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ESCOLA DE POLÍTICAS PÚBLICAS TCESP CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM POLITICAS PUBLICAS - EACH/USP GESTÃO DOCUMENTAL PROJETO PARA ELABORAÇÃO DE MANUAL TÉCNICO DE GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS FISICOS E VIRTUAIS DA DIRETORIA DE EXPEDIENTE ORIENTADOR: JOSE CARLOS VAZ CLEIDE APARECIDA VITORINO MAIO/2012

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ESCOLA DE POLÍTICAS PÚBLICAS – TCESP

CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM POLITICAS PUBLICAS - EACH/USP

GESTÃO DOCUMENTAL

PROJETO PARA ELABORAÇÃO DE MANUAL TÉCNICO DE

GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS FISICOS E VIRTUAIS DA

DIRETORIA DE EXPEDIENTE

ORIENTADOR: JOSE CARLOS VAZ

CLEIDE APARECIDA VITORINO

MAIO/2012

2

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a oportunidade de participar da Primeira Turma de

Pós Graduação do Curso de Gestão de Políticas Publicas, promovido pelo Tribunal de

Contas, por meio da Escola de Contas Públicas desde a sua equipe da Coordenação, a

EACH/USP e seus professores.

A meu orientador Professor Jose Carlos Vaz pela paciência e pela

orientação dada.

A minha família que sempre me apoiou, auxiliou e acreditou na

concretização de meus projetos.

Aos meus colegas da Diretoria de Expediente que não mediram esforços

para auxiliar nesse projeto.

Aos meus colegas de pós-graduação, por participarem de uma fase tão

importante em nossas vidas: trabalhar e estudar juntos.

3

Ubuntu: “Eu sou porque nós somos”

Frase dita Desmond Tutu ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 1984, referindo à

importância do cooperativismo nas equipes, reportando-se ações e atitudes direcionadas

ao coletivo e não ao individual.

No âmbito da gestão publica, deve levar-se em consideração que as mudanças somente

ocorrerão, quando houver a participação de todos, utilizando-se o conhecimento e

memória de quem construiu, de quem realizou e realiza, bem como daqueles que irão

realizar e construir.

4

RESUMO

Com advento do século XXI o processo de globalização e os avanços da tecnologia da

informação no cenário organizacional, a tanto no setor público como privado,

preocupou-se com o uso de técnicas, métodos e procedimentos adequados e eficientes.

Traz a rapidez na obtenção de conhecimento, a disseminação de informação e o

desenvolvimento de uma estrutura de recursos e pessoas capacitadas no planejamento e

organização dos procedimentos necessários de métodos eficientes.

Este trabalho tem a finalidade de mostrar a utilização dos métodos administrativos para

padronização e melhoria da qualidade das atividades ou serviços, por meio do objetivo

geral: analisar os métodos administrativos para padronização e melhoria da qualidade

das atividades executadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, através da

proposta de alternativas na manualização dos procedimentos internos, especialmente

para o setor de protocolo e autuação dos processos físicos, tendo como objetivos

específicos, tais como: identificar os processos e fluxos de informações; identificar a

necessidade da implantação de manuais ou notas técnicas de procedimentos, bem como

definição de um padrão de apresentação de acordo com as normas vigentes.

.

Palavras-chaves: padronização, procedimentos, manual, documentação, gestão de

documentos, temporalidade, eficiência, arquivos, protocolo, Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo.

5

RÉSUMÉ

Avec l'avènement de la vingt et unième siècle le processus de la mondialisation et les

progrès de la technologie de l'information dans le cadre de l'organisation, dans les

secteurs public et privé, concernés par l'utilisation des techniques, méthodes et

procédures appropriées et efficaces. Il apporte la rapidité dans l'obtention des

connaissances, diffusion de l'information et le développement d'un cadre de ressources

et de personnes qualifiées dans la planification et l'organisation des procédures

nécessaires à des méthodes efficaces.

Ce travail vise à montrer l'utilisation de méthodes administratives de la normalisation et

des activités d'amélioration de la qualité ou des services par le biais de l'objectif général:

d'analyser les méthodes administratives en matière de normalisation et les activités

effectuées amélioration de la qualité par la Cour de l'Etat de Paul, à travers les solutions

de rechange proposées dans manualização des procédures internes, en particulier pour le

protocole de l'industrie et l'évaluation fiscale des processus physiques, avec des

objectifs spécifiques, tels que: l'identification des processus et des flux d'information,

d'identifier la nécessité pour les manuels de mise en œuvre ou de notes procédures

techniques ainsi que d'établir une norme de présentation selon les normes.

Mots-clés: normes, procédures, manuels, documentation, gestion des documents,

rapidité, l'efficacité, les fichiers, le protocole, la Cour de l'Etat de Sao Paulo.

6

Índice de Siglas

TCESP: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

CGU: Conselho Geral da União

CNJ: Conselho Nacional da Justiça

CONARQ: Conselho Nacional de Arquivos

DE: Diretoria de Expediente

INTRANET : Rede interna de alguma instituição ou empresa em que geralmente o

acesso ao seu conteúdo é restrito

ONU: Organizações das Nações Unidas

OEA: Organização dos Estados Americanos

PROMOEX : Programa de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados

e Municípios Brasileiros

LAI: Lei de Acesso à Informação

UNCITRAL/ONU: United Nations Commission ou Internacional Trade Law

SAESP: Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo

STJ : Superior Tribunal de Justiça

STF : Superior Tribunal Federal

TCU: Tribunal de Contas da União

TI: Tecnologia da Informação

7

SUMÁRIO

1. Introdução 10

1.1 Definição de Gestão Documental e Manual/Nota técnica 10

1.2 Objetivos Gerais do Trabalho 14

1.2.1 Objetivos Específicos 14

1.3 Aspectos Metodológicos: caracterização da pesquisa, participantes da pesquisa e

coleta de dados. 15

1.3.1 Gestão de Processos da Instituição 15

1.3.2 Diagnostico de Avaliação dos Processos Institucionais 16

1.3.3 Mapeamento da Situação Atual 17

1.3.4 Redesenho de processos – Situação Futura 17

2. Fundamentos Legais 18

3. Descrições de avaliação da situação atual da Diretoria de Expediente 20

3.1 Mudanças 21

3.2 Manual Técnico de Gerenciamento de Documentos Físicos e Digitais da

Diretoria de Expediente

4. Escopo de Manual : Vantagens e Desvantagens 22

8

4.1. Documentação dos processos para confecção dos manuais devemos registrar os

seguintes processos 23

4.2. Estrutura de um manual 24

4.3. Fases de Elaboração de um manual administrativo 24

4.4. Definições de Atribuições e Responsabilidades 25

4.5. Tabelas de Temporalidade 27

5. Propostas para Implantação a Gestão Documental no âmbito do TCESP 28

5.1. Questionário metodologia para elaboração do manual de procedimentos da

Diretoria de Expediente. 29

6. Considerações Finais 30

7. Procedimentos Geras para utilização dos serviços de Protocolo: Conceitos e

Definições 30/34

7.1. Figura 1 Estrutura da Diretoria de Expediente 35

7.2. Figura 2 Ciclo de tramitação de protocolo e documentos 36

7.3. Figura 3 Ciclo de Documentos e Processos no setor de Protocolo 37

Anexo: Legislação 38/56

9

1 - Introdução

No contexto mundial verifica-se uma crescente necessidade das empresas e órgãos

públicos buscarem instrumentos que auxiliem na organização e controle de suas

atribuições e competências para estes sejam usados de maneira adequada, a fim de

salvaguardar a atividade administrativa, bem como alcançar a qualidade e eficiência das

atividades por eles exercidas.

A busca por qualidade e eficiência nos serviços públicos demanda o uso de práticas

operacionais apropriadas, promovendo a capacitação os servidores facilitando o

encontro de informações e auxiliando a administração na organização e na gestão de

pessoas.

A análise dos processos de trabalho e o planejamento das atividades desenvolvidas pelo

TCESP, facilitam no desenvolvimento do processo administrativo, sendo

imprescindível a participação de seus servidores para agilizar a realização das atividades

que envolvam as partes interessadas e os cidadãos.

Os problemas gerados em face da inexistência de padronização de procedimentos

causam atrasos nas atividades do setor de protocolo e autuação e acarretando retrabalho.

Dessa forma, os problemas apresentados me orientaram a elaborar um manual para o

setor, especificamente na autuação de processos físicos, de forma clara com uso de

textos objetivos, de fácil compreensão.

10

1.1 Definição de Gestão de Documentos e Manual/Nota Técnica

Consiste a Gestão de Documentos num conjunto de procedimentos e operações técnicas

referentes à produção, à tramitação, ao uso, à avaliação e ao arquivamento dos

documentos em fase corrente e intermediaria, visando a sua eliminação ou recolhimento

para guarda permanente (Art.3.º, Lei n.º 8.159/91).

