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164
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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS .�� ' L. ' . � ..... -. � " -

I"

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLIC . CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA . CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .�/

o SISTEMA DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA -

CASO EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR

AÍDA HELENA CERQUEIRA DE AZEVEDO

RIO DE JANEIRO, 1999

-BI1e! O ' ;C I IO IE�',,1 ,,1:.lONSEN FUNOAÇlo rEleJ: V�RGAS

=

BB-00065565-1

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique SimonsenIFGV

Azevedo, Aída Helena Cerqueira de.

O sistema de franquia na organização pública -

caso Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos / Aída Helena Cerqueira de Azevedo. -1999.

vii, 151f.

Orientador: Paulo Reis Vieira.

Dissertação (mestrado) - Escola Brasileira de

Administração Pública, Centro de Formação Acadêmica

e Pesquisa.

Inclui bibliografia.

1. Franquias (Comércio varejista) - Estudo de casos.

\..J J

2. Concessões administrativas - Estudo de casos. 3. Empre- v sa Brasileira de Correios e Telégrafos. I. Vieira, Paulo v Reis. ll. Escola Brasileira de Administração Pública. Cen-

tro de Formação Acadêmica e Pesquisa. ll. Título.

CDD - 658.8708

J J J J ...J J

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

o SISTEMA-DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO . PÚBLICA - CASO EMPRESA-BRASILEIRA DE

CORREIOS É TELÉGRAFOS

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

AÍDA HELENA CERQUElRA DE AZEVEDO

RIO DE JANEIRO, 1999 -

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

E

o SISTEMA DE FRANQUIA NA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA - CASO EMPRESA BRASILEIRA DE .

CORREIOS E TELÉGRAFOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR

AÍDA HELENA CERQUEIRA DE AZEVEDO

APROVADA EM 17.08.99 PELA COMISSÃO EXAMINADORA

PA()REIS VIEIRA Doutor em Administração Pública (PhD)

PAULO ROBERTO DE MENDONÇA MOTTA Doutor em ministração P , . a"(PhD) -

ENR

o trabalho afasta de nós três grande.fi; males: o tédio, o vício e a necessidade.

Voltaire

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor PAULO REIS VIE�

por todo o interesse, apoio, paciência, boa vontade, orientação e tempo

dispensados durante todo o curso e ao exame desta dissertação, o meu

sincero agradecimento.

Aos meus professores, que durante todo o período do

mestrado me transmitiram não só informação, mas também interesse e

empolgação com uma nova fase a se iniciar.

Aos funcionários da Escola Brasileira de

Administração Pública - EBAP e da FGV, que sempre se mostraram

prestativos e de grande ajuda, em especial a Vânia Mattos da Silva

Oliveira, Juarez de Oliveira, Jorge Santos, Marly Batista e às pessoas

ligadas à Biblioteca.

--

A realização deste trabalho não teria sido possível sem

o estímulo e a presteza de pessoas ligadas à Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos - ECT, em especial ao Sr. Haroldo Corrêa de

Mattos e ao Sr. Paulo Machado Belém Filho; à Associação Brasileira de

Franchising - ABF; ao Instituto Franchising de Marcelo Cherto; ao-

Intemational Franchise Masters - IFM presidido por Luiz Felizardo

Barroso; e à Professora Sylvia Constant Vergara que me permitiu

participar de algumas entrevistas de seu trabalho com a ECT.

Finalmente, agradeço a confiança, o apOlO e o

incentivo recebidos de meu marido, pais, irmão e amigos, que sempre me

fizeram acreditar nos meus sonhos e realizá-los.

ii

RESUMO

A proposta deste trabalho é descrever o sistema de

franquia no seu aspecto geral, dentro do contexto da presente conjuntura

econômica brasileira, onde cortes nos gastos governamentais e

implementação dos processos -de privatização. e licitação estão sendo

-

utilizados como fatores fundamentais para a competição e a atualização

da indústria e dos serviços públicos no âmbito da globalização.

Buscou-se fazer uma revisão da parte conceitual do

sistema de franquia e das organizações públicas. A ECT - Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos é um estudo de caso concreto de uma

empresa pública utilizando o sistema de franquia em larga escala e com

sucesso.

Paralela a esta apresentação, buscou-se demonstrar

outras modalidades de parceria entre a iniciativa privada e a organização

pública, através da licitação, privatização e terceirização, de forma a

fornecer serviços e produtos ao consumidor com maior qualidade e

menores investimentos para o governo.

üi

ABSTRACT

The purpose of this work is to describe the franchising

system lU its general aspect inside the actual brazilian economical

conjucture, which reduction in govemment spendings and privatization

and public tender processes are being implemented, and are used as the

most important factors to the competition, the industry and the public

services updated facing up with the globalization scenario.

It was intended to make a revision of the conceptual

part of the franchising system and the public organizations. The ECT -

Brazilian Mail&Telegraph Company is a real study case of a public

organization making use of the franchising system in large scale and

successfully.

In addition to this presentation, it was wanted to

demonstrate other types of association between the private company and

the public organization, through the public tender, privatization and

outsourcing, in order to supply services and products to the costumer

with better quality and less investments to the govemment.

iv

suMÁRIo

Páginas

CAPÍTULO 1- rNTRODUÇÃO

1.1 - Justificativa do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

1.2 - Objetivos do Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

1.3 - Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

1.4 - Definições dos Termos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

CAPÍTULO II - O SISTEMA DE FRANQUIA

2.1 - Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.2 - Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.3 - Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.4 - Vantagens da Franquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

2.5 - Desvantagens da Franquia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2.6 - A Franquia e a Lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.7 - Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

CAPÍTULO lU - AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

3. 1 - Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.2 - A Franquia nas Organizações Públicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

v

CAPÍTULO IV

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

4. 1 - Histórico e Finalidade da ECT . . . ... . .... . . . . .. .. . ... . . . .... . . . . . . . .. .......... . . . . 57

4.2 - A Franquia na ECT . .. . .. . . .... . ..... . . . . . . ... . ... . ..... . . .-. . . . .... . . . . .. ........ . . . . . . .. . 67

. 4 .3 - Considerações Gerais .. . . . . "........... . .................................................. 75"

CAPÍTULO V

A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E A INICIATIVA PRIVADA

5 . 1 - Licitação . . . . . . .. . . . . . ... .. .. ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

5 .2 - Privatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ". . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 04

5.3 - Terceirização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 1 20

CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO

Conclusão . .... . . . . .. . . . ....... ..... . . . . . . . . . .. .. . .. . . . .... . . .... . . .. . . . ..... . . . . . ..... . .. . .. . . . . . . . . . 124

ANEXOS .... . .. ....... . ....... . . . . . ... . . . . . . . . . .... .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .... . . . ..... . . . . . . . . . . 1 3 1

BffiLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 43

vi

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. 1 - Justificativa do Tema

A sociedade moderna apresenta mudanças

constantes em sua estrutura face ao aparecimento de tecnologia,

concorrência, produtos e serviços novos que são detectados pelo grau

de contato e comunicação existentes entre as nações, ou seja, a

globalização está presente e é uma detenninante importante nas

mudanças que ocorrem no mercado. As organizações, sejam públicas

ou privadas, devem ter estruturas ágeis, flexíveis, enxutas, com pessoal

qualificado e boa interligação e conhecimento de seus diversos setores,

mercados e público. As alternativas procuradas referem-se aos

procedimentos operacionais, aos métodos de administração e à gestão

de produção para, dentro das perspectivas econômicas e sociais, se

tomarem competitivas no mercado internacional e interno.

De fato, transformações devem ocorrer na

mentalidade dos dirigentes e na estrutura de suas empresas de forma a

pennitir, mediante o compromisso com a qualidade dos bens

produzidos e dos serviços prestados, o atendimento eficaz às demandas

dos clientes e uma maior competitividade e inovação no mercado.

As empresas públicas, que têm participação efetiva

do Estado, necessitam de articulação interna, estratégia de

investimentos e reestruturação em relação ao seu papel na atual

conjuntura social, política e econômica brasileira. As questões de

enfraquecimento do monopólio e da privatizaçao são realidade,

trazendo à tona o questionamento da função do Estado, as atividades e

os resultados esperados de suas organizações.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos­

ECT, é uma empresa de destaque dentro do contexto organizacional

Público brasileiro, seja pelo seu tamanho, sua estrututura ou pelas

inovações que vem realizando para enfrentar as mudanças necessárias,

a fim de manter seu negócio de forma correta no atendimento às

necessidades da sociedade. É uma empresa estatal que presta serviços

monopolizados (objetos postais, correspondência e telegrama) e não

monopolizados ( encomendas, transporte� distribuição de produtos,

fornecimento de passaportes, recebimento de pagamento de contas, de

2

inscrição em concursos e outros serviços).

Em 1989 a ECT adotou o sistema de franquia, a fim

de se expandir, em parceria com a iniciativa privada, possibilitando o

aumento de pontos de venda, maior agressividade. comercial, menores

custos na gerência e na manutenção de pessoal, impostos e beneficios

sociais, maior flexibilidade e sensibilidade para as mudanças do

mercado, maior conhecimento de mercados· específicos e motivação do

franqueado, maior agilização de informação, atendimento e acesso ao

usuário e rapidez em detectar e ocupar nichos de mercado.

A ECT caracteriza-se como uma empresa sujeita ao

controle de preços, pelo Estado, dos serviços monopolizados, à

proibição legal de investir em publicidade, aos grandes custos com os.

funcionários, à necessidade de implantação e manutenção da rede de

agências, além de ter função social e de integração do território

nacional. No entanto, ela apresenta credibilidade frente ao público,

boas condições . logísticas e tecnológicas de atividades operacionais,

liberdade sobre os preços de serviços não monopolizados,

padronização do sistema operacional e de comunicação visual e

3

automação dos pontos de venda. Com a implantação e a utilização do

sistema de franquia, algumas mudanças foram percebidas e necessárias

para a eliminação de conflitos e o maior aproveitamento dos recursos

disponíveis. As agências próprias repassam tecnologia de operação às

franqueadas e à ECT é dado concentrar investimentos em questões

-

logísticas, tecnológicas e de gestão do sistema de franquia. Neste

sentido, há maior demanda dos produtos e serviços por atender um

maior número de pessoas, através do aumento de pontos de venda,

criando-se uma barreira de entrada aos possíveis concorrentes e uma

nova mentalidade e perspectiva quanto às atividades, recursos

humanos e clientes. Assim, é possível trabalhar em harmonia o poder

público com a iniciativa privada obtendo bons resultados.

Em 1 993, a ECT apresentava cerca de 1 700 agências

franqueadas, que representavam 1 2,5% do faturamento da empresa. É

a primeira empresa estatal brasileira a utilizar o sistema de franquia e a

privatizar algumas de suas funções. O sistema de franquia na ECT

demonstra a participação efetiva dos micro e pequenos empresários no

mercado, a viabilidade da parceria entre os setores públicos e privados

e a utilização desse sistema em empresas públicas, principalmente de

4

serviços, sejam federais, estaduais ou municipais.

Em recente nota no Jornal O Globo de 23 de

dezembro de 1998 (p.27), o Ministério das Comunicações anunciou as

metas para os próximos três anos, em que a relação agência/usuário

passará dos atuais 5837 habitantes por ponto de atendimento para 5625

habitantes/ponto em 1999, 5173 habitantes/ponto em 2000 e 5051

habitantes/ponto em 2001, possibilitando assnn o atendimento cada

vez maior às novas comunidades.

A Secretaria de Serviços Postais enviará o Projeto da

Lei Postal para o Palácio do Planalto no início de 1999, visando a

abertura do mercado, criando funções específicas para a ECT, pois

11.652 das 16.137 agências serão terceirizadas. Isto demonstra que

muitas e novas mudanças irão surgir. Possibilidades como privatizar,

dar concessões ou ampliar o sistema de franquia são consideradas para

alcançar essas metas. Daí a importância do estudo sobre o sistema de

franquia na relação entre empresário e empresa pública para o aumento

dos pontos de venda vinculado ao melhor atendimento ao consumidor

em geral.

5

, "

, "

1.2 - Objetivos do Estudo

Este estudo tem como principal objetivo apresentar o

desenvolvimento e as características do sistema de franquia de forma

geral, e em específico na trajetória da ECT, como forma de incentivo

para modificar as atuais práticas de gestão e de relação entre as

estruturas públicas e privadas. É importante salientar outras formas de

relação entre as empresas das áreas públicas e privadas, como a

licitação, a privatização e a terceirização, para a criação ou

continuidade da prestação de servIços ou bens à comunidade.

Desta forma, o trabalho tenta abranger o sistema de

franquia, o conceito de organizações públicas, os dados da ECT,

modalidades de relação entre as empresas públicas e privadas e a

possibilidade de implantação e utilização da franquia na organizações

públicas. Neste contexto, conceitos, históricos, análises e legislação

serão apresentados como forma de embasamento para o que se

pretende apresentar neste estudo.

6

o capítulo II trata do sistema de franquia nos seus

conceitos, classificação, histórico, legislação, vantagens e

desvantagens e dados atualizados do sistema em funcionamento no

Brasil, além de algumas informações sobre sua estrutura em outros

países.

o capítulo IH descreve as organizações públicas nos

seus conceitos, descrições, - áreas e legislação, considerando-se a

qualidade do serviço prestado.

o capítulo IV refere-se à ECT na sua criação,

histórico, descrição, produtos e serviços e dados gerais da empresa e

do próprio sistema de franquia.

o capítulo V apresenta outras modalidades de

relação entre as empresas públicas e privadas, através de breve

histórico e conceituação, enfatizando a licitaçao e a privatização como

alternativas de relação entre o poder público e a iniciativa privada.

E, finalmente, o capítulo VI é a conclusão, em que é

7

feito um resumo do estudo, além de tecer algumas considerações finais

relevantes.

o estudo em questão não pretende propor um

modelo de sistema de franquia Ideal e compatível para as organizações

públicas em geral, nem tampouco abordar e analisar minunciosamente

o caso da ECT, pois seria extenso e por demais exaustivo. O que se

pretende, portando, é analisar e apresentar opções de relações de

convivência e comércio entre os setores públicos e privados no atual

estágio de privatizações, mudanças e globalização em que nos

encontramos, tendo o caso da ECT como parâmetro de estudo, sem, no

entanto, abranger uma agência franqueada específica.

�nno franquia sempre despertou interesse, seja

por parte de empresários, mídia, teóricos da administração ou público

em geral. O grande núme�'Pontos de venda, a facilidade de acesso

ao público, a possibilidade em � negócio já testado, e a própria

tru' - . . ai d� d d'

rees turaçao orgamzaclOn que po e pra�, respon e, em gran e

parte, por este interesse. Assim sendo, o sistema de franquia pode

significar um incentivo à revisão das atuais práti�e gestão e da � 8

relação entre o poder público e

caminhos �mpetitividade e

. . d � di ,.

maXImIZan o os recurso�omvels.

1. 3 - Metodologia

a iniciativa privada, buscando

modernidade no mercado e

o presente estudo tem um caráter inicial descritivo e

explicativo, além de exploratório, visando a exposição das

características e evolução do sistema de franquia, em especial na ECT.

Uma análise dos dados obtidos, com o objetivo de justificar os fatores

que contribuíram para a utilização do sistema de franquia e, a

investigação de possíveis relações de comércio entre o poder público e

a iniciativa privada, a fim de atender ao consumidor, são realizadas.

Os meIos utilizados foram, principalmente, a

pesqUIsa bibliográfica e documental, através de levantamento de

material disponível sobre o assunto em revistas especializadas, jornais,

teses, livros, manuais e legislação. O estudo de caso retratando a ECT

serve para dar maiores subsídios para o detalhamento do tema e o

melhor entendimento da proposta de estudo. A pesquisa de campo foi

9

feita em curto período de tempo, por diversos fatores de dificuldade,

mas o suficiente para se ter uma visão ampla do contexto do tema

abordado, através de técnica de entrevista aberta.

Assim, este estudo, através de um método

qualitativo, tem uma interpretação das informações coletadas para

melhor sistematizar todo o material encontrado, retratando o universo

do franqueador, do franqueado, do usuário e da empresa pública. A

flexibilidade na abordagem do tema e no registro dos dados foi

bastante utilizada e necessária. Os dados quantitativos foram utilizados

apenas para exemplificar o que se pretendia expor, quando relevantes.

As limitações se deram pela pouca disponibilidade

de material específico sobre os Correios em relação à criação e à

continuidade do sistema de franquia e pela disposição e tempo das

pessoas envolvidas com o assunto. Desde o momento da decisão de

realizar o estudo até o momento de fazê-lo, muitas mudanças

ocorreram na conjuntura mundial e brasileira e ajustes foram feitos

para a atualização da abordagem do estudo. O grau de subjetividade

não retira o aspecto científico do estudo nem o esforço em concretizar

10

a proposta inicial. O estudo não pretende criar um modelo ou padrão

de sistema de franquia para as organizações públicas, mas conhecer,

documentar e interpretar esta realidade brasileira, com algumas

generalizações.

1.4 - Definições dos Termos

Franquia (ou Franchislng): acordo entre as partes envolYen_º9 __ o uso de

marca, distribuição e comercialização de' produtos e serviços, mediante

um conjunto de direitos e obrigações.

Franqueado (ou Franchisee): pessoa fisica ou jurídica, adquirente do

direito .de instalar, operar, administrar e explorar o negócio, conforme

orientação recebida.

Franqueador (ou Franchisor): pessoa jurídica, que detém a marca e a

tecnologia de instalação e operação do negócio, que autoriza terceiros a

utilizar seu negócio e tem experiência para exploração e ganhos, de

acordo com normas pré-estabelecidas.

1 1

Empresa pública: pessoa jurídica de direito privado com atividades

administrativas relativas ao capital privado� criadas por lei, como

instrumento de ação do Estado.

-

Administração pública: conjunto de meIOS institucionais� materiais,

-

financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas.

Qualidade: conjunto de propriedades e características de um produto ou

serviço� satisfazendo as necessidades explícitas e implícitas.

Qualidade na organização: resultado conjunto da qualidade dos

processos� do cumprimento da missão e do perfil de motivação de seus

clientes.

Atendimento eficaz: qualidade do serviço prestado no que se refere ao

tempo� à solução das necessidades e aos anseios do cliente.

Produtividade: utilização eficaz dos recursos produtivos com vistas a

obter a máxima quantidade de bens e serviços ao custo mais baixo.

12

Consultoria de campo: visitas periódicas que o representante do

franqueador faz a cada franqueado para levantar problemas, fornecer

informações, treinar, atualizar procedimentos, reciclar, etc.

Conselho de franqueados: representação coletiva dos franqueados junto

ao franqueador para melhor comunicação.

Manuais de franquia: registro detalhado do sistema operacional e dos

conhecimentos sobre o negócio (instalação, operação e gestão) que o

franqueador passa ao franqueado.

Treinamento: programa para capacitação do franqueado a fim de manter

o padrão de qualidade.

Unidade Piloto: unidade implantada, operada e gerida pelo próprio

franqueador. Teste prático do seu negócio. Pode servir como local de

treinamento, teste de inovações ou padrão do negócio.

Taxa de royalties: valor pago, mensalmente, pelo franqueado para ter

acesso e integrar a rede padronizada de negócio do franqueador.

1 3

Taxa de franquia: valor pago pelo franqueado uma única vez quando.

adere à rede e, talvez, também, na renovação do contrato. Remunera os

custos iniciais para o franqueador passar o negócio.

Taxa de publicidade e propaganda: valor pago, em geral mensalmente,

pelos franqueados, para um Fundo de Propaganda da rede com o objetivo

de divulgar os produtos e serviços, com base no faturamento.

14

CAPÍTULO 11 - O SISTEMA DE- FRANQUIA

2.1 - Conceito

A franquia é um método de distribuição de produtos

e/ou servIços que, apesar de- funcionar em diversos locais e sob a­

responsabilidade de diferentes pessoas, mantém o conceito do negócio

através da unifonnidade do sistema técnico- e gerencial e da padronização

das lojas, produtos e atendimento, conforIne a sua marca. A relação se dá

entre o franqueador, que detém a marca e o sistema de funcionamento da

empresa , e o franqueado, que implanta o sistema de acordo com as

especificações e o controle do franqueador.

No Brasil, o Conselho de Desenvolvimento Comercial

(CDC) do Ministério da Indústria e do Comércio, define franquia como

um sistema de distribuição de bens e serviços, em que o titular de um

produto, serviço ou método, devidamente caracterizado por marca

registrada, concede aos outros comerciantes, de sua relação, por ligação

contínua, licença e assistência para exposição do produto no mercado. O

sistema de franquia-pennite a socialização dos benefícios e vantagens de

1 5

uma estrutura corporativa maior e mais organizada com toda _ uma rede

formada por várias empresas menores independentes, nas áreas

econômica e jurídica, porém sujeitas às normas de conduta e atuação

derivadas da vinculação com a empresa-mãe.

o sistema de franquia fornece vários benefícios para

quem pretende operar o seu negócio, pois oferece uma marca conhecida e

um negócio já testado e aprovado no mercado e, permite ao franqueador

expandir a sua rede e marca sem dispender um investimento tão alto. Um

franqueador transfere experiência, ferramentas, manuais e treinamento

para o franqueado, a fim de garantir a qualidade de todos os que detém a

sua marca.

Franqueado ou jranchisee é a pessoa física ou jurídica

que adquire a franquia para administrar e operar, segundo os padrões

estabelecidos. Franqueador oufranchisor é a pessoa jurídica que autoriza

terceiros a usar a sua marca, comercializar os seus produtos e representar

os seus servIços e, que dita como o negócio deve se apresentar e

funcionar no mercado.

1 6

ÍNDICE DOS ANEXOS

ANEXO 1

Resum�: Franquia X Negócio Independente . . .... . . . . . . . ..... . . . . .. . .. . . . . . . . .. . . 1 3 1

ANEXO 2

A Lei no. 8.955/94 sobre Franquia . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . ... . . . . . . . .. . . 132

ANEXO 3

Modelo de Contrato de Franquia . . . . . . . . . .... . .. . . . . . .. .. . .... . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 135

2.2 - Histórico

Basicamente franquia é a combinação da energia e do

trabalho do pequeno empreendedor com a experiênci� o reconhecimento

e o poder de compra da empresa que detém a marca. Apresenta-se,

assim, como uma alternativa para o pequeno empresário constituir seu

próprio negócio ao mesmo tempo em que oferece às empresas

franqueadoras uma estratégia de expansão de bastante eficácia.

A noção de franquia se reporta às expedições

marítimas européias que visavam o comércio, o lucro e o mercado

fornecedor de novos produtos para obtenção de um mercado consumidor

estável e dependente. Os reinos partilhavam os custos e as recompensas

com os aventureiros ou navegadores. Também a Igreja Católica, na

Idade Médi� mantinha parceria de direitos e deveres com os senhores

feudais para a cobrança e coleta de impostos.

