esacto ediçao 22

16
Edição nº 22 Novembro de 2011 Preço: 0.20 esas.

Upload: esacto-esa

Post on 28-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

esacto ediçao 22

TRANSCRIPT

Page 1: Esacto ediçao 22

Edição

nº 22 N

ovemb

ro de 2

011Pre

ço:0.2

0 esas.

Fotoreportagem"Circulando"

pg.8/9

pg.1 4/1 5

RegrESAndo

Conhecer a realidade,o que é verdade

Gala Jack Petchey

O Poder da PalavraDivina

EsaFilosofia

Sair da zona deconforto ...

"VAM" - a História deum "roubo" de sal

Entrevista comProfessor Paulo Moreira

" A mediocridade nãotraz felicidade"

Para ler, ouvir, ver

InVerso

Passatempos

InDiálogo comPaulo Moreira

Page 2: Esacto ediçao 22

Editorial

OESActo está de regresso para mais um ano

lectivo na Escola Secundária de Albufeira.

Ultrapassando várias provas, como a constituição

de uma nova equipa de trabalho, a remodelação

do Clube de Jornalismo, a mudança de aspecto

gráfico e até a modernização tecnológica, esta

edição marca o regresso do Jornal. Se existe ainda algum desafio

transversal, é, sem dúvida, o novo acordo ortográfico, ao qual o

Jornal terá de aderir. Porém, por enquanto, os nossos caros

leitores podem estar tranquilos e não se questionar com o “ ano

letivo” ou o “aspeto gráfico”!

Cá estamos, então, com a nova equipa de trabalho, constituida por

alunos que de uma ou de outra maneira se identificam com o

trabalho de um jornalista. Alguns deles estrearam-se já nesta

edição! Todas as seguintes serão a não perder! Perante eles

coloca-se um grande desfio, visto que as suas aprendizagens

durante este ano lectivo revelar-se-ão fulcrais para que o ESActo

possa abrir as suas portas em Setembro de 201 2. Nenhum de nós,

alunos do 1 2º ano, poderá estar presente nesse momento, porém

toda a nossa confiança e fé se vê depositada nestes novos

membros do clube, que mais tarde serão os responsáveis pelo seu

êxito.

Não podia deixar de mencionar, as grandes mudanças e

melhoramentos que surgiram no Clube de Jornalismo como

resultado de um esforço e de um “idiotismo” (ou seja, conjunto de

ideias) mútuo. O ESActo tornou-se mais acolhedor, mais famil iar,

com um ambiente mais propício e apelativo ao trabalho. Contudo,

não foram apenas as mudanças exteriores que o marcaram.

Também o seu aspecto mudou. Cabe-vos a vocês, aprovar as

novas tendências visuais!

Finalmente, gostaria de dizer, que esta primeira edição, não está

subordinada a um tema concreto, tendo apenas uma referência de

temática, que é a Arte de Ler e Escrever. Por último, toda a equipa

do ESActo quer demonstrar um especial agradecimento ao

patrocínio da Fundação Jack Patchey, aos professores que têm

aliciado alunos para a causa jornalística, mas também àqueles

que, acreditando no jornal escolar, continuam a escrever como

colaboradores. E assim o ESActo pode recuperar forças, crescer

e afirmar-se!

Sejam esactos!

Coordenadora do Clube de Jornalismo

Olga Dryuchenko

2

RegrESAndo!

Page 3: Esacto ediçao 22

3

Em foco

Conhecer a realidade,filtrar o que é verdade...

Atravessamos um problemano panorama informativoque não tem a ver com a falta deinformação, mas com o excessode mensagens. Somos atacadospor enormes quantidades deinformação trivial, superficial esem lógica, que em nadacontribui para o conhecimento,pelo contrário gera uma espéciede ruído, uma poluição que nosconfunde.A um jornalista, a um bomjornalista, cabe a função derecolher e selecionar

RegrESAndo!

A Ana Pereira é hoje

aluna do curso de

comunicação social, na

Universidade do Algarve.

