entrevista marco freitas
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UNIVERSIDADE ABERTA
UNIVERSIDADE ABERTA – MESTRADO EM PEDAGOGIA DO ELEARNING’04
UNIDADE CURRICULAR: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO EM CONTEXTOS ONLINE
Docente: Professora Doutora Alda Pereira
Aluno: Marco Freitas
Março de 2011
AS REDES SOCIAIS ONLINE EM CONTEXTO EDUCATIVO
Realização duma e-entrevista e sua análise
(Fonte da imagem: http://media.focus.com/images/uploaded/generic/social-networks/socialnetworks.jpg)
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ÍNDICE
Introdução ........................................................................................................ 2
Preparação da entrevista
Estrutura da entrevista ............................................................................ 3
Selecção e identificação do informante .................................................... 3
Contacto com o informante e agendamento da entrevista ....................... 5
Ferramenta digital utilizada na recolha de dados
Ferramenta síncrona: Skype .................................................................... 8
Material utilizado na entrevista
Guião da entrevista .................................................................................. 10
Transcrição da e-entrevista .............................................................................. 12
Análise da e-entrevista
Grelha ................................................................................................... 20
Considerações sobre a entrevista ........................................................... 27
Limitações da técnica usada e/ou limitações sentidas pelo entrevistador ........ 29
Referências bibliográficas ................................................................................ 31
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I. Introdução
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito duma actividade individual da unidade curricular
de Metodologia de Investigação em Contexto Online, do Mestrado de Pedagogia em e-
Learning, na Universidade Aberta [ http://www.uab.pt/ ] e trata-se da reflexão sobre uma
prática de pesquisa qualitativa específica e análise duma entrevista de natureza semi-
estruturada realizada na modalidade online, tendo sido seleccionado um informante para a
recolha de dados sob a temática “utilização das redes sociais em contexto educativo”.
O objectivo deste estudo foi recolher informação duma população específica, neste caso,
professores do ensino básico e/ou secundário – o que pensam sobre as redes sociais online;
como vêem a sua participação numa rede social; que expectativas têm sobre a sua utilização
no ensino –, mas não garantir uma representatividade desta população, nem construir
hipóteses de análise ou, ainda, apresentar resultados. Tendo em conta as razões especiais
relacionadas com os propósitos da unidade curricular acima referida, não se extraiu uma
amostra daquela população e recolheu-se informação junto dum informante apenas.
Enquanto tarefa de investigação, a entrevista exige um planeamento cuidadoso. Por isso,
independentemente do tipo de entrevista a realizar, o investigador deve considerar alguns
aspectos aquando da sua utilização.
Assim, o investigador seleccionou uma professora do ensino secundário que recorresse às
redes sociais online na sua prática profissional, informou-lhe por email quais eram os
objectivos do estudo e que se pretendia, respeitando os aspectos éticos convencionados para
este tipo de pesquisa (confidencialidade), realizar uma entrevista online de natureza semi-
estruturada para recolher testemunhos das suas experiências na utilização das redes sociais
em contexto educativo. Tendo a professora mostrado interesse por esta temática e dado o seu
consentimento, o investigador combinou a data e o instrumento tecnológico a utilizar para
realizar a entrevista na modalidade online, preparou um guião dividido em três áreas
temáticas, como forma de orientar a entrevista, e remeteu-lho para sua apreciação. A
entrevista foi realizada na forma escrita com recurso à ferramenta síncrona Skype
[www.skype.com], durante 90 minutos.
A utilização da entrevista como técnica de recolha de informação, neste caso, de natureza
semi-estruturada, teve a vantagem de, permitindo uma organização flexível e ampliação dos
questionamentos à medida que as informações vão sendo dadas, aceder a uma quantidade de
informação útil e de aprofundar os aspectos menos claros dados nas respostas do informante
(Cohen et all., 2000; Duarte, 2004). No entanto, esta prática de pesquisa teve também
algumas limitações, que estão identificadas mais adiante neste trabalho.
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II. Preparação da e-entrevista
A. Estrutura da entrevista
A preparação desta e-entrevista começou pela releitura de bibliografia específica (técnicas de
investigação e de análise de dados) e pela elaboração dum guião (ver abaixo o tópico Material
Usado) que visava formular as perguntas da entrevista de natureza semi-estruturada
(direccionada por um roteiro previamente elaborado, composto geralmente por questões
abertas) e ajudar a esclarecer com mais pormenor junto do informante quais os
conhecimentos e experiências que seriam recolhidos e os objectivos deste estudo.
Antes da entrevista, este guião foi colocado à consideração do informante, a fim de fomentar
uma relação de confiança entre os intervenientes e averiguar se a ordem e conteúdo das
perguntas estavam adequados ou se havia alguma questão que devia ser reformulada, e era
composto por quatro partes:
- Identificação do informante (dados pessoais e profissionais);
- Nível de conhecimento e participação do(a) entrevistado(a) em redes sociais
- Perspectiva crítica do(a) entrevistado(a) sobre as redes sociais;
- Expectativas do entrevistado(a) sobre a utilização das redes sociais no ensino.
B. Selecção e identificação do informante
(dados pré-entrevista)
O investigador participou na Conferência Online de Informática Educacional - COIED
[http://www.coied.com/início.aspx] (ver abaixo uma imagem da página inicial do portal na
Internet), uma iniciativa realizada online entre os dias 7 e 19 de Fevereiro do corrente ano e
dedicada à optimização das TIC no contexto do desenvolvimento profissional dos professores
e outros agentes educativos, organizada por estudantes do Mestrado em Ciências da
Educação - especialização em Informática Educacional, da Universidade Católica Portuguesa.
Alguns professores participantes nesta conferência informaram que já tinham utilizado, ou
que continuam a fazê-lo de forma eficaz, as redes sociais em contexto educativo. Assim, o
investigador considerou estar perante um grupo privilegiado de informantes e tomou a
iniciativa de convidar, entre aqueles participantes, alguns professores que se enquadravam
no perfil. Isto é, um professor do ensino básico ou secundário. Foram informados por email
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da temática e objectivos do estudo, tendo três professores aceitado realizar a entrevista na
modalidade online.
Assim, a professora seleccionada, cuja entrevista é objecto da análise desenvolvida neste
trabalho, tem o seguinte perfil:
Idade: Entre 35 e 45 anos
Habilitações Literárias: Licenciatura em Biologia, pós-graduação em Ciências do
Ambiente.
Grupo de Recrutamento: 520
Disciplinas que lecciona: Biologia/Geologia (11.º) e Biologia (12.º)
Anos de serviço docente: Entre 16 e 25
Portal na Internet da COIED:
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C. Contacto com o informante e agendamento da entrevista
Uma vez que os participantes inscritos na COEID apenas revelaram o seu nome, foi
necessário pedir junto dos organizadores desta conferência o contacto da professora acima
referida. Depois de a professora ter autorizado que fosse indicado o seu email e manifestado
o seu interesse em colaborar neste estudo, foram trocadas mensagens através do Facebook
[www.facebook.com] e do Gmail [www.mail.google.com] para prestar esclarecimentos, dar
conhecimento da temática e objectivos da entrevista, seleccionar o instrumento para a
recolha de dados e agendar a data da entrevista.
As mensagens principais foram as seguintes:
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Quando não havia dúvidas que estava seleccionado o informante, foi enviado ao informante
por email o guião da entrevista, esclarecendo que se pretendia colocar para sua apreciação as
perguntas elaboradas e que era possível reformular, se necessário, alguma pergunta.
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Finalmente, foi pedido que os dados pessoais e profissionais referidos na primeira parte do
guião (quadro descritivo do informante) fossem indicados por email antes da entrevista.
Tendo um conhecimento prévio destes dados, o investigador foi capaz de adequar as
perguntas constantes do guião ou pensar em novas perguntas que recolheram informação
mais precisa ou complementar relacionada com as experiências e conhecimentos do
informante seleccionado.
