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Equações Diferenciais Ordinárias

Semanas 1, 2 e 3

Professor Luiz Claudio Pereira

Departamento Acadêmico de Matemática

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Material Previsto para três semanas

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 1 / 89

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Preliminares

1 Conceitos BásicosEquação diferencialEquação diferencial ordináriaSolução: geral, particular, singularTrês questões: da existência, da unicidade, práticaSíntese da disciplina

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 2 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Uma equação diferencial é uma expressão que relaciona uma funçãodesconhecida (incógnita) y com suas derivadas.

É útil classi�car os diferentes tipos de equações para um desenvolvimentosistemático da Teoria das Equações Diferenciais.

Conceitos

Quando a função incógnita y depende de uma única variável independente,diz que a Equação Diferencial é Ordinária. Uma equação diferencial quenão é ordinária é dita Equação Diferencial Parcial.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 3 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Uma equação diferencial é uma expressão que relaciona uma funçãodesconhecida (incógnita) y com suas derivadas.

É útil classi�car os diferentes tipos de equações para um desenvolvimentosistemático da Teoria das Equações Diferenciais.

Conceitos

Quando a função incógnita y depende de uma única variável independente,diz que a Equação Diferencial é Ordinária. Uma equação diferencial quenão é ordinária é dita Equação Diferencial Parcial.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 3 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Uma equação diferencial é uma expressão que relaciona uma funçãodesconhecida (incógnita) y com suas derivadas.

É útil classi�car os diferentes tipos de equações para um desenvolvimentosistemático da Teoria das Equações Diferenciais.

Conceitos

Quando a função incógnita y depende de uma única variável independente,diz que a Equação Diferencial é Ordinária. Uma equação diferencial quenão é ordinária é dita Equação Diferencial Parcial.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 3 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

A ordem de uma EDO é a da derivada de maior ordem contida na equação.Assim, uma EDO de ordem n é uma equação da forma

F (x ,y ,y ′,y ′′, . . . ,y (n)) = 0

que exprime uma relação entre a variável independente x , uma função de x

não especi�cada y e suas derivadas y ′, y ′′, ..., y (n).

Conceitos

O grau de uma EDO é o maior expoente da derivada de maior ordem.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 4 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

A ordem de uma EDO é a da derivada de maior ordem contida na equação.Assim, uma EDO de ordem n é uma equação da forma

F (x ,y ,y ′,y ′′, . . . ,y (n)) = 0

que exprime uma relação entre a variável independente x , uma função de x

não especi�cada y e suas derivadas y ′, y ′′, ..., y (n).

Conceitos

O grau de uma EDO é o maior expoente da derivada de maior ordem.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 4 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

(y ′)2+ xy ′+4y = 0

y ′′+3y ′+2y −6ex = 0

y (3)+2exy ′′+ yy ′ = x4

(y (3))2−2y ′y (3)+(y ′′)3 = 0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 5 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Dada uma EDO de ordem n na forma

F (x ,y ,y ′,y ′′, . . . ,y (n)) = 0 (1)

admitir-se-á que sempre seja possível obter de modo inequívoco sua formanormal

y (n) = f (x ,y ,y ′, . . . ,y (n−1))

Note que, em geral, dada uma EDO da forma (1) nem sempre é possívelobter de modo inequívoco sua forma normal.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 6 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Dada uma EDO de ordem n na forma

F (x ,y ,y ′,y ′′, . . . ,y (n)) = 0 (1)

admitir-se-á que sempre seja possível obter de modo inequívoco sua formanormal

y (n) = f (x ,y ,y ′, . . . ,y (n−1))

Note que, em geral, dada uma EDO da forma (1) nem sempre é possívelobter de modo inequívoco sua forma normal.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 6 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

(y ′)2+ xy ′+4y = 0

(y ′)2+2y ′(x2

)+(x2

)2−(x2

)2+4y = 0

(y ′+x

2)2 =

x2−16y4

de onde segue que

y ′ =−x+

√x2−16y2

ou y ′ =−x−

√x2−16y2

Observe ainda que admitir que a forma normal de uma equação diferencialexista não signi�ca admitir que exista uma função que a satisfaça.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 7 / 89

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Equação Difrencial OrdináriaFundamentos

Conceitos

Por solução de uma EDO de ordem n

F (x ,y ,y ′,y ′′, . . . ,y (n)) = 0 (2)

em um intervalo aberto I = (α,β ), entende-se uma função φ , quejuntamente com suas derivadas φ ′, φ ′′, . . ., φ (n), satisfaz identicamente (2),i. e.,

F (x ,φ ,φ ′,φ ′′, . . . ,φ (n)) = 0

para todo x ∈ I .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 8 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceito.

Por solução geral de uma EDO de ordem n, entende-se uma função que ésolução e que possui n constantes arbitrárias.

Conceitos

Uma solução particular de uma EDO de ordem n é uma função que podeser obtida da solução geral por determinação do valor das n constantesarbitrárias. Neste caso, para a determinação do valor das n constantes,especi�cam-se informações adicionais denominadas valor inicial ou decontorno.

Por solução singular de uma EDO de ordem n, entende-se uma função queé solução da EDO e que, porém, não pode ser deduzida da solução geral.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 9 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceito.

Por solução geral de uma EDO de ordem n, entende-se uma função que ésolução e que possui n constantes arbitrárias.

Conceitos

Uma solução particular de uma EDO de ordem n é uma função que podeser obtida da solução geral por determinação do valor das n constantesarbitrárias. Neste caso, para a determinação do valor das n constantes,especi�cam-se informações adicionais denominadas valor inicial ou decontorno.

Por solução singular de uma EDO de ordem n, entende-se uma função queé solução da EDO e que, porém, não pode ser deduzida da solução geral.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 9 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Conceito.

Por solução geral de uma EDO de ordem n, entende-se uma função que ésolução e que possui n constantes arbitrárias.

Conceitos

Uma solução particular de uma EDO de ordem n é uma função que podeser obtida da solução geral por determinação do valor das n constantesarbitrárias. Neste caso, para a determinação do valor das n constantes,especi�cam-se informações adicionais denominadas valor inicial ou decontorno.

