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ERROS PRÉ-ANALÍTICOS NO EXAME DE URINA DE ROTINA Grupo 3: Andrea / Quesia / Cínara Dantas / Tyson Claudenete /Raimunda de castro

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Page 1: Erros pré analiticos em exames de urina

ERROS PRÉ-ANALÍTICOS NO EXAME DE URINA DE

ROTINAGrupo 3: Andrea / Quesia / Cínara Dantas /

Tyson Claudenete /Raimunda de castro

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Introdução

O exame de urina foi uma das primeiras análises empregada na medicina laboratorial. Devido à simplicidade, baixo custo, facilidade de obtenção da amostra e, principalmente a capacidade do exame de fornecer informações importantes sobre patologias renais, extra- renais e do trato urinário, o exame de urina é considerado um exame de rotina.

Este exame quando associado a uma anamnese bem realizada e ao quadro clínico do paciente, é capaz de confirmar o diagnóstico de varias patologias, entre elas a infecção do trato urinário. Além disso, a análise urinária pode ainda, auxiliar na pesquisa de pacientes assintomáticos e no acompanhamento da evolução da doença e na eficácia do tratamento.

Atualmente, o exame de urina de rotina compõe-se de três etapas: o exame físico, o químico e a microscopia do sedimento. As análises químicas são realizadas através da utilização de tiras reagentes, capazes de tornar o exame mais rápido, sem excluir as características de simplicidade e economia. As tiras reagentes mais utilizadas são as que analisam dez parâmetros bioquímicos clinicamente importantes: pH, densidade, hemoglobina, proteínas, glicose, cetonas,bilirrubina, urobilinigênio, leucócitos e nitrito.

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O exame microscópico pode ser automatizado através do emprego da citometria de fluxo e análise digital de imagens

O principal objetivo de um laboratório de análises clínicas é garantir resultados exatos precisos e confiáveis, a fim de contribuir para a correta tomada de decisões dos médicos em relação à conduta clínica dos doentes. Estima-se que cerca de 60 a 70% das decisões médicas mais importantes são baseadas nos resultados laboratoriais. Dessa forma, os erros diagnósticos ameaçam a segurança dos pacientes comprometendo o tratamento, o que pode causar um agravamento no quadro clínico.

O século XX pode ser considerado “O século da qualidade” devido à evolução da preocupação das empresas em prestar serviços que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, de forma eficaz e segura. A qualidade nos serviços de saúde deve, ainda, garantir e preservar, em sua integridade, os direitos fundamentais dos indivíduos.

A fase pré-analítica de um exame laboratorial é extremamente importante para o sucesso do resultado final de uma análise de qualidade. Esta fase inicia-se com a solicitação do exame, seguida de correta orientação do paciente a respeito do procedimento que será realizado, obtenção da amostra biológica, identificação, armazenamento, transporte até ao laboratório e recebimento das amostras, e termina ao se iniciar a análise laboratorial.

Os fatores pré-analíticos são difíceis de monitorar e controlar, uma vez que grande parte ocorre fora do laboratório. Por isso, esta fase é tão delicada e exige uma atenção e dedicação constante. Trabalhos recentes têm mostrado que é na fase pré-analítica que ocorre a maior parte dos erros, os quais, normalmente são oriundos da elevada rotatividade de pessoal do laboratório, negligência, falta de entendimento sobre boas práticas em laboratório, treinamento ineficiente e falta de orientação aos pacientes sobre os procedimentos que serão realizados. Alguns estudos constataram que a fase pré-analítica é a mais vulnerável a erros, sendo responsável por, aproximadamente, 60 a 90% dos erros laboratoriais em conseqüência de padronização.