Pertenceu, na ESa, ao 1 º

grupo de jornal istas esacto

honestamente a informação,disponibilizá­la às pessoasajudando­as a construir umavisão analítica e crítica sobre omundo em que vivem.Atualmente, tudo é visto segun­do o seu valor de mercado, in­cluindo a notícia. Muitas vezesos critérios de noticiabilidade e aética jornalística são ultrapassa­dos pelo principal objetivo: olucro. Daí que muita da informa­ção que é noticiada pela rádio,televisão ou imprensa não sejanecessariamente verdadeira, mas

obrigatoriamente lucrativa.Creio que esta situação é reversí­vel. Quero continuar a acreditarque podemos ser mais criterio­sos em relação ao que vemos,ouvimos e lemos. Conhecer a re­alidade que nos rodeia, filtrar oexcesso de “poeira” que andapelo ar e que teima em entrar­nos para os olhos. Que seja sem­pre esse o vosso (nosso) propósi­to equipa ESActo: informar e,acima de tudo, privilegiar a ver­dade.

Page 4: Esacto ediçao 22

4

InEsa

Decorreu a 28 do mêspassado, no HotelMontechoro, a Gala Jack Petcheyonde estiveram presentes figurasimportante, nomeadamente o Sr.Presidente da Câmara Municipal,Desidério Silva e o DirectorRegional da Educação. A Galacontou também com a presençade alunos da ESA, quatro dosquais tiveram a honra de ser osapresentadores. Ao tentar saberpormenores da cerimónia, aresposta obtida foi: “Esperempara ver, pois vão surpreender­se.” E realmente assim foi.A Gala começou com umpequeno vídeo que mostravatodos os projectos da Fundação,e apresentava algo mais acercado Sr. Jack Petchey. Soube­se

que a Fundação existe desde1999 e está em Portugal desde2004. Desde aí a ajuda daFundação tem vindo a mudar avida de muitos jovens, commaterial desportivo, escolar,com o desenvolver de algunsprojectos, e muito mais.Mencionou­se também o factode que nos últimos três anos,4500 alunos receberamformação com o projecto“Economia para o sucesso”.De seguida, assustiu­se a váriasapresentações de clubes, escolase associações inscritas noprojecto, como o Imortal ClubeDesportivo e a ESA, e adiferentes tipos de espectáculo.O momento alto da noite foi,

sem dúvida, a entrega dosprémios Jack Petchey aosvencedores. Se, por um lado selamenta que o Sr. Jack Petcheynão pudesse estar presente naentrega dos prémios, por outrolado, todos os vencedores sevêem muito gratos pela sua ajudae colaboração.

Gala Jack PetcheyMarlon Machado e Carolina Antão

Page 5: Esacto ediçao 22

5

Para reflectir

A pergunta é deváriasgerações nas mais diversassociedades. Afinal, o quesignifica a palavra filosofia?Deriva das palavras gregas Philo(amor) e Sophia (sabedoria),pelo que se trata do gosto peloconhecer. Não existe umadefinição única de filosofia,nenhuma teoria está totalmentecerta ou errada. Cada filósofoconcebe a definição de filosofiana sua perspectiva, sendo umresultado da realidade que eleprocura conhecer.Porém, o que é realmente afilosofia?É o questionamento da realidade,procurando as causas e osprincípios das coisas: é a procurado saber.É o acto de pensar livre eracionalmente, no qual sereflecte sobre a realidade. Surgeda necessidade do Homem

explicar o mundo e o sentido dasua existência, pelo que não sesatisfaz com respostas imediatase superficiais, procurandosempre, sem cessar, melhorartodo o saber.Assim, a Filosofia é reflexãocrítica sobre o conhecimento esobre o mundo, um “conjunto derespostas” aos problemas que secolocam.E o que é ser filósofo?Ser filósofo é ter extremascapacidades para se espantar esurpreender, estando aberto anovas ideias e sabedorias. Ofilósofo mantém uma atitudecrítica, questiona o que pareceóbvio e está sempre desejoso desaber o porquê das coisas. Alémdisso, é essencial que um filósofotenha boas capacidades de escritapara que saiba argumentar nadefesa das suas teses.

Prémio de RealizaçãoJack Petchey

Eleição de OutubroIInnêêss PPiirreess,, 1122ºº GGMotivo: É uma alunainteressada e empenhada no seutrabalho enquanto aluna doCurso Profissional de Técnicode Design I/E. Temdemonstrado ao longo do seupercurso escolar grandedeterminação e perseverançapara superar as suas dificuldadese obstáculos. Sempre muitointeressada em aprofundar osconteúdos escolares e culturais,procura junto dos colegas eprofessores participar em todasas actividades da turma.Participou em conjunto com aturma, em vários projectosescolares no âmbito dadecoração de espaços e cenáriose para isso nunca olhou aonúmero de horas ou dias paracumprir com sucesso osobjectivos a que todos se tinhamproposto. Mesmo comdificuldades, durante o decorrerdas actividades, permanecejunto dos seus colegas,mostrando­se disponível paracolaborar com todos. É honesta,responsável e amiga do seuamigo, mas principalmente umexemplo de que com dedicaçãoe empenho todos podemosatingir objectivos.