Por solução singular de uma EDO de ordem n, entende-se uma função queé solução da EDO e que, porém, não pode ser deduzida da solução geral.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 9 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Considere a EDO de primeira ordem

x2(y ′)2−2xyy ′+ y2−4−4(y ′)2 = 0

Seja y uma função de x e α uma constante arbitrária. Então,

x cosα + y senα−2= 0

é a solução geral da EDO dada.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 10 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Derivando em relação a x

cosα + y ′ senα = 0⇔ y ′ =−cotα . Daí,

x2(y ′)2−2xyy ′+ y2−4−4(y ′)2 =

x2(−cotα)2−2yx(−cosα

senα

)+ y2−4−4(−cotα)2 =

(2− y senα

senα

)2

+2y

(2− y senα

senα

)+ y2−4[1+(cotα)2] =

(2cscα− y)2+2y(2cscα− y)+ y2−4(cscα)2 =

4(cscα)2−4y cscα + y2+4y cscα−2y2+ y2−4(cscα)2 =0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 11 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Considere a EDO de primeira ordem

x2(y ′)2−2xyy ′+ y2−4−4(y ′)2 = 0

Seja y uma função de x . Então,

x2+ y2−4= 0

é a solução singular da EDO dada.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 12 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Derivando implicitamente em relação a x

2x+2yy ′ = 0⇔ y ′ =−xy−1. Daí,

x2(y ′)2−2xyy ′+ y2−4−4(y ′)2 =x2(−xy−1)2−2x(−x)+(−x2)−4(−xy−1)2 =

x4y−2+ x2−4x2y−2 =x2y−2(x2−4)+ x2 =x2y−2(−y2)+ x2 =

0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 13 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Em relação à equação diferencial ordinária de primeira ordem

x2(y ′)2−2xyy ′+ y2−4−4(y ′)2 = 0

sendo y uma função de x , tem-se que

x cosα + y senα−2= 0, α = const., é solução geral

x2+ y2−4= 0 é solução singular

e, por exemplo, com a condição inicial y(0) = 4√3x+ y −4= 0 é solução particular.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 14 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exercício

Considere as funções paramétricasx(p) =

−p3

+A

p1/2

y(p) =−p2

6− Ap1/2

(a) Prove que p =dydx

.

(b) Mostre que (x(p),y(p)) é a solução geral, na forma paramétrica, da

EDO (de Lagrange) y =−12dydx

(2x+

dydx

).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 15 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Questão da Existência

Dada uma EDO qualquer como sabemos se ela ao menos tem solução?

Questao da Unicidade

Assumindo que uma dada EDO tem uma solução, existirão outras soluções?Que condições devem ser especi�cadas para permitir uma única solução?

Questao Prática

De que modo se determina uma solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 16 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Questão da Existência

Dada uma EDO qualquer como sabemos se ela ao menos tem solução?

Questao da Unicidade

Assumindo que uma dada EDO tem uma solução, existirão outras soluções?Que condições devem ser especi�cadas para permitir uma única solução?

Questao Prática

De que modo se determina uma solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 16 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Questão da Existência

Dada uma EDO qualquer como sabemos se ela ao menos tem solução?

Questao da Unicidade

Assumindo que uma dada EDO tem uma solução, existirão outras soluções?Que condições devem ser especi�cadas para permitir uma única solução?

Questao Prática

De que modo se determina uma solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 16 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Síntese da Disciplina

Identi�car a equação↓

Aplicar o método de L99 Técnicas de integraçãode resolução apropriado

↓Veri�car se a função L99 Regra da Cadeiaobtida é solução Derivação implícita

Derivação logarítmica

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 17 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Seja y uma função de x tal que y = Aey/x , A= const.Mostre que y ésolução da equação diferencial

y ′ =y2

xy − x2⇔ (xy − x2)y ′ = y2

Resposta

Com efeito, y é uma função dada na forma implícita. Por derivaçãoimplícita e da Regra da Cadeia, tem-se que

dydx

= y ′ = Aey/xddx

(yx

)= y

(xy ′− y ·1

x2

)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 18 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Seja y uma função de x tal que y = Aey/x , A= const.Mostre que y ésolução da equação diferencial

y ′ =y2

xy − x2⇔ (xy − x2)y ′ = y2

Resposta

Com efeito, y é uma função dada na forma implícita. Por derivaçãoimplícita e da Regra da Cadeia, tem-se que

dydx

= y ′ = Aey/xddx

(yx

)= y

(xy ′− y ·1

x2

)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 18 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Seja y uma função de x tal que y = Aey/x , A= const.Mostre que y ésolução da equação diferencial

y ′ =y2

xy − x2⇔ (xy − x2)y ′ = y2

Resposta

Daí,x2y ′ = xyy ′− y2⇔ (xy − x2)y ′ = y2

Portanto, a função dada implicitamente é solução da equação diferencial.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 19 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Prove que y = Ax+Bx2−3x lnx é solução da equação diferencial

x2y ′′−2xy ′+2y = 3x

Que espécie de solução é y?

Resposta

Com efeito, y ′ = A+2Bx−3 lnx−3 e y ′′ = 2B−3/x . Daí,

x2y ′′−2xy ′+2y =

x2(2B−3/x)−2x(A+2Bx−3 lnx−3)+2(Ax+Bx2−3x lnx) = 3x

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 20 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Prove que y = Ax+Bx2−3x lnx é solução da equação diferencial

x2y ′′−2xy ′+2y = 3x

Que espécie de solução é y?

Resposta

Com efeito, y ′ = A+2Bx−3 lnx−3 e y ′′ = 2B−3/x . Daí,

x2y ′′−2xy ′+2y =

x2(2B−3/x)−2x(A+2Bx−3 lnx−3)+2(Ax+Bx2−3x lnx) = 3x

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 20 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Teorema de Existência (para EDO de ordem 1)

Sejay ′ = g(x ,y) (3)

uma edo de ordem 1 em um aberto D ⊂ R2. Se g(x ,y) é contínua em D e∂g

∂y(x ,y) é contínua em D, então (3) tem solução em D.

Exemplo

Determine a região do plano em que a EDO y ′ = x tg(xy) admite solução.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 21 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Teorema de Existência (para EDO de ordem 1)

Sejay ′ = g(x ,y) (3)

uma edo de ordem 1 em um aberto D ⊂ R2. Se g(x ,y) é contínua em D e∂g

∂y(x ,y) é contínua em D, então (3) tem solução em D.

Exemplo

Determine a região do plano em que a EDO y ′ = x tg(xy) admite solução.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 21 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Determine a região do plano em que a EDO y ′ = x tg(xy) admite solução.

Resposta

Sendo g(x ,y)≡ x tg(xy), tem-se que g é contínua em

D = R2−{(x ,y) : xy =π

2+nπ , n ∈ Z}

Como∂g

∂y(x ,y) = x2 sec2(xy) =

[x

cos(xy)

]2Pelo Teorema de Existência, a EDO dada possui solução em todos ospontos de D de�nido acima, ou seja, em uma região de R2 tal quecos(xy) 6= 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 22 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Determine a região do plano em que a EDO y ′ = x tg(xy) admite solução.

