escola de outros tempos-3

50
Em 1881, o ministro Jules Ferry votou para que a escola fosse gratuita. Depois, em 1882, tornou a escola obrigatória: dos 6 anos até aos 12 anos. Avanço Manual… A ESCOLA DE OUTROS TEMPOS

Upload: paulocapelo

Post on 03-Jul-2015

386 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escola de Outros Tempos-3

Em 1881, o ministro Jules Ferry votou para que a escola fosse gratuita.

Depois, em 1882, tornou a escola obrigatória: dos 6

anos até aos 12 anos.

Avanço Manual…

A ESCOLA DE OUTROS TEMPOS

Page 2: Escola de Outros Tempos-3

Este PPS é muito interessante! Embora as imagens sejam referentes

às Escolas Francesas, têm muitas semelhanças com as antigas Escolas

Portuguesas, e tudo isto é quase incompreensível para quem ainda não

tenha quarenta anos de idade…Nele se encontram verdadeiras

relíquias escolares do antigamente…

NOTA: Além das legendas traduzidas do francês, vai aparecendo um texto explicativo e bem elucidativo, que

acompanhava a mensagem, de autor desconhecido, e que serve para uma

melhor compreensão!

Page 3: Escola de Outros Tempos-3

L’école habite un coin de notre esprit, avec les bons et mauvais souvenirs de l’enfance.

A escola habita um canto do nosso espírito, com boas e más recordações da infância.

Si vous avez quelques souvenirs semblables à ces

images, vous avez déjà beaucoup d’expérience, sinon

vous êtes encore jeune…

Se tu tiveres algumas lembranças semelhantes a estas imagens, tu tens já

muita experiência, senão és ainda jovem…

Page 4: Escola de Outros Tempos-3

A escola de outros tempos...

Page 5: Escola de Outros Tempos-3

A secretária do Prof., munida de uma garrafa com ‘torcida’ a sair do gargalo para alumiar, ao entardecer, quando já estava escuro (a iluminação eléctrica ainda andava longe); o ‘quadro preto’

com o esquadro e o transferidor da ‘Caixa Métrica’ da sala de aula; as

carteiras [pupitre] em madeira com a ranhura á frente para depositar (colocar deitadas) as «plumas»

(canetas de haste), em que numa das pontas umas ‘molas’ permitiam que se fixasse um dos vários tipos de ‘aparos’ - coisa que a esferográfica ou bolígrafo,

na década de 60, mandou para as Calendas gregas…

Page 6: Escola de Outros Tempos-3

À descoberta da escola de outros tempos…

Page 7: Escola de Outros Tempos-3

o tinteiro de carteira onde se «recarregava» o ‘aparo’ com tinta

(tinteiros em faiança ou em vidro, que se enfiavam no tampo da carteira - as carteiras de dois alunos tinham dois

tinteiros, à direita dos alunos); a «caixa dos lápis», muitas vezes em madeira –

neste caso em pele -, onde se guardavam os ‘apetrechos’ do aluno:

compasso, lápis, régua, lápis, «penas», etc.; os jogos de «Medidas» de litro, ½

litro, ¼ de litro, decilitro, etc. [para líquidos e para secos {grão, feijão,

milho, etc.}]…

Page 8: Escola de Outros Tempos-3

O mestre sabe fazer-se ouvir por todos, porque mesmo os «cábulas» não ousam

perturbar.Impressionante na sua bata cinzenta,

com voz autoritária, o nosso professor passeia-se pela sala de aula.

Page 9: Escola de Outros Tempos-3

a ardósia, encaixilhada em madeira para lhe aumentar a robustez e os ‘ponteiros’ com que nela se escreviam os primeiros

rabiscos - grafismos - e se «faziam as contas»; as carteiras para um ou dois

lugares; o Ditado [Dictée] e a letra que saía das ‘penas’; os mapas geográficos

de onde ‘montes’ de coisas inúteis eram estudadas até à exaustão e feita a

sua localização num piscar de olhos; as famosas ‘orelhas de burro’ na cabeça

para os maus alunos; fotografia de turma, tirada por fotógrafos ambulantes

que corriam de escola em escola, buscando o seu ganha-pão e deixando,

para o resto da vida - a quem comprasse -, a recordação da turma…

Page 10: Escola de Outros Tempos-3

O escritório do mestre

Page 11: Escola de Outros Tempos-3

A pasta do mestre

Page 12: Escola de Outros Tempos-3

Vestidos com as suas batas, estes pequenos alunos de um dia, sentados no seu

banco, permanecem, bem direitos, de braços cruzados.

Page 13: Escola de Outros Tempos-3

As imagens não mostram, mas o ‘tinteiro’ do Prof. - que também escrevia com «penas», porque a

caneta de tinta permanente ainda não havia nascido - tinha dois vasos: um

com tinta azul para a escrita ‘normal’ e outro de tinta vermelha para  a

«Correcção» e sublinhar os erros ortográficos que os alunos dessem… imprescindível nesses tempos era o «papel mata-borrão», papel grosso e poroso, que secava - absorvendo a

tinta - os pingos de tinta que, caindo em demasia dos ‘aparos’, manchavam

a escrita no papel.

Page 14: Escola de Outros Tempos-3

O livro de leitura

Page 15: Escola de Outros Tempos-3

Pequeno ditado feito à pena!

Como em 1932, com uma pluma que mergulha no tinteiro, cheio pelo mestre!

