equa coes fluxo sub terra neo

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  • 7/25/2019 Equa Coes Fluxo Sub Terra Neo

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    APNDICE B DETALHAMENTO DAS EQUAES DO FLUXO

    SUBTERRNEO

    Neste apndice, so deduzidas as equaes diferenciais parciais que governam o

    fluxo nos meios porosos saturados.

    B1 Equaes Fundamentais do Fluxo Subterrneo

    Simular o fluxo de guas subterrneas significa resolver analtica ou

    numericamente equaes diferenciais parciais, no caso em questo de segunda ordem e nas

    direes X e Y. Para tanto, parti-se da aplicao de lei de Darcy (Equao B.1) aplicada na

    direo X. Nas direes Y e Z equaes semelhantes so tambm obtidas. A equao

    mostra que, a vazo proporcional a diferena de presso, ou seja:

    hKq xx

    = . (Equao B.1)

    Aplicando-se a equao da continuidade em um volume elementar (Figura B.1),

    tem-se:

    Figura B.1 Volume elementar.

    Onde:

    x, y ez so as dimenses na direo X, Y e Z, [L];

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    qxn so os fluxos de entrada e sada nas trs direes, [L/T];

    O volume dgua que flui atravs das sees deste volume de controle na direo X

    dado por:

    zyqx ..1 e zyqx ..2

    Aplicando-se a equao da continuidade nesta direo, tem-se:

    0.).( 12 = zyqxqx

    J para todo o volume de controle a aplicao da equao da continuidade resultar

    em:

    0.).(.).(.).( 121212 =++ yxqzqzzxqyqyzyqxqx

    Dividindo-se esta equao pelo volume deste volume de controle, que dado por

    zy .. , tem-se:

    0121212 =

    +

    +

    z

    qzqz

    y

    qyqy

    x

    qxqx

    Ou seja:

    0=

    +

    +

    z

    qz

    y

    qy

    x

    qx (Equao B.2)

    Caso este volume de controle tenha dimenses infinitesimais a equao B.2

    transforma-se em, tem-se:

    0=

    +

    +

    z

    qz

    y

    qy

    x

    qx (Equao B.3)

    Substituindo-se os termos qx, qy e qz pela equao de Darcy (Eq. B.1) na equao

    anterior (Eq. B.3), tem-se ento:

    0... =

    +

    +

    z

    hK

    zy

    hK

    yx

    hK

    x zyx (Equao B.4)

    02

    2

    2

    2

    2

    2

    =

    +

    +

    z

    hK

    y

    hK

    x

    hK zyx (Equao B.5)

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    130

    Ou seja, uma equao diferencial parcial de segunda ordem em trs dimenses (X,

    Y e Z). No caso de se ter um aqfero homogneo, ou seja, a condutividade hidrulica igual

    em todas as direes (Kx= Ky= Kz), tem-se:

    02

    2

    2

    2

    2

    2

    =

    +

    +

    z

    h

    y

    h

    x

    h (Equao B.6)

    Esta equao mais conhecida como a equao de Laplace. Neste caso, para

    condies estacionrias, com o potencial hidrulico variando em trs direes para

    aqferos confinados. Para o caso em estudo, a simulao do fluxo dgua ser realizada

    para variaes em duas direes (X e Y) e aqfero anisotrpico e no homogneo. Assim,tem-se a seguinte equao:

    0..2

    2

    2

    2

    =

    +

    y

    hK

    x

    hK yx (Equao B.7)

    A seguir, tem-se uma situao onde h uma injeo no aqfero (infiltrao) ou uma

    captao (exfiltrao) no aqfero. Situao esta representada na figura B.2, j se

    direcionando para o caso especfico de simulaes em 2 dimenses (2D).

    Figura B.2 Caso 2D com in ou exfiltrao.

    Figura B.2 Volume elementar com contribuio de uma fonte externa.

    Aplicando-se novamente a equao da continuidade ao segundo volume de

    controle, tem-se:

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    yxWbxqyqybyqxqx =+ ...).(.).( 1212 (Equao B.8)

    Onde b a espessura do aqfero e W uma in ou exfiltrao.

    Dividindo-se a equao B.11 pelas dimenses y . , tem-se:

    Wby

    qyqyb

    x

    qxqx=

    +

    .. 1212 (Equao B.9)

    Wby

    qyb

    x

    qx=

    +

    .. (Equao B.10)

    Para o caso de um volume infinitesimal tem-se:

    Wby

    qy

    bx

    qx

    =

    +

    ..

    (Equao B.11)

    Aplicando-se a equao de Darcy (Equao B.1) equao B.11, tem-se:

    Wy

    hbK

    yx

    hbK

    x yx =

    +

    .... (Equao B.12)

    Wy

    hbK

    x

    hbK yx =

    2

    2

    2

    2

    .... (Equao B.16)

    Para o caso homogneo as condutividades hidrulicas nas direes X e Y so iguais

    (Kx= Ky), tem-se:

    bK

    W

    y

    h

    x

    h

    .2

    2

    2

    2

    =

    +

    (Equao B.17)

    Sabendo-se ainda que a transmissividade (T) dada por T = K.b, tem-se ento:

    0.

    ),(2

    2

    2

    2 =++

    bK

    yxW

    y

    h

    x

    h (Equao B.18)

    Esta equao utilizada para simulaes de sistemas em que h afluxos (descarga

    do aqfero para os rios) ou influxos (recarga por infiltrao).

