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ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA CAROLINA MARIA BARBOSA EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DE ÓXIDOS DE NITROGÊNIO E ENXOFRE NO PROCESSAMENTO DE PETRÓLEO Lorena 2012

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ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

CAROLINA MARIA BARBOSA

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DE ÓXIDOS DE NITROGÊNIO E ENXOFRE

NO PROCESSAMENTO DE PETRÓLEO

Lorena

2012

II

CAROLINA MARIA BARBOSA

Emissões atmosféricas de óxidos de nitrogênio e enxofre no

processamento de petróleo

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena para a obtenção do titulo

de graduação em Engenharia Química.

Área de Concentração: Engenharia Ambiental

Orientador:

Alexandre Eliseu Stourdze Visconti

Docente do Departamento de Biotecnologia

Lorena

2012

III

Aos meus pais (Walkiria e Vicente),

com amor e gratidão pelo apoio,

incentivo e compreensão.

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Alexandre Eliseu, por aceitar o desafio de

trabalharmos juntos, e por sua dedicação e interesse sobre o tema do trabalho, que

foi escolhido devido sua preocupação em mostrar aos alunos a importância dos

cuidados com o ambiente, e as contribuições que isso traz para a sociedade.

Ao prof. Dr. Marco Antônio, por ter dado auxilio a criação da disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso, e abrir a oportunidade para nós alunos,

conhecermos de perto alguma área específica de Engenharia Química que nos

interesse.

Aos meus supervisores de estágio, Neemias e Luciano, por me apresentarem

diversos temas relacionados à Engenharia de Processos, e por me ensinarem a

importância da otimização dentro da indústria de petróleo, no aperfeiçoamento do

controle ambiental e nas questões referentes à eficiência energética.

Ao bibliotecário e amigo Joel, pela ajuda com as pesquisas e pelos cinco anos

de incentivo ao estudo, dedicados com tanto entusiasmo.

Por último, mas não com menos importância, agradeço às minhas amigas

Bárbara, Taline, Tiemi e Regina pelos momentos valiosos que passamos juntas, e

pelo auxilio emocional dado durante o desenvolvimento deste trabalho.

V

A mente que se abre a uma nova ideia

jamais voltará ao seu tamanho original.

(Albert Einstein)

VI

RESUMO

Atualmente, com o desenvolvimento da industrialização e com a expansão

dos grandes centros urbanos, ocorre consequentemente, a elevação das emissões

de poluentes para a atmosfera. Os impactos causados por essa poluição têm

incentivado órgãos públicos e ambientais a mobilizarem a população mundial na

defensa e no aumento do controle da qualidade de ar.

Grande parte da emissão de certos tipos de poluentes é gerada pela queima

de combustível de automóveis e por muitos tipos de indústrias. Os cinco principais

poluentes emitidos por fontes de combustão são os materiais particulados, os

compostos orgânicos, o monóxido de carbono, os óxidos sulfurados e os óxidos

nitrogenados.

O ramo petrolífero, com seus processos de refino de petróleo, contribui

potencialmente na elevação dos índices de poluentes no ar, e com isso, assim como

todas as outras indústrias, deve seguir os padrões estabelecidos pela legislação

ambiental, para manter-se em atividade.

Este trabalho tem como intuito apresentar as fontes de emissão de óxidos

de nitrogênio e de enxofre em refinarias de petróleo, evidenciando assim, que a

indústria petrolífera tem papel fundamental referente às emissões de poluentes.

Desta maneira, o desenvolvimento deste estudo demonstrará o tratamento

utilizado por parte das refinarias, em relação às metodologias utilizadas para

quantificar as emissões, e as formas de abatimento utilizadas para reduzir os

impactos causados pelas mesmas.

Palavras-chave: Poluição atmosférica, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, refinarias.

VII

ABSTRACT

Today, with the development of industrialization and the expansion of large

urban centers, occurs as a consequence, the elevation of pollutant emissions into

the atmosphere. The impacts caused by such pollution have encouraged the public

and environmental authorities to mobilize the world population to defend the

increasing of the air quality control.

Much of the reporting of certain types of pollutants is generated by burning

fuel for automobiles and for many types of industries. The five main pollutants

emitted by combustion sources are particulate matter, organic compounds, carbon

monoxide, nitrogen oxides and sulfur oxides.

The oil industry, with its oil refining processes, potentially contributes in

raising the levels of pollutants in the air, and with that, as with all other industries,

must follow the standards set by the environmental legislation, to stay in business.

This paper is intended to show the sources of emission of nitrogen oxides

and sulfur oxides in oil refineries, evidencing that the oil industry has key role for

emissions of pollutants. In this way, the development of this study will demonstrate

the treatment used by refineries, in relation to the methodologies used to quantify

emissions, and rebate forms used to reduce impacts caused by the same.

Keywords: Air pollution, nitrogen oxides, sulfur oxides, refineries.

VIII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1 Objetivo ......................................................................................................... 1

1.2 Descrição dos capítulos ................................................................................. 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 3

2.1 Poluição Atmosférica .................................................................................... 3

2.2 Principais poluentes e suas fontes de emissão ............................................. 4

2.3 Legislação Ambiental .................................................................................... 6

2.4 Emissões atmosféricas de refinarias ............................................................. 8

2.5 Óxidos de Enxofre (SOx) ................................................................................ 9

2.5.1 Química de Formação de SOx ................................................................ 9

2.5.2 Impactos Ambientais ........................................................................... 10

2.5.3 Impactos na Saúde ............................................................................... 11

2.6 Óxidos de Nitrogênio (NOx) ......................................................................... 11

2.6.1 Química de Formação de NOx .............................................................. 12

2.6.2 Impactos Ambientais ........................................................................... 13

2.6.3 Impactos na Saúde ............................................................................... 16

3 METODOLOGIAS DE MONITORAMENTO DE EMISSÕES .................................... 17

3.1 Introdução ................................................................................................... 17

3.2 Controle periódico de emissões .................................................................. 17

3.2.1 Determinação de óxidos de enxofre: método de ensaio .................... 18

3.2.2 Determinação de óxidos de nitrogênio: método de ensaio ................ 18

3.3 Controle contínuo de emissões .................................................................. 19

3.3.1 Medição no local .................................................................................. 19

3.3.2 Medição extrativa ................................................................................ 20

3.4 Métodos de monitoração para sistemas extrativos ................................... 21

3.4.1 Dióxido de Enxofre ............................................................................... 21

3.4.2 Óxidos de Nitrogênio ........................................................................... 21

3.5 Monitoramento em Refinarias .................................................................... 22

4 EXEMPLO DE UM CASO ................................................................................... 24

4.1 Situação da refinaria ................................................................................... 24

IX

4.2 Emissões em refinarias ................................................................................ 25

4.2.1 Fornos .................................................................................................. 25

4.2.2 Caldeiras ............................................................................................... 25

4.3 Amostragens de chaminé e controle contínuo ........................................... 26

5 FORMAS DE ABATIMENTO DAS EMISSÕES ...................................................... 30

5.1 Óxidos de Enxofre ....................................................................................... 30

5.1.1 Pré-tratamento .................................................................................... 30

5.1.2 Modificação do processo ..................................................................... 31

5.1.3 Controle da combustão ....................................................................... 31

5.1.4 Pós-tratamento .................................................................................... 32

5.2 Óxidos de Nitrogênio .................................................................................. 32

5.2.1 Pré-tratamento .................................................................................... 32

5.2.2 Modificação do processo ..................................................................... 33

5.2.3 Controle de combustão ....................................................................... 34

5.2.4 Pós-tratamento .................................................................................... 36

6 CONCLUSÕES .................................................................................................. 37

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 39

1

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, com o aumento das atividades industriais e com o

desenvolvimento de grandes centros urbanos, tem-se observado um elevado

crescimento das emissões de gases poluentes para a atmosfera terrestre. Seja pelo

escape por fontes fixas, como chaminés; ou pela eliminação por fontes móveis,

como de gases formados na queima dos combustíveis veiculares.

Muitos gases, quando produzidos em excesso, podem auxiliar na formação

de diversos problemas ambientais, tais como: chuva ácida, efeito estufa, smog

industrial e fotoquímico, etc. Além de potencializar a degradação de materiais e

interferir drasticamente na qualidade da saúde pública.

Entende-se por poluente atmosférico qualquer forma de matéria que possa

tornar o ar impróprio ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem estar público, que

seja danoso aos materiais, à fauna à flora e etc1. Por tal motivo, as empresas têm

buscado alternativas e soluções para reduzir os impactos de seus processos no

clima, sem prejudicar a qualidade de seus produtos e reduzir a eficiência energética

de suas plantas.

No caso da indústria de petróleo e gás, o desafio de minimizar as emissões

atmosféricas é ainda maior. O aumento da produção, devido a atual demanda de

derivados do petróleo, e a necessidade de se investir na melhoria da qualidade dos

produtos, acaba potencializando a produção de tais emissões.