EsaFilosofia

esafi losofia.blogspot.com

Page 6: Esacto ediçao 22

6

Para reflectir

Diria eu que tem que serassim. Diria porque é aminha opinião pessoal. Talvez aminha e a de mais uns quantosfilósofos muito conceituados.Mas o que é realmenteimportante agora, não é a“filosofiazinha” de cada um denós nem o que diz este ouaquele livro de capa verde, azulou aos quadradinhos. Vou dizerumas quantas verdades.Atenção! (Não é nenhumahistória de amor, olhem para otítulo e certifiquem­se disso.)Ora,Verdade 1 – “É absolutamentenecessário sair da nossa zona deconforto.” Abandonar o sofá,desligar o bendito docomputador, atirar o telemóvelpara a reciclagem. Por outraspalavras ­ Nós precisamos dedesafios! Desafios que nosfaçam pensar: Eiiich, e o que éque faço agora? Pensar é oponto de partida para evoluir,para deixar de ser inerte (equem não sabe o que significaisso, vá ao dicionário!). Pensar éo nosso top número 1. Vejam as

vantagens: não requer muitotempo, incrementa a quantidadede estímulos cerebrais e, comotal, revela­se como factorindispensável para a construçãodo nosso futuro. Ora, daquideriva aVerdade 2 – “É absolutamentenecessário destruir paradigmas.”Dizia um jovem­universitárioque conheci este verão emCoimbra (pessoa que deve tersaido muito da sua zona deconforto há uns anos atrás!). Éfulcral descartar velhos hábitos,que enraizados atrofiam otrabalho dos vossos neurónios (edos meus também!). Vamosseguir os passos de FernandoPessoa, mesmo que ele sejaconsiderado louco, e as suasobras descabidas. Sejamosvanguardistas, mesmo que asociedade nos considereabsurdos. Finalmente aVerdade 3 – “ É absolutamentenecessário combater amediocridade.” Para abrir novoshorizontes, temos que sair damediania. Volto a dizer que éfácil. Porém, para tal, as

verdades 1 e 2 não podem serignoradas. Apelo­vos a deitar umolho ao livro verde, azul,vermelho, aos quadradinhos, aosriscos, aos losangos, ao Jornaldas Notícias e aos conselhos dequem tem formação para tal.Sejam diferentes, isso dar­vos­áa possibilidade de sedistinguirem no meio da massacinzenta. Não se conformem,destruam barreiras! Elas existempara serem quebradas por novasideias! Sejam “idiotas!” (ou seja,tenham muitas ideias!). Façam­se à vida, que a morte é certa!Façam mais, para ser mais!E, dito isto, o dever chama­me!Vou continuar a sair dosparadigmas, a combater a zonade conforto e a... inovar contra amediocridade? Diria eu que temque ser assim. Diria eu porque éa minha opinião pessoal, agoraformem a vossa!

IInnoovveemm ee tteennhhaamm eemm ccoonnttaa qquueeppeennssaarr –– ddóóii,, aaoo pprriinnccííppiioo!!

Sair da zona de conforto,

destruir paradigmas

e combater a

mediania.

Olga Dryuchenko 1 2ºD

Page 7: Esacto ediçao 22

7

Por dentroComunicar Ciência

Há cerca de 5,6 milhões deanos o actual Estreito deGibraltar fechou impedindo acomunicação do MarMediterrâneo com o oceanoAtlântico. O Mar Mediterrâneoassim isolado quase secou o queconduziu ao aumento dasalinidade das suas águas e àformação de grandes quantidadesde minerais evaporíticos, como ogesso e a halite, eventoconhecido como Crise Salina doMessiniano.Passados cerca de 300 milhõesde anos, as chamadas cheias pós­Messinianas reabriram o Estreitode Gibraltar e as águas dooceano Atlântico voltaram aentrar para o Mediterrâneo.Actualmente, as águas doMediterrâneo são bastante maissalgadas do que as do OceanoAtlântico, pelo que ao passar oEstreito de Gibraltar afundam­se

