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VITÓRIA, ES | TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ESPECIAL Projeto de Marketing Proteger nascentes e recuperar florestas > 3 Solução depende da união de todos > 2 Inovação para plantar com pouca água > 11 FRED LOUREIRO/SECOM Esforço conjunto para amenizar danos da seca O Espírito Santo atravessa uma das mais graves secas de sua história. Para enfrentar os desafios da crise hídrica, o governo do Estado vem adotando uma série de medidas. ANIMAIS PASTANDO ONDE ANTES PASSAVAM as águas da Bacia Hidrográfica do Rio Doce Suruaca, em Alto Rio Novo, região Noroeste do Estado, uma das mais atingidas pela longa estiagem

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V I T Ó R I A , E S | T E R Ç A - F E I R A , 2 4 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 5

ES P EC I A LProjeto de Marketing

Pro t e g e rnascentese recuperarflorestas > 3

So l u ç ã odepende daunião detodos > 2

I n ova ç ã opara plantarcom poucaágua > 11

FRED LOUREIRO/SECOM

Esforço conjunto paraamenizar danos da secaO Espírito Santo atravessa uma das mais graves secas de sua história. Para enf r e n ta r

os desafios da crise hídrica, o governo do Estado vem adotando uma série de medidas.

ANIMAISPASTA N D OONDE ANTESPASSAVAM aságuas da BaciaH i d ro g rá f i c ado Rio DoceSuruaca, emAlto Rio Novo,região Noroestedo Estado,uma das maisatingidas pelalonga estiagem

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2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

Solução depende da união de todosPara enfrentar a piorcrise hídrica queatinge o Espírito Santoé preciso a colaboraçãoe a ação do governo,municípios e população

A crise hídrica que colocou oEspírito Santo em estado dealerta tem as suas causas co-

nhecidas, como o desmatamento,o grande responsável pelo assorea-mento dos rios. Além disso, a es-cassez de chuvas em território ca-pixaba agravou o cenário, exigindoum esforço de todos, governo doEstado, municípios e sociedade.

Um conjunto de ações para evi-tar a falta de água para o consumohumano já está em andamento,como restrição de captação paraindústria e agronegócio, constru-ção de barragens, investimento deR$ 1 bilhão no Programa Águas ePaisagens e recuperação de cober-tura florestal.

São medidas que começaram aser planejadas já no início desteano, quando a realidade hídrica semostrava preocupante. Nesse con-texto, o governo do Estado fez ummapeamento da situação das ba-cias hidrográficas, quando foiidentificado o comprometimentoda vazão não apenas no Norte doEspírito Santo, mas também noSul e na Região Metropolitana.

A partir daí, todo esforço foi no

DANIEL SIMÕES/SEAG

RIO EMPINHEIROS:nível cada vezmais baixo daságuas faz asmargens e osbancos de areiase destacarem,reve l a n d oum cenário deestiagem gravenos municípiosdo EspíritoSa n t o

ATUAÇÃO DO GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO

Ações para garantir água à população> ANTES DA PASSAGEM DA LAMA pelo

território capixaba, o governo do Es-tado concentrou as suas atividadesem ações preventivas para alertar apopulação ribeirinha e pessoas queutilizam as margens do rio para lazer,além de mobilizar diversas áreas dasociedade para viabilizar carros-pi-pas e água tratada.

> A SEGUNDA MEDIDA DO GOVERNOestá sendo a gestão dos recursos,principalmente na distribuição deágua para manutenção dos serviçosessenciais. Bem como a análiseconstante da qualidade da água co-letada no Rio Doce para tratamento e

distribuição à população.> UM PLANO EMERGENCIAL foi traça-

do em parceria com o município deColatina por conta da chegada da la-ma. São carros-pipa captando águabruta em lagoas próximas à cidade elevando para as estações de trata-mento e posterior distribuição, cai-xas tanque distribuídas em pontosestratégicos, e ainda a possibilidadede distribuição de água mineral. Aperfuração de poços artesianoscontinua.

> O INCAPER, em parceria com diver-sas instituições e pescadores, estácontribuindo para salvar as espécies

do Rio Doce. A Fazenda Experimen-tal do Incaper em Linhares disponi-bilizou nove tanques escavados parareceber peixes que serão retiradosdo rio.

> O GOVERNADOR PAULO HARTUNGesteve em Brasília debatendo com apresidente Dilma Rousseff e o gover-nador de Minas Gerais, Fernando Pi-mentel, os danos ambientais causa-dos ao ecossistema do Rio Doce coma passagem da lama de rejeitos.

> O GOVERNADOR DO ESTADO ta m b é mesteve reunido com o fotógrafo e vi-ce-presidente do Instituto Terra, Se-bastião Salgado. A estimativa do vi-ce-presidente do Instituto Terra, quejá atua na região do Vale do Rio Docecom recuperação ambiental, é queas nascentes do rio levem 20 anospara se recuperar deste que já é con-siderado o maior acidente ambientalenvolvendo barreira.

> HARTUNG E SALGADO re fo rç aramdurante o encontro o interesse emdefinir um formato, diretrizes e me-didas necessárias para recuperaçãode nascentes, cobertura florestal,além de ampliação e modernizaçãode sistemas de esgoto ao longo doRio Doce e seus afluentes.

> O INVESTIMENTO necessário aindanão foi contabilizado por conta da al-ta complexidade do episódio.

TRAVESSIA DA LAMA sob a ponte Florentino Avidos, no centro de Colatina

Enxurrada de lama agravacrise hídrica no Rio Doce

A maior bacia hidrográfica doEspírito Santo, a do Rio Doce, queabrange 28 municípios no Estado,já vinha enfrentando uma de suasmaiores crises hídricas quando foiatingida pela enxurrada de lamaproveniente do rompimento dabarragem da mineradora Samarco,em Mariana, Minas Gerais, ocorri-do no dia 5 de novembro.

O barro, composto por rejeitosde ferro e manganês da atividadede mineração, tomou conta do rio,interrompendo a captação deágua. Segundo o Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente (Ibama), es-tima-se que foram lançados 50 mi-lhões de metros cúbicos de rejeitode mineração no rio.

Especialistas dizem que a quan-tidade de lama despejada no rio é

tão grande que torna inviável a re-cuperação de ecossistemas locais.

M O N I TO R A M E N TODiante de tal tragédia e anteci-

pando-se aos problemas, a respos-ta do governo do Espírito Santo foiimediata. “O governador reuniutoda a equipe de Meio Ambiente ea Defesa Civil e montamos um cro-nograma de ação concentrado emColatina para atendimento à popu-lação”, explicou na ocasião o secre-tário de Estado do Meio Ambiente,Rodrigo Júdice.

Uma equipe do Instituto Esta-dual de Meio Ambiente está emColatina de plantão desde 7 de no-vembro, monitorando os impactosambientais causados pela chegadada lama no Espírito Santo.

Expediente PROJETO DE MARKETING: Diretoria de Marketing DIRETOR: Geraldo Schuller P R O D U ÇÃO : Dinâmica de Comunicação C O N TATO S : (27) 3232-5945 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Fabiana PizzaniEDIÇÃO E REPORTAGEM: Kikina Sessa REVISÃO: Lígia Tedeschi TRATAMENTO DE IMAGENS: Leyson Mattos e Renan Martinelli

sentido de buscar soluções regio-nalizadas e orientar para o uso cor-reto dos recursos hídricos, inclusi-ve para o consumo urbano e rural.Esse trabalho vem sendo feito peloComitê Hídrico, que reúne diferen-tes secretarias e órgãos estaduais.

E a participação da Associaçãodos Municípios do Estado do Es-

pírito Santo (Amunes) tem sidofundamental para essa articulação,comenta o secretário de Estado deSaneamento, Habitação e Desen-volvimento Urbano (Sedurb),João Coser.

“Tivemos reuniões com a Amu-nes e prefeitos de forma regionali-zada por bacia hidrográfica. Elas

foram muito importantes para aintegração de todos e fortaleci-mento dos comitês das bacias”.

O presidente da Amunes e pre-feito de Venda Nova do Imigrante,Dalton Perim, ressalta que os pre-feitos estão sensibilizados com oassunto. “Com a realização dasreuniões regionalizadas por ba-

cias, percebemos que os prefeitosestão motivados e entendem a im-portância da participação do po-der público para a adoção da polí-tica de recursos hídricos”.

Dalton destaca que essa sensibi-lidade dos prefeitos é de extremaimportância, pois eles são o canalcom moradores e agricultores.

NILO TARDIN - 18/11/2015

NILO TARDIN - 19/11/2015

OITENTA CARROS-PIPA e s tã osendo usados para garantir 30% doabastecimento de água paraconsumo humano em Colatina

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VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 3

Es p e c i a l

I n ve s t i m e n t o sdas nascentesà foz das baciasPrograma com objetivode proteger osmananciais e recuperara cobertura vegetalno Estado já temrecursos garantidos

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO/PREFEITURA DE VIANA

NASCENTE: governo do Estado conta com aporte financeiro do Banco Mundial para proteger os mananciais

Para proteger os mananciais eincentivar a recuperação dacobertura florestal no Espí-

rito Santo, o governo do Estadoconta com um aporte financeirodo Banco Mundial.

