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    Orientao Acadmica: entre a Teoria e a Prtica

    Autoria: Julia Schaetzle Wrobel, Teresa Cristina Janes Carneiro, Waneide de Sousa Palma,Lemuel Brasil Aguiar

    ResumoO objetivo da presente pesquisa foi o de investigar o quanto a prtica de orientaoacadmica no curso de Administrao modalidade a distncia da Universidade Federal doEsprito Santo (UFES) se aproxima da viso terica e de certa forma idealizada presente naliteratura. A orientao acadmica na Educao a Distncia (EaD), segundo Neder (2000), compreendida como um dos elementos do processo educativo que possibilita a(res)significao da educao, principalmente ao permitir o rompimento da noo detempo/espao da escola tradicional. fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem se estabelea, uma vez que os orientadores desempenham funes de mediaoentre os contedos das disciplinas e os alunos, estabelecem relaes entre alunos e professoresespecialistas e entre os prprios alunos. Por meio de entrevistas com alunos e orientadores

    acadmicos do curso de Administrao EaD da UFES no perodo de dezembro de 2007 amaro de 2009, buscou-se identificar aprendizados e desafios na implementao dessa novafuno acadmica da educao a distncia. As anlises realizadas possibilitaram compreenderque a funo ainda mal compreendida por alunos e orientadores e que as dificuldades deadaptao ainda so grandes, tornando-se desafios a serem vencidos.

    Introduo

    As discusses em torno da educao a distncia (EaD) no Brasil so recorrentes. Hdcadas conhecemos instituies e programas que promovem esta modalidade em diferentesnveis de formao, desde a educao bsica educao profissionalizante. Contudo, aeducao superior quem tem capitaneado os recentes debates.

    Pases como a Inglaterra, Frana, frica do Sul, Canad, Espanha, Portugal, Hong Kong jdesenvolveram sistemas de educao distncia em diferentes nveis desde antes da segundametade do sculo XX. Na Amrica Latina, as experincias do Chile e do Mxico j contabilizamconsiderveis avanos no desenvolvimento da modalidade. Apesar de todo o aprendizado queoutras naes tm experimentado, temos convivido, ainda, com resistncias idia de se fazereducao superior no Brasil pela modalidade EaD, sob o questionvel argumento da falta dequalidade no ensino praticado nessa modalidade. A avaliao de processos em curso , portanto, o

    primeiro passo para a transformao de opinies acerca da eficcia da metodologia a distncia.Inegavelmente, a educao a distncia amplia os ambientes de aprendizagem e

    diversifica as formas de interao comunicativa. Graas flexibilidade de tempo e espaopermitidos pelos avanos tecnolgicos, a EaD aumenta as oportunidades de estudo e de

    acesso ao conhecimento a uma grande parte da populao. Nas palavras de Borba, Malheirose Zulatto (2007, p.23), aproximar pessoas geograficamente distantes, possivelmente abrindoespao troca entre culturas diferentes o fator central que define essa modalidade deensino.

    Desde a sua implementao, a EaD da Universidade Federal do Esprito Santo (UFES)vem se desenvolvendo com base na superao das dificuldades que se apresentam e naousadia de formular novas propostas a serem oferecidas sociedade. Naturalmente, asquestes de cunho cultural e da tradio dos cursos na modalidade presencial tm setransformado em problemas desafiadores no que tange confiabilidade do programa e nasrelaes entre professores e alunos, uma vez que, de forma natural e teimosa, muitos seapresentam resistentes s mudanas necessrias para a vivncia de uma aprendizagem emEaD.

    Se as tecnologias potencializam novas formas de relacionamento, o processo deensino-aprendizagem requer estratgias de ao diferenciadas, uma vez que os recursos

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    tecnolgicos disponveis ainda esto sendo testados. Nesse sentido, o orientador acadmicotambm chamado de tutor um elemento chave nesse modelo de ensino. As sesses de tutoriaso um momento em que se compartilham distintos nveis de conhecimento, de inquietudes ede emoes e pem em relevo o papel da comunicao interpessoal. A tarefa de orientao

    acadmica no um trabalho solitrio, mas coletivo, em que se tecem mltiplas relaes, asquais ultrapassam a mera transmisso de contedo. Por esse motivo, Reis (2009) defende queos processos de interao comunicativa na educao a distncia devem privilegiar o dilogo, orespeito e a afetividade.

    Para Preti (2003), o surgimento do orientador acadmico na EaD desencadeia umprocesso de desconstruo do papel clssico do professor a caminho da construo de umnovo profissional da educao e de uma nova maneira de interagir com o aluno. Porm,defende que h uma rea nebulosa, intermediria, entre as prticas metodolgicas anteriores eas atuais. Diante disso, surge uma questo que merece ser investigada: a funo do orientadoracadmico, descrita e idealizada na teoria, est sendo levada prtica? Quais so os fatoresque impedem ou dificultam a implementao dessa nova funo nos cursos na modalidade a

    distncia?Esse trabalho baseado no acompanhamento de atividades de orientao acadmica

    do curso de Administrao na modalidade a distncia da UFES, projeto piloto daUniversidade Aberta do Brasil (UAB) e tem por finalidade identificar aprendizados e desafiosdessa nova funo, visando compreender se a prtica corresponde s expectativas geradas pelateoria. As anlises foram baseadas em entrevistas com alunos e orientadores acadmicos docurso. Pretende-se assim contribuir para o avano e aprimoramento da modalidade e para aseventuais e necessrias tomadas de posio em busca da manuteno do curso em trilhosconfiveis e em padres de qualidade que constituem a tradio das universidades federais

    brasileiras.

    Funes e Estratgias do Tutor na EaD

    Nas primeiras experincias em EaD, quando os cursos eram oferecidos porcorrespondncia, o ensino baseava-se na transmisso de informao. O aluno estudava pormdulos instrucionais, que tinham a funo de ensinar. Nesse modelo, a figura do tutor era

    praticamente inexistente e sem muito valor, j que ele desempenhava apenas o papel deacompanhante do processo de aprendizagem.

    A partir da dcada de 1980, novas concepes pedaggicas de ensino e aprendizagempassaram a influenciar projetos e programas na modalidade a distncia. A nfase dada transmisso de informao e ao cumprimento de objetivos foi substituda pelo apoio construo do conhecimento e aos processos reflexivos, sendo o tutor, agora denominado

    orientador acadmico, aquele que d apoio construo do conhecimento (MAGGIO, 2001).Nesse percurso da EaD, a tutoria passa a ser considerada um dos fatores fundamentais para obom desempenho do aluno.