sob o fluxo constante de águaatlântica que entra noMediterrâneo e formam umacorrente de água intermédia,quente e muito salgada,designada Veia de ÁguaMediterrânica (VAM). Estacorrente é responsável pelotransporte de águas quentes emais de 300 000 toneladas de salpor segundo para o OceanoAtlântico.No Golfo de Cádiz a VAM édeflectida para norte, emdirecção ao talude continental eactua como uma corrente decontorno ao longo da margemcontinental. A VAM sulca ofundo do mar sendo responsávelpela formação de váriasestruturas erosivas e dedeposição.Para ajudar na compreensão dosfenómenos associados com aabertura do Estreito de Gibraltar,

VAM – a históriade um “roubo” de salGrupo BioGeo: Professor Rui Chaves

a formação da VAM e a suainfluência nas variações do níveldo mar e nas oscilaçõesclimáticas do passado irárealizar­se a Expedition 339 doIODP (Integrated Ocean DrillingProgram). Esta expediçãointernacional que decorrerádesde o dia 17 de Novembro atéao dia 17 de Janeiro 2012, iráproceder a várias perfurações esondagens para a recolha desedimentos do Golfo de Cádiz eregião sudoeste da margemcontinental portuguesa. A bordodo Joides Resolution estará oprofessor de Biologia eGeologia da escola secundáriade Loulé, Hélder Pereira, quenas suas funções de EducationOfficer, se disponibilizará paraos alunos e professores quequeiram participar, por exemplo,por videoconferência, noprojecto.

Page 8: Esacto ediçao 22

8

Na 1ª Pessoa

DDiirriiggee oo ccuurrssoo ddaass AArrtteess ddooEEssppeeccttááccuulloo.. QQuuaaiiss ffoorraamm aassrraazzõõeess qquuee oo lleevvaarraamm aa ddeeddiiccaarr­­ssee aaoo eennssiinnoo ee ffoorrmmaaççããoo ddeejjoovveennss aarrttiissttaass,, aassssuummiinnddoo aaggrraannddee rreessppoonnssaabbiilliiddaaddee nnaaffaacceettaa ddoo DDiirreeccttoorr??Comecei a trabalhar em teatro hácerca de 15 a 20 anos. Comoprofessor descobri que havialugar curricular para o teatro nadisciplina de Oficina deExpressão Dramática.Recentemente, ao abrigo doprograma de NovasOportunidades, o governoautorizou que as escolas públicaspudessem também oferecer oscursos das escolas profissionais,o que antes não era permitido. Apartir dessa altura surgiu umaoportunidade para abrirmos umcurso de Artes do Espectáculo.Houve um apoio por parte daDirecção, nomeadamente porqueexistiam no quadro da escoladuas pessoas – eu e o professorLuís Miranda ­­ quetrabalhávamos com a companhiaprofissional do Algarve, aACTA. De algum modo aDirecção considerou que

estavam reunidas as condições,visto que nós éramos a ligação egarantia entre a escola e o mundoprofissional. Foi tambémconsiderado que eu seria apessoa indicada para ocupar ocargo do Director do Curso vistoque eu já o era com o CursoTecnológico de Acção Social quetinha uma disciplina chamadaTécnicas de Expressão eComunicação que eu leccionava.CCoommoo éé qquuee ssuurrggiiuu aa nneecceessssiiddaaddeeddee ccrriiaarr uumm ccuurrssoo pprrooffiissssiioonnaallddaass AArrtteess ddoo EEssppeeccttááccuulloo eemmAAllbbuuffeeiirraa??Abriu­se este curso na ESAporque, se esta não oferecesseeste curso e se os alunos oquisessem frequentar, teriam dese deslocar a Lisboa. E é nessesentido que a ESA e a escolaPinheiro e Rosa, de Faro,oferecem este curso.EEssttee ccuurrssoo ffuunncciioonnaa hháá 44 aannooss..CCoonnhheeccee­­oo nnaa íínntteeggrraa,, qquuaall éé sseeuuffuunncciioonnaammeennttoo,, ssaabbeennddoo qquuee ééuumm ccuurrssoo pprrooffiissssiioonnaall??Os cursos profissionais têm um