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III. Ferramenta utilizada na recolha de dados
Ferramenta síncrona: Skype
As ferramentas digitais disponíveis online que permitem desenvolver encontros síncronos,
nas várias modalidades possíveis, tais como texto escrito, áudio ou vídeo, revelaram-se muito
eficazes como suporte de conversas entre dois ou mais intervenientes (Bartolomé, 2008;
Davies et al. 2008; Recuero, 2009). A ferramenta síncrona online escolhida para realizar a
entrevista analisada neste trabalho foi o Skype [http://www.skype.com ], na sua versão de
sala de conversação por escrito (chat), porque o investigador e o informante estavam
familiarizados com a sua utilização. Por razões do tempo reservado para o trabalho desta
investigação, a opção foi realizar uma entrevista na forma escrita, tendo em conta que a
transcrição da entrevista seria objecto de análise.
Mas houve outras razões que justificam esta escolha, tais como:
os participantes possuíam as condições técnicas para usufruir da interactividade no
decorrer da conversa (computador, ligação à Internet e conta de utilizador no Skype);
a flexibilidade temporal e espacial (para não provocar qualquer inconveniente neste
âmbito à entrevistada, foi-lhe dada à escolha a hora do encontro e a hipótese de a
entrevista ser interrompida e retomada mais tarde);
os custos reduzidos (o informante não teve que comprar a aplicação do Skype, tendo
apenas custos pela utilização da linha de Internet);
possibilidade de comunicação privada (baseada num modelo de “um-para-um”),
rápida (formulação de questões claras e breves, colocação de dúvidas e prestação de
esclarecimentos) e espontânea (o texto escrito numa sala de conversação em situação
síncrona pode também criar um ambiente natural próprio duma conversa face-a-
face);
as ferramentas síncronas favorecem a imersão na comunicação (à falta de meios de
comunicação não-verbal, é possível criar saudações personalizadas, com recurso à
pontuação e emoticons);
elaboração de texto escrito;
gravação e arquivo do texto escrito.
O investigador teve o cuidado de averiguar se as ferramentas que propunha (suporte de salas
de conversação ou chat) não exigiam novos conhecimentos por parte do informante. O
conforto e segurança no manuseio da ferramenta seleccionada foram factores importantes
tidos em conta para garantir o sucesso da entrevista. Embora o seu manuseio seja intuitivo,
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este tipo de tecnologia exigiu que os intervenientes fossem capazes de a controlar sem
dificuldades para que estivessem concentrados e envolvidos pelo decorrer da entrevista. A
interacção entre os intervenientes numa sala de chat deve surgir naturalmente e, enquanto
diálogo informal (entrevista semi-estruturada), a confiança torna-se necessária para
construir uma conversa interessante (Anderson et al., 2003; Recuero, 2009; Salmon, 2004).
As conversas (neste caso, uma entrevista) realizadas na modalidade síncrona com recurso ao
texto escrito são mais lentas do que no formato áudio ou vídeo. Isso acontece porque a troca
de perguntas e respostas são influenciadas pela leitura, reflexão e capacidades de escrita no
computador por parte do entrevistado.
No entanto, o tempo gasto durante a entrevista, sessão que foi agendada dentro da
disponibilidade da entrevistada, foi recuperado quer durante a entrevista, quer quando a
mesma foi posteriormente transcrita.
No primeiro caso, as perguntas previamente formuladas no guião da entrevista foram
rapidamente transpostas para a janela da sala de conversação. Redigir novas perguntas é que
ocupou grande parte do tempo do entrevistador. No segundo caso, a conversa arquivada no
repositório da ferramenta foi transposta facilmente para um documento Word. Ambas as
operações foram feitas do mesmo modo (copiar-colar). Como sabemos, as novas tecnologias
têm vantagens, nomeadamente, o sistema informático tem a funcionalidade de copiar-se
determinado texto e transpô-lo para outro documento. Por sua vez, foi útil a
interoperacionalidade das várias aplicações informáticas, neste caso, entre o Skype
(ferramenta síncrona) e o Windows (sistema operativo com aplicações de texto).
Portal do Skype:
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IV. Material usado na entrevista
Guião da entrevista
1. Perfil pessoal e profissional do(a) entrevistado(a)
1.1 Sexo :
Masculino □ Feminino □
1.2 Idade:
Menos de 35 anos □ Entre 35 e 45 anos □ Entre 46 e 55 □ Mais de 55 anos □
1.3 Habilitações Literárias ___________________________________________
1.4 Grupo de Recrutamento _________________________________________
1.5 Disciplina(s) que lecciona ________________________________________
1.6 Anos de serviço docente: Menos de 5 Entre 5 e 15 Entre 16 e 25
1.7 Como é que desenvolveu os conhecimentos sobre as novas tecnologias da informação?
1.8 Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se sim, quais são os
recursos que utiliza e com que objectivos?
2. Nível de conhecimento e participação do(a) entrevistado(a) em redes sociais
2.1 Existem na Internet várias redes sociais que se tornaram populares em quase todo os
continentes. Quais são os sites que conhece na seguinte lista?
MySpace
YouTube
Flickr
Outro (por favor, especificar)
2.2 Refira, se souber, qual o principal objectivo de cada uma das redes sociais que indicou
anteriormente.
2.3 Encontra-se inscrito(a) em alguma rede social? Se sim, indique qual(is) o(s) site(s) que
utiliza mais vezes.
2.4 Qual é a frequência de participação nessa rede social?
várias vezes por dia
uma vez por dia
uma vez por semana
uma vez por mês
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2.5 Que actividades desenvolve nessa rede social?
2.6 Se a resposta à questão 2.3 for negativa, indique-nos quais são as razões por que não se
encontra inscrito(a) ou por que não utiliza as redes sociais.
2.7 E ainda (se a resposta à questão 2.3 for negativa) pensa inscrever-se um dia numa rede
social online?
Sim. Não
3. Perspectiva crítica do(a) entrevistado(a) sobre as redes sociais
3.1 Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?
3.2 Quais são as implicações pedagógicas das redes sociais nas relações entre professor e
aluno? (Exemplo: possibilidades de interacção; espaço de aprendizagem; tipos de
actividades passíveis de serem desenvolvidas: fonte de informação; pesquisa de
material e recursos.)
3.3 Quais foram as potencialidades pedagógicas observadas na interacção entre os
estudantes?
3.4 Quais foram as actividades fomentadas?
3.5 Houve alguma participação de familiares nas redes sociais? Quais foram as relações
reais entre pais e filhos?
4. Expectativas do entrevistado(a) sobre a utilização das redes sociais no ensino
4.1 Reconhece que as redes sociais podem ser utilizadas em contexto educativo?
4.2 Nesse contexto, quais são os contributos fornecidos pelas redes sociais?
4.3 Considera que as redes sociais influenciam a prática pedagógica dos professores? De
que modo isso acontece?
4.4 Pensa que a utilização das redes sociais em contexto educativo traz benefícios à
aprendizagem dos alunos? Pode dar alguns exemplos?
4.5 Refira 2 vantagens e 2 problemas relacionados com a utilização de redes sociais no
ensino.
Obrigado!
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V. Transcrição da e-entrevista
Contexto
Data da entrevista: 2010-03-03
Tipo de entrevista: online por escrito
Local da entrevista: Skype (ferramenta síncrona)
Período da entrevista: 18h00-19h30.
Duração da entrevista: 90 minutos
Entrevistador: Marco Freitas
Informante: Professora do ensino secundário nas disciplinas de Biologia e Geologia
Transcrição
Marco Freitas diz: Boa tarde!
Gostava de agradecer-lhe a sua disponibilidade em conceder-me esta entrevista.
PM diz: Boa tarde.
Marco Freitas diz: Espero que as minhas perguntas sejam um contributo para a sua
percepção sobre a temática que vamos desenvolver um pouco e que possam ampliar o seu
interesse pelas redes sociais em contexto educativo.