Resposta

Sendo g(x ,y)≡ x tg(xy), tem-se que g é contínua em

D = R2−{(x ,y) : xy =π

2+nπ , n ∈ Z}

Como∂g

∂y(x ,y) = x2 sec2(xy) =

[x

cos(xy)

]2Pelo Teorema de Existência, a EDO dada possui solução em todos ospontos de D de�nido acima, ou seja, em uma região de R2 tal quecos(xy) 6= 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 22 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Suponha que a função variável y = y(x) não aparece explicitamente em

g(x ,y), ou seja,∂g

∂y(x ,y) = 0⇔ g(x ,y) = φ(x) e que φ é contínua (em

R). Então, por integração em relação a x , resolve-se a EDO

y ′ = φ(x) .

Com efeito,

y ′ = φ(x) ⇔∫y ′(x)dx =

∫φ(x)dx

⇔ y(x) =∫

φ(x)dx+ const.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 23 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Deste modo, a EDO y ′ = 2x tem por solução geral a função

y(x) = x2+k

onde k = const.

Conceito

Do ponto de vista geométrico, a solução geral de uma equação diferencialrepresenta uma família de curvas, chamadas curvas integrais. Se a EDO éde ordem 1, a família de curvas é dita uniparamétrica porque dependerá deuma constante (de integração).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 24 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exemplo

Deste modo, a EDO y ′ = 2x tem por solução geral a função

y(x) = x2+k

onde k = const.

Conceito

Do ponto de vista geométrico, a solução geral de uma equação diferencialrepresenta uma família de curvas, chamadas curvas integrais. Se a EDO éde ordem 1, a família de curvas é dita uniparamétrica porque dependerá deuma constante (de integração).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 24 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Teorema de Existência e Unicidade (para EDO de ordem 1)

Sejay ′ = g(x ,y) (4)

uma edo de ordem 1 em um aberto D ⊂ R2. Se g(x ,y) e∂g

∂y(x ,y) são

contínuas em D, então (4) sujeita à condição inicial

y(x0) = y0

tem uma única solução em D. O problema formado pela EDO e o ponto(x0,y0) ∈D é chamado Problema de Valor Inicial (ou Problema de Cauchy):{

y ′ = g(x ,y)y(x0) = y0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 25 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaAplicação do Teorema de Existência e Unicidade - Série de Potências

Exemplo

Considere o PVI {y ′ = y

y(0) = 1

Observe que a função f (x) = ex é solução do PVI. Agora, seja a função

ϕ(x) = 1+ x+x2

2!+

x3

3!+ . . .=

∑n=0

xn

n!

Note ϕ(0) = 1. Ademais, supondo que a derivada de ϕ pode ser calculadatermo a termo, obtém-se

ϕ′(x) = 1+

2x2!

+3x2

3!+

4x3

4!+ . . .= ϕ(x)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 26 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaAplicação do Teorema de Existência e Unicidade - Série de Potências

Exemplo

Pelo Teorema de Existência e Unicidade, segue que

ex = 1+ x+x2

2!+

x3

3!+ . . .

=∞

∑n=0

xn

n!

para todo x ∈ R.

Conceitos

A soma in�nita∞

∑n=0

xn

n!é uma série de potências e, porque vale a igualdade

acima, diz-se tal série é a representação da função ex em série de potências(de Maclaurin).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 27 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaAplicação do Teorema de Existência e Unicidade - Série de Potências

Exemplo

Pelo Teorema de Existência e Unicidade, segue que

ex = 1+ x+x2

2!+

x3

3!+ . . .

=∞

∑n=0

xn

n!

para todo x ∈ R.

Conceitos

A soma in�nita∞

∑n=0

xn

n!é uma série de potências e, porque vale a igualdade

acima, diz-se tal série é a representação da função ex em série de potências(de Maclaurin).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 27 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

De�nição

Uma EDO de ordem n é dita linear, quando possui a seguinte forma

an(x)y(n)+an−1(x)y

(n−1)+ . . .+a2(x)y′′+a1(x)y

′+a0(x)y = Q(x) (5)

Noutras palavras, uma EDO de ordem n é linear quando é uma combinaçãolinear de y e suas derivadas até ordem n. Uma EDO que não possui aforma (5) acima é dita não-linear.

Exemplo

São equações diferenciais ordinárias não-lineares:(a) (x+4y)y ′− (2x− y) = 0(b) (xey −2y)y ′+ e

y

= 0(c) y ′−2yx−1 = 3xy2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 28 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

De�nição

Uma EDO de ordem n é dita linear, quando possui a seguinte forma

an(x)y(n)+an−1(x)y

(n−1)+ . . .+a2(x)y′′+a1(x)y

′+a0(x)y = Q(x) (5)

Noutras palavras, uma EDO de ordem n é linear quando é uma combinaçãolinear de y e suas derivadas até ordem n. Uma EDO que não possui aforma (5) acima é dita não-linear.

Exemplo

São equações diferenciais ordinárias não-lineares:(a) (x+4y)y ′− (2x− y) = 0(b) (xey −2y)y ′+ e

y

= 0(c) y ′−2yx−1 = 3xy2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 28 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

De�nição

Em particular, uma EDO linear, de ordem 1, é da forma

a1(x)y′+a0(x)y = Q(x) (6)

Dividindo por a1(x) 6= 0, tem-se

y ′+p(x)y = q(x) (7)

onde

p(x) =a0(x)

a1(x)e q(x) =

Q(x)

a1(x).

Note que a passagem de (6) para (7) pode introduzir pontos dedescontinuidade.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 29 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Solução geral de uma EDO Linear de ordem 1

Se q(x) = 0, para y(x) 6= 0, tem-se que

y ′+p(x)y = 0 ⇔ y ′

y=−p(x)

⇔ ddx

(ln |y |) =−p(x)

Integrando em relação a x , obtém-se

ln |y |=−∫p(x)dx+ const.⇔ |y |= Ae−

∫p(x)dx

onde A é uma constante.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 30 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Método do Fator Integrante

Dada a EDO linear, de ordem 1, na forma

y ′+p(x)y = q(x) (8)

A ideia é multiplicar (8) por uma função µ(x) 6= 0 de modo que

ddx

[µ(x)y ] = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y

Se isso for possível, entãoddx

[µ(x)y ] = µ(x)q(x) e a EDO está resolvida

por integração, de ambos os membros, em relação a x :

y =1

µ(x)

[∫µ(x)q(x)dx+ const.

]EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 31 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Método do Fator Integrante

Dada a EDO linear, de ordem 1, na forma

y ′+p(x)y = q(x) (8)

A ideia é multiplicar (8) por uma função µ(x) 6= 0 de modo que

ddx

[µ(x)y ] = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y

Se isso for possível, entãoddx

[µ(x)y ] = µ(x)q(x) e a EDO está resolvida

por integração, de ambos os membros, em relação a x :

y =1

µ(x)

[∫µ(x)q(x)dx+ const.

]EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 31 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Método do Fator Integrante

Dada a EDO linear, de ordem 1, na forma

y ′+p(x)y = q(x) (8)

A ideia é multiplicar (8) por uma função µ(x) 6= 0 de modo que

ddx

[µ(x)y ] = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y

Se isso for possível, entãoddx

[µ(x)y ] = µ(x)q(x) e a EDO está resolvida

por integração, de ambos os membros, em relação a x :

y =1

µ(x)

[∫µ(x)q(x)dx+ const.

]EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 31 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Método do Fator Integrante

Ora, para y 6= 0,

ddx

[µ(x)y ] = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y ⇔µ ′(x)y +µ(x)y ′ = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y ⇔

[µ ′(x)−µ(x)p(x)]y = 0 ⇔

µ ′(x)−µ(x)p(x) = 0 ⇔ µ ′(x)

µ(x)= p(x)

Daí,

ddx

[ln |µ(x)|] = p(x) ⇔ ln |µ(x)|=∫p(x)dx+ const.

⇔ |µ(x)|= Ae∫p(x)dx

onde A é uma constante positiva.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 32 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Método do Fator Integrante

(Desde o início) o que se deseja é obter uma função µ(x) 6= 0 tal que, paray 6= 0,

ddx

[µ(x)y ] = µ(x)y ′+µ(x)p(x)y

Os cálculos anteriores revelam que é possível encontrar uma função nessascondições, por exemplo, considerando A= 1 e µ(x)> 0 dado por

µ(x) = e∫p(x)dx (9)

Esta técnica de resolução da EDO linear, de odem 1, é chamada métododo fator integrante e a função µ de�nida em (9) é denominada fatorintegrante.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 33 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

xy ′+2y = senx

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 34 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

xy ′+2y = senx

Resposta

(i) Primeiramente, devemos colocar a equação na forma (8):

y ′+2xy =

senxx

,

observando que, neste caso, p(x) =2x.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 35 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

xy ′+2y = senx

Resposta

(ii) Um fator integranteµ(x) = e

∫p(x)dx

é a função

µ(x) = e∫ 2

xdx

= e2lnx

= e lnx2

= x2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 36 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

xy ′+2y = senx

Resposta

(iii) Usando o fator integrante obtido µ(x) = x2, decorre que

y ′+2xy =

senxx

⇔ x2y ′+2xy = x senx ⇔ ddx

(x2y)= x senx

⇔ x2y =∫x senx dx+ const.

Assim, x2y = senx− x cosx+k⇔ y(x) =senxx2− cosx

x+

k

x2, k = const.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 37 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

y ′+ xy = x

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 38 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

y ′+ xy = x

Resposta

(i) Primeiramente, note que a equação está na forma

y ′+p(x)y = q(x) ,

observando que p(x) = x .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 39 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

y ′+ xy = x

Resposta

(ii) Um fator integranteµ(x) = e

∫p(x)dx

é a função

µ(x) = e∫x dx

= ex2/2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 40 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exemplo

Resolva a equação diferencial ordinária

y ′+ xy = x

Resposta

(iii) Usando o fator integrante obtido µ(x) = ex2/2, decorre que

y ′+ xy = x ⇔ ex2/2y ′+ xex

2/2y = xex2/2 ⇔ d

dx

(ex

2/2y)= xex

2/2

⇔ ex2/2y =

∫xex

2/2 dx+ const.

Assim, ex2/2y = ex

2/2+k⇔ y(x) = 1+ke−x2/2, k = const.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 41 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Exercício

Considere o Problema de Valor Inicial{y ′− y lnx = 0

y(1) = 1

(a) Use o Teorema de Existência e Unicidade para determinar a região doplano em que a EDO admite solução.(b) Resolva o Problema de Cauchy dado.(c) Veri�que, por derivação, a validade do resultado obtido no item (b).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 42 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução particular de uma EDO linear, de ordem 1

Exercício

Um estudante a�rma que

φ(x) =−sen3x

16+

x cosx4

é solução particular da equação diferencial

y ′′+ y = cos2x senx .

Você concorda ou discorda? Justi�que.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 43 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaFundamentos

Exercício

Considere as funções paramétricasx(p) =

−p3

+A

p1/2

y(p) =−p2

6− Ap1/2

(a) Prove que p =dydx

.

(b) Mostre que (x(p),y(p)) é a solução geral, na forma paramétrica, da

EDO (de Lagrange) y =−12dydx

(2x+

dydx

).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 44 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Resposta de (b)

De acordo com o item (a), p =dydx

. Daí,

y = −p

2

[p

3+

2A

p1/2

]

= −p

2

[p3+2(x+

p

3

)]= −1

2dydx

(2x+

dydx

)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 45 / 89

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Equação Diferencial OrdináriaSolução geral de uma EDO linear, de ordem 1

Resposta de (a)

Pela Regra da Cadeia, tem-se quedydx

=dydp· dpdx

. Além disso, pelo Teorema

da Derivada da Função Inversadpdx

=1dxdp

. Portanto,

dydx

=

ddp

(−p2

6−Ap1/2

)ddp

(−p3

+A

p1/2

) =

−p3− Ap−1/2

2−13− Ap−3/2

2

=

p

(−13− Ap−3/2

2

)−13− Ap−3/2

2

= p

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 46 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Conceito

Como y ′ =dydx

, uma equação na forma y ′ = g(x ,y) é equivalente a

g(x ,y)dx−dy = 0 (10)

a qual é chamada forma diferencial da EDO. A multiplicação de (10) poruma função f (x ,y) conduz a uma outra equação na forma diferencial:

f (x ,y)g(x ,y)dx− f (x ,y)dy = 0⇔M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 (11)

A passagem de (10) para (11) pode introduzir descontinuidades, queoriginalmente não existiam na equação (10), em pontos (x ,y) que sãodescontinuidades de f , e soluções extras (curvas integrais) ao longo dosquais f (x ,y) = 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 47 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Conceito

Como y ′ =dydx

, uma equação na forma y ′ = g(x ,y) é equivalente a

g(x ,y)dx−dy = 0 (10)

a qual é chamada forma diferencial da EDO. A multiplicação de (10) poruma função f (x ,y) conduz a uma outra equação na forma diferencial:

f (x ,y)g(x ,y)dx− f (x ,y)dy = 0⇔M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 (11)

A passagem de (10) para (11) pode introduzir descontinuidades, queoriginalmente não existiam na equação (10), em pontos (x ,y) que sãodescontinuidades de f , e soluções extras (curvas integrais) ao longo dosquais f (x ,y) = 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 47 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Conceito

Na equaçãoM(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

pode ocorrer de M ser função somente de x e N ser função apenas de y .Neste caso, a EDO y ′ = g(x ,y) assume a forma

M(x)dx+N(y)dy = 0 (12)

Uma equação diferencial que pode ser escrita na forma diferencial (12) édita separável.