A Gestão Documental tem como finalidade:

- organizar, de forma eficiente e cronológica os documentos, bem como manutenção e

destinação/trâmite dos mesmos;

- realizar a triagem da documentação, eliminando os que não tenham como

característica valor administrativo, fiscal, legal, histórico ou cientifico;

- utilizar as ferramentas tecnológicas ou outras técnicas de gerenciamento eletrônico de

documentos;

- assegurar o direito à informação (art. 5.º, XXXIII CF), à memória;

- proteger os documentos de valor histórico, artístico e cultural (art. 23, III CF);

Artigo 1.º da lei Federal n.º 8159, de 8 de janeiro de 1991:

É dever do Poder Público a gestão documental e proteção especial a documentos de

arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento

cientifico e como elemento de prova e informação.

Artigo 25 – Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da

legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente

ou considerado de interesse público e social.

A Gestão de Documentos pressupõe uma intervenção no ciclo de vida dos documentos

físicos ou virtuais desde sua produção até serem eliminados ou recolhidos para guarda

definitivo. Trata-se a gestão de documentos a serem guardados de acordo com as suas

idades correntes e intermediaria especificamente nos setores de arquivamento. Para

efetivo controle documental nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das

transferências aos arquivos centrais/intermediários (são aqueles que aguardam um prazo

estabelecido por lei), do processamento das eliminações e recolhimentos ao arquivo

permanente, quando trata-se de arquivo permanente com valor histórico-cultural.

São as três fases da gestão de documentos:

1 - produção de documentos: que se trata a elaboração de formulários, implantação de

sistemas de organização da informação, aplicação de novas tecnologias e procedimentos

administrativos.

2 - manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas

reprodução, automatização do acesso, mobiliário, materiais e espaço físico.

11

3 - destinação final dos documentos: deve-se instituir um programa de avaliação que

garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente e a eliminação de

documentos comuns sem valor probatório e informativo.

Vale destacar, que a avaliação de documentos de arquivo é de grande importância para a

implantação de políticas de gestão de documentos, tanto nas instituições publica quanto

nas empresas privadas.

A figura abaixo ilustra os valores, prazo de guarda e ciclo de vida de documentos,

demonstrando uma Tabela de Temporalidade para uso no Arquivo.

VALORES DOS DOCUMENTOS DE

ARQUIVO

PRAZOS DE GUARDA

IMEDIATO

ADMINISTRATIVO

LEGAL

FISCAL

TEMPORÁRIA

DOCUMENTOS QUE SEJAM COPIAS

QUE CONTENHAM DUPLICIDADE

DE INFORMAÇÃO, MÁ QUALIDADE

DE IMPRESSÃO OU QUE PODEM SER

RECUPERADOS.

MEDIATO

HISTORICO

PROBATÓRIO

INFORMATIVO

PERMANENTE

É DE CRIAÇÃO, CONSTITUIÇÃO,

MODIFICAÇÃO OU EXTINÇÃO DO

ORGÃO.

(regulamentos, regimentos, normas,

organogramas, fluxogramas, convênios,

ajustes, acordos, termos de cooperação,

balanços, livros-razão e livros diários,

atas e resoluções).

12

CICLO DE VIDA

IDADE DE

DOCUMENTO

VALOR DURAÇÃO

MÉDIA

FREQUENCIA DE

USO/ACESSO

LOCAL DE

ARQUIVAMENTO

ADMINISTRATIVO IMEDIATO

OU

PRIMARIO

cinco anos Documentos

vigentes/muito

consultados/acesso

restrito ao setor produtor

Arquivo corrente

INTERMEDIARIO

1-PRIMARIO

REDUZIDO

5 + 5= 10

anos

Documentos

vigentes/regularmente

consultados/acesso

restrito ao órgão ou

interessado

Arquivo Central

INTERMEDIARIO

2-PRIMARIO

MININO

10 + 20 = 30

ANOS

DOCUMENTOS

VIGENTES/PRAZO

PRESCRICIONAL

LONGO/REFERNCIA

OCASIONAL/POUCO

FREQUENCIA DE

USO/ACESSO

PUBLICO/MEDIANTE

AUTORIZAÇÃO

ARQUIVO

INTERMEDIARIO

INTERMEDIARIO

3-

SECUNDARIO

POTENCIAL

30 + 20 = 50

ANOS

DOCUMENTOS

VIGENTES/PRESCRIÇÃO

LONGA / REFERÊNCIA

OCASIONAL/POUCA

FREQUENCIA DE USO/

ACESSO PUBLICO

MEDIANTE

AUTORIZAÇÃO

ARQUIVO

INTERMEDIARIO

HISTORICA SECUNDARIO

PRIMARIO

DEFINITIVA DOCUMENTOS QUE

PERDERAM A

VIGENCIA E OU

PRESCRIÇÃO/VALOR

PERMANENTE/ACESSO

PUBLICO PLENO

ARQUIVO

PERMANENTE OU

HISTORICO

13

Vale considerar também, que atualmente a gestão documental prevê três visões que

devem ser atentamente observados:

1.º - Documentos físicos, digitalizados e eletrônicos;

2.º - Postura dos servidores e dos setores envolvidos durante todo o ciclo de vida do

documento;

3.º- Qualificação e capacitação dos servidores e terceiros que executam ou irão executar

serviços relacionados à gestão de documentos. Podemos citar nos casos de digitalização,

guarda provisória ou definitiva, transporte e etc.;

Diante das visões demonstradas, faz-se necessário, a criação de Norma Documental e

uma Tabela de Temporalidade prevendo a três modalidades de documentos (físico

eletrônico e digitalizado). Os documentos físicos terão sua importância e tratamento

adequado, quando for realizada a padronização dos procedimentos de registro,

recebimento, manuseio, guarda e expurgo. É importante mencionar, que para o descarte

dos documentos digitais é fundamental o armazenamento de cópia eletrônica, seja ela

oriunda de email, logs de s sistema, arquivos eletrônicos, dentre outras ferramentas,

com intuito de preservação da autenticidade e integridade, elementos indispensáveis

1.2 – Objetivos Gerais do Trabalho

Esse trabalho tem como objetivo desenvolver um manual de técnico de gerenciamento

de documentos físicos, especificamente com foco nas atividades realizadas no setor de

autuação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Propõe à elaboração/organização de um manual que auxiliara a sistematização das

atribuições em etapas a ser cumprida, a transparência dos procedimentos adotados pelo

TCESP, a identificação das principais deficiências e apontando possíveis falhas durante

a execução das atividades administrativas.

Padroniza toda atividade e/ou procedimentos como meio de alcançar a eficiência no

processo de produção, bem como organizá-la para que no recebimento, registro de

entrada de documentos, implantando-os de dados no sistema informatizado de dados, a

autuação dos processos de forma físicos, na pesquisa e guarda de documentos tanto

físicos e virtuais, para que sejam realizados de forma rápida, segura e eficiente.

1. 2.1 – Objetivos Específicos

Estabelecer critérios para recebimento de documentação pelo setor de protocolo tendo

como base normas, instruções, notas técnicas do TCESP e outras legislações

pertinentes;

14

Utilizar ferramentas de gerenciamento eletrônico de documentos, tais como código de

barras com leitura óptica, a remessa através de sistema eletrônico também utilizando a

leitura óptica, programas de planilhas de trabalho, fluxogramas e outros mecanismos;

Formar de comissão técnica e/para gestão de documentos e informações, que atue de

forma continua, em face de implantação de novos sistemas;

Elaborar métodos e procedimentos para recepção, produção, trâmite e guarda e autuação

de processos;

Atualizar e redesenhar as atribuições da Diretoria de Expediente, bem como de cada

setor que a compõe;

Preservar documentos físicos, tanto àqueles em trâmite ou àqueles que necessitem de

reconstituição e/ou recuperações de informações nele contidas, bem como àqueles

destinados à guarda permanente ou temporária;

Reestruturar os setores envolvidos no programa gestão documentais, capacitando

servidores para novas ferramentas a serem implantadas;

1.3 Aspectos Metodológicos: caracterização da pesquisa, participantes da

pesquisa e coleta de dados.

Foi realizado o levantamento dos dados por meio de três instrumentos: a observação do

servidor que apresenta esse trabalho de conclusão, obtido através de registro de falhas

e/ou retrabalhos referente aos fluxos de processos de autuação de processos, registro de

documentos e pesquisa geral realizada por interessados e por servidores em diversas

áreas.

A - O segundo instrumento foi realizado um levantamento através de um questionário

aplicado entre os servidores lotados nas áreas indicadas que tem como atribuição a

execução dos procedimentos já indicados.

B - O terceiro instrumento foi realizado uma busca bibliográfica sobre o tema em

questão e levantamento de projetos similares outras instituições administrativas (federal,

estadual e municipal) que estruturam seus setores de expediente e protocolo.