Como informei antes, esta entrevista será feita de forma escrita e o tempo previsto é de 60
minutos. Mas se for preciso, podemos interromper e retomar esta conversa mais tarde ou
noutro dia.
Uma vez que já tem conhecimento dos objectivos e temática relativos a esta entrevista e se
identificou nos emails que anteriormente trocámos, penso que podemos começar.
Está pronta?
PM diz: Sim.
Marco Freitas diz: Muito bem.
1. Como é que desenvolveu os conhecimentos sobre as novas tecnologias da informação?
PM diz: A maioria como autodidacta, outras através de acções de formação.
Marco Freitas diz: 2. Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se
sim, quais são os recursos que utiliza e com que objectivos?
PM diz: Utilizo várias. O quadro interactivo em contexto de sala de aula como auxiliar de
aprendizagem em variadas vertentes.
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LMS (Moodle) com a turma de 11º é a base de apoio à disciplina com recursos, testes, lições,
ligações a páginas, entrega de trabalhos, chat para aulas de dúvidas, fóruns, etc.
Facebook em associação com wikispaces – 12º ano com o objectivo de desenvolver nos alunos
várias competências, entre elas, a aprendizagem colaborativa.
Relativamente ao chat eu só uso o Skype no modo vídeo. Uso com os alunos o chat do Moodle
que arquiva automaticamente o histórico. No Facebook (como não descobri como arquivar o
chat do grupo) faço printscreen das conversas (sei que não soa assim muito bem).
Marco Freitas diz: Queria que falássemos agora das redes sociais online. Aliás, já
mencionou uma.
3. Existem na Internet várias redes sociais que se tornaram populares em quase todos os
continentes.
a) Quais são os sites que conhece na seguinte lista?
Facebook; MySpace; LinkedIn; Twitter; YouTube; Flickr
PM diz: Conheço todos.
Marco Freitas diz: b) Se conhece outro que queira indicar, pode fazê-lo.
PM diz: O Ning e o Diigo.
Marco Freitas diz: Sim, esses sites estão a tornar-se populares e permitem criar
comunidades online específicas.
4. Refira, se souber, qual o principal objectivo de cada uma das redes sociais que disse
conhecer.
PM diz: O Facebook e o Myspace, pelo menos originariamente, destinavam-se à socialização.
O Linkedin era para contactos académicos e profissionais. O Twiter é para microbloging. O
youtude é para partilha de vídeos. O Flickr é partilha de fotos. O Ning oferece várias redes
com interesses educativos (comunidades de prática). Por fim, o Diigo é social bookmarking.
Marco Freitas diz: Penso que esses objectivos correspondem e que, talvez, se
complementem entre si.
5. Encontra-se inscrita em alguma rede social?
PM diz: Várias, embora use regularmente o Facebook, o Ning e o Diigo.
Marco Freitas diz: Verifico que utiliza vários sites. Penso que pode responder ao seguinte:
6. Qual é a frequência de participação nessas redes sociais?
Várias vezes por dia; uma vez por dia; uma vez por semana ou uma vez por mês?
PM diz: No Facebook várias vezes por dia, no Ning e no Diigo, em média, uma vez por dia e
noutras semanalmente.
Marco Freitas diz: 6.1 - Tem motivos diferentes para visitar os três sites referidos?
PM diz: Sim. O Facebook, porque uso com os alunos, e os outros estão relacionados com a
minha actividade profissional.
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Marco Freitas diz: Percebo que as actividades que procura desenvolver nesses espaços não
podem ser conseguidas da mesma forma, daí recorrer a redes diferentes.
7. Que actividades desenvolve nessas redes sociais?
PM diz: No Ning (comunidade Interactic 2) como elemento da rede, contribuindo com
materiais e participando nos fóruns dos vários grupos.
No Diigo, pertenço a vários grupos de partilha relacionados com várias temáticas.
No Facebook , sou um elemento de vários grupos temáticos relacionados com a minha área
disciplinar, com as TIC e outros.
No Facebook , administro a página para trabalhar com os alunos.
Marco Freitas diz: 7.1 - No caso do trabalho com os alunos, estes participaram todos? E foi
em momentos específicos ou ao longo do ano?
PM diz: Desde que a página foi criada, a participação é mais ou menos regular. Mas, tal
como na sala de aula, há sempre uns mais entusiasmados que outros. O professor também
tem de ajudar a manter a dinâmica, variando as estratégias e as propostas.
Marco Freitas diz: Então, na sua escola, a participação dos alunos na rede social criada no
Facebook é desenvolvida na sala de aula?
PM diz: Na minha escola, o suporte à aprendizagem é feito com a Moodle. O meu caso é
diferente, pois estes são meus alunos há três anos (a usar a Moodle). Como estão no 12º,
decidi experimentar uma abordagem diferente. É como apoio à componente presencial. Eles
usam o Facebook em casa ou na escola mas fora da sala de aula.
Marco Freitas diz: Percebi. Obrigado.
8. Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?
PM diz: As redes sociais têm múltiplas possibilidades que vão desde a simples interacção à
socialização e à partilha.
Marco Freitas diz: 8. 1 - Posso entender que tem uma opinião positiva?
PM diz: Sim, mas com ponderação...
Marco Freitas diz: Quer explicar um pouco a questão da ponderação? Imagino que se
refere à participação cautelosa dos alunos?
PM diz: Acho que o uso das redes em contexto de aprendizagem também deve servir para os
alunos aprenderem a usá-las sem correrem riscos ou, pelo menos, limitando os riscos.
Marco Freitas diz: Tem razão em pensar que a escola e, em especial, o professor poder ter
essa função junto dos seus alunos. Por vezes, receber informação pode não ser suficiente e
alguém mais experiente consegue prestar uma ajuda mais eficaz, relativamente à tomada de
comportamentos contra os riscos online.
PM diz: Ou pelos menos tomarem consciência dos riscos que a exposição pode trazer. Eles
são, por norma, muito confiantes e ingénuos.
Marco Freitas diz: Falou na utilização das redes sociais em contexto de aprendizagem.
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9. Quais são as implicações pedagógicas das redes sociais nas relações entre professor e
aluno?
PM diz: Facilita a interacção com o professor e aproxima o professor dos alunos em termos
relacionais. Torna os alunos mais responsáveis pela sua aprendizagem, o que altera o papel
do professor que se torna num moderador das discussões ou num orientador. Em vez de ser a
fonte de conhecimento, ele passa a ter um papel de validação.
Por outro lado, o professor vai entrar na intimidade e na área reservada dos alunos, o que
pode criar constrangimento e limitar a espontaneidade deles na relação com os outros. É
como se fossemos para a sala de convívio escutar as conversas do intervalo. Limitaria um
bocadinho os assuntos discutidos. :)
Marco Freitas diz: Posso perguntar se na sua prática de professora conseguiu esses bons
resultados com os seus alunos?
Quando pensei em convidá-la para esta entrevista, tive em conta a sua prática profissional
porque as experiências que pode contar serão um testemunho valioso para o meu estudo.
PM diz: Custou um bocadinho a entrar na filosofia de que o Facebook servia para aprender.
Mas neste momento, a maioria das ligações que são partilhadas na página são colocadas por
alunos e os comentários a essas partilhas são iguais os superiores, relativamente às minhas
partilhas.
Eles são muito críticos e opinativos. A disciplina de Biologia no 12.º ano tem muitos assuntos
actuais e polémicos propícios a este tipo de trabalho.
Marco Freitas diz: É verdade. Pensar numa rede social é, sobretudo, querer contactar com
outros e partilhar pensamentos e experiências pessoais. Mas é bom vermos que o Facebook já
decidiu criar ferramentas úteis para ser utilizadas em contexto educativo.
PM diz: A maioria das ferramentas são aplicações desenvolvidas por fontes externas mas
que podem ser integradas na página.