Com a percepção da importância do tema, visto os efeitos maléficos que a

poluição desencadeia a humanidade, a busca pela identificação de aspectos que

desencadeiam esses problemas é de suma importância. Com isso, procura-se

descrever de forma lógica todos os itens relacionados a emissões de gases

poluentes e evidenciar a necessidade da implantação de novas tecnologias nas

unidades de processo, visando atender aos limites estabelecidos pelas leis

ambientais.

1.1 Objetivo

O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre os

assuntos relacionados às emissões de poluentes em refinarias de petróleo, e

2

estudar particularmente os óxidos de nitrogênio (NOx) e os óxidos de enxofre (SOx),

por serem estes poluentes gerados em diversas etapas nos processes de refino, e

por causarem impactos relevantes para o ambiente e para a saúde dos seres vivos

em geral.

1.2 Descrição dos capítulos

A estrutura escolhida para a exposição do tema foi a seguinte:

No Capítulo 2 será abordada uma revisão bibliográfica sobre a interação dos

poluentes com a atmosfera. Tópicos como poluição atmosférica, legislação

ambiental e emissões em refinarias serão abordados de forma a introduzir o tema

discutido. Outro aspecto relevante neste capítulo será a descrição das interações

químicas dos óxidos de nitrogênio e enxofre, citando suas principais fontes, suas

reações com a atmosfera e os impactos que causam no ambiente e na saúde dos

seres vivos.

O Capítulo 3 mostrará a metodologia utilizada para medição e

acompanhamento das emissões atmosféricas nas refinarias de petróleo.

O Capítulo 4 apresentará um exemplo de caso de uma refinaria, e uma

discussão que irá mostrar a importância do constante acompanhamento da emissão

de poluentes.

No Capítulo 5 serão apresentadas algumas formas existentes para a

diminuição e o abatimento de emissões atmosféricas.

3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo será feita uma revisão bibliográfica sobre os efeitos causados

pela poluição atmosférica, tendo como enfoque a ação dos óxidos de nitrogênio e

de enxofre efluentes de refinarias de petróleo. Os assuntos abordados serão: a

descrição dos principais poluentes atmosféricos; a legislação referente à proteção

ambiental; a química de formação dos óxidos de nitrogênio e enxofre; e os impactos

ambientais que a emissão desses poluentes favorece assim como o prejuízo que

eles causam a saúde.

2.1 Poluição Atmosférica

As intervenções humanas no ambiente causam alterações indesejáveis nas

características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera e hidrosfera. A

poluição ocorre quando tais alterações prejudicam a saúde, a sobrevivência ou as

atividades dos seres humanos e de outras espécies, ou que ainda causem a

deterioração de materiais2. Desta forma, entende-se por poluente atmosférico

qualquer matéria com concentração, intensidade e características em desacordo

com os níveis estabelecidos e que torne o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde,

inconveniente ao bem estar público, danoso aos materiais à flora e a fauna e

prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade¹.

Para definir o nível de poluição atmosférica em um determinado local, deve-se

quantificar os poluentes presentes no ar. Como há uma grande variedade de

substâncias poluentes na atmosfera, utiliza-se a denominação de poluentes

primários, para aqueles emitidos diretamente pela fonte emissora, e poluentes

secundários, os quais são formados pela reação química entre poluentes primários

e componentes naturais da atmosfera³. No Quadro 2.1, estão listados alguns

exemplos de poluentes primários e secundários.

4

Quadro 2.1 – Exemplos de poluentes primários e secundários¹.

Poluentes Primários

Dióxido de Enxofre (SO2).

Óxidos de Nitrogênio (NOx).

Monóxido de Carbono (CO).

Particulados como poeira.

Poluentes Secundários

Ácido Sulfídrico (H2SO4), formado pelo SO3 (SO2 e O2 no ar) com vapor d’água.

Aldeídos.

Nitratos Orgânicos.

A poluição atmosférica constitui um dos grandes problemas para a qualidade de

vida dos habitantes de grandes cidades, visto que os veículos automotivos e os

processos de transformação industrial expelem constantemente gases prejudiciais

para o ambiente, o que diminuirá a resistência dos seres humanos com os anos e o

que acaba provocando sérias doenças respiratórias e oculares para muitos

indivíduos em curto prazo.

2.2 Principais poluentes e suas fontes de emissão

As fontes de poluição do ar podem ser de origem natural ou antropogênica.

Como origem natural cita-se as emissões vulcânicas, os incêndios florestais, as

grandes secas, as inundações e etc., já a poluição de origem antropogênica

relaciona-se ao resultado das inúmeras ações dos seres humanos4. Elas podem ser

classificadas da seguinte maneira:

Fontes estacionárias ou fixas, subdivididas em dois grupos: no primeiro

enquadram-se as atividades urbanas menos significativas, como queimadas e

atividades consideradas não industriais; e o segundo grupo é formado por

atividades significativas devido à intensidade de poluentes emitidos, como a

poluição dos processos industriais.

Fontes móveis, em que se incluem todos os meios de transporte que

utilizam motor a combustão como força motriz.

Fontes naturais, como já citadas anteriormente, em que estão inclusos todos

os processos de origem natural que vêm ocorrendo ao longo dos anos5.

A Quadro 2.2 apresenta alguns exemplos de poluentes para suas respectivas fontes de emissão.

5

Quadro 2.2: Relação entre fontes e seus poluentes característicos

4.

Fontes Poluentes

Classificação Tipo

Fontes Estacionárias

Combustão

Material Particulado.

Dióxido de enxofre e trióxido de enxofre.

Monóxido de carbono.

Hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio.

Processo Industrial

Material particulado (fumos, poeiras e névoas).

Gases: SO2,SO3, HCl e hidrocarbonetos.

Mercaptans, HF, H2S, NOx

Queima de Resíduos Sólidos

Material particulado.

Gases: SO2, SO3, HCl, NOx.

Outros Hidrocarbonetos, material particulado.

Fontes Móveis

Veículos Automotores

Material particulado, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e óxidos

de enxofre.

Aviões e Barcos Óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre.

Locomotivas, etc. Ácidos orgânicos, hidrocarbonetos e aldeídos.

Fontes Naturais Material particulado – poeiras

Gases: SO2, SO3, HCl e hidrocarbonetos.

Reações Químicas

Poluentes secundários – O3, aldeídos.

Ácidos orgânicos, nitratos orgânicos.

Aerossol fotoquímico, etc.

Nota-se que a maioria dos poluentes tem origem nos processos de combustão.

A seguir, será apresentada uma breve descrição sobre os principais poluentes do ar

conforme citados no Quadro 2.2 ²,6.

Material Particulado - são partículas de material solido ou liquido que ficam

suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem, etc.

Óxidos de Enxofre (SO2 e SO3) - são produzidos pela queima de combustíveis que

contenham enxofre em sua composição, além de serem gerados em processos

biogênicos naturais, tanto no solo quanto na água. O SO2 é um gás incolor e com

forte odor, e é capaz de formar SO3 que na presença de vapor d’água se transforma

em ácido sulfúrico.

Óxidos de Nitrogênio (NOx) – são gerados por processos de combustão e pela

descarga elétrica na atmosfera. O NO2, por exemplo, é um gás avermelhado de

6

forte odor, que pode levar a formação de ácido nítrico, nitratos e compostos

orgânicos tóxicos.

Monóxido de Carbono (CO) – é um gás incolor, inodoro e insipido gerado nos

processos de combustão incompleta de combustíveis fósseis e outros materiais que

contenham carbono em sua composição.

Outros tipos de poluição também são consideráveis quando se diz respeito ao

bem estar da população. São exemplos desses poluentes denominados físicos, o

som e o calor, porém não são relevantes nesse estudo.

2.3 Legislação Ambiental

O controle da poluição do ar tem como objetivo preservar o bem estar do

homem, das plantas, dos animais e das propriedades físicas do meio natural no

presente e no futuro, garantindo assim o desenvolvimento econômico e a

manutenção do meio ambiente4.

Nos Estados Unidos, o órgão responsável pelo controle dos índices de

qualidade do ar (NAAQS- National Ambient Air Quality Standards) é a Environmental

Protection Agency (EPA). Esse órgão especifica os níveis máximos de concentração

de poluentes permitidos em função de um período de tempo. Eles são divididos em

dois grupos, o primário, que inclui uma faixa segurança de proteção para pessoas

mais sensíveis como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios, e o

secundário, que leva em conta outros elementos como danos a materiais e à vida

animal, agricultura e conforto pessoal².

Nos Estados Unidos, quando algum nível crítico é atingido, a EPA mantém a

população informada sobre a qualidade do ar fixando um índice chamado PSI

(Pollution Standard Index), a legislação brasileira de qualidade do ar é bem parecida

com a legislação norte-americana, e para o nosso país esse índice é chamado IQA –

Índice de Qualidade do Ar. Esses índices citados anteriormente fazem parte do

corpo de leis ambientais desenvolvidas ao longo dos últimos anos pelas autoridades

da área ambiental. A seguir, esses fatos são resumidos em um breve histórico.

