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A DIFERENÇA QUE FAZ TER UM GRANDE SUMO SACERDOTE INTRODUÇÃO: Texto bíblico do sermão: Hebreus 4:14- 16 1. Não houve tentação das mais intensas que Jesus não tenha enfrentado; por isso, não existem circunstâncias por pior que sejam que Ele não possa nos socorrer. 2. Não houve tentação por mais intensa que fez com que Jesus cedesse; por isso, Ele pode livrar-te de qualquer tentação por mais que pareça mais forte que você. 3. Não houve tentação fraca para Jesus, Ele passou por tudo o que passamos e mais um pouco; assim, com Ele você também pode vencer, tornando-se um vitorioso. I. JESUS ADENTROU NOS CÉUS A PARTIR DE NOSSO MUNDO DE PECADO – Hebreus 4:14 1. Jesus atravessou o céu atmosférico (o que vemos daqui), ultrapassou o céu sideral (lugar onde estão os planetas, as galáxias, etc.) e, entrou no Céu, onde Deus habita. 2. Jesus não se deparou com nenhum empecilho ao entrar nos Céus porque Ele foi tentado em tudo, mas permaneceu sem pecado.

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A DIFERENA QUE FAZ TER UM GRANDE SUMO SACERDOTE

INTRODUO: Texto bblico do sermo: Hebreus 4:14-161.No houve tentao das mais intensas que Jesus no tenha enfrentado; por isso, no existem circunstncias por pior que sejam que Ele no possa nos socorrer.2.No houve tentao por mais intensa que fez com que Jesus cedesse; por isso, Ele pode livrar-te de qualquer tentao por mais que parea mais forte que voc.3.No houve tentao fraca para Jesus, Ele passou por tudo o que passamos e mais um pouco; assim, com Ele voc tambm pode vencer, tornando-se um vitorioso.

I.JESUS ADENTROU NOS CUS A PARTIR DE NOSSO MUNDO DE PECADO Hebreus 4:141.Jesus atravessou o cu atmosfrico (o que vemos daqui), ultrapassou o cu sideral (lugar onde esto os planetas, as galxias, etc.) e, entrou no Cu, onde Deus habita.2.Jesus no se deparou com nenhum empecilho ao entrar nos Cus porque Ele foi tentado em tudo, mas permaneceu sem pecado.3.Jesus venceu a tentao, o pecado, Satans e a morte aqui na terra para tornar-se Sumo Sacerdote no Cu com autoridade para interceder e lutar por ns.

II.JESUS, O FILHO DE DEUS, PROVOU E VENCEU AS DURAS PROVAS QUE OS CRISTOS ENFRENTAM Hebreus 4:151.Somos tentados em algumas coisas e camos em muitos pecados; por outro lado, Jesus foi tentado em todas as coisas, mas no vacilou em nada.2.Somos informados que em Jesus a Divindade se aproximou tanto da humanidade a ponto de provar os mesmos desafios que enfrentamos neste mundo de injustias e maldades, mas no cedeu ao pecado.3.Somos confortados em saber que temos um Sumo Sacerdote que compreende a fundo nossa fraqueza e nossa dor, e, venceu para nos dar a vitria.

III.JESUS CRISTO TORNOU-SE O GRANDE SUMO SACERDOTE DOS CRISTOS Hebreus 4:15-161.Nosso Sumo Sacerdote grande em compaixo por ns que somos fracos e sofredores; e, nos socorre em tempo oportuno.2.Nosso Sumo Sacerdote grande em Sua obra na Terra e no Cu: na Terra, por Seu extraordinrio sacrifcio por ns; no Cu, por Sua magnfica intercesso por ns.3.Nosso Sumo Sacerdote grande por abrir o caminho para que pudssemos ter livre acesso ao sagrado e santo trono de graa e misericrdia, onde est Deus.

CONCLUSO:1.Quem tem Jesus Cristo como seu grande Sumo Sacerdote tem a mxima liberdade de acesso ao trono de Deus, no qual est a fonte da misericrdia e da graa em que o cristo pode abastecer-se diariamente.2.Quem tem Jesus Cristo como seu grande Sumo Sacerdote encontra recursos dirios para enfrentar as vicissitudes da vida neste mundo de provaes.3.Quem tem Jesus Cristo como seu grande Sumo sacerdote encontra, junto ao trono de Deus, suficiente graa e misericrdia para agir com confiana rumo vitria sobre o pecado.

APELO:O apelo deste sermo extrado do prprio texto bblico:1.Por Jesus ser nosso Sumo Sacerdote conserve com firmeza a tua convico confessando publicamente a f mesmo em face das mais duras tentaes.2.Por Jesus ser nosso Sumo Sacerdote achegue-se com confiana ao trono da graa para recebermos graa, misericrdia e socorro em tempo oportuno.

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JESUS, O GRANDE SUMO SACERDOTE

Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os cus, conservemos firmes a nossa confisso. Porque no temos sumo sacerdote que no possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, nossa semelhana, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graa, a fim de recebermos misericrdia e acharmos graa para socorro em ocasio oportuna. Hebreus 4:14-16O livro de hebreus, a partir do capitulo 3, nos fala da supremacia, da superioridade de Cristo frente a Moiss e a lei. Desde os tempos de Moiss, ficou predito que haveria um perodo, um tempo qualificado como hoje, em que Jesus falaria poderosamente com o seu povo, a respeito do retorno a sensatez, a contrio, ao arrependimento e a converso a Deus e a sua Palavra. Seria um tempo de salvao e da graa de Deus oferecida aos homens. Essa graa estaria personificada na pessoa e na obra de Jesus, consumada na cruz do calvrio. Assim, pois, como diz o Esprito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, no endureais o vosso corao como foi na provocao, no dia da tentao no deserto,(Hebreus 3: 7,8,13,15).H uma advertncia aos israelitas e a todos os que professam a f em Jesus, para que no tenham o mesmo comportamento que tiveram os judeus que foram libertos do Egito: viram e testificaram as manifestaes de Deus, mas que no perseveraram em obedec-lo e cultivaram um perverso corao de incredulidadeTende cuidado, irmos, jamais acontea haver em qualquer de vs perverso corao de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;(Hb 3:12), um esprito de desobedincia voluntriaE contra quem jurou que no entrariam no seu descanso, seno contra os que foram desobedientes?(Hb 3:18), e uma rebelio tamanha que provocaram a ira de Deus, como no caso de Cor, Dat e Abiro que se insurgiram contra Moiss e Aro. ( Nmero 16).No capitulo 4, o crente convocado a entrar no descanso de Deus, ou seja, entrar na sua presena, na sua glria, tal como entraram alguns dos Israelitas nas terras de Cana, descansando de uma caminhada de 40 anos no deserto. Portanto resta um repouso para o povo de Deus.( Hb 4:9). Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso a fim de que ningum caia, segundo o mesmo exemplo de desobedincia. ( Hebreus 4:11). Hoje, se ouvirdes a sua voz, no endureais os vossos coraes.( Hebreus 4:7).JESUS, O GRANDE SUMO-SACERDOTETendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os cus, conservemos firmes a nossa confisso.Hebreus 4:14Temos uma propriedade santa e poderosa. Jesus a herana dos que crem. Ele no somente pertence a ns como Senhor, mas ns pertencemos a Ele como sua propriedade exclusiva, comprada pelo preo de sangue. Ele no apenas um sacerdote, mas o grande Sumo sacerdote, vindo da parte de Deus para trazer a salvao de nossas vidas e interceder diariamente por ns.MINISTRIO DO SUMO SACERDOTEA funo do sacerdote era de interceder e oferecer sacrifcios a Deus pelos pecados do povo. Sacrifcios da reconciliao, de paz e de purificao. Ou seja, era algum que Deus separou (santificou) para apresentar atravs dos sacrifcios, os homens a Deus, para purificao de seus pecados.O sumo sacerdote era o nico que podia entrar no lugar santssimo (santo dos santos), com o sangue do cordeiro, uma vez no ano para a purificao do povo.Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, no h remisso nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.Hebreus 9:22,25Jesus, o grande Sumo Sacerdote penetrou os cus e est continuamente no lugar santssimo, e vive a interceder pelos pecadores arrependidos ( I Joo 2: 1,2).Por isso, tambm pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.Hebreus 7:25Jesus no entrou no lugar santssimo com sangue de cordeiros e bodes para purificar os pecados do povo, mas Ele entrou com o seu prprio sangue para purificar a todos que se achegam a Ele.Quando, porm, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens j realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernculo, no feito por mos, quer dizer, no desta criao, no por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu prprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redeno.(Hebreus 9: 11-15);Se, porm, andarmos na luz, como ele est na luz, mantemos comunho uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.( I Joo 1:7). H uma convocao a conservarmos viva a nossa confisso a Cristo como Salvador. Conservarmos firmes a nossa confisso. Guardemos firme a confisso da esperana, sem vacilar, pois quem fez a promessa fiel. Hebreus 10:23Jesus se assemelhou conosco nas tentaes e sofrimentos. Porque no temos sumo sacerdote que no possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, nossa semelhana, mas sem pecado. Hebreus 4:15;com a encarnao ele pde experimentar a humanidade em toda a sua completude.Jesus conhece por experincia pessoal todos os nossos sofrimentos, lutas e fraquezas humanas, com isso ele capaz de amar, perdoar, se compadecer de ns, se condoer dos ignorantes e dos que erram.Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, constitudo nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifcios pelos pecados, e capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois tambm ele mesmo est rodeado de fraquezas.( Hb 5:1,2).RECONCILIAO COM DEUS ATRAVS DE JESUS CRISTOAcheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graa.Achegar-se aproximar-se; tomar iniciativa prpria; no esperando que a deciso venha de outro, mas que seja nossa. No com receio de ser reprovado, ser repelido de sua presena, pois todos os que se aproxima com o corao sincero, so recebidos e perdoados por Ele.H um trono de graa e misericrdia esperando para aqueles que se volta para Deus, sentindo necessidade de ser perdoado, amado e comear um novo tempo de vida, andando na soberana vontade divina.Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graa, a fim de recebermos misericrdia e acharmos graa para socorro em ocasio oportuna. Hebreus 4:16So muitos os benefcios quando nos aproximamos de Deus: somos recebidos com misericrdia (compaixo), perdo, reconciliao e salvao; recebemos graa divina (favor divino) e socorro em ocasio oportuna. E passamos a nutrir um relacionamento de amor e intimidade com nosso Criador e amado de nossas almas.Hoje se ouvirdes a sua voz, no endureais os vossos coraes.Assim, pois, como diz o Esprito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, no endureais o vosso corao como foi na provocao, no dia da tentao no deserto, Hebreus 3:7,8A boa noticia : temos um grande sumo sacerdote que penetrou os cus. Temos algum que conhece nossas fraquezas, limitaes, lutas, sofrimentos e tentaes, pois experimentou pessoalmente todas as fraquezas e sofrimentos humanos. Por isso, ns devemos procurar se aproximar cada vez mais de Deus, e a conservar sempre viva a f, para no momento oportuno receber a graa, a misericrdia e o socorro para uma vida de vitria.Tendo, pois, irmos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo vu, isto , pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero corao, em plena certeza de f, tendo o corao purificado {purificado: aspergido} de m conscincia e lavado o corpo com gua pura. Guardemos firme a confisso da esperana, sem vacilar, pois quem fez a promessa fiel.Hebreus 10:19-23