Marco Freitas diz: Exactamente. Agora gostava de saber o seguinte:
10. Quais foram as potencialidades pedagógicas observadas na interacção entre os
estudantes?
PM diz: Além de exporem as suas próprias perspectivas sobre os assuntos, os alunos vão,
através das interacções, percebendo as perspectivas dos outros e evoluindo nos seus
conhecimentos. Aumenta o sentido crítico e é desenvolvida a capacidade argumentativa.
Percebem que ao partilhar, por pouco que seja, estão a contribuir para o enriquecimento dos
conhecimentos do grupo e deles próprios.
Marco Freitas diz: 11. Certamente que, verificando essa participação dos alunos, pensou
em actividades de aprendizagem. Se sim, quais foram as actividades fomentadas?
PM diz: Fóruns de discussão baseados em notícias recentes, afirmações polémicas, etc.
Partilha de ligações com interesse para cada conteúdo que enriquecem o conteúdo ou
mostram uma abordagem diferente que, normalmente, gera a discussão.
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Pesquisa e construção conjunta de documentos, utilizando wikis.
Chat (aula de dúvidas).
Partilha de documentação própria do funcionamento de uma disciplina, fichas de trabalho,
elaboração de PPT, resumos, etc.
Simulações de processos biológicos complexos que não podem se r executados em laboratório
escolar.
Marco Freitas diz: Entendi bem se considerar que o Facebook, por exemplo, suportou
essas actividades com eficácia?
PM diz: Sim. A disciplina foi criada originariamente no site Grou, mas este teve muitos
problemas técnicos.
Marco Freitas diz: Pois... De facto, é interessante saber quais são os resultados atingidos
com o Facebook. Agora estou a pensar noutros possíveis intervenientes.
12. Houve alguma participação de familiares nessa rede social ou noutras que tenha
observado? Se sim, quais foram as relações reais entre pais e filhos?
PM diz: Nesta rede em particular, os pais não tiveram participação activa. Mas sei que
alguns sabem que os filhos estão no Facebook,sendo algumas vezes por causa da disciplina.
Acabam por espreitar o que se passa. Aqueles que pertencem à rede dos filhos apercebem-se
da actividade deles. Sei que alguns mostram aos pais as fotografias das visitas de estudo que
estão na página.
Marco Freitas diz: Os pais acompanham então as actividades que os filhos realizam no
Facebook e estes entusiasmam-se em mostrar-lhes os seus trabalhos. É curioso saber
também que os pais podem ser membros da mesma comunidade em que os alunos se
inscreveram.
PM diz: Directamente não, mas se forem "amigos" dos filhos, a actividade deles na página
aparece no feed de notícias do perfil dos pais.
Marco Freitas diz: Ah... Percebi. Obrigado.
Acho que já demonstrou, exemplificando com a sua prática profissional, que as redes sociais
podem ser utilizadas em contexto educativo.
13. Nesse contexto, quais são os contributos fornecidos pelas redes sociais?
PM diz: São uma realidade presente no quotidiano dos alunos. Não há como mudar isso e a
escola não pode marginalizar uma ferramenta poderosa. Tem de a usar em proveito da
aprendizagem, criando páginas para as disciplinas, grupos de discussão de temas, fazendo a
edição colaborativa de documentos, construindo flashcards, fazendo bookmarking colectivo
dos sites de referência para a disciplina. O limite é a imaginação... Se não os podemos vencer,
temos de nos juntar a eles. Ou trazê-los para o nosso lado.
Marco Freitas diz: Vejo que os contributos são muito positivos. Talvez o tempo ajudará à
administração escolar, em especial ao mais alto nível, a reconhecê-los.
14. Considera que as redes sociais influenciam a prática pedagógica dos professores? Se sim,
de que modo isso acontece?
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PM diz: Sim. Em comunidades de prática ou grupos com interesses comuns podem ser
partilhadas experiências, ferramentas, materiais entre os mais experientes e os menos
experientes. A partilha de experiências pode auxiliar na tomada de opções por determinadas
ferramentas em detrimento de outras. Embora timidamente, o caminho está a ser feito.
Marco Freitas diz: Uma vez que estamos já com uma hora usada nesta conversa, não sei se
quer fazer uma pausa?
PM diz: Por mim, podemos continuar.
Marco Freitas diz: Por mim, também. Estamos quase no fim. Obrigado.
14. 1 - Na sua escola, sabe se há outros professores que defendem esta prática?
PM diz: Infelizmente muito poucos. O actual modelo de avaliação é tudo menos favorável ao
espírito de trabalho colaborativo. O que é pena... pois a experiência dos outros pode servir
para não cometer os mesmos erros e melhorar.
Marco Freitas diz: Isso talvez seja explicado, também, por as redes sociais online serem
recentes e falar-se muito de invasão de privacidade, entre outros riscos. Pena é a Paula não
ter oportunidade de trocar impressões ou recolher sugestões junto de muitos dos seus
colegas.
PM diz: Faço parte de grupos, fora da escola, onde isso é possível. O grupo do Facebook tem
várias centenas de professores de Biologia e Geologia muito activos e com grande espírito de
partilha.
Marco Freitas diz: Isso é muito bom que aconteça, pois as redes sociais online oferecem
essa potencialidade. E a Paula soube aproveitar.
15. Já foram mencionados por si alguns benefícios na aprendizagem dos alunos, quando
utilizam as redes sociais em contexto educativo. Quer acrescentar outros exemplos?
PM diz: Como qualquer tecnologia tem de se tirar proveito das suas vantagens. Trata-se de
um contexto muito apelativo onde podem ser explorados vários objectos de aprendizagem.
Os alunos desenvolvem várias competências próprias deste contexto: pesquisa e selecção de
informação, capacidade de análise e de síntese, trabalho colaborativo, partilha.
Marco Freitas diz: 16. Acabou por, em parte, responder à última pergunta que queria
fazer-lhe. Referiu as vantagens. Agora peço-lhe que indique dois problemas relacionados com
a utilização de redes sociais no ensino.
PM diz: Tudo tem o lado escuro...
A interacção e a socialização são fáceis de atingir, mas patamares superiores é difícil. O fluxo
de informação, quando os alunos têm muitos contactos, é difícil de gerir e é fácil perder o
foco no essencial e dispersar-se.
A ligeireza com que se expõem dados pessoais: a maioria das redes têm por definição pouca
privacidade e os alunos têm de ser alertados para isso e consciencializados da necessidade de
mudarem algumas configurações para se protegerem.
Marco Freitas diz: Muito bem visto. :)
PM diz: O balanço no entanto continua a ser positivo...
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Marco Freitas diz: Certamente que, ao longo do tempo e à medida que vão sendo criados
ou defendidos protocolos sérios no âmbito das redes sociais online, esses obstáculos serão
resolvidos entre alunos e professores. Ou, melhor, para alunos e professores.
PM diz: Terão de ser sempre os utilizadores a protegerem-se, pois a privacidade não
interessa às redes ... A filosofia é o efeito de contágio de informação que se espalha... como
uma infecção viral.
Marco Freitas diz: Sim, cabe aos utilizadores preocuparem-se a sério com essa questão.
Já terminei as perguntas preparadas para esta entrevista. Quer acrescentar alguma coisa ou
colocar alguma questão?
PM diz: Da minha parte, não.
Marco Freitas diz: Muito bem. A sua participação foi completa e muito interessante.
Embora já lhe tenha dito antes, queria lembrar que a informação recolhida nesta entrevista
será apenas utilizada no âmbito do estudo que estou a realizar no meu mestrado.
E terei muito gosto em enviar-lhe uma cópia do relatório final, caso esteja interessada.
PM diz: Pode ser. Se for preciso mais alguma coisa, é só dizer.
Marco Freitas diz: Agradeço novamente a sua disponibilidade e partilha de experiências.