A franquia no setor público se apresenta em diversos

graus, na forma de concessão de serviços públicos, fornecimento de

serviços ou construçao civil para empresas particulares ou de economia

17

mista . Sua origem se deu na Igreja Católica que se confundia com o

próprio Estado.

A ongem mais remota da palavra franquia está no

idioma francês, franchisage , significando a outorga de um privilégio ou

de uma autorização. As cidades franqueadas ofereciam a livre circulação

de pessoas e bens. O termo também poderia significar a liberdade ou

dispensa de servidão. Mas com o fim da Idade Média, o termo também

desapareceu. Hoje a França representa 50% das franquias de toda a

Europa.

O termo franchising na língua inglesa significa,

juridicamente, um direito que alguém adquire de fazer algo por

autorização ou concessão de outrem. Reapareceu em 1 950 nos Estados

Unidos como um sistema de distribuição, mas sua origem é de 1 860

através da Singer Sewing Machine Company, criando as Lojas Singer.

Depois vieram grandes empresas como a General Motors em 1 898 e a

Coca-Cola em 1 899 , utilizando formas de franquia através do sistema de

distribuição.

18

F oi somente no início do século :xx que a franquia -

desenvolveu-se como método para a expansão de empresas de diversas

atividades. Nos anos 30 as companhias de petróleo converteram os postos

de gasolina operados diretamente em franquias operadas por pessoas

franqueadas do local. Após a Segunda Guerra Mundial, com pouco

. dinheiro e mão -de obra disponível, o setor de alimentação cresceu muito

pelo sistema de franquia, como é o caso do McDonald's.

Na língua portuguesa,· franquia representa concessão,

permissão ou autorização. Teve origem no Brasil com os Calçados Stella

em 1 910 . As Lojas Ducal não chegaram a se expandir através desta

modalidade por problemas financeiros, mas criaram os manuais da sua

franquia, considerados avançados em 197 5 .

Em 1 987, em São Paulo, constituiu-se a ABF -

Associação Brasileira de Franchising, com a finalidade de:

.divulgar a franquia e as suas vantagens para o franqueador, o franqueado e

o consumidor;

• incentivar o aprimoramento técnico das empresas que a praticam;

.promover a defesa do sistema junto às autoridades e associações de classe;

19

• manter intercâmbio com as entidades congêneres;

• estabelecer padrões mínimos para moralizar o mercado e garantir seriedade

e profissionalismo da franquia no Brasil .

A Associação dos franqueadores do Brasil também tem

por objetivo promover, aperfeiçoar e assistir o sistema de franquia,

através de promoção de palestras, integração com outras associações,

representação junto às entidades públicas, entre outras.

o SEBRAE, visando o incentivo às micro, pequenas e

médias empresas, orienta, assessora e divulga o conceito e a fonna do

sistema de franquia.

Muitas empresas brasileiras adotaram o sistema de

franquia e dispõem de um plano bem estruturado de desenvolvimento,

expansão e assistência aos franqueados. São pioneiras no sucesso e no

tamanho conquistados, utilizando a franquia para o seu crescimento,

como é o caso do Yázigi (cursos de inglês) em 1 960 e O Boticário em-

1 979.

20

As franquias se encontram em diferentes estágios de

evolução atualmente, chamadas de gerações, que são:

. 8 _ .FranqUlas de 1 geraçao ou de marca e produto sem exclusividade:

enfatizam o uso da marca com a revenda, mas sem exclusividade para o

franqueado, não havendo transferência de tecnologia nem treinamento e,

tendo outros pontos de venda concorrendo com o ponto da franquia;

.Franquias de i geração ou de marca e produto com exclusividade: são as

franquias empresariais em que há a licença da marca com a venda de

produtos. Apesar de haver exclusividade de fornecimento, o sistema de

planejamento e gestão do negócio não é repassado;

.Franquias de 38 geração ou de formato de negócio: é a transferência de

experiência, tecnologia, conhecimento e metodologia sobre a operação e

gestão do negócio já previamente testado, havendo parceria entre

franqueado e franqueador, para obter qualidade e uniformidade visual e

operacional de toda a rede;

• Franquias de 48

geração ou redes inteligentes ou de aprendizado contínuo:

abrange a estrutura da franquia de 3' geração com o canal de

comunicação ampliado, valorizando a missão, os valores e a participação

ativa dos franqueados nas decisões estratégicas do negócio com maior

liberdade de atuação.

21

2.3 - Classificação

A princípio a franquia pode ser dividida em Franquia

Empresarial (Uniform Business Format Franchising) e Franquia

Tradicional (Product and Tradename Franchising). A franquia

Tradicional refere-se ao fabricante ou distribuidor que detém a marca e

vende os seus produtos ao revendedor autorizado. São concessões

representadas pelas distribuidoras de derivados de petróleo, pelas

montadoras de veículos, pelos fabricantes de refrigerantes e cervejas,

etc ..

Na franquia Empresarial, o franqueador dispõe aos

seus franqueados não apenas o direito à comercialização dos produtos,

mas também o know-how, a assistência total e permanente e o controle

mais rígido, constante e intenso dos serviços necessários à es truturação e

condução de um negócio completo.

22

A ABF identificou quatro· categorias de franqui�

segundo seu grau de desenvolvimento e dos serviços prestados aos

franqueados, que são:

1. Franquia de marca e produto: rudimentar, pois a franquia não é o único

canal de distribuição e o franqueado pode sofrer o constragimento de

. seguir um padrão de compra de um único fornecedor e ter como­

concorrente alguém com liberdade de comercialização do produto;

2. Franquia de revenda ou distribuição exclusiva: não há limites territoriais

garantidos para a comercialização do produto, tendo o franqueado outro

franqueado como concorrente;

3 . Franquia de conversão: transformação de um negócio independente em

um negócio formatado pelo franqueador, recebendo a marca, o produto, o

sistema operacional, o treinamento gerencial e administrativo e o sistema

de propaganda;

4. Franquia do negócio formatado: refere-se a todo o sistema de operação

do negócio, além da marca e do produto, com território exclusivo e

padrões estabelecidos .

A franquia pode apresentar quatro níveis, a saber:

23

e Franquia de produção: o franqueador produz e vende seus produtos para a

rede de franqueados, servindo-se de uma ou várias marcas;

e Franquia de distribuição: o franqueador atua como uma central de compras

para o franqueado, selecionando fornecedores para a produção dos

produtos sob sua marca;

eFranquia de serviços: o franqueado reproduz os servIços de seu

franqueador através de métodos de gestão;

eFranquia industrial: o franqueado fabrica produtos do franqueador,

utilizando sua marca, tecnologia, métodos e assistência técnica.

Dentro dos tipos básicos descritos, a franquia pode

adotar formas específicas, algumas até não são utilizadas ainda no Brasil.

São elas:

e Subfranchising, também chamado de master franchising, é a franquia da

franquia, ou seja, os franqueadores adquirem o direito de constituir e

comercializar franquias dentro de áreas delimitadas, ficando a seu cargo a

prestação de todos os serviços e a oritentação aos franqueados, podendo

também, ter o direito de comercializar os produtos que deverão ser

utilizados por esses últimos, estabelecidos em seu território;

24

• Area-development franchisees ou franqueados para o desenvolvimento de

área, que são aqueles que adquirem do franqueador o direito de explorar

diretamente um território, ou seja, não outorgam concessões, mas

instalam e exploram as franquias previstas para o território determinado;

• Franquia mista em que se englobam vários tipos de franquia num negócio,

como serviços e produtos, ou produtos e ind ústria, etc;

• Franquia associativa que ocorre com a participação recíproca do

franqueador no capital do franqueado ou vice-versa, geralmente através

de ações na Bolsa de Valores em que os franqueados adquirem ações da

empresa. Comum nos EU� essa forma se aproxima das sociedades

regulares e se distancia do conceito básico de franquia, já que a

independência dos contratantes não é mantida;

• Franquia financeira re fere-se ao franqueado que adquire a franquia

exclusivamente para investimento de capital, não gerindo o negócio

diretamente, mas através de pessoa de confiança. Não é muito utilizado

no Brasil;

• Franchise comer diz respeito aos pontos instalados estrategicamente nos

pequenos espaços cedidos nos corredores dos shopping centers, de forma

onerosa ou gratuita, em que o franqueador contrata com o franqueado a

instalação do negócio formatado;

25

• Franquia de nova instalação no qual o franqueado se obriga a adquirir o

local em que a atividade comercial será desenvolvida�

• Franquia de reconversão é quando o franqueado dispõe de ponto comercial

com outra atividade e o converte em franquia, já mencionada

anterionnente;

• Franquia multimarcas refere-se ao franqueado que detém duas ou mais

franquias distintas com poderes contratuais para gerí-Ias�

• Multifranquia trata do franqueado que possui mais de uma franquia da

mesma rede em pontos diversos;

• Franquia itinerante é quando o franqueador transfere seu negócio para

unidades móveis operadas pelo franqueado a fim de atingir locais

distantes e de difícil acesso ou mercados incipientes.

2.4 - Vantagens da Franquia

A franquia apresenta vantagens e desvantagens para o

franqueador e o franqueado. Cabe a cada parte fazer uma avaliação das

suas necessidades e objetivos e escolher o que melhor se adapte às suas

características .

26

franqueador são:

As principais vantagens do sistema de franquia para o

1. Rapidez na expansão: o franqueador pode contar com o capital e a força

de trabalho de cada franqueado;

2. Desenvolvimento de mercado: o franqueador· dispõe do empenho,

experiência, conhecimento e envolvimento dos franqueados em mercados­

específicos ou em locais distantes, podendo in gressar em novos

mercados;

3 . Fortalecimento da inarca: a franquia permite criar, manter e divulgar a

marca mais facilmente, sendo o franqueado também uma combinação de

outdoor e show room da marca;

4. Baixo investimento de capital: o franqueador necessita de baixo capital

para inyestir na expansão da empresa, pois conta com o investimento do

franqueado;

5 . Alta motivação dos administradores dos pontos de vareJo: os

franqueados apresentam maior grau de motivação do que os gerentes,

pois são donos de seu próprio negócio, e visam maximizar o faturamento,

a rentabilidade e os níveis de eficiência operacional, tendo a

responsabilidade direta sobre os custos;

27

6 . Confiabilidade: o consumidor tem mais segurança com negócios testados

e encontrados em diversos locais�

7. Maior eficiência administrativa e menor envolvimento nos problemas

diários dos pontos de venda: os franqueados ficam com a

responsabilidade diária do negócio, cabendo _ ao franqueador tratar da

produção e do desenvolvimento do produto, da orientação aos

franqueados e do sistema de marketing, através da descentralização do

processo administrativo�

8 . Menos problemas de natureza trabalhista: o franqueador é juridicamente

independente do franqueado e, portanto, não se envolve nas questões

trabalhistas do franqueado �

9. Maior garantia de mercado para seus produtos/serviços: os franqueados

somente podem comercializar os produtos confonne as especificações do

franqueador�

10 . Estrutura central reduzida: os franqueados gerem e contratam seus

próprios funcionários, possibilitando ao franqueador ter uma equipe

menor e de melhor nível para coordenar o negócio�

11.Feedback: há uma relação de comunicação, troca de idéias e experiências_

em que o franqueador tem contato, através de seus franqueados, do

mercado e do consumidor final;

28

12.Canal diferenciado para seus produtos e/ou ser viços: os pontos de venda

diferenciam a marca e o produto em seu canal de distribuição.

franqueado são:

As principais vantagens do sistema de franquia para o

1. Marca conhecida: o consumidor já teve contato com a marca e presume

que há garantia da qualidade dos produtos;

2. Redução dos riscos e maior garantia de sucesso: o negócio já foi testado e

dispõe de uma estrutura pronta de fornecimento, publicidade e de todo o

sistema operacional;

3. Facilidades iniciais: a orientação, a assistência e o suporte técnico

prestados pelo franqueador quanto à instalação e manutenção das

operações, localização do ponto de venda, projeto de instalação e

aquisição de materiais, acompanhamento de obras, apresentação de

manual de operações e treinamento, geram suporte para o início de um

negócio;

4. Propaganda e marketing: o franqueado tem acesso às campanhas

promocionais e publicitárias, locais e nacionais;

29

5. F eedback: o franqueador, atra vés do contato direto e constante com os

demais franqueados, dispõe de melhor conhe cimento do mer cado,

podendo pre ver e repassar ajustes no negó cio;

6. Suporte moti va cional: o su cesso do franqueado depende do franqueador e

vi ce- versa, promo vendo apoio, ajuda e suporte moti va cional m útuo;

7. Desen vol vimento constante de no vos produtos e técnicas: o franqueado

dispõe de produtos no vos e té cni cas geren ciais ad vindos ·da. assessoria do

franqueador;

8. Rentabilidade mais rápida: o franqueado não ne cessita realizar todo o

trabalho de afirmação e projeção no mer cado, dispondo de mais tempo

para o esforço de venda;

9. Maior poder de barganha: o poder de nego ciar refere-se a toda uma rede,

podendo ter a cesso a preços reduzidos e condições de pagamento mais

fa cilitadas;

IO.Desen vol vimento contínuo: atra vés de informações e sugestões coletadas

de toda a rede, pelo franqueador e, o contato constante entre os

franqueados, surgirão idéias e melhoramentos para o negó cio.

2.5 - Desvantagens da Franquia

30

frangueador são:

As desvantagens do sistema de franquia para o

1. Rentabilidade menor: se a empresa tem capital para investir d i retamente,

terá maior lucrativ idade do que dividir a receita com um franqueado, isto

a curto prazo;

2. Retomo a prazos mais longos: o franqueador dispõe de capital para o

planejamento e instalação de unidades-piloto, confecção de manuais,

contratação de profissionais qualificados -e recrutamento e treinamento de

franqueados e, esses investimentos retomam mais a longo prazo;

3. Redução do controle sobre os pontos de venda: a rede de lojas não é

própria, cabendo o controle direto ao franqueado, sócio no negócio;

4. Possibilidade de disputas com os franqueados: após algum tempo, o

franqueado adquire mais conhecimento e segurança e passa a pressionar

por alterações nos métodos operacionais, a reclamar pelos royalties

pagos, a trocar de franqueado r, entre outros problemas.

franqueado são:

As desvantagens do sistema de franquia para o

1. Pouca independência: o franqueado deve obedecer os procedimentos e

padrões estabelecidos pelo franqueador;

3 1

2. Pagamento ao franqueador: o franqueado deve pagar uma taxa inicial ou

royalties periódicos pelo uso da marca e pelos serviços prestados pelo

franqueador;

3. Inflexibilidade: a regulamentação da relação franqueado-franqueador é

estabelecida em contrato com a determinação dos critérios de operação,

. mas tornando as - alterações e as-respostas ao mercado local mais lenta;

4. Limitações na venda do negócio: há limitação, por contrato, para a

transferência da franquia ou do ponto de venda por prazo pré-definido;

5 . Risco associado à performance do franqueador: o franqueado deve fazer

uma seleção rigorosa do franqueador para ter certeza que receberá a

assistência técnica e os produtos necessários durante a sua relação de

franquia;

6. Limitações quanto aos estoques e materiais: os materiais e suprimentos

necessários ao negócio, os produtos e os fornecedores só podem ser

adquiridos através do franqueador ou por ele estabelecido;

7. Dependência de outros franqueados: o sistema de franquia é integrado e,

portanto, a atuação de um ou mais franqueados pode afetar o

desempenho da estrutura em relação à marca e à qualidade;

8. Risco vinculado à imagem da marca: qualquer coisa que afete a imagem

da marca irá afetar diretamente os negócios de cada franquia.

32

2.6 - A Franquia e a Lei

o sistema de franquia possui uma legislação específica

para regulá-lo no Brasil, podendo, no entanto, ser regido pelo Código

Civil e Comercial e por outras leis, direta ou indiretamente, tais como: lei

anti truste, Códigos de Defesa e Proteção do Consumidor e da

Propriedade Industrial, a lei que trata dos crimes contra a ordem

econômica e o Código de Auto-regulamentação em Franchising com

re gras internacionais de conduta. A Lei no.8.955 de 15 .12. 1994 dispõe

sobre o contrato de franquia empresarial e define a franquia empresarial

como "o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito

de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva

ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também o

direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio

ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador,

mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique

caracterizado vínculo empregatício".

33

/

o INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial,

até bem pouco tempo não reconhecia no contrato de franquia nenhuma

transferência de tecnologia ou repasse de técnicas, dificultando o en vio

de royalties para franqueadores estrangeiros, pois o Banco Central

autoriza a remessa mediante o registro do contrato no INPI. Como a

internacionalização da franquia é ine vitá vel e até necessária, a Resolução

no . 35/92 do próprio INPI veio facilitar os pagamentos ao exterior

decorrentes dos contratos de franquia. Assim, os contratos que

conti vessem a concessão temporária de direitos en vol vendo o uso da

marca e a prestação de serviços de assistência técnica ou outra

modalidade de know-how, passariam a ser examinados pela Diretoria de

Transferência de Tecnologia, autorizada a a verbar os contratos de adesão

conforme a Lei no. 5.772 de 21.12.71. Com a lei no . 8.383/91, os

roya/fies passaram a ser dedutí veis pelo uso de patentes e marcas e pela

assistência técnica e administrati va, para fins de apuração do lucro real, e

pagos pela subsidiária brasileira a quem detém o controle no exterior, se

o contrato foi a verbado pelo INPI e registrado no Banco Central.

Basicamente, a lei nO.8.955 ino vou na caracterização

da não relação empregatícia entre franqueador e franqueado, na

34

obrigação do contrato escrito e na obrigatoriedade do fornecimento, pelo

franqueador, da Circular de Oferta de Franquia ao franqueado­

interessado, com todas as informações sobre o negócio, obrigações e

direitos que existirão na relação. Esta circular decorre da adoção do

princípio do disclosure, que a tornou obrigatória, à semelhança do

prospecto exigido pela lei das S.A e mercado de capitais (CVM). Deve

ser especificado o total do investimento inicial para a aquisição,

implantação, compra de equipamentos e produtos e filiação à franquia,

inclusive com as condições de pagamento. Pagamentos e taxas futuras,

seguro, taxa de publicidade, aluguel de imóvel ou de equipamentos,

assistência esperada, relação dos demais franqueados e participantes da

rede, inclusive os que saíram no prazo de 12 meses, situação perante o

INPI, entre outros ítens, estão presentes na lei e são necessários para

haver uma relação mais transparente entre parceiros de negócio para se

adquirir maior confiabilidade e clareza na partipação de cada um.

O contrato de franquia é um contrato de adesão, com

cláusulas gerais, uniformes, abstratas e imutáveis. Deve ser comutativo,

oneroso, formal, personalista, misto, com duração continuada,

consensual, desdobrável ou não. Como o contrato faz lei entre as partes,

35

necessário é que todos os ítens importantes dessa relação estejam

contidos no contrato, de comum acordo, ressaltando a figura do

franqueador e do franqueado, titular da marca, o licenciamento, a

concessão da franquia, a transferência do know-how e seu

acompanhamento ao longo do contrato, o pagamento de taxa de ingresso,

.. contínuas e de propaganda, calculadas em percentual sobre 0-

faturamento, as condições de treinamento, a indicação do fornecedores se

possível, além do território de atuação. a prazo não pode ser inferior ao

retomo do investimento. A renovação geralmente é automática. O fim da

relação pode ser por rescisão (ruptura por desejo de uma das partes, por

inadimplemento ou descumprimento de alguma cláusula), resilição

(dissolução por ambas as partes) ou resolução (por sentença judicial) . Os

manuais de operação, administrativo, financeiro, arquitetônico, design,

treinamento, seleção de ponto, propaganda, etc. são partes integrantes do

contrato de franquia.

Quanto ao Fisco, o Imposto de Renda incide

normalmente sobre as declarações de rendimentos e patrimônio,

deduzidos, como despesa operacional, tudo o que o franqueado paga ao

franqueador ou gastos do franqueador com o franqueado. Mas o Fisco

36

Municipal tem atenção redobrada sobre o pa gamento do Im posto sobre

Serviços, . que incide sobre a atividade principal das franqueadoras

(concessão de novas unidades ) e sobre o a genciamento e a intermediação

de contratos de franqui a, Há uma discussão equivocada de equipara r -

tributavelmente a outor ga de franquia à locaçã o de bens móveis, o que só -

é possível pa ra efeitos cívis, em casos determinados,

2.7 - Considerações Gerais

A franquia empresarial no Brasil cresceu muito através

dos franqueados d �asse média que, após perderem ou saírem de seus

' I ' \ ' d ' - al ' nh d " empre gos, u h Izaram suas m e mzaçoes para re Izar o so o o ne goc Io

, ' D ' ' \ 1 ' · d 1 - , - d prop no , aI o cre SCImento Fe atIvamente gran e em re açao as opçoes e

fr ' Co 'da A ' \ " , fr ' anq Ulas Olere CI s , pos e ste p nme rro momento, m Ultas anqu las

fecha ram devido ao mau Plane j�en to e expansão das redes de franquia, , " \ b d mas um numero m Ulto ma IOr tem SI oO a e rto por outras e novas re es,

mesmo em tempo de crise e desemp �, possibilitando a geração de

rique za e oportunidades de trabalho ,

37

Em princípio qualquer ativ idade econômica é

franqueável, desde a fabricação até a venda de produtos. Franquear é uma

estratégia de crescimento mediante a associação de forças com o

franqueado. Ao se decidir em franquear, o empresário deve verificar a lei

que rege a franquia, além de encomendar um estudo de viabilidade

econômica e negocia I, através de um questionário de avaliação com cem

perguntas aproximadamente, referentes aos setores operacionais

financeiro, jurídico, come rcial, marketing, etc., finalizando com um

parecer sobre a adoção ou não do sistema de franquia para o seu negócio .

Se o parecer for positivo, a empresa deverá elaborar a " Circular de Oferta

de Franquia", abr indo os seus dados empresariais conforme a lei e o

código de Defesa e Proteção do Consu midor .

A franquia representa atualmente no Brasil 1/3 de todo

o movimento de v arejo. O sistema de franquia faturou em 1996 US $ 8,3

bilhões, com 151.908 funcionários e, em 1997, com as altas taxas de

juros, evasão de dólares e desemprego crescente, teve faturamento de

US $ 9,9 bilhões com 196.381 empregados, um aumento significativo de

190/0 no fatura mento e 30% no n ú mero de empregados, apesar do n ú mero

de franqueadores ter caído 5%, segundo pesquisa realizada pela revista

38

Pequenas Empresas Grandes Negócios (Ano X, no . 118, nov 98, p.121 ).

As franquias são representadas, principalmente, por micro, pequenas e

médias empresas, através de recursos próprios dos franqueados, tomando

evidente o potencial para que o Governo incentive o setor a fim de

diminuir as taxas de desempr ego . Está em funcionamento no Ministério

da Ind ústria, do Comércio e do Turismo, Grupos de Trabalho: GT l

(Aperfeiçoamento da Lei de Franquia ), GT2 (Financiamento ) e GT3

(Educação e Qualidade ) dentro do Sistem a de Franquia Empresarial .