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O Tema Principal da Epstola(Leia Hebreus 4:14-16). Tendo, pois (as palavras so enfticas) um grande sumo sacerdote (v. 14), isto , grande em Sua natureza essencial, pois Ele ao mesmo tempo verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Temo-lo assim porque somos crentes. No cumprimento de Sua obra, como Sumo Sacerdote, Ele penetrou os cus e chegou at presena do prprio Deus, onde atualmente se encontra entronizado. Note-se que essa entronizao implicada no vers. 16; ela explicitamente declarada por diversas vezes (ver Hb 1.3-13; Hb 8.1; Hb 10.12). Por causa de Sua humanidade e experincia terrena, Ele capaz de apreciar com simpatia nossas limitaes e provaes humanas. Portanto, firmemo-nos aberta confisso de f nEle; e entremos no desfrutamento dos benefcios que Sua obra sacerdotal tem posto nossa disposio.Confiadamente(v. 16), isto , com franca e aberta expresso de nossa f e de nossa necessidade. Acheguemo-nos ao prprio trono de Deus, onde descobrimos que se trata de um trono de graa e de abundncia divinas, onde sempre podemos encontrar compaixo ou misericrdia, em relao s nossas fraquezas ou pecados, e onde podemos descobrir graa que nos proporcione ajuda no tempo certo, isto , ajuda apropriada para a necessidade do presente momento. Nossas fraquezas (v. 15) so aquelas devidas nossa existncia de criaturas finitas, como, por exemplo, o cansao, o evitar dores, etc. Essas so coisas que foram experimentadas pelo prprio Filho de Deus.Mas sem pecado(v. 15) pode descrever ou o resultado de Suas tentaes (isto , Ele nunca caiu em pecado), ou uma diferena no modo como Ele foi tentado (isto , no havia nEle natureza pecaminosa, nenhum impulso pecaminoso partindo do ntimo).Acheguemo-nos(v. 16); a palavra grega, aqui, o termo comumente empregado para a aproximao dos sacerdotes a Deus. Esse privilgio, anteriormente restrito a alguns poucos selecionados, agora Se estende ao povo inteiro de Deus. Alm disso, no temos aqui um mero santurio simblico, neste mundo, onde nos seja possvel entrar fisicamente, mas temos aqui a entrada at prpria presena de Deus.

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Uma f bem fundamentada (Hebreus 4:14-16)

A Lei de Moiss reconhecera e providenciara um sumo sacerdote que pudesse mediar entre Deus e o homem. Mas o sacerdcio de Aro tinha vrias fraquezas, e o escritor demonstra que o sumo sacerdcio de Cristo de um tipo superior, Por isso, no basta simplesmente ter f em quaisquer coisas ou pessoas, ou simplesmente ter uma mera f na pessoa de Jesus. primordial ter uma f bem fundamentada no Salvador, pois somente nele encontramos:

1. Socorro divino (v.15)"pois no temos um sumo sacerdote que no possa compadecer-se das nossasfraquezas, mas sim algum que, como ns, passou por todo tipo de tentao,porm, sem pecado."

Porque Cristo, nosso Sumo Sacerdote, tem experimentado a tentao humana, fica disposio para oferecer ajuda imediata e compassiva quando somos tentados.

A Palavra "fraquezas", utilizada nesse texto, suficientemente abrangente para incluir qualquer forma de necessidade. Assim, possvel afirmar que h simpatia para os necessitados, mas no para os autossuficientes. porque Jesus no tem essa fraqueza, que ele pode compadecer-se dos homens em seus momentos de fragilidade.

Caso algum pense que mesmo que o nosso Sumo Sacerdote possa simpatizar-se conosco, porm no possa conhecer as tentaes que assaltam os outros homens, as tentaes de Jesus agora so especificamente referidas. Ele foi"tentado em todas as coisas, nossa semelhana."Este um desenvolvimento mais especfico da declarao em Hebreus 2:18, onde o fato da tentao de Cristo citado como garantia de que ele pode ajudar aos outros nas suas tentaes.

Podemos, portanto, conseguir grande consolo do fato de que sua experincia se equipara nossa, pois o nosso Sumo Sacerdote altamente experiente nas provaes da vida humana.

2. Favor divino (v.16)"Assim, aproximemo-nos do trono da graa com toda a confiana,a fim derecebermos misericrdia e encontrarmos graaque nos ajude no momento danecessidade.

A abordagem a Deus pelo cristo deve ser caracterizada pela confiana ou ousadia, por uma liberdade de expresso e ausncia do medo. Este um dos aspectos mais marcantes do caminho cristo para Deus, que nem sequer embaraado pelo senso humano do temor na presena do Senhor.

Quando penso nos favores divino, luz desse texto, vejo:

=> Misericrdia

a bondade divina para com os angustiados e aflitos, ainda que estes meream responder pelos seus atos, isto , pagar por suas decises pecaminosas. A caracterstica da misericrdia frequentemente enfatizada quando as pessoas esto aflitas, preocupadas. Em momentos de necessidade, somos atrados para o trono de Deus para que recebamos a misericrdia e a graa, conforme nos mostra o texto em questo. Devemos imitar a misericrdia do Senhor em nossa conduta em relao aos outros:"Bem aventurados os misericordiosos, porque alcanaro misericrdia"(Mateus 5:7).

=> Graa

A graa, ento, o favor divino gratuitamente concedido queles que no o merecem. Alis, a graa a bondade divina para com os que s merecem castigo.

O trono representa a realeza, e certamente poderia inspirar temor se sua caracterstica principal no fosse a graa, ou seja, o "lugar" onde o favor gratuito de Deus distribudo.

Vemos que as Escrituras enfatizam que a graa divina, ou seu favor para com aqueles que no merecem favor, mas s punio, jamais compulsria, todavia sempre dada gratuitamente pelo Senhor. Ele regularmente gracioso para com o seu povo.

Em Deus voc recebe o que no merece (salvao), isto chama-se graa, e no recebe o que de fato merece (punio pelas seus pecados cometidos contra o Deus santo), isto chama-se misericrdia.

Deus os abenoe.

Pastor Renato (1 Igreja Evanglica Irmos Menonitas do Jabaquara).

