o que é arte?A arte estava presente nas primeiras manifes-tações de vida humana. É uma linguagem,

produto da relação entre os homens, do homem consigo mesmo e dele com o mundo, porque é uma forma de compreender o contexto a seu redor e re-lacionar-se com ele. Entender e gostar de arte não deve ser, portanto, privilégio de poucos.

Com esse objetivo, nós nos preocupamos em valorizar o interesse dos alunos pela arte e não nos contentamos em atingir poucos apreciadores.

O Panorama da Arte Brasileira, exposição bienal criada em 1969, completa um ciclo de 30 edições e quase 40 anos de existência. Como o Panorama é um dos eventos mais importantes no calendário brasileiro das artes visuais, a data não poderia passar em branco: a retrospectiva Panorama dos Panora-

mas deu aos alunos do Colégio San-ta Maria a oportunidade de conviver com diferentes olhares advindos de processos, identidades e matrizes so-cioculturais diversas.

Ao sermos questionados sobre o signifi cado da palavra “acervo”, muitas dúvida surgiram, até descobrirmos que

é “uma forma de coleção”, defi nição mais próxima de nossa compreen-são. E panorama, então? “Extensão de terreno que se avista de um de-terminado ponto.” Só compreen-demos o real signifi cado ao explo-rar esse terreno tão fértil e ter nosso próprio ponto de vista.

E quantas obras avistamos, quantas interpretações realiza-mos, quantas sensações, emoções

O OLHAR EM CONSTRUÇÃO

e expressões e o quanto imaginamos durante as ex-plicações dos monitores, olhares atentos.

“O que em mim sente está pensando”, ensinou o poeta português Fernando Pessoa.

“Eu me senti numa outra dimensão da vida”, dis-se Mateus Schmidt Mattos, do 5o B, ao descrever o que sentiu ao sair do Museu de Arte Moderna (MAM). Maria Clara Bittencourt, do 5o B, relatou: “Adorei ver obras muito estranhas e conhecer novos jeitos de pensar para fazer arte”.

A obra de arte não é simplesmente um objeto co-locado perante nossos olhos. É também um diálogo que começa quando encontramos a chave de algu-mas das tantas portas que ela contém. Foi com esse espírito que os alunos do 5o ano visitaram o MAM e vivenciaram uma atmosfera de sedução e mistério.

Amanda Silvério, do 5o B, sentiu-se em outro mundo: “É muito diferente observar uma obra an-tiga em que se retratava a vida da época e agora ver coisas completamente diferentes”. Camila Midori Maeda, do 5o B, fi cou imaginando: “Como os ar-tistas tiveram idéias tão geniais?”.

Nossos alunos descobriram que obras de arte são feitas de idéias, criatividade – e muito trabalho!

“A imaginação é certamente uma faculdade que devemos desenvolver, e só ela pode nos levar à cria-ção de uma natureza mais exaltante e consoladora do que o rápido olhar para a realidade (...) nos deixa perceber”, disse o genial pintor holandês Vincent Van Gogh.

É claro que não basta olhar. Experimentar o cor-po-a-corpo é o que conta. Para isso, temos que en-trar, possuir ou ser possuído, sentir vibrar alguma fi bra interior.

Foi assim que os alunos experimentaram algumas obras da exposição e conseguiram encontrar um Pa-

VISITA AO MUSEU DE ARTE MODERNA SE TRANSFORMA EM EXERCÍCIO DE TRANSCENDÊNCIA E DE COMPREENSÃO DO FAZER ARTÍSTICO

norama plural de sensibilidade e opiniões. Amanda Araújo Dias de Melo, do 5o B, sentiu-se “surpresa”. Giovanna Príncipe Carvalho, da mesma classe, disse: “No começo estava ansiosa; depois, achei demais”.

As obras de arte expressam um pensamento e uma visão do mundo e provocam uma forma de inquietação, uma sensação especial, uma vontade de contemplar que nos modifi ca pela emoção que proporciona. Ana Carolina de Almeida Arvati, Ve-rena Fredigoto Daroque, Marina Candelária Lima e Isabela Bonander Gregoraci, do 5o D, relatam essas sensações: “Algumas das obras não tinham expli-cação, e isso nos deixava mais curiosas. Cada obra tinha um jeito de ser, sentimentos para representar, tristeza, alegria...”.