7

Histórico cronológico da legislação ambiental brasileira

No Brasil, o desenvolvimento da política e da legislação ambiental iniciou-se

a partir da década de 1970, quando foi criado o Decreto nº 73.030 em que surgia a

Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Dado a partida, criou-se o Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e as seguintes Resoluções ambientais que

dizem respeito à poluição do ar7:

A Resolução CONAMA nº 01 de 1986, que estabeleceu que as atividades

modificadoras do meio ambiente estão sujeitas, antes de sua construção e durante

seu funcionamento, à apresentação e aprovação de Estudos de Impacto Ambiental

(EIA), e a entrega de relatórios que demonstrem o frequente acompanhamento dos

mesmos 7,8.

A Resolução CONAMA nº 05 de 1989, que instituiu o PRONAR – Programa

Nacional de Controle de Qualidade do Ar, com o intuito de limitar os níveis de

emissão de poluentes e assim garantir a proteção e a qualidade de vida a favor do

desenvolvimento econômico e social do país9.

A Resolução CONAMA nº 08 de 1990, que estabeleceu os limites máximos

de emissão de poluentes do ar para processos de combustão externa em fontes

fixas por faixa de potência e, além disso, classificou os padrões de qualidade de ar

em primários e secundários, como citado anteriormente¹.

A Resolução CONAMA nº 382 de 2006, que estabeleceu os limites máximos

de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas, levando em conta seus

custos e impactos nas economias regionais10.

A limitação do nível de emissão de poluentes atmosféricos, realizada com o

estabelecimento das resoluções criadas acima, teve como principais objetivos a

melhoria na qualidade do ar, permitir o desenvolvimento econômico e social do

país e proteger a saúde e o bem estar das populações. É fato que existe uma farta

legislação de proteção ambiental e que teoricamente, esta serviria para realizar o

completo monitoramento das questões de proteção dos recursos naturais. Porém,

há a necessidade de uma constante revisão e reformulação dos instrumentos

existentes, para que eles possam conduzir realmente ao desenvolvimento

sustentável.

8

2.4 Emissões atmosféricas de refinarias

O petróleo cru é a principal matéria prima utilizada nas refinarias, porém há

a utilização de outros produtos que saem das unidades de processamento na forma

de emissões atmosféricas. São exemplos desses poluentes: monóxido de carbono

(CO), materiais particulados, sulfetos de hidrogênio (H2S), hidrocarbonetos voláteis,

compostos orgânicos tóxicos e os óxidos de enxofre (SOx) e de nitrogênio (NOx)11.

As fontes de emissões de gases em refinarias podem ser divididas da

seguinte maneira:

Emissões pontuais

Essas emissões primárias são efluentes das chaminés de caldeiras e fornos

das diversas unidades de processo das refinarias, como destilação, craqueamento,

unidades de recuperação de enxofre e etc.

Emissões fugitivas

Essas emissões, de caráter não intencional, podem ocorrer em diversos

lugares nas refinarias, pois são consequências de vazamentos de equipamentos

como bombas, válvulas, conexões, etc. Podem potencializar os valores de emissão

de uma refinaria caso não sejam controladas devidamente.

Emissões Evaporativas

Essas emissões ocorrem pela evaporação oriunda de ambientes abertos para

atmosfera, tais como tanques, reatores abertos, torres de refrigeração e etc14.

Das emissões pontuais, os numerosos aquecedores podem ser as fontes

potenciais das emissões de NOx, SOx, CO, hidrocarbonetos e material particulado. O

nível de emissão depende da qualidade da combustão, sendo considerado

significativo caso não ocorra queima completa do combustível ou caso os

aquecedores estejam sujos com piche e resíduos de petróleo15.

Outro fato relevante é o caso do descarte dos gases para atmosfera. Muitas

correntes gasosas passam por uma caldeira de CO, que queima monóxido de

carbono e outros hidrocarbonetos para serem liberados na forma de dióxido de

carbono na atmosfera (gás considerado menos tóxico). Há também o processo de

recuperação de enxofre que recupera os gases de refinaria e o enxofre elementar,

que pode ser comercializado. Salienta-se que as correntes gasosas das refinarias

9

contêm quantidades variáveis de gás sulfídrico e amônia, porém estes também

passam por um tipo de combustão antes de serem liberados para a atmosfera, pois

são extremamente tóxicos.

2.5 Óxidos de Enxofre (SOx)

Os óxidos de enxofre provêm de fontes naturais, como vulcões e queimadas,

e de fontes antropogênicas, na combustão de carvão e derivados de petróleo. Nas

refinarias, eles são produzidos durante a queima de combustíveis utilizados para a

geração de calor e energia. O nível de emissão desses óxidos depende da

quantidade de enxofre presente no petróleo cru, visto que esta composição varia

dependendo da origem da matéria prima11.

2.5.1 Química de Formação de SOx

Uma das principais fontes de enxofre necessária para produzir SOx em

processos de combustão industrial vem de combustíveis. Combustíveis sólidos

como coque e carvão podem conter 1% ou mais de enxofre em seu peso,

combustíveis líquidos como gasolina e óleo combustível pesado podem conter 2%

ou mais de enxofre em peso já combustíveis gasosos, como gás natural e propano,

contêm pouca ou nenhuma porcentagem de enxofre em peso. Para formar SOx em

processos de combustão, o enxofre é oxidado pelo oxigênio do ar sob a ação de

altas temperaturas. A primeira reação de oxidação ocorre dentro de um

combustor de alta temperatura, conforme mostrado a seguir:

S + O2 SO2

A próxima etapa pode ocorrer no sistema de combustão ou na atmosfera

(caso as condições ambientes estejam adequadas) depois de deixar o combustor.

Neste caso, o equilíbrio favorece fortemente a formação de SO3 em vez de SO2. Em

temperaturas elevadas, ocorre a predominância da formação de SO2 e a taxa de

reação para SO3 declina, sendo assim SO2 a maior parte do SOx em gases de

combustão. A reação da segunda etapa é a seguinte:

SO2 + ½ O2 SO3

10

Um dos problemas da formação de SO3 na atmosfera, é que ele reage com a

água da chuva formando ácido sulfúrico, o que desencadeia a formação de chuva

ácida que será discutida no próximo tópico²¹.

2.5.2 Impactos Ambientais

Os óxidos de enxofre podem ser tóxicos para algumas plantas e causam

assim a danificação das mesmas e a consequente redução das colheitas. Além disso,

em conjunto com os óxidos de nitrogênio, os poluentes de enxofre favorecem a

formação da chuva ácida e intensificam os danos que ela causa como erosão de

monumentos, corrosão de metais, etc4. Em cidades industrializadas de inverno

rigoroso, o SO2 em conjunto com material particulado, pode provocar o smog

industrial, que tem como característica uma névoa acinzentada, e os danos que

provoca são praticamente os mesmos da chuva ácida que será mais detalhada a

seguir².

Chuva ácida

Em regiões industrializadas, a chuva ácida é um dos problemas mais comuns

e graves que acontece. Esse fenômeno ocorre devido à interação dos gases

nitrogenados e sulfurados com o vapor d’água, que acaba gerando diversas formas

de precipitação, não só a chuva, com características ácidas (pH abaixo de 5,6)13.

A química de reação dos compostos de enxofre que contribui para a

formação da chuva ácida é a seguinte:

I- Combustão:

S + O2 SO2

II- Formação de SO3:

SO2 + ½ O2 SO3

III- Reações com água:

SO2 + H2O H2SO3

SO3 + H2O H2SO4

A chuva ácida causa a acidificação dos solos e da água, o que gera perdas de

produtividade na agricultura, lixiviação, desgastes em equipamentos de geração de

energia, pode matar uma série de peixes, causa a destruição de obras de artes e

monumentos, e etc.

11

Vale ressaltar que a quantidade de dióxido de carbono no ar é maior do que

a quantidade de óxidos de enxofre, porém este último é o gás que mais contribui

com a formação da chuva ácida, por ser ele mais solúvel em água e por apresentar

uma maior constante de dissociação.

2.5.3 Impactos na Saúde

A maioria dos efeitos causados pelos óxidos de enxofre é decorrente da

formação de ácido sulfúrico e ácido sulforoso, que no organismo combinam-se

rapidamente com a água. Eles agravam sintomas de doenças cardíacas, pulmonares

e aumentam a incidência de doenças respiratórias agudas4.

A absorção desses poluentes pela mucosa nasal é muito rápida, e quando

isso ocorre, os óxidos são distribuídos pelo organismo prontamente e atingem o

cérebro e os tecidos.

A exposição aguda acarreta dificuldades para respirar, desconforto, pode

facilitar o desenvolvimento de uma pneumonia e até distúrbios de consciência. Em

baixas concentrações, a tosse é um sintoma comum, e na pele, o contato com o

liquido pressurizado provoca queimaduras, além de reações alérgicas quando os

óxidos entram em contato com o suor11.