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Hebreus 4.14-16Auxlio HomilticoPrdica: Hebreus 4.14-16Autor: Augusto Ernesto KunertData Litrgica: Domingo InvocavitData da Pregao: 16/02/1986Proclamar Libertao - Volume: XI

I IntroduoO autor de Hebreus no conhecido. A literatura aponta diversas possibilidades. Tudo, porm, continua no terreno das conjeturas. Hipteses so levantadas por uns e rejeitadas por outros. Na dvida existente prefiro no entrar no emaranhado das suposies. Contudo, considero importante as concluses do telogo Michel e, por isso, as transcrevo:Uma autoridade eclesistica do meio judeu-cristo, conhecedora da formao alexandrina, teologicamente independente, porm, fortemente imbuda na tradio apocalptica e do cristianismo primitivo, ligada com a formao litrgico-confessional da teologia paulina, escreve a Roma ou a outra comunidade da Itlia para fortalec-la na f e na perseverana diante da perseguio que se aproxima. Sua luta se dirige contra certo relaxamento e cansao que ocorreu no perodo posterior atuao apostlica, usando para tanto as teses da tradio do cristianismo primitivo (p. 56).Em geral os exegetas consideram que Hebreus foi escrito no perodo aps 70 depois de Cristo, portanto, em poca posterior destruio do templo.O personagem do sumo sacerdote, identificado com Jesus Cristo, amplamente conhecido do culto judaico e das demais religies da poca. O paralelismo de Hebreus com o AT, exatamente no tocante ao sumo sacerdote, levou Trisker afirmao que: Nenhum outro livro do NT tem tamanha semelhana com o AT e Bengel chega a dizer que: Hebreus, em determinadas passagens, uma sucinta repetio do AT (p. 150).II Exegese:V. 14:0 versculo constata que temos um sumo sacerdote. No devemos esperar pela sua vinda. Ele no promessa. Ns o temos. o sumo sacerdote por excelncia e seu nome Jesus Cristo. O sumo sacerdote que agiu em favor do povo o Filho amado de Deus.Na tradio do judasmo o sumo sacerdote ocupa um lugar de destaque. O texto respeita isso, mas limita o papel dos sumo sacerdotes para apontar a funo e posio incomparveis de Jesus Cristo. A Jesus Cristo o texto, no v. 14, d duas qualificaes especiais: Filho de Deus e que penetrou os cus. Nenhum outro sumo sacerdote, desde os tempos mais remotos, nem Aro ocupou posio semelhante. No paralelismo que existe com os sumos sacerdotes na tradio do judasmo, Jesus Cristo mantm um lugar especial, nico e incomparvel.Karl Gerhard Steck v em nossa percope um dos momentos altos de Hebreus e sugere que o autor pretende garantir a Jesus Cristo e f dos cristos em Jesus Cristo a soberania sobre a substncia do AT e que por isso a pessoa de Jesus Cristo supera a tudo e a todos que o antecederam (p. 113). Hebreus ressalta a exclusividade de Jesus Cristo como sumo sacerdote. Toda e qualquer comparao se torna improcedente.Conservemos firmes a nossa f: A temos uma exortao. O autor encarece a necessidade de posio definida. Uma conduta insossa leva o cristo indeciso e acaba no desinteresse.A histria das comunidades da IECLB apresenta muitas situaes de confisso de f, mas tambm de fraqueza. Um exemplo de confisso de f nos do os antepassados que enfrentaram muitas adversidades na vida civil e jurdica, mas permaneceram firmes na confisso da f. Sua firmeza na confisso nos legou IECLB como Igreja de Confisso Luterana no Brasil. Da a exortao: Conservamos firmes a nossa confisso nos aproxima dos irmos que receberam o livro Hebreus.Textos anteriores nossa percope tm formulaes de exortao, vejamos: Importa que nos apeguemos, com mais firmeza, s verdades ouvidas (...) (2.1). Considerai atentamente o apstolo e sumo sacerdote (3.1).O contedo da confisso no arrolado, mas Hebreus faz evidente que o caminho de Jesus Cristo o caminho da salvao. Sua morte o resgate para a reconciliao. Sua exaltao e sua penetrao nos cus o agir do Filho de Deus em nosso favor, aopro nobis. Esse predicado determina a cristologia em Hebreus. E compreensvel que o autor na f em Jesus Cristo exorte os membros da comunidade: Conservemos firmes a nossa confisso. A firmeza na confisso d alegria tambm no sofrimento; d orientao nas dvidas e tentaes; transmite segurana no emaranhado de ofertas religiosas e filosficas que dia a dia martelam nossos tmpanos.A dimenso salvfica da ao do sumo sacerdote Jesus Cristo nos apontada com o testemunho que ele penetrou os cus. Jesus Cristo no necessita, a exemplo dos demais sumos sacerdotes, repetir o sacrifcio. Sua ao no foi simblica. Ele entregou-se a si mesmo. Ela nica. O seu sacrifcio aconteceu uma vez por todas. Da o seu sacrifcio EPHAPAX, isso para sempre (7.27).V, 15: O versculo insiste no testemunho que o nosso sumo sacerdote se compadece de nossas fraquezas. Sofremos, sim, mas no estamos sozinhos. Ele sofreu como ns sofremos. Ele foi tentado nossa semelhana e se envolveu com os problemas da vida humana, esteve exposto s mesmas situaes que nos ferem. Uma diferena existe: Ele ficou sem pecado.Sempre de novo deparamos com a pergunta do porqu da misericrdia do sumo. sacerdote para conosco. Hebreus responde em 2.17: para fazer a propiciao pelos pecados do povo, para socorrer os que so tentados.O testemunho ser tentado, mas sem pecado sofreu muitas especulaes. Foram feitos exames a partir da sociologia e no faltaram anlises psicolgicas. Nada disso contribui para a tarefa do pregador, antes confunde e desvia. No meu entendimento temos a uma confisso de f. E a ela no podemos esmiuar e dissecar com uma sistemtica da lgica humana, pois para essa a prpria cruz continua escndalo.O autor de Hebreus no seu testemunho do ser tentado, mas sem pecado se baseia na tradio apocalptica do AT. Is 53.9 d margem compreenso que o Messias o servo de Deus de quem dito: que nunca fez injustia, nem dolo algum (...) tentado nossa semelhana, mas sem pecado. A tradio apocalptica se traduz em 2 Co 5.21 e em especial em 1 Pe 2.22: o qual no cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca.No Getsmani Jesus no buscou