As empresas, em geral, não estão criando novos

negócios em setores diversos, mas concentrando-se nos setores que já

conhecem e sabem fazer, terceirizando as demais operações, para evitar a

v ulnerabilidade de u m mercado globalizado com mudanças constantes. A

franquia é uma forma de terceirização, com uma relação mais estreita

entre a empresa maior e o pequeno empresário. Até planos de sa úde e

odontológicos utilizam o sistema de franquia . Mas a atividade seg uradora

ainda é proibida de utilizar este sistema.

A lei no . 8955/94 do Deputado Magalhães Teixeira,

instit ucionalizou o princípio do full and fair disclousure (revelação

39

ampl� irrestrita e sincera dos dados empresari ais ), já presente na lei das

Sociedades Anônimas e da C VM. Assim, o franqueador deve fornecer ao

candidato à sua franquia a Circular de Oferta de Franquia (C OF ), com

pelo menos dez dias de antecedência do recebimento de qualquer

import ância ou ass inatura de contrato ou pré -con trato . É um documento

legal, em linguagem clara e a cess ível, contendo dados cadastrais e um ­

histórico da empresa, balanços e demonstrações financeiras, pendências

ju diciais, descrição detalhada da fran quia, perfil do franqueado,

requisitos do envolvimento direto do franqueado na operação e

administração do negócio e direitos e obrigações, situação do registro da

marca no INPI, total inicial para a aquisição e in ício de operação, valor

do aluguel dos equipamentos e ponto e taxa de publicidade, seguro,

manua is, vantagens o f erecidas, territorialidade, expiração e rescisão do

contrato, modelo do contrato, relação com os atuais franqueados, recibo

de entrega da Circular ao franqueado com termo de sigilosidade e

fidedi gnidade; sob pena de devolução das quantias pagas pelos

franqueados, perdas e danos e anulabilidade do contrato . A atualização é

anua L A lei também trouxe a obrigatoriedade do contrato escrito,

prevenindo improvisações e mal-entendidos.

40

Geralmente, quando há a intenção de ce'ebrar um

contrato no futuro, faz-se um contrato preliminar, ou pré-contrato ou

ainda, carta de intenção, que compromete às partes frrmarem novo

contrato. É muito útil por ser a franquia um contrato de quase adesão,

com cláusulas posteriores, de acordo com a implementação efetiva da

-

franquia. Além do contrato preliminar e do principal, pode-se firmar,

posteriormente, contratos derivados ou vinculados (licenciamento da

marca) e contratos subordinados (locação ou sub-locação, comodato).

Apesar da eficiência do sistema de franquia ser

consequência dos recursos dos franqueados, uso de técnicas de

marketing, desenvolvimento tecnológico e automação, padronização,

controle de qualidade, treinamento, seleção de bons pontos comerciais,

economia de escala, marca conhecida e assistência contínua, o Governo

não incentiva a sua expansão, pois não há linhas de crédito ou

fmanciamento disponíveis. A falta de conhecimento das instituições

financeiras, privadas ou não, sobre o sistema de franquia e vice-versa,

além do pouco comprometimento do franqueador com os resultados do-

franqueado, acarretam a não utilização deste veículo para o aumento das

franquias e acesso a outros empresários, seja pelo franqueador no seu

41

projeto, manua IS, d i vulgação, ou pelo franqueado na implantação da

franquia, estoque, aqu isição de equ ipamentos ou instalações. A franquia

também tem seus r i scos e sofre as influências da conjuntura econômica.

A inadimplência dos franqueados ocorre, e é com o d i álogo constante, a

fim de conhecer o que está acontecendo com cada parte, que franqueados

e franqueadores podem ter mais êx ito para resol ver este problema .

Segundo matéria da re vista Veja sobre montar o

próprio negócio, a p articipação das micro e pequenas empresas no P IB

brasile iro em 1998 foi de aproximadamente 40%, com 40 milhões de

empregados em 1997, ou 60% da mão -de -obra ocupada, respondendo por

40% da riqueza prod uzida. O n úmero de pessoas que procuram o Sebrae

- Ser viço Bras ileiro de Apo io às M i cro e Pequenas Empresas, ped indo

or ientação para abr ir uma empresa foi de 1,2 milhão em 1997. Segundo o

Sebrae, das empresas abertas no país, 80% não completam do is anos de

ati vidade . Em 1997 foram abertas 400.000 empresas, mas em 1998

restaram 80.000 ainda em funcionamento. Conforme pesquisa feita pela

agência de publicidade Standard, Ogil v y&Mather, em 1997 o segundo

maior desejo das pessoas era ser empresário, atrás do sonho da casa

própria. Um fator que contribui para este aumento é a terceirização,

42

transferindo para as empresas menores tarefas que as empresas maiores

faziam anteriormente. Pesquisas sobre o desempenho das micro e

pequenas empresas mostram que a maioria não dá certo na primeira vez.

Em média, o empresário brasileiro quebra três vezes . Mas é um grande

cresimento para um país que não as favorece com crédito barato, apoio

tecnológico e legislação trabalhista flexível. O único beneficio é a carga

tributária menor do que a das grandes empresas. Nos Estados Unidos,

essas empresas são responsáveis por 80% do PIB americano e no Japão

por 60% das exportações. De cada dez novos empregos gerados no

mundo, seis são proporcionados por pequenas empresas, ainda de acordo

com a revista Veja (Eu quero ser Patrão. Seção Economia e Negócios,

25 . 1 1 .98, p. 1 58- 1 63) .

As peq�enas e médias empresás tem passado por um

processo de constante re�struturação deZ às mudanças crescentes,

. . 1 1 \1) l ' / . .

pnnClpa mente com a g o a lZação,/para se manter compettttva no \ / mercado. Há sempre a constan��úvida entre ter um negócio próprio ou

ter um negócio franquead�a �em quer investir nesta realidade. Na

franquia, a liberdade é/Íimitada n\e diz respeito à condução do

negócio e à tomada d�ecisões. O negócio jà está testado e aprovado por f 43 \

outros franqueados� com toda uma estrutura de distribuição e propaganda

. fr \ .

, nh '/da D _.

eXIstente ente a \uma marca Ja c07eel . escontos com os

� - -

fornecedores é possível de�do a quanticlàde requisitada de toda a rede.

P · l d "\

" /d " or outro a o, no negocIo Wropn.0, a emora e maIOr para se ter um

sistema efetivo de compra,�buição e venda, além de poucos

descontos devido à POUC�uantidàde adquirida dos fornecedores, mas há

uma total Iiberdad/padrão�

co�a e tomada de decisões, podendo

talvez vir a se toniar uni franqueador no fu-turo.

Em 1 992, havia no país 1 6 .000 unidades franqueadas.

Em 1 998 são mais de 32 .000, fazendo do Brasil o terceiro maior mercado

de franquias no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. O

perfil dos franqueados são executivos que perderam ou deixaram o

emprego e investiram a indenização no negócio próprio. Mais de 70%

dos candidatos a franqueado dispõem de 40.000 a 70 .000 reais para

iniciar o negócio. A taxa de mortalidade é inferior à dos negócios

independentes. 65% das pequenas empresas vão à falência antes de

completar o segundo ano de vida. No caso das franquias, este índice é de

20% nos primeiros cinco anos de existência, apesar de não existir uma

pesquisa detalhad� conforme é descrito na revista Veja (Os riscos no

44

mundo da franquia. Seção Guia. São Paulo: Abril, 17 .06. 1998, p. 1 32-

134).

Segundo matéria da revista Pequenas Empresas

Grandes Negócios (Os Pilotos da Franquia. São Paulo: Globo, Ano I,

-

no.6, outl94, p. 1 7-25), o perfil do franqueado brasileiro é: homem com

menos de 40 anos, curso universitário completo, negócio instalado em

São Paulo, exigente e satisfeito com o negócio. 35% são mulheres, 26%

tem entre 20 e 30 anos, 42% entre 3 1 e 40 anos, 25% entre 4 1 e 50 anos e

8% acima de 5 1 anos e, 65% tem fonnaçào superior, geralmente em

Administração ou Economia. As principais razões para a escolha do

sistema de franquia é a segurança (58%) e a falta de experiência (22%).

Geralmente as franquias são pequenas empresas com poucos

funcionários: 4 1 % tem de 3 a 5 empregados, 24% de 6 a 9, 1 6% tem até

2 funcionários, 8% de 12 a 1 5 e 1 1% com mais de 20 empregados. 48%

tem a franquia há menos de um ano, 37% entre um e três anos e somente

2 1 % tem o negócio há mais de três anos. Talvez por isso, 80% dos

franqueados possuem apenas uma loja. Geralmente, os investimentos dos_

franqueados ficam entre US$ 1 0.000 a 50.000. O perfil do franqueado

apresentado na mesma revista (Uma prova de fogo. São Paulo: Globo,

45

Ano III, no. 14, fev/96, p.44-52) em 1 996, demonstra que, apesar de

algumas variações, foram mantidas as características desse perfil em

relação ao número de funcionários e ao valor do investimento.

o sistema de franquia tem crescido tanto no mundo

como no Brasil e a previsão para após o ano 2000 é que a franquia

responderá por 50% do total de vendas a varejo. Vários novos serviços

serão adaptados ao sistema para crescer e atender a todos. Motivação,

treinamento, atualização e internacionalização serão a essência do

sistema de franquia. A internet, para o uso externo, e a intranet, para o

uso interno da cadeia de franquias terão papel fundamental para a

comunicação e a transmissão de informações de forma rápida, eficaz e

interativa, além da divulgação da empresa, e venda de produtos e

serviços ao consumidor final. Quem detém a informação e o

conhecimento, detém a ação para a mudança. E nesta estrutura

globalizada, é fundamental saber usar as informações para manter a

competitividade.

46

CAPÍTULO IH - AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

3. 1 - Conceito

o Estado . se manifesta através de seus órgãos

supremos, ditos constitucionais, com o exercício do poder político,

denominado como governo ou órgãos governamentais ou, através de seus

órgãos dependentes ou administrativos representados pela Administração

Pública.

Administração Pública pode ser entendida como o

conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos,

ordenados conforme a necessidade de execução das decisões políticas,

segundo 1. Afonso da Silva ( 1992). Pode ser direta, indireta ou

fundacional no que se refere à União, Estados, Municípios e Distrito

F ederal. A administração direta é aquela centralizada em órgãos

administrativos subordinados diretamente ao Poder Executivo nas esferas

governamentais do Estado (entidades estatais). A administração indireta é

descentralizada, formada pelos órgãos integrados de prestação de

serviços ou exploração de atividades econômicas, vinculadas ao Poder

47

Executivo, e representadas pelas autarquias, · empresas públicas e as

sociedades de economia mista. As entidades fundacionais são instituídas

pelo Poder Público, criadas por lei específica.

As empresas públicas e de sociedade de econorma

. . mista podem criar subsidiárias com o objetivo de explorar a atividade­

econômica ou prestação de serviços, sujeitas ao regime jurídico das

empresas privadas e com obrigações trabalhistas e tributárias.

A administração pública é regida por princípios

constitucionais, a saber: da legalidade e da finalidade (o fim submetido à

lei), da impessoalidade (os atos são imputáveis aos órgãos e não aos

funcionários), da moralidade e da probidade administrativa (exercício das

funções sem favorecimento), da publicidade, da licitação pública, ·da

prescritibilidade dos ilícitos administrativos e, da responsabilidade civil

(reparação dos danos patrimoniais).

o enfoque será dado à administração indireta. As

autarquias são pessoas jurídicas de direito público, autônomas, criadas

por lei, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da

48

administração públic� que requeram, para seu melhor funcionamento,

gestão administrativa e financeira descentralizada, com responsabilidade

própria de seus atos. Seus bens são públicos, com imunidade aos

impostos e, seus procedimentos fmanceiros seguem as regras de

contabilidade públic� com regime de pessoal estatutário e os contratos

sujeitos à licitação.

A fundação pública é uma entidade dotada de

personalidade jurídica de direito, sem fins lucrativos, com autonomia

administrativa e funcionamento custeado pelos recursos da União e de

outras fontes e, seus contratos são sujeitos à licitação.

Sociedades de economia mista são as pessoas jurídicas

criadas por lei, como instrumento de ação do Estado, com personalidade

jurídica do direito privado, sob a forma de sociedade anônima, cujas

ações com direito a voto pertencem em sua maioria à União. As

prestadoras de serviço público não estão sujeitas à falência.

Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito

privado com atividades administrativas relativas ao capital público,

49

criadas por lei como instrumento de ação do Estado. Adotam qualquer

forma societária, sujeitas à falência e com bens passíveis de penhora e

execução. São autônomas, administrativa e financeiramente, com

patrimônio próprio de iniciativa particular, obrigações trabalhistas e

tributárias.

A concessão do servIço público é o ato em que o

Estado atribui a alguém o exercício do serviço público sob condições

fixas e só alteradas pelo Estado, com remuneração através de tarifas

cobradas. O concessionário deve ter como requisitos a capacidade

técnica, idoneidade financeira, competência administrativa, integridade

moral e não pode transferir a concessão. O Estado tem o poder de

inspeção e fiscalização. A concessão é em forma de lei, através de

licitação e se extingue com a expiração do prazo, rescisão judicial ou

consensual, ato unilateral do concedente (encampação ou resgate e

caducidade ou decadência), falência do concessionário que assume os

riscos e perigos inerentes à atividade desenvolvida.

Os convênios referem-se aos acordos entre entidades

públicas ou estas e particulares, para realizar objetivos de interesse

50

comum. Os consórcios referem-se aos acordos entre as entidades

públicas de mesma espécie para realizar objetivos comuns. Os serviços

públicos de competência da União podem ser privativos (defesa nacional,

polícia marítima, aérea e de fronteiras, emissão de moedas, serviço

postal, etc) ou comuns, com atuação paralela dos estados e municípios.

As organizações públicas foram criadas a fim de

incentivar determinadas áreas com a maIOr participação do Estado,

acelerando o processo de desenvolvimento e canalizando recursos para o

setor produtivo de insumos básicos. No entanto, elas necessitam de

articulação interna, estratégias de investimentos e reestruturação quanto

ao seu papel na atual conjuntura social, política e econômica do Brasil.

Elas apresentam responsabilidade pública e social, respondendo pelos

danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurado o direito de

regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Na área pública, a missão é definida genericamente

para garantir consenso e apoio político para a organização. Deve ser

flexível, motivadora, realista e compreensível, incluindo a atividade a

desempenhar, público a atingir, domínio tecnológico, fronteira geográfica

51

de ação, compromIsso valorativo e desejo de imagem pública, para

acompanhar ' as mudanças constantes do ambiente em que se está. A

missão, os objetivos gerais e específicos são traçados para gerar

projeções planejadas de estados futuros desejáveis e os meios para atingí­

los.

A princípio, as empresa públicas, apesar da

preocupação com o mercado, clientes, canais de distribuição, produtos e

serviços, tecnologia e comunicação, não são direcionadas apenas para o

lucro, mas também para a responsabilidade de atender às necessidades

públicas. Assim, elas precisam reestruturar o seu papel na atual

conjuntura social, política e econômica frente à discussão sobre a função

do Estado nos aspectos relativos à competitividade, lucratividade,

qualidade e atendimento ao consumidor.

Ao adotar o sistema de franquia, alterações

operacionais e administrativas serão necessárias, mas além dos produtos

e serviços até então comercializados, um novo produto chamado franquia

e um novo cliente chamado franqueado surgirão. E sta relação entre

franqueador, franqueado e consumidor final deve ser bem elaborada,

52

planejada e estabelecida, a fim de conciliar o caráter da empresa privada

com a responsabilidade social da organização que detém o poder público.

3.2 - A Franquia nas Organizações Públicas

o tema sobre a franquia no âmbito da Administração

Pública ainda não foi bastante estudado quanto à sua utilização,

adaptação, vantagens e desvantagens. Porém o assunto é bastante

interessante face a conjuntura atual de globalização, competitividade e

privatização.

Quando o franqueador é privado, as vantagens do

sistema de franquia são: rapidez na expansão, aumento da rentabilidade,

redução dos custos, motivação, maior participação no mercado,

publicidade, maior alcance territorial, entre outras. E as desvantagens

são: controle diminuído, maior custo de supervisão e formatação, perda

de sigilo e liberdade, seleção inadequada, etc . . Para o consumidor, há

melhor distribuição dos bens e serviços, atingindo áreas distantes, mas

mantendo a mesma qualidade da marca já conhecida e aprovada.

53

Para a Organização P ública , as vantagens e as

des vantagens são , praticamente , as mesmas , possibilitando e xpandir e

descentralizar as suas ati vidades comerciais e industriais sem os custos

necess ários para a abertura de no vos pontos de trabalho , mas im pondo

seus métodos com o controle das · ati vidades e xercidas pelo franqueado .

Im portante lembrar que para a franquia ser eficaz , é preciso que a

franqueadora também o seja . Essas vantagens e des vantagens coincidem

com a pr ivatização , quando esta não se dá na em presa , mas na e xecução

dos serv iços públicos , transferindo-os para a iniciati va pri vada .

Há grande semelhança entre o contrato de concessão e

o contrato de franquia . A concessão pode abranger a obra pública , o

ser viço público , a ex ploração de minér io , o uso de bens públicos , etc . . Na

concessão , o concedente delega ao concessionário poderes e de veres ,

reser vando para si o domínio e a fiscalização . Na concessão de ser viço

público tanto como na franquia , a execução do ser v iço é delegada , mas a

titularidade , a dis ponibilidade sobre o ser viço , o controle e a fiscalização

da ati vidade são mantidos , podendo ha ver a rescisão unilateral do

cont rato; a personalidade ju rídica e a res ponsabilidade finance ira e

administrati va são inde pendentes; e a rem uneração é de acordo com os

54

resultados financeiros. Nos dois casos, o poder público estabelece o valor

a ser pago pelo consumidor final. Mas na concessão, o concessionário _.

atua em seu nome com técnicas próprias de trabalho, enquanto na

franquia, o franqueado atua sob o nome do franqueador, usando a sua

marca, padrão, regras de atuação, métodos, treinamento e pagando pelos

serviços recebidos de assistência, técnicas, produtos e uso da marca.

Assim, a diferença está no grau de limitações impostas, pois a franquia

pode ser uma espécie de contrato de concessão.

A terceirização possibilita à Administração Pública

contratar uma empresa para desempenhar algumas atividades suas,

através de contrato de prestação de serviços, muito utilizada para o

servIço de limpeza e vigilância, distribuição de contas, leitura de

hidrômetro e medidores de consumo, etc . . Seja na terceirização,

concessão ou franquia, a atividade pública transfere a terceiros a

execução e prestação de serviços, reguladas pelas normas contidas na Lei

no. 8.666 de 2 l .6.93 .

Não há impedimento à adoção do sistema de franquia

pela Administração Pública, até porque já é uma realidade comprovada.

55

" ,

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não há uma legislação

específica disciplinando os contratos de franquia na Administração

Pública, não impedindo, porém, a sua adoção. A franquia, se equiparada

ao contrato de concessão, se submete à Lei no . 8.666, que exige licitação

para as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e

locações (art. 2\ ou pelo seu caráter privado (art. 62). A seleção do-

franqueado deve ser feita por licitação (concorrência), de acordo com a

concessão de serviços públicos (art.3°

da Lei no . 7 .835), equiparando-se à

concessão de franquia. A licitação deve obedecer às normas da Lei no.

8 .666, atendendo-se à Lei no. 8.955 de 1 5 . 12 .94 sobre franquia

empresarial. (Da franquia na Administração Pública, RAPIFGV, Rio de

Janeiro, v. 1 99, jan/mar. 1 995, p.66-70).

56

CAPÍTULO IV

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

4. 1 - Histórico e- Finalidade da ECT

o correio foi instituído no Brasil em 25 de janeiro de

1663 , utilizando escravos, tropeiros e maçoeiros. Em 20 de janeiro de

1 798 foi criado o primeiro correio marítimo regular entre Portugal e

Brasil . Em 22 de novembro de 1 808 surgiu o primeiro regulamento

postal do Brasil . Em 05 de março de 1 829 foi reorganizado o correio

geral com administração em todas as províncias.

A criação do selo postal data de 29 de novembro de

1 842, com o lançamento em 0 1 de agosto de 1 843 do "Olho de Boi". Em

1 877, o Brasil tomou-se membro da União Postal Universal. Em 1 888 o

regulamento dos Correios garantia o monopólio postal. Em 1 925 adotou­

se o franqueamento mecânico e o serviço postal aéreo.

Em 26 de dezembro de 1 93 1 houve a fusão, pelo

decreto-lei no. 20.859/3 1 , da Diretoria Geral dos Correios com a

57

Repartição Geral dos Telégrafos, resultando no Departamento dos

Correios e Telégrafos (DCT), subordinado ao Ministério da Viação e

Obras Públicas (MVOP) do governo de Getúlio Vargas. O DCI era

caracterizado por empregos vitalícios, funcionários sem treinamento,

instalações precárias, atendimento seletivo, franquias tarifárias, tarifas

aviltadas, arrecadação para o Tesouro Nacional (que não cobria metade

das despesas).

Em 20 de março de 1 969, O DCT foi transformado em

empresa pública denominada Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos (ECI), vinculada ao Ministério das Comunicações pelo

decreto-lei no. 509/69. O patrimônio do antigo DCI foi transferido para a

ECT. A empresa passa a ter maior autonomia econômico-financeira e a

buscar uma política de recursos humanos centrada em um plano de

cargos e salários (sem empregos vitalícios), treinamento e valorização

das funções. As franquias tarifárias foram eliminadas. As tarifas

representavam os custos reais. Houve preocupação com o planejamento

operacional e a diversificação de serviços frente à situação do mercado e

da concorrência.

58

A ECT teve o início de sua reestruturação com o

diagnóstico realizado por uma consultoria francesa, que detectou a -­

precariedade das instalações, o despreparo do pessoal, a obsolescência do

material, a má política tarifária, causando baixo padrão de qualidade e

descrédito do público. Nos anos 70 a empresa fortaleceu a sua infra­

estrutura operacional e administrativa mediante o crescimento do tráfego

postal de 1 8% ao ano.

Em 1 974, há a criação do primeiro sistema de controle

de qualidade da ECT averiguando os tempos de encaminhamento do

serviço postal entre as cidades . Em 1 5 de julho de 1 975, o regime

jurídico de pessoal passou de estatutário (lei no. 1 7 1 1 152) para o regime

regido pela legislação trabalhista. Em 1 976, já havia o equilíbrio

financeiro e a autonomia do Tesouro Nacional. Em 1 977 houve o

primeiro superávit financeiro da empresa. Muitos investimentos em

instalações e equipamentos foram realizados .

A Escola Superior de Administração Postal (ESAP),

situada em Brasília, foi inaugurada em 1 5 de março de 1 978 . Também foi

promulgada a lei postal no. 6 .538 unificando a legislação dos correios e

59

telégrafos. Neste ano os correIOS estavam presentes em todos os

municípios do país . Em 1979, mediante o decreto no. 83 .858 de 1 5 de

agosto, surgiu o atual regulamento do Serviço Postal e Telegráfico.