    No uso pedaggico corrente, o tutor ou orientador acadmico aquele que temdomnio de contedo, tem poderes para avaliar, bem como o responsvel por proporcionarapoio pedaggico e operacional. Tem como funo promover a interatividade, reduzir adistncia interpessoal, aumentar o feedback ao aluno, fomentar a participao de todos nasdiscusses, gerenciar conflitos e fornecer aos alunos informaes sobre o curso. Belloni(2003) define o professor-tutor como aquele que orienta o aluno, esclarece dvidas e explicaquestes relativas aos contedos, alm de participar das atividades de avaliao. Muitas so asdefinies de tutor no havendo consenso entre autores que mencionam essa temtica.

    Entretanto, esses autores convergem para a superao do modelo centrado no ensinare visamao modelo centrado no aprender. Sai de cena o foco no professor e entra o foco no aprendiz.

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    Segundo Pan, Nepomuceno e Salles (2009), entre as tarefas prprias dos tutores,podem-se citar: ajudar o aluno a compreender o material didtico; familiarizar o aluno com ohbito da pesquisa bibliogrfica; ajudar o aluno a adquirir uma metodologia autnoma deestudo; atender as consultas dos alunos; estimular o aprofundamento e a atualizao dos

    contedos das disciplinas; encorajar e auxiliar os alunos na busca de informaes adicionaisem bibliotecas virtuais e/ou do plo; construir um vnculo afetivo com os alunos de forma aincentiv-los a permanecer no curso; estimular a reflexo crtica ajudando o aluno a ampliar oseu entendimento; mediar as relaes sociais entre os participantes do curso, alunos e

    professores.A funo de orientao inclui ainda a capacidade de questionar, provocar o aluno,

    incentivar a busca do conhecimento, auxiliar na contextualizao das teorias com a realidadeprtica, motivando o aluno a buscar, de forma autnoma, alternativas criativas e inovadorasde soluo de questes e problemas que lhe so colocados como desafio e incentivo reflexo. Inclui tambm a capacidade de auxiliar os alunos a identificar suas capacidades elimitaes, auxiliando-os no processo de superao das suas dificuldades.

    Preti (2003) inclui entre as funes do orientador acadmico a defacilitadorque ajudaos alunos a compreender os objetivos do curso e de assumir uma postura emancipatria no

    processo de aprendizagem, a de observador da realidade vivida por alunos, orientadores edemais parceiros da rede, a de conselheirosobre mtodos de estudo, a de psiclogocapaz deorientar o aluno em momentos de dificuldades e angstias inerentes ao processo deaprendizado e finalmente o de avaliadorde todo o processo, devido a sua viso prxima darealidade dos alunos, que lhe confere uma capacidade de identificar problemas deimplementao e provveis causas de desvios dos objetivos.

    Maggio (2001) defende que a postura ideal do orientador aquela de promover arealizao de atividades didticas, apoiando a resoluo e no apenas mostrando a respostacorreta, mostrar novas fontes de informaes e vrias possibilidades de soluo para umamesma atividade, favorecendo a compreenso da multiplicidade de meios para soluo de um

    problema. Cercato (2006) defende que o orientador acadmico deve buscar romper com aviso educativa tradicional que v o aluno como um executor de tarefas, passando a perceb-lo como um sujeito que possui um projeto de vida e de formao profissional.

    A orientao acadmica nos modelos da EaD compreendida como um dos elementosdo processo educativo que possibilita a (res)significao da educao distncia,

    principalmente em termos de permitir, em razo de suas caractersticas, o rompimento danoo de tempo/espao da escola tradicional (NEDER, 2000). A orientao acadmica peafundamental para que o processo de ensino-aprendizagem se estabelea, uma vez que osorientadores desempenham funes de mediao entre os contedos das disciplinas e os

    alunos, estabelecem ainda relaes entre alunos e professores especialistas e entre os prpriosalunos.Segundo Holmberg (1996), educao a distncia de alta qualidade, requer interao

    aluno-tutor contnua e estimulante. Esta pode ser oferecida por vrios meios. O que sempreimportante nesta comunicao independentemente do meio ou mdia utilizado que otutor use um tom amigvel e pessoal, fazendo com que os alunos sintam que so aceitos como

    parceiros. Segundo o autor, a interao mediada entre alunos e tutores j provou ser um meiovalioso para o suporte da aprendizagem e para o desenvolvimento das habilidades cognitivas.A tutoria fundamental para desenvolver a autonomia, especialmente porque na EaD, o alunoser sempre estimulado a demonstrar habilidade de trabalhar sozinho (ou em gruposvirtuais) e saber buscar o apoio quando necessrio.

    Para que o aluno possa aprender efetivamente importante que ele esteja conscienteque no apenas o receptor de informaes, mas sim um participante de todo o processo deensino-aprendizagem. Seu papel fundamental para que esse processo ocorra e para isso

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    necessrio que haja dedicao, que deve ser encorajada com a interao, colaborao edilogo entre alunos e orientadores. Citando Freire (1977, p.79), ningum educa ningum,como to pouco ningum educa a si mesmo: os homens se educam em comunho,mediatizados pelo mundo.

    Na EaD, a tutoria pode ser desempenhada de forma presencial, semipresencial ou adistncia.A modalidade presencial, que se realiza por contatos presenciais com os alunos,individualmente ou em grupos, visa a elucidar questes referentes s dificuldades de contedoe dvidas quanto metodologia ou aos aspectos estruturais do curso, tais como provas,trabalhos acadmicos, etc. A tutoria a distncia tem os mesmos objetivos, mas acontece

    primordialmente mediada por interaes via internet e tecnologias associadas (MORAN,2009). A tutoriasemipresencialcombina as duas formas.

    Holmberg (1996) defende que no h necessidade de encontros presenciais entrealunos e tutores, a menos que o contedo que est sendo apresentado, assim o exija. Para oautor, a insistncia na realizao de sesses presenciais de tutoria deve-se a uma inseguranadas instituies no potencial da EaD. Com a introduo das novas tecnologias, principalmente

    das redes de comunicao eletrnica, ampliaram-se tambm as oportunidades para oestabelecimento de uma relao continuada entre aluno e tutor, de forma assncrona ousincrnica. O estreitamento da relao aluno-tutor tambm permite que o aluno se sinta muitomais ligado instituio.

    Pesquisa realizada por Pan, Nepomuceno e Salles (2009) mostra que a afetividade, adificuldade em utilizar as mdias, o apego ao sistema tradicional de ensino e a falta de acessoaos computadores, principalmente em funo do custo do equipamento e do custo do acesso Internet, so fatores que indicam a preferncia dos alunos pelo tutor presencial no curso adistncia. As tecnologias de informao e comunicao ainda no esto democratizadas emuitos dos alunos ainda esto excludos do potencial destas ferramentas. Este tem sido umentrave que tambm vem dificultando a interao dos alunos com o tutor a distncia. Impedeinclusive que os alunos usufruam mais e melhor, e em certos casos minimamente, do

    potencial das ferramentas disponibilizadas via internet: chat, frum, sala de tutoria, correioeletrnico e bibliotecas virtuais.

