ergonomia em sala de trauma...ergonômicos existentes na sala de trauma do hospital universitário...
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ERGONOMIA EM SALA DE TRAUMA
Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas (UFF)
Andreia Pereira Escudeiro (UFF)
Resumo
Este trabalho foi desenvolvido a partir da observação direta dos riscos
ergonômicos existentes na Sala de Trauma do Hospital Universitário
Antônio Pedro - UFF / Niterói. Seus objetivos foram estudar a
percepção dos trabalhadores da saúde emm relação à qualidade de
vida no trabalho, bem como realizar a Análise Ergonômica do
Trabalho dos Profissionais da saúde com o intuito de identificar os
riscos ergonômicos e os fatores biomecânicos que interferem na
qualidade de vida no trabalho através da metodologia do estudo de
caso. Dentre os riscos ergonômicos mais evidentes destacou-se a
altura inadequada dos objetos em relação aos funcionários e
atividades a serem desenvolvidas. Com base nessa análise foram
propostas medidas de correção e melhoria das atuais condições
ergonômicas existentes naquele Setor específico e conseqüente
melhoria da qualidade de vida no trabalho do profissional de saúde
que ali atua. Conclui-se que os riscos ergonômicos existentes podem
ser sanados utilizado-se medidas adaptativas mínimas, as quais
favorecerão uma melhor adequabilidade das atividades desenvolvidas
na Sala de Trauma e a qualidade de vida no trabalho do funcionário
do respectivo setor
Abstract
This work was developed from the direct observation of ergonomic
risks in the Trauma Room of the University Hospital Antonio Pedro -
UFF/Niteroi. Its objective had been to study the perception of the
health workers in relation to the quality of life at work, as well as to
perform the Ergonomic Analysis of the Health Professionals Work, in
order to identify the ergonomic risks and the biomechanic factors that
affect the quality of life at work through the metodology of the case
study. Among evidentes ergonomic risks it was distinguished it
inadequate height of objects in relation to the employees and activities
to be developed. ergonomic risks it was distinguished inadequate
brightness. Based on this analysis had been proposed measures to
correct and to improve the current ergonomic conditions existing in
that specific sector and consequent improvement of quality of life at
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work of the Health Professionals who act there. It was concluded that
the existing ergonomic risks can be eliminated using minimum adaptive
measures which will favor better suitability of the activities developed
in the Trauma Room and quality of life at work of the professional of
the respective sector.
Palavras-chaves: Qualidade de Vida no Trabalho, Análise Ergonômica
do Trabalho, Sala de
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ERGONOMIA EM SALA DE TRAUMA
1. INTRODUÇÃO
O trabalho e o acidente de trabalho sempre estiveram presentes na vida do homem. As
lesões comuns no trabalho tornaram-se traumas de grande vulto tendo, muitas vezes, a
mutilação como resultado. Desde aquela época os capitalistas associaram os seus recursos
financeiros ao progresso e ao desenvolvimento de novas atividades lucrativas.
A questão central deste trabalho é a avaliação, na visão do trabalhador e da
pesquisadora, do que é qualidade de vida no trabalho dos profissionais que atuam em Sala de
Trauma (S.T.) e quais os principais fatores que modulam essa qualidade e a sua importância
relativa. Este trabalho se reveste de importância pois chama a atenção para as possibilidades
da Ergonomia e sua intervenção no que tange à melhoria da QVT e no próprio processo da
qualidade dos serviços prestados na S.T. visto que para atender ao cliente faz se necessária a
adequação do espaço físico.
2. METODOLOGIA
O objetivo geral deste trabalho é identificar os riscos ergonômicos e os fatores
biomecânicos que prejudicam ou que interferem na qualidade de vida no trabalho, utilizando-
se dos princípios da intervenção ergonômica no trabalho na Sala de Trauma de um Hospital
Universitário; registrar a percepção dos trabalhadores da saúde em relação à qualidade de vida
no trabalho e propor medidas de correção e melhoria.
Foi utilizada a metodologia com foco na pesquisa exploratória, a partir da intervenção
ergonômica com base nos conceitos da Analise Ergonômica do Trabalho (AET) (Paradela,
1999, 19p). Foram utilizadas ainda: entrevista semi-estruturada, observação em campo,
análise fotográfica e da pesquisa bibliográfica.
A análise das informações/dados foi apoiada em estratégias como a coleta de
informações, através de entrevistas semi-estruturadas, a bibliografia atualizada sobre
ergonomia e macroergonomia, tendo sido observados os aspectos referentes ao
desenvolvimento das etapas de avaliação, diagnóstico e intervenções ergonômicas, além da
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atualização no conhecimento dos fundamentos da qualidade total e nos aspectos de satisfação
e motivação dos funcionários das organizações.