a sua glorificao, e sim a do Pai que publicamente declarou: Tu o meu Filho amado. O ser sem pecado no nos distancia de Jesus, antes sua solidariedade conosco nos aproxima de quem nos dias da carne, tendo oferecido, com forte clamor e lgrimas, oraes e splicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa de sua piedade (5.7) se tornou o autor da salvao eterna de todos que lhe obedecem (5.9). O ser sem pecado nos aproxima do servo de Deus que veio a ser o cordeiro inocente e que levou o pecado do mundo. O ser sem pecado fez de Jesus o sumo sacerdote que derramou seu prprio sangue para fazer propiciao pelos pecados do povo (2.17), o levou a penetrar os cus (4.14) e abrir o acesso ao trono da graa (4.16).Hebreus, na tradio apocalptica, mostra intencionalmente a semelhana de Jesus com as nossas fraquezas. As lgrimas, a dor, o sofrimento de Jesus se identificam exatamente com as situaes da minha, da tua vida e com a da comunidade toda no seu dia-a-dia. a expresso de solidariedade do sumo sacerdote conosco. Vencer o desnimo, no abandonar a confiana(10.35), restabelecer as mos cadas e os joelhos trpegos (12.12), vencer a incredulidade e perverso (3.12) so situaes de tentao e de fraqueza que Jesus reparte conosco. A elas resistiu com dor e lgrimas, chegando a suar sangue e ficou sem pecado. A vivncia de todas essas situaes faz com que o sumo sacerdote Jesus Cristo tenha toda compreenso para a dimenso difcil do homem em sofrimento, em tentao e acometido de fraqueza.V. 16: A percope se concentra no v. 16 e chega no trono da graa ao seu auge. O testemunho que o sumo sacerdote Filho amado de Deus que penetrou os cus, que sofreu e foi tentado nossa semelhana, que ficou sem pecado, se concentra na mensagem do trono da graa. Todas as declaraes sobre Jesus Cristo convergem na aberturado caminho para o trono da graa. Nascimento, vida e ao de Jesus Cristo desde a manjedoura at a cruz, sua morte, ressurreio e penetrar os cus tm a finalidade de nos levar ao trono da graa. a obra da salvao de Jesus Cristo. a reconciliao como transformao do velho homem em novo homem. Toda obra de Jesus Cristo tem por objetivo a propiciao dos pecados do povo e lev-lo ao trono da graa. O Filho amado de Deus o servo que tornou-se o resgatador, derramando o seu santo e precioso sangue em sacrifcio nico. O seu sangue foi, usando um quadro conhecido no culto de Israel, aspergido no trono do santo Deus. Na cruz pagou a culpa dos homens e o trono do juzo de Deus veio a ser o trono da graa de Deus para os que crem. Ali sempre de novo encontramos misericrdia.O v. 16, na linha da exortao, nos convida: Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graa, a fim de recebermos misericrdia e acharemos graa para socorro em ocasio oportuna.Lutero declarou: Quem estiver assustado com a sua condenao no tem outro refgio seno na cobertura que Jesus Cristo lhe d. Ele o sumo sacerdote, somente em sua humanidade estamos salvos e defendidos do juzo (p. 75). Em outra passagem de sua preleo sobre Hebreus, para enfatizar a cobertura e proteo, Lutero traa paralelos da ao de Jesus Cristo com o amparo de Deus citado no Salmo 91.4: Cobrir-te- com as suas penas, sob suas asas estars seguro. Lutero tambm menciona Ml. 4,2 na mesma linha de pensamento: Mas para vs outros que temeis o meu nome nascer o sol da justia, trazendo salvao nas suas asas. Mateus 23.37: Quantas vezes quis reunir os teus filhos, como a galinha que ajunta os seus pintinhos... para Lutero se ressalta o pensamento da cobertura, proteo, de socorro contra a condenao que o sumo sacerdote assumiu em favor do povo.Referente ao trono da graa, Lutero declara: Ns nos podemos achegar ao trono da graa porque temos o sumo sacerdote Jesus Cristo. J que temos o sumo sacerdote, mesmo o escolhido entre os homens constitudo em favor dos homens (p. 77). Lutero ainda conclui: A disponibilidade para os outros e no para si mesmo a natureza do sumo sacerdote (p. 79).III Meditao: Auxlios homilticos para a prdica1) Conceitos chaves do texto2) Jesus Cristo, o sumo sacerdote, o reconciliador3) A compreenso da exortao em Hebreus1) Conceitos chaves do texto: O texto gira em torno do conceito sumo sacerdote Jesus Cristo. Ele o Filho amado de Deus, o Cristopro nobis. Toda fundamentao teolgica parte desta compreenso. a mensagem central de Hebreus e deve ser levada no domingo Invocavit comunidade. O conceito Cristopro nobisquer ser desdobrado a partir da figura do sumo sacerdote. O pregador pode usar muito bem este quadro para informar os ouvintes do papel importante do sumo sacerdote exatamente na nsia do povo por reconciliao. vlido lembrar que a ao do sumo sacerdote estava no sacrifcio de animais cujo sangue aspergia no trono santssimo, no dia da expiao ou festa da reconciliao. A festa, a mais importante entre os israelitas, era comemorada uma vez durante o ano com muito alarde e pompa. O povo participava em grande nmero. A festa se concentrava no templo de Jerusalm. O povo vinha de longe. O ponto culminante do acontecimento se dava com o aspergir do sangue do animal sacrificado no trono santssimo, a parte mais ntima do templo e vedada aos demais sacerdotes e povo. Este ato, anualmente repetido, significava o perdo dos pecados do povo e o sumo sacerdote, em representao e em nome do povo, era o oficiante.O texto quer ressaltar que Jesus Cristo, o sumo sacerdote por excelncia, incomparvel e nico sumo sacerdote em todos os tempos, pois ele no sacrificou um animal para aspergir o seu sangue no trono santssimo, no buscou nem usou algum substituto, mas entregando-se a si mesmo, derramou o seu prprio sangue para o perdo dos pecados do povo. Com o derramamento do prprio sangue Jesus aplacou a ira de Deus, pagou a culpa dos homens. No se trata, a exemplo do procedimento dos demais sacerdotes, de um ato simblico a se repetir, mas de um ato nico, uma vez por todas e por isso para sempre. O derramamento do seu sangue na cruz reconciliao EPHAPAX, isto , para sempre (7.27).A prdica necessariamente esclarece comunidade que Jesus Cristo, o sumo sacerdote por excelncia, entregou-se, derramou o seu sangue na cruz, uma vez por todas, para trazer a paz, a reconciliao, a graa de Deus para o povo. Com o sacrifcio de Jesus todos os tipos de sacrifcios, tentativas de conquista da reconciliao perderam seu sentido, so nulos, inteis e constituem um menosprezo de quem derramou o seu sangue para nos abraar com a sua graa.2) Jesus Cristo, o sumo sacerdote, o reconciliadora) A estrutura pecaminosa do homem suscita, sempre de novo, a dvida, a insegurana e a desconfiana. Ela se apresenta sutilmente como tentao para nos seduzir a atitudes que no s prejudicam a ns mesmos, mas tambm a terceiros. Com isso a pergunta que Lutero definiu com as palavras; Como hei de encontrar um Deus misericordioso? surge como uma constante de gerao em gerao. Ela perpassa com as mais diversas variantes a histria da humanidade.No culto de Israel o sacrifcio de frutos da terra e de animais, desde a pomba at o animal de grande porte, visava aplacar a ira de Deus e buscar no seu perdo o beneplcito de Deus. As religies da poca, veja o gnosticismo, tinham na oferta do perdo pelo sacrifcio de animais o seu momento alto. Era a oferta da libertao do sofrimento e do medo com a promessa de perdo e de paz. Para conseguir esse objetivo, os homens usaram expedientes dos mais cruis e tresloucados. No faltaram, como nos conta a histria da religio e cultura dos povos, orientaes religiosas que partiram para o sacrifcio de vidas humanas. Escavaes em construes da velha Babilnia acusam que em pores se encontraram crianas que foram colocadas nas paredes de edifcios. Crianas, oferecidas como sacrifcio vivo aos deuses para apazigu-los, morreram de fome e por asfixia. A busca de garantias para a paz, perdo e segurana pessoal fez com que pessoas se tornassem criminosas. Em nome da paz pessoal, pessoas praticaram crimes horrveis.b) Cito, para caracterizar a atitude evanglica, duas experincias que se contam do escritor Dostojewski. O escritor, cristo confesso, fez o que o superior do Convento Staupitz recomendou ao monge Lutero: Deves olhar para o homem Jesus Cristo. E Dostojewski colocou sua esperana em Jesus Cristo. Conta-se que ao morrer, o escritor russo manifestou dois pedidos:1. Pediu que lhe lessem a histria do batismo de Jesus. Nela reconheceu a humildade de Jesus que sem alarde vai com o povo magem do Rio Jordo para receber como os demais o batismo. O acontecimento lhe mostrou como Jesus se integra no povo, assume e participa da vida do povo. A humildade e a sujeio de Jesus fraqueza dos homens significavam para o moribundo sua identificao com os homens, que sua humildade de servo enalteceu Jesus como Filho de Deus.2. O filho prdigo foi a segunda histria bblica que Dostojewski no leito de morte queria ouvir. Ele se concentrou na confisso do filho: Pai, pequei contra o cu e diante de ti. Na confisso se espelha a pergunta pelo Deus misericordioso. O filho no recorre a artifcios, chegou ao fim e reconhece que o nico caminho que o pode salvar da misria voltar ao Pai. Ele vai ao Pai, marcado pela humildade e pelo arrependimento. Ele se lana nos braos do Pai que em Jesus Cristo nos abraa com o seu amor.c) A nossa vida de f est sujeita a dvida e tentaes. A impacincia se pretende instalar como companheira. Insegurana nos desequilibra. O autor de Hebreus nos vem a ser um exemplo de pessoa que conhece de perto essas situaes de sufoco e provas de fogo. Ele recorre ao trono da graa. No perde tempo com promessas humanas, mas vai para junto do homem da redeno. Nele est a resposta para todos que perguntam pelo Deus misericordioso. O trono da graa a misericrdia e o socorro em tempo oportuno.Hebreus, em sua linha clara do Cristopro nobis, nos exorta constantemente para no perdermos tempo nem prendermos nossa esperana em promessas humanas. Somos convidados a manter firmes nossa confisso. As promessas humanas desmoronam e camos na solido e no abandono. Mas, olhemos para o homem Jesus Cristo, o sumo sacerdote que nos leva ao trono da graa!d) Os homens constroem artifcios para alimentar sua esperana. A entidade internacional conhecida como Clube de Roma, composta dos maiores experts da cincia, prendeu a ateno e a esperana do mundo assustado com o rpido consumo das reservas naturais, com uma verdadeira exploso demogrfica que provoca fome crescente para a humanidade. A esperana que muitos mantinham no Clube de Roma, que devia apresentar solues para os diversos problemas, se frustrou. O Clube de Roma nos pintou um quadro assustador e carregado de desesperana. Mudar o quadro somente possvel com a superao da ganncia, da explorao do homem pelo homem. evidente que os homens corruptos, opressores e exploradores nada tm a oferecer como soluo em situao de desespero. Muitos, desiludidos com o Clube de Roma, foram buscar esperana e solues na filosofia de Marx e Engels. Novamente prenderam sua esperana em promessas humanas.A teoria nos induz a crer que o homem capaz de criar uma sociedade onde reina paz, justia e fraternidade. Onde algo parecido acontece? Isso no ocorreu em nenhum pas do mundo marcado e orientado pela doutrina de Marx e Engels. semelhana dos pases governados pelo conceito econmico do capitalismo, a discriminao e a explorao do homem pelo homem so marcas deplorveis. A tese do lucro discrimina, divide e marginaliza e gera misria, pelo menos o faz na Amrica Latina. No vejo na ideologia de Marx e Engels nem na promessa do capitalismo esperana de paz e de justia social. A esperana por novo cu e nova terra a partir da ao humana est fadada ao desastre. O esquecimento que o homem pecador, deixando de lado a verdade que o apstolo Paulo resume nas palavras: Porque no fao o bem que eu quero, mas o mal que no quero, esse fao (Rm 7.19) nos lana no emaranhado da autojustificao, dos mritos prprios, da busca da glria e coloca o germe da corrupo.Considero perigoso