a negociao coletiva na administrao pblica a negociao coletiva na administrao pblica brasileira a...
Post on 03-Mar-2018
216 views
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
1
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
A Negociao Coletivana Administrao Pblica Brasileira
22222
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
3
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
A Negociao Coletiva
na Administrao Pblica Brasileira
Bernard GernigonAlberto OderoHoracio Guido
Jos Francisco Siqueira NetoAntnio Augusto Junho Anastasia
Oficina Internacional del TrabajoEscritrio de Braslia
44444
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
Copyright Organizao Internacional do Trabalho 20021 edio 2002
As publicaes da Oficina Internacional del Trabajo gozam da proteo dos direitosautorais sob o Protocolo 2 da Conveno Universal do Direito do Autor. Brevesextratos dessas publicaes podem, entretanto, ser reproduzidas sem autorizao,desde que mencionada a fonte. Para obter os direitos de reproduo ou de traduo,as solicitaes devem ser dirigidas ao Servio de Publicaes (Direitos do autor eLicenas), International Labour Office, CH-1211 Geneva 22, Switzerland. Os pedidossero bem-vindos.
A negociao coletiva na administrao pblica brasileira / BernardGernigon ; Alberto Odero ; Horacio Guido ; Jos Francisco SiqueiraNeto ; Antnio Augusto Junho Anastasia. Brasilia : OIT ; Rio deJaneiro : Forense, 2002.
232 p.
ISBN 92-2-813387-2
1. Negociao coletiva. 2. Administrao pblica brasileira.I.Gernigon, Bernard. II. Odero, Alberto. III. Guido, Horacio. IV.Siqueira Neto, Jos Francisco. V. Anastasia, Antnio Augusto Junho.VI. Organizao Internacional do Trabalho.
As designaes empregadas nas publicaes da OIT, segundo a praxe adotada pelasNaes Unidas, e a apresentao de matria nelas includas no significam, da parteda Organizao Internacional do Trabalho, qualquer juzo com referncia situaojurdica de qualquer pas ou territrio citado ou de suas autoridades, ou delimitaode suas fronteiras.
A responsabilidade por opinies expressas em artigos assinados, estudos e outrascontribuies recai exclusivamente sobre seus autores, e sua publicao no significaendosso da OIT s opinies ali constantes.
Referncias a firmas e produtos comerciais e a processos no implicam qualqueraprovao pela Oficina Internacional del Trabajo, e o fato de no se mencionar umafirma em particular, produto comercial ou processo no significa qualquerdesaprovao.
As publicaes da OIT podem ser obtidas no Escritrio para o Brasil: Setor deEmbaixadas Norte, Lote 35, Braslia - DF, 70800-400, tel.: (61) 426-0100, ou noInternational Labour Office, CH-1211. Geneva 22, Switzerland. Catlogos ou listasde novas publicaes esto disponveis gratuitamente nos endereos acima, ou pore-mail: brasilia@oitbrasil.org.brVisite nossa pgina na Internet: www.oit.org/brasilia
Impresso no BrasilEstao Grfica Ltda. (estagraf@uol.com.br) para a OIT e Editora Forense.
5
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
SUMRIO
Prefcio
Introduo Geral
1. A Negociao Coletiva: Normas da OIT e Princpiosdos rgos de Controle
Bernard Gernigon, Alberto Odero e Horacio Guido
1. Introduo.2. A negociao coletiva: definio e objeto.3. Os sujeitos da negociao coletiva e o reconhecimento
das organizaes mais representativas.4. Trabalhadores cobertos pela negociao coletiva.5. As matrias objeto da negociao coletiva.6. O princpio da negociao livre e voluntria e o nvel da negociao.7. O princpio da boa f.8. O papel dos organismos destinados a facilitar a negociao.9. A negociao voluntria e a arbitragem obrigatria.10. A interveno das autoridades na negociao coletiva.
10.1 A interveno das autoridades na redao das convenescoletivas.
10.2 Recusa do registro de uma conveno coletiva.10.3 Intervenes das autoridades no cumprimento das
convenes coletivas em vigor.10.4 Restries impostas pelas autoridades a negociaes futuras.
11. A negociao coletiva na administrao pblica.12. Outras intervenes das autoridades.13. Greves, negociao coletiva e paz social.14. Outras questes.
14.1 Direito de informao.14.2 Extenso das convenes coletivas.14.3 Relaes entre contratos individuais e convenes coletivas.14.4 Respeito das convenes coletivas em situaes de concurso
de credores e de falncia.14.5 Durao das convenes coletivas.
15. Restries ao exerccio do direito de negociao coletiva naslegislaes nacionais.
16. Sntese de princpios da OIT sobre o direito de negociao coletiva.17. Concluses sobre o grau de aplicao do direito de negociao
coletiva.