2.1. METODOLÓGIA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
2.1.1. A DEMANDA INICIAL E O REPOSICIONAMENTO
Este trabalho tem como foco central à análise da intervenção ergonômica na S.T. do
Hospital Universitário Antônio Pedro, e foi pautado na ergonomia de correção e
conscientização. A demanda inicial surgiu a partir da observação da análise ergonômica da
situação de trabalho, onde foram identificados, como demonstrado no diagrama de causa e
efeito, vários riscos ergonômicos os quais contribuíam para problemas de carga física e
cognitiva. Estes fatores impediam um funcionamento e estruturação adequada do serviço
prestado, prejudicando a qualidade de vida no trabalho dos funcionários do setor.
A partir da observação direta das atividades desenvolvidas na sala de trauma foi
construido o diagrama de Ishikawa aplicado ao referido setor. O diagrama de causa e efeito
(figura1) é a representação de vários elementos de um sistema e tem como base a
identificação de possíveis causas de um determinado problema. A utilização do diagrama tem
um êxito maior quando é feita após a definição do problema, permitindo que se tenha uma
idéia concreta dos fatores que devem entrar no diagrama. Este recurso não fornece a resposta
a uma pergunta, porém viabiliza a análise dos dados.
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Figura 1 - Diagrama de Ishikawa aplicado as atividades desenvolvidas na sala de trauma do HUAP
Fonte: dados coletados por observação direta, participativa na S.T. do HUAP.
O foco do estudo foi dirigido para a área de sobrecarga física, tendo como critério de
seleção da amostragem, a freqüência com que as queixas surgiram e a observação direta em
campo, dos esforços inerentes as tarefas. Na análise foram salientadas as questões
organizacionais, de segurança, de higiene, técnicas aplicadas durante os procedimentos
assistenciais, uso de guidelines facilitadores das tarefas, tipo de acidentes/acidentados mais
freqüentes em relação à gravidade. Destacando-se para a avaliação ergonômica física os
fatores referentes às bancadas de trabalho.
Os atores sociais escolhidos e apontados como os sujeitos do estudo são caracterizados
pelos funcionários que atuam no setor de emergência e na S.T. do HUAP. Estes atores sociais,
além de tomarem parte no processo de pesquisa, validam os resultados e ainda, são agentes
ativos do processo global. Desta forma pode se dizer que os atores sociais fazem parte da
pesquisa de forma direta e não apenas de forma contemplativa.
Matéria primas Equipamentos Informações
QVT dos
profissionais de
saúde na ST
Meio ambiente Procedimentos Pessoas
Colar cervical
Aparelho de ECG
Desfibrilador
Medicamentos
Materiais descartáveis
Manual de função
Impressos
Literatura de trauma
Chegada de vítimas
Altura de macas
e armários
Iluminamento
Espaço reduzido
Ruídos
Ventilação
Refrigeração
Manutenção adequada
Aplicabilidade
Permanência no setor
Treinamento para uso
Avaliação da vítima
Intubação oro-traqueal
Suturas
Cateterismo vesical
Cateterismo nasogastrico
2 técnicos de enfermagem
médicos clínicos e
especialistas
1 enfermeira
acadêmicos
Professores
Funcionários da limpeza
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2.1.2. O FUNCIONAMENTO GERAL DA ORGANIZAÇÃO E A
ESCOLHA DAS SITUAÇÕES DE REFERÊNCIA
A S.T. fica localizada na entrada de ambulância do Serviço de Emergência, e tem
como missão atender a vítimas de situações médicas, emergenciais clínicas e traumáticas. O
sistema de atendimento na sala é rotatório, os profissionais são solicitados por rádio, de
acordo com as características lesionais das vítimas.
Foi utilizada a amostragem para o levantamento de dados, e esta foi realizada de forma
aleatória, tendo sido feito um sorteio onde ficou definido o grupo que participaria do estudo.
O grupo é composto por 20 profissionais da área de saúde, que atuam no setor de
emergência, dentre estes, oito são técnicos ou auxiliares de enfermagem e possuem o segundo
grau completo, os doze restantes são enfermeiros e médicos, dos quais nove fizeram cursos de
especialização. Entre o grupo estudado apenas um tem curso de pós graduação na área de
emergência. O grupo é composto por treze homens e sete mulheres com uma faixa etária que
varia de 25 a 58 anos. Quinze membros do grupo têm relacionamentos estáveis e dezessete
possuem filhos. A maior parte do grupo está lotada no serviço de emergência há mais de dez
anos, e o tempo médio gasto no translado residência / trabalho é de uma hora. As doenças
mais freqüentes em ordem decrescente de ocorrência são dor nas costas, dor de cabeça,
infecção urinaria de repetição, constipação intestinal, gastrite, depressão, dor articular,
bronquite/asma e litíase urinária.
