equipe de produção · início do 2º semestre – 2013 dia 02 de agosto ... 1ª leitura: gn 18,...

11
http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/roda-viva-dom-angelico-sandalo-bernardino-22-07-2013 . Veja a entrevista concedida por Dom Angélico Sândalo Bernardino ao Programa Roda Viva da TV Cultura. Dom Angélico fala sobre a Jornada Mundial da Juventude e outros temas de grande importância para a sociedade. Assista ao programa na íntegra clicando no link abaixo. Escola de Cidadania da Zona Leste -Pedro Yamaguchi Ferreira- Início do 2º Semestre 2013 Dia 02 de Agosto - Sexta-Feira Maiores Informações na página 09 CIEJA de Campo Limpo 03 de Agosto - Sábado Veja mais na página 09 4º Encontro das Escolas de Fé, Política, Cidadania e Justiça Paróquia São Francisco de Assis Ermelino Matarazzo - 08 de Agosto Veja detalhes na página 09 Encontro sobre Animação Bíblica Encontro IPDM Jovem Paróquia Santa Luzia Jardim Nordeste 02 de Novembro Veja detalhes na página 10 1º Encontro de Leigos e Leigas na Igreja Centro Social Marista Itaquera - 10 de Agosto Maiores detalhes na página 10 Encontro Geral IPDM com Brenda Carranza Santuário da Paz Cidade Líder - 23 de Novembro Veja detalhes na página 10 1ª Leitura: Gn 18, 20-32 - Salmo: Sl 137 (138) 2ª Leitura: Cl 2, 12-14 - Evangelho: Lc 11, 113 Ano I - Nº 48 27 de Julho a 02 de Agosto de 2013 Papa Francisco "Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam da corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. A todos vocês repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que a esperança se apague". Caríssimos amigos, envoltos pela alegria de termos o Papa Francisco em nossa terra-brasilis e contagiados pelo entusiasmo que ele nos transmite, incentivando-nos a semear a paz e a contribuir na construção do Reino de Jesus Cristo, colocamos em suas mãos nosso Informativo nº 48. Ao longo desta semana, nossas atenções estiveram voltadas para a Jornada Mundial da Juventude e, sobremaneira, para as mensagens que o Santo Padre nos transmitiu. Havia muitos anos não testemunhávamos tamanha alegria nos rostos de nossas crianças, dos nossos jovens, adultos e idosos diante de um chamado de uma mensagem como pudemos testemunhar nos últimos dias. Bendito Seja Francisco Servo dos Servos de Deus. Caríssimos, nas reflexões sobre o Evangelho deste Domingo, trazemos para vocês as palavras de José Antonio Pagola, que nos apresenta as três chamadas de Jesusque nos convidam a confiar no Pai: Pedir a atitude própria do pobre; Procurar, não é só pedir, é também dar passos para conseguir; Chamar, insistir, gritar a Deus quando o sentimos longe. Ildo Bohn Gass, por sua vez, nos conduz a uma profunda meditação através das palavras do Pai Nosso, a oração ensinada por Jesus. Em sua reflexão, podemos entender com mais clareza o significado de cada palavra, de cada frase e, o mais importante, o significado comunitário desta santa oração. Na página 03, vocês encontrarão as palavras do Papa Francisco pronunciadas em um dos discursos que proferiu durante a JMJ, no qual o Santo Padre enfatiza o rico significado de tocar a Cruz de Cristo e deixar-se ser tocado por ela. A partir da página 04 até a 08, vocês terão a oportunidade de conhecer o magnífico artigo escrito pelo padre José Oscar Beozzo sob o título Francisco: um papa latino-americano. Beozzo, com o conhecimento que lhe é peculiar brinca com informações valiosíssimas a todos que desejam conhecer mais profundamente a história da Igreja, destacando-se neste artigo a Igreja na América Latina. Beozzo passeias pelas Conferências do Episcopado Latino-Americano realizadas em Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida oferecendo-nos uma visão ampla do significado de cada uma delas. A partir da página 09 você encontra a agenda do IPDM com encontros e eventos programados e construídos para vocês. Participem conosco. Juntos podemos fazer mais. Equipe de Produção

Upload: tranliem

Post on 03-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/roda-viva-dom-angelico-sandalo-bernardino-22-07-2013.

Veja a entrevista concedida por Dom Angélico Sândalo Bernardino ao

Programa Roda Viva da TV Cultura.

Dom Angélico fala sobre a Jornada Mundial da Juventude e outros temas de grande

importância para a sociedade. Assista ao programa na íntegra clicando no link abaixo.

Escola de Cidadania da Zona Leste -Pedro Yamaguchi Ferreira -

Início do 2º Semestre – 2013

Dia 02 de Agosto - Sexta-Feira Maiores Informações na página 09

CIEJA de Campo Limpo

03 de Agosto - Sábado Veja mais na página 09

4º Encontro das Escolas de Fé, Política, Cidadania e Justiça

Paróquia São Francisco de Assis

Ermelino Matarazzo - 08 de Agosto Veja detalhes na página 09

Encontro sobre Animação Bíblica

Encontro IPDM Jovem

Paróquia Santa Luzia

Jardim Nordeste

02 de Novembro Veja detalhes na página 10

1º Encontro de Leigos e Leigas na Igreja

Centro Social Marista Itaquera - 10 de Agosto Maiores detalhes na página 10

Encontro Geral IPDM com

Brenda Carranza

Santuário da Paz

Cidade Líder - 23 de Novembro Veja detalhes na página 10

1ª Leitura: Gn 18, 20-32 - Salmo: Sl 137 (138)

2ª Leitura: Cl 2, 12-14 - Evangelho: Lc 11, 1–13

Ano I - Nº 48 27 de Julho a 02 de Agosto de 2013

Papa Francisco

"Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas

vezes se desiludem com notícias que falam da corrupção, com pessoas que, em vez de buscar

o bem comum, procuram o seu próprio benefício. A todos vocês repito: nunca desanimem,

não percam a confiança, não deixem que a esperança se apague".

Caríssimos amigos, envoltos pela alegria de termos o Papa Francisco em nossa terra-brasilis e contagiados pelo

entusiasmo que ele nos transmite, incentivando-nos a semear a paz e a contribuir na construção do Reino de Jesus

Cristo, colocamos em suas mãos nosso Informativo nº 48.

Ao longo desta semana, nossas atenções estiveram voltadas para a Jornada Mundial da Juventude e,

sobremaneira, para as mensagens que o Santo Padre nos transmitiu. Havia muitos anos não testemunhávamos

tamanha alegria nos rostos de nossas crianças, dos nossos jovens, adultos e idosos diante de um chamado de uma

mensagem como pudemos testemunhar nos últimos dias. Bendito Seja Francisco – Servo dos Servos de Deus.

Caríssimos, nas reflexões sobre o Evangelho deste Domingo, trazemos para vocês as palavras de José Antonio

Pagola, que nos apresenta as “três chamadas de Jesus” que nos convidam a confiar no Pai: “Pedir a atitude própria

do pobre; Procurar, não é só pedir, é também dar passos para conseguir; Chamar, insistir, gritar a Deus quando o

sentimos longe”.

Ildo Bohn Gass, por sua vez, nos conduz a uma profunda meditação através das palavras do Pai Nosso, a oração

ensinada por Jesus. Em sua reflexão, podemos entender com mais clareza o significado de cada palavra, de cada

frase e, o mais importante, o significado comunitário desta santa oração.

Na página 03, vocês encontrarão as palavras do Papa Francisco pronunciadas em um dos discursos que proferiu

durante a JMJ, no qual o Santo Padre enfatiza o rico significado de tocar a Cruz de Cristo e deixar-se ser tocado por

ela.

A partir da página 04 até a 08, vocês terão a oportunidade de conhecer o magnífico artigo escrito pelo padre José

Oscar Beozzo sob o título “Francisco: um papa latino-americano”. Beozzo, com o conhecimento que lhe é

peculiar brinca com informações valiosíssimas a todos que desejam conhecer mais profundamente a história da

Igreja, destacando-se neste artigo a Igreja na América Latina. Beozzo passeias pelas Conferências do Episcopado

Latino-Americano realizadas em Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida oferecendo-nos uma visão ampla do

significado de cada uma delas.

A partir da página 09 você encontra a agenda do IPDM com encontros e eventos programados e construídos para

vocês. Participem conosco. Juntos podemos fazer mais.

Equipe de Produção

1.1. Santificado seja o teu nome

Para o povo da Bíblia, o nome representa a própria pessoa. Santificar, portanto, o nome de Deus é o desejo de se

comprometer com ele, de tornar realidade o seu nome, Abbá. Ser filho e filha desse paizinho nos leva a ter com ele uma relação de confiança e de liberdade. Leva-nos a revelar a sua

glória, que se manifesta na vida do povo, especialmente dos mais fracos. Leva-nos também a viver plenamente como

pessoas libertas e engajadas na luta pelo direito de todas as pessoas de serem verdadeiramente livres de todas as formas de escravidão, de todos os ídolos mundanos que nos tornam seus

escravos.

Seu nome também é Javé. "Assim serei lembrado de geração

em geração" (cf. Êxodo 3,14-15). Santificar o seu nome é atualizar sua presença libertadora na luta pela dignidade do povo excluído pelo sistema opressor do Egito. Quais sãos os

sistemas que hoje nos escravizam, grandes ou pequenos?