Identi�cada uma EDO como separável, como se obtém sua solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 48 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Conceito

Na equaçãoM(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

pode ocorrer de M ser função somente de x e N ser função apenas de y .Neste caso, a EDO y ′ = g(x ,y) assume a forma

M(x)dx+N(y)dy = 0 (12)

Uma equação diferencial que pode ser escrita na forma diferencial (12) édita separável.

Identi�cada uma EDO como separável, como se obtém sua solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 48 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Método de Resolução

Suponha que existam funções H1 e H2 tais que

dH1(x)

dx=M(x)⇔H1(x)=

∫M(x)dx e

dH2(y)

dy=N(y)⇔H2(y)=

∫N(y)dy

Se y = ϕ(x) é uma função diferenciável, pela Regra da Cadeia, segue que

ddx

[H2(ϕ(x))] =dH2(y)

dy· dydx

= N(y)y ′ e

M(x)dx+N(y)dy = 0 ⇔ ddx

H1(x)+ddx

[H2(ϕ(x))] = 0

⇔ ddx

[H1(x)+H2(ϕ(x))] = 0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 49 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Método de Resolução

Portanto,H1(x)+H2(ϕ(x)) = k = const.∫

M(x)dx+∫N(y)dy = k (13)

Obtém-se assim a solução y = ϕ(x) da EDO separável

M(x)dx+N(y)dy = 0

na forma implícita por meio da expressão (13).

Exemplo

Resolva o problema de valor inicial y ′ =y cosx1+2y2

, y(0) = 1.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 50 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Método de Resolução

Portanto,H1(x)+H2(ϕ(x)) = k = const.∫

M(x)dx+∫N(y)dy = k (13)

Obtém-se assim a solução y = ϕ(x) da EDO separável

M(x)dx+N(y)dy = 0

na forma implícita por meio da expressão (13).

Exemplo

Resolva o problema de valor inicial y ′ =y cosx1+2y2

, y(0) = 1.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 50 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Método de Resolução

Portanto,H1(x)+H2(ϕ(x)) = k = const.∫ x

M(t)dt+∫ y

N(t)dt = k (14)

Obtém-se assim a solução y = ϕ(x) da EDO separável

M(x)dx+N(y)dy = 0

na forma implícita por meio da expressão (14).

Exemplo

Resolva o problema de valor inicial y ′ =y cosx1+2y2

, y(0) = 1.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 51 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Resolva o problema de valor inicial y ′ =y cosx1+2y2

, y(0) = 1.

Resposta

Inicialmente, observe que a EDO é separável, porquanto

y ′ =y cosx1+2y2

⇔ dydx

=y cosx1+2y2

⇔−cosx dx+

(2y +

1y

)dy = 0

Por conseguinte,

−∫cosx dx+

∫ (2y +

1y

)dy = k ⇔−senx+ y2+ ln |y |= k

e k =−sen(0)+12+ ln1= 1. A solução do PVI é y2+ ln |y |= 1+ senx .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 52 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Resolva o problema de valor inicial y ′ =y cosx1+2y2

, y(0) = 1.

Resposta

Inicialmente, observe que a EDO é separável, porquanto

y ′ =y cosx1+2y2

⇔ dydx

=y cosx1+2y2

⇔−cosx dx+

(2y +

1y

)dy = 0

Por conseguinte,

−∫cosx dx+

∫ (2y +

1y

)dy = k ⇔−senx+ y2+ ln |y |= k

e k =−sen(0)+12+ ln1= 1. A solução do PVI é y2+ ln |y |= 1+ senx .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 52 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Encontre, na forma explícita, a solução do problema de valor inicial

y ′ =3x2+4x+22(y −1)

, y(0) =−1.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 53 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Encontre, na forma explícita, a solução do problema de valor inicial

y ′ =3x2+4x+22(y −1)

, y(0) =−1.

Observe que a equação diferencial é separável e sua forma diferencial é

dydx

=3x2+4x+22(y −1)

⇔ 2(y −1)dy − (3x2+4x+2)dx = 0

Por conseguinte,∫2(y −1)dy −

∫ (3x2+4x+2

)dx = k ⇔ y2−2y − (x3+2x2+2x) = k

e k = (−1)2−2(−1) = 3. Na forma implícita, y2−2y = x3+2x2+2x+3.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 54 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Encontre, na forma explícita, a solução do problema de valor inicial

y ′ =3x2+4x+22(y −1)

, y(0) =−1.

Na forma explícita, tem-se

y2−2y = x3+2x2+2x+3

y2−2y +1= x3+2x2+2x+4

(y −1)2 = x3+2x2+2x+4

|y −1|=√x3+2x2+2x+4

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 55 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, separável

Exemplo

Encontre, na forma explícita, a solução do problema de valor inicial

y ′ =3x2+4x+22(y −1)

, y(0) =−1.

Na forma explícita, tem-se

y2−2y = x3+2x2+2x+3

y2−2y +1= x3+2x2+2x+4

(y −1)2 = x3+2x2+2x+4

|y −1|=√x3+2x2+2x+4

y(x) = 1−√x3+2x2+2x+4

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 56 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Conceito

São equações da forma y ′+p(x)y = q(x)yn.

Para n = 0 ou n = 1, a equação de Bernoulli reduz-se a uma edo linear deordem 1, cuja resolução já foi vista. Para n 6= 0 e n 6= 1, tem-se

y−ny ′+p(x)y1−n = q(x)

Pela Regra da Cadeia, (y1−n)′ = (1−n)y−ny ′. Isto sugere a mudança devariável

v = y1−n

Como v ′ = (1−n)y−ny ′⇔ y−ny ′ =v ′

1−ndecorre que

y−ny ′+p(x)y1−n = q(x)⇔ v ′+(1−n)p(x)v = (1−n)q(x)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 57 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Conceito

São equações da forma y ′+p(x)y = q(x)yn.