Ao todo são US$ 323 milhões,com financiamento do BancoMundial de US$ 225 milhões e doEstado, por meio de contrapartidada Cesan, de US$ 98 milhões. Ouseja, um investimento em torno deR$ 1,2 bilhão com prazo de execu-ção de seis anos.

Denominado Programa de Ges-tão Integrada das Águas e da Pai-sagem, o objetivo é garantir a con-servação das margens de rios e re-

giões de nascentes, ampliando acobertura vegetal em áreas estra-tégicas para que o Estado tenhamaior segurança hídrica.

Vale destacar que os três pilaresdo programa abrangem ações nasáreas de Recursos Hídricos e Ges-tão de Desastres; Eficiência dosServiços e Ampliação da Cobertu-ra de Esgotamento Sanitário eGestão de Mananciais e da Cober-tura Florestal.

SA N E A M E N TOO programa, que foi assinado em

Brasília no final de setembro, pre-vê obras para alcançar 100% da co-leta e tratamento de esgoto nosmunicípios de Ibatiba, Dores doRio Preto, Irupi, Iúna, Conceiçãodo Castelo, Divino São Lourenço,Santa Maria de Jetibá, Santa Leo-poldina e Marechal Floriano, quereconhecidamente são regiõescom muitas nascentes.

Também estão previstas obras eintervenções nos municípios de Vi-la Velha e Cariacica para construire modernizar mecanismos paracoleta e tratamento do esgoto.

Somente nestes dois municípioscerca de 108 mil pessoas serão be-neficiadas e o investimento será deR$ 260 milhões. Estão previstos180 quilômetros de redes coletorase 20 quilômetros de redes troncoserão implantadas para levar 1.050litros de esgoto por segundo paraas estações de tratamento.

Uma novidade é que a maiorparte do esgoto tratado (efluente)

poderá ser aproveitada por prefei-turas e empresas privadas comoágua de reúso para rega de jardins,descargas de sanitários e lavagemde ruas.

“Com este programa temos ins-trumentos de planejamento, degestão, de regulação e de fiscaliza-ção. Com isso estamos promoven-do o fortalecimento das institui-ções de governança dos recursoshídricos no Espírito Santo”, afir-mou o secretário estadual de MeioAmbiente e Recursos Hídricos ecoordenador do programa, Rodri-go Júdice.

SAIBA MAIS

Recuperação de mananciais> O PROGRAMA de Gestão Integrada

das Águas e da Paisagem prevê aproteção e recuperação dos manan-ciais por meio de ações de fortaleci-mento da gestão hídrica.

> VAI RECUPERAR A COBERTURA flo -restal com a promoção de práticassustentáveis de manejo da terra.

> FARÁ A AMPLIAÇÃO da cobertura dosserviços de esgotamento sanitário.

> VAI PROMOVER A MELHORIA da efi-ciência do abastecimento de água.

> SERÁ ELABORADO o plano diretormetropolitano de manejo de águasurbanas.

> SERÁ FEITA A GESTÃO INTEGRADAde risco de desastres, incluindo amelhoria da capacidade de respostado Estado aos eventos extremos dan at u r e z a .

Projeto para deixar rio mais limpoUm dos principais afluentes do

Rio Santa Maria da Vitória, o Man-garaí também está inserido noPrograma de Gestão Integrada dasÁguas e da Paisagem com um pla-no especial para tornar suas águasmais limpas. Para isso, será precisomodificar a forma como tradicio-nalmente são utilizadas as áreas deentorno do rio, que muitas vezessão transformadas em vias de es-coamento de sedimentos, inviabi-lizando o tratamento da água paraconsumo humano.

O objetivo é reduzir a quantida-de de sedimentos que chegam atéa calha do rio e aumentar a capaci-dade dos solos de infiltrar a águadas chuvas.

A turbidez elevada da água dorio afeta ainda sua distribuição aoscapixabas da Grande Vitória. Issoporque quando há muitos sedi-mentos misturados à água, é ne-cessário interromper o abasteci-mento aos moradores até que tudose normalize. A Bacia Hidrográfi-ca do Rio Mangaraí totaliza 17.400hectares, sendo que 87% da suaárea estão em Santa Leopoldina e13% em Cariacica.

O Projeto Mangaraí contempla a

adequação e manutenção das es-tradas de terra, aumento da cober-tura florestal, boas práticas agríco-las e saneamento rural. Com custototal de R$ 14 milhões, estão pre-vistas a recuperação de 200 quilô-metros de estradas vicinais, 12 mil

D I V U LG AÇ ÃO / C E SA N

MANGARAÍ: investimento estimado em R$ 14 milhões para melhorias

caixas secas para reduzir os danosprovocados pelas chuvas, reflores-tamento de mil hectares, implan-tação de 100 unidades de fossas,agricultura orgânica em 100 pro-priedades, diagnóstico ambientalda microbacia, entre outras.

Mais de um séculopreservando água

A região de Duas Bocas, em Ca-riacica, está entre as mais impor-tantes quando o assunto é água.

E a preservação ambiental da re-gião teve início há mais de 100anos, com a construção da primeirarepresa do local, inaugurada em1894, utilizando água do Rio PauAmarelo, de acordo com o historia-dor da Universidade Federal do Es-pírito Santo (Ufes), Clayton André.

O pioneirismo do projeto cha-mou a atenção do governo da épo-ca, que anos mais tarde decidiuque fossem ampliadas as instala-ções ali existentes, com objetivo defornecer água não somente paraCariacica, mas para outras regiõesdo Estado.

No mês de março de 1912 forampagas as primeiras indenizaçõespor desapropriação de terra na re-gião de Duas Bocas. Ou seja, o pri-meiro passo para a manutenção dacobertura florestal e, por conse-quência, da abundância de recur-sos hídricos na região foi dado hámais de 100 anos. A obra de enge-nharia foi concluída em 1918 e per-manece no local até hoje.

Dada a importância da manu-tenção das florestas para a quali-dade da oferta hídrica no local, em1965 a região foi instituída comoReserva Florestal de Duas Bocas.

Em 1991, a área protegida mu-dou de categoria e passou a ser re-conhecida como Reserva Biológi-ca de Duas Bocas, sendo gerencia-da pelo Instituto Estadual de MeioAmbiente e Recursos Hídricos .

D I V U LG AÇ ÃO

RESERVA de Duas Bocas: ações

“Com esteprograma temos

instrumentos deplanejamento, de gestão,de regulação e def i sca l i za ç ã o”Rodrigo Júdice, secretário de Estado deMeio Ambiente e Recursos Hídricos

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4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

Comitês na defesa dos riosCom poder para decidir conflitos pelo uso da águae aprovar o Plano de Recursos Hídricos, comitêstêm papel importante na defesa das bacias

Entre os mais de 2 mil riosque o Espírito Santo possui,alguns se destacam pela sua

importância e formam as baciashidrográficas que são gerenciadaspor comitês.

No Estado, há 12 comitês insta-lados, compostos por represen-tantes do poder público, da so-ciedade civil e dos usuários.

São eles: Itaúnas, São Mateus,Guandu, Pontões e Lagoas, San-

ta Maria do Doce, Barra Seca eFoz Rio Doce, Litoral CentroNorte, Santa Maria da Vitória,Jucu, Benevente, Rio Novo e Ita-pemirim. Há ainda o do Rio Do-ce, mas esse é interestadual.

Os comitês atuam como órgãoscolegiados da gestão de recursoshídricos, com atribuições de ca-ráter normativo, consultivo e de-liberativo e integram o SistemaEstadual de Gerenciamento de

Recursos Hídricos.Suas principais competências

são aprovar o Plano de RecursosHídricos da Bacia, arbitrar con-flitos pelo uso da água, estabele-cer mecanismos e sugerir os va-lores da cobrança pelo uso daágua. Todas as decisões referen-tes àquela bacia precisam seravaliadas pelo comitê.

Para estimular a preservação ea conservação dos recursos hí-

dricos entre os usuários, a Agên-cia Estadual de Recursos Hídri-cos (Agerh) tem atuado em con-junto com os comitês de baciashidrográficas de todo o Estadoassessorando-os tecnicamente.

Atualmente, a Agerh trabalhana criação de um novo comitê, odo Rio Itabapoana, que fica na di-visa com o estado do Rio de Ja-neiro e será o décimo terceiro doEspírito Santo.

FRED LOUREIRO/SECOM

AMANDA AMARAL/SEAMA

LEONARDO BICALHO - 30/09/2015

São MateusO Rio São Mateus, de domí-

nio da União, cujas nascentesestão localizadas em MinasGerais, é formado pelo Rio Co-taxé e o Rio Cricaré. Sua baciaabrange 11 municípios no Espí-rito Santo.

