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ANEXO I Entrevista com a Prof. Dra. Rosário Oliveira
Grupo de trabalho - No domínio dos resíduos sólidos urbanos, que tipo de
tratamento existem?
Prof. Dra. Rosário Oliveira – Podemos começar por dividi-los em duas grandes
classes: os tratamentos biológicos e os tratamentos térmicos. Nos tratamentos biológicos
os agentes que transformam os resíduos são microorganismos. Este é o processo mais
natural, pois sabemos que tendo lixos, desde que sejam matéria orgânica facilmente
biodegradável, se for exposta ao ar ou no solo ela será degradada e desaparece. Claro
que ao ar isola odores pouco agradáveis e então temos tendência a enterrá-la. Depois
temos um conjunto de tratamentos chamados de processos térmicos onde os resíduos
vão ser degradados a temperaturas elevadas.
GT – Poderia descrever sucintamente cada um deles?
Prof. – Nos tratamentos biológicos podemos ter a degradação que é feita por via
aeróbia, ou seja, em presença de oxigénio. Os microorganismos que fazem o processo
de degradação respiram oxigénio como nós e têm de ter oxigénio para sobreviver. E
podemos ter ainda a degradação anaeróbia que é exactamente o contrário, onde já não é
necessária a presença de oxigénio. Isto tem de ser feito em recipientes fechados a que
chamamos de reactores, para que não haja possibilidade de haver ar no interior. O termo
que se utiliza geralmente para o processo de degradação por via anaeróbia chama-se de
digestão anaeróbia. É assim pois o processo de degradação é em si semelhante, ao que
se passa no estômago dos ruminantes, que têm 4 compartimentos e logo é um estômago
muito complexo. No processo aeróbio o que podemos ter no final da degradação dos
resíduos é sempre uma fracção gasosa que se liberta e ainda um resíduo sólido
resultante do processo a que chamamos de composto. A Lipor tinha uma central de
combustagem em Ermesinde onde tratava os resíduos sólidos urbanos, a parte
biodegradável, e formava este composto e vendia-o chamando-lhe Fertor, que é usado
como corrector do solo, como um fertilizante, pois a matéria é degradada até chegar a
um ponto onde ainda é orgânica mas já não é facilmente mais degradada a partir daí,
pois fica na forma de húmus. Como se fosse o solo dos bosques. Então, podemos a
partir de matéria que cheira muito mal já em degradação e que ainda conseguimos
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definir o que lá está, e que quando se degrada chegamos a essa fase que parece terra,
que cai solto e que tem um cheiro característico do húmus e que já não é um cheiro
desagradável.
No que se refere aos processos térmicos, temos aqueles que também se processam
quase na ausência de oxigénio e na própria ausência de oxigénio. Temos como que um
paralelismo entre os processos biológicos e os térmicos. O mais conhecido é o da
incineração, e este faz-se na presença de oxigénio onde se queima uma grande
quantidade de resíduos e se fica com uma pequena quantidade de cinzas. O processo da
incineração é uma combustão , uma queima que para ser feita de forma eficiente tem de
ser feita na presença de oxigénio suficiente, que será fornecido pelo ar, pois a
combustão não é nada mais, nada menos que uma oxidação e portanto para se conseguir
oxidar toda a matéria orgânica, e para ela ser transformada em fase gasosa, é necessário
oxigénio. No processo de combustão o que se forma, se não houvesse compostos
estranhos nos resíduos, se fosse só matéria orgânica mais simples nós teríamos, dado
que é uma oxidação, a formação de CO2 a partir do carbono; água a partir do
hidrogénio e outros compostos em menor quantidade, mas essencialmente os gases que
se formariam seriam CO2 e água. É um processo de oxidação como a nossa respiração,
só que a nossa respiração é uma oxidação muito lenta e a combustão é uma oxidação
muito rápida. Quando estamos presentes na total ausência de oxigénio chama-se
pirolise, e aqui temos de aquecer os resíduos. Não são eles que se queimam pois é na
ausência de oxigénio, nós a que temos de lhes fornecer calor. Enquanto que na
incineração os resíduos ao arder fornecem calor, dizemos que é um processo isótérmico
ou isóenergético, a pirolise é um processo endotérmico pois temos de lhe fornecer calor
,e aquecendo os resíduos a temperaturas elevadas eles decompõem-se, quebram-se as
ligações químicas, formam-se outras e deixamos de ter o que tínhamos inicialmente e
passamos a ter outros produtos no final.
Dentro destes processos térmicos temos ainda um processo que é feito com uma
pequena fracção de oxigénio e ás vezes, até com alguma injecção de vapor de água, e a
que chamamos de gaseificação. Esta também é feita a temperaturas elevadas e o que
resulta do processo é uma fracção gasosa.
GT – Estes processos têm a vantagem de logo á partida tratar os resíduos sólidos
urbanos, mas como tudo também apresentam desvantagens e resistências ao seu
funcionamento. Pode-nos falar sobre isso?
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Prof. – Na realidade vantagens todos eles têm assim como também apresentam
problemas. Começando pelo tratamento por via aeróbia, ele até é designado de
combustagem pois como já referi o produto final é o composto. Daqui a única mais
valia que podemos tirar desse processo, é vender o composto como fertilizante. É o
processo que até agora em termos sociais foi o melhor aceite, porque é o mais natural e
tem menos implicações a nível de impacto ambiental. Enquanto no processo aeróbio a
única mais valia que podemos ter é a fracção sólida final, porque os gases que se
libertam são fundamentalmente dioxido de carbono e água, pois os microorganismos
respiram como nós, logo nos gases que se libertam não temos nenhuma mais valias, no
processo de digestão anaeróbio os microorganismos degradam a matéria orgânica,
respiram de forma diferente, já não respiram oxigénio, respiram outras coisas, e o que se
forma é uma fracção gasosa que se chama de biogás pois é rica em metano, e este tem
poder de combustível. O gás que se forma tem uma composição muito idêntica ao gás
natural e logo tem uma mais valia pois pode ser vendido como combustível alternativo,
e o que fica sólido deste processo anaeróbio pode-se depois, de acabar de estabilizar
aerobiamente e temos um composto. Então deste processo temos 2 mais valias: o biogás
e o composto. Claro que o que tem mais interesse é o biogás pelo seu valor calorifico
elevado e por poder ser vendido como um combustível alternativo.
No que respeita á incineração ela tem uma grande vantagem como toda a gente sabe
do senso comum que é reduzir o quantitativo dos resíduos, pois queima-se uma grande
quantidade de resíduos e fica uma pequena quantidade de cinzas. Tudo o que é matéria
orgânica transforma-se em gás e o que é inorgânico a que fica na forma de cinzas.
Chegamos a ter reduções do volume na ordem dos 90%. É esta a grande vantagem da
incineração. Contudo este tratamento é das soluções para os resíduos sólidos urbanos
mais mal amada pelas populações. Com esta queima há o perigo das emissões gasosas e
daí ter a carga negativa que muitas pessoas lhe atribui. Claro que com tecnologias
avançadas é possível fazer um controlo muito apertado das emissões gasosas: os gases
podem ser lavados para retirar tudo o que sejam gases ácidos; são depurados em filtros
especiais para lhes retirar todas as cinzas rolantes que são poeiras muito fininhas, que
não devem ser lançadas para a atmosfera pois podem conter metais pesados e também
por serem partículas muito pequenas, e assim poderem provocar problemas respiratórios
devem ser inaladas. Então o grande problema da incineração são as emissões gasosas e
depois os compostos que se formam que são dioxinas que toda a gente tem medo, pois
é-lhes atribuída uma certa acção cancerígena. Existe a possibilidade de quem esteja
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exposto à inalação desses compostos, poder vir a desenvolver doenças cancerígenas
mais facilmente do que pessoas que não estejam expostas a elas. Em termos energéticos,
a incineração também tem uma vantagem que é poder ser feita a produção de energia
eléctrica, pois não há incinerador nenhum que funcione sem a recuperação de calor: os
resíduos estão a ser queimados no interior de uma fornalha, faz-se circular água na
parede da fornalha, ou seja reveste-se o interior da fornalha com tubagem por onde
circula a água, e essa água recebe o calor do interior da fornalha, transforma-se em
vapor podendo accionar turbinas que fazem funcionar um gerador e gera energia
eléctrica. Enquanto numa central termoeléctrica para a produção de energia se tem de
queimar um combustível para aquecer a água e esta passar ao estado de vapor, aqui
estão-se a queimar os lixos e a gerar energia eléctrica ao mesmo tempo, e são os lixos
que funcionam como combustível, e logo não se gasta carvão ou fuel óleo. A central do
carregado tem de queimar um fuel óleo para produzir energia eléctrica, e nestes casos
não é preciso.
