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NOVO Curso de Português na Saúde | 2015 – Equipe Professor Rômulo Passos
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NOVO CURSO DE PORTUGUÊS NA SAÚDE
AULA 04 – PROVA COMENTADA HU – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE BANCA INSTITUTO AOCP
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Olá, futura (o) concursada (o)!
Segue a nossa 4ª aula do Curso de Português na Saúde, na qual trazemos
a prova comentada aplicada pelo Instituto AOCP no concurso do HU da
Universidade Federal de Sergipe.
O Curso completo conta com 26 aulas, das quais 07 são provas
comentadas na íntegra e outras 19 abordam os temas previstos nos editais
com teoria e mais de 400 questões comentadas.
As 26 aulas estão disponíveis no site www.romulopassos.com.br com
50% de DESCONTO, por apenas R$ 40,00.
Bons estudos e vamos ao que interessa!
Equipe Professor Rômulo Passos
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Sobre a origem de tudo
Marcelo Gleiser
Volta e meia retorno ao tema da origem de tudo, que inevitavelmente leva a
reflexões em que as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam.
Sabemos que as primeiras narrativas de criação do mundo vêm de textos religiosos,
os mitos de criação. O Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um exemplo deles, se bem
que é importante lembrar que não é o único.
Talvez seja surpreendente, especialmente para as pessoas de fé, que a ciência
moderna tenha algo a dizer sobre o assunto. E não há dúvida que o progresso da
cosmologia e da astronomia levaram a um conhecimento sem precedentes da história
cósmica, que hoje sabemos teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões de
anos. Tal como você e eu, o Universo também tem uma data de nascimento.
A questão complica se persistimos com essa analogia: você e eu tivemos pais
que nos geraram. Existe uma continuidade nessa história, que podemos traçar até a
primeira entidade viva. Lá, nos deparamos com um dilema: como surgiu a primeira
entidade viva, se nada vivo havia para gerá-la? Presumivelmente, a vida veio da não
vida, a partir de reações químicas entre as moléculas que existiam na Terra
primordial. E o Universo? Como surgiu se nada existia antes?
A situação aqui é ainda mais complexa, visto que o Universo inclui tudo o que
existe. Como que tudo pode vir do nada? A prerrogativa da ciência é criar explicações
sem intervenção divina. No caso da origem cósmica, explicações científicas
encontram desafios conceituais enormes.
Isso não significa que nos resta apenas a opção religiosa como solução da
origem cósmica. Significa que precisamos criar um novo modo de explicação
científica para lidar com ela.
Para dar conta da origem do Universo, os modelos que temos hoje combinam
os dois pilares da física do século 20, a teoria da relatividade geral de Einstein, que
explica a gravidade como produto da curvatura do espaço, e a mecânica quântica, que
descreve o comportamento dos átomos. A combinação é inevitável, dado que, nos
seus primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante para ser dominado por
Prova de Português - Nível Superior - HU-UFS (AOCP) - 2014
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efeitos quânticos. Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos
para explicar o que parece ser inexplicável.
Por exemplo, da mesma forma que um núcleo radioativo decai
espontaneamente, o Cosmo por inteiro pode ter surgido duma flutuação aleatória de
energia, uma bolha de espaço que emergiu do “nada”, que chamamos de vácuo. O
interessante é que essa bolha seria uma flutuação de energia zero, devido a uma
compensação entre a energia positiva da matéria e a negativa da gravidade. Por isso
que muitos físicos, como Stephen Hawking e Lawrence Krauss, falam que o Universo
veio do “nada”. E declaram que a questão está resolvida. O que é um absurdo. O nada
da física é uma entidade bem complexa.
Esse é apenas um modelo, que pressupõe uma série de conceitos e
extrapolações para fazer sentido: espaço, tempo, energia, leis naturais. Como tal, está
longe de ser uma solução para a questão da origem de tudo. Não me parece que a
ciência, tal como é formulada hoje, pode resolver de vez a questão da origem
cósmica. Para tal, precisaria descrever suas próprias origens, abranger uma teoria das
teorias. O infinito e seu oposto, o nada, são conceitos essenciais; mas é muito fácil
nos perdermos nos seus labirintos metafísicos.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2014/12/1385521- sobre-a-origem-de-tudo.shtml.
1. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “...você e eu tivemos pais que nos geraram.”, a
colocação do pronome nos se justifica pela atração
a) da forma verbal geraram.
b) do pronome relativo que.
c) do pronome eu.
d) do pronome você.
e) do substantivo pais.
2. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Assinale a alternativa em que o elemento nos NÃO
foi analisado corretamente.
a) “Lá, nos deparamos...” (preposição + artigo)
b) “Isso não significa que nos resta...” (pronome)
c) “...mas é muito fácil nos perdermos...” (pronome)
d) “...nos seus labirintos metafísicos.” (preposição + artigo)
e) “...nos seus primórdios...” (preposição + artigo)
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3. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “...as fronteiras entre ciência e religião meio que
se misturam.”, a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo ao conteúdo
original, por
a) raramente. b) mais que. C) além do que. D) mais ou menos. E) ainda que.
4. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “O Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um
exemplo deles, se bem que é importante lembrar que não é o único.”, a expressão
destacada estabelece relação semântica de
a) consecução.
b) conclusão.
c) contraste.
d) condição.
e) concessão.
5. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Assinale a alternativa em que o elemento SE foi
classificado corretamente.
a) “A questão complica se persistimos com essa analogia...” (pronome)
b) “...as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam.” (pronome)
c) “...se bem que é importante lembrar que não é o único.” (pronome)
d) “...Como surgiu se nada existia antes?” (pronome interrogativo)
e) “...como surgiu a primeira entidade viva, se nada vivo havia...” (índice de
indeterminação do sujeito)
6. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) O fragmento em que a concordância verbal NÃO
está de acordo com a norma padrão é
a) “...pressupõe uma série de conceitos e extrapolações para fazer sentido...”
b) “...o progresso da cosmologia e da astronomia levaram a um conhecimento sem
precedentes...”
c) “Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos para explicar
o que parece ser inexplicável.”
d) “A prerrogativa da ciência é criar explicações sem intervenção divina.”
e) “Existe uma continuidade nessa história, que podemos traçar até a primeira
entidade viva.”
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7. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) NÃO será mantida a gramática do texto se a
expressão
a) duma for substituída por de uma, em “surgido duma flutuação”.
b) tal como for substituída por assim como, em “Tal como você e eu...”
c) Por isso que for substituída por Por isso, em “Por isso que muitos físicos...”
d) devido a uma for substituída por devido uma, em “devido a uma compensação...”
e) Como que for substituída por como, em “Como que tudo pode vir do nada?”
8. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) “A combinação é inevitável, dado que, nos seus
primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...”
A oração acima pode ser reescrita, sem prejuízo sintático-semântico para o
fragmento, por
a) A combinação é inevitável, como, nos seus primórdios, o Universo inteiro era
pequeno o bastante...
b) A combinação é inevitável, embora, nos seus primórdios, o Universo inteiro era
pequeno o bastante...
c) A combinação é inevitável, apesar que, nos seus primórdios, o Universo inteiro
era pequeno o bastante...
d) A combinação é inevitável, conquanto que, nos seus primórdios, o Universo
inteiro era pequeno o bastante...
e) A combinação é inevitável, uma vez que, nos seus primórdios, o Universo inteiro
era pequeno o bastante...
9. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “E não há dúvida que o progresso....”, NÃO há
atendimento à norma padrão quanto à
a) regência nominal.
b) concordância verbal.
c) concordância nominal.
d) sintaxe de colocação pronominal.
e) regência verbal.
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10. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) A expressão destacada que expressa o modo da
ação verbal se encontra na alternativa
a) “...inevitavelmente leva a reflexões...”
b) “...especialmente para as pessoas de fé...”
c) “...teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões...”
d) “Presumivelmente, a vida veio da não vida...”
e) “...um núcleo radioativo decai espontaneamente...”
COMENTÁRIOS E GABARITOS
1. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “...você e eu tivemos pais que nos geraram.”, a
colocação do pronome nos se justifica pela atração
a) da forma verbal geraram.
b) do pronome relativo que.
c) do pronome eu.
d) do pronome você.
e) do substantivo pais.
COMENTÁRIOS:
Meus amigos, a colocação pronominal é um dos temas mais frequentes em
provas de concursos, especialmente as do INSTITUTO AOCP.
Há palavras que atraem o pronome para logo depois de si e para antes do
verbo, processo conhecido como próclise. A tais palavras damos o nome de atrativas
ou fatores de próclise. Os principais fatores de próclise são:
Palavras negativas (não, nada, nunca, jamais, nem etc.)
Ex.: Nunca SE referiram ao acontecido, nem O resolveram.
Palavra negativa + Pronome + Verbo
Advérbios (hoje, amanhã, talvez, lá etc.)