2.2. OBSERVAÇÕES GERAIS E PRÉ-DIAGNÓSTICO
Após levantamento bibliográfico geral e específico sobre os temas relacionados a QVT
do profissional de saúde que atua em emergência foi feita uma imersão na S.T. do HUAP
onde foram obtidos dados a partir da observação direta em campo e da aplicação de
entrevistas semi-estruturadas, as quais deram subsídios para a elaboração de questionário
fechado que objetivou conhecer o perfil do funcionário de saúde que trabalham na S.T., a
identificação dos riscos ergonômicos a que se submetem estes profissionais, os conceitos de
qualidade de vida e a qualidade de vida no trabalho realizado em um serviço de emergências
médicas. Com base nas entrevistas e na observação direta conclui-se que a demanda
ergonômica estava focada nos problemas referentes a desconfortos físicos causados pela
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inadequação das bancadas e iluminamento insuficientes as queixas mais freqüentes, as quais
apontavam ainda para fatores desencadeantes de estresse
3. ESTUDO DE CASO
3.1. A SALA DE TRAUMA
Para Freire (2001, p 511) nos CT (Centros de Traumas) devem existir locais destinados ao
atendimento inicial do politraumatizado os quais recebem o nome de salas de trauma, ou seja,
locais onde possam ser realizados os procedimentos iniciais de emergência, oferecendo,
inclusive, a possibilidade de realizar procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, desde que
imprescindíveis.
A sala está localizada no andar térreo do prédio de “emergência”, mede 26,5 m2 e tem
capacidade para receber três pacientes ao mesmo tempo e estes devem permanecer no setor
por um período máximo de 60 minutos, porém esta não é a realidade vivenciada no HUAP
onde o número de pacientes normalmente gira em torno de cinco podendo chegar a oito ou
mais e o período de permanência pode chegar a dias. Apresenta caráter misto, recebendo
adultos do sexo feminino e masculino.
A iluminação é feita através de lâmpadas fluorescentes, em um número de três conjuntos com
duas lâmpadas cada um, e três janelas que permanecem, na maioria das vezes fechadas. A sala
é separada da casa de força do hospital por uma parede e quando há necessidade de se utilizar
o gerador, o nível de pressão sonora é elevado sendo praticamente impossível auscultar um
paciente. Na sala não há lugar apropriado para anotações médicas e de enfermagem, sendo
estas realizadas na cadeira tipo escolar (Figura 2) ou sobre as pernas dos profissionais, quando
sentados na cadeira tipo poltrona.
Figura 2 - Cadeiras para descanso e anotações da equipe multiprofissional
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O posto destinado ao preparo de medicação se traduz em uma bancada de 267 x 60 cm (Erro!
Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada.), nesta
bancada não há cuba para lavagem das mãos. Além do preparo de medicação, esta bancada
comporta escaninhos para guarda de formulários e papeletas dos pacientes. Na parte inferior
da bancada há um armário destinado à guarda de frascos de soro, equipos, coletores de urina e
outros materiais de uso freqüente. Na parte superior direita da bancada encontra-se um
armário suspenso com duas portas e duas prateleiras, nele é feita a guarda de bandejas de
pequena cirurgia, cateterismo vesical, drenagem de tórax entre outras. Este armário tem sua
primeira prateleira a 170 cm do solo. E a segunda a 205 cm. Ressalta-se que sobre a parte
superior do armário são guardados materiais, o que faz com que haja uma distância destes
para o solo de 240 cm do piso.
Figura 3 - Bancada nº1 – guarda e preparo de
medicamentos
Figura 4 - Armário suspenso sobre a bancada nº 1
Perpendicular a esta bancada encontra-se uma outra que mede 390 x 60 cm e que tem
duas cubas (Figura 5). Na primeira cuba é preparado o material de uso em ortopedia e a
segunda é utilizada para lavagem das mãos. Sob esta bancada encontra-se um armário aonde é
guardado o material ortopédico além de comadres e patinhos. Sobre a bancada à direita,
estando o observador em frente a esta, encontra-se uma geladeira aonde é feita à guarda de
medicações e vacinas, para ter acesso a geladeira o funcionário deve desviar do carrinho de
curativo (Figura 6 e Figura 7) o qual fica posicionado de forma a dificultar o acesso a esta
parte da bancada. O carrinho de curativo mede 90 x 60 cm.
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Figura 5 - Bancada nº 2 expurgo,
lavagem das mãos e preparo de
material de ortopedia
Figura 6 - Carrinho de curativo,
prancha de resgate e balde de lixo
Figura 7 - Carrinho de curativo,
geladeira, negatoscópio e entrada
do banheiro dos funcionários
Na parede paralela à primeira encontram-se 03 prateleiras nas quais são sustentados os
monitores cardíacos, estas prateleiras ficam a 170 cm do chão, o que faz com que os
monitores fiquem a 175 cm do solo em sua porção inferior e a 205 cm do solo na sua parte
superior.
Nesta mesma parede encontram-se três unidade de pacientes, cada uma delas com uma
maca medindo 210 x 60 cm, um frasco coletor para aspiração com 22 cm de diâmetro, três
suporte de soro em pedestal e cinco suspensos. Encontram-se ainda saídas para ar
comprimido, vácuo e oxigênio. Entre a primeira e a segunda maca existe um carrinho de
parada com um desfibrilador e um eletrocardiógrafo. Este carrinho mede 87 x 52 cm. (Figura
8 e Erro! Fonte de referência não encontrada.).