1.2. Venha o teu Reino

Desejar o Reino é abrir-se para acolher o projeto de justiça e

de amor vivido por Jesus, a fim de concretizá-lo aos poucos em nosso dia a dia. Viver segundo o Reino é deixar-se conduzir por seu Espírito, ao ponto de ter vida em abundância e de podermos dizer com o apóstolo Paulo que "já não sou eu quem

vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2,20).

1.3. O pão nosso cotidiano nos dá dia a dia

Este é o pedido central do Pai-nosso. Ao colocar o pedido pelo pão no coração de sua oração, Jesus nos mostra que o pão

repartido, isto é, a economia não acumulada é o centro do projeto de Deus. Definitivamente, a economia está no centro do plano de Deus, uma economia solidária, partilhada, não acumulada.

O significado do pão é mais amplo e se refere também a todas as necessidades fundamentais para vivermos com a

dignidade de filhas e filhos de Deus, tais como as seis necessidades lembradas por Jesus em Mateus 25,35-36: comida, água, casa, roupa, saúde e liberdade. E mais. É também o pão repartido na Santa Ceia.

I

T

U

R

G

I

A

L I T U R G I A

O evangelho proposto para este final de semana é a respeito do conteúdo da oração e sobre como orar com perseverança e confiança.

De um lado, as orientações de Jesus a respeito da oração estão imediatamente após a catequese sobre

o mandamento do amor (Lucas 10,25-28) colocado em prática através da solidariedade (Lucas 10,29-37),

do serviço e do seguimento (Lucas 10,38-42). A comunhão com o Espírito de Deus cultivada na oração é a fonte do amor, da misericórdia, da diaconia e do discipulado.

De outro lado, as orientações de Jesus a respeito da oração encontram-se imediatamente antes da expulsão de um demônio de uma pessoa muda (Lucas 11,14). Seu poder de cura está intimamente vinculado à sua oração (Lucas 11,1) e à fé das pessoas (Lucas 7,50; 17,19; 18,42).

Podemos dividir a catequese sobre a oração em três partes.

1. A oração de Jesus e dos/as discípulos/as (Lucas 11,1-4)

Jesus é uma pessoa de profunda oração. Ele rezava muito, seja em momentos decisivos de sua vida, seja no cotidiano.

Estava sempre em busca de comunhão com o Pai. Nessa intimidade filial, estava o segredo de sua missão.

Em Mateus, temos sete pedidos no Pai-nosso (Mateus 6,9-13). Em Lucas, são cinco. Lucas deve estar mais próximo da

oração que Jesus sempre rezava. A comunidade de Mateus acrescentou o desejo de que a vontade de Deus fosse realidade assim na terra como já é no céu. É que os judeus cristãos não podiam deixar a Lei de Deus fora do Pai-nosso. E a forma como o fizeram foi através do terceiro pedido. Mas como deixar o pedido pelo Pão-nosso no coração da oração de Jesus?

Então, para manterem ímpar o número dos pedidos, repetiram o último em forma afirmativa: "Mas livra-nos do maligno" (Mateus 6,13). Desse modo, o Pão-nosso continuava no centro da oração de Jesus e de seus discípulos.

Diferentemente de Mateus, onde Jesus toma a iniciativa de ensinar o Pai-nosso (Mateus 6,7-9), em Lucas, depois de

acompanhar Jesus em oração, um seguidor lhe pede que também ensine o seu segredo aos discípulos. "Senhor, ensina-nos a orar". Então, Jesus lhes revela o seu jeito de se relacionar com o Pai. E partilhou a sua experiência. Esta oração é a

síntese de seu projeto.

Nos dois primeiros pedidos, Jesus nos propõe acolher o Pai com o seu projeto, expresso por seu nome e pela justiça do reino. Nos três pedidos seguintes, Jesus nos pede que, da mesma forma como ele, também nós respondamos ao Pai, vivendo

novas relações entre nós.

Pai

Abbá quer dizer paizinho, papai querido, tal como as crianças se dirigem a seus pais. É uma relação de confiança, de entrega e de intimidade. É um pai que gera vida, que acolhe e perdoa, que cria para a liberdade. Chamando a Deus de paizinho, reconhecemos também a nossa filiação divina, pois Jesus disse que o seu Pai também é nosso Pai (João 20,17).

Em: www.eclesalia.wordpress.com/2013/07/25

“Eu vos digo: Pedi e vos será dado. Buscai e encontrareis. Chamai e se vos abrirá”. É fácil que Jesus tenha pronunciado estas palavras quando se movia pelas aldeias da Galileia pedindo algo de comer, procurando acolhimento e chamando à porta dos vizinhos. Ele sabia aproveitar as

experiências mais simples da vida para despertar a confiança dos Seus seguidores no Pai Bom de todos.

Curiosamente, em nenhum momento nos é dito o que temos de pedir ou procurar nem a que porta temos de chamar. O importante para Jesus é a atitude. Ante o Pai, temos de viver como pobres que pedem o que necessitam para viver, como perdidos que procuram o caminho que não

não conhecem bem, como desprotegidos que chamam à porta de Deus.

As três chamadas de Jesus convidam-nos a despertar a confiança no Pai, mas fazem-no com matizes diferentes. “Pedir” é a atitude própria do pobre. A Deus temos de pedir o que não nos podemos dar a nós mesmos: o alento da vida, o perdão,

a paz interior, a salvação. “Procurar” não é só pedir. É, também, dar passos para conseguir o que não está ao nosso alcance. Assim temos de procurar acima de tudo o reino de Deus e a Sua justiça: um mundo mais humano e digno para

todos. “Chamar” é bater à porta, insistir, gritar a Deus quando o sentimos longe.

A confiança de Jesus no Pai é absoluta. Quer que os Seus seguidores não o esqueçam nunca: “o que pede, está recebendo; o que procura, está encontrando e o que chama, se lhe abre”. Jesus não diz que recebem concretamente o que

pedem, que encontram o que procuram ou que alcançam o que gritam. A Sua promessa é outra: a quem confia Nele, Deus dá; quem recorre a Ele, recebe “coisas boas”.

Jesus não dá explicações complicadas. Coloca três exemplos que podem entender os pais e as mães de todos os tempos.

“Que pai ou que mãe, quando o filho lhe pede pão, lhe dá uma pedra redonda como as que se podem ver pelos caminhos? Ou, se lhe pede um peixe, lhe dará uma dessas cobras de água que por vezes aparecem nas redes de pesca? Ou, se lhe pede um ovo, lhe dará um escorpião dos que se vê pela margem do lago?”

Os pais não enganam os seus filhos. Não os enganam nem lhes dão algo que possa fazer-lhes mal, mas sim “coisas boas”. Jesus tira rapidamente a conclusão: “Quanto mais o Vosso Pai do Céu dará o Seu Espírito Santo aos que lhe

peçam”. Para Jesus, o melhor que podemos pedir e receber de Deus é o Seu Alento que sustem e salva a nossa vida.

José Antonio Pagola

Ildo Bohn Gass

1.4. E perdoa os nossos pecados, assim como também nós perdoamos a todo o que nos deve

O perdão de Deus é incondicional. Jesus revelou o amor do Pai, doando sua vida livremente, porém, na fidelidade ao projeto do Reino. Da mesma forma, este pedido do Pai-nosso nos convida a exercermos a misericórdia com perdão pleno, garantindo, dessa forma, vida digna a todas as pessoas, não permitindo que as dívidas sejam causa de sofrimento e

humilhação. Somente pessoas reconciliadas podem viver relações harmoniosas e de justiça.

A misericórdia de Deus é sem limites. Ele está sempre pronto para perdoar, até mesmo em situações limite, como o caso

em que Jesus perdoa a seus algozes: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lucas 23,34). No entanto, só é

A misericórdia de Deus é sem limites. Ele está sempre pronto para perdoar, até mesmo em situações limite, como o caso em que Jesus perdoa a seus algozes: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lucas 23,34). No entanto, só é

capaz de acolher o seu perdão quem for capaz de também perdoar. Somente a atitude de humildade nos abre para acolher o perdão infinito do Pai. O Pai do filho perdido já estava oferecendo seu perdão desde a hora em que ele decidiu

seguir outro caminho. Porém, o filho somente experimentou a misericórdia do Pai no momento em que caiu em si e se abriu ao perdão gratuitamente oferecido pelo Pai (Lucas 15,11-32).

1.5. E não nos conduzas para a tentação

Jesus deixou bem claro quais são as principais tentações do maligno e que impedem vivermos conforme as relações do Reino. No relato das tentações, Jesus nos revela as principais seduções que nos afastam do caminho de Deus: a ganância da riqueza, a ambição do poder, a glória do prestígio e soluções mágicas para resolver a fome (Lucas 4,1-13). Para fazer

frente a essas tentações, Jesus nos propõe o caminho da partilha da riqueza, do poder colocado a serviço e da simplicidade no viver.

2. Orar com insistência, com perseverança (Lucas 11,5-10)

Com a parábola do amigo importuno, Jesus revela mais características da oração, isto é, a insistência e a perseverança, de um lado, e, de outro, a certeza de sermos escutados, diante da solidariedade e da gratuidade de Deus. Por isso, "peçam

e receberão; procurem e encontrarão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todo o que pede, recebe; todo o que procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá".