No caso do processo da pirolise puro, nós temos uma fracção gasosa, e uma fracção
liquida composta por óleos que têm poder combustível tipo um fuel óleo, e temos uma
fracção sólida em muito menor quantidade que nas outras duas, que é um “cock”, ou
seja, um carvão. As 3 fracções podem ser aproveitadas como combustíveis: o “cock”
pois é um carvão, mas em muito pequena quantidade; a fracção líquida são óleos que
têm poder combustível e a fracção gasosa que também tem poder combustível. Quando
se faz a gaseificação deslocamos este processo no sentido de gerar fundamentalmente
gás, pois temos uma fracção predominante, que é a gasosa que também tem poder
combustível. Daí que hoje se esteja a relançar novamente o processo de gaseificação dos
resíduos como mais uma forma alternativa de se obter uma mais valia a partir de
resíduos.
GT – Todas estas formas de tratamento são recentes ou já existem há décadas?
Prof. – Muitas delas são recentes, existem apenas e foram pensadas apenas durante
o século XX. Mas há outras mais antigas como é o caso da gaseificação. Atrás até já
referi que este é um processo que está a ser relançado e relançado porquê?, pois já
houve um lançamento anterior. Até á Revolução industrial não tínhamos máquinas que
não fossem movidas por animais ou força humana: barcos a remos, carros puxados por
animais. Quando surgiu a máquina a vapor foi uma revolução muito grande. Ela
funcionava muito bem para veículos de grandes dimensões, que podem destinar grande
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parte do veiculo para a caldeira e para tudo o que era necessário para gerar energia.
Claro que se fossem veículos de dimensão pequena é impensável, Po-los a funcionar a
vapor. Quando as coisas começaram a evoluir, começou a pensar-se em formas de gerar
energia e fazer veículos pequenos moverem-se sem ser a vapor. É por volta de 1860 que
“Siemens”, um senhor da época decidiu gerar energia a partir da gaseificação de
resíduos agro-industriais, como é o caso de restos de actividade agrícola, cascas de
frutos secos, palhas, ou seja, gaseificar esse tipo de resíduos e obter um gás combustível
e com ele accionar as máquinas agrícolas e veículos de pequena dimensão. Isto acabou
por ter uma expressão razoável até ao inicio do século XX, onde o petróleo passou a
reinar. Quando o petróleo surge perde-se o interesse por essa forma de accionar motores
e criação de energia, e praticamente desapareceu. Voltou a surgir durante a II guerra
mundial onde havia muita dificuldade no transporte de combustível, já que as fracções
em conflito entretinham-se a afundar os navios das fracções opostas que vinham
carregados de combustível, para lhes impedir o acesso a este. O combustível que havia
era praticamente canalizado para os veículos militares por causa do esforço de guerra.
Todas as restantes estruturas dos países não pararam por completo e então para os
veículos não militares poderem continuar a moverem-se não tiveram outra forma de
aceder a combustível a não ser através desta forma de criar energia : gaseificação.
Todos os veículos eram chamados de veículos a gasogénio (gás gerado a partir da lenha
pois muitos países não tinham carvão natural como é o caso de Portugal). Claro que
acabou a guerra e voltou a haver fácil acessibilidade ao petróleo, e este tipo de processo
perdeu-se novamente. Hoje não se pensa nesse sentido, pensa-se é em reduzir o
quantitativo de resíduos e por outro lado obter uma mais valia energética. Portanto há
países onde se está a fazer este tipo de tratamento para obtenção de um gás com
capacidade combustível. Neste momento, porque a tecnologia avança a ritmos elevados,
consegue-se fazer essa gaseificação a temperaturas muito elevadas, usando como fonte
de calor os chamados arcos de plasma e atingem-se temperaturas na ordem dos 10000,
8000 graus celsos, e os resíduos são totalmente destruídos, onde quase tudo é passado á
fase gasosa, ficando apenas a parte inorgânica que não é gaseificada, e claro que quando
sai do interior do gaseificador saiem numa forma de lava incandescente, e depois
quando arrefece e solidifica fica sob a forma de um vidro. É portanto uma fracção
resultante que em termos técnicos dizemos que está estabilizada, pois um dos problemas
da incineração é que quando fazemos a queima ficam as cinzas, mas na mistura dos
resíduos todos que é uma massa tão heterogénea, corre-se o risco dessas cinzas ficarem
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contaminadas por metais, não podendo lançar estas cinzas no solo pois estamos a
acumular uma quantidade muito grande de metais, que depois podem contaminar a
cadeia alimentar, e provocar problemas de saúde por envenenamento, por acumulação
no organismo. O que acontece é que as cinzas dos processos de incineração têm de ser
estabilizadas, ou seja, fazem-se uns blocos muito grandes de betão que são colocados
em aterros sanitários próprios, e não vão para os aterros sanitários normais dos resíduos
sólidos urbanos. Então todas as incineradoras têm de ter de apoio um aterro para
enterrarem blocos de cimento. No caso da gaseificação feita a temperaturas muito
elevadas o material fica num estado como se fosse um vidro e logo já não é fácil fazer
sair de lá os metais daquela estrutura e logo fica estabilizado, daí que seja um material
que dá menos problemas que o anterior.
GT – De todos os tratamentos qual será o mais adequado para por em pratica? E em
que países se têm desenvolvido os vários tipos de tratamentos de resíduos sólidos
urbanos?
Prof. – Numa visão integrada de tratamento dos resíduos tem de se ver qual é a
solução mais viável para o tipo de resíduos que temos. Por exemplo para grandes
cidades, pode ser uma solução fazer a integração de vários tipos de tratamento
consoante a tipologia dos resíduos tentando obter o mais possível de mais valias dos
resíduos em termos energéticos.
A nível Europeu a digestão anaeróbia está a ter uma importância muito grande onde
se estão a instalar muitas instalações deste tipo. Começaram a ser montadas no inicio da
década de 90 e neste momento, há já muitas instalações deste tipo a produzir biogás
onde parte é utilizado para abastecer a própria instalação em funcionamento, toda a
energia que a instalação necessita, e o resto, o excedente é vendido ou na forma de
energia eléctrica para a rede publica ( no caso de Portugal para a EDP ), ou mesmo na
forma de biogás para ser utilizado como gás natural, que temos canalizado em casa ou
para fazer mover veículos. Por exemplo no estrangeiro há já veículos a bifuel, no
sentido de que tanto pode funcionar a gasolina ou a gás natural ou biogás, e claro que
neste momento a rede de distribuição de gás não está tão generalizada como a do
gasoleo ou gasolina . O que acontece é que neste momento funciona muito bem em
termos de frotas, quando há uma frota que regressa a um local e que tem aí o seu posto
de abastecimento, e no dia seguinte circula e depois volta a reabastecer. Por exemplo no
aeroporto de Zurique todos os veículos funcionam a biogás (pois sendo frotas pequenas
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é possível aplicar isto), mas claro que quando se generalizar, quando houver mais
produção é natural que comecem a haver mais postos de abastecimento. A nível
Europeu a tendência neste momento é para enveredar pela digestão anaeróbia da fracção
de resíduos que é facilmente biodegradável. A gaseificação e a gaseificação por plasma
foram fundamentalmente desenvolvidas a nível do Canada e EUA que têm fronteiras
muito grandes. Neste momento há já muitas firmas nos EUA a comercializar este tipo
de tecnologia e é usada muitas vezes como forma de apoio a outro tipo de tratamento:
há um tipo de resíduos que são os monstros (objectos de grandes dimensões com
colchões, sofás) e que é difícil dar-lhes um destino, e então nestes gaseificadores, que
têm uma abertura grande é permitido recolher este tipo de resíduos e então funciona
muito bem como unidade de apoio. Eles são vendidos em unidades modelares que
tratam entre 250 a 300 toneladas por dia de resíduos, e mesmo assim não são tão
grandes face aos resíduos que existem.