Figura 8 – Carrinho de parada e monitores Figura 9 - Suporte de soro, balde de lixo, foco e biombo
Na parede seguinte encontramos um “guarda coisas” suspenso onde podem ser
encontrados tubos oro – traqueais, cateteres nasogástricos, cateteres vesicais, luvas ésteres,
drenos, cânulas de guedel. Figura 10
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Figura 10- Guarda objetos diversos e cadeira de descanço
Na sala há um lavabo de uso do grupo multiprofissional, (figura11, 12) , com um
sanitário, uma pia e um espelho. Neste banheiro são depositadas as roupas de cama que serão
usadas pelos pacientes. Não existe área para ventilação.
Figura 11 Banheiro dos funcionários entrada Figura 12- Banheiro dos funcionários – guarda de
roupa de cama de pacientes e colchão
3.2. PRÉ-DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ESTUDADA
A partir das observações gerais e específicas, e das entrevistas, enquanto instrumentos
metodológicos para coleta dos dados, foi realizado pré-diagnóstico da situação estudada, ou
seja a sala de trauma.
3.2.1. ELEMENTOS DA DEMANDA ERGONÔMICA
De acordo com a interpretação dos instrumentos de coletas de dados dentre os
resultados encontrados nas entrevistas, o item que surgiu como o de maior freqüência como
causa de diminuição da qualidade de vida no trabalho dos funcionários da S.T. foi o estresse,
outras fontes de constrangimentos ergonômicos são aquelas que desencadeiam as doenças
músculo esqueléticas, e dentre elas a principal manifestação é a dor nas costas. Os índices de
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demanda ergonômica (IDEs) relacionados a este agravo físico são o levantamento de peso ao
transferir manualmente os pacientes de macas, tarefas que envolvam o puxar e empurrar
macas, carrinhos e hampers, as posturas incorretas ao exercer tarefas junto aos pacientes e a
longa permanência em pé.
Dentre as doenças ocupacionais mais observadas na S.T. e no pronto socorro como um
todo foi possível observar um alto índice de dor muscular em região lombar e membros
inferiores, cefaléia tensional, asma ocupacional, dermatoses ocupacionais, distúrbios mentais
e stress. O foco de estudo deste trabalho está centrado na analise ergonômica das bancadas,
iluminamento e fatores estressores vivenciados na S.T. em questão.
3.2.3. ANÁLISE DA ATIVIDADE
As atividades desenvolvidas na S.T. não obedecem a um padrão único e são adaptadas
aos agravos físicos encontrados nos pacientes. Deve-se também fazer uma adaptação a
realidade funcional e aos recursos materiais disponíveis no setor e no hospital.. As atividades
são realizadas na maioria das vezes com os profissionais de pé, e curvados.
3.3. DINÂMICA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA SALA DE
TRAUMA
Os pacientes chegam ao setor trazidos, em sua maioria, pelas ambulâncias do corpo de
bombeiros ou do SAMU, teoricamente as chegadas de ambulâncias são informadas por
sistema de rádio aos médicos plantonistas. Na maioria das vezes este fato não ocorre ficando a
equipe à espera de acidentados a qualquer momento. Na sala são desenvolvidas atividades
assistenciais complexas. Após a chegada da vítima é feita uma rápida avaliação inicial, onde
além de um exame clínico simplificado é colhida a história do trauma. A partir deste
momento começam a ser tomadas medidas de atendimento de emergência de acordo com o
quadro clínico da vítima. Como protocolo deve-se avaliar a função respiratória, fornecer
oxigenioterapia, colher amostras de sangue, realizar duas punções venosas em veias de grande
calibre, sondar e monitorar a vítima. Deve ser solicitado médicos no setor de acordo com o
quadro da vítima.
Todas as atividades são desenvolvidas em conjunto pelos membros da equipe
multiprofissional, porém cada um realiza a atividade especifica de seu domínio e
competência.
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3.4. SÍNTESE DA ANÁLISE DA TAREFA
A sala de trauma conta com uma clientela fixa de 12 técnicos/auxiliares de
enfermagem que se revezam em dois a dois em plantões de 12x60 horas. Seis enfermeiros que
se revezam em turnos. Médicos de varias especialidades clínicas e cirúrgicas e dentistas com
formação em cirurgia buco-maxilo que atendem a todo o serviço de emergência. Os
profissionais médicos e dentistas tem plantões em dias fixos a idade média entre os
entrevistados é de 35 anos, a predominância é do sexo masculino.
Numa única manhã, na Sala de Trauma, um funcionário pode deparar com um número
médio de seis atendimentos. Ao mesmo tempo, este funcionário pode ter um plantão de doze
horas onde não há um só paciente a ser visto.
3.5. DIAGNÓSTICO E LEVANTAMENTO DE CAUSAS
Com base nas medições efetuadas, nas observações diretas do local de trabalho e
fundamentados nas entrevistas estruturadas realizadas com os 20 profissionais que executam
suas atividades no ambiente destacado, constatou-se que as maiores discordâncias quanto aos
parâmetros ergonômicos são as relacionadas à inadequabilidade das bancadas e postos de
trabalho, do mobiliário e dos instrumentos de trabalho utilizados no desenvolvimento das
atividades laborais, bem como a inadequação da iluminação ambiente.