C - Os resultados apresentaram a necessidade da padronização de procedimentos, a

elaboração de um manual ou nota técnica, bem como a utilização de ferramentas

tecnológicas mais eficazes nos procedimentos administrativos. As sugestões propostas

servirão para iniciar o processo de padronização e documentação das atividades

desenvolvidas pelos servidores do TCESP.

1.3.1 - Gestão de Processos da Instituição

15

Toda instituição tanto publica ou privada desenvolve inúmeras atividades, que levam à

produção de resultados na forma de produtos e serviços. O conjunto dessas atividades,

devido à sua natureza e aos resultados gerados, pode ser enquadrados na forma de

processos organizacionais que, de forma integrada, trabalham no sentido de promover a

consecução dos objetivos da organização, diretamente relacionados à sua missão.

Trata-se de Gestão de Processos Institucional os processos de trabalho da instituição

que estão sendo monitorados, avaliados e revisados, com foco na melhoria continua e

no alcance dos objetivos da organização.

A Gestão de Processos tem como objetivo a implementação de rotinas que promovam a

sistematização, monitoramento, avaliação e implantação de melhorias nos diferentes

processos institucionais a serem desenvolvidos, de acordo com a missão institucional. E

compreende:

I. Conhecer e mapear os processos institucionais desenvolvidos pela

instituição e disponibilizar as informações, promovendo a sua

uniformização e descrição em manuais.

II. Identificar, desenvolver e difundir internamente e metodologias e

melhores práticas de gestão de processos;

III. Promover o monitoramento e avaliação de desempenho dos processos

institucionais, de forma contínua, mediante a construção de

indicadores apropriados; e.

IV. Implantar melhorias nos processos, visando a alcançar maior

eficiencia, eficácia e efetividade no seu desempenho.

A implementação permanente da gestão de processos contribuirá para:

I. Proporcionar um modelo de gestão integrado, com uma visão

sistêmica dos processos, com foco nos resultados, referenciados

nas necessidades de todos os envolvidos e nas diretrizes

estratégicas da instituição;

II. Difundir o conhecimento institucional, com a disponibilização de

informações sobre os processos desenvolvidos pela instituição;

III. Aperfeiçoar a utilização dos recursos da instituição seja materiais,

humanos ou financeiros, no desempenho de suas atribuições;

IV. Subsidiar a identificação das competências requeridas para

operacionalização dos processos, promovendo a alocação adequada

dos servidores, segundo seu perfil;

V. Orientar eventuais propostas de revisão da estrutura institucional,

visando à melhor operacionalização dos processos; e.

16

VI. Criar condições para promover adequações decorrentes de mudanças

no ambiente externo.

1.3.2 – Diagnostico de Avaliação dos Processos Institucionais

Para efetivamente a implementação de Gestão de Processos tem-se que diagnosticar a

situação atual dos processos dos setores envolvidos, tendo como objetivo a orientação

para manuais globais e/ou setoriais. Sendo que para levantamento proposto tem-se que

conter as seguintes informações;

- atualização dos registros dos processos (identificando novos processos, alterados e não

mapeados, necessidade de redesenho);

- mapear os problemas e mudanças para aperfeiçoar o desempenho e melhorar a

qualidade dos produtos de processo.

Deve elaborar os seguintes procedimentos:

I. Avaliação dos processos de cada setor institucional pela Comissão de Avaliação de

Documentação, quando for instaurada;

II. Validação da avaliação pelos responsáveis da Diretoria e do Departamento;

III. Análise e consolidação das avaliações das unidades institucionais envolvidas;

IV. Divulgação do diagnostico apresentado para recebimento de sugestões.

1.3.3 – Mapeamento da Situação Atual

Compreende o levantamento e o registro da situação atual, descrevendo fluxos e demais

informações necessárias a uniformização de processos por todos os envolvidos. Podem-

se mapear as principais atividades através: de levantamento e definição dos fluxos dos

processos, atividades e tarefas, orientados por ferramenta identificação dos responsáveis

dos processos, descrição processos em manuais, identificação dos indicadores de

desempenho dos processos e apontamentos das fragilidades e oportunidades de

melhoria de processos. Todos os servidores diretamente envolvidos devem participar do

processo.

1.3.4 – Redesenho de processos – Situação Futura

17

Consiste em redesenhar uma situação futura, tendo como base o diagnostico levantado,

que deverá constar forma de corrigir, melhorar ou inovar o processo, para

aperfeiçoamento a eficiencia, a eficácia e a adaptabilidade da situação atual. É a fase de

análise, melhoria dos processos e divulgação dos processos institucionais que deverão

ser atualizados na INTRANET.

São importantes para implantação dos processos redesenhados que sejam observadas as

seguintes considerações com os sistemas informatizados e alterações legais, alocação de

servidores ou capacitação, disponibilidade de recursos materiais, de infraestrutura e

outros que se tornarem necessários.

2. Fundamentos Legais

Constituição Federal de 1988, artigo 5.º, XXXIV “Todos tem direito a receber dos

órgãos publico informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,

que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas

cujo sigilo seja imprescindível a segurança da sociedade e do Estado”.

Constituição Federal de 1988, art. 216, § 2.º “Cabem à administração pública, na forma

da lei, a gestão da documentação governamental e as providencias para franquear sua

conduta a quantos delas necessitem”.

Lei Federal de Arquivos n.º 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art. 1.º “É dever do poder

público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivo, como

instrumento de apoio à administração, à cultura ao desenvolvimento cientifico e como

elemento de prova e informação”.

Lei Federal de Arquivos n.º 8.159, de 8 de janeiro de 1991 art. 3.º “Considera- se gestão

de documentos o conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção,

tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a

sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”.

Lei Federal de Arquivos n.º 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art. 17 “A administração da

documentação pública ou de caráter público compete as instituições arquivísticas

federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais”.

Lei Federal de Arquivos n.º 8.59, de 8 de janeiro de 1991, art. 21 “Legislação estadual,

do Distrito federal e municipal definirá os critérios de organização e vinculação dos

arquivos estaduais e municipais,bem como a gestão e ao acesso aos documentos

observado o disposto na Constituição Federal e nessa Lei”.

Decreto n.º 48.897 de 27 de agosto de 2004 – Aprova o Plano de Temporalidade dos

Documentos da Administração Pública do Estado de São Paulo: Atividades – meio e dá

providencias correlatas.

18

A referida legislação contribui para na administração publica, para acompanhamento de

ações do estado e para exercício da cidadania.

Segundo orientação da CGU os órgãos públicos deverão definir o fluxo interno de

tramitação dos pedidos de acesso, constituir, de imediato, grupo de trabalho para

planejar e coordenar a implementação da lei; e adotar medidas de aprimoramento dos

processos de registro, processamento e gestão, bem como arquivamento de informações

e documentos.

Lei de Acesso à Informação – Lei n.º 12.527 de 18/11/2011, entrará em vigor no dia 16

de maio de 2012. Estabelece que as instituições públicas tenham que disponibilizar na

internet informações básicas como competência, estrutura organizacional e execução

orçamentária. Vale destacar, que os documentos como planos de governo, auditorias,

prestações de contas, bem como arquivos públicos, não deixando que informar que os

documentais produzidos por instituições privadas que sempre mantém vinculo com o

poder publico, também devem ser disponibilizados para acesso aos cidadãos.

Somente justificável o sigilo de documentos os oriundos de casos de proteção de

segurança de estado e caráter de informações pessoalíssimas.

Estabelece que o período para manutenção de sigilo de documentos é o seguinte:

- ultrassecreto serão de 25 (vinte e cinco) anos;

- secretos será de 15 (quinze) anos;

- reservados será de 5 (cinco) anos.

Poderá ser prorrogado o prazo por uma única vez e por igual período. E que o máximo

de prazo de sigilo admitido por lei será de 50 (cinquenta) anos, cabendo aos órgãos

rever as classificações atuais em dois anos, contados a partir da vigência da lei.

O critério de classificação não poderá ser excessivo, pois deverá considera o caráter de

interesse publico e a possibilidade de desclassificação de sua natureza anterior finda o

prazo de término da ocorrência de evento especifico. Qualquer poderá solicitar a revisão

da classificação junto ao órgão responsável pelo documento.

A lei de acesso a informações públicas garante esse direito e estabelece que qualquer

cidadão possa pedir acesso a todos os tipos de dados públicos:

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações

aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo,

devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação

requerida.

§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do

requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação.

19

§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de

encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da

solicitação de informações de interesse público.

O acesso à informação como direito fundamental também é reconhecido por

importantes organismos da comunidade internacional, como a Organização das Nações

Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). São os tratados,

convenções e declarações assinadas pelo Brasil:

Declaração Universal dos Direitos Humanos artigo 19: “Todo ser humano tem direito à

liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter

opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e

independentemente de fronteiras”.

Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção artigos 10 e 13: “Cada Estado-parte

deverá (...) tomar as medidas necessárias para aumentar a transparência em sua

administração pública (...) procedimentos ou regulamentos que permitam aos membros

do público em geral obter (...) informações sobre a organização, funcionamento e

processos decisórios de sua administração pública (...)”.

Declaração Interamericana de Princípios de Liberdade de Expressão item 4: “O

acesso à informação mantida pelo Estado constitui um direito fundamental de todo

indivíduo. Os Estados têm obrigações de garantir o pleno exercício desse direito”.

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos artigo 19: “Toda pessoa terá direito

à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e

difundir informações e idéias de qualquer natureza (...)”.

United Nations Commission ou Internacional Trade Law, conhecido como UNCITRAL

da ONU, fez algumas recomendações através de uma lei que estabelece que os documen

tos eletrônicos tenham o mesmo valor probatório, que os documentos escritos, que

sejam seguros utilizando-se de recursos tecnológicos.

3. Descrições de avaliação da situação atual da Diretoria de Expediente

Diante do levantamento realizado por questionário aplicado nos servidores que

exercem suas funções administrativas no setor de protocolo e autuação e por minha

observação, contatei que temos os seguintes resultados apresentaram a necessidade de

padronização dos procedimentos e de processos de trabalho, a elaboração de um manual

ou nota técnica, bem como a utilização de ferramentas tecnológicas mais eficazes nos

procedimentos administrativos, diante das descrições mapeadas durante a elaboração

desse trabalho verificou o seguinte:

- Fluxos de trabalho não definidos;

20

- Não há metodologia definida na Diretoria de Expediente, o que dificulta a pesquisa, o

estabelecimento e a disseminação de normas e padrões para o desenvolvimento de

sistemas informatizados;

- Não há padronização dos documentos da Diretoria de Expediente;

- Não há padrão de desenvolvimento de implementação e nem de banco de dados na

Diretoria de Expediente, só há padrão de tela;

- Os sistemas existentes são desenvolvidos em várias linguagens e são utilizados bancos

de dados;

- Falta de fluxos de trabalho definidos na área de interface com outras áreas da Diretoria

de Expediente;

- Falta de divulgação interna das responsabilidades da Diretoria de Expediente para

outros setores da Casa;

- Falta de uniformidade na inserção de dados nos sistema de protocolo e documentos.

- Ausência de recursos físicos, materiais (equipamentos compatíveis com as atribuições

que executam necessários para prestação de serviços de qualidade).

3.1 – Mudanças

No Brasil tem demonstrado um grande avanço para a virtualização de processos

jurídicos e administrativos, nesse sentido, as entidades devem atualizar seus

procedimentos transição dos documentos e arquivos físicos para os digitais.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo na elaboração do Plano Estratégico

Institucional e na definição do mapa de Objetivos Estratégicos, prevê a promoção do

controle social sobre a gestão pública, o redesenho e padronização dos procedimentos

administrativos, adequação e padronização dos sistemas e infraestrutura de informação

e fortalecimento a capacidade de orientação e pedagogia do TCESP.

Uma das ferramentas já implantadas foi o processo eletrônico, que visou à unificação de

procedimentos permitindo a segurança e a racionalização a tramitação de processos

administrativos, eliminando o uso de papel, a suprimindo rotinas burocraticas

executadas manualmente por seus servidores.

Outra implementação foi o sistema do código de barras que facilitou a remessa dos

processos e documentos, com recebimento eletrônico, que gera um numero de

identificação de recibo.

Tem-se realizado cursos de capacitação aos servidores recém nomeados e os envolvidos

nas áreas as quais foram implementadas as novas tecnologias.

Implantação da certificação digital para uso de todos os servidores, bem como o

credenciamento dos usuários dos serviços públicos prestados pelo TCESP. Vale

destacar, que em 2001, o governo brasileiro iniciou estudos para regulamentar o uso de

certificados digitais no país. Foi criada a Infra-Estrutura de Chaves Pública Brasileira -

21

ICP-Brasil, somente as transações realizadas com certificados emitidos por autoridades

credenciadas na ICP-Brasil têm validade jurídica reconhecida em todo país.

3.2. Manual Técnico de Gerenciamento de Documentos Físicos e Virtuais da Diretoria

de Expediente

A proposta indicada tem como objetivo a descrição e detalhamento dos procedimentos

de autuação, bem como o registro de documento quanto ao registro de entrada, trâmite e

eliminação ou guarda provisória ou definitiva.

A implantação de um programa de gerenciamento de Informação e Documentação que

garanta a organização dos acervos institucionais e administrativos com a finalidade de

agilizar o acesso, como subsídio na tomada de decisões, treinamento e para dar suporte

para servidores que tem como atribuições na temática de documentação referente à

organização e fomentação na preservação da memória e guarda de documentos,

fortalecendo a identidade institucional.

Faz necessário, que contenha uma linguagem simples, concisa, eficiente com índice e

glossário, utilizando as instruções vigentes e que seja atualizado e revisado

constantemente.

4. Definição de manual e tipos: vantagens e desvantagens

Definição de Manual

É todo e qualquer conjunto de normas, procedimentos, funções, atividades, instruções e

orientações, tem como característica dar subsidia para servidores e interessados a forma

as quais são executadas as atribuições de determinado pelo setor realizado de forma

conjunto ou individual.

A utilização de manuais no setor público fixa critérios no recebimento de documentos,

bem como padronizar procedimentos. Possibilita também, à adequação dos

procedimentos, o cumprimento de normas e instruções internas.

Possibilita a capacitação dos servidores, bem como funciona com instrumento consulta

para obtenção de informações, auxilia nas revisões e avaliações dos serviços oferecidos.

São tipos de manuais administrativos

Manual de Políticas e Diretrizes, de Organização, de Normas e Procedimentos, de

Instruções Especializadas e os destinados à situação funcional do Servidor.

Principais Vantagens do Uso de Manuais Administrativos

22

Importante e constante fonte de informação sobre os procedimentos utilizados

em vários setores da casa;

Facilitam o processo de efetivar normas, procedimentos e funções

administrativas;

Ajudam a fixar critérios e padrões, bem como uniformizam a terminologia

técnica básica do processo administrativo;

Possibilitam adequação, coerência e continuidade nas normas e nos

procedimentos pelas várias unidades organizacionais da empresa;

Evita contradições e equívocos, entre setores e servidores que atuam com os

mesmos procedimentos e processos de trabalhos, facilitando a tramitação de

processos e expedientes;

Possibilitam a capacitação de servidores (novos e antigos), bem como

transparência, ou melhor, visibilidade da tramitação de processos e expedientes;

Representam um instrumento eficaz de consulta, orientação e capacitação da

instituição;

Impossibilita a improvisação inadequada que geralmente surge nas mais

variadas formas nas instituições tanto privadas e publicas;

Deve ser revisionado, atualizado e avaliado de forma objetiva, utilizando as

instruções, normas, notas técnicas, ou seja, todos os atos normativos adotados

pela instituição;

Visibilidade e padronização das funções, subfunções e atividades dos setores

envolvidos, bem dos tipos e séries documentais.

Principais Desvantagens do Uso dos manuais Administrativos

Quando não são atualizados adequada e permanentemente, perdem rapidamente

o seu valor;

São, em geral, pouco flexíveis;

Quando muito sintéticos, tornam-se pouco úteis e, por outro lado, quando muito

detalhados, correm o risco de se tornarem obsoletos diante de quaisquer

mudanças pequenas;

Os requisitos básicos a serem observados na elaboração:

Deve conter redação simples, concisa, eficiente, clara contendo índice ou

sumário;

Deve utilizar as normas institucionais vigentes;

Deve ser flexível; e.

Ter um processo contínuo de revisão, atualização e distribuição.

Já os manuais de normas e de procedimentos têm como objetivo descrever e detalhar o

desenvolvimento ou a operacionalização das atividades/procedimentos que compõem os

diversos setores das instituições publica e/ou privadas. Tem que ter como finalidades:

23

Definir critérios e procedimentos que possibilitem a execução uniforme dos

serviços;

Coordenar as atividades dos departamentos, permitindo a consecução racional

dos propósitos da empresa.

4.1. Documentação dos processos: para confecção dos manuais devemos registrar os

seguintes processos:

Normas: documentos que contêm orientações e instruções necessárias ao

desenvolvimento de determinadas atividade que são de interesse e aplicação por

todas as unidades administrativas da empresa.

Procedimentos: é o detalhamento da operacionalização das atividades que

compõem um sistema.

Formulários: é a indicação dos impressos que circulam no processo

administrativo, bem como da forma de manipulação;

Fluxogramas: é a indicação dos gráficos representativos dos diversos

procedimentos descritos;

Anexos (tabelas, documentos, reproduções de textos, legislação, ou qualquer

outra informação referente ao assunto específico).