Na década de 80, as taxas de- crescimento do tráfego

postal se finnaram em 3,2% ao ano devido à recessão do país e, as tarifas

estavam congeladas pelo Plano Cruzado, além da taxa de investimento

ter caído de 1 2 % para 3 %. A empresa estava em situação financeira

difícil, devendo expandir suas atividades para além da entrega de cartas,

telegramas e pequenas encomendas. A estratégia era a diversificação,

pois já tinha o potencial da estrutura operacional e administrativa para a

prestação de serviços em nível nacional, além da infra-estrutura de

transporte e distribuição pela rede de atendimento por todo o território

brasileiro. As empresas de couriers já significavam uma concorrência

efetiva e o fax se tornava popular como outra fonna de comunicação

escrita. Em 1 985 surgiu o Correio Rural e em 1988 o Comprovante de

Franqueamento (CF), selo sem valor facial.

Em 1 987 e 1 988 a ECT teve o pnmelro lugar em

produtividade dentre as "Melhores e Maiores" empresas listadas pela

60

revista Exame. Em 1989 foi refonnulada sua estrutura organizacional

para se tomar mais flexível, com uma postura de marketing mais

agressiva, e modernizados os sistemas operacionais . A meta era operar

com um banco de serviços, diversificando a linha de produtos e serviços.

Visando a satisfação dos clientes, projetos foram implantados, tais como:

serviço de atendimento ao usuário (SAU), agências-modelo, integração

ECT com a comunidade, e sistema de franquia.

Em 1 990, a ECT passou a se vincular ao Ministério da .

Infra-Estrutura e, em 1 992, ao Ministério dos Transportes e

Comunicações. Neste ano, recebeu o prêmio, da revista Exame, de

melhor organização pública dentre as "500 Melhores e Maiores"

empresas da economia brasileira. Na década de 90 seria a empresa um

banco de serviços e uma empresa transportadora, atendendo a outros

órgãos públicos e empresas privadas. Novos serviços foram implantados

como: solicitação e entrega de passaporte, venda de fichas de telefone,

cadastramento de CPF, inscrições de vestibulares e concursos, inscrição e

pagamento de INSS, entrega de carteira de habilitação e recebimento de

taxa e de solicitação de licenciamento de veículos, recebimento das

solicitações de seguro-desemprego, recebimento do imposto de

61

importação e de multas do Código Eleitoral, distribuição de livros,

recebimento do fonnulário de Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados e do Programa de Alimentação do Trabalhador (P AT).

Para as empresas privadas passou a preparar e entregar faturas,

operacionalizar a coleta e entrega de correspondência e documentos

internos, venda de camês, transporte de qualquer objeto, etc. Com isso, o

faturamento saltou de US$ 890 milhões em 1 989 para quase US$ 1 ,5

bilhão em 1 992 e US$ 1 ,7 bilhão em 1993, respondendo as agências

franqueadas com 27,20/0 de todo faturamento (Carvalho, 1996, p. 1 76).

Em 1996, foi criado o PASTE - Programa de Ampliação e Recuperação

do Sistema de Telecomunicações e do Sistema Postal e, em 1997 foi

implantado o Programa de Qualidade Total. Atualmente a ECT está

ligada ao Ministério das Comunicações e o presidente é Renzo Dino

Sergente Rossa.

Em linha gerais, os segmentos de atuação da ECT são

transporte postal (objetos postais, carga industrial) e telemático

(correspondência, encomendas, malotes, telegramas, fax, produtos

filatélicos) e atendimentos especiais (seguridade social, recebimento de

contas, venda para terceiros, emissão de documentos, inscrição para

62

concursos, telemarketing, fornecimento de talões de cheques, correlO

eletrônico ) . o ambiente postal deve considerar os clientes, os

funcionários, a concorrência, o governo, a tecnologia e os fornecedores

como variáveis interligáveis e decisivas na estrutura em geral.

Os principais produtos e serviços da ECT são:

.filatelia (selo e blocos comemorativos de eventos históricos e aspectos da

cultura brasileira)�

• serviços de mala direta (carta, cartão-resposta, devolução garantida,

envelope encomenda resposta, porte pago, reembolso postal)�

.produtos (aerogramas nacional e internacional, aerograma social, caixa de

encomenda, comprovante de franqueamento - CF, coupon-réponse -

cupões respostas internacionais, griffe correios, envelope EMS, envelope

pré-franqueado de primeiro porte, envelope SEDEX e SEDEX Estadual

pré-franqueado, etiqueta de franqueamento para registro nacional, guia

postal brasileiro - GPB, justificação eleitoral, mensagem social tipo

cartão, telegrama pré-taxado simples ou urgente�

• serviços de encomendas (colis postaux - exportação, surface air l(fted -

SAL, petit paquet - envio de amostras, express mail service - SEM,

63

..... '"

" ,;

, I

encomenda normal, serviço de encomenda expressa - SEDEX a cobrar

ou estadual pré-franqueado);

• serviços executados através de contratos especiais com despesa da empresa

contratante e convênios com despesa dos usuários (requerimento de

passaporte, venda de ficha telefônica, cadastro geral de empregados e

desempregados - CAGED, recebimento de carnês);

. serviço de malotes (serviço de correspondência agrupada - SERCA

convencional, expressão ou de compensação integrada);

• serviços postais (caixa postal, guia postal brasileiro, franqueamento

autorizado de cartas - FAC, franqueamento mecanizado, servIço de

atualização de endereços - SATE, serviço especial de entrega de

documentos - SEED, vales nacional e internacional, aviso de

recebimento - AR, posta restante, registro, valor declarado, registro para

entrega ao próprio destinatário - mão própria - MP);

• serviços telemáticos (cabina pública de telex, fax post, fax post

internacional a bordo, telégrafo restante, telegrama fonado, pré-datado e

radiomarítimo, telexograma, endereço telegráfico registrado, pedido de

confirmação de entrega de mensagem telegráfica - PC);

• serviços de utilidade pública (achados e perdidos, serviços de atendimento

ao usuário - SAU, taxas e multas do serviço militar);

64

• serviços e informações via internet.

A ECT tem como responsabilidade pública a prestação

de seus serviços e a apresentação de seus produtos de forma eficiente e

eficaz, mediante um bom atendimento ao público dentro de seu setor de

necessidade pública que é os correios, telégrafos e transporte. Sua

responsabilidade é prestar esses serviços quando requisitada e de forma

eficiente à sociedade, mantendo a boa qualidade. A responsabilidade

social é a integração do território nacional, permitindo a comunicação

entre os diversos locais. Neste setor, foi criada a Agência de Correio

Satélite - ACS, que é uma unidade de atendimento voltada para as

necessidades da população onde não há agência própria, sendo a

permissão dada às Prefeituras Municipais para atender o público com os

serviços básicos. Também há a Caixa Postal Comunitária, para locais de

difícil acesso aos carteiros ou pontos de venda dos correios.

Segundo Paulo Machado Belém Filho ( 1992), ligado

ao planejamento dos Correios, a elaboração do projeto ECT -2000,

visando maior desempenho dos correios na década de 90, frente ao

conceito de qualidade e à percepção do cliente, apresenta alguns atributos

65

que são essenciais aos serviços dos Correios para uma boa apresentação e

posicionamento da empresa no mercado, segundo métodos desenvolvidos

por Parasuramam, Zeithalm e Berry, tais como: confiabilidade (execução .

no prazo estabelecido), receptividade (presteza dos empregados em

executar o serviço), competência (conhecimento; pelos empregados, dos

serviços prestados), acesso (localização das instalações e comodidade na

prestação dos serviços), cortesia (polidez, respeito), comunicação

(manter os clientes informados em linguagem de fácil compreensão),

credibilidade (consideração aos reais interesses dos clientes), segurança

(ausência de risco, sigilo), compreensão/conhecimento do usuário

(conhecimento dos anseios dos clientes) e tangibilidade (instalações,

design, unifonnes).

Assim sendo, o gerenciamento e as decisões . da

organização devem se balizar, quanto à alocação de recursos, neste

conjunto de atributos, para alcançar um padrão alto de qualidade na

empresa, entendida como a adequabilidade ao uso, maximizando os

recursos disponíveis, tendo como prioridade o cliente.

66

A ECT tem por missão prestar serviços de correIOS

convenCIOnaIS e avançados, transporte de encomendas e atendimentos

especiais, de forma empresarial, com competitividade e lucratividade, de

acordo com a qualidade exigida pelos diversos segmentos de mercado,

bem como atrair, desenvolver e motivar- pessoas para garantir a -

excelência desses serviços.

Ainda segundo Paulo M. Belém Filho ( 1 992), tendo

por base a missão da ECT, foram estabelecidas áreas de negócios,

responsáveis pelo design dos produtos e pela lucratividade dos serviços;

as agências foram transfonnadas em áreas de vendas, desvinculando-as �

do conceito operacional; os clientes foram enfatizados com a

apresentação dos projetos de rastreamento de objetos (utilizando código

de barras) e automação de agências (ganhos de produtividade) e; para :.�:

facilidade de acesso e resposta imediata à demanda e à concorrência,

houve a implantação de uma rede de franquia em conjunto com a

iniciativa privada.

4.2 - A Franquia na ECT

67

Apesar da diversificação de serviços e produtos que (;

ECT promoveu, os recursos para o crescimento da rede eram escassos

Para conciliar as possibilidades de aumento da rede de atendimento corr

os poucos recursos para investimentos, surgiu o sistema de franquia a firr

de atingir novos mercados e produtos, sem afetar a prestação dos serviçm

-

básicos, mediante a força da marca, o baixo preço da franquia e ::

credibilidade da empresa.

A ECT, objetivando o aumento do número de postos dt

atendimento e a ampliação/divulgação de seus serviços aos clientes

associou-se à iniciativa privada dando início ao sistema de franquia par�

maior "comodidade ao cidadão". Através de autorização dos Correios é

terceiros, mediante acordo, contratos e requisitos pré-estabelecidos, (

permitida a exploração de serviços em unidades de atendimento

denominadas "Agência de Correio Franqueada" (ACF) . Lançada en

1 989 em Porto Alegre, RS, a rede cresceu rapidamente, chegando en

1 992 a ter l .443 unidades franqueadas, ocupando neste ano o primein

lugar no ranking de número de unidades franqueadas no Brasil . Em 1 (

anos a ECT abriu 203 agências com recursos próprios, enquanto que en

68

dois anos aproximadamente, abriu 1 700 agências com recursos de

terceiros .

o franqueado deve ser pessoa jurídica, pOSSUIr

estabelecimento comercial e assumir a estrutura dos serviços, mediante

investimentos na instalação de guichês, equipamentos e funcionários.

Cabe à ECT oferecer descontos na aquisição de selos/produtos e na

prestação de serviços postais, dar apoio na operacionalização das

atividades, dar treinamento aos funcionários do franqueado e efetuar

controle sobre o desenvolvimento e os resultados obtidos . Exigindo

qualidade, eficiência, segurança e pontualidade, a ECT determina a área

mínima de 1 2 metros quadrados, equipamentos apropriados, logomarca

em local visível, pessoal qualificado e de boa conduta.

A ECT visa elevar os padrões de qualidade, satisfazer

os clientes, ampliar produtos e serviços e, portanto, tornar-se mais

competitiva. O sistema de franquia dos Correios permite oferecer melhor

atendimento ao cidadão quanto à questão de acesso, proporcionar maior

concorrência, ampliar seus produtos/serviços, conquistar novos nichos de

mercado, ter contato com a iniciativa privada. Assim, a ECT tem por

69

objetivos a concentração de investimentos em questões logísticas,

tecnológicas e de gestão do sistema de franquia, a criação de barreira à

entrada de possíveis concorrentes, o trabalho do poder público em

conjunto com a iniciativa privada, o maior aproveitamento dos recursos

conquistados e disponíveis.

Para se habilitar à franquia, o indivíduo deve

apresentar os seguintes documentos :

• Registro da Junta Comercial (se pessoa jurídica individual) ou ato

contitutivo, Estatuto ou contrato social (se sociedade);

. comprovante de inscrição no cadastro geral de contribuintes (CGC);

• cópia de procuração se os responsáveis não constarem do contrato social;

. layout das instalações e equipamentos;

• certidão negativa de protestos da pessoa jurídica;

• certidão negativa comprovando pedido de falência, concordata ou de

execução patrimonial .

Os critérios a serem verificados são: transporte regular,

equidistante no mínimo 1 km de outra agência do Correio, de fácil acesso

ao público, andar térreo, imóvel próprio do candidato ou locado (se

70

titular do contrato de locação), exclusividade de produtos e servIços

ECT. A taxa inicial de franquia corresponde a dez mil vezes o primeiro

porte de carta simples, conforme tarifa postal interna vigente.

Alguns princípios éticos devem ser observados pelo

franqueado da ECT, a fim de conservar a imagem e credibilidade da­

organização, que seguem:

-não admitir no quadro de pessoal ex-servidores demitidos por má conduta

ou funcionários da ECT;

- não cometer concorrência predatória;

- não comercializar produtos e serviços diferentes daqueles previamente

estabelecidos;

- efetuar recolhimento dos devidos encargos já definidos;

- adquirir selos/produtos postais somente da ECT;

-não utilizar selos ilegalmente alterados;

-não cobrar preços diferentes dos praticados pela ECT;

- não devassar correspondência ou apossar-se indevidamente;

-não conceder descontos a terceiros;

- não violar segredo profissional referente ao sigilo de correspondência;

7 1

-não promover ou violar o monopólio da União sobre o serviço postal e

telegrama através de contrabando postal;

-não suprimir carimbo ou reutilizar selos;

-respeitar os horários de abertura e fechamento da agência;

- colaborar com a fiscalização da ECT quanto aos serviços executados;

-não fazer publicidade externa ou interna antes da aprovação do material

pela ECT;

- comunicar à ECT os funcionários envolvidos em ato i lícito que implique

em ação junto ao órgão de segurança competente;

-não permitir propaganda política na agência;

-oferecer aos clientes confiabilidade, receptividade, competência, cortesia,

comunicação, credibilidade, segurança e compreensão e conhecimento do

usuário.

A agência franqueada deve apresentar execução do

sefVlço dentro do prazo estabelecido e conhecimento adequado dos

servIços prestados e produtos dos Correios, de forma a atender

eficazmente os seus clientes .

72

A ECT, diante da utilização do sistema de franquia, a

fim de alcançar a qualidade dos serviços e aproveitar os recursos, deve

considerar algumas posições estratégicas, que são: visão gerencial,

desenvolvimento de nicho de mercado, apoio da cúpula administrativa,

conhecimento do negócio, priorízação do cliente, uso de tecnologia e

base operacional, inovação, valorização de pessoal, treinamento,

incentivos e padrões de qualidade estabelecidos.

Em 1 993 a concessão de novas franquias foi

interrompida para reavaliação e reestruturação do sistema que teve

crescimento muito rápido. Áreas do interior precisavam ser atendidas e o

limite de agências deveria ser 2 mil unidades em todo o Brasil . Com o

aumento dos pontos de venda, surgiu a concorrência entre as unidades de

atendimento, sejam próprias ou franqueadas . Assim, facilidades

nasceram para os clientes por parte das lojas franqueadas, tais como:

coleta de obj etos no estabelecimento do cliente para aqueles que postam

grande volume, prazo para pagamento das postagens, repasse do

beneficio da ECT para acerto de contas das franqueadas de duas vezes

por mês .

73

A escolha, da ECT, pelo sistema de franquia para a

expansão de sua rede de atendimento com pouco investimento, diz -­

respeito às imperfeições do mercado de capitais, à manutenção do

monopólio dos serviços postais e ao poder de mercado no caminho da

privatização. Os incentivos para essa escolha trata do gerenciamento,

haja vista que a dispersão física das operações acompanha a redução dos

custos de monitoramento, e os custos do fator trabalho, seleção e

treinamento de novos gerentes também são reduzidos, a marca é

disseminada e a qualidade é preservada. Portanto, o sistema de franquia,

através da estratégia de expansão, gerenciamento e avaliação, pode

significar uma maior grau de eficácia e efetividade dos serviços para o

público. A empresa pública como franqueadora tem tendência a repassar

ao consumidor final os resultados positivos conquistados, pois tem

também seu aspecto social a cumprir com a sociedade.

A ECT utiliza e necessita usar o marketing, não só pela

sua importância em capacitar a atuação e a influência no mercado, apesar

de alguns setores serem monopólios, mas também por uma questão de

imagem do serviço público que realiza e até de sua função social

entendida como a integração do país.

74

4.3 - Considerações Gerais

Em 1 998, o quadro da ECT é de 1 . 576 agências

franqueadas, 5 .302 agências próprias e 37 agências filatélicas . Já chegou

a ter 1.691 franqueados em - 1 992, mas está suspensa a seleção de

franqueados e uma reestruturação pela consultoria ligada ao correio

canadense está em andamento. Uma forma de aumentar o número de

franquias sem saturar o mercado é a conversão de unidades próprias em

franqueadas. A empresa é uma grande estrutura que cobre todo o país.

Por dia a ECT trata e entrega 1 6,7 milhões de objetos. São mais de

80 .000 empregados em 23 Diretorias Regionais e Administração Central

em Brasília, abrangendo 1 1 .000 pontos de atendimento, 24.000 caixas de

coleta, 7 .000 veículos, 37 aviões ligados a 200 países, 5 .000 embarcações

e 25 .000 carteiros.

A base da transformação da ECT está na atenção

voltada às estratégias competitivas, aos canais de distribuição, aos

programas de qualidade e ao sistema de franqui� para atuar eficazmente

no atendimento aos serviços monopolizados (correspondência através de

75

cartas, telegramas, etc . ) e não monopolizados (entrega de documentos,

Impressos, encomendas, prestação de sefV1ços, courier, etc .) .

Basicamente, as atividades se encerram em recebimento, seleção e envio

e distribuição. A infra-estrutura logística da empresa cobre todo o país

atualmente, demonstrando o potencial da empresa. Através do Serviço de

-

Atendimento ao Usuário - SAU (telefone 1 59), são recebidas e

encaminhadas as reclamações ao setor respectivo, além de orientação

para quaisquer dúvidas. Caso alguma agência apresente muitas

reclamações, são realizadas inspeções, além das usuais, pela Gerência de

Auditoria e Inspeção. A ECT soluciona essas reclamações com base no

Código de Defesa e Proteção ao Consumidor, na legislação postal

brasileira e internacional da União Postal Universal (da ONU).

Geralmente o prazo para a solução dos problemas é de 1 0 dias, podendo

haver indenização em caso de extravio com responsabilidade.

A ECT foi a pnmelra empresa estatal brasileira a

utilizar o sistema de franquia, demonstrando a possibilidade de sucesso e

a viabilidade de privatizar áreas dentro de uma organização pública,

principalmente em serviços, mantendo-se o controle do poder público,

além de pennitir o acesso ao mercado de pequenos empresários.

76

o sistema de franquia trouxe vantagens para a ECT,

que são: padrões mais rígidos, maior flexibilidade, facilidade de contato

direto com o mercado, menores riscos legais e trabalhistas, melhoria da

qualidade e da credibilidade, rapidez na ocupação de nichos de mercado,

expansão da rede de atendimento sem grandes investimentos, apesar dos

aumentos dos custos de controle e gerência, da perda de controle direto

das atividades das agências, entre outras. As queixas mais frequentes dos

franqueados em relação à ECT são: excessiva burocracia, postura

autoritária na tomada de decisões, resistência corporativa de empregados

dos correios, saturação do mercado, concorrência e tabela de

remuneração inversamente proporcional ao faturamento. A ECT enfrenta

problemas com os franqueados, como desrespeito às taxas, falta de ética

e inadimplência. Apesar dos atritos na relação, as agências franqueadas

trouxeram uma melhoria no atendimento ao público através de

inovações, isenções de taxas e prazo maior de pagamento para clientes

preferenciais.

Basicamente os franqueados de cada região respondem

a uma gerência de atendimento, no total de vinte e três, regidas por um

77

contrato de terceira geração com vigência de cmco anos. Não há o

conceito de território exclusivo, mas a distância entre as unidades deve _.

ser de mil metros. As agências podem ser de três tipos (pequeno, médio

ou grande porte com quatro, oito e doze guichês respectivamente). A

maioria das franquias está na região Sudeste, de onde provêm 70% do

faturamento da ECT. As unidades franqueadas representam 250/0 da rede

de agências e geram um terço de tudo o que a ECT fatura atualmente,

apesar de 90 unidades terem sido fechadas em 1 995, 26,7% mais que as

7 1 do ano anterior, devido aos problemas de fonnatação do sistema pelas

irregularidades operacionais e financeiras ocorridas.

Uma reestruturação está sendo feita, demonstrando a

importância de se manter e desenvolver o sistema de franquia, a fim de

continuar prestando atendimento ao público, com qualidade e tecnologia,

numa estrutura de organização pública que visa o mercado, a

competitividade e a integração do território nacional com lucratividade.

A franquia possibilitou o alcance do estágio atual dos correios, através de

menores investimentos e incentivo aos pequenos empresários, gerando

empregos. Apesar dos problemas existentes, mas passíveis de correção,

pode-se dizer que a experiência da ECT com o sistema de franquia é um

78

sucesso, por todas as metas alcançadas, coragem na inovação e exemplo

para outras organizações públicas encontrarem seus caminhos de parceria

com a iniciativa privada e, se modernizarem.

79

CAPÍTULO V - A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E A INICIA TIV A

PRIVADA

5. 1 - Licitação

Licitação compreende um procedimento administrativo

unilateral visando a seleção da proposta e/ou do contratante mais

vantajoso para a realização de determinado serviço, obra, compra,

alienação, locação, concessão ou permissão para a Administração Pública.

É um procedimento administrativo vinculado, por estar ligado à norma

legal e às suas especificações� é discricionário, por apresentar a

possibilidade de liberdade na escolha, mediante o cumprimento dos

requisitos legais. A licitação confere ao vencedor a expectativa de direito

e, não propriamente o direito ao contrato administrativo, pois a

Administração não fica obrigada a celebrar o contrato após concluída a

licitação.

A Constituição Federal de 1 988 declarou claramente a

competência da União para legislar normas gerais da licitação, cabendo

aos Estados e Municípios adequá-las à sua realidade (art.22, inciso 80

XXVII). A Lei Federal no . 8 .666 de 2 l .06 .93 veio regulamentar o artigo

37, inciso XXI da Constituição, instituindo nonnas para licitações e

contratos da Administração Pública. Posterionnente, foi alterada pelas leis

8883/94 e 9032/95 e vigora atualmente. O objeto imediato da licitação é

a concorrência, entendida como a competição viabilizada pela licitação

para fins da Administração Pública no Direito Administrativo.