    Presencial ou a distncia, o contato freqente entre o tutor e os alunos fundamentalpara manter a motivao e contribuir para melhorar o desempenho dos alunos. O grandedesafio do processo de tutoria como construir e manter uma interao que realmente apie aaprendizagem. Conforme lembra Moran (2009), a educao a distncia acontecefundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espao e ou no tempo,mas podendo estar juntos atravs de tecnologias de comunicao.

    Em pesquisa realizada por Barbosa e Rezende (2006), entre os obstculos apontados

    pelos tutores na tarefa de tutoria esto a dificuldade em assimilar a concepo pedaggicaconstrutivista (transpor a proposta pedaggica para a prtica); a dificuldade no uso dastecnologias; a infraestrutura de telecomunicaes inadequada e a dificuldade em realizaratividades necessrias ao desenvolvimento do curso em funo da falta de tempo. Os tutoresconsideraram um desafio desempenhar a tutoria, por ser uma experincia nova para a qual noh modelo predefinido a seguir.

    Tutoria no Curso de Administrao EaD da UFES

    A educao a distncia uma forma de educao baseada no conceito de redecolaborativa. Nas palavras de Borba, Malheiros e Zulatto (2007, p.29), colaborar co-responsabilizar-se pelo processo. ter vez, ter voz e ser ouvido, sentir-se membro de algo

    que s funciona porque todos se empenham e constroem coletivamente o caminho paraalcanar os objetivos.

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    Especificamente na UFES, o curso de Administrao EAD, projeto piloto daUniversidade Aberta do Brasil (UAB), foi implementado da seguinte forma: um professorconteudista elabora o material didtico de uma determinada disciplina a partir de orientaesdo projeto poltico pedaggico (PPP) do curso. Outro professor, o especialista, planeja a

    oferta da disciplina, apoiando-se no PPP e no material didtico produzido, agregando outrosmateriais complementares (textos, filmes, vdeoaulas, softwares, simuladores, etc.), divulgaseu planejamento aos orientadores acadmicos (responsveis pela implementao) eacompanha a sua execuo.

    Tudo funciona como uma rede em que alunos, orientadores, professores ecoordenadores se comunicam e organizam o processo de aprendizado dos contedosselecionados. As responsabilidades so divididas, sendo que cada um tem um papel a cumprire parcela de responsabilidade nos resultados alcanados. A compreenso do funcionamento darede fator crtico para o alcance dos objetivos do curso. O grande diferencial do orientadornessa rede a sua proximidade com o aluno. Sua responsabilidade a de operacionalizaoda proposta pedaggica do curso e em especial das disciplinas (conjunto de contedos) que

    compem o currculo do curso. o orientador que executa o que foi planejado e auxilia noprocesso de avaliao e verificao quanto ao atendimento dos objetivos propostos.

    Os tutores a distncia lideram a parte assncrona do processo de ensino-aprendizagem.Esto disposio dos alunos, professores especialistas e tutores presenciais atravs de e-maile em um ambiente virtual de aprendizagem, o Moodle (www.moodle.ufes.br). Nesse ambienteso disponibilizados os materiais didticos, so respondidas as dvidas em curto espao detempo, so postadas as propostas metodolgicas e impresses sobre contedos. A participaode todos constantemente incentivada. No Moodle h ainda um espao restrito equipe detutoria em que alunos no entram, para que as discusses a respeito das orientaes e a trocade experincias possam ser realizadas entre os tutores e os professores.

    Os alunos tm encontros presenciais quinzenais nos centros regionais de educaoaberta e a distncia (cre@ads)/polos com os tutores presenciais. Esses encontros so baseadosem materiais previamente disponibilizados no Moodle na forma de fascculos, textos e vdeos.

    A comunicao intensa limita a possibilidade de o aluno ou os tutores sentirem-sesozinhos ou isolados. Por priorizar a interao personalizada, o modelo do curso em questoexige uma grande participao assncrona. O envio de mensagens eletrnicas via e-mail ourespostas nos fruns para os alunos com sugestes de caminhos a serem percorridos parasolucionar ou abordar determinado tpico de leitura ou exerccio proposto um trabalho quedemanda tempo e habilidade para lidar com algum que no se pode ver. Diferentemente darelao presencial, na qual gestos, tom de voz e rpidas correes podem sanar um malentendido, na relao assncrona tais possibilidades ficam dificultadas.

    Dentre as tarefas dos orientadores esto momentos de reflexo e estudos junto com oprofessor especialista, responsvel pelo planejamento da disciplina, em fruns ou porvideoconferncia. Isso exige que o orientador tenha alguns conhecimentos prvios para quecompreenda a proposta do professor especialista e possa colaborar, a partir da sua experinciae vivncia com os alunos, na melhoria do planejamento. Nesse momento ocorre tambm ocompartilhamento de vises e experincias com os outros orientadores acadmicos do curso.

    O orientador acadmico precisa, portanto, atuar em vrias frentes: junto aos estudantes orientando e apoiando a busca do conhecimento; junto aos professores especialistas compreendendo a proposta da disciplina orientada e a forma de conduzi-la, sugerindoatividades e formas de avaliao dos contedos; junto aos demais orientadores participandoda troca de experincias e solues encontradas e finalmente junto coordenao do curso e

    coordenao do polo, que acompanham todo o processo e o ajudam na soluo de questesque fogem do previsto ou planejado.

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    MetodologiaA presente pesquisa tem por finalidade identificar aprendizados e desafios da

    orientao acadmica no curso de Administrao EaD da UFES e compreender se a funo doorientador acadmico descrita na teoria est sendo implementada na prtica. A coleta de

    dados que apoiou as anlises deu-se por meio de entrevistas semi-estruturadas com alunos ecom tutores presenciais e a distncia.Primeiramente, servindo de pr-teste do instrumento de coleta dos dados, foram

    realizadas entrevistas em dezembro de 2007 no polo de Vila Velha com sete alunos e trstutores presenciais. Ajustado o instrumento, a prxima etapa foi a aplicao do questionrio,com perguntas abertas sobre a experincia na atividade de tutoria. O questionrio foi enviado

    por meio do ambiente virtual de aprendizagem (Moodle) em dois momentos distintos: agostoe dezembro de 2008. A primeira avaliao contou com a participao de 32 tutores e asegunda com 24. Alguns tutores participaram das duas etapas, outros de apenas uma delas.Entretanto, ao analisar as respostas, notou-se que algumas informaes estavam incompletas.Por isso, novas entrevistas foram realizadas com o intuito de resgatar algumas informaes

    para melhor compor o quebra-cabea. Um segundo questionrio tambm com perguntasabertas foi ento enviado por e-mail para os 31 tutores que estavam atuando no curso emmaro de 2009. Dessa vez, questes ainda mais especficas foram formuladas. Nesse terceiromomento, todos os tutores do curso responderam ao questionrio.