Abastece várias proprieda-des rurais, mas também rece-be esgoto doméstico e indus-trial. No balneário de Guriri, naépoca seca do ano, visualizas-se o avanço da água do mar emdireção ao continente, o queprovoca salinização da água.

B e n eve n t eA Bacia Hidrográfica do Rio

Benevente, que abrange osmunicípios de Guarapari, An-chieta, Alfredo Chaves, Piúmae Iconha, vai receber uma sériede ações para melhorar a qua-lidade de suas águas.

Um estudo contratado pelaAgência Estadual de RecursosHídricos, e homologado peloConselho Estadual de Recur-sos Hídricos, definirá as medi-das para garantir a qualidadeda água no Benevente nospróximos 20 anos.

Rio DoceMaior bacia hidrográfica do Espírito Santo, o Rio Doce vive uma situação crítica

e sofre uma terrível devastação, consequência de um desastre ambiental semprecedentes, com o rompimento de uma barragem da Samarco em Mariana, Mi-nas Gerais. Antes, o rio já vinha sofrendo com o assoreamento e a poluição, cau-sada tanto pelo esgoto residencial quanto pelo industrial, o uso de agrotóxicos edesequilíbrios gerados pela construção de barragens para a geração de energia.A bacia abrange 28 municípios no Estado e sua água está imprópria para uso.

COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

Rio JucuO Rio Jucu nasce no município de Domin-

gos Martins, com dois braços: norte e sul. Elesse unem formando um só rio, que deságua naBarra do Jucu, em Vila Velha.

A bacia abrange seis municípios: Domin-

gos Martins, Marechal Floriano, Viana, Ca-riacica, Guarapari e Vila Velha. É responsávelpelo abastecimento de água de 60% da po-pulação da Grande Vitória. Mesmo com todaessa importância para a população capixaba,o rio sofre com o esgoto e o assoreamento.

ARQUIVO AT

Santa Maria da VitóriaNasce em Santa Maria de Jetibá e suas

águas percorrem 143 quilômetros até desa-guarem na Baía de Vitória. Abrange os muni-cípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Leo-poldina, Cariacica, Serra e Vitória.

O Santa Maria é um dos principais manan-ciais do Espírito Santo. Juntamente com oRio Jucu, ele é responsável pelo abasteci-mento de água da Grande Vitória.

Como a maioria dos rios capixabas, en-frenta diversos problemas.

D I V U LG AÇ ÃO

TRECHO DO RIO DOCE, EM COLATINA: antes assoreado, o cenário agora é ainda pior, apesar de maior volume de água, a lama vinda da barragem da Samarco tornou a água imprópria para uso

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VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 5

Es p e c i a l

D I V U LG AÇ ÃO

ALESSANDRO DE PAULA - 14/10/2015

EDSON CHAGAS/SEAMA

D I V U LG AÇ ÃO

I taúnasA região hidrográfica abrange os municípios de Pedro Canário, Mucu-

rici, Montanha e Pinheiros e, parcialmente, Conceição da Barra, Ponto Be-lo, Boa Esperança e São Mateus. O desmatamento e o barramento de mui-tos mananciais de superfície são problemas sérios nessa bacia.

D I V U LG AÇ ÃO

Rio NovoSuas nascentes locali-

zam-se na serra do Richi-mond, no município deVargem Alta.

Em Piúma, o Rio Iconhajunta-se ao Rio Novo e daíaté a foz recebe o nome deRio Piúma.

Tem como afluentesprincipais, além do Rio Ico-nha , os rios Guiomar, Ipea-çu, Santo Antonio e SãoBenedito.

Os principais problemasda bacia são o assorea-mento e a disposição ina-dequada de resíduos.

Santa Maria do DoceTem 93 km. Das suas nascentes na Serra do Gelo, em Santa Teresa, atra-

vessa São Roque do Canaã e segue até a desembocadura no Rio Doce, emColatina. Seus principais afluentes são Santa Júlia, Taboca, Perdido e 25de Julho. A região abrange São Roque do Canaã, Santa Teresa e Colatina.

LEONE IGLESIAS - 23/10/2015

COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

I tapemirimA Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim

ocupa uma área de, aproximadamente, 5.919quilômetros quadrados, abrangendo direta-mente 10 municípios e, parcialmente, sete.

Sua foz se localiza próxima à divisa dos mu-nicípios de Itapemirim e Marataízes. Entreseus principais afluentes estão os rios Caste-lo, Muqui do Norte, São João de Viçosa, Ca-xixe, Prata, Alegre, Pardo.

Litoral CentroNor te

Esta região hidrográfica en-volve as bacias dos rios Ria-cho, Reis Magos, Jacaraípe ePiraquê-Açu. Abrange os mu-nicípios de Aracruz, Fundão,Ibiraçu e parte de Santa Leo-poldina , Serra, Linhares, JoãoNeiva e Santa Teresa.

Os conflitos nesta bacia sãorecorrentes e envolvem a uti-lização da água para o abaste-cimento humano e a atuaçãopoluidora das indústrias epossível contaminação pora g r o t óx i c o s .

GuanduA bacia do Rio Guan-

du banha Brejetuba,Afonso Cláudio, Laran-ja da Terra e BaixoGuandu. Possui 2.674quilômetros e faz divi-sa com Minas Gerais,Muniz Freire, Concei-ção do Castelo, Domin-gos Martins, SantaMaria de Jetibá, Itara-na e Itaguaçu, tendosua foz no Rio Doce.

Os principais fatoresde degradação da qua-lidade da água nessabacia são as queima-das e a ocupação dasm a rg e n s .

Barra Seca eFoz do Rio Doce

Abrangendo os municípiosde Linhares, Sooretama, Ja-guaré, São Mateus, Vila Valé-rio, Nova Venécia e São Ga-briel da Palha, o Comitê deBarra Seca e Foz do Rio Docefoi o último a ser criado e pas-sou a cobrir um grande vazioinstitucional em uma porçãocapixaba do rio Doce, quenasce em Minas Gerais e de-semboca no litoral do EspíritoSa n t o .

Na foto, o Rio Barra Seca emJaguaré, bem seco, dificul-tando a produção agrícola.

Pontões e LagoasO Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) de

Pontões e Lagoas do Rio Doce passou aabranger mais três municípios: Colatina,Baixo Guandu e Marilândia, totalizando 14.

Partes das áreas de Pancas, Linhares e RioBananal, cidades que já faziam parte do CBHdo São José, também foram cobertas pelaampliação. Com isso teve a inclusão de 12rios considerados significativos na região.

D I V U LG AÇ ÃO

D I V U LG AÇ ÃO

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6 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

Conceiçãoda Barra

São Mateus

São Roquedo Canaã

Colatina

Sooretama

Marilândia

Pancas

Ecoporanga

NovaVenécia

Pinheiros

MontanhaBA

MG

ESES

N

Barragens para garantirabastecimento de águaSão 32 barragenssendo construídas noEstado que vão permitiro armazenamento demais 19,5 bilhõesde litros de água

Uma das medidas adotadaspelo governo do Estado pa-ra enfrentar a crise hídrica

que atinge o Espírito Santo é aconstrução de 32 barragens para oarmazenamento de água em mu-nicípios do interior.

Com capacidade para manter19,5 bilhões de litros, o que garanteo abastecimento de uma popula-ção de até 360 mil pessoas pelo pe-ríodo de um ano, os reservatóriosde uso múltiplo poderão ser usa-dos para abastecimento humano,irrigação e uso industrial.

As barragens a serem construí-das são de pequeno, médio e gran-de porte. Os editais de licitação co-meçam a ser lançados neste mês eas obras vão receber um investi-mento de R$ 20 milhões.

A barragem de grande porteanunciada é a de Pinheiros. A obra,que inicialmente era tocada pelaprefeitura em parceria com o go-verno federal, teve início em 2003e sofreu com inúmeras paralisa-ç õ e s.

Como forma de dar agilidade aoprocesso de conclusão do reserva-tório, o governo do Estado resol-veu assumir a construção. Trata-seda maior barragem do Estado.

Com a barragem, serão 268 hec-tares de área inundada, com umacúmulo de 17 bilhões de litros deágua armazenada, sendo que o en-torno do barramento terá 31 quilô-

metros de extensão.A barragem vai atender a popu-

lação de Pinheiros e Boa Esperan-ça, garantindo maior segurançahídrica para as atividades produti-vas, além de representar um atrati-vo turístico para a região.

RIO BONITOO governador Paulo Hartung

pediu apoio ao governo federal pa-ra transformar a represa de RioBonito, localizada em Santa Mariade Jetibá, usada para geração de

energia, em reservatório de águapara abastecimento humano. Opedido foi formalizado e aceito pe-lo presidente da Agência Nacionalde Águas (ANA), Vicente AndreuG u i l l o.