Jesus nos desafia a orarmos com perseverança, pois a oração não pretende mudar Deus, uma vez que ele sabe o que precisamos. A oração pretende mudar a nós. Se custamos a receber e a encontrar, se a porta custa a se abrir, será que não somos nós que custamos a mudar nossas mentes e nossos corações?

3. Pedir o Espírito Santo com confiança (Lucas 11,11-13)

Se as pessoas atendem aos seus amigos e familiares, se os pais não negam pão e peixe a seus filhos, muito mais o Pai do céu atenderá as necessidades de suas filhas e de seus filhos. O jeito de Deus ser Pai supera o jeito humano. Ele é Pai

como na narrativa do filho perdido. Cria seus filhos para a liberdade. Quando erram, espera-os de braços abertos para acolhê-los no amor e com eles fazer festa.

Por fim, Jesus recomenda que peçamos o essencial ao Pai, isto é, o seu Espírito. É que ele é a força de Deus que animou a profecia no Antigo Israel (Isaías 61,1). Ele é o dinamismo que enviou Jesus de Nazaré anunciar uma boa-nova aos pobres (Lucas 4,18-19). É ele também a nossa força para testemunharmos, até os confins da terra, o projeto do Reino que

Jesus viveu e anunciou (Atos 1,8).

E o Espírito de Jesus está aí da mesma forma como o sol a brilhar. E como a luz solar entra em uma casa? Ora, abrindo portas e janelas. Portanto, deixar que a luz do Espírito ilumine nossos passos está em nossas mãos. Sua força a conduzir

nossas vidas será tanto maior quanto mais nos abrimos através da oração filial na busca de comunhão com nosso papai querido.

Por isso,

Pai,

Santificado seja o teu nome;

Venha o teu Reino;

O pão nosso cotidiano nos dá dia a dia;

E perdoa os nossos pecados, assim como também nós perdoamos a todo o que nos deve;

E não nos deixes cair em tentação.

Em: www.cebi.org.br/2013/07/25

L I T U R G I A

“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus

sem deixar algo de si mesmo nela e sem

trazer algo da Cruz de Jesus para sua

própria vida”, começou dizendo o Papa nas palavras

que pronunciou durante o Via Crucis na noite de sexta-

feira, 26/07. O pontífice articulou suas Palavras em três

perguntas, fazendo referência à cruz peregrina que passou

por todas as regiões do País durante esses dois anos

prévios da JMJ Rio 2013:

O que vocês terão deixado na cruz?

“Uma antiga tradição da Igreja Romana conta que o apóstolo

Pedro saindo da cidade para escapar da perseguição de Nero, viu

Jesus que ia na direção contrária e em seguida perguntou:

‘Senhor, aonde vais?’ A resposta de Jesus foi: ‘vou a Roma para

ser crucificado de novo. Nessa situação Pedro se deu conta de

que não podia fugir, mas entendeu principalmente que nunca

estava só no caminho, porque Jesus carrega os nossos medos,

nossos problemas, nossos sofrimentos, também os mais

profundos”.

Com a Cruz Jesus está ao lado de todos os que sofrem, na cruz, Jesus está junto de tantos que perderam a sua confiança nas

instituições políticas porque veem o egoísmo e corrupção, ou que perderam a sua fé na Igreja, e até em Deus, pela incoerência dos

cristãos e dos ministros do Evangelho”, afirmou o Papa.

O que a cruz deixou em vocês?

“A cruz nos deixa um bem que ninguém mais pode dar-nos: a certeza do amor fiel de Deus por nós. Queridos jovens, confiemos em

Jesus. Porque Ele nunca defrauda ninguém. Ele transformou o significado da cruz, transformou a Cruz de ser um instrumento de ódio,

e de derrota, e de morte, em um sinal de amor, de vitória, de triunfo e de vida”

“A cruz de Cristo não foi plantada só na praia há cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro, e

em muitos outros povos”.

O que esta cruz ensina para a nossa vida?

“Essa cruz nos ensina a olhar para o outro com misericórdia e amor, principalmente o que sofre, o que precisa de ajuda, quem

espera uma palavra, um gesto”. O Papa recordou que muitos rostos acompanharam Jesus no caminho do Calvário: Pilatos, o

Cireneu, Maria, as mulheres...

E interpelando os jovens perguntou-lhes com uma força que ressoou por toda a praia de Copacabana: “Vocês querem ser

como quem? Digam-me: vocês são daqueles que lavam as mãos, fingem não ver e olham para o lado, ou são como o Cireneu, que ajuda

Jesus a levar aquele pesado madeiro, como Maria e as outras mulheres, que não têm medo de acompanhar Jesus até o final, com amor,

com ternura? Jesus está olhando para você agora e lhe diz: você quer me ajudar a carregar a cruz? Irmão, irmã, com toda a sua força

jovem, o que lhe respondes?”. Em: www.zenit.org-27/07/2013

Padre José Oscar Beozzo

Jorge Bergoglio é o primeiro papa na história da Igreja nascido nas Américas.

O que isto pode preconizar para seu pontificado? É difícil prenunciá-lo, mas se podem individuar práticas, experiências,

dores e esperanças inscritas no DNA da Igreja na América Latina e que fazem parte da bagagem existencial e eclesial do Papa

Francisco.

O continente, com presença humana há 40.000 anos e povoado por mais de dois mil e duzentos diferentes povos indígenas, com suas línguas, culturas e

religiões, recebeu inicialmente, num processo de choque e violência militar, política, cultural e religiosa, um catolicismo ibérico forjado na luta contra os

mouros. Trazia a marca tanto da recém - unificada Espanha, com a chegada ao Caribe, em 1492, de Cristovão Colombo, quanto o selo português, com a

passagem, em 1500, pelo Brasil, de Pedro Álvares Cabral, em seu a caminho para as Índias. Mais tarde católicos e huguenotes franceses, anglicanos ingleses,

reformados holandeses, luteranos dinamarqueses imprimiram diferentes vertentes ao cristianismo no Caribe, na costa atlântica da América central e do Sul e

na América do Norte. A vinda de imigrantes de nações protestantes ou ortodoxas mais o trabalho missionário das igrejas protestantes, a partir do século XIX e

a onda pentecostal do século XX diversificaram os rostos do cristianismo latino-americano ou levaram-no a conviver também com outras religiões trazidas por

imigrantes da Índia, China, Japão ou Indonésia. Assiste-se hoje ao ressurgimento das antigas religiões indígenas e afro-americanas no seio de populações

formalmente batizadas na Igreja católica.

Que traços dessa sua origem latino-americana estará o novo Papa levando para Roma, no seu ofício de Bispo daquela diocese e na sua tarefa de presidir na

caridade a comunhão das Igrejas?

BERGOGLIO, UM FILHO DE IMIGRANTES

Bergoglio é parte, como filho de imigrantes italianos na Argentina, de determinada porção da América Latina que historiadores chamam de Euro-américa,

em contraposição a uma Indo-América e a uma Afro-américa.

Segundo o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, esta Euro-américa é formada predominantemente por "povos transplantados” da Europa para a América, na

onda da grande imigração entre 1840 e 1914. Ao norte, as correntes imigratórias se dirigiram para os Estados Unidos e o Canadá. Ao sul, a Argentina foi o

destino privilegiado, junto com o seu vizinho Uruguai e algumas regiões do Chile e do sul do Brasil, dessa avalanche humana de irlandeses, italianos,

espanhóis, alemães, portugueses, russos, ucranianos, poloneses e de quantos buscaram na imigração remédio à sua pobreza e resposta aos seus sonhos de

vida melhor e mais digna.

Argentina recebeu, nesse curto período de tempo, mais de 6 milhões de imigrantes europeus, mas também muitos árabes e turcos provindos do antigo

império otomano ou ainda judeus da Europa ocidental e oriental.

Bergoglio traz de volta para a Europa a sua herança italiana estampada no nome, no sangue e na sua identidade cultural. Esta foi certamente transfigurada

pelo seu nascimento neste continente americano. O idioma de seus pais italianos foi enriquecido pelo castelhano, a koiné de tantos povos, raças e línguas da

Argentina dos imigrantes. Nos dias de hoje, o castelhano tornou-se a língua mais falada no seio da comunidade católica mundial, pois é o idioma nacional de

19 países da América Latina e do Caribe e de cerca da metade dos católicos nos Estados Unidos. Na Europa, é falada na Espanha; na África, no arquipélago das

Canárias, em Ceuta e Melilla na costa norte-africana e no antigo Saara espanhol, hoje parte de Marrocos. Na Ásia, deixou sua marca nas Filipinas, em especial

com o catolicismo ali implantado, que faz daquele arquipélago o único país de maioria cristã em todo continente asiático.

Bergoglio não carrega consigo, a não ser de forma tênue, a forte identidade indo-americana predominante em países como México e Guatemala, Bolívia,

Equador e Peru, cujas populações conservam idiomas e costumes indígenas que deixaram marca indelével na sua composição racial, nos seus traços

fisionômicos, na sua arte, artesanato, culinária e religiosidade. A Argentina dos imigrantes europeus sempre teve dificuldades em reconhecer suas raízes

indígenas, ainda fortes e visíveis nas províncias do norte; de incorporar a herança dos ainda numerosos antepassados indígenas e de fugir ao dilema e à

contraposição de Alberdi e Sarmiento entre civilização (Europa) e barbárie (indígenas da América).