Gostava de sublinhar que a sua participação foi importante para o meu estudo.
Assim que esteja pronto este estudo, terei então muito gosto em enviar-lhe uma cópia.
PM diz: Certo. Boa noite, então.
Marco Freitas diz: Boa noite.
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VI. Análise da e-entrevista
Como as perguntas elaboradas no guião foram todas respondidas e outras foram sendo
acrescentadas à medida que se tornou necessário esclarecer ou aprofundar aspectos
importantes, o tempo previsto para a entrevista foi ultrapassado em 30 minutos. Apesar de o
investigador ter em mente que deve evitar-se realizar longas entrevistas na modalidade
online, as razões principais que justificam esta situação foram as respostas mais
desenvolvidas fomentadas, certamente, pelo tema em questão (as questões abertas permitem
uma maior liberdade de resposta). Aliás, reside aqui uma característica da entrevista semi-
estruturada que se revelou útil ao investigador quando foi confrontado com novas
perspectivas fomentadas pela entrevistada sobre a temática em discussão e que não foram
previstas durante a elaboração do guião. Segundo Anderson & Kanuka (2003), este tipo de
entrevista “are the most common methods for achieving this deep understanding of complex
social phenomena”.
Antes da entrevista, foram elaboradas apenas as categorias de análise, partindo-se dos
pressupostos que a temática em estudo despoletara ao investigador. No sentido de serem
criados outros indicadores que pudessem ajudar a interpretar o testemunho e as experiências
transmitidas nesta conversa pela entrevistada (reduzir a informação a unidades de análise e
agrupá-las segundo hipóteses de análise), foi elaborada, partindo da transcrição da
entrevista, uma grelha onde foram distribuídas por quatro colunas distintas (análise
temática) as categorias (Recursos TIC; Participação do professor em redes sociais;
Participação dos alunos em redes sociais; Perspectiva pessoal; Perspectiva pedagógica sobre a
utilização das redes sociais; Vantagens e desvantagens das redes sociais em contexto de
ensino), as subcategorias, as unidades de registo e as unidades de contexto. Foram
numerados os conjuntos destas duas últimas unidades (Bardin, 1997; Cohen et al., 2000).
O objectivo desta análise não foi formular hipóteses explicativas da problemática, nem foi
analisado na referida grelha tudo o que foi dito pelo informante, por não haver relevância
para os objectivos da pesquisa (Duarte, 2004). As falas da entrevistada foram segmentadas
em unidades de significação e relacionadas com as categorias conforme a respectiva temática.
Tendo-se articulado entre si as unidades assim construídas, foi possível compreender melhor
qual era a percepção da entrevistada sobre a utilização das redes sociais nas sua prática
profissional, enquanto professora.
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A. Grelha de análise
Categoria Subcate-
goria Unidade de
registo Unidade de contexto
Recursos
TIC
Conhecimen-tos
Autodidacta e acções de formação (u1)
[Como é que desenvolveu os conhecimentos sobre as novas tecnologias da informação?]
A maioria como autodidacta, outras através de acções de formação. (c1)
Quadro interactivo
Utilizo várias;
Quadro interactivo (u2)
[Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se sim, quais são os recursos que utiliza e com que objectivos?]
Utilizo várias. O quadro interactivo em contexto de sala de aula como auxiliar de aprendizagem em variadas vertentes.
LMS (Moodle) com a turma de 11º é a base de apoio à disciplina com recursos, testes, lições, ligações a páginas, entrega de trabalhos, chat para aulas de dúvidas, fóruns, etc.
Facebook em associação com wikispaces – 12º ano com o objectivo de desenvolver nos alunos várias competências, entre elas, a aprendizagem colaborativa.
Relativamente ao chat, eu só uso o Skype no modo vídeo. Uso com os alunos o chat do Moodle que arquiva automaticamente o histórico. No Facebook (como não descobri como arquivar o chat do grupo) faço printscreen das conversas. (c2)
Plataforma online
LMS (Moodle) (u3)
[Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se sim, quais são os recursos que utiliza e com que objectivos?]
Utilizo várias. O quadro interactivo em contexto de sala de aula como auxiliar de aprendizagem em variadas vertentes.
LMS (Moodle) com a turma de 11º é a base de apoio à disciplina com recursos, testes, lições, ligações a páginas, entrega de trabalhos, chat para aulas de dúvidas, fóruns, etc.
Facebook em associação com wikispaces – 12º ano com o objectivo de desenvolver nos alunos várias competências, entre elas, a aprendizagem colaborativa.
Relativamente ao chat, eu só uso o Skype no modo vídeo. Uso com os alunos o chat do Moodle que arquiva automaticamente o histórico. No Facebook (como não descobri como arquivar o chat do grupo) faço printscreen das conversas. (c2)
Redes sociais online
Facebook; wiki (u4)
[Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se sim, quais são os recursos que utiliza e com que objectivos?]
Utilizo várias. O quadro interactivo em contexto
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de sala de aula como auxiliar de aprendizagem em variadas vertentes.
LMS (Moodle) com a turma de 11º é a base de apoio à disciplina com recursos, testes, lições, ligações a páginas, entrega de trabalhos, chat para aulas de dúvidas, fóruns, etc.
Facebook em associação com wikispaces – 12º ano com o objectivo de desenvolver nos alunos várias competências, entre elas, a aprendizagem colaborativa.
Relativamente ao chat, eu só uso o Skype no modo vídeo. Uso com os alunos o chat do Moodle que arquiva automaticamente o histórico. No Facebook (como não descobri como arquivar o chat do grupo) faço printscreen das conversas. (c2)
Ferramentas síncronas online
Skype; video; chat do Moodle; no Facebook … chat do grupo (u5)
[Utiliza as novas tecnologias da informação em contexto de aula? Se sim, quais são os recursos que utiliza e com que objectivos?]
Utilizo várias. O quadro interactivo em contexto de sala de aula como auxiliar de aprendizagem em variadas vertentes.
LMS (Moodle) com a turma de 11º é a base de apoio à disciplina com recursos, testes, lições, ligações a páginas, entrega de trabalhos, chat para aulas de dúvidas, fóruns, etc.
Facebook em associação com wikispaces – 12º ano com o objectivo de desenvolver nos alunos várias competências, entre elas, a aprendizagem colaborativa.
Relativamente ao chat, eu só uso o Skype no modo vídeo. Uso com os alunos o chat do Moodle que arquiva automaticamente o histórico. No Facebook (como não descobri como arquivar o chat do grupo) faço printscreen das conversas. (c2)
Participa-ção do professor em redes sociais
Sites Conheço todos.
Facebook; MySpace; LinkedIn; Twitter; YouTube; Flickr; Ning; Diigo. (u6)
[Existem na Internet várias redes sociais que se tornaram populares em quase todos os continentes.
a) Quais são os sites que conhece na seguinte lista?
Facebook; MySpace; LinkedIn; Twitter; YouTube; Flickr]
Conheço todos.
[b) Se conhece outro que queira indicar, pode fazê-lo.]
O Ning e o Diigo. (c3)
Socialização/
comunidade
Destinavam-se à socialização; contactos académicos e profissionais; microbloging; oferece várias redes com interesses educativos
[Refira, se souber, qual o principal objectivo de cada uma das redes sociais que disse conhecer.]
O Facebook e o Myspace, pelo menos originariamente, destinavam-se à socialização. O Linkedin era para contactos académicos e profissionais. O Twiter é para microbloging. O Youtude é para partilha de vídeos. O Flickr é partilha de fotos. O Ning oferece várias redes
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(comunidades de prática); social bookmarking (u7)
com interesses educativos (comunidades de prática). Por fim, o Diigo é social bookmarking.(c4)
Partilha Partilha de vídeos; partilha de fotos; social bookmarking (u8)
[Refira, se souber, qual o principal objectivo de cada uma das redes sociais que disse conhecer.]