09
11
15
1522
2529323440424448
5050
525355636466666869
7171
7278
81
66666
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
2. Relaes de Trabalho e Possibilidades de NegociaoColetiva na Administrao Pblica Brasileira
Jos Francisco Siqueira Neto
1. Introduo.2. Bases normativas dos servidores pblicos civis.3. Dos cargos, empregos e funes pblicas.
3.1. Acessibilidade.3.2. Investidura: Preponderncia dos concursos.3.3. Prazo de validade dos concursos.
4. Poltica de remunerao de pessoal.5. Sistemas remuneratrios.
5.1. Regime de remunerao ou vencimento.5.2. Regime de subsdio.5.3. Normas comuns remunerao e aos subsdios.
6. Formao e aperfeioamento.7. Direitos sociais dos servidores.8. Exerccio de mandato eletivo.9. Livre sindicalizao e direito de greve.10. Estabilidade e vitaliciedade.11. Aposentadoria.12. Deveres e responsabilidades dos servidores.
12.1. Poder e regime disciplinar.12.2. Processo administrativo disciplinar.
13. Os fundamentos da negociao coletiva na administraopblica direta.
14. Aspectos essenciais para o desenvolvimento da negociaocoletiva na administrao pblica.14.1. Tipos das negociaes coletivas.14.2. Sujeitos, destinatrios e matrias.14.3. Procedimentos.14.4. Nveis.14.5. Sistema de composio dos conflitos.14.6. Efeitos dos instrumentos normativos.14.7. Garantia do exerccio do direito de greve.
15. Concluses.
3. Reforma do Estado e Negociao ColetivaAntonio Augusto Junho Anastasia
1. Introduo.2. Espcies de prestao laboral ao Estado.3. Evoluo histrica.
83
83100100102102103103103104105107108108109110112113114115116
117
120121122126127127128129130
137
137137139
7
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
4. O modelo constitucional de 1988.5. A Emenda Constitucional 19/98.6. Repercusses do regime trabalhista no servio pblico.7. A negociao coletiva no servio pblico.8. Sntese e concluses.
Anexos
1. Declarao de Filadlfia.2. Declarao da OIT sobre os princpios e direitos fundamentais no
trabalho e seu seguimento.3. Conveno n 98 sobre o direito de sindicalizao e de negociao
coletiva, 1949.4. Conveno n 151 sobre as relaes de trabalho na administrao
pblica, 1978.5. Recomendao n 159 sobre as relaes de trabalho na
administrao pblica, 1978.6. Conveno n 154 sobre a negociao coletiva, 1981.7. Recomendao n 163 sobre a negociao coletiva, 1981.8. Recomendao n 91 sobre os contratos coletivos, 1951.9. Recomendao n 92 sobre a conciliao e a arbitragem voluntrias,
1951.
142145148150158
163
165
193
199
205
213215223227
231
88888
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
9
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
PPPPPREFCIOREFCIOREFCIOREFCIOREFCIO
O direito de sindicalizao e negociao coletiva configuradopela Conveno n 98 (1949) da OIT. Este tratado internacional foiratificado at hoje por 152 Estados membros da OIT, e pelo Brasil em1952, e faz parte da Declarao de Princpios Fundamentais e Direitosno Trabalho e Seu Seguimento (1998) da qual o Brasil signatrio.
Mais que um direito, a possibilidade de representantes deempregadores e de empregados poderem forjar convenes e acordoscoletivos de trabalho uma forma desejvel de adaptar as relaes detrabalho s mudanas que vm ocorrendo no mundo do trabalho cadavez com mais freqncia e diversidade.
No caso brasileiro, desde meados da dcada de noventa, oGoverno vem promovendo uma modernizao das relaes de trabalhoque enfatiza a negociao coletiva. A partir da Constituio de 1988 odireito de sindicalizao foi ampliado para a administrao pblica. Essedireito plenamente coerente e integrado com o direito de negociaocoletiva, no havendo portanto justificativa alguma aceitvel para nose aplicar o exerccio desse direito, salvo sob normas explcitas eexcepcionais administrao pblica.
Com a Emenda Constitucional 19 de 1998, a administraopblica brasileira passou de um regime nico estaturio para doisregimes: o estaturio e o celetista. Se o primeiro estabelece restriesao direito de negociao coletiva, o segundo no o faz, abrindo portantoespaos amplos para negociao, exceto no que se refere aremunerao, por imposio do artigo 61, pargrafo 1, inciso II daConstituio.
Os estudos da negociao coletiva na administrao pblicabrasileira contidos neste livro levantam um debate no s sobreprincpios e a coerncia das leis, mas tambm sobre a crescentedefasagem entre o setor pblico e o setor privado em matria deremunerao e condies gerais de trabalho. Essa defasagem levantaquestes fundamentais sobre a capacidade do setor de atrair e retercompetncia tcnica, e sobre sua eficincia e desempenho. Essas
1 01 01 01 01 0
A NEGOCIAO COLETIVA NAADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
questes esto vinculadas tambm ao resultante aumento daterceirizao e de contrataes via algumas agncias internacionais,em particular o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento(PNUD) e a UNESCO que, de forma indireta, contribuem para inibir anegociao coletiva na administrao pblica brasileira.
Armand F. PereiraDiretor da OIT no Brasil31 de agosto de 2002
11