equa coes fluxo sub terra neo
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APNDICE B DETALHAMENTO DAS EQUAES DO FLUXO
SUBTERRNEO
Neste apndice, so deduzidas as equaes diferenciais parciais que governam o
fluxo nos meios porosos saturados.
B1 Equaes Fundamentais do Fluxo Subterrneo
Simular o fluxo de guas subterrneas significa resolver analtica ou
numericamente equaes diferenciais parciais, no caso em questo de segunda ordem e nas
direes X e Y. Para tanto, parti-se da aplicao de lei de Darcy (Equao B.1) aplicada na
direo X. Nas direes Y e Z equaes semelhantes so tambm obtidas. A equao
mostra que, a vazo proporcional a diferena de presso, ou seja:
hKq xx
= . (Equao B.1)
Aplicando-se a equao da continuidade em um volume elementar (Figura B.1),
tem-se:
Figura B.1 Volume elementar.
Onde:
x, y ez so as dimenses na direo X, Y e Z, [L];
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qxn so os fluxos de entrada e sada nas trs direes, [L/T];
O volume dgua que flui atravs das sees deste volume de controle na direo X
dado por:
zyqx ..1 e zyqx ..2
Aplicando-se a equao da continuidade nesta direo, tem-se:
0.).( 12 = zyqxqx
J para todo o volume de controle a aplicao da equao da continuidade resultar
em:
0.).(.).(.).( 121212 =++ yxqzqzzxqyqyzyqxqx
Dividindo-se esta equao pelo volume deste volume de controle, que dado por
zy .. , tem-se:
0121212 =
+
+
z
qzqz
y
qyqy
x
qxqx
Ou seja:
0=
+
+
z
qz
y
qy
x
qx (Equao B.2)
Caso este volume de controle tenha dimenses infinitesimais a equao B.2
transforma-se em, tem-se:
0=
+
+
z
qz
y
qy
x
qx (Equao B.3)
Substituindo-se os termos qx, qy e qz pela equao de Darcy (Eq. B.1) na equao
anterior (Eq. B.3), tem-se ento:
0... =
+
+
z
hK
zy
hK
yx
hK
x zyx (Equao B.4)
02
2
2
2
2
2
=
+
+
z
hK
y
hK
x
hK zyx (Equao B.5)
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Ou seja, uma equao diferencial parcial de segunda ordem em trs dimenses (X,
Y e Z). No caso de se ter um aqfero homogneo, ou seja, a condutividade hidrulica igual
em todas as direes (Kx= Ky= Kz), tem-se:
02
2
2
2
2
2
=
+
+
z
h
y
h
x
h (Equao B.6)
Esta equao mais conhecida como a equao de Laplace. Neste caso, para
condies estacionrias, com o potencial hidrulico variando em trs direes para
aqferos confinados. Para o caso em estudo, a simulao do fluxo dgua ser realizada
para variaes em duas direes (X e Y) e aqfero anisotrpico e no homogneo. Assim,tem-se a seguinte equao:
0..2
2
2
2
=
+
y
hK
x
hK yx (Equao B.7)
A seguir, tem-se uma situao onde h uma injeo no aqfero (infiltrao) ou uma
captao (exfiltrao) no aqfero. Situao esta representada na figura B.2, j se
direcionando para o caso especfico de simulaes em 2 dimenses (2D).
Figura B.2 Caso 2D com in ou exfiltrao.
Figura B.2 Volume elementar com contribuio de uma fonte externa.
Aplicando-se novamente a equao da continuidade ao segundo volume de
controle, tem-se:
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yxWbxqyqybyqxqx =+ ...).(.).( 1212 (Equao B.8)
Onde b a espessura do aqfero e W uma in ou exfiltrao.
Dividindo-se a equao B.11 pelas dimenses y . , tem-se:
Wby
qyqyb
x
qxqx=
+
.. 1212 (Equao B.9)
Wby
qyb
x
qx=
+
.. (Equao B.10)
Para o caso de um volume infinitesimal tem-se:
Wby
qy
bx
qx
=
+
..
(Equao B.11)
Aplicando-se a equao de Darcy (Equao B.1) equao B.11, tem-se:
Wy
hbK
yx
hbK
x yx =
+
.... (Equao B.12)
Wy
hbK
x
hbK yx =
2
2
2
2
.... (Equao B.16)
Para o caso homogneo as condutividades hidrulicas nas direes X e Y so iguais
(Kx= Ky), tem-se:
bK
W
y
h
x
h
.2
2
2
2
=
+
(Equao B.17)
Sabendo-se ainda que a transmissividade (T) dada por T = K.b, tem-se ento:
0.
),(2
2
2
2 =++
bK
yxW
y
h
x
h (Equao B.18)
Esta equao utilizada para simulaes de sistemas em que h afluxos (descarga
do aqfero para os rios) ou influxos (recarga por infiltrao).