leque de disciplinas comuns atodos eles, as chamadasdisciplinas gerais. Este cursoengloba mais três disciplinasespecíficas teóricas: Psicologia,Historia e Cultura das Artes eDramaturgia. As disciplinas quesão estritamente característicasdesde curso são Interpretação,Movimento e Voz. Para alémdisso, o curso integra umacomponente de estágio.QQuuee ffuuttuurroo éé qquuee ooss sseeuuss aalluunnooss,,ffiinnaalliissttaass ddoo CCuurrssoo ddeessttee aannoolleeccttiivvoo,, ppooddeemm eessppeerraarr??Como director do curso, estou atentar reunir esforços paraencontrar um estágio digno, oque está a ser difícil este ano,devido à conjunturasocioeconómica do país. Deresto, eles próprios terão deconstruir o seu futuro.DDeeppooiiss ddee aaccaabbaarreemm oo CCuurrssoo,, oossaalluunnooss vvããoo aapprreesseennttaarr aa ssuuaa PPAAPP,,ee eennttrraarr nnoo mmeerrccaaddoo ddee ttrraabbaallhhoo..TTooddaa aa eexxppeerriiêênncciiaa qquuee ttêêmmpprroovvéémm ddooss eessttáággiiooss qquueerreeaalliizzaarraamm.. QQuuaaiiss aass iinnssttiittuuiiççõõeessqquuee ooss aallbbeerrggaamm dduurraannttee oo

A vida vai se

construindo, e,

como diz António

Machado, traduzido

para português:

"Caminhante, não há

caminho, faz-se o

caminho ao andar".

InDiálogo comPauloMoreira

Page 9: Esacto ediçao 22

9

Na 1ª Pessoaeessttáággiioo??É suposto que a parte final doestágio, no 12ºano, assuma aforma de uma estruturaprofissional neste domínio detrabalho de actor, regra geraltrabalho de teatro, mas poderásurgir a hipótese de cinema ouTV, esta última altamenteimprovável no Algarve. O anopassado foi a primeira vez quetivemos alunos em estágio.Metade deles esteve a fazerestágio na ACTA, numa peçaque foi apresentada aqui emAlbufeira («O Primeiro») e aoutra metade esteve numaestrutura profissional ou semi­profissional, a Companhia deTeatro Contemporânea, tambémsediada em Albufeira, queapresentou o espectáculo «OMarinheiro». Este ano aindaestou a desenvolver contactos,mas não estou ainda a terrespostas, não sei o que iráacontecer.

QQuuaall éé aa eemmpprreeggaabbiilliiddaaddee ddeesstteeccuurrssoo?? QQuuaall ffooii oo ddeessttiinnoo ddoossffiinnaalliissttaass ddoo aannoo ppaassssaaddoo??Existe algum, mas pouco,mercado de trabalho no Algarve,mas não há um mercado tãogrande que se possa garantir aosalunos que há emprego paratodos. Aliás, haverá empregopara os bons e que estejamdisponíveis para isso. Emrelação aos alunos queterminaram o curso o anopassado na ESA, que eu saiba,nenhum deles trabalha na área, etambém nenhum decidiuprosseguir estudos superiores,optaram todos por tirar um ano.NNoo pprróóxxiimmoo aannoo lleeccttiivvoo,, vvaaiirreecceebbeerr ooss jjoovveennss ddee 1100ºº aannoo qquueevvããoo eennttrraarr ppeellaa pprriimmeeiirraa vveezznnuummaa EEssccoollaa SSeeccuunnddáárriiaa.. QQuuaaiissssããoo aass ssuuaass eexxppeeccttaattiivvaass??PPrreetteennddee eexxeeccuuttaarr aallgguummaassmmuuddaannççaass nnoo ccuurrssoo??Este ano abriu uma turma de 10º

ano, não sabemos se para o anovai abrir outra vez, devido a umacordo entre a ESA e a Pinheiroe Rosa que por ano só abre umaturma de Artes do Espectáculo eInterpretação, no Algarve,devido à consciência de que nãose pode sobrecarregar o mercadode trabalho. Portanto, no ano emque abre uma turma numa escolanão abre na outra. A estrutura docurso não varia muito em relaçãoao ano anterior, visto que nãopodemos inventar disciplinas,elas são estipuladas peloMinistério da Educação. A únicamargem de manobra que temostem a ver com a distribuição doestágio ao longo dos três anos.Alterações que eu, como director