GT – Dos vários tratamentos térmicos que há podemos definir-lhes alguma
hierarquia, há uns melhores do que outros?
Prof. – Em termos da filosofia de base estes processos térmicos estão sempre na
cauda do que é desejável. Em termos de valorização dos resíduos começa-se por pensar
sempre na reutilização, o que não pressupõe qualquer tipo de modificação ou alteração;
depois a reciclagem que pressupõe um processamento do resíduo para ser usado para o
mesmo fim, ou até para um fim diferente mas já tem de se fazer algum processamento
para o modificar; e depois então a valorização térmica. Dentro do processo de
reciclagem a combustagem e a digestão anaeróbia são consideradas reciclagem porque é
um processo quase natural de degradação dos resíduos. Claro que não é totalmente
natural pois o homem confina ou cria-lhes condições para o processo decorrer, mas no
fim temos a tal fracção de composto que pode voltar ao solo, fechar o ciclo e portanto
considera-se processo de reciclagem. Em termos de hierarquia temos uma pirâmide,
onde á cabeça está a reutilização; depois a reciclagem e só depois a valorização térmica
(gaseificação, pirolise, incineração), ou seja processos que exigem que os resíduos
sejam submetidos a temperaturas muito elevadas.
GT – Em Portugal esta pirâmide está invertida?
Prof. – Claro que neste momento, se pensarmos em Portugal em termos da pirâmide
ela está invertida. A pirâmide pressupõe reutilizar ao máximo os resíduos, depois
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valoriza-los e só se não houver nada a fazer eliminá-los, e nós em Portugal estamos
exactamente a privilegiar a eliminação, e o processo final da eliminação de tudo é o
confinamento no solo, ou seja, colocar em aterro sanitário, que em principio serão as
fracções das quais não podemos tirar nenhum proveito, como as cinzas ( apesar de hoje
em dia já se está a estudar a hipótese de incorporá-las em materiais de construção e
também lhe dar uma utilização que não o confinamento no solo). Em Portugal a
exposição em aterro é o destino principal dos resíduos que estamos a produzir; depois
temos a reciclagem e depois temos a reutilização que é quase nenhuma. Vê-se desde
logo que a pirâmide está completamente invertida. Neste momento em Portugal a
reciclagem começa a ter alguma expressão onde foram já criadas centrais de triagem, e
as pessoas vão aderindo mais ou menos aos ecopontos, e logo há meia dúzia de agentes
que se preocupam e vão fazendo a separação de resíduos para ir colocar no ecoponto, o
que ainda é uma percentagem muito pequena da população.
GT – Portugal está ainda muito atrasado nestas temáticas ambientais. A que pensa
dever-se tal atraso?
Prof. – Isto é tudo uma questão de cultura, de falta de motivação, pois a reciclagem
realmente tem sentido, se houver uma separação feita na fonte. Eu penso que as pessoas
olham para os resíduos como um mal do qual se têm de livrar, pois ninguém quer ter o
lixo em casa a cheirar mal, mas depois não pensam no que está por detrás de tudo isto.
Uma coisa é certa, as pessoas sabem que se o lixo ficar acumulado, e se começar a
degradar pode causar problemas a nível de sanidade publica ou até privada dentro da
casa de cada um, mas elas têm pouca consciência do custo que está associado ao
transporte e tratamento dos resíduos, e portanto querem é pôr o lixo fora da porta e que
alguém se encarregue de o levar , e ainda barafustam quando têm de pagar uma taxa
para o tratamento de resíduos, e ninguém pensa no custo que está associado a isso. Por
outro lado acho que é ainda mais grave, e aí a que as pessoas não pensam mesmo é que
á velocidade a que estamos a produzir resíduos e estamos a gastar matéria prima e a
fazer a dupleção dos recursos naturais, alguns deles que não se repõem com facilidade
nem com o mesmo ritmo nem pouco mais ou menos, e portanto estamos a caminhar
para esgotar algumas das reservas naturais.
GT – Então não basta só investir em campanhas de informação, tem é de se
conseguir sensibilizar as pessoas?
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Prof. – Temos de entender exactamente os resíduos, não como um resíduo mas
como uma fonte de matéria prima que temos de valorizar ou reciclar para voltar a ser
utilizada, e retirar daí pelo menos alguma mais valia. Mas fundamentalmente a
reciclagem é importante para a dupleção de recursos naturais, pois se não voltarmos a
utilizar aquilo que estamos a deitar para o lixo, vamos buscar á natureza nova matéria
prima e qualquer dia esgotamos as fontes. Neste momento é este o grande interesse da
reciclagem, que é pôr um travão na dupleção dos recursos naturais e começa a ter
alguma expressão, claro que devagarinho, mas devagar se vai ao longe. Mas é preciso
que haja a consciencialização das pessoas para começarem a fazer uma triagem dos
resíduos em casa, pois depois de tudo misturado é muito mais complicado de fazer a
separação, e alguns materiais já estão de tal maneira contaminados por outros, que já
não há sequer possibilidade de serem transformados para um fim adequado.
GT – Em Portugal uma das principais entidades orientada para o Ambiente é a
Sociedade Ponto Verde. Qual o seu papel?
Prof. – A Sociedade Ponto Verde é a que gere a reciclagem em Portugal. Não é ela
que faz a reciclagem, ela envia, encaminha os resíduos para as entidades recicladoras
para cada uma das fileiras, por exemplo uma parte do papel mandam-no para a Portocel
em Viana. Mas o engenheiro da Portocel refere que se estivessem apenas a contar com o
papel que recebem da Sociedade Ponto Verde, laboravam apenas 2 semanas por ano,
pois a quantidade enviada é muito pequena. Ele quer dar ideia do que é expressão ainda
em termos de material que é tríado para reciclar. Quando vamos a uma central de
triagem por muito que nos pareça a quantidade de papel, em termos gerais é muito
pouco. Apesar que a Sociedade Ponto Verde, tem nos seus objectivos atingir 25% da
totalidade dos resíduos reciclados, e tem-se esforçado para isso pois a sua intervenção a
esse nível tem aumentado bastante.
GT – O tratamento dos resíduos sólidos urbanos não pretende apenas melhorar a
qualidade ambiental, ele acaba por favorecer todos os aspectos de uma vida social e
económica de uma Sociedade.
Prof. – Certamente, com a triagem e tratamento dos resíduos sólidos urbanos não há
apenas poupança de custos, mas há também todas as mais valias que daí decorrem ,pois
depois de os materiais serem triados eles são transformados e vendidos novamente e
isso também tem a sua importância. Estes tratamentos geram uma serie de industrias,
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empregam mão de obra que é necessária, e neste momento a industria dos resíduos é
talvez um dos campos, a que se prevê um futuro risonho nos próximos tempos, pois
estão-se a criar muitas empresas de reciclagem, não só com o fim ultimo da reciclagem
e preservação do ambiente mas também com o interesse económico de ganhar lucros e
desenvolver mercados. Hoje em dia já se reciclam imensas coisas: papel, o que permite
deixar de abater tantas arvores, apesar de estas serem um recurso relativamente fácil de
renovar; vidro, que é um resíduo inerte, não contamina nada do ponto de vista
ambiental. A matéria prima de que se obtém o vidro ainda há muita na natureza, que é a
sílica mas o problema é que se continua a produzir sempre vidro, qualquer dia estamos
enterrados em vidros pois este é um resíduo que não desaparece pois a natureza não o
degrada e logo fica eternamente na sua forma sólida, a não ser que haja um vulcão e que
se junte o vidro a alguma rocha, o que não é solução pois passará a existir a rocha.