    A tabela 1 a seguir mostra o universo e amostra da pesquisa. A primeira etapa dasentrevistas coincidiu com o encerramento do 4 perodo letivo do curso, a segunda etapa como 5 perodo e a terceira etapa com o incio do 6 perodo. O curso tem nove perodos(semestres) letivos.

    Entrevistas/questionrios Etapas Primeira Segunda Terceira

    Data da realizao ago/08 dez/08 mar/09

    Tutores Presenciais em atividade 33 23 21Tutores Presenciais entrevistados 24 20 21% do total 73% 87% 100%

    Tutores a Distncia em atividade 12 15 10Tutores a Distncia entrevistados 8 4 10% do total 67% 27% 100%

    Tutores (presenciais e a distncia) em atividade 45 38 31Tutores (presenciais e a distncia) entrevistados 32 24 31% do total 71% 63% 100%

    Tabela 1: Caracterizao da amostra de tutores

    Aps a coleta, os dados foram examinados e foram atribudos significados por meio deinterpretaes e anlises a fim de identificar padres de respostas. O mtodo utilizado parainterpretao dos dados foi a anlise de contedo (BARDIN, 2008), com a categorizao dosassuntos que mais se destacaram na fala dos tutores e anlise temtica das mensagens.Buscou-se identificar, no contedo das entrevistas realizadas, fatores que indicassemaprendizados e desafios nas atividades de orientao acadmica do curso em questo.

    Segundo Bardin (2008), o que se procura estabelecer quando se realiza uma anlise decontedo uma correspondncia entre as estruturas semnticas ou lingsticas e as estruturas

    psicolgicas ou sociolgicas (condutas, atitudes e ideologias) no texto analisado. A anlise decontedo pressupe a definio de um campo do corpusda pesquisa, neste caso, a experinciade tutoria no curso de Administrao EaD da UFES, respeitando as regras da exaustividade,

    da representatividade e da pertinncia da amostra.A unidade de registro escolhida foi o tema, geralmente utilizado no estudo demotivaes, atitudes, valores, crenas e tendncias. Segundo Bardin (2008), entre as

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    diferentes possibilidades de categorizao, a investigao dos temas rpida e eficaz nacondio de se aplicar a discursos diretos (significaes manifestas) e simples. A anlise dosdados foi feita de forma emprica, no sendo utilizado nenhum index ou dicionrio como

    ponto de partida. A posteriori, foram detectadas quatro categorias, algumas com

    subcategorias:- Categoria 1: Perfil do orientador acadmico ;- Categoria 2: Capacitao do orientador em EaD;- Categoria 3: Orientao acadmica em processo:

    - Sub-Categoria 3.1: Acompanhamento do caminhar;- Sub-Categoria 3.2: Responsabilidade e culpa;

    - Categoria 4: Dificuldade de adaptao:- Sub-Categoria 4.1: Parceria e dependncia;- Sub-Categoria 4.2: Tempo e espao.

    Perfil dos respondentes

    Os respondentes foram identificados por uma letra e um nmero. A letra corresponde etapa da coleta de dados: A a etapa de teste do instrumento, B a etapa de agosto de 2008,C a etapa de dezembro de 2008 e D a etapa final, em maro de 2009. Os nmeros variam deum (1) at o total da amostra em cada caso, seguindo a ordem cronolgica de respostas.Portanto, o tutor B20 o vigsimo respondente da segunda etapa. Somente na etapa A foi

    possvel captar a fala de alunos. Tambm nessa etapa, apenas os tutores presenciais foramentrevistados.

    Todos os respondentes participavam do curso h pelo menos um semestre letivo,sendo que trs deles participaram em todos os semestres da realizao da pesquisa. Dos 31tutores que participam atualmente do curso, 18 tm formao em administrao, seis emcincias contbeis, quatro em economia, dois em psicologia, dois em matemtica e um emletras. Vale ressaltar que alguns tutores possuem mais de uma graduao. Alm da formao

    bsica, 16 tutores tm pelo menos uma ps-graduao concluda. Outros cinco estoconcluindo seus mestrados nesse momento e um acaba de iniciar o mestrado.

    Em relao metodologia EaD, oito dos tutores entrevistados participaram do Cursode Capacitao de Tutores oferecido pela Universidade Federal do Paran no perodo demaro a dezembro de 2009. O curso foi totalmente on-line, com carga horria de 180 horas.

    Anlise dos Dados

    A seguir so apresentadas as anlises que consistiram em classificaes em categoriastemticas das prticas discursivas de alunos e orientadores captadas por meio das entrevistas.

    Categoria 1: Perfil do Orientador AcadmicoNessa categoria foram classificadas as falas de orientadores e alunos sobre o perfil

    mais adequado s tarefas que o orientador acadmico executa. Esse perfil contemplacaractersticas pessoais e atitudes que ajudam o aluno no processo de ensino-aprendizagem,na viso dos entrevistados.

    Por sua histria recente, a funo de orientador acadmico no tem ainda umaidentidade prpria e o devido reconhecimento na academia e at mesmo entre os que praticama educao na modalidade a distncia.De acordo com Moore e Kearsley (2007), medida quemais instituies criam sistemas de educao a distncia, o papel dos tutores se modifica.Assim, o processo de seleo e treinamento baseado em um perfil desejado desses

    profissionais torna-se fundamental para que o ensino de qualidade se realize. Na fala do alunoA5 a seguir, percebe-se essa expectativa em relao tarefa de tutoria:

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    Quanto qualidade dos orientadores acadmicos, considero que eles devam saberinteragir com o grupo. Ser comunicativo e perceber no grupo aquele que estprejudicado. Quem est devagar e no consegue acompanhar a orientao. Isto importante.

    Para o tutor D4, fazem parte da funo de tutoria:Disponibilidade de tempo, agilidade nos retornos aos alunos e demais membros daequipe de EaD, conhecimento das ferramentas de comunicao utilizadas pelo curso(ambiente virtual de aprendizagem, e-mail, msn etc.), bom relacionamentointerpessoal presencial e a distncia, trato e gentileza na forma de responder alunos eequipe via e-mailou outro meio distncia.

    O tutor D25 entende como requisitos da funo de tutoria: domnio sobre o assuntoem que exercer a tutoria, domnio sobre recursos tecnolgicos, clareza e objetividade aoescrever, facilidade no trabalho em equipe e comprometimento com o trabalho. J para otutor D10:

    Tecnicamente, o tutor deve ter domnio e interesse pelo contedo trabalhado; boa

    expresso oral e escrita e habilidade com recursos de informtica. Quanto aocomportamento, deve ser responsvel, ter gosto pelo ambiente virtual e tercordialidade sem excesso de intimidade no trato com os alunos.

