entrevista luis rasquilha ayr ww 16 junho - estado de minas

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ENTREVISTA/LUIS RASQUILHA » O futuro a ele também pertence Observando, ele traça padrões de comportamento que lhe permitem identificar tendências Publicação: 16/06/2013 04:00 Luis Rasquilha, vice-presidente da AYR Consulting Worldwide, Trends & Innovation, é o que se chama hoje de coolhunter ou especialista em tendências. Um dos convidados para o Congresso da Inovação em Decoração e Design Amide (Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior) 2013, programado para 20 a 22 deste mês na Pousada Pequena Tiradentes, em Tiradentes, ele falará à plateia do congresso sobre as “Cinco tendências & insights – arquitetura e design de interiores”. Nascido em Lisboa, em 1978, Rasquilha já tem uma bagagem invejável. A AYR, que identifica e monitora tendências em 32 países, tem operações físicas em Lisboa, Madri, São Paulo e Miami que permitem operar nos mercados da Europa, África, EUA, América Latina e América do Sul. Um trabalhador no campo das ideias, ele as aplica nos negócios dos clientes e costuma dizer: “A inovação só é possível se conseguirmos antecipar o futuro e trabalhar em termos prospectivos. A análise de tendência nos dá isso”. Em entrevista exclusiva ao Caderno Feminino & Masculino, ele conta sobre esse seu interessante trabalho de identificação de tendências e processos de inovação empresarial. Quem é o Luís Rasquilha? Conte-nos um pouco sobre você. O Luis Rasquilha é um português, de Lisboa, com 38 anos, que se mudou para São Paulo em 2011. Formado em comunicação (graduação), marketing (pós-graduação), gestão (MBA e pós- graduação), empreendedorismo e gestão da inovação (master) e criatividade (master), com uma experiência vasta na área da comunicação, marketing e gestão, tendo passado 10 anos em agências de publicidade . Desde 2008, é fundador e CEO da AYR Worldwide, a maior empresa do mundo de trends innovation (que tem o seu negócio centrado na aplicação do conhecimento resultante da observação de tendências do comportamento do consumidor nos projetos e programas de inovação estratégica e empresarial), com uma rede global de 20.000 observadores espalhados por 32países. A AYRWW neste momento tem escritórios próprios em

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Entrevista no âmbito do Congresso AMIDE, publicada dia 16 de Junho no Jornal Estado de Minas em Minas Gerais

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ENTREVISTA/LUIS RASQUILHA »

O futuro a ele também pertence Observando, ele traça padrões de comportamento que lhe permitem identificar tendências

Publicação: 16/06/2013 04:00

Luis Rasquilha, vice-presidente da AYR Consulting Worldwide, Trends & Innovation, é o que se chama hoje de coolhunter ou especialista em tendências. Um dos convidados para o Congresso da Inovação em Decoração e Design Amide (Associação Mineira de Decoradores de Nível Superior) 2013, programado para 20 a 22 deste mês na Pousada Pequena Tiradentes, em Tiradentes, ele falará à plateia do congresso sobre as “Cinco tendências & insights – arquitetura e design de interiores”. Nascido em Lisboa, em 1978, Rasquilha já tem uma bagagem invejável. A AYR, que identifica e monitora tendências em 32 países, tem operações físicas em Lisboa, Madri, São Paulo e Miami que permitem operar nos mercados da Europa, África, EUA, América Latina e América do Sul. Um trabalhador no campo das ideias, ele as aplica nos negócios dos clientes e costuma dizer: “A inovação só é possível se conseguirmos antecipar o futuro e trabalhar em termos prospectivos. A análise de tendência nos dá isso”. Em entrevista exclusiva ao Caderno Feminino & Masculino, ele conta sobre esse seu interessante trabalho de identificação de tendências e processos de inovação empresarial. Quem é o Luís Rasquilha? Conte-nos um pouco sobre você. O Luis Rasquilha é um português, de Lisboa, com 38 anos, que se mudou para São Paulo em 2011. Formado em comunicação (graduação), marketing (pós-graduação), gestão (MBA e pós-graduação), empreendedorismo e gestão da inovação (master) e criatividade (master), com uma experiência vasta na área da comunicação, marketing e gestão, tendo passado 10 anos em agências de publicidade . Desde 2008, é fundador e CEO da AYR Worldwide, a maior empresa do mundo de trends innovation (que tem o seu negócio centrado na aplicação do conhecimento resultante da observação de tendências do comportamento do consumidor nos projetos e programas de inovação estratégica e empresarial), com uma rede global de 20.000 observadores espalhados por 32países. A AYRWW neste momento tem escritórios próprios em