Temos de pôr um travão porque até hoje em dia maior parte das garrafas são de tara
perdida e ninguém se preocupa em voltar a recolhe-las e a recolocar no circuito. A
reciclagem do vidro tem uma vantagem: energeticamente é mais favorável do que fundir
a própria matéria prima virgem. Torna-se economicamente mais barato em termos de
energia que é necessária ao processo. No caso da reciclagem do papel, há já países que
nem o reciclam pois o processo de o reciclar é muito poluente. Há 2 industrias
extremamente poluentes: a do papel e a dos curtumes, mas a da reciclagem do papel
ainda é muito mais poluente pois tem de se destintar o papel, e logo todos os produtos
que se utilizam para remover as tintas do papel, e as tintas conjuntamente que ficam nas
águas são muito poluentes e por isso são industrias muito poluentes e muito
consumidoras de água. Mas há sem dúvida outro tipo de materiais que nem se discute a
vantagem de os reciclar: vidros; metais.
A reciclagem trás claramente vantagens económicas de vários pontos de vista
desde, o reduzir os custos de transporte (onde se fazem os fardos compactados), até aos
produtos que se vendem, e à mão de obra que se gera o que é muito importante em
termos económicos. Hoje em dia se as pessoas não são muito sensíveis às questões
ambientais, às económicas pelo menos são. Então além de proteger o ambiente também
podemos ganhar com isso: desenvolver potenciais mercados e poupar custos. A listagem
de industrias que fazem reciclagem em Portugal é já muito razoável e isto gera riqueza,
apesar de o mercado dos produtos reciclados ser ainda um luxo, na medida em que estes
são muito caros, ou mais caros que os bens equivalentes normais.
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GT – Para concluir qual o seu parecer final relativamente às formas de tratamento
em Portugal ?
Prof. – Portugal, dentro desta temática como já referi, está ainda longe de alcançar
as metas pretendidas quando comparado com as regiões europeias. Em Portugal os
aterros sanitários são recentes, estão ainda numa fase de infância ainda nem chegaram à
juventude, enquanto que a nível europeu há uma directiva e que neste momento já está
em vigor na Alemanha, desde Janeiro de 2001 que diz que é proibido colocar em aterro
sanitário matéria que contenha mais de 5% de carbono orgânico porque tem de ser
valorizado. Neste momento a filosofia dentro da gestão integrada é conseguir o máximo
de valorização dos resíduos, ter uma mais valia do resíduo, encarar o resíduo não como
um resíduo mas como uma matéria prima da qual é possível fazer um aproveitamento e
obter mais valias em termos energéticos que de um modo geral se venha a traduzir mais
tarde economicamente.
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ANEXO II Descrição das taxas de utilizador para resíduos sólidos municipais
País Forma de cálculo de taxa Grupos alvo
Bélgica
Taxa unitária fixa ou volume de resíduos
Agregados familiares
Dinamarca
Taxa unitária fixa
Volume de resíduos
Agregados familiares
Empresas
Finlândia
Volume de resíduos
Volume de resíduos + tipo + distância de
transporte
Agregados familiares
Empresas
França
Dimensão da habitação (80% da população)
ou Volume de resíduos (4% da população)
ou Nada: recolha paga pelo Orçamento de
Estado
Agregados familiares
Empresas
Itália
Dimensão da habitação
Agregados familiares
Empresas
Holanda
Taxa unitária fixa
Agregados familiares
Empresas
Suécia
Taxa unitária fixa (53% dos municípios)
ou Estrutura de recolha (45% dos
municípios)
Agregados familiares
Empresas
Reino Unido
Taxa unitária fixa
Volume de resíduos
Agregados familiares
Empresas Fonte: Luís Morais, 1999, página 108.
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ANEXO III
Entrevista com o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Paredes
GT – Como surgiu a ideia da central de triagem, e que necessidades a que tinham
para a construir?
Vereador – A central de triagem surge essencialmente porque temos feito, ao longo
destes anos uma aposta forte na área da separação dos resíduos e na política dos 3 R’s:
reciclar, reduzir e reutilizar. Como tal começamos a recolher grandes quantidades de
resíduos recicláveis e deixamos de ter capacidade de armazenamento e de escoamento
desses recicláveis e então aderimos à Sociedade Ponto Verde. Esta não tem um processo
de recolha constante, isto é, só faz a recolha, junto das entidades que dela fazem parte
mediante a recolha do armazenamento de x quantidades, que são quantidades muito
elevadas, o que nos levou a pensar reestruturar todo o sector. Criamos um espaço
próprio para armazenar essas quantidades para ter capacidade de resposta para entrega-
las, e ao mesmo tempo criamos um local de funcionamento e de armazenagem dos
recicláveis. Foi mediante toda esta perspectiva que reestruturamos todo o sector e
avançamos para a criação e definição de um espaço próprio de funcionamento de todo o
sector da reciclagem da Câmara Municipal.
GT – Como é que decorre exactamente o processo desde a recolha do lixo até á sua
separação no concelho?
Vereador – Nas instalações em Cristelo funcionam 4 sectores distintos. Num dos
espaços funciona a estação de transferência, isto é, o local para onde são conduzidos os
resíduos sólidos urbanos que possivelmente são compactados. Todos os camiões que
fazem o circuito se dirigem para esse local, despejam aí o lixo doméstico, que
infelizmente vem muito mais que o doméstico, pois há muita quantidade de lixo que
podia ser reciclado mas as pessoas não separam ainda o suficiente. Esse lixo é triturado
e compactado e enviado para o aterro sanitário. Juntamente à estação de transferência
existe o ecocentro porque muitos dos resíduos são ali objecto de alguma triagem e são
depositados no ecocentro, assim como este está aberto ao público que pode ir lá levar os
resíduos recicláveis. Numa plataforma superior, funciona o centro de triagem e o silo de
armazenamento de vidro. Este foi construído pois os nossos camiões ao fazer a recolha,
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ao fim de recolherem 10 a 12 vidrões o camião ficava cheio, o que nos obrigava a pegar
no camião e ir de imediato transportar o vidro ou para a Barbosa e Almeida em Vila
Nova de Gaia ou para a Figueira da Foz, o que se traduzia numa pouca rentabilidade do
espaço do camião. Então criamos um silo de armazenamento do vidro que vai até 150
toneladas, logo permite neste momento que o camião faça a recolha e quando está cheio
vai lá ao centro de triagem despeja lá nesse silo, e só quando o silo estiver cheio
solicitamos á Sociedade Ponto Verde que venha com um camião de grandes dimensões
fazer o carregamento, portanto isto reduz os custos e a operacionalidade do sistema de
recolha de vidro. A estação de transferência foi feita com o mesmo fim, para os resíduos
sólidos urbanos, pois os camiões quando enchiam teriam de se deslocar ao aterro
sanitário que fica a 30 km daqui o que os obrigava , a fazer 60 km sempre que
estivessem cheios. Isto trazia problemas pois primeiro não era possível retomar a volta
de recolha porque o período horário chegava ao limite, e era um desgaste tremendo dos
carros o que não permitia grande operacionalidade e grande rentabilidade do pessoal.
Então cada camião uma vez cheio dirigia-se á estação de transferência onde aí o lixo é
triturado e transportado num contentor fechado num único camião. O que antes era feito
por 10 camiões neste momento passa a ser feito só por um camião, mas em 5 viagens.