A represa de Rio Bonito estásendo utilizada para abastecimen-to humano sempre que a vazão doRio Santa Maria não for suficientepara atender a demanda da popu-lação. Ela tem capacidade para ar-mazenar até 26,3 bilhões de litrosde água.

D I V U LG AÇ ÃO / C E SA N

SAIBA MAIS

> A BARRAGEM precisa possuir umresponsável técnico habilitado, con-tratado pelo proprietário. Não há co-brança de taxas por parte do Idaf.

> TODOS os procedimentos são feitosnos escritórios locais do órgão, evi-tando assim que os proprietáriosprecisem se deslocar até a sede dainstituição, em Vitória.

> COM ÁREA acima de um hectare, énecessário o licenciamento ambien-tal. Nesse caso, o produtor precisater um responsável técnico.

Menos burocracia agiliza processoEstá mais rápido e fácil construir

ou regularizar barragens no Espí-rito Santo. Os procedimentos paraobtenção do licenciamento estãomais simples e, em alguns casos,basta apenas cadastro no Institutode Defesa Agropecuária e Flores-tal do Espírito Santo (Idaf ).

As barragens menores, com áreade até um hectare e volume de até10 mil metros cúbicos, estão dis-pensadas do licenciamento.

Essa isenção beneficia a maioriados produtores, já que mais de80% das barragens construídas noEspírito Santo estão nessa faixa.

Nesses casos, o proprietário po-de fazer o cadastro no próprio es-critório local ou no posto de aten-dimento do Idaf para obter a Cer-tidão de Dispensa de Licencia-mento. Isso vale tanto para novasbarragens como para regularizaras já existentes.

“O governo está colocando emprática um plano de adaptação àsmudanças climáticas, priorizandoações de ampliação da cobertura

D I V U LG AÇ ÃO / I DA F

BARRAGEM para armazenar água

vegetal e de reserva de água, de sa-neamento, de uso e ocupação dosolo, com foco no planejamento,no manejo sustentável e na trans-ferência de conhecimento. Umtrabalho que precisa contar com amobilização de todos, sobretudode nossos produtores rurais, queagora, por exemplo, têm mais faci-lidades para regularizar ou cons-

truir barragens de pequeno porte”,ressalta o secretário de Estado deAgricultura, Octaciano Neto.

Vale lembrar que a barragemprecisa possuir um responsáveltécnico habilitado, contratado pe-lo proprietário. Não há cobrançade taxas por parte do Instituto deDefesa Agropecuária e Florestaldo Espírito Santo (Idaf ).

A REPRESA DE RIO BONITO será utilizada para abastecimento da população, além de produção de energia

Obras noSistema ReisMagos ajudam150 mil pessoas

Diante da crise hídrica que pre-judica o Estado, a Cesan antecipouuma obra prevista para 2020: acaptação e o tratamento de águado Rio Reis Magos, localizado emNova Almeida, na Serra. A obradeve ficar pronta no segundo se-mestre de 2016.

O sistema, orçado em R$ 60 mi-lhões provenientes de financia-mento do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), vai beneficiar umapopulação de 150 mil pessoas daregião de Serra-Sede, com influên-cia inclusive na região do Civit.

Os projetos básicos consistemem captação de água, construçãode uma estação de tratamento, umreservatório de água tratada decinco milhões de litros e adutora deágua tratada de 15 quilômetros,com diâmetro de 700 milímetros,que vai alimentar o reservatório lo-calizado em Serra-Sede.

Haverá também adutora de águabruta e elevatória de água tratada.O novo sistema vai reforçar o abas-tecimento do município com umaprodução inicial de 500 litros deágua por segundo.

Além disso, com a captação par-te do volume de água do Rio SantaMaria ficará disponibilizado paraabastecer outras regiões do muni-cípio da Serra e de Vitória.

1 Ec o p o ra n ga4 BARRAGENS:a ss e n ta m e n t o s22 de Julho eVale Ouro

2 M o n ta n h a2 BARRAGENS:a ss e n ta m e n t oBela Vista

3 P i n h e i ro sB A R R AG E M : be-neficia tambémBoa Esperança

4 Conceiçãoda Barra2 BARRAGENS:a ss e n ta m e n t o sItaúnas e Inde-pendência

5 Sã oMateus15 BARRA-GENS:assentamen -tos CórregoGrande, Prati-nha, Vale daVitória e SãoVicente

6 N ovaVe n é c i a3 BARRAGENS:assentamen -tos 13 de Maioe Três Pontões

7 So o re ta m aB A R R AG E M deCupido

8 MarilândiaB A R R AG E M Liberdade

10 ColatinaBARRAGEM Gra -ça Aranha

11 São Roquedo CanaãBARRAGEM Alto deSanta Júlia, na locali-dade de Santa Luzia

Fonte: Governo do Estado.

LEGENDA

Barragens de uso coletivo (para uso em assentamentos) Barragens de uso múltiplo (uso variado como consumo da população, irrigação e outros)

Novas barragensMais capacidade de armazenamento

9 Pa n c a sB A R R AG E Mde Floresta,localizada emLajinha dePa n c a s

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VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 7

Es p e c i a l

C E SA N

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO de Água da Cesan em Cobi, Vila Velha

Índice de perdas menordo que a média nacional

Responsável pelo abastecimentode água em 52 dos 78 municípioscapixabas, a Cesan também entrouna luta contra o desperdício.

De 2003 até este ano, as perdasno sistema de abastecimento caí-ram de 46% para 33,7%, índiceabaixo da média nacional. A em-presa conseguiu essa redução comum investimento de mais de R$ 60milhões em ações de controle.

Por outro lado, a população tam-bém deve agir, pois as principaiscausas de perdas na distribuiçãode água são ligações fraudulentasfeitas para pagar menos (conheci-

das como gatos), imóveis que utili-zam a água ilegalmente, ou seja,furtam água das redes de distri-buição causando vazamentos edesperdícios, bem como áreas deocupação irregular e loteamentosprivados sem infraestrutura ade-quada de saneamento.

Além disso, a Cesan investe emcampanhas educativas para incen-tivar a redução do consumo deágua. Mas é preciso que todos to-mem atitudes práticas para dimi-nuir o gasto de água no dia a dia e,assim, ajudar a garantir a oferta deágua hoje e no futuro.

C E SA N

Cobrança para quem captar águaA cobrança pelo uso da água é

uma prática comum em váriospaíses do mundo como França,Alemanha e Holanda, e já é aplica-da no Brasil, nos estados do Rio deJaneiro, São Paulo e Minas Gerais,por exemplo.

Não se trata de imposto, nem ta-xa, mas sim de um preço público. Evisa incentivar os usuários a utili-zarem a água de forma mais racio-nal, garantindo, dessa maneira, aconservação desse recurso.

Funciona como um condomínioonde os moradores decidem comoe onde irão usar os recursos, nestecaso, previstos nos planos de re-cursos hídricos.

No Espírito Santo, essa cobrançadeve começar a ser feita no próxi-mo ano, conforme resolução ho-mologada pelo Conselho Estadualde Recursos Hídricos (CERH),formado por representantes dopoder público, sociedade civil eu s u á r i o s.

A cobrança é uma forma de ad-ministrar a exploração da água pa-ra a geração de recursos que per-mitam investimentos na preserva-ção dos próprios rios e bacias.

Antes do início da cobrança, quetambém foi apreciada pelo FórumCapixaba de Comitês de BaciasHidrográficas, estudos ainda estãosendo elaborados até que os valo-res sejam definidos.

A cobrança se inicia somenteapós a aprovação, pelo Conselho,dos mecanismos e valores propos-tos por cada Comitê de Bacia Hi-drográfica com base nos respecti-vos planos de recursos hídricos.

Estarão sujeitos à cobrançausuários outorgáveis que captammais de 1,5 litros por segundo, co-mo as companhias de saneamento,indústrias e produtores rurais.

Os recursos arrecadados serãototalmente aplicados em ações derecuperação das bacias, segundodecisão de cada comitê.

A cobrança é um dos instrumen-tos de gestão da Política Nacionalde Recursos Hídricos.

O caminhoda fonte atéas torneirasAntes de chegar àsnossas casas, a águapassa por um longoprocesso de captação etratamento. Usar semdesperdício é essencial

“Água que nasce na fonteserena do mundo e queabre um profundo gro-

tão. Água que faz inocente riacho edeságua na corrente do ribeirão”.A letra da música Planeta Água, docompositor Guilherme Arantes,serve para uma reflexão da impor-tância que a água tem para a sobre-vivência no planeta.

Conhecer o processo que traz aágua até as nossas mãos ajuda a termais consciência da importânciaque é valorizar e poupar esse bemprecioso para nos manter vivos.

Você já deve ter ouvido falar emciclo da água, que se dá quando aságuas das chuvas caem sobre o so-lo e parte se infiltra para alimentaros lençóis d'água e outra vai diretopara lagos, rios e oceanos.

Essas águas, movidas pela ener-gia do sol, evaporam e formam asnuvens. Que por usa vez se con-densam e voltam a cair na terrasob forma de chuva para então re-começar todo o ciclo.