Tampouco é Bergoglio representativo, como argentino, desta Afro-américa, construída

com o braço e o sangue das escravas e escravos africanos. A África teceu o corpo e a alma

do Caribe e de muitas regiões do Brasil, que conta hoje com quase cem milhões de afro-

descendentes. África é também presença incontornável na costa atlântica da Venezuela,

Colômbia e dos países centro-americanos e na costa do Pacífico no Peru, no Chocó

colombiano, em Esmeraldas no Equador.

Enquanto as lavouras de cana de açúcar do Caribe receberam metade dos cerca de 12

milhões de escravos africanos trazidos para a América e Brasil importou quase 40% deste

total para as lavouras de cana, de algodão, fumo e café, para as minas de ouro e diamantes,

lides domésticas, transporte, construção e serviços urbanos, a Argentina, junto com Chile,

Bolívia e Uruguai, acolheu menos de 1% desses escravos, por conta de suas terras

temperadas, inadequadas para os plantios tropicais.

Mas o bispo Bergoglio, em suas andanças pastorais pelas "villas miseria” da periferia de

Buenos Aires topou o tempo todo com esse povo dos pobres vindo desta América profunda

dos migrantes indígenas Toba do norte argentino ou Mapuche do sul; dos imigrantes mais

recentes, Quéchua e Aymara, do altiplano andino boliviano e peruano ou Guarani do

Paraguai. Acercou-se também dos "cabecitas negras” descendentes dos antigos escravos das

zonas açucareiras dos vales quentes do norte argentino ou dos trabalhadores do porto de

Buenos Aires, durante a colônia, entre os quais florescem hoje os cultos afro-americanos.

Ainda que dizimados os homens negros nas guerras da independência, nas guerras de Rosas

ou da Tríplice Aliança no século XIX, as mulheres permaneceram e continuaram transmitindo

o sangue e a cultura afro aos seus descendentes. Indígenas e africanos são acompanhados

pela vasta gama de todas as mestiçagens e cores mais escuras que povoam o mundo popular argentino e sua religiosidade, em contraste com a tez branca e o catolicismo romanizado de suas elites e de suas classes médias de origem europeia.

O que leva Bergoglio para Roma como membro da Igreja latino-americana, com sua experiência pastoral e sua espiritualidade própria?

APARECIDA, UM MARCO NA VIDA DE BERGOGLIO

No dia 18 de março deste ano, o Papa Francisco, ao término da primeira audiência a um chefe de Estado, a presidente de seu país, Cristina Fernandes de

Kirchner, depois de abraçá-la e beijá-la, entregou-lhe, como lembrança singela, o Documento de Aparecida. Repetiu o gesto com a presidente do Brasil, Dilma

Rousseff, ofertando-lhe as mesmas conclusões da V Conferência geral do episcopado latino-americano, realizada no Santuário de Aparecida, no Brasil, de 13 a

31 de maio de 2007.

Francisco fez questão de incluir o Santuário de Aparecida SP, no roteiro de sua viagem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, no

próximo mês de julho.

Qual o laço que une o novo Papa a Aparecida e a V Conferência?

Promovido a cardeal em 2001, viveu Bergoglio intensa experiência eclesial com o evento da morte e os funerais de João Paulo II, seguidos pela Sé vacante

e o conclave para a escolha de um novo bispo de Roma, na primaveral de 2005. As congregações gerais que precederam o conclave deram-lhe um quadro

vívido e certamente dramático, sob alguns aspectos, da situação da Igreja nos cinco continentes. Diz-se que seu nome foi o segundo mais sufragado nos

escrutínios finais que elegeram o então Cardeal Joseph Ratzinger, como novo bispo de Roma, com o nome de Bento XVI, a 19 de abril daquele ano.

Parece, entretanto, que a experiência eclesial mais marcante foi por ele vivida dois anos depois no seio de sua Igreja latino-americana, durante as três

semanas da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, celebrada em Aparecida SP, no Brasil, em maio de 2007. Esta experiência levou-o a abraçar

e apresentar Aparecida como algo muito seu, além de referência e possível norte para o seu pontificado. Sinal da importância que Francisco atribui a esta

Conferência foi a entrega, como assinalamos acima, do seu Documento às presidentes de Argentina e do Brasil, na semana mesma de sua eleição.

De fato, Bergoglio, como presidente da Conferência Episcopal argentina esteve muito envolvido na preparação da Conferência devido ao método adotado

pelo CELAM. Este associou os 22 presidentes das conferências episcopais da América Latina e do Caribe à direção do CELAM na tomada de decisões relativa

aos encaminhamentos mais importantes para Aparecida.

No segundo dia da Conferência de Aparecida, dia 15 de maio de 2007, falaram todos os presidentes dessas 22 Conferências episcopais.

Bergoglio tomando a palavra pela Argentina disse que se adotou em seu país o lema de se Navegar mar adentro.

"Sugirió que la propuesta final tenga tres géneros: un documento medular que ofrezca un perfil del discípulo misionero hoy en América Latina, un mensaje

final a los pueblos y la propuesta de varios temas pastorales para ser trabajados posteriormente con subsidios. Dijo que la pastoral es un camino de conversión

eclesial, misionera e inculturada, para llegar a los bautizados alejados y cercanos.

Luego mencionó tres macro-desafíos consensuados en una reunión previa: la ruptura en la transmisión de la fe, la inequidad escandalosa que divide a la

población en "ciudadanos” y en "sobrantes y descarte”, y finalmente la crisis de los vínculos familiares y sociales”.

Neste mesmo dia, Bergoglio foi eleito pelo plenário como presidente da Comissão de Redação do documento de Aparecida, junto com sete outros cardeais

ou bispos. Do trabalho em comum durante cada dia, mas prolongado por muitas noites e mesmo madrugadas adentro, criaram-se fortes laços de

companheirismo e afeto entre os integrantes desta comissão de redação. Um deles, o Cardeal Cláudio Hummes, então Prefeito para a Congregação do Clero,

esteve ao lado de Bergoglio, por insistência sua, quando foi anunciado à multidão apinhada na Praça São Pedro, o Habemus Papam.

Confessou o Papa que fora o mesmo Hummes, franciscano, cardeal emérito de São Paulo quem, abraçando-o, logo depois de sua escolha, havia-lhe

instado: "Não se esqueça dos pobres”! Ocorreu-lhe, nesse momento, assumir o nome de Francisco, como sinal de seu pontificado.

Deste mesmo grupo da comissão de redação de

Aparecida, Bergoglio escolheu o cardeal de Tegucigalpa,

Oscar Rodriguez Maradiaga, ex-presidente do CELAM, para

presidir a comissão por ele constituída para auxiliá-lo de

forma colegiada na definição dos rumos do seu pastoreio

romano e universal. Para esta mesma comissão, escolheu

também o então presidente do CELAM e um dos três

presidentes da Conferência de Aparecida, o cardeal Francisco

Javier Errázuriz, arcebispo de Santiago do Chile, onde havia

cursado seus estudos teológicos.

Em Aparecida, por sugestão de Bergoglio, estava presente

como observador, o rabino Claudio Epelman, diretor

executivo do Congresso Judaico Latino-americano, membro

da comunidade hebraica da Argentina. Vale lembrar que

Buenos Aires conta com a maior comunidade de judeus no

mundo todo, depois dos que vivem no Estado de Israel e na

cidade de Nova Iorque. Bergoglio leva para Roma suas

intensas relações com esta comunidade. As reflexões surgidas dos muitos encontros do ainda Cardeal Jorge Bergoglio com Abraham Skorka, reitor do

Seminário Rabínico de Buenos Aires, foram publicadas no livro Sobre o céu e a terra.

Da missa que Bergoglio celebrou na Basílica de Aparecida, no dia 16 de maio, recolhemos breve registro: "Esta mañana presidió la Eucaristía el

Card. Bergoglio con una agradable homilía sobre el Espíritu Santo, donde invitaba a evitar una Iglesia autossuficiente y autoreferencial, y remarcaba que la

Iglesia debe ser capaz de llegar a todas las periferias humanas”.

De Aparecida, cujo tema geral foi Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que n’Ele nossos povos tenham vida, podem ser destacadas algumas

preocupações de fundo, que estarão presentes na mente e no coração do Papa Francisco:

- Concretizar a animação bíblica de toda a pastoral;

- Renovar todas as estruturas eclesiais para que sejam essencialmente missionárias;

- Reafirmar a opção pelos pobres e excluídos;

- Crescer num estilo de proximidade cordial com o povo;

- Estimular o compromisso de todos com a vida pública.

Se nos interrogarmos, porém, para além de Aparecida, o que poderia ser levado por Bergoglio da caminhada secular da Igreja latino-americana, em

especial de sua experiência a partir da II Conferência geral do Episcopado latino-americano em Medellín (1968), que muitos consideram como a ata de

nascimento da Igreja latino-americana, com um rosto e um projeto próprios?

Elencamos abaixo alguns traços desta Igreja.