Reduzimos em 50% o número de viagens ao aterro sanitário e ao mesmo tempo
poupamos todos os carros e passa 1 único só a sofrer o desgaste. Só nesta operação,
poupamos viaturas, pessoal e rentabilizamos tudo. Com isto podemos obter não
propriamente lucros, mas de certeza que reduzimos imenso as despesas. Só para ter uma
ideia eu reduzi em 12000 contos as despesas com os veículos na sua manutenção
durante um ano, porque os veículos tinham um desgaste enorme de estarem
completamente cheios e de fazerem um percurso numa zona que para mais é de serra, o
que provocava um desgaste enorme das viaturas. O centro de triagem funciona do
seguinte modo: ele faz a triagem de papel/cartão, plástico, embalagens e metais ferrosos
e aluminios. Nós começamos por fazer uma aposta por colocar ecopontos em todas as
escolas do Concelho e em todos os principais locais do concelho. Com a instalação
desses ecopontos começamos a ter uma grande quantidade de recolha de recicláveis que
vieram a aumentar de ano para ano e que estão neste momento em cerca de 800
toneladas de papel e cartão e 900 toneladas de vidro. Para o papel não tínhamos grandes
quantidades pois não tínhamos capacidade de resposta, antes do centro de triagem.
Automaticamente teríamos de ter uma solução para isto e então passou por fazer-se a
construção do pavilhão o que permite o armazenamento e a compra de uma enfardadeira
xv
que permite fazer fardos na ordem das 400/600 toneladas de papel. Ora tudo isto
processa-se do seguinte modo: os camiões entram de um lado do centro de triagem,
despejam, pois os ecopontos vêm dentro dos contentores dos camiões, depois há uma
máquina que leva os resíduos despejados para uma passadeira rolante onde estão os
funcionários a fazer a selecção do material, a dividir o que é papel e cartão para um lado
e plástico para o outro. Quando já têm por exemplo bastante plástico param com o
cartão e papel e enfardam só plástico. Nas embalagens e papel é a mesma coisa. O
empacotamento do plástico é muito mais fácil, mais rápido e dá muito mais dinheiro. A
parte de metais e latas são descarregadas numa zona própria e quando temos
quantidades enormes mete-se tudo numa máquina e elas ficam completamente
prensadas e são atiradas para dentro de um contentor, para depois serem levadas para a
Sociedade Ponto Verde ou directamente á Siderurgia Nacional, na Maia.
GT – A reciclagem não é feita cá na cidade de Paredes. Para onde encaminham os
resíduos recicláveis?
Vereador – Depois da triagem feita é tudo enviado para a Sociedade Ponto Verde
que é a entidade em Portugal de gestão dos resíduos recicláveis.
GT – Como é que controlam o lixo que é recolhido e separado?
Vereador – É sempre feito um controlo de pesagem de todos os veículos. Tudo é
pesado aqui á entrada e á saída do centro de Cristelo onde temos uma balança de
camiões, e desta forma sabemos quanto é que recolhem os carros e quais são as
freguesias que têm maior produção de lixo e aquelas onde é preciso intervir mais. Todos
os carros do lixo têm um código, logo sabemos que a volta x que passou pelas
freguesias A,B e C do turno da manhã fez o registo de y toneladas.
GT – Onde se localizam os ecocentros no Concelho?
Vereador – Nós no Concelho temos 3: um em Lordelo, outro mesmo na cidade de
Paredes e outro em Cristelo. O que estamos a falar é o de Cristelo que é o centro
operacional da área do ambiente. A estação de transferência está colocada no centro da
principal malha urbana do Concelho, o que permite que as voltas comecem todas do
exterior para o interior, o que dá maior operacionalidade pois se o carro encher a meio
da volta, automaticamente vai ao centro de transferência despeja e retoma-ª Estes 3
ecocentros estão a funcionar essencialmente para a recolha de grandes quantidades de
xvi
resíduos recicláveis, como por exemplo as relvas, os arbustos que sobram de quando as
pessoas arranjam o jardim em casa, e que podem ser levadas para lá pois se forem para
o lixo é uma asneira porque vão para o aterro sanitário e temos de pagar para o pôr lá.
Primeiro temos o trabalho de o recolher e depois de pagar para o por em aterro
sanitário. Nós pagamos 3781$00 por cada tonelada depositada em aterro, portanto
quanto menos lixo depositarmos melhor, pois menos se paga. Só para se ter uma ideia
nós estamos a pagar em média entre 7 a 8 mil contos por mês para o aterro sanitário, o
que no final do ano anda muito próximo dos 80, 90 mil contos só para depositar o lixo.
GT – E o aterro como é que funciona? Não tem um limite máximo, uma capacidade
máxima?
Vereador – Tem limites, sim. Tem um período de existência que está previsto para
mais 10, 12 anos, mas não vai chegar a tanto. Apenas chegará a mais 8, 9 anos.
GT – E no final desses anos, com o fim do aterro sanitário quais são as soluções em
vista?
Vereador – Passados estes anos o lixo vai compactado em fases, depois é
depositado e é coberto com terra. Depois terá de se criar outro aterro possivelmente, ou
então enveredamos por outro tipo de soluções que neste momento no Vale de Sousa, já
estamos a estudar, como por exemplo o processo da incineração.
GT – Mas o processo da incineração causa muitas polémicas e não é bem aceite
entre as populações.
Vereador – Causa muitas polémicas pois as pessoas não estão suficientemente
informadas, nem têm noção do lixo que produzem em casa. Em média em Paredes
produz-se 1 kg de lixo por habitação ao dia. Agora se as pessoas experimentarem estar 1
semana inteira sem alguém lhes levar o lixo para longe de casa, ou pior ao fim de
apenas 2 dias sem o levar as pessoas já não sabem o que fazer. Somem isto, agora para
um concelho que tem 85000 habitantes, e vê-se a dimensão que isto atinge.
GT – A nível da estruturação já pré-definida do projecto, as coisas funcionaram
como o previsto ou surgiram problemas?
Vereador – Há sempre problemas, por exemplo nós neste momento temos o
problema do espaço nas instalações de Cristelo que já não chega porque estamos com
xvii
quantidades muito grandes. Actualmente a directiva comunitária também começa a
aconselhar a separação do papel, isto é, dividir o papel em papel de primeira, e em papel
de segunda pois assim é mais bem pago. Se fizermos a separação do papel isto será
pago de forma diferente do que estamos a fazer neste momento.
GT – A nível de campanhas de sensibilização da população fizeram algum esforço
nesse sentido ou aproveitaram só a que há a nível nacional?
Vereador – Nós realizamos imensas campanhas, junto das escolas, através de
desdobráveis, e junto das populações fizemos a semana do ambiente com a Sociedade
Ponto Verde, no parque da cidade com um camião TIR onde tinha computadores com
toda a informação acerca do funcionamento e importância da política dos 3 R’s. A nível
das escolas fizemos também jogos e atribuíamos prémios ecológicos. Apostamos ainda
nos “movies” nas paragens dos autocarros onde têm os espaços publicitários. Nós
aproveitamos para quase trimestralmente fazer uma campanha. Também não convém
fazer sempre seguido pois se não, chega a um ponto que pode desmotivar.
GT – Qual o balanço de toda esta aposta a nível ambiental? A população tem
aderido?