Ex.: Hoje ME trouxe o documento.
Advérbio + Pronome + Verbo
Pronomes relativos (que, quem, qual, onde etc.)
Ex.: “...você e eu tivemos pais que NOS geraram.”
Pronome relativo + Pronome + Verbo
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Pronomes indefinidos (tudo, alguém, outros etc.)
Ex.: Alguns AS elogiaram; outros SE mantiveram indiferentes.
Pronome indefinido + Pronome + Verbo
Pronome indefinido + Pronome + Verbo
Conjunções subordinativas (que, como, embora etc.)
Ex.: Como SE sabe, temos que nos doar para os estudos.
Conjunção subordinativa + Pronome + Verbo
As alternativas [a,c,d,e] contêm formas verbais, pronomes pessoais e
substantivos, que não constituem palavras atrativas.
Em regra, sempre que você se deparar com as palavras atrativas citadas nos
exemplos acima, a próclise será obrigatória. Entenda-se por próclise a colocação do
pronome antes dos verbos na seguinte sequencia:
Gabarito: nesses termos a alternativa [b] apresenta a justificativa ao emprego
adequado do pronome antes do verbo na oração “...você e eu tivemos pais que nos
geraram.”
2. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Assinale a alternativa em que o elemento nos NÃO
foi analisado corretamente.
a) “Lá, nos deparamos...” (preposição + artigo)
b) “Isso não significa que nos resta...” (pronome)
c) “...mas é muito fácil nos perdermos...” (pronome)
d) “...nos seus labirintos metafísicos.” (preposição + artigo)
e) “...nos seus primórdios...” (preposição + artigo)
COMENTÁRIOS:
A questão versa sobre os pronomes e suas contrações. Para acertá-la, basta
você tentar desmembrar a possível contração, se o resultado do desmembramento do
vocábulo “nos” for “em + o”, estaremos diante de uma contração entre preposição +
artigo; caso contrário, estaremos frente a um pronome.
palavra atrativa Pronome Verbo
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Veja: Na alternativa [a], a expressão “Lá, nos deparamos...” jamais poderia ser
“Lá, em os deparamos...”! Percebeu! Assim, não estamos diante de “preposição +
artigo”, mas, sim, diante de um pronome.
As demais alternativas apresentam a análise correta para o vocábulo em
questão.
Lembre-se de que preposição é a palavra que usamos geralmente para
relacionar duas palavras, como na expressão “casa de recreação”. Aqui, os termos
“casa” e “recreação” foram relacionados pela palavra “de” (preposição).
Já os pronomes não têm tal função. Eles substituem ou acompanham um nome
(substantivo), definindo-lhe os limites de significação, ex.: “Jesus Cristo morreu, mas
ELE também ressuscitou.” O pronome “ele” substituiu na segunda oração o termo
“Jesus Cristo”.
Gabarito: nesses termos, a alternativa [a] é única que apresenta uma análise
inadequada para o termo sugerido.
3. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “...as fronteiras entre ciência e religião meio que
se misturam.”, a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo ao conteúdo
original, por
a) raramente.
b) mais que.
c) além do que.
d) mais ou menos.
e) ainda que.
COMENTÁRIOS:
Mantém a coesão textual a substituição da expressão “meio que” por “mais ou
menos”. As outras locuções não conservariam o sentido pretendido pelo autor, que é
o de intertextualidade, intercâmbio, entrelaçamento, pontos em comum entre a
religião e ciência.
Gabarito: a alternativa [d] é a única que não provocaria alteração de sentido, se
empregada na oração em pauta.
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4. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “O Gênesis, primeiro livro da bíblia, é um
exemplo deles, se bem que é importante lembrar que não é o único.”, a expressão
destacada estabelece relação semântica de
a) consecução. B) conclusão. C) contraste. D) condição. E) concessão.
COMENTÁRIOS:
Muita atenção nesse tipo de abordagem das bancas. Hoje, não se busca a
classificação literal de conjunções, preposições, advérbios etc. A tendência atual é
buscar a relação semântica (de sentido) que os vocábulos emprestam às orações.
Tenho certeza de que muitos erraram a questão. Temos um ardil aqui! A
relação sintática que a locução conjuntiva “se bem que” estabelece é de concessão,
que se dá quando se quer estabelecer uma ideia (SEMÂNTICA) de contraste, em
oposição à oração principal.
Certamente muitos marcariam a letra [e], que sugere uma relação de concessão.