Para n = 0 ou n = 1, a equação de Bernoulli reduz-se a uma edo linear deordem 1, cuja resolução já foi vista. Para n 6= 0 e n 6= 1, tem-se

y−ny ′+p(x)y1−n = q(x)

Pela Regra da Cadeia, (y1−n)′ = (1−n)y−ny ′. Isto sugere a mudança devariável

v = y1−n

Como v ′ = (1−n)y−ny ′⇔ y−ny ′ =v ′

1−ndecorre que

y−ny ′+p(x)y1−n = q(x)⇔ v ′+(1−n)p(x)v = (1−n)q(x)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 57 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Conclusão

A mudança de variávelv = y1−n (15)

transforma a equação (não-linear) de Bernoulli

y ′+p(x)y = q(x)yn (16)

em uma equação linear nas variáveis x e v :

v ′+(1−n)p(x)v = (1−n)q(x)

Exemplo

Resolva a equação y ′− 2yx

= 3xy2.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 58 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Conclusão

A mudança de variávelv = y1−n (15)

transforma a equação (não-linear) de Bernoulli

y ′+p(x)y = q(x)yn (16)

em uma equação linear nas variáveis x e v :

v ′+(1−n)p(x)v = (1−n)q(x)

Exemplo

Resolva a equação y ′− 2yx

= 3xy2.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 58 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Exemplo

Resolva a equação y ′−2x−1y = 3xy2.

Resposta

Inicialmente, identi�camos a equação como de Bernoulli (com n = 2):

y ′− 2yx

= 3xy2⇔ y−2y ′− 2xy−1 = 3x

Considere a mudança de variável v = y−1. Daí, v ′ =−y−2y ′ e decorre a

equação linear v ′+2xv =−3x . O método do fator integrante, com

µ(x) = x2, conduz à solução (em v)

x2v(x) =−34x4+k ⇔ v(x) =

−3x4+4k4x2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 59 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Exemplo

Resolva a equação y ′−2x−1y = 3xy2.

Resposta

Inicialmente, identi�camos a equação como de Bernoulli (com n = 2):

y ′− 2yx

= 3xy2⇔ y−2y ′− 2xy−1 = 3x

Considere a mudança de variável v = y−1. Daí, v ′ =−y−2y ′ e decorre a

equação linear v ′+2xv =−3x . O método do fator integrante, com

µ(x) = x2, conduz à solução (em v)

x2v(x) =−34x4+k ⇔ v(x) =

−3x4+4k4x2

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 59 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Como v = y−1, segue que

y(x) =4x2

4k−3x4⇔ y(x) =

4x2

A−3x4

onde A= 4k = const.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) =4x2

A−3x4, onde A= const., é solução da

equação diferencial y ′− 2yx

= 3xy2.

Exercício

Resolva a equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 60 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Como v = y−1, segue que

y(x) =4x2

4k−3x4⇔ y(x) =

4x2

A−3x4

onde A= 4k = const.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) =4x2

A−3x4, onde A= const., é solução da

equação diferencial y ′− 2yx

= 3xy2.

Exercício

Resolva a equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 60 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Como v = y−1, segue que

y(x) =4x2

4k−3x4⇔ y(x) =

4x2

A−3x4

onde A= 4k = const.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) =4x2

A−3x4, onde A= const., é solução da

equação diferencial y ′− 2yx

= 3xy2.

Exercício

Resolva a equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 60 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Exercício

Resolva a equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y .

Resposta

Inicialmente, identi�camos a equação como de Bernoulli (com n = 1/2):

y ′−4x−1y = xy1/2⇔ y−1/2y ′−4x−1y1/2 = x

Considere a mudança de variável v = y1/2. Daí, v ′ = y−1/2y ′/2 e decorre aequação linear v ′−2x−1v = x/2. O método do fator integrante, comµ(x) = x−2, conduz à solução (em v)

ddx

(x−2v

)=

x−1

2⇔ v(x) = x2

(k+

ln |x |2

)EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 61 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Exercício

Resolva a equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y .

Resposta

Inicialmente, identi�camos a equação como de Bernoulli (com n = 1/2):

y ′−4x−1y = xy1/2⇔ y−1/2y ′−4x−1y1/2 = x

Considere a mudança de variável v = y1/2. Daí, v ′ = y−1/2y ′/2 e decorre aequação linear v ′−2x−1v = x/2. O método do fator integrante, comµ(x) = x−2, conduz à solução (em v)

ddx

(x−2v

)=

x−1

2⇔ v(x) = x2

(k+

ln |x |2

)EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 61 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Como v = y1/2, segue que

y(x) = x4(k+

ln |x |2

)2

onde k = const.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) = x4(k+

ln |x |2

)2

, onde k = const., é solução

da equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 62 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, de Bernoulli

Como v = y1/2, segue que

y(x) = x4(k+

ln |x |2

)2

onde k = const.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) = x4(k+

ln |x |2

)2

, onde k = const., é solução

da equação diferencialdydx

=4yx

+ x√y

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 62 / 89

Page 91: Equações Diferenciais Ordináriaspaginapessoal.utfpr.edu.br/lcpereira/esta-e-uma... · Aordemde uma EDO é a da derivada de maior ordem contida na equação. Assim, uma EDO de ordem

Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De�nição

Uma função f (x ,y) é chamada homogênea de grau k ∈ R, quando, paratodo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = tk f (x ,y)

Exemplo

f (x ,y) = 2x3+5xy2 é uma função homogênea de grau 3, porquanto, paratodo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = 2(tx)3+5(tx)(ty)2

= t3(2x3+5xy2)

= t3f (x ,y)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 63 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De�nição

Uma função f (x ,y) é chamada homogênea de grau k ∈ R, quando, paratodo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = tk f (x ,y)

Exemplo

f (x ,y) = 2x3+5xy2 é uma função homogênea de grau 3, porquanto, paratodo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = 2(tx)3+5(tx)(ty)2

= t3(2x3+5xy2)

= t3f (x ,y)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 63 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De�nição

Uma função f (x ,y) é chamada homogênea de grau k ∈ R, quando, paratodo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = tk f (x ,y)

Exemplo

f (x ,y) = x1/2y + y3/2 é uma função homogênea de grau 3/2, porquanto,para todo t ∈ R, tem-se

f (tx , ty) = (tx)1/2(ty)+(ty)3/2

= t3/2(x1/2y + y3/2)

= t3/2f (x ,y)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 64 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Exercício

A função f (x ,y) é homogênea de grau k ∈ R. A função

g(x ,y) =f (x ,y)

xy

é homogênea de algum grau?