que o pregador, mesmo imbudo da melhor das intenes, faa declaraes semelhantes a que li na circular do Bispo Izidoro Kosinski, de Trs Lagoas, de 21.12.84: Depositamos a nossa esperana na organizao do povo, unidos nos seus sindicatos, associaes, comunidades, etc...., nico caminho para a construo de uma sociedade onde reinar a paz, a justia e a fraternidade. Tais declaraes provocam a compreenso como se a soluo dos problemas scio-polticos dependessem somente da organizao e das estruturas. No simplesmente a organizao do povo, mudana de sistemas e de estruturas que nos trazem uma sociedade onde reinar a paz, a justia e a fraternidade. Temo que declaraes como a acima citada iludam o povo, cimentando a compreenso que a simples organizao do povo, mudanas de estruturas e sistemas j tragam justia, paz e fraternidade para a sociedade. O problema no muito mais grave e profundo? Tais colocaes no prendem o povo em promessas humanas? E as promessas humanas, exatamente na compreenso da percope, no so falhas? A esperana por justia, paz e fraternidade nos vem do Evangelho da salvao em Jesus Cristo. O homem, marcado pelo pecado, no faz o bem que quer, mas o mal que no quer, esse ele pratica. O verme do pecado derrota o homem quando pe a sua esperana na conquista humana. A segura e certa esperana vem do centro do Evangelho de Jesus Cristo que a teologia luterana expressa na doutrina da justificao por f. O homem reconciliado com Deus compromissado com o servio em amor. Entendo que as estruturas, o sistema e a organizao do povo devem expressar a reconciliao e saber-se a servio da verdade, justia e da paz de Deus. Jamais podemos esquecer que neste mundo cado toda a organizao, estrutura e sistema sofrem o impacto da realidade do homem que justo e pecador ao mesmo tempo. No a organizao, nem as estruturas, nem o sistema em si, mas o Cristo pro nobis a esperana para a justia, a paz e a fraternidade. Isso deve estar muito claro para o pregador da Boa Nova da salvao em Jesus Cristo e deve ser colocado por ele na sua incumbncia de atalaia e na sua atividade pastoral, quando participa da organizao do povo, da formao de sindicatos e entidades congneres.e) Tal vez o prezado leitor pense que estou chovendo no molhado, que este procedimento normal. Cuidado, meu caro colega! Tenho muitos contatos com as comunidades das mais diversas reas geogrficas da IECLB e mais e mais me confronto com a acusao que estamos embaralhando a mensagem; que o bvio, o normal no est sendo pregado; que o engajamento da comunidade em questes da vida pblica, nos problemas da sociedade pertence ao mandato do Evangelho de Jesus Cristo no devidamente esclarecido e, consequentemente, surge a pesada acusao que se difunde hoje na IECLB uma mistura de Evangelho-social-poltico. Alerta, meu prezado colega. S atalaia contigo mesmo. Examina o teu posicionamento teolgico. Levas a Comunidade a confiar em promessas humanas ou ests evangelicamente apontando para Jesus Cristo, o sumo sacerdote que penetrou os cus e que abriu para os que nele creem o aceso ao trono da graa? Pois a nossa esperana est no Filho de Deus que se compadeceu de nossa fraqueza; que derramou o seu sangue pela propiciao dos pecados do povo.Exatamente nessa situao Hebreus nos alerta para no prendermos nossa confiana e esperana nas promessas humanas. Essas, por mais promissoras e bem intencionadas que sejam, esto marcadas pelo pecado do homem. Olhemos, portanto, para Jesus Cristo, o sumo sacerdote que entregou-se a si mesmo pela propiciao dos pecados do povo, penetrou os cus e abriu o caminho para o trono da graa!3) A compreenso da exortao em Hebreus:1) A exortao em Hebreus deve ter seus motivos. Quais podero ser as razes para tanto? Pensamos, obviamente, na existncia de certos riscos para a comunidade. No contexto vivencial surgiram perigos, dificuldades e tentaes que ameaavam a caminhada da comunidade. Hebreus no cita os motivos. Mesmo que a falta de registro dos perigos existentes deixe a situao um tanto vaga, a poca em que Hebreus foi escrito nos d algumas dicas para interpretar e entender melhor as circunstncias devida que provocaram a situao tensa para os membros. Aceita-se na literatura que os cristos na poca de Hebreus eram perseguidos pelo estado romano; que o culto ao imperador, exigido de todos os cidados, representava um dos grandes entraves e ameaa. Havia, portanto, um profundo choque entre a mensagem evanglica e a religio pag oficial do estado romano, consequentemente os cristos eram preteridos e perseguidos. Enquanto que uns sofriam o martrio, outros membros se refugiavam ou at renegavam a confisso de Jesus Cristo. Nesta situao o conforto espiritual foi indispensvel. Entendo que a exortao foi uma atitude pastoral para fortalecer os cristos na f e na esperana.2) Sabemos tambm que o gnosticismo era muito difundido no Oriente-Mdio e tinha larga penetrao no Imprio Romano. A confrontao com essa orientao filosfica representava uma ameaa para muitos e, provavelmente, comeou a perturbar membros da comunidade. Os gnsticos afirmavam que a vinda do Salvador quebraria em definitivo o poder da morte, que a libertao do corpo representaria a libertao da alma. E Hebreus enfrenta esta situao com a mensagem da ao de Jesus Cristo em favor dos pecadores. Da entendemos a linha clara de Hebreus com a sua nfase sobre o conceito do Cristo pro nobis. Jesus Cristo o resgatador. Um outro toma o nosso lugar. Um outro sofreu por ns o juzo. Jesus Cristo entrou por ns na brecha.Com esta compreenso Hebreus sublinha uma linha mestra da mensagem evanglica. Jesus assume o juzo da morte como consequncia do pecado humano e liberta o homem todocorpo e alma, na reconciliao acontecida na cruz, onde ele, aceito por Deus como resgate, morreu em favor de todos. A libertao, portanto, ddiva e no conquista de um pretendido aperfeioamento humano.3) O fato da insistncia na exortao (13.22) nos leva a admitir que os irmos daquela poca entraram numa fase de cansao