Lisboa, Madri, São Paulo e Miami e mais 28 representações espalhadas nos quatro continentes. É ainda CEO da ayr-insights. com (plataforma de conteúdos técnicos da AYRWW), vice-presidente do TRC (Trends Research Center - unidade da AYRWW dedicada à investigação acadêmica e científica de tendências) e CEO do GTO (Global Trends Observatory), a maior rede mundial de pesquisa de tendências. É professor convidado em diversas universidades no mundo, com destaque para FIA, Saint Paul Business School, ESAMC e HSM Educação no Brasil, mas também ligado a universidades e escolas de negócios na Europa e na África. Autor e coautor de 18 livros sobre os temas do marketing, comunicação, tendências e inovação. Descreva-nos sobre a sua rotina. A rotina divide-se entre as palestras e apresentações de projetos a clientes, as aulas nas várias universidades e o trabalho com as equipes da empresa na busca do conhecimento prospectivo e futurista para manter uma atualização permanente do conhecimento da companhia. Muitas horas de voo entre os vários países onde existem projetos e sempre que possível aproveito ao máximo o ficar em casa, na Vila Madalena, em São Paulo, para aproveitar a vida da Vila. Explique-nos o que é ser coolhunter. Um coolhunter (tradução de caçador do cool) é alguém atento ao comportamento humano e ao que designamos de cool- atrativo, inspirador e com potencial de crescimento. Observando os consumidores, as suas rotinas, hábitos, etc., de forma sistemática e massiva conseguem-se traçar padrões comportamentais e daí identificar tendências. Cool é um conceito recente? O conceito de tendência é dos anos 1970. Nos anos 1990 começou a pesquisa das tendências com a visão cool (atrativo, inspirador e com potencial de crescimento) mas só há cinco, seis anos despontou em termos globais, na altura em que nós surgimos no mercado, com o foco de aplicar o cool à inovação. Fale-nos de coisas que sejam tendência neste momento e que sejam cool. Não podemos fugir da tecnologia e de coisas como Google Glass, TV 3D, Caneta 3D ou toda a convergência que se assiste na dependência e crescimento dos smartphones, por exemplo. Quais critérios você utiliza para antecipar o que vai ser tendência? O que você avalia? A observação permanente do comportamento do consumidor, de forma sistemática, permite recolher cool examples (manifestações desse comportamento) que quando categorizadas e arrumadas permite confirmar ou identificar tendências. De forma macro, observamos pessoas, Quando um projeto requer detalhe especifico, acrescentamos as entrevistas etnográficas, em profundidade para melhorar o entendimento sobre determinado tema. O que será tendência a curto prazo? Sem sombra de dúvida, o empowerment (o cada vez maior poder dos consumidores), a economia da experiência, a conectividade e convergência e a ecossustentabilidade só para citar algumas das mais relevantes que identificamos para 2013, de um total de 25. Fale-nos um pouco sobre o seu recente livro Publicidade. Qual é o objetivo dele? O que traz a obra? O livro teve como objetivo colocar em português a problemática das tendências e da inovação, pois não existia nada sobre o tema. Hoje, todo o conteúdo está disponível na www.ayr-insights.com, a nossa plataforma de conteúdos onde publicamos regularmente estudos, pesquisas, artigos, livros, resumos, etc. e que serve para manter atualizados os subscritores do serviço e custa R$ 60 por ano. Ele dá acesso a cerca de 900 conteúdos da área. Conte-nos sobre seus atuais e futuros projetos. A AYRWW felizmente está num movimento ascendente e queremos solidificar a nossa presença no Brasil, que entendemos ser um mercado de muito potencial, por isso estamos trazendo a matriz européia para o Brasil para reforçar a nossa presença, seja na área de conteúdos, seja na de pesquisa ou educação executiva.

Você já errou num “diagnóstico” de tendência? Tem algo de que você se arrependa profissionalmente? Felizmente, a rede é muito fiável e até agora não tivemos erros ou desvios nas previsões, mas também porque as metodologias que criamos permitem ter absoluta confiança no que fazemos e por isso até agora temos tido bastante eficácia nos resultados. Não que isso seja garantia no futuro, mas continuando a trabalhar como até agora podemos estar confiantes em nossas previsões. O que você conhece do Brasil e como você avalia o comportamento do brasileiro? Na verdade, o Brasil são 10 países num país, tamanhas são as diferenças culturais e comportamentais. Nesse sentido, encontramos, fruto da economia aquecida, um país em desenvolvimento, com um comportamento muito orientado à novidade e ao saber, assumindo uma posição de liderança no mundo. Brasileiro é altamente criativo, aberto e entusiasmado com o futuro. E bastante confiante em suas capacidades, o que permite olhar o futuro com muito otimismo. O que você vai apresentar ao público brasileiro durante o congresso da Amide, que irá reunir grandes arquitetos e designers italianos, importante filósofo e escritor francês, expressivos artistas e profissionais ligados ao mundo das artes? Do estudo realizado para a Hunter Douglas vamos apresentar as principais tendências e insights de inovação para a área de arquitetura e design de interiores, que vão estar presentes nos próximos três a cinco anos, com o objetivo de ajudar os profissionais a

melhorarem os seus projetos e a afinar a sua visão com a visão das tendências.