A consideração dos dados obtidos nas entrevistas realizadas junto aos profissionais
que atuam neste setor, permitiu o estabelecimento de hipóteses preliminares referentes aos
parâmentros ergonômicos, exposto no quadro a seguir.
Quadro1– Doenças mais comuns no grupo estudado
Doenças mais comuns no grupo estudado
IDADE SEXO IMC RAÇA
20
30
31
40
41
50
51
60
F M B N S O M N B A
02 12 04 02 07 13 01 06 11 02 00 05 14 01
Dor nas
costas
C 20 02 12 04 02 07 13 01 06 11 02 00 05 14 01
T 3 01 01 01 02 01 00 01 02 00 00 01 02 00
L 20 02 12 04 02 07 13 01 06 11 02 00 05 14 01
Hipertensão 11 00 06 03 02 08 03 00 01 08 02 00 07 04 00
Dor de cabeça 20 02 12 04 02 07 13 01 06 11 02 00 05 14 01
Pirose 08 01 04 02 01 05 03 01 01 05 01 00 04 04 00
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Constipação
Intestinal
09 01 07 01 00 07 02 01 03 05 00 00 01 07 01
Gastrite 09 01 04 03 01 02 07 00 04 05 00 00 02 05 00
Bonquite/asma 04 00 01 02 01 02 02 00 00 03 01 00 01 03 00
Infecção
urinária de
repetição
13 02 06 04 01 06 07 01 03 08 01 00 02 10 01
Litíase urinária 02 00 01 01 00 00 02 00 01 01 00 00 01 01 00
Dor articular 06 00 01 03 02 04 02 00 01 03 02 00 02 04 00
Depressão 08 00 05 02 01 05 03 00 01 03 04 00 03 04 01 Fonte: levantamento realizado na sala de trauma do HUAP nos anos de 2001/2002.
C = cervical T =torácica L = lombar
A análise destes dados consolidados permitiu evidenciar que as maiores queixas dos
profissionais que atuam neste setor são as referentes às dores musculares localizadas nas
regiões cervical, torácica e lombar, além do desconforto relativo à dor de cabeça. Constata-se
que as queixas acima referenciadas têm, a partir do ponto de vista fisiológico, seus nexos
causais não diretamente vinculados a fatores de riscos, tais como idade, sexo, IMC ou raça,
mas, sim, às inadequabilidades constatadas em relação aos parâmetros ergonômicos
anteriormente destacados.
Os números referentes a erros posturais e/ou inadequações ergonômicas são elevados,
a totalidade dos funcionários sofre de complicações decorrentes dessas causas, com dor em
coluna cervical e lombar; a cefaléia ocorre na totalidade dos trabalhadores e surge como
complicação desses vícios de trabalho. Pode se constatar a associação com distúrbios
articulares em 6 casos. A ilação necessária é que se trata, aqui, de doenças ocupacionais, no
sentido mais estrito.
Referente aos instrumentos de trabalho, a principal desconformidade constatada
encontra-se ligada à maca, considerada pelos entrevistados o equipamento com o maior nível
de utilização pela equipe multiprofissional.
3.6. ANÁLISE DO AMBIENTE
Dentre os problemas destacados no diagnóstico, foram consideramos como os de
maior relevância os relativos à inadequabilidade das bancadas e postos de trabalho, do
mobiliário e dos instrumentos de trabalho utilizados no desenvolvimento das atividades
laborais, além dos relativos à inadequação das características da iluminação, em relação às
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necessidades normatizadas para a natureza das atividades realizadas neste ambiente de
trabalho.
Enfatiza-se que a opção quanto à escolha das recomendações ergonômicas serem
relativas à adequação das bancadas e postos de trabalho, mobiliário, instrumentos de trabalho
e iluminação deve-se ao fato destes problemas serem, dentre todos os apresentados, os
causadores de maiores impactos adversos sobre a saúde dos profissionais que executam suas
atividades laborais neste local de trabalho, conforme o estudo exploratório efetuado,
desdobrado nas freqüentes reclamações dos profissionais entrevistados.
3.6.1 BANCADA
Entende-se por bancada de trabalho o local onde são manuseados os objetos de
trabalho tendo como agente o trabalhador, as bancadas podem também ser denominadas
mesas de trabalho e devem respeitar as características individuais do trabalhador e do trabalho
a ser desenvolvido. Numa unidade hospitalar a bancada ou mesa de trabalho, muitas vezes e a
maca onde o paciente está deitado e aonde será prestada a assistência.
Na sala de trauma do HUAP encontram-se duas bancadas, as duas estão a 83 cm do
solo sendo que a bancada, a partir de agora denominada número dois, apresenta um
comprimento de 390 cm dos quais 130 cm estão à 93 cm do chão. A bancada de numero um
tem um comprimento total de 267 cm não existindo variação de altura em toda a extensão.