O Facebook e o Myspace, pelo menos originariamente, destinavam-se à socialização. O Linkedin era para contactos académicos e profissionais. O Twiter é para microbloging. O
Youtude é para partilha de vídeos. O Flickr é partilha de fotos. O Ning oferece várias redes com interesses educativos (comunidades de prática). Por fim, o Diigo é social bookmarking.(c4)
Inscrição nas redes sociais
Várias (u9) [Encontra-se inscrita em alguma rede social?]
Várias, embora use regularmente o Facebook, o Ning e o Diigo. (c5)
Frequência da participação
Várias vezes ao dia; uma vez por dia; noutras semanalmente (u10)
[Qual é a frequência de participação nessas redes sociais?
Várias vezes por dia; uma vez por dia; uma vez por semana ou uma vez por mês?]
No Facebook várias vezes por dia, no Ning e no Diigo, em média, uma vez por dia e noutras semanalmente. (c6)
Colaboração Elemento da rede…; pertenço a vários grupos de partilha; elemento de vários grupos temáticos (u11)
[Que actividades desenvolve nessas redes sociais?]
No Ning (comunidade Interactic 2) como elemento da rede, contribuindo com materiais e participando nos fóruns dos vários grupos.
No Diigo, pertenço a vários grupos de partilha relacionados com várias temáticas.
No Facebook , sou um elemento de vários grupos temáticos relacionados com a minha área disciplinar, com as TIC e outros.
No Facebook , administro a página para trabalhar com os alunos. (c7)
Disponibilização de materiais
… contribuindo com materiais (u12)
[Que actividades desenvolve nessas redes sociais?]
No Ning (comunidade Interactic 2) como elemento da rede, contribuindo com materiais e participando nos fóruns dos vários grupos.
No Diigo, pertenço a vários grupos de partilha relacionados com várias temáticas.
No Facebook , sou um elemento de vários grupos temáticos relacionados com a minha área disciplinar, com as TIC e outros. No Facebook , administro a página para trabalhar com os alunos. (c7)
Fóruns de discussão
… participando nos fóruns dos vários grupos (u13)
[Que actividades desenvolve nessas redes sociais?]
No Ning (comunidade Interactic 2) como
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elemento da rede, contribuindo com materiais e participando nos fóruns dos vários grupos.
No Diigo, pertenço a vários grupos de partilha relacionados com várias temáticas.
No Facebook , sou um elemento de vários grupos temáticos relacionados com a minha área disciplinar, com as TIC e outros. No Facebook , administro a página para trabalhar com os alunos. (c7)
Administrar a página
… administro a página para trabalhar com os alunos (u14)
[Que actividades desenvolve nessas redes sociais?]
No Ning (comunidade Interactic 2) como elemento da rede, contribuindo com materiais e participando nos fóruns dos vários grupos.
No Diigo, pertenço a vários grupos de partilha relacionados com várias temáticas.
No Facebook , sou um elemento de vários grupos temáticos relacionados com a minha área disciplinar, com as TIC e outros. No Facebook , administro a página para trabalhar com os alunos. (c7)
Participa-ção dos alunos em redes sociais
Desempenho A participação é mais ou menos regular; há sempre uns mais entusiasmados que outros (u15)
[No caso do trabalho com os alunos, estes participaram todos? E foi em momentos específicos ou ao longo do ano?]
Desde que a página foi criada, a participação é mais ou menos regular. Mas, tal como na sala de aula, há sempre uns mais entusiasmados que outros. O professor também tem de ajudar a manter a dinâmica, variando as estratégias e as propostas. (c8)
Rede social criada
Decidi experimentar uma abordagem diferente (u16)
[Então, na sua escola, a participação dos alunos na rede social criada no Facebook é desenvolvida na sala de aula?]
Na minha escola, o suporte à aprendizagem é feito com a Moodle. O meu caso é diferente, pois estes são meus alunos há três anos (a usar a Moodle). Como estão no 12º, decidi experimentar uma abordagem diferente. É como apoio à componente presencial. Eles usam o Facebook em casa ou na escola mas fora da sala de aula. (c9)
Em casa Eles usam o Facebook em casa (u17)
[Então, na sua escola, a participação dos alunos na rede social criada no Facebook é desenvolvida na sala de aula?]
Na minha escola, o suporte à aprendizagem é feito com a Moodle. O meu caso é diferente, pois estes são meus alunos há três anos (a usar a Moodle). Como estão no 12º, decidi experimentar uma abordagem diferente. É como apoio à componente presencial. Eles usam o Facebook em casa ou na escola mas fora da sala de aula. (c9)
Na escola Eles usam o Facebook … na escola mas fora da sala de aula (u18)
[Então, na sua escola, a participação dos alunos na rede social criada no Facebook é desenvolvida na sala de aula?]
Na minha escola, o suporte à aprendizagem é
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feito com a Moodle. O meu caso é diferente, pois estes são meus alunos há três anos (a usar a Moodle). Como estão no 12º, decidi experimentar uma abordagem diferente. É como apoio à componente presencial. Eles usam o Facebook em casa ou na escola mas fora da sala de aula. (c9)
Perspecti-va pessoal
Possibilidades Têm múltiplas possibilidades … (u19)
[Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?]
As redes sociais têm múltiplas possibilidades que vão desde a simples interacção à socialização e à partilha. (c10)
Interacção Interacção (u20) [Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?]
As redes sociais têm múltiplas possibilidades que vão desde a simples interacção à socialização e à partilha. (c10)
Socialização Socialização (u21) [Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?]
As redes sociais têm múltiplas possibilidades que vão desde a simples interacção à socialização e à partilha. (c10)
Partilha Partilha (u22) [Que opinião tem sobre as redes sociais na Internet?]
As redes sociais têm múltiplas possibilidades que vão desde a simples interacção à socialização e à partilha. (c10)
Controlo dos riscos
Sim, mas com ponderação;
…servir para os alunos aprenderem a usá-las sem correrem riscos ou, pelo menos, limitando os riscos (u23)
[ Posso entender que tem uma opinião positiva?]
Sim, mas com ponderação...
[ Quer explicar um pouco a questão da ponderação? Imagino que se refere à participação cautelosa dos alunos?]
Acho que o uso das redes em contexto de aprendizagem também deve servir para os alunos aprenderem a usá-las sem correrem riscos ou, pelo menos, limitando os riscos. (c11)
Perspecti-va peda-gógica sobre a utilização das redes sociais
Interacção aluno-professor
Facilita a interacção com o professor; alunos mais responsáveis pela sua aprendizagem; constrangimento; …limitar a espontaneidade deles (alunos) na relação com os outros (u24)
[Quais são as implicações pedagógicas das redes sociais nas relações entre professor e aluno?]
Facilita a interacção com o professor e aproxima o professor dos alunos em termos relacionais. Torna os alunos mais responsáveis pela sua aprendizagem, o que altera o papel do professor que se torna num moderador das discussões ou num orientador. Em vez de ser a fonte de conhecimento, ele passa a ter um papel de validação.
Por outro lado, o professor vai entrar na intimidade e na área reservada dos alunos, o que pode criar constrangimento e limitar a espontaneidade deles na relação com os outros. É como se fossemos para a sala de convívio escutar as conversas do intervalo. Limitaria um bocadinho os assuntos discutidos. (c12)
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Interacção professor-aluno
Aproxima o professor dos alunos; o professor torna-se num moderador das discussões… orientador; … o professor vai entrar na intimidade e na área reservada aos alunos (u25)
[Quais são as implicações pedagógicas das redes sociais nas relações entre professor e aluno?]
Facilita a interacção com o professor e aproxima o professor dos alunos em termos relacionais. Torna os alunos mais responsáveis pela sua aprendizagem, o que altera o papel do professor que se torna num moderador das discussões ou num orientador. Em vez de ser a fonte de conhecimento, ele passa a ter um papel de validação.
