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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA EROSÃO HÍDRICA AVALIADA PELA ALTERAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO SOLO EM CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E PASTAGEM NATURAL EM SÃO JOÃO DEL REI (MG) – CAMPO DAS VERTENTES LUCAS FERREIRA RIOS SÃO JOÃO DEL REI –MG DEZEMBRO DE 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

EROSÃO HÍDRICA AVALIADA PELA ALTERAÇÃO DA

SUPERFÍCIE DO SOLO EM CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E

PASTAGEM NATURAL EM SÃO JOÃO DEL REI (MG) – CAMPO

DAS VERTENTES

LUCAS FERREIRA RIOS

SÃO JOÃO DEL REI –MG

DEZEMBRO DE 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

EROSÃO HÍDRICA AVALIADA PELA ALTERAÇÃO DA

SUPERFÍCIE DO SOLO EM CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E

PASTAGEM NATURAL EM SÃO JOÃO DEL REI (MG) – CAMPO

DAS VERTENTES

LUCAS FERREIRA RIOS

Zootecnista

SÃO JOÃO DEL REI–MG

DEZEMBRO DE 2015

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LUCAS FERREIRA RIOS

EROSÃO HÍDRICA AVALIADA PELA ALTERAÇÃO DA

SUPERFÍCIE DO SOLO EM CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E

PASTAGEM NATURAL EM SÃO JOÃO DEL REI (MG) – CAMPO

DAS VERTENTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Zootecnia,

da Universidade Federal de São João Del Rei-Campus Tancredo de Almeida Neves,

como parte das exigências para a obtenção do diploma de Bacharel em Zootecnia.

Comitê de Orientação:

Orientador: ___________________________________________(UFSJ/CTAN)

SÃO JOÃO DEL REI–MG

DEZEMBRO DE 2015

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LUCAS FERREIRA RIOS

EROSÃO HÍDRICA AVALIADA PELA ALTERAÇÃO DA

SUPERFÍCIE DO SOLO EM CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E

PASTAGEM NATURAL EM SÃO JOÃO DEL REI (MG) – CAMPO

DAS VERTENTES

Defesa Aprovada pela Comissão Examinadora em : ______/_____/_______

Comissão Examinadora:

____________________________________________________

Pesquisador

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais/ EPAMIG

Campo Experimental Risoleta Neves

_______________________________________________________

Pesquisador

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais/ EPAMIG

Campo Experimental Risoleta Neves

_________________________________________________________

Prof.

Universidade Federal de São João Del Rei

Curso de Bacharelado em Zootecnia/ Campus Tancredo de Almeida Neves

Presidente

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

1.1 OBJETIVO .............................................................................................................. 8

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 9

2.1 EROSÃO HÍDRICA ............................................................................................... 9

2.1.1 EROSIVIDADE DA CHUVA ........................................................................ 10

2.1.2 CARACTERÍSTICAS QUE PREDISPÕE UM SOLO A EROSÃO ............. 11

2.1.3 COBERTURA VEGETAL ............................................................................. 12

2.2 SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO ............................................................... 14

2.3 PERDAS DE SOLO EM PASTAGENS.......................................................... 19

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24

2. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 34

7. ANEXOS .................................................................................................................... 41

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RESUMO

Um dos maiores desafios da humanidade tem sido a produção de alimentos baseado na

sustentabilidade dos sistemas e que necessariamente passam pelos conceitos de

conservação do solo e da água. Neste sentido este estudo objetivou quantificar as perdas

de solo por erosão hídrica em um Cambissolo Háplico sob cultivo de cana-de-açúcar,

pastagem natural e solo descoberto. O experimento foi conduzido na fazenda Risoleta

Neves, pertencente à Epamig, localizada no município de São João del-Rei (MG),

inserida na mesorregião do Campo das Vertentes. Para avaliação das perdas de solo por

erosão hídrica foi utilizado o método de alteração de superfície do solo, de acordo com

metodologia descrita por Santos (1998) e Bono (1996). O desenho experimental

consistiu de três repetições para cada tratamento. Os tratamentos foram: solo descoberto

(SD); pastagem natural (PN), composta predominantemente por Brachiaria decumbens

e Melinis minutiflora e cultivo de cana-de-açúcar, (CA). As perdas de solo para cana-

de- açúcar estão acima do limite de tolerância de 4 Mg.ha-1 ano-1 de perdas de solo para

classe dos Cambissolos. As perdas de solo para PN e CA foram de 8,49 e 16,21 Mg.ha-1

respectivamente, indicando necessidade de alteração do sistema de manejo adotado e

implementação de práticas conservacionistas do solo e da água na área em questão.

Palavras chave: tolerância de perdas, cultivo convencional, cambissolo.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil possui em torno de 223 milhões de hectares em áreas cultivadas. Deste

total, 159, 60 e 4,5 milhões de ha são ocupados por pastagens, lavouras agrícolas e

reflorestamentos respectivamente (IBGE, 2007). Um dos maiores desafios da

humanidade tem sido a produção de alimentos baseado na sustentabilidade dos sistemas

e que necessariamente passam pelos conceitos de conservação do solo e da água.

São João del-Rei está inserido na região do Campo das Vertentes. Nesta região

há expressiva ocorrência de erosão do tipo voçorocas. Partes destas voçorocas tiverem

início devido à atividade de mineração do ouro no século XVIII. Associado a este

aspecto, atualmente uma das práticas de renovação de pastagens na região tem sido

através do uso do fogo, prática esta que, elimina a matéria orgânica e causa degradação

do solo. Soma-se a estes aspectos o fato desta região ser ocupada em grande extensão

pelos solos da classe dos Cambissolos. Estes solos são susceptíveis aos processos

erosivos e quando cultivados necessitam de um plano de manejo conservacionista.