Relatórios:

Outros.

4.2. Estrutura de um manual

Um manual deve conter as seguintes partes básicas: apresentação, índice numérico ou

sumário, instruções de uso, conteúdo básico, glossário (dicionário de termos técnicos) e

a bibliografia.

4.3. Fases de Elaboração de um Manual Administrativo

A - Definição do objetivo do manual e do responsável pela preparação;

B - Diagnosticar preliminarmente os processos e fluxos de trabalho utilizados

atualmente pela Diretoria de Expediente;

C - Mapeamento da situação do atual processo por meio de coleta de informações e

levantamento descritivos de dados. Poderá ser realizado pelos servidores dos setores

envolvidos;

D - Estudo de documentação como organogramas, manual preexistente e outros que um

conhecimento global da organização.

O Planejamento deve definir de forma clara do tipo de informação e das fontes, definir

também os recursos materiais e humanos necessários, bem como o estabelecimento de

um cronograma de atividades. Os levantamentos das informações que devem ser

24

utilizadas através de entrevistas, coleta de dados, observação direta dos procedimentos e

fluxograma de trabalho utilizados os, questionário e análise de documentação e normas

vigentes.

A verificação das informações obtidas quanto aos seguintes aspectos: relevância e

veracidade.

Os manuais de procedimentos devem ser elaborados, levando em consideração os

seguintes fatores:

A redação deve ser clara, concisa, evitar ambiguidades, utilizar o tom formal, manter

estilo uniforme, não usar terminologias técnicas a não ser quando absolutamente

necessário, ser específico, concreto dar preferência à utilização dos verbos na voz ativa.

São recomendações às implantações de padronização de procedimentos, processos de

trabalho, bem como o seu redesenho no setor de protocolo e autuação do Tribunal de

Contas do Estado pelos seguintes motivos:

a) Facilitará a identificação das atividades executadas pelos setores de protocolo e

autuação na coleta de dados e procedimentos;

b) Padronização dos nomes das atividades, bem como o seu redesenho;

c) Estabelecerá um modelo padrão que descreverá os procedimentos e atividades

que são executadas por cada setor;

d) Elaborar fluxograma dos processos de trabalho e atividades executadas pelos

setores que compõem a Diretoria de Expediente e Protocolo do TCESP;

e) Disponibilizar as atividades no Home Page da instituição através de manuais,

fluxogramas processos;

f) Instituir um Programa e/ou Comissão para elaboração, acompanhamento,

avaliação e revisão do manual;

g) Realizar capacitação dos servidores constantemente em face de novas

ferramentas e normas institucionais;

h) Redesenhar processos de trabalhos;

i) Guia para o servidor ou interessado de forma rápida e eficiente aos documentos

ou procedimento que contenha a informação que necessita;

j) Indicar as fontes de informação e ajudar o servidor a adquirir Diretoria de

Expediente.

4.4 – Definições de Atribuições e Responsabilidades

São atribuições da Diretoria de Expediente, sendo que é composta pelos seguintes

setores:

Setor de Protocolo Geral e Processamento de Dados

a) Recebimento de documentos e processos encaminhados por

correspondências, malotes, de forma física ou virtual recebidos pelo

Protocolo Geral ou Setorial;

b) Recebimento de documentos internos (memorandos, determinações

e solicitações) com intuito de autuação de processo administrativo;

c) Registrar os documentos, através de etiqueta com numeração

identificadora, a fim de efetivar a data efetiva de entrada da documentação no

órgão;

25

d) Realizar a triagem dos documentos, separando-os conforme tipo,

origem e assunto;

e) Indexação dos dados no Sistema Integrado de Controle de Protocolo

(grande porte);

f) Atender e orientar o publico em geral, prestando informações

solicitadas sobre o recebimento de procedimentos administrativos;

g) Classificação dos documentos recebidos, classificação e expedição

de documentos;

h) Pesquisas sobre processos;

i) Distribuição interna de documentos e processos;

j) Controle do trâmite de processos e documentos;

k) Informação sobre andamento de processos e documentos;

l) Transformação em processo de documentos recebidos, quando

determinado e solicitado;

m) Emissão de relatórios para controle de movimentação de processos;

n) Expedição e tramitação de documentos e processos;

o) Elaborar relatório parcial ou global das atividades conforme

instruções vigentes.

Setor de Comunicação

a) Entregam de notificações pessoais, intimações, ofícios, comunicados

e outros documentos administrativos para órgãos e responsáveis da

Administração Direta e Indireta;

b) Entregam de notificações, ofícios, comunicados e intimações para

servidores ativos e inativos.

Setor de Expedição

a) Receber e expedir malotes da Sede e das unidades regionais

protocolizadoras;

b) Receber, conferir, encaminhar para os setores da TCESP, conforme

suas competências os documentos e processos recebidos das

unidades protocolizadoras;

c) Distribuição dos Diários Oficiais a todas as dependências do

TCESP;

d) Expedir e controlar a entrega de correspondências internas e

externas, assim como do seu registro e de seu encaminhamento.

Setor de Autuação

a) Autuação física dos processos, identificando com numero de registro

ou numero especifico, quando tratar de matéria administrativa ou

funcional;

26

b) Juntada de documentos aos processos, quando tratar de matéria

administrativa;

c) Apensamento, desapensamento ou inversão de desapensamento,

quando determinado ou solicitado;

d) Entranhamento e desentranhamento de processos;

e) Acompanhamento e desacompanhamento de processos e expedientes;

f) Formalização de volume de processos e expedientes;

g) Implantação e exclusão de anexos;

h) Expedição de processos e expedientes através malotes para outras

unidades regionais, de acordo com suas competências conforme área

de fiscalização;

i) Reconstituição e restauração de processo ou expediente, de

conformidade com determinação ou solicitação;

Setor de Arquivo

a) Recebimento de processos, expedientes e outros documentos para

guarda temporária ou definitiva;

b) Arquivamento dos processos, expedientes e outros documentos,

utilizando numero de registro especifico e distinguindo conforme

matéria fiscalizada e administrativa e administrativa funcional;

c) Desarquivamento dos processos, expedientes e outros documentos,

cumprindo determinação ou solicitação, registrando a saída dos

mesmos, encaminhamento através de relação de remessa;

d) Fornecer pesquisa e consulta dos processos, expedientes e

documentos arquivados, quando solicitados;

e) Triagem dos documentos, processos e outros documentos para

realização de expurgo, de acordo com normas vigentes.

4.5 Tabelas de Temporalidade

Define-se como instrumento para gerenciamento de documentos físicos e

eletrônicos, sob guarda provisória e temporária. Deve ser elaborado após

avaliação documental, aprovado pela autoridade competente, na qual definirá os

prazos de guarda e da destinação de cada série documental, conforme

identificação dos prazos de prescrição, decadência e valores dos documentos e

de sua destinação.

A Tabela de Temporalidade servem para garantir que a informação pública

esteja disponível, informando a destinação dos documentos findados os prazos

27

legalmente preestabelecido, bem como para que estes documentos não sejam

acumulados inutilmente.

Os prazos considerados para série documental devem obedecer aos previamente

indicados para guarda, esgotados a vigência do documento, fica autorizada a sua

eliminação, desde que cumprido o prazo de guarda previsto pela instituição ou

setor responsável pela atribuição de guarda.

São considerados prazos:

I. Prazo de vigência: trata-se do intervalo de tempo durante o qual o documento

produz seus efeitos administrativos e legais plenos, cumprindo a finalidade que

determinou sua produção;

II. Prazo de prescrição: trata-se do intervalo de tempo durante o qual se pode

ajuizar ações ou interpor recursos perante o Poder Judiciário;

III. Prazo de Precaução: trata-se do intervalo de tempo durante o qual se guarda

o documento por precaução, antes de eliminá-lo para guarda permanente.

Serão encaminhados para eliminação os documentos, que após o cumprimento

dos respectivos prazos de guarda, não apresente nenhum valor que justifique sua

guarda permanente.

Vale considerar, que os documentos com valor histórico, probatório ou informativo

deverá ser mantido em guarda permanente.

5. Propostas para Implantação a Gestão Documental no âmbito do TCESP:

- Criação de Programa de Gerenciamento de Documentação (Física e Digital) e

de Informação de caráter permanente, tendo como objeto a implementação da

gestão documental e de processos na instituição;

- Elaboração de manuais de procedimentos e/ou setorial, de acordo com as

atividades inerentes aos setores que tem como atribuição à recepção, produção,

tramitação, guarda provisória e definitiva e expurgo de documentos e

expedientes, de acesso de todos servidores e usuários, devendo ser

periodicamente atualizado;

- Criação de Comissões sendo que a primeira equipe deverá diagnosticar mapear

e avaliar os processos de procedimentos adotados nos setores, tendo como

objetivo identificação atualizadas suas atribuição o recebimento de documentos

físicos e virtuais, o registro e trâmite dos documentos e processos recebidos e

autuados, bem sua guarda provisória e definitiva.