No entanto, o examinador queria a relação semântica (de sentido, referente às ideias),
e não a sintática. Logo, a alternativa correta é letra [c], relação semântica de
contraste.
Esse foi uma das questões mais maliciosas do Instituto AOCP. Não se engane: a
banca buscará o seu erro, é assim que serão selecionados os candidatos a ocuparem o
número de vagas em um concurso.
Gabarito: letra [c].
5. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Assinale a alternativa em que o elemento SE foi
classificado corretamente.
a) “A questão complica se persistimos com essa analogia...” (pronome)
b) “...as fronteiras entre ciência e religião meio que se misturam.” (pronome)
c) “...se bem que é importante lembrar que não é o único.” (pronome)
d) “...Como surgiu se nada existia antes?” (pronome interrogativo)
e) “...como surgiu a primeira entidade viva, se nada vivo havia...” (índice de
indeterminação do sujeito)
COMENTÁRIOS:
Na letra [a], a palavra “se” não se refere a nenhuma das pessoas do discurso
(pessoa que fala, pessoa com quem se fala e pessoa – ou coisa – a respeito da qual se
fala), não podendo, por isso, ser classificada como pronome, já que este tem por
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função substituir ou fazer referência a tais pessoas. O “se”, aqui, é conjunção
subordinada condicional.
O vocábulo estabelece, no período, uma condição para a ocorrência da oração
principal, quero dizer: persistir com essa analogia é a condição para que a questão se
complique.
Na letra [b], o vocábulo “se” realmente é um pronome, que recebe a
classificação de pronome reflexivo. Nesse caso, a ação verbal recai no próprio
sujeito..
Na letra [c], temos uma conjunção concessiva. São alguns exemplos desse tipo
de conjunção: que, embora, ainda que, bem que, se bem que... Elas subordinam
ideias contrárias, criam uma oposição entre a oração principal e a subordinada.
Podemos dizer ainda que elas se referem a um fato que poderia ter sido evitado na
oração principal, mas que não o foi, ex.: “Embora estivesse armado, não impediu o
marginal”. Memorize-as, é de fundamental importância.
Na letra [d], temos novamente uma conjunção condicional. Aliás, não existe
“se” como pronome interrogativo. Estes são os pronomes: quem, quais, que etc. Os
advérbios também podem ser classificados como interrogativos, como observado na
seguinte oração: “Onde [ideia de lugar] estão aqueles olhos negros?”
Na letra [e], temos outra conjunção condicional.
Ao contrário, o índice de indeterminação do sujeito é a classificação que o “se”
recebe quando vem ligado – com ou sem o hífen – a um verbo transitivo que NÃO
SEJA direto. Ex.: “Precisa-se de mais reformas no Brasil”. Neste caso, o sujeito está
indeterminado, pois o verbo “precisar” não é transitivo direto, ficando, então, em 3ª
pessoa do singular.
Gabarito: nos termos apresentados apenas a alternativa [b] apresenta a
classificação correta para o vocábulo “se”.
6. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) O fragmento em que a concordância verbal NÃO
está de acordo com a norma padrão é
a) “...pressupõe uma série de conceitos e extrapolações para fazer sentido...”
b) “...o progresso da cosmologia e da astronomia levaram a um conhecimento sem
precedentes...”
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c) “Modelos da origem cósmica usam a bizarrice dos efeitos quânticos para
explicar o que parece ser inexplicável.”
d) “A prerrogativa da ciência é criar explicações sem intervenção divina.”
e) “Existe uma continuidade nessa história, que podemos traçar até a primeira
entidade viva.”
COMENTÁRIOS:
Na letra [a], você precisaria voltar ao texto para ler o contexto, pois, embora
haja uma expressão partitiva, “uma série de”, não é ela que definirá a concordância
correta. Vejamos o fragmento textual em que a expressão está inserida:
“Esse é apenas um modelo, que pressupõe uma série de conceitos e
extrapolações”.
Na passagem acima, observa-se que o sujeito retomado pelo relativo “que” é
“modelo”, que está no singular, fato que obriga o verbo a também ficar no singular
(logo abaixo comentaremos um pouco mais sobre expressões partitivas).
Na letra [c], o sujeito “modelos” concorda perfeitamente com a forma verbal
“usam”.
Na letra [d], a concordância do sujeito “a prerrogativa da ciência” com o
verbo “é” também está perfeita, singular com singular.