AMÉRICA LATINA: UMA IGREJA DE MÁRTIRES

Para Roma, seu maior tesouro é conservar e venerar o testemunho e a memória do martírio de Pedro e Paulo e manter viva em sua anáfora eucarística, o

Canon Romano ou Prece Eucarística I, como é hoje conhecida, a solene invocação de Pedro e Paulo, junto à de outros de seus mártires. O martírio dos dois

apóstolos e dos que seguiram seus passos, é referência primeira e selo de uma fé professada com destemor. Assim, no Canon Romano, depois de Pedro e

Paulo e dos demais apóstolos, são relembrados, Lino, Cleto, Clemente, Sixto, Cornélio, Cipriano, o diácono Lourenço, Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião

e também, num segundo momento, suas mártires Felicidade e Perpétua, Águeda e Luzia, Inês, Cecília, Anastácia.

Bergoglio vai poder responder com conhecimento de causa e em nome das Igrejas todas da América Latina àquela interpelação do ancião do

Apocalipse: "Esses que têm vestes brancas, quem são e de onde vêm? Respondi: Tu sabes, Senhor. Ele me disse: Esses são os que saíram da grande

tribulação, lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro... E Deus enxugará as lágrimas dos seus olhos” (Ap 7, 13-14, 17b).

A grande tribulação na América Latina em sua história foi o martírio relâmpago dos povos indígenas nas guerras de conquista e o seu lento definhar nos

trabalhos forçados das encomiendas nas fazendas, da mita nas minas de prata e ouro ou nos obrajes das cidades. Tribulação semelhante ou pior se abateu

sobre os escravos negros trazidos à força da África e vendidos como mercadorias, num martírio cotidiano e transmitido perpetuamente pelas mães a seus filhos

e filhas. Mais recentemente, foram as mais de três décadas de implacáveis ditaduras militares, nas quais, em nome de Deus, se assassinaram milhares de

pessoas, que, por sua fé e pela causa da justiça, defenderam pobres e pequenos e denunciaram profeticamente uma ordem injusta que queria se justificar

invocando a defesa da civilização ocidental e cristã.

A Igreja latino-americana sofreu muito e ainda sofre, com a incompreensão e obstinada resistência romana em se reconhecer oficialmente seus mártires,

cujo sangue foi derramado pela causa da justiça, na defesa da vida do "pobre, do órfão, da viúva, do estrangeiro”, chamados que foram a identificar e

defender o rosto sofredor do Cristo naqueles seus irmãos e irmãs perseguidos.

Puebla os evoca de maneira grave e eloquente, depois de denunciar a situação de pecado social estrutural vigente no continente:

Comprovamos, pois, como o mais devastador e humilhante flagelo, a situação de pobreza desumana em que vivem milhões de latino-americanos e que se

exprime, por exemplo, em mortalidade infantil, em falta de moradia adequada, em problemas de saúde, salários de fome, desemprego e subemprego,

desnutrição, instabilidade no trabalho, migrações maciças, forçadas e sem proteção (P 29).

Acrescenta Puebla, fazendo o enlace entre

essa injustiça estrutural, os sofrimentos e a

paixão do próprio Cristo e os rostos

concretos que historicamente a reviveram e

encarnaram:

Esta situação de extrema pobreza

generalizada adquire, na vida real, feições

concretíssimas, nas quais deveríamos

reconhecer as feições sofredoras de Cristo, o

Senhor que nos questiona e interpela (P 31):

- feições de indígenas e, com frequência,

também de afro-americanos, que, vivendo

segregados e em situações desumanas,

podem ser considerados os mais pobres

dentre os pobres (P 34);

- feições de camponeses, que, como

grupo social, vivem relegados em quase todo

o nosso continente, sem terra, em situação

de dependência interna e externa, submetidos a sistemas de comércio que os enganam e os exploram (P 35);

- feições de operários, com frequência, mal remunerados, que têm dificuldade de se organizar e defender os próprios direitos (P 36);

- feições de subempregados e desempregados, despedidos pelas duras exigências das crises econômicas e, muitas vezes, de modelos desenvolvimentistas

que submetem os trabalhadores e suas famílias a frios cálculos econômicos (P 37);

- feições de marginalizados e favelados das nossas cidades, sofrendo o duplo impacto da carência dos bens materiais e da ostentação da riqueza de outros

setores sociais (P 38)

Puebla conclui com os rostos de crianças golpeadas pela pobreza e abandonadas pelas cidades (P 32), de jovens desorientados e frustrados (P 33) e de

anciãos, cada vez mais numerosos e colocados à margem da sociedade (P 39).

A V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano reunida em Aparecida em 2007 reconheceu solenemente este caráter martirial da Igreja latino-

americana em várias passagens do seu documento.

Aponta, em primeiro lugar, o martírio como consequência de suas opções pastorais de colocar-se ao lado dos pobres em sua luta pela justiça:

de dependência interna e externa, submetidos a sistemas de comércio que os enganam e os exploram (P 35);

- feições de operários, com frequência, mal remunerados, que têm dificuldade de se organizar e defender os próprios direitos (P 36);

- feições de subempregados e desempregados, despedidos pelas duras exigências das crises econômicas e, muitas vezes, de modelos desenvolvimentistas

que submetem os trabalhadores e suas famílias a frios cálculos econômicos (P 37);

- feições de marginalizados e favelados das nossas cidades, sofrendo o duplo impacto da carência dos bens materiais e da ostentação da riqueza de outros

setores sociais (P 38)

Puebla conclui com os rostos de crianças golpeadas pela pobreza e abandonadas pelas cidades (P 32), de jovens desorientados e frustrados (P 33) e de

anciãos, cada vez mais numerosos e colocados à margem da sociedade (P 39).

A V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano reunida em Aparecida em 2007 reconheceu solenemente este caráter martirial da Igreja latino-

americana em várias passagens do seu documento.

Aponta, em primeiro lugar, o martírio como consequência de suas opções pastorais de colocar-se ao lado dos pobres em sua luta pela justiça:

[...] Seu empenho [da Igreja] a favor dos mais pobres e sua luta pela dignidade de cada ser humano têm ocasionado, em muitos casos, a perseguição e

inclusive a morte de alguns de seus membros, os quais consideramos testemunhas da fé. Queremos recordar o testemunho valente de nossos santos e santas,

e aqueles que, inclusive sem terem sido canonizados, viveram com radicalidade o Evangelho e ofereceram sua vida por Cristo, pela Igreja e por seu povo (AP

98).

O discípulo que se torna parecido ao mestre, identificando-se com Cristo, corre o mesmo risco de partilhar o seu destino:

Estimula-nos o testemunho de tantos missionários e mártires de ontem e de hoje em nossos povos que têm chegado a compartilhar a cruz de

Cristo até a entrega da própria vida (AP 140).

Retoma o tema ao falar da vida consagrada:

É chamada a ser uma vida missionária, apaixonada pelo anúncio de Jesus-verdade do Pai, por isso mesmo radicalmente profética, capaz de mostrar, à luz

de Cristo, as sombras do mundo atual e os caminhos uma vida nova, para o que se requer um profetismo que aspire até à entrega da vida em

continuidade com a tradição de santidade e martírio de tantas e tantos consagrados, ao longo da história do continente (AP 220).

A evocação dos mártires reaparece mais à frente:

Nossas comunidades levam o selo dos apóstolos e, além disso, reconhecem o testemunho cristão de tantos homens e mulheres que espalharam em nossa

geografia as sementes do Evangelho, vivendo valentemente sua fé, inclusive derramando seu sangue como mártires. Seu exemplo de vida e santidade

constitui um presente precioso para o caminho cristão dos latino-americanos e, simultaneamente, um estímulo para imitar suas virtudes nas novas expressões

culturais da história. Com a paixão de seu amor a Jesus Cristo, foram membros ativos e missionários em sua comunidade eclesial. Com valentia, perseveraram

na promoção dos direitos das pessoas, foram perspicazes no discernimento crítico da realidade à luz do ensino social da Igreja e críveis pelo testemunho

coerente de suas vidas (AP 275).

No capítulo VIII do documento de Aparecida, "Reino de Deus e Promoção da Dignidade Humana” são alinhados vários sinais da presença de Deus, dentre

os quais se sobressai o martírio de tantos cristãos do continente:

São sinais evidentes da presença de Deus: a vivência pessoal e comunitária das bem-aventuranças, a evangelização dos pobres, o conhecimento e

cumprimento da vontade do Pai, o martírio pela fé, o acesso de todos aos bens da criação, o perdão mútuo, sincero e fraterno, aceitando e respeitando a

riqueza da pluralidade e a luta para não sucumbir à tentação e não ser escravos do mal (AP 383).

Numa declaração programática da Igreja com a qual sonha, mas também se compromete a V Conferência, está incluída sua disposição a dar testemunho,

ainda que à custa do martírio:

Comprometemo-nos a trabalhar para que a nossa Igreja latino-americana e Caribenha continue sendo, com maior afinco, companheira de caminho de

nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. Hoje, queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas Conferências

anteriores. Que seja preferencial implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais. A Igreja latino-americana é chamada a ser

sacramento de amor, solidariedade e justiça entre nossos povos (AP 396).

Finalmente é resgatada experiência martirial de muitas das comunidades eclesiais de base no continente:

En la experiencia eclesial de América Latina y de El Caribe, las Comunidades Eclesiales de Base han sido con frecuencia verdaderas escuelas que han

ayudado a formar, discípulos y misioneros del Señor,como testimonia la entrega generosa, hasta derramar su sangre, de tantos miembros suyos. Ellas

recogen la experiencia de las primeras comunidades, como están descritas en los Hechos de los Apóstoles (cf. Hch 2, 42-47). Medellín reconoció en ellas una

célula inicial de estructuración eclesial y foco de evangelización. Arraigadas en el corazón del mundo, son espacios privilegiados para la vivencia comunitaria de

la fe, manantiales de fraternidad y de solidaridad, alternativa a la sociedad actual fundada en el egoísmo y en la competencia despiadada (AP 178).