Mesmo quando não chove, osrios mantêm o seu curso devido àcontribuição de inúmeras peque-nas nascentes. Cada uma dando

sua parte de água para formar oscórregos, que se juntam e formamos rios.

As áreas de terra por onde aságuas escoam para formar um riose chamam bacias hidrográficas.No Espírito Santo, existem 12 ba-cias hidrográficas, sendo que duasdelas são responsáveis por abaste-cer toda a população da Região daGrande Vitória e a Região Serranado Estado. São as bacias do Rio Ju-cu e do Rio Santa Maria da Vitória.

Tanto o Rio Jucu como o RioSanta Maria recebem ao longo doseu curso inúmeros lançamentosde dejetos provenientes da ativi-dade humana, o que provoca po-luição em vários trechos.

Quando a poluição não ocorreem grande escala, o rio conseguese recuperar e fazer com que suaságuas cheguem com boa qualida-de nos pontos onde são captadaspara o abastecimento público.

Geralmente, a água dos rios nãoé apropriada para o consumo hu-mano devido à presença de umasérie de contaminadores que po-dem ser prejudiciais à saúde.

Sendo que, na maior parte dasvezes, estes contaminadores sãoresultantes de atividades do pró-prio homem, que contamina aágua com esgoto, lixo, pesticidasagrícolas, fertilizantes e outros.

Antes de ser consumida, a águaprecisa receber um tratamentoadequado e, em 52 dos 78 municí-pios capixabas, isso é feito pela Ce-san.

D I V U LG AÇ ÃO / C E SA N

CAPTAÇÃO DA CESAN no Rio Jucu: estiagem e poluição prejudicam cada vez mais esse processo

ÁGUA LIMPA

Da captação ao abastecimento1A CAPTAÇÃO DA ÁGUA é feita

pela empresa responsável peloabastecimento em determinadotrecho do rio, levando parte paratanques. Nesse primeiro estágio,folhas e sedimentos maiores ficamretidos em grades e a areia que vemcom a água fica no fundo dostanques. Dali, a água seguenaturalmente, pela força dagravidade, por meio de um canalsubterrâneo, feito de concreto, até aEstação Elevatória de Água Bruta.

2A PARTIR DA ESTAÇÃOELEVATÓRIA de Água Bruta, ela é

bombeada para ter força e continuaro seu trajeto. Esse percurso é feitopor meio das adutoras, que fazem otransporte até uma Estação deTratamento de Água (ETA).

3 NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTOde Água, ela entra para um

tanque de distribuição onde começao processo de tratamento, que seinicia em um tanque de misturarápida onde se adiciona umadosagem de sulfato de alumínio.Nesse local, são usados floculadores,que são equipamentos de agitaçãoutilizados para a coagulação dossólidos em suspensão, e onde sãoformados os microflocos.

4DEPOIS A ÁGUA pode passar porum tanque de decantação ou,

nas estações mais modernas, ir diretopara a fotofiltração, onde os flocosentram em contato com as bolhasproduzidas e se inicia a clarificaçãoda água. Daí a água passa por unsfiltros. Depois segue para um

reservatório chamado de tanque decontato, onde são aplicados cloro, cale flúor.

5 VÁRIAS ANÁLISESL ABORATORIAIS são realizadas

d u ra n t e todo o processo detratamento da água. Nesses examessão feitos diariamente testes de cor,turbidez (presença de partículas),flúor e PH, que é o índice de acidez daágua, além do exame bacteriológicopara verificar a presença decoliformes fecais.

6APÓS ESSES CUIDADOS, a águavai para reservatórios e dali é

distribuída para diversos pontos dacidade até chegar a casa ouestabelecimento comercial de cadausuário.

CENTRO DECONTROLEOperacional daCesan ajudano combateàs perdas

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8 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

Após tratada,água de esgotoé reutilizadaEntre as iniciativascontra o desperdíciode água está o reúsopara regar os jardinse combater aosincêndios

Um bom exemplo de reutili-zação de água vem das Es-tações de Tratamento de

Esgoto da Cesan. Além de tratar osesgotos e devolvê-los limpos aomeio ambiente, a empresa dispo-nibiliza como água de reúso a pre-feituras, Bombeiros, secretarias,entidades públicas e privadas.

Ao todo são produzidos mais de500 litros de água por segundoapropriados para o reúso nas Esta-ções de Tratamento de Esgoto(ETEs).

A Prefeitura de Vila Velha, queaderiu à parceria para utilizar essaágua, já captou, desde janeiro, 461mil litros de água de reúso da ETEAraçás para irrigar as áreas verdese lavar as calçadas e ruas após asfeiras livres.

Um total de 424 mil litros deágua também foi utilizado pelaCesan nos serviços de desobstru-ção de rede de esgoto, aquele tra-balho de desentupimento nos po-ços de visitas e nas redes coletoraspara eliminar os vazamentos.

As redes de drenagem pluvial,que recebem e escoam a água daschuvas para um córrego, tambémforam desobstruídas com água dereúso pela Prefeitura de Vitória. Ainstituição foi responsável por

captar 56 mil litros, em fevereiro,para utilizar em seus serviços dedesentupimentos dessas redes.

Outros 113 mil litros foram utili-zados no combate ao incêndio nasáreas de turfa – na região do Mes-tre Álvaro (Serra) – pelo Corpo deB o m b e i ro s.

De fevereiro a março, a Cesandisponibilizou mais de 1 milhão delitros de água de reúso, o que cor-responde a 132 carros-pipa comcapacidade para 8 mil litros cada.

Também há outro exemplo dereaproveitamento: o do lodo de es-goto, que nada mais é do que a par-te sólida gerada no processo de tra-tamento do esgoto domiciliar. Apósser higienizado, ele se torna umfertilizante natural (ou biossólido)para ser utilizado na agricultura.

Desde o último semestre de2014, oito agricultores melhoraramas condições físicas do solo poradotarem o uso do biossólido gera-do a partir do lodo de esgoto daETE Mulembá (Vitória). Até agora,eles já receberam 100 toneladaspara utilizar em área equivalente apelo menos 10 campos de futebol.

SAMIRA GASPARINI/CESAN

Incêndios aumentam com estiagem

ÁREA DO PARQUE ESTADUAL Paulo Cesar Vinha devastada por incêndio

O QUE É O PREVINES

> DENOMINADO Programa Estadualde Prevenção e Combate a IncêndiosFlorestais (Prevines), é coordenadopelo Instituto Estadual de Meio Am-biente e Recursos Hídricos (Iema).

> O PREVINES tem como objetivo redu-zir a perda da biodiversidade e osprejuízos socioeconômicos e am-bientais em decorrência dos incên-dios florestais no Estado.

> O PROGRAMA É COMPOSTO por umgrupo gestor formado por represen-tantes das instituições: Instituto Es-tadual de Meio Ambiente e RecursosHídricos (Iema); Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal do EspíritoSanto (Idaf); Coordenadoria Esta-dual de Proteção e Defesa Civil doEspírito Santo (Cepdec); Corpo deBombeiros Militar do Espírito Santo(Cbmes); Batalhão de Polícia MilitarAmbiental (Bpma) e Núcleo de Ope-rações e Transporte Aéreo da PolíciaMilitar do Espírito Santo.

A escassez de chuvas traz aindaoutros agravantes além da falta deágua, a baixa umidade do ar e apropagação de incêndios. E issotem acontecido no Espírito Santo.

De janeiro a setembro deste ano,foram registrados 522 focos de in-cêndio, número considerado aci-

ma da média registrada em anosanteriores. Os municípios de Ma-rilândia, Colatina e Nova Venéciasão os que mais registraram focosa t i vo s.

As causas mais comuns de in-cêndio em matas e em grandesáreas ainda é a limpeza de terrenos

feita por meio de queimadas. Ou-tro motivo é a queima de lixo.

As queimadas, quando necessá-rias, só podem ser realizadas comautorização do Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal (Idaf ).Por isso, é importante que a popu-lação redobre os cuidados com al-gumas práticas, principalmente seestiverem próximas de Unidadesde Conservação, entre elas os par-ques estaduais, que são considera-dos Áreas de Proteção Integral.

O Estado possui um programade prevenção e combate a incên-dios denominado Programa Esta-dual de Prevenção e Combate aIncêndios Florestais (Prevines),coordenado pelo Instituto Esta-dual de Meio Ambiente e RecursosHídricos (Iema).

Entre os alertas do Prevines es-tão não jogar pontas de cigarro enem fumar em locais com vegeta-ção densa; evitar fazer fogueirasem acampamentos, e caso seja ne-cessário, verificar se a mesma foitotalmente apagada antes de se

afastar do local; não usar isqueiro efósforo próximo à vegetação; fazera destinação correta do lixo, quenão deve ser queimado.

O coordenador operacional doPrevines, Ulysses Luber, reforça aimportância da colaboração.