Devido a uma grande extensão em áreas cultiváveis, variação de tipo de solo, diferentes

sistemas de manejo e grande número de espécies cultivadas, no Brasil há uma

expressiva demanda em estudos relacionados à avaliação da erosão hídrica. Diante desta

necessidade em quantificar as perdas de solo em diferentes sistemas de manejo, é

necessário escolher um método que apresente facilidade de aplicação e baixo custo.

O método de avaliação de perdas de solo por alteração da superfície, descrito por

Bono et al. (1996) e Santos et al. (1998), tem sido empregado com a finalidade de

avaliar o processo de erosão do solo. Este método apresenta resultados semelhantes ao

método de parcela-padrão, que apresenta um maior custo de implantação e tempo

dedicado para obtenção e análise dos dados.

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1.1 OBJETIVO

Neste sentido este estudo teve com objetivo quantificar as perdas de solo por

erosão hídrica em um Cambissolo Háplico sob cana-de-açúcar, pastagem natural e solo

descoberto.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 EROSÃO HÍDRICA

Erosão hídrica é um processo contínuo de remoção, transporte e deposição de

sedimentos do solo, de um local mais elevado para um relevo mais baixo, por meio de

agentes de intemperismo como água e vento (Mahilum, 2004; Morgan, 2005). Segundo

Mahilum (2004); Morgan (2005) e Oliveira (2011), a erosão é um processo natural e

necessário para a formação do solo. Entretanto, a erosão tem se acelerado, pois é

influenciada por práticas não conservacionistas, que sobrecarregam a capacidade de

suporte do solo (Oliveira, 2011).

De acordo com Beutler et al (2003), Wohlenberg et al (2004), Bagatini et al

(2011) e Sperandio et al. (2012), a expansão de novas fronteiras agrícolas é um dos

fatores que modificam as propriedades físicas do solo, por meio de remoção da

cobertura vegetal, quebra de agregados e compactação, promovidos por uma intensa

mecanização.

Sérios problemas associados a perdas de solo pela erosão têm sido relatado por

Hernani et al. (1999), Cassol et al. (2003); Morgan (2005) Bertol et al (2007a); e Guerra

et al. (2010), tais como, selamento superficial, declínio da produção agrícola, redução

da qualidade vegetal, diminuição de fertilidade do solo, aumento da adubação

empregada, deterioração da estrutura do solo, além de formação de ravinas e voçorocas,

formando parcelas irregulares no solo. Todos estes aspectos aumentam ainda mais o

custo de produção, inviabilizando o sistema produtivo a longo prazo. Já para Mahilum

(2004) e Possa & Venturini (2014) uma consequência direta da erosão seria a formação

de rupturas profundas, que disponibilizaria grande carga de sedimentos para cursos

d’água, tendendo a acumular-se em nascentes ou rios, causando assoreamento, perdas

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de reservas hídricas e diminuição da disponibilidade de água. Gerando grande impacto

no abastecimento hídrico do meio urbano e rural, o que resulta em perdas econômicas e

impactos sociais.

2.1.1 EROSIVIDADE DA CHUVA

O potencial erosivo ou erosividade refere-se à capacidade potencial da chuva em

causar erosão (Morgan, 2005). É influenciada por algumas variáveis como intensidade,

total de precipitação, energia cinética e outros fatores, como a interferência pelos

ventos. As variáveis mais importantes são a intensidade e a duração da chuva (Morgan,

2005). Além disso a variabilidade espacial e temporal, confere uma variabilidade

extremamente elevada no potencial erosivo pluvial. No Brasil, existem valores de

erosividade determinados para várias regiões. De acordo com Cogo et al. (1988), a

erosividade apresenta uma amplitude de 5.000 a 12.000 MJ mm ha-1 h-1 ano-1.

O teor de matéria orgânica e cobertura vegetal são os principais fatores que

contribuem para que haja estabilidade dos agregados e proteção contra o efeito do

salpicamento, causado pelo impacto das gotas de chuva (Eltz et al., 1984; Bertol &

Miquelluti,1993; Cassol et al.,1999; Albuquerque et al., 2001, Levien & Cogo, 2001; e

Guadagnin et al.,2005). Após o impacto das gotas de chuva, os agregados são dispersos

em fragmentos menores, que vão preenchendo os espaços irregulares entre si (Mahilum,

2004; Morgan, 2005; Guerra et al, 2010), o que resulta em selamento superficial e

aumento de arraste do solo por deflúvio, em função do aumento de densidade e

consequente diminuição da infiltração (Mahilum, 2004; Morgan, 2005; Guerra et al,

2010). Conforme Bertol & Miquelluti (1993) chuvas de alta erosividade contribuem

para que haja quebra de agregados e seja rapidamente atingido o limite de saturação

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hídrica do solo. Desta forma, até chuvas com pouco poder erosivo são capazes de

provocar perdas nos meses subsequentes ao preparo.

2.1.2 CARACTERÍSTICAS QUE PREDISPÕE UM SOLO A EROSÃO

As perdas podem variar conforme as diferentes classes de solo. Tendo em vista

que variam em relação a profundidade, textura e estrutura, densidade, permeabilidade e

teor de matéria orgânica (EMBRAPA, 2006). Com a finalidade de estabelecer limites

para tolerância de perdas por erosão Galindo & Margolis (1989) estudaram 88 perfis de

solos no estado de Pernambuco. Após esse estudo os autores concluíram que solos com

horizonte B Latossólicos, são mais resistentes ao processo erosivo, por apresentaram um

horizonte mais espesso, poroso e bem drenado. Enquanto que solos com horizonte B

textural, como os Argissolos, estão em estágio intermediário de resistência, por

apresentarem mudança abrupta de permeabilidade no horizonte B, o que dificulta a

drenagem e favorece o escoamento superficial ou deflúvio. Solos mais susceptíveis a

erosão hídrica são os que apresentam horizontes de baixa profundidade efetiva, como o

Neossolo Litólico (Albuquerque et al., 2001). O fator se agrava quando estes solos

apresentam pouca cobertura vegetal ou desenvolvimento radicular e elevados teores de

silte e areias finas, pois há favorecimento de selamento superficial, que dificulta a

infiltração de água, promovendo arraste de partículas (Galindo & Margolis ,1989;

Guerra et al. 2010).