Vaticano II. Somou-se ao grupo da "Igreja dos pobres” e foi um dos 40 bispos que no dia 16 de novembro de 1965, após a concelebração da missa nas

Catacumbas de Santa Domitila, assinou o Pacto das Catacumbas, sinalizando seu evangélico compromisso com os pobres e com a causa da justiça, o que

acabou custando-lhe a vida.

Contrariando a versão dos militares de que sua morte fora simplesmente um acidente de carro e a atitude reticente do episcopado, o povo sempre

considerou aquele um acidente provocado e Angelelli, um mártir. No dia 4 de agosto de 2006, ao cumprir-se 30 anos de sua morte, o então presidente da

Conferência Episcopal Argentina, o cardeal Bergoglio de Buenos Aires declarou em sua homília na Catedral de La Rioja que Enrique Angelelli "recebia pedradas

por pregar o evangelho e, por ele, derramou seu sangue”!

AMÉRICA LATINA ABRAÇA A HERANÇA DO VATICANO II

Do Concílio Vaticano II abraçado com entusiasmo e levado à prática de maneira fiel, mas também criativa e inovadora, queremos destacar algumas

contribuições da Igreja na América Latina, que se cristalizaram na II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano em Medellín na Colômbia, em 1968 de

26 de agosto a 06 de setembro.

A Conferência de Medellín é considerada, a justo título, a ata de nascimento da Igreja latino-americana, com rosto próprio.

Para a consciência eclesial latino-americana, Medellín é uma experiência fundante. O pedido de uma II Conferência geral do episcopado latino-americano

apresentado a Paulo VI em setembro de 1965, a poucos dias da abertura do quarto e último período do Concílio, vinha acompanhado de um duplo anelo:

buscar caminhos para a recepção do concílio como igreja continental e preencher determinadas lacunas do Vaticano II. No discurso de 23 de novembro de

1965, a cerca de 450 bispos latino-americanos, por ocasião do décimo aniversário do CELAM, Paulo VI acenou, por primeira vez, publicamente, com a

realização da II Conferência, como meio de estabelecer um plano de pastoral para a aplicação do Concílio no continente: "Diremo anzi di più: sotto certi

aspectti e per certe materie potrà anche essere utile ed opportuno studiare um piano a livello continentale attraverso il vostro Consiglio Episcopale, nella sua

funzione di organo di contatto e di collaborazione tra le Conferenze Episcopali dell’America Latina”.

DE MEDELLÍN A APARECIDA, A OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES

Entre as lacunas do Vaticano II, estiveram a dificuldade em se colocar no centro de suas preocupações, mesmo na Gaudium et Spes, a situação de miséria e

pobreza das grandes maiorias do continente americano, mas também da África e Ásia, e seu anelo por romper com esta situação. Outras lacunas foram a

A insistência da V Conferência de Aparecida na experiência do martírio tem muito a ver, como

dissemos acima, com a resistência em se reconhecer oficialmente este testemunho de entrega

total da vida, dom precioso de Deus na experiência eclesial de tantas comunidades do continente.

Bergoglio, uma vez Papa, apressou-se, num gesto de profundo simbolismo para todo o

continente, a destravar o processo de beatificação do arcebispo de El Salvador, o mártir Mons.

Oscar Arnulfo Romero, que fora formalmente aberto pela Arquidiocese de El Salvador em 1990, e

que, uma vez encaminhado a Roma em 1996, encontrava-se congelado desde 2007 nos

escaninhos da Congregação das Causas dos Santos. O anúncio foi dado pelo arcebispo Vincenzo

Paglia, postulador da causa de Mons. Romero, no domingo 21 de abril, ao final da sua homilia

dedicada à memória de Antonio "Tonino" Bello, bispo de Molfetta, no 20º aniversário de sua morte.

Bello é conhecido como um dos principais "bispos da paz" na Itália. Paglia anunciou: Hoje, no dia

da morte de Don Tonino, a causa da beatificação de Dom Romero foi desbloqueada!

Bem antes deste feliz anúncio, por todo o continente e mesmo noutros quadrantes, surgiram

capelas, santuários e até mesmo paróquias sob a invocação do São Oscar Romero, com festividade no

dia 24 de março, dia do seu martírio. Segue-se, assim, com Romero e com tantos mártires do

continente, delegados e delegadas da Palavra, religiosas, sacerdotes e bispos, a antiga e venerável

tradição da Igreja de que mártires estavam já canonizados pela entrega corajosa de suas vidas pela fé

e pela justiça.

Na Argentina, cuja hierarquia em sua grande maioria apoiou a ditadura militar que deixou mais de

30.000 mortos e desaparecidos, um punhado de bispos, entre os quais Enrique Angelelli de la Rioja, no

norte argentino, denunciou vigorosamente o regime, seus assassinatos, torturas e atropelos aos direitos

humanos. Como jovem bispo, Angelelli foi padre concil iar participando da 1ª, 3ª e 4ª sessões do

escassa atenção à juventude e à catequese, temas cruciais para um constituído majoritariamente por crianças e jovens.

Esses temas estiveram à margem do Vaticano II, mas constituem o fulcro de dois dos dezesseis documentos de Medellín, o de Juventude (Med 5) e o da

Catequese ( Med 8).

Igreja dos pobres, outro horizonte pouco assumido no Concílio, salvo em raras passagens (LG 8; GS 1, 63, 81, 88, 90; CD 13, 30) torna-se o coração do

documento sobre a igreja em Medellín: A pobreza na Igreja (Med 14) e o objetivo primeiro de sua ação, com a Pastoral Popular (Med 6) .

Escutar o grito dos pobres, como interpelação evangélica, comprometer-se com eles e agir, para transformar o mundo e a igreja e, foi uma das inspirações

da Assembleia de Medellín:

"O episcopado latino-americano não pode ficar indiferente perante as tremendas injustiças sociais existentes na América Latina que mantêm a maioria de

nossos povos numa dolorosa pobreza e eu, em muitíssimos casos, chega a ser miséria inumana” (Med 14, 1).

"Não basta refletir, obter maior clareza e falar. É preciso agir. Esta não deixou de ser a hora da palavra, mas tornou-se, com dramática urgência, a hora

da ação”.

A leitura da realidade em Medellín está marcada pela teoria da dependência que tentava explicar o subdesenvolvimento da maioria dos povos pelo

desenvolvimento desigual e assimétrico entre norte e sul do mundo e por novas formas de colonialismo internacional agravadas por colonialismos internos.

Reflete igualmente o impacto da tomada de consciência, por parte os setores populares, da secular opressão econômica e dominação política responsáveis pela

pobreza e miséria das maiorias. Reflete ademais o despertar dos movimentos populares no campo e nas cidades e a decisão da Igreja de somar-se a eles em

suas lutas e reivindicações.

Em Medellín, a Igreja assume como tarefa pastoral:

"Alentar e favorecer todos os esforços do povo para criar e desenvolver suas próprias organizações de base, pela reivindicação e consolidação dos seus

direitos e busca de uma verdadeira justiça” (MED 2, 27) e acrescenta: "A pobreza da Igreja e de seus membros na América Latina deve ser sinal e

compromisso. Sinal do valor inestimável do pobre aos olhos de Deus; compromisso de solidariedade com os que sofrem” (Med 14, 7).

Puebla consolida essa perspectiva e faz da opção preferencial pelos pobres, o horizonte prioritário de sua ação pastoral: "A evangelição dos pobres foi para

Jesus um dos sinais messiânicos e será também para nós sinal de autenticidade evangélica” (P 1130).

Por outro lado, Puebla desvela o potencial evangelizador dos pobres:

"O compromisso com os pobres e oprimidos e o surgimento das comunidades eclesiais de base ajudaram a Igreja a descobrir o potencial evangelizador dos

pobres, enquanto estes a interpelam constantemente, chamando-a à conversão, e porque muitos deles realizam em sua vida os valores evangélicos de

solidariedade, serviço, simplicidade e disponibilidade para acolher o dom de Deus” (P 1147).

Se Medellín via a raiz das desigualdades e da opressão na exploração do trabalho e nos mecanismos injustos do comércio internacional, essa leitura sofre o

impacto de importantes mudanças. Aparecida identifica no atual modelo de globalização a causa principal das injustiças e das novas desigualdades: "[...] Na

globalização, a dinâmica do mercado absolutiza com facilidade a eficácia e a produtividade como valores reguladores de todas as relações humanas. Esse

caráter peculiar faz da globalização um processo promotor de iniquidades e injustiças múltiplas” (AP 67).

Prossegue o documento de Aparecida:

"[...] Uma globalização sem solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata

simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo: a exclusão social. Com ela a

pertença à sociedade na qual se vive, fica afetada na raiz, pois já não [se] está abaixo, na periferia ou sem

poder, mas [se] está fora. Os excluídos não são somente ‘explorados’, mas ‘supérfluos’ e ‘descartáveis’ (AP

69).