“A mudança nas práticas da po-pulação contribui muito para anão ocorrência de incêndios emáreas protegidas no Espírito Santo.A sociedade precisa se conscienti-zar de que mudar os hábitos é fun-damental para ajudar na conserva-ção das matas do Estado”.

PREFEITURA de Vila Velha já captou 461 mil litros de água de reúso para lavar calçadas e ruas após as feiras livres

AMANDA AMARAL/SEAMA

VEÍCULOS usados pelo Prevines

461 millitros de água foram reutilizadospara irrigar áreas verdes

113 millitros de água usados contrao incêndio na área de turfa

OS NÚMEROS

AMANDA AMARAL/SEAMA

Empresa tem 176 estaçõesA Cesan atua em 52 municípios

do Espírito Santo, por delegaçãodo governo e de contratos de con-cessões com os municípios.

Ao todo, a empresa possui 176estações de tratamento, sendo 88Estações de Tratamento de Água(ETAs) — 16 na Região Metropoli-tana de Vitória, que produzemuma média de 6.100 l/s, e 72 ETAsno interior, com produção médiade 1.310 l/s.

O sistema de esgotamento sani-tário também é composto por 88Estações de Tratamento de Esgoto(ETEs), sendo 47 na Região Me-tropolitana de Vitória, com capaci-dade para tratar 2.839 l/s, e 44 nointerior, que podem tratar 528 l/s.

Para conscientizar a populaçãoda importância que tem o trata-mento de esgoto, a Cesan possuium programa chamado Se Liga naRede. Por meio dele, as pessoas são

informadas que fazendo a ligaçãode suas residências ao sistema deesgotamento elas ajudam a preser-var o meio ambiente, evitandotambém doenças e o mau cheirocausado pelo despejo irregular.

As abordagens são feitas porta a

porta nos imóveis que têm possibi-lidade de interligar na rede, comorientações e dicas de saúde, meioambiente, e de como fazer a inter-ligação da residência à rede cole-tora de esgoto e o uso correto dos i st e m a .

ESTAÇÃO de Tratamento de Esgoto de Araçás disponibiliza água para reúso

D I V U LG AÇ ÃO / C E SA N

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VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 9

Es p e c i a l

As enchentes também preocupam e, paraajudar a contornar esse problema, o governovem realizando obras de drenagem

Apesar do momento ser deseca, uma hora a chuva vaichegar e as cidades preci-

sam estar preparadas para evitaros alagamentos e as enchentes.

Nesse sentido, já está em anda-mento, em Vila Velha, Cariacica eViana, o maior investimento emmacrodrenagem já feito na Re-gião Metropolitana.

As obras, realizadas pelo gover-no do Estado, chegam a R$ 350

milhões. O objetivo é reduzir sig-nificativamente as áreas alagáveisdesses municípios.

As intervenções fazem parte daprimeira etapa das obras de ma-nejo de águas pluviais desses trêsmunicípios, contemplando o Ca-nal da Costa, Canal do Guara-nhuns, Rio Aribiri, Córrego deJardim de Alah, Córrego do Cam-po Grande, que inclui ainda o RioMa r i n h o.

A macrodrenagem foi conside-rada prioritária no planejamentoestratégico do Estado. As inter-venções mais importantes, se-gundo o secretário de Estado deSaneamento, Habitação e Desen-volvimento Urbano, João Coser,são os alargamentos dos canais,substituições de pontes estreitaspor outras maiores, instalação decomportas e estações de bombea-m e n t o.

P R AZOA expectativa é executar essa

primeira etapa das obras em atétrês anos. Após a conclusão, esti-

ma-se uma redução de 50% naextensão das áreas que sofrema l a g a m e n t o s.

Essas obras, além de reduziremas inundações, vão melhorar a cir-culação pública, oferecendo maissegurança para as pessoas e redu-zindo casos de doenças transmiti-das por águas de alagamentos.

No município de Cariacica, aprimeira etapa contemplou oCórrego Jardim de Alah. O prefei-to do município, Geraldo LuziaJunior, disse que parcerias são es-senciais para a realização de umbom trabalho, principalmentequando se trata da infraestrutura

de uma cidade.Já em Vila Velha, as primeiras

intervenções acontecem nos ca-nais Guaranhuns, da Costa e Ma-rinho. São obras de remoção e re-construção de pontes de maiorabertura, de forma que facilitem oescoamento das águas pluviais.

A ponte sobre o Canal do RioMarinho, em Nova América, queatualmente tem uma abertura de8,20 metros, será substituída poroutra de 14,40 metros. Outrasduas pontes, uma em Guaranhunse outra em Boa Vista, também es-tão sendo reconstruídas de formaa aumentar a vazão dos canais.

D I V U LG AÇ ÃO / S E D U R B

ANTONIO MOREIRA - 29/04/2011

AV E N I DAP R O F ESS O R AFRANCELINASETÚBAL, emVila Velha, ondea l a ga m e n t ot ro u xet ra n s t o r n o spara moradorese motoristas

Obras para evitar alagamentos

A OBRA NO CÓRREGOJARDIM DE ALAH, emCariacica, faz parte dasintervenções para evitarfuturos alagamentosna região

Viana e Colatina recebem drenagemOs municípios de Viana e Colati-

na também foram contempladoscom obras de drenagem.

Os projetos, elaborados pelo go-verno do Estado, por meio da Se-cretaria de Saneamento, Habita-ção e Desenvolvimento Urbano(Sedurb), visam reduzir os riscosde alagamentos provocados pelaschuvas nas duas cidades. Os recur-sos são provenientes do Programade Aceleração do Crescimento( PAC ) .

Em Colatina, as obras previstassão para o sistema de manejo sus-tentável das águas urbanas da ba-cia hidrográfica do Córrego SãoSilvano. Já em Viana será feita amacrodrenagem do Córrego daRibeira, BR-262 e bairros Univer-sal e Bom Pastor.

Entre as intervenções preventi-vas estão barragens de amorteci-mento de cheias, ampliação dasseções dos córregos, construçãode diques e estações de bombea-m e n t o.

O secretário de Estado de Sanea-mento, Habitação e Desenvolvi-

mento Urbano, João Coser, desta-ca a importância das obras.

“São obras fundamentais para odesenvolvimento urbano e econô-mico das duas cidades. As inter-venções vão dar mais qualidade devida aos moradores das regiões be-

neficiadas. E, com certeza, vãoatrair novos investimentos”, afir-mou.

Coser lembrou ainda que nos úl-timos alagamentos ocorridos emViana, a BR-101 e a BR-262 ficarami n t e rd i t a d a s.

“A macrodrenagem do Córregodo Ribeira vai contribuir para que,mesmo em caso de fortes chuvas,não haja prejuízos para a econo-mia, não apenas para a cidade deViana, mas para todo o Estado”,d i s s e.

FAÇA A SUA PARTE

> VOCÊ TAMBÉM PODE AJUDAR a evi-tar alagamentos não jogando lixonas ruas e em terrenos baldios, poisos resíduos entopem os bueiros e seacumulam nas galerias subterrâ-neas para onde a água da chuva es-coa , reduzindo sua vazão e causan-do inundações.

> MATERIAIS PLÁSTICOS, como gar-rafas PET e sacos, são os maioresvilões, pois levam anos para se de-compor e criam uma espécie de bar-reira para o fluxo de água.

> NÃO SE DEVE DESCARTAR MÓVEIS,pneus velhos, galhos de árvores ouentulhos no leito dos rios. Além depoluir o ambiente, eles reduzem aárea do rio que dá vazão à água, comrisco de transbordamento.

> MANTER O TELHADO LIMPO é outradica, pois evita entupimentos nascalhas que levam a água para os es-coadouros apropriados.

> OUTRA ALTERNATIVA é construirreservatórios para armazenar aágua da chuva, que pode ser usadapara lavagem de pátios ou rega dasplantas. Isso ajuda a combater en-chentes e ainda reduz a conta deágua.

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10 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

Incentivo para produtoresrecuperarem florestasPrograma do governodo Estado remuneraprodutores paraque eles façam oreflorestamento emsuas propriedades

Árvores ajudam na preserva-ção do planeta e são neces-sárias para a renovação do

ar. Também são fundamentais pa-ra evitar enchentes.

As folhas que caem no chão ser-vem para proteger o solo dos pin-gos da chuva, evitando a erosão,que causa prejuízos em rios e tam-bém nos lençóis freáticos.

Além disso, as árvores tambémproduzem água, já que transpirampelas folhas e ajudam a formar nu-vens responsáveis pela chuva.

E é por isso que o governo do Es-tado tem um programa que incen-tiva o reflorestamento. Chamadode Reflorestar, ele vai receber nes-te ano R$ 7,5 milhões, benefician-do 1.500 produtores rurais e pro-movendo a recuperação de 7,5 milh e c t a re s.

O secretário de Estado de MeioAmbiente e Recursos Hídricos,Rodrigo Júdice, comentou que osprodutores rurais que participamdo programa têm a oportunidadede fazer o reflorestamento com ocorreto manejo do solo, cultivandoem paralelo outras culturas comocacau, seringueira, pupunha e pi-menta.