    A formao acadmica um assunto que aparece em quase todas as falas. A grandemaioria acredita que a formao na rea e experincia no assunto orientado soimprescindveis. Essa viso exemplificada pelas falas a seguir: Eu acho que fundamentalter a experincia na disciplina que se est prestando orientao, mesmo se for a distncia(tutor A2). Um bom tutor deve ter formao em uma rea de conhecimento afim com adisciplina a qual tutora. Alm de experincia de pelo menos seis meses com docncia, o queeu acho imprescindvel. (tutor D10).

    Na opinio do aluno A9, o domnio de vrios assuntos importante na atividade detutoria:para mim a orientadora A foi quem mais se destacou. Porque est mais disponvel

    para o curso e tem mais tempo de estudar. Tambm dedicada porque no fala somente deuma rea, abre um leque de autoconhecimento. A orientadora B sabe a matria e s.

    Categoria 2: Capacitao do Orientador em EaDQuando se planeja a implantao de um curso distncia, inevitvel pensar nos

    recursos a serem aplicados para que o plano seja executado. Tais recursos no se limitam aosrecursos materiais. Um ponto crucial a capacitao do tutor na metodologia EaD. Nessacategoria foram agrupadas as falas que destacam a importncia dessa capacitao. Entende-seque, se esse trabalho no for bem realizado, muitos recursos podem ser adquiridos em vo.

    Sobre a formao em EaD, o tutor D10 coloca:Um bom tutor deve ter formao em metodologia EaD e formao e capacitao paraoperar o Ambiente Virtual de Aprendizagem. Deve haver um curso de formao emtutoria, no qual sejam ensinados recursos de informtica e forma de se expressar e serelacionar com os alunos no ambiente virtual.

    Todo o investimento na preparao de um profissional capacitado a atender s funesa ele delegadas envolve recursos financeiros e tempo (ROSINI, 2007). Sendo assim, ocomprometimento do tutor em ser esse facilitador fundamental para o sucesso de um curso distncia.

    O curso de capacitao em tutoria da UFPR foi uma experincia fantstica e nica,pois me ajudou a pensar como os alunos a distncia, perceber as reais dificuldades

    deles, os prazos, a responsabilidade com as leituras e atividades. Isso me fez repensaro papel de tutoria (tutor D9).

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    De acordo com Fagundes (2006), h fatores que devem ser considerados em umprojeto pedaggico na modalidade EaD. Destacam-se a incluso das competncias ehabilidades do educador que permitam promover a incluso digital do aluno, a familiarizaocom as novas tecnologias, estmulo produo com criatividade de apresentaes e contedos

    e a capacidade de saber lidar com adversidades, no caso de no haver recursos disposio. Otutor D20 escreve: no curso de capacitao em tutoria EaD oferecido pelo NEAD/UFPRtive a oportunidade de aprender novas metodologias de educao e conhecer novos recursos,que usados no processo de tutoria tiveram grande eficcia.

    Na formao do tutor importante que ele seja preparado para estar atento snecessidades demonstradas pelos alunos, principalmente diante de momentos de avaliao. Seum aluno deixa de concluir uma tarefa enquanto os outros a completam, deve-se alertar pararetificar o problema apresentado pelo aluno (MOORE; KEARSLEY, 2007). Nesse sentido,alguns tutores destacaram a importncia de passarem pelo processo de EaD como alunos paramelhor compreender as funes e necessidades de cada um dos atores desse novo cenrio deensino: Foi muito importante me sentir aluna de educao a distncia (tutor D23).

    Categoria 3: Orientao Acadmica em ProcessoNessa categoria foram agrupadas as falas relativas s percepes do processo de

    tutoria em si. Foi subdividida em duas subcategorias: Acompanhamento do Caminhar, quetrata da avaliao do trabalho dos tutores, seja no seu comprometimento com o curso, seja nasua capacidade de lidar com problemas e Responsabilidade e Culpa, que trata de questesligadas a responsabilidade que o tutor sente em relao ao aprendizado do aluno, culminandona culpa pelo seu sucesso ou fracasso.

    Subcategoria 3.1: Acompanhamento do CaminharTo importante quanto a formao e capacitao do tutor em EaD o

    acompanhamento do seu trabalho. Nessa subcategoria foram reunidas percepes dosparticipantes a respeito do processo de tutoria em si, especificamente no que diz respeito avaliao do seu trabalho e importncia da coordenao de tutoria nesse processo.

    Moore e Kearsley (2007) defendem que um sistema de monitoramento essencial paraque se avalie, alm do desempenho dos alunos, a participao do tutor diante das dificuldadesencontradas pelos alunos, bem como toda a sua contribuio no processo de ensino eaprendizagem. Um grupo de indicadores pode disponibilizar dados importantes, que, de forma

    bem implantada, pode levar ao sucesso de um programa. Alm disso, no basta implementaruma metodologia e deixar que ela d conta das eventualidades que surgiro no caminho. Otutor D16 destaca: o que sinto um comprometimento muito grande de todos os envolvidos e

    um acompanhamento muito de perto da coordenadora de tutoria o que penso ser fundamentalpara ns tutores.Moore e Kearsley (2007) defendem que o acompanhamento do trabalho do tutor

    vital na complementao de sua formao. No basta prepar-lo para uma situao hipottica. necessrio observar na prtica a sua reao, a forma como cada um lida com os alunos. Otutor D1 coloca que gostaria de destacar o papel da coordenao e da secretaria do curso

    pela presena em tempo real em toda essa trajetria, sempre nos acompanhando de perto epela receptividade em todas nossas consideraes.

    Os orientadores s vezes detm-se diante de possibilidades de exercer sua autonomiano processo de orientao acadmica, muitas vezes por insegurana, fruto da falta deexperincia, por falta de tempo de se dedicar pesquisa ou por medo de ousar. Dessa forma

    desenvolvem relaes de dependncia no apenas em relao ao professor especialista, mastambm em relao ao material didtico, s tecnologias utilizadas e s atividades indicadas.

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    Sentir-se apoiado e acompanhado nesses momentos fundamental no processo de construode sua identidade e de aquisio de autonomia.

    A coordenao de tutoria est sempre presente, recebemos orientaes claras eobjetivas, os assuntos so encaminhados com fluidez, as respostas so rpidas, os

    avisos e comunicados so transparentes e do conhecimento de todos. O entrosamentoentre coordenao de tutoria e tutores excelente, h um esprito de compreenso eboa vontade que norteia o relacionamento mtuo (tutor D30).