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No exame de urina de rotina, um erro ou descuido na fase pré-analítica pode comprometer toda a fase analítica e a interpretação final do resultado. Alguns erros potenciais que podem ocorrer nesse exame são: interpretação errônea da requisição médica, identificação incorreta da amostra biológica, preparação inadequada do paciente, horário incorreta de coleta, volume e/ou acondicionamento impróprios de amostras, contaminações e ausência de informações sobre o uso de medicamentos.

Uma requisição de exame preenchida de forma incompleta, ilegível ou incorreta pode levar a uma interpretação errônea, por parte do laboratório de análises clínicas, dos exames a serem executados, comprometendo a correta realização da análise. A ausência de identificação de uma amostra biológica ou a identificação incorreta pode levar à troca de amostras por outra de paciente diferente e análise laboratorial incoerente com a solicitada.

Muitos pacientes comparecem ao laboratório desacompanhados e, por falta de conhecimento ou desatenção, não entendem as explicações fornecidas pelo laboratorista a cerca do preparo para a coleta do material, o que leva uma preparação imprópria do paciente, horário incorreto da coleta, volume e acondicionamento inadequado, alem de contaminações. A higiene rigorosa do aparelho genital é essencial para evitar a contaminação do material coletado. As informações sobre o uso de medicamentos são muito importantes para a análise e interpretação do resultado, mas a maior parte dos pacientes não relata se encontra em uso de terapia medicamentosa.

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Grande parte desses erros, quando percebidos, gera a rejeição da amostra e necessidade de nova coleta. Além de gerarem danos, constrangimentos e insatisfações ao paciente, estes erros causam insegurança e desconfiança ao médico e custos desnecessários ao laboratório. Além disso, a liberação do laudo atrasa, assim como o tratamento do doente, podendo causar perda da credibilidade no laboratório.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Na cidade de Santo Dumont, Minas Gerais, no período de junho a agosto de 2011, foram analisadas 1038 amostras de urina, sendo 361 amostras de junho, 309 de julho e 368 de agosto.

As amostras estudadas foram coletadas de urina recente, do tipo jato médio, acondicionadas, na maioria das vezes, em frascos de poliestireno cedidos aos pacientes pelo próprio laboratório. Estas amostras, após entregues ao laboratório, ficavam armazenadas em temperatura ambiente(21-25°C) e as análises eram realizadas em menos de duas horas após a coleta.

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RESULTADOS

Das 1038 amostras testadas (Tabela 1), observou-se que 78 (7,5%) apresentaram algum erro pré-analítico que comprometeu a análise urinária. Também notou-se que 2 destas 78 amostras (2,6%) apresentaram mais de um erro na fase pré-analítica, simultaneamente.

A distribuição mensal e classificação dos principais erros pré-analíticos são mostradas na tabela 2.

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Tabela 1: distribuição mensal das amostras testadas.

Mês Números de amostras testadas

Junho 361

Julho 309

Agosto 368

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Tabela 2: Distribuição mensal dos principais erros pré-analíticos.

ERROS PRÉ-ANALÍTICOS JUNHO JULHO AGOSTO

Preparo inadequado do paciente

3 1 5

Horário incorreto da coleta 0 0 0

Volume de amostra insuficiente

2 1* 0

Acondicionamento inadequado da amostra

26 17* 9

Ausência/Falha na identificação da amostra

0 0 0

Amostra sem refrigeração 0 0 0

Ausência de assepsia da região urogenital

5 1 5

Amostra contaminada com fezes, papel higiênico ou outros materiais

0 0 0

Ausência de informações sobre o uso de drogas ou medicamentos

3 1 1

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Em relação à freqüência dos erros pré-analíticos, notou-se um predomínio de erros quanto ao acondicionamento adequado das amostras (66,7%).

A Tabela 3 mostra a freqüência total de cada erro pré-analítico em cada período estudado.

Tabela 3: Freqüência mensal de erros pré-analíticos.