Outro solo que apresenta susceptibilidade a erosão, é o Cambissolo Háplico.

Este solo apresenta normalmente elevados teores de silte, solum pouco espesso, tendo

um horizonte B menor que 50 centímetros e horizonte C profundo e sem estrutura,

apresentando quando descoberto, selamento superficial, o que favorece o escoamento

superficial e desencadeamento do processo erosivo (Bono et al. 1996; Santos et

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al.,1998). Desta forma, quando o sulco de erosão rompe o solum e atinge o horizonte C,

a paisagem poderá atingir seu estágio máximo de degradação, que é a formação de

rupturas profundas ou voçorocas. Este é o modelo que ocorre na região dos Campos da

Vertentes (EMBRAPA, 2006). Assim, o grande número de voçorocas nesta região do

Campo das Vertentes, é devido principalmente a grande ocorrência de Cambissolo,

associado logicamente ao manejo incorreto destes solos (Possa & Ventorini, 2014).

Outro fator que favorece o processo de infiltração é o volume de macroporos no

solo (Oliveira, 2011). Segundo Silva et al (1995); Beautler et al. (2003) solos com maior

densidade são mais propensos a sofrerem carreamento de partículas por escoamento

superficial. As perdas de solo e água também podem variar conforme a declividade e

comprimento de rampa. De forma que quanto maior a declividade e comprimento de

rampa, mais facilmente ocorrerá o carreamento de transporte de sedimentos pela

enxurrada (Cogo et al., 2003).

2.1.3 COBERTURA VEGETAL

Tem sido observado que o índice de cobertura das culturas, estádio de

crescimento e espécies possuem relação com perdas de solo. De forma que as perdas de

solo diminuem com uma maior cobertura vegetal, proporcionado pela parte área do

vegetal e tipos de raiz (Lima et al., 1988). De acordo com Amaral et al. (2008) as

perdas de água e solo podem sofrer variação com o tipo de cultura empregada e época

de cultivo. Os autores ainda recomendam, que a época de chuvas com maior poder

erosivo não deve coincidir com os estados iniciais da cultura adotada.

Independente do manejo e sistema de preparo adotado há uma redução

significativa de perdas de solo e água após o estabelecimento de uma cultura agrícola

Eltz et al. (1984), Bertol & Miquelluti, (1993), Cassol et al. (1999), Levien & Cogo,

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(2001) e Guadagnin, (2005). Conforme o trabalho de Bertol & Miquelluti (1993), que

avaliou o efeito da cobertura vegetal de uma cultura de milho submetido a um preparo

convencional, houve uma redução de 85% de perdas de solo em relação à parcela

descoberta. A parte aérea da planta protegeu a superfície do solo contra a energia de

impacto das gotas da chuva, enquanto que as raízes aumentam a resistência do solo à

desagregação. Desta forma a cultura do milho reduziu expressivamente as perdas de

solo, quando comparadas com o solo descoberto, concordando com os trabalhos de

Santos et al. (1998); Cogo et al. (2003) e Cardoso et al. (2004).

Conforme observado nos trabalhos de Levien & Cogo (2001); Guadagnin et al.

(2005); Leite et al. (2004) existem variações de perdas associadas com o tipo de cultura

empregada, sendo que as monoculturas anuais apresentam maiores perdas que culturas

em sucessão. As perdas estão associadas com a capacidade de produção e manutenção

de biomassa vegetal no sistema (Cogo et al., 2003). Entre as culturas de trigo-soja e

trigo-milho, submetidas a sistemas de preparo, convencional reduzido e semeadura

direta, a sucessão trigo-milho teve o melhor desempenho em evitar a erosão,

contribuindo para que 98,6% de solo fosse mantido. Este fator pode ser atribuído a uma

maior produção de palha e raízes mortas (biomassa), que conferiu maior cobertura ao

solo. Os tratamentos com sucessão trigo-milho também contribuíram para a

conservação da água, uma vez que as raízes do milho formam pequenos canais, que

favorecem a infiltração de água

A manutenção de resíduos culturais como palhas e raízes secas de culturas

anteriores proporciona uma série de benefícios a conservação de solo. Conforme Castro

Filho et al. (1998), verificaram que as inserções de resíduos culturais conferem maior

estabilidade aos agregados na profundidade de 0 – 10 cm, o que aumenta a resistência a

erosão. Solos com maiores níveis de agregação apresentam maior capacidade de

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infiltração e maior resistência ao salpicamento provocado pela energia cinética da gota

de chuva (Bertol & Miquelluti,1993; Castro Filho, 1998).

2.2 SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO

As maiores perdas de solo ocorrem em solos desprotegidos de vegetação ou

resíduos orgânicos e submetidos a gradagem, por estarem mais expostos ao efeito

erosivo das chuvas. Solos com preparo convencional, com aração e duas gradagens ao

ano apresentam grandes perdas de solo, pois apresentam pouca cobertura vegetal, baixa

rugosidade superficial e alta quantidade de partículas desagregadas, desta forma, o

efeito de salpicamento e o selamento superficial, se tornam mais frequentes (Guadagnin

et al., 2005)

No geral, sistemas conservacionistas, em destaque a semeadura direta

proporcionam menores perdas de solo. De acordo com os trabalho de Eltz et al. (1984);

Bertol et al. (1993); Hernani et al. (1997); Guadagnin et al.(2005); Bertol et al. (2007a)

e Amaral et al. (2008), a ausência de mobilização na semeadura direta possibilita

melhor estruturação e estabilidade de agregados, conferindo maior resistência a erosão

hídrica e eficácia na conservação da água e solo. De forma que a escarificação ficou a

nível intermediário e também apresentou boa cobertura e proteção ao solo.