A licitação, basicamente, apresenta duas fases:

habilitação (demonstração dos atributos e aptidões) e julgamento

(apuração da melhor proposta), tendo em vista assegurar a igualdade de

condições, já estipuladas previamente, a todos os concorrentes, nos

tennos da lei, mediante qualificação técnica e econômica para garantia do

cumprimento das obrigações, atendendo às exigências públicas: proteção

aos interesses e recursos públicos procurando a proposta mais satisfatória,

respeito ao princípio da isonomia, da impessoalidade e da probidade

administrativa.

A Administração Pública, tem como base os seguintes

princípios do Direito Administrativo: interesse público, supremacia do

interesse público (prevalece sobre o individual), legalidade (confonne a

81

lei), moralidade, impessoalidade, publicidade (divulgação dos atos

públicos, exceto nos casos de segurança nacional, investigações policiais, '

processos cíveis em segredo de justiça, etc), fmalidade (objetivo da lei),

indisponibilidade (não se pode deixar de aplicar a lei), continuidade,

autotutela (a Administração pode comgrr seus atos ), motivação

(fundamentos de fato e de direito), razoabilidade, proporcionalidade,

igualdade, controle judicial, hierarquia, poder-dever (conforme a lei),

especialidade (para as autarquias com funções criadas) .

A lei atual sobre licitação trata dos princípios, dos

fundamentos, das diretrizes e dos critérios básicos que terão de existir

para tomar possível o processo a ser aplicado uniformemente no país,

independentemente da região ou da localidade. São normas gerais a serem

aplicadas em conformidade à legislação específica de cada local.

Visa combater a corrupção que ocorria na Administração Pública, mas

diminui a liberdade de atuação do administrador no processo licitatório .

A licitação, a fim de igualar as oportunidades dos

interessados em contratar com o Poder Público, mediante normas

preestabelecidas pela Administração, VIsa, como procedimento

82

administrativo, selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato a que

tinha interesse. A proposta mais vantajosa não é necessariamente a de

melhor preço, visto que a esfera técnica é de vital importância em diversos

casos. Porém, a absoluta igualdade entre os interessados deve ser

garantida.

A lei nO.8 .666 de 2 1 .6 .93 abrange a Administração

direta, ou seja, as autarquias, fundações públicas, empresas públicas,

sociedades de economia mista e demais entidades direta ou indiretamente

controladas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Estes,

excluindo-se a União, podem utilizar a legislação anterior desde que seus

dispositivos não entrem em conflito com a atual lei, na medida em que não

forem editadas novas leis de adaptação à vigente.

A doutrina vigente não é uniforme quanto aos

princípios que regem a licitação. O artigo 37 da CF/88 estabelece os

princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e

eficiência (EC no. 1 9 de 5 .6 .98) como sustentáculos na atuação da

Administração Pública de forma permanente e obrigatória. De qualquer

83

maneira, todos os princípios devem promover o interesse público sobre o

particular de fonna a haver uma sociedade mais transparente e honesta.

A lei 8666/93, em seu artigo 30., dispõe que as

licitações devem ser processadas e julgadas confonne os princípios

abaixo:

1 ) legalidade: observância dos dispositivos legais. A lei disciplina todas as

fases da licitação, inclusive a participação popular no controle da

legalidade do procedimento;

2) impessoalidade: tratamento neutro a todos os licitantes, ou seja,

igualdade de todos perante a Administração;

3) igualdade: tratamento isonômico aos que participam do processo e

oportunidades de mesma abrangência competitiva;

4) moralidade/probidade administrativa: conforme padrões éticos, bons

costumes, princípios de justiça e de equidade e comportamento honesto de

parte a parte, devendo reger todas as relações jurídicas;

5) publicidade: atos, termos e motivações das decisões devem ser

expostos ao conhecimento de quaisquer interessados pela imprensa oficial,

de fonna compreensível para o acesso à população em geral;

84

6) vinculação ao instrumento convocatório: respeito estrito às regras

estabelecidas para o certame (art.4 l ), tanto a Administração quanto aos

licitantes, sob pena de nulidade do procedimento�

7) julgamento objetivo: decisão isenta, na medida do possível, de

sentimentos ou impressões da comissão julgadora no que se conceme à

qualidade, técnica, rendimento e preço.

Pode-se ainda acrescentar a estes princípios:

8) adjudicação compulsória: atribuição do objeto licitatório ao legítimo

vencedor, uma vez concluído o processo, a não ser que este desista do

contrato ou não o finne no prazo prefixado�

9) ampla defesa: em qualquer procedimento administrativo são observados

a ampla defesa e o contraditório (art. 87).

Sendo assim, entende-se que os princípios básicos da

licitação senam a competitividade (essência), isonomia, publicidade,

respeito às condições prefixadas no edital e possibilidade do disputante

fiscalizar o atendimento dos princípios anteriores. Evidente que a licitação

está subordinada a todos os demais princípios informativos do direito

administrativo. Vários autores diferem quanto ao número de princípios da 85

licitação, sendo que a razão principal refere-se, ao desdobramento destes

princípios. Os mais citados, porém, são: da livre concorrência (e da

publicidade), da igualdade (e da estrita obediência ao edital) .

O objeto da licitação, ou seja, o motivo pela qual a

licitação irá ocorrer, deve ser convenientemente definido no edital ou

convite, de forma clara e suscinta. Pode se referir a uma obra, serviço,

compra, alienação, locação, concessão ou permissão.

Obra abrange construção (realização de algo novo

empregando subsídios materiais e humanos para fins genéricos),

edificação (construção destinada à habitação, trabalho, culto ou

recreação), reforma (melhoramento nas construções) e ampliação

(aumento da capacidade de construção).

"Serviço, para fins de licitação, é toda atividade prestada à Administração

para atendimento de suas necessidades ou de seus administrados mediante

remuneração da própria entidade contratante. O serviço, como objeto de

licitação, tanto pode destinar-se ao público como ao próprio Poder

86

Público" segundo Hely Lopes Meirelles (Licitação e Contrato

Administrativo, 1 0a. ed, Revista dos Tribunais, SP, 1 99 1 , p. 5 1 ) .

Os serviços podem ser comuns, técnicos profissionais

( exige habilitação ), técnicos profissionais especializados ( dispensam

licitação quando o contrato se baseia no reconhecimento de notória ­

especialização), e de engenharia. Englobam trabalhos artísticos para a

realização de obras de arte ou artes-aplicadas, menores ou utilitárias

(Propriedade Industrial).

Na licitação para compra deve ser especificado o

objeto a ser adquirido, a qualidade e a quantidade a ser comprada e as

condiçÕes para a aquisição.

Alienação é a transferência da propriedade de um bem

através de venda, permuta, doação, dação em pagamento, investidura,

cessão ou concessão de domínio. É necessário ser feita uma avaliação

prévia para a Administração conhecer o valor e decidir da conveniência do

negócio . Para imóveis também é preciso autorização legislativa e

concorrência.

87

As locações da União, dos Estados, dos Municípios, de

suas autarquias e fundações públicas continuam reguladas pelo Código

Civil e por leis especiais, tendo a locação de imóveis públicos, portanto, o

regime juódico-administrativo contratual.

A concessão pode ser de serviço, obra ou uso de bem

público mediante contrato administrativo, bilateral, comutativo e

remunerado. As permissões que não eram anteriormente de caráter

contratual, submetem, agora, como as concessões, sempre à licitação e

passaram a ter natureza contratual.

As modalidades da licitação são: concorrência, tomada

de preços, convite, concurso e leilão (art. 22 da lei) . Os tipos são: de

menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço e de preço-base, e

devem constar do edital .

Concorrência geralmente refere-se aos contratos de

grande valor, participando interessados conforme o edital. É obrigatória

para a compra ou a alienação de imóveis, concessão de uso, de serviço ou

88

de obra pública e licitação internacional. Tem por características a

universalidade, a ampla publicidade, a habilitação preliminar, o

julgamento por comissão. É admitida a participação internacional de

concorrentes, o consórcio entre sociedades e a pré-qualificação das

empresas (verificação prévia da idoneidade jurídica, técnica e financeira

de finnas ou consórcios para participarem de determinadas e futuras

concorrências de um mesmo empreendimento) .

A concorrência internacional permite que empresas

naCIonaIS e estrangeiras participem isoladas ou em consórcio com

empresas brasileiras no processo licitatório. O consórcio de empresas

representa a associação de organizações para ter condições de competir e

prover técnica, capital, trabalho e know-how à Administração.

A concorrência de menor preço VIsa a vantagem

econômica e é a regra. A concorrência de melhor técnica refere-se às

obras, serviços e fornecimentos mais complexos e específicos, havendo

limite máximo de preço. A concorrência de técnica e preço conjuga

aspectos de qualidade, preço, rendimento e prazo com requisitos mínimos

89

de técnica. Na concorrência de preço-base é estabelecido o limite de

variação admissível acima e abaixo do preço inicial fixado.

A concorrência abrange as seguintes fases: edital,

habilitação dos concorrentes, exame e classificação das propostas,

homologação e adjudicação.

Tomada de preços trata dos contratos de valor inferior

ao estabelecido para a concorrência, mediante a qualificação dos

interessados previamente cadastrados, observada a necessária habilitação.

É obrigatória para as contratações de obras, serviços e compras, dentro

dos limites acordados pela Administração.

Convite é para as contratações de pequeno valor, sejam

obras, sefVlços ou compras, havendo pelo menos três interessados

qualificados. A convocação se faz por escrito, por meio da carta-convite.

Concurso é para a escolha de trabalho técnico ou

artístico, geralmente para a seleção de projetos, atribuindo-se ou não

prêmios. Exaure-se com a classificação dos trabalhos e o pagamento dos

90

prêmios, não conferindo qualquer direito a contrato com a Administração.

Em caso de projeto, o vencedor autoriza a execução pela Administração

quando julgar conveniente. A execução do projeto será objeto de nova

licitação, através de concorrência, convite ou tomada de preços.

Leilao é utilizado, geralmente, para a venda de bens

móveis e semoventes, mas nada impede que, mediante previsão em lei

especial, possam bens imóveis ser alienados sob essa modalidade. Pode

ser comum (leiloeiro oficial) e administrativo (servidor público para a

venda de mercadorias apreendidas como contrabando, ou abandonadas

nas alfândegas) . Os bens devem ser previamente avaliados com o preço

mínimo no edital, descrição, identificação, quantidade e localização.

A Constituição F ederal eXige licitação para os

contratos de obras, serviços, compras e alienações e para concessão e

permissão de serviços públicos. A lei no. 8 .666, art. 20., confirma a

exigência de licitação também para locações e serviços, inclusive de

publicidade.

91

A licitação pública é obrigatória para as pessoas de

direito público de capacidade política e para as entidades das

administrações indiretas ou fundacionais (autarquias, empresas públicas,

sociedades de economia mista e fundações governamentais), conforme o -

artigo 37, caput e inciso XXI da Carta Magna e os artigos 1 0 e 1 1 9 da lei

no. 8 .666 .

Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer

autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a

substituição de uma modalidade por outra.

A dispensa pode se dar em razão de pequeno valor

(custo do controle do dispêndio é superior ao próprio dispêndio); de

situações excepcionais (urgência na celebração do contrato ou, quando a

realização do contrato contraria o interesse público ou, quando

particulares não tiverem nenhum interesse no objeto do contrato); do

objeto e da pessoa. A licitação deserta é aquela em que não há

interessados e nova realização de procedimento licitatório seria prejudicial

à Administração, mantendo-se todas as condições do instrumento

convocatório anterior na contratação direta. A licitação é fracassada

92

qua ndo há interessados, mas em decorrê ncia da inabilitação ou

desclassificação não há selecionado.

Há plena distinção e ntre licitação dispensada,

d ispensável, inexi gível e vedada . A licitação é dispensada pela própria lei

para alienação, concessão, locação ou permissão de uso de be ns imóveis,

dação em pagamento, pe nnuta, investidura, venda de ações em bolsa e

venda de títulos, doação , venda de bens e venda de materiais e

quipame ntos .

A licitação é dispensável, para as obras, ser viços de

engenharia e as compras de pequeno valor; guerra, grave perturbação da

ordem e cal amidade p ública; casos de emergência; complementação de

obra, ser viço ou compra; desinteresse pela licitação (falta de habilidade ou

ausê ncia de licitante ); contratação com concessionário; propostas com

preços excessivos ; produtos pa dro nizados ; intervenção no domí nio

econômico; contratos com entidade estatal, autárquica e paraestatal (desde

que não haja participação de p articulares nem de empresas privadas que

poss am fornecer os bens ou serviços ).

93

Na dispensa há a possibilidade de competição que

justifique a licitação, em que a lei faculta a dispensa, inserida na -,

competência discricionária da Administração. Na inexigibilidade, não há

possibilidade de competição, já que só existe um objeto ou uma pessoa

que atenda às necessidades da Administração, tomando a licitação

inviável.

Por último, a licitação é vedada quando houver

possibilidade de comprometimento da segurança nacional ou, nos casos

de rescisão, quando houver partes remanescentes, do ajuste. Aqui não se

trata de complemento de obra, serviço ou compra, de contrato já

executado, quando se cabe dispensa; mas sim de obra, serviço ou compra

"não concluída" pelo contratado, em que, mediante rescisão do contrato,

pode-se atribuir a outrem as mesmas condições e preço da licitação

vencida.

A licitação apresenta os seguintes atos: edital ou

convite de convocação, recebimento da documentação e propostas,

habilitação dos licitantes, julgamento das propostas, adjudicação e

homologação; podendo ainda ocorrer a anulação ou revogação.

94

o edital é nulo quando omisso ou com erros nos pontos

essenclélls, ou quando apresente condições discriminatórias ou

preferenciais. A impugnação se dá administrativamente antes da entrega

das propostas ou por via judicial após esta · data. A divulgação é

obrigatória nos casos de concorrência e tomada de preços. Pode, o edital�

ser divulgado na íntegra ou resumido.

o edital deve ter por conteúdo o preâmbulo, o texto e o

fecho. O preâmbulo trata da introdução, apresentando a licitação e

identificando o órgão promotor. O texto define as condições, o objeto, o

julgamento e a formalização do contrato. O fecho trata das considerações

finais de divulgação. O convite é o edital simplificado sem a publicidade

deste para as licitações de pequeno valor.

A documentação é a comprovação da capacidade

jurídica, da regularidade fiscal, da capacidade técnica e da idoneidade

financeira dos interessados na habilitação para a licitação. As propostas

são ofertas apresentadas pelos licitantes para a execução do objeto da

licitação, especificando o modo de realização, preço, forma e condições 95

requisitadas pelo edital. A proposta vincula o proponente aos termos da

licitação, _mas não obriga a Administração a contratar. Tudo o que for

oferecido além do estipulado pelo edital é desconsiderado e o que faltar

conduz à desclassificação.

Habilitação ou qualificação do candidato é o

reconhecimento dos requisitos legais de possibilidade de participação do

processo licitatório.

A qualificação é pela regularidade com o Fisco,

capacidade jurídica, condições técnicas para executar o objeto da

licitação, e idoneidade financeira para assumir os encargos do contrato.

Capacidade jurídica é a aptidão efetiva para o exercício de direitos e

obrigações, com responsabilidade por seus atos. Capacidade técnica são

os requisitos profissionais necessários e pode ser genérica (registro

profissional), específica (equipamento e pessoal adequados e atestados de

desempenho anterior) e operativa (equipamento e pessoal disponíveis).

Idoneidade financeira á a capacidade de satisfação dos encargos

econômicos, apresentando demonstrações contábeis, último exercício

financeiro e certidões negativas.

96

Assim, a habilitação é o reconhecimento que os

requisitos cobrados pela licitacao são encontrados nos candidatos . É a

qualificação dos proponentes. Já a classificação ordena as propostas e

pode rejeitar a proposta já habilitada por defeito fonnal.

No julgamento se confrontam as propostas,

classificando os proponentes e escolhendo o vencedor, confonne os

critérios fixados pela Administração, referentes a qualidade, preço,

rendimento, condições de pagamento, prazos e outros descritos no edital

ou convite.

No exame das propostas, verifica-se a regularidade

fonnal, ou seja, se a fonna e o conteúdo estão dentro das especificações

do edital. A desclassificação da proposta é a eliminação desta por não

atender às exigências fonnais do edital. Há uma faixa de admissibilidade

de erro de cálculo de até 0,1 da estimativa oficial. A inexequibilidade

conduz à desclassificação quando há preços zero ou excessivamente

baixos, prazos impraticáveis ou condições irrealizáveis.

97

Atendendo às exigências fonnais do edital de fonna

exequível, as propostas são julgadas e classificadas pelo mérito, confonne

as vantagens que apresentem, mediante critérios técnicos e objetivos

estabelecidos pela Administração no edital ou convite. As vantagens

podem ser econômicas (preço), técnicas ( eficiência, durabilidade,

rapidez, rentabilidade, adequação), técnicas e de preços (técnica

satisfatória e preço mais vantajoso) e de preço-base (variações

admissíveis frente a um preço inicial) confonne o tipo de licitação. A

classificação (apreciação das ofertas) deve conter justificativas objetivas,

com quadro comparativo se possível, de acordo com os critérios

existentes para o julgamento quantitativo e qualitativo das vantagens. O

resultado do julgamento deve ser publicado em conformidade com o tipo

de licitação, critério preestabelecido e fatores indicados na convocação.

Em caso de empate, deve-se levar em conta os fatores de preferência

contidos no edital e, se omisso, a Comissão de Julgamento deve

desempatar justificando os motivos para tal. Persistindo o empate, será

feito o sorteio.

Homologação é o ato em que a autoridade competente

delibera por último sobre o julgamento, confinnando a classificação das

98

propostas e a adjudicação do objeto ao vencedor da licitação. É a

aprovação do procedimento por autoridade superior através do exame dos

atos. Se houver vicio de ilegalidade, anulará ou saneará o procedimento.

Se estiver em ordem, homologará. Pode também revogar por razões de

interesse público demonstradas.

Adjudicação é o ato constitutivo do licitante a contratar

com a Administração no momento da homologação, a impedir a

contratação com terceiros ou a obter indenização dos prejuízos causados

por conduta ilícita da Administração. É a confirmação do direito ao

contrato pela Administração. Mas o exercício pode ficar suspenso até a

formalização do contrato pela Administração. O direito subjetivo

individual fica subordinado ao interesse público.

Os efeitos da adjudicação são: vinculação do

adjudicatário aos encargos do edital e da proposta, direito de contratar

com a Administração, sujeição às penalidades do edital ou perda das

garantias. Senão assinar o contrato no prazo e nas condições

estabelecidas, fica impedida a Administração de contratar com qualquer

outro o objeto da licitação. Feita a adjudicação, a Administração

99

convocará o adjudicatário para assinar o contrato, devendo fazê-lo no

prazo de 60 dias da data da entrega das propostas. Ultrapassado este

prazo, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Anulação é a invalidação da licitação ou do julgamento

por ilegalidade, enquanto revogação é por interesse público, ambas

justificadas, de competência de autoridade superior ou da Comissão (para

o caso de anulação), e com direito a defesa. Revogação é privativa da

Administração, enquanto a anulação pode ser pela Administração ou pelo

Poder Judiciário.

A anulação pode ser feita em qualquer fase, desde que

justificada, ou seja, apresentada a ilegalidade. Sem justa causa, é inválida.

Ela opera efeitos ex tune, ou seja, retroage às origens do ato anulado, pois

se era ilegal, não produziu efeitos jurídicos válidos, nem gerou direitos e

obrigações entre as partes. Os terceiros de boa-fé serão indenizados de

eventuais prejuízos da anulação. Porém, se o despacho nulatório é nulo

por falta de justa causa ou desvio ou abuso de poder, a parte prejudicada

pode obter administrativa ou judicialmente a declaração de nulidade e,

restabelecendo o ato ou o procedimento, ter o direito de receber o objeto

1 00

da adjudicação ou a indenização dos prejuízos. A anulação dá-se de oficio

ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente

fundamentado. Pode ser parcial, atingindo determinado ato.

A revogação retrata a oportunidade e a conveniência

administrativa, devendo também ser justificada ou, na expressão - da lei,

motivada e por interesse público. Pode ocorrer em qualquer fase, desde

que imposta por interesse público. Opera efeitos ex nunc, isto é, a partir

da decisão revocatória, pois o ato era legal e válido até então. Pode

resultar em obrigação de indenizar o adjudicatário que for prejudicado.

Sem justa causa é arbitrária e nula. Na revogação é todo o procedimento

que se está revogando.

O recurso administrativo trata da revisão interna dos

atos e decisões da Administração, apreciando a legalidade e o mérito por

autoridade superior. Seus efeitos são suspensivos para habilitação ou não,

e devolutivos.

Os cnrnes relacionados ao procedimento licitatório,

com penas de detenção e multa ou perda do cargo, emprego ou mandato

1 01

eletivo, são : violação do sigilo de proposta de concorrência� impedimento,

perturbação ou fraude de concorrência. Continuam impunes os atos contra

a lisura das tomadas de preços e dos convites.

A Lei no. 8 .666, entre os seus objetivos, procurou

reduzir a fraude, regulamentando todo o processo licitatório e,

consequentemente, diminuindo a autonomia ,ou melhor, a

discricionariedade do administrador público. Com isso, acarretou atraso e

aumento de custos dos processos de compra nas esferas estaduais e

conseguintes. A tendência nacional atual é a descentralização da tomada

de decisões, deixando ao governo central a regulamentação, a fiscalização

e o monitoramento, dando autonomia ao administrador para negociar e

contratar melhores serviços e preços . Porém, a lei, apesar de bem escrita e

detalhada, não permite maior versatibilidade e liberdade de ação pelo

administrador. Ela, no intuito de preservar os interesses públicos e a

igualdade entre os participantes da licitação, por vezes provoca uma

demora acentuada para a contratação, o que atualmente é vital para a

sobrevivência e a competitividade no mercado.

1 02

A lei tem por base o passado recente de licitações de

grandes obras de engenharia. O detalhismo acaba prejudicando a ·

objetividade e clareza do edital . Assim, processos mais simples e

rotineiros da Administração Pública como compras de detenninados bens

de pronta entrega ou serviços simples de conserto ou manutenção, sofrem

com a minuciosidade, centralização e demora decorrente do processo

atual da lei .

A principal preocupação da lei é evitar a corrupção e o

cartel pelo administrador. Assim, foi tirada grande parte da capacidade

deste administrador de tomar decisões no processo licitatório, e foi

incentivada a compra sempre pelo menor preço, acarretando, por vezes,

um custo maior com a aquisição de um bem ou serviço com qualidade

inferior. A lei tenta preservar o interesse público e coloca regras bastante

detalhadas no processo, o que por vezes facilita o trabalho administrativo,

mas dependendo do objeto, da quantidade e até do órgão, não é válido o

custo requerido para tal licitação. Portanto, novas fonnas de fiscalização

devem ser criadas, dando ao administrador o poder de utilizar o bom

senso e o conhecimento de suas necessidades e da sua população,

mantendo o rigor necessário que a lei nos apresenta.