- Elaboração e implantação de Plano de Classificação e de Tabela de

Temporalidade de Documentos, contemplando as atividades – meio

(administração) e atividades-fim (fiscalização) em todos os setores que atuam

com documentação (físico e eletrônico), de acordo com as normas vigentes

referentes à temática de documentação, informação e guarda de documentos

(provisória ou definitiva);

28

- Possibilitar a consulta e/ou pesquisa utilizando filtros que permitam combinar a

busca por mais de um campo de dados, e que seja possível pesquisar os campos

de dados do tipo numero e datas por faixa inicial e final, com a possibilidade de

aplicar as condições: a) filtrar exatamente igual; b) filtrar a partir do inicio ou

final; e c) filtrar em qualquer parte da descrição. Permitir também que todas as

condições de pesquisas, fixando a condição de registros não similares e/ou

coincidentes dentre outras funções que devam ser aplicadas para efetiva busca

ou pesquisa para servidores e usuários;

- Capacitação e aperfeiçoamento permanente dos servidores na temática de

documentação e informação de forma contínua em face da vigência de novas

legislações e ferramentas tecnológicas;

- Formalização de parcerias e acordos de cooperação técnica com as instituições,

que atuam com a documentação e informação.

- Possibilitar o arquivamento com informações que facilite a localização física

dos documentos e processos. Permita pesquisar a indicação por órgão, descrição

do local, tipo de documento, interessado/responsável/beneficiário/mencionado,

tempo de arquivamento, de transito julgado, os processos e documentos que

excederam a temporalidade;

- Que as funcionalidades citadas estejam disponibilizadas a operacionalização

via internet nos principais browsers (internet Explorer/Google Chrome/Mozila

Firefox);

- Instalar totens ou locais para consulta e pesquisa de processos e informações

institucionais (setor de protocolo e cartórios), com objetivo de acesso aos

interessados em geral;

- Estabelecer critérios para avaliação documental e procedimentos para

Eliminação, transferência e recolhimentos de documentos ao Setor de Arquivo

do TCESP.

5.1. Questionário metodologia para Elaboração do manual de procedimentos da

Diretoria de Expediente

A metodologia deve responder às seguintes questões:

a) Como o projeto vai atingir seus objetivos?

b) Como começarão as atividades?

c) Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades?

d) Como e em que momentos haverá a participação e envolvimento direto de todos os

servidores envolvidos?

e) Quais as tarefas que cabem à Diretoria de Expediente?

f) Como, quando e por quem serão feitas as avaliações intermediárias sobre o

andamento do projeto?

g) Como e em que momentos haverá a participação e o envolvimento direto dos

interessados, cidadãos e servidores?

h) Quais as tarefas que cabem à Diretoria de Expediente?

i) Quais são as atividades de capacitação e treinamento?

29

j) Na disposição dos resultados, o que será objeto de divulgação, os tipos de atividades,

a abrangência e o público alvo.

l) Haverá elaboração de manuais de procedimentos específicos de acordo com as

atividades da Diretoria?

6. Considerações Finais

O objetivo principal do trabalho foi destacar a importância da padronização dos

processos como meio de alcançar a eficiência no processo administrativo, haja vista,

que a padronização é uma ferramentas mais utilizadas nos dias de hoje para definir e

estabelecer processos de trabalho nas instituições publicas e privadas, organizando e

dando visibilidade a transparência nos procedimentos decisórios das organizações. É

importante a padronização, pois organiza e possibilita a eficiência dos processos de

trabalho e procedimentos, bem como, falicita a disseminação de informações de forma

eficiente e eficaz.

A padronização dos processos facilita o controle dos processos, a qualificação e

desenvolvimento da equipe e aplicação de tecnologias, que gerando um padrão de

qualidade de trabalho realizado pelos servidores, reduzindo as falhas, retrabalham e

improvisões que demandam de desconhecimento ou falta de capacitação dos servidores

e interessados envolvidos.

No âmbito da gestão publica, deve levar-se em consideração que as mudanças somente

ocorrerão, quando houver a participação de todos, utilizando-se o conhecimento e

memória de quem construiu, de quem realizou e realiza, bem como daqueles que irão

realizar e construir.

Portanto, é primordial a aplicação das propostas indicadas nesse trabalho,

proporcionando a transparência através de manuais de procedimentos, bem como a

disponibilização por meio eletrônico, com maior facilidade de acesso a dados e

informações da gestão publica.

30

7. Procedimentos Gerais para utilização dos serviços de Protocolo: Conceitos e

Definições

Autuação: é ato inicial de abertura de um processo, é a ação pela qual um documento

protocolado, em razão de decisão e/ou solicitação, reunidos de forma cronológica e

seqüencial. Trata-se de um procedimento estabelecido pelo TCESP através de

instruções e/ou resoluções para a formação de processo de forma física ou eletrônica;

Apensamento – trata-se de procedimento oriundo de uma decisão proferida por um

conselheiro ou por solicitação da chefia de departamento e/ou diretoria, tendo a inclusão

do registro no sistema especifico do Tribunal. É a união de dois processos, sendo que a

matéria principal já discutida e julgada é apensada ao processo acessório que se trata de

recurso que tramita em apartado, ou ainda a união de processo e expediente, que

contenham a similaridade de assunto e/ou interessados;

Inversão de Apensamento – trata-se de procedimento no qual se inverte o apensamento,

passando o principal figurar como anexo e anexo como principal;

Cadastro – registro sistemático de dados/informações sobre órgãos públicos ou

privados, entidades fiscalizados pelo TCESP, interessados e cidadãos, bem como

servidores ativos e inativos, de acordo com a norma vigente.

Credenciamento – é o ato de cadastramento necessário que os cidadãos e interessados,

pela entrega dos documentos e das informações comprovem seu vínculo com o

cadastrado, demonstrando os poderes para representá-lo neste ato administrativo,

apresentando documentos por instruções internas;

Desapensamento – caracteriza-se pela a retirada de registro de apensamento no Sistema

de Protocolo. É uma separação física de dois ou mais processos ou processo e

expedientes. Trata-se de procedimento oriundo de uma decisão ou solicitação;

Entranhamento de processos – trata-se da união de um processo a outro processo que

contenha matéria correlata e/ou similar;

Desentranhamento de processos – trata-se da retirada da união processos determinado

ou solicitada anteriormente;

31

Desentranhamento de documentos – proferidos por determinação ou solicitação, que se

caracteriza pela retirada de documentos específicos;

Processo – é um conjunto de documentos com registro numérico inserido pelo

protocolo, que tem como finalidade um estudo detalhado de determinada matéria, objeto

de atribuição constitucional do TCESP;

Capa de Processo – deve constar tipo de processo, numero de registro de entrada de

documento transformado em processo mediante decisão ou solicitação, órgão de

origem, partes interessadas, procedência, assunto e data de autuação, etiquetas de

código de barras e etiquetas (prioritário, preferencial, apêndice, contagem de tempo,

exame prévio de edital conjuntamente com o rito sumaríssimo utilizado de acordo com

tipo de processos);

Folha de rosto – formulada em face de determinação ou solicitação que trazem dados

que devem ser inseridos no sistema informatizado do TCESP, que determinará o tipo de

processo;

Folha de Informação – Impresso padronizado pelo qual consta os relatórios, despachos,

pareceres e demais informações do processo;

Etiqueta – contém o tipo do processo, dados de identificação, data de entrada,

procedência da autuação e numero de registro implantado no sistema do TCESP;

Procedência – deve constar a origem do processo por oficio, memorando ou

requerimento da parte interessada;

Assunto: descrição sumária do objeto da contratação, ou do tipo de processo autuado

como por exemplos os processos administrativos;

Registro – é a atividade de inserir dados ao sistema informatizado, utilizado pelo setor

de protocolo do TCESP. É o instrumento de controle de entrada de documentação e a

sua movimentação e acesso às informações aos servidores, interessados e cidadãos;

Protocolo Central: é o setor encarregado do recebimento de documentos (interno e

externo) bem como o registro, distribuição e controle de tramitação de processos e

expedientes. É responsável pelo registro de todos os atos públicos. Localizado na Sede

do TCESP;

Protocolo Setorial: é o protocolo localizado nas unidades regionais, tem as mesmas

atribuições do Central, sendo vetada somente a transformação dos processos

administrativos e de caráter funcionais, ou seja, àqueles que reportam a situação dos

funcionários;

Protocolar: registrar documento(s), atribuindo-se um código de identificação numérico e

data de entrada no protocolo.