Por fim, Aparecida enlaça de maneira clara a opção preferencial pelos pobres com a fé cristológica, dando-

lhe um firme enraizamento teológico:

"Nossa fé proclama que ‘Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem’ (EAm 67). Por

isso, ‘a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós,

para nos enriquecer com sua pobreza. Essa opção nasce de nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem,

que se fez nosso irmão (cfr. Hb 2, 11-12)”.

Ao assumir o nome de Francisco, Bergoglio abraçou como raiz e fundamento do seu pontificado essa

inarredável opção pelos pobres que marcou o caminhar da Igreja latino-americana desde Medellín.

MEDELLÍN: EXERCÍCIO DELIBERANTE DA COLEGIALIDADE EPISCOPAL

Medellín traz ainda desdobramentos eclesiológicos únicos para dimensões fundamentais do Vaticano II.

Trata-se, no imediato pós-concílio, da única recepção conciliar empreendida não apenas a nível de Igrejas particulares, no âmbito de uma diocese ou

região, ou ainda de Igrejas nacionais, impulsada pela respectiva conferência episcopal, mas de uma recepção continental. Medellín, de fato, modelou a

recepção do Vaticano II para todo o continente latino-americano e caribenho.

A África que se empenhou por obter de Roma a permissão para um concílio pan-africano destinado a encaminhar a recepção do Vaticano II, à luz das

exigências e singularidades daquele continente, só conseguiu reunir-se por primeira vez, numa Assembleia extraordinária do Sínodo, aberta em Roma, no

segundo domingo depois da Páscoa em 1995, trinta anos depois do encerramento do Concílio(22).

Dentre os desdobramentos da recém-aprovada doutrina da colegialidade episcopal (LG 22-23), esperavam os padres conciliares que surgisse alguma forma

institucionalizada de governo mais colegial da Igreja. Alguns sonhavam com uma espécie de senado constituído por presidentes das Conferências que pudesse

ser associado ao Papa nas suas tarefas e responsabilidades relativas ao conjunto da Igreja.

A fórmula anunciada por Paulo VI na abertura da quarta e última sessão conciliar foi a de um Sínodo dos Bispos, de caráter apenas consultivo, ou seja, uma

forma apequenada e restrita daquela solicitude pela Igreja universal (LG 23) e do exercício daquela suprema autoridade em relação ao conjunto da Igreja de

que goza o colégio episcopal, em comunhão entre si e com Pedro, no vínculo da unidade, caridade e paz (LG 22).

Medellín e as sucessivas conferências gerais do episcopado latino-americano de Puebla, Santo Domingo e Aparecida, revelaram-se um exercício mais pleno

da colegialidade episcopal de caráter deliberativo e não apenas consultivo; exercício mais próximo de um Concílio do que de um Sínodo.

Essas conferências deram lugar a uma pastoral e a um magistério próprios reconhecidos como contribuição original para a caminhada da Igreja latino-

americana e para o conjunto da Igreja. Infelizmente, não se conseguiu esse desdobramento mais rico e assertivo da colegialidade episcopal nos demais

continentes, que pudesse contrabalançar a tendência a um nefasto retorno ao centralismo sufocante e paralisante da Cúria romana e a um exercício do

primado pontifício descolado da colegialidade episcopal.

POVO DE DEUS: POVO DOS POBRES E AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE

Outro desdobramento eclesial de fundamental importância foi a tradução do rico e fundamental conceito de Povo de Deus, pedra basilar da

Constituição Lumen Gentium, numa fórmula original que associou o protagonismo de todos os batizados e batizados na vida da Igreja, com o povo dos pobres,

como novo sujeito eclesial no seio das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

As CEBs já são propostas como tradução da nova eclesiologia da Lumen Gentium no Plano de Pastoral de Conjunto da Igreja do Brasil, aprovado como

roteiro de recepção do Vaticano II, para todo o país no apagar das luzes do Concílio, em novembro de 1965.

Recebem uma formulação lapidar em Medellín que já recolhe os traços característicos desta verdadeira revolução eclesial e propõe as CEBs como caminho

privilegiado para a recepção da intuição da Igreja como povo de Deus proclamada na Lumen Gentium:

"Assim, a comunidade cristã de base é o primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão

da fé, como também pelo culto que é sua expressão. É ela, portanto, célula inicial de estruturação eclesial e foco de evangelização e atualmente fator

primordial de promoção humana e desenvolvimento” (Med 16, 10).

LEITURA POPULAR DA BÍBLIA

Outro traço da Igreja latino-americana que o Papa Francisco leva para Roma é a experiência continental da leitura popular da Bíblia.

Não há em Medellín um documento específico que retome a Constituição dogmática Dei Verbum do Concílio, mas a PALAVRA DE DEUS, devolvida ao povo

nos círculos bíblicos, nas comunidades eclesiais de base e no movimento da leitura popular da Bíblia esteve no coração da revolução provocada por Medellín.

Para tanto, contribuiu, e muito, a generosa iniciativa da Comunidade de Taizé na França que, após o Concílio, doou às igrejas da América Latina, mormente

à Católica, hum milhão de exemplares do Novo Testamento em castelhano e outro milhão em português, para serem distribuídos gratuitamente às

comunidades mais pobres do continente, tanto católicas, como evangélicas. Mais de 90% desses exemplares do Novo Testamento foram entregues a

comunidades católicas, onde milhares de pessoas tiveram por primeira vez em suas mãos a Palavra de Deus.

O Cardeal Joseph Ratzinger, quando ainda prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em entrevista de 1995, viu na leitura popular da Bíblia,

importante contribuição da Teologia da Libertação latino-americana: "A exegese deu-nos muitos elementos positivos, mas também fez com que surgisse a

impressão de que uma pessoa normal não é capaz de ler a Bíblia, porque tudo é tão complicado. Temos de voltar a aprender que a Bíblia diz alguma coisa a

cada um e que é oferecida precisamente aos simples. Nesse caso, dou razão a um movimento que surgiu no seio da teologia da libertação que fala

da interpretación popular. De acordo com essa interpretação, o povo é o verdadeiro proprietário da Bíblia e, por isso, o seu verdadeiro intérprete. Não

precisam conhecer todas as nuances críticas; compreendem o essencial.

"A Igreja repetiram-no os bispos, tem o dever de anunciar a libertação

de milhões de seres humanos, sendo muitos destes seus filhos espirituais; o

dever de ajudar uma tal libertação nos seus começos, de dar testemunho

em favor dela e de envidar esforços para que ela chegue a ser total. Isso

não é alheio à evangelização” (EN 30).

"Entre evangelização e promoção humana –desenvolvimento e

libertação– existem de fato laços profundos: laços de ordem antropológica,

dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas

sim um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos;

laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da

Criação do plano da Redenção, um e outro a abrangerem as situações bem

concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser

restaurada; laços daquela ordem eminentemente evangélica, qual é a

ordem da caridade: como se poderia realmente proclamar o mandamento

novo sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e o autêntico

progresso do homem?” (EN 31).

A acolhida calorosa das intuições de Medellín na EN transformou-se dez

anos depois numa série de suspeitas e advertências a respeito da pastoral e

da teologia da Igreja Latino-americanas na "Instrução sobre alguns

aspectos da Teologia da Libertação” da Sagrada Congregação para a

Doutrina da Fé (Libertatis Nuntius: 06-08-1984). A firme reação da

Conferência Episcopal do Brasil acerca da visão unilateral e marcadamente

negativa da Instrução que lançava uma nuvem de suspeita sobre a própria

Igreja e seu episcopado; o desconforto no Peru com as pressões para que a

Igreja local censurasse o teólogo Gustavo Gutierrez e o inconformismo no

Brasil, com o processo e o silêncio obsequioso impostos ao teólogo

Leonardo Boff, desembocaram num segundo documento que resgatava os

aspectos positivos da caminhada eclesial e da reflexão teológica latino-

americana: a "Instrução sobre a Liberdade cristã e a libertação” (Libertatis

conscientia: 22-03-1986). Levou também à convocação em Roma de uma

inusitada mesa de diálogo entre o Papa acompanhado de seus auxiliares

mais diretos e a presidência da CNBB, os presidentes dos seus Regionais e

os cardeais brasileiros, de 13 e 15 de março de 1986.

A teologia, com os seus grandes conhecimentos, não se tornará supérflua, até se tornará mais necessária no diálogo mundial das culturas. Mas não pode

obscurecer a suprema simplicidade da fé que nos põe simplesmente diante de Deus, e diante de um Deus que se tornou próximo de mim ao fazer-se Homem”.

A EMERGÊNCIA DE UMA TEOLOGIA LATINO-AMERICANA

As opções pastorais da Igreja latino-americana foram acompanhadas por uma reflexão bíblica e teológica que foi ganhando contornos próprios na sua forma

de acompanhar os movimentos populares e a pastoral, na escolha de seus temas prioritários, no seu método e na sua insistência de que toda reflexão deve

desembocar numa prática transformadora. Medellín já fala de uma prática pastoral libertadora que mude a realidade que oprime os pobres e lesa sua

dignidade de filhos e filhas de Deus. Acrescenta que a educação é um direito de todos e que deve ser uma educação libertadora. Em 1972, Gustavo Gutierrez

sistematizará os contornos desta reflexão, lançando com seu livro seminal "Teologia da Libertação”.