Quando há picos de concentração muito altos de SOx, os maiores atingidos

são os idosos, as crianças e as pessoas mais debilitadas de saúde, e por esse motivo

torna-se importante o monitoramento dos índices de qualidade do ar, para prevenir

a população de casos de extrema urgência.

2.6 Óxidos de Nitrogênio (NOx)

Os óxidos de Nitrogênio formam-se na atmosfera a partir de reações

químicas entre o Nitrogênio e o oxigênio, dentre os compostos de nitrogênio estão

a amônia, os óxidos de nitrogênio e o próprio nitrogênio, que são formados a partir

da queima de combustíveis em altas temperaturas (veículos, residências, etc.) e de

fontes naturais12.

Em refinarias, os óxidos de Nitrogênio podem se formar a partir da queima

de combustíveis fósseis. Essa formação ocorre de duas maneiras distintas: uma se

dá pela combinação entre o nitrogênio e o oxigênio presentes no ar, sob a ação de

12

altas temperaturas nas reações de combustão, a outra, se dá pela oxidação do

nitrogênio presente nos combustíveis11.

2.6.1 Química de Formação de NOx

Nos processos de combustão, o nitrogênio do ar ou do combustível é

convertido a diversos poluentes, as espécies formadas dependem de fatores como

a temperatura e a relação combustível/oxigênio presentes na zona de combustão.

As emissões de NOx nos sistemas de combustão são resultantes de três principais

mecanismos: NOx térmico, NOx no combustível e NOx imediato18.

Formação de NOx Térmico

O NO térmico forma-se pela oxidação do nitrogênio do ar pela ação das altas

temperaturas impostas no processo de combustão. A formação de NO térmico

segue o seguinte modelo proposto por Zeldovich:

N2 + O NO + N ∆H = + 75 Kcal/mol (I)

N + O2 NO + O ∆H = - 32 Kcal/mol (II)

N + OH NO + H ∆H = - 47 Kcal/mol (III)

A equação (I) determina a velocidade de formação de NO térmico, que

quando está nas condições estequiométricas favorece ainda mais a formação de

óxido de nitrogênio a altas temperaturas, aproximadamente superiores a 1500°C.

Zeldovich observou que a velocidade de formação de NO é menor que a velocidade

das reações de combustão, e que na região da chama pouco NO é formado e

grande parcela forma-se na região pós chama19.

O tempo e a temperatura de exposição influenciam na formação de NO

térmico. No caso, a temperatura aumenta a energia de ativação da reação de

dissociação, o que exige menor tempo para que ela ocorra, nesse caso, como o

tempo já não interfere mais na formação de NO térmico, diz-se que o ponto de

equilíbrio químico de formação foi atingido, para uma dada mistura19.

Formação de NOx presente no combustível

A formação de NO combustível ocorre pela reação entre o oxigênio e o

nitrogênio presente no combustível durante os processos de combustão. Nesse

caso, a velocidade de formação de NO é mais rápida do que a taxa de formação do

13

NO térmico já citado, ocorre em escala de tempo comparável com as reações de

combustão20.

A quantidade de nitrogênio que constitui o combustível, e a relação

ar/combustível da reação de combustão, influenciam na formação de NO, porém

observa-se que há formação de grandes concentrações de NO combustível em

reações pobres, o que evidencia que a temperatura tem pouca influência no

mecanismo de formação. Nesse tipo de formação ocorrem diversas reações

intermediárias, a seguir somente algumas (as reações de IV a VI) serão

apresentadas19.

2NO + O2 NO (IV)

NO + O° NO2 + O2 (V)

NO + HO°2 NO2 + HO° (VI)

Uma estratégia interessante para minimizar as emissões de NOx combustível

é controlar o excesso de oxigênio durante a reação de combustão21.

Formação de NOx imediato

A principal característica dessa formação é o rápido aparecimento de NO na

frente da chama. Esse recente mecanismo de reação, cuja cinética ainda não é

completamente compreendida, baseia-se na rápida formação de NOx por radicais

livres devido às interações entre nitrogênio, oxigênio e radicais de

hidrocarbonetos19.

Algumas características dos mecanismos de oxidação rápida são:

predominam na chama de combustíveis ricos em hidrocarbonetos, não têm

dependência com a temperatura, a duração do processo é breve e as emissões têm

forte dependência com a relação ar/combustível.

2.6.2 Impactos Ambientais

Os óxidos de nitrogênio podem causar danos à vegetação por serem

considerados tóxicos para as plantas, eles geram problemas no crescimento e na

fertilidade das sementes quando expostas a níveis altos de emissão. Além disso,

eles contribuem para a formação da chuva ácida em conjunto com os óxidos de

enxofre, e são os principais componentes do chamado smog fotoquímico,

fenômenos que serão detalhados a seguir4.

14

Chuva Ácida

Seus efeitos já foram citados anteriormente, pois são os mesmos que os

causados pelo dióxido de enxofre, porém, no caso citado é o ácido nítrico (HNO3)

que contribui para a acidificação do precipitado.

A química de reação dos compostos de nitrogênio que contribui para a

formação da chuva ácida é a seguinte:

I- Reação de combustão:

N2 + 2O2 2NO2

II- Reação com a água:

2NO2 + H2O HNO2 + HNO3

Smog Fotoquímico

É o fenômeno causado pela reação dos óxidos de nitrogênio com

hidrocarbonetos sob a influência da luz, gerando assim uma mistura de diversos

poluentes na estratosfera, como ozônio e ácido nítrico por exemplo16.

A formação do smog começa pela queima de combustíveis por fontes

móveis e fixas. Sobre a ação de altas temperaturas, o nitrogênio e o oxigênio do ar

reagem e produzem óxido nítrico. Na atmosfera, parte desse óxido nítrico é

convertida a dióxido de nitrogênio, agente que caracteriza a cor amarronzada da

neblina criada pelo fenômeno. Com a influência da luz solar, parte do dióxido de

nitrogênio formado associa-se com hidrocarbonetos e assim é produzido o smog

fotoquímico, o Quadro 2.6 mostrará de maneira simplificada, as reações de

formação da fumaça fotoquimica16.

15

Quadro 2.6: Esquema simplificado de reações para névoa com fumaça fotoquímica17

.

NO2 + Luz NO + O

O + O2 O3

O3 + NO NO2 + O2

O + HC HCO°

HCO° + O2 HCO3°

HCO3° + HC Aldeídos, cetonas, etc.

HCO3° + NO HCO2° + NO2

HCO3° + O2 O3 + HCO2°

HCOX° + NO2 Nitratos de peróxiacetil

*HC = hidrocarboneto, ° = radical.

No smog fotoquímico, a concentração de alguns componentes varia durante

o dia, o Quadro 2.6 ilustra de maneira simples essa variação. Nota-se que com o

início da movimentação diurna aumentam-se os níveis de NO, HC e de NO2, e

conforme o último reage com a luz solar, o ozônio é então produzido17.

Figura 2.6 – Concentração de NO, NO2, hidrocarbonetos, aldeídos e alguns oxidantes ao longo do dia.

16

2.6.3 Impactos na Saúde

O Dióxido de Nitrogênio apesar de ser relativamente insolúvel em água,

quando inalado pode se transformar em Ácido Nitroso e Ácido Nítrico que são

altamente irritantes para o pulmão. Em altas concentrações o NO2 pode ser fatal,

em concentrações baixas ele pode aumentar a suscetibilidade a infecções, causar

bronquite e pneumonia4.

O Óxido Nítrico causa problemas em diversos tecidos do corpo: nos olhos

pode provocar conjuntivite; no aparelho circulatório pode causar taquicardia,

dilatação do coração e congestão torácica; no sistema nervoso, provoca ansiedade,

perda da consciência e confusão mental; e no aparelho digestivo, pode causar

náuseas e dores abdominais11.

17

3 METODOLOGIAS DE MONITORAMENTO DE EMISSÕES

3.1 Introdução

A quantidade de poluentes presentes no ar atmosférico é medida com a

utilização de diversas metodologias e diferentes equipamentos. A escolha dos

mesmos deve levar em consideração os padrões legais, de como deve ser feita a

análise, e as condições de operação e manutenção dos equipamentos, escolha esta

feita pela parte interessada, no caso a indústria.

A quantificação de poluentes no ar é necessária para auxiliar no controle dos

padrões de emissão; controlar os processos de poluição; controlar a eficiência de

um equipamento, no caso de refinarias é muito utilizado para os fornos e caldeiras;

comparar os valores obtidos com os diferentes métodos de medição e etc.

O monitoramento das emissões é feito por duas metodologias distintas:

pode ser feito periodicamente, pela extração de amostras em chaminés e posterior

análise laboratorial; ou é feito continuamente, pela utilização de analisadores

específicos para medição de gases. A seguir são detalhados ambos os

procedimentos.

3.2 Controle periódico de emissões

O monitoramento dos gases de emissão de chaminés ou dutos de fornos e

caldeiras é realizado periodicamente fazendo-se amostragens para determinar a

concentração e a taxa de emissão dos diversos poluentes de refinaria tais como:

material particulado, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono

e compostos orgânicos gasosos.