32

Processo Principal – é o processo que pela natureza de sua matéria, diante de uma

decisão nela proferida, pode determinar o apensamento, desapensamento,

entranhamento e/ou desentranhamento;

Processo Acessório – é o processo que apresenta matéria imprescindível a instrução do

processo principal;

Juntada – é anexar/inserir/unir a um processo especifico um documento que trata de

matéria correlata de forma física e/ou eletronicamente. Tem caráter permanente ou

provisório, mediante determinação ou solicitação de uma autoridade competente. Pode

ser realizado por qualquer setor desde que seja competente;

Folha de processo e expediente – é uma numeração atribuída aos documentos;

Inclusão de Anexos – procedimento encaminhado por meio do correio eletrônico,

através de solicitação constando o nome das partes do processo, o numero do processo e

numero de anexos os quais deverão ser adicionados no sistema informatizado do

TCESP;

Exclusão de Anexos – procedimento encaminhado por meio de correio eletrônico,

através de solicitação constando o nome das partes do processo, o numero do processo e

numero de anexos os quais deverão ser retirados do sistema informatizado do TCESP;

Formalização de Volume de Processo/Expediente – procedimento encaminhado por

meio de correio eletrônico, através de solicitação constando o nome das partes do

processo, o numero do processo e numero de volumes a serem formalizados, nesse

procedimento especifico deverá remeter a carga do processo para inserir no sistema

informatizado do TCESP;

Reconstituição da capa do processo – realizado mediante determinação ou solicitação

em face de rasuras, deteorização da capa e alteração de algum dado do processo.

Peça de processo – são documentos que integram o processo;

Relação de Remessa ou de Encaminhamento – trata-se de um instrumento, que tem

como objetivo a remessa e o controle de movimentação de documentos e processos, na

qual o recebimento pelo setor administrativo encaminhado deverá ser certificar seu

recebimento. Contém a identificação numérica, tipo de processo, dados quanto à(s)

parte(s) interessada(s) do processo e origem de expedição;

Tramitação: é a movimentação regular de um processo de um setor a outro, interna ou

externamente, através de sistema informatizado implantado pelo TCESP;

Termo de Abertura de Volume: procedimento utilizado para iniciar novo volume do

processo, face o limite estabelecido por instrução institucional vigente;

33

Termo de Encerramento de Volume: é o procedimento em que informa o encerramento

de determinado volume do processo, face o limite estabelecido conforme instrução

vigente, realizado através inclusão no sistema de grande institucional;

Termo de Eliminação e/ou Exprugo: é o procedimento que reúne informações sucintas

sobre os documentos e processos, que após terem cumprido o prazo prescricional para

guarda estabelecido na tabela de temporalidade;

Trâmite: trata-se da seqüência de procedimentos e ações de expedientes ou processos de

natureza administrativa até seu trânsito julgado da matéria discutida;

Restauração de processos: procedimento que caracteriza pelo levantamento das

principais peças processuais do processo, em face de desaparecimento, extravio e

expurgo requerido por meio de determinação de autoridade competente.

Expurgo de documentos e processos: eliminação realizada em face de tabela da

temporalidade, estabelecida por norma vigente institucional.

Expediente: documento com registro de entrada de forma numérica, utilização o código

de barra e controle numérico utilizado para os documentos físicos.

Volume: abertura de novo processo ou seqüência de documentos nos caso de

expedientes, em que não pode ultrapassar o limite estabelecido, conforme instruções

vigentes.

Autuação e/ou Formação de Processo - É o termo que caracteriza a abertura do

processo, que deverão ser observados os documentos cujo conteúdo esteja relacionado

ao tipo de processo correspondente, ou requeira análises, informações, despachos e

decisões de diversas unidades organizacionais de uma instituição.

Correspondência - É toda espécie de comunicação escrita, que circula nos órgãos ou

entidades, à exceção dos processos.

Quanto à natureza: A correspondência classifica-se em interna e externa, oficial e

particular, recebida e expedida.

a) Interna é mantida entre as unidades do órgão ou entidade e

b) Externa é comunicação realizada entre os órgãos ou entidades da Administração

Pública Centralizada e Descentralizada.

c) Oficial é a comunicação realizada de forma formal entre os órgãos ou entidades da

Administração Pública ou destes para outros órgãos públicos ou empresas privadas.

d) Particular é a correspondência de cunho privada tanto de servidores ou autoridades e

instituições ou pessoas estranhas à Administração Pública.

e) Recebida é aquela de origem interna ou externa recebida pelas unidades de

protocolizadoras do TCESP. A expedição é a remessa da correspondência interna ou

externa no Tribunal, podendo ser realizada através de meio eletrônico, pelo correio ou

através de servidores incumbidos para tal função.

34

FIGURA 1

ESTRUTURA DA DIRETORIA DE EXPEDIENTE

DIRETORIA

DE

EXPEDIENTE

SETOR

DE

PROTOCOLO E

PROCESSAMENTO

DE DADOS

SETOR

DE

AUTUAÇÃO

SETOR

DE

ARQUIVO

SETOR DE

COMUNICAÇÃO

SETOR

DE

CORRESPONDEN

CIA

35

FIGURA 2

Tramitação: Processo e Documento

CAPTAÇÃO

RECEBIMENTO E

PROTOCOLO

DISTRIBUIÇÃO

PRESERVAÇÃO

DE

DADOS

GERENCIAMENTO

E

ARMAZENAMENTO

36

FIGURA 3

CICLO DE DOCUMENTOS E PROCESSOS NO SETOR DE PROTOCOLO

37

ENCAMINHAR

A OUTROS

SETORES DA

CASA

DOCUMENTO

OU PROCESSO

INSERIR

DADOS NO

SISTEMA DE

GRANDE

PORTE

PLANILHA CLASSIFICAÇÃO

TIPO

REGISTRO

NUMERO IDENTIFICADOR

REGISTRO

RECEPÇÃO

INTERNA

E

EXTERNA

PROTOCOLO

38

ANEXO

REFERENTE À LEGISLAÇÃO

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União,

Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações

previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216

da Constituição Federal.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo,

Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;

II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de

economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,

Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas

sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos

públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,

termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas às entidades citadas no

caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem

prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.

39

Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito

fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os

princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de soli-

citações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informa-

ção;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração

pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produ-

ção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;

II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte

ou formato;

III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso

público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Es-

tado;

IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou iden-

tificável;

V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção,

classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, ar-

quivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-

ção;

VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada

por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;

VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida,

recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;

VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à

origem, trânsito e destino;

IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de

detalhamento possível, sem modificações.

40

Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será

franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e

em linguagem de fácil compreensão.

CAPÍTULO II

DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e

procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:

I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divul-

gação;

II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e

integridade; e

III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua

disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso.

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os

direitos de obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como so-

bre o local onde poderá ser encontrada ou obtida à informação almejada;

II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados

por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada

decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo

já tenha cessado;

IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as

relativas à sua política, organização e serviços;

VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de

recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e.

VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e

ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos;

b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas

pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a

exercícios anteriores.

41

§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações re-

ferentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo

seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcial-

mente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato

ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utili-

zados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado

com a edição do ato decisório respectivo.

§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos

e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a

medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.

§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado reque-

rer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desapare-

cimento da respectiva documentação.

§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5

o deste artigo, o responsável pela guarda

da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar

testemunhas que comprovem sua alegação.

Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de

requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências,

de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

§ 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no

mínimo:

I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das

respectivas unidades e horários de atendimento ao público;

II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;

III - registros das despesas;

IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respecti-

vos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;

V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de

órgãos e entidades; e

VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.

§ 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas de-

verão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obri-

gatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).

42

§ 3o Os sítios de que trata o § 2

o deverão, na forma de regulamento, atender, entre

outros, aos seguintes requisitos:

I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação

de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;

II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclu-

sive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise

das informações;

III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos,

estruturados e legíveis por máquina;

IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;

V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para

acesso;

VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;

VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via

eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e

VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo

para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezem-

bro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

aprovada pelo Decreto Legislativo nos 186, de nove de julho de 2008.

§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dis-

pensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2o, mantida a obriga-

toriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamen-

tária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nos

101, de quatro de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado mediante:

I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder

público, em local com condições apropriadas para:

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;

b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;

c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e

II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação po-

pular ou a outras formas de divulgação.

CAPÍTULO III

43

DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I

Do Pedido de Acesso

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações

aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, de-

vendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação

requerida.

§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do reque-

rente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação.

§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de en-

caminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da

solicitação de informações de interesse público.

Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso ime-

diato à informação disponível.

§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput,

o órgão ou entidade que receber o pedido deverá em prazo não superior a 20 (vinte)

dias:

I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução

ou obtiver a certidão;

II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso

pretendido; ou.

III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento,

o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou

entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação.