Foi constatado no trabalho de Hernani et al. (1997) que solos, classificados

como Latossolo Vermelho distroférrico, preparados com semeadura direta e cobertos

com resíduos culturais apresentaram as menores perdas de solo. De acordo com estes

autores, em média foi perdido 0,26 Mgha-1 ano-1, enquanto que foi encontrado valores

médios anuais de 1,95 e 10,28 Mgha-1, respectivamente para o preparo reduzido,

consistindo de escarificação mais gradagem niveladora e preparo convencional, com

uma aração e duas gradagens por ano. Resultados similares foram encontrados no

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trabalho de Amaral et al (2008) que registrou perdas em um Cambissolo Húmico de 0,5,

1,5 e 10,2 Mgha-1 ano-1 em solos submetidos respectivamente, aos sistemas de preparo

semeadura direta, preparo reduzido e preparo convencional.

Os solos arados e/ou gradeado com mecanização tratorizada apresentaram alta

susceptibilidade a ação erosiva durante as chuvas de outubro a março, em regiões de

clima tropical, por não apresentarem cobertura vegetal e alta compactação, favorecendo

assim, um aumento de escoamento e remoção de sedimentos (Guadagnin et al., 2005;

Hernani et al, 2007; Amaral et al., 2008).

Com a finalidade de encontrar ferramentas de preparo de solo acessíveis ao

pequeno produtor e ao mesmo tempo que favorecesse a conservação das propriedades

físicas do solo, foram estudados por Levien & Cogo (2001) sistemas de plantio

convencional e direto, utilizando-se de mecanização tratorizada composta de arado de

disco circulares ou de tração animal, arado de aiveca, grade de dentes triangular e dentes

espaçados para preparo do solo. Deste modo foi observado que tratamentos que

apresentavam preparo convencional tratorizado eram menos eficiente para a

conservação da estrutura na camada preparada do solo, em função de uma maior

intensidade de mobilização. No plantio do milho foi perdido 57,3 pelo preparo

convencional por tração animal, 127,8 Mgha-1 ano-1, pelo preparo convencional

tratorizado, enquanto que no plantio direto em sucessão milho-trigo foi perdido em

média 0,5 Mgha-1 ano-1.

Outras práticas de manejo tem demonstrado contribuir para o aumento de perdas

de solo como pode ser observado no trabalho de Ranzini & Lima (2002) que estudaram

a influência de dois tipos de manejo sobre as perdas de solo em duas áreas plantadas

com Eucalyptus saligna Smith. No primeiro, o plantio foi antecedido de uma preparo

mecanizado do solo, com aração leve, enquanto que no segundo o plantio foi realizado

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por coveamento, seguido de roçada e queimada. No tratamento mecanizado houve

maior presença de matéria orgânica, favorecendo um menor escoamento superficial e

consequente carreamento de sedimentos. A prática de queimadas em um solo com

gradiente textural no horizonte B, acentuou a ocorrência de processos erosivos, por

arraste do solo na área em questão.

Conforme Hernani et al. (1999) a quantidade de nutrientes e matéria orgânica

adsorvidos nos sedimentos é maior no plantio direto do que no sistema convencional,

garantindo assim, boa fertilidade ao solo. Ademais, os tratamentos convencionais por

apresentarem grande revolvimento ao solo são mais propensos a perdas de sedimentos

ricos em nutrientes como o fósforo e matéria orgânica. Todavia existem relatos que

exemplificam que métodos de preparo convencional, com aração e gradagens, quando

bem manejados também podem garantir boa disponibilidade de nutrientes e favorecer o

crescimento de plantas sob cultivo como pode ser observado nos trabalhos de Gaertner

et al, 2006; Denardin et al, 2008; Bertol et al. 2007b).

No experimento de Gaertner et al. (2006), as produções mais elevadas de trigo e

soja estiveram relacionadas com um maior revolvimento de solo, proporcionado pela

gradagem ou escarificação, enquanto que no plantio direto houve pouco

desenvolvimento de órgãos vegetativos foliares. Durante a execução do experimento

houve ataque de doenças fungícas foliares nos tratamentos com plantio direto, que pode

estar relacionado com o acúmulo de nutrientes na superfície do solo

Bertol et al. (2007b) concluíram que até mesmo dentro da semeadura direta pode

existir variações de perdas de solo. Os sulcadores do tipo cinzel podem promover

desagregação de partículas e remoção de cobertura vegetal, promovendo assim

exposição do solo à erosão. Segundo Denardin et al. (2008) os métodos

conservacionistas, em especial o plantio direto, podem não estar evitando que haja

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carreamento e transporte, promovidos pela enxurrada de matéria orgânica e nutrientes

adsorvidos em sedimentos de baixa granulometria, localizados na superfície do solo,

gerando perdas econômicas e contaminação de bacias.

Outro fator que devesse ter atenção no plantio direto é em relação a adubação.

No experimento de Bertol et al. (2007b), foi constado que o emprego de adubo orgânico

proveniente da suinocultura promoveu obstrução dos macroporos e atuou como um

composto hidrofóbico, repelindo a água e favorecendo o surgimento de uma lamina

d’água, por isso o índice de escoamento foi duas vezes maior que o tratamento que

recebeu adubo NPK.

Mesmo que o preparo convencional, por meio de desagregação de partículas

promova momentaneamente uma maior infiltração de água, por meio de aumento de

rugosidade e porosidade da camada superficial do solo, após algum tempo ocorre

selamento da camada superficial, predispondo o solo à ação erosiva da chuva (Bertol et

al., 2007a). Nem sempre há correlação entre as perdas de água e solo, como pode ser

observado nos trabalhos de Cassol et al. (1999); Cassol et al. (2002); Beautler et al.