Para a determinação de tais poluentes em dutos e chaminés de fontes

estacionárias, deve-se também determinar a velocidade, a vazão e a umidade dos

gases efluentes, além de realizar a calibração dos equipamentos utilizados na

amostragem. Todos esses dados são apresentados nos relatórios de amostragem de

chaminé e são utilizados no cálculo da eficiência energética dos equipamentos, nos

estudos de dispersão atmosférica, em balanços de massa e etc..

18

3.2.1 Determinação de óxidos de enxofre: método de ensaio

Para a coleta de amostras de poluentes na determinação da concentração

de óxidos de enxofre, são utilizados sistemas de borbulhadores. Nesses tipos de

sistemas, uma determinada quantidade da amostra é succionada e borbulhada em

solução de reagentes específicos para cada efluente.

O método do peróxido de hidrogênio como reagente é geralmente utilizado

para a determinação de dióxidos e trióxido de enxofre. Neste método, a oxidação

dos óxidos de enxofre pelo peróxido de hidrogênio forma ácido sulfúrico, e assim, a

acidez proporcional à concentração da amostra é determinada pela titulação com

uma solução padrão23. A Figura 3.2.1 exemplifica o trem de amostragem montado

para a realização da amostragem de óxidos de enxofre.

Figura 3.2.1 – Trem de amostragem para coleta e análise de óxidos de enxofre23

.

3.2.2 Determinação de óxidos de nitrogênio: método de ensaio

A determinação de óxidos de nitrogênio é feita pela coleta de uma amostra

em frascos contendo uma solução de ácido sulfúrico diluído e peróxido de

hidrogênio. Os óxidos de nitrogênio absorvidos pelo peróxido de hidrogênio são

medidos por colorimetria pelo uso do procedimento do ácido fenoldissulfônico24. A

Figura 3.2.2 ilustra a montagem do trem de amostragem para coleta e análise de

óxidos de nitrogênio.

19

Figura 3.2.2 – Trem de amostragem para coleta e análise de óxidos de nitrogênio24

.

3.3 Controle contínuo de emissões

O sistema de monitoramento contínuo de emissões, conhecido pela sigla

C.E.M. (Continuous Emission Monitoring), é usado para controlar emissões de

poluentes produzidas em pontos fixos tais como chaminés de indústrias. Para

realizar esse monitoramento, é possível dois métodos de medição: medição no local

e medição extrativa, que são discutidas nos tópicos a seguir.

3.3.1 Medição no local

Trata-se de medições em que o equipamento analisador é instalado dentro

da chaminé, há dois subtipos relacionados a medições no local: o primeiro é o

denominado medida em um ponto, em que um sensor eletroquímico ou eletro-

óptico é colocado na ponta de uma sonda instalada no duto onde se deseja

controlar as emissões; o outro subtipo é a medição ao longo do percurso, em que os

analisadores medem a concentração das emissões ao longo de um diâmetro do

duto o qual se deseja fazer o controle. Neste último método, um sensor emite raios

de luz em sua parte emissora e recebe em sua parte receptora, a interação do gás

com a luz será o princípio de medida das emissões no duto, esse resultado é dado

como uma concentração integrada ao longo do comprimento do percurso27.

20

Figura 3.1 – Sistema de medida em um ponto.

Figura 3.2 – Sistema de medida ao longo do percurso.

3.3.2 Medição extrativa

Neste tipo de medição, uma linha de amostragem faz o intercâmbio da

amostra coletada automaticamente na chaminé, para o analisador que será

utilizado, geralmente colocado ao nível do solo da fábrica. As emissões extrativas

também são divididas em dois subtipos: a medição direta, que é feita sem diluição,

e após sofrer tratamentos de temperatura, umidade e partículas chega ao

analisador, o qual deverá medir altas concentrações de poluentes; O outro subtipo

é a medição com diluição, neste caso, a amostra é coletada, sofre tratamentos para

remissão de partículas e é diluída com ar. Nesta técnica, uma sonda é introduzida

na chaminé, de forma que o contato com ar livre de óleo, umidade e poeiras

permite a obtenção de uma amostra diluída. Neste caso, a linha de amostragem é

formada por quatro tubos, um transporta a amostra diluída, outras o ar de

calibração e de purga, outro a linha de vácuo e o último o ar de diluição.

Na técnica de emissões extrativas, o condicionamento de amostras é muito

importante, visto que se deve eliminar todo vapor d’água antes da entrada da

21

amostra no analisador, na maioria dos casos deve-se diminuir a temperatura e

retirar partículas da mesma afim de que seja garantido o correto funcionamento do

analisador27.

3.4 Métodos de monitoração para sistemas extrativos

3.4.1 Dióxido de Enxofre

A técnica de infravermelho não dispersivo é a mais utilizada para detecção

de dióxido de enxofre em sistemas extrativos. Consiste na medição do nível de

absorção de luz quando esta passa por uma corrente de gases. Além do dióxido de

enxofre, os analisadores por espectrometria de infravermelho são usados para

detectar SO2, CO, NO, HCl, CO2 e hidrocarbonetos.

Para a detecção dos gases, os analisadores utilizam uma fonte emissora e

um detector, essa fonte detecta faixas de absorção de luz, denominadas bandas,

que possuem pequenos comprimentos de onda. Cada banda está relacionada a um

pico de absorção da molécula a ser detectada, alguns gases possuem bandas que

sobrepõem as outras a serem medidas, por exemplo, H2O e CO2 possuem bandas de

absorção largas e podem interferir na medida dos outros gases. Por isso deve ser

feito o prévio condicionamento da amostra, pois assim os gases interferentes são

eliminados13.

3.4.2 Óxidos de Nitrogênio

As metodologias mais utilizadas para medição de óxidos de nitrogênio por

técnicas extrativas são a quimiluminescência e a de infravermelho não dispersivo,

conforme citado anteriormente. Na técnica de quimiluminescência mede-se a

radiação quimiluminescente gerada por uma reação química, com isso é possível a

determinação da concentração de gases num determinado duto.

Quando ocorre a reação química entre NO e ozônio, uma radiação

infravermelha é gerada, então é possível determinar a concentração de óxido

nítrico pela observação da radiação em uma faixa estreita da emissão total13.

NO + O3 NO2° + O2

NO2° NO2 + hv

NO2 NO + ½ O2

22

Como o NO2 não é utilizado na reação, ele é reduzido a NO, porém os

analisadores fazem a medida de acordo com que se forneça um leitura total de NOx

(NO + NO2).

3.5 Monitoramento em Refinarias

As refinarias no Brasil, fazem a monitoração pontual de diversos poluentes,

dentre eles os NOx e SOx, geralmente com periodicidade semestral. Porém, isso

varia de acordo com o que está escrito na licença ambiental de cada refinaria e cabe

ao órgão ambiental competente, o estabelecimento do período legal para a entrega

das amostragens.

A medição pontual é feita por empresas terceirizadas e é baseada nas

normas CETESB e USEPA, em que constam as metodologias apropriadas e

recomendadas. Essas empresas disponibilizam os relatórios de análise em

aproximadamente, um mês após a coleta das amostras. A estrutura desse relatório

contém a metodologia referência, os equipamentos utilizados, a descrição da etapa

analítica feita e os resultados obtidos na análise. Na parte referente aos resultados,

estão os poluentes analisados, a data e a hora da coleta e a taxa de emissão na

unidade de medida exigida pelos órgãos fiscais, que no caso é Kg/h. Outros dados

são coletados para cálculo da emissão, como por exemplo, a vazão e a temperatura

de topo da chaminé.

A refinaria fica responsável pela entrega desses relatórios aos órgãos de

fiscalização, e em caso de desvios, ela deve enviar um plano de ação com tempo

definido, para o ajuste dos parâmetros que estejam fora da faixa ideal.

Além do monitoramento pontual, as refinarias utilizam analisadores em

chaminés para o acompanhamento contínuo de emissões de NOx e SOx. Esses dados

são obtidos e transmitidos a softwares de acompanhamento de processos. Com isso

é possível o acompanhamento contínuo das emissões, e o fechamento diário,

mensal ou anual da quantidade de poluentes emitida pelas diversas unidades de

processo de uma refinaria.

O acompanhamento contínuo e periódico das emissões é uma ferramenta

importante no processamento de petróleo para que se mantenha o regime de

emissões dentro dos limites estabelecidos pelas normas ambientais. Além disso,

23

com a comparação de ambos os resultados é possível examinar a possível falha de

algum dos dois métodos de medida de emissão, seja ela de defeitos na

instrumentação (no caso do monitoramento contínuo avalia-se a funcionalidade do

analisador), ou por falha dos operadores na amostragem de chaminé (falhas

durante a coleta de amostras ou na fase analítica de amostragem).

24

4 EXEMPLO DE UM CASO

Neste capítulo será apresentado o exemplo de alguns resultados obtidos por

dois tipos de medições realizadas em uma determinada refinaria, localizada na

região do Vale do Paraíba no Estado de São Paulo.