de curso, gostaria de introduzir ésermos muito mais rigorosos noque diz respeito às faltas e aoempenho dos alunos.VViissttoo qquuee éé ffoorrmmaaddoo eemm CCiiêênncciiaaFFííssiiccoo­­QQuuíímmiiccaass ee nnuuttrree eessppeecciiaalliinntteerreessssee ppoorr áárreeaass ccoommoo aarreepprreesseennttaaççããoo,, aa mmúússiiccaa,, aaeenncceennaaççããoo,, eennttrree oouuttrrooss,, ccoommoo sseeaapprreesseennttaarriiaa ààss ppeessssooaass?Para termos uma verdadeiracompreensão do mundo temosque saber olhá­lo sob diferentesperspectivas. Não renego aminha formação científica, ela éimportante no que diz respeito àestruturação do pensamento e aométodo científico deplanificação de actividades. Sãoos que têm a ousadia de pensarde maneira alternativa queconseguem descobrir, inventar ecriar, quer no mundo dasciências quer no das artes. Noque diz respeito a mim, PauloMoreira, sempre tive interessesmuito variados. Quando jáestava na Universidade,apercebi­me que deveria tertirado Artes ou Humanidades.Porém, resolvi terminar o curso edepois, na medida do possível, irconstruindo outros cursos, comoaconteceu na área do teatro. Poracaso tinha outros interessesdiferentes como a literatura e amúsica e até pintura.Aconteceu que frequentei umprimeiro curso de teatro para medesinibir e depois frequenteioutros, e quando dei por mim jáestava a perceber um pouco dascoisas. E o bichinho instalou­seem mim.

"Temos interesse nos alunos verdadeiramenteinteressados, que estejam prontos a enfrentar algumasdas contingências do trabalho. Uma competência queatravessa qualquer curso é saber trabalhar com pessoascom quem não simpatizam. Outro aspecto importante éque o aluno não pode ter muitas ideias pré­feitas temque estar disponível para as sugestões e as orientaçõesnecessárias."Paulo Moreira

"Se gostas de Teatroe se queres fazerdisso a tua vida,arrisca! Não tensnada a perder..."

Miguel Costa, aluno do 1 2º ano do curso de

Artes do Espectáculo.

PauloMoreira

Page 10: Esacto ediçao 22

10

Para ser felizA mediocridade não trazFelicidade

até ao final. Os seus colegas,bem mais maturos,apercebendo­se das dificuldadesque tinha ao nível da escrita. Oseu léxico era básico, assimcomo o seu espírito crítico, eraros eram os surtos deimaginação. Por conseguinte,Pedro tinha já poucos temas deconversa que interessassem osseus amigos, que se afastavamprogressivamente… Tornara­seentão um adulto inculto,automatizado pelas invençõestecnológicas, desinteressado edesinteressante, por certo. E emtoda a sua longa mas pequenavida, ninguém lhe disse quenunca é tarde para aprender…

Era uma vez um meninoacabado de nascer: o Pedro.Era o primeiro filho de umjovem casal inexperiente. Comotal, e à medida que ele iacrescendo, todos os seus pedidoseram atendidos pelos pais comimediata urgência, não fosse oangelical rapazinho aborrecer­se.Tornou­se então muito mimado.E muito preguiçoso. Chegado oseu décimo aniversário, foram­lhe oferecidos todos osvideojogos e brinquedos queconstavam da sua infindável listade pedidos. A vovó, contra todosestes exagerados regalos quealimentavam o egoísmo do neto,ofereceu­lhe um livro. E quebelo livro! Mas Pedro nãorevelava sinais de uma grande

cultura. E Pedro sentia­seexcluído do seu antigo grupo deamiguinhos, com quem discutiasobre videojogos. Ia, então,gostou. Eram «um monte defolhas inúteis». Desgostosa, avovó tentou lê­lo para o neto.Tentou, tentou… Mas nada ofazia gostar do maravilhosomundo literário. Pedro nãoconhecia o prazer da leitura.Desconhecia o que era viajarpela mente em imaginativasondas de inspiração. E foicrescendo… até que já não eramenino nem rapazinho. Era umjovem rapaz. Porém, faltava­lhealgo muito importante, algo deque ele não se apercebera faltarna sua vida. Completara já 18anos, porém, nunca lera um livro