Exercício

A função f (x ,y) é homogênea de grau 1. A função

g(x ,y) = k lnf (x ,y)

x

é homogênea de algum grau?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 65 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De�nição

Uma equação diferencial ordinária na forma diferencial

M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

é dita homogênea quando M(x ,y) e N(x ,y) são funções homogêneas degrau k .

Exemplo

A equação diferencial (2x− y)dx− (x+4y)dy = 0 é homogênea. Comefeito, as funções M(x ,y) = 2x− y e N(x ,y) =−(x+4y) são homogêneasde grau 1, pois, para todo t ∈ R, tem-se

M(tx , ty) = 2(tx)− (ty) = tM(x ,y)

N(tx , ty) =− [(tx)+4(ty)] = tN(x ,y)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 66 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De�nição

Uma equação diferencial ordinária na forma diferencial

M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

é dita homogênea quando M(x ,y) e N(x ,y) são funções homogêneas degrau k .

Exemplo

A equação diferencial (2x− y)dx− (x+4y)dy = 0 é homogênea. Comefeito, as funções M(x ,y) = 2x− y e N(x ,y) =−(x+4y) são homogêneasde grau 1, pois, para todo t ∈ R, tem-se

M(tx , ty) = 2(tx)− (ty) = tM(x ,y)

N(tx , ty) =− [(tx)+4(ty)] = tN(x ,y)

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 66 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Se M(x ,y) e N(x ,y) são homogêneas de mesmo grau k , então

f (x ,y)≡−M(x ,y)

N(x ,y)

é uma função homogênea (de grau zero), uma vez que, para todot ∈ R−{0},

f (tx , ty) =−M(tx , ty)

N(tx , ty)

=− tkM(x ,y)

tkN(x ,y)

= f (x ,y)

Provou-se, deste modo, o seguinte

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 67 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Corolário

A equação diferencial ordinária na forma diferencial

M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

é homogênea se, e somente se,

y ′ = f (x ,y)

onde f (x ,y) é uma função homogênea (de grau zero).

Identi�cada uma EDO como homogênea, como se obtém sua solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 68 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Corolário

A equação diferencial ordinária na forma diferencial

M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0

é homogênea se, e somente se,

y ′ = f (x ,y)

onde f (x ,y) é uma função homogênea (de grau zero).

Identi�cada uma EDO como homogênea, como se obtém sua solução?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 68 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De uma observação, surge uma ideia

Por de�nição, para todo t ∈ R,

f (x ,y) = f (tx , ty)

Tomando t = 1/x , x 6= 0, obtém-se

f (x ,y) = f (1,y

x) = F

(yx

).

Note que, tomar t = 1/y , y 6= 0, acarretaria

f (x ,y) = f (x

y,1) = G

(x

y

).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 69 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De uma observação, surge uma ideia

Por de�nição, para todo t ∈ R,

f (x ,y) = f (tx , ty)

Tomando t = 1/x , x 6= 0, obtém-se

f (x ,y) = f (1,y

x) = F

(yx

).

Note que, tomar t = 1/y , y 6= 0, acarretaria

f (x ,y) = f (x

y,1) = G

(x

y

).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 69 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De uma observação, surge uma ideia

O exposto acima parece indicar que, para uma edo homogênea, a mudançade variável

v =y

x⇔ y = xv (17)

seja de alguma utilidade.

Neste caso, considerando v como função de x , segue que y ′ = v + xv ′ e

y ′ = F (y

x)⇔ v + xv ′ = F (v)⇔ x

dvdx

= F (v)− v ⇔ dvF (v)− v

− dxx

= 0

que é separável em x e v . Em consequência, resolvendo esta EDO para v ,a EDO dada originalmente estará resolvida mediante a mudança de variável(17).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 70 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

De uma observação, surge uma ideia

O exposto acima parece indicar que, para uma edo homogênea, a mudançade variável

v =y

x⇔ y = xv (17)

seja de alguma utilidade.

Neste caso, considerando v como função de x , segue que y ′ = v + xv ′ e

y ′ = F (y

x)⇔ v + xv ′ = F (v)⇔ x

dvdx

= F (v)− v ⇔ dvF (v)− v

− dxx

= 0

que é separável em x e v . Em consequência, resolvendo esta EDO para v ,a EDO dada originalmente estará resolvida mediante a mudança de variável(17).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 70 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Exemplo

Resolva a equação diferencial

(2x− y)dx− (x+4y)dy = 0

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 71 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Exemplo

Resolva a equação diferencial (2x− y)dx− (x+4y)dy = 0.

Resposta

Como

(2x− y)dx− (x+4y)dy = 0⇔ y ′ =2x− y

x+4y=

2− y

x

1+4y

x

≡ F(yx

)identi�camos a EDO dada como homogênea. Assim, considere a mudançade variável

v =y

x⇔ y = xv

Segue que y ′ = v + xv ′ e, por conseguinte,

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 72 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Exemplo

Resolva a equação diferencial (2x− y)dx− (x+4y)dy = 0.

Resposta

Como

(2x− y)dx− (x+4y)dy = 0⇔ y ′ =2x− y

x+4y=

2− y

x

1+4y

x

≡ F(yx

)identi�camos a EDO dada como homogênea. Assim, considere a mudançade variável

v =y

x⇔ y = xv

Segue que y ′ = v + xv ′ e, por conseguinte,

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 72 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

Exemplo

Resolva a equação diferencial (2x− y)dx− (x+4y)dy = 0.

v + xv ′ =2− v

1+4v⇔ x

dvdx

=2− v − v −4v2

1+4v⇔ 1+4v

2−2v −4v2dv − 1

xdx = 0

que é separável. Daí,∫1+4v

2−2v −4v2dv −

∫1xdx = k ⇔−1

2ln∣∣2−2v −4v2

∣∣− ln |x |= k

Como v =y

x, conclui-se que

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 73 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, homogênea

−12ln∣∣2−2v −4v2

∣∣− ln |x |= k ⇔ ln

∣∣∣∣2−2y

x−4(yx

)2∣∣∣∣+2 ln |x |=−2k

⇔ ln∣∣2x2−2xy −4y2

∣∣=−2k⇔

∣∣2x2−2xy −4y2∣∣= A

onde A> 0 é uma constante.