Esse caminhar e essa reflexão teológica da Igreja latino-americana serão partilhados no Sínodo da Evangelização de 1973. Ganham ali foros de

universalidade. A Evangelii Nuntiandi acolheu as principais propostas de Medellín e da reflexão teológica latino-americana, transformando-as em contribuições

para o conjunto da Igreja, notadamente em sua ênfase na libertação e no laço entre evangelização e promoção humana, entre desenvolvimento e libertação:

Depois do encontro, o Papa escreveu aos bispos do Brasil dizendo: [...] Estamos convencidos, nós e os senhores, de que a teologia da libertação é não

só oportuna, mas útil e necessária (grifo nosso). Ela deve constituir uma nova etapa – em estreita conexão com as anteriores – daquela ref lexão

teológica iniciada com a Tradição apostólica e continuada com os grandes Padres e Doutores, com o Magistério ordinário e extraordinário e, na época mais

recente, com o rico patrimônio da Doutrina Social da Igreja, expressa em documentos que vão da Rerum Novarum à Laborem Exercens”.

O Papa confiou ainda ao Episcopado brasileiro a tarefa de acompanhar o desenvolvimento da teologia da libertação: "Tal papel, se cumprido, será

certamente um serviço que a Igreja pode prestar ao País e ao quase-Continente latino-americano, como também a muitas outras regiões do mundo, onde os

mesmos desafios se apresentam com análoga gravidade. Para cumprir esse papel é insubstituível a ação sábia e corajosa dos pastores, isto é, dos Senhores.

Deus os ajude para que aquela correta e necessária teologia da libertação se desenvolva no Brasil e na América Latina, de modo homogêneo e não

heterogêneo com relação à teologia de todos os tempos, em plena fidelidade à doutrina da Igreja, atenta a um amor preferencial e não excludente nem

exclusivo para com os pobres”.

A crise acerca da herança de Medellín e cujos contornos mais visíveis foram as duas Instruções sobre a Teologia da Libertação e a Carta do Papa ao

Episcopado brasileiro resultaram num reconhecimento mais amplo e universal das questões ali levantadas e das respostas eclesiais, pastorais e teológicas ali

encaminhadas.

Deve-se reconhecer, entretanto, que a libertação em Medellín estava mais vinculada aos aspectos econômicos, políticos e sociais da realidade. Só mais

tarde outras dimensões como as discriminações de caráter cultural, de gênero, de raça e de cor, de orientação sexual, ou os desafios que emergem do meio

ambiente ganharam maior atenção na reflexão teológica em chave libertadora. Hoje as teologias ecológicas e eco-feministas, a teologia índia, a teologia negra,

a teologia da inculturação e toda uma espiritualidade libertadora representam desdobramentos importantes no campo da reflexão que se reconhece herdeira

da teologia que nasce de Medellín.

Na Argentina do Papa Bergoglio, a Teologia da Libertação ganhou com Lúcio Gera e com seu amigo jesuíta, Juan Carlos Scannone, contornos mais próximos

da dimensão cultural e de uma atenção à pastoral e religiosidade populares, sem negar as raízes econômicas, sociais e políticas da pobreza e do necessário

empenho por sua superação.

O que se espera do Papa Francisco é que consagre o direito de cidadania das teologias latino-americanas, que nasceram sob o signo da

libertação, mas também das teologias que floresceram na África, sob o impulso da descolonização e da inculturação do evangelho; das

teologias da Ásia atentas às grandes religiões do continente, à sua contribuição salvífica e ao necessário diálogo do cristianismo com as

mesmas. Que a Igreja se torne uma grande sinfonia em que se acolhem as diversidades todas, no compromisso com os pobres e no

seguimento de Jesus pobre e libertador.

Em: www.adital.com.br-24/07/2013

Neste encontro, teremos a oportunidade de estudar e aprofundar nossos conhecimentos sobre a

Palavra de Deus a partir da Constituição Dogmática “Dei Verbum” e da Exortação Apostólica

“Verbum Domini”.

Não perca esta oportunidade. Organize grupos em sua paróquia, comunidade ou grupo de rua e

venham caminhar conosco nesta jornada. Conhecer a Palavra de Deus é conhecer a verdade

que liberta.

Para maiores informações, envie e-mail para:

Caíque: [email protected] - Murinho: [email protected];

P a r ó q u i a S ã o F r a n c i s c o d e A s s i s

Rua M igue l Rach id , 997 -E rme l i no Matarazzo

Fone 2546 -4254

Local: CIEJA – Campo Limpo

Rua Cabo Estácio Conceição nº 176 – Campo Limpo – São Paulo – SP

Data e horário: 03 de Agosto de 2013 das 9h00 às 13h00

(Encerraremos nosso encontro com almoço de confraternização)

O estudo de questões que envolvem Fé, Política, Justiça e Cidadania são uma valiosa fonte de

aprendizado e formação. Participe você também.

Maiores informações podem ser obtidas com:

Embu: Valdeci: [email protected] - Escola Novo Encontro: Êda: [email protected]

Mogi das Cruzes: Pedro: [email protected] - Zona Leste 1 (Belém): Mônica: [email protected]

Zona Leste: Deise: [email protected] - Zona Sul: Joyce: [email protected]

Faça sua Inscrição no Site:

http://escoladecidadaniadazonaleste.zip.net/

Dia 23 de Agosto

Tema: Por uma Reforma Política profunda (propostas)

Assessores:

Dep. Federal Luiza Erundina e Dep. Federal Paulo Teixeira

Dia 16 de Agosto

Tema: Conselhos Sociais e de

Controle Social

Assessor: Dr. Rudá Ricci

Dia 30 de Agosto

Tema: Secretaria Municipal de Educação

Assessor: Cesar Callegari

Secretário Municipal de Educação - São Paulo

Dia 09 de Agosto

Tema: Importância do Curso de Direito

na Unifesp - Leste

Assessor: Dr. Fábio Konder Comparato

Dia 02 de Agosto – Aula Inaugural

Tema: Política, Cultura e Educação

Assessor: Dr. Mario Sergio Cortella

2º Semestre 2013 – Início dia 02 de Agosto – Sexta-Feira

Para o 2º Semestre de 2013, o tema a ser estudado será:

“Os Conselhos Populares no controle social das Políticas Públicas”

Quais são os Conselhos fundamentais para garantir Cidadania, Democracia, Qualidade de Vida e uma

Cidade para todos? Como construir um futuro melhor para todos?

Dia– Horário - Local

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil definiu “Leigos na Igreja” como tema de trabalho para 2014.

De nossa parte, sempre nos preocupamos com a condição dos Leigos na Igreja e defendemos maior participação

destes nas diversas áreas pastorais intra e extra-eclesial.

Este primeiro encontro, será o início de uma trajetória que contará com o Pré-Congresso de Leigos e Leigas,

a ser realizado no mês de Maio de 2014, em preparação para o Grande Congresso de Leigos e Leigas

que faremos realizar no mês de Outubro de 2014.

Um grupo de Leigos e Leigas do IPDM, produziram um conjunto de 7 textos propostos como elementos

norteadores para debates e estudos nas paróquias e comunidades, em preparação para o encontro de agosto que

está a disposição de todos os interessados.

Para maiores informações sobre o encontro ou para obter os textos produzidos, escreva para:

Centro Social Marista de Itaquera

Av. do Contorno nº 198 – Itaquera – São Paulo – SP (Junto à Estação Itaquera do Metrô)

André: [email protected] ou Deise: [email protected]

Com a Teóloga, Socióloga e Escritora

Tema do encontro

Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550 - Cidade Líder – São Paulo – SP

Maiores informações podem ser obtidas com:

Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]

Maiores informações podem ser obtidas com:

Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] Vinicius: [email protected]

Rua da Padroeira, 83 – Jardim Nordeste, São Paulo – SP

Local:

Tema do Encontro

R E U N I Õ E S

C O O RD EN A ÇÃ O Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas

3as Terças-Feiras dos meses impares. 17 de Setembro / 19 de Novembro

As reuniões serão realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina

Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança

P AD RES – R EL I G I OS OS – R EL I G I O S AS As reuniões entre os padres, religiosos e religiosas e Agentes de Pastorais serão realizadas sempre na

última Sexta-Feira dos meses pares. 30 de Agosto / 25 de Outubro / 29 de Novembro

As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA – Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por certo, poderão

contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.

www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões, mulheres,

direitos humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens.Ao se cadastrar você

passa a receber as duas versões diárias.

www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da internet na

América Latina, em conteúdos, audiência e serviços on-line.

www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos seguimentos

tais como: estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.

www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da Igreja e da

própria Conferência.

www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos orientadores de sua

reflexão e ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados, capazes de facilitar a elaboração de

atividades transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.

www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.

www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em todo o mundo.

www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de questões sobre

educação, religiosidade e formação humana.

www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional, movimentos

sociais, educação e direitos humanos dentre outros.

www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância nas esferas

político-administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.

www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima, mantém

informações diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.

www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral torna acessível um

vasto acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas. Excelente fonte de pesquisa.

www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.

www.consciencia.net/acervo-digital-disponibiliza-toda-a-obra-de-paulo-freire/ - acervo Paulo Freire completo disponível

neste endereço.

http://www.news.va/pt - Pronunciamentos do Papa Francisco diretamente do Vaticano.

Papa Francisco