Adriana Calado 1 2ºD

Page 11: Esacto ediçao 22

11

Para ver, ler, ouvir

""UUmm ppoorr ttooddooss ee ttooddooss ppoorr uumm!!’’’’é uma das frases emblemáticasda nossa infância. Aspersonagens de AlexandreDumas foram mais uma veztransportadas para o ecrã, agorapela mão artística de Paul W.S.É conhecida por grande parte, alealdade, bravura e respeito queD’Artagnan, Porthos, Athos eAramis têm por França e o seurei; no entanto, a seriedade comque enfrentam os obstáculos, àqual estamos habituados, ésuperada pela atitude pragmáticae caricata que dá ao filme umcerto toque de loucura.Na esperança de defender o seupaís, conquistar as respectivasdamas, honrar o seu nome,vingar acontecimentos passados,as personagens fazem tudo paraserem os primeiros a conseguirconcretizar as suas expectativas.A história ganha formas e sofrealterações que deixam oespectador fixado na tela, tendoa acção um papel fundamental,aliando­se com os espectacularesefeitos especiais.Intrigas, perseguições, disfarces,mistérios, malícia, aventura,romance… Tudo tem lugar noenredo!

Guilherme Martins 12ºD

"Os trêsMosqueteiros" Os Beatles foram uma bandade rock originalmenteformada em Liverpool, naInglaterra em 1960. Nelaestavam incluídos nomes queabalaram a história da música,como por exemplo John Lennon,Paul MacCartney, GeorgeHarrison e Ringo Starr.Nos anos 60, a banda iniciouuma revolução cultural e a suapopularidade ascendeu aos céusde uma maneira progressista einovadora, os Beatles estavam navanguarda. A “Beatlemania”instalou­se nos corações dos seusouvintes, em todo o globo. O seuprimeiro sucesso, “Love MeDo”, rapidamente subiu noscartazes do Reino Unido.Trabalharam quase uma décadanum estúdio a fazer gravações,considerado pela critica a suaobra­prima, “SGT. Pepper’sLonely Hearts Club Band”. Em1970 o grupo dissolveu­se,MacCartney e Starr ainda seencontram activos, Lennon foiassassinado em 1980 e Harrisonfaleceu de cancro em 2001.Contudo, os Beatles não paramde encantar as gerações actuaiscom os seus sons vibrantes;passadas quatro décadas desde asua dissolução, ainda seencontram nos corações ementes das pessoas que outroraouviam esta formidável banda derock dos anos 60.

De uma perspectiva romântica,Júlio Dinis , em “As Pupilas dosenhor Reitor”, dá vida aoalegre drama amoroso.Daniel, ainda menino, prepara­se para ingressar no seminário,mas o reitor (tutor de Clara eMargarida) descobre o seuinocente namoro com Margaridae convence o pai a mandá­lopara o Porto estudar medicina.Passados dez anos, Daniel voltaà pequena aldeia. Margarida,agora professora, conserva o seuamor por ele. Ele, acostumadoaos costumes citadinos, já nãonutre tal sentimento por ela.Tornara­se um namoradorcompulsivo, enquanto o seuirmão Pedro está noivo deClara.O médico enamora­se pelafutura cunhada e esta, ao início,corresponde aos seus galanteios,mas arrepende­se em seguidasabendo das gravesconsequências. Esses arrufosgeraram escândalo,especialmente para Margaridaque, por vezes, se fazia passarpela sua irmã para que o seunoivado não acabasse por culpade Daniel.Este, impressionado pelacoragem da rapariga, recorda­seda sua infância e tenta recuperaro seu amor. Assim, depois demuito sofrimento, Guida acabapor aceitar o amor de Daniel.

Rita Catrupa 12º D

Ana Ginja 12ºD

Page 12: Esacto ediçao 22

12

In Verso

As palavras não são nada,Vão e vêm ao sabor do ventoEm indecisas maresias.Caçam marinheiros ememboscadaIgnorando qualquer lamentoQue se oponha, são vazias.Aglomeram­se, aos milharesVêm fáceis, gotas d’água,E ondulam na imensidãoMas acabam, nem aos pares!Sozinhos, gotas de mágoa...Perdem­se na rebentação.

OndasFaladas

Diogo Amaral, 1 2º B

Maria Sangrenta!Tanto é o que tu me fazesTudo em ti me desfaz, tudo em time complementaInfinito é o teu grito dedesespero…aterrador é.Maria Sangrenta!Jazes enjaulada, incrustada numaprisão de vidroTuas impressões digitais em mimforam marcadasRugido sussurrante, matador é oteu olhar.Maria Sangrenta!Vivo é o teu ventre!Viva é a tua lenda!Mítica é a tua história.Maria…Sangrenta…!À terceira é de vezNum altar és imoladaAqui, faço o meu calvário.