Na bancada de número um, são feitas as anotações médicas e de enfermagem. É nesta
bancada que a equipe de enfermagem realiza o preparo das medicações e do material o qual
será utilizado na assistência direta ao paciente. Sob a bancada encontram-se armários para a
guarda de materiais como soros, equipos, jontex e outros. Os armários impedem que a equipe
sente-se de forma correta ao realizar as anotações pertinentes ao setor.
Sendo a bancada o local aonde são desenvolvidas as atividades funcionais e dado o
tempo gasto pelos profissionais de saúde desenvolvendo atividades junto ao paciente deve-se
entender a maca como a bancada de maior uso pela equipe multiprofissional. A maca mede 56
cm por 210 cm e está à 83 cm do solo. Se for imaginado sobre esta o corpo de um adulto
normolíneo e com o seu IMC dentro da faixa de 20 a 25, tem-se um acréscimo de 15 a 20 cm
o que faz com que o posto de trabalho tenha de 98 cm a 103 cm. As atividades desenvolvidas
na maca de acordo com a categoria funcional podem ser agrupadas como se segue:
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Equipe de enfermagem – realiza os cuidados diretos com o paciente, inclui-se aqui
aspiração de tubos oro traqueais, punção venosa periférica, cateterização naso gástrica e
vesical, higienização do paciente, aferir tensão arterial, verificar os sinais vitais, ministrar
medicamentos, realizar curativos, etc. Além das atividades desenvolvidas com os pacientes, a
equipe de enfermagem é responsável pela provisão de material de consumo, controle de
medicamentos psicotrópicos, solicitação de manutenção dos equipamentos como o respirador,
aparelho de eletro, desfibrilador, monitor cardíaco, laringoscópio.
Equipe médica – As tarefas realizadas pelos médicos na Sala de Trauma, estão
relacionadas a especialidade medica individual, De uma forma geral os médicos realizam a
avaliação geral do paciente através de exame físico e se possível exame clínico, solicitam
exames complementares que favorecem o estabelecimento do diagnostico, definição de
conduta terapêutica, intubação orotraqueal, suturas, reversão de parada cardiorrespiratória,
punções de veias profundas etc.
Algumas atividades desenvolvidas na sala de trauma são realizadas com o auxilio da
força, como por exemplo a transferência de um paciente entre maca, manter um membro do
paciente elevado enquanto a equipe médica prepara uma calha gessada, empurrar carrinhos de
parada e curativo com rodas danificadas, empurrar macas para ter acesso a outras macas já
que a unidade recebe as vezes oito ou mais pacientes de uma só vez. Outras são tarefas que
exigem precisão como puncionar uma veia, intubar um paciente, suturar uma lesão, realizar
um cateterismo vesical. Em recente estudo realizado na UERJ, Mauro e Cupelo (2001),
constataram que 50 % das atividades realizadas pela enfermagem ocorrem com o profissional
de pé e que nestes em 74% das atividades o paciente encontra-se de pé e com o tronco
inclinado.
A NR-17 no item 173 – Determina as exigências relacionadas ao mobiliário dos postos
de trabalho. Neste item sugere-se que as pessoas trabalhem sentadas e, na impossibilidade
deste, que a posição seja o mais cômoda possível e que para tal as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis sejam proporcionais ao trabalhador para proporcionar a estes o
maior conforto possível através de boa postura, visualização e operação que devem ter como
requisitos mínimos entre outros, altura compatível com o tipo de atividade a ser desenvolvida,
com a distância dos olhos ao campo de trabalho, área de trabalho de fácil alcance e
visualização pelo trabalhador, características dimensionais que favoreçam as atividades
laborais.
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Quanto às bancadas e postos de trabalho, as maiores inadequações são observadas na
impossibilidade de se efetuar ajustes e regulagens que permitam a perfeita adaptação da maior
coletividade. Tais problemas ligados às bancadas e à sua utilização, somados ao longo período
de permanência nestes postos durante a jornada de trabalho, contribuem para as posturas
físicas inadequadas apresentadas pelos profissionais lotados neste setor e que, em última
análise, tiveram seus impactos sumarizados no quadro 1 com as doenças mais comuns no
grupo estudado.
3.6.2. RECOMENDAÇÕES REFERENTES À ALTURA DAS BANCADAS
EM FUNÇÃO DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA.
Segundo Grandjean (1998, p. 45-46) a utilização das medidas antropométricas não é o
suficiente para se projetar um posto de trabalho, devendo para isso ser utilizada uma média
entre a altura das pessoas que se servirão destas. Em algumas ocasiões deve-se ter como
parâmetro as pessoas mais altas, por exemplo ao se projetar a altura de uma mesa ou bancada,
deve-se atentar para o fato de que uma pessoa muito alta teria dificuldade em posicionar as
pernas sob uma mesa mal projetada. Da mesma forma uma pessoa muito baixa não alcançaria
as prateleiras caso fosse tido como referência a estatura média dos usuários. Pelo exposto a
ergonomia utiliza as medidas representativas da maior parte da coletividade, a qual recebe o
nome de limite de confiança e é descrita como 95 a 90 % do grupo. 95 % equivale a 2,5% dos
extremos serão excluídos e 90% significa que 5% dos extremos serão excluídos.