Vereador – Sim, de dia para dia vemos que a população cada vez mais começa a
separar os seus resíduos. Uma questão que levantou polémicas na altura foi quando se
começou a cobrar uma taxa , uma tarifa na ordem dos 300$00 por residência do
Concelho, o que permite cobrir as despesas da deposição em aterro. Eu estava a acabar
de entrar para a Câmara e foi uma das minhas primeiras políticas a ser impostas, e logo
não fui muito bem recebido. Cheguei a receber ameaças de manifestações, apanhei com
cerca de 2000 processos em tribunal. Mas acabamos por convencer as pessoas que se
esta taxa era vista como um mal que não queriam, era um mal necessário e que no fundo
não custava a ninguém pagar tão pouco por mês quando se viam livres do lixo todos os
dias, e que isso sim era um mal, se não fosse recolhido. Também tentamos renovar a
frota dos veículos todos os anos, o que para muitas pessoas foi entendido como a
aplicação do dinheiro que pagavam. A política era essa, foi aos poucos com as
campanhas, com a compra de novos veículos, com a construção da central que as
pessoas começaram a ver para que é que era o dinheiro que estavam a pagar.
xviii
GT – Mas ainda existem muitas pessoas que não aderem a estes processos, como é
o caso de idosos por exemplo, talvez por não terem muita informação ou não estarem
muito sensibilizadas para estas questões?
Vereador – Exactamente, mas nós temos feito campanhas nesse sentido, de
informar e principalmente sensibilizar a população para a separação dos resíduos
recicláveis. Em Portugal ainda é muito duro trabalhar nesta área do ambiente. Há muita
falta de civismo, há poucos hábitos de separar, e a legislação ainda não funciona bem
pois mudar os homens não é a mesma coisa que mudar máquinas.
GT – Se não optássemos por estes processos de reciclagem iríamos chegar a um
ponto que não sabíamos o que fazer com o lixo, então este processo dos 3 R’s é
essencial?
Vereador – Pode não ser, depende daquilo que se pretende fazer em termos de lixo.
Por exemplo, em Portugal funcionamos essencialmente com o sistema de aterros
sanitários, mas se funcionássemos com a incineração, como é o caso da LIPOR, que
funciona com produção energética, como central de combustão, central térmica, ou em
Lisboa na VALORSUL que funciona junto à Expo, eles precisam de material que
produza calor, automaticamente não terão os índices de reciclagem para eles como
demasiadamente significativos, porque eles precisam de produtos de combustão para
ajudar a aquecer. Ou seja, depende dos sistemas de tratamento que se utiliza, mas um
dado é certo: as pessoas produzem cada vez mais lixo, e ao fazê-lo temos de ter em
conta que as matérias primas desses resíduos não são eternas e então quanto mais
reciclarmos, mais poupamos a natureza. É todo um ciclo muito importante e daí a
importância da política dos 3 R’s. A sensibilização das pessoas na aquisição de produtos
que sejam objecto de reciclagem é um factor já muito importante e levado a cabo nos
países Nórdicos e na Alemanha, que é no momento da compra saber se o produto é
passível de ser ou não reciclável, ou se os produtos têm uma componente ambiental. Em
Portugal nestas questões de sensibilização estamos num estádio primário mas estamos a
caminhar muito bem pois as metas comunitárias para 2005 obrigam-nos a separar 50%
do lixo produzido para depois ser reciclado, e estou convencido que a aposta tem sido
feita, e é claro que tem sido uma aposta muito boa e que tem dado os seus frutos.
xix
ANEXO IV Notícia sobre inauguração do Centro de Triagem de Paredes
Fonte: Boletim Municipal de Paredes, nº 96, 2001, página 13
xx
xxi
xxii
ANEXO VI Legislação Ambiental Europeia
A - RESÍDUOS GERAL
1. DIRECTIVA 75/442/CEE, de 15 de Julho
• Relativa aos resíduos.
2. DIRECTIVA 91/156/CEE, de 18 de Março
• Relativa aos resíduos, altera a Directiva 75/442/CEE.
3. DECISÃO DA COMISSÃO 96/350/CE, de 24 de Maio
• Adapta os Anexos IIA e IIB da Directiva 75/442/CEE.
4. DECISÃO DA COMISSÃO 94/3/CE de 20 de Dezembro
• Estabelece a lista de resíduos - Catálogo Europeu de Resíduos, de acordo com a Directiva 75/442/CEE.
5. RESOLUÇÃO DO CONSELHO 90/C 122/02, de 7 de Maio
• Sobre a política de resíduos.
6. RESOLUÇÃO DO CONSELHO 97/C 76/01, de 24 de Fevereiro
• Relativa a uma estratégia comunitária de gestão de resíduos.
7. DECISÃO DA COMISSÃO 94/741/CE de 24 de Outubro
• Relativa aos questionários para os relatórios dos Estados-membros sobre a aplicação de determinadas Directivas respeitantes aos resíduos - aplicação da Directiva 91/692/CEE: Directiva-quadro de resíduos; Directivas óleos usados e de Lamas para utilização agrícola .
xxiii
C- FLUXOS ESPECIAIS
C.1- PILHAS E BATERIAS 1. DIRECTIVA 91/157/CEE,de 18 de Março
• Relativa às pilhas e acumuladores contendo determinadas matérias perigosas.
2. DIRECTIVA 93/86/CEE,de 4 de Outubro
• Adapta ao progresso técnico, a Directiva 91/157/CEE, relativa às pilhas e acumuladores contendo determinadas matérias perigosas.
C.2 - LAMAS 1. DIRECTIVA 86/278/CEE de 12 de Junho
• Relativa à protecção do meio ambiente, e em especial dos solos, na utilização agrícola das lamas de depuração.
2. DECISÃO DA COMISSÃO 94/741/CE de 24 de Outubro
• Relativa ao questionário normalizado/racionalizado sobre a aplicação da Directiva 86/278/CEE.
C.3 - EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS 1. DIRECTIVA 94/62/CE de 20 de Dezembro
• Relativa a embalagens e resíduos de embalagens.
2. DECISÃO DA COMISSÃO 97/129/CE, de 28 de Janeiro
• Cria o sistema de identificação dos materiais de embalagem, nos termos da Directiva 94/62/CE.
3. DECISÃO DA COMISSÃO 97/138/CE, de 3 de Fevereiro
• Estabelece os formulários relativos à base de dados nos termos da Directiva 94/62/CE.
xxiv
4. DECISÃO DA COMISSÃO 99/177/CE, de 8 de Fevereiro
• Estabelece as condições de derrogação para grades de plástico e paletes de plástico no que diz respeito às concentrações de metais pesados estabelecidos na Directiva 94/62/CE relativa a embalagens e resíduos de embalagens.
5. DECISÃO DA COMISSÃO 97/622/CE, de 27 de Maio
• Relativa aos questionários para os relatórios dos EM’s sobre a aplicação de determinadas directivas no sector dos resíduos (aplicação da Directiva 91/692/CEE do Conselho).
C.4 - ÓLEOS USADOS 1 . DIRECTIVA 75/439/CEE, de 16 de Junho
• Relativa à eliminação dos óleos usados.
2 . DIRECTIVA 87/101/CEE, de 22 de Dezembro
• Altera a Directiva 75/439/CEE, relativa à eliminação dos óleos usados.
3. DECISÃO DA COMISSÃO 94/741/CE,de 24 de Outubro
• Relativa ao questionário normalizado/racionalizado sobre a aplicação das Directivas sobre óleos usados.
C.5 - PCB's/PCT's 1 . DIRECTIVA 96/59/CE, de 16 de Setembro
• Revoga a Directiva 76/403/CEE de 6 de Abril, relativa à eliminação dos policlorobifenilos e dos policlorotrifenilos.
C.6 - DIÓXIDO DE TITÂNIO 1. DIRECTIVA 78/176/CEE, de 20 de Fevereiro
• Relativa aos resíduos provenientes da indústria de dióxido de titânio.
xxv
2. DIRECTIVA 82/883/CEE, de 3 de Dezembro
• Relativa às modalidades de vigilância e de controlo dos meios afectados por descargas provenientes da indústria de dióxido de titânio.
3. DIRECTIVA 82/29/CEE, de 24 de Janeiro
• Altera a Directiva 78/176/CEE de 20 de Fevereiro, relativa aos resíduos provenientes da indústria de dióxido de titânio.