(2003); Gilles et al. (2009) Amaral et al. (2008) e Bagatini et al. (2011). Uma vez que é

atingido o limite de saturação dos macroporos a capacidade de infiltração da água é

reduzida e o excesso flui pela superfície. A matéria orgânica na superfície poderá evitar

a quebra da estruturação, contribuindo para que o material particulado do solo não seja

perdido Amaral et al. (2008).

De acordo com Gilles et al. (2009); e Bagatini et al. (2011), a escarificação tem

sido mais eficiente que a semeadura direta e a gradagem em reduzir as perdas hídricas e

o efeito de enxurrada, pois o revolvimento do solo proporciona boa rugosidade,

aumenta a quantidade de macroporos e contribui para que os nutrientes aplicados por

meio de adubação atingiam camadas mais profundas, favorecendo o desenvolvimento

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de raízes e da cobertura vegetal. Enquanto que em semeadura direta houve menor

quantidade de perdas por erosão. Entretanto as perdas resultantes da mobilização da

escarificação tenderão a diminuir com o aumento da biomassa vegetal, conferindo maior

cobertura ao solo e proteção contra erosão hídrica (Gilles et al.,2009; e Bagatini et

al.,2011).

Para a escolha do método de preparo do solo, deve-se levar em conta o estádio

de degradação do terreno. De forma que é necessário um período de adaptação da área

degradada para a implantação do cultivo escolhido (Lima, 1988 e Alburqueque et

al.,2001). Segundo Cassol et al. (1999), a gradagem pode ser benéfica em solos com

estágio avançado de compactação, promovendo aumento de aeração, porosidade e

rugosidade superficial. Aliada com um acréscimo de cobertura vegetal, evitará perdas

de solo por arraste de partículas.

De acordo com Conforme Beautler et al. (2003) práticas de manejo

convencionais, consistindo de aração e gradagem podem aumentar a densidade e

diminuir o volume de macroporos no solo, o que favorece o escoamento superficial.

Enquanto que métodos conservacionistas como o plantio direto foram capazes de

reduzir em 10% a densidade do solo e aumentar em 60% o volume de macroporos em

comparação ao sistema de manejo convencional.

A utilização de implementos agrícolas pode aumentar a densidade do solo, por

meio de compactação (Beautler et al., 2003). Além de alterar a estabilidade dos

agregados favorecendo maior carreamento de partículas (Castro et al,1998; Beautler et

al., 2003; Cogo et al., 2003). Conforme esses autores o sistema de manejo adotado pode

potencializar o volume de solo perdido. De forma que podem ocorrer perdas

significativas em épocas de pouca precipitação (outono/inverno) (Beautler et al., 2003).

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19

2.3 PERDAS DE SOLO EM PASTAGENS

Os trabalhos de Bono et al. (1996) e Santos et al. (1998) destacam-se por

quantificar perdas de solo, água e nutrientes em áreas de pastagem natural e melhorada

com gramíneas africanas. Esses autores avaliaram pelo método do pino ou alteração de

superfície, a influencia dos diferentes tipos de preparo e cobertura nas perdas anuais de

solo numa área de Cambissolo Álico situado na região centro-sul de Minas Gerais.

Deste modo, as perdas variaram de 3, 4 a 151,2 Mgha-1 ano-1 (Santos et al., 1998). No

trabalho de Bono et al. (1998) houve diferenças significativas entre o tipo de preparo,

variedade de gramínea e classe de solo, sendo que as perdas médias anuais foram

maiores na área de Cambissolo perdendo naturalmente 39,7 Mgha-1 enquanto que no

Latossolo perdia-se 24,4 Mgha-1. Neste estudo foi detectado que alguns atributos

relacionados com altas proporções de silte, como baixa macroporosidade, alta

capacidade de incrustação e baixa permeabilidade que podem ter predisposto a área de

Cambissolo, a ação da erosão hídrica. Em ambos os trabalhos houve diminuição de

perdas em solos submetidos a escarificação, calagem e adubação.

A implementação de forrageiras contribuíram para o aumento do teor de matéria

orgânica no solo (Bono et al, 1996). Havendo desta forma uma correlação negativa

entre o aumento da cobertura vegetal e as perdas de solo. De forma que boas práticas de

manejo como adubação, calagem e escarificação favorecem um maior índice de

cobertura vegetal sobre o solo, garantido assim maior proteção (Santos 1998).

Conforme Bono et al. (1996) houve redução de 62,3% nas perdas médias anuais

de solo para a pastagem de Brachiaria brizantha preparada com escarificação na área de

Latossolo e 38,54% na área Cambissolo, sob pastagem melhorada com Brachiaria

brizantha, utilizando o coveamento.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Campo Experimental Risoleta Neves,

pertencente à Epamig, localizada no município de São João del-Rei (MG), inserida na

mesorregião do Campo das Vertentes, com altitude média de 935 m. O clima é do tipo

tropical de altitude, apresentando invernos frios e secos e verões quentes e úmidos, Cwa

segundo a classificação de Köppen. A precipitação média anual varia de 1.200 a 1.500

mm por ano.

O solo predominante na área experimental é o Cambissolo H, caracterizado por

apresentar horizontes A e B pouco espessos. O solo em estudo apresenta grande

quantidade de cascalho na profundidade de 0-20 cm e declividade de 12%.

Para avaliação das perdas de solo por erosão hídrica foi utilizado o método de

alteração de superfície do solo, utilizando-se pino de ferro, cravado no solo, de acordo

com metodologia descrita por Santos et al (1998) e Bono et al. (1994). O desenho

experimental consistiu de três repetições para cada tratamento. Os tratamentos foram:

solo descoberto (SD); pastagem natural (PN), composta predominantemente por

Brachiaria decumbens e Melinis minutiflora e cultivo de cana-de-açúcar, (CA). O

preparo de solo para cana-de-açúcar foi o cultivo convencional com aração e gradagem.