“Eu me senti num mundo diferente, onde as coisas estão ao contrário do dia-a-dia.” Foi assim que Giulia Nagel Temperini, do 5o B, descreveu suas novas idéias depois de olhar a vida de outro ponto de vista.

É preciso conversar antes e conversar depois, pois antes e o depois costumam defi nir o tom da lingua-

gem com a qual verbalizamos idéias, desejos e afi ni-dades. A relação que os alunos estabeleceram com as obras da exposição foram multiplicadas por meio de diferentes olhares e sensibilidades.

E cada vez mais poderemos multiplicar, somar, expandir e enriquecer nossos olhares, por meio da nova parceria com o MAM e o Santa Maria. Haverá muito mais pela frente.

“O desenho é apenas a confi guração daquilo que você vê”, disse o pintor Paul Cézanne.

Sensibilizados com a exposição, muitos alunos vi-sitaram novamente o MAM com a família e foram à Pinacoteca do Estado apreciar as obras de Tarsila do Amaral. E não se cansam de afi rmar que arte é... (Complete como achar melhor, crie sua defi nição, imagine-a do seu jeito.) Sintam-se livres para desen-volver seu olhar em construção.Márcia Rodrigues Almirall, Christyanne Garcia Paes de Bueno e Ana Angélica Cardoso Machado Castilho, professoras do 5o ano

é “uma forma de coleção”, defi nição mais próxima de nossa compreen-são. E panorama, então? “Extensão de terreno que se avista de um de-terminado ponto.” Só compreen-

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Idílio, tela pintada em 1929 por Tarsila do Amaral, artista que encantou os alunos do 5o ano na visita aos museus de São Paulo

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L ogo na primeira semana de aula, o Manual do ca-louro corria pelos corredores da faculdade. Nossa!

Ainda não caiu a fi cha: daqui a quatro anos aquela projeção de futuro tão distante se tornará real. Valeu todo o esforço, a persistência e a dedicação desses úl-timos anos. Perde-se um pouco, porém se ganha um mundo de possibilidades. Independência, responsa-bilidade, atitude e cooperação são exemplos do que se vive na faculdade.

É neste momento que você começa a valorizar tudo o que contribuiu para a sua realização: a quali-dade de ensino, os confl itos por autonomia e trans-parência, os professores, os funcionários e até as aulas de Orientação de Estudo.

E os projetos? Digam o que quiserem, mas esses sim são grandes aliados na faculdade. Ensinam como trabalhar em equipe, como se comportar e interagir com pessoas muito diferentes de você. Isso é primor-dial à sobrevivência.

Daí a importância da memória, referencial valioso quando se trata de independência. Em outras pala-vras, ao lembrar os exemplos de atitude, respeito e consideração daqueles que nos eram mais próximos – professores, auxiliares, coordenação etc. –, somos capazes de tomar consciência de nossa própria situa-ção. Por isso, muito obrigada por esses anos.

Mariana Baere, universitária, ex-aluna do Santa Maria

FORMAÇÃO E MEMÓRIA

EVOLUÇÃOCOMPONENTES CURRICULARES: ARTE

C ircule. De um lado, a Pinacoteca do Estado; do outro, o Museu da Língua Portuguesa. De um lado, Tarsila do Amaral; do outro, Gilber-

to Freyre. Um de frente para o outro. Dois olhares desbravadores, repletos de brasilidade, poesia e arte.

De um lado, desenhos e telas associados às via-gens de Tarsila entre 1923 e 1933; do outro, tex-tos, pinturas, documentos, na materialização do pensamento de um dos mais brilhantes intelectuais do país. O primeiro espaço apresenta resultados de viagens; o segundo, um convite para viajar.

O projeto Circuito Cultural foi dividido em duas partes: a preparação dos alunos ao lado da equipe de professores, em sala de aula e laboratórios de in-formática (várias leituras das pinturas de Tarsila do Amaral nos foram apresentadas, assim como a obra do sociólogo Gilberto Freyre, para que tivéssemos conhecimento do que veríamos nas duas exposi-ções), e, em segundo lugar, a visita aos dois espaços, onde pudemos aprofundar nossas pesquisas para a realização das várias tarefas que nos foram propostas pelos componentes curriculares do 9o ano.

A maneira de construir verdadeiros cidadãos, projetando o futuro com ações transformadoras, é o

UM CIRCUITO MUITO CULTURALtema do projeto para os alunos do 9o ano em 2008. E nada é mais oportuno do que o exercício da cir-cularidade do olhar, buscando atingir e resgatar, em muitas direções, esses dois mundos tão explosivos de criatividade, história e modernidade.