Na letra [e], temos o verbo “existir”, que é intransitivo, ou seja, não necessita
de complemento, já que tem predicação completa. Assim, “uma continuidade nessa
história” é o sujeito da oração e não objeto direto. Como o sujeito encontra-se no
singular, o verbo obrigatoriamente também deverá ficar no singular.
Como vimos, para a concordância ficar de acordo com a norma culta da língua,
o verbo deve concordar com o seu sujeito, o que não se observa na letra [b]. O
sujeito, aqui, é “o progresso”, que é simples e está no singular, devendo fazer a
concordância no singular com o verbo. Corrigindo: “...o progresso da cosmologia
e da astronomia levou a um conhecimento sem precedentes...”
Gabarito: dentre as alternativas, a única em que não se verifica a concordância
entre o sujeito e a forma verbal é letra [b].
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7. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) NÃO será mantida a gramática do texto se a
expressão
a) duma for substituída por de uma, em “surgido duma flutuação”.
b) tal como for substituída por assim como, em “Tal como você e eu...”
c) Por isso que for substituída por Por isso, em “Por isso que muitos físicos...”
d) devido a uma for substituída por devido uma, em “devido a uma
compensação...”
e) Como que for substituída por como, em “Como que tudo pode vir do nada?”
COMENTÁRIOS:
Na letra [a], fica correta a substituição sugerida, já que “duma” é a contração
entre “de + uma”.
Na letra [b], a expressão “tal como” é conjunção comparativa, sendo mantido o
sentido e a gramaticalidade com a substituição proposta. São exemplos de
conjunções subordinativas comparativas: como, assim como, tal e qual, tal qual, mais
que, tanto quanto, tal como etc.
Na letra [c], temos uma expressão conjuntiva subordinada causal, como a leitura
do contexto nos mostrará. Fala-se sobre um fato (a bolha... a compensação...
matéria... gravidade), tentando relacioná-lo como a causa dos físicos “falarem” que o
Universo veio do nada, vejamos:
“O interessante é que essa bolha seria uma flutuação de energia zero, devido a
uma compensação entre a energia positiva da matéria e a negativa da gravidade.
Por isso que muitos físicos, como Stephen Hawking e Lawrence Krauss, falam
que o Universo veio do ‘nada’”.
Substituindo-se “por isso que” por “por isso” o sentido permanece o mesmo.
Na letra [d], temos a palavra “devido”, que tem usos diferenciados,
dependendo do contexto, mas sempre exigindo a preposição [a]. Na oração em
apreço, a expressão “devido a” tem o sentido de “em decorrência de”, sendo que a
retirada da preposição torna o seu uso gramaticalmente incorreto.
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Na letra [e], a palavra “que” apenas serve para realçar a pergunta, sendo a sua
presença na oração dispensável, tanto sintática quanto morfologicamente. Assim, a
substituição está correta.
Gabarito: nos termos apresentados, apenas a substituição proposta na
alternativa [d] provocaria incorreção gramatical.
8. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) “A combinação é inevitável, dado que, nos seus
primórdios, o Universo inteiro era pequeno o bastante...”
A oração acima pode ser reescrita, sem prejuízo sintático-semântico para o
fragmento, por
a) A combinação é inevitável, como, nos seus primórdios, o Universo inteiro era
pequeno o bastante...
b) A combinação é inevitável, embora, nos seus primórdios, o Universo inteiro era
pequeno o bastante...
c) A combinação é inevitável, apesar que, nos seus primórdios, o Universo inteiro
era pequeno o bastante...
d) A combinação é inevitável, conquanto que, nos seus primórdios, o Universo
inteiro era pequeno o bastante...
e) A combinação é inevitável, uma vez que, nos seus primórdios, o Universo
inteiro era pequeno o bastante...
COMENTÁRIOS:
O cerne da questão é a expressão “dado que”, conjunção subordinada causal.
Temos, portanto, que achar uma expressão sinônima, ou seja, que também estabeleça
uma relação de causa com a oração principal.
São exemplos de tais conjunções: que, porque, porquanto, como (no começo da
oração), se, no sentido de “já que”, desde que, pois que, visto que, visto como, uma
vez que, como que, como quer que, de modo que etc. A única alternativa em que a
substituição conservaria a relação de causalidade é a letra [e].
Nas demais alternativas, a conjunção “como” estabeleceria relação semântica
de comparação/conformidade e nos demais casos (“embora”, “apesar que” e
“conquanto que”) verificar-se-ia a relação de concessão.
Gabarito: nos termos apresentados, a alternativa [e] encontra-se correta.