As parcelas foram instaladas em dezembro de 2012 e os dados coletados até

março de 2014, período de maior ocorrência de chuvas na região. Foram cravados

pinos, hastes metálicas de 0,8 m de comprimento, até atingir 0,6 m de profundidade.

Todos os pinos foram calibrados à mesma profundidade e medidos semanalmente com

paquímetro. Nas avaliações, considerou-se 0,2 m como superfície de referência, sendo

valores acima dos mesmos interpretados como arraste de solo e abaixo, deposição de

sedimento.

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21

Os pinos foram instalados a 1 m de distância entre si formando uma malha. Cada

parcela, com dimensão de 3 x 8 m foi contemplada com 36 pinos.

As amostras para determinação de densidade do solo foram coletadas na

profundidade de 0-10 cm, utilizando um anel volumétrico. A densidade foi determinada

de acordo com metodologia de Black & Hartge (1986). Para avaliação da fertilidade do

solo, as amostras foram coletadas na camada de 0-20 e analisadas de acordo com

metodologia descrita em Embrapa (1997). As perdas de solo foram estimadas pela

seguinte equação:

� = ℎ. �. ��

Sendo:

P = perdas de solo, em Mg.ha-1;

h = media de alteração de nível de superfície do solo, medida nos pinos, em m;

A = área considerada (24 m²);

Ds = densidade do solo (Mg.m-³).

Todas as medições foram submetidas a análise univariada de variância para

medidas repetidas. Para tal, admitiu-se que a hipótese de matriz circular dos dados

(esfericidade) fosse verdadeira, conforme o teste de Mauchly. Foi feito uma análise

exploratória com finalidade de averiguar correlações significativas entre variáveis como

tempo de amostragem, tipo de cobertura e interação entre cobertura x tempo de

amostragem.

A resistência mecânica do solo à penetração foi avaliada mediante o uso de

penetrômetro de impacto – modelo IAA/Planalsucar em que a massa de impacto com

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22

quatro quilos sofreu uma queda livre de 40 cm. A transformação da penetração da haste

do aparelho no solo (cm/impacto), em resistência à penetração, foi obtida através

método de Stolf (1991), na equação 1 (Eq1) a seguir:

RP = ���

��. �.�� �

Sendo que,

RP - resistência à penetração, kgf cm-2 (kgf cm-2 * 0,098 = MPa)

M - massa do êmbolo (4 kg ) (Mg = 4 kgf); (1 kg no menor nível de compactação);

m - massa do aparelho sem êmbolo (3,2 kg) (mg = 3,2 kgf);

h - altura de queda do êmbolo (40 cm);

x - penetração da haste do aparelho, cm impacto-1, e

A - área do cone, 1,29 cm2.

Em cada parcela foi determinado a umidade do solo até a profundidade de 60

cm, nos mesmos dias dos testes de resistência do solo à penetração. Para determinação

de umidade do solo, foi utilizado o método gravimétrico representado na equação 2

(Eq2) abaixo. O solo foi pesado em uma balança analítica de precisão e posteriormente

foi colocado em estufa de 105°C por 24h, de acordo com EMBRAPA (1997).

Ug = �������

(Eq2)

(Eq1)

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23

Sendo que:

Ug - umidade gravimétrica (kg kg-1 );

Mu- massa de solo úmida (kg) e

Ms - massa do solo seco (kg).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme Figura 01, houve variações na altura dos pinos ao longo das

medições. Como os pinos foram cravados a uma altura de 0,2 m sobre o solo, o

rebaixamento das camadas superiores ou perdas, resultaram em coefientes negativos

enquanto que diminuições da altura do paquímetro demonstram que houve deposição ou

ganho de solo nas camadas superiores, resultando em coeficientes positivos (Cardoso et

al., 2004). Assim, foram registrados ganhos e perdas em todos tratamentos. Em geral, as

perdas ocorreram mais frequentemente entre 0 a -10 mm, no entanto, houve também

frequências de 0 a -20 e 0 a 20 mm.

Figura 01 – Amplitude de variação da altura dos pinos durante período experimental.

Em relação ao tipo de cobertura, as parcelas de solo descoberto (SD) foram as

que apresentaram maior amplitude de variação na altura dos pinos durante todo o

período de estudo. O tratamento constituído de pastagem natural (PN) foi o que

apresentou menor alteração de superfície do solo seguido de cana-de-açúcar (CA)

(Figura 02).

Alteração de superfície do solo

Fre

qu

enci

a ab

solu

ta

-60 -40 -20 0 20 40

01

00

03

00

0

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25

Figura 02- Amplitude de variação na altura dos pinos para cada tratamento.

A análise univariada de variância para medidas repetidas, por meio do teste de

esfericidade foi aceita. Conforme o teste houve influencia significativa entre o tipo de

cobertura, do tempo e da interação tempo-cobertura (Anexo 01). A superfície do SD

apresentou em média um decréscimo mais acentuado quando comparado a CA e PN.

Possivelmente essa variação se deve a falta de cobertura do solo, que o predispõe a

energia cinética da gota de chuva. Em média a altura dos pinos se manteve constante

para CA e PN. Todavia houve uma pequena perda de solo, nas primeiras medições para

CA e acréscimo ao longo das medições. Esse fator pode estar relacionado com o

desenvolvimento da parte aérea da cana-de-açúcar e deposição de matéria orgânica, por

meio de resíduos vegetais ao longo do experimento.

Conforme Cardoso et al. (2004) a altura da camada superficial pode variar ao

longo do ano, pois meses com maiores precipitações tendem a ter maior arraste ou

deposição de sedimentos, devido a intensidade e duração das chuvas. Assim meses de

estiagem apresentam menores perdas se comparado a estações chuvosas. De modo que,

pode haver interação do tipo de cobertura e tempo, sendo que a falta de cobertura

vegetal ou matéria orgânica pode intensificar o carreamento de sedimentos.