4.1 Situação da refinaria

A refinaria em questão faz o controle de suas emissões pontuais pelo uso de

monitoramento contínuo de chaminés, nas quais existem analisadores que enviam

os dados de emissão a uma central de controle em tempo real. Estes dados são

tabelados pelos operadores responsáveis pelo controle de emissões da refinaria, e

são utilizados no fechamento mensal da quantidade de emissões de cada unidade

de processamento e para a soma de todas as emissões pontuais da refinaria.

Outra aplicação para os dados obtidos pelos analisadores de processo é para

a realização do cálculo de estimativa da taxa de emissões atmosféricas por balanço

de massa. Os analisadores de chaminé medem a concentração de NOx e SOx em

mg/Nm³, cabe aos operadores utilizar de outras medições como vazão, teor de O2 e

composição de combustível de entrada e de gases de saída, para realizarem os

cálculos necessários, utilizando a lei de conservação das massas, para estimar a taxa

de saída de gases em Kg/h.

De ano em ano, a refinaria faz o monitoramento das emissões por

amostragem de chaminés, e com essas amostragens ela consegue ver possíveis

problemas em seus analisadores, e realizar assim a manutenção dos mesmos para

otimizar seus processos.

É importante a comparação entre os resultados obtidos tanto pelo

monitoramento contínuo quanto pela amostragem de chaminés, pois assim

permite-se saber com a proximidade dos valores, se a quantificação é compatível

com os limites estabelecidos pelos órgãos ambientais, e se há realmente, eficiência

nos processos em análise contínua.

Obtidos esses resultados, é feito o estudo das fontes de emissão de

poluentes e criam-se os inventários de emissões atmosféricas. Nestes inventários,

todos os componentes que são descarregados na atmosfera são localizados,

25

quantificados e qualificados, sendo esta uma importante estratégia para o

gerenciamento das emissões da refinaria.

4.2 Emissões em refinarias

Como já citado algumas vezes no trabalho, as fontes de emissão de

poluentes numa refinaria são os fornos e as caldeiras, a seguir é feito um breve

resumo do que são estes instrumentos, qual o princípio de funcionamento que

utilizam e a importância que eles têm dentro de um processo.

4.2.1 Fornos

Os fornos são a base fundamental para produção de energia em refinarias,

para isso eles realizam a queima de combustíveis que escoam no interior de

serpentinas. São equipamentos constituídos por uma caixa metálica internamente

revestida por material refratário, cuja sustentação é feita por uma estrutura de

vigas e colunas metálicas. Em seu interior é realizado a queima de um ou mais

combustíveis com o intuito de vaporizar, aquecer, ou promover reações químicas

de um determinado fluido que escoa em serpentinas tubulares.

Os fornos são amplamente utilizados nas indústrias de petróleo e

petroquímica e representam cerca de 20% do investimento total de uma unidade.

Eles podem ser denominados fornos simples, caso sejam utilizados somente para a

queima de combustíveis nos processos, ou podem ser chamados fornos reatores,

quando são utilizados para favorecer reações químicas endotérmicas. Nesse último

caso, o interior das serpentinas pode ser composto ou não por catalisadores que

auxiliam na velocidade de reação26.

4.2.2 Caldeiras

Conhecidas como geradores de vapor, as caldeiras são o ponto de partida de

um sistema térmico. Elas convertem energia química de um combustível em energia

térmica na forma de vapor. Seu princípio de funcionamento é a utilização da

energia obtida nos processos de combustão para realizar a vaporização de água em

vasos de pressão cuja pressão é controlada.

Em equipamentos instalados em hotéis e residências a ordem de geração de

vapor é de algumas dezenas de Kg por hora, enquanto em processos industriais

26

pode chegar à ordem de 4500 t/h de vapor em temperaturas na faixa de 530°C e

pressão em torno de 280 Kgf/cm².

Podem ser denominadas convencionais, quando o vapor é obtido pela

queima de combustíveis; recuperadoras de calor, quando a energia térmica é obtida

através da energia sensível de correntes gasosas; ou ainda podem ser chamadas por

caldeiras críticas ou supercríticas, que dependem das características do vapor

gerado em relação aos valores de ponto crítico, onde já não há distinção entre fase

líquida e fase vapor no sistema24.

Tanto em fornos quanto caldeiras o controle da eficiência energética é a

forma mais econômica para a minimização das emissões atmosféricas. Algumas

técnicas utilizadas para o aumento da eficiência dos processos de combustão serão

mostradas no próximo capítulo, porém cabe aqui adiantar algumas técnicas

utilizadas no abatimento de emissões. O controle do teor de O2 é um exemplo de

que menos energia será utilizada para o aquecimento dos gases de combustão caso

uma quantidade controlada de ar seja inserida no processo. O controle da

temperatura dos gases de combustão também se mostra de fundamental

importância, sendo que a emissão de óxidos de nitrogênio é bastante controlada

somente pela aplicação desta técnica24.

4.3 Amostragens de chaminé e controle contínuo

A quantificação de óxidos de nitrogênio de duas chaminés, uma de um forno

e outra de uma caldeira, foi feita através da técnica colorimétrica pelo método do

ácido fenoldissulfônico. As tabelas a seguir mostram os valores obtidos de

concentração de óxidos de nitrogênio tanto na amostragem de chaminé quanto no

monitoramento contínuo de emissões (C.E.M.).

27

Tabela 4.3.1: Valores de concentração de óxidos de nitrogênio, determinados por amostragem e por analisadores de chaminé de um forno.

Hora de coleta

Amostragem de chaminé mg/Nm³

Analisador de NOx

mg/Nm³

12:21 54,2 50,1 48,9 50,2

50,7 51,2 48,9 48,1

13:45

16:25

16:40

Tabela 4.3.2: Valores de concentração de óxidos de nitrogênio, determinados por amostragem e por analisadores de chaminé de uma caldeira.

Hora da coleta

Amostragem de chaminé mg/Nm³

Analisador de NOx

mg/Nm³

14:03 83 126 116 120

55,77 56,15 54,95 56,53

15:16

16:32

17:10

Na Tabela 4.3.1, observa-se que os valores de concentração de óxidos de

nitrogênio dados em mg/Nm³, são bem próximos aos valores lidos pelo analisador

de NOx da chaminé. Sendo que há a conformidade entre os dados obtidos, um

estudo mais aprofundado pode ser feito a respeito das emissões dessa chaminé. O

contrário se observa com os valores lidos na Tabela 4.3.2, em que os valores de

amostragem nela mostrados, são completamente distintos dos valores lidos no

analisador de NOx da caldeira.

Alguns problemas podem ter ocorrido em algum dos procedimentos. Um

deles pode ser o mau funcionamento do analisador de chaminé, sendo assim

necessária a manutenção do instrumento por parte dos operadores. Outro possível

problema pode ter sido causado durante o cadastro dos dados do analisador no

sistema. Conforme é observado, os valores do analisador são bem próximos uns dos

outros, o que indica certa conformidade nas emissões. Visto isso, pode ser que a

unidade de medida mostrada no painel de controle do analisador não seja a

unidade que realmente está sendo mensurada. Alguns analisadores mostram

concentrações de poluentes em ppm, sendo assim, as medidas lidas devem ser

28

multiplicadas por algum fator para serem realmente dadas na unidade

correspondente obtida nas amostragens de chaminé.

Há também a probabilidade de erro humano na realização dos ensaios,

tanto na coleta de amostras quanto no desenvolvimento da etapa analítica, porém

essa probabilidade é mínima visto que a amostragem é feita em triplicatas e caso

algum ponto for extremamente distante dos demais, outra análise é feita.

A Tabela 4.3.3 mostra as taxas de emissão medidas em ensaios de chaminé

do forno e da caldeira anteriormente citados, e de uma chaminé central de um

determinado processo da refinaria. Os dados citados não foram coletados no

mesmo dia, o que seria ideal para o estudo, porém cabe aqui a comparação entre as

dimensões da taxa de emissão de fornos e caldeiras.

Tabela 4.4.3 – Taxas de emissão de NOx e SOx em um forno, em uma caldeira e da chaminé central de uma unidade de processamento de petróleo.

Forno Caldeira Chaminé Central

SOx (Kg/h)

NOx

(Kg/h) SOx

(Kg/h) NOx

(Kg/h) SOx

(Kg/h) NOx

(Kg/h)

0,064 0,36 0,609 16,1 99,5 54

0,062 0,46 0,611 21,1 118 64,4

0,07 0,49 0,623 26,7 142 60,6

A apresentação desta tabela mostra de forma clara, que neste caso, as

maiores taxas de emissão de NOx são provocadas pela ação da caldeira na formação

de vapor para o processo. Este instrumento também produz aproximadamente dez

vezes mais emissões de óxidos de enxofre do que o forno. Essa não é uma regra

geral aplicada a todos os fornos e caldeiras, a emissão dos equipamentos varia de

acordo com a carga processada e com as circunstâncias de projeto do instrumento.