e desnimo (12.13). Tambm a incredulidade se apresenta como entrave na vida comunitria e no testemunho (3.12).A realidade de hoje mostra paralelos significativos com a situao enfrentada por Hebreus. Isso no nos deve servir de consolo, muito menos de justificativa. Registramos em nosso meio muito cristianismo de interesse, de status social. No faltam o cansao, o desinteresse nem a incredulidade. Antes, isto sim, nos deve servir de alerta. Devemos admitir que este estado de coisas indica velhos inimigos da f. So os responsveis pela letargia que se instalou em muitas comunidades. Encobrem a verdadeira compreenso e chamado para a misso da comunidade. Prejudicam a vivncia do servio cristo e afastam o membro da comunidade, o que prejudica a comunho. Os membros desaparecem dos cultos, das reunies e deixam de participar ativamente na comunidade. A lei do menor esforo ganha muitos adeptos. Mesmo que haja motivos para crticas, essas so usadas, seguidamente, para justificar o afastamento. Por isso deixam de ser crticas construtivas de quem, engajado na comunidade, visa o bem, a unio, o testemunho da comunidade.4) H uma enorme escala de motivos. Contudo o pregador deve ter o cuidado para no cair no legalismo. importante que se veja isso e que o pregador leve a comunidade a entender o desfecho perigoso para o membro e a comunidade que uma conduta alienada traz consigo.A exortao em Hebreus no tem o sentido de uma ordem, de comando. A atitude do autor no a de um sargento que exercita soldados sob o seu comando. O texto uma pregao carregada de sensibilidade poimnica. Antes, a exortao vem a ser expresso da mais profunda gratido e de alegria que explodem no desejo ardente que outros saibam, entendam e recebam a mensagem da misericrdia de quem penetrou os cus e abriu o caminho para o trono da graa. A exortao conclama para que todos recebam e participem da ddiva da graa. Vejo na exortao de Hebreus o chamado participao e a oferta de integrao de fazer uso da ddiva da graa. A exortao quer ser convite para que confiadamente nos acheguemos ao trono da graa. No trono da graa encontraremos misericrdia, teremos socorro nas tentaes, no sofrimento e angstia.A exortao oferta de graa para que todos tenham vida. Sinto a dimenso pastoral da exortao como se Hebreus nos dissesse: Gente, vocs se debatem com a pergunta pela salvao, onde encontrar perdo! A est o caminho da verdade e da vida, a est a libertao; a, em Jesus Cristo, o sumo sacerdote, que penetrou os cus, nos dado o trono da graa. Vamos para junto de Jesus Cristo e teremos misericrdia, perdo, socorro e vida nova.O trono da graa a resposta para a pergunta que vai de gerao em gerao e que foi formulada pelo reformador Martim Lutero: Como hei de encontrar um Deus misericordioso?5) Hebreus deve ter sido escrito por um homem rico na experincia de f que passou pelo sofrimento, sentiu e avaliou o terror da tentao. E, por isso, to significativo e tem sua ampla validade para ns hoje. Hebreus atualssimo em seu testemunho. Ele fala a mim e a ti, se refere aos meus e aos teus problemas, um exemplo de f nas minhas e nas tuas angstias. Depende somente de ns dois agarrar a ddiva da graa que nos oferecida. Deus fez tudo. Jesus Cristo sofreu tudo e espera por ns no trono da graa. Hebreus no desenvolve uma teoria, mas prega a salvao em Jesus Cristo como verdade evanglica. Agarremo-nos a ela onde estivermos. No percamos tempo, assim a exortao nos alerta, nos chama e convida.IV Subsdios Litrgicos:1. Confisso dos pecados: Santo Deus e Pai, Jesus Cristo, o teu Filho amado participou e assumiu a nossa fraqueza. Na tentao e no sofrimento solidarizou-se conosco. Tu o fizeste o sumo sacerdote que uma vez por todas, derramando na cruz o seu prprio sangue pela propiciao dos pecados do povo. Ele penetrou os cus e nos leva presena do teu trono da graa! Assim, Deus e Pai, sabemos da oferta de socorro em tempo oportuno, quando tristeza, medo e culpa nos castigam. Pecamos, Deus e Pai, contra ti. Mas, em nome de teu Filho amado, achegamo-nos ao trono da graa e buscamos contigo o nosso auxlio. Confiamos na tua Palavra da misericrdia e rogamos: Tem piedade de ns, Senhor! Amm!2. Orao de coletas: Iniciou-se, Senhor, a poca de tua paixo. Escolheste e seguiste o caminho do sofri mento e do sacrifcio. Assumiste este caminho por amor a ns. Ele te levou cruz. O teu sangue veio a ser resgate e propiciao dos pecados do povo. O Pai, em sua misericrdia, aceitou o teu sacrifcio e nos libertou da condenao. Agradecemos-te e louvamos o teu santo nome. D-nos agora, o silncio e a ateno necessrios para ouvir a mensagem da tua Palavra que nos ensina o caminho da verdade e da vida. Pai, a tua Palavra fortalece nossa confiana em ti e alimenta a esperana que tu, abrindo o acesso ao trono da graa, nos ds o socorro em tempo oportuno. Amm!3. Orao final:Senhor Deus, Pai celeste, te agrademos de todo corao por nos teres dado o sumo sacerdote Jesus Cristo e com ele o Mediador. Na tentao e sofrimento se solidarizou conosco. Esta certeza nos anima a viver e nos compromisso para servir aos que sofrem e so carentes. Ajuda-nos, tambm no amanh, a ver as dificuldades dos irmos. Lava-nos mente, corao e olhos para enxergarmos o sofrimento silencioso dos humildes e de tantos outros que no confronto com a dor, a culpa, divergncias, omisses e egosmo esto abalados. Deixa-nos praticar o servio cristo como resposta obediente da f no sumo sacerdote Jesus Cristo que nos trouxe a propiciao dos pecados. Fortalece nossa confiana em ti para que no nos desviemos da tua Palavra, seguindo promessas humanas. Anima-nos na esperana que h em ti como Senhor e Salvador do mundo. Sustenta mos que ajudam e ps que nos levam ao encontro de pessoas. Une mos em orao de intercesso em favor dos que o sofrimento silenciou, que a doena transformou em pessoas amargas e que a morte de um ente querido levou a emudecer. Renova, dia aps dia, a confisso que tu s a nossa esperana na vida e na morte. Amm!