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9. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) Em “E não há dúvida que o progresso....”, NÃO há
atendimento à norma padrão quanto à
a) regência nominal.
b) concordância verbal.
c) concordância nominal.
d) sintaxe de colocação pronominal.
e) regência verbal.
COMENTÁRIOS:
“Dúvida” não é verbo nem pronome, o que já nos leva a descartar as
alternativas [b, d, e].
A letra [c] também pode ser descartada porque o caso não é de concordância,
mas, sim, de regência nominal.
Quem tem dúvida, tem-na “sobre”, “de” ou “acerca de” algo. Faltou, assim, a
preposição que é regida (exigida) pelo nome (substantivo) “dúvida”.
Gabarito: a oração em pauta desrespeita as regras de regência nominal, logo a
alternativa [a] corresponde ao nosso gabarito.
10. (HU-UFS-EBSERH-AOCP/2014) A expressão destacada que expressa o modo da
ação verbal se encontra na alternativa
a) “...inevitavelmente leva a reflexões...”
b) “...especialmente para as pessoas de fé...”
c) “...teve um começo há aproximadamente 13,8 bilhões...”
d) “Presumivelmente, a vida veio da não vida...”
e) “...um núcleo radioativo decai espontaneamente...”
COMENTÁRIOS:
O advérbio é uma palavra invariável que serve basicamente como modificador
do verbo, servindo ainda para modificar adjetivos ou mesmo outros advérbios. Some-
se às funções referidas o fato de o advérbio, às vezes, referir-se a uma oração inteira,
expressando o posicionamento do observador sobre a ação apresentada pelo verbo. É
o que nós observamos nas letras [a] e [b].
Na letra [c], “aproximadamente” tem função temporal.
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Na letra [d], “presumivelmente” exprime incerteza, presunção, dúvida.
Dessa forma, a única alternativa que possui um advérbio de modo, referindo-se
a um verbo é a letra [e], ou seja, “um núcleo radioativo decai de modo espontâneo.”
Gabarito: a alternativa correta é a letra [e].
ANÁLISE DA PROVA:
A prova de português foi relativamente fácil e se afastou um pouco do padrão
que o Instituto AOCP vem adotando nos últimos concursos. Não verificamos uma
abordagem mais efetiva dos temas relativos à interpretação de textos, à semântica, à
estilística e até mesmo à sintaxe da oração e do período.
Por outro lado, a banca explorou bastante outros assuntos também muitos
explorados em concursos recentes, é o caso dos pronomes (identificação, emprego e
colocação) e das conjunções, particularmente o reconhecimento do valor semântico
que elas estabelecem entre as orações. Estes itens foram exaustivamente trabalhados
nas aulas nº 04, 09, 10 e 11. Àqueles que leram essas aulas certamente não erraram
essas questões.
Outros tópicos explorados, porém de forma muito superficial, foram os
conhecimentos de regência e concordância nominal e verbal. Veremos esses assuntos
nas próximas aulas.
Cabe ressaltar que a prova aplicada para outros cargos de nível superior, por
exemplo, para o cargo de advogado, no mesmo concurso para o Hospital da
Universidade Federal de Sergipe, apresentou um grau de dificuldade bem superior,
exigindo do candidato conhecimentos de interpretação, semântica e sintaxe.
Resumo da ópera: muito embora a banca AOCP, naquilo que cobra na prova,
siga o mesmo padrão, não podemos negligenciar nenhum assunto. Melhor dizendo,
mesmo não podendo prever quais questões serão cobradas, podemos definir a
metodologia como cada assunto será explorado. Essa, inclusive, é a regra de ouro
para a realização de uma boa prova.
Então minha amiga, meu amigo, mergulhe de cabeça nas provas anteriores das
bancas responsáveis pelo concurso de sua escolha, especialmente as mais recente, e
dê preferência à resolução comentada.
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Separe todas as questões que você errou ou teve dúvida e busque o
embasamento necessário para que não reste “pedra sobre pedra”, ou seja, para que
você não erre novamente a mesma questão caso ela seja exigida na sua prova.
Chegamos ao final de mais uma aula e esperamos que você tenha obtido um
bom desempenho. Caso tenha apresentado muitas dificuldades, não desanime, pois
teremos muitas aulas pela frente, e sugerimos que você dispense um pouco mais de
tempo para os conteúdos de português.
#NãoDesanime #EstudeMais #AcrediteSempre
Equipe Professor Rômulo Passos