4. DIRECTIVA 92/112/CEE, de 15 de Dezembro
• Estabelece as regras de harmonização dos programas de redução da poluição causada por resíduos da indústria do dióxido de titânio tendo em vista a sua eliminação.
C.7 - AMIANTO 1. DIRECTIVA 87/217/CEE, de 19 de Março
• Relativa à prevenção e redução da poluição do ambiente
provocada pelo amianto.
D - ATERROS 1. DIRECTIVA 99/31/CE, de 26 de Abril
• Relativa à deposição de resíduos em aterros.
E - INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS
1 . DIRECTIVA 89/369/CEE, de 8 de Junho
• Relativa à prevenção da poluição atmosférica proveniente de novas instalações de incineração de resíduos urbanos.
2 . DIRECTIVA 89/429/CEE, de 21 de Junho
• Relativa à redução da poluição atmosférica proveniente das instalações existentes de incineração de resíduos urbanos.
xxvi
3 . DIRECTIVA 94/67/CE, de 16 de Dezembro
• Relativa à incineração de resíduos perigosos.
F - MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO
1 . DECISÃO DO CONSELHO 93/98/CEE , de 1 de Fevereiro
• Relativa ao controlo dos movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e sua eliminação (Convenção de Basileia).
2 . REGULAMENTO (CEE) 259/93 DO CONSELHO, de 1 de Fevereiro
• Relativo à fiscalização e ao controlo das transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade, revoga a Directiva 84/631/CEE de 6 de Dezembro 1984.
3 . REGULAMENTO (CE) 120/97 DO CONSELHO, de 20 de Janeiro
• Altera o Regulamento (CEE) 259/93.
4. DECISÃO DA COMISSÃO 94/575/CE, de 20 de Julho
• Determina o processo de controlo previsto no Regulamento (CEE) 259/93 no que diz respeito a certas transferências de resíduos para países não membros da OCDE.
5.REGULAMENTO (CE) 1420/1999, de 29 de Abril
• Estabelece regras e procedimentos comuns aplicáveis às transferências de determinados resíduos para certos países não membros da OCDE.
6. DECISÃO DA COMISSÃO 1999/816, de 24 de Novembro
• Adapta os anexos II, III, IV e V do Regulamento (CEE) 259/93.
xxvii
G - LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
1. DIRECTIVA 91/692/CEE, de 23 de Dezembro
• Relativa à normalização e à racionalização dos relatórios sobre a aplicação de determinadas Directivas respeitantes ao ambiente.
2. DIRECTIVA 96/61/CE, de 24 de Setembro
• Relativa à prevenção e controlo integrados da poluição.
xxviii
ANEXO VII
Legislação Ambiental Portuguesa
1 . DECRETO-LEI Nº 239/97, de 9 de Setembro
• Estabelece as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos. Revoga o DL 310/95 de 20 de Novembro
2 . PORTARIA Nº 818/97, de 5 de Setembro
• Aprova a lista harmonizada, que abrange todos os resíduos, designada por Catálogo Europeu de Resíduos (CER)
3 . PORTARIA Nº 335/97, de 16 de Maio
• Fixa as regras a que fica sujeito o transporte de resíduos dentro do território nacional
4. PORTARIA Nº 15/96, de 23 de Janeiro
• Aprova os tipos de operações de eliminação e de valorização de resíduos - alíneas m) e p) do Decreto-Lei nº 310/95, alterada pela Decisão 96/350/CE de 24 de Maio
5 . DECISÃO DA COMISSÃO Nº 96/350/CE, de 24 de Maio
• Adapta os anexos IIA e IIB da Directiva 75/442/CEE do Conselho relativa aos resíduos
6 . PORTARIA Nº 961/98, de 10 de Novembro
• Regula os processos de autorização das operações de gestão de Resíduos industriais, sólidos urbanos e outros tipos de resíduos
xxix
7 . DECRETO-LEI Nº 273/98, de 2 de Setembro
• Transpõe para o direito interno as disposições constantes da Directiva nº 94/67/CE, do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa à incineração de resíduos perigosos.
B - RESÍDUOS URBANOS
1. PORTARIA Nº 768/88, de 30 de Novembro
• Concede à DGQA a competência de fiscalização, referida no Decreto-Lei nº 488/85 sobre Resíduos Sólidos Urbanos - Mapa de Resíduos Urbanos.
2 . DECRETO-LEI Nº 379/93, de 5 de Novembro
• Permite o acesso de capitais privados às actividades económicos de captação, tratamento e rejeição de efluentes e recolha e tratamento de resíduos sólidos.
3. DECRETO-LEI Nº 372/93, de 29 de Outubro
• Altera a Lei nº 46/77 de 8 de Julho.- Lei de delimitação de sectores.
4. DECRETO-LEI Nº 294/94, de 16 de Novembro
• Estabelece o regime jurídico da concessão de exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de tratamento de resíduos sólidos urbanos.
5. DECRETO-LEI Nº 297/94, de 21 de Novembro
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos de Lisboa Norte e prevê a sua concessão.
6. DECRETO-LEI Nº 109/95, de 20 de Maio
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Algarve.
xxx
7. DECRETO-LEI Nº 89/96, de 3 de Julho
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
8. DECRETO-LEI Nº 111/96, de 2 de Agosto
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Cávado-Homem e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
9. DECRETO-LEI Nº 113/96, de 5 de Agosto
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Vale do Minho e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
10. DECRETO-LEI Nº 114/96, de 5 de Agosto
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Vale do Lima e Baixo Cávado e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
11. DECRETO-LEI Nº 116/96, de 6 de Agosto
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos da Alta Estremadura e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
12. DECRETO-LEI Nº 117/96, de 6 de Agosto
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Baixo Cávado e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
xxxi
13. DECRETO-LEI Nº 166/96, de 5 de Setembro
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Litoral Centro e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
14. DECRETO-LEI Nº 53/97, de 4 de Março
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos da margem sul do Tejo e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
15. DECRETO-LEI Nº 366/97, de 20 de Dezembro
• Cria o sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Oeste e aprova os estatutos da sociedade a quem será atribuída a respectiva concessão.
E - MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DE RESÍDUOS 1. REGULAMENTO (CEE) Nº 259/93 DO CONSELHO, de 1 de Fevereiro
• Relativo à fiscalização e ao controlo das transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade.
2. DECRETO-LEI Nº 296/95, de 17 de Novembro
• Fiscalização e controlo das transferências de resíduos à entrada, no interior e à saída da Comunidade.
• Rectificação 157/95, de 30 de Outubro - Rectifica o Decreto-Lei nº 296/95
3. DECISÃO DA COMISSÃO, Nº 99/816/CE, 24 de Novembro
• Adapta, em conformidade com o nº1 do seu artigo 16º e o nº3 do seu artigo 42º, os anexos II, III, IV, V do Regulamento (CEE) nº 259/93 do Concelho relativo à fiscalização e ao controlo das transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade
xxxii
4. DECISÃO DA COMISSÃO Nº 94/575/CE ,de 20 de Julho
• Determina o processo de controlo previsto no Reg. 259/93 no que diz respeito a certas transferências de resíduos para países não membros da OCDE.
5. REGULAMENTO (CE) 1420/99, de 29 de Abril
• Estabelece regras e procedimentos comuns aplicáveis às transferências de determinados resíduos para certos países não membros da OCDE
6. REGULAMENTO (CE) 120/97, de 20 de Janeiro
• Altera o Regulamento CEE 259/93
7. DECRETO-LEI Nº 37/93, de 20 de Outubro
• Aprova para ratificação, a Convenção de Basileia sobre controlo de movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e a sua eliminação.
F - EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS
1. DECRETO-LEI Nº 322/95, de 28 de Novembro
• Estabelece os princípios de normas aplicáveis ao sistema de gestão de embalagens e resíduos de embalagens (revogado pelo 6).