Hoje, a média de produção em10 hectares é de R$ 12 mil no ano.Com o programa agroflorestal,dentro de quatro a cinco anos, essalucratividade mais do que dobra,garantiu o secretário.

A principal fonte de recursos do

FERNANDO TONANI

PROGRAMA REFLORESTAR vai receber neste ano R$ 7,5 milhões, beneficiando 1.500 produtores rurais

Uma árvore de porte médiopode transpirar até 60 litros deágua por dia, por meio de suasfolhas.

Esse vapor se mistura com aspartículas de poluição do ar e,quando se acumulam em nu-vens, caem em forma de chuva.

Assim, as árvores ajudam tam-bém na retirada de poluentes do are a equilibrar o clima da região. Daí osparques e as florestas apresentarem umatemperatura mais amena.

Por isso, necessitamos de mais árvores planta-das para garantir um ar menos poluído, mais chu-vas e menos erosão.

Programa Reflorestar vem dosroyalties do petróleo.

Desde 2009, quando foi criado oFundo Estadual de Recursos Hí-dricos do Espírito Santo (Fundá-gua), 3% da arrecadação que o Es-tado tem, provenientes dos royal-ties, são destinados a esse fundoque mantém o Programa de Paga-mento por Serviços Ambientais(PSA). O Fundágua é gerido peloBa n d e s.

Ao aderir ao programa, o produ-tor rural recebe recursos financei-ros para aquisição de mudas e ou-tros insumos necessários paramanter e promover implantaçãoda nova formação florestal na pro-priedade. Desta forma, ampliam aoferta de água por meio da prote-ção de nascentes, áreas ciliares ezonas de recarga de água.

A ideia é criar estímulos para aadoção de novos sistemas produti-

vos de base florestal e de alternati-vas econômicas sustentáveis.

A prioridade é o pequeno pro-dutor rural, desde que ele atendaaos requisitos de participação doprograma, independente da locali-dade onde está localizada a pro-p r i e d a d e.

Para mais informações, bastaentrar em contato com a equipe doPrograma Reflorestar pelo e-mailre f l o re st a r @ s e a m a .e s. g ov. b r.

“Os produtoresrurais que

participam do programatêm a oportunidade dereflorestar com o corretomanejo do solo”Rodrigo Júdice, secretário de MeioAmbiente e Recursos Hídricos

AG R O F LO R ESTA L

Cacau e palmitoem meio à mata

Os 40 hectares de mata nativaque o produtor rural FranciscoBarcelos, 56 anos, tem em suapropriedade, em Linhares, ilus-tram uma ação bem-sucedidade atividade agroflorestal. Paracolher cacau e palmito, ele nãoprecisou derrubou nenhuma ár-vore. Ao contrário, a mata serviude apoio para o cultivo.

O produtor é um dos muitosque aderiram ao Programa Re-florestar, do governo do Estado,e, além de preservar a reservaflorestal que há em sua proprie-dade, ainda está fazendo a recu-peração de 12 hectares de suafazenda, aliando o plantio demata nativa com cacau e palmitopupunha. A expectativa de Fran-cisco é de que em três anos jáesteja colhendo os frutos dessainiciativa, que vai ajudar o meioambiente e trazer mais renda aop r o d u t o r.

SEAMA

PLANTANDO ÁRVORES

Catarina Maria Vasquez Lo-pes Silva atua em uma coopera-tiva de laticínios no Sul do Esta-do e, além da responsabilidadesocial com relação a sua comu-nidade, ela também tem cons-ciência de que recuperar as flo-restas é um importante serviçoa m b i e n ta l .

Por meio do Cooperar paraReflorestar, uma vertente doPrograma Reflorestar, ela pre-tende recuperar as margens doRio Muqui.

“O rio está secando. Quere-mos dar um exemplo para a co-munidade, para os demais pro-dutores que também usam aágua. O rio passa em outras pro-priedades e nunca vimos umtrabalho de conscientizaçãocom os proprietários. Começan-do por nós, é uma maneira deestimular que isso seja feito atémesmo pelas autoridades lo-cais ”, disse.

SEAMA

VOCÊ SABIA?

Árvore transpira água pelas folhas

DE ÁGUA POR DIA, PORMEIO DAS FOLHAS

60 l i t ro s

Fo n t e : Árvores do Brasil.

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VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 11

Es p e c i a l

Uma nova realidade no campoPara vencer a secae manter o ritmo deprodutividade, outrastécnicas e espéciessão utilizadas pelosprodutores rurais

A escassez de água tem mu-dado a forma de cultivo naspropriedades rurais capixa-

bas. Foi preciso buscar na susten-tabilidade e na inovação tecnológi-ca alternativas que garantissem aprodutividade com menos consu-mo de água.

Esse trabalho tem sido desen-volvido pelo Instituto Capixabade Pesquisa, Assistência Técnica eExtensão Rural (Incaper), que au-xilia os produtores rurais a adota-rem boas práticas de manejo dosolo e da água, como implantaçãode caixas secas para aproveitarema água da chuva, mudança nos sis-tema de irrigação, utilização deroçadas em substituição às capi-nas e o cultivo de variedades tole-rante à seca.

A orientação dada aos produto-res pelo Incaper é para que elesadotem as boas práticas de manejodo solo, utilizando o plantio emcurva de nível, deixando faixas devegetação nativa entre as linhasdas plantas (ruas) da lavoura, prin-cipalmente em terrenos de relevoacidentado, evitando expor o soloao sol e à chuva, reduzindo o nú-mero de capinas, comentou o dire-tor-técnico, Lúcio Herzog De Mu-n e r.

Um exemplo que ilustra bem é a

substituição de capinas por roçanas lavouras de café. Essa troca vi-sa minimizar o processo de erosão,melhorar o solo e aumentar a pro-dutividade, reduzindo as perdasde solo, água e nutrientes, além dereduzir custos com capinas e re-posição de fertilizantes.

Resultados de pesquisas do In-caper em áreas cultivadas com de-clividade média de 20% mostra-ram que a tecnologia reduziu asperdas de solo em até 70% e águaem até 55% nas lavouras em rela-ção às capinadas, permitindomaior infiltração e recarga do len-çol freático, perenizando as nas-centes e mananciais.

“As práticas de preparo, manejoe conservação do solo e água reali-zadas de forma integrada confe-rem maior sustentabilidade à ca-feicultura do Espírito Santo”, afir-mou Lúcio Herzog De Muner.

Outra técnica simples e bastanteeficiente incentivada pelo Incaperé a construção de caixas secas paraarmazenar água de chuva e evitarerosão. A dica é válida para enfren-tar o período de estiagem.

O Incaper está presente nos 78municípios capixabas e assisteaproximadamente 60 mil agricul-tores por ano, sendo a sua maioriaprodutores de base familiar.

PROCURE O INCAPER

Presente nos 78 municípios> O INCAPER ESTÁ PRESENTE nos 78

municípios capixabas e assisteaproximadamente 60 mil agriculto-res por ano, sendo a sua maioria pro-dutores de base familiar.

> SÃO QUATRO CENTROS REGIONAISde Desenvolvimento Rural (CRDR),distribuídos, estrategicamente, nasregiões Centro Serrana, em Domin-gos Martins; Centro Norte, em Li-nhares; Extremo Norte, em Nova Ve-nécia; e Sul Caparaó, em Cachoeiro.

> POSSUI 12 Fa z e n d a s Experimentais e

de Demonstração, onde são desen-volvidas pesquisas em parceria cominstituições públicas e privadas e 13laboratórios nas diversas áreas deconhecimento.

> QUALQUER PESSOA INTERESSADApode procurar os técnicos do Inca-per nos escritórios locais presentesem todo o Estado.

> OS TELEFONES DE CONTATO e s tã odisponíveis no site do instituto, noendereço eletrônico www.inca-p e r. e s . g o v. b r.

Variedades tolerantes à secaA seca, associada com as altas

temperaturas, tem sido o proble-ma que mais interfere no custo, naprodutividade, na qualidade e nasustentabilidade das principais es-pécies agrícolas plantadas no Es-pírito Santo.

Por isso, o Incaper vem traba-lhando com diferentes estratégiasde melhoramento genético paraespécies em condições não irriga-da, em ambientes que apresentamdéficit hídrico, visando o desenvol-vimento e recomendação de culti-vo de espécies tolerantes à seca.

Entre as tolerantes à seca, as

mais recentes obtidas ou reco-mendadas pelo Incaper são as decafé conilon (Robustão Capixaba,Robusta Tropical, Vitória, Dia-mante, Jequitibá e Centenária),café arábica (Catuaí vermelho IAC44, 81, 99, 144, Catuaí amarelo IAC62 e 86), feijão (Capixaba Precoce,Serrano, Goytacazes), milho (Em-capa 202, Ouro Verde e Incaper203, Capixaba, BR-106), banana(Vitória), entre outras de sorgo,gramíneas e fruteiras.