1 03

5.2 - Privatização

A intervenção estatal na economIa sempre teve um

papel importante, pois a base paternalista imperava nos diversos setores

da indústria e dos serviços . A empresa estatal desempenhou um papel

fundamental no processo de industrialização e desenvolvimento do país,.

através de alocação de recursos financeiros e humanos, além da função

de planificação e regulação nos setores da sociedade. O incentivo do

Estado não foi apenas para a infra-estrutura e indústria do país, mas

também para o fortalecimento do setor privado. Foi principalmente a

partir dos anos 30 que o Estado deveria intervir na economia para a

correção de possíveis desníveis na área privada. Nos anos 40 e 50

grandes empresas estatais surgiram nos setores de mineração, siderurgia,

petróleo e eletricidade. Esses setores tomaram-se monopólios e símbolos

da autonomia do país. Nos anos 60 cresceram as empresas que passaram

. a ter capital estatal, pois o Estado passou a assumir as empresas privadas

que estavam em dificuldades financeiras.

Até 1 967 as empresas estatais eram criadas para gerar

uma infra-estrutura e uma produção de Insumos básicos, pois a

104

tecnologia, os investimentos e o pouco retorno não interessavam ao setor

privado. Após a Reforma Administrativa de 67, as empresas estatais

criaram subsidiárias lucrativas e competiam nas áreas de celulose,

alumínio, transporte, entre outras . Finalmente, num terceiro momento, as

empresas estatais absorveram as empresas privadas, evitando falências e

-

o desemprego.

Na década de 70, a atuação das empresas estatais na

economIa era enorme, mas sem estrutura e controle por parte das

autoridades centrais competentes. Havia também uma competição mais

acirrada entre as multinacionais, as empresas estatais e as privadas

nacionais para os recursos disponíveis, cada vez mais escassos, devido a

desaceleração do crescimento do país por volta de 1 978 . Em 1 979, com o

Programa Nacional de Desburocratização (decreto no. 83 .740/79) e com

a Secretaria Especial de Controle das Empresas Estatais - Sest, houve a

primeira tentativa de controle da expansão das empresas estatais na

econoffila.

"Em seu pnmerro censo, a Sest identificou 505

instituições sob controle público federal, sendo cerca de metade delas

105

(268) empresas estatais. Como evidência do processo caótico de

formação de estatais na década de 70, é interessante observar que apenas

40 dessas empresas estatais haviam sido criadas por lei . Das outras 228,

exatamente um terço eram empresas que haviam pertencido ao setor

privado e tinham sido assumidas pelo setor público quando em processo

de falência." (IPEA no. 230, 1 991 , p. 1 3) .

Com o crescimento das críticas sobre a presença

exceSSIva do Estado na economia, foi criada, em 1 98 1 , no Governo

Figueiredo, o programa formal de privatização pela Comissão Especial

de Desestatização, mas pouco foi feito neste período, apesar dos

objetivos de fortalecimento do setor privado, de limitação da criação de

novas empresas estatais e do fechamento ou transferência para o setor

privado das empresas estatais que não mais justificassem o controle do

setor público. Isto se deveu principalmente à falta de comprometimento

político, à recessão com alta inflação e às baixas taxas de investimentos,

à restrição dos potenciais compradores (apenas brasileiros) e ao controle

dos preços exercido pelo governo. O modelo de privatização foi baseado

na venda de ativos e na transferência de controle acionário através de

concorrência pública ou venda direta, ignorando-se o leilão em Bolsa.

106

Neste período, 1 98 1 /84, 20 empresas foram transferidas para o setor

privado.

No Governo Sarney ( 1 985/89), o setor público piorou

financeiramente devido aos empréstimos externos contraídos em 1 982 e,

confirmou-se a ineficiência das empresas estatais pelo constante socorro

federal e pelos critérios políticos para a escolha dos dirigentes,

independentemente do desempenho econômico-financeiro das empresas.

Externamente, a Europa e o Leste Europeu estavam num processo geral

de privatização. Grupos de funcionários que recebiam salários acima do

mercado, fornecedores que vendiam com lucros, clientes que obtiam bens

e serviços com preços subsidiados, dirigentes sem comprometimento

com bons resultados, e políticos com interesses pessoais nas empresas,

dificultaram o avanço da privatização, mesmo com os vários decretos

presidenciais e projetos de lei implantados .

Neste período o processo de privatização no seu

contexto operacional levava em média 1 80 dias, incluindo as licitações

para a contratação de empresa de consultoria e auditoria, constituição da

Comissão de Privatização interna, publicação do edital de pré-

107

qualificação, leilão público, liquidação financeira e publicação do edital

de encerramento da privatização. Muitas vezes as empresas eram

reestruturadas, principalmente no setor financeiro, para alcançar preços

melhores por ação ou boas condições operacionais, mas sempre visando a

garantia de que o novo controlador fosse domiciliado no país e que o

capital estrangeiro fosse de caráter minoritário com controle do sócio­

nacional. Mas neste período, as empresas pequenas e médias de setores

com predominância privada ou com · · necessidade de saneamento

financeiro é que fizeram parte do processo de privatização. Iniciou-se a

transferência do controle acionário através de leilão em Bolsa.

No início do Governo Collor em 1 990, foi estipulado

um Programa Nacional de Desestatização ampliando as reformas com

uma política industrial de competitividade, visando a modernização . do

Estado através da pesquisa, do financiamento público, da abertura às

importações, da eliminação das barreiras não-tarifárias e da redução das

tarifas, incluindo também as grandes empresas estatais . O objetivo era

direcionar o Estado para as atividades de educação, saúde e segurança. A

meta de privatização referia-se à compra da dívida pública e a não

configuração de monopólios no mercado, principalmente nos setores

108

estratégicos. Em 1 99 1 , a Usiminas foi privatizada através de leilão como

grande conquista do Governo neste processo de privatização, tendo como

compradores os fundos de pensão, a CVRD e o consórcio Bozano­

Simonsen e, posteriormente, os empregados . A privatização foi realizada,

até então, nos setores de siderurgia, petroquímica e fertilizantes, onde não

existiam impedimentos legais à alienação dos ativos . A participação,

como agentes compradores, dos fundos de pensão e das instituições

financeiras marcaram o escopo da privatização, sendo pequena a

presença do capital estrangeiro e do público, principalmente até 1994.

A favor da privatização estão as idéias de que:

• as empresas privadas tem mais eficiência, através da competitividade de

mercado, gerando mais lucros;

• há melhoria das contas públicas com a redução do déficit público, se

houver lucratividade futura da empresa, descontados os juros pagos pelo

Estado no pagamento da dívid� se estes forem menor que o preço de

venda ao setor privado;

• os investimentos futuros seriam maiores dos que os atuais das empresas

estatais;

109

• Estado estaria mais voltado para as funções referentes aos setores da saúde

e educação e a todo o processo de regulamentação dos problemas

macroeconômicos.

Mas é evidente que a privatização não é a solução para

os problemas de todo o setor público, havendo a necessidade de cautela,

pois a redefinição da presença reguladora e produtiva do Estado na

economia não tem por resposta apenas a privatização, mas todo um

processo de reestruturação do papel do Estado na sociedade.

o conceito de privatização é bastante amplo pois pode

abranger desde a concessão de serviços públicos ao setor privado, à

transferência de ativos e capital do Estado a terceiros, sejam estes

fornecedores, investidores, funcionários ou concorrentes . Visa o

crescimento e a revitalização da empresa restringida pelo esgotamento de

possibilidade de endividamento e pela falta de recursos para manter ou

aumentar os investimentos necessários para a competitividade requerida

neste estágio atual de globalização.

l IO

A privatização tem por objetivo a competição, os

ganhos de eficiência e eficácia gerencial e econômica, a geração de

receita para o Tesouro através da venda de ações e a redistribuição de

renda e poder. Segundo Donahue ( 1 989), há pagamentos privados e

coletivos para os bens e serviços oferecidos pelos setores privado e

público . A atividade é totalmente privada quando o pagamento individual

se dá pelo bem ofertado pelo setor privado, como um livro de editora

comprado pelo leitor sem a participação direta do Estado. Há o caso do

pagamento individual para o serviço público, como por exemplo, os

Correios. O pagamento coletivo para o serviço público refere-se às

atividades de policiamento ou manutenção das ruas, entre outras.

Pagamentos coletivos para serviços privados diz respeito às empreitadas

de obras públicas. Neste caso, pode ocorrer maior ineficiência e

corrupção.

A privatização pode gerar receitas públicas adicionais

quando acopladas aos beneficios de maior eficiência, competitividade,

competência gerencial, alocação de investimentos, acesso a novas

tecnologias e menores pressões trabalhistas. A obtenção imediata de

divisas, a geração de empregos e receitas fiscais futuras, a liquidação de

1 1 1

dívida externa, o aumento do desenvolvimento industrial, o estímulo ao

investimento estrangeiro e a maior eficiência das operações, são fatores ·

que propiciam vantagens e oportunidades quando a privatização for a

escolha, proporcionando a idéia de livre mercado e o comprometimento

do Governo em não competir com o setor privado . .

As razões da privatização diferem nos países, conforme

o processo histórico, cultural e político, a conjuntura econômica, nacional

e internacional e como a economia é afetada por estes fatores. Mas, as

principais razões para este processo podem ser a necessidade de ajustes

nas finanças públicas com o fim dos subsídios, a possibilidade de

fornecer novas condições ao aumento de investimento produtivo, a

insatisfação com o desempenho das empresas estatais com pouca

flexibilidade, as divergências estruturais de oferta e demanda no

mercado, a liberação de recursos humanos e financeiros para outras áreas

prioritárias e a descaracterização do objetivo inicial da constituição da

empresa estatal, conforme dispõe David C. Moreira ( 1 987) . Assim, a

privatização faz parte do objetivo de ampla reforma do setor público, da

modernização do Estado, da otimização dos processos decisórios e do

uso dos recursos 'disponíveis, a fim de que o Estado tenha atuação

1 12

vinculada à orientação, ao planejamento, ao controle e à avaliação da

economia macroeconômica.

As empresas estatais apresentam problemas crônicos

-

de incapacidade financeira, situação geralmente falimentar, intervenção

na fixação de preços e tarifas, vácuos tecnológicos e ameaça de

sucateamento das instalações, ineficiência operacional e baixa

produtividade, falta de efetividade organizacional, mal aproveitamento

do seu patrimônio e de seus recursos naturais e humanos, falta de

treinamento e reciclagem, excesso de órgãos de assessona,

corporativismo, entre outros. Criadas para atender às necessidades sociais

e prestar serviços satisfatoriamente, suas diretrizes de ação foram sendo

transfiguradas ao longo do tempo pelas mudanças da administração,

reivindicações da sociedade e questões políticas.

o plano de privatização deve ir além do processo

efetivo de privatizar. Deve considerar as condições pré-existentes e

manter uma atuação de preservação e ajuste após a privatização, com

capacidade para constantes investimentos, haja visto que o processo tem

efeitos a curto e longo prazo. O ambiente econômico deve ser favorável à

1 13

propriedade privada, à competição e aos investimentos, possibilitando o

fluxo de capitais, e havendo perspectivas de produção sem proteções

tarifárias exacerbadas. Assim, a reestruturação do sistema tributário e das

leis são necessárias para dar condições fiscais e legais para o processo se

efetivar de forma mais transparente e rápida. A oposição do empregados

das empresas estatais com sindicatos fortes, o pouco desenvolvimento do

país, a debilidade do mercado de capitais, o pouco incentivo em

privatizar as empresas lucrativas, a oposição de políticos e dirigentes

estatais, as barreiras institucionais no que tange à regulamentação, a

necessidade de restruturação financeira, o financiamento do déficit

público, o estabelecimento do preço vinculado ao valor da empresa, entre

outros fatores, dificultam o processo de privatização, apesar de que cada

empresa estatal necessita de um processo específico, com diretrizes e

procedimentos vinculados às características do negócio, dentro das fases

de implementação do programa e dos processos de privatização e de sua

monitoração, além das leis e regulamentos aplicáveis.

A preparação para a privatização fundamenta-se na

produtividade, na análise de investimentos, comercial, financeira e de

1 14

recursos humanos e na gestão estatal . As modalidades para o processo de

pri vatização são:

- transferência de todas as ações representativas do capital, ou seja, alienação

total das ações;

- transferência do controle acionário mediante a venda integral ou de parte

das ações representativas do capital votante;

-pulverização do capital social, usualmente utilizada em empresas de grande

porte com transparência de resultados e bom desempenho. A lei brasileira

que trata do programa de privatização estabelece que o Estado pode

deter, conforme razões que justifiquem, ações de classe especial dando­

lhe o poder de veto mediante o estatuto social da empresa;

- transferência de controle para Administradores e Funcionários;

- venda ou cessão de direitos de subscrição;

- abertura de capital ;

- incorporação, fusão ou cisão de empresas estatais com privadas e,

finalmente,

- desativação e liquidação quando não há a possibilidade de continuidade do

negócio da empresa.

1 15

As formas de privatização podem ser: a desestatização,

a desregulamentação (diminuição da intervenção estatal na economia),

subcontratação (transferência de gestão de serviço). A privatização · pode

ocorrer através de contratos como a concessão, a terceirização e a

franquia.

A privatização por gestão é o estabelecimento de

contrato de administração privada ou de arrendamento para melhoria da

efetividade gerencial, vinculada à atuação do Estado, ou seja, não há a

ruptura total com o controle estatal . Pode-se dizer que seria uma franquia

financeira associada à concessão, envolvendo serviços de infra-estrutura

com base na arrecadação de fundos como pedágios. Assim, pelo

financiamento, instalação e funcionamento dos serviços, a empresa

detém o direito de operar a estrutura implantada por prazo determinado,

ao final do que a concessão reverte ao Estado ou é renovada com bases

competitivas, como forma de franquia. Muito utilizada para criação e

manutenção de infra-estrutura que requer alto investimento e que,

atualmente o Estado não pode arcar financeira ou tecnologicamente, mas

que tem o controle e a avaliação do serviço em graus diversos, conforme

o contrato inicial.· Os contratos de gestão devem apresentar metas e

1 1 6

objetivos que a empresa se obriga a cumprir como forma de manter a

autonomia decisória na própria gestão de suas atividades, trazendo

transparência dos custos e beneficios, pois o governo é forçado, para

negociar o contrato e fiscalizar a sua implementação, a definir suas

políticas setoriais e adquirir pessoal técnico qualificado; e a empresa

deverá incorporar objetivos públicos em conformidade com a

racionalização de seus procedimentos na gestão do negócio.

A privatízação, através da gestão de concessão,

possibilita a delimitação do mercado com as respectivas competências do

Estado e do setor privado, de acordo com a oferta e o atendimento da

demanda dos serviços públicos, com a determinação do processo de

financiamento da produção dos bens e serviços e, com as condições de

prestação dos serviços em ambiente competitivo ou não. Setores de

telecomunicações, transporte e eletricidade são atraentes para a

participação privada. O incentivo se dá pela desregulamentação pelo

governo para a operação privada e pela colaboração política e boa

vontade para se implantar a privatização, visando menores custos e maior

qualidade de atendimento e serviço.

1 17

A extensão do processo de privatização depende muito

da revisão constitucional e da elaboração de legislação específica. O

Estado deve criar condições em que possa manter a avaliação e o

direcionamento das empresas estratégicas dentro da ordem de prioridades

do país, independentemente se são privatizadas ou não, pois os interesses

de atendimento ao público com preços razoáveis devem ser mantidos,

junto com maiores e melhores serviços, mediante investimentos já

preestabelecidos. As empresas privadas, basicamente, visam satisfazer a

demanda dos consumidores em preço, prazo e qualidade e, gerar lucros,

através da produtividade e da criatividade, dentro da competição no

mercado. Já a empresa estatal, geralmente, apresenta-se com perdas e

qualidade irregular decorrentes da falta de competição, do não risco de

falência e da constante intervenção política. A reestruturaçao do Estado,

através da privatização, deve visar o desenvolvimento e o crescimento

econômico auto-sustentado, resgatando a dívida social acumulada, nas

questões de educação, habitação e saúde. Assim, além da privatização

definitiva, é possível que investimentos em serviços de utilidade pública

sejam franqueados ao setor privado, ajudando até a intermediar o

processo de privatização e modernização do Estado.

1 18

A franquia pode ser um instrumento do governo para

atingir os objetivos econômicos e sociais, visto que precisará, ­

principalmente, da classe média (funcionários públicos, estudantes,

profissionais liberais, donas de casa, mIcro, pequenos e médios

empresários) que é o termômetro da opinião pública e o sustentáculo do

sistema de franquia, para criar novos postos de trabalho e diminuir os

investimentos estrangeiros diretos, através da expansão de novos

negócios nas áreas comercial e de serviços. Assim, a privatização por

meio do franchising é uma alternativa, com menores custos e

manutenção da supervisão, para a privatização com qualidade e expansão

acelerada e sustentada dos pontos de venda ou do atendimento para a

prestação dos serviços ao consumidor final .

A empresa pública que optar pela franquia, será para a

sua atividade ligada ao público, e terá de se estruturar fisica, operacional

e culturalmente, mediante uma gestão participativa, haja vista que a

relação com as unidades próprias e seus empregados é totalmente diversa

da relação com os empresários autônomos subordinados ao sistema de

franquia. Esta nova relação requer mudanças em diversos setores da

empresa ligados ao funcionamento correto da franquia.

1 19

5.3 - Terceirização

Basicamente terceirização é a passagem de áreas de

produção para outras empresas, reduzindo o quadro de funcionários, os

custos fixos e operacionais e aumentando a produtividade. Assim, tudo 0 -

que não for atividade essencial do negócio, pode ser terceirizado. É

comum alguns serviços serem terceirizados, tais como: limpeza,

segurança, transporte, alimentação, conservação, processamento de

dados, serviços jurídicos, médicos, gráficos, projeto e engenharia, etc . .

Desta forma, o Estado pode e tem se beneficiado com a terceirização.

No setor privado, os próprios franqueadores

terceirizam suas atividades de apoio, com exceção da comercialização,

que é entregue aos franqueados, principalmente nas redes de fast food.

A franquia adotada na ECT não deixa de ser uma forma de terceirização,

analisando superficialmente, haja vista que, no entanto, inúmeros pontos

de venda existem para a atividade essencial de venda de produtos e

atendimento ao consumidor.

120

A terceirização traz inúmeras vantagens para a

empresa, conforme dispõe Luiz Felizardo Barroso (Frachising e Direito.

São Paulo, Atlas, 1 997, p. 1 45-149), que são:

e concentração nas atividade fins e na estratégia do negócio, l iberando-se dos

problemas operacionais;

emaior agilidade, pois se dedica a um número menor de atividades;

emaior flexibilidade à produção, com demandas atípicas contratadas

externamente;

emaior especialização, com a adoção de tecnologias avançadas;

emaior qualidade, já que a substituiçao é rápida e sem burocracia, dos

serviços e produtos malfeitos;

e redução dos custos fixos, pois há menos disperdício nas etapas de produção

e nas áreas;

e distribuição de renda, pois o lucro de uma empresa é difundido pela cadeia

de fornecedores e distribuidores;

e liberação de espaço dentro das fábricas;

e vínculo mais sólido com a parceria empresarial;

e benefícios fiscais com a transferência dos encargos trabalhistas para outras

empresas independentes.

121

Os sindicatos em geral alegam que a terceirização

acarreta perda de emprego, redução de salários, fracionamento das bases

sindicais, perda de poder político e de beneficios sociais.

No entanto, se feita conforme um plano bem estruturado e planejado,

fornecendo treinamento, condições de trabalho futuro e até

financiamento, as grandes empresas podem criar parcerias com pequenos

empresários que minimizem os riscos existentes . Estes riscos podem ser:

choque cultural entre as empresas, conflitos sindicais, escolha de

parceiros e fornecedores inadequados, resistência interna, dependência

total e falta de transparência nas informações gerenciais.

A terceirização não pode ser apenas um fator de

redução de custos, mas uma relação contínua e duradoura entre a

empresa maIOr e os pequenos empresários, com todos os riscos e as

vantagens inerentes a este processo.

A terceirização também atinge o sistema de franquia,

não apenas nas atividades de apoio, mas também na área de seleção.

Algumas empresas franqueadoras, em busca de franqueados, estão se

utilizando de empresas especializadas para descobrir e selecionar

122

, -

franqueados com perfil ideal, cabendo sempre a escolha à franqueadora.

A supervisão e o suporte da franquia não devem ser terceirizados . Assim

sendo, o franqueador pode se concentrar na atividade principal do

( negócio, ganhando tempo na seleção dos candidatos e atendendo aqueles

que realmente têm o perfil desejado, capital e crédito, dentro das

condições preestabelecidas. Para os candidatos é vantagem porque terá

contato com profissionais experientes de seleção e recrutamento, não

perdendo tempo com entrevistas desnecessárias. As empresas de

consultoria que formatam o negócio das franqueadoras, são as mais bem

preparadas para a atividade de seleção de forma terceirizada.

123

CAPÍTULO VI - CONCLUSÃO

o sistema de franquia, basicamente, é uma idéia

simples e original, mas que atinge diversas atividades no mercado de

fonna complexa. Tem crescido muito no país e no mundo, como uma

fonna alternativa ao sistema padrão de atuação de pequenas e médias -

empresas . Possibilita o crescimento de uma rede de negócios de

qualidade atingir diferentes consumidores em territórios diversos.

Também dá maior acesso, para os consumidores, aos produtos e serviços

de marca e qualidade reconhecidas e estabelecidas no mercado.

Quando um franqueador pretende entrar em um novo

país, deve dispor de uma das cinco estratégias para iniciar o seu negócio,

a saber: estabelecer um master franqueado, joint venture, licenciamento,

investimento direto ou exportação, levando em consideração os aspectos

do país como estabilidade política, controles monetários, regras

governamentais, entre outros. No licenciamento, não há controle sobre o

negócio licenciado, apenas interferência, se sua marca está sendo

utilizada por uma categoria de produtos que possa depreciar a sua marca

124

e, há, ainda, o recebimento de royalties . Já na franquia, há controle do

negócio e da licença da marca.

o sistema de franquia pode adaptar-se a quase todos os

ramos de negócios e de serviços que têm interesse em expandir suas

-

atividades . No entanto, esse sistema não resolve problemas de

subcapitalização, venda de estoque encalhado com produtos de difícil

comercialização ou falta de recursos humanos e financeiros, necessários

à expansão de um negócio e à estruturação de um plano de sistema de

franquias. Para a franquia ter êxito, é preciso que o negócio tenha

rentabilidade suficiente para gerar lucratividade para os franqueados,

marca forte, investimentos compatíveis com a rentabilidade esperada,

produto/serviço diferenciado no mercado, pontos de comercialização de

fácil padronização, tecnologia e técnicas administrativas eficazes com

facilidade para transferência ao franqueado.

o mercado de franquia abrange, por um lado,

pequenas e médias empresas que visam expandir e manter a qualidade de

produtos e serviços sem custos altos e, por outro, pessoas que almejam

125

abrir um negócio próprio, mas não dispõem de conhecimento e

experiência para tal.

o sistema de franquia, com sua estrutura e

desenvolvimento, abre um mercado em potencial aos serviços ligados às

empresas públicas que tem contato com o consumidor final e, às

empresas financeiras e bancárias, que tem pela frente um mercado de

rentabilidade, segurança, e menores riscos para assessorar.