    Subcategoria 3.2: Responsabilidade e CulpaA subcategoriaResponsabilidade e Culparene os discursos sobre questes ligadas a

    responsabilidade do tutor no processo de ensino e aprendizagem. Alguns tutores sentem-seculpados pelos resultados negativos dos alunos: Se o aluno vai bem, consegue bonsresultados, tenho a sensao de dever cumprido. E se ele vai mal, fico um pouco triste e

    procuro fazer uma reflexo sobre minha atuao, se falhei em algum momento e o que possofazer para melhorar(tutor D12). Outros acreditam que o prprio aluno o responsvel pelosseus resultados, sendo o tutor apenas um mediador desse processo: Como fao parte do

    processo de aprendizagem eu sou responsvel por apenas parte dele, cabendo aos demais aoutra parte(tutor D7).

    Quando se pensa na funo do professor, o modelo que se tem internalizado o dequem ensina, quem explica, quem sabe, quem proporciona todas as condies para que oconhecimento seja assimilado e construdo. Essa imagem tende a ser erroneamenteincorporada imagem do orientador acadmico, como percebemos na fala do tutor D30:

    O aluno reflexo do tutor. O aprendizado dos alunos depende em grande parte damaneira como o tutor orienta a matria. Se ele o faz desleixadamente, isso certamentevai refletir na avaliao do aluno (a nota ser ruim, podendo at no ser aprovado).Mas, por outro lado, se o tutor cumpre a sua tarefa com esmero e dedicao,orientando corretamente a matria, indo sempre alm daquilo que est no fascculo, o

    aluno, por mais relapso que seja, vai acabar correspondendo.A interao entre aluno e tutor essencial no processo de ensino-aprendizagem.

    Quanto mais uma parte entender a outra, melhor ser o resultado dessa relao. Para isso importante que o tutor saiba incentivar o aluno a ter um interesse contnuo nas tarefas,atividades e contedos recebidos por ele. O estmulo a esse interesse, a ajuda na aplicao doque se aprende, bem como aconselhamento, apoio e incentivo, so tipos de interao que otutor pode promover, de tal forma que o aluno aprenda tambm com a experincia do tutor.Isso ocorre diferentemente em cada situao, j que cada tutor tem sua personalidade,filosofia e fatores organizacionais que o influenciem, alm do aluno, que tambm influenciado por fatores situacionais, conhecimentos e experincias sobre determinadaassunto (MOORE; KEARSLEY, 2007).Na fala do tutor D1:

    Entendo que cabe ao tutor, seja ele, presencial ou a distncia, participar do processode aprendizado do aluno. Acredito que essas atividades precisam ser realizadas em umambiente de envolvimento e proximidade com o aluno que vai alm de um binmiopergunta e resposta. O tutor precisa estar realmente preocupado com o desempenho esucesso do graduando. Mas esse processo conjunto e depende do empenho de todasas partes. O tutor precisa saber se articular para apaziguar eventuais conflitos entreespecialista e aluno sem se posicionar em parte alguma. O que no significa que eledeva se furtar discusso acadmica, ao embate de idias e crtica.

    O tutor precisa ajudar o aluno na sua ansiedade e expectativa em relao ao curso distncia, j que ele o contato direto do aluno com a instituio. Moore e Kearsley (2007)defendem que conhecendo essa ansiedade, uma das primeiras responsabilidades do instrutor

    consiste em tentar diminuir o nvel de tenso. Segundo os mesmos autores, um bom serviode aconselhamento e orientao, logo no incio do curso, pode evitar problemas. Sabe-se quenos cursos distncia o ndice de desistncia alto no incio, incentivado pelo fator

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    motivacional. Muitos alunos aps certo perodo longe dos estudos decidem, por diversasrazes, voltar a estudar. No entanto, ao se deparar com desafios prprios da metodologia EaD,o aluno perde a motivao inicial, desistindo prematuramente. O tutor D17 resumeexatamente essa idia ao escrever:

    Muitos chegaram at ns como crianas assustadas e com vontade de desistir, vindode uma histria de educao completamente tradicional, arcaica e dominadora em queo professor era um mero transmissor de conhecimento. O envolvimento faz parte deum trabalho em que ficamos muito prximos destes alunos, at as salas de orientaonos proporcionam esta aproximao. Acredito que se no houver aproximao, no haprendizagem, seja o aluno criana ou adulto.

    Categoria 4: Dificuldade de AdaptaoConforme j visto, a educao a distncia pressupe um novo paradigma de ensino.

    No existe mais uma diviso em que professores, detentores de conhecimentos e verdades,ensinam alunos passivos, meros receptores de informaes. Tambm no se pode maisenquadrar o ensino no tempo e espao restritos da sala de aula. Na EaD, o tempo e o espao

    so os alunos que fazem. A capacidade de adaptar-se ao novo inerente ao ser humano, masmuitos ainda sentem dificuldade em trabalhar nessa nova metodologia depois de muitos anosde ensino tradicional. Cada uma dessas duas vertentes est descrita nas subcategorias a seguir:

    Parceria e Dependnciae Tempo e Espao.

    Subcategoria 4.1: Parceria e DependnciaEnquadram-se nessa subcategoria falas sobre as parcerias no processo de ensino

    aprendizagem em contraponto dependncia de alunos em relao aos tutores e dos tutoresem relao aos especialistas. Sobre a metodologia de ensino a distncia em contraposio metodologia de ensino tradicional. Para Rosini (2007) o paradigma tradicional do aprendizado

    parte do pressuposto de que a relao ensino/aprendizagem deve ser dada a partir de um

    sujeito passivo e espectador do mundo. Os padres de ensino so predeterminados de modolinear, sequencial, sendo que os planos de implementao de metodologias no levam emconta a dinmica de transmisso de informao e as mudanas em conceitos e verdadescientficas.

    Freire (1977, p.68) muito falou sobre o paradigma tradicional de ensino-aprendizado,o que chamou de concepo bancria de educao. Nessa concepo,

    o educador o que educa; os educandos, os que so educados; o educador o quesabe; os educandos, os que no sabem; o educador o que pensa; os educandos, ospensados; o educador o que diz a palavra; os educandos, os que a escutamdocilmente; o educador o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador o que opta e prescreve sua opo; os educandos os que seguem a prescrio; o

    educador o que atua; os educandos, os que tm a iluso de que atuam; o educadorescolhe o contedo programtico; os educandos se acomodam a ele; o educadoridentifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opeantagonicamente liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se s determinaesdaquele; o educador, finalmente, o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.

    O paradigma tradicional de educao est enraizado na relao dos alunos com ostutores, o que pode ser percebido na fala do tutor A1: Os alunos colocam na cabea que eu

    sou professora e que tenho que passar o contedo. Na verdade eles sentem o curso como sefosse presencial s que de quinze em quinze dias. O tutor A3 afirma: na verdade elesesperam que o orientador d a frmula do conhecimento e o aluno A5 destaca: Osorientadores acadmicos so muito bons, mas dos trs ltimos destaco o orientador C. Os

    orientadores A e B motivam o conhecimento. Mas o orientador C conhecedor da disciplina. show porque d aulas. No porque motiva.