2. PORTARIA Nº 313/96, de 29 de Julho
• Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens reutilizáveis e às embalagens não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis (revogado pelo 7).
xxxiii
3. DECISÃO DA COMISSÃO, Nº 97/129/CE de 28 de Janeiro
• Cria o sistema de identificação dos materiais de embalagem, nos termos da Directiva 94/62/CE.
4. DECISÃO DA COMISSÃO, Nº 97/138/CE de 3 de Fevereiro
• Estabelece os formulários relativos à base de dados nos termos da Directiva 94/62/CE.
5. DECISÃO DA COMISSÃO Nº 97/622/CE de 27 de Maio
• Estabelece os questionários para os relatórios dos Estados-membros sobre a aplicação de determinadas directivas no sector dos resíduos (aplicação da Directiva 91/692/CEE do Conselho)
6. DECRETO-LEI Nº 366-A/97, de 20 de Dezembro
• Estabelece os princípios de normas aplicáveis ao sistema de gestão de embalagens e resíduos de embalagens (revoga o DL nº 322/95, de 28 de Novembro).
7. PORTARIA Nº 29-B/98, de 15 de Janeiro
• Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens reutilizáveis e às embalagens não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis (revoga a Portaria nº 313/96 de 29 de Julho).
8. DECRETO-LEI Nº 407/98, de 21 de Dezembro
• Estabelece as regras respeitantes aos requisitos essenciais da composição das embalagens.
9. DECISÃO DA COMISSÃO, Nº 99/177/CE de 8 de Fevereiro
• Estabelece as condições de derrogação para grades de plástico e paletes de plástico no que diz respeito às concentrações de metais pesados estabelecidos na Directiva 94/62/CE relativa a embalagens e resíduos de embalagens.
xxxiv
10. DESPACHO CONJUNTO ME + MA Nº 289/99 de 17 de Março, DR II Série de 6 Abril
• Cria o Grupo de trabalho sobre reutilização previsto no nº4 do nº5º da Portaria nº 29-B/98 de 15 de Janeiro.
11. DESPACHO MA Nº 7415/99 (2ªsérie) de 25 de Março, DR II Série de 14 de Abril
• Aprova os modelos para fornecimento de dados estatísticos de acordo com o nº4º da Portaria nº 29-B/98 de 15 de Janeiro.
12. DESPACHO CONJUNTO ME + MA Nº 316/99 de 30 de Março, DR II Série de 15 de Abril
• Determina o modelo de relatório anual de actividade da entidade gestora do sistema integrado.
G - ÓLEOS USADOS
1. DECRETO-LEI Nº 88/91, de 23 de Fevereiro
• Regula a actividade de armazenagem, recolha e queima de Óleos Usados
2. PORTARIA Nº 240/92, de 25 de Março
• Aprova o Regulamento de Licenciamento das Actividades de Recolha, Armazenagem, Tratamento Prévio, Regeneração, Recuperação e Combustão e Incineração dos Óleos Usados.
3. PORTARIA Nº 1028/92, de 5 de Novembro
• Estabelece normas de segurança e identificação para o transporte de óleos usados.
4. DESPACHO CONJUNTO DGE/DGQA, de 18 Maio de 1993
• Define óleos usados e as especificações a que devem obedecer os óleos usados a utilizar como combustível.
xxxv
H - LAMAS
1. DECRETO-LEI Nº 446/91, de 22 de Novembro.
• Estabelece o regime de utilização na agricultura de certas lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais.
2. PORTARIA 176/96, de 3 de Outubro (II Série).
• Fixa os valores permitidos para a concentração de metais pesados nas lamas utilizadas na agricultura.
3. PORTARIA 177/96, de 3 de Outubro (II Série).
• Fixa as regras sobre análise das lamas e dos solos.
I - PCB
1. DECRETO-LEI Nº 277/99, de 23 de Junho.
• Transpõe para o direito interno as disposições constantes da Directiva nº 96/59/CE, do Concelho, de 16 de Setembro e estabelece as regras a que ficam sujeitas a eliminação dos PCB usados, tendo em vista a sua total distribuição.
J - SUCATAS
1. DECRETO -LEI Nº 268/98, de 28 de Agosto (revoga o Decreto-Lei Nº 117/94, de 3 de Maio)
• Disciplina a localização e o licenciamento da instalação e ampliação dos depósitos de ferro-velho e de veículos em fim de vida.
K - PILHAS
1. DECRETO-LEI Nº 219/94, de 20 de Agosto
• Transpõe para a ordem jurídica interna as Directivas 91/157/CEE, do Conselho de 18 de Março, e 93/86/CEE, da Comissão, de 4 de Outubro, relativa às pilhas e acumuladores usados contendo determinadas matérias perigosas.
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2. PORTARIA Nº 281/95, de 7 de Abril
• Estabelece as normas técnicas necessárias à execução dos princípios genéricos do regime jurídico das pilhas e acumuladores usados contendo matérias perigosas.
• Declarações de rectificação nºs 49/95, de 29 de Abril 1995 e 83/95, de 30 de Junho .
3. PORTARIA Nº 1081/95, de 1 de Setembro.
• Aprova o 1º Programa de Acção relativo a Pilhas de Mercúrio Cádmio (1995/1998) e o 1º Programa de Acção relativo a Acumuladores de Chumbo (1995/1998).
4. PORTARIA Nº 487-C/99, de 7 de Julho.
• Altera a Portaria Nº 1081/95, de 1 de Setembro
L - PAPEL
1. RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS Nº 2/93, de 7 de Janeiro.
• Utilização de Papel Reciclado e recolha selectiva de papel velho nos serviços da Administração.
M – RESÍDUOS DA ACTIVIDADE EXTRACTIVA
1. DECRETO-LEI Nº 544/99, de 13 de Dezembro.
• Estabelece as regras relativas à construção, exploração e encerramento de aterros de resíduos resultantes da actividade extractiva.
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N – Legislação Complementar
N1 - LICENCIAMENTO 1. DECRETO-LEI Nº 109/91, de 15 de Março.
• Estabelece normas disciplinadoras do exercício da actividade industrial.
2. DECRETO-LEI Nº 282/93, de 17 de Agosto.
• Altera o Decreto-Lei nº 109/91, de 15 de Março (estabelece normas disciplinadoras do exercício da actividade industrial).
3. DECRETO REGULAMENTAR Nº 25/93, de 17 de Agosto.
• Aprova o novo Regulamento do Exercício da Actividade Industrial (REAI).
4. PORTARIA Nº 744-B/93, de 18 de Agosto.
• Aprova a tabela de classificação das actividades industriais para efeito de licenciamento industrial.
5. PORTARIA Nº 314/94, de 24 de Maio.
• Aprova os modelos de impressos para os pedidos de autorização para instalação ou alteração de estabelecimentos industriais das classes A, B e C e define os termos em que deve ser apresentado o projecto de instalação desses estabelecimentos.
6. LEI Nº 159/99, de 14 de Setembro.
• Estabelece o quadro de transferência de atribuições e competências para as autarquias locais.
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N2 - IMPACTE AMBIENTAL 1. DECRETO-LEI Nº 186/90, de 6 de Junho.
• Sujeita a uma avaliação de impacte ambiental os planos e projectos que, pela sua localização, dimensão ou características, sejam susceptíveis de provocar incidências significativas no ambiente.
2. DECRETO REGULAMENTAR Nº 38/90, de 27 de Novembro.
• Regulamenta o regime das avaliações de impacte ambiental.
3. DECRETO-LEI Nº 278/97, de 8 de Outubro.
• Altera o Decreto-Lei nº186/90, de 6 de Junho (sujeita a uma avaliação de impacte ambiental os planos e projectos que, pela sua localização, dimensão ou características, sejam susceptíveis de provocar incidências significativas no ambiente).
4. DECRETO REGULAMENTAR Nº 42/97, de 10 de Outubro,
• Altera o Decreto Regulamentar nº 38/90 de 27 de Novembro (regulamenta o regime das avaliações de Impacte Ambiental.