“A Estação da Luz é realmente linda! Vi o movi-mento das pessoas indo para o trabalho. No Museu da Língua Portuguesa, ouvi poesias declamadas para uma sala escura. Quero um dia ser capaz de escrever como escreviam aqueles escritores. Na Pinacoteca, a parte mais refl exiva do Circuito Cultural, enten-di realmente que devemos expor nossos pontos de vista e deixar clara a nossa opinião, para conseguir mudar a nossa maneira de olhar o mundo.”

O projeto Circuito Cultural iniciou as atividades do ano letivo projetando, para o mês de junho, um estudo do meio ainda mais completo, no qual pre-tendemos abraçar o centro histórico de São Paulo para redescobrir infl uências na arquitetura dos tem-plos, dos prédios de valor cultural, nos movimentos da metrópole que respira intensamente o nascimen-to e a destruição das coisas belas.

Gabriela Lerbach Quiles e Nicole Londero Monteiro, alunas do 9o B, e professor Carlos Eduardo Colabone

Um momento de descontração dos alunos do 9o ano

durante a visita à Pinacoteca do Estado,

no Parque da Luz

V árias são as defi nições, ao longo da história, so-bre o que é arte, mas todas, sem exceção, apon-

tam em consenso a importância da presença da arte na vida do ser humano. Desde a pré-história a arte tem representado uma atividade fundamental do indivíduo, pois proporciona a representação do mundo cultural com signifi cado. É interpretação, expressão dos sentimentos que se manifesta, que se simboliza. A arte é, portanto, um movimento da relação homem-mundo, uma forma de entrar em contato com o universo e consigo próprio.

No Ensino Médio, a arte se insere no currícu-lo diversifi cado e é entendida como linguagem e forma de comunicação. Tem o papel de exerci-tar a percepção dos alunos em relação ao mun-do – impregnado de saberes culturais e estéticos, apresentar diferentes linguagens e possibilitar que se apropriem delas, utilizando-as em intervenções individuais ou coletivas. Do grupo de disciplinas que fazem parte desse currículo, a Arte está pre-sente nos programas Ofi cina de Imagens e Artes Plásticas (1o ano), História da Arte e Webdesign (2o ano) e Foto Digital (3o ano).

As atividades dessas disciplinas concentram-se em três grandes vertentes: olhar-ver (fl exibilizar o olhar treinado pelo senso comum) fazer artístico (mate-rialização de uma idéia) e ampliação do repertório

artístico-cultural. As aulas têm o caráter de ofi cina, em que se desenvolvem soluções inovadoras para si-tuações-problema a partir do planejamento, do de-senvolvimento e da implementação de projetos.

Nesse contexto, o ensino da arte ganha perspec-tiva mais profunda, pois gera um ambiente fértil para a ação e a refl exão em diferentes frentes do saber. Assim, o aprendizado promove boas estrutu-ras na comunicação e na expressão das idéias e no preparo para os diferentes cenários profi ssionais.

Paulo Pitombo e Elizabeth Fantauzzi, professores de Arte do Ensino Médio

POR QUE ARTE NO ENSINO MÉDIO?

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ENSINO MÉDIO: CELEBRAÇÃO

A Páscoa é celebrada por judeus e cristãos com rituais e símbolos repletos de história e significado. Para os judeus, o Pessach re-

presenta a liberdade após anos de escravidão no Egito. Para os cristãos, a alegria pela Ressurrei-ção de Cristo e a certeza da vida eterna.

Ao celebrar a Páscoa no Ensino Médio, priori-zamos momentos de refl exão e rituais que buscam re-signifi car valores muitas vezes sufocados pelos fortes apelos da cultura individualista e consumis-ta. É um desafi o estimular os adolescentes para momentos que mobilizem para essas questões.

De 17 a 19 de março, alunos e professores estiveram juntos em vivências, refletindo sobre a vida. O tema escolhido foi o da comensalidade. O objetivo era repensar nossas práticas cotidia-nas relacionadas ao ato de comer e beber. Para suscitar um pensamento individual e coletivo, abordamos a parábola sobre a comensalidade narrada no livro Virtudes para um outro mundo possível, de Leonardo Boff (vol III: Petrópolis, RJ: Vozes, 2006).