    Nota-se que, at este pargrafo, nas equaes deduzidas no foram consideradas

    variaes do potencial hidrulico (h) no tempo. Ou seja, as equaes foram apresentadas

    para o caso estacionrio. Necessita-se ento, inserir ou considerar a componente no

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    estacionria no equacionamento at agora apresentado. Nesta situao, tem-se que o

    potencial hidrulico (h) varia no s no espao (x, y), como considerado at o momento,

    mas tambm no tempo (t). Assim, surge a necessidade de se considerar mais uma

    propriedade que depende das propriedades hidrulicas e geomtricas do aqfero, o

    coeficiente de armazenamento (S), ou seja:

    bSS .0= (Para aqferos confinados)

    snS= (Para aqferos livres)

    Onde:

    ns a porosidade drenvel;

    Sabendo-se ainda que S0 dado por:

    =h

    V

    VS .

    10

    =h

    V

    yxbS .

    ..

    10

    Assim:

    bh

    V

    yxbS ....

    1

    =

    hySV = ...

    Como neste caso o potencial hidrulico e o volume variam com o tempo, tem-se

    ento:

    t

    hyxS

    t

    V

    =

    ... (Equao B.19)

    Considerando-se a variao do volume no tempo, ou seja, aplicando-se a equao

    B.19 na equao B.8, tem-se:

    t

    hyxSyxWbxqyqybyqxqx

    =+ ......).(.).( 1212 (Equao B.20)

    Dividindo-se esta equao por y . , tem-se:

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    t

    hSWb

    y

    qyqyb

    x

    qxqx

    =

    +

    ... 1212 (Equao B.21)

    t

    hSWb

    y

    qyb

    x

    qx

    =

    +

    ... (Equao B.22)

    Para o caso de dimenses infinitesimais, tem-se:

    t

    hSWb

    y

    qyb

    x

    qx

    =

    +

    ... (Equao B.23)

    Aplicando-se a equao de Darcy a este equao tem-se:

    t

    hSW

    y

    hbK

    yx

    hbK

    x

    yx

    =

    +

    ..... (Equao B.24)

    Wt

    hS

    y

    hbK

    x

    hbK yx

    =

    +

    .....2

    2

    2

    2

    (Equao B.25)

    Sabendo-se que T = K.b e considerando-se o caso de um aqfero homogneo, tem-

    se ento:

    T

    yxW

    t

    h

    T

    yxS

    y

    h

    x

    h ),(.

    ),(

    2

    2

    2

    2

    =

    +

    (Equao B.26)

    E esta a equao diferencial parcial que ser utilizada para modelar o fluxo das

    guas subterrneas em aqfero confinados, para variaes do potencial hidrulico em duas

    dimenses (2D) em regime transiente.

    Tambm se faz necessrio considerar o caso de superfcies livres, ou seja, aqfero

    no confinados. Nesta situao, necessita-se considerar dois fatores, a primeira

    considerao diz respeito variao no-linear entre o potencial hidrulico e a espessura

    do aqfero (b = f(h)); a segunda trata da terceira componente existente no fluxo. A figura

    B.3 apresenta uma esquematizao do problema da simulao em aqferos livres.

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    Figura B.3 Fluxo subterrneo em aqferos livres.

    Para resoluo deste problema as condies de Dupuit (1863, apud WENDLAND

    & RBER, 1999) devem ser consideradas:

    O fluxo dgua considerado horizontal e suas equipotenciais verticais;

    A declividade da linha de fluxo na superfcie fretica considerada muito

    pequena e igual ao gradiente hidrulico;

    Desta forma, a variao do potencial na direo do escoamento (dh/ds) pode ser

    escrita como:

    ds

    dhKq ss .= )sen(. ss Kq = (Equao B.27)

    Para ngulos muito pequenos o seno do ngulo se aproxima tangente de , desta

    forma tem-se:

    dx

    dhtg

    ds

    dh== )()sen( (Equao B.28)

    Assim, tem-se que a equao B.27 pode ser escrita em funo de suas componentes

    das direes x, y e z, ou seja:

    dx

    dhKq xx .=

    dy

    dhKq yy .=

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    0=zq

    Pelo fato de Dupuit considerar o escoamento horizontal, estas consideraes no

    so validas para os seguintes casos:

    reas prximas a regies com infiltrao ou extrao dgua;

    Zonas prximas a poos;

    reas com mudana brusca da espessura do aqfero;

    J o primeiro problema da modelagem em aqferos livres representado

    matematicamente atravs das seguintes equaes:

    hbKq xx = .. (Equao B.29)

    y

    hbKq yy

    = .. (Equao B.30)

    Onde b (espessura do aqfero) dado por:

    b(x,y) = h(x,y) u(x,y) (Equao B.31)

    Ainda, tem-se que:

    h(x,y) potencial hidrulico, [L];

    u(x,y) cota da base do aqfero, [L];

    Assim, na fase de simulaes deve-se estimar, inicialmente, valores de b, com estes

    valores simula-se o sistema. Para cada n obtm-se valores de potenciais hidrulicos. Com

    estes valores e, conhecidos tambm os valores nos ns das cotas da base do aqfero,

    calcula-se o valor de b atravs da equao B.31. Estes valores no sero iguais ao valor do

    b inicialmente estimado. Procede-se ento com iteraes, onde o b ser igual ao valor de

    h(x,y) mdio calculado, at a convergncia do valor dos potenciais hidrulicos para o valor

    de b.

    Por fim, so abordadas as condies de contorno necessrias para resoluo

    numrica de equaes diferenciais, trs tipos de condies de contorno so possveis:

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    I. Condio de Dirichlet quando o potencial hidrulico conhecido em alguma

    regio do aqfero;

    II. Condio de Neumann quando o fluxo, seja de entrada ou de sada, em alguma

    regio do aqfero conhecida;

    III. Condio de Cauchy esta uma combinao linear das duas ltimas condies

    apresentadas.