Sendo que fornos e caldeiras mais antigos, devido a não exigência por parte dos

órgãos ambientais de técnicas de abatimento de emissões, emitem mais poluentes

dos que os atualmente projetados. Porém, cabe salientar que caso houvesse a

29

necessidade de projeto de tecnologias para abater emissões nessa refinaria, o

primeiro equipamento a ser questionado devido às emissões seria a caldeira,

devido às maiores taxas de emissão.

Outros dados contidos na Tabela 4.3.3 dizem respeito às taxas de emissão

de SOx e NOx da chaminé central de uma unidade de processamento de petróleo. A

apresentação desses dados é importante, pois no dia dessa coleta o sistema de

análise contínua ainda não havia sido implantado, e visto que se trata de uma

unidade em que a amostragem demonstra uma alta taxa de emissão tanto de NOx

quanto de SOx, é de vital importância para a refinaria o controle contínuo de

emissões dessa unidade.

Conforme mostrado neste exemplo real de uma refinaria, embora exista o

aperto por parte dos órgãos ambientais pelo enquadramento das refinarias à

legislação existente, e mesmo que os programas de controle de emissões estejam

sendo aplicados, ainda existem algumas lacunas que devem ser monitoradas. É

preciso uma maior manutenção e fiscalização aos procedimentos utilizados na

realização de medições contínuas, e talvez a diminuição da periodicidade da

realização das amostragens de chaminé, porém essa é uma regra que cabe aos

órgãos ambientais o estabelecimento.

Além disso, o monitoramento feito atualmente é utilizado somente para as

emissões ditas pontuais, porém uma grande parte dos problemas ambientais é

causado pelas emissões ditas fugitivas e evaporativas, que são mais difíceis de

mensurar. Portanto é de suma importância que pelo menos o controle das emissões

pontuais seja feito com maior rigor.

30

5 FORMAS DE ABATIMENTO DAS EMISSÕES

Antes da regulamentação legal de controle da qualidade do ar, os gases

efluentes de processos de combustão eram lançados na atmosfera com pouco, ou

nenhum tratamento prévio para eliminar impurezas e evitar a poluição do

ambiente.

Com o estudo das diversas complicações provocadas pela poluição

atmosférica e com a determinação de níveis máximos para emissão de poluentes,

as indústrias começaram a procurar metodologias para o abatimento das emissões,

seja realizando um pré-tratamento do combustível, fazendo a modificação do

processo ou do tipo de combustão, ou ainda aplicando um pós-tratamento nos

gases de exaustão. A seguir são mostradas algumas maneiras que as indústrias

utilizam para abater os óxidos de enxofre e os óxidos de nitrogênio dos processos

de combustão.

5.1 Óxidos de Enxofre

5.1.1 Pré-tratamento

Todo enxofre que participa de reações de combustão a altas temperaturas

em condições normais se transforma em SOx, com isso uma estratégia eficiente

para evitar a formação desses compostos é reduzir ao máximo a quantidade de

enxofre presente nos combustíveis do processo. Para isso é feito um tratamento de

entrada (denominado dessulfurização) que irá reduzir ou eliminar os compostos de

enxofre presentes no combustível ou nas matérias primas de entrada do processo.

Além da dessulfurização, outra alternativa é a substituição por combustíveis

que possuam pouco ou nenhum teor de enxofre em suas composições, porém,

estes combustíveis são mais caros do que os que possuem alto teor. Cabe às

indústrias a comparação entre o que será mais economicamente viável: a compra

de um combustível “mais limpo”, porém mais caro, ou o valor do tratamento que

deve ser feito para a remoção parcial ou total do enxofre em teores elevados.

Um exemplo usual para a redução das emissões de SOx é a retirada de H2S

das correntes gasosas pela técnica de absorção por solvente. Além de reduzir as

31

emissões, o H2S pode ser oxidado e transformado em enxofre elementar, que

possui certo valor agregado para comercialização.

5.1.2 Modificação do processo

Existem várias estratégias relacionadas à modificação de processos,

utilizadas para reduzir ou eliminar emissões de SOx. O ideal seria a utilização de

energia elétrica ao invés da queima de combustíveis fósseis, porém o valor de

compra da energia é muito superior em relação ao valor de queima de

combustíveis. Por isso, uma alternativa interessante seria a busca por métodos

alternativos de geração de energia.

Outra estratégia é substituir as matérias primas de entrada dos processos,

por materiais com pouco ou nenhum teor de enxofre. Porém, essa estratégia é

muito limitada, visto que só é aplicável aos processos cujas matérias primas contêm

enxofre e as quais tenham um substituto adequado para troca21.

5.1.3 Controle da combustão

Uma alternativa para queima de combustíveis com alto teor de enxofre é a

utilização de combustores de leito fluidizado com partículas de calcário. O calcário

reage com o SOx e forma moléculas de CaSO4 que é diretamente enviado para

limpeza nos sistemas de tratamento de gás. Esta alternativa é geralmente utilizada

nos processos petroquímicos de craqueamento catalítico de petróleo22.

Outra alternativa utilizada, porém para indústrias que fazem a queima de

carvão, é a gaseificação do mesmo para transformá-lo em um combustível sintético.

Com isso o enxofre é removido na forma de H2S do sistema, e o gás limpo é enviado

para uma turbina para geração de energia e em seguida para uma caldeira para

gerar vapor.

A maioria dos processos de controle de combustão não são desenvolvidos

para a remoção da emissão de SOx, mas sim para a geração de energia e aumento

da eficiência energética das indústrias, pois quando feitos em grande escala, são

economicamente viáveis para os processos21.

32

5.1.4 Pós-tratamento

A Remoção de SOx dos gases de escape geralmente é feita por processos de

dessulfurização. Há quatro técnicas principais utilizadas no pós-tratamento de SOx:

Processos não regeneráveis – São processos que utilizam várias bombas, filtros á

vácuo, tanques de lavagem e de clarificação, e outros equipamentos para realizar a

absorção de SO2 gasoso. Nesses processos forma-se um tipo de lama de gesso que

deve ser corretamente descartada em aterros21.

Processos regeneráveis – São processos que dispõem de algum mecanismo capaz

de regenerar o absorvente e gerar matéria básica para envio para a unidade de

recuperação de enxofre. Exemplos que geram SO2 ou H2S é a reação dos gases de

escape com óxido de magnésio, sulfito de sódio ou quando é feita a carbonatação

aquosa do meio28.

Processos molhados – Nesses processos, os gases de combustão são pré-tratados

para a remoção de partículas com a utilização de precipitadores eletrostáticos,

filtros ou outras técnicas de purificação. Após o pré-tratamento, eles saturados de

ar e depois de úmidos entram em contato com uma solução aquosa de amoníaco.

Com isso, o amoníaco absorve o SO2 das correntes e esse processo gera

subprodutos vendáveis como sulfato de amônio, enxofre elementar e ácido

sulfúrico21.

Processos secos – Trata-se de um sistema cujo princípio de funcionamento é a

absorção. Um fluxo gasoso de Ca(OH)2 é pulverizado na montante de uma torre de

absorção, o pó que é gerado nessa reação e o excesso de Ca(OH)2 captado, são

enviados para filtros de manga ou precipitadores eletrostáticos, onde o pó será

reciclado para e reenviado para a torre de reação28.

5.2 Óxidos de Nitrogênio

5.2.1 Pré-tratamento

O pré-tratamento é utilizado como uma técnica preventiva para minimizar a

formação de NOx, nele os combustíveis e as matérias primas são tratados por

diversos mecanismos que irá auxiliar na redução da poluição atmosférica.

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A troca de combustíveis altamente poluentes, por combustíveis mais limpos

pode ser uma alternativa para a redução da emissão de NOx. Muitas refinarias têm

utilizado a troca da queima de óleo combustível pela queima de gás natural em seus

processos, essa troca é eficiente em relação à diminuição de emissões de poluentes,

porém cabe às refinarias verificar a viabilidade de implantação dessa modificação.

Outra forma de diminuir as emissões de NOx é realizar o tratamento prévio

do combustível antes dele ser enviado para combustão, ou seja, remover o

nitrogênio do combustível utilizando a técnica de desnitrificação. Porém, essa

técnica é difícil de ser realizada, e tem alto valor agregado, o que dificulta um pouco

sua aplicação.

Outras técnicas como adição de aditivos e a troca de comburentes podem

ser metodologias eficientes quando utilizadas. A adição de aditivos, por exemplo,

modifica a química dos processos de combustão e pode reduzir ou suprimir a

emissão de NO pela ação catalítica dos aditivos. A troca de comburentes, de ar para

oxigênio puro, por exemplo, pode reduzir completamente (na teoria) as emissões

de NOx dependendo de qual combustível está sendo usado, porém essa técnica é

ainda inviável devido ao preço do oxigênio puro29.