Outra forma de se determinar o limite de confiança é a utilização dos resultados obtidos
através da média das alturas associados ao desvio padrão. Desta forma teríamos a equação LC
95% x + 1,95s ou LC 90% x 1,65s. O quadro 2 caracteriza os funcionários da ST tendo como
base a altura, idade e sexo.
Para Amarante de acordo com a tarefa a ser executada é recomendável seguir as
seguintes orientações:
Trabalho de precisão - a superfície deve estar até 5 cm acima do cotovelo.
Trabalho leve – a superfície deve estar 5 a 10 cm abaixo da altura do cotovelo
Trabalho pesado – A superfície deve estar localizada até trinta centímetros abaixo da
altura dos cotovelos.
Estes dados estão em conformidade com os sugeridos por Grandjean (1998, p 46).
Quadro 2 - Caracterização dos funcionários da ST tendo como base a altura, idade e sexo.
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Altura Menos de 160 04 151 /154 / 158 /158
De 160 a 169 07 (2) 162, (2) 164, 167 / 168 /169
170 a 180 09 (2) 173, (4) 175, 176, 177, 179
mais de 180 01 188
Idade: 20 a 30 02
31 a 40 12
41 a 50 04
51 a 60 02
Sexo Homens 13
Mulheres 07
Fonte: Entrevistas realizadas na ST no período de 2001/2002
Uma área de trabalho muito alta pode levar ao operador a desenvolver dor em função
da contração muscular exercida pela musculatura da região escapular, região cervical e dorsal.
Esta contração surge em função da elevação dos ombros como posição compensatória para
melhorar a anatomofisiologia e conseqüentemente minimizar os desconfortos posturais que
surgem pela posição viciosa. Ao contrário, as bancadas baixas favorecem a curvatura
excessiva das costas o que também favorece a dor muscular.
Dor nas costas – Fatores agravantes:
Várias são as atividades desenvolvidas com um paciente sobre macas. A primeira
delas, numa sala de trauma é a transferência do paciente de macas. Nessa tarefa será utilizada
a força física, associada a manobra de precisão.
Após a manobra acima descrita, e de acordo com os protocolos internacionais de
atendimento a vítima de politrauma, deve ser feita uma inspeção e manutenção de vias aéreas
desobstruídas com estabilização da coluna cervical, o que implica em realização de troca de
colar cervical. Neste momento o profissional deve ter acesso a cavidade oral do paciente e se
necessário introduzir um tubo oro traqueal. Para que tal procedimento seja realizado com
segurança faz-se necessária uma excelente visualização da orofaringe e para isso o médico
deverá estar entre 20 a 25cm de distância da cavidade oral do paciente.
Ainda seguindo os protocolos de atendimento, devem ser puncionadas duas veias
periféricas de grosso calibre, e de acordo com os manuais de ergonomia a maior força e
destreza são exercidas quando a distancia olho-mão é de 25 a 30 cm, com os cotovelos
baixados e dobrados em ângulo reto. (Grandjean, 1998, p. 46). A seguir são realizados
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procedimentos como cateterização vesical e naso gástrica, exame físico, suturas e cada um
deles, por suas técnicas e características individuas faz com que o operador adote posições
especificas e variadas.
4 - CONCLUSÃO
Após este estudo, concluiu-se que as bancadas da sala de trauma não estão em acordo
com as tarefas a executadas (quadro 3) levando a prejuizo físico a equipe da equipe de saúde
que ali atua.
As recomendações ergonômicas apresentadas estão pautadas na organização do trabalho,
ambientação física e equipamentos.
Sugestões em relação à altura das bancadas
1) Maca – As macas tem altura de 83 cm, e se considerarmos um corpo sobre esta, a altura
passa a ser de aproximadamente 103 cm. De acordo com a literatura pertinente ao
dimensionamento de local de trabalho observou-se que:
Quadro 3 – Tamanho ideal das bancadas em função da estatura dos funcionários e das
atividades desenvolvidas
Sexo Atividade desenvolvida Altura ideal da maca
Masculino Trabalho delicado 100 à 95 cm
Atividades manuais 95 à 90 cm
Atividades que envolvam força 90 à 95 cm
Feminino Trabalho delicado 93 à 88 cm
Atividades manuais 88 à 83 cm
Atividades que envolvam força 83 à 58 cm
Adaptado de Grandjean 1999
+ = 103 cm
Sugestões – A maca deve ser regulável permitindo ao operador que regule a sua altura de
acordo com a atividade a ser desenvolvida. Desta forma para uma punção venosa a maca deve
ser elevada e para a passagem de um paciente de uma maca para outra, além de niveladas as
macas devem estar posicionadas de forma que o operador possa usar o tronco como força
adicional.
Utilização de maca do tipo maca do tipo transfer, compatível com as usadas em
ambulâncias. Para tal deve ser feito um acordo com a Prefeitura Municipal e o Corpo de
Bombeiros.