Nota-se que, at este pargrafo, nas equaes deduzidas no foram consideradas
variaes do potencial hidrulico (h) no tempo. Ou seja, as equaes foram apresentadas
para o caso estacionrio. Necessita-se ento, inserir ou considerar a componente no
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estacionria no equacionamento at agora apresentado. Nesta situao, tem-se que o
potencial hidrulico (h) varia no s no espao (x, y), como considerado at o momento,
mas tambm no tempo (t). Assim, surge a necessidade de se considerar mais uma
propriedade que depende das propriedades hidrulicas e geomtricas do aqfero, o
coeficiente de armazenamento (S), ou seja:
bSS .0= (Para aqferos confinados)
snS= (Para aqferos livres)
Onde:
ns a porosidade drenvel;
Sabendo-se ainda que S0 dado por:
=h
V
VS .
10
=h
V
yxbS .
..
10
Assim:
bh
V
yxbS ....
1
=
hySV = ...
Como neste caso o potencial hidrulico e o volume variam com o tempo, tem-se
ento:
t
hyxS
t
V
=
... (Equao B.19)
Considerando-se a variao do volume no tempo, ou seja, aplicando-se a equao
B.19 na equao B.8, tem-se:
t
hyxSyxWbxqyqybyqxqx
=+ ......).(.).( 1212 (Equao B.20)
Dividindo-se esta equao por y . , tem-se:
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t
hSWb
y
qyqyb
x
qxqx
=
+
... 1212 (Equao B.21)
t
hSWb
y
qyb
x
qx
=
+
... (Equao B.22)
Para o caso de dimenses infinitesimais, tem-se:
t
hSWb
y
qyb
x
qx
=
+
... (Equao B.23)
Aplicando-se a equao de Darcy a este equao tem-se:
t
hSW
y
hbK
yx
hbK
x
yx
=
+
..... (Equao B.24)
Wt
hS
y
hbK
x
hbK yx
=
+
.....2
2
2
2
(Equao B.25)
Sabendo-se que T = K.b e considerando-se o caso de um aqfero homogneo, tem-
se ento:
T
yxW
t
h
T
yxS
y
h
x
h ),(.
),(
2
2
2
2
=
+
(Equao B.26)
E esta a equao diferencial parcial que ser utilizada para modelar o fluxo das
guas subterrneas em aqfero confinados, para variaes do potencial hidrulico em duas
dimenses (2D) em regime transiente.
Tambm se faz necessrio considerar o caso de superfcies livres, ou seja, aqfero
no confinados. Nesta situao, necessita-se considerar dois fatores, a primeira
considerao diz respeito variao no-linear entre o potencial hidrulico e a espessura
do aqfero (b = f(h)); a segunda trata da terceira componente existente no fluxo. A figura
B.3 apresenta uma esquematizao do problema da simulao em aqferos livres.
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Figura B.3 Fluxo subterrneo em aqferos livres.
Para resoluo deste problema as condies de Dupuit (1863, apud WENDLAND
& RBER, 1999) devem ser consideradas:
O fluxo dgua considerado horizontal e suas equipotenciais verticais;
A declividade da linha de fluxo na superfcie fretica considerada muito
pequena e igual ao gradiente hidrulico;
Desta forma, a variao do potencial na direo do escoamento (dh/ds) pode ser
escrita como:
ds
dhKq ss .= )sen(. ss Kq = (Equao B.27)
Para ngulos muito pequenos o seno do ngulo se aproxima tangente de , desta
forma tem-se:
dx
dhtg
ds
dh== )()sen( (Equao B.28)
Assim, tem-se que a equao B.27 pode ser escrita em funo de suas componentes
das direes x, y e z, ou seja:
dx
dhKq xx .=
dy
dhKq yy .=
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0=zq
Pelo fato de Dupuit considerar o escoamento horizontal, estas consideraes no
so validas para os seguintes casos:
reas prximas a regies com infiltrao ou extrao dgua;
Zonas prximas a poos;
reas com mudana brusca da espessura do aqfero;
J o primeiro problema da modelagem em aqferos livres representado
matematicamente atravs das seguintes equaes:
hbKq xx = .. (Equao B.29)
y
hbKq yy
= .. (Equao B.30)
Onde b (espessura do aqfero) dado por:
b(x,y) = h(x,y) u(x,y) (Equao B.31)
Ainda, tem-se que:
h(x,y) potencial hidrulico, [L];
u(x,y) cota da base do aqfero, [L];
Assim, na fase de simulaes deve-se estimar, inicialmente, valores de b, com estes
valores simula-se o sistema. Para cada n obtm-se valores de potenciais hidrulicos. Com
estes valores e, conhecidos tambm os valores nos ns das cotas da base do aqfero,
calcula-se o valor de b atravs da equao B.31. Estes valores no sero iguais ao valor do
b inicialmente estimado. Procede-se ento com iteraes, onde o b ser igual ao valor de
h(x,y) mdio calculado, at a convergncia do valor dos potenciais hidrulicos para o valor
de b.
Por fim, so abordadas as condies de contorno necessrias para resoluo
numrica de equaes diferenciais, trs tipos de condies de contorno so possveis:
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I. Condio de Dirichlet quando o potencial hidrulico conhecido em alguma
regio do aqfero;
II. Condio de Neumann quando o fluxo, seja de entrada ou de sada, em alguma
regio do aqfero conhecida;
III. Condio de Cauchy esta uma combinao linear das duas ltimas condies
apresentadas.