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    O tutor D9 complementa:hoje, mesmo na EaD, os alunos querem um professor quelhes d tudo pronto, respostas prontas e isso tm dificultado as orientaes. Estoacomodados com a estrutura presencial que tambm deveria ser de despertar as pessoas

    para a busca do conhecimento. Essa dificuldade no apenas dos alunos, como vemos na

    fala do tutor D8: a maior dificuldade que encontrei foi a respeito da funo do tutorpresencial, pois estava acostumado a dar aulas.Usando uma expresso de Borba, Malheiros e Zulatto (2007), o professor precisa

    preparar-se para professorar em EaD. Em lugar de meramente ensinar, precisar aprender adisponibilizar mltiplas experincias e expresses, alm de montar conexes em rede que

    permitam mltiplas ocorrncias. Em lugar de meramente transmitir, ser um formulador deproblemas, provocador de situaes, arquiteto de percursos, mobilizador da experincia doconhecimento.

    O orientador A1 afirma: todos querem um professor. At mesmo o orientador temdificuldade de conduzir suas atividades com autonomia, Precisamos que o especialista estejamais prximo, tamanha a nossa dependncia.A educao a distncia enfatiza a autonomia e

    a pesquisa, bem como a cooperao de pessoas envolvidas no processo de construo doconhecimento. O aluno A9 mostrou ter entendimento da metodologia EaD:

    A qualidade maior do orientador acadmico ter conscincia do seu papel. Ele no oprofessor da matria, mas o debatedor. No pode ser o indicador da resposta. Tem quese mostrar disponvel, no s no planto, mas a todo o momento. Por exemplo,sugerindo sites, revistas, materiais, filmes etc. que se relacionam com o contedoabordado.

    Segundo Machado e Machado (2004) h uma tendncia em se reproduzirmetodologias presenciais na educao a distncia, o que pode ser percebido na fala do tutorC4:

    No vejo necessidade de CDROM, filmes, at mesmo porque a prova vinculada sapostilas e se a gente dispuser de muitos recursos para o contedo que ns temos e otempo que nos temos de orientao, eu acho que seria invivel. O recurso que nstemos, internet e apostila, so suficientes principalmente por causa do tempo que nstemos de orientao e se surge uma determinada discusso em sala aquilo tudo pode tetomar o restante da aula e se voc for entrar em determinado tipo de discusso comodebate poder no dar conta de passar todo o contedo, sendo assim os recursos que agente tem so suficientes.

    Essa nova modalidade de ensino deve ser diferenciada, fugindo dos padres de ensinopresencial. No entanto no um processo to simples, apesar da difuso tecnolgicavivenciada atualmente. Segundo Maia e Meirelles (2005), deve-se destacar que a EaD no setrata de uma simples transferncia dos recursos, ambientes e metodologias do modelo de

    ensino presencial para um novo modelo.A estreita ligao entre os tutores apontada como frmula de sucesso. Um tutor

    ajuda o outro, completa o outro, e isso garante maior agilidade e sucesso na mediao entreos alunos e a disciplinas(tutor D12).

    A parceria orientador-orientando na orientao acadmica um elemento fundamentalde motivao pela conquista da autonomia. Entretanto, essa parceira pode gerar dependncia,cumplicidade, laos afetivos exagerados ou desequilibrados. Essa dependncia tambm podeser desenvolvida em relao aos professores especialistas. Os tutores incorporam ainsegurana dos alunos e culpam os especialistas pela situao, minimizando a sua

    participao e responsabilidade no processo (CERCATO, 2006). Essa relao de dependnciapode ser percebida nas falas dos tutores a seguir:

    Apesar de ter um bom domnio e experincia com algumas disciplinas comoMatemtica Financeira e Planejamento, no sinto segurana para assumir a

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    responsabilidade. Acredito que a figura do professor especialista essencial para obom desenvolvimento da disciplina e aprendizado dos alunos (tutor D12).

    O tutor D16 afirma:

    Gosto de trabalhar com modelos e tcnicas, sinto falta de uma instruo de como

    conduzir as orientaes. Tambm gostaria que houvesse orientao especfica para otutor, detalhando quais os principais pontos a serem abordados, instrues sobre aresoluo dos exerccios, etc.

    O tutor no contesta o contedo sugerido pelo professor apesar de no concordar. Oprofessor manda, ele obedece. Restringe-se a treinar o aluno para a prova. Na fala do tutorA1: Eu senti as provas muito engessadas no sentido de coloc-los para pensar. No sei atque ponto era a proposta do especialista, porque ele que elabora a prova e no cabe a mimdiscutir. O tutor sente-se inseguro sem ter o comando do professor especialista na hora emque ele deve tomar as rdeas do processo. Na fala do tutor C3 isso tambm aparece:

    Nem o professor A e nem professor B foram especficos nas orientaes

    metodolgicas para o trabalho em grupo de estudos. Eles se focaram no contedo,porm no nos orientaram qual a melhor forma de trabalhar esses contedos duranteas orientaes. Os aspectos metodolgicos ficam a critrio dos orientadoresjuntamente com o apoio pedaggico. Sugiro que os especialistas participem doMoodle tirando dvidas dos tutores e dos alunos. Assim seria diminuda a distnciaentre todos e as respostas seriam confiveis. O apoio do professor da disciplina seriafundamental para construirmos um ensino de qualidade.

    Somente o especialista confivel? Somente o especialista traz qualidade? O prpriotutor no sabe o que fazer se no tiver aulas. No se sente capaz de orientar a disciplina eespera aulas do professor. O tutor C13 afirma:

    A maioria dos professores especialistas s comentava o que deveramos focalizar maiscom os alunos. O ideal seria que fizessem igual o especialista de Economia, que

    montou videoaulas que nos fez relembrar o contedo por ns orientadores j estudado.Fica difcil orientar uma determinada disciplina que estudei h seis anos e no praticono dia-a-dia.

    Na fala acima se percebe a mesma atitude passiva dos alunos em alguns tutores. Para otutor a distncia D4, a funo do tutor parece ter menos importncia que a do especialista:

    Acho fundamental ter um professor especialista. Tutor e professor especialista tmfunes diferentes e que se complementam. Porm, se uma dessas figuras deve sair decena numa disciplina, acho que tem que ser o tutor e no o professor especialista. Essedeveria agregar as duas funes, se fosse necessrio.

    O mesmo defendido pelo tutor D22:

    O professor especialista uma figura extremamente importante, pois ele que denfoque de cada disciplina. Ele que direciona o tutor para o objetivo de cada contedo.Ele tem o domnio da matria e o que nos dar o suporte para quaisquer dvidas queos alunos tenham.