5.2.2 Modificação do processo

A alteração dos processos existentes não é uma das escolhas mais utilizadas

nas indústrias, por tratar-se de técnicas radicais e que mexem com a economia das

empresas, mas em alguns casos ainda são utilizadas. Um exemplo se dá quando o

índice de emissão de NOx está demasiadamente alto em uma determinada planta

industrial. Uma possível alternativa para diminui-lo é reduzir proporcionalmente a

produção do produto final, geralmente não é essa a escolha da indústria, porém

pode ser a forma mais econômica viável no momento.

Existem outras formas menos radicais de modificação dos processos como

por exemplo, favorecer um aquecimento mais eficiente para o sistema. Com isso

menos combustível precisa ser queimado, e como a taxa de queima é diretamente

proporcional às emissões de NOx, haverá menor produção desses poluentes. Para

otimizar a eficiência energética das plantas industriais são feitas reparações de

vazamentos e de infiltração de ar nos aquecedores, adição de calor ao sistema pela

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inserção de pré-aquecedores de ar de combustão e de sessões de convecção a

aquecedores que ainda não os possuem, ou ainda a substituição do aquecedor

antigo por um mais moderno e eficiente.

5.2.3 Controle de combustão

Diversas técnicas são utilizadas para controlar a combustão nos processos de

refino de petróleo, dentre elas estão a utilização de baixo excesso de ar de

combustão, a aplicação de recirculação de gás, a injeção de água ou vapor d’água

ao sistema, a requeima, a inutilização de alguns queimadores, e a utilização de

queimadores Low NOx e Ultra Low NOx. Todas essas técnicas baseiam-se em

propriedades cinéticas e termodinâmicas utilizadas para redução de emissões de

óxidos de nitrogênio21. Uma breve descrição de cada é mostrada a seguir.

Queima com baixo excesso de ar

A técnica de queima com baixo excesso de ar consiste na menor adição de

N2 ao sistema, reduzindo assim a formação de NOx e contribuindo também para o

aumento da eficiência do processo, uma vez que o excesso de ar desnecessário

consome calor que seria utilizado na combustão.

Recirculação dos gases de combustão

A recirculação dos gases de combustão efluentes da chaminé, em conjunto

com o ar de combustão do processo, é utilizada para reduzir as temperaturas de

chama da combustão. Esse procedimento evita a formação de NOx térmico no

processo, e é um dos mais utilizados em âmbito geral25.

Injeção de água ou vapor d’água

A injeção de água ou vapor d’água ao sistema, assim como a técnica de

recirculação de gás, é utilizada para reduzir a temperatura de combustão da chama.

Este método, porém, pode diminuir a eficiência térmica da combustão, pois a água

ou o vapor absorvem parte do calor fornecido pela mesma. Neste caso, a utilização

de vapor se mostra mais vantajosa por causa de sua menor absorção de energia em

relação à da água25.

Requeima

Outro método de controle é a requeima, nessa técnica faz-se a redução

química dos óxidos de nitrogênio através da retirada de oxigênio. Neste processo, o

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NOx formado durante a queima reage com o combustível e com o ar de combustão

periodicamente injetados na zona de requeima, e é reduzido a nitrogênio

molecular.

Inutilização de alguns queimadores

Em fornos de grande capacidade uma metodologia de fácil aplicação é

realizar o desligamento de alguns de seus queimadores contando-se a alimentação

de combustível. Com isso, esses queimadores fornecem somente ar ou gás de

exaustão ao sistema, o que favorece a queima pós queimador e resulta assim na

diminuição da temperatura de combustão, ou seja, evita a formação de NOx

térmico29.

Atualmente, novos queimadores são projetados com a utilização das

técnicas anteriormente citadas para cada vez mais reduzirem as emissões de NOx.

Dentre eles, os mais utilizados são os queimadores tipo Low-NOx e o Ultra Low-NOx.

Queimadores Low-NOx

Estes queimadores são projetados para trabalhar com uma chama estável,

pois utilizam tanto ar quanto combustível para formar a própria chama. Como

exemplo, existe um tipo de queimador Low-NOx que realiza em sua zona primária a

combustão propriamente dita, enquanto que em sua segunda zona realiza a

requeima, e na terceira realiza a combustão final, onde baixo excesso de ar é

utilizado a fim de que se diminua a temperatura de combustão. Este exemplo

demonstra a utilização das técnicas de abatimento já citadas, como a requeima, que

irá reduzir quimicamente NOx a N2 e O2, e o método de diminuição de temperatura

de chama, que irá reduzir a formação de NOx térmico28.

Queimadores Ultra Low-NOx

São projetados de acordo com as necessidades dos processos, por isso existe

uma grande variedade existente no mercado. Eles podem incorporar varias técnicas

em relação aos queimadores Low-NOx, como por exemplo, utilizar a técnica de

recirculação de gás para realizar a diminuição de teor de O2 em conjunto com a

técnica de injeção de vapor ou ambas separadas. Eles são economicamente viáveis

para o procedimento de redução de NOx, e estudos comprovam sua altíssima

eficiência quando utilizado nos processos28.

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5.2.4 Pós-tratamento

Após a formação do NOx nas câmaras de combustão é possível que ele seja

removido dos gases de combustão. Porém, essa técnica de tratamento é muito mais

cara em relação à técnica de controle de combustão, visto que o volume de gases

de escape é muito grande. Os métodos mais utilizados no pós-tratamento são

citados a seguir:

Redução catalítica seletiva

É o tratamento mais eficiente para remoção de NOx dos gases de

combustão. Tem como princípio de funcionamento a injeção de amônia no fluxo de

gás de exaustão que reage com NO e NO2 formando assim N2 e água.

Esse sistema pode ser adaptado tanto para fornos quanto para caldeiras,

porém para as últimas é necessário a instalação de um precipitador eletrostático

(devido a alta emissão de particulados) além do reator com leito catalítico21.

Redução não catalítica seletiva

É um tratamento que possui baixo custo operacional e pode ser utilizado

conjuntamente com outros métodos de redução de NOx. Tem como princípio de

funcionamento a injeção de redutores químicos de NOx (como amônia anidra ou

hidratada e uréia) no gás de exaustão ainda quente. Essa reação ocorre sem a

necessidade do uso de catalisadores e forma N2 como produto final.

A eficiência do processo depende da temperatura a qual a reação acontece e

da concentração de NOx na corrente de entrada do processo, ou seja, quanto maior

é a concentração de NOx nos gases de exaustão, maior é a eficiência de remoção

dos mesmos21.

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6 CONCLUSÕES

As informações apresentadas no presente trabalho mostram de maneira

clara, a tendência da evolução da legislação para tomar medidas cada vez mais

rigorosas em relação ao controle de emissões de efluentes gasosos ao meio

ambiente. Com isso as refinarias de petróleo estão priorizando a busca e o

investimento em alternativas que auxiliem no abatimento e no controle de seus

poluentes gasosos.

Em relação ao controle das emissões, é de vital importância a utilização de

medições periódicas e contínuas do escape de chaminés de fornos e caldeiras, pois

além da obrigatoriedade de entrega dos relatórios de controle aos órgãos

ambientais, esses resultados são utilizados para auxiliar na otimização de processos

da indústria, e servem como base de dados para futuros ajustes, ou manutenção,

dos equipamentos utilizados nos processos.

Conforme mostrado no estudo, existem diversas metodologias utilizadas

para o abatimento das emissões atmosféricas tanto de óxidos de enxofre quando

de óxidos de nitrogênio e muitas são aplicáveis devido ao aprimoramento das

tecnologias diante de tantas exigências feitas pelos órgãos ambientais.

Dentre as metodologias mostradas há também procedimentos simples que

podem ser aplicados no sentido de minimizar as emissões atmosféricas de

refinarias. O uso de combustíveis menos poluidores como gás natural é um exemplo

de obtenção de energia limpa para as refinarias, ou ainda, a compra de petróleos

com baixo teor de enxofre, pode ser mais rentável do que o valor correspondente à

limpeza que deve ser feita em petróleos mais impuros.

Como já citado, para que ocorra a mitigação da emissão de poluentes

regulados, as refinarias devem aplicar um eficiente programa de gestão em seus

processos. Isso se dá pela ação das empresas em investir e estimular projetos de

abatimento e redução de emissões de poluentes; conscientizar a força de trabalho

dando treinamento e instruções sobre a importância do controle de emissões;

quantificar e comunicar os níveis de emissão obtidos e comparar com os níveis

ideais de escape; e viabilizar a oportunidade do uso de mecanismos de controle da

poluição atmosférica.

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Além da aplicabilidade de um programa eficiente de gestão, as refinarias de

petróleo devem aplicar a ecoeficiência, realizando a produção de combustíveis

limpos, estimulando seus consumidores e fornecedores a mitigarem suas emissões,

e dando ênfase a eficiência energética.

Uma sugestão atual para a redução da poluição atmosférica é o

investimento de uma parcela do capital obtido na comercialização dos derivados de

petróleo para a pesquisa e a aplicação de fontes alternativas e renováveis de

energia.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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