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Figura 03 – Variação média da superfície do solo em função do tempo.

A baixa variação da área recoberta com pastagem natural, provavelmente se

deve a características morfológicas e fisiológicas de espécies como Brachiaria

decumbens e Melinis multiflora, que são caracterizadas por apresentarem baixa

exigência em fertilidade hábito de crescimento rasteiro, que garantem bom

recobrimento e proteção do solo contra erosão. Por isso são indicados para terrenos

declivosos (Pereira, 2006).

Os altos valores de saturação de bases (Tabela 1) para cana-de-açúcar foram

devidos à adubação que a mesma recebeu. A área de solo descoberto também recebeu

adubação, pois antes da instalação do experimento a área era cultivada com cana de

açúcar. O pH, para cana-de-açúcar está no limite, acima de 7,0 pode haver

insdisponibilização de fósforo, cálcio e micronutrientes, podendo formar precipitados de

baixa solubilidade, dificultando a disponibilidade destes nutrientes, mesmo que estejam

em quantidades necessárias às plantas. Os valores de carbono também foram elevados,

mesmo no solo descoberto.

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Tabela 1. pH em água, matéria orgânica e componentes do complexo sortivo para as amostras de

solo corresponde a cada tratamento.

Tratamentos pH Valor¹ C. org P K Ca Mg Al

S T V m (mmolc.dm-3) .......(%)....... (g.k1) mg/dm³ (mmolc.dm-3)

Solo Descoberto 6,86 3,83 51,4 74,5 0,0 12,9 0,9 78 23,2 13,1 0,0 Cana-de-Açúcar 7,18 5,16 60,6 85,1 0,0 12,2 1,5 105 32,3 16,6 0,0 Pastagem Natural 5,68 1,06 31,3 33,9 32,1 10,2 0,4 73 6,1 2,6 5,0

1. Valor S = soma de bases; Valor T = capacidade de troca de cátions a pH 7,0; Valor V = saturação por bases; Valor m = saturação por alumínio.

Na Tabela 2, observa-se os valores de distribuição granulométrica, bem como de

densidade do solo. Este solo apresenta altos valores de silte, quando comparado com as

outras frações. Esta distribuição granulométrica é típica dos Cambissolos.

Tabela 2. Resultado da análise física de caracterização do solo estudado.

Tratamento Densidade Granulometria do solo Areia

grossa Areia fina Silte Argila

(Mgm-3) ........................................g/kg...................................... Solo Descoberto 1,266 60 100 410 370 Cana-de-Açúcar 1,320 70 240 360 330 Pastagem Natural 1,238 40 100 510 350

Os altos valores de silte conferem a estes solos, quando descobertos, o

encrostamento superficial. Este encrostamento ocorre devido ao salpicamento de

partículas do solo, por ocasião do embate das gotas de chuva na superfície do solo e é

conferido principalmente em solos com altas porcentagens de silte. Durante o

salpicamento, as partículas, após o salpicamento, são depositadas no solo formando um

novo arranjo entre partículas, formando o encrostamento superficial. Este fenômeno

diminui extremamente a infiltração de água no solo, aumentando o escoamento

superficial, gerando sérios problemas de erosão. Além disso, há a dificuldade das

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sementes se fixar na superfície do solo, pois é dificultado pelo encrostamento, e são

levadas pelo escoamento superficial. Estes aspectos geram um empobrecimento do solo,

pois o mesmo fica sem vegetação e os nutrientes e matéria orgânica são levados pela

erosão. Este processo gera erosão laminar, sulco e culmina com erosão em voçoroca,

que é a máxima expressão da erosão. Além do empobrecimento do solo, ocorre a

contaminação de mananciais de água, assoreamento e em muitos casos, contribui para o

êxodo rural. Ainda na Tabela 1, observa-se os valores de densidade do solo que

variaram de 1,23 a 1,32 Mg.m-3. O maior valor foi observado para cana-de-açúcar.

Possivelmente este maior valor foi devido a movimentação de máquinas nesta área, por

ocasião da aração e gradagem do solo, pois a área foi preparada utilizando o cultivo

convencional.

Na Figura 4, observa-se o gráfico representativo da resistência à penetração.

Para todos os tratamentos, a resistência à penetração está elevada, principalmente na

área de cana de açúcar. Com exceção do solo descoberto, todos os tratamentos

apresentaram maior resistência à penetração na profundidade de 15 a 20 cm, podendo

ser efeito do pé de grade. A cana de açúcar apresentou o valor máximo de 5, 5 MPa.

Neste sentido observa-se, que a área em questão se encontra compactada, o que poderá

influenciar negativamente na produtividade. Além disso, o solo compactado

possivelmente irá diminuir a infiltração de água no solo, aumentando o escoamento

superficial, potencializando os processos erosivos, além de conferir menor

armazenamento de água no solo. Canarache (1990) sugere que valores acima de 2,5

MPa começam a restringir o pleno crescimento das raízes das plantas. Outros

pesquisadores como Sene et al., (1985), consideram críticos os valores que variam de

6,0 a 7,0 MPa para solos arenosos e em torno de 2,5 MPa para solos argilosos.

Possivelmente a área estudada tenha sido compactada conforme já mencionado acima,

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durante o preparo convencional do solo, sendo utilizada aração e gradagem. No entanto

a área também apresenta grande volume rochas quartzosas, principalmente nas camadas

de 0-20 cm. Na profundidade abaixo de 30 cm, todos os tratamentos apresentaram

resistência à penetração, em torno de 3 MPa.

Figura 4 - Teste de compactação nas áreas de solo descoberto, cana-de-açúcar e pastagem natural.