O diretor-técnico do Incaper, Lú-cio Herzog De Muner, ressalta queo sucesso de uma lavoura se inicia LAVOURA DE CAFÉ com variedade tolerante à seca, em Boa Esperança

com a definição da espécie a sercultivada, adaptadas ao ambientede plantio, e a aquisição de sementeou muda de boa qualidade.

A sugestão é para que produto-res que tenham propriedades loca-lizadas em condições de déficit hí-drico associado a altas temperatu-ras, e com limitações financeiraspara aquisição de equipamentosde irrigação, procurem o Incaperna sua região para que, com a ajudatécnica, possam definir a opçãomais adequada para o plantio, vi-sando sua maior segurança e sus-tentabilidade na atividade.

Roçada manual motorizadaO manejo adequado das ervas nativas nas lavouras

de café por meio de roçadas minimiza a erosão, me-lhorando o solo, reduzindo as perdas de água e nu-trientes, além de diminuir custos com capinas e repo-sição de fertilizantes.

Caixas secas ou de infiltraçãoUma tecnologia que ajuda a amenizar os danos

causados tanto pelo excesso quanto pela falta dechuva. A técnica é simples e eficiente. São reservató-rios construídos nas margens de carreadores e estra-das para captar água da chuva e evitar a erosão.

Pequenas barragensA maior parte das propriedades agrícolas depende

de reservar água para uso em períodos de escassez, oque pode ser resolvido com pequenos reservatórios. OIncaper tem elaborado projetos de construção de bar-ragens para atender propriedades de base familiar.

Cobertura florestalAs equipes do Incaper também incentivam o aumen-

to da cobertura florestal, aliando a produção agrícola àpreservação ambiental. Nesse caso, é estimulada aadoção de sistemas agroflorestais e de plantas quepodem ter utilidade econômica, como seringueira.

“Práticas feitas deforma integrada

conferem maiorsustentabilidade àca f e i c u l t u ra ”Lúcio Herzog De Muner, diretor-técnico

I r r i ga ç ã oO produtor deve utilizar

sistemas eficientes de irri-gação, de acordo com a ne-cessidade de cada cultura.

A orientação para econo-mia de água na irrigaçãoprevê a troca do períododiurno para o noturno natentativa de evitar evapora-ção da água e pagar tarifamenor de energia elétrica.

Também deve ser priori-zado o sistema de irrigaçãolocalizada, que pode ser porgotejamento ou por mi-croaspersão, que é feitapróxima à planta, aplicandoágua em menores quantida-des. No gotejamento, man-gueiras ficam pela lavoura,junto às fileiras de plantas.

FOTOS: INCAPER

Page 12: ES P EC I A L - ijsn.es.gov.br · da vazão não apenas no Norte do Espírito Santo, mas também no Sul e na Região Metropolitana. A partir daí, todo esforço foi no ... receber

12 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Es p e c i a l

DICAS DE MANUTENÇÃO

> C O R R I JA qualquer vazamento. Paraverificar se há problemas desse tipona sua casa, feche as torneiras, in-terrompa o consumo e verifique seos indicadores do hidrômetro conti-nuam girando.

> ES C O L H A vasos sanitários com cai-xa acoplada, que gastam cerca deseis litros por descarga, enquantoos equipados com válvulas de pare-de liberam até 20 litros a cada dis-paro.

> OUTRA alternativa é adaptar a válvu-la de descarga convencional da suacasa para a versão com dois botõesde acionamento (um para a evacua-ção de líquidos e outro para a des-carga de sólidos). Esse produto, co-nhecido como “dual flush”, economi-za cerca de 30% em relação aos mo-delos mais antigos.

> VASO NÃO É LIXEIRA. Nã o jogue pa-pel, fio dental e cabelo no lixo, com is-so você economiza água e evitaentupimentos na rede deesgoto.

> I N STA L E arejadores nas torneiras.Esses dispositivos ajudam a reduzir oconsumo de água ao proporcionar a

sensação de fluxo mais intenso.> EQUIPE duchas e chuveiros

com restritores de vazão. Essedispositivo pode prover umaeconomia que chega a 62%.

Você também pode colaborarPequenas mudançasna forma de consumirlevam a uma grandeeconomia de água.O momento pede aparticipação de todos

O desperdício de água podeser reduzido com atitudessimples, como evitar ba-

nhos demorados e usar o sabonetesomente com o chuveiro fechado,não lavar carros ou calçadas commangueiras, não deixar a torneiraaberta enquanto escova os dentesou lava as louças. Praticando essasações, é possível economizar até1.065 litros de água.

São medidas que devem ser in-corporadas à rotina e que com opassar do tempo vão se transfor-mar em hábitos. Basta começar!

Para incentivar essa mudançacultural, nada como informação. Ea Cesan criou um hotsite com di-cas diversas que podem ser confe-ridas em www.cesan.com.br/eco-nomizeagua.

Uma das dicas é moderar nasdescargas. A válvula ou caixa dedescarga deve ser regulada perio-dicamente, para evitar desperdí-cio. Outra orientação é ficar atentoàs torneiras mal fechadas.

Uma torneira gotejando, porexemplo, gasta 46 litros de águapor dia. Já uma torneira com aber-tura de 12 mm gasta 33.934 litrosde água por dia. Ao tomar essescuidados, você vai colaborar para ouso consciente de água, evitando afalta, principalmente no verão,quando o consumo é maior.

Escovando os dentes> F EC H E a torneira ao escovar os dentes. Cinco mi-

nutos com a torneira aberta gasta cerca de 12 litrosde água. Um copo de água é suficiente.

> AO LAVAR O ROSTO ou fazer a barba também fechea torneira.

Na cozinha> LIMPE OS RESTOS dos pratos

e panelas com uma escova ouguardanapo. Coloque a louçade molho na pia com água edetergente. Enquanto estiverensaboando, deixe a torneirafechada. Abra-a apenas nahora de enxaguar.

> A QUANTIDADE de água usadaem uma lavadora de louçasgeralmente é menor que na la-vagem manual. Mas use a la-vadora somente quando esti-ver cheia.

> QUANDO POSSÍVEL, r e ut i l i z eos utensílios. Ao usar um copopara beber água são necessá-rios, pelo menos, outros doisde água para lavá-lo.

> NÃO USE água corrente paradescongelar alimentos, o idealé descongelá-los gradual-mente na geladeira.

No banho> TOME BANHOS curtos. Um banho de ducha por

15 minutos consome 135 litros de água. Se o re-gistro for fechado na hora de ensaboar o corpo ea duração da ducha for reduzida para 5 minutos,o consumo cai para 45 litros.

> EM DIAS FRIOS é comum deixar a água do chu-veiro correr um pouco até ficar quente. Para nãodesperdiçar essa água, colete em um balde e usena limpeza da casa, para regar plantas ou paradar descarga.

População já economizou11,6 bilhões de litros de água

A sociedade capixaba respon-deu aos apelos do governo do Es-tado e economizou 11,6 bilhões delitros de água até outubro desteano. A participação e o engaja-mento são fundamentais paraatravessar a pior seca dos últimos40 anos.

Esses 11,6 bilhões de litros deágua economizados foram conta-bilizados nos 52 municípios onde aCesan atua, de janeiro até outubrodeste ano, comparado ao mesmoperíodo de 2014.

Para chegar a este resultado, oqual envolveu sociedade, governoe empresas, o principal fator foi amudança de hábitos por parte dapopulação e a responsabilidade

com que o governo encarou a si-t u a ç ã o.

Segundo a Cesan, quando o as-sunto foi levado ao governador, eledemonstrou preocupação e criouo Comitê de Crise Hídrica parabuscar alternativas.

AREJADORES NASTORNEIRAS ajudama reduzir o consumode água aoproporcionar asensação de fluxomais intenso

Veja como pequenasmudanças de hábitoslevam a uma grandeeconomia de água

LAVANDO A LOUÇA

97 litrosTOMANDO BANHO

160 litrosLAVANDO A CALÇADA

160 litrosVASO SANITÁRIO

14 litrosLAVANDO O CARRO

520 litrosESCOVANDO OS DENTES

24 litros

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TOTAL DE ECONOMIA:

1 . 0 65litros de água

ECONOMIA NO DIA A DIA

11,6 bilhõesde litros de água economizados

52 cidadesatendidas pela Cesan

OS NÚMEROS

D I V U LG AÇ ÃO

L avanderia> DÊ PREFERÊNCIA aos modelos de lavadoras de

roupa com abertura frontal, que economizam 50%de água em relação aos aparelhos convencionais.

> PLANEJE a lavagem para aproveitar a carga máxi-ma da máquina de lavar.

> AO LAVAR as roupas à mão, aproveite a água domolho para esfregar as peças. Abra a torneira ape-nas para enxaguar.

> REUTILIZE a água do tanque ou da máquina de la-var na limpeza do quintal ou da calçada.