MariaSangrenta

Guilherme Martins 1 2ºD

Chorar por algo que não mereceFazer tudo o que me apeteceSem ser amadaPor tempos respeitadaComo tu não há nadaSinto tudo uma mágoaQue pesa tão apaixonadaOnde ando errada

O amor dói

Carolina Antão 1 0ºB

Page 13: Esacto ediçao 22

13

PassatemposVerticais:1. Alegre,contente,jubiloso.2. Forma reduzida de maxidesvalorização.3. Conforme com a doutrina religiosa tidacomo verdadeira Antôn: heterodoxo.4. Pinto ainda novo.5. Estado de lânguido.6. Que contém oxigénio: Água oxigenada.7. Acto de genuflectir.8. Designação genérica dos óxidos queencerram mais oxigénio do que o óxidonormal.12. Acto de apresar ou apreender.14. Dignidade de rei.

Horizontais:4. Demasiadamente longo.9. Gram qualificativo do vocábulo acentuado na última sílaba vocábulo oxítono.10. Grande bloco de gelo que, desprendendo­se das geleiras polares, flutua impelindo pelas correntes marítimas.11. Fêmea do carneiro.12. Conjunto de fibras sedosas semelhantes ás do algodão, que envolvem as sementes de várias plantas.13. Que recebe a luz e não a reflete.15. Série de curtas invocações em honra de Deus, da Virgem ou dos santos.16. Vulgar, comum.17. Fixado ou determinado antes.18. Ato de faiscar

Page 14: Esacto ediçao 22

14

Foto reportagemRotunda dos Descobrimentos

Rotunda da Marina

Rotunda dos Golfinhos

CirculandoPor Albufeira

« ­ Tu sabes o que são asrotundas?­ O que são as rotundas, Tiago?­ São cruzamentos para pessoastão estúpidas, que não se dão aotrabalho de olhar para um lado epara o outro. »

IInn ““AA BBeellaa ee oo PPaappaarraazzzzoo””,, 22000099

Albufeira é a cidade dasrotundas. Rotunda aqui,rotunda alí, rotunda acolá.Rotunda pequena. grande,média... Rotunda com e semsinalização de rotunda. Rotundabonita, nem tanto, um poucomais redonda, com uma estátuadescabida, com árvores, compedras, com água. Rotunda comopeça de arte, rotunda triste,rotunda alegre... Rotunda daBalaia, do Globo, das Minhocas,

Olga Dryuchenko

Page 15: Esacto ediçao 22

15

Foto reportagemRotunda dos Relógios

Rotunda do Globo

Rotunda das Minhocas

CirculandoPor Albufeira

António MR Martins

À volta de círculos moldadosque encerram tantas lamúrias,onde os factos são consumadose nunca passam das penúrias.Circulando nos mesmos percursosque se empalam por tantas voltas,flagelam­se sórdidos discursose se aguardam pelas revoltas.Fundamentos de circunstância,ou de mera coincidência,nos iludem pelo mesmo jeito.Nas rotundas da redundância,onde omitem por conivência,tudo passa tendo um defeito.

dos Relógios, do Lidl, dosDescobrimentos, dos Golfinhos, daMarina... Rotunda. Quantaspodemos contar em Albufeira,cidade tão pequena e de espaçovital tão preenchido por rotundas?Serão elas a característica distintivaou a ideia errada do que sãocruzamentos? Ouve­se falar que osmaiores empreendimentos emAbufeira são as rotundas.Considero isso sinal de que algoem nós, jovens, tem que mudar.

Page 16: Esacto ediçao 22

Ficha Técnica:Propriedade: Escola Secundária de Albufeira,Clube de Jornalismo, Jornal ESActoRua das Ecolas, 8200­147 AlbufeiraTel: 289 586779 Fax: [email protected]ção:Olga Dryuchenko, Adriana Calado, Ana Ginja, Diogo Martins, GuilhermeMartins, Daniel Pereira, Rita Catrupa, Marlon Machado, Carolina AntãoColaboradores neste nº: Rui Chaves, Ana Pereira

Design Gráfico: Curso Profissional Técnico de Design GráficoPaginação: Carina Guerreiro e Andreia MargaridaEdição de de Fotografia: Rita CatrupaImpressão e Montagem: ESA/ David MarquesSupervisão: Maria de Jesus PintoReprodução: Lurdes Santos (assistente operacional)