A ECT é, sem dúvida, um exemplo e uma experiência

valiosa de como uma organização pública direcionada ao consumidor em

geral, presente em todo o país, adaptou, implantou e aumentou a sua rede

de pontos de venda através do sistema de franquia, criando novos

produtos e serviços e melhorando a qualidade. É evidente que mudanças

contínuas e eventuais reestruturações são necessárias, até porque o

mercado está globalizado e em constante transformação. Mas isto de

forma alguma tira o mérito e o interesse por este estudo, até porque,

demonstra a seriedade e a maturidade do sistema de franquia e o interesse

em mantê-lo e desenvolvê-lo para continuar uma empresa inovadora,

com grande impacto nacional e atendimento eficaz ao consumidor,

1 26

mesmo mantendo-se como uma organização pública com missão social

paralela.

Em 1 998, segundo o Guia de Oportunidades em

Franchising do Instituto Franchising, os Correios dispunham de 5 .356

unidades próprias e 1 .6 1 9 unidades franqueadas, mantendo-se na

liderança dos maiores franqueadores, conforme o número de unidades

franqueadas . Numa análise comparativa do desempenho de unidades

próprias e franqueadas dos Correios, os usuários percebem maior rapidez

e boa vontade no trato dos seus problemas nas unidades franqueadas. Nas

operações de grande volume de postagem, as franqueadas assumem

custos da operação e coleta de correspondência no local para conquistar e

manter os clientes, o que gera uma relação mais estreita e de confiança

entre a ECT e o consumidor (Vanderley Faria Leite. A adoção do sistema

de franquia nos Correios do BrasiL .Rio de Janeiro, UFRJ/Coppead,

1 996, p. 1 89).

Apesar da forte concorrência que a Internet tem feito e

venha a fazer frente aos serviços dos Correios, como forma alternativa de

comunicação e transferência de dados, segundo o jornal O Globo de

127

28 . 1 2 .98, o volume de mensagens enviadas no [mal do ano foi 14%

maior que o mesmo período de 1 997, o que equivale a 1 6,7 milhões de

cartões. Isto demonstra que a ECT abrange todo o Brasil e realmente tem

e executa a sua função social.

o sistema de franquia apresenta vantagens e ­

desvantagens, de acordo com o perfil, as características, os objetivos e a

intenção do futuro franqueado e franqueador. É um sistema flexível,

descentralizado, de baixo nível hierárquico e que dá ao pequeno

empresário acesso a marca forte, tecnologia, credibilidade, presença na

mídia, preços melhores junto aos fornecedores, maior competitividade e

modernização em geral. Para o franqueado r permite a expansão rápida,

com baixos investimentos e riscos, pessoas motivadas e um

monitoramento ágil do mercado. O sistema vem amadurecendo e se

profissionalizando, absorvendo mão-de-obra e utilizando técnicas

atualizadas de gestão. A estabilidade econômica e o amparo legal

ajudaram ao sistema chegar a este estágio. Mas a má seleção de

franqueados, a falta de divulgação de informações corretas sobre a

franquia, a adesão de muitas pessoas despreparadas, a falta de uma

política de financiamento específica, a prestação das obrigações

128

tributárias, o pagamento de royalties e a falta de comprometimento dos

franqueadores não dando o suporte adequado, acarretam riscos ao bom

funcionamento do sistema, além da alta taxa de juros, desfavorável ao

consumo.

As organizações públicas representam a manifestação

do Estado, no exercício do poder político, para atender às necessidade

reais da população no que se refere aos serviços básicos e essenciais. São

produtos de respostas políticas a problemas estruturais . Atualmente, a

principal crítica às organizações públicas é a sua efetividade, ou seja, o

que realmente deve ser tutelado pelo Estado para ser considerado

prioritário e os resultados da administração dessas organizações públicas.

Isto se dá pela estrutura pesada, às vezes arcaica e muito burocrática em

que se encontram. No entanto, em todo o mundo a tendência é reverter

este quadro através de alternativas de terceirização, privatização,

reestruturação, modernização, licitação e, a franquia pode ser usada

como instrumento em quaisquer desses processos na conjunção da

iniciativa privada às empresas públicas e sociedades de economia mista.

A tendência nacional atual é a descentralização da tomada de decisões,

deixando ao governo central a regulamentação, a fiscalização e o

129

monitoramento, e dando autonomia ao administrador para negocIar e

contratar melhores serviços e preços.

130

A N EXO I

Resu mo: F ranquia X Negócio I ndependente

COI�"lJ() vlAA F F..c.NCHl5E

IN.C!ANOO Ut\: " h,J J (' i O IN�t:PE N � '- "� E

----,.------ ----------- - - ._- --- - ----

C O M E RCLAL C.1d. t: IV'J..:· t. v.:,.. t...l· ·",, ' r�:" I.. ��v iT.,a ' u r ; " .Irot: � • .

CONHECI·

MENTO 00 moOUTO

TREJNA· M E Nt O

C IoO OI �t' re"X.a� Ot w t rUf t ... � C'�lllt:·� con' ,t'cerr . : ' : '�· · 't· QÇoerêf t:tT tOl..lt: t: Cf:!. ... hu ;-, ;e!o !.t- liJr .... �.v e\. �"t,(;.r � '" r·.:� f I'()t:nl,flC.G:T, � or. c ""I';' � ci r,u"cc r\á .. C: r-.,,) 'Ci:

----------Te-rêI ô.:el:ac.ao :'Iu:JIoc..a c....)ir- ".t':(·:..�,li 0t: It-n,r''':- ;-.t'I é: I :> :

g t a r lÔe S b6nehc.l� H 8 r� U:.Le�er o DtOV\J i C v_ s e 'V,e o pOU.UIF � reovt.óc:'c:. rr.a� :>rel I t p.assa I! conour� : � . a : e �i: c)f com J e H � l �rv.:r.a Of' I r a r.crll I

,: ta..: � o ;:>uOhe!

s.ees ru"",,

T reH'\amenlQ Que pVOe a�' i C n�OCIC � oa�eaQc· no pe' um DfotlS5.1Of\a1 � muaança de 1 1 14 00 DropneUrlO J.. élomlnlS

carreira para IOtroa, .e p'op"'e�- ! I f�ac !.&mprt' oe�noefe Oê no ôe um �.o pf()pflO e r\à ! c.apac .aaOt: .I"IO,,,.ou31 ab6or�A..: oe n.::N iJ:! It'C'X'.400�' \

I O NEGOCIO Nõ l rc;,",'.:r\.cSc o r-OodgVcIO nas , C()/'l)ttça peaúenc· e IeQuer

C OMPLE T O Cf: (omolete 18rnDO pare 08Sdnv otvef . ne· C 8'$ S ltanoc Of! s u ;x::.r.e e1 ttr· "".

puBuC ID.t.. 1 /"'0';1'\(:1:)$ na: roncl'S � l r oc rr..a . 1 O piOOr .e ta f lo :Hl trOCrf"\a I n l e

DE E II OO� Dele t ranC hrSOI DfomüçOes I g f a l:nenlS t o r.-..a terlal dt·

P�OMOC t...O lo::: a:� c l ' a �'e� do f rancrllsee ! ;:of:rlOe de c n. a c � c e V'OOUC�O I e on': SuD�l1.e e OOOIÚ 00 f ranc:"\.· i como �mDém �õ S6JéC�C oe I s o I i M1oI4.

----------Ir------ -r- . SUPRI·

M E N T O

OESENVOL·

M E N T O DE

PRODUTO

LOCALIZA-

CÃO

RESOLUC�O DE PROBLEMAS

PROPRIE· DA DE

! O I t o ncn:sor e �ue'TI esPtcdlca I L.r,,,e Obra es pe c d lcal 05 ma· 1 0 ma'.".: ,uen!" ·canoo fo,ne ,.r ... " p.r • • 101' mas com ceoo'., • ' . " a s s ' ndO OeHon I pr.r. norrr ... lmenl • • em O.s·

10� pOI ... OIumt-S compra dOS contos

O I ra nc"rsor s e e n c a r r e g a r a do I Procu ra ra responCler com ra·

desenvot .... . mt:ntO O. pro<SulO. pldez a s l/ocas Que o merca·

mas precrsa OE: lempo pa ra Im· 00 e1rgH. mas o s recursos

planta· lo no mercaoo para o oesenvOI\-lmento dos

prooutos serao escess�

o tranchlsor devera seleC Iona r LJvre para tornar a melhor ou

e Indicar I localrzaçAo olsporivet prOf escolha de locahzaçao;

mais aoeQuaOi. apoio ex lerno poderá $er ob-hdo ma, por um alto custo.

O franch1SOl. Quando requertdo. Exis ... . ru6a dosponfvol. ma. prestari o apoIo; assessores VI, 1'\10 a.r� prevenhva.

sitam os f r,nchlsees com t� QU�nc� par. li resoluçlo de prc> blemas.

Tem hmllaçOes pari vender O T olal liberd_ de vonda do

�gOClo; O franchtSOf ter. dat· M\jOcio. la pfeferenca.al na compra.

1 3 1

A N EXO 2

Lei n ° 8 . 9 5 5 , de 1 5 de Dez embro de 1 9 94

D I SPÕE S O B RE O CONTRATO D E :=R--\ !\ Q U IA E M P RESARIAL (FRAN CI HSING) E DÁ OUTZ--\S P ROVIDÊN CIAS

( ) PrCSI( ! t.: n l e da Repu b l l ca

IC:1ço sabcr que o Congrcsso NaCional dccrela e

l 'U sa nCiono a segu l l1 l e l e i :

'\ 1 1 l ° ) (ls con lralOS de rr;l I1qUla e mpresan;: d

�,io d isc i p l i nados p o r CS la l e I .

,'l I t . 2 " ) F r a n q U i a e m p resa n a l c t ) S I S l e m <l

I h' l o q U :1 1 u m rra n q u e a d o r c e d e �o rra n ,

q u e a d o () d l re 1 l 0 d e u s o d e 1 1 1 ;. lr c a o u

p a l e n l r , :l sso c l ad o a o d l re i l o d e d l s l n b u l ç a o

(' x c l u s l \':1 o u s e m i - e x c l u s i v a d e p ro d u LOs o u

�e r v l ços c , e v e n lu a l m e n le , l a m be m ao d i re i ­

t O d e u s o d e l e c n o l og l a d e I m p l a n la ç :i o c

a d m t n l � l ração de n e g ó c I o o u S I S l e m a o p e ra ­

C i o n a l d e sc n vo l v i d o s o u d e l id o s p e l o rra n ­

y u c a d o r , m e d i a n l e re m u n e ração d l re l a o u

I n d i re l a , se m q u c , n o e n t a n l O , f.l q u e C I ­

r a c l ú l z a d o v í n c u l o e m p re g a l í c l O ,

A n , 3° ) Sempre que o rra n q u eador lIver I n le ­

resse n a implantação d e siSlema d e rranqula

e mpresanal deverá romecer ao inleressado em

lomar-se rranqueado u ma Circular de Ofena

de Franqu ia, por escrito e em linguagem clara

e acessíve l , con tendo o briga toriamente as

seguinles informações:

I - histórico resumido, forma sacie lá ria e

nome completo ou razão social do fran ­

queado r e de todas a s empresas a q u e esteja

diretamente ligado, bem como os respec­

tivos nomes de fantasia e endereços;

II - balanços e demo,nstrações financeiras da

empresa franqueadora relativos aos dois últi­

mos exercícios:

1 3 2

: 1 1 I I H l ll:l(,.:I0 preCIsa de todas as pendênCias

' u d l c l a l <; cm que eSlepm envolVidos o fran­

J u cador, as l' l l I p resas contro l adoras e l i t u lares

..:,' I 1l J rcas, !la l e n les e d i re i t os aUloralS re ­

.1 1 1 \'0' .1 o peraçã o , e seus subrranqueadores,

: U c s l I ll l 1ando espeC i ficamente () SISlema da ' ; ,l l I Cl U I<l o u que possam d l l'C lamenle vir a

: :1 1" ''' l h i l l t : 1 1 o l u nclon;\ meTllo da rranqula :

, \ u eSt' l l (,.ao d e t a l hada da I ra n q u l a , des-

: I Ç .i O �eral do l1egoclo (' da� � t l \' ldJdes que ,,' r:i l l dese m pe n hadas pelo rra nqueado;

\ pl'1 'l d do " franqueado Ide: d " 110 que se re ­

: . I C .I , ' x pc r ll .' nC l a a n t e nor , I l Ive l de escolan ­

-Í.1dc c OU I I'3S caractcnSllCIS que deve ler,

' hngatona o u p re ferenCIal m e n t e ;

\ ' 1 ' requIsi t oS q u a n l o ao envolV I Il1 e n lo d l re ­

: 0 d o rranqueado na operação e na a d m i n iS­

t ração do negó c i o :

\ ' 1 1 - espeCI ficações quanto a o :

3 J l o t a i eSl l mado d o I I1vesl imento I l1 lc ia l ne­

cessa no à aqu iSIção , implantação e entrada

em operação da franquia;

b) valor da taxa i nicial de [[liação ou laxa de

rran q U la e de caução; e

c ) va l o r estimado das instalações, equipa­

men tos e do estoque inicial e suas condições

de pagamento;

VlIl - i n formações claras quanto a laxas pe­

riódicas e outros valores a serem pagos pelo

franqueado ao franqueador ou a terceiros por

este indicados, detalhando as respectivas ba­

ses de cálculo e o que as mesmas remuneram

ou o fim a_ que se destinam, indicando, es-

peciflca m c m e , o segUln te :

a) rem u neraçãl1 periódica pelo uso do SIS­

tema, da m a rca < lU em lroca dos servIços efe ­

t iv:1 m e n te [J restados pe lo franqueauor a o

fr:1 n q u eadu ( roval lies ) ;

b ) a l ugue l d e equipamentos o u po nto

comerCIa l ; c) laxa de p u b l i c idade ou semelhan te .

- d) segu ro mlnlmo; e

e ) o U lros \'alores deVIdos ao fra nque3dnr ou

a le rce iros q u e a e le sepm ligados;

IX - re lação cOIl1[J leta de todos os I ra n lj u c a ­dos , su b franq ueados e su bíranquouores da l"Cde. bem como dos que se desl igaram n ()� ulumos doze meses. com nome. endereço e

le ldone ;

\ - em re lação ao lerntÓno. uc\'e �cr espec I ­

ficado o segu l ll le :

a) se é gara n l 1da a o fr;lIl q u eado exclu!> I\' ldadc

ou pre fercnC la sobre de lenm nado te rn lóf lO de a l uação e , caso [JOSI U V O , e 111 que ( o n u lções o laz: e

b) possibil idade de o franq ueJdo rea l izar

ve ndas ou p restar servIços fora d e seu ler ­

fltOriO ou rea l izar expo rtações:

X I - i n fo rm ações c l a ras e detalhadas q u a n t o

à obrigação do franqu eado d e adqumr quais­

quer bens, serviços o u i nsumos necessáflos a

i m p lantação , operação ou admlll istração de

sua franquia, apenas de fornecedo res IIldica­

dos e aprovados pelo franqueado r, oferecen­

do ao franqueado re lação completa desses

fornecedores;

XII - indicação do que é efetivamente ofere­

cido ao franqueado pelo franqueador no que se refere a:

a) supervisão de rede;

b) serviços de orientação e outros prestados

ao franqueado;

c) treinamento do franqueado, especificando

duração, conteúdo e custos;

d) treinamento dos funcionários do fran­queado;

1 3 3

c ) ma nua Is de fra nlj u l :1 :

f) auxi lio n a a n á l ise e ('scolha do ponto onde

será i nsta l a da a fr3nqu la: e

g) layo u t e padrões arqul letôn lcos nas Insta­

lações d o fra n qu c'auo:

X I I I - situação [Jeran te o I ns l 1 tu to NacIOnal

de Propnedade I ndusma l - I N P I , das ma rcas

Oll paten tes , cujo uso estara sendo a u t o fl zado

[Je l o fran q u eador ;

\ I V - S i tuação do franquead o . após a e .'\ ['l l ­ração do c o n t ra t o d e franqu i a , em relação a : a ) k now-how ou segredo de I Ild ústna a que

\'e n ha a t e r acesso e m funçao da franqUIa : e

\) ) I mpla ntação de a u v idade co ncorre n te ua 3 1 1 v l dade do fr;lIl queauor:

\ \' - mouelo cio c o n t ra to pad rão e , se for °

caso . também do pre-con trato padrão de

fra n q U i a a d o t ad o pe lo fra n q u eador, co m

I C .'\ l O c o m p let o , inc lUSive dos respect i vos

.I I l C X O S e p razo de val idade .

A n . 4U) A Ci rc u lar de O fe rta de F ranqUIa de­

v e ra ser e n tre gu e ao candida t o a franqueado

\lO m l Il l mo l O (dez) dias an tes da aSSlllatura

do c o n t r a to ou pré-contrato de franquia ou

a i nda do paga m e n t o de qualquer lIpO de taxa

pe l o fran q u e a d o ao fra nqueador ou à empresa

ou pessoa ligada a este.

Parãgrafo ú n ic o . Na hipó tese do não-cumpri­

mento d o d isposto no capuc deste artigo, o

franqueado poderá arguir a anulabilidade do

eon trato e exigir devolução de todas as quan­

tias que já houver pago ao franqueado r ou a

teree iros por ele indicados a título de taxa de

filiação e royalties, devidamente corrigidas ,

pela variação da remuneração básica dos

depósitos de poupança mais perdas e danos.

Art. 5°) (VETADO)

An. 6°) O contrato de franquia deve ser sempre

escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemu­

nhas e terá validade independentemente de ser le-

vado a regIStro perante canono ou org;l ( ) publ ico :\ n . r ) A sanção prevista no p3 ra g ! a ro unlco

Jo a r t +0 desta Lei a p l i ca-s e , I J m be l 1 1 , :.to f r a n ­

clueado r q u e v e i c u l a r i n fo rm açõcs f;l lsas na

sua C i rcular de O fe na de f - ra nq u l a . s e m p rc

J u izo das sanções penais ç a b ivels .

An. 8°) O d isposto nesta Lei a p l i c 3 - se aos 5 1 S ­

l e m3S de franquia I nsta lados e operados no

l e rrI torio nacio n a l .

:\ n . 9 ° ) Para o s fi n s desta Le i . o I C l m o I r , l l 1 (j l1 ead o r. quando u l i l lzado e m q u :d q l1 l ' 1 de se us d ISpOS l l iVOS. se rve ta mbem p a ra d C � l g n a r o s u b fr a n q u e a d o r . d a m e s m a I n r m a q u e

a s d isposições q u e s e refiram ..l O 1 1 :.ln q u c a d n

a p l icam -se ao 5 u b fr3nqu eado

An. 10°) Esta LeI e n t ra em v i gor 60 ( sessenta )

d ias após sua publ icação.

A n . 1 1 °) Revogam -se as d l �po�lções e m ( o n ­

I rá ri o .

BrasilIa, 1 5 de dc=embro de 1 99 + . I 7 )U da

I ndependência e 1 060 da Repu bl ic.l

I ta mar Franco

Ciro Ferreira Gomes

Elcio Á lvares

1 34

A N EXO 3

MO DELO GENÉRICO D E D E C ONTRATO PADRÃO D E FRANQUIA

[a s e r cc /ebrado com a pessoa física do Ca) FR/\NQUEAOO r.·1. ) J

Pelo p �,:sCnle Inst ru mento parucul:1r, de um lado X.:YZ FR.A[\;CH I S I N t I L i\·\ d .1 U U I r' l r u IZ\nte slmplesmentc desIgnada F RANQ E.'\DORA. com sede em Z\ Rua :1" . Illscrl lJ

no CG( sal) Ll n" . neste aLO devldamente representad::; na lorm:1 JL �,: u � , ln l ;'J t L) �l1ual e . ue out ro iJdo. 0\ :1 ) j r\ .I ) . . . . . . . (nome completo da pessoa ilSICl dOI J ) F I .·\:'-; t .' l 1::\Dl)( .-\ i l . d:J.qul

por dl.lnte sImp lesmen te deslgnado(a) FRANQUEADO(A) , . l. n:J.cIOnal It1Jc.h- I \ ,,:sl :1clú C lv! l ) . pOrl:J.Ucln a ! d a Ccdula d e Idenl\dade R G n° . . . . . . . . e Inscnlo\a) no CPF sob \J n')

sldentc e uom\cl ! tado( a) à Rua o 0 . 0 o nO na CIdade de . [� IJ d() de reso l\"Cm celebrar um Cclntr:1tO de FranqUia, nos seguintes termos e COndll l)l:�

PREM ISSAS Tendo .:m V1Sta que:

re -

1 - A FRA.NQUEADORA desenvolveu um Sistema de lmplantaç:1o, Operaçao e Gest.io de

( lnsenr lqUl o upo de negócIo) e deCIdiu conceder franqUIas a terce I ros d Ispostos a operar l: admin­

istrar uma untdade XYZ, conforme esse sistema;

2- .-\ FRANQUE!\DORA e detentora legmma da marca À'YZ ,

3- OCA) FRANQUE<\DOCA) teve aprovada sua solicitação para Instalar, operar c administrar, pelo

sIstema de franqUIa e de acordo com os padrões estabelecidos pela FRANQUEADORA , um

(upo de negóclO)XYZ;

4- OCA) FRANQUEADO(A) concluiu satisfatonamente o tremamento IntClal que lhe fOI mmlstrado

pela eqUIpe da FRANQUEADORA;

5- OCA) FRANQUEADO(A) já obteve a posse legitima de um ponto comemal , SiLO à Rua o o o o o o o o o , nU

" " ' no Município de . . . . . . . . , Estado de . . . . . . . , que a FRANQUEADORA considera adequado á insta-

lação de uma unidade XYZ: e

6- Foram preenchidos todos os demais pré-requisitos estipulados entre as partes:

Fica estipulado entre as partes o quanto segue:

cLÁUSULA I ') Pelo presente instrumento particular, a FRANQUEADORA concede ao(á) FRAN­

QUEADO(A) uma franquia para que oCa) mesmo(a) implante, opere e administre, por sua conta e

1 3 5

nsco . um I U DO de negoclO l :'�l'Z �ao longo deste .IJ U�lC designad o ' J Ír::m quIJ ' yuc ,;cr:1 de-

:;Ignado pelJ marca mista XYZ e sera Instalado no mUnlC l ;JIO de

: rIS . Pl.;a . c: tc ) . EstJUO de . . j Rua

P:\.R..l..GR..l..FO PRI M E I RO O local aprovado pela FRANQUE . .l.. DOR.A pa r:1 ,I : í l 5Wb.;JO ua l íanqUla

some n te poder:i ser a l terJd o , seJ3 por que motl\'O for. ;nedwnte JUlOn:aC\l) da ;nc�ma FRAN· · Ql!EADORA PA RAGR.-\FO SEGUN DO OCA) FRANQUEADO(A) se ob nga c se com prome t e J Cllll l l n uar residin ­

do no � l u nlc l plO lmde sera I nstalada a franquia e tambem a ope r:i · la e J gere n u a · i a pessoa lmente ,

' :nquant () " I gorar II p rese nte contrato .