O SENTIDO DA PÁSCOA“O comer juntos, solidários uns com os ou-

tros, representa a suprema realização humana (...). E o inverso, a vontade de comer, mas egois-ticamente, cada um para si, realiza a suprema frustração humana.”

O texto nos faz refletir sobre questões rela-cionadas à necessidade do comer e beber. Vale ressaltar que uma parcela significativa da hu-manidade está faminta, subnutrida e sem água potável. Comer e beber são ações comunitárias, rituais carregados de significações, que vão mui-to além da necessidade biológica. Os alimentos são símbolos do encontro, da hospitalidade, do respeito, da convivência, do perdão, da partilha e da comunhão.

Na celebração, os alunos foram sensibilizados para a experiência da partilha. Cada grupo classe se responsabilizou por trazer alimentos a serem compartilhados. Prepararam a mesa, mas na hora de comer a própria refeição foram surpreendidos e desafi ados a trocar de lugar com outro grupo. É no comer e no beber juntos que perpetuamos a vida e expressamos a alegria da convivência. Res-saltamos alguns momentos marcantes do fi nal da celebração:

. a dança circular comandada pela orientadora do Infantil e Jardim, Paula Bacchi, que resgatou a sensação maravilhosa de estar juntos;

. a Oração de São Francisco conduzida pela pro-fessora Mary Carmem, que sintetizou o sentido maior de estarmos juntos celebrando a páscoa: nossa busca permanente por uma cultura de paz;

. o abraço da paz, que representou o acolhi-mento do outro em sua essência.

Denise Selmo, Ednilson Oliveira, Elizabeth Fantauzzi, Paulo Felipe e Paulo Pitombo, professores do Ensino Médio

Pátio do Ensino Médio com alunos reunidos

durante a Páscoa:ênfase na experiência

da partilha

SHOW DE BOLA

A leitura está presente em nossa vida desde o momento em que começamos a “compreen-der” o mundo a nossa volta. O prazer da lei-

tura não está na simples união dos símbolos que formam palavras, mas no fato de o leitor poder in-terpretar, compreender e interagir com o que lê e, assim, penetrar em mundos diferentes, caminhar por novos espaços e ganhar novos amigos.

O estímulo à leitura é fundamental para quem fi cou muitos anos longe dos livros. Assim, nas aulas habituais e de reforço levamos aos alunos a opor-tunidade de ler obras em que se tornam possíveis a interpretação do autor e o exercício da imaginação. Essa prática promove o hábito de procurar novas leituras e partir para outros desafi os. O que antes era encarado como um “fardo pesado”, sem signi-fi cado, pois não havia ligação com sua vida e os problemas do dia-a-dia, torna-se um prazer.

Um dos objetivos do projeto de leitura é tocar o interior do leitor, seus problemas e valores sociais – ou seja, transformá-lo em um leitor do mundo, pronto a encarar qualquer tipo de texto, do mais simples ao mais complexo.

Recentemente, essa experiência se comprovou nas produções dos alunos da 7a série do Supletivo, quando da criação de uma narrativa baseada no li-vro Ana e Pedro, de Vivina de Assis Viana e Ronald

A MAGIA DA LEITURA

SUPLETIVO

Claver, cujo teor é a troca de cartas entre dois ado-lescentes. As personagens ganhavam vida à medida que os alunos se aprofundavam na leitura e nas dis-cussões em sala de aula, com resultados surpreen-dentes e diferentes enredos e desfechos. Outra boa surpresa foi o trabalho da 8a série com a leitura de obras de Shakespeare. Os alunos fi zeram pesquisas na internet para obter informações sobre o autor e sua época. Assistiram ao fi lme Shakespeare apaixo-nado e, depois de debate em sala de aula, partiram para o trabalho escrito: descrição do estilo de vida na época; reescrita da peça Sonho de uma noite de verão, em que poderiam participar como narrador, personagem ou observador; e criação de textos dis-sertativos sobre temas destacados nas obras.

Não é à toa que a leitura é um processo intera-tivo entre leitor e texto, envolvendo um compro-metimento que precisa ser mantido com estímulos freqüentes e uma dose grande de carinho. Quando se atende a essa necessidade, o aluno absorve a vi-vência adquirida e é tocado pela leitura, deixando-a fazer parte de sua vida, transformando-o sempre.

Levamos a leitura ao alunos do Supletivo como meio de engrandecê-los, de abrir horizontes e até de transformar a vida deles, quando começam a entender os mistérios do conhecimento.