    Subcategoria 4.1: Tempo e EspaoPara Rurato (2008), o aluno da EaD tem o propsito de ter educao a qualquer hora,

    em qualquer lugar, levando as instituies de ensino a se desdobrarem para atender essaexpectativa. Falas que remetem a tempo e espao de aprendizado foram enquadrados nessasubcategoria. Apesar da tendncia atual utilizao de recursos tecnolgicos na educao, na

    prtica a realidade um pouco diferente. Na hora de alinhar a teoria prtica, as dificuldadessurgem. Dentre as dificuldades citadas por alunos e tutores, a mais recorrente a dificuldade

    de adaptao metodologia EaD.O orientador A2 acredita que os encontros presenciais so omomento de conduo do aluno em direo a um contedo que lhe ser cobrado:

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    Infelizmente ns somos obrigados a ser conteudistas, principalmente por causa dofator tempo, que os encontros quinzenais so de uma hora e meia a conta deconduzir o contedo que esta sendo pedido. difcil achar tempo para discutirmos emsala de aula.

    Segundo Neder (2000), a orientao acadmica compreendida como um doselementos do processo educativo que possibilita a (res)significao da educao a distncia,principalmente em termos de possibilitar, em razo de suas caractersticas, o rompimento danoo de tempo/espao da escola tradicional. Entretanto, a adaptao s novas possibilidadesde interao uma dificuldade apontada pelos tutores: Por mais que a gente tente incentiv-los a usar o Ambiente Virtual de Aprendizagem, os alunos preferem os meios convencionais(orientador A2).

    Na fala do aluno A4 a seguir, percebe-se que ele acredita que o conhecimento s seconstri em um determinado lugar fsico institucionalizado e com uma outra pessoa presente:A desvantagem da EaD que me sinto um pouco abandonado em relao s dvidas e aos

    problemas que voc tem e no consegue tirar, porque no estamos sempre no local e por

    mais que seja por e-mail voc s pode tirar, quando se tem o contato direto com tutor. Essemesmo aluno tem dificuldade de adaptar-se ao processo de escola sem muros e sem apresena fsica do professor:

    Bem eu nunca procurei esses tutores a distncia, entrei alguma vez na plataforma, porfalta de tempo e pela comodidade. Eu sei que deveria tirar algumas dvidas com eles,mas, eu preferia discutir com os prprios tutores do cre@ad, pode ser at uma questode comodismo da minha parte.

    Outra fala ilustra a dificuldade de adaptao ao aprendizado desconectado do espaofsico.

    No inicio do curso era mais fcil, mais tranqilo. Esse ano est mais apertado. Por issovenho ao cre@ad quase todos os dias de segunda a quinta-feira. Prefiro tirar dvidas

    com tutor presencial acadmico, no ambiente virtual eu tenho como tirar dvidas, masprefiro ir at o cre@ad para encontrar como o tutor (Aluno A5).

    Para alguns tutores, estar prximo fisicamente diferente de estar prximovirtualmente. o aluno considera o tutor como parceiro no caminho aprendizagem, oenvolvimento emocional acontece por vrios aspectos, dentre eles destaca-se ser o tutor onico/principal representante da Universidade prximo a eles (tutor D11). Tambm paraalguns tutores, a distncia fsica ainda percebida como dificuldade.A minha sugesto que

    fossemos apresentados aos especialistas pessoalmente, para que houvesse uma maiorinterao entre todos e desta forma tornar mais humana nossa forma de trabalho(tutor B3).

    Consideraes Finais

    Quando se pensa na funo do professor, o modelo que se tem internalizado a dequem ensina, quem explica, quem sabe, quem proporciona todas as condies para que oconhecimento seja assimilado e construdo. Essa imagem tende a ser erroneamenteincorporada na imagem do orientador acadmico.

    O orientador acadmico idealizado a pessoa que vai ser responsvel pela motivaodo aluno na busca da construo do conhecimento por meio da pesquisa e da experimentao.A funo de orientao acadmica ainda est sendo construda, est em busca de umaidentidade, de reconhecimento e valorizao. Para isso importante que prticas sejamavaliadas e resultados sejam disseminados.

    Da anlise das entrevistas com alunos e orientadores do curso de Administrao da

    UFES, foi possvel perceber que o orientador acadmico deve investir na sua formao. Noapenas no aprofundamento da compreenso dos assuntos que orienta, mas tambm noaprendizado constante sobre estratgias didticas que auxiliem o aluno a adquirir autonomiana busca do conhecimento, confiana na sua capacidade de aprender e vontade de aprender.

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    Isso potencializado quando o orientador busca o compartilhamento de experincias comoutros orientadores, uma vez que a metodologia nova e os aprendizados recentes ainda noesto totalmente sistematizados.

    Ser orientador acadmico complexo e desafiador, pois para a execuo de suas

    funes necessrio saber ouvir, saber conduzir dilogos respeitando as diferenas, sabermotivar, saber questionar, saber aconselhar, saber avaliar e criticar. A relao de afetividadeestabelecida entre orientadores e orientandos cria vnculos importantes que passam a ser parterelevante do processo de educao, tornando-o mais construtivo, criativo e comprometido.

    Para isso, o orientador precisa de tempo, dedicao, envolvimento e compreenso doseu papel e do papel dos demais participantes da rede que a base da EaD. Precisa dedinamismo e flexibilidade, ter vontade de aprender de forma contnua e colaborativa comalunos, professores e demais orientadores. Precisa querer se qualificar para exercer comcompetncia essa nova e ainda pouco compreendida funo. Cercato (2006) sugere acomparao do orientador com a figura do malabarista, um equilibrista das exigncias do

    projeto pedaggico, do professor especialista, dos alunos e da coordenao. Nesse processo

    ele pode errar ou acertar, uma vez que nem sempre tem formao nem experincia adequadasa enfrentar tantos desafios. Tambm precisa de apoio psicolgico e pedaggico que o auxilietratar com essa vastido de situaes que o sobrecarregam. Esse apoio dever ser buscadocom o professor especialista, a coordenao do plo, a coordenao do curso e, quandohouver, a coordenao pedaggica ou de tutoria.

    A dificuldade em adaptar-se ao novo capaz de influenciar o desenvolvimento maiseficiente do curso de Administrao EaD oferecido pela UFES. Compreendendo estasinterferncias, vislumbram-se as possibilidades de intervir no processo em seu aspectocultural e pragmtico, a fim colaborar no aprimoramento do curso e da modalidade. Para queseja possvel a implementao da orientao acadmica conforme preconizado e de certaforma idealizado na teoria, necessrio muito dilogo e compreenso da dimenso inovadorada educao a distncia, para que seja possvel a superao de hbitos adquiridos por alunos,tutores e professores nos seus processos de formao na educao tradicional.

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