Por outro lado, o professor vai entrar na intimidade e na área reservada dos alunos, o que pode criar constrangimento e limitar a espontaneidade deles na relação com os outros. É como se fossemos para a sala de convívio escutar as conversas do intervalo. Limitaria um bocadinho os assuntos discutidos. (c12)
Interacção aluno-aluno
Os alunos vão …percebendo as perspectivas dos outros e evoluindo nos seus conhecimento; … Percebem que ao partilhar…estão a contribuir para o enriquecimento dos conhecimentos do grupo e deles próprios (u26)
[Quais foram as potencialidades pedagógicas observadas na interacção entre os estudantes?]
Além de exporem as suas próprias perspectivas sobre os assuntos, os alunos vão, através das interacções, percebendo as perspectivas dos outros e evoluindo nos seus conhecimentos. Aumenta o sentido crítico e é desenvolvida a capacidade argumentativa. Percebem que ao partilhar, por pouco que seja, estão a contribuir para o enriquecimento dos conhecimentos do grupo e deles próprios. (c13)
Actividades fomentadas
Fóruns de discussão; Partilha de ligações com interesse; Sondagens; Pesquisa e construção conjunta de documentos; Chat (aula de dúvidas; Partilha de documentação; Simulações (u27)
[Certamente que, verificando essa participação dos alunos, pensou em actividades de aprendizagem. Se sim, quais foram as actividades fomentadas?]
Fóruns de discussão baseados em notícias recentes, afirmações polémicas, etc.
Partilha de ligações com interesse para cada conteúdo que enriquecem o conteúdo ou mostram uma abordagem diferente que, normalmente, gera a discussão.
Sondagens.
Pesquisa e construção conjunta de documentos, utilizando wikis.
Chat (aula de dúvidas).
Partilha de documentação própria do funcionamento de uma disciplina, fichas de trabalho, elaboração de PPT, resumos, etc.
Simulações de processos biológicos complexos que não podem se r executados em laboratório escolar. (c14)
Interacção alunos -pais
Nesta rede em particular, os pais não tiveram participação activa; Acabam por espreitar o que se passa; apercebem-se da actividade deles
[Houve alguma participação de familiares nessa rede social ou noutras que tenha observado? Se sim, quais foram as relações reais entre pais e filhos?]
Nesta rede em particular, os pais não tiveram participação activa. Mas sei que alguns sabem
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(filhos); Directamente não, … a actividade deles na página aparece no feed de notícias do perfil dos pais.
(u28)
que os filhos estão no Facebook, sendo algumas vezes por causa da disciplina. Acabam por espreitar o que se passa. Aqueles que pertencem à rede dos filhos apercebem-se da actividade deles. Sei que alguns mostram aos pais as fotografias das visitas de estudo que estão na página.
Directamente não, mas se forem "amigos" dos filhos, a actividade deles na página aparece no feed de notícias do perfil dos pais. (c15)
Contributos para o ensino
Cria[ção de] páginas para as disciplinas, grupos de discussão de temas, … edição colaborativa de documentos, …constru[ção de] flashcards, … bookmarking colectivo dos sites de referência para a disciplina. (u209)
[Nesse contexto, quais são os contributos fornecidos pelas redes sociais?]
São uma realidade presente no quotidiano dos alunos. Não há como mudar isso e a escola não pode marginalizar uma ferramenta poderosa. Tem de a usar em proveito da aprendizagem, criando páginas para as disciplinas, grupos de discussão de temas, fazendo a edição colaborativa de documentos, construindo flashcards, fazendo bookmarking colectivo dos sites de referência para a disciplina. O limite é a imaginação... Se não os podemos vencer, temos de nos juntar a eles. Ou trazê-los para o nosso lado. (c16)
Influência na prática lectiva do professor
Sim. A partilha de experiências pode auxiliar na tomada de opções por determinadas ferramentas em detrimento de outras (u30)
[Considera que as redes sociais influenciam a prática pedagógica dos professores? Se sim, de que modo isso acontece?]
Sim. Em comunidades de prática ou grupos com interesses comuns podem ser partilhadas experiências, ferramentas, materiais entre os mais experientes e os menos experientes. A partilha de experiências pode auxiliar na tomada de opções por determinadas ferramentas em detrimento de outras. Embora timidamente, o caminho está a ser feito. (c17)
Vantagens e desvan-tagens das redes sociais em contexto de ensino
Ambiente de aprendizagem
…um contexto muito apelativo onde podem ser explorados vários objectos de aprendizagem; os alunos desenvolvem várias competências (u31)
[ Já foram mencionados por si alguns benefícios na aprendizagem dos alunos, quando utilizam as redes sociais em contexto educativo. Quer acrescentar outros exemplos?]
Como qualquer tecnologia tem de se tirar proveito das suas vantagens. Trata-se de um contexto muito apelativo onde podem ser explorados vários objectos de aprendizagem.
Os alunos desenvolvem várias competências próprias deste contexto: pesquisa e selecção de informação, capacidade de análise e de síntese, trabalho colaborativo, partilha. (c18)
Gestão da Informação
O fluxo de informação é difícil de gerir … e é fácil perder o foco no essencial e dispersar-se (u32)
[Acabou por, em parte, responder à última pergunta que queria fazer-lhe. Referiu as vantagens. Agora peço-lhe que indique dois problemas relacionados com a utilização de redes sociais no ensino.]
Tudo tem o lado escuro...
A interacção e a socialização são fáceis de atingir, mas patamares superiores é difícil. O fluxo de informação, quando os alunos têm muitos contactos, é difícil de gerir e é fácil perder o foco no essencial e dispersar-se.
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A ligeireza com que se expõem dados pessoais: a maioria das redes têm por definição pouca privacidade e os alunos têm de ser alertados para isso e consciencializados da necessidade de mudarem algumas configurações para se protegerem. (c19)
Privacidade/
protecção
A ligeireza com que se expõem dados pessoais; pouca privacidade; … necessidade de mudarem algumas configurações para se protegerem (u33)
[Acabou por, em parte, responder à última pergunta que queria fazer-lhe. Referiu as vantagens. Agora peço-lhe que indique dois problemas relacionados com a utilização de redes sociais no ensino.]
Tudo tem o lado escuro...
A interacção e a socialização são fáceis de atingir, mas patamares superiores é difícil. O fluxo de informação, quando os alunos têm muitos contactos, é difícil de gerir e é fácil perder o foco no essencial e dispersar-se.
A ligeireza com que se expõem dados pessoais: a maioria das redes têm por definição pouca privacidade e os alunos têm de ser alertados para isso e consciencializados da necessidade de mudarem algumas configurações para se protegerem. (c19)
B. Considerações
Nível de conhecimento e participação da entrevistada em redes sociais
A professora aqui entrevistada conhece as redes sociais mais populares que estão disponíveis
na Internet, os objectivos principais (comuns nuns casos e distintos noutros) que as
caracterizam e encontra-se inscrita em várias, embora participe com mais regularidade no
Facebook, Ning e Diigo. Participa em várias porque essas redes não oferecem os mesmos
serviços. Procura desenvolver nesses espaços actividades relacionadas com a sua profissão,
quer individualmente como membro produtor de materiais e para socialização com colegas,
participando nos fóruns de discussão (Ning e Diigo), quer para trabalhar com os alunos,
administrando uma página da turma no Facebook, que serve de apoio à aprendizagem dos
alunos na modalidade de ensino presencial.
Perspectiva crítica da entrevistada sobre as redes sociais
A professora tem uma opinião positiva sobre a participação nas redes sociais, mas admite que
deve haver cautela por parte do utilizador. Tendo em conta as características próprias dos
jovens, como a curiosidade e ingenuidade, os alunos devem ser alertados para os riscos que
incorrem, ao mesmo tempo que descobrem que as redes sociais podem proporcionar
ambientes de aprendizagem. Observou que, ao longo das actividades preparadas para e pela
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turma no Facebook, os alunos interagiram com a professora, mostrando que podem ser
responsabilizados pela sua aprendizagem, mostrando que a professora podia assumir uma
papel diferente daquele que tem no ensino convencional: moderador no fórum de discussão.
