era uma vez - o conto e a oralidade

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Era uma vez...

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Slides que abordam as características do conto e seu lugar como instrumento para abordar a oralidade em sala de aula.

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Page 1: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

Era uma vez...

Page 2: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

“O ato de fala é algo visceral ao ser

humano.” (Oliveira & Palo, p. 44)

“... o discurso oral cria uma cena

múltipla (verbal e não-verbal) e

inclusiva, na qual o que menos conta

é o que se diz, já que tudo está no

modo como se diz e, mais ainda, na

tensão dialética entre o dito e o

calado; entre aquilo que a fala articula

e a gestualidade desarticula.” (Idem)

Page 3: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

O discurso oral 1. É instantâneo; 2. Favorece a troca entre interlocutores; 3. Vale mais o modo como se diz do que o dito; 4. Tensão entre o dito e o calado; 5. Conjuga o verbal e o não-verbal, criando uma tensão entre o dito e os gestos que negam ou afirmam o dito; 6. Pouca sistematização; 7. Maior liberdade formal.

Page 4: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

de acontecimentos, sem vínculo a determinado tipo de

expressão literária. Termos como “fábula”, “apólogo” e

“exemplo” eram usados em seu lugar.

De origem desconhecida, o conto remete-se aos

primórdios da própria arte literária:

Na Bíblia – os episódios de Salomé, Rute, do Filho

Pródigo etc.

No antigo Egito – temos Os Dois Irmãos, Setna e o Livro

Mágico.

Na Antiguidade Clássica – O Naufrágio de Simônides,

de Fedro; A Casa Mal-Assombrada, de Plínio; as fábulas

de Fedro e Esopo, dentre outros.

Do Oriente temos os contos mais autênticos, segundo M.

Moisés: Mil e uma Noites, Aladim e a Lâmpada

Maravilhosa, Simbad, o Marujo, Ali Babá e os Quarenta

Ladrões etc.

Na Índia – além de narrativas de autores desconhecidos,

temos Oceano de Histórias, de Somadeva (X a.C).

Page 5: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

Na Renascença surgem vários contistascomo: Cervantes e Quevedo (Espanha) –Navarra, La Fontaine, Perrault (França) –Matteo Bandello e Francesco Doni(Itália), dentre outros.

No século XIX – o conto se define eatinge sua época de destaque, sendoamplamente cultivado. No Brasil, surgemtalentosos contistas: Eça deQueirós, Fialho de Almeida, Machado deAssis, Coelho Neto, Afonso Arinos dentre

outros.

No século XX – podemos citar JamesJoyce, Kafka, Virgínia Woolf... O contopassa a “forma adequada para exprimir arapidez com que tudo se altera no mundomoderno.” (p. 100).

Page 6: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

Classificação dos contos

De ação (mais difundido e mais

próximo da estrutura básica do conto);

De personagens;

De cenário ou de atmosfera;

De ideia;

De efeitos emocionais.

(Massaud

Moisés, 1988)

Page 7: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

Os contos de fadas

São narrativas que, tendo ou não a presença de fada,

apresentam em seu núcleo a questão da realização

essencial

do herói ou da heroína, geralmente ligada a alguns ritos

de passagem de uma idade para outra ou de um estado

civil

para outro.

Há sempre provas a serem vencidas para que o herói

alcance

sua realização pessoal ou existencial. Essa realização

tanto

pode se revelar no encontro do verdadeiro eu, quanto na

conquista da pessoa amada.

Exemplos: A Bela Adormecida, A Bela e a Fera,

Rapunzel, Cinderela, entre outros.

Page 8: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

O conto maravilhoso

Evidenciam-se os questionamentos econômicos e sociais, isto é, os problemas da sobrevivência em nível socioeconômico, ou problemas ligados à vida prática, concreta, cotidiana.

Essas narrativas sem a presença de fadas – ainda que delas não se excluam elementos mágicos, maravilhosos –enfatizam aspectos materiais, sensoriais e éticos do ser humano: suas necessidadesbásicas (estômago, sexo e vontade de poder), suas paixões eróticas.

Exemplos:O gato de Botas, Os três porquinhos, Aladim e a lâmpada maravilhosa, muitos dos contos de As mil e uma noites, entre outros.

Nelly N. Coelho (1991)

Page 9: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

Estrutura do conto:

1 – Unidade

dramática:

Prisma dramático univalente – uma

única célula dramática, um só conflito.

Os episódios anteriores e posteriores

ao narrado são irrelevantes.

Acontecimentos anteriores são

sucintamente abordados.

Page 10: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

2 – Unidade de

tempo:

O conto decorre em um restrito

espaço de tempo, horas ou dias.

Expressões como “Passado alguns

dias” referem-se ao tempo

decorrido onde ações que nele

tiveram lugar, não interferem na

narrativa.

Page 11: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

3 – Espaço

da ação:Uma unidade de ação gera uma

unidade de lugar: podem existir vários

espaços percorridos, mas um deterá a

tônica dramática.

4 –

Personagens:Número reduzido.

O conto não se preocupa em erguer um

retrato completo das personagens, mas

centra-se nos conflitos entre as

personagens.

A ênfase recai sobre as ações e sobre

o conflito não nas personagens.

Page 12: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

A vítima – sofre a interferência que quebra oequilíbrio inicial da narrativa;

O vilão – perturba o equilíbrio inicial da narrativa,incidindo sua ação sobre a vítima;

O herói – estabelece o equilíbrio da narrativa pormeio dos seus dotes físicos, de caráter e/ou ajudamágica;

Adjuvantes – personagens secundárias que ajudam oherói;

Oponentes – personagens secundárias que ajudam ovilão ou se opõem ao herói.

Personagens secundárias (figurantes) –desempenham função secundária de ambiente oucenário social.

Page 13: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

5 – Linguagem:

Objetiva; metáforas de imediatacompreensão para o leitor; semabstrações ou preocupação com orebuscamento.

Diálogo dominante: O diálogo predominana trama do conto.

“Os conflitos, os dramas residem na faladas pessoas, nas palavras ditas, não noresto. Sem diálogos não hádiscórdia, desavença ou mal-entendidoe, sem isso, não há conflito e nem ação.”

Page 14: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

A narração serve, principalmente, paraabreviar os acontecimentos secundários.

O foco narrativo do conto conjuga o verbal e o visual,favorecendo uma relação mais significativa entreNarrador – Mensagem – Ouvinte (Destinatário).

A descrição de seres e coisas tende a segundoplano, exceto para as narrativas centradas emambiências, primando pela economia.

O conto não se preocupa em erguer um retratocompleto das personagens, mas centra-se nosconflitos entre as personagens.

A dissertação no geral ausenta-se no conto.

Page 15: Era uma vez - O Conto e a Oralidade

6 – Trama:

Linear e objetiva.

A cronologia do conto: os fatos se sucederem

numa continuidade semelhante à vida real.

A grande força do conto é o final enigmático

que deve surpreender o leitor. “A narrativa

articula-se rumo a um desfecho

inesperado, mas coerente com o todo da

fabulação: o desenlace final se determina desde

o começo.” (Moisés, p. 102).

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Referências:COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo: Ática, 1991. 2ª ed.

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 2003. Série Princípios. 10ª ed.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Ed. Cultrix, 1988. 5ª ed. p. 98-104.

OLIVEIRA, M. Rosa & PALO, M. José. Literatura Infantil. São Paulo: Ática, 2001. 3ª ed.

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E todos viveram

felizes para sempre!!!!

Pró-Letramento Linguagem – 2013

Professora Formadora: Denise Oliveira