MACA = 83 cm ALTURA DO CORPO = 10 cm
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Uma opção mais econômica é a utilização de estrados de tamanhos diversos. Quando
por motivos organizacionais / econômicas com alturas graduáveis, deve-se tomar como
referencia as pessoas altas, pois é mais fácil a adaptação dos baixos através de estrados,
escadas, pisos falsos entre outras
2. Bancadas – A sala de trauma possui bancadas. Na bancada 1 ficam os formulários,
bandejas, recipientes com algodão, tesoura, esparadrapos entre outros. É nessa bancada que as
medicações são preparadas, ela mede 260 cm, tem 83 cm de altura e 60 cm de profundidade.
Não há nesta bancada local para a lavagem das mãos, tarefa fundamental para quem está em
ambiente hospitalar. Par ser a atividade considerada delicada a bancada deveria ter uma altura
variando entre 93 a 88 cm para mulheres e 100 a 95 cm para homens.
A bancada 2 mede 390 cm de comprimento, 83 cm de altura nos primeiros 260 cm de
comprimento e 93 cm de altura nos 130 cm restantes de comprimento. Sua profundidade é de
60 cm. Na primeira porção da bancada existem duas cubas com torneiras. A primeira delas é
utilizada para preparo de material de ortopedia (gesso) e a segunda para a lavagem das mãos e
outros. Na segunda parte da bancada encontra-se uma geladeira onde são guardadas as
medicações as quais devem ser mantidas sobre refrigeração. Na parede ao lado da geladeira
encontra-se um aparelho de negatoscópio, e quando este é utilizado torna-se necessário
desligar a geladeira pois só existe uma tomada no local. Em frente a geladeira fica
posicionado o carrinho de curativos, o que dificulta o acesso até esta.
Sugestões. Que a utilização das bancadas seja invertida. Que a bancada nº2 seja utilizada para
preparo do material, na parte mais elevada, e lavagem das mãos da equipe. Que os armários
sob esta bancada, sejam utilizados para guarda de frascos de soro, tubos e outros. Ressalta-se
que nesta bancada existem duas gavetas onde podem ser guardados materiais de menor
volume e que não sejam utilizados com grande freqüência nº 1 seja utilizada para colocação
da geladeira, e para prescrição de medicamentos e evolução dos pacientes. Que parte dos
armários sob esta seja retirados para que a bancada vazada possa ser utilizado com cadeiras.
Ou ainda que a bancada seja elevada e que sejam retirados os armários sob esta, desta forma
além de ser utilizada para anotações, o carrinho de curativos poderia ficar guardado sob ela
desocupando espaço e permanecendo em local de fácil acesso.
3. Monitores – Os monitores ficam em bancadas suspensas que estão 170 cm do solo. Nestes
monitores são feitos os registros da atividade cardíaca dos pacientes. A angulação para cabeça
e nuca, que hoje são aceitas, por grande número de autores em ergonomia, é a que faz
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referencia a linha de visão. Sendo aceita a linha horizontal localizada a 10º a 15º abaixo da
linha de visão, quando a pessoa está com a cabeça em repouso. A linha normal de visão é a
posição de repouso dos olhos. Pelo exposto é indicado que os monitores fiquem 5º acima e
30º abaixo de uma linha imaginaria horizontal.
Sugestão – que para cada unidade de paciente seja confeccionada um pequeno tablado, que irá
a auxiliar em tarefas onde seja necessário uma maior altura do operador.
4. Local para anotações e repouso – No setor existem duas cadeiras onde são feitas as
anotações é também nessas cadeiras que ocorre o “repouso” da equipe de enfermagem. Uma
das cadeiras é do tipo “cadeira escolar” tendo além do acento um suporte para anotações. A
outra é tipo poltrona com braço dos dois lados.
Nenhuma das duas favorece uma boa postura ao sentar, os encostos não tem altura suficiente,
não permitindo um relaxamento da musculatura das costas de forma satisfatória.
Sugestões – As acima expostas
5. Prateleiras – Na sala existe um armário que tem sua primeira prateleira a 170 cm do chão e
a segunda a 205 cm do solo. Neste armário são guardadas bandejas de curativo, de pequenos
procedimentos entre outros.
Altura de alcance – A altura máxima de alcance equivale a equação representada por 1,24 cm
X estatura do operador. Esta equação corresponde a altura máxima que uma pessoa de pé
pode alcançar uma prateleira em função da estatura individual. Desta forma uma pessoa de
170 cm terá um alcance e apoio de uma das mãos em uma prateleira que comporte objetos a
serem preendidos, como bandejas de curativos, pacotes de pequenas cirurgias e outros.
Quando existe a necessidade dos objetos serem visualizados e identificados as prateleiras
devem esta a uma altura de 140 cm do solo para mulheres e 150 cm do solo para homens.
Sugestões – que as prateleiras sejam reposicionadas de acordo com sua utilização e aspectos
físicos dos usuários, respeitando – se o biótipo predominante da população alvo.
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