Exercício de veri�cação

Mostre que a função y(x) dada implicitamente por∣∣2x2−2xy −4y2

∣∣= A,onde A> 0 é uma constante, é solução da edo(2x− y)dx− (x+4y)dy = 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 74 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

De uma observação, surge uma ideia

Porque, para todo t ∈ R e qualquer que seja k ∈ R, φ(tx , ty) 6= tkφ(x ,y),tem-se que φ(x ,y) = 2x+3y −10 não é homogênea. Porém,

φ(x ,y) = 2(x+1)+3(y −4))⇔ ψ(u,v) = 2u+3v

e ψ(u,v) = 2u+3v é homogênea.

Deste modo, observa-se que é possível, através de uma mudança devariável apropriada, no caso,{

u = x+1

v = y −4⇔

{x = u−1

y = v +4transformar uma função não-homogênea em uma (outra) funçãohomogênea.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 75 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

De uma observação, surge uma ideia

Porque, para todo t ∈ R e qualquer que seja k ∈ R, φ(tx , ty) 6= tkφ(x ,y),tem-se que φ(x ,y) = 2x+3y −10 não é homogênea. Porém,

φ(x ,y) = 2(x+1)+3(y −4))⇔ ψ(u,v) = 2u+3v

e ψ(u,v) = 2u+3v é homogênea.

Deste modo, observa-se que é possível, através de uma mudança devariável apropriada, no caso,{

u = x+1

v = y −4⇔

{x = u−1

y = v +4transformar uma função não-homogênea em uma (outra) funçãohomogênea.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 75 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Exercício

Geometricamente, a mudança de variável{u = x+1

v = y −4

pode ser interpretada de que modo?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 76 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Exercício

Geometricamente, a mudança de variável{u = x+1

v = y −4(18)

pode ser interpretada de que modo?

Resposta

De um ponto de vista geométrico, a mudança de variável (18) pode serinterpretada como uma translação do sistema de coordenadas (x ,y) para oponto (−1,4), origem do (novo) sistema de coordenadas (u,v).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 77 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Observação

Uma equação da forma y ′ = f

(ax+by

cx+dy

)é homogênea, pois

f

(ax+by

cx+dy

)= f

a+by

x

c+dy

x

= F(yx

)

Pergunta

Sobre uma EDO (não-homogênea) da forma

y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

),

k1 ou k2 não-nulo, o que pode ser dito?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 78 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Observação

Uma equação da forma y ′ = f

(ax+by

cx+dy

)é homogênea, pois

f

(ax+by

cx+dy

)= f

a+by

x

c+dy

x

= F(yx

)

Pergunta

Sobre uma EDO (não-homogênea) da forma

y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

),

k1 ou k2 não-nulo, o que pode ser dito?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 78 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Outra pergunta

Será possível transformar a equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)em uma EDO

homogênea?

Uma resposta possível

Sejam u e v funções tais que {u = x−α

v = y −β

Então, pela Regra da Cadeia,

y ′ =dydx

=dydv· dvdu· dudx

=dvdu

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 79 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Outra pergunta

Será possível transformar a equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)em uma EDO

homogênea?

Como {x = u+α

y = v +β

Se for possível achar α e β tais que

ax+by +k1 = a(u+α)+b(v +β )+k1 = au+bv

cx+dy +k2 = c(u+α)+d(v +β )+k2 = cu+dv

a equação será homogênea nas novas variáveis u e v .

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 80 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Outra pergunta

Será possível transformar a equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)em uma EDO

homogênea?

O que se deseja, portanto, é achar α e β tais que{aα +bβ =−k1cα +dβ =−k2

⇔[a b

c d

][α

β

]=

[−k1−k2

]6= 0

Esse sistema (de equações lineares) é possível sempre que∣∣∣∣ a b

c d

∣∣∣∣= ad −bc 6= 0.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 81 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à homogênea

Resumo

A equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)é redutível a uma EDO homogênea,

através da mudança de variáveis,{u = x−α

v = y −β

sempre que ∣∣∣∣ a b

c d

∣∣∣∣ 6= 0

Neste caso,dydx

=dvdu

e a nova EDO é dada pordvdu

= φ

(au+bv

cu+dv

).

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 82 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Uma pergunta natural

O que fazer em relação à equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)quando

∣∣∣∣ a b

c d

∣∣∣∣= ad −bc = 0⇔ a

c=

b

d

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 83 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Uma pergunta natural

O que fazer em relação à equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

)quando

∣∣∣∣ a b

c d

∣∣∣∣= ad −bc = 0⇔ a

c=

b

d

Uma resposta possível

Sendo

m ≡ a

c=

b

d⇔ a =mc e b =md

segue que

y ′ = f

(m(cx+dy)+k1

cx+dy +k2

)EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 84 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Isso sugere considerar a mudança de variável

u = cx+dy

Daí,

f

(m(cx+dy)+k1

cx+dy +k2

)= f

(mu+k1

u+k2

)≡ φ(u)

e, pensando em u como função apenas de x ,

dudx

= c+dy ′ = c+dφ(u)

de modo que o problema está resolvido! Por quê?

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 85 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Isso sugere considerar a mudança de variável

u = cx+dy

Daí,

f

(m(cx+dy)+k1

cx+dy +k2

)= f

(mu+k1

u+k2

)≡ φ(u)

e, pensando em u como função apenas de x ,

dudx

= c+dy ′ = c+dφ(u)⇔ duc+dφ(u)

−dx = 0

de modo que o problema está resolvido porque a EDO é separável.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 86 / 89

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Resumo

A equação y ′ = f

(ax+by +k1

cx+dy +k2

), por meio da mudança de variável,

u = cx+dy (19)

é redutível a uma EDO separável nas variáveis x e u sempre que∣∣∣∣ a b

c d

∣∣∣∣= 0

Resolvida esta equação para u, a substituição em (19) conduz à função y .

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Equação Diferencial Ordináriade ordem 1, não-linear, redutível à separável

Exercícios

Resolva a equação diferencial dada.

1 y ′ =2x−3y −13x+ y −2

.

2 (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0.

3 y ′ =2x− y +16x−3y −1

.

4 (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0.

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Leitura Recomendada I

Abunahman, S. A.Equações diferenciais.Rio de Janeiro: EDC, 1989.

Boyce, W. E. e Diprima, R. C.Equações diferenciais elementare e problemas de valores de contorno.Rio de Janeiro: LTC, 2002.

Edwards, C. H. e Penney, D. E.Equações diferenciais elementares com problemas de contorno.Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1995.

Zill, D. G.Equações diferenciais: com aplicações em modelagem.São Paulo: Pioneira Thomson, 2003.

EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 89 / 89