Page 16: Escola de Outros Tempos-3

O ditado

Page 17: Escola de Outros Tempos-3

Era tarefa dos «contínuos», hoje conhecidos por «Auxiliares da Acção

Educativa», ter que atestar os tinteiros, antes do início das aulas…

(Convém esclarecer o termo «plumas» ou «canetas de aparo». Até à invenção do aço, no séc. XIX, que possibilitou a manufactura dos aparos de metal, a escrita era feita

com penas de aves (ganso, em geral) devidamente talhadas...  as hastes com aparo mantiveram o nome de

«plumas» - penas.

Page 18: Escola de Outros Tempos-3

Uma carteira de madeira, de dois lugares, algumas eram pintadas em preto e

outras inteiramente enceradas. “O trabalho penoso de encerar era

reservado aos alunos de menos mérito”

Page 19: Escola de Outros Tempos-3
Page 20: Escola de Outros Tempos-3

A pasta em couro era, muitas vezes,

utilisada por várias crianças da

mesma família

Page 21: Escola de Outros Tempos-3

O estojo em couro permitia arrumar os seus «instrumentos» de maneira rigorosa e metódica.

Page 22: Escola de Outros Tempos-3

A caixa dos lápis, em madeira, era o pricipal elemento, indispensável no equipamento do

aluno.

Os porta-plumas mais largos, nas ecolas, eram frequentemente em madeira, porque poucas fantasias eram

autorisadas nas panóplias do aluno perfeito.

Page 23: Escola de Outros Tempos-3

As plumas mais utilisadas nas escolas, entre as quais se recordam as do célebre Sergento mor

Page 24: Escola de Outros Tempos-3

O grande tinteiro que o mestre utilizava de tempos a tempos para encher os tinteiros dos alunos.

Page 25: Escola de Outros Tempos-3

Os tinteiros eram em faiança, vidro, baquelite ou mesmo, para os mais antigos, em estanho.

Page 26: Escola de Outros Tempos-3

No último quartel do século XIX, Waterman inventou a «caneta de tinta permanente», com aparo... - usar uma

caneta desse tipo na década de 40 ainda dava estatuto a qualquer pessoa -. A esferográfica,

também foi criada no século XIX, como bolígrafo para marcar peles;

aperfeiçoada, popularizou-se após a II Guerra Mundial e arrumou com as primeiras... mas na década de 50

muitas crianças, nos primeiros anos de escola, utilizaram as «plumas».

Muitos alunos conheceram o que era uma 'caneta de tinta permanente'

como prenda, quando terminavam a 4.ª classe...]

Page 27: Escola de Outros Tempos-3

A ardósia, primeiramente, simples pedra rectangular, aperfeiçoa-se com o tempo com o seu quadro em madeira e do buraco onde se poderia atar um pequeno pano para o limpar. Os gizes eram quadrados, depois redondos, “os gizes Robert são os mais célebres” e os «ponteiros»  de pedra são os instrumentos de escrita.

Page 28: Escola de Outros Tempos-3

O conhecimento da geografia

tinha reflexos condicionados!

Podia-se mesmo pedir às crianças para

recitarem a lista dos

departamentos, com os sub-

departamentos, certamente.

A qualidade dos mapas era

notável.

Page 29: Escola de Outros Tempos-3

Fazendo parte do fundo escolar, as medidas em estanho testemunham a importância que era, no fim do séc. XIX, a aprendisagem do sistema

métrico.

Page 30: Escola de Outros Tempos-3

Regulamento interno.

«Aos alunos das Escolas é proibido»:

…..

Page 31: Escola de Outros Tempos-3

Um pouco de cálculo mental

Page 32: Escola de Outros Tempos-3

O bom velho fogão

Page 33: Escola de Outros Tempos-3

A lição de moral

Page 34: Escola de Outros Tempos-3

Os manuais escolares

Page 35: Escola de Outros Tempos-3
Page 36: Escola de Outros Tempos-3
Page 37: Escola de Outros Tempos-3
Page 38: Escola de Outros Tempos-3

O pátio de recreio

Page 39: Escola de Outros Tempos-3

Brincava-se…

… à amarelinha.

… aos berlindes.

… ao eixo

Page 40: Escola de Outros Tempos-3

Boas notas e belas imagens eram as recompensas dos bons

alunos…

… e as orelhas de burro para os maus alunos.

Page 41: Escola de Outros Tempos-3

Desde o aparecimento da fotografia, as escolas foram, no fim do sé. XIX, um tema de predilecção para os fotógrafos ambulantes. Prevenidos da sua passagem, os pais faziam questão que os seus filhos fossem bem

vestidos.

Page 42: Escola de Outros Tempos-3

Foto de grupo... uma bela recordação.

Page 43: Escola de Outros Tempos-3
Page 44: Escola de Outros Tempos-3
Page 45: Escola de Outros Tempos-3

O calendário recordação

Page 46: Escola de Outros Tempos-3

E a terminar… o «Diploma» - Certificat -, que em Portugal

era uma honra alcançar, especialmente se era atribuído

«Com Distinção» - sinal que tinha sido um aluno de melhor que «Muito Bom», no Exame… [O Exame da 4.ª Classe, tinha

grande importância, e equivale, hoje, ao 4.º ano de

escolaridade… ] 

Tempos que não voltam!… 

Page 47: Escola de Outros Tempos-3

Dentro do espírito de Jules Ferry, o Certificado de

Estudos Primários devia, como o seu nome indica,

permitir a cada aluno justificar a aquisição de uma

bagagem escolar normalisada.

Page 48: Escola de Outros Tempos-3
Page 49: Escola de Outros Tempos-3

Alunos da escola de hoje descovrem o quadro da escola de outros tempos…

Page 50: Escola de Outros Tempos-3

Música : Yesterday - The Beatles Tradução de legendas e colocação de um texto, de Autor desconhecido, no PPS por: Linito

Imagens da Net