ERROS PRÉ-ANALÍTICOS

JUNHO JULHO AGOSTO TOTAL

Preparo inadequado do paciente

3 (3,8%) 1 (1,3%) 5 (6,4%) 9 (11,5%)

Volume de amostra insuficiente

2 (2,6%) 1 (1,3%) 0 3 (3,9%)

Acondicionamento inadequado da amostra

26 (33,3%) 17 (21.8%) 9 (11,5%) 52 (66,%)

Ausência de assepsia da região urogenital

5 (6,4%) 1 (1,3%) 5 (6,4%) 11 (14,1%)

Ausência de informações sobre o uso de drogas ou medicamentos

3 (3,8%) 1 (1,3%) 1 (1,3%) 5 (6,4%)

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DISCUSSÃO Atualmente, a utilização de ferramentas de qualidade pelos laboratórios de

análises clínicas é cada vez mais comum e necessária, a fim de se minimizar ou mesmo evitar a ocorrência de erros que comprometam a qualidade e segurança do resultado final do exame.

No entanto, ainda é grande o número de erros cometidos por laboratórios clínicos, o que vem aumentando, proporcionalmente, o número de processos judiciais contra estes estabelecimentos.

A fase pré-analítica de um processo de análise é a que apresenta maior freqüência de erros, provavelmente por ser a etapa mais vulnerável a sofrer influencia de fatores externos ao laboratório, como preparo do paciente, por exemplo. É a fase delicada, difícil de monitorar e controlar e extremamente importante para a qualidade final do resultado de exame.

Neste estudo, observou-se que 7,5% das amostras analisadas apresentam algum erro pré-analítico que comprometia a qualidade final de exame. A maior proporção de erros pré-analíticos foi quanto ao acondicionamento inadequada da amostra (66%). Possíveis razões para esta ocorrência podem ser a utilização de frascos para armazenamento que não aqueles cedidos pelo laboratório ou mesmo a desatenção quanto à observação da correta maneira de fechar o frasco.

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O acondicionamento inadequado da amostra compromete o relato do correto coletado e também podem contaminar a amostra com flora bacteriana, fungos entre outras coisas. Estas ocorrências prejudicam análise e forçam a necessidade de uma nova coleta.

Além disso, o acondicionamento inadequado pode causar outro erro pré-analítico. O volume insuficiente de amostra, uma vez que é necessário um volume de 10 ml para a análise do sedimento. Nesse trabalho foi observado que uma amostra, em julho, foi acondicionada de maneira inadequada e, conseqüentemente, a perda de amostra foi grande o bastante para causar o erro pré-analítico de volume insuficiente.

A ausência de assepsia da região urogenital também apresentou uma alta freqüência de ocorrência (14,1%). Este erro é comum devido à falta de explicação, por parte do laboratório, sobre a maneira correta de coleta ou por falta de entendimento do procedimento pelo paciente.

Durante o exame de urina de rotina, a ausência de assepsia da região urogenital, gera amostras com grande quantidade de células e pode levar a um crescimento bacteriano, que em condições de correta higiene não estaria presente. Desta maneira, caso o exame fosse realizado nestas condições, o laudo final do exame emitido pelo laboratório provavelmente não corresponderia ao quadro clínico do paciente.

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CONCLUSÃO

Diversos trabalhos confirmam a maior proporção de erros laboratoriais ocorrendo na fase pré-analítica. Esta fase, por compreender etapas externas ao laboratório clínico, é extremamente difícil de controlar, necessitando de um maior cuidado, atenção e dedicação dos profissionais envolvidos nesta etapa.

A erradicação completa de qualquer erro é muito difícil, no entanto, deve-se, sempre, encontrar medidas que diminuam os erros. A implantação de programas de capacitação e treinamento profissional e de uma metodologia mais rigorosa de detecção, classificação e controle destes erros é uma forma eficiente para minimização destas irregularidades.

A utilização de auditorias internas também pode ser uma boa maneira de identificar problemas organizacionais no laboratório, os quais possam interferir na qualidade final dos resultados.