A interacção dos alunos, entre si, foi também positiva. Os alunos desenvolveram o seu
sentido crítico, aprenderam a explorar as ideias relacionadas com assuntos da disciplina,
conheceram melhor os colegas e as perspectivas diferentes que podem apresentar nas
discussões, fomentaram a partilha e criaram conhecimento. A professora concluiu que o
Facebook suportou eficazmente as actividades online, as quais acabaram por complementar
outras desenvolvidas no ensino presencial.
No entanto, a professora reconhece que as redes sociais trazem à superfície realidades
próximas do íntimo dos alunos. Esses limites podem facilmente ser ultrapassados e se não
forem respeitados pelos professores, isso fomentará a desconfiança dos alunos em considerar
esses espaços online como ambientes de aprendizagem.
Expectativas da entrevistada sobre a utilização das redes sociais no ensino
A professora defende que a escola podia incentivar mais a utilização das redes na
aprendizagem dos alunos e identificou os contributos que considera serem importantes:
- criar páginas para as disciplinas
- criar grupos de discussão temáticos
- promover a edição colaborativa de documentos
- construir flashcards
- fazer bookmarking colectivo de sites de referência das disciplinas.
Reconhece ainda que as redes sociais podem influenciar as relações profissionais entre os
professores, criando comunidades online com interesses comuns, cujos membros partilham
entre si conteúdos e trocam impressões sobre a prática de docência. Sente que este caminho
está a ser percorrido ainda lentamente pelos professores, incluindo os colegas da sua escola.
Os seus maiores receios na utilização das redes em contexto educativo são: a incapacidade
demonstrada pelos alunos de gerirem eficientemente a enorme informação que circula e é
partilhada pelos membros da comunidade; a facilidade com que eles expõem os seus dados
pessoais; a pouca protecção que os respectivos sites oferecem a este tipo de dados. Como cabe
ao utilizador assumir essa responsabilidade, sublinha que os alunos devem se alertados para
esse facto e apoiados no desenvolvimento desta competência/consciencialização.
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VII. Limitações da técnica usada e/ou limitações sentidas
pelo entrevistador
A preparação e realização da e-entrevista analisada neste trabalho prático revelaram que um
investigador tem de desenvolver competências específicas para ser capaz de recolher,
seleccionar e analisar dados relacionados com os objectivos do seu estudo. Foi necessário
conhecer com profundidade o contexto da investigação e fazer corresponder as suas
expectativas com a realidade observada, nomeadamente, relacionar as categorias de análise
com as unidades obtidas com a fragmentação da informação recolhida, ofereceu algumas
dificuldades na elaboração deste trabalho. Além disso, procurou construir uma relação de
diálogo que propiciasse um discurso mais ou menos livre mas significativo para a situação em
estudo.
Relativamente à utilização da entrevista como técnica de pesquisa qualitativa, não houve
grandes dificuldades em aplicá-la na recolha de informação junto dum informante
pertencente ao grupo de pessoas enquadradas na temática do estudo (professores). O convite
foi enviado a três professores participantes numa conferência online sobre as TIC no ensino,
sem terem um relação próxima com o investigador mas que possuíam experiências na
utilização e participação em redes sociais online. A selecção dos possíveis informantes teve
um retorno rápido, porque todos se enquadravam na temática e mostraram interesse em
participar neste estudo, bem como positivo, visto que entenderam aquilo que se pretendia.
Foi realizada uma entrevista com cada um dos professores e não foi difícil combinar o dia da
entrevista dentro do prazo definido para esta actividade. Foram analisadas todas as
entrevistas, mas para este trabalho foi seleccionada a última entrevista porque apresenta
informações mais significativas e interessantes. À medida que as entrevistas foram sendo
realizadas, as intervenções do entrevistador tornaram-se mais seguras, o que lhe permitiu
melhorar a sua capacidade de compreensão das respostas dadas pela entrevistada.
Como apoio à orientação da entrevista, houve preocupação em elaborar um guião para
fomentar respostas concretas, que não fosse longo e cujas perguntas breves e claras evitassem
qualquer tipo de confusão ou fomentassem dúvidas quanto ao tipo de informação que se
pretendia. A entrevistada teve conhecimento prévio do seu conteúdo e, depois de ter
apreciado, não sugeriu nenhuma alteração. Talvez por esta razão a conversa tenha fluído com
confiança entre intervenientes que não se conheciam mutuamente.
Foi possível criar um diálogo em que os intervenientes assumiram sem dificuldade os seus
papéis. As perguntas fomentaram respostas desenvolvidas, tendo a entrevistada falado de
forma espontânea sobre as suas experiências e reflectido sem impedimentos quanto à
percepção que tinha relativamente às redes sociais online.
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Ao nível do discurso, conseguimos construir um “discurso autêntico” e verificou-se que havia
entendimento das perguntas por parte da entrevistada. Quanto às respostas, o entrevistador
procurou sempre confirmar com clareza o seu entendimento usando expressões conhecidas
como: Entendi; Percebi; Muito bem; É verdade.
As perguntas não foram elaboradas no momento da entrevista, porque a interconectividade
das duas aplicações informáticas (Windows e Skype) permitiu que, recorrendo à técnica de
“copiar-colar”, as perguntas fossem transpostas para a sala de conversação, poupando-se
assim tempo e contornando-se o desconforto que o compasso de espera poderia provocar.
Como a ferramenta Skype apresenta um sinal quando alguém está a escrever, evitou-se
também que os intervenientes escrevessem ao mesmo tempo.
A entrevista não foi interrompida por nenhum motivo mas o tempo previsto foi ultrapassado,
pelo facto de a conversa ser realizada na forma escrita. No entanto, a entrevistada não quis
fazer nenhuma pausa, mesmo que tenha precisado de pensar e escrever as suas respostas.
Não houve arranques falsos, pausas embaraçosas, hesitações, mas estes momentos usados
para pensar criaram situações de espera que o entrevistador aproveitou para reler a resposta
imediatamente anterior e saber se havia algum pormenor para esclarecer ou aprofundar.
Relativamente à análise da entrevista, a preocupação foi construir uma interpretação
objectiva, havendo por isso uma certa dificuldade em fragmentar a informação em unidades
para fazê-las corresponder às respectivas categorias de análise. Durante a definição das
unidades de registo, percebeu-se que a informação tinha de ser filtrada, isto é, nem tudo o
que fora dito devia ser analisado (Duarte, 2004). Por outro lado, nesta fase de análise foi
identificada uma resposta de difícil compreensão. Embora não interfira com outros dados,
teria sido muito útil se houvesse maior habilidade do entrevistador para tentar esclarecer ou
aprofundar essa resposta durante a entrevista.
Apesar de as unidades de contexto comporem uma selecção dos dados, as unidades de registo
foram revistas várias vezes, porque se julgou que o indicador que interessava destacar devia
deixar claro a sua relação com a categoria de análise a que estava agrupado.
Por fim, realizar uma entrevista com um informante que tinha conhecimentos sobre as redes
sociais e que era possuidor de experiências pessoais (mas não somente subjectivas) e
profissionais na sua utilização em contexto educativo tornaram-se factores importantes para
que, considerando as circunstâncias referidas, os objectivos deste estudo fossem atingidos
eficazmente. A opção pela entrevista como técnica de recolha de dados adequou-se à situação
desta pesquisa (delimitação duma prática num universo específico e levantamento de
informações consistentes para compreender essa realidade), tendo o interlocutor sido
identificado mas respeitando-se a confidencialidade na exposição dos seus dados pessoais.
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VIII. Referências bibliográficas
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"Social networking sites have educational benefits". Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=ZxrlrbP4UNo (acedido em 01.03.2011).