Maria José Tocci Malfi tano, professora de Português do Supletivo

O curso de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Santa Maria tem 750 alunos, no período noturno

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COLÉGIO SANTA MARIAAV. SARGENTO GERALDO SANTANA, 890/901 – JARDIM MARAJOARA – 04674-225 – SÃO PAULO – SPNOVO TELEFONE (11) 2198-0600 – WWW.COLSANTAMARIA.COM.BR

INSTITUTO DAS IRMÃS DA SANTA CRUZ

COLÉGIO SANTA MARIACOLÉGIO SANTA MARIA

Gabriel Costa e colegas do 5o H durante o recreio

Foto tirada durante visita dos alunos à Mata Atlântica

Os alunos do Santa Maria assumiram o compromisso de produzir um boletim informativo denominado Santa Coleta. A agenda de 2008 fi cou assim: em fevereiro, o 5o ano; em março, o 6o; em abril, o 4o; em maio, o 7o; em junho, o 3o; em agosto, o 8o; em setembro, o 2o; em outubro, o 9o; em novembro o 1o ano e, em dezembro, a Educação Infantil.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: SANTA COLETA

1ª DICA: MOBILIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E CIDADANIAFreqüente feiras e exposições relacionadas ao meio ambiente. Você terá informações recentes sobre o que precisa fazer para ter um planeta melhor. “Se eu pensar somente em mim ao utilizar materiais descartáveis para construir outros novos, posso imaginar que a ajuda é pequena, mas se eu imaginar que todos os colegas da minha classe estão fazendo a mesma coisa, os alunos das outras classes também, os alunos de outras escolas, de outras cidades, de outros estados... Nossa! A quantidade aumenta muito e a sensação de cooperação com o meio ambiente é muito maior”, diz Camilla Menezes Penteado, do 5o G.

2ª DICA: LIXO, A RECICLAGEM INCENTIVE SEUS COLEGAS“Eu acredito que fazer a coleta seletiva seja importante para a limpeza da cidade. Reciclar economiza matéria prima, energia elétrica,

BOLETIM INFORMATIVO SANTA COLETA – FEVEREIRO 2008

MANUAL DE ETIQUETA ECOLÓGICA DO 5O ANO – APRENDA A MODIFICAR SEUS HÁBITOS PESSOAIS COM OS EDUCADORES AMBIENTAIS

água e ainda diminui os lixões da cidade.” 3ª DICA: NOS DIAS DE SEMANA COMPARTILHE SEU CARRO, PRATICANDO A CARONA SOLIDÁRIA.Há sempre alguém fazendo o mesmo trajeto que você! Já nos fi ns de semana, encoste o carro, dê preferência a uma vida saudável.“Achamos que a carona solidária colabora com o meio ambiente, assim como o exercício físico colabora com a nossa saúde.” Ana Luíza e Bia, do 5º H.

4ª DICA: UMA IDÉIA LUMINOSAGuilherme Moura, do 5º G, dá a dica: “As pessoas deveriam trocar as lâmpadas incandescentes pelas fl uorescentes, que gastam menos energia e duram mais!”

5ª DICA: ÁGUA... ELA ATÉ CAI DO CÉU, MAS É UM RECURSO ESGOTÁVEL E RARO EM MUITOS LUGARES DO MUNDO. Se em apenas 5 minutos você escovar os dentes com a torneira aberta, 12 litros de água potável serão desperdiçados.

7ª DICA: TEM ATITUDE MAIS GROSSEIRA DO QUE JOGAR LIXO NO CHÃO?O castigo para essa gafe é garantido: enchentes, poluição e doenças.

8ª DICA: TRANSFORME-SE EM UM CIDADÃO SUSTENTÁVELDissemine as práticas aqui sugeridas e cobre ações de seus representantes. “Eu sou Educador Ambiental; se quiser aprender comigo, faça igual.” Fuad Ali Serhan, 5ºG

Educadores Ambientais no Parque do Ibirapuera: Viva A Mata 2007

6ª DICA: ENERGIA ELÉTRICA X FLORESTAS...O consumo cada vez maior requer a construção de novas usinas hidrelétricas e mais fl orestas vão desaparecer para dar lugar a elas. “Nós temos que economizar água e o governo pode investir mais nas fontes de energia eólica e solar.”

Alunos em passeio ciclístico realizado pelo Colégio

Matheus Kenzo e Felipe Casimiro no Museu da Energia em Jundiaí