§ 2o O prazo referido no § 1

o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, medi-

ante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento

da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio

requerente possa pesquisar a informação de que necessitar.

§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou par-

cialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso,

prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade

competente para sua apreciação.

44

§ 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato,

caso haja anuência do requerente.

§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato im-

presso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao

requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar obter ou repro-

duzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pú-

blica da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor

de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.

Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas

hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, si-

tuação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento

do custo dos serviços e dos materiais utilizados.

Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo

aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento

próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983.

Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja ma-

nipulação possa prejudicar sua integridade deverá ser oferecido à consulta de cópia,

com certificação de que esta confere com o original.

Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá

solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja

feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original.

Art. 14. É direito de o requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de

acesso, por certidão ou cópia.

Seção II

Dos Recursos

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da nega-

tiva do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10

(dez) dias a contar da sua ciência.

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à

que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Exe-

cutivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deli-

berará no prazo de 5 (cinco) dias se:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classifi-

cada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente supe-

rior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;

45

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta

Lei não tiverem sido observados; e

IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos

nesta Lei.

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-

Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierar-

quicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de

5 (cinco) dias.

§ 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da

União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar

cumprimento ao disposto nesta Lei.

§ 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá

ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere

o art. 35.

Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação

protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao

Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Rea-

valiação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades

mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierar-

quicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças

Armadas, ao respectivo Comando.

§ 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassifi-

cação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Rea-

valiação de Informações prevista no art. 35.

Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no re-

curso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão

objeto de regulamentação própria do Poder Legislativo e Judiciário e do Ministério

Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o

direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.

Art. 19. (VETADO).

§ 1o (VETADO).

§ 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Con-

selho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectiva-

mente, as decisões que, em grau de recurso, negar acesso a informações de interesse

público.

Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784, de 29 de ja-

neiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.

46

CAPÍTULO IV

DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial

ou administrativa de direitos fundamentais.

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que

impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de

autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de

segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração

direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que

tenha qualquer vínculo com o poder público.

Seção II

Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado

e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso

irrestrito possa:

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território na-

cional;

II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações interna-

cionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados

e organismos internacionais;

III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;

IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do

País;

V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Ar-

madas;

VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico

ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse es-

tratégico nacional;

VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou

estrangeiras e seus familiares; ou

47

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fis-

calização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu

teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, po-

derá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a

classificação prevista no caput vigora a partir da data de sua produção e são os

seguintes:

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

II - secreta: 15 (quinze) anos; e

III - reservada: 5 (cinco) anos.

§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e

Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos (as) serão classificados

como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do úl-

timo mandato, em caso de reeleição.

§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1

o, poderá ser estabelecida como

termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este

ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação.

§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o

seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.

§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser

observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo pos-

sível, considerados:

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e

II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.

Seção III

Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas

Art. 25. É dever de o Estado controlar o acesso e a divulgação de informações si-

gilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção.

§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como si-

gilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam

devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos

agentes públicos autorizados por lei.

48

§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para

aquele que a obteve de resguardar o sigilo.

§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para

o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração inde-

vida, acesso, transmissão e divulgação não autorizadas.

Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o

pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e

procedimentos de segurança para tratamento de informações sigilosas.

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer

vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigilo-

sas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou repre-

sentantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações resul-

tantes da aplicação desta Lei.

Seção IV

Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pú-

blica federal é de competência:

I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;

II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autar-

quias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e

III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que

exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do

Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo

com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta

Lei.

§ 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação

como ultrassecreta e secretos poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente

público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação.

49

§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autorida-

des previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos

Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.

§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ul-

trassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Rea-

valiação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.

Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser

formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:

I - assunto sobre o qual versa a informação;

II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24;

III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento

que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e

IV - identificação da autoridade que a classificou.

Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de si-

gilo da informação classificada.

Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classifi-

cadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício,

nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à

redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.

§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades

das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos.

§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanên-

cia dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divul-

gação da informação.

§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de

restrição manterá como termo inicial a data da sua produção.

Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente,

em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações admi-

nistrativas, nos termos de regulamento:

I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze)

meses;

II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação

para referência futura;

III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebi-

dos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes.

50

§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no

caput para consulta pública em suas sedes.

§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classifi-

cadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.

Seção V

Das Informações Pessoais

Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transpa-

rente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como

às liberdades e garantias individuais.

§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade,

vida privada, honra e imagem:

I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo

prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos

legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e

II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previ-

são legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem.

§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será res-

ponsabilizado por seu uso indevido.

§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1

o não será exigido quando as in-

formações forem necessárias:

I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente

incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico;

II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público

ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações

se referirem;

III - ao cumprimento de ordem judicial;

IV - à defesa de direitos humanos; ou

V - à proteção do interesse público e geral preponderante.

§ 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada honra e imagem

de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de

irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações

voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.

§ 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação

pessoal.

51

CAPÍTULO V

DAS RESPONSABILIDADES

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente

público ou militares:

I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deli-

beradamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,

incompleta ou imprecisa;

II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alte-

rar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a

que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, em-

prego ou função pública;

III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;

IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à

informação sigilosa ou informação pessoal;

V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para

fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;

VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa

para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e

VII - destruir ou subtrair, por quaisquer meio, documentos concernentes a possí-

veis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.

§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo

legal, as condutas descritas no caput serão consideradas:

I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões

militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não

tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou

II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas

alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com sus-

pensão, segundo os critérios nela estabelecidos.

§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público res-

ponder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis nos

1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de dois de junho de 1992.

Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude

de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto

nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:

I - advertência;

52

II - multa;

III - rescisão do vínculo com o poder público;

IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar

com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e

V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pú-

blica, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a

penalidade.

§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente

com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo pro-

cesso, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o inte-

ressado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após

decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.

§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da

autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no

respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.

Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos

causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de

informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade

funcional nos casos de dolo ou culpa assegurado o respectivo direito de regresso.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade pri-

vada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha

acesso à informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. (VETADO).

§ 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que decidirá,

no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a classificação de in-

formações sigilosas e terá competência para:

I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreto

esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação;

II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou

mediante provocação de pessoa interessada observada o disposto no art. 7o e demais

dispositivos desta Lei; e

53

III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta,

sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar

ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave

risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.

§ 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.

§ 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1

o deverá ocorrer, no má-

ximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de

documentos ultrassecretos ou secretos.

§ 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de

Informações nos prazos previstos no § 3o implicará a desclassificação automática das

informações.

§ 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da

Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos

para seus integrantes e demais disposições desta Lei.

Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou

atos internacionais atenderá às normas e recomendações constantes desses instrumen-

tos.

Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presi-

dência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por

objetivos:

I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pes-

soas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas; e

II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive àquelas provenientes

de países ou organizações internacionais com os quais a República Federativa do Brasil

tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem preju-

ízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos compe-

tentes.

Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e fun-

cionamento do NSC.

Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, em

relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de

dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das in-

formações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois)

anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.

§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no ca-

put, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei.

54

§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput

poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informa-

ções, observados os termos desta Lei.

§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será

mantida a classificação da informação nos termos da legislação precedente.

§ 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas

no prazo previsto no caput serão considerados, automaticamente, de acesso público.

Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente

máximo de cada órgão ou entidade da administração pública federal direta e indireta

designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respec-

tivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:

I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de

forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;

II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios peri-

ódicos sobre o seu cumprimento;

III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoa-

mento das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto

nesta Lei; e

IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto

nesta Lei e seus regulamentos.

Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública fe-

deral responsável:

I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da

transparência na administração pública e conscientização do direito fundamental de

acesso à informação;

II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de

práticas relacionadas à transparência na administração pública;

III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública

federal, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas relacio-

nadas no art. 30;

IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com infor-

mações atinentes à implementação desta Lei.

Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180

(cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990,

passa a vigorar com a seguinte redação:

55

“Art. 116. ...................................................................

............................................................................................

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da

autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conheci-

mento de outra autoridade competente para apuração;

.................................................................................” (NR)

Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, passa a vigorar

acrescido do seguinte art. 126-A:

“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou

administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de

envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação

concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que

em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.”

Art. 45. Cabem aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação

própria obedecida as normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas,

especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do Capítulo III.

Art. 46. Revogam-se:

I - a Lei no 11.111, de cinco de maio de 2005; e

II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de oito de janeiro de 1991.

Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua

publicação.

Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e 123

o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardoso

Celso Luiz Nunes Amorim

Antonio de Aguiar Patriota

Miriam Belchior

Paulo Bernardo Silva

Gleisi Hoffmann

José Elito Carvalho Siqueira

Helena Chagas

Luís Inácio Lucena Adams

Jorge Hage Sobrinho

Maria do Rosário Nunes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.11.2011.