Observa-se na Figura 5, que a umidade para todos os tratamentos estava próxima

a capacidade de campo no momento do teste de resistência à penetração.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Pro

fund

idad

e (m

)

Resistência do solo a penetração (MPa)

SD

CA

PN

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30

Figura 5 – Variação na umidade em diferentes profundidades.

Figura 6 – Perdas de solo para solo descoberto, cana-de-açúcar e pastagem.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35

Pro

fund

idad

e (m

)Umidade do solo ( kg kg-1 )

SD

CA

PN

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Solo Descoberto Cana-de-Açúcar Pastagem natural

Per

das

de S

olo

(MgH

a-1)

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As perdas de solo para solo descoberto (SD) e cobertura com cana-de-açúcar

(CA) e pastagem natural (PN) (Figura 6), apresentaram uma amplitude de 8,49 a 35,56

Mgha-1 ano-1, concordando com afirmações de Amaral et al. (2008). Estes valores de

perdas de solo, se assemelham às perdas de solo, determinadas também em Cambissolo

por Bono et al., (1996). As maiores perdas foram para o solo descoberto, condição esta

que favorece a máxima perda de solo. A parcela desprovida de vegetação favorece a

erosão por salpicamento e arraste das partículas de solo pelo escoamento superficial.

Verificou-se também que na parcela descoberta houve formação de selamento

superficial, possivelmente conferido pelo impacto direto das gotas de chuva sobre a

superfície do solo e devido aos valores de silte (Tabela 2), apresentados na análise

textural, corroborando com estudos de Guadagnin et al., 2005.

Os valores de perdas de solo para cana de açúcar e pastagem natural foram de

8,49 a 16,21 Mgha-1 ano-1 respectivamente. Santos et al. (1998) avaliaram perdas de

solo em pastagem natural em Cambissolo utilizando a mesma metodologia e verificou

valores na ordem de 22,4 Mgha-1 ano-1. Sperandio et al. (2012) avaliaram perdas de

solo também utilizando a mesma e chegaram a um valor 72,99 Mgha-1 ano-1. As

menores perdas para pastagem natural são possivelmente devido à cobertura vegetal

proporcionada pela mesma, além de apresentar sistema radicular do tipo fasciculado, o

que possivelmente tenha conferido maior estabilidade de agregados e maior

permeabilidade à água.

Os valores de perdas de solo para cana-de-açúcar foram 47,63% maiores que a

as perdas de solo para pastagem natural. Possivelmente os maiores valores de perdas de

solo para a cana-de-açúcar tenham sido devido ao sistema de preparo do solo adotado,

que foi o cultivo convencional, conferindo compactação a este solo, conforme já

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discutido no teste de resistência à penetração (Figura 4). Maiores valores de densidade

para área com cana-de-açúcar quando comparado com a pastagem natural também

foram observados (Tabela 2), possivelmente devido ao sistema de preparo do solo do

tipo convencional

As perdas de solo para cana-de-açúcar estão acima do limite de tolerância de

perdas de solo para a classe dos Cambissolos, que de acordo com Bertoni & Lombardi

Neto (1990), são de 2 a 4 Mgha-1 ano-1. Por apresentar alta susceptibilidade aos

processos erosivos, o cultivo em áreas de Cambissolo não se deve realizar

movimentação de solo por ocasião do preparo, sendo necessária a adoção do cultivo

mínimo e preferencialmente a utilização do solo com culturas permanentes.

Possivelmente adotando-se este manejo, as perdas serão menores. Guadagnin et al.,

(2005), avaliando perdas de solo em diferentes tipos de preparo de solo, verificaram que

que as maiores perdas de solo foram maiores para solos desprotegidos de vegetação ou

resíduos orgânicos e submetidos a gradagem, por estarem mais expostos ao efeito

erosivo das chuvas. Ainda de acordo com estes autores, solos com preparo

convencional, com aração e duas gradagens ao ano apresentam grandes perdas de solo,

pois apresentam pouca cobertura vegetal, baixa rugosidade superficial e alta quantidade

de partículas desagregadas. Desta forma, o efeito de salpicamento e o selamento

superficial, se tornam mais frequentes.

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2. CONCLUSÃO

As perdas de solo para cana-de-açúcar estão acima do limite de tolerância de

perdas de solo para classe dos Cambissolos.

As perdas de solo para cana de açúcar e pastagem natural foram de 16,21 e 8,49

Mgha-1 ano-1 respectivamente, indicando necessidade de alteração do sistema de manejo

adotado e implementação de práticas conservacionistas do solo e da água na área em

questão.

O solo da área em questão se apresenta compactado, podendo dificultar o

processo de infiltração e favorecendo o arraste de partículas por escoamento superficial.

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7. ANEXOS

Anexo 1- Análise Estatística > # Analise univariada posicao > anava1<-aov(solo~posicao*tempo+Error(ponto/tempo)) > summary(anava1) Error: ponto Df Sum Sq Mean Sq posicao 1 2496 2496 Error: ponto:tempo Df Sum Sq Mean Sq tempo 1 3775 3775 Error: Within Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F) posicao 2 1664 832.1 10.844 1.99e-05 *** tempo 1 2168 2167.5 28.247 1.11e-07 *** posicao:tempo 2 75 37.7 0.492 0.612 Residuals 5772 442922 76.7 --- Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1

> # Analise univariada cobertura > anava2<-aov(solo~cobertura*tempo+Error(ponto/tempo)) > summary(anava2) Error: ponto Df Sum Sq Mean Sq cobertura 1 2496 2496 Error: ponto:tempo Df Sum Sq Mean Sq tempo 1 3775 3775 Error: Within Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F) cobertura 2 34273 17137 245.26 < 2e-16 *** tempo 1 2168 2168 31.02 2.67e-08 *** cobertura:tempo 2 7093 3546 50.76 < 2e-16 *** Residuals 5772 403295 70 ---