CL.l.. USL' L\ 2' ) Os prod u tos , equ ipamentos . utensl l ios. moveis. obJC tos dc uccorJl.;jo c Insumos

aue 0 1 .1 ) FRA N Q U EADO(A) devera adquinr para a insla lação . ope raç:io c 3esl ão da I ranqUla de­

v e r a o segu i r as espeuflcações di tadas pela FRANQUEA.DOR..l.. e s e r adq u l n dos dC'$ lornecedores

expressamente l lcenclaaos ou autanzados pela mesma .

C L.l..U S L L-\ Y) Todos os ônus . encargos, cusws e despesas necessanos a . ou decorrentes da. I nsta­

laça0 . o pe ração . manutenção e admimstração da franqUia correrão por conta exclUSiva doCa) FRAN ­

QUEADO( A ) . que deverã observar as normas ditadas pela FRANQUE.'\DORA e o d isposw na le·

gls lação e m V1g0r.

P.'\RkGRAFO PRIMEIRO: É vedado ao(á) FRANQUEADO(A) proceder a yualsquer a lterações na

sua franqUia sem a previa autonzação expressa e por escmo da FRANQl! EADORA, ressalvadas

apenas as pequenas obras, reparos e substituições que se façam necessa nos em decorrênCia de

danos ou de uso , de forma a manter as instalações da franqUia sempre em perfe itas condições de

segurança, de higiene , este t lca e conservação, de acordo com os padrões ditados pela

FRANQUEADORA e com a legislação em vigor.

PARÁGRAFO SEGUN DO OCA) FRANQUEADO(A) será oCa) único(a) responsãvel pela obtenção

de todas as licenças ou alvarãs que se façam necessários à realização das obras eJou a instalação e

ao funcionamento da franquia, correndo por sua conta exclusiva os custos, despesas e encargos a

tanto necessános ou disso decorrentes.

cu..USULA 4') OCA) FRANQUEADO(A) somente iniciará a instalação da franquia após a

aprovação, pela FRA N QUEADORA, do projew final de decoração e proj ew executivo.

cLÁUSULA sa) A fraqquia deverã ser instalada, operada e administrada pelo(a) FRANQUEADO(A)

de acordo com o chamado "SISTEMA XYZ", desenvolvido pela FRANQUEADORA, o qual abrange

esquemas de arquitetura, decoração e combinações de cores par", prédios, fachadas e áreas inter-

1 36

nas. Inrelros L disposiçãO de move is . mstalações e eqUlpJmenLC� \ - uvou t " ) p:1rJ frJnq ulas uue

< lperem Ôlli) :lquela m:l rca , espeCl flcações e padrões pJra J -.:omer-: I:1 I I:JCJo de ccn05 produ tos L :1

preslacão de determmados serviços e também métodos de com ro le de estoque . de operação e de

escntu ração . Jlém de onentação , padrões e normas ace rCJ de práucJs e pol i ucas comerCiaiS e o p e ra­

CionaiS e O U l ros processos e atlV1dades diretameme l igados a <)pe:-Jcão Je uma franq U ia XYZ

CL-\LSLL\ D") OS conheClmemos , diretrizes e normas �asiCos Q u e compm:m o chamado

'SiSTE'vIA \.lZ' encomram -se slstematizados e consolidados e m :VL�.'-il.j:-\IS Ljlle J FR . . \i"QLT--\DOR.--\

ileSte alO cm rcga aO( :1) FRANQUE'I.DO(A) em COMOD.--\TO

CL\LSLL\ �") Esses manuais poderão . a cnténo da FR.--\NQl'E:-\DO R.-\. � L r a qUJ iqller momemo a l te rados . se m p re que ela, FRANQUEADORA, j ulgar ISSO conveniente

CL-\USUL\ 8'\ OCA) FRA N QUEADO(A) desde logo se obriga e se compromete J cumpnr a nsca

- e a fazer com que seus funcionários ou prepostos tambem cumprJm . tDdas as de termmações . dl retnzes e espeCi ficações comidas nos citados manuais. ou em suas slIbseq uemes Jl terações .

CL-i.USLL--\ ',l3) O(A) FRAN QUEADO(A) reconhece e confi rma que a FR.-\NQUEADORA é a un lca

propnetana e J I l lu lar exclusiva de todos os direitos sobre os manua is que lhe são emregues em

comodato .

Cu\USUL\ l O') O(A) FRANQUEADOCA) desde logo automJ a FRANQUEADORA a , sempre que

esta J ulgar conveniente, realizar todas as inspeções e venficações que considerar necessánas para

constatar se J franqUia está instalada e funcionando de acordo com seus padrões, comprometendo­

se a acatar de pronto as recomendações que lhe sejam feitas pela FRANQUEADORA como resulta­

do dessas inspeções e verificações.

cLAUSULA l ia) É obrigação doCa) FRANQUEADO(A) utilizar, a título precário e apenas em conexão

com as atividades autorizadas pela FRANQUEADORA que venha a desempenhar na franquia,

enquanto V1gorar a Franquia que ora lhe é concedida, a marca mista XiZ.

Cu\USULA 1 2a) OCA) FRANQUEADOCA) reconhece os direitos da FRANQUEADORA com relação

à marca XiZ e a quaisquer outras marcas de que a mesma seja titular ou licenciada e que venham

a ser utilizadas na operação da franquia, pelo que não poderá ele(a) , FRANQUEADO(A) , durante

a vigência deste Contrato de Franquia ou mesmo após seu término, alegar que tenha sido criado,

em seu benefício, qualquer direito de titularidade ou propriedade com relação a essas marcas.

1 3 7

l:L\L'5LL-\ I Y� E vedada a ull l !=acao. pe !ol a) FRV-';QLE-\DOL-\ ) . de: Q ua lque r das marcas de aue

c uelenLOr:1 . )u l Jcenc:ada J FR:\N Q LT.-\ DO RA. ,lU UJ d.::nomln..ldu - , lc u l de:51a p3 r�1 (OmDOr :\

JenomlnJcj..:> sOCIal ue qualquer empresa .

LL.\. L S L L-\ l -+" � CO ll lO condlçlo para que eS le aJusle: (onu nue: \'1 ".( \ 1'..11 l e ..:> . ,1\ .1 ) r:R/. ' ; ( �U.: .\DL)' . \ i e . semp re que a FR .. \NQU EADO RA assIm o eXIgIr, lambem llS l u nC I o l 1anos JO( ..1 ) FR,\N O L E . .I.-00( ,1. ) , de ve rão se su bmeler aos lremame mos e reCIclagens que :J F RA 0: l �U E.-\D( ) R.-\ . .l se:u c me rm ,

j ulgar necessanos.

CL\LSUL-\ 1 5" ) 0(,1.) FRANQL E.-\DO(Al se ob n ga . 1 mall ler L J \!,a r:1 n l 1 r que: �LUS lunc lon:Jnos e

D re posLOs l :l lnbem malllenham o mais absoluLO slg! I o (om rc lacÍll , \ 1 11l1a e qU:J lquer I l 1 I L) rmaçill ,I

rcspello da I m p blllacão, ope ração ou adm lnislração de U llla I ranq u l a :\YZ Lonl 1dos nos m..1 n U..1iS da ! r:l l1qUla , ou que venham a receber durame os [remamelllos ou rCllc la\o.!.e ns Je que p:Hl l c l pare m , ( lU

, l inda q u e . Ix) r qualquer mOlivo ou fo nna . c hegue as SU..1S m,10S ,1 q ua lLj ue r l e mpo

CL-\L8JL-\ 1 6") Como reLnbuição pelos dirCllos que ora lhe são conkndos e pela lecnoiogl:1 Je :lluação

Ljue J3 lhe 101 lransfenda e pela oriemação que eslã recebendo no que se refere J I mplantação de sua

franLjUla \"{Z. ola) FRA,NQUEADO(A) paga neste ala à FRANQLJL-\DO R:\. J Ululo de t axa m lCIal de

franqUia, II \'alor de R$ . . . . . . . . . . . . (. . . . colocar aqui o \'alor por extenso l . ,ma\'és de cheque nom1l1al.

CL-\ U S U L.-\ 1 7 ' ) I ndependente mente da laxa mlcla l de franqUIa a que se re l e re J cbusula a nt e ­

n o r, o\. a ) F RA N Q U EA DO(A) se ob riga a pagar a F RA N Q U EA D O RA , em cOlll ra paruda p e l o uso

(o n l l nuado d a marca X"YZ, pela orientação e t re i name n to que conllnuara a receber, pelo acesso

( o n l lnuado JO " k now-how" acumulado pela F RA N Q U EADO RA . pelo a p o I o e c() nsu l to na de

campo , pelo uso dos sistemas de operação e gerenclamenLO de franqu ias XYZ desenvolVi dos

pela FRA N QU EA D O RA e por lOdos os demais beneficios q ue lhe possam decorre r do fa lO de

Integrar a rede XYZ , o equivalente a . . . . % ( . . porcento) do faturamento que auferi r em sua

franquia em cada mês considerado .

PARÁGRAFO PRIME[RO: Para apuração da remuneração mensal vamivel devida por lorça do dis­

posto no "caput" e tambem para pennitir o monitoramento eficaz, pela FRANQUEADOR.A, do desem­

penho da franquia e da rede como um todo, oCa) FRANQUEADO(A) enV1ará quinzenalmente a sede

da FRANQUEADORA relatórios detalhados do movimento ocorrido na semana imediatamente ante­

rior (segunda a domingo) , de acordo com modelo fornecido pela FRANQUEADORA.

PARÁGRAFO SEGU N D O : A remuneração a que se refere esta cláusula será paga nos escritórios

da FRA N QU EADORA, ou onde esta indicar, ate o dia 5 (cinco) de cada mês seguinte àquele a

que se refere , contra recibo.

[ 3 8

P.-\RAGR.-\FO TERCEIRO . Qualquer atraso no pag:l:-:-.c- : l lú do I'a l , ) r mens:.lI J que O' rdc ;e esta

c lausu b sUje i tara o FRAi\iqUEADO(.\) a mu lta de I ,' C . Jc [)ur cento) �l)bre ,1 ':;:: ! u r !e':1(lo . sem

p rej UI:o rara o J i re l to da FR.\NQLL\DOR.\ de L C i·.5 : . : L �:H J U l c) ll1a t lcamC!l tC rc ,:c :nc 'mdú 'l ixe · sente aj uste . por cu lpa exc1usi\'a do(J.) FRA ·QLE.-\C'C \ ,

CLAUSUL-\ 1 8") OCA) FMNQUEADO(A) se obnga .: �L dJm p romc t c a coll l n hUlr me nsa lmente para

o FUN DO COOPEMTIVO DE PROP:\GANDA E \I..\r:.r-.:!:T I:\J C ; da reoe de I ranqulas \YZ com % porcemo) do ratu ramemo bruto que aufe n r na ', nu .: parur O J ) I r:mq u l;J no nl\'S 'llnslderado.

r.<\RAGRAFO ÚN ICO' O I'a lo r p reVlsto no "CJpUt ' s.: � .. : :��l\..!(\ !)c i c) \ ,l l FR, \ : '! < ) l.' E: :\DCH ,-\ ) , , l l e o dia

\ 5 ( qumze) de cada mês su bsequen te aquele a que se �� ! L re

CLAUSUL\ 1 9') Toda a pu bl iCIdade e promoçjo da R :: =' E \YZ segU i rão J rlSLJ c)$ padrões e espeu ­ricações dllados pela FRANQUE.l\DORA, que devera .lo rol·ar p rev1 amen tc . POR ESCRITO, toda e

qualque r açáo promoCIonal ou publ icitána que ou FR.-\ N Q L! E:\DO( .-\ l p retenda prallCl.r por

t n lciallva prõpria , seja Iso ladamente , ou em conj un to -:,)m OUtros franqueados Ja rede .

Cu..USUL\ 20') OCA ) FRANQUEADO(A) declara ex:: ressame nte reconhecer que rOI se leCIonado

para íirmar este instrumento tendo em Vlsta as suas qu::dldades e GlraCtenSl lcas pessoais e que, em

consequência, o presente aj uste ê celebrado "intUllO pe ,sonae " , pe lo que elel a ) , FR.-\NQUEADO(A)

não poderá ceder ou transrerir, no todo ou em parte . .:l qualque r titulo e J quem quer que sep , os

d ireitos eJou as obrigações que lhe decorram deste inStrumen t o , ou de q UJ lq ue r aditamento ao

mesmo que venha a ser celebrado entre as panes. s:;h'o Ju tonzaçjo . expressa e por eSCnlO, da

FRANQUEADORA.

CL<\USULA 2 1') OCa) FRANQUEADO(A) está desde logo aUlonzado(a ) , por razões meramente

Íicals, a transferir o exercício dos direitos, obrigações e mteresses que lhe resultam deste instru­

mento para Sociedade Limitada cuj o controle e gerênCIa detivos estarão sempre nas mãos da

pessoa física do (a) FRANQUEADO(A) .

PARÁGRAFO ÚNICO: Enquanto vigorar o presente ajuste, toda e qualquer alteração do contrato

social da empresa referida no parágrafo anterior que imp l ique em qualquer modificações no respec­

tivo quadro de sócios ou na distribuição das cotas em que se divide o capital social , alteração de

sua gerência, liquidação , encerramento ou transformação em S/A, dependerá de prêvia e expressa

anuência da FRANQUEADORA, sempre por escrito, ricando consignado que, em qualquer

hipótese, o presente contrato de franquia somente continuará vigorando, salvo autorização escrita

1 39

l I .1 FR\N< �UEADOR.-\. se at a ) ora FRANQU E:\ DO(A) . pessoa íI5k .1 . (Onll n U a l' detendo II ':l' n t rc le L ,I :1dm I nISUação del1VOS da otada SOCIedade,

I L-\L�UL-\ 2 2 ' \ TL,d.l � qua lque r al1\ldade desenvohlda na re5('«(I I\'a t l .l l1Qll l .l �Lra J� i ll le l ra

rl'SponsabI i ldade dOla) FR.ANQUEADO(A) . que [esponderj Indl\·ldua lmente . perante os Pode res

Públ Icos e pe ran te quaIsquer terceIros. por lodas as O b n gações C i\' I S , .AdmInISlrat lvas, Pena Is .

rrabalhlSlJS. PrevldenC lánas . SOCIais ou Tn buljnas que assu mIr, ,)U a que por qua lquer lorma ()U

1]l0tl\'O \'enha ;) dar GIUsa. bem como as que sejam I ne rentes .10 , , 'li decorre ntes do) propno

iunClOnamento ou operacão da franquia,

l�L-\L.:SULA 2 3') O presente contrato vIgora pelo p razo 'e meses a contar da presente dala.

podendo esse pra:o ser prorrogado. de comum acordo entre as panes, pelo pra:o adICIonai de ,

,colocar aqUI por e x t e nsu o número de meses _ _ , ) meses a conta� de seu termIno. nos mesmos ter-

1 1 105 e condições dos contralOS de franquta que então estejJm sendo ce leb rados pela F RA N ­

QU E.ADORA c o m t e rcmos . desde que , a critério da FRANQ\}E,ADORA , o\ a ) FRANQUEADO(A)

lenha operado e ad m In Istrado a franquia. ao longo de todo o pe!1odo InICIai de vlgénCla . de acor­

Jo com os pad rões e nonnas estabelecidos pela F RANQUEADORA. tendo cumpndo Inte Iramente

LOdos os lennos do presente contrato de franqu ia ,

CLAUSULA 24�) Enquanto Vlgorar o presente Contrato de FranqU Ia , o\ a) FR.ANQUE.ADO(A), seu

cõnjuge . seus dependentes e seus funclOnános e prepostos não poderão. �m hIpótese alguma, dedicar­

se. direta ou Indire tamente . a qualquer atiVldade conflitante com a operação e admln tslração da fran­

qUia a que se refere o presente ajuste, ou que possa ser considerada concorrénCla a uma untdade XYZ llU a própna franqueadora ,

PARÁGRAFO ÚN ICO: Fica também vedada ao(á) FRANQUEADO(A) . a seu cônjuge e a seus

dependentes a participação, direta ou indireta, seja a que título ror, ao longo dos 1 2 (doze) meses

subseqüentes ao término, resilição ou rescisão, seja por que mOllvo for. do presente Contrato de

FranqUIa, em empresa ou empreendimento que pratique qualquer atl\1dade que possa ser classifi­

cada como concorrênCIa ás franquias XYZ

cLÁUSULA 25') Na hipótese de falecimento ou incapacidade temporána ou permanente doCa) FRAN­

QUEADO(A) , os direitos e obrigações que lhe resultam deste instrumento poderão, a critério exclusivo

da FRANQUEADORA, ser transferidos para os herdeiros ou sucessores legítimos daquele, desde que:

a) Ao menos um deles, pessoa física, se comprometa a se dedicar, em tempo integra l , á operação e

administração da franquia;

1 40

b l Essa pes�üa fislca sep conslderaci:l � pC : J FRANQL; E.-\DO RA . apt:.l .: \ 'apa: de adm i n istrar e ope ­

rar J fr:lI1lju la de acordo com os paCr0es _� �abe lcc!dus pe la FR...-\ . · l � l T.\I)( ")R . \ cn t:10 em \l gor : e

( l Essa pessua, juntamente com os t:':e !1l l.J I S dema is hcrcic lro� ..: SUC":SS, l IT::' k.�llImos �ê for o caso.

Sê obngue J celebrar, com a FR..-\l\:QL'::.:',DORA, co ntrato de Fr.1nlj ula nos mesmos termos t:

cond ições do Contrato- Padrão Ul l l l::ldo ;Je b FRANQL' E.-\DORA .1 êpOC:l como parte do seu

sistema de F ranqU ia .

CL-\L'SL'L\ 26J ) Consllluem causa pa ra �ôCISjO aUl lll ll a l lC;] do p rese I l te a )US i e . ror culpa dot a )

FR..-\N QL'E:\DO(A) :

1 - ) () descumpnmento, pelo( a ) FRA"l�LT-\DO( '-\ ) . de: -l ll J l u u e r d�ls , lausulas elo p resente inst ru ­

mento, n o lOdo o u em pa rte :

2 - ) a constataçào de que o,a) FR..-\NQLL.l.DO(A l 10rnCle'J J FR..-\ N Q LIE.-\DO Rr\ Informações falsas

ou Inexa tas ao longo do processo da respecllva se leçJo.

3-) a decretação da Insolvência dota) FR..-\ :\ Q U E.-\DO( .-\ l .

-f-) a falênCia ou o defenmento de requenmento d e concord:lt�l fOlmulado pela pessoa Jundlca consumida

pelola) FRANQUE-\DO(A) para exercer os direitos t: obngal,:ões ljue lhe resu ltam do presente contrato:

5 - ) a remada ou afastamento do contro le e da gerênCia dellvos dessa SOC iedade . sep voluntana­

mente ou não, da pessoa fíSica dot a) c)ra FR..<\NQUEADO('-\ l . c

6-) o fato dOla) FR..A..NQUEADO(A) detxar de reSidir no \llunlclplo onde sera Instalada sua franqUia,

ficando consignado que em todas essas hlpoteses a reSCisão sera automauca e não dependerá de

qua lquer medida ou provldêncla, J udiCial ou extraJudicia l .

PARAGRAfO UNICO: Na hipótese de reSCisão do presente ajuste por força do disposto em qualquer das

alíneas desta clausula, oCa) FRANQUE-\DO(A) não tera direito a reembo lso . seJ3 no todo ou em pane,

de qualquer valor pago ã FRANQUEADORA. nem tampouco a Indenização de qualquer espécie .

CLÁUSUL<\ 273) Na hipótese de términO. reSilição ou reSCisão do p resente contrato , seja a que títu­

lo ou por que motivo for, ou por culpa de quem quer que seja , oCa) FRANQUEADO(A) se absterã

de imediato utilizar a marca XYZ e quaisquer outras marcas e sinais distintiVOS de que a FAAN­

QUEADOAA seja titular ou licenciada legitima.

CLÁUSULA 28') Toda e qualquer instrução, recomendação ou autorização comunicada pela FAAN­

QUEADOAA ao(à) FAANQUEADO(A) será formalizada por escrito, de nada valendo qualquer

comunicação ou estipulação verbal entre as panes.

cLÁUSULA 293) O não exercício, pela FAANQUEADOAA, no todo ou em pane. de qualquer dos

1 4 1

di reitos e facu ldades que lhe são assegurados no prese n t e I n s t ru m e n t o scra considerado mera libera­

l idade. não consutuindo, de forma a lgu ma . nO\'açjo \lU JlleraçJo das (o: ldlções ora paCluJdas, nem

tampouco renúncia a qualquer direno ou !Jcu ldade

cLÁUSULA 30') I ndependentemente de qualquer OU lrJ penal idade ou consequênCla prevlsla na

Le1 ou em qualquer das c lãusubs do prese nte cont rJ l O . ou do pra;:o accomdo desde o mlclo dJ vigênCIa desle, ficJ estipulada a mulla de RS \'a lor po r c.\lenSO . . . ), p:lra J pane que

m fnnglr, no lodo ou parcialmente. qua lque r das (IJusu ias do m e , m o , reservando - se a pane

I nocente o dire i LO de , simullaneamente, cons1dcr3 - lo J U l o m :l l l C l m e n t c rescmd ldo e de haver. por

Jçjo própna, as perdas e danos que efeuv;:meme snírc r, e m decorrénc1a do madl111 p lemenLO da ,1U lra pane, naquilo em que excedam a mulw ora eSl l p u l:1da

CU\USlJLA 3 1 ') Ressalvadas as exceções aqUi cxpressameI1 l e rXl(luadas , o presente ContralO ê cele­

brado em carãler irrevogável e I rrelral:ive l , obngando dS pa n e s c seus sucessores a qualquer lÍ[ulo,

hcando eteno o foro de " ' , com expressa renunCIa , 1 ljuJlquer oUlro , por mais pnvdeglado que

sej a , como compelente para dirimir eventuais dÚ\1das ou (omro\'erslas que dele possam se onginar.

E, por assim se acharem J uslas e contraladas, as panes il rmam o presente InSlrumentO em 03 ( lrês)

\'Ias de Igual leor, na presença das duas lesle m unhas ao rmal JS5madas

" ' , (dalJ da assinatura)

FRANQUEADORA

FRA N QU EA,DO(A)

TESTEMUN HAS

1 42

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FUN DAÇÃO GETULIO VARGAS "BIBUOTECA

ESTE VOLUME DEVE SER DEVOLVIDO À BIBLIOTECA NA ÚLTIMA DATA MARCADA